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GenteNossa 2011 2012

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Coletânea Gente Nossa da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola-EBDA 2011/2012

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O Gente Nossa, desenvolvido pela Assessoria

de Imprensa, surgiu como mais um instrumento de

comunicação interna da EBDA. A ideia foi reconhecer e

valorizar os profissionais da empresa, com relatos de fatos

marcantes da vida profissional e pessoal dos trabalhadores,

a partir de depoimentos do entrevistado, familiares e

colegas de trabalho e amigos.

Lançado em 20 de setembro de 2011,

inicialmente, o Gente Nossa foi veiculado no jornal Novo

Dia. E já nas primeiras edições a publicação repercutiu

positivamente. Os comentários pelos corredores da

empresa e via internet deixavam evidente que o projeto

seria um sucesso de integração entre os funcionários.

O Projeto ganhou um novo formato, em de

agosto de 2014, com a divulgação online, através do boletim

eletrônico Em Movimento. Nesta nova versão, o Gente

Nossa atinge diretamente o público interno, tendo como

resposta imediata a manifestação tanto dos homenageados,

que têm respondido positivamente, quanto dos demais

funcionários através do e-mail institucional (Expresso).

Dado a importância da ferramenta de comunicação,

o Gente Nossa ganha sua independência, deixando de estar

vinculado ao boletim Em Movimento, para se transformar

em mais uma publicação de fortalecimento da comunicação

interna da EBDA.

No novo formato, que inicia no mês de novembro

(2014), o Gente Nossa será mais amplo, com distribuição

mensal via Expresso. A ideia é potencializar o espaço de

reconhecimento dos servidores ao trazer dois perfis de

profissionais, sendo um da capital e outro do interior.

Para celebrar os três anos do Gente Nossa,

apresentamos uma coletânea com os perfis publicados ao

longo do período (2011 a 20/09/2014). Espero que revejam

as histórias dos colegas que, juntamente com você, constroem

a história da EBDA e contribuem para melhorar a vida dos

agricultores familiares do nosso estado.

Elionaldo de Faro Teles

Presidente da EBDA

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índice

Ana Ciristina SouzaCändido

Maria José Souza MeloMaria Rodrigues

SócratesAbílio Maia

Guarim FerreiraJosé Milton

Arnou da SilvaRita de Cássia

Rogério Figueredo

Edméia Correia NevesHumberto CarvalhoMaria Joana da Silva

Nelson Fernandes MouraJosé Lins Maciel

José Teófilo Brito das NevesNágila Maria Leite Caldas Pereira

Edilza ReisJosé Júlio Souza Castro

Paulo José Carilo de OliveiraRoberto D’Oliveira Lins

Valmir Pereira Lima

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2011

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Frederico RodriguesGeorge Ricardo Libério Bandeira

José AlbertoMarcelo Pereira Silva

Abnair Nunes DouradoAdão Oliveira Machado

Alair Lacerda de OliveiraAntônio Carneiro do Rosário

Ivani Pereira SantosGilvan Oliveira e Valdete de Fátima de Oliveira

Joel PimentaVinícius Lunna

Maria JoséNereu Do MonteSamuel Feldman

Sandra MarinsFrancisco Alves Vieira Santos

Ildete Dreger de SouzaJoão Cerqueira Santos

Daniel DouradoLisvaldo AlvesPaulo Araújo

Ariomar AguiarRaimundo Vasconcelos Silva (Bobó)

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Profissional dinâmica, flexível, for-

mada em agronomia pela Universidade Federal da

Bahia (UFBA), e com vasta experiência em adminis-

tração, planejamento e Assistência Técnica e Exten-

são Rural (Ater). Assim é Ana Cristina Souza dos

Santos (45), chefe do Escritório de Camamu, conhe-

cida e reconhecida pelos colegas como uma pessoa

alegre, extrovertida e responsável.

Ao longo de seus 20 anos de EBDA, Ana vem

desenvolvendo respeitados trabalhos de Ater, no Território de Cidadania Baixo Sul. Dedicação e comprometimento são as

palavras de ordem desta profissional, que consagra parte de sua vida aos agricultores familiares, assentados, quilombolas,

pescadores artesanais, indígenas e ribeirinhos.

Aninha, como é carinhosamente chamada por todos, atua com Sistema Agroflorestal (SAF), e com culturas como

cacau, banana e seringueira, pesca artesanal, fruticultura, floricultura tropical, piaçava e especiarias como cravo, pimenta do

reino, pimenta da jamaicana, canela, noz moscada e horticultura. Todos estes trabalhos partem da premissa de contribuir

para o desenvolvimento da agricultura familiar, a partir da diversificação de culturas, em substituição à lavoura cacaueira,

comum em seu Território.

Líder de uma equipe com 21 técnicos, Ana Cristina ainda atua como representante da EBDA na Câmara

Setorial da Borracha Natural, na Câmara Setorial das Oleaginosas (dendê), que promove a discussão de interesses da cadeia

Dedicação e comprometimentocom a Agricultura

Familiar

Ana Ciristina Souza

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produtiva, no Estado. Em Brasília, no Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), também

representa a Bahia na Câmara Setorial Nacional da

Palma de Óleo “Dendê”.

Junto aos agricultores familiares, surgem,

espontaneamente, declarações de amor, gratidão e

carinho, para com esta profissional. Augusto Fernandes

de Santana, presidente da Associação dos Pescadores de

Barra Grande (Aspeba), diz que “Aninha” é exemplo de

profissionalismo e responsabilidade. “Todas as esferas

públicas deveriam ter uma profissional como ela; é

comprometida com todas as nossas causas. Através dela

foi possível executar o Projeto de Salga e Defumação do

Pescado, que nós queríamos tanto. Hoje, sou um agente

multiplicador deste processo, graças a ela. Aninha

está sempre pronta a nos ajudar”, comentou Augusto

Santana.

Para a chefe de Escritório Local de Valença,

Sandra Marins, ter uma pessoa com o perfil profissional

de Ana Cristina, no Baixo Sul, é motivo de orgulho e

de fundamental importância para a empresa. “Ana é

nossa colega há muitos anos; trata-se de uma profissional

comprometida com suas atividades, prestativa com todos

os colegas que estão a sua volta. A extensão rural está em

seu semblante. Sabemos do amor que ela tem por esta

empresa e da aptidão com a agricultura familiar”, declarou

Sandra Marins.

Sobre si mesma, Ana Cristina comenta,

emocionada: “Todo o meu trabalho é pautado em elevar

os níveis sociais, econômico, ambiental e cultural das

diversas comunidades rurais em que atuo, implementando

as políticas públicas. Procuro trabalhar com amor e

responsabilidade, nos diversos temas em que estou

engajada. Abracei, com muito otimismo, as propostas

de geração de rendas não agrícolas, mas, é o agricultor

familiar que me envolve e me motiva. Faço qualquer coisa

para ajudá-lo”, declarou a técnica.

Em toda a sua trajetória, Ana Cristina é uma

daquelas pessoas que se tem orgulho de conhecer e prazer

em dizer que ela é gente nossa, mulher, mãe e avó que faz

a EBDA acontecer.

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Em fevereiro de 1969, em um Jeep, carregado

com objetos pessoais, mas, também, um camburão

de gasolina para poder trabalhar - porque para onde

ia não tinha posto para abastecimento do carro -,

uma máquina calculadora de bobina e velas para,

à noite, iluminar o preenchimento de Laudos de

Supervisão e elaborar Projetos de Pecuária, chega,

em Itambé, um engenheiro agrônomo de 27 anos.

Assim começou a trajetória de um dos maiores

especialistas em pastagens e em gado de leite da Bahia, Cândido Nunes de Vasconcelos.

Quarenta e dois anos depois, em outubro de 2011, aos 69 anos de idade, “Candinho” – como hoje é conhecido

por todos os colegas e amigos – é responsável pela capacitação de técnicos em bovinocultura de leite e na orientação em

desenvolvimento de projetos de produção de leite com o uso intensivo de pastagens.

Como diz o colega e amigo Antônio Carneiro do Rosário – o também famoso “Carneirinho” -, “Candinho é um

profissional competente, ético, extremamente responsável, também pai exemplar e cuidadoso. Se em alguns momentos é

um profissional corretamente exigente, em outros, é um homem excepcionalmente humano, bondoso e solidário. Quem o

conhece no seu dia a dia, tem a exata dimensão do significado do que é ser um companheiro, no sentido literal da palavra”.

Se falasse com todos os colegas da empresa, provavelmente ouviria depoimentos semelhantes a este.

Sua filha, Cláudia, expressa dessa forma o seu pensamento sobre o pai: “ele é chamado e visto de várias formas

Trabalho, competência e

sensibilidade andam juntos

Cândido Nunes de Vasconcelos

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por seus colegas e amigos. Para mim, é o meu pai

querido, meu tesouro maior. Sobretudo, meu exemplo

de dignidade e honestidade”.

Mas, quando perguntamos a Candinho

sobre a sua história de vida, percebemos que ela está

diretamente ligada ao seu trabalho, prazer maior,

realização que combina felicidade com satisfação em

servir como vetor de desenvolvimento para a pecuária,

particularmente, da agricultura familiar. “Me realizo

com as atividades que desenvolvo, principalmente

quando consigo medir o crescimento dos produtores

orientados por mim”, comentou Cândido Nunes,

emocionado.

Competência e emoção Agrônomo, formado pela Escola de Agronomia

da Universidade Federal da Bahia, em Cruz das Almas,

mestre em Zootecnia pela Universidade Federal de

Viçosa/MG. Candinho está completando 43 anos de

atividade na extensão rural; iniciou suas atividades em

Itambé, passou um tempo em Encruzilhada, realizou o

mestrado em Zootecnia, ficando por dois anos fora da

Bahia. Retornando, assumiu a Coordenação Regional de

Vitória da Conquista, onde ficou por um ano.

Convidado para assumir a Assessoria de

Zootecnia, no Escritório Central, em Salvador, de

onde não mais saiu, Dr. Cândido passou pela Gerência

Estadual de Bovinocultura de Corte, pela chefia do

Núcleo de Programas e Projetos, pela Coordenação de

Operações; foi diretor Técnico da Emater-BA, no período

de transição para a EBDA, em que, por 10 anos, chefiou

o Departamento de Desenvolvimento da Pecuária. Na

EBDA também assumiu a coordenação do Programa

de Recuperação da Bovinocultura de Leite do Estado

(Proleite), quando foram introduzidas, na Bahia, mais de

100 mil matrizes oriundas de outros estados.

“Mais que um colega, um verdadeiro amigo;

mais que um amigo, um verdadeiro irmão; mais que um

irmão, um ser humano digno do olhar de Deus”. Com

esta declaração de Carneirinho, ressaltando sua grande

admiração pelo colega e amigo, não se tem mais o que

acrescentar.

Orgulhosamente, temos Dr. Cândido no nosso convívio

diário.

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“Apesar do longo caminho percorrido ainda

me sinto disposta para trabalhar com a mesma

dedicação e amor de quando entrei nesta empresa. A

extensão rural é a minha vida”. A declaração sincera

e emocionada é da técnica social Maria José Souza

Melo, ou simplesmente Lia, como é chamada pelos

colegas de trabalho da Gerência Regional da EBDA,

de Itabuna.

Lotada há 13 anos no Escritório de Ibicaraí,

no sul da Bahia, ela resume seu percurso na EBDA com duas palavras: realização e satisfação. A vida profissional dessa

baixinha de 1,50m de altura e um grande coração, disposta a ajudar a quem precise, começou na zona rural de sua cidade

natal, Conceição do Almeida, no Recôncavo Baiano, onde lecionou para crianças e jovens, após concluir o curso de

magistério.

Mas tudo mudou quando um primo a informou sobre a abertura do Concurso Público para a então Empresa de

Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-BA). A menina tímida, filha de agricultores familiares, criada na “roça” junto

com sete irmãos, agarrou a oportunidade que a vida lhe ofereceu e fez disso um projeto de vida.

Ela deixou a vida simples e tranquila, junto à família, e foi morar e trabalhar em Canarana, na região de Irecê, a 700 km da

sua cidade natal, onde permaneceu por 20 anos. Lá, começou a desenvolver o trabalho social pela Emater-BA, no campo,

e aperfeiçoou o gosto pelo “servir ao próximo”, como ela mesma define a atividade desempenhada.

33 anos de amor e dedicação ao

trabalho social

Maria José Souza Melo

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Da perfeita parceria entre as técnicas

agrícolas e sociais, nasceu o amor entre Lia e o técnico

agropecuário José Carlos Albernaz, com quem ela

constituiu a sua família, que ficou ainda mais completa

com o nascimento de suas duas filhas: Tuane – hoje

com 24 anos, e Taine – com 21.

“Hoje, eu olho prá trás, para aquelas regiões

de Irecê e de Itabuna, e vejo que realizamos um trabalho

muito produtivo. Ajudamos muitos agricultores

familiares a conquistarem uma melhor qualidade de

vida e a se desenvolverem. Incentivamos a volta de

muitos deles às salas de aula, a conhecer e lutar pelos

seus direitos, a exemplo dos previdenciários, e a se

organizarem em associações, para o fortalecimento das

suas atividades”, diz Lia.

Além do trabalho de conscientização social, a

técnica também trabalha com o objetivo de melhorar a

renda das famílias, com opções de renda não agrícola,

como o artesanato, onde é instrutora em cursos

profissionalizantes de confecção de flores, e ainda de

produtos de limpeza, de bordado, de remédios caseiros,

entre outros. “Nós chegamos na unidade familiar e nos

envolvemos, a partir da observação do que eles estão

precisando. Fazemos um pouco de tudo: conselheira,

médica e psicóloga, enfim, tentamos ser útil e ajudar”,

diz Lia, entre risadas de felicidade pela nítida sensação do

dever cumprido.

A “mãe” da Feira Verde Há mais de dez anos, Maria José trabalha com a

Associação Comunitária da Vila Santa Isabel, em Ibicaraí,

a qual ela ajudou a formar. Os 32 agricultores associados

participam do Projeto Feira Verde, do Programa

Produzir, criado pelo Governo do Estado, para incentivá-

los a diversificar a produção agrícola, com o plantio e

comercialização de hortaliças.

Os agricultores se referem à técnica social como

a “mãe da Feira Verde”, pelo trabalho contínuo e de

qualidade que ela realiza com essas famílias, oferecendo

cursos de capacitação para jovens e agricultoras da

associação, e colaborando com o fortalecimento do

associativismo, com reuniões mensais. “Sem ela nós

não conseguiríamos alcançar esse nível de organização

que atingimos e que só nos traz bons frutos”, afirma o

presidente da Associação, Roberto Souza.

A “Lia” é mais um exemplo de nossa gente, gente que faz

a EBDA.

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Tímida e reservada, Maria Rodrigues

Fonseca (65) possui simplicidade para conversar

e sorriso cativante. Quem precisa mergulhar no

mundo da pesquisa pode procurar por ela: na

biblioteca da gerência regional da EBDA em Ribeira

do Pombal, Maria está sempre pronta para ajudar.

Basta chegar alguém à procura de informação que

ela prontamente atende, com seu jeito tranquilo e

atencioso. Num mundo de rotina frenética, onde as

pessoas consomem informações sem tempo para refletir, Maria conseguiu criar um refúgio ideal para incentivar o

exercício e despertar o prazer pela leitura.

Apaixonada pelos livros, aos quais se refere como seus “companheiros”, sabe exatamente onde está o

conteúdo que o leitor precisa. Maria conhece muito bem os 3.899 exemplares, entre livros, periódicos e folhetos, que

ocupam 19 estantes de uma sala, na gerência regional. Todos os dias, abre as janelas para arejar o ambiente, depois

começa a organizar o material em seus devidos lugares. “Maria é zelosa e dedicada; a biblioteca está sempre impecável.

Além disso, recebe muito bem as pessoas que a visitam. Basta dizer o assunto que ela logo aparece com uma pilha de

material”, conta o veterinário José Rubens Pereira Rocha, colega de Maria, na EBDA, e um dos frequentadores da

biblioteca.

Natural de Ribeira do Pombal, Maria parece ter nascido para cuidar da biblioteca. Em 1981, a técnica

Maria: sinônimo de simplicidade e

dedicação

Maria Rodrigues

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administrativa começou suas atividades, ainda na

extinta Empresa de Assistência Técnica e Extensão

Rural da Bahia (Emater-BA), em sua cidade natal.

Ela lembra que, naquele período, era responsável por

receber o material enviado pela sede da empresa, em

Salvador, e distribuir entre 14 escritórios da região. Com

brilho nos olhos, Maria mostra os controles que possui,

do acervo, desde o catálogo até a relação de leitores e de

empréstimos. Apesar de não considerar-se uma pessoa

organizada, sabe onde encontrar tudo perfeitamente,

por assunto e ordem alfabética, como, orgulhosamente,

gosta de conservar.

Ela observa que as visitas diminuíram muito

depois da popularização da internet. “As pessoas não

precisam ou não têm tempo de vir aqui. Só vêm quando

não encontram o que procuram pelo computador”, conta

Maria. Mesmo assim, diz que costuma conversar com os

visitantes, principalmente os estudantes dos colégios,

sobre a importância da literatura. “Já existe muita

coisa na internet, mas nem tudo pode ser encontrado

lá. Mesmo não sendo muito grande e completo, existem

livros e cartilhas importantes aqui no acervo, que são de

grande valor para enriquecer o conhecimento dos jovens”,

completa.

No mundo das letras Não é apenas durante o expediente que Maria se

vê às voltas com os livros. Em seu tempo livre, a leitura é

um dos passatempos favoritos: “gosto dos livros de Augusto

Cury ou religiosos, que tenham mensagens positivas para

a auto-estima. Quando alguma sobrinha diz que vai me

presentear, não faço questão de perfume, nem roupas, eu

peço logo que me dê um livro”, revela Maria.

Maria já exerce essa função há 30 anos na

biblioteca, mas mostra disposição e dedicação de uma

novata. Aos que a procuram na biblioteca EBDA, seja para

consultar um livro ou para uma conversa informal, existe

a certeza de encontrar um ambiente calmo e um assunto

interessante.

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Novidade e desafio: estas sempre foram

palavras de ordem na vida de Sócrates Lúcio da Silva

Matos (51), técnico em agropecuária, funcionário da

EBDA há 31 anos. Nascido em Irecê e formado na

primeira turma do curso técnico em agropecuária

da renomada Escola Agrícola de Irecê (ESAGRI),

Sócrates conta que teve senso de oportunidade e

agarrou a chance que teve de ingressar em um curso

técnico.

Hoje, se diz apaixonado pela profissão que escolheu, principalmente por poder prestar Assistência Técnica e

Extensão Rural (ATER) a agricultores familiares. “Todos os conhecimentos, técnicas e conquistas que os agricultores

possuem atualmente têm a participação da EBDA, e eu me sinto muito orgulhoso de fazer parte disso”, afirma, com

satisfação, o técnico.

Admitido na extinta Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (EMATER-BA), logo após

a formatura, em 1980, Sócrates ingressou na EBDA no ano de sua criação (1991). Durante todo esse período, além

de prestar ATER, o técnico também trabalhou com elaboração de projetos, com Programa de Garantia da Atividade

Agropecuária (Proagro), e com agricultores assentados da Reforma Agrária. No desenvolvimento deste último trabalho,

chegou a morar três anos num assentamento para auxiliar os agricultores e prestar uma assistência melhor.

Nos últimos três anos, quando voltou a Irecê depois de ter passado pelos escritórios de Andaraí, Central

Tradição e renovação que

caminham juntos

Sócrates

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e Xique-Xique, Sócrates tem se dedicado ao programa

Garantia Safra, sendo uma referência sobre o assunto

em todo o estado. Quando iniciou o trabalho com

o programa, existiam somente 6.280 agricultores

cadastrados; em um ano esse número passou para 64

mil cadastros, somente na safra de verão. “É um prazer

trabalhar com o Garantia Safra”, diz Matos.

Novos desafiosMuito querido entre os colegas da Gerência Regional

de Irecê, “Socrinha”, como é tratado carinhosamente,

afirma que sempre gostou de se lançar em desafios.

“Exerço minha profissão com amor, porque na extensão

rural ou você ama, ou você nem trabalha. Eu faço tudo

com prazer e procuro sempre me renovar”, completa.

Aos 51 anos, depois de ter vencido inúmeros

desafios na vida pessoal e profissional, foi a vez de Sócrates

surpreender a família e os amigos. A surpresa se chama

Lucas Lenine, filho do técnico nascido no início do ano,

fruto do casamento com Edna Vieira. Lucas veio trazer

novo ânimo na vida do técnico, que já é pai de Sócrates

Junior (27) e Pâmela Lúcia (26), grávida agora do primeiro

neto do técnico.

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A calmaria e o silêncio da biblioteca

foram quebrados pela presença ilustre de um

passarinho. A conversa continuou boa e agradável,

em meio a imagens de recortes de jornais e fotos

que mostram a presença marcante do engenheiro

agrônomo, formado pela Universidade Federal da

Bahia (Cruz das Almas-1973), Abílio Maia Filho, nas

ações desenvolvidas pela Empresa EBDA.

A emoção é uma marca do conquistense,

Abílio, que fala com os olhos e que não tem vergonha de chorar, nem de relembrar os momentos felizes e tristes. “Quer

me torturar? Deixe-me sozinho. Adoro pessoas”, enfatiza o técnico.

Fã da beleza e força feminina, Abílio, que é avô de três netas e pai de um casal de filhos, herdou do pai, que

foi tropeiro (homem pertencente a tropas que transportavam mercadorias), o gosto pela culinária, e trouxe da infância

a paixão pelo semiárido.

A facilidade em liderar pessoas lhe rendeu, além de cargos de direção, o privilégio de trabalhar com

verdadeiros companheiros de Extensão Rural e a felicidade de vê-los se tornando destaques e referências na Bahia e no

Brasil. “O trabalho do extensionista é um verdadeiro sacerdócio”, afirma o emocionante Abílio.

Abílio está na EBDA desde a sua fundação, em 1991. Ele entrou na Associação Nordestina de Crédito e Assistência Rural

(Ancar-BA), em 1974, que junto com outros órgãos foram incorporados e deram origem à EBDA. Desde lá assumiu

Abílio Maia:Pura emoção

Abílio Maia

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diversos cargos de liderança como: gerente regional

de Irecê (1975-1976), gerente regional de Alagoinhas

(1976-1980), gerente de Projetos das Regiões de Santa

Maria da Vitória e PEC’ Serra do Ramalho (1980-

1983), gerente dos Projetos PROFIR e SEMIÁRIDO

(1983-1984), assessor da Diretoria Técnica (1987-1989),

chefe da Assessoria de Comunicação (1989), chefe da

Divisão de Produção Animal (1992-2002), e chefe do

Departamento de Desenvolvimento da Pecuária (2002-

2011).

