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Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

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Gestão da Qualidade em Agronegócios

Jean Philippe Révillion

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I. Conceitos, Ferramentas e Metodologias

Relacionas a Qualidade

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Conceito de qualidade• Conjunto de atributos ou elementos que compõe o

produto ou serviço e que são avaliados (objetivamente ou não) de forma dinâmica pelo consumidor.

• “Qualidade é tudo aquilo que melhora o produto do ponto de vista do cliente”( Deming, 1993).

• A qualidade é uma viagem em vez de um destino.

• Dimensões: temporalidade e multiplicidade

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Abordagens da qualidade

• Confiança no processo de produção

• Aceitação do produto

• Valor emocional associado ao produto

• Confiança na marca

• Adequação ao usuário (segmentação)

• Impacto social e ambiental

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Gestão da qualidade

• Planejamento e implementação de esforços continuados, de todos os agentes da organização, no sentido de atender às necessidades do consumidor interno e externo da empresa.

• Toda atividade que não contribua para o aumento do grau de ajuste do produto à demanda (atual e futura) é considerada como uma perda.

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Sistemas de gestão da qualidade

• Estrutura organizacional desenvolvida para administrar os processos ou atividades da firma no sentido de transformar recursos (insumos) em produtos que atendam os objetivos da empresa - como satisfazer os padrões de qualidade dos clientes, atender a legislação, satisfazer objetivos ambientais e buscar a melhoria contínua do desempenho da empresa.

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Evolução da qualidade de produtos e processos

TEMPO

Nível de qualidade

Processos não padronizados

Processos padronizados

Processos padronizados e

inovadores

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Grade de maturidade da gestão da qualidade

Estágio daincerteza

Despertar Esclarecimento Sabedoria Certeza

Compreensãoda qualidadecomoferramentagerencial

Nenhuma Reconhecimento dautilidade

Compreensãocomo

ferramenta

Compreensãocomo umprocesso

TQC é parteessencial dosistema deempresa

Situação daqualidade naorganização

Oculta naprodução.

Não háinspeção.

Na liderançado

departamentode

engenharia.

Departamentode qualidade.

O gerente dequalidade é

da altagerência.

Açãopreventiva e

foco nocliente.

O conselhode diretoria

atua na defesada qualidade.Qualidade é

umpensamentodominante

Adaptado de Crosby, 1979.

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Grade de maturidade da gestão da qualidadeEstágio daincerteza

Despertar Esclarecimento

Sabedoria Certeza

Operacional “Apagandoincêndios”

Trabalhoem equipe

parasoluções decurto prazo

Coordenação e combatesistemático

Açõespreventivassistematizad

as

Todos osproblemas

comuns sãoevitados

COQ/faturamento

Desconhecidos.

Estimativaem 20%

Relatado:3%

Real: 18%

Relatado:8%

Real: 12%

Relatado:7%

Real: 8%

Relatado ereal: 2,5%

Postura “Nãosabemos porque temosproblema

com aqualidade”

“Éabsolutamen

tenecessárioter sempreproblemas

com aqualidade?”

“Através docompromiss

o dagerênciacom a

melhoria daqualidade,estamos

resolvendonossos

problemas”

“Aprevenção

de defeitos éuma parte

da rotina denossa

operação”

“Sabemosque nãotemos

problemacom a

qualidade”

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Gestão da qualidade

Engajamento na política de qualidade da empresa

Diagnóstico: recursos internos e oportunidades de

mercado

Planejamento, implementação,

controle e correção de processos

MELHORIA CONTÍNUA

FOCO NO CLIENTE

Page 11: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Ciclo PDCA

P PLANIdentificação e análise do problemaDefinição do plano de ação

D DOAção

C CHECKVerificação

A ACTIONPadronização - Conclusão

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Ferramentas de sistemas de qualidade

• Fluxogramas de processo

• Histogramas : medidas do processo, produto e satisfação dos clientes

• Diagramas de causa e efeito

• Gráficos de Pareto

• Benchmarking

• Inovação

• Trabalho em equipe

• Padronização

Page 13: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Evolução do escopo dos sistemas de qualidade

TEMPO

Nível de abrangência

dos sistemas de qualidade

Produto

ProcessosEmpresa

Fornecedores

Cadeia produtiva

Setor

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Sistemas de qualidade

Governo Estrutura

institucional, de controle e

apoio

Imposição de normas e padrões sanitários

Estímulo ao estabelecimento de padrões de qualidade

Empresas Estruturas de

gestão e coordenação

Consumidores Estrutura de

demanda

Estratégias de diferenciação e enfoque

Exigência de aparato

institucional

Necessidades dinâmicas, fidelidade e renda

Estrutura pública de pesquisa

Novas trajetórias tecnológicas e renda

Segurança

Estímulo a concorrência

Defesa das instituições

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Metodologias de qualidade

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Gestão da Qualidade Total - TQM– Modelo gerencial centrado no controle do processo, tendo

como meta zero defeitos. – Uma filosofia de comprometimento de todos os setores e

hierarquias da organização.– Consideração principal é embutir a qualidade na produção

ao invés de inspecionar a qualidade na produção.– Os fornecedores são selecionados em função de sua

capacidade de oferecer produtos sem defeitos e manter relações de longo prazo.

– Novos projetos são desenvolvidos em conjunto entre departamento de P&D e produção.

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TQC - Total Quality Control

– Orientação para o cliente

– Qualidade em primeiro lugar

– Ação orientada por prioridades

– Ação orientada por fatos e dados

– Controle de processos

– Ação de bloqueio

– Respeito pelo empregado

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Just in Time - JIT

– Origem nas plantas industriais da Toyota (anos 70) por Taiichi Ohno.

– O princípio é eliminar fontes de desperdícios adquirindo a quantidade certa de matérias primas e produzindo a quantidade certa de produtos no lugar certo e no momento certo.

– Busca produzir bens mais diversificados, em vez de lotes grandes do mesmo produto, mantendo rígido controle de custos.

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5S

• Seiri: seleção de ferramentas de trabalho

• Seiton: organização do local de trabalho

• Seiso: limpeza

• Seiketsu: padronização de todos os ambientes de trabalho segundo os mesmos padrões

• Shitsuke: auto disciplina

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5 W 1 H

What - Quais os itens de controle em qualidade, custo, entrega, moral e segurança? Qual a unidade de medida?

When - Qual a frequência com que devem ser medidos? Quando atuar?

Where - Onde são conduzidas as ações de controle?

How - Como exercer o controle. Indique o grau de prioridade para ação de cada item.

Why - Em que circunstâncias o controle será exercido, razões.

Who - Quem participará das ações necessárias ao controle.

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Escolas de qualidade

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Deming Juran Crosby Japonesa

Definição daqualidade

Conformidade às especificações Uniformidadeem torno do

alvoObjetivos Posição

competitivaLucros/qualida

de de vidaLucros Qualidade de

vidaMetas Zero defeitos Minimizar

COQZero defeitos Zero defeitos

Mensuração damelhoria

Medição direta(Pareto)

Dados do COQ Dados do COQMedição direta

Medição direta

Ênfase noCOQ

Nenhuma Grande Moderada Pouca

Mudançasculturais

necessárias

GrandeGerência

participativa

PequenasEncaixa-se na

culturatradicional

MédiaConvive com a

culturatradicional

GrandeGerência

participativa

Adaptado de Fine (1985).

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Relação entre qualidade e custos

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Comparando os paradigmas da gestão de custos

Gestão de custos tradicional Gestão estratégica de custos

Provisão para refugos,retrabalhos...padrão zero defeitos não é

exequível

Não há provisão para desperdícios.Zero defeitos é o conceito

Maximiza-se o volume de produçãopara absorver os CIF

Os custos padrões não recebem ênfase esim medidas de controle de qualidade

Compra de m.p. de múltiplosfornecedores com ênfase em custo

Certificação de poucos fornecedores depreço médio

Acompanhamento esporádico dasatisfação do cliente

Acompanhamento sistemático dasatisfação do cliente

O objetivo é atender os padrões médiosde custos e produtividade

O objetivo é a melhoria contínua

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Análise do custo da qualidade - COQ

• A análise COQ é uma completa perda de tempo: o tempo gasto calculando os custos de fazer as coisas erradas seria muito mais bem gasto fazendo essas coisas corretamente desde a primeira vez (Deming, 1982).

• A curva do custo total da qualidade é em forma de “U” e é fundamental sua análise regular e contínua (Juran, 1985).

• Os custos da qualidade se dividem em dois componentes: i) os custos da conformidade (2-3% sobre o faturamento) - fazer as coisas corretamente da primeira vez - e o custo da não-conformidade (20-25% sobre o faturamento) - correção de falhas (que devem ser eliminados) (Crosby, 1984).

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Estrutura analítica para medir e controlar COQ

• Custos de prevenção da má qualidade: projetos de processo/produto, treinamento de funcionários, círculos de qualidade, manutenção preventiva, gestão de relações com fornecedores.

• Custos de avaliação do nível da qualidade: como sistemas de inspeção, protótipos, auditorias, relatórios.

• Custos de falha interna: detecção e correção de produtos defeituosos antes de sua expedição (refugo, retrabalho, reparo, reinspeção, paralisações devido a defeitos).

• Custos da falha externa: reivindicação da garantia ou perda de consumidores que adquiriram produtos defeituosos (uso da garantia, devoluções, cancelamentos, processos judiciais).

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Relação entre qualidade e custos (Juran & Gryna, 1970)

Custo Total

Alto

Alto

Baixo

Baixo

Nível de qualidade

Curva de Custo Total

Custo de falhas

internas e externas

Custos de prevenção e

avaliação

Nível preferencial de defeitos

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Porém, para Deming qualidade é sem custo...

Custo unitário

Nível de qualidade

100% defeituosa

100% boa

Nível preferencial de defeitos de

acordo com a TQM

Custos fixos de avaliação e de falha

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O custo da qualidade é um grande oportunidade quando a falta de

qualidade representa um item de custo significativo.

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Estima-se que para empresas que não adotam sistemas de qualidade, cada R$ 1,00 gasto em prevenção permite, após meses ou anos, economizar R$ 10,00 os

gastos em avaliação e falhas.

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Análise do custo da qualidadeCategoria docusto daqualidade

1982(em milhares )

1984(em milhares)

1986(em milhares)

1988(em milhares)

Prevenção US$ 200 US$ 400 US$ 600 US$ 800

Avaliação 400 800 800 400

Falha interna 200 2.400 1.600 600

Falha externa 4.000 800 400 200

Total 4.800 4.400 3.400 2.000

Custos total defabricação

20.000 25.000

TQC como %do custo total

25% 8%

Fonte: Shank & Govindarajan, 1997.

Page 32: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

II. Sistemas de qualidade no Agronegócios

Page 33: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Motivações: Busca de Qualidade e Segurança nos Alimentos

Page 34: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Tendências no mercado de alimentos

• Segmentação de mercados e exigência de produtos de melhor qualidade

• Concorrência global entre agroindústrias: reestruturando preferências e rompendo relações de fidelidade favorecendo a busca de novidades

• Crescente participação da mulher na força de trabalho: incrementando a demanda por alimentos prontos e de vida de prateleira prolongada

• Diminuição do tempo consagrado às refeições: busca de conveniência nos produtos, consumo de refeições rápidas e snacks – muitas vezes fora do lar

Page 35: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Tendências no mercado de alimentos• Envelhecimento da população: crescimento da demanda por

produtos saudáveis ou funcionais

• Busca de uma vida mais saudável: crescimento da demanda de produtos “mais saudáveis” (baixo teor de gordura, colesterol, sódio ou calorias, isento de defensivos químicos, garantia de food safety

• Preocupações ambientais e com o bem estar animal: controle sobre impacto ambiental de toda a cadeia produtiva

• Convergência dos hábitos e preferências alimentares

• Emergência de novos canais de distribuição de alimentos: lojas de conveniência, compras pela internet

Page 36: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Importância de vários fatores na seleção de alimentos (Food Marketing Institute, 1990)

Fator Porcentagem dosentrevistados que

responderam “muitoimportante”

Gosto 87%Nutrição 76%

Segurança do alimento 74%Preço 64%

Vida de prateleira 40%Tempo de preparo 37%

Page 37: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Ameaças à segurança do alimento percebida pelos consumidores (Food Marketing Institute, 1990)

• Deterioração/microrganismos

• Resíduos de defensivos agrícolas

• Embalagem imprópria

• Químicos em geral

• Fraudes

• Manuseio inadequado

• Conservantes

• Aditivos

• Poluição ambiental

Page 38: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

No Brasil (ACNielsen - Revista Indústria de Laticínios, n.32, 2001: 12-14):

• O preço dos produtos é o item de maior importância para a maioria dos consumidores de alimentos (76%) seguido pela qualidade ( 49% dos entrevistados).

• Existe uma baixa fidelidade à marca: 43% dos consumidores declaram-se infiéis e, ao mesmo tempo, interessados por novidades – 76% dos consumidores não rejeitam novos produtos e 36% dizem-se ávidos por novidades.

• O segundo item mais importante para a escolha do supermercado pelos consumidores é o seu caráter econômico (atrás somente da “proximidade do domicílio”).

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Motivações: Concorrência Vertical

Page 40: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Fatores• Crescente concentração nos segmentos de produção e

distribuição de alimentos

• Aumento da concorrência de produtos com marca de varejo e da agroindústria

• Assimetria da capacidade de investimento: varejo > indústria

• Assimetria no acesso à informações estratégicas sobre o consumidor final

• Risco de integração vertical e/ou desenvolvimento de capacitações do setor processador de alimentos

Page 41: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

No Brasil, entre 1997 e 2001, a fatia de mercado das cinco principais redes varejistas (Grupo Pão de Açúcar,

Carrefour, Bompreço, Sendas, Paes Mendonça e Sonae) evoluiu de 27% para 39% (BLECHER, 2002) – em

2002, esse percentual atinge 38,8% do mercado (ABRAS, 2003).

Page 42: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Produtos com marca de varejo• Geram margens de lucro superiores do que com

produtos de empresas de alimentos

• Geram impacto positivo na imagem de marca

• Necessitam menos investimento em P&P do que produtos concorrentes da indústria

• Fidelizam o consumidor à rede e não à marca da indústria

• Ajudam a diminuir o poder de barganha do setor processador de alimentos (especialmente das empresas que desfrutam de uma imagem de marca consolidada)

Page 43: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Produtos com marca de varejo

• Inglaterra (rede Sainsbury): 50%

• Grandes redes na França: até 60% em linhas básicas como “leite fluido”).

• EUA: 20%

• Brasil: 6% (BLECHER, 2002).

• “Ponto de equilíbrio”: 50%

Page 44: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

• No Brasil, a oferta de produtos com marca própria das redes de varejo crescem a uma taxa de 20% ao ano desde 1999 e, o número de categorias de produtos alimentícios com marca de distribuidor aumentou de 85 em 1997 para 100 em 1999. Esse processo é secundado pela melhoria de qualidade dos produtos ofertados com marca de varejo, a preços 20% a 30% inferiores aos produtos com marca de agroindústrias (BLECHER, 2000) ; (BLECHER, 2002).

Page 45: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Motivações: Diferencias Produtos

Page 46: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Qualidade: fator estratégico• Diminuir a assimetria no acesso a informações sobre os

produtos/processos alimentares entre consumidores e produtores/processadores

• Atender normas e padrões legais• Garantir a segurança no consumo de alimentos• Buscar a diferenciação de produtos• Consolidar a marca • Diminuir custos processuais• Incrementar a competitividade setorial• Acessar a novos mercados (internacionais)• Limitar os impactos ambientais • Garantir a sustentabilidade dos SAG´s

Page 47: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

As 3 estratégias genéricas:

1. Liderança

de Custo2. Diferenciação

3A. Enfoque

no Custo

3B. Enfoque

na Diferenciação

Vantagem Competitiva

Custo Mais Baixo SingularidadeEscopo Competitivo

Alvo Amplo

Alvo Estreito

Page 48: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Variáveis de diferenciação

Produto Serviços Pessoal Canal Imagem

CaracterísticasDesempenho

ConformidadeDurabilidadeConfiabilidadeManutenção

EstiloDesign

PedidoEntrega

InstalaçãoOrientação

para usoManutenção

CompetênciaCortesia

CredibilidadeConfiabilidadeAtendimentoComunicação

CoberturaExperiênciaDesempenho

SimboloMídia

AtmosferaEventos

Page 49: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Níveis de um Produto

Benefício ou serviço básico

Embalagem

Características

Marca Design

Qualidade

Produto básicoProduto real

Instalação

Entrega e crédito

Garantia

Serviços pós-

venda

Produto ampliado

Page 50: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Atributos dos alimentosIntrínsecos Preço

TamanhoCorPeso

Extrínsecos Impacto ambiental dosistema de produçãoAusência de aditivosconservantesAusência de resíduostóxicosValor nutritivoPrestigio da marcaPraticas tradicionaisIndicação geográfica

Page 51: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Fatores para o sucesso de cadeias produtivas agroindustriais com foco na qualidade

(Sylvander et al., 1998)

• Oportunidade de mercado para produtos diferenciados: crise em um sistema tradicional

• Especificidades no produto

• Relevância e rentabilidade do mercado alvo: segmentação (e escolha dos canais de distribuição)

• Rentabilidade compartilhada na cadeia: apropriação do projeto por todos os agentes envolvidos e capacidade de evolução

Page 52: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Estratégias de diferenciação no setor agroindustrial

• Lançamento de novos produtos

• Adoção de novas tecnologias de processo

• Oferta de novos serviços

• Investimento em P&P

• Consolidação de imagem de marca

Page 53: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

“O processo de inovação de produto é parte de um amplo processo de

marketing onde a consolidação de imagem de marca, mudanças de embalagem e publicidade estão

fortemente envolvidos e relacionados”(Galizzi & Venturini, 1996:3)

Page 54: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Extensões das linhas de produtos• Responde por 90% da introdução de novos produtos alimentares.• Permite utilizar capacidade de produção ociosa, atender a novas

necessidades de consumidores, fazer frente à concorrência, ofertar uma linha completa de produtos, ocupar espaço de prateleiras no grande varejo, explorar nichos diferentes, garantir exclusividade de linha para o varejo (diminuindo o impacto competitivo), consolidar imagem de empresa pioneira e inovadora.

• Pode levar à perda do significado específico da marca.• A estratégia tende a funcionar melhor com marcas fortes e com investimento

em P&P.• Uma extensão de linha funciona bem quando conquista vendas de marcas

concorrentes, não quando canibaliza outros itens da empresa ou dissocia a marca das categorias de produto relacionadas.

Page 55: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Perfil das inovações associadas à introdução de novos produtos no período 80-93 nos EUA

Novas formulações: adição de ingredientesque propiciam um novo benefício na categoria

46%

Introdução de produtos pré-existentes emnovos segmentos de mercado

26%

Inovações nas embalagens 26%

Introdução de produtos inéditos no mercado 2%

FONTE: (Connor & Schiek, 1997)

Page 56: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

O sucesso de uma estratégia competitiva baseada na diferenciação de produto depende do número de

dimensões nas quais ele pode diferenciar-se (principalmente embalagem, marca e preço), do

avanço tecnológico capaz de modificar suas características, da “publicidade persuasiva” que pode

induzir percepções subjetivas de diferença ou, de mudanças na renda, demografia ou gosto dos

consumidores (CONNOR, 1981:609).

Page 57: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Em especial, considerando-se que dois terços das compras realizadas em supermercados são

decididas depois que os consumidores encontram-se na loja (SCHOORMANS &

ROBBEN, 1997), a escolha do canal de distribuição e o grau de promoção e serviços ofertados (CONNOR & SCHIEK, 1997) são

fatores importantes como elementos de diferenciação.

Page 58: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Aparato Institucional Brasileiro

Page 59: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial-INMETRO

• Autarquia federal criada em 1973 com o objetivo de aumentar a produtividade das empresas nacionais por meio da adoção de mecanismos de melhoria da qualidade de produtos e serviços.

Page 60: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Atribuições do INMETRO• Credencia os laboratórios de calibração e ensaios

metrológicos. • Credencia os organismos de certificação e inspeção de

qualidade.• Fomenta a utilização de técnicas de gestão da qualidade

na indústria nacional.• Verifica a observância das normas técnicas e legais, no

que se refere às unidades de medida, métodos de medição, medidas materializadas, instrumentos de medição e produtos pré-medidos.

Page 61: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

• Modelo de Avaliação da Conformidade da Produção Integrada de Frutas (PIF), em fase de implementação, uma parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) com o Inmetro.

• Objetivo: estabelecer critérios para o processo de produção frutícola, que possam eliminar as barreiras técnicas que vêm sendo impostas pelos grandes mercados consumidores, especialmente os EUA e a UE. Certificação de produtos com selos de qualidade que comprovem a existência de um sistema de controle e acompanhamento completo desde a semeadura até o empacotamento.

• Foco: diminuição do uso de agroquímicos, alto controle das águas de processo, controle de higiene, impacto ambiental.

• O Inmetro estabeleceu o esquema para Avaliação da Conformidade e as condições necessárias para o ingresso no processo. Credenciará os organismos que farão a Avaliação da Conformidade do PIF.

• O MAPA publicou as Instruções Normativas que tratam de definições e conceitos específicos e das diretrizes gerais para PIF.

Page 62: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT

• A ABNT é uma entidade privada sem fins lucrativos, fundada em 1940, que atua na área de certificação.

• É reconhecida pelo governo brasileiro como Fórum Nacional de Normalização, além de ser um dos fundadores e único representante da ISO (International Organization for Standardization).

• É credenciada pelo INMETRO, o qual possui acordo de reconhecimento com os membros do IAF (International Acreditation Forum) para certificar Sistemas da Qualidade (ISO 9000) e Sistemas de Gestão Ambiental (ISO 14001) e diversos produtos e serviços.

Page 63: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI

• O INPI é uma Autarquia Federal, criada em 1970, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

• Tem por finalidade principal, segundo a Lei da Propriedade Industrial, executar, no âmbito nacional, as normas que regulam a propriedade industrial.

• O Instituto responde pela concessão de marcas e patentes, a responsabilidade pela averbação dos contratos de transferência de tecnologia e, pelo registro de programas de computador, contratos de franquia empresarial, registro de desenho industrial e de indicações geográficas.

Page 64: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Código de Defesa do Consumidor

• Lei n° 8.078 de 11/09/90 - Normas para a Proteção do Consumidor

• “(...) ao formular normas e planos nacionais relacionados aos alimentos, os governos devem levar em consideração a necessidade de todos os consumidores quanto à segurança dos alimentos dando apoio e, tanto quanto possível, adotando os padrões da FAO, OMS e Codex Alimentarius”

Page 65: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Ministério da Agricultura• Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-

Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores de Alimentos (Portaria n 368 de 1997).

• Obrigatoriedade da adoção do sistema APPCC nas indústrias de alimentos (Portaria n 46 de 1998).

• Definição de Regulamentos Técnicos de Produção e Padrões de Identidade e Qualidade - PIQ para cada categoria de alimento.

• Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina – SISBOV

Page 66: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA

• Resolução RDC n°12 de 2001: Regulamento Técnico sobre Padrões Microbiológicos para Alimentos.

Page 67: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

1. Sistemas de padronização

Page 68: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Conceito de padrão

• Conjunto de especificações técnicas que são adotadas pelos agentes econômicos de forma voluntária ou compulsória, formal ou tacitamente.

• Conjunto de características, de conhecimento público, que asseguram as propriedades de reprodução, equivalência e estabilidade dos produtos, adequados às condições de produção e comercialização.

Page 69: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

O estabelecimento de padrões diminui os custos de transação entre os agentes

(favorecendo economias de escala) porém, ao reduzir as diferenças entre

produtos (variedade) baliza a concorrência pela variável preço.

Page 70: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Altapadronização

Baixapadronização

Baseconcorrência

Custos(economias

escala)

Custo equalidade

Custos detransação

Menores Maiores

Variedadesetorial

Menor Maior

Mercados Commodities Nicho

Integraçãovertical

Mais fácilMenos

interessante

Mais difícilMais

interessante

Page 71: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

O estabelecimento de padrões de produtos e processos restringe a

relevância do conhecimento tácito na exploração de tecnologias e o potencial

de diversificação das estratégias competitivas desenvolvidas pelos

agentes setoriais.

Page 72: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

A medida que a padronização ganha caráter setorial, menor é o espaço de estratégias individuais, e vice-versa. Essa é uma dinâmica dependente da

fase de evolução das tecnologias exploradas e da origem das iniciativas

de padronização.

Page 73: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Evolução das tecnologias e concentração setorial

Número de empresas e variantes tecnológicas

Consolidação “design dominante”

TEMPO

“Destruição criativa” “Acumulação criativa”

Desempenho e padronização das

tecnologias e produtos

Page 74: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Desempenhodastecnologias no processamentode leite fluido

TEMPO

Pasteurização

UHT indireto

UHT direto

MF + UHT diretoUHT direto + bactocentrifugaçãoSistema Ultra Fresh

Page 75: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

“A padronização pode ser vista como um bem público a ser oferecida pelo

governo, um bem coletivo a ser oferecido por uma associação

profissional ou um bem privado quando é base para sustentação de estratégias

individuais” (Farina, 2003).

Page 76: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Exemplos

• Caso Nestlé - Socôco

• Produtos com SIF

• Certificado de pureza da ABIC

• Codex Alimentarius

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2. International Organization for Standardization - ISO

Page 78: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Características do sistema• “ISO”: organização internacional privada fundada

em 1974 com sede na Suíça que elabora normas internacionais relacionadas a gestão e garantia da qualidade de processos.

• As normas são difundidas através de 750 entidades em 160 países

• Mais de 610.000 organizações adotaram sistemas ISO.

• No Brasil, a Associação Brasileira de normas Técnicas - ABNT certifica as séries 9000 e 14000.

Page 79: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Sistemas ISO 9000 e 14000• Sistemas de gestão genéricos: aplicáveis à qualquer

organização, de qualquer setor de atividade.• Foco no processo: “como as empresas administram seu

trabalho” e não produtos (diretamente).• As empresas que adotam esses sistemas de qualidade são

auditadas por entidades públicas ou privadas, “sob sua própria responsabilidade”, que são autorizadas pela “ISO”.

• O logotipo da “ISO” não pode ser utilizado pelas empresas que adotaram os sistemas.

• Última versão: 9001:2000

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3. Sistemas de certificação

Page 81: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Conceito de certificação

• É um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo independente da relação comercial com o objetivo de atestar publicamente, por escrito, que determinado produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados.

• As atividades de certificação pode envolver: análise de documentação, auditorias/inspeções na empresa, coleta e ensaios de produtos, no mercado e/ou na fábrica, com o objetivo de avaliar a conformidade e sua manutenção.

Page 82: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

A certificação de produtos e processos garante ao consumidor a existência de qualidades intrínsecas ou extrínsecas

não usuais no produto e, que não podem ser determinadas sem custo.

Page 83: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Processos de padronização e certificação envolvem custos e,

portanto, devem gerar benefícios para sua adoção. A distribuição adequada de custos e benefícios entre os agentes de uma cadeia produtiva são resultado de esforços de coordenação e cooperação capazes de garantir a sustentabilidade

do sistema.

Page 84: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

A definição das normas e diretrizes da certificação, a responsabilidade por sua

adoção e controle, assim como o arbítrio do conflito entre agentes da cadeia

produtiva, pode ser de responsabilidade (mútua ou exclusiva) de instituições

certificadoras externas, agencias governamentais, associações de

classe/setoriais ou empresas privadas.

Page 85: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Certificação privada x pública

• Poder de barganha/mercado relativo dos agentes/segmentos da cadeia produtiva

• Imagem de marca

• Objetivos estratégicos dos agentes

• Ambiente institucional

• Características do mercado e dos produtos

• Importância relativa do produto para o agente dominante

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A OMC discute a questão da certificação como barreiras não

tarifárias e a necessidade da criação de regulamentação internacional para os

sistemas de certificação.

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Exemplos• “Cadeia de qualidade” do Carrefour

• “Élevages de France” de Promodès

• Frango “label rouge”

• Produtos com denominações de origem geográfica delimitada

• Manejo florestal sustentável: “smartwood”

• Produtos orgânicos

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4. Rastreabilidade

Page 89: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Conceito de rastreabilidade

• “Forma organizacional que permite a estrita ligação de todas as etapas da cadeia agroalimentar, do agricultor ao produto final, permitindo traçar etapas anteriores, até a origem do produto, seu histórico e seus componentes” (Planète, 1999).

• “Capacidade de reencontrar o histórico, a utilização ou a localização de um produto qualquer através de meios de identificação registrados” (Sans & Fontguyon, 1998).

Page 90: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Objetivos da rastreabilidade

• Garantir a oferta de alimentos seguros

• Identificar agentes responsáveis por desvios

• Favorecer a coordenação da cadeia produtiva e setores relacionados horizontalmente

Page 91: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Exemplos

• Filière Qualité Carefour: 6 raças de bovinos de corte.

• Leite tipo A no Brasil.

• Aliança Mercadológica para a carne bovina no estado de São Paulo (Fundepec): novilho precoce.

• Cadeias de produtos não transgênicos.

• Sistema SISBOV (MA).

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5. Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

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Origem e características

• Sistema que identifica, avalia e controla riscos significativos de contaminação de alimentos durante seu processamento.

• NASA: alimentos seguros para astronautas (década 60).

• Sistema adotado pelo Food and Drug Administration (EUA).

• No Brasil: obrigatório nas indústrias de alimentos (Portaria n 46 de 1998 do MAA).

Page 94: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Etapas do sistema APPCCIdentificar riscos e avaliar sua severidade

Determinar os PCC´s

Estabelecer medidas e critérios de controle

Monitorar PC´s e registrar dados

Reavaliar o sistema quando necessário

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Colheita da uva

Desengace e moagem

Prensagem

Clarificação do mosto / sulfitagem

Fermentação alcoólica

Fermentação maloláctica

Estabilização físico-química do vinho

Engarrafamento

Comercialização

Cadeia de produção do vinho branco

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Ordenha

Resfriamento

Transporte

Clarificação

Pasteurização

Envase

Transporte

Comercialização

Cadeia de produção do leite

pasteurizado

Recepção / estocagem

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6. Sistemas de produção orgânica

Page 98: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

“Considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a

otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das

comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais,

a minimização da dependência de energia não-renovável, empregando, sempre que possível, métodos culturais,

biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos geneticamente

modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento,

distribuição e comercialização, e a proteção do meio

ambiente” (Artigo 1 da Lei 10.831/2003).

Page 99: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Origens• Europa: nas décadas de 20 e 30 surgem a agricultura

biodinâmica e orgânica.

• EUA: disseminação dos princípios da agricultura orgânica na década de 40.

• Brasil: década de 80 surgem as primeiras associações e certificação de produtos.

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Particularidades

• Produtos voltados a mercados de nicho cuja importância e rentabilidade depende da renda da população.

• A credibilidade dos produtores/agências certificadoras é vital para a diferenciação dos produtos - expressão em selos no produto.

• Exigência de mecanismos de coordenação e cooperação sofisticados.

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Instituições

• International Federation of Organic Agriculture Movements - IFOAM: credencia agências certificadoras e define e fiscaliza normas e padrões de produtos e processos.

• Instituto Biodinâmico - IBD: credencia produções orgânicas no Brasil segundo normas do IFOAM.

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Motivações de consumo

• Ausência de resíduos de defensivos (HALL et al. 1989) ;

• Produtos mais saudáveis (ASSIS et al., 1995) ; (SYLVANDER et al., 1998) ; (SYLVANDER, 1998) ; (GIL et al., 2000).

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7. Denominações de Origem Geográfica

Page 104: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Lei de Propriedade Industrial 9279/96

• Considera-se Indicação de Procedência o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço (Artigo 177).

• Considera-se Denominação de Origem o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos (Artigo 178).

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Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos (2001)

• Os vinhos devem ser elaborados com uvas provenientes do Vale dos Vinhedos e engarrafados na origem.

• Além disso, deverão ser aprovados em análises físico-químicas e sensoriais (degustação) realizadas por um grupo de técnicos da Embrapa Uva e Vinho e da Aprovale.

