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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ASPECTOS DA LEGISLAÇÃO INTRODUÇÃO A Educação Ambiental tem nos seus marcos legais um instrumento suficientemente eficaz, quando se deseja trabalhar sob esta ótica e dimensão e se encontra possíveis dificuldades institucionais, ou ainda, se têm complicados os trâmites para fazê-lo. Embora encontre amplo amparo legal, a Educação Ambiental traz imbuída em si um novo paradigma, que por ser novo e ser paradigma encontra resistências. Resistências essas que serão rompidas a partir da construção coletiva dos novos marcos conceituais. É bom que se ressalte que, quer seja do ponto de vista da Educação Ambiental no ensino formal, quer seja aquela para o trabalho não-formal, em ambas temos na legislação o amparo à sua exeqüibilidade. A partir das reuniões intergovernamentais e das internacionais, uma série de acordos clamados pela sociedade mundial tem encontrado eco entre os legisladores brasileiros e, seja para dar uma satisfação à sociedade internacional, seja para consolidar processos de compromissos reais com a humanidade e com o planeta, o fato é que a legislação brasileira é rica ao tratar dos temas ambientais de um modo geral e presente ao que diz respeito à Educação Ambiental, desta forma é interessante tomar conhecimento destes instrumentos para sabermos exatamente como fazer o melhor uso deles. A Educação Ambiental está em processo de construção. Aquilo a que nos referimos como consciência ambiental, processos de desenvolvimento sustentável, novas formas de produção ambientalmente corretas, além, naturalmente, dos novos desafios pedagógicos de aglutinar todos estes questionamentos num processo contínuo e continuado de ensino e de mudanças qualitativas de atitude frente ao meio ambiente e à comunidade. Tudo isto nos dá mostra do quanto temos para construir, questionar, inserir e valorar, no que diz respeito à relação sociedade natureza. Apesar de tudo, por serem estas coisas tão novas, é muitas vezes difícil conseguir o espaço adequado de discussão, seja no âmbito da escola, seja no âmbito da sociedade como um todo. Dessa forma, conhecer e saber usar adequadamente os instrumentos legais é de fundamental importância. Apresentaremos alguns instrumentos que têm tratado diretamente da inserção da Educação Ambiental no panorama nacional, da Lei de Política Nacional de Educação Ambiental e de alguns outros instrumentos legais que facilitam as ações de cuidados específicos com o ambiente. A Legislação Ambiental Brasileira, por ser muito ampla, estará indicada e disponibilizada em sites da internet. LEI 6938/81 E O DECRETO 99.274/90 A preocupação com os processos educativos no trato das questões ambientais data desde a aprovação da Lei Nacional de Meio Ambiente (PNMA), que “dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências”. No seu Art. 2º estabelece como objetivo a “preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar no País condições ao desenvolvimento sócio econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade humana”, atendendo aos princípios, dentre outros, o do inciso X: “A Educação Ambiental para todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la, para participação ativa na defesa do meio ambiente”. O Decreto nº 99.274/90, que regulamenta a Lei de Política Nacional de Meio Ambiente estabelece no Art. 1º inciso VII, como competência do Poder Público, em suas várias esferas de governo, “...orientar a educação, em todos os níveis, para a participação efetiva do cidadão e da comunidade na defesa do meio ambiente, cuidando para que os currículos escolares das diversas matérias contemplem o estudo da ecologia”.

Gestão Ambiental - Modulo 5

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  • EDUCAO AMBIENTAL: ASPECTOS DA LEGISLAO

    INTRODUO

    A Educao Ambiental tem nos seus marcos legais um instrumento suficientemente eficaz, quando se deseja trabalhar sob esta tica e dimenso e se encontra possveis dificuldades institucionais, ou ainda, se tm complicados os trmites para faz-lo. Embora encontre amplo amparo legal, a Educao Ambiental traz imbuda em si um novo paradigma, que por ser novo e ser paradigma encontra resistncias. Resistncias essas que sero rompidas a partir da construo coletiva dos novos marcos conceituais.

    bom que se ressalte que, quer seja do ponto de vista da Educao Ambiental no ensino formal, quer seja aquela para o trabalho no-formal, em ambas temos na legislao o amparo sua exeqibilidade.

    A partir das reunies intergovernamentais e das internacionais, uma srie de acordos clamados pela sociedade mundial tem encontrado eco entre os legisladores brasileiros e, seja para dar uma satisfao sociedade internacional, seja para consolidar processos de compromissos reais com a humanidade e com o planeta, o fato que a legislao brasileira rica ao tratar dos temas ambientais de um modo geral e presente ao que diz respeito Educao Ambiental, desta forma interessante tomar conhecimento destes instrumentos para sabermos exatamente como fazer o melhor uso deles.