Segundo Abílio, a EBDA lhe proporcionou

experiências espetaculares como, por exemplo, a

recuperação da citricultura em Alagoinhas e ampliação

das fronteiras em direção ao Litoral Norte. Muitas ações,

coordenadas por Abílio, tiveram e ainda têm grande

importância para o Estado. Entre muitas se destacam a

implantação de 11 Unidades Demonstrativas do Projeto

CBL (Caatinga-Buffel-Leucena), nas principais regiões

semiáridas do Estado; do Programa de Melhoramento

Genético de Rebanho Bovino da Agricultura Familiar

(2009); e do Plano de Revitalização e Desenvolvimento

da Pecuária de Corte do Eixo de Desenvolvimento do

São Francisco (2000).

Pelo Estudo para implantação de uma

Unidade de Processamento de Papaina, no Estado da

Bahia, com participação do Tropical Development and

Research Intitute – London, Abílio recebeu uma menção

honrosa (elogio funcional), em 1985, encaminhado à

EBDA, pela Secretaria da Indústria e Comércio do Estado

da Bahia.

Trabalhando com alegria, coordenou e

organizou, junto com outros técnicos, todos os eventos do

Módulo da Pecuária, durante a Agrifam, no município de

Irecê, em 2006, fazendo diferença para o sucesso da feira.

Abílio, por mais de 20 anos, coleciona diversas publicações.

Como autor ele publicou os trabalhos: Operação de

campo (Emater, Série Métodos de Extensão, 1981) e

Alternativa para a pecuária do Semiárido (Bahia Agrícola,

1996). Já como co-autor, ele apresenta as publicações:

Acompanhamento e controle da programação física da

Emater-BA (1980), Plano Diretor Emater-BA (1985/1987),

Perfil das atividades do Projeto Semiárido no Estado

da Bahia (1983), Orientação técnica para enfrentar as

consequências do “El Niño” na Agropecuária Baiana, e

Tecnologias e práticas agrícolas de convivência com a seca

(EBDA e Fetag-BA, 1998).

O prazer de trabalhar fez Abílio trilhar por

todas essas ações e temas. Muito verdadeiro e atencioso,

conquista a todos com sua dedicação e sempre aparente

emoção.

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Uma pessoa altamente comprometida

com o desenvolvimento social e agrícola. Nascido

na cidade de São Gabriel, esse baiano forte do

semiárido se formou técnico agrícola há quase

40 anos, em 1972. Hoje, quando perguntam no

escritório da EBDA, em Bom Jesus da Lapa, qual

o técnico que conhece o Território da Cidadania

Velho Chico, em suas peculiaridades, áreas com

potencial produtivo e suas histórias com maestria,

a resposta é objetiva: Guarim Ferreira da Rocha.

Com 35 anos de dedicação plena ao serviço público e 61 anos de vida, casado, pai de três filhos, Guarim,

como é conhecido na região, começou sua carreira em 22 de janeiro de 1976, quando a atual EBDA ainda se chamava

Emater-BA, trabalhando nas cidades de Santa Maria da Vitória (onde conheceu sua amada esposa Vera Lúcia). De lá,

em 1978, foi para o escritório da Empresa, em Ribeira do Pombal, e desde 1980 trabalha, com afinco, na Gerência

Regional em Bom Jesus da Lapa.

“O meu marido é muito dedicado ao trabalho, sempre responsável e pontual. É um exemplo de pai e

marido. É tão admirado por todos que o nosso segundo filho, Pablo Alves da Rocha, também se formou técnico

agrícola, apesar de nunca ter sido induzido pelo pai,” conta emocionada a esposa Vera Lúcia.

Além de muito preocupado com a agroecologia e a situação social do homem do campo, envolvendo com isso

Um profissional consciente do papel do

homem do campo na sociedade

Guarim Ferreira

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o associativismo e cooperativismo, Guarim viu que

a pedagogia seria uma ótima oportunidade para

desenvolver sua didática de ensino e multiplicar seu

conhecimento técnico como extensionista rural. Assim

que se formou pedagogo, como reconhecimento

por seus serviços prestados à sociedade lapense, foi

convidado a trabalhar como professor de sociologia,

filosofia e técnico agrícola numa escola particular de

Bom Jesus da Lapa.

Com isso, de 1992 a 2009, Guarim cumpria

suas atribuições na EBDA durante o dia, e, após

o expediente, ia lecionar. Com a experiência de

professor pôde ampliar, na EBDA, a difusão dos seus

conhecimentos profissionais, sendo multiplicador na

formação de outros técnicos na região.

“Muito antes de se falar em cuidado com o

meio ambiente, ele já levantava essa bandeira,” afirma

seu colega de EBDA e coordenador do Pacto Federativo

no Território Velho Chico, Luis Geraldo Leão Guimarães.

Durante esses 35 anos de trabalho, a EBDA foi

crescendo e, como sempre, Guarim, muito à frente do

seu tempo, ao ouvir falar em trabalhos territoriais, foi o

primeiro a abraçar a causa, adicionando às suas atribuições

a função de coordenador do Território da Cidadania

Velho Chico, promovendo o desenvolvimento econômico

e viabilizando universalização dos programas básicos de

cidadania por meio de uma estratégia de desenvolvimento

territorial sustentável.

Sendo um exímio mobilizador social, consegue,

com sua fala inteligente e simples, a participação da

sociedade local, juntando esforços mútuos e fazendo com

que as ações entre Governo Federal, estados e municípios

cheguem a quem mais necessita.

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“O extensionista é um facilitador do

processo de desenvolvimento das comunidades

agrícolas. Além das orientações técnicas sobre

cultivos e criações, também tem os lados organizativo

e sociocultural, que são o cimento do trabalho da

extensão rural”. Com este pensamento, o técnico

agrícola da EBDA, José Milton da Silva (53), se

dedica, há 28 anos, ao nobre trabalho de Extensão

Rural.

A experiência com a agricultura familiar vem das origens. Filho, neto e bisneto de agricultores, José Milton

nasceu na Fazenda Casa Vermelha, área de reserva indígena Kiriri, no município de Ribeira do Pombal. Criado na

roça, desde cedo ele e os irmãos ajudavam ao pai nos tratos da lavoura.

Na zona rural, ainda criança, via um técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Emater-

BA) conhecido por José Pereira fazer as demonstrações de práticas agrícolas e achava aquilo fascinante. “Pensava

comigo: quero fazer isso, também quero ser um técnico agrícola”, revela. Em 1981, formou-se técnico em agropecuária

na Escola Média de Agropecuária Regional da Ceplac (EMARC), município de Uruçuca-BA.

Ingressou, em agosto de 1983, na antiga Emater-BA, para trabalhar no Projeto Especial de Colonização (PEC)

de Serra do Ramalho, um convênio entre Emater-BA e Incra para assentar as pessoas que tinham sido desalojadas

de suas terras devido à construção da barragem de Sobradinho. Morou por três anos, junto com os colonos do

Extensão Ruralcomo missão de vida

José Milton

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projeto, na agrovila localizada à margem esquerda

do Rio São Francisco. Lá, viveu com agricultores e

aprendeu a extensão rural na prática; “adquiri as bases, o

conhecimento e a experiência para ser um extensionista

de fato”, relembra José Milton.

Extensão e Comunicação Em 1986, partiu de Serra do Ramalho para

o município de Antas e, meses depois, foi transferido

para a região de Serrinha, onde permaneceu por 13

anos. Nesse período, aproximou-se de outra paixão da

infância: o rádio. José Milton conta que o rádio foi a

sua janela para o mundo. “Sentava, ouvia aos programas

e ficava imaginando aquelas cenas”. Com incentivo da

EBDA, ele e os colegas produziram por cerca de um ano

o programa Prosa Sertaneja, que era veiculado pela Rádio

Sisal de Conceição do Coité.

“Ajudar a difundir conhecimento é parte do trabalho do

extensionista e do comunicador. Gosto de socializar a

informação, de provocar o intercâmbio de saberes entre

agricultor e técnico, entre pessoas de lugares diferentes e

de diversas formações” afirma José Milton.

Essa característica, somada à experiência

adquirida em 28 anos de atuação na elaboração de projetos

e aplicação de metodologias participativas, habilitou José

Milton a participar das equipes de formação, onde pode

compartilhar os conhecimentos adquiridos com os colegas

da empresa. De volta à Ribeira do Pombal, desde 2000,

continua a atuar como extensionista, cumprindo sua

missão de semear conhecimento.

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Primeira e única. Assim é a EBDA na

vida de Arnou da Silva Dourado. Técnico Agrícola,

lotado em Irecê, 52 anos, há 34 trabalha na empresa

com paixão, dedicação, respeito e doação - elementos

fundamentais que fazem qualquer caminhada

profissional ter sucesso. O técnico, que iniciou a

carreira aos 19 anos, conta que a extinta Empresa

de Pesquisa Agropecuária da Bahia (Epaba) foi o seu

primeiro emprego, e que, durante todo esse tempo

de trabalho, a melhoria de vida dos agricultores familiares sempre foi a sua força motriz.

Com a fala simples, curta e objetiva, Arnou relembra a trajetória na EBDA, desde quando ingressou, em 4 de

abril de 1978, até os dias atuais no Centro de Formação de Agricultores Familiares de Irecê (Centrefértil), onde exerce

a função de Chefe da Seção de Campo. “Entrei na empresa lotado em Utinga, onde fiquei dois anos. Depois voltei

para Irecê, minha terra natal”, contou o técnico. Dedicado à pesquisa de campo, essa sempre foi a linha de trabalho

que seguiu. “Acho que é através da pesquisa que conseguimos oferecer ao produtor os melhores meios e tecnologias

para o desenvolvimento da agricultura e do social”, afirmou Arnou.

Foi através das pesquisas que o técnico se tornou uma referência no estado sobre o cultivo de oleaginosas

para produção de biodiesel, como a mamona e o pinhão-manso. “Quando cheguei a Irecê, a mamona estava em alta.

Hoje a gente acha que produz muito, mas eu trabalho para ver essa região produzindo como antigamente”, explicou

uma vidadedicada à agricultura

familiar baiana

Arnou da Silva

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o técnico. O casamento de Arnou com a EBDA, com

dedicação ao estudo da mamona, já rendeu bons filhos

para a agricultura. O técnico, além de contribuir com

publicações de trabalhos em eventos científicos, também

participou do desenvolvimento de algumas espécies

de mamona, como a EBDA MPA 34, que está sendo

lançada pela EBDA e oferece uma maior produtividade

para a agricultura familiar.

Atualmente, o técnico vem se dedicando

também ao estudo do fruto do Umbu. “Há dois anos

participei de um curso na Embrapa, onde assisti a uma

palestra de duas horas. Me interessei sobre o tema e

comecei a aprofundar minhas pesquisas”, ressaltou o

técnico. Somente entre os anos de 2009 e 2011, Arnou já

ministrou cerca de 50 cursos sobre o aproveitamento do

fruto do Umbu, beneficiando mais de 700 agricultores

e técnicos. “O umbu é fruto abundante no sertão, não

precisa de muita água e é totalmente agroecológico”,

disse o técnico.

Para os colegas de trabalho, Arnou é um

exemplo de profissional honesto e que veste a camisa

da empresa. “Ele não mede esforços para desempenhar

um bom trabalho, a dedicação dele é reconhecida por

todos”, afirma o chefe do Centrefértil, Raimundo Rocha.

“Eu não tomo decisões sem consultá-lo; Arnou é mais que

um amigo e parceiro, é um irmão legítimo, uma parte da

minha família”, completou Rocha.

A chefe da seção de economato do Centrefértil,

Sandra Amim, relembra que, quando conheceu Arnou,

não teve oportunidade de aproximar-se, pois devido a sua

competência e responsabilidade todos os pesquisadores

queriam tê-lo em sua equipe. “No primeiro ano que

trabalhamos juntos, quando ele saiu de férias, despediu-se

de nós numa sexta, e para nossa surpresa quando fomos

à área onde estavam os experimentos, na segunda, quem

estava lá? Arnou, que passou o mês todo visitando as

pesquisas que conduzia”, afirmou Amim.

Casado, avô de duas netas, Arnou teve dois

filhos, Débora e Diego. Na vida pessoal, o técnico toca

projetos de agroecologia em sua roça, e passa o tempo livre

com as netas. “Meu trabalho sempre será para ver minha

região crescer e prosperar. Os agricultores são o sentido do

meu ofício; é por causa deles que a gente tem ânimo para

sempre fazer um trabalho melhor”, conclui o técnico.

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Ela acorda religiosamente às 4h da

manhã, toma banho, faz o café, e prepara o almoço.

Corre para o ponto de ônibus - ainda está escuro, mas

ela não se importa -, supera tudo, tem que trabalhar,

pois não pode perder esta oportunidade. Aliás, é a

chance de trabalhar em uma grande empresa, de ser

reconhecida e ter sua liberdade financeira.

Pega a condução às 5h10 da manhã, e

o sol ainda não apareceu. O cobrador é seu amigo

e eles conversam durante toda a viagem, que dura 40 minutos entre o bairro de Castelo Branco, onde mora, e

Itapuã. Eles riem e se divertem com as situações da vida. Chega na Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola

S.A (EBDA), local onde trabalha, às 5h50, anda mais uns 500 metros até o Centro de Treinamento da empresa, e vai

direto para a copa.

O sorriso e a alegria tomam conta de Rita de Cássia Carvalho dos Santos quando entra na EBDA. Sua

função: manter as instalações da empresa em perfeito estado de limpeza e conservação. Isso ela faz, e faz muito bem.

Rita trabalha sorridente, alegre e contagiante. Começa pela limpeza da área externa e depois parte para as salas de

reuniões, vidraças, mesas, e computadores. Entra e sai de cada sala falando alegremente com os funcionários. Não tem

quem não receba seu “bom-dia” alegre e não se contagie com o seu entusiasmo.

Rita é proativa. Mesmo com todas as suas atribuições, arruma tempo para fazer o café mais famoso da EBDA. Não

A determinaçãoe garra de Rita de Cássia

Rita de Cássia

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é sua esta obrigação, mas, faz com prazer. Ela sabe que

as pessoas gostam do seu cafezinho e prepara com

carinho. “O segredo do meu café é fazer de bom grado,

com amor. Não faço por obrigação, mas, sim, para ver

as pessoas mais satisfeitas no ambiente de trabalho. Isso

não toma quase nada do meu tempo,” diz Rita, que

chega a fazer 20 garrafas de café, por dia.

Ao final do experiente, corre novamente para

o ponto de ônibus, pois precisa pegar a condução para

ir para a escola. Está lutando para mudar os rumos

da própria vida, cursando o 2º ano do ensino médio,

esperando concluir o 2º grau, em 2012. Sabe que a

educação é importante e quer dar exemplo para o seu

único filho, Ubiraci, de 22 anos.

Nos finais de semana, Rita se distrai indo

à casa dos irmãos e visitando os amigos, aos sábados,

enquanto o domingo é reservado para ir à Igreja. Ela crê

que precisa de Deus na sua caminhada para vencer na

vida, por isso frequenta a Igreja Assembléia de Deus, onde

se sente bem.

Rita de Cássia faz parte do quadro de

colaboradores da EBDA, através de uma empresa

terceirizada, e tem papel fundamental na manutenção

e ordem da Empresa. Como ela mesma afirma, é

uma vencedora, não por ter dinheiro, casa, roupa ou

jóias, mas sim, por ter superado todas as dificuldades

impostas pela vida.

Não sabemos até quando teremos Rita conosco,

mas sabemos, com certeza, que a sua permanência na

EBDA é um exemplo a ser seguido de determinação, boa

vontade, solidariedade, simpatia e o mais importante, de

amor ao próximo.

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É impossível conviver com Rogério

Figueiredo de Oliveira (49), e ficar indiferente.

Bacharel em contabilidade, funcionário da EBDA

desde 1982, de sorriso largo, com muita simpatia,

garra e disposição, é o tipo de gente que encanta e

com quem se passa horas conversando. Casado com

Maria Isabel Lopes de Oliveira, há 20 anos, é pai

de 16 filhos, sendo que apenas dois são biológicos.

Um exemplo de solidariedade, boa vontade,

desprendimento e, sobretudo, amor.

Talvez a experiência de criar tantas crianças, tenha contribuído para que Rogério ampliasse a sua sensibilidade

para com o seu semelhante e também para com a natureza. Tanto que, há três anos, após apresentar um projeto de

estande para a Gerência Regional de Feira de Santana, tornou-se peça fundamental na engrenagem da participação da

EBDA em eventos como a Fenagro e a ExpoFeira. Hoje, quando se fala em montar espaços com mais interatividade

e que se aproxime do gosto do público, Rogério é logo convidado a discutir as inovações para cada feira ou exposição.

Mas, nem por isso ele quer para si os louros, e a todo o momento lembra colegas e amigos que caminham ao seu lado,

e fazem parte da sua história.

Homem com muita humildade, apaixonado pela vida no campo, que mantém os pés no chão e, algumas

vezes, literalmente, na estrada, construindo sua história. Há quase 30 anos ingressou na EBDA como auxiliar de

fazer o bemé uma filosofia

de vida

Rogério Figueredo

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escritório, em Santo Estêvão. Em 1984, passou a

técnico administrativo, em Cruz das Almas, em 1990

foi convocado a ser subgerente, em Itabuna; em 1994,

exerceu o mesmo cargo em Feira de Santana, até 2006,

quando retornou para Santo Estêvão.

Mas as promoções não pararam de chegar.

Em 2007, foi convidado, pela diretoria da Empresa,

para atuar como assessor, junto ao Departamento de

Orçamento Financeiro (DOF), e, em 2008, assumiu a

parte orçamentária e financeira da Gerência de Feira de

Santana, onde permanece até hoje.

Rogério Figueiredo de Oliveira é Gente Nossa

porque constrói a EBDA com o coração e sabe que

nunca é tarde para mudar de atitude, para se interessar,

verdadeiramente, pelo seu semelhante.

Fazer o bem não é um dom; é um exercício, uma atitude.

Rogério é um homem de bem, é um homem de atitude.

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Era o dia 1° de setembro de 1975. No

mês em que inicia a primavera, chegou para seu

primeiro dia de trabalho, no primeiro emprego da

sua vida, Edméia Correia Neves. “Lembro-me como

se fosse hoje! Eu chegando e me apresentando, com

uma cartinha na mão e cheia de energia”, recordou

a assistente administrativa, lotada na Gerência

Regional de Ribeira de Pombal.

Natural de Cícero Dantas, Edméia (65)

chegou à Ribeira do Pombal muito jovem, para completar os estudos em magistério. Prestou concurso público e foi

aprovada para trabalhar na Empresa de Crédito e Extensão Rural da Bahia (Emcerba), que depois se transformou na

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Ematerba) e, finalmente, EBDA. Durante seus 36 anos

no serviço público, testemunhou todas essas mudanças, sempre como funcionária exemplar.

“Gosto do trabalho, das pessoas que conheço aqui, e nem vejo o tempo passar”, assegura Edméia, através do

sorriso franco e cativante que possui. Foi na EBDA que amadureceu em sua carreira. “Tudo que sei, aprendi aqui, e

pretendo continuar trabalhando ainda por muito tempo, enquanto Deus permitir”, garante Ediméia.

É difícil encontrar alguém da EBDA que já tenha passado pela região de Ribeira do Pombal e não conheça

Méia, como é chamada carinhosamente pelos colegas. “Quando cheguei para trabalhar na região, em 1981, foi Edméia

que me recebeu, com muita alegria. No período em que fui gerente da Regional, entre 87 e 89, ela era meus braços e

Profissionalde valor inestimável

Edméia Correia Neves

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minhas mãos”, afirmou o agrônomo Antônio Mendes,

que atualmente é chefe da Estação Experimental de

Nova Soure.

Seu trabalho requer muita responsabilidade

e organização; por Edméia passam os documentos

dos 10 Escritórios Locais, 3 Postos Avançados e da

Estação Experimental, presentes nos 15 municípios

compreendidos pela atuação da Gerência de Ribeira

do Pombal, além das subgerências de Pesquisa e de

Extensão e do Centro de Treinamento, que funcionam

na própria gerência. Também é Méia que atende aos

telefones e resolve muitos problemas administrativos.

“Sempre estive nessa posição de elo, entre o gerente

regional, os funcionários e o público externo. É preciso

atenção, paciência e jogo de cintura para lidar com as

situações do dia a dia”, conta Edméia.

É relevante sua capacidade em se relacionar com

as pessoas, aliás, é destacada como uma das principais

qualidades da assistente administrativa. Todos os

funcionários, dos mais antigos aos novatos, reconhecem

a importância e competência desta profissional. Por esse

motivo, recebeu da Gerência Regional a justa homenagem

de Funcionária do Ano, em 2011, e a EBDA tem orgulho

em dizer que Méia é “Gente Nossa”.

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A dedicação à assistência técnica e a

pesquisa já renderam a Humberto Carvalho muitas

homenagens. Carvalho é natural do município de

Urandi, no sudoeste da Bahia, mas, foi adotado por

Boninal, ganhando o título de cidadão da cidade,

devido a pedido dos agricultores familiares do local.

O trabalho desenvolvido com afinco à cultura do

alho rendeu ao profissional alguns prêmios da

Embrapa. A ação foi divulgada em jornais como

Estado de São Paulo, A Tarde e Diário Oficial.

Humberto é um dos técnicos da EBDA que inspira os colegas através do que faz. “Eu admiro todo o trabalho

deste colega que só trouxe resultados positivos para nossa região. Espero, com o tempo, conquistar o mesmo prestígio”,

afirma o engenheiro agrônomo da EBDA de Boninal, Janderson Almeida. “Um dos melhores conhecedores da

cultura do alho do Nordeste, merece nossa credibilidade por fazer um excelente trabalho, em parceria conosco”,

destaca Francisco Vilela, pesquisador da Embrapa.

Mesmo com todo reconhecimento Humberto não se acomodou. Em março deste ano, ele inicia o curso

superior de gestão ambiental, na Unopar de Seabra. “Acredito que para dar maior credibilidade as minhas ações, é

preciso que eu tenha uma graduação. Desta forma posso melhorar meu desempenho profissional e, possivelmente,

terei mais espaço na minha atuação”, declarou.

