Gestao de Contratos Modulo 2

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    Mdulo

    Contrato Administravo

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    Braslia, 2014Elaborado em: 2013.

    Gesto e Fiscalizao deContratos Administravos

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    Enap, 2015

    Enap - Escola Nacional de Administrao Pblica

    Diretoria de Comunicao e PesquisaSAIS rea 2-A 70610-900 Braslia, DF

    Telefone: (61) 2020 3096 Fax: (61) 2020 3178

    Fundao Escola Nacional de Administrao Pblica

    Presidente

    Gleisson Rubin

    Diretor de Desenvolvimento Gerencial

    Paulo Marques

    Coordenadora-Geral de Educao a Distncia

    Natlia Teles da Mota Teixeira

    Conteudista:

    Lucimar Rizzo Lopes dos Santos (2013)

    Diagramao realizada no mbito do acordo de Cooperao TcnicaFUB/CDT/Laboratrio Latude e Enap.

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    SUMRIO

    2. Contrato Administravo ...........................................................................................5

    2.1 Quando h a obrigatoriedade do contrato? .............................................................6

    2.2 Execuo do Contrato Administravo .....................................................................8

    2.3 E quais so os principais direitos e obrigaes das partes? ......................................9

    2.4 E qual a durao dos contratos administravos? ................................................10

    2.5 E o prazo de execuo? .........................................................................................11

    2.5.1 Quais so os contratos executados de forma connua?.................................... 12

    2.6 Alm da alterao do prazo contratual, pode o contrato administravo sofreralterao durante a sua execuo? .............................................................................13

    2.6.1 A Alterao Unilateral ........................................................................................ 14

    2.6.2 Alterao por acordo entre as partes ................................................................ 14

    2.7 E quais so os limites legais para as alteraes contratuais? .................................. 15

    2.7.1 E para a alterao qualitava, existe limite de acrscimo e de supresso?....... 16

    2.8 E como vericar o valor da apurao dos limites percentuais indicados(25% e 50%)? ..............................................................................................................19

    2.9 E para a formalizao das alteraes contratuais, qual o procedimento? ...........21

    2.10 E quais so os procedimentos e/ou instrumentos ulizados para amanuteno do equilbrio econmico-nanceiro dos contratos? ................................24

    2.10.1 Reajuste ............................................................................................................ 242.10.2 Reviso ............................................................................................................. 25

    2.10.3 Repactuao ..................................................................................................... 25

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    2. Contrato Administravo

    Na Administrao Pblica, os contratos mais comuns que so rmados com parcularesso os contratos de obras pblicas, contratos de prestao de servio e os que envolvemfornecimento, ou seja, o contrato administravo. O contrato administravo, em regra, sempre formal e escrito, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento.

    As caracterscas principais do contrato administravo so:

    Supremacia e indisponibilidade do interesse pblico. Modicao unilateral - exceto clusulas nanceiras.

    Exno. Imposio de sanes. Exigncia de cumprimento de prestaes alheias. Garana de equilbrio econmico-nanceiro. Forma prescrita em lei. Procedimento legal. Natureza de contrato de adeso. Natureza intuito personae. Presena de clusulas exorbitantes.

    Na elaborao do contrato administravo, a Administrao dever denir, conforme argo 55da Lei n 8.666/93, os seguintes itens, os quais so essenciais ao contrato:

    Direitos, obrigaes e responsabilidades das partes.

    Condies de execuo do contrato. Objeto e elementos caracterscos do servio. Regime de execuo. Preo, condies de pagamento. Reajuste - critrios, periodicidade, data-base. Prazos de execuo. Prazo de recebimento do objeto do contrato. Previso oramentria. Garanas. Penalidades. Hipteses de resciso. Foro.

    Alm dos itens essenciais acima indicados, as seguintes informaes devero constar nocontrato:

    Nome do rgo ou endade da Administrao e respecvo representante.

    Nomedo parcular que executar o objeto docontrato e respecvo representante.

    Finalidadeou objevo do contrato.

    MduloContrato Administravo2

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    Atoque autorizou a lavratura do contrato.

    Numero do processo da licitao, da dispensa ou da inexigibilidade.

    Sujeio dos contratantes s normas da Lei no 8.666/1993.

    Submisso dos contratantes s clausulas contratuais.

    2.1 Quando h a obrigatoriedade do contrato?

    A formalizao do instrumento contratual denida pelo caput do argo 62 da Lei n 8.666/93,que determina a obrigatoriedade sempre que o valor da contratao superar aquele relavoao uso da modalidade convite.

    A Administrao obrigada a celebrar contrato nas seguintes situaes:

    Concorrncia, tomada de preos e prego.

    Dispensase inexigibilidades cujo valor da contratao estejacompreendido nos limites dessas duas modalidades de licitao. e

    Nascontrataes de qualquer valor das quais resultem obrigaes futuras,por exemplo: entrega futura ou parcelada do objeto e assistncia tcnica.

    Nas demais situaes, a Administrao tem a faculdade de celebrar o contrato, podendo sersubstudo por outros instrumentos, tais como:

    Carta-contrato.

    Nota de empenho de despesa.

    Autorizao de compra. ou

    Ordem de execuo de servio.

    No entanto, devem ser aplicadas a esses instrumentos, no que for pernente, as exigncias dotermo de contrato, a exemplo da descrio do objeto, do preo, dos prazos, das condies deexecuo, entre outras.

    Em auditoria efetuada pela CGU em rgo federal, foi constatada ocorrncia de contratoverbal para cesso de imvel. O rgo possua um terreno devidamente cadastrado no Sistema

    de Gerenciamento de Imveis de Uso Especial da Unio - SPIU - net, o qual foi cedido a umaempresa local, sem a formalizao do competente termo legal autorizavo, para colocaode placas de propagandas, osdenominados outdoors. Havia como contraparda, segundoo rgo, a limpeza e conservao do terreno. Vericou-se que o gestor somente sbmeteuo caso a sua assessoria jurdica, por meio do Ncleoo de Assessoramento jurdico da AGUno Estado, aps o imvel j estar ocupado pelos painis de propaganda, em decorrncia deprovocao da CGU, por meio de Solicitao da CGU, por meio de Solicitao de Auditoria.

    O rgo foi orientado a obedecer a legislao pernente, abstendo-se de celebrar contratossem a devida formalizao legal.