    A Educao Ambiental est em processo de construo. Aquilo a que nos referimos como conscincia ambiental, processos de desenvolvimento sustentvel, novas formas de produo ambientalmente corretas, alm, naturalmente, dos novos desafios pedaggicos de aglutinar todos estes questionamentos num processo contnuo e continuado de ensino e de mudanas qualitativas de atitude frente ao meio ambiente e comunidade. Tudo isto nos d mostra do quanto temos para construir, questionar, inserir e valorar, no que diz respeito relao sociedade natureza.

    Apesar de tudo, por serem estas coisas to novas, muitas vezes difcil conseguir o espao adequado de discusso, seja no mbito da escola, seja no mbito da sociedade como um todo. Dessa forma, conhecer e saber usar adequadamente os instrumentos legais de fundamental importncia.

    Apresentaremos alguns instrumentos que tm tratado diretamente da insero da Educao Ambiental no panorama nacional, da Lei de Poltica Nacional de Educao Ambiental e de alguns outros instrumentos legais que facilitam as aes de cuidados especficos com o ambiente.

    A Legislao Ambiental Brasileira, por ser muito ampla, estar indicada e disponibilizada em sites da internet.

    LEI 6938/81 E O DECRETO 99.274/90

    A preocupao com os processos educativos no trato das questes ambientais data desde a aprovao da Lei Nacional de Meio Ambiente (PNMA), que dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulao e aplicao, e d outras providncias.

    No seu Art. 2 estabelece como objetivo a preservao, melhoria e recuperao da qualidade ambiental propcia vida, visando assegurar no Pas condies ao desenvolvimento scio econmico, aos interesses da segurana nacional e proteo da dignidade humana, atendendo aos princpios, dentre outros, o do inciso X:

    A Educao Ambiental para todos os nveis de ensino, inclusive a educao da comunidade, objetivando capacit-la, para participao ativa na defesa do meio ambiente.

    O Decreto n 99.274/90, que regulamenta a Lei de Poltica Nacional de Meio Ambiente estabelece no Art. 1 inciso VII, como competncia do Poder Pblico, em suas vrias esferas de governo, ...orientar a educao, em todos os nveis, para a participao efetiva do cidado e da comunidade na defesa do meio ambiente, cuidando para que os currculos escolares das diversas matrias contemplem o estudo da ecologia.

  • Observamos aqui que embora a Lei faa referncia textual Educao Ambiental, o decreto que a regulamenta faz referncia insero do estudo obrigatrio da ecologia, de modo a inserir a preocupao ambiental no currculo escolar. curioso que isso ocorra, uma vez que este decreto quase dez anos posterior Lei, quando j havia evoludo conceitualmente a Educao Ambiental, o conceito de ambiente j era entendido de forma mais ampla e se tinha j uma compreenso, de modo mais claro, da ecologia como cincia, extremamente importante nas contribuies conceituais e tericas para a Educao Ambiental.

    Entender os aspectos terico-conceituais da ecologia como um modo de interpretar os ambientes e suas inter-relaes, para conserv-lo e, se for o caso, preserv-lo, um dos aspectos da Educao Ambiental. Entretanto, temos que entender a ecologia como uma cincia bem marcada no recinto da biologia, que tem um espao restrito de atuao no estudo das relaes entre os seres vivos e o espao que o cerca, levando em considerao os aspectos fsicos, qumicos e biolgicos.

    A ecologia no uma cincia ambiental, uma cincia que estuda o ambiente. Entendida desta forma, temos claro que a Educao Ambiental vai importar da ecologia uma srie de conceitos essenciais ao entendimento das relaes no ambiente, do mesmo modo que vai buscar nas artes, na filosofia, na sociologia e na economia, s para citar alguns, outros tantos conceitos para construir esta imensa rede de relaes existentes no mbito scio ambiental.

    importante ter clareza desses conceitos, para no confundir a amplitude da dimenso da Educao Ambiental, seja no mbito da escola, seja no mbito do trabalho com a comunidade.

    A INDICAO CFE 10/86, O PARECER 226/87 E A PORTARIA 678/91

    A partir da dcada de 70, quando as discusses sobre o meio ambiente passam a ser preocupao geral, e aps a Conferncia de Tbilisi, j tratada na Unidade I desse livro, o Conselho Federal de Educao comeou a receber uma srie de demandas e conseqentemente a elaborar pareceres e indicaes referentes incluso da Educao Ambiental nos currculos das escolas de educao bsica e das instituies de ensino superior.