Dedicação e conhecimento a serviço

da agricultura

Humberto Carvalho

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Um exemplo de profissional para os colegas, Humberto

é casado, pai de três filhos e avô de um neto. Após

concluir o Curso Técnico em Agropecuária, pelo

Instituto de Educação Anísio Teixeira, em Caetité, em

1978, foi trabalhar em uma empresa de reflorestamento,

em Minas Gerais. Em 1982, foi aprovado no concurso

da então Empresa de Assistência Técnica e Extensão

Rural da Bahia (Emater-BA), que deu origem a EBDA.

No ano seguinte, foi transferido para o

município de Boninal, onde iniciou o trabalho com

o cultivo de alho, pimentão e do tomate. Por todo

este conhecimento sobre estas produções, o técnico

recebeu um convite para trabalhar em parceria com a

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa

– Hortaliças), período em que começou a se especializar na

cultura do alho.

Neste período, Carvalho inovou os trabalhos

com o alho vernalizado (processo pela qual a semente do

alho passa em uma câmara fria, a uma temperatura 3°C a

4°C, durante 50 dias, com o objetivo de encurtar seu ciclo)

e livre de vírus, elevando a produção e produtividade da

cultura, além de colaborar com o aumento de produção e

competitividade da hortaliça.

Hoje, com 29 anos de EBDA, Humberto é Gente Nossa

e faria tudo de novo. “É muito gratificante olhar para

trás e ver o quanto eu colaborei para o desenvolvimento

sustentável, da minha região e do Estado” analisa.

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Defensora do serviço público, Maria

Joana da Silva, 61 anos, nome de santa e

guerreira, reconhece que alguns de seus colegas

a chamam de “Cri Cri e Operação Pente Fino”,

mas nenhum deles tem do que reclamar de sua

atuação como funcionária e colega na EBDA.

Justa e trabalhadora, essa baiana de fibra nasceu

na cidade de Macaúbas, e aos 6 anos de idade foi

morar no povoado de Porto Novo, município de

Santana, onde cursou o primário.

Foi morar em Bom Jesus da Lapa, em 1966, onde cursou o ensino fundamental e médio, no Colégio São

Vicente de Paulo, e, em 03 de janeiro de 1978, foi efetivada como auxiliar de escritório, atuando na cidade de Santa

Maria da Vitória, na então Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Emater-BA). De lá para cá,

atuou como escriturária, até 1982, na Gerência Regional, e em 83, ainda em Santa Maria da Vitória, tornou-se auxiliar

de administração. “Não imaginava que iria trabalhar no setor financeiro da empresa; aprendi a função na base do

esforço e, agora, adoro o que faço,” conta Maria Joana.

A partir de 87, pediu transferência para trabalhar na mesma função, em Bom Jesus da Lapa. Em 09 de

janeiro de 1990 foi para Oliveira dos Brejinhos, retornando para a “capital baiana da fé”, em 94. Sempre disposta,

Maria Joana aceitou mais um teste em sua vida profissional, e em 2000, foi trabalhar em Paratinga, até retornar para

“aprendi minha funçãona raça, e hoje adoro

o que faço”

Maria Joana da Silva

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Bom Jesus da Lapa, em 2008, onde está até hoje.

“Sou muito grata aos meus colegas de trabalho,

principalmente a Maria do Carmo Vilas Boas Mendes,

Maria José, Jaciara e tantos outros que me orientam e

confiam no meu trabalho. Muita gente contribuiu para

a formação da profissional que sou. A Ailton Gomes

Evangelistas (in memorian), meu muito obrigada!”,

conta emocionada Maria Joana.

Ela colaborou com os colegas da sede, auxiliando na

análise de prestação de contas, de outras gerências,

entre os anos de 1985 a 2008. “Isto sempre ocorria no

final de ano, para encerramento do exercício, o que me

proporcionou um grande aprendizado”, disse Joana.

Também já assumiu, por diversas vezes, a subgerência

da EBDA de Bom Jesus da Lapa, quando os titulares

encontravam-se em gozo de férias.

Seu reconhecimento entre os colegas vem

da dedicação e afinco com que trabalha. Entre muitas

mudanças na vida, Maria Joana casou, teve três filhos: Yuri

(37), hoje pedagogo, Ivna Herbênia (32), administradora, e

o caçula, Ielson José (29), que estuda engenharia ambiental

e sanitária, em Salvador.

Hoje, divorciada, e estabilizada no emprego, ela

buscou realizar um sonho antigo: aproveitou a implantação

de um Núcleo Universitário, em Bom Jesus da Lapa, e

cursou Filosofia, formando-se em 2007.

“Maria Joana é a pessoa que mais veste a camisa da EBDA,

na região, coerente e com sua postura ética e profissional

invejáveis; ela conhece a realidade da empresa, é corajosa,

fala a verdade, doa a quem doer, e se preocupa com os

colegas como uma mãe”, conta a gerente regional, Ivani

Pereira Santos.

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É assim que os colegas da Gerência

Regional de Itabuna definem o técnico em

agropecuária, Nelson Fernandes Moura (57), um

modelo de extensionista a ser seguido pelos jovens

que ingressam na empresa. E acrescentam: “ele

é humano, solidário e, acima de tudo, amigo”.

O comprometimento de quase 32 anos com

o trabalho faz desse cidadão mais um “Gente

Nossa”.

A história traçada por esse extensionista

tem razão de ser. Durante toda a sua infância e parte da adolescência, ele morou na roça, no município de Igaporã, no

sudoeste da Bahia, onde ajudava o pai na lida, e com isso adquiriu uma percepção sobre as questões relacionadas ao

homem do campo, à produção rural e à natureza. Essa experiência norteou toda a sua vida. Primeiro, na opção pelo

curso técnico em agropecuária, prestado no Instituto de Educação Anísio Teixeira (IAT), no município de Caetité.

Na profissão, sua primeira experiência foi em uma agência financeira da região, quando, por indicação

da diretora da Escola, assumiu a Carteira Agrícola. Em 1980, ingressou na extinta Emater-Ba, como extensionista

rural, através de concurso público. Designado para trabalhar no município de Conceição do Almeida, logo no início

pôde demonstrar a sua principal característica de trabalho: a ousadia em inovar para melhorar as condições sócio-

econômicas dos agricultores assistidos.

Um profissional grandioso, ético, e fiel

ao trabalho

Nelson Fernandes Moura

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“Fizemos um trabalho de arrepiar em 32

comunidades, em Conceição do Almeida. Todas foram

cuidadosamente diagnosticadas, após um levantamento

fantástico que desenvolvemos”, conta o entusiasmado

Nelson, com a humildade de quem sempre conjuga

o verbo na primeira pessoa do plural. Ele lembra

que, mesmo antes de o governo criar programas para

construção de casas populares na zona rural, apresentou

projetos ao banco, para financiar moradia. “As casinhas

foram construídas, com banheiro dentro de casa, e com

saneamento. Era uma felicidade ver aquele povo todo

satisfeito”, diz Nelson.

Com uma impressionante memória para

datas, Nelson relata que em 1996 apoiou a abertura

do Escritório Local de Camamu, na época, ligado à

Gerência de Cruz das Almas. “Viajava com frequência

a Camamu, para auxiliar a chefe, Ana Cristina, na

elaboração de projetos e outros serviços”, relembra.

Em 1997, o estudo do filho Karlyle, em Caetité, fez o

técnico optar pela transferência para o Escritório de

Ibicaraí, ligado à Gerência Regional de Itabuna. “Ele

não aguentava mais ficar longe da família. Então resolvi

mudar para Ibicaraí, porque ficava próximo dele”, conta

Nelson, pai também de Gissele (34) e Chiara (31), e avô

de Tauã (16).

Em Ibicaraí, uma história de extensão rural

emociona Nelson. “Devolvemos a dignidade a uma família

que havia abandonado a roça para tentar vida melhor na

cidade, sem sucesso. Fizemos uma horta, com uma grande

variedade de legumes, e mostramos que era possível extrair

renda daquele local. Em pouco tempo é dedicada ao

campo; a vida daquela família mudou”, diz Nelson.

Surgiu, então, a oportunidade de nova transferência,

desta vez, para a Gerência de Itabuna, onde ainda é

lotado. É difícil encontrá-lo, pois a maior parte do tempo

está no campo, trabalhando com pecuária de leite, em

45 propriedades de agricultores familiares. A confiança

adquirida por Moura junto aos agricultores familiares

é o sonho de todo extensionista. “Aqui, quem comanda

a gente é Nelson”, diz o agricultor José Pereira de Souza,

demonstrando a tranquilidade e segurança em aplicar os

ensinamentos do técnico e amigo, que conseguiu dobrar a

produção de leite da sua propriedade.

“Quando eu olho para trás e vejo todo o trabalho

que a empresa me permitiu desenvolver, eu tenho a plena

convicção que conseguimos ajudar muita gente. E ainda

vou fazer muito mais”, concluiu Nelson que, ainda este

ano, completa 35 anos de contribuição previdenciária,

porém longe de parar suas atividades.

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No ano de 1985, após concluir o curso

de Engenharia Agrícola, o paraibano de Cajazeiras,

José Linz Maciel, decidiu prestar concurso para a

vaga de pesquisador que era oferecida pela Empresa

de Pesquisa Agropecuária da Bahia (Epaba), atual

Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola

S.A. (EBDA). Os trabalhos eram realizados no, até

então desconhecido município de Sobradinho.

O jovem, recém-formado, foi aprovado no teste e

mudou-se, imediatamente, para a Bahia, e começou a atuar em pesquisa na área de fruticultura, adotando o trabalho

no seu coração, e a “Boa Terra”, como sua casa.

Hoje, aos 58 anos de idade, casado com Elane Maria e pai de Camila Tássia e Carina Helena, Maciel lembra

o início de sua carreira como pesquisador. “A unidade de pesquisa de Sobradinho estava sendo implantada, então

pensei! Eis aí uma excelente oportunidade para o meu crescimento profissional; não hesitei, vim para a Bahia cheio de

sonhos e muita energia”, lembra. A aposta do pesquisador deu certo: “agradeço a Deus, todos os dias, por trabalhar

fazendo o que mais gosto, que é com pesquisa na agricultura; sou muito feliz e se tivesse que escolher, faria tudo de

novo”, lembra o pesquisador, emocionado.

Conhecido pelos colegas da EBDA como um grande apreciador dos livros e um verdadeiro disseminador de

conhecimentos, Zé Lins jamais deixou de estar antenado com as novidades técnicas que surgiam sobre a agricultura

Um paraibano que adotou a pesquisa agrícola baiana

como sentido de vida profissional

José Lins Maciel

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irrigada. Prova disso foi a conclusão nos cursos de

mestrado e doutorado em Irrigação e Drenagem,

realizados nas Universidades Federais do Ceará (UFC),

e da Paraíba (UFPB), respectivamente.

Da Epaba, até os dias atuais, já se passaram

26 anos, todos destinados à pesquisa agrícola, e Zé

Linz reconhece ter adquirido, nesse período, vastas

experiências teóricas e práticas. “Aprendi muito com os

trabalhos de campo da EBDA; aqui também conquistei

bons amigos; tenho a empresa como uma extensão da

minha casa”, comentou Linz.

O pesquisador realiza, atualmente, na estação

Experimental da EBDA em Pilar, pesquisas com as

culturas do café, banana e cacau. Já na Unidade de

Pesquisa de Juazeiro, os trabalhos são com pinha,

atemóia, melão e cebola, utilizando a irrigação como

tecnologia primordial.

“Sinto-me bem quando chego à EBDA, todas

as manhãs, revejo os amigos de trabalho, que conquistei

durante todo esse tempo; mas, o que me realiza mesmo,

e me deixa extremamente feliz, é estar no campo, junto

com as plantas”, explica Zé Lins, concluindo: “nasci

para o mundo rural; não sei o que eu seria se não fosse um

homem voltado para o campo. Quanto à EBDA, sempre

esteve comigo nesse momento ímpar da minha vida”.

Sempre inovando em suas pesquisas, o que o torna uma

pessoa diferenciada, José Linz está atualmente empenhado

em produzir variedades de café, em pleno semiárido

baiano. De início, foi muito questionado, já que o clima

mais adequado para a cultura do café nada se assemelha

com a realidade da região. Porém, em suas pesquisas, ele

vem provando que isto é possível, sim.

“Os trabalhos estão sendo realizados com

variedades dos tipos Arábica e Conilon. Essa última, em

altitudes de 400 metros acima do nível do mar, e com um

bom sistema de irrigação, já é possível produzir mudas. Já a

variedade Arábica, só a partir de 600 metros acima do nível

do mar, é possível o mesmo resultado. Tudo isso ainda

está em fase de experimentos, mas, são essas descobertas,

através de testes de campo, que tornam a pesquisa, para

mim, tão apaixonante”, exemplificou Linz.

Por tamanhos serviços prestados, realizados com

total dedicação e empenho, a EBDA tem o prazer em

ratificar que Zé Linz é “Gente Nossa”.

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Atender, defender e apoiar os

agricultores familiares. Esta é a pauta de trabalho

de Gerval Teófilo Brito das Neves, técnico

agrícola e extensionista da EBDA, que há 29 anos

dedica sua vida ao progresso e desenvolvimento

da agricultura familiar e, em particular, do

guaraná, no estado da Bahia.

Nascido no município de Amélia

Rodrigues, casado com Maria José Pereira

Nascimento e pai de Maeva (16) e Gerval

Júnior (07), este profissional tem por sua família

verdadeiro amor e zelo. Há 14 anos, Téofilo abraçou o município de Taperoá, no Território de Cidadania Baixo Sul

do Estado, como sua segunda casa, cultivando ali amigos e parceiros no seu dia-a-dia.

Gerval possui um currículo invejável. Formou-se Técnico em Agropecuária, na Escola Agrotécnica Federal

de Catu, em 1983, tornou-se bacharel em Pedagogia Empresarial, pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB), e

possui especialização em Metodologia do Ensino Superior.

Sempre pronto a ajudar, é bravo lutador das causas do guaraná, na Bahia, comprometido com a cultura

em Taperoá, e atualmente é membro da Câmara Setorial do Guaraná da Bahia, onde luta para o desenvolvimento

e expansão da cultura. Conhecido por ter uma personalidade calma e serena, e ser um profissional eficiente em suas

atividades, Gerval conquistou, ao longo dos anos, o coração dos pescadores artesanais, comunidades quilombolas

“Escudeiro valente”em defesa do guaraná

da Bahia

José Teófilo Brito das Neves

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39

e agricultores familiares da região.

Depoimentos espontâneos surgem para falar deste

profissional, a exemplo de sua equipe técnica, que diz: “o

sentimento que nós temos por este líder é de profunda

admiração e respeito. Gerval é nosso companheiro de

lutas, sensível as nossas causas, e responsável por nosso

crescimento profissional e pessoal”, declarou a equipe

técnica da Casa da Agricultura Familiar de Taperoá.

“Conferir uma homenagem a essa pessoa,

que é excelente filho, marido, pai, amigo, colega e

profissional, é reconhecer em Gerval valores que só

são encontrados em pessoas de espírito elevado, que

vive a vida a ajudar os que mais precisam,” comentou

o agricultor familiar Norival Vieira da Silva, assistido

pelo técnico, em Taperoá.

Conhecido como o maior produtor de

guaraná do Brasil, Taperoá possui 1.700 hectares de

área plantada, produção anual de, aproximadamente,

800 toneladas, e produtividade de 430 kg de grãos,

por hectare. Esses números são fruto de um trabalho

permanente da equipe de Assistência Técnica e Extensão

Rural (Ater), liderada por Gerval Teófilo.

Preocupado com a qualidade do guaraná

produzido em sua região, Gerval também é responsável

por trabalhos de pesquisa, que buscam obter os resultados

dos teores de umidade e de cafeína do guaraná produzido

pelos agricultores familiares de Taperoá, assistidos pela

EBDA.

É essa fibra, caráter sólido, humildade, boa

vontade e dedicação profissional que fazem deste forte

escudeiro do guaraná da Bahia mais um Gente Nossa, na

EBDA.

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A sabedoria de mulheres como Nágila

Maria Leite Caldas Pereira não está apenas ligada

ao conhecimento, mas também em sentir que sua

fonte de inspiração e trabalho são as mulheres

rurais, que lutam pelo sustento de suas família.

Com a cabeça sempre fervilhando com ideias,

busca levar à mulher do campo informações

com o propósito incessante de resgatar a sua

dignidade e cidadania.

Como articuladora estadual da Rede

Temática de Assistência Técnica e Extensão

Rural para Mulheres Rurais, há cinco anos atua na Assessoria de Assuntos Estratégicos (AAE), na sede da EBDA,

em Salvador, com o objetivo de inserir, nas ações da empresa, atividades voltadas para o desenvolvimento das

agricultoras familiares baianas.

Nascida em Vassouras e criada em Paraíba do Sul, cidades do interior do Rio de Janeiro, sua história

mostra que novas experiências não lhe provocam medo. Com respeito e ponderação, ela busca conquistar o seu

sucesso pessoal e profissional. Sempre disposta a ajudar também não se intimida em pedir ajuda, quando preciso.

Com estes princípios, ingressou no curso de Economia Doméstica, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em

Minas Gerais. No dia 27 de julho de 1983, três dias após a sua formatura, Nágila chegou à Bahia, onde assumiu

a vaga de economista doméstica, na então Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado da Bahia

Uma história real de dedicação e amor à

extensão rural

Nágila Maria Leite Caldas Pereira

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(Emater-BA), atual EBDA, conquistada em processo

seletivo, realizado na própria universidade.

Designada para trabalhar no Escritório

Local de Heliópolis, localizado na região de Ribeira

do Pombal, no semiárido baiano, Nágila diz que este

foi um dos melhores períodos da sua vida, quando

viveu em contato direto com as famílias rurais, mas,

também, onde conheceu o seu marido.

Durante quatro anos, nas tantas idas e vindas

para Heliópolis, sempre que passava por Alagoinhas

desejava, intensamente, trabalhar nessa localidade,

sonho este, concretizado, onde viveu durante 19 anos.

Aí, atuou como assessora da Gerência e depois tornou-

se subgerente de Administração e Finanças. Após 10

anos na subgerência, voltou a exercer atividades como

técnica em desenvolvimento rural, ocupando também

a instrutoria em associativismo e cooperativismo, no

Centro de Formação de Agricultores Familiares de

Aramari (Centreleite), no próprio município.

Alagoinhas também foi palco de suas maiores

realizações pessoais. Em 1986, de tão apaixonada pela

extensão rural, casou-se com o engenheiro agrônomo

e extensionista, também da EBDA, Nilton Caldas,

com quem teve duas filhas, Tamara (22) e Manuela

(19), atualmente estudantes de direito e de medicina,

respectivamente. Segundo elas, Nágila é uma incansável

batalhadora pela vida e pelos seus sonhos, além de

exemplo de mulher, pois sempre soube conciliar sua vida

familiar com a profissional.

Em 2005, ainda em Alagoinhas, concluiu uma

especialização em Gestão de Pessoa. No ano seguinte foi

transferida para Salvador, servindo ao Departamento

de Orçamento e Finanças (DOF), e, posteriormente,

lotada na AAE, onde, além de operar com as mulheres

rurais, realiza e acompanha a execução de projetos para as

Chamadas Públicas, como parte das atividades no Plano

Brasil sem Miséria, do Governo Federal.

Trabalhar junto ao homem do campo só aumentou a

paixão dessa extensionista pelas ações de fortalecimento

da agricultura familiar e, em particular, da mulher rural,

suas lutas e ideais.

“Fazer diferente – Uma questão de gênero” é

a temática trabalhada por Nágila em apoio às mulheres,

e que também se aplica a ela, Gente Nossa, que faz a

diferença na EBDA.

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Desde a juventude, sempre interessada

pelos ideais socialistas, a engenheira agrônoma

Edilza dos Reis Silva tornou-se uma militante das

transformações sociais e, em especial, na busca

pelas conquistas femininas. Exemplo de mulher

que ganhou força dentro e fora do lar passou a

ser a chefe de família, conquistou o mercado de

trabalho, atuando há mais de 30 anos ao lado

do agricultor familiar. Nos últimos cinco anos,

Edilza Reis é a gestora da Gerência Regional da

EBDA, em Feira de Santana.

Em 1981, formou-se na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e, após dois meses,

ingressou, aos 22 anos, através de um processo seletivo, na Ematerba, atual EBDA. Desde então, sua luta é em prol

dos agricultores familiares, associações e sindicatos rurais, em busca do desenvolvimento e fortalecimento do setor

agrícola.

Nascida em 1958, viveu por 18 anos na região sudoeste da Bahia. Em três deles, trabalhou no Escritório

Local de Anagé. Em seguida, foi transferida para a Gerência Regional de Vitória da Conquista, onde atuou durante

15 anos. Só em 1998, o destino de Edilza a levou para Feira de Santana, quando, por nove anos, assumiu, na

EBDA, a responsabilidade técnica do Laboratório Oficial de Análise de Sementes. Foi também em 98 que decidiu

retomar aos estudos e concluiu o mestrado em Ciências Agrárias, na UFRB, e, em 2006, se especializou em Gestão

marcante na luta pela cidadania no campo

Edilza Reis

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Ambiental, pela Faculdade de Tecnologia e Ciências

(FTC), de Feira.

No decorrer deste tempo, também foi

instrutora nas áreas de agroecologia, mecanização

agrícola e em questões relacionadas ao meio ambiente.

Também colaborou com o Projeto de Horticultura

Irrigada da Bacia Sedimentada de Tucano, capacitando

os agricultores envolvidos.

Em meio a tantos profissionais do sexo

masculino, entre eles, engenheiros agrônomos,

veterinários e técnicos agrícolas, o seu perfil de

liderança e independência, somado à sua energia,

levou-a a se tornar a segunda mulher a ocupar o cargo

de gerente Regional, dentro da EBDA. Segundo Edilza,

este momento foi marcante na sua vida profissional.

As qualidades técnicas da gerente se somam a sua

doação à empresa e às suas funções. Ela acredita que,

através da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater),

contínua, é possível mudar a realidade rural brasileira.

Sempre otimista, ela vem transformando as ações da

região e dando visibilidade à empresa com uma gestão

eficiente e inovadora, sempre disposta a assumir novos

compromissos.

A mais velha de quatro irmãos, tem dois filhos

e dois netos, e é uma mulher que não tem medo de

desafios e reconhece que tudo que construiu foi através

da sua dedicação à EBDA. Essa agrônoma encara as suas

atividades - mãe, avó, dona de casa, profissional e atuante

política -, sem esquecer a vaidade. Contemporânea e

inteligente é uma formadora de opinião, líder, e, ainda

assim, não deixa de ser vaidosa. Muitas vezes, sensível,

é acima de tudo uma guerreira que sabe o que quer, por

isso, é Gente Nossa na EBDA.