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    A publicao, na imprensa ocial, de um resumo do contrato condio para sua eccia,devendo ser providenciada pela Administrao at o quinto dia l do ms seguinte suaassinatura, para ocorrer no prazo de 20 dias daquela data (art. 61, pargrafo nico da Lein 8.666/93).

    Como se observa, o contrato somente gera efeitos entre as partes contratantes depois daformalidade de publicao, razo pela qual a execuo do objeto no poder ser exigidado parcular enquanto o contrato no se tornar pblico. Dessa forma, importante queAdministrao busque celeridade no ato de publicao resumida do instrumento contratual(extrato).

    De acordo com entendimento j consolidado no Tribunal de Contas, os deveres contratuaisno estaro em vigor at que tenha ocorrido a publicao do extrato do contrato, sendo osprazos contratuais contados a parr da data da publicao e no da data da assinatura.(Ver

    Acrdo/TCU 400/2010 Plenrio).

    O contedo do contrato deve mostrar claramente a vontade das partes, ressaltando quea vontade da Administrao Pblica deve estar condicionada ao atendimento do interessepblico. Devem fazer parte do contrato, independentemente de sua transcrio, no podendoafast-los ou contrariar suas disposies:

    O edital. O projeto bsico ou o termo de referncia. A memria de clculos. A planilha de custos.

    Os cronogramas. e Outros descrivos que representam o objeto da contratao.

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    1) Em vericao efetuada pela CGU em rgo federal, concentrou-se que determinadocontrato deixou de fazer meno sobre a obrigatoriedade do contratado manter durante aexecuo do mesmo todas as condies de habilitao e qualicao exigidas na licitao.A falha apontada pela equipe de auditoria referiu-se ao prazo de validade das cerdes

    condas no SICAF. Ficou demosntrada a falta de padronizao nos editais e contratoselaborados pelo rgo. O gestor foi orientado a adotar medidas para que deles constem,no mnimo, as clusulas necessrias, de acordo com io disposto nos arts. 40 e 55 da Lei n8.666/1993 e no art. 6 da Lei n 10.522/2002.

    2) Em outra oportunidade, ainda em relao s clusulas necessrias dos contratos sclusulas necessrias dos contratos administravos, a CGU constatou, em outro rgo federal,reincidncia quanto falta de comprovao de recursos oramentrios nos contratos. Talexigncia visa a garanr o pagamento de obrigao, tanto em relao ao contratado, quanto sobrigaes legais tributrias pernentes. No havia informaes quanto existncia de crditos

    para suportar as despesas a serem assumidas com o respecvo termo adivo do contrato.

    2.2 Execuo do Contrato Administravo

    A forma de execuo do contrato administrativo est regulada nos artigos 65 a 76 da Lein 8.666/93.

    A execuo do contrato administravo o cumprimento do seu objeto, dos seus prazos e das suas

    condies, sendo gerenciado, controlado e scalizado diretamente pela Administrao Pblica.

    O inadimplemento da Administrao no faculta ao parcular contratado o descumprimentodo contrato, ou seja, mesmo se a Administrao no realizar o pagamento na poca acordada,no pode o parcular deixar de cumprir com a sua obrigao contratual.

    As condies pactuadas em contrato devem ser rigorosamente obedecidas pelas partes,conforme preceitua aoargo 66 da Lei n 8.666/93, respondendo cada uma delas por suainexecuo total ou parcial.

    Ao particular assegurada a indenizao dos prejuzos ou a resciso do contrato caso

    a Administrao no cumpra as obrigaes, nos termos do inciso XV do artigo 78 da Lein 8.666/93.

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    2.3 E quais so os principais direitos e obrigaes das partes?

    valido salientar que a Administrao Pblica, quando da execuo do contrato, possuipoderes de autoridade que lhe possibilitam:

    a) Realizar a scalizao do contrato: controlar a execuo do contrato para evitarsurpresas prejudiciais ao interesse pblico;

    b) Realizar a modicao unilateral: realizar a alterao contratual, desde querespeitado o objeto do contrato e o seu equilbrio nanceiro, assim como fundar-seem movos de interesse pblico.

    c) Aplicar sanes: seja pela inexecuo do contrato, seja pelo atraso na execuo,seja por qualquer outra forma de execuo imperfeita.

    A simples alegao do interesse pblico no capaz de movar o uso da clusula exorbitante.H que se ter cautela!

    No se pode invocar o interesse pblico de forma desmedida ou desproporcionada que venha

    a causar srios nus a quem contrata com a Administrao Pblica.

    A nalidade do interesse pblico deve estar presente em todas as decises administravas.Podemos citar, como exemplo, alguns argos da Lei n 8.666/93 que referenciam o interessepblico: argo 49, argo 58, argo 78, XII e argo 5. Entretanto a ulizao indevida doprincpio para juscar arbitrariedade do agente pblico (desvio de poder) ou para a busca deseu interesse pessoal torna o ato administravo invlido.

    Para invocar o interesse pblico h que, necessariamente, demonstrar qual o interesse pblico.

    No basta to somente ulizar a expresso interesse pblico para legimar a deciso, h quese movar e dizer qual o interesse, visto ser essa movao pressuposto essencial de validadedo ato a ser pracado pelo agente pblico em qualquer deciso administrava a ser tomada.

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    Cabe ao administrador analisar o caso concreto e observar os princpios jurdicos para embas-lo e adotar uma deciso adequada a cada caso, o que permir maior ecincia e eccia nagesto dos contratos. Lembrando que, na Administrao Pblica, os meios que juscam osns so as leis, e ato pracado no tem que ser somente legal, tem que ser igualmente moral,razovel e proporcional.

    2.4 E qual a durao dos contratos administravos?

    A durao dos contratos administravos o perodo espulado para que os contratos possamproduzir direitos e obrigaes para as partes.

    A regra que o prazo de vigncia dos contratos seja limitado ao exerccio em que foram

    iniciados, ou seja, nos respecvos crditos oramentrios, conforme preceitua o argo 57 daLei n 8.666/93.

    No entanto, a Lei n 8.666/93 admite algumas excees, permindo que o prazo de vignciaultrapasse os respecvos crditos oramentrios, a saber:

    a) projetoscujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no PlanoPlurianual, os quais podero ser prorrogados se houver interesse da Administrao edesde que isso tenha sido previsto no ato convocatrio;

    b) prestao de servios a serem executados de forma connua, que podero ter asua durao prorrogada por iguais e sucessivos perodos, com vistas obteno depreos e condies mais vantajosas para a administrao, limitada a sessenta meses;(Redao dada pela Lei n 9.648, de 1998)

    c) aluguel de equipamentos e ulizao de programas de informca, podendo adurao estender-se pelo prazo de at 48 (quarenta e oito)meses aps o incio davigncia do contrato.

    d) hipteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratospodero ter vigncia por at 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse daadministrao. (Includo pela Lei n 12.349, de 2010).