    O documento marco do CFE sobre esta matria a indicao CFE 10/86, de autoria do Conselheiro Arnaldo Niskier, que considera necessria a incluso da Educao Ambiental nos currculos de educao bsica dos Sistemas de Ensino e recomenda:

    a formao de uma equipe interdisciplinar e de um Centro Ambiental em cada Unidade da Federao;

    a integrao escola-comunidade, como estratgia para a aprendizagem voltada para a realidade prxima;

    a elaborao de diagnsticos locais para a definio da abordagem relativa s prticas ambientais; e

    a incorporao de temas compatveis com o desenvolvimento social e cognitivo da clientela e com as necessidades do meio ambiente, considerando-se currculo como um processo que se expressa em atividades e experincias educativas dentro e fora da escola.

    Este documento incorpora a Educao Ambiental em todos os nveis de ensino, bem como traz em seu bojo, no mais a insero dos temas ecolgicos, mas amplia esta abrangncia para tratar dos temas ambientais, incorporando a conceituao da Educao Ambiental. No obstante faz ainda referncia metodolgica para a insero da Educao Ambiental, devendo ser esta tratada de modo interdisciplinar, ressaltando ainda a necessidade de criao de equipes interdisciplinares e centros ambientais nos estados, exatamente como proposto na Conferncia de Tbilisi.

    O Parecer CFE 226/87 aprova por unanimidade a indicao 10/86, considerando a relevncia do tema, elegendo o espao da escola como aquele propcio formao ou o reforo da conscincia ambiental, atravs da Educao Ambiental. Se tomarmos algumas das primeiras reunies internacionais, como por exemplo a Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 1972), vemos a fundamentao do parecer, uma vez que a partir de ento a Educao Ambiental passa a ser considerada como campo de ao pedaggico.

    Do mesmo modo, os Princpios de Educao Ambiental, estabelecidos pelo seminrio realizado em Tammi em 1974 (Comisso Nacional Finlandesa para a UNESCO, 1974), estabelece que a Educao Ambiental um componente

  • de todo pensamento e de toda atividade da cultura no mais amplo sentido da palavra e a reunio de Tbilisi, que determina as bases da Educao Ambiental, compreende o Meio Ambiente:

    no somente como o meio fsico bitico, mas, tambm, o meio social e cultural, e relaciona os problemas ambientais com os modelos de desenvolvimento adotados pelo homem.

    Estes foram alguns dos documentos que serviram de base para os educadores, de um lado, exigir do Ministrio da Educao um posicionamento claro com relao insero da Educao Ambiental no ensino formal e de outro, para elaborao do parecer, pelo relator.

    A Portaria 678/91/MEC, decorrente da indicao CEF 10/86 e do parecer 226/87, determina que a educao escolar deve contemplar a Educao Ambiental, permeando todos os nveis e modalidades de ensino.

    A CONSTITUIO FEDERAL

    A Constituio Brasileira, promulgada em 1988, destaca em seu Captulo VI Do Meio Ambiente:

    Art. 225 - Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.

    1 Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder pblico:

    I- preservar e restaurar os processos ecolgicos essenciais e prover o manejo ecolgico das espcies e ecossistemas;

    II- preservar a diversidade e a integridade do patrimnio gentico do Pas e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipulao de material gentico;

    III- definir, em todas as unidades da Federao, espaos territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e a supresso permitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem a sua proteo;

    IV- exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade;

    V- controlar a produo, a comercializao e o emprego de tcnicas, mtodos e substncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

    VI-promover a Educao Ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente;

    VII- proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as prticas que em risco sua funo ecolgica, provoquem a extino de espcies ou submetam os animais a crueldade.

    2 Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com soluo tcnica exigida pelo rgo pblico competente, na forma da lei.

    3 As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados.

    4 A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal mato-grossense e a Zona Costeira so patrimnio nacional, e sua utilizao far-se-, na forma da lei, dentro de condies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive quanto ao uso de recursos naturais.

  • 5 So indisponveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por aes discriminatrias, necessrias proteo dos ecossistemas naturais.

    6 "As usinas que operem com reator nuclear devero ter sua localizao definida em lei federal, sem o que no podero ser instaladas.

    Paralelamente, no Captulo III, da Educao, da Cultura e do Desporto, Seo I da

    Educao:

    Art. 214 - A lei estabelecer o Plano Nacional de Educao, de durao Plurianual, visando articulao e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos nveis e integrao das aes do poder pblico, que conduzam

    I- erradicao do analfabetismo;

    II- universalizao do atendimento escolar;

    III- melhoria da qualidade de ensino;

    IV- formao para o trabalho;

    V- promoo humanstica, cientfica e tecnolgica do pas.