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Querido por todos os colegas e,

principalmente, pelo seu público, os agricultores

familiares, o técnico agrícola José Júlio Souza

Castro nasceu no distrito de Duas Serras,

município de Antas, no nordeste baiano. O filho

dos agricultores Júlio Oliveira Castro e Valdete

Souza Castro tem uma história que enche de

orgulho os seus colegas. “O modo que ele trata

os colegas e os agricultores é incrível. A gente

não encontra um homem digno, como ele, em

qualquer local de trabalho”, declarou o técnico agrícola da EBDA, Jason Calisto.

Júlio da EBDA, como é conhecido por todos, se formou na Escola Agrotécnica de Ribeira do Pombal,

em 1982, ano em que seu primeiro filho nasceu. Logo ele prestou concurso para a antiga Empresa de Assistência

Técnica e Extensão Rural da Bahia (Ematerba), e foi convocado para trabalhar em 1985. Encantado com as

peculiaridades da Chapada Diamantina, ele escolheu como sua primeira lotação o município de Boninal.

Nos quatro anos que trabalhou, em Boninal, foi o suficiente para galgar um grande amadurecimento na esfera

agrícola. Júlio colocou em prática o que já possuía na teoria, o que levou a elaborar uma série de projetos

agropecuários em toda extensão do município, com o associativismo. Um dos projetos mais visado foi a 1ª Festa

do Alho.

Técnico da EBDA é admirado por ser

agraciado com dois títulos de cidadão

José Júlio Souza Castro

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Em 1989, foi transferido para Seabra, cidade onde

conquistou uma maior integração com os agricultores

familiares, através do desenvolvimento de projetos,

participando ativamente do cotidiano destes. E foi

lá que ele implantou o Projeto Minhocário Prata,

na comunidade da Prata, onde também prestou

assistência para o cultivo da agricultura orgânica.

Em outras comunidades, Júlio incentivou

o associativismo e a implantação de campos das

culturas do tomate e do mamão. Por estes motivos,

os agricultores familiares do município fizeram um

abaixo-assinado, com 985 assinaturas, e enviado para a

Câmara Municipal de Seabra, para que o técnico fosse

agraciado com o título de cidadão seabrense, em 1997.

Pelo reconhecimento dos serviços prestados em

Seabra, solicitado pelo antigo prefeito de Palmeiras,

Carlos Lopes, Júlio foi transferido para sua terceira

cidade, através de um convênio de cooperação técnica

entre a EBDA e a prefeitura, em 2001.

Em Palmeiras, Júlio desenvolveu projetos e

trabalhou em prol dos agricultores familiares. Foram

criadas várias Associações de Desenvolvimento

Comunitário, sem deixar de prestar assistências às

associações existentes. Foi nesta cidade que ele fez o

levantamento e cadastramento das comunidades que

precisavam de energia elétrica, através do Programa

Luz Para Todos, do Governo Federal.

Por realizar tantas façanhas no meio rural, através de

incentivos e orientações aos agricultores familiares de

Palmeiras, Júlio recebeu seu segundo título de cidadão.

Desta vez, os agricultores conseguiram 395 assinaturas

para que fosse aprovado o título de cidadão palmeirense

ao nosso querido técnico.

Hoje, casado e com cinco filhos, Júlio continua

lotado em Palmeiras, mas, também, presta serviço ao

município de Souto Soares, através de um convênio

de cooperação técnica com a prefeitura, solicitado pelo

atual prefeito, Amarildo Neves. Neste município Júlio

continua desenvolvendo seus trabalhos, focando no

associativismo, na emissão da Declaração de Aptidão ao

Pronaf (DAP) e na elaboração de projetos do Programa

Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf), do Programa

de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional

de Alimentação Escola (Pnae), gerando emprego e renda

para os agricultores do município.

De acordo com o Secretário de Agricultura de Souto

Soares, Apolonio Gaspar, Júlio tem grande chance de

receber seu terceiro título de cidadão. “Nunca existiu um

técnico tão dedicado como Júlio. Ele tem uma afinidade

muito grande com os agricultores familiares, daqui, além

de ser muito querido”, disse Gaspar.

Por esses e outros motivos, Júlio Castro não é só gente

nossa, ele é gente que faz, ele é gente do Povo!

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A vida profissional de Paulo José

Carilo de Oliveira (59) começou a ser traçada no

dia em que ele ingressou na extinta Emater-Ba

(hoje EBDA), um ano após concluir o curso de

engenharia agronômica, na Escola de Agronomia

da Universidade Federal da Bahia, em Cruz das

Almas. O ano era 1982, e ele estava com 29 anos

de idade. De lá para cá, já são quase 30 anos

no primeiro e único emprego de sua vida. Essa

trajetória profissional, desenhada com muito

comprometimento e dedicação à agricultura, faz

de Paulo Carilo mais um Gente Nossa.

Foi em Buerarema, cidade que o acolheu aos cinco anos de idade, que Carilo realizou um dos projetos de

maior destaque em sua carreira profissional. Ele colaborou, decisivamente, para o desenvolvimento da cadeia produtiva

da mandioca, no município, que hoje é conhecido nacionalmente pela qualidade da farinha produzida.

O grande defensor da farinha de Buerarema, como é conhecido entre os colegas de trabalho, elaborou e

acompanhou o projeto que contemplou a construção de duas casas de farinha, modernas e totalmente equipadas, uma

unidade de embalagem e armazenamento, um caminhão, um automóvel, uma moto e equipamentos de escritório.

A atividade agrícola melhorou a vida dos agricultores envolvidos no projeto e deu maior visibilidade ao produto. “A

farinha de Buerarema é a melhor do Brasil e quiçá do mundo”, frase que Carilo repete constantemente. Para motivar os

agricultores a utilizarem as tecnologias disponíveis, Paulo Carilo lançou até um concurso de melhor produtividade de

o homem que soube usar a régua e compasso que a

vida lhe ofereceu

Paulo José Carilo de Oliveira

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mandioca, e, hoje, os produtores dominam as técnicas

de plantio e de produção.

Foi também em Buerarema que Paulo Carilo construiu

a sua família, e lá, vive até hoje com a esposa, Vera Lúcia

Kruschewsky, e os dois filhos, Phillipe, de 24 anos, e

Paulo Júnior, de 22 - que ganhou o mesmo nome do

pai por terem nascido na mesma data: 10 de maio -.

Muito unido à família, o primogênito dos seis filhos de

Aurino José de Oliveira e Dolores Carilo de Oliveira,

faz questão de manter também os irmãos por perto e

apenas um deles não mora mais em Buerarema.

Por reunir todas essas qualidades, o filho

Phillipe ainda o enxerga como o pai super-herói: “Ele

consegue resolver tudo. Eu ainda me surpreendo com

a bagagem de conhecimento dele. Como pai, com

certeza, não tem outro igual.”, diz, deixando transbordar

o orgulho por ser filho de quem é.

Esse perfil de coordenador foi identificado pela empresa,

e um ano após entrar na Emater-Ba, em 1983, foi

transferido de Coronel João Sá para Cícero Dantas, na

Gerência Regional de Ribeira do Pombal, onde assumiu

o cargo de chefe de Escritório. “Adquiri, no cargo, um

grande amadurecimento profissional”, comenta Carilo.

Ficou pouco em Cícero Dantas. Com a morte

do pai, Carilo precisou retornar para próximo da família,

sendo transferido para o escritório de Caatiba. Em 1987,

foi transferido para o Escritório Local de Itapetinga,

onde assumiu a Gerência local. Dois anos depois,

foi transferido para o escritório de Santo Antônio de

Jesus, de onde retornou para o convívio da família, ao

ser transferido para a Gerência de Itabuna, distante 20

quilômetros de Buerarema, residência da família.

Nessa Gerência, o técnico coordenou importantes

programas, como o “Feira Verde”, de incentivo à produção

de hortaliças, em oito municípios do Sul da Bahia; o

“Flores da Bahia”, criado com o objetivo de desenvolver a

cultura de flores tropicais, na região, e o Pater-Mandioca –

voltado para o desenvolvimento da mandiocultura.

Perto de completar 60 anos, Paulo Carilo

ainda desenvolve um trabalho admirável, agora como

coordenador regional da cadeia produtiva da apicultura,

para a qual ministra cursos para técnicos e agricultores

familiares interessados no assunto. Em 2005, Carilo

fundou, em Buerarema, a Associação Apis Mata Atântica,

que hoje reúne 25 apicultores. O projeto, de sua autoria,

viabiliza a construção da Unidade de Beneficiamento de

Mel (UBM), e que dentro de alguns meses começa a ser

construída.

Já no município de Canavieiras, pólo nacional de

produção de pólen, Carilo vem realizando, com a parceria

de outras entidades, uma série de estudos para melhorar a

qualidade do produto, além de fornecer treinamentos, com

o objetivo de nivelar os conhecimentos dos apicultores que

exploram a primeira Unidade de Beneficiamento de Pólen

do Brasil.

Quando o assunto é a EBDA, o técnico diz, sem titubear,

parafraseando Gilberto Gil: “foi ela quem me deu régua

e compasso para traçar a minha trajetória de vida. É uma

grande escola pra quem sabe aproveitar”, diz Carilo, ao ver

o longo caminho de conquistas já percorrido.

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Um extensionista educador. Esta

é a definição dada pelos colegas de trabalho

ao engenheiro agrônomo da EBDA, do

Escritório Local de Valença, Roberto D’Oliveira

Lins. Ao longo de seus 30 anos de carreira,

Roberto trabalhou nas Gerências Regionais de

Sobradinho, Ribeira do Pombal, Feira de Santana,

Cruz das Almas, e Itabuna, hoje, em Valença, vem

conquistando um legado de amigos e admiradores

de seu trabalho.

Dedicado e comprometido com suas

funções, Roberto é responsável pelo planejamento e elaboração de projetos de custeio e investimentos agrícolas -

seguimento que visa ampliar e modernizar a agricultura regional -, e também coordenador Estadual da Cadeia

Produtiva do Palmito e da Pupunha. Formado em engenharia agronômica pela Escola de Agronomia da Universidade

Federal da Bahia, em Cruz das Almas Bahia, Roberto possui mestrado em Administração Empresarial pelo Instituto

Tecnológico de Estudos Superiores de Monterrey (ITESM), no estado de Nuevo León, no México.

Para a chefe do Escritório Local de Valença, Sandra Marins, este profissional presta um serviço de excelência

para o desenvolvimento da agricultura familiar no município. “Roberto impulsiona o crescimento e a expansão da

fruticultura na região. Ao elaborar projetos, ele pensa em estratégias que permitam o produtor administrar e aplicar

Técnico comprometido com a extensão

revela veia de educador ensinando novos colegas

Roberto D’Oliveira Lins

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corretamente os recursos, mas também ampliar seu

empreendimento”, comentou Marins.

Diariamente, dezenas de agricultores familiares

procuram este técnico, buscando orientações para novas

culturas, Emissões de Declaração de Aptidão ao Pronaf

(DAP), Sistemas Agroflorestais (SAF), entre outras. Para

a agricultora familiar Maria Joselita Santos, Lins é um

parceiro da agricultura familiar. “Ele nos ajuda em tudo;

é prestativo e atencioso, um homem digno de muito

respeito”, declarou.

Também admirado pelos colegas de

trabalho, Roberto Lins possui um perfil pedagógico,

já que passa cotidianamente seus conhecimentos

para os colegas mais novos, revelando a sua veia de

educador. Metodologia de abordagem da Assistência

Técnica e Extensão Rural (Ater), operacionalização

do microcrédito rural, organização produtiva, visitas

técnicas, cursos para capacitação de DAPs, e projetos

são alguns dos segmentos ensinados, pelo agrônomo,

aos demais técnicos.

A relação de trabalho deste profissional se

estende, não só aos colegas de trabalho e agricultores

familiares, mas também aos agentes financeiros, como

o Banco do Nordeste, que recebe diariamente propostas

de financiamentos agrícolas.

“Conheço Roberto desde a época de faculdade,

e sempre o admirei. Vejo nele um homem sério,

comprometido e responsável com suas atividades. Todos

os projetos assinados por ele são garantia de sucesso

absoluto”, comentou o gerente Geral do Banco do

Nordeste, agência Valença, Natan Souza Pires Filho.

Roberto é pai de Roberto Teixeira Lins, de

14 anos, por quem tem amor incondicional. Junto aos

colegas e amigos, sempre que tem oportunidade, fala em

“Robertinho” cheio de admiração e vaidade de pai. Já

Robertinho se refere ao pai como um homem carinhoso e

dedicado.

“Meu pai é meu herói; ele me ajuda nas tarefas

escolares, é carinhoso e atencioso comigo. Meu pai é

uma pessoa fundamental em minha vida; admiro muito

e tenho orgulho ser filho desse profissional”, declarou

Robertinho.

Amigo, companheiro, professor, profissional

competente, inovador e colega são atributos que levam

este técnico a fazer a diferença na EBDA, pois se dedica,

diariamente, em fazer da Empresa um exemplo de

funcionalismo público, de qualidade e referência. Por tudo

isso, Roberto de Oliveira Lins é Gente Nossa.

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O engenheiro agrônomo Valmir Pereira

Lima tem 56 anos e 30 deles dedicou a questões

ligadas à agricultura na Bahia. Mestre em Ciências

Agrárias, atualmente ele é chefe do Centro de

Formação de Agricultores Familiares do Território

do Recôncavo (Centrefruti), em Conceição do

Almeida, município localizado a 160 quilômetros

de Salvador.

Todos os dias, Valmir se desloca de Cruz

das Almas, cidade onde reside com a esposa - com

a qual convive há 29 anos -, para o Centrefruti. No

local, é o responsável por gerir os cursos técnicos de capacitação para produtores rurais, a exemplo de processamento

de frutas e vegetais e de outro que ensina a implantação e manejo das culturas de citros.

Valmir formou-se em 1980, na Universidade Federal da Bahia, e no ano seguinte ingressou na extinta

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Emater-BA). Foi chefe no Escritório Local de Tucano,

de 1989 a 1991, onde trabalhou em assentamentos. Após a criação da EBDA, com a fusão da Empresa de Pesquisa

Agropecuária da Bahia (Epaba) e Emater-BA, passou a atuar no Escritório Local de Nazaré até 1995.

Neste período, foi solicitado diversas vezes pela diretoria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(Embrapa), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para trabalhar. Aceitando,

Pesquisador incentiva aprendizado usando

tripé da arte-educação “fazer, apreciar e refletir”

Valmir Pereira Lima

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passou a colaborar com o Convênio de Cooperação

Técnica entre a EBDA e Embrapa. Atuou na área de

Difusão e Transferência de Tecnologia de Fruteiras, por

sete anos, embora tenha se dedicado mais às pesquisas

das culturas de citros, mamão, manga e abacaxi.

Foi também nesta época que o engenheiro

aproveitou para adquirir mais conhecimento e acabou

voltando aos bancos da Universidade, em 1998, para

fazer o curso de Mestrado. Quando finalizou a Pós-

Graduação, em 2002, retornou à EBDA para atuar

na Gerência Regional de Cruz das Almas. Em 2003,

o inquieto e comunicativo agrônomo encarou outro

desafio profissional, a chefia de divisão de campo do

Centrefruti. Em 2007, passou a gerir o Centro.

Realizado com a profissão que adotou,

Valmir é também um grande incentivador de pesquisas

no Centro, e também se preocupa em estimular

o aprendizado de agricultores familiares para um

melhor desempenho da produção. Inclusive, acredita

na proposta triangular da arte-educação, criada pela

educadora brasileira e discípula de Paulo Freire, Ana

Mae Barbosa: o “fazer, apreciar e refletir”, que ele chama

de “aprender a fazer, fazendo”.

Para ele, a educação é o pilar do

desenvolvimento social, e sem a capacitação dos

agricultores o serviço de extensão rural fica vulnerável.

Ele afirma, inclusive, que a adoção de tecnologias, tanto

a científica, como a oriunda do conhecimento popular,

depende, também, do aprendizado dos produtores,

para que estes coloquem em prática e desenvolvam suas

propriedades. Por isso há uma preocupação dele em

deslocar os cursos para as comunidades rurais e adequá-los

às datas do calendário escolar.

Outra vertente do agrônomo Valmir é a veia

literária. Escreveu o livro ‘Recomendações Técnicas para

a Cultura do Abacaxi no Recôncavo e no Recôncavo Sul,

publicado pela EBDA. Também é autor de um capítulo

do livro ‘Quinhentas perguntas e Quinhentas Respostas

sobre a Cultura do Abacaxi, editado pela Embrapa, e de

outro texto na publicação “Produção de Mudas Frutíferas

de Citros e Mangas”, que foi organizado pelo Serviço

Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

O entendimento desse profissional, que também

já lecionou, e que dedicou sua carreira ao desenvolvimento

de comunidades rurais, é o de que o segmento da

capacitação é importantíssimo para o desenvolvimento

da agricultura familiar no Estado, auxiliado por atividades

culturais, pedagógicas e sócio-educativas, formadas por

equipes multidisciplinares.

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Ao entrar nas instalações da Central

de Laboratórios da EBDA - local de trabalho do

pesquisador Frederico Rodrigues – logo, nota-se

o afinco e harmonia de toda a equipe envolvida

nos processos de pesquisa. Fred, como é conhecido

por todos os colegas, valoriza muito seu “habitat

natural” e tudo o que o compõe. Para ele, cada

tubo de ensaio ou instrumento de pesquisa, por

mais simples que seja, tem sua função fundamental

na execução de suas atividades científicas.

Dedicado aos estudos desde a infância,

Fred afirma que estudar lhe traz grandes alegrias.

“Sempre tive vontade de buscar e conhecer o novo.

Quando fiz vestibular, pensei em fazer um curso

que me proporcionasse estudar incessantemente e, de alguma forma, que eu pudesse dar retorno à sociedade”, esclarece.

Com tanta vontade em adquirir conhecimento, seria incompatível com sua personalidade não gostar de ler.

“Meu hobby mesmo é leitura. Gosto de ler todo tipo de romance”, revela o amante de escritores como Agatha Christie

e Bernard Cornwell. Por apreciar tanto a “arte” de ler, o pesquisador passou de leitor a escritor - tem um livro sobre

agrotóxicos pronto para ser publicado – faz referência a ele, com o mesmo entusiasmo como quem fala de um filho.

Nascido em Salvador, ele relembra com devoção o fato de seu pai ter sido fuzileiro naval na época da II Guerra Mundial,

em Natal. Conta que Nehemias Rodrigues conheceu sua mãe, Sebastiana Rodrigues, no Rio Grande do Norte e, logo

em seguida, foi para a Itália lutar. Quando seu pai voltou, eles se casaram e foram morar na capital baiana. “Costumo

dizer que sou um filho da guerra”, ri. “Estou acostumado com as lutas e desafios”, reforça.

Esses desafios não foram poucos. Em 76, Frederico iniciou sua carreira em Cruz das Almas como pesquisador

“filho da guerra”

Frederico Rodrigues

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53

na antiga EPABA, que deu origem a EBDA, juntamente

com a Ematerba. Neste mesmo ano, graduou-se em

medicina veterinária pela UFBA. Também executou

atividades em Rui Barbosa, Ipirá e Itaberaba. Ao longo do

percurso com pesquisas, em 1985, iniciou seu mestrado

em zootecnia na UFMG. Ele recorda que nesta época,

no Brasil, se acreditava que a produção de leite precisava

acontecer a qualquer custo. No entanto, observou que

isso comprometia o meio ambiente, devido ao uso

abusivo de agrotóxicos nas vacas.

Paralelo a isso, chegou a ficar um ano

desenvolvendo sua tese de mestrado em Coronel

Pacheco (MG). Por não ser possível acomodar uma

família no local, sua mulher e filha ficavam em Belo

Horizonte. “Quase não vi nascer um dos meus filhos”,

brinca. Após esse período, trabalhou seis anos como

chefe do departamento animal, na sede da Empresa.

Ao perceber que a sustentabilidade estava a desejar,

em 2007, enfrentou outro desafio - um doutorado em

química na UFBA. “Sofri muito porque tive que estudar

muito”, diz frisando a palavra ‘muito’ pausadamente.

Com o doutorado finalizado, foi trabalhar na Central de

Laboratórios num momento em que os projetos estavam

estacionados.

Determinado, o doutor logo se mobilizou

para formar uma equipe, dar continuidade às atividades

e implantar novos trabalhos. Modesto, diz, “fui

aquela semente que cai num solo fértil. Havia pessoas

competentes e só faltava um catalisador das ações de

pesquisa. Eu apenas impulsionei”.

Além de montar equipes qualificadas para cada tipo de

projeto, Fred - empolgado com as pesquisas e no avanço das

mesmas -, também ajudou a reestruturar todo o complexo

de laboratórios. “um profissional altamente envolvido,

exigente e com grande capacidade agregadora. Vibra com

cada etapa de trabalho cumprida”, comenta seu subchefe,

Marilio Jacobina Filho.

Já para o seu orientando, Paulo Mesquita - que

já trabalha com Fred há seis anos -, afirma que ele apóia

toda a equipe a buscar novas ideias e os motiva a crescer.

“Faltam orientadores desse tipo no ambiente acadêmico.

Todo o conhecimento que eu tenho devo ao esforço dele

em me orientar e me fazer absorver esses valores”, desabafa

Paulo.

Pai de três filhos, um advogado, uma estudante de

engenharia elétrica e, a mais velha administradora e

psicolóloga. Como todo pai orgulhoso, segura a tese de

doutorado de sua filha, revestida de capa dura marrom,

como se fosse um troféu. “Triste do filho que não suplanta

seus pais ou mestres. Se você não conseguir ser melhor do

que eles, alguma coisa deu errada”, diz emocionado por ter

uma filha doutora aos 27 anos, enquanto que ele obteve o

título somente com 54 anos.

Relacionando um conceito da tese de sua filha, ele esclarece

que não é “entrincheirado” (trabalhador que faz o que não

gosta). Atualmente, pesquisa sobre resíduos de agrotóxicos

em alimentos e óleos essenciais de plantas. Comprometido

com o meio ambiente, pai presente, questionador e um

constante curioso é gente que só a EBDA tem. Gente

Nossa.