    No se pode celebrar contrato por prazo indeterminado ( 3 do argo 57 Lei n 8.666/93).

    Desta forma, como j indicado anteriormente, o prazo de vigncia contratual o perodo emque o contrato produz efeitos jurdicos e vincula as partes prestao e contraprestaoassumidas.

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    2.5 E o prazo de execuo?

    o perodo previsto no contrato para que o parcular execute as obrigaes contratualmenteassumidas (etapas de execuo, de concluso, de entrega). Da mesma forma, o prazo deexecuo das etapas pode sofrer alterao para ampliao do prazo inicialmente contratado,desde que ocorram os seguintes movos:

    a)alterao do projeto ou especicaes, pela Administrao.

    b)supervenincia de fato excepcional ou imprevisvel, estranho vontade das partes,que altere fundamentalmente as condies de execuo do contrato.c)interrupo da execuo do contrato ou diminuio do ritmo de trabalho por ordeme no interesse da Administrao.d)aumento das quandades inicialmente previstas no contrato, nos limites permidospor esta lei.e)impedimento da execuo do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pelaAdministrao em documento contemporneo sua ocorrncia.f)omisso ou atraso de providncias a cargo da Administrao, inclusive quanto aospagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento

    na execuo do contrato, sem prejuzo das sanes legais aplicveis aos responsveis.

    Para a dilao do prazo, tanto de execuo quanto de vigncia, h a necessidade e a obrigatoriedadede constar, por escrito, a juscava da prorrogao e, ainda, a autorizao a ser dada pelaautoridade competente a celebrar o contrato ( 2 do argo 57 da Lei n 8.666/03).

    De acordo com entendimentos e orientaes do Tribunal de Contas da Unio, para a realizaoda prorrogao do contrato, devem ser observados os seguintes pressupostos bsicos, os quaisso mnimos e condicionantes:

    a)existncia de previso para prorrogao no edital e no contrato.b)objeto e escopo do contrato inalterados pela prorrogao.c) interesses da Administrao e do contratado declarados expressamente.d) vantagens da prorrogao devidamente juscada nos autos do processoadministravo.e)manuteno das condies de habilitao pelo contratado.f)preo contratado compavel com o mercado fornecedor do objeto contratado.

    De acordo com entendimentos do TCU, no permido prorrogar contrato com prazo devigncia expirado, ainda que por um dia apenas.Neste caso, deve celebrar novo contrato.E, ainda, observar, quando da prorrogao dos contratos, o valor total, vericando paraque no ultrapasse o limite estabelecido para a modalidade de licitao realizada ou queno se enquadre no art. 57 da Lei n 8.666/1993.

    Ainda nesse sendo, a Advocacia Geral da Unio (AGU)tambm se posicionou, emindo aOrientaoNormava n 3, de 1 de abril de 2009, que retrata o seu entendimento quanto prorrogao do prazo de vigncia do contrato:

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    Na anlise dos processos relavos prorrogao de prazo, cumpre aos rgos

    jurdicos vericar se no h extrapolao do atual prazo de vigncia, bem como

    eventual ocorrncia de soluo de connuidade nos adivos precedentes, hipteses

    que conguram a exno do ajuste, impedindo a sua prorrogao.

    O Tribunal de Contas da Unio, em suas deliberaes, sumulou entendimento que:

    Torna-se, em princpio, indispensvel xao dos limites de vigncia dos contratos

    administravos, de forma que o tempo no comprometa as condies originais da

    avena, no havendo, entretanto, obstculo jurdico devoluo de prazo, quando

    a Administrao mesma concorre, em virtude da prpria natureza do avenado, para

    interrupo da sua execuo pelo contratante. Smula 191

    A CGU constatou em audiroria realizada em rgo federal que houve a prorrogao decontrato celebrado, aps o trmino da sua vigncia, em carter emergencial, sem a devidaformalizao do respectivo Termo Aditivo. Tambm ocorreram falhas na contratao deempresa para prestar servio de limpeza e manuteno nas dependncias do rgo, tais com aexecuo de despesas durante o ano sem respaldo contratual, alm da prorrogao de contrato

    em carter emergencial, sem justificativa plausvel. Ficou constatada na auditoria a falha noscontroles internos e a falta de planejamento, alm da morosidade na realizao deprocedimento licitatrio.O rgo foi orientado a planejar melhor suas necessidades, antecipando-se aos trminosde prazos contratuais. Um adequado planejamento anual das necessidades, acompanhadode um procedimento de controle efevo dos prazos de vigncia dos contratos, convnios eoutros instrumentos congneres celebrados pelo rgo minimizariam a probabilidade deconcorrncia das irregularidades idencadas.

    Os contratos deservios connuospodero ter a sua vigncia prorrogada, emcarter excepcional,por mais 12 meses, alm do prazo previsto no inciso II do argo 57 da Lei n 8.666/93, desdeque devidamente juscado e comprovado que no houve falta de planejamento por parteda Administrao (4 do argo 57). Lembrando que ulizar essa prerrogava signica que,obrigatoriamente, dever ser demonstrada a situao real e excepcional; caso contrrio, nohavendo fato excepcional, o contrato no poder ter a sua vigncia prorrogada.

    2.5.1 Quais so os contratos executados de forma connua?

    A lei no limitou as hipteses de contratos executados de forma connua. O inciso II dispe:a prestao de servios a serem executados de forma connua que podero ter sua durao

    prorrogada... Como a lei no dene o que so servios connuados, os estudiosos daadministrao e mesmo os rgos de controle contribuem para a formulao de conceitos epara a interpretao de quais contratos estariam abrangidos por esse disposivo.

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    Desta forma, podemos extrair dos entendimentos doutrinrios que os servios connuadosso aqueles imprescindveis ao funcionamento das avidades instucionais e que, seinterrompidos, podem causar a soluo de connuidade, a exemplo: limpeza, manutenoeltrica predial. H de se ressaltar que ainda h polmica em relao a alguns servios seremou no de forma connuada. Na viso do TCU, o que connuo para determinado rgo ouendade pode no ser para outros.