• Ao passar pelo caminho de comprovações e testes, ganharão o direito de utilizar nos seus rótulos a expressão “VALE DOS VINHEDOS - INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA” e cada garrafa receberá um selo de controle do Conselho Regulador da Indicação Geográfica Vale dos Vinhedos.

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8. Quality Function Deployment

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Origens e conceito• Japão (1972): Mitsubishi

• EUA (1983): 3M

• Indústria de alimentos (EUA): 1987

• QFD é um sistema que busca garantir que as necessidades do mercado (ou de clientes específicos) sejam traduzidas adequadamente em cada etapa do desenvolvimento de produto.

• QFD é um sistema que busca diminuir os custos de desenvolvimento de novos produtos (e o % de fracassos).

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O processo de QFD

Necessidades do cliente

Características do produto

Especificação de sistemas

Necessidades de P&D

Necessidades para a produção (protótipo x características almejadas)

Características do produto

Necessidades do cliente

Fase

Piloto

Fase

Industrial

Page 109: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

A casa da qualidade

Hierarquia de necessidades dos

clientes (200-300)

Características do design

Cruzamento entre as necessidades dos clientes

e as características de design

Custos e viabilidade técnica

Medidas de engenharia

Percepção dos clientes sobre o desempenho dos produtos concorrentes

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Fases do QFDDefinição dasnecessidades dosclientes

Benefícios x soluções / artefatosSatisfação x encantamentoNecessidades primárias (estratégicas),secundárias (táticas) e terciárias (operacionais)Entrevistas individuais ou em grupo (laddering)

Hierarquização dasnecessidades

Diagramas de hierarquiaAnálise de Cluster

Percepções dedesempenho

Como as características dos produtosconcorrentes atendem essas necessidades ?

Segmentação Caso as necessidades não sejam homogêneas nomercado-alvo

Detalhamento do projetode engenharia deproduto

Análise de custos e viabilidade técnica ximportância relativa da característica paraatender uma necessidade

Page 111: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Mecanismos de escolha de produtos alimentares

Hierarquização deatributos do produto

Escolha por impulso /hábito

Características físicas,sensoriais e nutricionais

Características subjetivas

Apresentação do produto Prestígio da marca

Praticidade Origem, tradição, ética

Informações Segurança

Preço Marca, P&P

Tecnologia de processo Canal de comercialização

Page 112: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Modelos multi-atributos, que se baseiam na noção de que o consumidor hierarquiza os diferentes atributos

associados a um produto (a partir de critérios funcionais ou psicossociais), pecam ao não considerar a inter-relação entre esses atributos de forma a integrá-

los em uma consideração da qualidade global (GRUNERT et al., 1997).

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ZAJONC (1980:158) questiona modelos de avaliação do comportamento do consumidor que inferem um alto grau de sujeição da avaliação afetiva - a uma prévia análise cognitiva no qual discriminações de

conteúdo são realizadas, características identificadas, examinadas em relação ao seu valor e pesadas em

relação à sua contribuição. Ao contrário, para o autor, o processo de seleção e avaliação de valor é muito

mais subjetivo, instantâneo e, de difícil verbalização do que considerado pela principal linha da psicologia

moderna.

Page 114: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

Nesse sentido, KÖSTER (1997:68) observa que “os consumidores clássicos comem e bebem sem analisar o que esses sentem”. “Eles sabem imediatamente se

eles gostam de alguma coisa ou não”, mesmo que, em muitos casos, “lhes falta à capacidade de analisar suas

sensações e, mesmo quando eles o conseguem, eles consideram muito difícil de descrevê-las

concretamente”.

Page 115: Gestão da Qualidade em Agronegócios Jean Philippe Révillion

III. Estudos de Caso

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Estudos de caso

Grupo: Caso:

1 Nestlé – Sococo

2 Lactalis - Leite UHT orgânico

3 Terra preservada – Soja orgânica

4 Conap – Própolis

5 Sancor - Lácteos

6 Sadia - Suínos

7 Várias cooperativas – Soja não GM

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Casos 1, 3, 4, 5: In: ZYLBERSZTAJN & SCARE, 2003.

Caso 2: RÉVILLION, 2004.Caso 6: DE FREITAS & DE SOUZA, 2002.

Caso 7: LEONELLI & DE AZEVEDO, 2001.

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Análise dos casos• Contexto• Motivação das iniciativas de qualidade• Definição dos sistemas de qualidade adotados• Principais agentes envolvidos e papel de cada um• Mecanismos de coordenação, cooperação e concorrência• Dificuldades / estrangulamentos• Resultantes da adoção de sistemas de qualidade• Oportunidades não exploradas• Sustentabilidade do sistema• Aspectos de caráter institucional, competitivo, organizacional e

tecnológicos relevantes