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A paixão pelo meio ambiente e trabalho

com a terra fez com que George Ricardo Libório

Bandeira ingressasse no curso de Agronomia,

da Universidade Estadual do Estado da Bahia

(UNEB), em 1987. Hoje, 25 anos depois, o

jovem que sonhava com o que a vida oferecia

de mais simples e belo, tornou-se especialista

em Engenharia de Irrigação e um conceituado

mestre em Horticultura Irrigada, que acredita

que o conhecimento pode ser sinceramente

compartilhado, por isso dedica-se para melhorar a

qualidade de vida do agricultor familiar que vive na região de Juazeiro.

Querido e respeitado pelos colegas de trabalho, George iniciou sua carreira na antiga Emater-BA, no ano de

1988. “Sempre desejei trabalhar com agricultura irrigada e naquela época a Emater-BA já tinha um direcionamento de

seus trabalhos para essa área; foi um verdadeiro casamento; hoje me sinto muito realizado, pois faço o que gosto e não

há satisfação melhor na vida do que isso”, comentou o agrônomo, que há duas décadas se dedica à pesquisa.

Libório já atuou na EBDA, em Juazeiro, como coordenador do Núcleo de Crédito, subgerente de Pesquisa, chefe de

Escritório Local e Gerente Regional. Este ano está coordenando os trabalhos de pesquisa em horticulturas irrigadas com

ênfase em cebola, melão e tomate, e atua como professor do Centro Territorial de Educação (CETEP - São Francisco).

O pesquisador realiza também atividades na Estação Experimental da EBDA em Pilar, distrito de Jaguarari. Lá desenvolve

mestre em horticultura irrigada e apaixonado

por esportes

George Ricardo Libório Bandeira

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55

trabalhos com as culturas do café, banana e cacau, além

de realizar estudos sobre pinha, atemóia, melão e cebola,

todas utilizando a irrigação como tecnologia de base.

“Tudo que aprendi na vida sobre agronomia

pude colocar, verdadeiramente, em prática, na EBDA.

Participei da equipe técnica do Governo da Bahia em

1996, que foi à Índia; a missão tinha como objetivo

adquirir experiência em sistemas de produção irrigada.

Naquela época, o país já era referência mundial e possuía

aproximadamente 20 milhões de hectares irrigados.

Foi fundamental trazer para a Bahia essa experiência”,

lembrou o aniversariante.

Quando não está na EBDA, George Libório

divide seu tempo com outras duas paixões: o esporte e

o ensino. Ainda na juventude foi jogador de vôlei de

quadra e de praia, onde conquistou inúmeros títulos na

modalidade, e eleito quatro vezes consecutivas o melhor

jogador do Vale do São Francisco. Com o passar dos anos

se encantou pelo tênis, e hoje pratica o esporte, três vezes

por semana.

O “pesquisador/atleta” também é conhecido por

ser um multiplicador de conhecimentos, e tem uma forte

preocupação com o social; semanalmente, ministra aulas

gratuitas para adolescentes que se interessam pela atividade

agropecuária e vivem em comunidades do Vale do São

Francisco. “Se todo mundo transmitir um pouquinho

do seu conhecimento, a vida da meninada pode mudar.

Quando apresento as técnicas de manejo e os resultados

obtidos, os jovens ficam impressionados e estimulados a

dar continuidade às atividades que eles mesmos ajudaram

a criar; é nesse momento que sinto que a agricultura os

contagiou”, contou Libório.

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A personalidade forte e contestadora

é a primeira coisa que se nota ao conhecer o

técnico agrícola José Alberto Caldas (59), também

conhecido como Calango da EBDA. Defensor

da cultura popular e da agroecologia, atua no

município de Heliópolis desde 2004.

A história de Alberto começou como a

de muitos nordestinos. Grávida, sua mãe partiu

de Cedro de São João, no semiárido sergipano,

fugindo da seca. Nasceu em Santos, litoral de São

Paulo, mas sua sina era transformar a realidade do

povo do Nordeste. Voltou a Cedro meses depois, onde cresceu convivendo com todas as dificuldades e belezas do sertão.

Formou-se técnico agrícola em Alagoas e, em 1978, ingressou na Emater-BA para trabalhar em Bom Conselho, atual

município de Cícero Dantas, como assessor de cooperativismo. “Fui capacitado no Projeto Alvorada e trabalhei com

planejamento e gestão social; foi quando me tornei, de fato, um extensionista”, relembra Calango.

No ano seguinte, mudou para Barra da Estiva, na Chapada Diamantina. Apaixonado pela extensão, Alberto

nunca foi um técnico convencional. “Com dedicação e respeito, Beto conquistou a confiança das comunidades. Não

faltou espaço para realizar suas atividades, pois com ele, até a sombra de uma árvore se transformava num auditório”,

contou o agrônomo Antônio Mendes, colega e contemporâneo de Alberto na empresa.

Com apoio da comunidade, em 1981, Beto e Mendes promoveram o primeiro São João de rua de Barra da

O extensionistae poeta da EBDA

José Alberto

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Estiva. “A festa virou tradição! Calango tem facilidade

de valorizar as manifestações da cultura popular porque

participa da vida da comunidade”, assegura Mendes.

Pouco tempo depois, Alberto voltou a

Ribeira do Pombal. Foi um dos primeiros técnicos da

empresa a trabalhar com o Pronaf, defendendo que o

acesso ao crédito rural deveria ser sempre precedido de

capacitações, para garantir a aplicação correta do recurso

e evitar o endividamento dos produtores.

Passou ainda por Ribeira do Amparo e Fátima

antes de voltar a Cícero Dantas, onde encontrou a

segunda paixão de sua vida. Com Carmem, viveu sua

história de amor e tiveram seus três bens mais preciosos:

Júnior, Carolina e Kelly Helena.

Com o lema “extensão também é educação”,

prosseguiu capacitando produtores, principalmente

sobre as tecnologias de convivência com o semiárido.

Fenação, ensilagem, manejo e conservação dos solos e

associativismo são apenas alguns dos temas de cursos que

Alberto viabilizou para os agricultores da região.

Em alguns cursos foi instrutor; em outros, o

facilitador, que traduzia a informação técnica-científica

para uma linguagem de fácil entendimento pelo produtor.

“Enquanto ensino, eu também aprendo, porque o

conhecimento do povo é construído na experiência, é

sabedoria”, defende Calango.

Com extrema sensibilidade, Alberto percebeu como a

degradação da caatinga prejudicava a natureza e o homem.

Filho de cordelista, herdou do pai o talento para compor

versos e, na literatura de cordel, encontrou a linguagem

para traduzir informações técnicas e conscientizar os

agricultores.

Técnico, extensionista, poeta, promotor cultural.

Tantas qualidades fizeram de Calango um profissional

querido pelos agricultores, admirado pelos colegas, gente

nossa.

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A dedicação de homens como Marcelo

Pereira Silva à profissão de técnico em agropecuária

não se restringe ao desenvolvimento agrário por si

só; está ligada ao crescimento pessoal e ao de uma

grande quantidade de agricultores familiares que

ele, como técnico da EBDA, atendeu em seus anos

de trabalho.

“Sou inspirado pela empresa a auxiliar

os agricultores e agricultoras familiares do

Território da Cidadania Velho Chico na luta pelo

sustento de suas famílias,” conta Marcelo. Cheio

de entusiasmo, todos os dias se vê, nos olhos desse

técnico, que há um brilho especial, como se fosse

seu primeiro dia de trabalho. Ele tem a consciência de que ainda há muito por fazer para que a população rural da região

possa enfrentar, com dignidade, as desventuras de um clima seco e árido.

Como coordenador do Programa Semeando, nos 17 municípios do território, entre 2008 e 2011, atuou para

o sucesso dessa ação, do Governo do Estado, na Gerência Regional da EBDA, em Bom Jesus da Lapa, com o objetivo de

garantir uma reserva de sementes de milho, feijão e sorgo, nas unidades familiares, para que os agricultores não tivessem

custo com a compra de sementes, contribuindo para o desenvolvimento da agricultura familiar regional.

Nascido de forma inusitada, no aeroporto de Bom Jesus da Lapa, em uma lanchonete onde seu pai trabalhava, sua

história está muito ligada à paixão que ele preserva pela capital baiana da fé. Casado com a assistente social e técnica

em enfermagem da primeira Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da Bahia, Maria de Fátima Pardim Campos, e

Técnico encontra sua missão de vida na EBDA

Marcelo Pereira Silva

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59

pai de Marcelo Júnior (17), e Marcelle (22), fruto de seu

primeiro casamento, Marcelo orgulha-se de ter uma filha

formada em pedagogia e tem o anseio de que seu caçula

opte pelo mesmo ramo de atividade do pai.

Zeloso pela conservação dos valores familiares,

ele vê nos anos de trabalho de assistência a agricultura

familiar, milhares de histórias de pequenos produtores

que conseguem desenvolver a sua produção e, como

ele, orgulhar-se por ter filhos igualmente dedicados a

melhoria da qualidade de vida no campo.

Marcelo formou-se técnico em agropecuária na

Escola Média de Agropecuária Regional da Comissão

Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira

(Ceplac) - Emarc -, em 1985. A sua primeira passagem

pela EBDA foi em 1986, quando ingressou na Fundação

de Apoio à Pesquisa e à Extensão (Fapex), através de

pré-contrato para prestação de serviços a então Empresa

de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado da

Bahia (Emater-BA), no município de Serra do Ramalho.

Participou de concurso público, em 1987, sendo

aprovado para trabalhar na Empresa, em sua profissão.

Apesar de aprovado, o concurso foi revogado pelo

Governo da época, e Marcelo foi, então, prestar serviço

na construção da ponte Gercino Coelho – sobre o rio

São Francisco.

Retornou à EBDA em 2000, onde foi lotado

no escritório de Condeúba, Gerência de Caetité, e

posteriormente foi transferido para Bom Jesus da Lapa,

onde permaneceu de 2001 a 2003.

Nomeado chefe do Instituto de Terras da Bahia

(Interba), atuando na regularização fundiária, na região,

em 2008 retornou à Gerência Regional da EBDA de Bom

Jesus da Lapa, para prestar Assistência Técnica e Extensão

Rural (Ater) nos escritórios de Bom Jesus da Lapa e Sítio

do Mato. Entre idas e vindas, Marcelo sempre desejou

retornar à EBDA, mas este sonho tem tempo determinado:

seu contrato vence em junho deste ano.

Na atual função, e contabilizando toda a sua

história na EBDA, Marcelo já atendeu cerca de 15.800

famílias, com ações como: doação de sementes, elaboração

de projetos e prestação de Ater, de qualidade.

Para este técnico, o Programa Semeando é um

dos melhores trabalhos desenvolvido, pois oportuniza, ao

agricultor, maiores e melhores safras, contribuindo para

a promoção do desenvolvimento sustentável, centrado na

expansão e fortalecimento da agricultura familiar. “Esta

ação continua, hoje, viabilizando as condições necessárias

para o pleno exercício da cidadania e a melhoria da

qualidade de vida no campo”, assegurou o técnico.

Ele acredita que o mais importante nesse programa

não é apenas a doação de sementes, mas também os valores

sociais que o programa traz. “A melhoria da qualidade e

da produtividade do agricultor familiar que participa desse

projeto é notória, já que as sementes disponibilizadas têm

genética superior e passam por um processo de seleção

antes de ir ao campo”, garantiu Marcelo.

Nesse contexto, esse extensionista se motiva,

vendo os resultados alcançados junto ao homem do

campo, no fortalecimento da agricultura familiar e no

apoio ao desenvolvimento social das pessoas. Ele acredita

que esta é a sua missão de vida. Nele, vemos refletido mais

uma pessoa digna de ser gente nossa.

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Abnair Dourado é aquela que anseia

sempre por descobertas. Não tem medo de

mudanças. Nasceu em Irecê, “mas é filha

do mundo”, como se autodenomina. “Sou

apaixonada pela natureza e pelo meu País. Já visitei

12 estados brasileiros e as belezas naturais do Rio

de Janeiro e do Pantanal me encantaram. Minha

próxima parada é no Amazonas”, revela.

Essa ireceense, perseverante, está sempre

de bem com a vida. Abnair Nunes Dourado, 60

anos, dedica a sua vida ao social, à educação e aos

direitos da mulher. Professora do Estado, concluiu o magistério em 1974, e, em 1978, concluiu o curso Técnico em

Contabilidade. Na EBDA, atua como técnica social há 31 anos. Em novembro do ano passado deixou a sala de aula

com o sentimento de missão cumprida. “Ensinava matemática a jovens e adultos. Agora, estou aposentada e o meu

momento é de dar espaço a outras pessoas”, declara.

Abnair ingressou na Emater-BA, atual EBDA, por meio de concurso público, em 1981. Durante todo o

período trabalhado, exerceu ações voltadas para o desenvolvimento comunitário, com destaque para a melhoria das

condições de vida dos agricultores familiares, e, em particular, da mulher rural. Iniciou suas atividades no município de

Utinga, por dois anos, e logo depois seguiu para Canarana, onde permaneceu pelo mesmo período.

Uma mulher apaixonada pela natureza

e defensora dos direitos da mulher

Abnair Nunes Dourado

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Um capítulo à parte na vida profissional de

Abnair merece destaque. O Dourado que ela carrega

no coração não está apenas no sobrenome. Foi no

município de João Dourado que Abnair permaneceu

por quase 20 anos, elaborando projetos para agricultores

assentados da Reforma Agrária, e colecionou amigos.

Nessa época, a positiva Abnair começou a

defender uma bandeira, a do direito das mulheres.

Neste âmbito, fez parte da coordenação da equipe que

ministrava cursos para estimular a valorização deste

público. “Lembro-me que as capacitações de pintura em

tecido, confecção de flores, corte e costura, produtos de

higiene e limpeza transformaram a vida de muitas donas

de casas, que passaram a ser independentes”, conta.

Com entusiasmo, Abnair divulga como

as capacitações oferecidas às mulheres da Chapada

Diamantina a emocionaram. “Através da pintura em

tecido elas formaram uma cooperativa, beneficiando

outras mulheres da região, na busca do sustento. Isto é

gratificante, pois é o resultado do nosso trabalho”, expõe

com alegria.

Atualmente, Abnair integra a equipe

do Programa Brasil Sem Miséria, no Território de

Cidadania de Irecê. Ela presta assistência técnica, elabora

e executa projetos destinados aos agricultores familiares,

com a finalidade de apoiar o aumento da produção e a

comercialização excedente dos alimentos.

Para os companheiros de trabalho, Abnair é um exemplo de

profissional, íntegra e que veste a camisa da empresa. “Ela

é a alma deste lugar. Mesmo com tantos anos de EBDA,

acompanha com o mesmo ritmo dos funcionários mais

novos, buscando a integração”, enaltece o técnico rural da

EBDA, em João Dourado, Paulo Queiroz. Compartilha da

mesma opinião a técnica agrícola Maria Fleide, da mesma

localidade.

“Tenho a EBDA como a minha família. No meu

computador particular, tem mais arquivos da empresa do

que meus. Quando sou solicitada, pode ser final de semana

ou feriado, a EBDA tem a minha atenção”, diz Abnair.

Para a técnica social, o amor pelas atividades desenvolvidas

na empresa é o combustível para continuar nessa jornada.

“A minha missão ainda não acabou. A cada história que

conheço me emociono, e me sinto na obrigação de fazer

sempre mais e o melhor”.

É por está dedicação ao trabalho e às mulheres do

semiárido, que a guerreira Abnair Dourado é Gente Nossa.

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A história registra que Deus criou

primeiro o homem, e disse que todas as plantas e

animais da terra lhe pertenciam e que ele poderia

usá-los, mas, também, deveria cuidar e protegê-los.

E a profecia foi concretizada. Nasceu Adão Oliveira

Machado, que, além de admirador, é defensor

da natureza, o que para ele “é uma promessa”.

Também conta “Na casa de uma tia, só nasciam

filhas, oito ao todo, e a família acreditava que o

nascimento de um menino evitaria mais mulheres.

Uma superstição que deu certo com o meu nascimento,” conta Adão, com um sorriso sereno e sincero, e complementa:

“mas o tempo não para; vivo para evoluir!”.

É dessa forma que Adão Oliveira, técnico em agricultura da EBDA, dissemina os conhecimentos aos

agricultores e cuida da família, sempre alegre e responsável. Em 1967, iniciou sua vida profissional na extinta Empresa

de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Emater-BA), como auxiliar de escritório. Na EBDA ingressou como

técnico em agricultura, em 1969, por meio de processo seletivo. Nessa época trabalhou com milho, feijão e mamona,

culturas predominantes na região de Irecê.

Mas não ficou por aí: Adão afirma que a EBDA lhe oportunizou desenvolver atividades com o que mais

gosta: pesquisas com fruticultura, área importante da agricultura para os que visam produzir mais e melhor, de maneira

De auxiliar de escritório a pesquisador da

fruticultura

Adão Oliveira Machado

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econômica, visando à comercialização. “É uma satisfação

repassar conhecimentos para os agricultores familiares,

partilhando as nossas experiências”, destaca o técnico.

Com orgulho, Adão conta que nasceu em

Presidente Dutra, capital mundial da pinha, fruto

em que o técnico buscou se especializar, em razão da

influência do avô. “Lembro que, aos sete anos, meu

avô comia uma pinha e entregava as sementes para eu

plantar”, expõe em risos. Mesmo aposentado, Adão

continua trabalhando com o mesmo entusiasmo de

quando começou. “Trabalhar é o que me mantém

vivo”, diz.

O técnico aprofunda suas pesquisas com as

culturas da pinha e da mandioca, com uma missão maior:

colaborar com o desenvolvimento sócio-econômico dos

agricultores familiares de Irecê. “Após um curso que

participei em Cruz das Almas, por meio da EBDA,

aprendi como o subproduto da mandioca é um excelente

adubo para a produção de pinha”, constata, assegurando

a continuidade de experimentos junto aos agricultores da

região.

Pai de sete filhos, Adão é apaixonado por

futebol, infelizmente torcedor do Flamengo e do Vitória.

Uma pessoa desprendida, por onde passa constrói fortes

amizades, mas “vira a cara” para a arrogância e para a

falsidade. É praticante das boas ações. Além do amor, da

dedicação e do fascínio pelo trabalho que desenvolve com

os agricultores familiares, Oliveira exerce uma função que

exige ainda mais energia: a de avô de João Pedro, com

quase dois anos de idade. “Todo dia é uma surpresa. Meu

netinho é a alegria da família”, ressalta.

Aos 68 anos, Adão Oliveira tem a maturidade de quem

já viveu uma vida inteira e no coração a bondade de uma

criança. É um homem sonhador, vencedor e Gente Nossa,

que tem ainda por meta cursar engenharia. “Quando todos

os meus filhos se formarem será a minha vez de realizar

mais um projeto de vida, o de ser também engenheiro”,

enfatiza.

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Elegante, extrovertido e otimista.

Essas palavras definem o extensionista rural e

advogado por formação, Alair Lacerda de Oliveira,

profissional que contribui, há 35 anos, com o

desenvolvimento e fortalecimento da agricultura

familiar no Estado da Bahia. Mineiro, por

naturalidade, ele abraçou a Bahia como sua terra

querida e criou aqui laços inseparáveis. Casou-se

com a baiana Tharcília Assunção Souza, a quem

dedica amor, comprometimento e atenção, e teve

seus filhos.

Aprovado no concurso da antiga Emater- BA (atual EBDA), em 1976, o técnico, que dedicou parte de sua vida

aos trabalhos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), conhece diversas regiões do Estado. Alair trabalhou, por

21 anos, no Escritório Local de Castro Alves, onde intensificou a produção de milho e feijão, e nos municípios de Rafael

Jambeiro, Catu, Itamaraju, Camamu e, hoje, está em Valença, no Baixo Sul, onde responde pelos projetos de custeio e

investimentos agrícolas.

Técnico agrícola, por formação, na Escola Técnica Agrícola de Januário, em Minas Gerais, em 2010 Alair

conquistou sua formação acadêmica: bacharel em Direito. Lacerda brindou, com 57 anos, o título que o consagrava

em uma profissão, que de certa forma, ele sempre exerceu, ao lutar pelas causas da agricultura familiar. “Minha maior

advogado dos agricultores baianos,

há 35 anos luta por dias melhores na zona rural

Alair Lacerda de Oliveira

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realização foi receber esse diploma. Estudei arduamente,

conciliava o trabalho técnico com o acadêmico, com

muito esforço, pois nas madrugadas tinha que cumprir

todas as tarefas da faculdade”, recorda Alair.

O potencial observado e comentado pelos seus

colegas de trabalho é a relação amistosa que Alair mantém

com os agricultores familiares. “Seu Alair tem uma

relação de amizade com os agricultores, parece até entes

familiares, diante o amor, carinho e o comprometimento

doado; é verdadeiramente admirável”, comenta Valquíria

de Jesus, colega de trabalho.

Preocupado com o desenvolvimento da

agricultura familiar, em Valença, Alair participa de cursos

de criação e manejo de galinha caipira, horticultura,

compostagem, associativismo, entre outros. Impulsionar

a produção do abacaxi no município, hoje, é sua principal

meta de trabalho. O técnico vem realizando palestras e

reuniões e, recentemente, promoveu um intercâmbio

técnico dos agricultores à Unidade Experimental de

Itaberaba, para apresentá-los a cadeia produtiva do fruto.

Além de ser responsável pelos projetos,

Lacerda também é coordenador da cadeia produtiva da

mandiocultura, em Valença, desenvolvendo ações que

provocam o crescimento e expansão da produção de

alimentos, através de seus derivados.

A chefe do escritório local de Valença, Sandra

Marins, comenta que Alair é mais que um colega de

trabalho, e sim, um verdadeiro amigo. “Sou admiradora

deste profissional, que está sempre pronto a nos ajudar em

cursos, ministrando palestras, apoiando no trabalho da

comunicação territorial, e sempre otimista e bem disposto”,

declarou Marins.

Apaixonado pela vida, determinado, lutador das causas

justas, prestativo, companheiro e solidário com todos que

estão a sua volta. Assim se resume o perfil desse técnico,

grande colaborador da agricultura familiar. Todos esses

atributos fazem de Alair Lacerda mais um Gente Nossa na

família EBDA.

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Se as palavras, trabalho, competência e

compromisso por um mundo melhor pudessem

ser materializadas para caracterizar uma só pessoa,

não resta dúvida, na EBDA, a pessoa escolhida

seria o manso e competente Antônio Carneiro

do Rosário, carinhosamente conhecido por todos

como “Carneirinho”.

Na simplicidade que lhe é peculiar, sempre

irradiando simpatia e alegria por onde passa, ele

vai conquistando a todos com a sua inesgotável

disposição para colaborar, solucionar problemas e

realizar o que mais gosta de fazer, ajudar as pessoas.