    Assim, o princpio fundamental estabelecido para o desenvolvimento de uma poltica ambiental Educao Ambiental em todos os nveis compatvel com os fins, objetivos e organizao do sistema educativo, expresso na Carta Magna.

    A insero de um captulo que trata especificamente das questes ambientais na Constituio Federal reflexo, j neste tempo, de uma srie de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, em decorrncia dos problemas ambientais emergentes e das presses populares, que se iniciam a partir da dcada de 70, com a organizao da sociedade civil brasileira. A organizao da sociedade civil reflexo das organizaes semelhantes que comeam a se formar em todo o mundo em decorrncia dos manifestos ambientalistas.

    preciso identificar formas alternativas para seu desenvolvimento no decorrer do processo educativo e delimitar seu alcance. Para o cumprimento deste preceito constitucional foram posteriormente criados instrumentos legais (leis, decretos e portarias) no mbito federal, estadual e municipal.

    O PRONEA

    Anteriormente aprovao da Lei 9.795/99 e sentindo a necessidade de um instrumento legal que respaldasse as aes da Educao Ambiental no Brasil e, sobretudo, no mbito governamental, foi proposto pelos Ministrio da Educao e do Desporto e pelo Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal, com parceria dos Ministrios da Cultura e de Cincia e Tecnologia, o Programa Nacional de Educao Ambiental PRONEA.

    O PRONEA foi aprovado pelo Presidente da Repblica em 22/12/94, a partir da Exposio de Motivos Interministerial, assinada pelos Ministros da Educao e do Desporto, do Meio Ambiente, Recursos Hdricos e Amaznia Legal, Cultura e Cincia e Tecnologia. Embora se sinta a necessidade de reformar este programa, ele continua valendo, e deve ser adequado Lei 9.795/99. Em 1996, foi estabelecido um Protocolo de Intenes entre o Ministrio do Meio Ambiente e o Ministrio da Educao, cuja finalidade era, h esse tempo, firmar uma cooperao tcnica e institucional na rea de Meio Ambiente. Em 1999, os ministros do Meio Ambiente e da Educao, assinaram um termo aditivo ao convnio de cooperao tcnica.

    Os princpios que inspiram o Programa de Educao Ambiental esto baseados no fato da Educao Ambiental ser um dever constitucional do Poder Pblico, ela constitui tarefa a integrar os esforos da Unio, dos Estados e dos Municpios.

  • O fato do Poder Pblico ter a responsabilidade no exclui a participao da comunidade nesse processo, pois ela deve ser transformada em parceira essencial na promoo da ao educativa e na formao da conscincia da sociedade em favor da preservao ambiental para as presentes e as futuras geraes.

    A preservao ambiental contempla tambm a utilizao dos recursos da natureza com sustentabilidade, de modo que o acesso a eles pelas geraes atuais permita igual acesso para as prximas geraes. Em resumo, o que se objetiva que o uso dos bens naturais seja feito com responsabilidade e conscincia dos direitos atuais e futuros da humanidade. Nota-se aqui que a despeito de haver os termos conservao e preservao, eles foram usados de maneira indiscriminada no PRONEA.

    Com base nesses princpios, foram estabelecidas linhas de ao e metas com a finalidade de dotar os sistemas de ensino e a sociedade em geral dos instrumentos para uma ao nacional, a ser desenvolvida diretamente, ou atravs dos Estados da Federao, os quais sero incentivados a iniciar seus processos de elaborao dos respectivos Programas Estaduais de Educao Ambiental.

    O PRONEA se traduz ento em sete linhas de ao, contemplando os diversos setores da sociedade.

    - Linha de ao 1

    Trata da insero da educao Ambiental no ensino formal, e apresenta a capacitao, o apoio tcnico a projetos, bem como o apoio a produo e avaliao de material didtico como as aes estratgicas para cumprir esta meta.

    - Linha de ao 2

    Trata da Educao Ambiental no processo de gesto, tem como meta incentivar a incorporao da gesto ambiental no exerccio das atividades de gesto pblica ou privada, capacitando os gestores e articulando os rgos de representao social, tais como Fruns Permanentes, Associaes, Federaes e similares, como instrumentos de implementao, apoio e promoo das referidas aes.

    - Linha de ao 3

    Trata da realizao de campanhas especficas de Educao Ambiental para usurios de recursos naturais, com o objetivo de instrumentaliz-los no sentido de uso adequado dos recursos. As aes estratgicas para viabilizar tal objetivo esto centradas em aes educativas voltadas ao pblico-alvo, seja ele formado por profissionais ou amadores (tais como pescadores, mineradores, garimpeiros, agricultores, dentre outros), para o uso adequado do recurso natural. Alm disso, realizar campanhas nacionais como preveno de incndios florestais, respeito ao defeso, proteo de espcies ameaadas, etc.

