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Gestão de saúde ambiental como perspectiva para fortalecimento da promoção da saúde - Uma contribuição para o debate - IV Seminário Internacional de Engenharia de Saúde Pública Belo Horizonte, 19 de março de 2013 Agnes Soares da Silva , Oscar Mujica, Carlos Santos-Burgoa & Equipe de Riscos ambientais e ocupacionais da OPAS/OM

Gestão de saúde ambiental como perspectiva para ... · 30% menos casos graves de pneumonia com intervenção para diminuir emissóes (Smith et. al, 2011) Primeira causa ambiental

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Gestão de saúde ambiental comoperspectiva para fortalecimento

da promoção da saúde- Uma contribuição para o debate -

IV Seminário Internacional de Engenharia de Saúde PúblicaBelo Horizonte, 19 de março de 2013

Agnes Soares da Silva , Oscar Mujica, Carlos Santos-Burgoa

& Equipe de Riscos ambientais e ocupacionais da OPAS/OM

Os elementos para uma estratégia de Saúde Ambiental apresentados aquinão refletem somente o trabalho da apresentadora, são produto de discussão do grupo de riscos ambientais e ocupacionais da área de

desenvolvimento sustentável e saúde da OPAS/OMS, com a participaçãode inúmeros colaboradores em países da Região

Estudos exploratórios de desigualdade: Oscar Mujica e Agnes SoaresCoordenador: CarLuis Augusto Galvão

O lugar onde nascemos, crescemos, vivemos e trabalhamos

determinam a probabilidade que temos de viver muito, de

viver bem e de viver saudável

(Saúde nas Américas, OPAS, 2012)

Conteúdo• Definições

• Antecedentes

• Mandatos

• Megatentencias

• Marco conceitual e contexto Regional

• Carga ambiental de doenças, desigualdades e

iniquidades

• Princípios

• Elementos para uma estratégia de saúde

ambiental

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Definições (1)

De acordo com a OMS, saúde ambiental é o campo

do conhecimento e práticas de saúde pública que

faz referência à forma como atuam os determinantes

ambientais (naturais ou antropogênicos, físicos,

químicos, biológicos e ecológicos) sobre a saúde das

pessoas e das populações humanas.

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Definições (2)

Iniqüidades• as desigualdades na saúde

que são evitáveis, injustas e desnecessárias

Desigualdades

• diferenças sistemáticas na

situação de saúde de

grupos populacionais

• (Exemplos: sexo, idade,

carga genética)

Definições (3)Promover a saúde:

• Impulsionar, fomentar, originar, gerar.

• não se dirigem a doenças

específicas, visam aumentar

a saúde e o bem estar.

• fortalecer a capacidade individual e coletiva para

lidar com a multiplicidade

dos determinantes e condicionantes da saúde

(criar e reforçar capacidade de resiliência)

Prevenir doenças: • Impedir que ocorra• Ação antecipada,baseada

no conhecimento da história natural da doença para tornar seu progresso improvável.

• Com base em conhecimento epidemiológico, controle e redução do risco de determinadas doenças.

• educação para a prevenção baseadas na informação científica e recomendações normativas

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Definições (4)Promoção da saúde

Duas abordagens:

1) determinantes sócio-

ambientais da saúde e

políticas públicas intersetoriais,

voltadas à melhoria da qualidade de vida das

populações.

2) diminuição das

responsabilidades do Estado,

delegando aos indivíduos, progressivamente, o auto-

cuidado

Duas concepções

1) Saúde e a qualidade de vida, com ênfase no coletivo e o ambiente (físico, social, político, econômico, cultural) e na equidade em saúde

2) Saúde como produto de comportamentos de indivíduos e famílias (estilos de vida, dieta, atividade física, hábito de fumar), com ênfase em programas educativos relacionados a riscos comportamentais passíveis de mudança.

A

N

T

E

C

E

D

E

N

T

E

S

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MandatosEntre muitos:

• Regulamento Sanitário Internacional (2005)

• Agenda de saúde para as Américas 2008-2017

• Programa Mundial de Trabalho da OMS 2006-2015

• Declaração Universal de Direitos Humanos

• “O futuro que queremos” – Declaração Rio+20 (2012)

• Resoução sobre Promoção de Saúde (OPAS, 2010)

• “Saúde em todas as políticas” – (OMS, 2005)

• Resolução sobre Mudanças Climáticas (OPAS, 2011)

• Resolução sobre saúde urbana (OPAS, 2010)

• Resolução sobre os determinantes sociais da saúde (2010)

• SAICM, IPCS etc

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Megatendencias• Globalização

• Urbanização

• Crescimento econômico da Região

• Aumento das atividades extrativas

• Ampliação das fronteiras agrícolas

• Uso intensivo de agroquímicos

• Uso intensivo de água e outros recursos naturais

• Ampliação do consumo

• Insegurança alimentar

• “Saúde global”