Trabalhar com ele é desfrutar de momentos especiais, de aprendizado e de doação. Humilde, sabe se impor

quando necessário; alegre, sofre com a tristeza de um colega; sábio, divide conhecimentos com quantos desejem; íntegro,

não aceita falta de compromisso com a empresa; justo, não permite desigualdades. Se buscássemos definições para

correção, certamente uma delas seria: Carneirinho.

Engenheiro agrônomo, ele é extensionista nato - com mestrado em Extensão Rural -, comunicador, professor

e educador, com significativas contribuições à Ater baiana, notadamente nos municípios de Formoso do Rio Preto e

Inhambupe, onde trabalhou por muitos anos.

“Carneirinho” é Gente Nossa, com orgulho

Antônio Carneiro do Rosário

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No Departamento de Comunicação e

Marketing, onde trabalha há muito tempo, Carneirinho

vem realizando um excelente trabalho e com toda a sua

experiência de bom mestre e comunicador, é “peça-

chave” para o sucesso das atividades desenvolvidas pelo

departamento. “Essa pessoa esbanja atributos”, dizem os

colegas do DCM, emocionados.

Nascido “orgulhosamente” em Cachoeira,

Carneirinho é casado com Maricélia do Rosário e pai

de Mateus e Marcos, preciosidades da sua vida familiar.

Como diz Mateus, “meu pai é um exemplo de superação

e dedicação em todos os sentidos. A situação que meu

irmão e eu encontramos foi fácil comparada a dele: eu,

de me tornar médico, e meu irmão, de se tornar dentista,

nem de longe se equiparam ao mérito de ele conseguir se

graduar mais e mais. Com relação à família, não poderia

ser diferente: rigor usual, responsabilidade extrema e a

capacidade de prover, da melhor maneira possível, as

condições mais adequadas para todos nós. Em resumo

,professor Antonio Carneiro, você é nosso maior e

melhor exemplo de superação e dedicação”.

Apesar de mestre, ele não se deixa envaidecer

pela merecedora condição de intelectual e professor

universitário. Como cachoeirano de ‘’boa cepa” que é, vai

levando a vida no ritmo da simplicidade, da alegria e do

amor, realizando trabalhos que muitas vezes ultrapassam

os limites das suas obrigações profissionais e ganham o

ponto alto das dimensões humanitárias sócio-educativas, a

exemplo dos seus trabalhos de horticultura desenvolvidas

em escolas da rede pública e especialmente com os

portadores de necessidades especiais do Hospital Irmã

Dulce e de unidades de saúde do Estado.

Honrando suas tradições religiosas, musicais e

culturais, realiza, todos os anos, uma caminhada, Abaeté ao

Bonfim, arrastando colegas da EBDA e grande contingente

de outras pessoas. Em todos os contextos, um ponto é

comum, para todos os que, envaidecidos, têm a honra de

conhecer e conviver com Carneirinho: ele é uma pessoa

agraciada por Deus.

As atividades desenvolvidas por esse mestre da

alegria têm promovido, projetado e divulgado o nosso

trabalho e a empresa. Por tudo isso, é que a família EBDA,

reunida, tira o chapéu e considera: “Carneirinho, é Gente

Nossa”.

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Todo recém-nascido sabe, de maneira

instintiva, que depende e pode contar com a sua

mãe, ser único, que torna possível a vida daquele

que inicia uma jornada desconhecida. Com essa

compreensão, a gerente Regional da EBDA, em

Bom Jesus da Lapa, Ivani Pereira Santos, gestante

de sua primogênita, orgulha-se da maternidade

ao tempo em que se destaca como profissional

competente, solidária e amiga.

Nascida e criada até os cinco anos de

idade, em Salvador, Ivani passou a morar em

Sobradinho, dos 05 aos 10 anos, e posteriormente, em Cruz das Almas, onde sua família reside até hoje, e onde

concluiu o curso de Engenharia Agronômica, pela UFBA. Uma oportunidade de trabalho em Assistência Técnica,

Social e Ambiental à Reforma Agrária, junto a um movimento social da região, levou Ivani Santos a Bom Jesus da Lapa.

Nesse local, reencontrou seu antigo colega de faculdade, Ivo Souza, que por muitas afinidades passou a namorar, vindo

a casar e constituir família. Ivani ainda se surpreende com o fato de, após terem estudado apenas duas disciplinas juntos

e nenhum romance ter acontecido, só na “capital baiana da fé”, ter descoberto o amor, que a levou até a pequena Ana

Clara, aguardada para o próximo mês de junho, com ansiedade.

Voltando a sua caminhada, ao final de seu contrato com o movimento social, foi trabalhar como responsável

Missão: ser boa profissional, esposa e mãe

Ivani Pereira Santos

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técnica da Cooperativa de Trabalhadores Rurais de Bom

Jesus da Lapa, até o ano de 2009. Reconhecida pelo seu

trabalho e competência, Ivani foi convidada a exercer

o cargo de Gerente Regional da EBDA, em agosto de

2009, onde permanece até hoje, admirada e considerada

pelos colegas.

Como tantos outros profissionais que a EBDA

tem em seu quadro funcional, Ivani é daquelas que todo

dia impulsiona seus colegas de trabalho, demonstrando

coragem e força, e procurando sempre alcançar, com

a garra e determinação de toda mulher guerreira, os

objetivos profissionais e metas traçadas pela empresa.

Como mulher, gestante, é notória a felicidade de Ivani.

Aguardada com alegria por familiares e amigos, a

pequena Ana Clara chega para completar o sentido da

vida do casal. Como ela mesma fala que “gravidez não é

doença”, continua obstinada nos objetivos da Empresa,

conduzindo a Gerência, com o apoio de toda a equipe.

Como gerente Regional, Ivani muitas vezes precisa ser

firme para manter o controle de tantas ações que o

desenvolvimento da agricultura familiar requer, e mesmo

assim, não perde a ternura em suas palavras. Sendo

necessário, ela apresenta até programa de rádio, como fez

nos últimos dias 21 e 28 de abril, numa rádio local, falando,

por duas vezes, sobre as ações da EBDA.

O mês de maio prevê o seu segundo domingo

como dia de comemoração às mulheres mães, que além de

suas atribuições pessoais são profissionais, amigas, esposas

e demais qualidades que as mulheres sabem tão bem

administrar. Ser mãe e profissional é opção da mulher. Ser

amiga é atributo pessoal. Ivani consegue unir qualidades

que a distinguem como uma mulher especial.

Com este perfil, Ivani foi eleita a representante de todas

as mães da empresa, para ser a “Gente Nossa” da semana.

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É em comemoração ao mês dos namorados que o Gente Nossa conta a história do casal de técnicos em agropecuária, da EBDA, Gilvan Oliveira (50) e Valdete de Fátima de Oliveira (52). A história deste casal dedicado e comprometido com os agricultores familiares do semiárido nasceu na EBDA e se desenrola de acordo com o desenvolvimento da empresa. Ele, nascido em Bom Jesus da Lapa, estudou na Escola Agrotécnica Federal de Urutaí, em Goiás, para depois vir à sua terra natal participar de um concurso para a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

da Bahia (Emater-BA). Ela, nascida em Palotina, no Paraná, vindo morar na Bahia, durante a adolescência, por insistência de seu pai, que tem familiares na região de Senhor do Bonfim. Aqui, ela estudou na Escola Agrotécnica de Santa Maria. Ainda sem se conhecerem, Gilvan e Valdete fizeram juntos a prova do concurso para trabalhar na Emater-BA, sendo efetivados em novembro de 1986. De início, eles foram trabalhar em Serra do Ramalho, onde Gilvan se apaixonou, à primeira vista, por Valdete, que, inicialmente, não acreditou muito nas “investidas” de Gilvan. Insistente, Gilvan persistiu até que o namoro se consolidou. Entre namoro e noivado foi um ano, até o casamento, em 1988.Transferidos para Coribe e depois para Bom Jesus da Lapa, retornaram à Serra do Ramalho, onde estão até hoje. O casal menciona o orgulho por duas coisas: a família que construíram, com seus três filhos, e o amor pelo desenvolvimento da agricultura familiar, área que colaboram profissionalmente na EBDA. O primeiro orgulho, os filhos: Hitalo Gil, que estuda engenharia ambiental e sanitária, na Ufba; Iuri,

Um casal que persiste e encontra resultados no

semiárido

Gilvan Oliveira e Valdete de Fátima de Oliveira

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que faz biologia também na Ufba; e o caçula, Igo, que cursa agronomia na Uneb. “A família que construímos é o nosso maior bem,” disse Valdete. Em Serra do Ramalho, desenvolvendo atividades no campo, está o segundo grande orgulho do casal, que é trabalhar com a agricultura familiar. Na área social, orientam os agricultores e suas famílias em assuntos relacionados com a previdência, como aposentadoria e licença-maternidade, e ainda auxiliam nos programas sociais oferecidos pelo Estado. Outra área de atuação é junto aos projetos de investimento e de custeio, junto aos agentes financeiros. “Amo tanto o que faço que moro em uma pequena propriedade rural. Apesar das dificuldades, me criei aqui e gosto da convivência com os amigos do campo, da troca de experiências e, principalmente, de ver a evolução e a conquista de cada agricultor familiar,” relata Gilvan. Amplamente envolvidos com o programa de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), desenvolvido pela EBDA, Gilvan e Valdete têm muitas histórias para contar. Fatos marcantes, como o do senhor Florisvaldo de Jesus Oliveira, que tem uma pequena propriedade próxima à EBDA, onde plantava cana e vendia garapa. De tanto Gilvan e Valdete insistirem, o agricultor se convenceu em participar do Programa Mais Alimento, recebendo um financiamento de R$19 mil. Com muito trabalho, hoje possui 17 cabeças de gado leiteiro, trabalhando exclusivamente com inseminação para melhoramento genético do rebanho. “Com os resultados obtidos, Florisvaldo já pensa em participar do próximo torneio leiteiro, que acontecerá na agrovila 18, ainda este ano”, comentou o técnico.

Florisvaldo Oliveira, que antes tinha uma pequena máquina para retirar a garapa da cana, hoje possui uma ordenhadeira mecânica, um botijão para inseminação e tanque de resfriamento para conservação do leite produzido por seu rebanho. Outro exemplo é o do casal Valdivino da Silva de Jesus e Maria Elza Pereira, ele presidente da Associação de Produtores da Agrovila 18. Com ajuda da esposa e de dois filhos, e com a assistência técnica prestada pela EBDA, através do casal de técnicos, a família de agricultores que tinha 10 cabeças de gado, passou a ter 50 cabeças de gado leiteiro. “É muito importante o trabalho deste casal; se não fossem eles, não sei o que seria da gente, pois meu marido já pensou muitas vezes em sair dessa terra pelas dificuldades em função da falta de chuvas. Eles nos deram um sentido de vida,” contou Maria Elza. “Gilvan faz o trabalho na roça funcionar; considero ele um herói. Sem a persistência dele em dizer que essa terra tem jeito, nós não estaríamos onde estamos. Só pra ter uma ideia, de sete cabeças de gado que eu tinha, hoje possuo uma média de 60 cabeças. Entrei no ramo de compra e venda, além da criação de gado de leite, com as orientações desse técnico”, comentou o agricultor familiar, Jailton Lima dos Santos, que fez questão de se manifestar ao saber do reconhecimento aos serviços do casal, com o Gente Nossa. A história de amor e trabalho de Gilvan e Valdete é marcante porque puderam se apoiar e construir um futuro para si e para agricultores familiares que, em muitos momentos, perderam a perspectiva de vida no campo. Casos como este fazem a diferença e mostram que juntos, um casal pode ajudar a construir e ser Gente Nossa.

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Nascido no município de Coaraci, no Sul da Bahia, em 01 de novembro de 1959, Joel Benigno Pimenta se formou em técnico agrícola, pela Escola Agrotécnica Federal de Catú, com 20 anos de idade, e aos 42 anos em engenheiro agrônomo, pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Pimenta, como é chamado pelos colegas de trabalho, é um modelo de extensionista que há 32 anos trabalha pela agricultura familiar com amor e dedicação. Desde o ano de 1991 ele está no Escritório Local da EBDA em sua cidade natal, vinculado à Gerência Regional de Itabuna.

Em 2007 assumiu o cargo de chefia. O Escritório que coordena atende cerca de 1.400 agricultores familiares, nos municípios de Coaraci, Almadina, Itapitanga, Itajuípe, e nos distritos ilheenses, Inema e Pimenteira. Joel garante que conhece todos os agricultores por nome e de ir na casa tomar cafezinho. “Nunca trabalhei com grande produtor. Na época que comecei na EBDA os outros órgãos não queriam saber desses pequenos e eu abracei a causa e consegui colaborar para a organização de mais de 20 associações agrícolas. Todas que foram criadas aqui, no município, têm a colaboração da EBDA”, conta Pimenta. O respeito que conquistou no município já fez ser chamado diversas vezes para participar da política da cidade, mas ele diz que não tem interesse. “Acho que o que eu já faço ajuda a formar uma sociedade mais justa e igualitária”, diz Pimenta. A história de vida do agricultor Gilson Pereira dos Santos é um exemplo da colaboração de Joel Pimenta até para a questão da mobilidade social. Gilson relata que a EBDA, através do técnico Joel Pimenta, fez dele agricultor familiar no momento em que lhe deu a DAP – Declaração de Aptidão ao Pronaf -, e o incentivou e orientou a pegar R$ 1.500 emprestados no Banco do Nordeste para comprar uns bezerros. “Isso mudou a minha vida. Desde a infância, eu fui trabalhador rural. Lembro como se fosse hoje, aquele carro branquinho da EBDA parando na cerca da fazenda que eu trabalhava e Joel

mais de 30 anos de trabalho árduo em prol da agricultura familiar

joel pimenta

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perguntando por que eu não trabalhava pra mim mesmo. Hoje até crédito para comprar uma terrinha, o maior sonho da minha vida, Joel me ajudou a conseguir. Já aconteceu de eu não ter dinheiro para comprar a farofa para os meus sete filhos comerem e hoje eu tenho tudo”, conta o agricultor. Uma outra história de sucesso chega a emocionar Joel Pimenta, quando relembrada. É sobre a Associação dos Parceleiros Rurais da Cruzinha, formada por 10 trabalhadores rurais. Hoje eles fazem e comercializam uma cachaça de qualidade produzida no próprio alambique. Na época que nasceu a Associação, esses agricultores estavam desempregados e a maioria já tinha até ido para São Paulo em busca de uma vida melhor e retornado sem sucesso. “Organizamos a Associação, fizemos um contrato de parceria com um fazendeiro da região e elaboramos quatro projetos de Pronaf . Além do cacau, eles plantaram cana-de-açúcar, montaram o alambique e começaram a fazer cachaça. Hoje eles pagam 10% da parceria, a dívida ao banco e ainda sobra dinheiro para o sustento da família”, comenta Pimenta. Ele diz ainda que é gratificante visitar a casa desses agricultores, que não tinham sequer um colchão decente para dormir, e encontrar a casa toda mobiliada. “Tudo vale a pena quando se trabalha para construir o bem”, diz.Trajetória O primeiro Escritório Local em que Joel Pimenta trabalhou, após ser aprovado no concurso público, foi o de Serra do Ramalho, na Gerência de Bom Jesus da Lapa, onde permaneceu por três anos até ser transferido para o município de Ipecaetá, na Regional de Cruz das Almas. Entre os anos de 1988/89, Pimenta trabalhou em Caatiba,

da Gerência de Itapetinga. Depois passou pelos Escritórios de Sento Sé, da Regional de Juazeiro, e por Senhor do Bonfim, até chegar ao Escritório Local de Coaraci, onde permanece. “Nessa caminhada toda aprendi que não tem nada difícil. O fato de ter trabalhado com várias culturas me deu um olhar diferenciado para a diversificação. Sou polivante e entendo que se combatemos a monocultura, enquanto técnico não podemos ficar apenas em uma cultura”, diz Pimenta, que é visto por alguns colegas de trabalho como uma pessoa polêmica e até autoritária, enquanto chefe. E ele se defende: “quando você conhece as metas da empresa, você se dedica e cobra mesmo de todos. Quando se tem objetivos claros, independente dos colegas gostarem ou não, temos que alcançá-los”, dispara Pimenta. Nesses 32 anos de Empresa, Joel Pimenta contabiliza que já elaborou mais 10 mil projetos voltados para a agricultura familiar, sendo que, desses, pelo menos dez foram de crédito fundiário, que concede recursos para os agricultores adquirirem propriedades rurais. “Eu trabalho de domingo a domingo. Como moro em uma cidade relativamente pequena, todos sabem onde moro e quando o Escritório está fechado me procuram em casa. Até para fazer feira é difícil, porque sou o tempo todo parado por um agricultor. A esposa tem que ir comigo”, fala, entre gargalhadas. A importância do trabalho que a EBDA desenvolve no município de Coaraci está refletida na sinalização da cidade. É uma das poucas cidades da Gerência, que tem o nome da EBDA nas placas que orientam os motoristas a transitar pelo município. Esse reconhecimento, sem dúvida, está ligado também à excelência do trabalho realizado por Joel Pimenta durante os últimos 20 anos, em Coaraci.

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“Meu compromisso é para que todas

as ações da EBDA, direcionadas aos agricultores

familiares, façam a diferença e melhorem a vida

destas pessoas. O nosso papel, como extensionistas,

é facilitar o processo de desenvolvimento das

comunidades agrícolas”, afirma Vinícius Lunna

(40), engenheiro agrônomo da EBDA, que por essa

compreensão é Gente Nossa por se dedicar, há seis

anos, à missão de trabalhar com a Extensão Rural,

na empresa.

A experiência com a agricultura

familiar vem das suas origens. Filho de uma dona de casa, ex-vaqueira, neto de um sanfoneiro, o técnico mantém

as raízes de um autêntico sertanejo. Natural de Seabra, adotou o município de Solto Soares como o seu lugar,

principalmente a região da Chapada Diamantina. De hábitos simples, o nordestino, extensionista, é apreciador da

festa junina tradicional. Para ele, Luís Gonzaga é uma referência dessa festa.

Como primeira formação, Vinícius escolheu ser técnico agrícola e concluiu o curso na Escola de Agropecuária

da Região de Irecê (Esagri). Posteriormente cursou Engenharia Agronômica, na Universidade Federal da Bahia (Ufba),

onde foi o único estudante que publicou trabalhos específicos para a Extensão Rural, nos últimos 20 anos daquele

período. Na EBDA, iniciou suas atividades, como extensionista, em 2005, assumindo a responsabilidade de conduzir

Um extensionistapor vocação

Vinícius Lunna

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as ações em um Posto Avançado, em Solto Soares.

Nessa época, Lunna retomou os projetos de

mandiocultura, foi percursor da inserção do Programa

de Aquisição de Alimentos (PAA), que serviu como

exemplo para outras regiões, e formou o primeiro

treinando do Programa Semeando, que tem como

finalidade assegurar sementes e mudas de boa qualidade,

no tempo certo, para os agricultores familiares da

Bahia. “Conseguimos colocar Solto Soares entre os três

municípios de destaque em produção de sementes, da

Chapada”, frisa o extensionista.

Desafios de uma vida Em 2011, Vinícius Lunna encarou mais um

desafio, o de coordenar o Plano Brasil Sem Miséria

(PBSM), que atende aos municípios de Cafarnaum,

Mulungu do Morro e Canarana. Para ele, o PBSM é

um plano diferenciado, que tem como intuito buscar

atender aos desejos dos agricultores familiares, com

ênfase para a multidisciplinaridade de ideias. “A seca fez

com que os agricultores mudassem os seus projetos, mas

não perdessem o foco, que é o de permanecer no seu local

de origem”, pontua.

Para Lunna, que agradece a confiança da EBDA, o

seu lema é respeitar os companheiros, defendendo a missão

da empresa. “Sem doação não é possível exercer a função

de extensionista”. É dessa maneira que Vinícius conduz os

seus trabalhos. O compromisso com a agricultura familiar

faz deste extensionista um exemplo de profissional.

“Ele é bom pai e também bom filho; dedicado a tudo o

que se propõe fazer. É um homem que tem amor a sua

profissão, além de estar à frente do seu tempo, inovando

sempre”, enaltece Sócrates Lúcio, técnico agrícola da EBDA

e primo de Vinícius.

Mas o maior desafio de Vinícius Lunna é educar

João Pedro, de dois anos de idade, seu único filho. “Só

peço a Deus que ele cresça sendo honesto consigo e com

as pessoas”, afirma. Com o “charmoso”, como chama

carinhosamente o filho, Lunna disse que aprende todo dia

uma lição. “Hoje sou mais paciente, graças a ele”. Poeta,

Vinícius acredita que na vida não existe tempo perdido, e,

sim, momentos não aproveitáveis.

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O dia 26 de julho é dedicado aos avós,

pessoas carregadas de experiências, que repassam

às gerações posteriores conhecimento de vida,

ajudando filhos e netos a enxergar melhor o futuro.

Avós são eternas figuras guardadas na memória,

muitas vezes, junto a lembranças de infância, às

quais se homenageia com carinho, respeito e amor.

Neste mês especial, a EBDA abraça e aplaude com

ternura os avós, e para representa-los, o Gente

Nossa, desta semana, evidencia a técnica social,

Maria José de Oliveira, uma “vovó” especial, com

passos enérgicos, fala mansa e ritmada, que dedica seus dias à agricultura familiar.

Com mais de 33 anos na EBDA, Maria José, lotada na Gerência Regional de Irecê, não desanima um único

dia na sua jornada. Aos 66 anos, ela construiu mais do que uma carreira de sucesso na Empresa, cultivou também uma

família formada por pessoas que lhe querem bem e admiram, pela sua dedicação a tudo que faz.

Admitida através de concurso, na extinta Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia (Epaba), a soteropolitana Maria

José deixou de lado a família, em Salvador, e o desejo de seguir a carreira odontológica, para se dedicar à extensão

rural, hoje, uma paixão na sua vida. Referência em todo Estado, por ministrar cursos na área de produção artesanal

associada, a técnica contabiliza mais de 100 capacitações para agricultores familiares de todo o Território Irecê.

avó com garrae fôlego incansáveis

Maria José

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Quando entrei na empresa, logo percebi a

importância de qualificar a mão-de-obra da agricultura

familiar. Então, comecei a me preparar; tomava todos

os cursos, por conta própria mesmo, principalmente

sobre artesanato”, conta a técnica. Ao longo das três

décadas de trabalho, Maria José se especializou em dar

cursos sobre alimentação alternativa, processamento

de vegetais, micro-indústrias domésticas, e materiais de

higiene e limpeza. “Até hoje, quando vou a Salvador, nas

minhas férias, fico procurando cursos para fazer. Penso

sempre no agricultor, o que mais vai interessar a ele e a

sua família”, explica Oliveira.