    - Linha de ao 4

    Trata daqueles que atuam nos meios de comunicao e dos comunicadores sociais, tem como objetivo instrumentalizar estes profissionais para uma atuao ambiental eficiente. Para viabilizar este pleito, foram traadas aes estratgicas no sentido de disponibilizar informaes ambientais, promover capacitaes, treinamentos e seminrios, produo de material tcnico, apoio veiculao de material sobre temtica ambiental, bem como apoio e incentivo produo artstica e literria que tenham componentes da Educao Ambiental.

    - Linha de ao 5

    Trata da articulao e integrao das comunidades em favor da Educao Ambiental, tem como objetivo mobilizar as iniciativas das comunidades, no sentido de ampliar e aperfeioar as prticas de Educao Ambiental a elas dirigidas. As aes estratgicas decorrentes so no sentido de prestar apoio a estas iniciativas, bem como apoiar a realizao de eventos, desenvolvimento de programas e projetos voltados para estas realidades especficas.

    - Linha de ao 6

  • Trata da articulao intra e interinstitucional, tem como objetivo promover e apoiar o intercmbio no campo da Educao Ambiental. Desta forma, sua ao estratgica era a continuidade de eventos como o Universidade e Meio Ambiente, promover periodicamente conferncias, fruns, e encontros, assim como apoiar e integrar a Rede de Formao Ambiental para a Amrica Latina e o Caribe e as comisses municipais e estaduais de Educao Ambiental.

    - Linha de ao 7

    Aborda a criao de centros especializados em Educao Ambiental, integrando universidades, escolas profissionais e centros de documentao em todos os estados da federao, com o intuito de viabilizar o aprofundamento dos aspectos conceituais e metodolgicos de Educao Ambiental. A estratgia decorrente a criao de uma rede de centros especializados em Educao Ambiental, de forma a consolidar estudos e pesquisas relativas ao tema, alm de promover a produo de material educativo. A estratgia mxima, neste caso, se pautava por implantar o Centro Nacional de Educao Ambiental.

    LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAO (LDB) LEI 9.394

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educao, sancionada em 20 de dezembro de 1996, traz inovaes na amplitude dos processos educativos, tratando no apenas da aquisio de conhecimentos, mas dos processos formativos do cidado. Desta forma, a LDB, ao introduzir estes novos elementos, abre espao para um processo de formao mais participativo, levando em considerao as inter-relaes decorrentes dos processos sociais e culturais.

    Art. 1 A educao abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivncia humana, no trabalho, nas instituies de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizaes da sociedade civil e nas manifestaes culturais.

    Art. 2 A educao, dever da famlia e do Estado, inspirada nos princpios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho. Os valores sociais de solidariedade e tolerncia, condies indispensveis para o pleno exerccio da cidadania, somados aos valores expressos pela sociedade, como as suas manifestaes culturais, a sua religiosidade, so elementos que esto embutidos nos processos formativos do educando, tornando este processo parte da realidade de cada um, assim como preconiza a Educao Ambiental. Como j vimos anteriormente na Constituio Federal, a LDB apresenta a indicao para que se elabore o Plano Nacional de Educao.

    Artigo 9 - "A Unio incumbir-se- de:

    I- elaborar o Plano Nacional de Educao, em colaborao com os Estados, o Distrito Federal e os Municpios".

    A partir ento, de toda esta reflexo sobre a nova concepo dos processos educativos, oportuno analisar alguns aspectos do ensino fundamental. A insero de novos temas, que vm instrumentalizar a nova concepo de ensino, so justamente aqueles do mbito de ao da Educao Ambiental: Entender o ambiente e inserir o homem numa perspectiva harmnica e participativa, integrada e humilde, onde a participao cidad signifique o respeito ao ambiente, e, conseqentemente, cultura, as relaes sociais e econmicas, e as relaes de respeito para com os seres vivos e fraternas entre os seres humanos

    Artigo 32 - "O ensino fundamental, com durao mnima de oito anos, obrigatrio e gratuito na escola pblica, ter por objetivo a formao bsica do cidado, mediante:

    II- a compreenso do ambiente natural e social, do sistema poltico, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade". A definio de ambiente, como j vimos anteriormente, extrapola o espao fsico e biolgico, assumindo o espao social, das relaes humanas, que a ocorrem (Conferncia de Tbilisi). Deste modo, a formao plena do educando, sob a tica da Educao Ambiental, se d no espao interativo e indissocivel do ambiente e das relaes poltico-sociais que a se expressam, com a finalidade de formar este novo cidado, mais tico e participativo.