    Prazos dos contratos:durao normal, perodo do crdito oramentrio (at um ano)

    Excees:

    Contratos includos no plano plurianual (at quatro anos). Servios connuos (at 60 meses, podendo ser prorrogados por mais 12 meses). Aluguel de materiais e servios de informca (at 48 meses). Concesso de servios pblicos (prazos superiores a um ano).

    Importante: Prorrogao do prazo de vigncia do contrato no signica aumento do objeto,que permanece o mesmo!

    2.6 Alm da alterao do prazo contratual, pode o contrato administravosofrer alterao durante a sua execuo?

    O contrato administravo pode ser alterado. A possibilidade de se promover a alteraocontratual est prevista no argo 65 da Lei n 8.666/93. No entanto, existem pressupostoscondicionados a serem observados, quais sejam: necessidade da administrao, interessepblico e movao do ato, o qual tem que ser juscado e aprovado pela autoridadecompetente.

    H, tambm, regras estabelecidas e que limitam as alteraes contratuais com o objevo deevitar a fuga do processo licitatrio e, ainda, proteger o interesse do parcular contratado.H de se ressaltar que o objeto do contrato no pode ser alterado e que, se descaracterizado,

    implicar o desrespeito aos princpios da igualdade, da compevidade entre os licitantes eda obrigatoriedade da licitao.

    Ainda que as alteraes contratuais sejam permidas, elas so sempre limitadas e devemser vistas como exceo, razo pela qual deve a Administrao planejar os seus contratosadequadamente, realizando estudos prvios consistentes para que os mesmos sejamexecutados nos exatos termos em que as obrigaes contratuais foram avenadas inicialmente.

    A alterao contratual deve pressupor alterao efeva na demanda de interesse pblicoque se busca atender com o contrato administravo e no a correo de falhas substanciais

    provenientes de projetos bsicos ou de termos de referncias decientes e omissos.

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    Desse modo, o planejamento eciente e adequado das licitaes reduz, signicantemente, asdemandas por alteraes contratuais. As hipteses de alterao do contrato administravoso basicamente:

    I Alterao unilateral, ocorrida pela Administrao.II Alterao por acordo entre as partes.

    A Administrao possui a prerrogava de ALTERAR O CONTRATO UNILATERALMENTE,

    ou seja, o contratado obrigado a aceitar a alterao, ainda que garando o equilbrioeconmico-nanceiro do contrato. Trata-se da aplicao de clusula exorbitante.

    2.6.1 A Alterao Unilateral

    Permite a modicao contratual de caractersca disnta, sendo aplicvel em duas situaes:ALTERAO de natureza QUALITATIVA e ALTERAO de natureza QUANTITATIVA, conformeestabelece o inciso I, do argo 65, da Lei n 8.666/93.

    A alterao QUALITATIVA unilateral decorre da necessidade de mudar a

    caractersca tcnica do projeto e das especicaes, porm sem alterar oobjeto do contrato (Argo 65, I, a da Lei n 8.666/93).No entanto, devemser observados requisitos mnimos para se promover a alterao qualitava docontrato, quais sejam:

    a)existncia de fato superveniente, ou pelo menos de conhecimento superveniente,capaz de ensej-la;b)juscava tcnica adequada e sucientec)no transmutao ou desnaturao do objeto. ed)respeito aos direitos do contratado.

    A alterao QUANTITATIVA unilateralafeta a dimenso do objeto e se caracterizapela supresso e acrscimo de quantavo, sem que se modiquem asespecicaes do contrato e os critrios denidos nas planilhas que o integram(Argo 65, I, b da Lei n 8.666/93).

    2.6.2 Alterao por acordo entre as partes

    A Alterao envolve tanto situaes de modicao contratual obrigatria quanto situaes emque se torna facultava; ou seja, em determinados casos, qualquer das partes tem a faculdadede recusar a alterao; j em outros, mesmo que uma das partes se manifeste contrria, a

    modicao se impe como necessria e inevitvel.

    A alterao do contrato por acordo entre as partes poder ocorrer nas seguintes hipteses:

    a)quando conveniente a substuio da garana de execuo.b)quando necessria a modicao do regime de execuo da obra ou servio, bemcomo do modo de fornecimento, em face de vericao tcnica da inaplicabilidadedos termos contratuais originrios.c) quando necessria a modicao da forma de pagamento, por imposio decircunstncias supervenientes, mando o valor inicial atualizado, vedada a antecipao

    do pagamento, com relao ao cronograma nanceiro xado, sem a correspondentecontraprestao de fornecimento de bens ou execuo de obra ou servio.

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    d) para restabelecer a relao que as partes pactuaram inicialmente entre osencargos do contratado e a retribuio da Administrao para a justa remunerao daobra, servio ou fornecimento, objevando a manuteno do equilbrio econmico-nanceiro inicial do contrato, na hiptese de sobrevirem fatos imprevisveis, ouprevisveis, porm de consequncias incalculveis, retardadores ou impedivos daexecuo do ajustado, ou ainda, em caso de fora maior, caso fortuito ou fato doprncipe, congurando lea econmica extraordinria e extracontratual.

    Como pode ser observado, o equilbrio econmico-nanceiro no angido somentepor alterao unilateral do contrato, mas tambm por atos da Administrao, ou por fatosimprevistos ou imprevisveis.

    Nessa situao, importante ressaltar que, conforme ensinamentos do administravistaMaral Justen Filho, quando vericado o rompimento do equilbrio econmico-nanceiro, ocontratado dever provocar a Administrao para a adoo do ajuste contratual e, nesse caso,no existe discricionariedade.

    A Administrao somente poder recusar o restabelecimento da equao se idencados os

    seguintes pressupostos necessrios:

    a)ausncia de elevao dos encargos do parcular.b)ocorrncia de evento antes da formulao das propostas.c) ausncia de vnculo de causalidade entre o evento ocorrido e a majorao dosencargos do contratado.d)culpa do contratado pela majorao dos seus encargos (o que inclui a previsibilidadeda ocorrncia do evento).

    2.7 E quais so os limites legais para as alteraes contratuais?Os disposivos legais que indicam os limites permidos para as alteraes contratuais so:

    Por esses disposivos, os contratos podero ser alterados; entretanto, a Administrao deverter cautela e prudncia, lembrando sempre a necessidade de processo licitatrio e observandoos princpios constucionais, entre eles o da igualdade, da impessoalidade e o da razoabilidade.

    Lembrando, tambm, que oobjeto no pode ser alterado.

    Dessa forma, em anlise dos disposivos citados, vericamos que os contratos podem seralterados tanto qualitavamente quanto quantavamente.