A determinação e a dedicação que Maria José

tem com o seu trabalho é referência também para os

colegas. A técnica da EBDA, Edenildes Diniz, diz que

a colega é, acima de tudo, uma mulher de garra. “A

disposição que ela tem nos estimula. Eu sou mais jovem

e não tenho a mesma garra e a mesma fibra de Maria

José; ela nos impulsiona”, conta Diniz. A técnica Marta

Mendes, que desenvolve os trabalhos em parceria com

Maria José, afirma que a companheira é um exemplo

para os que estão entrando agora e que sempre será

motivo de orgulho desempenhar o trabalho ao lado dela.

O segredo de ser uma boa profissional, segundo Oliveira,

é ter amor pelo que faz. “Tudo que eu planejo é pensando

na melhoria de vida do agricultor. Eu, graças a Deus,

tenho minha vida arrumada, e posso ajudá-los a progredir na

deles”, declara a técnica. “Sinto-me completamente realizada,

porque cada vez que dou um curso, é como se deixasse um

pedacinho de mim com o agricultor. Ver as comunidades,

que antes não tinham nenhuma estrutura, organizadas,

produzindo e melhorando é o que me faz feliz”, completa.

Casada, com cinco filhos e cinco netos, Maria

José Oliveira diz que sempre existiram dois sonhos na sua

vida: ver os filhos independentes e ver a melhoria concreta

na vida dos agricultores que atende. “Já estou bem perto de

realizar os dois sonhos. Dediquei-me e ainda me dedico para

alcançar isso; já consigo até ver os bons resultados da minha

jornada”, afirma a técnica.

Aposentada há cinco anos, Maria José diz que ainda não

pensa em parar de trabalhar. Cada novo dia é como se fosse

o primeiro, como se eu estivesse começando. Só vou parar no

dia em que não tiver mais fôlego, mas acho que ainda assim,

vou continuar o trabalho”, explica. O gerente regional de

Irecê, Joelson Matos, diz que a funcionária merece todas as

homenagens da empresa e o reconhecimento da sociedade.

“Pessoas como Maria José nos fazem acreditar no nosso

trabalho, ver que uma carreira construída com dedicação é

o que vale à pena”, afirma Matos.

Mas que uma técnica, Maria José é um exemplo a

ser seguido. É profissional competente, mãe dedicada e avó

extrema.

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Com uma única visita à Gerência

Regional da EBDA de Alagoinhas ou ao Escritório

Local de Inhambupe, fica fácil detectar, dentre

todos os profissionais presentes, quem é o

engenheiro agrônomo Nereu Pereira do Monte.

Basta ver qual deles permanece mais tempo com o

sorriso estampado no rosto.

Filho de pai pecuarista e mãe

professora, Nereu do Monte nasceu em 1957, na

Fazenda Papagaio, localizada no município de

Aporá. Seus avós paternos eram muito religiosos,

e, por conta disso, seu pai queria que ele se tornasse padre. Depois de morar três anos em Salvador, ao completar 12

anos, João Bispo do Monte percebeu que o filho já estava na idade certa para entrar no seminário. E foi isso o que

aconteceu: ficou dois anos como seminarista em Aracajú. Saiu porque não tinha vocação.

Após morar três anos em Inhambupe, voltou para a capital baiana para concluir o segundo grau. Não

conformado, seu pai voltou com outra ideia fixa: queria que ele cursasse a faculdade de direito. Já Josefa do Monte

sonhava com um filho médico. Em 1979, passou em direito na Universidade Católica do Salvador (UCSAL) e em

agronomia na UFBA. Finalmente, encontrando sua vocação, desistiu de cursar direito, após um ano, se dedicou

exclusivamente à engenharia agronômica. Dos dez irmãos, foi o único a fazer faculdade.

mais queum agrônomo, um

verdadeiroextensionista

Nereu do Monte

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A colocação em 10º lugar no concurso da

extinta Emater-BA, hoje EBDA, lhe possibilitou realizar

seu sonho de trabalhar com irrigação em Abaré, região

de Juazeiro. Ao se instalar no município, percebeu que

era preciso diversificar as culturas na região, pois não

existia muita opção, somente o tradicional cultivo de

cebola. A partir disso, incentivou o cultivo do melão.

Quando o escritório fechou, em 1989, Nereu

voltou para Inhambupe onde iniciou trabalhos com

culturas de sequeiro e com pecuária. Por volta de 1994,

começou a se dedicar a pesquisas sobre mandioca e,

daí, não parou mais. Implantou campos de estudos

em Crisópolis, Aporá, Sátiro Dias e em comunidades

tradicionais, levando variedades de mandioca resistentes

a pragas e doenças. Durante cinco anos participou de

um projeto de pesquisa em parceria com a Embrapa e

o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT),

empresa da Colômbia, o que o fez se interessar ainda

mais pela cultura.

Numa visita ao Maranhão, conheceu o

processo de fabricação da cachaça tiquira. Em Sergipe,

se encantou com o trabalho desenvolvido com a

manipueira (líquido extraído da mandioca), usado

na alimentação de bovinos. O agrônomo trouxe as

técnicas para a Bahia, se aperfeiçoando nas aplicações da

manipueira na produção de biogás, etanol, aguardente,

fertilizantes, tijolos, sabão e conserva de alimentos. Ele

também tem ministrado cursos para estudantes, através

do projeto Família Agrícola e Treinamentos de Mão-de-

Obra (TMO), para agricultores.

O técnico tem vasta experiência com citricultura

e agroecologia. De 1999 a 2001, se envolveu num projeto

de horta comunitária na comunidade de Volta de Cima,

em Inhambupe, capacitando agricultores familiares que

só conheciam o sistema convencional. Hoje, 11 famílias

se mantêm com os alimentos produzidos na horta. “Este

é o trabalho que tenho o maior orgulho em ter realizado,

pois depois de 11 anos continua dando certo e de forma

sustentável”, falou emocionado.

Nos momentos de lazer, costuma aproveitar a

tranquilidade de sua propriedade em Abaré. Além disso,

gosta de dançar forró, sair em blocos no carnaval, ir à praia

e viajar. No entanto, ele contou que quando fica mais de

três dias de folga, sente falta do trabalho, querendo voltar

rapidamente às atividades.

“A Empresa representa a minha segunda casa.

Minha maior meta é levar o conhecimento ao agricultor

familiar e visualizar, junto com ele, as transformações no

campo”, declarou Nereu.

Seu chefe, José Osório, não mede palavras para elogiá-lo: “é

bom trabalhar com pessoas com um ótimo humor e que

trazem fluidos positivos. Defino Nereu como um verdadeiro

extensionista, aquele que realmente entende a importância

desse trabalho e missão”.

O agrônomo, que futuramente pensa em fazer

mestrado e ser professor universitário, completa, em agosto,

29 anos de atuação na EBDA. Preocupado com o meio

ambiente, com vasta experiência de campo e que trabalha

sempre de bem com a vida, Nereu Pereira do Monte é um

profissional que só a EBDA tem, ele é Gente Nossa.

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O mesmo pedaço de mar, no Porto

de Salvador, que os pais de Samuel Feldman

avistaram quando chegaram à Bahia, ao fugir da

Romênia durante a Segunda Guerra Mundial, era

o local preferido dele para praticar mergulho, desde

a juventude. Mas a atividade de lazer preferida foi

interrompida a partir de 2002, após um acidente

de carro, no qual fraturou uma das pernas e como

consequência perdeu a agilidade necessária para

mergulhar.

Com este empecilho, Feldman

substituiu o esporte pelas viagens nos momentos de folga. A última foi para Canoa Quebrada, em Fortaleza, sempre

em companhia da esposa, a simpática Morena - apelido de Jovenilce Feldman - com quem é casado há 32 anos e

teve um casal de filhos. Também relata que em casa prefere ficar um pouco sozinho, lendo, leitura essa que avança a

madrugada. Gosta ainda de brincar com os bichos que cria em casa: as cadelas Suzy e Linda e os gatos que apanharam

na rua, Lalá e Lili.

Formada em Letras, Jovenilce também divide com Samuel o mesmo objetivo de trabalhar em prol do

desenvolvimento da agricultura familiar. Ambos atuam na Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A.

(EBDA), ela, especificamente, com a Rede Mulher e Chamadas Públicas, e ele como chefe do Departamento de

um mergulho em trabalhos com a

agricultura

Samuel Feldman

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Desenvolvimento da Agricultura (DDA), desde fevereiro

de 2011.

Atuando na EBDA desde 2007, o agrônomo,

formado em 1978, na Escola de Agronomia da

Universidade Federal da Bahia, em Cruz das Almas, já foi

assessor da presidência e atuou com assistência ao crédito

rural. No momento, também é coordenador do Plano

Brasil Sem Miséria, cujos trabalhos são desempenhados

por equipes de técnicos, que estão em campo prestando

assistência técnica aos produtores rurais em dez lotes que

a empresa ganhou. O chefe do DDA desenvolve outras

ações e projetos nas áreas de fruticultura e sementes.

Em sua trajetória, Feldman também foi bancário. Na

instituição financeira, trabalhou com prestações de

serviços voltados para a agricultura, durante 20 anos.

Isto, porque fez concurso para uma vaga de engenheiro

agrônomo e ficou lotado no Departamento Rural do

órgão, até 1997, onde fazia assistência de crédito rural

e de financiamento. Daí a familiaridade com assuntos

como o Garantia Safra e com mutirões para emissão

de DAPs (Declaração de Aptidão ao Pronaf), atividades

desenvolvidas pela Empresa, coordenadas por esse

técnico.

Este inquieto soteropolitano, que afirma que

ama ser baiano, mas que detesta comida baiana, preferindo

feijão com verdura no almoço de cada dia, passou por

outras experiências profissionais. Ao sair do banco, montou

um negócio próprio: uma empresa de transporte de água.

“Após quatro anos de atuação, resolvi partir para outra

atividade. Sentia falta de trabalhar com pessoas, em equipe,

contribuindo socialmente”, disse.

A opção encontrada foi voltar ao serviço público e

atuar no Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF),

do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no qual,

por dois anos, trabalhou junto com técnicos, na compra de

terras para a Reforma Agrária. Mas Samuel queria fazer mais.

É neste passo, de contribuir para o desenvolvimento

sócio-econômico do Estado, que Feldman deixa a porta do

DDA, que coordena, aberta e receptiva à colaborações e

ideias. Na EBDA, as parcerias profissionais já renderam a

conquista de 19 chamadas públicas, entre 2011 e 2012.

Aos 58 anos, com muita experiência de vida e de

trabalho, Feldman afirma: “se soubesse o quanto é bom

trabalhar na EBDA, já tinha vindo prá cá há muito tempo”.

É por isso que Samuel Feldman é gente nossa.

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Profissional dinâmica, criativa e

companheira. Essa é a definição dada pelos colegas

de trabalho, a chefe de Escritório Local de Valença,

Sandra Lúcia de Magalhães Marins. Coordenadora

do Projeto Pacto Federativo, no Baixo Sul, Marins

atualmente lidera uma equipe de 54 profissionais a

quem dedica atenção e comprometimento.

Sandra é uma extensionista rural,

nata, que trabalha na atividade social há 32 anos,

colocando o desenvolvimento da agricultura

familiar em primeiro plano, em seus compromissos

profissionais. Graduada em Serviço Social, pela Universidade Católica de Salvador, em 1981, Sandra logo foi aprovada,

em 1982, no concurso da antiga Emater-BA, atual EBDA, ficando à disposição da Cooperativa Agrícola Mista de

Batéa, em Jaguaquara, por três anos. Após esse período, Marins assumiu o cargo de assistente social da EBDA, no

mesmo município, de onde traz boas lembranças.

“Em Jaguaquara, atuei exclusivamente com Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), trabalhando com

agricultores, jovens, mulheres e grupos de produção, e pude contribuir com a organização e planejamento de atividades

agrícolas, de associativismo e cooperativismo”, recordou Sandra.

Há 18 anos a técnica veio para o município de Valença, onde percebeu a necessidade de estimular a

uma colaboradorada Ater pública

Sandra Marins

Page 83: GenteNossa 2011 2012

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produção de alimentos e de culturas de ciclo curto, como

forma de capitalizar e fortalecer as famílias rurais. Chefe

de Escritório Local, Marins tem o carinho e o respeito de

todos que trabalham com ela. Para a veterinária Maiana

Machado, Sandra representa a força e o dinamismo da

mulher no cenário agropecuário baiano. “Todos nós

somos aprendizes da experiência profissional de Sandra.

A forma, como ela gerencia, nos contagia”, comentou

Machado.

Apaixonada pelo trabalho rural, Sandra

procura participar de diversas capacitações profissionais

no setor agrícola, com o objetivo de se atualizar nas

novas tendências do negócio agrícola. “É necessário

aprimorar o conhecimento técnico, afinal o mundo está

em constante mudança; por isso quero estar capacitada,

e repassar o que aprendo para a minha equipe, que tem

um excelente potencial de aprendizagem”, comentou

Marins.

A simplicidade e humildade que Sandra tem

no tratamento com os agricultores familiares fazem

a técnica ganhar o carinho e o prestígio entre eles,

buscando, cotidianamente, seu atendimento. Maria Joselita

Santos, agricultora familiar, descreve Sandra como o braço

forte da agricultura, na região. “Conheço dona Sandra, tem

oito anos sempre com carinho e boa vontade de resolver

as dificuldades da minha comunidade, apoiando muito os

nossos eventos”, declarou a agricultora.

Mãe amorosa e zelosa com seus três filhos: Leo,

Raniere e Sandrinha, a técnica dedica parte de seu tempo

ao seu compromisso familiar, buscando estar presente nos

momentos importantes da vida dos filhos. Casada com o

médico cirurgião, Osvaldo Cruz, que não poupa elogios à

esposa. Dr. Osvaldo afirma ser um admirador revelado do

ofício e o do caráter da esposa. “Sandra é uma pessoa corajosa,

não tem medo de trabalho; admiro o amor que ela tem pelos

agricultores familiares e o seu envolvimento com a equipe. É

uma colaboradora nata da Ater pública, trabalhando sempre

com amor. Minha definição para Sandra é de uma pessoa

maravilhosa”, declarou.

É por todos esses anos de trabalho, dedicação

e comprometimento com a agricultura familiar, que a

profissional Sandra Marins é gente nossa.

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Compromisso, respeito e seriedade.

Esses são os pilares para o sucesso dos trabalhos

da agricultura familiar, na opinião do engenheiro

agrônomo da EBDA, em Nazaré das Farinhas,

Francisco Alves Vieira Filho (62), conhecido

popularmente como “Chico”. Extensionista há

38 anos, este técnico é referência nos trabalhos

pedagógicos desenvolvidos no campo, onde

estimular o desenvolvimento social e econômico

das famílias rurais é uma das suas ações como

pedagogo “por vocação”.

Formado em engenharia agronômica, pela Universidade Federal da Bahia, em Cruz das Almas, Francisco

Alves também buscou especializar-se em Irrigação e Drenagem, no Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas,

em Petrolina PE. Apostando na tecnologia, ele também fez especialização em Georreferenciamento, na Faculdade de

Agrimensura, em Minas Gerais.

Francisco ingressou na carreira profissional em 1974, no município de Livramento, Sudoeste do Estado,

quando foi aprovado no concurso do Instituto Baiano de Crédito Rural (IBCR), posteriormente Empresa de Crédito

e Extensão Rural (Encerba), seguido da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Ematerba), atual

EBDA.

um homemcomprometido com a

educação no campo

Francisco Alves Vieira Filho

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Apesar de agrônomo, por formação, a

pedagogia está na veia desse educador nato que

compreende a educação como forma de construção de

um futuro digno. Em sua história de vida profissional,

ele conta que em feiras livres, exposições, dias-de-campo

e atividades que concentravam grande público, realizava

uma atividade que ele nominou de “Ater em Feiras

Livres”, que consistia na ação de levar conhecimento

técnico ao agricultor familiar, de forma rápida e prática,

sobre as culturas agrícolas, plantio, adubação, prevenção

de pragas, entre outras informações.

Segundo colegas, com o megafone na mão,

Chico saudava os agricultores e convidava a todos a

participarem do momento Ater, e logo o público estava

adquirindo novos conhecimentos, esclarecendo dúvidas

e trocando experiências. O encontro com os produtores

acontecia todos os sábados, na feira do município de

Nazaré das Farinhas, onde permanece até hoje. O

trabalho deu certo e foi apresentado no Congresso

Internacional de Comunicação Rural, em Recife/1984.

Palestras sobre associativismo e cooperativismo são

realizadas, periodicamente, por Francisco, bem como

diagnóstico local, emissão da Declaração de Aptidão

ao Pronaf (DAP), orientações técnicas sobre criação

de animais, plantio, adubação e comercialização, nas

comunidades que ele trabalha, no município de Nazaré.

Atualmente, Francisco se dedica à implantação de

uma Unidade Experimental Demonstrativa (UED), de

mandioca. “Estou ansioso para ver o comportamento de

novas variedades de mandioca aqui, na região; isso pode

trazer bons resultados para o agricultor familiar”, comentou

o técnico.

Fotografia como hobby Pai de quatro filhos, casado com Marília da

Conceição Teixeira, Francisco dedica parte do seu tempo

livre à família e também à fotografia, uma de suas paixões. De

acordo com ele, a fotografia é a arte de expressar sentimentos,

pensamentos e emoções. “Eu gosto de fotografar, pois com as

imagens é possível relembrar tudo de bom que já foi vivido”,

comenta o também fotógrafo Chico.

A simplicidade e humildade de Francisco atraem

muitos amigos, um deles, o chefe de Escritório Local de

Nazaré, Manoel Brito, que não economiza elogios: “Chico

é um técnico exemplar, companheiro, profissional e ético.

Todos que trabalham com ele o admiram pela forma simples

que leva a vida, buscando sempre ajudar ao próximo. É um

prazer estar próximo de uma pessoa como ele”, declarou

Brito.

Por amor à extensão rural, por acreditar que o futuro

da agricultura familiar pode ser mais próspero, e por dedicar

38 anos de sua vida ao fortalecimento e desenvolvimento

das atividades agropecuárias, é que Francisco Vieira Filho é

Gente Nossa.

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A assistente social Ildete Dreger de

Souza, filha do pecuarista Epaminondas Manoel

de Souza e da professora Rosália Dreger de Souza,

é a nona de onze filhos. É citada pelos colegas de

trabalho como exemplo de uma pessoa dinâmica e

amiga, mulher guerreira, carinhosa, determinada e

competente, que não teme desafios. Descendente

de alemãs e italianos, sempre foi considerada pela

família como uma pessoa meiga e estudiosa.

Nasceu em 14 de março de 1963, em

Seabra, região da Chapada Diamantina. Perdeu

a mãe cedo, aos treze anos de idade. Admiradora

eterna do pai, sempre teve todo o seu apoio durante a sua caminhada de vida. “Ele tinha todas as qualidades possíveis;

era pai, amigo e confidente. Tive uma convivência muito forte com ele”, diz Ildete, com um enorme sorriso, ao

lembrar.

Sempre inquieta, a determinada jovem mudou-se para São Paulo assim que terminou o ensino médio, aos

dezoito anos, e por lá permaneceu quase um ano. Foi com o objetivo de estudar, já que em Seabra não tinha como

cursar uma faculdade, um de seus sonhos. Porém não encontrou oportunidade de trabalho, na época, e retornou

para sua cidade natal.

Mulher de Fibra

Ildete Dreger de Souza

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Na busca por emprego, prestou o concurso

para atuar na Empresa de Assistência Técnica e Extensão

Rural da Bahia (Emater/BA), e quando retornou da

capital paulista, teve a grata surpresa, foi aprovada e

ingressou na empresa em 1982, atuando como assistente

administrativa, em Seabra. Trabalhou em Macaúbas,

Boquira e Andaraí, e em 1997 foi transferida para a

capital baiana. Antes de vir para Salvador, a assistente

social foi capacitada na área de informática da sua região.

Na sede, iniciou no setor de pessoal, onde era

responsável pelo remanejamento de funcionários nos

diversos departamentos da empresa; foi secretária do

projeto Pró Renda - um convênio de cooperação técnica

entre o Brasil e a Alemanha -, que consistia em trazer a

metodologia aplicada na zona rural alemã para o Brasil.

Desenvolveu um importante trabalho na EBDA, ao

fazer o perfil dos empregados de 13 gerências regionais.

Em maio de 2006, assumiu a coordenação do Centro

de Treinamento (CTN), onde está até hoje. No setor,

ela trabalhou para a melhoria da estrutura física do

Centro, na reforma do auditório e implantou novos recursos

didáticos para atender ao público do CTN.

Ildete passou por grandes dificuldades para

conciliar a vida de mãe e funcionária. Por conta de suas

ocupações, passou um bom tempo longe do filho. Sempre

muito focada, realizou seu maior desejo aos 38 anos: cursar

a Faculdade de Serviço Social da Universidade Católica de

Salvador (Ucsal). Fez pós-graduação em psicopedagogia, para

aperfeiçoar-se, e orgulha-se de ter comprado um carro e um

apartamento, sozinha, e ter formado seu filho, Clodoaldo,

em Direito.

“Fui estudante, estagiária, funcionária, esposa e

mãe, o que requereu um grande esforço, mas valeu a pena”,

diz Ildete, que, nas horas de lazer, gosta de cinema, teatro

e sempre volta à fazenda deixada pelo pai para renovar as

energias.

A assistente social ainda pretende colocar um

projeto em prática: montar um consultório de psicopedagogia

clínica. “Só tenho a agradecer a EBDA por tudo que já

conquistei, entretanto, ainda tenho muito a realizar”.

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Quem vê aquele homem sério, sempre

com seu chapéu a postos e de pouca conversa, não

imagina o quanto sábio, humilde e simpático ele é.

Basta puxar um “dedo de prosa” para identificar

essas e muitas outras qualidades que o engenheiro

agrônomo da EBDA, João Cerqueira Barros, tem.

Filho de pai comerciante e mãe dona de casa,

nasceu em Feira de Santana, em 1956. Desde

criança sempre foi estudioso e aplicado. “Cumpria

todas as minhas obrigações e meus pais nunca

precisaram pegar no meu pé”, revela João Barros,

que, após terminar as tarefas escolares, ia para o

estabelecimento de seu pai para ajudá-lo.