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• Região mais inequitativa

do mundo em relação a

nível de renda (OPAS,

2011)

• 1 em 5 habitantes da

Região vive com menosde 2 US$ por dia (World

Bank, 2010)

• 120 milhões de habitantes não tem

acesso a serviços de saúde (PAHO, 2009)

PAHO: Health in the Americas/ 2012

poorer

mid

richer

1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010

0

5,000

10,000

15,000

20,000

25,000

30,000

35,000

gro

ss n

atio

nal

inco

me

per

cap

ita

($ p

pp

)

40,000

3000

9,000

30,000gap

6,000gap

Income Growth by Income Terciles: Region of Americas

1980-2008

Carga ambiental de doenças:

qualidade do ar domiciliar

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186 milhões de expostos a queima de biomassa60% concentrado no quartil de menor IDH• 16 milhões no México• 13 milhões no Brasil

Haiti, Guatemala, Honduras, Paraguay, e Nicaragua – mais de 50% da população usabiomassa (lenha e outros)

Uso concentrado em zonas rurais, mas não exclusivamente30% menos casos graves de pneumonia com intervenção para diminuir emissóes (Smith et. al, 2011)Primeira causa ambiental global e nas Américas, e quarto geral; 1a causa de mortalidade de 1 a 4 anos.

Carga ambiental de doenças:

contaminação do ar

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PM10(µg/m³) PM25(µg/m³) O3(µg/m³) NO2(µg/m³) SO2(µg/m³) CO (ppm)

24hr Anual 24hr Anual 8hr 1hr 1hr Anual 24hr Anual 8hr

OMS* 50 20 25 10 100 200 40 20

EPA-US 150 NA 35 15 0.075ppm 0.12ppm 0.10ppm 0.053ppm 0.14ppm 0.03ppm 9

México* 120 50 65 15 0.080ppm 0.110ppm 0.21ppm 0.13ppm 0.03ppm 11

Buenos Aires* 150 50 65 15 157 235 100 365 80 9

Bolivia* 150 50 236 400 365 80 10mg/m³

Brasil* 150 50 160 320 100 365 80 9

Chile* 150 50 120 400 100 250 80 8.6

Colombia 150 70 65 15 80 120 200 100 250 80 8.8

Ecuador* 150 50 65 15 120 160 100 350 80 10mg/m³

Perú* 150 50 65 15 120 200 100 365 8.6

Saúde nas Américas, OPAS 2012

250000 mortes anuais0.8% a 3% dos anos de vida com incapacidade (DALY’s)Doenças respiratórias estão entre as 3 primeiras causas de morte emtodos os países, com exceção dos EUA e Canadá

Carga ambiental de doenças:

água como um determinante social

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Índice de concentração de saúde = -0,2817

Os países que estão na terça parte de menor cobertura de água concentram 46% dos casos de mortalidade materna ~ de menos de saneamento, que concentra 50% da MIDiarréia está entre as primeiras 5 causas de morte em crianças de 1 a 4 años de idade38 milhões sem acesso a água potável nas Região

Índice de concentração de saúde = -0,2898

Carga de doenças:exposição a chumbo

• Estimativas de 84.500 mortes prematras nas Américas

(GBD, 2010)

• Casos documentados com efeitos para a saúde em 15

áreas contaminadas, em sete países da Região

• Instrumentos legais de controle e fiscalização

praticamente inexistentes na maioria dos países

• Chumbo em tintas é um risco disseminado e é objeto de

ação global

• Áreas contaminadas por atividade de reciclagem de

baterias – principal pontos de contaminação

conhecidos nas Américas

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“The larger issue, though… is the recognition of poverty itself as a public health problem.” (Bellafante G, 2013)

Bellafante G. In Obesity Epidemic, Poverty Is an Ignored Contagion. The York Times. Publicado online em 16 março de 2013http://www.nytimes.com/2013/03/17/nyregion/in-obesity-fight-poverty-is-patient-zero.html?ref=nyregion&_r=0

Princípios para umaestratégia de saúde ambiental

1. Proteção à saúde pública

2. Desenvolvimento sustentável

3. Saúde ambiental em todas as políticas

4. Apoio à cobertura universal de saúde

5. Segurança humana

6. Redução de iniquidades em saúde

7. Visão global com enfoque local

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Elementos para uma estratégia

de saúde ambiental1. Fortalecimento da reitoria – governabilidade

2. Gestão de promoção da saúde e da atenção

primária ambiental

3. Abordagem universal com foco em populaçoes

em situação de vulnerabilidade

4. Desenvolvimento de planos de ação para áreas

específicas

5. Uso de evidencia científica para o

desenvolvimento de competencias em saúde

ambiental e gestão do conhecimento

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OBRIGADA

GRACIAS

THANK YOU

MERCI

Agnes Soares da Silva, MD, MPH

Assessora Regional, Epidemiologia Ambiental

SDE, PAHO/WHO

[email protected]

+12029743315