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    Em consonncia ao prescrito no 1 do art. 65, podemos extrair duas hipteses:

    a) Alterao quantava dentro do limite de 25% do valor inicial atualizado docontrato, para o caso de acrscimos ou de supresses em obras, servios ou compras.b) Alterao quantava dentro do limite de 50%, para o caso de acrscimos, nahiptese de reforma de edicio ou de equipamento.

    So alteraes unilaterais e independem da concordncia do contratado.

    Importante:Embora o 1 do argo 65 venha limitando a alterao unilateral quantava(acrscimos e supresses), as alteraes no so restritas apenas s que so impostas pelaAdministrao Pblica!!!

    As alteraes relavas s supressespossuem tratamento diferenciado com relao aos limites

    denidos no 1 do argo 65, ou seja, podem exceder os limites estabelecidos, devendo, noentanto, ser obrigatoriamente acatadas pelo contratado e mandas as condies da avena!!!Nesse caso, congura-se alterao quantava consensual.

    A alterao contratual acima referenciada trata-se de hiptese de alterao quantava.

    Em caso concreto vericado pela CGU, foi constatado que uma endade federal no vinhaobservando, nas contrataes originrias de licitao na modalidade de prego eletrnico,o limite mximo de 25% de acrescmos quantavos permido em relao ao valor inicial(art. 65. inciso I. b, 1 e 2, da Lei n 8.666/1993). Assim, a aquisio de bens e ofornecimento de servios comuns devem observar acrscimos e as supresses, qualitavase quantavas, xados pelo art. 65 da Lei de Licitao. Cumpre ainda consignar que osacrscimos e as supresses expressos na norma citada, quando o objeto da licitao estsubdividido em itens, devero observar a proporcionalidade em relao a cada item deproduto ou de servio licitado. Interpretao contrria violaria o princpio da isonomia.

    2.7.1 E para a alterao qualitava, existe limite de acrscimo e de supresso?

    A Lei n 8.666/93 no traz de forma explcita os limites para as alteraes qualitavas. Para odoutrinador Fernando Vernalha Guimares seria extremamente dicil estabelecer parmetrosde quandade pressupondo alteraes de qualidade.

    No entanto, para as alteraes qualitavas h entendimentos diferenciados na doutrina e najurisprudncia sobre a aplicao ou no dos limites estabelecidos nos 1 e 2 do argo 65da Lei n 8.666/93 e, ainda, se esses limites podem ou no ser extrapolados, j que no existelimitao na legislao.

    Essa uma questo que no est pacicada. A maior parte da doutrina tem entendimentodeque os limites estabelecidos nos 1 e 2 do argo 65 da Lei n 8.666/93 somente se aplicams alteraes quantavas.

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    Entretanto, a jurisprudncia do Tribunal de Contas da Unio, nos termos da Deciso 215/99- Plenrio, diferentemente da maioria dos doutrinadores, rmou entendimento de que tantoas alteraes contratuais quantavas quanto as alteraes unilaterais qualitavas estocondicionadas aos percentuais especicados nos 1 e 2 do art. 65, da Lei n 8.666/93.

    entendimento tambm do TCU que, nas alteraes contratuais consensuais, qualitavas eexcepcionalssimasde contratos de obras e servios, facultada Administrao ultrapassaros limitesdeterminados no argo 65 da Lei n 8.666/93.

    No entanto, o TCU estabeleceu alguns pressupostos que so obrigatrios e que devem serrespeitados. Desta forma, torna-se importante o conhecimento de parte da Deciso n 215/99(Plenrio), colacionada abaixo:

    [...]

    a) tanto as alteraes contratuais quantavas que modicam a dimenso do

    objeto quanto as unilaterais qualitavas que mantm intangvel o objeto, em

    natureza e em dimenso esto sujeitas aos limites preestabelecidos nos 1 e 2do art. 65 da Lei n. 8.666/93, em face do respeito aos direitos do contratado, prescrito

    no art. 58, I, da mesma lei, do princpio da proporcionalidade e da necessidade de

    esses limites serem obrigatoriamente xados em lei;

    b) nas hipteses de alteraes contratuais consensuais, qualitavas e

    excepcionalssimas de contratos de obras e servios, facultado Administrao

    ultrapassar os limites aludidos no item anterior, observados os princpios da

    nalidade, da razoabilidade e da proporcionalidade, alm dos direitos patrimoniais

    do contratante privado, desde que sasfeitos cumulavamente os seguintes

    pressupostos:

    I no acarretar para a administrao encargos contratuais superiores aos oriundos

    de uma eventual resciso contratual por razes de interesse pblico, acrescidos aos

    custos da elaborao de um novo procedimento licitatrio;

    II no possibilitar a inexecuo contratual, vista do nvel de capacidade tcnica e

    econmico-nanceira do contratado;

    III decorrer de fatos supervenientes que impliquem diculdades no previstas ou

    imprevisveis por ocasio da contratao inicial;

    IV no ocasionar a transgurao do objeto originalmente contratado em outro de

    natureza e propsito diversos;

    V ser necessrias completa execuo do objeto original do contrato, omizao

    do cronograma de execuo e antecipao dos benecios sociais e econmicos

    decorrentes;

    VI demonstrar-se na movao do ato que autorizar o aditamento contratual que

    extrapole os limites legais mencionados na alnea a, supra que as consequncias

    da outra alternava (a resciso contratual, seguida de nova licitao e contratao)

    importam sacricio insuportvel ao interesse pblico primrio (interesse colevo)

    a ser atendido pela obra ou servio, ou seja, gravssimas a esse interesse; inclusive

    quanto sua urgncia e emergncia (inexiste grifo no original).

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    De acordo com o entendimento do relator Ministro Valmir Campelo, proferido noAcrdo TCU 89/2013-Plenrio, de 30 de janeiro de 2013, para ns de enquadramento nahiptese de excepcionalidade prevista na Deciso 215/1999, acima descrita, as alteraesqualitavas havidas no podem decorrer de culpa do contratante nem do contratado.

    [...]