Em 1981, graduou-se em agronomia pela UFBA e, neste mesmo ano, passou entre os 10 primeiros colocados

no concurso da antiga Ematerba, hoje EBDA. Começou sua carreira na empresa atuando como chefe do Escritório

Local de Seabra. O agrônomo conta que, naquela época, sentiu dificuldade para se adaptar à região, pois tudo era

novo para ele, que acabara de se formar. No entanto, rapidamente se acostumou com o ritmo do trabalho.

Após passar quatro anos em Seabra, foi transferido para o Escritório Local de Santo Estêvão, ocupando o

mesmo cargo. Em 2006, voltou para a sua cidade de origem, para assumir a chefia da Estação Experimental de Rio

Seco, onde trabalhou por dez anos. Atualmente, João Barros é o chefe do Centro de Profissionalização de Agricultores

Familiares da Estação de Rio Seco (Centreapis).

“seu nome é trabalhoe o apelido é labuta”

João Cerqueira Barros

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A área vegetal é a que mais se identifica, e

domina, visto que trabalhou durante muito tempo com

a produção de mudas e não parou mais. Somam-se

a isso projetos como a “fazendinha” – uma espécie de

unidade demonstrativa com várias tecnologias para a

pequena produção, cultivo de flores tropicais e criação

de aves caipira. “Sempre tive interesse pelas atividades

do homem do campo. Por frequentar fazendas desde

criança, despertei a curiosidade, e o prazer virou

profissão”, afirma Barros.

Sobre perspectivas no trabalho, conta que

pretende ampliar ainda mais os trabalhos já desenvolvidos

e implantar novos projetos voltados para a agricultura,

e entre eles, transformar a Estação em uma Fazenda

Modelo para a agricultura familiar. Não pensa em seguir

a carreira acadêmica, pois acha que não tem perfil para

ser professor e prefere dedicar-se aos trabalhos práticos de

campo.

No Centro de Profissionalização, recebe

regularmente a visita de estudantes do ensino

fundamental das escolas da região. Volta e meia,

também ministra cursos de enxertia e de produção de

mudas. Além disso, participa ativamente da organização

de eventos como a Expofeira e a Fenagro. Coordena todo o

processo de montagem dos estandes e auxilia na elaboração

da programação das atividades apresentadas.

Nas horas vagas, gosta de bater papo com os

amigos, caminhar, viajar, andar de bicicleta, curtir uma praia

e jogar xadrez. É festeiro, mas não gosta muito de dançar,

só o básico. “Sou muito tranquilo, fico mais na minha”,

confessa.

O assistente técnico administrativo, Rogério

Oliveira, diz que João Barros é um técnico muito responsável,

trata todas as pessoas da mesma forma, sem distinção, e que

gosta muito de trabalhar em equipe. “Eu sempre brinco

com ele que seu nome é trabalho e o apelido é labuta. É

um homem que não tem preconceitos: pega na enxada, cava

buraco e leva o serviço até o fim”, afirma o seu colega de

trabalho.

Ao falar sobre o que a EBDA representa em sua vida, deixa

claro que todos os anos de dedicação constante o levaram a

adquirir muita experiência e se apaixonar ainda mais pela

engenharia agronômica. “Não sou perfeccionista, porém

procuro fazer tudo sempre bem feito, pois levo muito a sério

o meu trabalho e, por consequência, a EBDA”, explica João

Barros.

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“O legado da agroecologia na EBDA”.

Este foi o elogio dito, com muito entusiasmo, por um

dos colegas de Daniel Rebouças Dourado, agrônomo

da EBDA, participante de uma videoconferência sobre

quintais agroflorestais. Quando se fala em agroecologia na

empresa, o nome Daniel Dourado surge instantaneamente

como num sistema de busca do Google. E isso não é um

exagero: todos o procuram por ser uma referência, devido

ao importante trabalho desenvolvido por ele, na área.

Daniel Dourado nasceu em Feira de

Santana, em 1957. Filho de fazendeiro e mãe dona-de-

casa formou-se em agronomia pela UFBA, em 1980. No

entanto, queria estudar medicina por achar que já havia sido

médico em outra encarnação. Gostou tanto da engenharia

agronômica, que logo desistiu de seguir a área médica.

Assim que saiu da universidade, passou no concurso da Emater-Ba, empresa que deu origem a EBDA. Apesar de

aprovado, não foi chamado porque não tinha carteira de motorista. Com a habilitação em mãos foi trabalhar em Canarana,

como técnico de campo, por um ano e meio. Depois disso, foi para Irecê, onde trabalhou no escritório local executando

atividades ligadas à agricultura alternativa, como se chamava na época.

Ainda em Irecê, foi convidado para ser assessor local da empresa, para auxiliar a equipe técnica do Programa Especial

para a Agricultura Familiar (Papi). Logo em seguida, passou de assessor a gerente. Realizou experiências de produção orgânica,

com um grupo de agricultores de Gameleiros do Açoruá, na serra de Gentil do Ouro e com produtores de Xique-Xique. Na

mesma época, participou de um trabalho de capacitação junto com a assessoria do Projeto de Tecnologia Alternativa (PTA),

da Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional (Fase).

Anos depois, criou o Grupo de Apoio de Resistência Rural e Ambiental (Gara), uma ONG criada através de

um dos pioneiros da agroecologia na Bahia

Daniel Dourado

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encontros e seminários sobre agricultura alternativa. A

partir disso, começou a ficar conhecido em toda a Bahia

ao divulgar seu vasto conhecimento na área, nas diversas

palestras apresentadas.

Após trabalhar por doze anos em Irecê, realizando

capacitações para técnicos e agricultores da região, Daniel

retornou à sua cidade natal, em 1993. Chefiou o escritório

de Santa Bárbara, por dez anos, promovendo atividades

de convivência com a seca, ligadas à agroecologia. Atuou

também como instrutor no centro de profissionalização da

Fazenda Mocó, ministrando cursos de manejo ecológico do

solo, em todas as regiões do Estado.

Fez consultoria em agroecologia, para agricultores,

em Serra Preta, Ipirá e Amargosa. “Com esse trabalho as

pessoas começaram a produzir organicamente e vender para

a alimentação escolar”, conta orgulhoso. Atualmente, Daniel

Dourado está coordenando um projeto sobre fertilidade

do solo, em Feira de Santana. “Implantamos campos

experimentais para mostrar, na prática, como resolver

problemas como pragas e doenças, e que está servindo de

referência para difundir as práticas agroecológicas”, explica

Dourado.

Além da agroecologia, o também especialista em

homeopatia, pelo Instituto Homeopático Soares da Cunha,

em Salvador, vem realizando muitos trabalhos nesta área. O

controle da mosca-das-frutas em mangueiras, do ataque do

escargot, às plantações, da queda dos frutos dos coqueiros, e

da antracnose e fusariose, em feijão, são alguns dos avanços

já obtidos com a chamada agrohomeopatia.

Através do Programa Quintais Produtivos, Daniel

Dourado vem implantando campos no sistema de agloflorestas,

onde são plantadas, numa mesma área, diversos tipos de

culturas. “A gente vai garantindo trabalho e renda para as

famílias, sinalizando para uma melhoria da qualidade de vida e

incorporando a preservação ambiental”, explica o técnico.

Um dos seus objetivos é fazer com que a agroecologia

seja institucionalizada dentro da empresa e difundida por

todos os programas e projetos. “Minha meta é trabalhar pela

sustentabilidade do planeta, pensando numa sociedade mais

justa, onde as pessoas tenham direito de usufruir dos bens

produzidos, pensando na conservação dos recursos naturais”,

revela.

A preocupação com o meio ambiente não vem só

da agronomia. Daniel é presidente de um centro espírita e, por

isso, faz um “link” perfeito entre o material e o espiritual. “Essa

interrelação do plano físico com o espiritual contribui muito

para a agroecologia, apesar de não ser considerada uma área de

atuação neste campo, mas incluo por minha conta”, ri.

Sobre sua personalidade, diz que tem um

temperamento forte, apesar de aparentemente calmo e tranquilo.

Casado, pai de onze filhos, apenas um escolheu a sua profissão.

Ama o que faz e gosta de trabalhar mais no campo. Esclarece que

atividades burocráticas de escritório não o estimulam muito.

Em meio a tantos elogios à EBDA, ele deseja vê-la

“mais oxigenada com a agroecologia, quebrando paradigmas

para ter uma extensão rural renovada”. Este é Daniel Dourado,

que assim como seu sobrenome, transluz uma boa energia na

empresa. Valendo o trocadinho, um engenheiro que vale ouro.

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Uma pessoa com expressões fortes,

marcadas pelo trabalho duro na terra, calado, durão,

organizado e perfeccionista. Quando tem uma

questão para resolver não se inibe, só sossega quando

encontra uma solução. Considerado pelos colegas de

trabalho como um funcionário “pau para toda obra”,

o técnico agrícola da EBDA, Lisvaldo Alves de Jesus é

citado como um homem dinâmico, que trabalha com

mecânica, na lida com os animais e conhece a estação

experimental de Aramari como a palma da própria

mão.

Nascido em 16 de Abril de 1955, no

povoado de Santa Hilária, zona rural do município de

Pimenta, em Minas Gerais, o filho de agricultores familiar, teve o povoado onde vivia coberto pelas águas, depois que

a represa situada às margens do Rio Grande rompeu, e inundou uma grande parte da comunidade, o que obrigou os

pais de Lisvaldo a mudarem para a parte alta da cidade.

Sem muitas alternativas de estudo em Pimenta, Lisvaldo mudou-se para Franca, localizada em São Paulo, lá

concluiu o curso técnico agrícola em 1977. Prestou concursos nos Estados de Mato Grosso, Rondônia e São Paulo e

não obteve resultado positivo. Resolveu então fazer o concurso da Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia, antiga

(EPABA), foi aprovado, e no dia 18 de agosto de 1978, começou a se dedicar à agricultura familiar.

O primeiro município que o técnico agrícola atuou foi Monte Gordo, onde prestava assistência com a cultura

do coco; lá permaneceu por um ano. Em seguida, foi transferido para Nova Soure; trabalhou com irrigação, plantio

um homem que não tem medo de trabalho

Lisvaldo Alves

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de milho e hortaliças. Em Dezembro de 1979, foi para

Juazeiro, auxiliar o trabalho com plantio de feijão irrigado,

e, em 1982, mudou-se para Aramari onde permanece até

hoje.

Na estação Experimental de Aramari, o técnico

agrícola cuida dos bovinos e bubalinos, faz a conservação

de pastagens, a parte zootécnica, controle de vermifugação e

nascimento dos animais, tatua os bezerros após o nascimento,

recupera as cercas danificadas e auxilia os vaqueiros. “É um

verdadeiro trator para trabalhar, me ajuda do conserto

de automóveis ao trabalho com tubulação e eletricidade,

quando necessário” relata a chefe da Estação Experimental

de Aramari, Carolina Mello.

Muito organizado, mantém controle de todo

rebanho da estação através da planilha Excel, onde aprendeu

a mexer sozinho. “É um técnico que está sempre disponível,

por diversas vezes, leva trabalho para casa; é responsável

e correto”, disse o veterinário Vicente Dias, que, além de

colega de trabalho do técnico, tornou-se um amigo presente.

Por falta de condições financeiras não fez um curso

superior, se tivesse tido oportunidade teria feito agronomia.

No momento gostaria de se especializar em mecânica, por

causa da paixão pelo conserto de automóveis.

Embora tenha um enorme carinho pelos animais,

diz que não optaria pelo curso de medicina veterinária,

justamente por não gostar de ver o sofrimento dos animais.

No período de seca, Lisvaldo por muitas vezes trabalhou

dia e noite arando a terra para plantar capim e manter a

conservação de pastagens. Ficava agoniado quando não via a

fartura de capim para os bichos.

“Amo o que eu faço. Aprendi muita coisa com EBDA,que é

minha segunda família”, declarou. Pai de três filhos, Juliana,

Silvio e Marcos, o técnico orgulha-se da filha mais nova.

Juliana, que cursa Administração. Nos momentos de lazer,

costuma pescar, paparicar a netinha Alicia, de um ano e cinco

meses, e gosta de ficar em casa com a esposa Fátima, com

quem é casado há 28 anos.

Por trás dessa aparência rude e firme se esconde

um homem emotivo, que chora quando fala de dona Luiza

Cândida de Oliveira. “Sinto muitas saudades de minha mãe,

lembro dela sempre. Depois que ela faleceu, perdi a alegria

de voltar a minha terra natal, que visitava todos os anos”,

recorda Lisvaldo com os olhos marejados. O técnico, que

atua na EBDA há 34 anos é um exemplo de bom caráter,

comprometimento e amor pela vida no campo. Um homem

que sonha em ter um sítio próximo à praia e orgulha

imensamente a EBDA.

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É nas terras secas do oeste, onde o

sol racha os pés do sertanejo, que o técnico em

agropecuária da EBDA, Paulo Araújo (48), cativa

agricultores familiares com música, arte e amor.

Natural do município de Bom Jesus da Lapa,

no Vale do São Francisco, ele se encantou pela

música aos 14 anos, ao ganhar de sua mãe, Maria

Araújo, um violão, e aos 16 anos, descobriu sua

vocação agrícola, na Escola Agrotécnica Federal

de Urutaí, em Goiás.

Na terra que faz brotar a resistente

palma, também nascem homens e mulheres valentes e fortes, que lutam para sustentar suas famílias e têm

fé e esperança de que um dia a vida no sertão seja melhor. Foi na tentativa de contribuir com a melhoria

da qualidade de vida dos seus conterrâneos que Paulo decidiu nunca deixar sua cidade natal, e é difícil

encontrar na região alguém que não conheça o artista Paulão Araújo, da banda “Morão di Privintina”.

Após concluir o Curso Técnico em Agropecuária, Paulo foi para o Espírito Santo estudar a

Metodologia da Escola Família Agrícola, em 1984; depois trabalhou em várias empresas de assessoria técnica

agrícola, realizando muitos projetos, entre eles, de irrigação no semiárido. O técnico chegou à EBDA em

2009, por meio do Regime Especial de Direito Administrativo (Reda); trabalha assistindo 11 comunidades

A sintonia entrea Assistência Técnica

e a música regional

Paulo Araújo

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do Projeto de Assentamento Agroextrativista São

Francisco, em Serra do Ramalho. E ajudou a criar

pontos de leitura, desenvolveu encontros territoriais

com mulheres, trabalhos de revitalização da Bacia

do São Francisco e cadastramento e elaboração de

projetos do Pronaf.

Paulão é admirado pelos colegas pelo que

faz na assistência técnica e no meio cultural de Bom

Jesus da Lapa. “Altamente prestativo, não há tempo

ruim para ele, nunca vi de mal com a vida”, conta o

engenheiro agrônomo da EBDA de Serra do Ramalho,

Pedro Fernandes Alves.

Atualmente, Paulo e a banda Morão de

Privintina trabalham com projetos culturais voltados

para comunidades rurais, mas já se apresentaram em

Salvador, nos bairros do Rio Vermelho e Praças Tereza

Batista e Quincas Berros D’água, no Pelourinho, com

show do primeiro cd “Cama de Quiabento”.

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Bacharel em química pela UFBA, da

turma de 1974, Ariomar de Castro Aguiar foi

coordenador do Laboratório de Química e

Física do Solo da Universidade Federal da Bahia

e começou sua carreira trabalhando no Instituto

de Geociência, no Projeto de Geoquímica. Em

1980, deixou o projeto para trabalhar na antiga

Empresa de Pesquisa Agropecuária da Bahia

(Epaba), hoje, EBDA, a convite do coordenador

do Programa de Solos da Bahia, na instalação do

Laboratório de Solos.

Referência na área, logo estruturou todo o

laboratório da empresa que funcionou até 1990,

e em 1991, houve a junção da Epaba com a Emater-Ba, quando foi constituída a EBDA. Nesta época, com o

avanço da soja em Barreiras, o laboratório foi transferido de Salvador para o município. Após alguns anos de

atuação, retornou para a capital baiana para novamente implantar o Laboratório de Solos, e, paralelamente,

o laboratório da EBDA em Teixeira de Freitas.

No transcurso de sua vida profissional, Ariomar esteve na França, em 1978, onde passou um ano,

fazendo uma especialização e aperfeiçoamento técnico e científico, no Office de la Recherche Scientifique et

Technique d’Outre-Mer (ORSTOM), como bolsista deste centro de pesquisa internacional.

dedicação extrema à pesquisa do solo na Bahia

Ariomar Aguiar

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Nascido em Salvador, em 1950, Ariomar

é filho de um telegrafista e de uma assistente

administrativo. Com relação aos estudos, sempre foi

um dos melhores alunos. Mesmo sendo muito bom

em química, não pensava em cursar a faculdade nesta

área. No entanto, por incentivo de seus professores

do segundo grau, optou pela profissão, o que afirma

ter feito a escolha certa. Segundo os colegas de

trabalho, isto é claro em função da sua dedicação

extrema ao trabalho diário no laboratório.

“Não sou perfeccionista, mas gosta das coisas bem

feitas”, afirma discreto Ariomar. É pontual - segue à

risca seus horários -, e quem o conhece, sabe que é

introvertido e reservado. No trabalho, só fala sobre

assuntos referentes ao laboratório e nada mais.

Nas horas vagas, gosta de ouvir música,

preferencialmente, Bossa Nova e MPB. Toquinho,

Vinicius de Morais e Seu Jorge são seus cantores

preferidos. Aos 62 anos, confessa que deixou um

pouco de lado as leituras sobre assuntos técnicos.

Hoje, prefere livros mais leves, relacionados à saúde e

bem-estar.

O técnico da EBDA também é amante da

sétima arte. Filmes de guerras históricas e de faroeste são

os seus prediletos. Como todo fã do gênero, John Wayne

é o seu ator número um. Ele chega a gravar vários filmes

para assistir nos finais de semana. Influenciado pelos

filmes da época, recorda que, quando criança, seu sonho

era ser piloto de avião.

Sobre metas, afirma que uma parte já cumpriu

ao educar seu casal de filhos, todos pós-graduados, a

segunda, fica por conta de viver melhor e com saúde.

“Quero viajar mais, relaxar e ter qualidade de vida”,

revela o químico que pretende trabalhar até aos 70 anos.

Ainda este ano, espera ter o seu primeiro netinho.

Ao falar sobre seu trabalho, explica que se

sente gratificado pelo fato de poder prestar assistência

ao agricultor familiar e conscientizá-lo sobre o melhor

aproveitamento do solo e da água. Chefe, pai e colega

atencioso, Ariomar é uma pessoa simples, dedicada e

culta. Um fundador perseverante e comprometido com

a ciência, o que a EBDA reconhece.

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Simples, bem disposto e

solidário. Essas qualidades definem um pouco

o profissional Raimundo Vasconcelos Silva, o

famoso “Bobó”, da EBDA. Responsável por

levar e trazer as correspondências geradas pelo

Gabinete da Presidência (GPR) e das diretorias

da empresa, o contínuo da Diretoria Executiva

traz na bagagem profissional 35 anos de

experiência nas rotinas administrativas.

Casado com Iris Vieira Santos,

Bobó se diz um homem feliz, realizado com seu

grande amor. Pai de Renan Vieira (28), e avô do pequeno Rian, de 5 anos, o chefe de família reserva seus

momentos vagos para dedicar-se às brincadeiras com seu neto.

O apelido “Bobó”, bastante popular entre os colegas, amigos e familiares, segundo conta, surgiu das

brincadeiras de criança, quando os companheiros passaram a chamá-lo por esse codinome, justificando que

Raimundo só pescava ‘pequenos peixes conhecidos como bobós’, às margens do riacho que ficava próximo

à sua casa, no bairro da Caixa D’Água, em Salvador.

Conhecido e admirado por todos os colegas, Bobó revela que a EBDA é sua segunda casa, e

seus colegas são extensão da sua família. “Tenho um carinho enorme por todos que trabalham comigo;

um homemque tem prazer

em servir

Raimundo Vasconcelos Silva

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gosto muito de estar na companhia dessas pessoas

trabalhadoras e honestas. É um prazer fazer parte da

equipe da EBDA”, declara Bobó.

Raimundo Vasconcelos foi admitido

na EBDA, em 1977, na extinta Emater-BA, e,

hoje, passados 35 anos, o servidor público ainda

trabalha com a mesma garra e vitalidade, tendo a

disponibilidade como sua principal característica.

Muitos são os depoimentos dos colegas de trabalho.

A equipe do Gabinete, por exemplo, expressa

seu carinho definindo Bobó como uma pessoa

extremamente solidária, simples, alegre, formidável,

presente e, acima tudo, de bom caráter e de coração

puro. Ele é simplesmente ‘um profissional nota 10’,

declaram todos os colegas.

Trabalhos de cunho social fazem parte das

atribuições de Bobó, como secretário do Conselho

de Moradores de Canabrava, bairro onde mora.

Organizar festas de Natal, fazer a distribuição de

cestas básicas, realizar atividades de recreação em

comemoração ao Dia das Crianças, festejos de

Páscoa, homenagens ao Dia das Mães, entre outras

ações, são atividades rotineiras de Bobó, voltadas para

a sua comunidade. “Estou sempre envolvido com as

coisas sociais; é preciso ser solidário e oferecer um pouco

de si para os que mais precisam. O ideal é proporcionar

esperança de dias melhores para os que vivem no bairro,

que têm uma triste história. Gosto muito de trabalhar

como voluntario”, afirma Bobó.

Nas horas vagas, nos finais de semana,

Raimundo reúne os amigos para jogar uma clássica

partida de dominó. Ele comenta que este é o momento

para rever os velhos amigos e colocar a conversa em dia.

“O dominó é um passatempo tranquilo e divertido;

gosto de desfrutar desses momentos”, comenta.

Outra grande paixão desse cidadão é a

fruticultura: em uma área, no quintal de sua casa, Bobó

cultiva árvores frutíferas como graviola, jambo, coco,

acerola e pitanga, e os tratos culturais são realizados por

ele mesmo, que dedica as manhãs de sábado e domingo

para cuidar de sua plantação. Perguntado sobre o que

faz com os frutos, ele responde compenetrado: “uso na

alimentação familiar, já que as frutas possuem um rico

teor de vitaminas”.

Com sorriso simples, a disponibilidade

estampada no semblante e o caráter de um homem

digno, pai, amigo, colega e profissional, Raimundo

Vasconcelos da Silva, o Bobó, faz a diferença na EBDA.

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Secretaria da Agricultura, Pecuária,Irrigação, Reforma Agrária,

Pesca e Aquicultura

www.ebda.ba.gov.br