    III- o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista aquisio de conhecimentos e habilidades e formao de atitudes e valores. A formao de atitudes e valores, explicitamente elencadas na nova LDB, suscita

  • uma prtica educativa diferenciada, levando em conta os valores sociais, elemento determinante de uma sociedade, mote de inferncia da Educao Ambiental.

    IV- o fortalecimento de vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e de tolerncia recproca em que assenta a vida social. Do mesmo modo que o ensino fundamental, as sries finais do ensino bsico, correspondentes ao ensino mdio, tambm apresentam uma forte tnica formativa do educando, valorizando a tica, o pensamento crtico, e entendendo os processos cientfico-tecnolgicos como aqueles instrumentos de transformao social e exerccio da cidadania. Desta forma, tendo como base os parmetros curriculares j discutidos na Unidade II desse livro, tambm a Educao Ambiental se mostra como um bom instrumento para alcanar os objetivos propostos pela LDB para a educao brasileira.

    Artigo 35 - "O ensino mdio, etapa final da educao bsica, com durao mnima de trs anos, ter como finalidades:

    III- o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formao tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico;

    IV- a compreenso dos fundamentos cientfico-tecnolgicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prtica, no ensino de cada disciplina".

    Artigo 36 - "O currculo do ensino mdio observar (...) as seguintes diretrizes:

    I- destacar a educao tecnolgica bsica, a compreenso do significado da cincia, das letras e das artes; o processo histrico de transformao da sociedade e da cultura; a lngua portuguesa como instrumento de comunicao, acesso ao conhecimento e exerccio da cidadania".

    importante compreender que as diretrizes para o ensino mdio colocam no mesmo patamar e em igual nvel de importncia a tecnologia, as artes, os processos de transformao social e a comunicao idiomtica. O espao do currculo se amplia, na medida em que agrega estes novos elementos formativos, transformando o educando em agente da sua prpria educao.

    Vale ainda ressaltar que o parecer 15/98, da Cmara de Educao Bsica (CEB), do Conselho Nacional de Educao (CNE) aprovou a proposio de reforma curricular para o ensino mdio e indica a elaborao conseguinte da Resoluo que estabelece as Diretrizes Curriculares para o Ensino Mdio.

    Podemos ainda comentar que a reforma curricular que ocorre no ensino mdio muda a tnica da educao, antes centrada na aquisio do conhecimento, onde o educando era passivo frente ao processo, e agora uma educao pautada na formao tica e no desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico. Concluindo, a respeito da LDB, transcrevemos para voc refletir as consideraes oriundas da Comisso Internacional sobre Educao para o sculo XXI, incorporadas no PCN:

    - educao deve cumprir um triplo papel: econmico, cientfico e cultural;

    - a educao deve ser estruturada em quatro alicerces: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser.

    POLTICA NACIONAL DE EDUCAO AMBIENTAL LEI 9795/99

    Em 1993 o Deputado Fbio Feldmann props na Cmara dos Deputados o projeto de Lei 3792/93, que institua a Poltica Nacional de Educao Ambiental. Este projeto de Lei, durante a sua tramitao, foi submetido anlise de vrios setores da populao (rgos do governo como MEC, IBAMA, MMA, organizaes no governamentais, universidades, dentre outras) diretamente interessados na matria, e que apresentaram vrias contribuies ao documento.

    LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999.

    http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.795-1999?OpenDocument
  • O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    CAPTULO I

    DA EDUCAO AMBIENTAL

    Art. 1o Entendem-se por educao ambiental os processos por meio dos quais o indivduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competncias voltadas para a conservao do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

    Art. 2o A educao ambiental um componente essencial e permanente da educao nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os nveis e modalidades do processo educativo, em carter formal e no-formal.

    Art. 3o Como parte do processo educativo mais amplo, todos tm direito educao ambiental, incumbindo:

    I - ao Poder Pblico, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituio Federal, definir polticas pblicas que incorporem a dimenso ambiental, promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservao, recuperao e melhoria do meio ambiente;

    II - s instituies educativas, promover a educao ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem;

    III - aos rgos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover aes de educao ambiental integradas aos programas de conservao, recuperao e melhoria do meio ambiente;

    IV - aos meios de comunicao de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminao de informaes e prticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimenso ambiental em sua programao;

    V - s empresas, entidades de classe, instituies pblicas e privadas, promover programas destinados capacitao dos trabalhadores, visando melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercusses do processo produtivo no meio ambiente;

    VI - sociedade como um todo, manter ateno permanente formao de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuao individual e coletiva voltada para a preveno, a identificao e a soluo de problemas ambientais.

    Art. 4o So princpios bsicos da educao ambiental:

    I - o enfoque humanista, holstico, democrtico e participativo;

    II - a concepo do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependncia entre o meio natural, o scio-econmico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;

    III - o pluralismo de idias e concepes pedaggicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade;

    IV - a vinculao entre a tica, a educao, o trabalho e as prticas sociais;

    V - a garantia de continuidade e permanncia do processo educativo;

    VI - a permanente avaliao crtica do processo educativo;

    VII - a abordagem articulada das questes ambientais locais, regionais, nacionais e globais;

    VIII - o reconhecimento e o respeito pluralidade e diversidade individual e cultural.

  • Art. 5o So objetivos fundamentais da educao ambiental:

    I - o desenvolvimento de uma compreenso integrada do meio ambiente em suas mltiplas e complexas relaes, envolvendo aspectos ecolgicos, psicolgicos, legais, polticos, sociais, econmicos, cientficos, culturais e ticos;

    II - a garantia de democratizao das informaes ambientais;

    III - o estmulo e o fortalecimento de uma conscincia crtica sobre a problemtica ambiental e social;

    IV - o incentivo participao individual e coletiva, permanente e responsvel, na preservao do equilbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparvel do exerccio da cidadania;

    V - o estmulo cooperao entre as diversas regies do Pas, em nveis micro e macrorregionais, com vistas construo de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princpios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justia social, responsabilidade e sustentabilidade;

    VI - o fomento e o fortalecimento da integrao com a cincia e a tecnologia;

    VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminao dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.

    CAPTULO II

    DA POLTICA NACIONAL DE EDUCAO AMBIENTAL

    Seo I

    Disposies Gerais

    Art. 6o instituda a Poltica Nacional de Educao Ambiental.

    Art. 7o A Poltica Nacional de Educao Ambiental envolve em sua esfera de ao, alm dos rgos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, instituies educacionais pblicas e privadas dos sistemas de ensino, os rgos pblicos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e organizaes no-governamentais com atuao em educao ambiental.

    Art. 8o As atividades vinculadas Poltica Nacional de Educao Ambiental devem ser desenvolvidas na educao em geral e na educao escolar, por meio das seguintes linhas de atuao inter-relacionadas:

    I - capacitao de recursos humanos;

    II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentaes;

    III - produo e divulgao de material educativo;

    IV - acompanhamento e avaliao.

    1o Nas atividades vinculadas Poltica Nacional de Educao Ambiental sero respeitados os princpios e objetivos fixados por esta Lei.

    2o A capacitao de recursos humanos voltar-se- para:

    I - a incorporao da dimenso ambiental na formao, especializao e atualizao dos educadores de todos os nveis e modalidades de ensino;

  • II - a incorporao da dimenso ambiental na formao, especializao e atualizao dos profissionais de todas as reas;

    III - a preparao de profissionais orientados para as atividades de gesto ambiental;

    IV - a formao, especializao e atualizao de profissionais na rea de meio ambiente;

    V - o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no que diz respeito problemtica ambiental.

    3o As aes de estudos, pesquisas e experimentaes voltar-se-o para:

    I - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando incorporao da dimenso ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes nveis e modalidades de ensino;

    II - a difuso de conhecimentos, tecnologias e informaes sobre a questo ambiental;

    III - o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando participao dos interessados na formulao e execuo de pesquisas relacionadas problemtica ambiental;

    IV - a busca de alternativas curriculares e metodolgicas de capacitao na rea ambiental;

    V - o apoio a iniciativas e experincias locais e regionais, incluindo a produo de material educativo;

    VI - a montagem de uma rede de banco de dados e imagens, para apoio s aes enumeradas nos incisos I a V.

    Seo II

    Da Educao Ambiental no Ensino Formal

    Art. 9o Entende-se por educao ambiental na educao escolar a desenvolvida no mbito dos currculos das instituies de ensino pblicas e privadas, englobando:

    I - educao bsica:

    a) educao infantil;

    b) ensino fundamental e

    c) ensino mdio;

    II - educao superior;

    III - educao especial;

    IV - educao profissional;

    V - educao de jovens e adultos.

    Art. 10. A educao ambiental ser desenvolvida como uma prtica educativa integrada, contnua e permanente em todos os nveis e modalidades do ensino formal.

    1o A educao ambiental no deve ser implantada como disciplina especfica no currculo de ensino.