    Embargos de declarao interpostos pela Companhia Docas do Rio

    Grande do Norte (Codern) contra o Acrdo 3.364/2012-Plenrio

    alegaram omisso no item da deliberao que alertou aquela

    empresa acerca do signicavo percentual adivado (16,95%) at

    ento, prximo ao limite legal (art. 65, inciso II, da Lei 8.666/93), no

    contrato para implantao do terminal marmo de passageiros

    no porto de Natal/RN. Argumentou a recorrente ser a maior parte

    desse montante decorrente de alterao qualitava na obra, queatenderia s condicionantes de excepcionalidade estabelecidas

    pelo Tribunal na Deciso 215/1999-Plenrio. Alegou ter havido

    necessidade de se alterar a especicao das estacas previstas

    em projeto, em razo da impossibilidade de o fornecedor

    atender a demanda em prazo compavel com o cronograma

    contratual. Em decorrncia disso, a ulizao de estacas diversas

    das projetadas ocasionou o redimensionamento das fundaes,

    onerando o preo da obra. O relator considerou no haver

    elementos de convico sucientes para a caracterizao de

    caso fortuito, de situao imprevisvel poca da contratao,de que a alterao de especicao no decorreu de culpa do

    contratado, com a demora em encomendar as estacas, ou do

    contratante, por falhas no projeto. Destacou ser a ausncia de

    culpa condio essencial para o Tribunal aceitar adivos que

    ultrapassem os limites legalmente estabelecidos. Nessa esteira,

    a Corte, ao acolher proposta do relator, deu nova redao

    deliberao recorrida e expediu nocao a Codern da qual

    constou tambm as seguintes orientaes:

    a) para que a alterao em tela venha a ser aceita como

    situao de exceo prevista pelo TCU na Deciso

    215/1999-Plenrio, deve car demonstrado que as estacas

    no poderiam ter sido obdas de outro fornecedor e que no

    houve mora da contratada na encomenda desses elementos.

    b) tambm com a nalidade de enquadramento nessa

    hiptese excepcional, as novas alteraes nas tecnologias

    construvas no podem decorrer de projeto bsico

    insuciente. (inexiste grifo no original)

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    2.8 E como vericar o valor da apurao dos limites percentuais indicados (25%e 50%)?

    Os limites percentuais estabelecidos no 1 do art. 65 da Lei de Licitaes para as alteraescontratuais realizadas pela Administrao Pblica devem ser calculados com base no valorinicial atualizado do contrato.

    Dessa forma, a base de clculo ser sempre o valor inicial atualizado do contratado, sendo que

    esse valor somente sofrer alterao por fora de reajuste e/ou reviso.

    Ressalta-se que os acrscimos e supresses quantavas no alteram a base de clculo paranovas alteraes quantavas. Para melhor entendimento, vejamos o exemplo abaixo:

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    Para efeito de clculo, quando se tratar de contrato de servios connuado, a base de clculo o valor mensal dos servios.

    Nos exemplos acima, verica-se que no calculo subtraiu-se os acrscimos e as supresses econsiderou-se to somente o valor inicial atualizado do contrato. Dessa forma, se considerarmosum contrato connuado com a incidncia de reajustes, de repactuao ou mesmo reviso, e,ainda com acrscimos e com supresses durante sua vigncia, torna-se trabalhoso separartodos os acrscimos e todas as supresses. Logo, de forma praca, pode-se trabalhar com

    percentuais relavos, ou seja:

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    O entendimento do Tribunal de Contas da Unio no sendo de aplicar o clculo deforma isolada, para cada conjunto de acrscimos e para cada conjunto de redues e semnenhum po de compensao entre eles. Desta forma, o limite de percentual aplicadoindividualmente sobre o valor original do contrato.

    De acordo com a jurisprudncia do TCU, no permido ulizar-se compensao entreas alteraes (acrscimo/supresso), ou seja, realizar um acrscimo de 60% do valor docontrato e, em contraparda, compensar realizando a supresso 40%. A modicao estaria,em tese, dentro dos 25%, entretanto, contrria determinao legal e jurisprudncia doTribunal de Contas.

    vlido sempre ressaltar os ensinamentos de Maral Justen, que, com propriedade,orienta: como princpio geral, no se admite que a modicao do contrato, ainda que

    por mtuo acordo entre as partes, importe alterao radical ou acarrete frustrao aos

    princpios da obrigatoriedade da licitao e isonomia. (grifo nosso)

    2.9 E para a formalizao das alteraes contratuais, qual o procedimento?

    Em conformidade com o argo 60 e pargrafo nico do argo 61, ambos da Lei n 8.666/93,so estabelecidos requisitos para a celebrao dos contratos administravos, inclusivemencionando a expresso seus aditamentos. Assim, temos:

    Argo 60 -Os contratos e seus aditamentos sero lavrados (...)

    Argo 61 -(...)

    Pargrafo nico.A publicao resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos.

    Assim, toda e qualquer alterao contratual (argo 65 da Lei n 8.666/93) ou prorrogao deprazos (argo 57) dever ser formalizada atravs de celebrao de termo adivo ao contrato.Alm de outras modicaes admidas em lei que possam ser caracterizadas como alteraesdo contrato, a exemplo: alterao do nome ou denominao empresarial da contratada;alterao do endereo da contratada; recao de clusula contratual e recao de dados(CNPJ) da empresa contratada (quando, por equvoco, ocorrer falha no registro desses dados).

    Entretanto, convm ressaltar que a lavratura do termo adivo no exigida para todos oseventos que ocorrem durante a execuo do contrato. A Lei n 8.666/93 em seu 8 do argo65enumera casos que no caracterizam alterao contratual, podendo ser formalizados porAPOSTILA e, consequentemente, dispensada a celebrao de termo adivo. As situaesprevistas no 8 do art. 65 so:

    Variao do valor contratual decorrente de reajuste previsto no contrato. Compensaes ou penalizaes nanceiras decorrentes das condies de pagamento. Empenho de dotaes oramentrias suplementares at o limite do seu valor

    corrigido.

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    Desta forma, APOSTILA signica, de acordo com o dicionrio Aulete:

    (...)

    2. Anotao feita nas margens de um texto, com o intuito de

    complement-lo.

    3. Adendo a um documento ocial.

    (...)

    E, ainda, segundo o dicionrio, ADITIVO tem como sinnimo:

    (...)

    4. O que se adiciona, acrescenta; ADICIONAL

    5. Jur. Acrscimo a documento, projeto, lei etc

    6. Pol. Texto que complementa ou modica lei, projeto de lei,

    projeto de resoluo etc.

    (...)

    Diante dos conceitos de aposlae de adivo, podemos denir que a aposla um registro que

    poder ser realizado no prprio contrato original ou em outro documento ocial. Enquantoque o adivo um instrumento realizado separadamente e segue toda a formalidade, inclusivea obrigatoriedade de publicao na Imprensa Ocial, do contrato.

