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Ficha Técnica Título: Geografia, Programa da 8ª Classe Edição: ©INDE/MINED - Moçambique Autor: INDE/MINED – Moçambique Capa, Composição, Arranjo gráfico: INDE/MINED - Moçambique Arte final: INDE/MINED - Moçambique Tiragem: 1500 Exemplares Impressão: DINAME Nº de Registo: INDE/MINED – 6275/RLINLD/2010

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Ficha Técnica

Título: Geografia, Programa da 8ª Classe

Edição: ©INDE/MINED - Moçambique

Autor: INDE/MINED – Moçambique

Capa, Composição, Arranjo gráfico: INDE/MINED - Moçambique

Arte final: INDE/MINED - Moçambique

Tiragem: 1500 Exemplares

Impressão: DINAME

Nº de Registo: INDE/MINED – 6275/RLINLD/2010

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Prefácio

Caro Professor

É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário Geral.

Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve a necessidade de

reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se faça sem

sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para a vida continuem a ser

desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos.

As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram garantir

compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a vida que

permitam ao graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o mundo de trabalho numa economia

cada vez mais moderna e competitiva.

Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem em mãos é

resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de professores das

várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições públicas, empresas e

organizações, que colocaram a sua experiência neste exercício de transformação curricular e a quem

aproveito desde já, agradecer.

Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas, apelo ao

estudo permanente das sugestões que eles contêm. Para que convoquem a vossa e criatividade e

empenho para levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que amanhã engrossarão o

contingente nacional para o combate à pobreza.

Aires Bonifácio Baptista Ali.

Ministro da Educação e Cultura

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1. Introdução A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que se enquadra no Programa Quinquenal do Governo e no Plano Estratégico da Educação e Cultura e tem como objectivos:

• Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino, proporcionando aos alunos aprendizagens relevantes e apropriadas ao contexto socioeconómico do país.

• Corresponder aos desafios da actualidade através de um currículo diversificado, flexível e profissionalizante.

• Alargar o universo de escolhas, formando os jovens tanto para a continuação dos estudos como para o mercado de trabalho e auto emprego.

• Contribuir para a construção de uma nação de paz e justiça social. Constituem principais documentos curriculares:

• O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG) – documento orientador que contém os objectivos, a política, a estrutura curricular, o plano de estudos e as estratégias de implementação;

• Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos; • O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG); • Outros materiais de apoio.

1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG O Currículo do ESG, a ser introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras que visam a formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para que continuem a aprender ao longo de toda a sua vida. O novo currículo procura por um lado, dar uma formação teórica sólida que integre uma componente pré-vocacional e por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências relevantes para uma integração plena na vida política, social e económica do país. As consultas efectuadas apontam para a necessidade de a escola responder às exigências do mercado cada vez mais moderno que apela às habilidades comunicativas, ao domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação, à resolução rápida e eficaz de problemas, entre outros desafios. Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma formação integral do indivíduo que assenta em quatros pilares, assim descritos:

Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético, de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de tomar em diversas circunstâncias da sua vida; Saber Conhecer que é a educação para a aprendizagem permanente de conhecimentos científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a compreensão, a interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e naturais;

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Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual, mas também às tendências de transformação no mercado; Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto é, saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de diversas culturas, religiões, raças, entre outros. Agenda 2025:129

Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável. Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas relevantes para que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos, e como cidadãos responsáveis e úteis na família, na comunidade e na sociedade, em geral. 1.2. Os desafios da Escola A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o papel da escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir grandes quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre outros. Torna-se, assim, cada vez mais importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus conhecimentos ao longo da vida. Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na vida? As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, isto é, conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo mobiliza para enfrentar com sucesso exigências complexas ou realizar uma tarefa, na vida quotidiana. Isto significa que para resolver um determinado problema, tomar decisões informadas, pensar critica e criativamente ou relacionar-se com os outros um indivíduo necessita de combinar um conjunto de conhecimentos, práticas e valores. Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas também à sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes, tendo em conta a realidade do país. Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo, não só as competências viradas para o desenvolvimento das habilidades de comunicação, leitura e escrita, matemática e cálculo, mas também, as competências gerais, actualmente reconhecidas como cruciais para o desenvolvimento do indivíduo e necessárias para o seu bem estar, nomeadamente:

a) Comunicação nas línguas moçambicana, portuguesa, inglesa e francesa; b) Desenvolvimento da autonomia pessoal e a auto-estima; de estratégias de aprendizagem e

busca metódica de informação em diferentes meios e uso de tecnologia; c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização e apresentação

dos trabalhos;

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d) Resolução de problemas que reflectem situações quotidianas da vida económica social do país e do mundo;

e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se relacionar bem com os outros;

f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos; g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis; h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da comunidade bem

como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas; i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza; j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança; k) Desenvolvimento de projectos estratégias de implementação individualmente ou em grupo; l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e crianças.

Estas competências são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis subsequentes. Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se a uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais novas habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na resolução de problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias ocupações ao longo da vida. 1.3. A Abordagem Transversal A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista um desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar é chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações-problema parecidas com as que se vão confrontar na vida. No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas competências e nos temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo na escola e as atitudes dos seus intervenientes sobretudo dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver com os outros e bem fazer. Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores. O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao longo do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas indicações para a sua abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto de apoio sobre os temas transversais.

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1.4 As Línguas no ESG A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado. No currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas estrangeiras (Inglês e Francês). As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento conjugado de todas as disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas de línguas. Todos os professores deverão assegurar que alunos se expressem com clareza e que saibam adequar o seu discurso às diferentes situações de comunicação. A correcção linguística deverá ser uma exigência constante nas produções dos alunos em todas as disciplinas. O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção da leitura (concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos alunos, sessões para a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de pesquisa, exposições, actividades culturais em datas festivas e comemorativas, entre outros momentos de prática da língua numa situação concreta. Os alunos deverão ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários sobre elas e seus autores, a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou lidos nos órgãos de comunicação social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma apropriada, a buscar informações e a sistematizá-la. Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos constitui um pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação da moçambicanidade. 1.5. O Papel do Professor O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e responsáveis na família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade) ou no trabalho. Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo-os em actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação do aluno para a vida passa por uma formação em que o ensino e as matérias leccionadas tenham significado para a vida do jovem e possam ser aplicados a situações reais. O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais sentido se estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos inerentes à disciplina, às componentes transversais e às situações reais. Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este consiga:

• organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus conhecimentos,

habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas de soluções; • encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o desenvolvimento de

competências. Por exemplo, envolver os alunos numa actividade, projecto ou dar um problema

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que os obriga a recorrer a conhecimentos, procedimentos e experiências de outras áreas do saber;

• acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos, motivá-los e corrigi-los durante o processo de trabalho;

• criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender o mundo e transformá-lo;

• avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa perspectiva formativa.

Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao saber, à profissão, aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso deste programa passa pelo trabalho colaborativo e harmonizado entre os professores de todas as disciplinas. Neste sentido, não se pode falar em desenvolvimento de competências para vida, de interdisciplinaridade se os professores não dialogam, não desenvolvem projectos comuns ou se fecham nas suas próprias disciplinas. Um projecto de recolha de contos tradicionais ou da história local poderá envolver diferentes disciplinas. Por exemplo:

- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura, redacção e correcção dos textos;

- História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de fontes; - Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da região; - Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.

Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar em equipa, de análise, de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima, contribuindo assim para o desenvolvimento das competências mais gerais definidas no PCESG. As metodologias activas e participativas propostas, centradas no aluno e viradas para o desenvolvimento de competências para a vida pretendem significar que, o professor não é mais um centro transmissor de informações e conhecimentos, expondo a matéria para reprodução e memorização pelos alunos. O aluno não é um receptáculo de informações e conhecimentos. O aluno deve ser um sujeito activo na construção do conhecimento e pesquisa de informação, reflectindo criticamente sobre a sociedade. O professor deve assumir-se como criador de situações de aprendizagem, regulando os recursos e aplicando uma pedagogia construtivista. O seu papel na liderança de uma comunidade escolar implica ainda que seja um mediador e defensor intercultural, organizador democrático e gestor da heterogeneidade vivencial dos alunos. As metodologias de ensino devem desenvolver no aluno: a capacidade progressiva de conceber e utilizar conceitos; maior capacidade de trabalho individual e em grupo; entusiasmo, espírito competitivo, aptidões e gostos pessoais; o gosto pelo raciocínio e debate de ideias; o interesse pela integração social e vocação profissional.

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1. O Ensino-Aprendizagem Da Disciplina De Geografia Este é o programa da disciplina de Geografia do Ensino Secundário Geral (ESG), da 8ª classe, que resulta das experiências adquiridas ao longo dos tempos com o ensino da Geografia em Moçambique, especialmente com a introdução do Sistema Nacional de Educação em 1983 e, mais recentemente, com o enriquecimento do programa intermédio, que vigorou nos anos lectivos de 2006 e 2007. O enriquecimento deste programa teve como foco principal a definição de competências do ciclo e a reformulação dos objectivos, conteúdos e sugestões metodológicas, tendo em conta a filosofia do currículo do Ensino Básico e os princípios definidos no Plano Curricular do ESG. A Geografia é, por excelência, uma disciplina que permite a ligação entre a teoria e a prática. O seu objecto de estudo é a superfície terrestre, onde ocorrem vários fenómenos físico-naturais e humanos. Com este programa pretende-se orientar o professor na realização da sua acção docente-educativa. Assim, o professor tem que trabalhar com o programa de forma flexível, crítica e criativa. O ensino de Geografia no 1º ciclo, compreende a Geografia Física Geral na 8ª classe, a Geografia Económica Geral na 9ª classe e a Geografia de Moçambique e Moçambique na SADC na 10ª classe. A abordagem de conteúdos de Geografia ao longo do ciclo, orienta para o desenvolvimento de competências relevantes para a vida. Neste contexto o aluno:

• Aprofunda os conhecimentos, desenvolve habilidades e atitudes e aplica-os em novas situações;

• Localiza e explica os aspectos físico-naturais e humanos que ocorrem no país e no mundo; • Toma consciência das diferenças existentes no âmbito físico-natural, socio-económico, cultural

e político nas diferentes regiões do mundo com vista a mudança de atitude respeitando a diversidade e desenvolvendo o espírito de solidariedade;

• Aplica os saberes adquiridos na realização de actividades produtivas, sendo capaz de encontrar soluções alternativas na resolução de problemas concretos.

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Competências A Desenvolver No Ciclo As competências a serem desenvolvidas pelo aluno ao longo do ciclo contemplam de forma integrada conhecimentos, capacidades, habilidades e atitudes relevantes para a vida. Assim, são definidas as seguintes competências:

Usa expressões geográficas adequadas para relacionar fenómenos físico-geográficos e socio-económicos com as diferentes actividades produtivas da comunidade, do país e do mundo.

Interpreta os fenómenos geográficos relativos às desigualdades na distribuição das actividades

produtivas.

Realiza trabalho de investigação científica aplicando métodos e técnicas adequados ao nível.

Efectua estudos comparativos da distribuição da população por sectores de actividade e emite juízo opinativo em relação às condições socio-económicas da população.

Aplica na comunidade os conhecimentos geográficos para prevenção e mitigação de diferentes

problemas de índole natural, social, económica e outros.

Fundamenta as causas das desigualdades no desenvolvimento socio-económico dos países, sem por em causa o bom relacionamento entre os povos.

Dinamiza na comunidade acções que têm em vista a preservação do ambiente.

Interpreta as leis da família, do ambiente e da água na escola e na comunidade.

Participa em actividades que concorrem para a melhoria da qualidade de vida tais como

limpeza de instituições e locais públicos e participação em projectos de geração de rendimento.

Aplica as regras de conservação ambiental com vista à melhoria da qualidade de vida da comunidade.

Participa na escola e/ou no bairro, nos debates que abordam a problemática do tabaco, álcool,

droga e outros vícios.

Realiza acções concretas para o aproveitamento racional dos recursos de que Moçambique dispõe.

Interrelaciona o crescimento populacional, o desenvolvimento das actividades económicas e o

equilíbrio ambiental.

Relaciona a estrutura da população com a economia de Moçambique, elaborando propostas para o desenvolvimento do país.

Participa na implementação de projectos para benefício próprio, da família, da comunidade e

do país.

Convive com as pessoas que o rodeiam respeitando a sua condição física e idade.

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2. Objectivos Gerais Da Disciplina Os objectivos gerais da disciplina de Geografia são:

• Contribuir para a formação da concepção científica do mundo; • Desenvolver a independência cognoscitiva; • Dominar linguagem geográfica e cartográfica; • Localizar objectos geográficos, estabelecendo relação entre os factores que contribuem para a

sua distribuição espacial; • Compreender as dinâmicas sociais e espaciais a diferentes escalas; • Analisar processos de transformação do espaço ao longo da história da humanidade; • Relacionar questões geográficas com processos sociais, económicos, culturais e políticos; • Utilizar material cartográfico estabelecendo as inter-relações entre a Natureza e a Sociedade; • Realizar pesquisa útil e relevante sobre problemas da sua comunidade, contribuindo para o seu

desenvolvimento sustentável; • Participar activamente em acções que visem melhorar a qualidade de vida da sua comunidade; • Intervir para a melhoria de um mundo complexo e em constante transformação; • Elaborar projectos que visem melhorar a vida da sua comunidade; • Formar um sistema de habilidades, relacionados com os conhecimentos geográficos, que

podem ser usados na vida prática; • Assumir a necessidade de exploração racional dos recursos naturais; • Preconizar o princípio da protecção da Natureza e da educação ambiental como fundamentos

da correcta relação entre a Sociedade e a Natureza; • Valorizar a diversidade natural e cultural como riquezas da humanidade; • Desenvolver o amor à Pátria moçambicana, o espírito de patriotismo e de solidariedade.

3. Visão Geral Dos Conteúdos Do Ciclo

8ª- classe 9ª- classe 10ª- classe Unidade 1 - A Terra no Universo Unidade 2 - A Terra e suas Esferas:

• A Atmosfera • A Biosfera • A Hidrosfera • A Litosfera

Unidade 1 - População Unidade 2 - Agricultura e Pecuária Unidade 3 - Indústria Unidade 4 - Transportes e comunicações Unidade 5 - Cidades

Unidade 1 - Geografia Física de Moçambique Unidade 2 - Geografia Económica de Moçambique Unidade 3 - Moçambique na SADC

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4. Objectivos Da 8ª Classe Ao longo da 8ª classe o aluno deve:

Estabelecer, de forma sistemática, a relação entre os conhecimentos adquiridos na Geografia

com a vida prática; Articular o conhecimento sobre a Terra como elemento do sistema solar e os fenómenos que

nela ocorrem; Compreender a dinâmica do Universo; Estabelecer a relação entre a Atmosfera e a Biosfera; Relacionar a Hidrosfera com a Litosfera; Explicar a importância de cada uma das esferas para a vida na Terra; Caracterizar as grandes zonas bioclimáticas; Caracterizar os oceanos, mares, rios e lagos; Explicar o processo de formação do solo; Desenvolver hábitos e habilidades para elaboração e uso sistemático de mapas, gráficos,

diagramas, tabelas e esquemas; Interrelacionar os processos da geodinâmica interna e externa na formação do relevo; Identificar os principais problemas que afectam a Terra; Propor soluções concretas para mitigação dos problemas que afectam a Terra; Assumir uma atitude activa e consciente sobre o uso, conservação e protecção dos recursos

naturais; Explicar as inter-relações existentes entre as quatro esferas; Desenvolver o amor à Pátria moçambicana; Desenvolver o hábito de manter os livros, cadernos e outros materiais limpos e conservados; Adquirir hábitos correctos de estudo; Adquirir hábitos de trabalho independente; Valorizar o trabalho em equipa.

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5. Visão Geral Dos Conteúdos Da 8ª- Classe Trimestre

Unidade Temática Conteúdo

I

Introdução ao estudo da Geografia

Conceito de Geografia Objecto, divisões e importância do estudo da Geografia

Unidade 1: A Terra no Universo

1.1. A Evolução do Universo 1.2. O Sistema Solar: O Sol e os planetas 1.3. A Terra e os seus movimentos 1.4. A importância do estudo do Universo

Unidade 2: A Terra e suas Esferas

2.1. Introdução ao estudo das esferas 2.1.1. As esferas 2.1.1.1. Noções gerais sobre as esferas 2.1.1.2. Caracterização das esferas 2.1.1.3. Interligação das esferas 2.2: A Atmosfera e a Biosfera 2.2.2. A atmosfera 2.2.2.1. A estrutura vertical e composição da atmosfera: características das camadas da atmosfera 2.1.2.2. Importância da atmosfera 2.2.3- Tempo e clima: elementos e factores de clima 2.2.3.1. Elementos do clima:

• Temperatura • Humidade • Nebulosidade • Precipitação • Pressão atmosférica e ventos • Massas de ar

2.2.3.2. Factores do clima:

• Latitude • Altitude/ Relevo • Vegetação • Continentalidade • Correntes Marítimas

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Trimestre

Unidade Temática Conteúdo

II

2.2.4. As Grandes Zonas Bioclimáticas 2.2.4.1. Zona Intertropical 2.2.4.2. Zonas Temperadas 2.2.4.3. Zonas Frias 2.2.5. Uso, protecção e conservação da Atmosfera e da biosfera 2.3. A Hidrosfera 2.3.1. Os oceanos e mares 2.3.1.1. Caracterização e localização 2.3.1.2. Os movimentos das águas dos oceanos e mares: ondas, marés e correntes marítimas

2.3.2. Rios 2.3.2.1. Elementos de um rio 2.3.2.2. Rede e bacia hidrográfica 2.3.2.3. Caudal e regime hidrográfico 2.3.2.4. Formas terminais dos rios: delta e estuário 2.3.2.5. Principais rios do mundo e sua localização geográfica 2.3.3. Lagos 2.3.3.1. Origem e tipo de lagos 2.3.3.2. Principais lagos do mundo e sua localização geográfica 2.3.4. Águas Subterrâneas Características gerais, sua formação e importância 2.3.5. O ciclo da água 2.3.6. Uso, protecção e conservação da Hidrosfera

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III

2.4 A Litosfera 2.4.1. A estrutura interna da Terra: crusta, manto e núcleo 2.4.2. Grandes tipos de rochas: magmáticas, sedimentares e metamórficas 2.4.3. Os solos 2.4.3.1. Formação do solo 2.4.3.2. Importância do solo

2.4.4. O relevo terrestre 2.4.4.1. Características gerais 2.4.4.2. Agentes internos: construtores do relevo 2.4.4.2.1. Movimentos lentos

• Falhas e dobras 2.4.4.2.2. Movimentos rápidos

• Sismos e vulcões, sua distribuição geográfica 2.4.5- Agentes externos: modeladores do relevo

• Erosão e seus agentes: acção do vento, das águas dos rios, chuvas, mares, oceanos; o Homem e os seres vivos

2.4.6. Ciclo geológico 2.4.7. Uso, protecção e conservação da litosfera

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6. Plano Temático Introdução Ao Estudo Da Geografia OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deve: CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS BÁSICAS O aluno:

CARGA HORÁRIA

Identificar as divisões da Geografia; Explicar a importância do estudo da

Geografia; Definir Geografia; Estabelecer ligação entre a

importância do estudo da Geografia e a vida prática.

Objecto, divisões e importância do estudo da Geografia;

Definição de Geografia.

Reconhece a importância do estudo da Geografia.

1

Unidade Temática 1: A Terra No Universo

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deve: CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS BÁSICAS O aluno:

CARGA HORÁRIA

• Identificar os elementos do Universo; • Relacionar o planeta Terra com os outros

planetas do sistema solar; • Definir Universo; • Identificar os movimentos da Terra • Explicar as consequências dos

movimentos da terra; • Explicar a importância do estudo do

Universo.

1.1. O Universo e seus elementos 1.2. O Sistema Solar: O Sol e os planetas 1.3. A Terra e os seus movimentos 1.4. A importância do estudo do Universo

• Aplica os conhecimentos sobre a Terra

no Universo para compreender os diversos fenómenos;

• Explica a importância do estudo do Universo.

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Sugestões Metodológicas O programa de Geografia da 8ª classe centra-se no estudo dos aspectos físico-naturais de uma forma geral. O aluno, na 8ª classe, estuda a Natureza e as leis que regem o seu desenvolvimento. Em concordância com as competências a desenvolver, o programa estrutura-se em duas unidades: a primeira trata da Terra no Universo (Evolução e importância do Universo, o Sistema Solar, a Terra e seus movimentos) e a segunda estuda a Terra e suas Esferas: - Atmosfera e Biosfera - Hidrosfera - Litosfera Os saberes que a disciplina de Geografia proporcionam ao aluno, despertam o seu interesse e amor pela Natureza, como fonte de riqueza que o ser humano aproveita e transforma em seu próprio benefício e da sociedade. O processo de ensino-aprendizagem desperta no aluno o interesse pela investigação da Natureza, estabelecendo relações causa-efeito dos fenómenos, mediante uso de métodos científicos apropriados. Os objectivos constantes do programa constituem metas a alcançar pelo aluno com a ajuda do professor ao longo do processo educativo, tendo em vista a mudança de atitudes, desenvolvimento de habilidades e competências para a vida. Assim, para o cumprimento dos objectivos desta disciplina, é importante que o professor planifique as aulas tendo em conta o ambiente, a experiência e a realidade concreta do aluno, bem como as condições reais da escola. As sugestões metodológicas constantes do programa são úteis para orientar o professor na planificação e realização do processo educativo. Recomenda-se que na abordagem dos conteúdos se tome em consideração os princípios didácticos gerais, como por exemplo, do simples ao complexo, do conhecido ao desconhecido, da teoria à prática assim como os princípios especiais do ensino da Geografia, designadamente, (i) princípio da inter relação do estudo do território e dos componentes, (ii) princípio da inter relação do conhecimento das ciências naturais e sociais, (iii) princípio da inter relação do estudo da estrutura e do desenvolvimento territorial, (iv) princípio da variação da escala e (v) princípio da comparação permanente com a realidade próxima do aluno. Na leccionação das aulas de Geografia deve-se priorizar o método de observação directa tanto em redor da escola como em locais mais distantes. Para o efeito, os professores terão que planificar e realizar excursões, que em alguns casos serão interdisciplinares. Esta forma

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de organização do processo de ensino-aprendizagem permite a ligação do aluno com a realidade; do abstracto com o concreto e da teoria com a prática. É indispensável ainda o recurso ao método de observação indirecta, analisando factos ou objectos geográficos representados nos mapas, globos, fotografias, livros e outros meios possíveis. A Terra no Universo O estudo da unidade temática “A Terra no Universo” facilita a compreensão das unidades subsequentes. A abordagem dos conteúdos desta unidade permite que o aluno compreenda a importância e as particularidades que a Terra apresenta em comparação com outros planetas do Sistema Solar. Para tal, o professor pode mostrar por meio de esquemas, a constituição do Sistema Solar, conduzindo o aluno à explicação da importância do estudo do Universo com base nos conhecimentos das classes anteriores. Sugere-se, na medida do possível, a marcação de trabalhos de pesquisa sobre as viagens espaciais e os meios que a humanidade foi utilizando ao longo dos tempos para o conhecimento do Universo. O professor tem que tomar em consideração a realidade concreta do aluno, realizando experiências a partir dos meios locais, pois só assim é que o ensino ganha a sua plenitude. Aconselha-se a utilização de frutos de formato arredondado, como por exemplo laranja, massala, para elaborar maquetes do Sistema Solar e ainda para explicar os movimentos da terra. Partindo da realidade do aluno, o professor poderá orientar trabalhos em grupos, como por exemplo trabalhos de pesquisa, elaboração de material didáctico entre outros. Importa referir que durante a realização dos trabalhos o professor tem que estar seguro que cada aluno tem tarefa(s) a realizar, de modo que o produto do trabalho venha a ser realmente do grupo. Este tipo de actividade não só permite que no aluno se desenvolva o gosto, interesse e aperfeiçoamento pela pesquisa, mas também a auto-estima e o espírito de cooperação. No decurso do processo de ensino-aprendizagem é necessário atentar aos conteúdos transversais, tais como, Direitos Humanos, Infecções de Transmissão Sexual - ITS, HIV/SIDA, prevenção de doenças endémicas e epidémicas, desastres naturais e os provocados pelo ser humano, sismologia, educação patriótica, entre outros, tendo em conta as habilidades para a vida e as competências básicas que se espera que o aluno desenvolva. Para a abordagem destes temas o professor pode usar várias estratégias como dramatização e jogos de papéis, chuva de ideias, debates, visitas de estudo entre outras. Pode ainda contactar localmente alguém com mais informações sobre estes assuntos e outros relevantes no ensino da Geografia, a fim de proferir palestras e realizar outras actividades importantes para a aprendizagem dos alunos.

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Indicadores de desempenho Os conteúdos desta unidade, tal como as competências básicas evidenciam, potenciam o aluno com conhecimentos científicos, permitindo-lhe a compreensão dos fenómenos que ocorrem no Universo. Assim, no tratamento desta unidade, verifique se o aluno:

• Identifica os elementos do Universo; • Explica a evolução do Universo; • Explica os fenómenos que ocorrem no Universo e a influência destes na vida diária; • Identifica as consequências dos movimentos da Terra; • Relaciona o planeta Terra com os outros planetas do sistema solar.

Unidade Temática 2: A Terra E Suas Esferas

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS O aluno deve: CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS BÁSICAS

O aluno: CARGA

HORÁRIA

• Identificar as esferas da Terra; • Explicar as interligações entre as

esferas; • Explicar a importância das esferas para

a vida na Terra;

• Descrever a composição da Atmosfera; • Explicar a importância da Atmosfera; • Diferenciar tempo de clima; • Diferenciar elementos de factores do

clima; • Caracterizar os principais elementos do

clima; • Caracterizar os principais factores do

clima; • Identificar os instrumentos de medição

2.1. Introdução ao estudo das esferas 2.1.1. As esferas 2.1.1. 1. Noções gerais sobre as esferas 2.1.1. 2. Caracterização das esferas 2.1.1. 3. Interligação das esferas 2.2: A Atmosfera e a Biosfera 2.2.2. A Atmosfera 2.2.2.1. A estrutura vertical e composição da Atmosfera: características das camadas da Atmosfera 2.1.2.2. Importância da Atmosfera

• Explica a importância das esferas para a

vida na Terra; • Localiza e caracteriza as zonas

bioclimáticas e os principais tipos de clima;

• Participa em acções que visem a elevação da qualidade do ambiente;

• Participa em actividades de mitigação de desastres naturais;

• Desenvolve espírito de tolerância e cooperação e a habilidade de viver com os outros.

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relativos à meteorologia; • Descrever os principais fenómenos

meteorológicos; • Localizar as zonas bioclimáticas e os

principais tipos de clima; • Caracterizar as zonas bioclimáticas e os

principais tipos de clima; • Identificar os problemas ambientais que

afectam a atmosfera e a Biosfera; • Propor acções que possam minimizar os

efeitos negativos na Atmosfera e na Biosfera.

2.2.3- Tempo e clima: elementos e factores de clima 2.2.3.1. Elementos do clima:

• Temperatura • Humidade • Nebulosidade • Precipitação • Pressão atmosférica e ventos • Massas de ar

2.2.3.2. Factores do clima:

• Latitude • Altitude/ Relevo • Vegetação • Continentalidade • Correntes Marítimas

2.2.4. As Grandes Zonas Bioclimáticas 2.2.4.1. Zona Intertropical 2.2.4.2. Zonas Temperadas 2.2.4.3. Zonas Frias 2.2.5. Uso, protecção e conservação da Atmosfera e da Biosfera

• Explicar a importância da água; • Caracterizar os oceanos e mares; • Explicar a dinâmica das águas dos oceanos

e mares; • Identificar os elementos de um rio; • Explicar os regimes hidrográficos; • Localizar os principais rios do mundo; • Caracterizar os principais rios do mundo; • Explicar a origem dos lagos; • Localizar os principais lagos do mundo; • Explicar a importância das águas

subterrâneas;

2.3: A Hidrosfera 2.3.1. Os oceanos e mares 2.3.1.1. Caracterização e localização 2.3.1.2. Os movimentos das águas dos oceanos e mares: ondas, marés e correntes marítimas

2.3.2. Rios 2.3.2.1. Elementos de um rio 2.3.2.2. Rede e bacia hidrográfica 2.3.2.3. Caudal e regime hidrográfico 2.3.2.4. Formas terminais dos rios: delta e estuário

• Reconhece a importância e a necessidade de conservação da Hidrosfera para a vida na Terra;

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• Explicar o ciclo da água; • Identificar as principais formas de poluição

das águas; • Propor soluções para minimizar os efeitos

negativos da poluição das águas.

2.3.2.5. Principais rios do mundo e sua localização geográfica 2.3.3. Lagos 2.3.3.1. Origem e tipos de lagos 2.3.3.2. Principais lagos do mundo e sua localização geográfica 2.3.4. Águas Subterrâneas Características, gerais, sua formação e importância 2.3.5. O ciclo da água 2.3.6. Uso, protecção e conservação da Hidrosfera

• Explica o ciclo da água.

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• Caracterizar a estrutura interna da

Terra; • Descrever a formação do solo; • Descrever a formação das rochas; • Relacionar os tipos de rochas; • Explicar os efeitos dos agentes

construtores e modeladores do relevo; • Relacionar os sismos com os vulcões; • Localizar as regiões sísmicas e

vulcânicas; • Indicar as eras geológicas; • Explicar as fases da evolução geológica

da Terra; • Caracterizar as fases do ciclo

geológico; • Explicar a importância da protecção e

conservação da Litosfera

2.4 A Litosfera 2.4.1. A estrutura interna da Terra: crusta, manto e núcleo 2.4.2. Grandes tipos de rochas: magmáticas, sedimentares e metamórficas 2.4.3. Os solos 2.4.3.1. Formação do solo 2.4.3.2. Importância do solo

2.4.4. O relevo terrestre 2.4.4.1. Características gerais 2.4.4.2. Agentes internos: construtores do relevo 2.4.4.2.1. Movimentos lentos

• Falhas e dobras 2.4.4.2.2. Movimentos rápidos

• Sismos e vulcões: sua distribuição geográfica

2.4.5. Agentes externos: modeladores do relevo

• Erosão e seus agentes: acção do vento, das águas dos rios, chuvas, mares, oceanos; o Homem e os seres vivos

2.4.6. Ciclo geológico 2.4.7. Uso, protecção e conservação da Litosfera

• Explica a inter relação entre a geodinâmica interna e externa na formação do relevo.

• Reconhece a importância do solo na actividade económica.

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Sugestões Metodológicas A Terra e suas esferas Esta unidade pretende levar o aluno a compreender a importância das condições da Terra que proporcionam a vida. Neste sentido, para explicação das ligações entre as várias esferas, o professor tem que procurar exemplos do ambiente do aluno, claros e adequados aos conteúdos desta unidade. Dada a estreita relação entre a Atmosfera e a Biosfera, para facilitar a compreensão dos conteúdos recomenda-se uma abordagem simultânea, procurando sempre estabelecer a interelação entre as duas esferas. Isto é, o professor pode dar exemplos procurando estabelecer a inter relação entre a Atmosfera e Biosfera, dada a sua influência recíproca para a repartição da flora e fauna na superfície terrestre. O estudo da Atmosfera tem uma importância particular, porquanto os conhecimentos adquiridos são a base para compreensão dos conteúdos da Biosfera, Hidrosfera e Litosfera. Neste estudo, o aluno observa, compara, relaciona e tira conclusões a partir das ilustrações e diagramas contidos no livro escolar ou outras fontes. Para uma melhor compreensão, o aluno tem que utilizar mapas variados e o Atlas Geográfico. O uso do Atlas é também recomendável para a realização de trabalhos para casa, pois o desenrolar da aula e o TPC complementam-se com vista a consecução dos objectivos preconizados. Ao caracterizar os tipos de clima, terá que se referir não só à forma como se manifesta a temperatura, a humidade e a precipitação, mas também associar a vegetação e a fauna correspondentes. A este respeito, recomenda-se a apresentação das principais associações vegetais, grupos de espécies animais das grandes zonas bioclimáticas, isto é Zona Intertropical, Zonas Temperadas e Zonas Frias. É importante que o professor oriente o aluno na elaboração e interpretação de gráficos termo-pluviométricos, bem como de mapas de distribuição dos climas. A visita a estações meteorológicas revela-se de grande importância para o estudo desta unidade temática. Quanto ao estudo da Hidrosfera o professor tem que utilizar como principais materiais didácticos o livro escolar, Atlas Geográfico e fotografias que ilustrem vários fenómenos (ex: variação do caudal do rio, seca ou cheia) entre outros, procurando igualmente orientar o aluno a elaborar mapas hidrográficos. Para além disso, o professor tem que utilizar mapas do Atlas Geográfico para explicar e localizar os vários fenómenos e efectuar visitas de estudo à costa, margem do rio, lago, etc. Para a Litosfera é importante que o professor reúna mapas físicos, fotografias e quadros de paisagens que representem as formas de relevo, de modo a usar esse material para trabalhar com os seus alunos. Terá ainda que orientá-los na elaboração de mapas mudos para representar, a cores, as diferentes zonas de relevo e as várias formações montanhosas.