    2o Nos cursos de ps-graduao, extenso e nas reas voltadas ao aspecto metodolgico da educao ambiental, quando se fizer necessrio, facultada a criao de disciplina especfica.

  • 3o Nos cursos de formao e especializao tcnico-profissional, em todos os nveis, deve ser incorporado contedo que trate da tica ambiental das atividades profissionais a serem desenvolvidas.

    Art. 11. A dimenso ambiental deve constar dos currculos de formao de professores, em todos os nveis e em todas as disciplinas.

    Pargrafo nico. Os professores em atividade devem receber formao complementar em suas reas de atuao, com o propsito de atender adequadamente ao cumprimento dos princpios e objetivos da Poltica Nacional de Educao Ambiental.

    Art. 12. A autorizao e superviso do funcionamento de instituies de ensino e de seus cursos, nas redes pblica e privada, observaro o cumprimento do disposto nos arts. 10 e 11 desta Lei.

    Seo III

    Da Educao Ambiental No-Formal

    Art. 13. Entendem-se por educao ambiental no-formal as aes e prticas educativas voltadas sensibilizao da coletividade sobre as questes ambientais e sua organizao e participao na defesa da qualidade do meio ambiente.

    Pargrafo nico. O Poder Pblico, em nveis federal, estadual e municipal, incentivar:

    I - a difuso, por intermdio dos meios de comunicao de massa, em espaos nobres, de programas e campanhas educativas, e de informaes acerca de temas relacionados ao meio ambiente;

    II - a ampla participao da escola, da universidade e de organizaes no-governamentais na formulao e execuo de programas e atividades vinculadas educao ambiental no-formal;

    III - a participao de empresas pblicas e privadas no desenvolvimento de programas de educao ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizaes no-governamentais;

    IV - a sensibilizao da sociedade para a importncia das unidades de conservao;

    V - a sensibilizao ambiental das populaes tradicionais ligadas s unidades de conservao;

    VI - a sensibilizao ambiental dos agricultores;

    VII - o ecoturismo.

    CAPTULO III

    DA EXECUO DA POLTICA NACIONAL DE EDUCAO AMBIENTAL

    Art. 14. A coordenao da Poltica Nacional de Educao Ambiental ficar a cargo de um rgo gestor, na forma definida pela regulamentao desta Lei.

    Art. 15. So atribuies do rgo gestor:

    I - definio de diretrizes para implementao em mbito nacional;

    II - articulao, coordenao e superviso de planos, programas e projetos na rea de educao ambiental, em mbito nacional;

    III - participao na negociao de financiamentos a planos, programas e projetos na rea de educao ambiental.

  • Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, na esfera de sua competncia e nas reas de sua jurisdio, definiro diretrizes, normas e critrios para a educao ambiental, respeitados os princpios e objetivos da Poltica Nacional de Educao Ambiental.

    Art. 17. A eleio de planos e programas, para fins de alocao de recursos pblicos vinculados Poltica Nacional de Educao Ambiental, deve ser realizada levando-se em conta os seguintes critrios:

    I - conformidade com os princpios, objetivos e diretrizes da Poltica Nacional de Educao Ambiental;

    II - prioridade dos rgos integrantes do Sisnama e do Sistema Nacional de Educao;

    III - economicidade, medida pela relao entre a magnitude dos recursos a alocar e o retorno social propiciado pelo plano ou programa proposto.

    Pargrafo nico. Na eleio a que se refere o caput deste artigo, devem ser contemplados, de forma eqitativa, os planos, programas e projetos das diferentes regies do Pas.

    Art. 18. (VETADO)

    Art. 19. Os programas de assistncia tcnica e financeira relativos a meio ambiente e educao, em nveis federal, estadual e municipal, devem alocar recursos s aes de educao ambiental.

    CAPTULO IV

    DISPOSIES FINAIS

    Art. 20. O Poder Executivo regulamentar esta Lei no prazo de noventa dias de sua publicao, ouvidos o Conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho Nacional de Educao.

    Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Braslia, 27 de abril de 1999; 178o da Independncia e 111o da Repblica.

    FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Paulo Renato Souza Jos Sarney Filho

    Este texto no substitui o publicado no D.O.U. de 28.4.1999

    Bibliografia

    Ana Lcia Tostes de Aquino Leite.

    MMA - Ministrio do Meio Ambiente

    Programa Nacional de Educao ambiental.

    Publicado no material do Curso Bsico de Educao Ambiental distncia, do Ministrio do Meio Ambiente,

    Programa Nacional de Educao Ambiental, Braslia: 2001.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/1999/Mv0539-99.htm