    Cuidado! Ateno!No ulizar aposlaem alteraes substanciais que somente podemser realizadas por aditamento!!!! Observa-se nos inmeros julgados do TCU que muitosgestores pblicos tm ulizado, equivocadamente, a aposla em substuio ao termo

    adivo. Em algumas situaes verica-se que o procedimento intencional com o propsitode burla Lei de Licitaes. Nessas situaes constata-se a ulizao abusiva e ilegal doaposlamento para a realizao de acrscimos contratuais j que por esse instrumentono h a necessidade de dar publicidade aos respecvos atos!!!

    A formalizao do termo adivo deve, necessariamente e obrigatoriamente, seguir o seguinteuxo:

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    O posicionamento do TCU rme quanto obrigatoriedade da formalizao de termo adivopara as alteraes contratuais, sendo que a ausncia desse instrumento consideradairregularidade grave, passvel, inclusive, da aplicao de multa aos gestores. Importante citaralguns julgados recentes do Tribunal de Contas da Unio que tratam do assunto e cuja leitura importante, quais sejam: Acrdo 2590/2012 Plenrio; Acrdo 1227/2012 Plenrio;Acrdo 3260/2011 Plenrio; Acrdo 1833/2011 Plenrio.

    J vimos as alteraes contratuais (quantavas e qualitavas), a base de calculo dos limites

    percentuais (25% e 50%) e o procedimento para a formalizao dessas alteraes. Agora vamostratar do equilibro econmico-nanceiro dos contratos.

    O que o chamado jogo de preos ou jogo de planilhas?

    Conforme carlha Licitaes e Contratos Administravos da Coleo Capacita da CGU: adenominao ulizada para a prca ilegal de se efevar contratao de proposta de menorpreo global, mas com grandes disparidades nos preos unitrios, de forma a possibilitaraditamentos ao contrato com o aumento dos quantavos dos itens de preosunitrioselevados e reduo dos quantavos dos itens de preos inferiores.

    Segundo a lei, o critrio de aceitabilidade dos preos unitrio e global, conforme o caso,permida a xao de preos mximos e vedada a xao de preos mnimos, deve ser umitem de contedo obrigatrio do edital.

    A ausncia de tais critrios de aceitabilidade de preos unitrios, devido omisso dapreviso em edital, pode dar margem ao que chamado de jogo de planilhas. Neste caso,pode ocorrer, inicialmente, a contratao de proposta de menor preo global, contudo, comgrandes disparidades nos preos unitrios. Com isso, durante a vigncia contratual, existe apossibilidade de aditamento do contrato com o aumento dos quantavos dos itens de preosunitrios elevados e reduo dos quantavos dos itens de preos inferiores.

    Neste caso, a proposta, que aparentemente parecia ser a melhor, acaba sendo mais onerosapara a Administrao, ocorrendo um superfaturamento no valor nal do contrato. Deve-seatentar, quando da elaborao do edital, para o cumprimento do disposto no art. 40, X, da Lei8.666/93 a m de se evitar tal prca.

    A disparidade nos preos unitrios pode ocorrer tambm em relao ao momento derealizao dos servios. Tal prca pode dar margem ao jogo de planilha e se caracteriza pelacontratao de servios iniciais (que sero executados no comeo do contrato) com preosunitrios elevados e de servios nais com preos reduzidos, em relao aos de mercado. Isso

    poder ocasionar prejuzos Administrao, pois ao pagar por servios iniciais superfaturados como se esvesse ocorrendo uma antecipao de pagamentos.

    Tambm poder ocasionar a paralisao da obra pelo desinteresse da empresa em suaconcluso (em que pesem as penalidades previstas em lei), tendo em vista o desequilbriocriado no valor do saldo dos servios que ainda sero realizados.

    equilbrio economico-financeiro :

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    1) Em auditoria realizada pela CGU, observou-se que houve ausncia de denio de critriosde aceitabilidade de preos unitrio e global em editais de licitaes, permindo, com isso, acontratao de proposta de menos preo global, compavel com a esmava da Administrao,mas com grandes disparidades nos preos unitrios. Com isso, poderia ocorrer aditamentos

    de contrato com o aumento dos quantavos dos itens de preos unitrios elevados e adiminuio dos quantavos dos itens de preos inferiores, o que lesaria a Administrao.

    2) A CGU em scalizao numa determinada empresa pblica observou que no julgamentodas propostas de preos da licitao, a empresa vencedora do certame apresentou planilhacom preos ccios, o que permiu que a mesma ganhasse a disputa, com desconto de23,63% em relao ao preo total orado.

    De todo o desconto da proposta da empresa vencedora em reao Planilha OramentriaBase, 99,67% desse valor referia-se reduo de preos de apenas 4% dos itens.

    Os referidos itens apresentaram reduo individualmente de seus preos unitrios empercentuais de 79,29% at 90,58%, tomando-os inexequveis, a no ser que posteriormenteos mesmos fossem suprimidos ou substudos por outros pos de servio, o que beneciariaa empresa contratada durante a execuo da avena com a Administrao.

    Para evitar fatos como esse, conhecidos como jogo de planilha, o entendimento do Tribunal deContas da Unio, manifestado na Deciso/TCU n 820/97 - Planrio -Ata 48/97 (Processo n TC525.127/96-8), no sendo de que devem ser analisadors individualmente os preos unitriosde propostas apresentadas em licitaes realizadas na modalidade de preo global a m de que,ao vericar-se a ocorrncia de itens com preos manifestadamente superiores aos pracados

    no mercado, estabeleam-se, por meio de acordo com a empresa vencedora do certame, novasbases condizentes com os custos envolvidos, ou, na impossibilidade de assim agir e desde queno haja prejuzo para a consecuo do restante do objeto, procedendo-se s devidads anlisesde custo/benecio com relao realizao de nova contratao para execuo do item.

    2.10 E quais so os procedimentos e/ou instrumentos ulizados para a manu-teno do equilbrio econmico-nanceiro dos contratos?

    mportante lembrar que o equilbrio econmico-nanceiro a igualdade formada, de um lado,pelas obrigaes assumidas pelo contratante no momento do ajuste e, de outro lado, pelacompensao econmica que lhe corresponder.

    Desta forma, para a manuteno desse equilbrio existem alguns instrumentos que soulizados, que so o REAJUSTE, a REVISOe a REPACTUAO.