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É também importante conduzir o aluno a observar os diferentes aspectos da paisagem que circundam a escola, descrever e interpretá-los. Através da análise do material recolhido, o aluno identifica as diferenças entre as formas de relevo, sob orientação do professor. O professor tem que tomar sempre em consideração a realidade do meio em que está inserido o aluno, a escola, as particularidades culturais da região, os meios locais, a experiência e vivência do próprio aluno na escola e na sociedade em geral. Sugere-se ao professor trabalho conjunto com o aluno, em paralelo com as outras disciplinas, com vista a produção e utilização de material didáctico de baixo custo, usando materiais existentes no local onde a escola está inserida. Por exemplo, com base na cartolina podem-se produzir mapas referentes a determinados conteúdos geográficos em coordenação com o professor de Desenho, desenvolvendo assim habilidades no aluno sobre a escala de ampliação do mapa-múndi e a distribuição dos fenómenos à escala mundial. Esta é apenas uma forma de realizar a interdisciplinaridade, porque muitas outros existem, como planificar actividades conjuntas com outras disciplinas, como por exemplo Biologia, Química, para efectuar excursões geográficas. Desta maneira, contribuímos para um ensino de Geografia mais útil e relevante. A abordagem de questões ambientais é transversal no currículo do ESG. O professor no dia a dia tem que debater com seus alunos os principais problemas ambientais, desenvolvendo neles uma atitude crítica e responsável sobre a necessidade de protecção e conservação da Natureza e uma melhor qualidade de vida na terra. Assim, podem ser tratados temas como queimadas descontroladas, poluição, erosão, processo de desertificação, saneamento do meio entre outros. No fim de cada unidade o professor terá que sistematizar com os seus alunos as principais questões ambientais tratadas.

Indicadores de desempenho A disciplina de Geografia sintetiza conhecimentos tanto de natureza física como socio-económica, sendo imprescindível considerar os seguintes indicadores de desempenho do aluno:

• Identifica as esferas da Terra; • Explica as interligações entre as esferas; • Explica a importância da Atmosfera; • Diferencia elementos de factores do clima; • Caracteriza as zonas bioclimáticas e os principais tipos de clima; • Identifica os problemas ambientais que mais afectam a Atmosfera e a Biosfera; • Explica a dinâmica das águas dos oceanos e mares; • Explica a importância das águas; • Identifica as principais formas de poluição das águas; • Explica a formação dos solos; • Relaciona sismos com vulcões; • Localiza regiões sísmicas e vulcânicas; • Explica as fases da evolução geológica da Terra.

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7. Avaliação

A aprendizagem de Geografia passa por actividades e exercícios que permitem ao aluno adquirir conhecimentos, dominar os conteúdos e desenvolver capacidades, habilidades e atitudes.

A avaliação destina-se a promover a aprendizagem e terá que ser realizada de modo a acompanhar a evolução do aluno ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Assim, o professor não deve cingir-se apenas aos testes, podendo também considerar outras formas de avaliação, como por exemplo:

Participação do aluno nas aulas

• O professor deve considerar as intervenções do aluno na sala de aula, realização e correcção do TPC;

• Colocação de dúvidas;

• Exposição de ideias: com clareza, sequência lógica, tom de voz, dicção, construção frásica e outros aspectos.

• Organização e conservação dos materiais didácticos.

Trabalhos práticos

• Visitas de estudos, elaboração de materiais didácticos, recolha de amostras, elaboração de relatórios, elaboração e análise de gráficos, realização de debates, palestras e outros.

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8. Bibliografia básica

MINED (1983). Atlas Geográfico Universal. 2. ed. Maputo.

MARTINS, J. R. e CORREIA, M. M. (1995). Geografia, 8ª classe. Maputo, Editora Escolar.

MATOS, M. L. S. A. e RAMALHO, M. H. R. (1989). A Terra: planeta dinâmico. Lisboa, Edições ASA.

NAKATA, Hirome e COELHO, Marcos Amorim (1983). Geografia Geral. S. Paulo, Editora Moderna.