    2.10.1 Reajuste

    O REAJUSTE tem por nalidade recompor o equilbrio nanceiro do contrato em razo davariao normal do custo de produo decorrente da inao. Podem ser ulizados ndices

    especcos ou setoriais, desde que ociais.

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    Os disposivos legais que tratam do reajuste contratual so: argo 40, inciso XI, argo 55,inciso III, ambos da Lei n 8.666/93 e argos 1, 2 e 3 da Lei n 10.192/2001.O reajuste somente poder ser realizado em periodicidade igual ou superior a um ano, contadoa parr da data limite para apresentao da proposta ou do oramento a que essa se referir, deacordo com a Lei n 10.192/2001, que disps sobre medidas complementares ao Plano Real.

    obrigatria a indicao no edital da licitao do critrio de reajuste. O contrato administravotambm deve conter clusula que contenha critrios, data-base e periodicidade do

    reajustamento de preos, que sero aqueles estabelecidos pelos argos 1 e 2 da Lei10.192/2001.

    Para a comprovao da necessidade de reajustamento do preo exige-se a apresentao dasplanilhas de composio do preo, com todos os seus insumos, assim como dos critrios deapropriao dos custos indiretos.

    2.10.2 Reviso

    A REVISO tem por objevo corrigir distores geradas por ocorrncias extraordinrias e

    imprevisveis ou previsveis com consequncias inesmveis.

    Esse instrumento consta do argo 65, inciso II, alnea d, da Lei n 8.666/1993 (teoria daimpreviso).

    Entretanto, para que ocorra a reviso contratual, deve haver a movao do ato, sendo esteiniciado a parr de solicitao realizada por um dos contratantes, o qual deve demonstrar aonerosidade excessiva originada pelos acontecimentos supervenientes. indispensvel queesse fato que exausvamente comprovado em processo administravo regular.

    desvinculada de quaisquer ndices de variao inacionria, buscando fora do contrato

    solues que devolvam o equilbrio entre as obrigaes das partes.

    Por ser considerada situao de carter excepcional, de grande desequilbrio e imprevisibilidade,relacionada teoria da impreviso (lea extraordinria), a reviso dos contratos poder ocorrerem momento anterior ao perodo mnimo de um ano de sua vigncia, diferentemente doreajustamento que somente aplicado aps um ano de sua celebrao.

    A alterao do valor do contrato em funo da reviso contratual deve sempre ser formalizadamediante termo adivo, uma vez que se trata de uma situao excepcional e que deveser devidamente comprovada (a sua ocorrncia, bem como a sua extenso) em processo

    administravo.

    2.10.3 Repactuao

    A REPACTUAO se parece com o reajuste. ulizada para readequar o valor do contratoadministravo variao de custos previsvel e peridica a que se sujeita.

    No se uliza de indexador de preos, entretanto examina-se a real evoluo de custos queintegram o contrato.

    Tendo em vista que a inao, aps a implantao do Plano Real, comeou a ser um fatoprevisvel, com a possibilidade de prever uma margem da futura variao de preos, surgiu oinstuto da repactuaocomo uma espcie de reajustamento de preos ao lado do reajuste.

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    O entendimento voltado para a repactuao foi no sendo de que, com a comprovao, porparte do contratado, do aumento de seus custos, atravs de documentos hbeis e de planilhascomparavas de preos, poderia, ento, a aplicao de ndice no retratar a verdade dos fatos,onerando injustamente ou o parcular ou a Administrao Pblica.

    Dessa forma, vericou-se que a aplicao automca de ndice para reajustar os valores docontrato e permir uma equiparao de encargos se mostrou menos ecaz do que a ulizaoda repactuao.

    Atualmente, o entendimento vigente no mbito do Tribunal de Contas da Unio (TCU) exatamente no sendo da adoo da repactuao no lugar do reajuste, com a nalidade debuscar cada vez mais a efeva variao dos custos.

    De igual forma, o Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto editou a InstruoNormava n. 2/2008, atualizada, que, em seu argo 37 assim determinou: a repactuao de

    preos, como espcie de reajuste contratual, dever ser ulizada nas contrataes de servios

    connuados com dedicao exclusiva de mo de obra (grifo inexistente no original).

    Igualmente ao reajuste, tambm deve estar prevista no instrumento convocatrio.

    A observncia do interregno de 12 (doze) meses tambm condicionante para a concessoda repactuao. Dever ser precedida de solicitao da contratada, acompanhada dedemonstrao analca da alterao dos custos, por meio de apresentao da planilha de custose formao de preos ou do novo acordo, conveno ou dissdio colevo que fundamenta arepactuao.

    Os pressupostos de validade para a repactuao que viabilizam a anlise e a concrezao dodireito do contratado, previstos no Decreto 2.271, de 1997, e na Instruo Normava/SLTI/MPn 02/2008, so:

    a)Os preos pracados no mercado ou em outros contratos da Administrao.b)As parcularidades do contrato em vigncia.c)A nova planilha com a variao dos custos apresentada.d)Indicadores setoriais, tabelas de fabricantes, valores ociais de referncia, tarifaspblicas ou outros equivalentes.e) A disponibilidade oramentria do rgo ou endade contratante.

    A repactuao formalizada por meio de aposlamento, exceto quando coincidir com aprorrogao contratual, quando dever ser formalizada por aditamento.

    Importante destacar que o contratado dever exercer, perante a Administrao, ou seja,solicitar seu direito repactuao contratual, da data da homologao da conveno ouacordo colevo que xar o novo salrio normavo da categoria prossional abrangida pelocontrato administravo a ser repactuado at a data da prorrogao contratual subsequente,sendo que, se no o zer de forma tempesvae prorrogar o contrato sem pleitear a respecvarepactuao, ocorrer a precluso do seu direito a repactuar. Igualmente ocorrer preclusose houver expirao do prazo de vigncia do contrato. (art. 40, 7, IN/SLTI n 02/2008 )

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    A preferncia para os contratos relavos a servio connuado a ulizao do instuto darepactuao. No entanto, o TCU orienta que pode ser adequada a adoo de uma ou outraforma, a depender do contrato. Concluiu que no h qualquer afronta ao ordenamento

    jurdico, quando se fazem presentes em um contrato de servios de natureza connuadaclusulas que preveem seu reajuste, isso supondo que a vigncia do contrato extrapola 12meses, bem como sua repactuao. (Acrdo n 3388/2012, Acrdo 54/2012 e Acrdo2760/2012, todos do Plenrio)

    Diante de todo o exposto, os instutos da repactuao, do reajuste e o da reviso podem serresumidos da seguinte forma: