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INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA INSTITUTO TECNOLÓGICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E DA SAÚDE CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO SOBRE A DIVERGÊNCIA NO INVENTÁRIO DE UMA UNIDADE OFFSHORE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Por Raphael Beyruth Silva Campos dos Goytacazes - RJ Junho / 2019

GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO SOBRE A ......para estocagem de diversos bens, como auxilio em seu crescimento e sustento (GARCIA et al., 2006). Segundo Viana (2000), o controle do estoque

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INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E DA SAÚDE

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO SOBRE A DIVERGÊNCIA NO

INVENTÁRIO DE UMA UNIDADE OFFSHORE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Por

Raphael Beyruth Silva

Campos dos Goytacazes - RJ

Junho / 2019

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INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA

INSTITUTO TECNOLÓGICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E DA SAÚDE

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO SOBRE A DIVERGÊNCIA NO

INVENTÁRIO DE UMA UNIDADE OFFSHORE NA CIDADE DO RIO DE

JANEIRO

Por

Raphael Beyruth Silva

Trabalho de Fim de Curso apresentado em

cumprimento às exigências para a obtenção

do grau no Curso de Graduação em

Engenharia de Produção nos Institutos

Superiores de Ensino do CENSA.

Orientadora: Mara Regina dos Santos Barcelos, MSc.

Campos dos Goytacazes - RJ

Junho / 2019

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Silva, Raphael Beyruth

Gestão de Estoque: Um estudo sobre a divergência no inventário

de uma unidade offshore na cidade do Rio de Janeiro / Raphael

Beyruth Silva. - Campos dos Goytacazes (RJ), 2019.

77 f.: il.

Orientadora: Profª. Mara Regina dos Santos Barcelos

Graduação em (Engenharia de Produção) - Institutos Superiores

de Ensino do CENSA, 2019.

1. Engenharia de Produção. 2. Gestão de Estoques. 3. Curva ABC

I. Título

CDD 658.787

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GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO SOBRE A DIVERGÊNCIA NO

INVENTÁRIO DE UMA UNIDADE OFFSHORE NA CIDADE DO RIO DE

JANEIRO

Por

Raphael Beyruth Silva

Trabalho de conclusão de curso apresentado

em cumprimento às exigências para a

obtenção do grau no Curso de Graduação em

Engenharia de Produção nos Institutos

Superiores de Ensino do CENSA.

Aprovado em ____de ______________________2019.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Mara Regina dos Santos Barcelos, M.SC (Orientadora) – ISECENSA

____________________________________________________

Luciano Saad Peixoto, M.SC – IFF

____________________________________________________

Maria Eugênia S. S. Vasconcelos, M.SC – ISECENSA

Campos dos Goytacazes - RJ

Junho / 2019.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de conclusão de curso a toda

minha família, que sempre acreditou no meu potencial, mas

de forma bem especial, a minha avó, Maria Alcina Leal

Beyruth, que faleceu e não pôde assistir à concretização

deste sonho.

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AGRADECIMENTOS

Neste momento inigualável e ansiosamente aguardado, agradeço a Deus,

primeiramente por abençoar meu caminho no decorrer desses dias cansativos.

Obrigado, meu senhor, por me dar forças para seguir em frente, mesmo nos dias

de tamanha dificuldade!

Todos os méritos deste trabalho também dedicam à minha família, em

especial a minha mãe, Maria do Carmo, que sempre foi minha inspiração de vida e

um exemplo como um ser humano guerreiro, que através de sua persistência

conseguiu vencer as dificuldades impostas pela vida e manteve nossa família por

meio do seu trabalho como professora do estado tem muito orgulho de você. A

minha amada companheira Emmanuele Dias, que sempre esteve do meu lado, me

apoiando e ajudando de forma essencial para que pudesse chegar ao final do

curso. Ao meu irmão Wagner, que sempre se propôs a ajudar de alguma forma

para realização deste sonho. Aos meus primos e tios por acreditarem em meu

potencial. Em especial agradeço minha tia Kelly por ter se mostrado tão presente

durante momentos difíceis no decorrer da graduação e minha tia Soraya, pelo

estímulo e encorajamento durante minha trajetória.

Aos meus amigos e colegas de faculdade, que sempre contribuíram de

forma positiva, por saber que devido ao meu trabalho perdia muitas aulas. À

compreensão dos professores diante das minhas frequentes faltas por motivos de

trabalho, bem como por todo conhecimento que me foi acrescentado durante a

graduação.

Deixo aqui meus sinceros agradecimentos a todos!

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“Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que

você conquista”.

Aldo Novak

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Exemplo de reposição contínua ............................................................ 21

Figura 2: Administração de materiais. .................................................................. 23

Figura 3: Materiais em estoque. ........................................................................... 24

Figura 4: Corrupção. ............................................................................................ 31

Figura 5: Informações contidas em uma ficha de controle de estoque. ............... 33

Figura 6: Estoque de segurança e ponto de reposição. ....................................... 36

Figura 7: Modelo curva ABC. ............................................................................... 41

Figura 8: Publicações por ano. ............................................................................. 47

Figura 9: Relação do número de publicações por países. ................................... 48

Figura 10: Documentos por tipo. .......................................................................... 48

Figura 11: Publicações por área de conhecimento. ............................................. 49

Figura 12: Percentual de gênero dos respondentes. ............................................ 60

Figura 13: Percentual de idade dos respondentes. .............................................. 61

Figura 14: Percentual de tempo de empresa. ...................................................... 61

Figura 15: Itens utilizados no guincho de lançamento. ......................................... 63

Figura 16: Itens utilizados no veículo operado remotamente. .............................. 64

Figura 17: Itens utilizados na TMS. ...................................................................... 65

Figura 18: Itens de utilização na sala de operação. ............................................. 65

Figura 19: Análise geral do estoque. .................................................................... 66

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Publicações por periódicos ................................................................... 50

Tabela 2: Número de publicações por autores ..................................................... 50

Tabela 3: Total de itens em estoque por grupo .................................................... 60

Tabela 4: Respostas do bloco II ........................................................................... 62

Tabela 5: Itens Utilizados no guincho de lançamento. ......................................... 63

Tabela 6: Itens utilizados no veículo operado remotamente ................................ 64

Tabela 7: Itens utilizados na TMS ........................................................................ 64

Tabela 8: Itens de utilização na sala de operação ............................................... 65

Tabela 9: Análise geral de estoque ...................................................................... 66

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ISECENSA – Institutos Superiores de Ensino do Centro Educacional Nossa

Senhora Auxiliadora.

PR - Ponto de Reposição

PP - Ponto de Pedido

TR - Tempo de Reposição

RD - Demanda Diária

ES - Estoque de Segurança

CMV - Custo de Mercadoria Vendida

CPV - Custo do Produto Vendido

EM - Estoque Médio

Ra - Demanda Anual

LEC - Lote Econômico de Compra

NP - Número de Pedido Anuais

ND - Número de dias entre períodos

PLSV - Pipe Laying Support Vessel

ROV - Remotely Operated Vehicle

TMS - Tether Management System

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................ VII

LISTA DE TABELAS .......................................................................................... VIII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ............................................................... IX

CAPÍTULO 1: REVISÃO DE LITERATURA ......................................................... 13

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14

1.1 Setor de Óleo e Gás .................................................................................. 14

1.2 Gestão de Estoques ................................................................................. 15

2 MODELOS DE GESTÃO DE ESTOQUES ........................................................ 17

2.1 Conceitos e Funções de Estoques .......................................................... 18

2.2 Reposição Contínua ................................................................................. 20

2.3 Reposição Periódica ................................................................................. 21

2.4 Administração de Materiais ..................................................................... 22

2.5 Custos de Estoques ................................................................................. 24

2.5.1 Inventário Físico ................................................................................. 26

2.5.2 Sistemas de Inventário Periódico ..................................................... 27

2.5.3 Sistemas de Inventário Permanente ................................................. 28

2.5.4 Rotatividade de Estoque ................................................................... 29

2.6 Divergências ............................................................................................. 30

3 PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DE ESTOQUE ........................................ 32

3.1 Gestão de Estoques ................................................................................. 35

3.1.1 Estoque Médio .................................................................................... 35

3.1.2 Estoque de Segurança ....................................................................... 35

3.1.3 Lote Econômico e Número de Pedido (NP) ..................................... 37

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3.1.4 Tempo de Ressuprimento (TR) ......................................................... 37

3.1.5 Ponto de Ressuprimento (PR) .......................................................... 38

3.1.6 Giro de Estoque ................................................................................. 38

3.1.7 Acurácia do Estoque .......................................................................... 39

3.1.8 Curva ABC .......................................................................................... 40

CAPÍTULO 2: ARTIGO CIENTÍFICO .................................................................... 43

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 46

2. BIBLIOMETRIA ................................................................................................ 47

2.1 Índices de Publicações por Ano .............................................................. 47

2.2 Índices de Publicações por Países ......................................................... 48

2.3 Tipos de Documentos e Idiomas ............................................................. 48

2.4 Índices de Publicações por Áreas de Conhecimento ............................ 49

2.5 Índices de Publicações por Periódicos .................................................. 49

2.6 Índices de Publicações por Autores ....................................................... 50

3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................. 51

3.1 Classificação de Pesquisa ....................................................................... 51

3.2 Trabalhos Relacionados .......................................................................... 51

3.3 Procedimentos Técnicos ......................................................................... 52

3.4 População e Amostra ............................................................................... 52

3.5 Questionário .............................................................................................. 52

3.6 Técnica de Análise dos Resultados ........................................................ 53

3.7 Limitações Metodológicas ....................................................................... 53

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 53

4.1 Controle de Estoque ................................................................................. 53

4.2 Controle de Saída de Estoque ................................................................. 55

4.3 Armazenagem e Alocação de Estoques ................................................. 55

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4.4 Classificação ABC .................................................................................... 57

5. ESTUDO DE CASO .......................................................................................... 59

5.1 Descrição da Empresa ............................................................................. 59

5.2 Resultados e Discussões ......................................................................... 59

5.2.1 Caracterização do Estoque ............................................................... 59

5.2.2 Resultados da Aplicação do Questionário ...................................... 60

5.2.2.1 Análises do Bloco I: Perfil da Amostra ........................................... 60

5.2.2.2 Análises do Bloco II: Estoque ........................................................ 61

5.2.3 Classificação ou Curva ABC ............................................................. 62

6. CONCLUSÕES ................................................................................................. 66

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................. 68

CAPÍTULO 3: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 72

APÊNDICE 1: QUESTIONÁRIO ........................................................................... 77

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CAPÍTULO 1: REVISÃO DE LITERATURA

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Setor de Óleo e Gás

O interesse econômico pelo petróleo teve início no século XIX, ao ser

aproveitado como fonte de energia, sobrevindo o gás oriundo da destilação do

carvão vegetal, para a iluminação pública. Esta atribuição permaneceu até as

décadas de 1870/80, quando energia elétrica surgiu, ultrapassando qualquer outra

fonte de iluminação. Com isso, a atração comercial pelo petróleo caiu

drasticamente, retornando no final do século XIX e especialmente no início do

século XX, após a invenção dos motores a gasolina e a diesel (ORTIZ NETO;

COSTA, 2007).

No século XX, as empresas multinacionais obtiveram um crescimento

exponencial, constituindo verdadeiros impérios e monopolizando todos os setores

de produção de petróleo ao redor do mundo. A predominância dessas organizações

ficou conhecida como o grupo das “sete irmãs”; Exxon, Chevron, Móbil, Texano,

Gulf, British Petroleum e Shell (MARTINS et al., 2015).

Ainda de acordo com Martins et al. (2015) o investimento em novas

tecnologias promovia o aumento da produção e qualidade do petróleo. Os Estados

Unidos possuíam 50% do rendimento mundial e se viram ameaçados com o

progresso considerável no Oriente médio. As intervenções na exploração do

petróleo se acentuaram com os novos projetos alcançando a profundidade de 1000

metros nas primícias do século XX. Esse progresso tecnológico proporcionou maior

know-how para seguimento offshore, uma vez que as plataformas continentais

compreendiam uma grande quantidade de matéria orgânica sedimentada, logo

petróleo. No que diz respeito à exploração de petróleo no Brasil Thomas et al.

(2004, p.3) afirma que:

Começa em 1858, quando o Marquês de Olinda assinou o Decreto n° 2.266 concedendo a José Barros Pimentel o direito de extrair minerais betuminosos para a fabricação de querosene, em terrenos situados às margens do Rio Marau, na então província da Bahia.

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Os estudos sobre a existência de petróleo no Brasil tiveram início em 1891,

especialmente no estado de Alagoas, graças a presença de sedimentos

betuminosos. Em 1897, no estado de São Paulo, ocorreu a perfuração do primeiro

poço, realizado pelo fazendeiro Eugênio Ferreira de Camargo (ORTIZ NETO;

COSTA, 2007).

A importância do petróleo no processo econômico mundial justifica o

aumento de inovações no setor petrolífero. Além de ser a principal fonte de

combustível, o petróleo é utilizado como matéria prima na produção de plásticos,

tintas, corantes adesivos, detergentes, explosivos, cosméticos, etc. (DIRETÓRIO

DE PATENTES, 2006).

Neste contexto, percebe-se a importância de se manter competitivo,

desenvolvendo novas tecnologias ou métodos capazes de auxiliar a maximização

dos resultados de uma empresa.

1.2 Gestão de Estoques

O gerenciamento de estoques é uma prática antiga, utilizada pelos homens

para estocagem de diversos bens, como auxilio em seu crescimento e sustento

(GARCIA et al., 2006).

Segundo Viana (2000), o controle do estoque é uma função da

administração de materiais, tendo grande importância nos custos operacionais e

consequentemente no gerenciamento financeiro da empresa, logo suas

interferências devem ser ligadas na orientação das aplicações técnicas, científicas,

na utilização do processo de compra, armazenamento, movimentação de materiais

e no fornecimento dos produtos acabados, projetando o alcance das metas

planejadas.

Ainda segundo Viana (2000), os primeiros estudos sobre a teoria da gestão

de estoque no Brasil ocorreram em 1950, e desde então, as teorias vêm

apresentando uma evolução considerável.

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Segundo Martins e Alt (2003) as atividades da gerência de estoque

possibilitam ao gestor verificar o eficiente aproveitamento das reservas, sua

localização, seu correto manuseio e controle. A gestão procura assegurar uma

maior acessibilidade de produtos, com o mínimo de estoque possível.

O estoque é uma área-chave dentro das organizações, uma vez que se configura como um dos principais elos entre duas outras áreas: produção e planejamento. Dessa forma, preocupar-se com a questão da manutenção dos níveis adequados de materiais estocados é apenas um dos pontos que devem ser observados para uma gestão eficiente dos estoques (TADEU, 2010, p.13).

Um estoque mal administrado e estagnado dentro de uma organização

resulta em capital parado, além disso, outros setores da empresa acabam não

tendo suas necessidades mais urgentes supridas, razão pela qual o gestor deve

planejar níveis apropriados, para obter um bom controle entre consumo e estoque

(OLIVEIRA; SILVA, 2014).

Entretanto, Brito (2010) ressalta que não existe previsão de demanda

exata, de modo que as empresas utilizam os estoques para amenizar os efeitos

causados pelas variações de oferta e procura.

O motivo de o estoque ser considerado um ativo tão importante está relacionado ao fato de que o mesmo pode ser um item decisivo na estrutura de apuração do balanço patrimonial. Seu controle pode trazer bons resultados financeiro, quando aplicado corretamente pela administração da empresa (CHIAVENATO, 2005, p.36).

Para Dias (2009), compreender o estoque de uma empresa é um enorme

desafio, no entanto, a maior dificuldade entre os gestores, não é diminuir os custos

e nem reduzir a quantidade de produtos estocados, mas determinar a quantidade

exata de produtos para atender a necessidades gerenciais de modo eficaz.

A função principal do controle de estoques é justamente maximizar o uso de recursos para gerenciamento dos estoques, porém, o gestor depara-se com um dilema que é causador da inadequada gestão de materiais, percebida em inúmeras empresas, e que cria problemas quanto às necessidades de capital de giro da empresa, bem como seu custo. É necessário encontrar o ponto ideal entre manter um grande volume de materiais e produtos em estoque para atender plenamente a demanda, o que gera uso elevado de ativos da organização e, manter volumes muito baixos de estoques para minimização dos custos, porém com atrasos em

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entregas, insatisfação de clientes pela falta de produtos e, principalmente, a perda do cliente (POZO, 2008, p. 38).

Os departamentos de logística têm um papel importante, auxiliando as

empresas a buscar soluções para problemas de forma eficaz, aprimorando

processos, principalmente na gestão de estoques e nos cumprimentos de prazos.

Com a utilização de programas inovadores e aplicação de novas técnicas

de gerenciamento, as atividades se integram, tornando o fluxo de produtos mais

eficiente, transformando o estoque e seu gerenciamento em uma ferramenta

estratégica, proporcionando um melhor atendimento ao cliente (ORBIT

LOGISTICS, 2016).

A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos (BALLOU, 2012, p.17).

A gestão de estoque não tem como objetivo gerir apenas o fluxo de

produtos de uma organização, na verdade o seu papel é assegurar maneiras de

melhorar os processos, reduzir desperdício, evitar perdas, promover maior

integração nos setores de logística e principalmente permitir uma maior precisão

em seu inventário, entre outras coisas (ORBIT LOGISTICS, 2016).

Dias (2009, p.7) destaca que “o objetivo, portanto, é otimizar o

investimento, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros, minimizando as

necessidades de capital investido em estoques”.

2 MODELOS DE GESTÃO DE ESTOQUES

Os gestores lidam constantemente com decisões referentes a compra e

distribuição de produtos, ou seja, devem definir o que, quanto, quando e onde

comprar (GARCIA, 2006).

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Conjunto de atividades que visa, por meio de perspectivas políticas de estoques, pelo atendimento das necessidades da empresa, com a máxima eficiência e o menor custo, através do maior giro possível para o capital investido em material (VIANA, 2009, p.117).

Segundo Dantas (2015, p.22) “Quando existe um planejamento coerente

com as atividades desenvolvidas pela empresa, controlar o estoque acaba sendo

uma tarefa de fácil manuseamento por parte do gestor”. Há dois tipos de gestão de

estoques que podem ser empregados em uma empresa, conforme ilustrado no

Quadro 1.

Quadro 1: Sistemas de reposição e suas diferenças

Sistema de reposição de estoques

Reposição Contínua Reposição Periódica

Intervalo de reposição ou ressuprimento (T)

Pedidos são feitos em intervalos de tempo iguais ou fixos a (T)

O intervalo de ressuprimento ou reposição pode variar a cada ciclo

Tamanho do Pedido (Q) O tamanho do pedido varia a cada ciclo, pois depende do nível de estoque no momento da verificação.

Normalmente o tamanho do pedido é fixo

Conceito

Reposição contínua (ponto de pedido) aquela em que se permite a reposição dos produtos quando o estoque atinge o mínimo, sem levar em consideração o intervalo de tempo entre as reposições.

Reposição periódica é aquela realizada em um intervalo de tempo fixo, determinado pelo gestor de estoque. Este intervalo varia em função da classificação ABC.

Fonte: Adaptado de Lima, (2016).

2.1 Conceitos e Funções de Estoques

Segundo Moreira (2002), o conceito de estoque está relacionado a

quaisquer quantidades de produtos (bens físicos) que sejam armazenados por um

intervalo de tempo, ou seja, de forma improdutiva.

Os estoques são bens destinados à venda ou fabricação, relacionados com os objetivos ou atividades da empresa. Eles são importantes na apuração do lucro líquido de cada exercício social e na determinação do valor capital circulante líquido do balanço patrimonial (ALMEIDA, 2010, p. 191).

É fundamental a disponibilidade de um volume de estoque significativo, de

forma a suprir as necessidades e evitar o excesso de produtos. Ao se tratar de

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matéria para o próprio consumo, deve-se distinguir todo material que será utilizado

em cada setor.

Os estoques são bens adquiridos ou produzidos pela empresa com o objetivo de venda ou utilização normal de suas atividades. Portanto representam um dos ativos mais importantes do capital circulante da maioria das empresas comerciais e industriais (IUDÍCIBUS, MARTINS E GELBCKE, 2003, p.151).

Marion (2009) apresenta o estoque de três formas: (i) vendas (como

mercadorias nas empresas comerciais ou de produtos acabados em empresas

industriais); (ii) transformação (como as matérias-primas ou materiais em

processo); (iii) consumo (pode acontecer tanto na empresa comercial, industrial

como na de serviço).

...materiais, mercadorias ou produtos acumulados para utilização posterior, de modo a permitir o atendimento regular das necessidades dos usuários para continuidade das atividades da empresa, sendo o estoque gerado, consequentemente pela impossibilidade de prever-se a demanda com exatidão (VIANA, 2000, p.109).

Segundo Chiavenatto (1991) as o estoque possui as seguintes funções:

a. Possibilitar o abastecimento de materiais a empresa,

neutralizando os efeitos de: demora ou atraso no fornecimento de

materiais, sazonalidade no suprimento, riscos e dificuldade no

fornecimento.

b. Permitir economia de escala: através da compra ou produção

de lotes econômicos, pela flexibilidade do processo produtivo,

pela rapidez e eficiência no atendimento ás necessidades.

c. Atender regularmente aos usuários quanto às quantidades,

prazos qualidade requeridos.

d. Assegurar a empresa quanto aos riscos de produção ou

comercialização do mercado fornecedor.

Ainda de acordo com Chiavenato (1991) mensurar o estoque é estipular os

níveis de estoque apropriados ao suprimento do sistema produtivo sem que haja

excesso ou insuficiência de matéria prima.

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Para Araújo (1976 apud FAVERI, 2010, p.23), o estoque é:

[...] a válvula reguladora entre os abastecedores e os departamentos, seções, setores oficinas, etc., que não somente consomem, mas também utilizam e transforma tudo aquilo que é comprado, sendo a sua principal função controlar, policiar, mantendo o necessário equilíbrio entre as aquisições e necessidades de consumo.

Portanto, o estoque pode ser considerado o coração das empresas, visto

que, apresentam grande importância em suas principais operações.

2.2 Reposição Contínua

A reposição contínua, também conhecida como revisão contínua, é aquela

onde a reposição dos estoques é providenciada quando atinge o nível de estoque

mínimo (ROSA, MAYERLE, GONÇALVES, 2010).

Neste contexto, é necessário que haja um acompanhamento regular dos

níveis de estoque, a fim de analisar a necessidade de reposição sempre que um

item é retirado (RAMOS, SPIEGEL, ASSAD, 2018).

Segundo Oliveira et al. (2016) o limite de reposição é conhecido como

ponto pedido, sendo o tempo que se leva entre a emissão do pedido de compra,

até o recebimento dos itens. Neste caso será desmembrado em três partes: (i)

Emissão do Pedido (tempo entre a emissão do pedido até o recebimento pelo

fornecedor); (ii) Preparação do Pedido (tempo em que o fornecedor leva para

produzir e enviar o item solicitado); (iii) Transporte (tempo entre a saída da

mercadoria do fornecedor, até o recebimento pelo comprador).

A Figura 1 apresenta o gráfico dente serra, proporcionando uma visão mais

clara do ponto de pedido com uma demanda constante.

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Figura 1: Exemplo de reposição contínua. Fonte: Peinado e Graeml, 2007.

Vasconcelos (2016, p.32) afirma que “é o momento em que é necessário

realizar compras de produtos para repor o estoque com o intuito de evitar

transtornos futuros por falta de material”. Ou seja, no momento em que um

determinado material alcançar seu ponto de pedido, um pedido de aquisição deverá

ser programado para o ressuprimento deste material no estoque.

2.3 Reposição Periódica

Os modelos de Revisão Periódica costumam manter estoques médios

elevados, pois eles necessitam se proteger da variação da demanda durante os

períodos de revisão e no lead time, enquanto o modelo de reposição continua

necessita de proteção nas variações durante o lead time.

A partir destes, surgem também alguns modelos híbridos que combinam

características dos dois tipos básicos, que são apropriados para algumas situações

especiais como, por exemplo, quando variações na demanda são frequentes e o

custo de carregar o estoque é excessivo, ou quando o produto estocado é perecível

ou de obsolescência rápida.

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2.4 Administração de Materiais

Arnold (2008) enfatiza que é importante ter um setor encarregado pela

movimentação de materiais, desde o recebimento do fornecedor, até chegar ao

cliente. Mesmo assim, ainda existem empresas que não adotam esse tipo de

gerenciamento.

A denominação geralmente atribuída para esse setor ou função dentro da

organização é administração de recursos materiais, ou gestão de suprimentos,

porém outros nomes podem sem encontrados como planejamento e controle da

distribuição e administração da logística.

De acordo com Albuquerque de Sá (2013, p.2):

A administração de materiais é parte do processo da cadeia de suprimento que planeja, implementa e controla, de modo eficiente e eficaz, os fluxos adiante e reverso e a estocagem de bens, serviços e informações, do ponto de origem ao ponto de consumo, a fim de entender as necessidades dos clientes.

De acordo com Ribeiro Júnior (2015), o setor de administração de materiais

é um dos principais subsistemas de uma empresa. Diretamente ligada à logística,

sua essência é determinar o que, quando e como comprar, além de coordenar os

deslocamentos de insumos, de materiais em processo e produtos acabados,

gerando um conjunto de diretrizes capaz de produzir uma rotina operacional

sistemática que funcione de maneira harmônica.

A evolução da gestão de materiais está diretamente ligada às

transformações econômicas, tecnológicas e sociais que ocorreram durante a

revolução industrial.

A administração de materiais se refere à totalidade da funções relacionadas com os recursos materiais, seja com sua programação, aquisição, estocagem, distribuição... desde a sua chegada a empresa até a sua saída com direção aos clientes (CHIAVENATTO, 1991, p35).

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Segundo Viana (2000), as empresas sofreram mudanças significativas nos

processos, no produto final e na sua organização como um todo após este marco

do mundo contemporâneo que foi a revolução industrial. As transformações

ocorreram devido ao crescimento do volume das necessidades de materiais,

velocidade das modificações no processo produtivo com a influência nas previsões

de demandas e a qualificação dos recursos humanos, abaixo a representação de

estoque na Figura 2.

Figura 2: Administração de materiais. Fonte: Alburquerque, (2013).

Ainda de acordo com Viana (2000), essas alterações na área de materiais

causaram grandes mudanças em seus procedimentos e em atividades-meio

essenciais para o processo industrial. O sistema de previsão aplicado já não

satisfazia mais as necessidades das empresas que demandavam uma menor

quantidade de materiais.

Para Santos Filho (1985), toda empresa, seja ela pública, privada ou de

economia mista, para fins comerciais ou industriais, precisará se adaptar às

transformações ocorridas pelo passar do tempo usufruindo de um sistema

compatível para poder atingir seus objetivos. Quanto à gestão de cadeia de

suprimentos, se faz necessário à existência de condições por parte da empresa

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para assistir com eficiência na realização de projetos de trabalho, cuja aplicação

demande uma adequação mais rápida nos processos de evolução tecnológica. Na

Figura 3 é representada uma organização de estoque dentro de uma empresa.

Figura 3: Materiais em estoque. Fonte: Ribeiro Júnior, (2015).

É indispensável que procedimentos, rotinas, normas e formulários

encontrem-se firmados em publicações de maneira dinâmica, pois assim a

administração mantém a flexibilidade que é indispensável na realização dos

projetos voltados para atingir as metas da empresa.

As alegações referidas por Santo Filho (1985) são de grande relevância,

porém o prestígio maior deve ser dado ao homem. O homem organizacional precisa

ser ético no gerenciamento dos negócios, decidir e gerir com maior assertividade

os recursos humanos, materiais, além de possuir habilitação técnica e conceitual.

2.5 Custos de Estoques

Os custos no controle de estoque estão diretamente associados com o

setor de administração de estoques. A logística e a racionalidade são consideradas

meios comuns para resolução de problemas de estoque. Os custos estão divididos

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em três tópicos: (i) custo de estoque; (ii) custo de pedido; e (iii) custo de falta de

estoque (BALLOU, 2012).

Todo gasto realizado pela empresa para manter a mercadoria estocada, é

considerado como custo de manutenção de estoque. Desta forma, o custo de

armazenagem, está ligado diretamente a impostos, seguros, taxas ligadas à

quantidade de mercadoria, custo de deterioração, obsolescência e o custo de

oportunidade em investir dinheiro de outra maneira (CHING, 2010).

[...] manter estoques usualmente implica em um custo muito expressivo e oneroso para a empresa, de maneira que o gestor de materiais precisa continuamente conhecer qual o valor que está investido e qual a taxa do capital para gerenciar este custo (GASNIER, 2002, p. 136).

O custo de pedido é o processo de aquisição de produtos ou matéria prima

para reposição do estoque de uma organização, podendo ser variável ou fixo. Os

custos fixos relacionados a um pedido são: inspeção, recebimento e envio de

encomendas, já o custo variável tem como exemplo principal o valor unitário de

compra de artigos encomendados (GARCIA et al., 2006).

Os custos variáveis consistem nas fichas de pedido e no processo de enviar esses pedidos [...] o custo de pedido está diretamente determinado com base no volume das requisições ou pedidos que ocorrem no período” (POZO, 2010, p.30).

Já o custo por falta de estoque ocorre quando o estoque é insuficiente para

atender a demanda em determinado período, podendo haver o pagamento de

multas contratuais, perda de venda, deterioração da imagem da organização e

utilização de planos de contingência (GARCIA et al., 2006).

Para Ballou (2012) é difícil a mensuração, uma vez que exige a capacidade

de prever as intenções futuras do cliente quanto às novas compras. E Pozo (2010)

corrobora essa afirmação, dizendo que esse tipo de falha ocorre por falta de um

adequado planejamento e controle de estoque. Pois, não entregar ou atrasar um

produto por falta de um item causa enormes transtornos ao cliente.

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O custo por atraso provoca gastos adicionais na administração, uma vez

que existe a possibilidade de reprocessamento dos pedidos, custos no transporte

e manuseio quando designados para outro canal de distribuição.

2.5.1 Inventário Físico

A área da gestão de estoques é extremamente importante para empresa.

E o inventário físico tem dois objetivos específicos, sendo responsável por

identificar e determinar a quantidade de bens em estoque.

Inventário físico segundo Lopes de Sá (l995, p.270):

Inventário realizado tendo-se como base o próprio componente não os registros de sua movimentação. O inventário físico (sic) processa-se indo-se às prateleiras, aos depósitos, etc.(sic), e fazendo a contagem dos bens diretamente. Os inventários físicos (sid) devem, depois, confrontar-se com os contábeis ou apresentados pela (sid) fichas ou livros.

Portanto, para que os gestores tenham um balanço ideal, evitar custos e

consequentemente manter o objetivo de melhoria contínua do procedimento de

inventário regular não deve, de forma alguma, ser negligenciado pelos

responsáveis.

Segundo Martins e Alt (2006, pág. 199):

O inventário físico consiste na contagem física dos itens de estoque, caso haja diferenças entre o inventário físico e os registros do controle de estoques, devem ser feitos os ajustes conforme recomendações contábeis e tributarias.

Viana (2000) complementa, dizendo que o inventário físico é uma

contagem regular dos itens existentes em um estoque real para efeito de

comparação com o estoque registrado e contabilizado para controle da

organização, a fim de comprovar sua exatidão.

Para Santos Filho (1985) o termo inventário é uma enumeração dos

elementos patrimoniais e é empregado para determinar o estoque disponível com

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objetivo de atender a demanda de uma empresa, bem como materiais utilizados na

produção das mercadorias a serem vendidas. Os valores na venda dos produtos

acima do custo designado na produção é a principal fonte de renda da empresa

comercial ou de uma fábrica.

2.5.2 Sistemas de Inventário Periódico

Atualmente, a gerência de estoque vem se destacando a cada dia entre as

organizações, pois a qualidade das informações sobre o estoque vem tendo grande

importância na tomada de decisões em logística.

Segundo Agbola e Amoah (2019) o inventário de uma empresa refere-se

ao registro de estoque e a outros materiais que um empreendimento manipula em

suas operações sob a forma de fornecimentos, insumos, bens e serviços

produzidos ou adquiridos, etc.

Segundo o acompanhamento do estoque em relação ao inventário é de

extrema importância. O autor salienta que os itens em estoque podem ser

monitorados por meio de inventário periódico, normalmente uma contagem anual

ou por meio de apurações regulares cíclicas e contagem residual do estoque

(BALLARD, 1996).

O inventário cíclico é a realização da contagem em períodos de tempo

específicos para grupos de itens escolhidos, de maneira que, ao final de certo

período, todos os itens sejam inventariados (CASTIGLIONI, 2010). Esse método

ou técnica é organizado em ciclos e períodos, que são estimados levando em

consideração a função e a qualidade de cada material envolvido (FARIA JÚNIOR,

2012).

Para Dias (2009) a organização deve elaborar periodicamente a contagem

física do seu estoque.

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O sistema periódico proporciona ao gestor, previsões de consumo dos itens

com maior exatidão, uma vez que os dados sequentes contribuirão na ilustração

dos conceitos demonstrados (VENCESLAU, 2009).

2.5.3 Sistemas de Inventário Permanente

Conforme descrito por Ballou (2012), as empresas registram, normalmente

no setor de almoxarifado, as quantidades de itens em determinado período,

computando a entrada, saída e o saldo dos itens no final do período. Esses registros

são nomeados como inventário permanente, podendo incluir os custos de toda

matéria-prima ou custo unitário. Neste caso, são denominados como inventários

contábeis.

Segundo Fernandes (1984, p.108), “o inventário permanente é o realizado

durante todo o exercício financeiro, de forma sistemática. Neste aspecto ele pode

ser feito após cada transação de entrada e/ou saída”.

Para Ribeiro (1997, p.39) “por este sistema, os estoques são controlados

permanentemente, permitindo a apuração do custo unitário da produção à medida

que os produtos são fabricados”.

Desta forma, cada item produzido pela organização, é calculado com o

custo unitário. Segundo Redaelli (1998 apud SILVA, 2003, p.22), o inventário

permanente é aquele em que:

...a contabilidade registra as entradas e as saídas de mercadorias exatamente no momento em que elas ocorrem, sendo as movimentações mais comuns aquelas decorrentes de: entradas por compras, saídas por vendas, mercadorias devolvidas pela empresa aos seus fornecedores e mercadorias devolvidas para a empresa pelos seus clientes.

Com a contabilidade instantânea de entrada e saída dos itens

armazenados, os saldos se mantem atualizados nos valores de estoque e do Custo

das Mercadorias Vendidas (CMV).

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Para Redaelli (1998 apud SILVA, 2003, p.24):

No inventário permanente a contabilidade está constantemente em consonância com a realidade físico-financeira, quer em termos de refletir o que existe em estoque (ainda não vendido), quer em termos do que já foi vendido no período (CMV). No inventário periódico, essa consonância dos saldos contábeis com a realidade físico-financeira ocorre apenas nos finais de período. Logo, sob o aspecto informativo que a contabilidade deve possuir, o inventário permanente deveria ser preferido ao invés do inventário periódico.

2.5.4 Rotatividade de Estoque

Conforme Dias (2009), a rotatividade ou giro do estoque é uma associação

existente que correlaciona o consumo anual e o estoque médio do produto.

“Muito em voga na atualidade é a questão da qualidade. Por muito tempo

se pensou que qualidade fosse o conjunto de atributos técnicos [...] do produto.

Agora, as empresas perceberam que qualidade é a satisfação do cliente” (LEMOS,

1999, p.114). Desta forma a qualidade é de extrema importância para qualquer

empresa que almeje sucesso, e a falta de compromisso com o cliente pode acabar

com a credibilidade de uma organização.

Francischini e Gurgel (2002, p. 161) definem a rotatividade como sendo “o

número de vezes em que o estoque é totalmente renovado em um período de

tempo, geralmente anual”.

A rotatividade do estoque fornece elementos para a verificação do

comportamento do estoque, mediante a índices comparados a anos anteriores ou

na comparação com empresas do mesmo setor ou ramo de atividade, fornecendo

auxílio necessário para a tomada de decisão (VIANA, 2002).

O índice de rotatividade de estoque é calculado dividindo o custo dos

produtos vendidos (CPV) ou valor do consumo no período, pelo valor de estoque

médio. A partir do resultado encontrado, tem-se o ponto de partida para se efetuar

a reposição do estoque (MARTINS; ALT, 2006).

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Ainda de acordo com Martins e Alt (2006), na análise dos estoques é de

extrema importância diferenciar os conceitos de consumo e demanda. Deste modo,

entende-se por demanda como a “vontade” do cliente em solicitar os produtos ou

serviços que a empresa oferece. Portanto, caso o cliente tenha sua “vontade”

plenamente atendida, dizemos que o consumo foi igual à demanda. No contrário,

dizemos que houve uma situação de demanda reprimida.

Dias (2009, p.76), afirma ainda que:

O grande mérito do índice de rotatividade do estoque é que ele representa um parâmetro fácil para a comparação de estoques, entre empresas do mesmo ramo de atividade e entre classes de material em estoque.

2.6 Divergências

Segundo Francischini e Gurgel (2002) no momento em que os dados

obtidos com a realização dos inventários não são coerentes, podem surgir

divergências, como as seguintes:

a. Retirada de material sem registro de baixa;

b. Furto ou roubo de material;

c. Produto adquirido não foi contabilizado;

d. Falhas operacionais no software de aplicação ainda não detectada.

e. Estoque não atualizado.

Ainda de acordo com Francischini e Gurgel (2002), se funções importantes

como procedimentos, recebimentos, localização e conferência de embarque não

forem praticadas corretamente, não haverá exatidão nas informações finais e o

inventário provavelmente apresentará divergências.

Depois de eliminar as fontes que causam divergências no estoque, as

informações se tornam mais exatas, ampliando a confiabilidade no controle do

estoque. Então faz se necessário manter as informações entre 98% e 99% de

exatidão, para que se tenha aprovação nas auditorias (VENCESLAU, 2009).

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Uma das principais fontes na divergência do estoque é o furto,

considerando esta questão sob uma ótica de Francischini e Gurgel (2002) nota-se

que no início da história da civilização, alguns indivíduos, já exorbitavam do poder

e da confiança a eles conferidos, de forma a converter os benefícios a si mesmos.

Devido a globalização e a competitividade acentuada, acontecem casos de

suborno, desvio de verbas e bonificações auferidas por diretores ou executivos de

alto escalão em troca de favores, ilustrado na Figura 4.

Figura 4: Corrupção. Fonte: Portugal, (2016).

Os setores com maior probabilidade para que ocorra esse tipo de atividade

são áreas de compras e de recursos de materiais, devido as operações entre

fornecedores e compradores transcorrerem normalmente fora da organização.

Com o objetivo em prevenir tais atos, as instituições estão conduzindo processos

rigorosos na avaliação de seus colaboradores, buscando pessoas de confiança.

Algumas operações no setor de compras da instituição, facilitam no desvio

de conduta de seus funcionários, gerando práticas de corrupção. Geralmente o

infrator inicia este procedimento de forma sutil e aos poucos vai ampliando, na

medida que adquire confiança de que não será descoberto pela fiscalização da

empresa.

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Para as empresas, atividades como o mapeamento e a identificação dos

setores mais sensíveis, são indispensáveis. Após identificadas, essas áreas, nas

quais há maior probabilidade de ocorrer desvios, devem ter uma fiscalização rígida

(VENCESLAU, 2009).

As áreas que compõem o processo de administração de materiais como:

apuração de fornecedores, recepção e controle, logística de pedidos, custos entre

outras, destacam-se como exemplos nas quais desvios podem ocorrer, gerando

divergência, e consequentemente, um custo extra para a empresa (VENCESLAU,

2009).

3 PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DE ESTOQUE

Os procedimentos de gestão e controle de estoque são de extrema

importância no mundo empresarial e devem seguir uma padronização determinada

pela própria empresa, necessitando serem executados de forma regular, devendo

ser alterados quando necessário, visando a obtenção de melhorias dos processos

nos setores envolvidos.

Segundo Viana (2000), para que uma empresa possua um gerenciamento

adequado de materiais é essencial manter a atividade de controle físico dos

produtos e o registro de todas as operações, podendo desta forma mensurar com

maior exatidão a quantidade de itens presente em estoque.

O SEBRAE NACIONAL (2018) ressalta a importância do controle adequado

do estoque, visto que este representa aproximadamente 60% dos recursos da

empresa, e indica como o responsável pelo setor de gestão de estoque deve

realizar o controle de mercadorias da empresa: (i) realizar o registro da quantidade,

o custo unitário e o custo total de toda mercadoria/produto vendido em estoque; (ii)

apurar constantemente a exatidão entre o estoque físico e o estoque registrado; e,

(iii) calcular os custos total, unitário e o saldo das mercadorias/produtos que ficaram

em estoque.

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A ficha de controle de estoque é de grande importância para monitorar a

entrada e saída individual de cada mercadoria, logo, para cada produto existente

uma ficha correspondente, podendo ser física ou informatizada, como mostra a

Figura 5(SEBRAE NACIONAL, 2018).

.

Figura 5: Informações contidas em uma ficha de controle de estoque. Fonte: Sebrae Nacional, (2018).

O controle de estoque realizado em formulários, fichas de prateleiras ou

por fichas de controle estão em desuso, em virtude do progressivo aumento na

utilização de tecnologia de informação (VIANA, 2000).

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Para Venceslau (2009), o sistema informatizado em qualquer empresa, tem

por finalidade, tornar os processos e procedimentos mais ágeis e seguros, além de

favorecer a qualidade, e contribuir para a produtividade.

Martins e Alt (2006) afirmam que as empresas tendem a utilizar uma única

base de dados, compartilhado em um software de gestão integrada, assim, todas

as bases financeiras e de custos acedem às informações.

O sistema informatizado, no que tange à área de materiais e operações de

estoques, promovem melhorias significativas na identificação das necessidades

empresariais, bem como, o tempo de reposição automática dos itens e, também,

nas políticas de controle de inventário permanente. A tecnologia auxilia fortemente

no apoio ao processo de cadastramento de itens e na confiabilidade dos processos

de recebimento e armazenagem deles (VENCESLAU, 2009).

Para que ocorram os procedimentos de movimentação de estoques no

sistema informatizado, faz-se necessário a utilização de códigos, que de acordo

com Viana (2000) devem conter uma criteriosa classificação de materiais.

As empresas buscam técnicas simples para identificação de grandes

quantidades de materiais, para isso, é necessário o uso de códigos que podem ser

representados por símbolos, números ou códigos alfanuméricos que representam

itens de forma sistemática e simplificada. Não existe uma regra específica para a

escolha das características dos códigos usados, que variam de acordo com as

necessidades e padrões de cada empresa (VENCESLAU, 2009).

Venceslau (2009) enfatiza que o processo de codificação está presente na

base técnica e nas movimentações de entrada/saída dos produtos em estoque. O

objetivo deste processo de codificação é facilitar a comunicação interna entre os

setores, evitar a duplicidade dos itens, possibilitar as atividades de gestão de

suprimentos, e auxiliar na padronização de insumos e, finalmente, facilitar o

controle de custos do estoque.

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3.1 Gestão de Estoques

3.1.1 Estoque Médio

De acordo com Ballou (2006), o Estoque Médio (EM) é definido como

quantidade média dos itens armazenados em estoque, por um período de tempo

determinado.

3.1.2 Estoque de Segurança

O estoque de segurança indica a quantidade mínima de itens que devem

permanecer armazenados, com objetivo a cobrir eventuais atrasos no suprimento

e garantir o funcionamento eficiente na produção, sem riscos de faltas (GARCIA;

LACERDA; AROZO, 2001).

Garcia, Lacerda e Arozo (2001) indicam algumas razões que podem gerar

estas faltas: (i) alternâncias no consumo; (ii) atraso no tempo de reposição; (iii)

variação na quantidade; ou, (iv) diferenças de inventário.

Os autores ressaltam a importância do estoque de segurança para o

funcionamento adequado do ponto de pedido. No mundo ideal, o estoque de

segurança poderia ser de tamanho imensurável, sendo capaz de suprir todas as

necessidades de uma empresa e, portanto, evitar qualquer ocasião de falta de

material. Entretanto, se a quantidade de material retratada tende a não ser utilizada,

sua armazenagem e custo serão elevados. Já o inverso, se a margem considerada

com de segurança for muito baixa, ocasionaria em custo de ruptura, que são os

custos causados pela falta de material necessário.

Chopra e Meindl (2003) denotam que o estoque de segurança serve para

amenizar os efeitos na variação de demanda. Quanto maior a variabilidade, mais

difícil é a sua previsão. Quando a demanda é previsível e possui menor oscilação,

os estoques de segurança não são necessários, pois o estoque cíclico, diferença

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entre o lote de produção e a demanda, atende as necessidades requeridas pela

empresa.

O planejamento na utilização de estoque de segurança pode ser realizado

através da projeção mínima estimada em consumo, e calculado com base em

informações estatísticas. Nestes casos, deduz-se que parte do consumo será

atendida, isto é, um nível de serviço adequado e definido (GARCIA; LACERDA;

AROZO, 2001).

A disponibilidade do produto reflete na eficiência da empresa, podendo

interferir na sua capacidade em atender pedidos a partir de um estoque disponível,

logo o nível de serviço é fruto dos ciclos de ressuprimento que geram em toda

demanda e mensurável através da probabilidade de não ocorrer faltas no estoque.

Praticamente, o estoque de segurança significa o aumento do ponto de

ressuprimento, como ilustrado na Figura 6, adiantando a posição do pedido, de

forma a evitar a falta de estoques no futuro (BRITO, 2010).

Figura 6: Estoque de segurança e ponto de reposição. Fonte: Ross, Westerfield e Jordan, (2002).

O maior desafio na gestão de estoques é adquirir o equilíbrio entre manter

um nível de serviço elevado e utilizar o mínimo de estoque possível, pois o estoque

de segurança tem grande impacto sobre o estoque médio e, consequentemente,

sobre o custo total de armazenagem.

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3.1.3 Lote Econômico e Número de Pedido (NP)

Segundo Brito (2010) nos processos de Lote Econômico, uma ordem é

efetuada sempre que o estoque atinge o Ponto de Ressuprimento. Desta forma, faz

se necessário o acompanhamento contínuo do nível de estoque. Este processo

exige uma quantidade maior de dedicação e volume de recursos, por isso é

indicado para produtos com o maior valor para instituição.

De acordo com Corrêa e Dias (1998) o modelo LEC, amplamente utilizado,

recebe críticas pela estimativa incluída, aos custos reais do estoque e no uso do

modelo como instrumento preceituado.

Assaf Neto e Silva (2002) assinalam que, o LEC auxilia na determinação

da quantidade ótima de cada pedido, no tempo de duração do estoque mínimo e

no número de pedidos.

É importante ressaltar que se deve, portanto, evitar o uso do LEC como uma prescrição. Os gestores não devem agir de forma reativa, e sim buscar mudanças em seus processos que diminuam os níveis de estoques necessários. O LEC não pode ser visto como uma verdade absoluta. É importante buscar reduzir e revisar os custos envolvidos e as premissas abordadas (BRITO, 2010).

A integração do lote econômico na rotina dos cálculos da empresa

assessora a estabilização da quantidade adequada de fornecimento

proporcionando maior eficiência entre comprador e fornecedor.

3.1.4 Tempo de Ressuprimento (TR)

Segundo Ballou (2006), o Tempo de Ressuprimento é o período

transcorrido entre o momento que se identifica a necessidade e o momento em que

o item é adicionado ao estoque. O período em questão, pode ser estimado levando

as informações sobre o histórico de compra ou definido em contrato com o

fornecedor.

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Para mensurar corretamente o tempo de ressuprimento, leva-se em

consideração, os seguintes períodos: comunicação ao fornecedor, prazo de

entrega do fornecedor, transporte, recebimento e inspeção (BALLOU, 2006).

Para Dias (2009, p.46), “Em virtude de sua grande importância, este tempo

de reposição deve ser determinado de modo mais realista possível, pois as

variações ocorridas durante esse tempo podem alterar toda a estrutura do sistema

de estoques”.

3.1.5 Ponto de Ressuprimento (PR)

O ponto de ressuprimento é o valor que demonstra o período exato para

realizar um novo pedido de compra. Para minimizar ou anular os efeitos gerados

pela variação do tempo de ressuprimento e demanda diária, estoques de segurança

devem ser adicionados ao ponto de ressuprimento (GARCIA; LACERDA; AROZO,

2001).

Segundo Pozo (2010, p.52), “Isso quer dizer que quando um determinado

item de estoque atinge seu ponto de pedido deve-se fazer o ressuprimento de seu

estoque, colocando-se um pedido de compra”.

3.1.6 Giro de Estoque

O giro de estoque corresponde ao vínculo existente entre o consumo anual

e o estoque médio do produto. Representado pela quantidade de pedidos por

unidade de tempo. O grande mérito do índice de rotatividade do estoque é a

facilidade para sua utilização em comparações de estoque entre empresas do

mesmo ramo e entre classes de material (GARCIA; LACERDA; AROZO, 2001).

Para fins de gestão e controle de estoque, deve-se estabelecer a taxa de

rotatividade satisfatória à empresa e recomenda-se estipular um índice especifico

para cada grupo de materiais de mesma faixa de classificação (BRITO, 2010).

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39

3.1.7 Acurácia do Estoque

Os valores encontrados fisicamente no estoque devem ser de maior

exatidão possível nos registros do sistema. A existência de falhas na informação

que alimenta o sistema, gera desconfiança do usuário que muitas vezes deixa de

usá-lo. O fluxo dos itens em estoque deve ser registrado em tempo real para que

se mantenha um nível alto de acuracidade nos estoques (GIANESI, CORRÊA,

CAON, 2007).

O ideal seria um resultado de 100%, porém, pouco provável de ser

alcançado. Portanto, deve-se adotar um grau de erro aceitável, tendo um

percentual máximo pré-definido pela empresa.

O cálculo da acurácia pode ser executado com base nas informações

adquiridas a partir do inventário ou contagem cíclica, que consiste em contabilizar

os itens dentro de uma frequência estabelecida, tornando o processo contínuo

(BRITO, 2010).

As vantagens do uso da contagem cíclica são: (i) identificação das causas

dos problemas; (ii) correção de erros; (iii) concentração dos esforços em áreas

críticas; (iv) redução de erros de contagem; (v) planejamento mais confiável; e, (vi)

estoques em níveis mais adequados.

A grande vantagem da contagem cíclica é a possibilidade de descobrir as causas que propiciam os erros no processo. Portanto, uma vez encontradas e priorizadas as diferenças, as causas devem ser imediatamente procuradas. O estoque é dinâmico e quanto mais demora houver na procura das causas que geraram a diferença, mais difícil será encontrá-las (BRITO, 2010, p.34).

Segundo (BRITO, 2010) as principais causas que podem afetar o

desempenho dos estoques e diminuir a acurácia são:

a. Manutenção inadequada das entradas e saídas, deixando de

atualizar os sistemas de controle de estoque ou atualizando-os

duplamente;

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40

b. Procedimentos de armazenagem mal elaborados, de tal forma que

possibilitem efetuar transferências – entradas e saídas – sem

documentação ou autorização apropriada;

c. Inversão de códigos de materiais e produtos;

d. Utilização de sistemas ineficientes de controle de estoques, tanto

manuais quanto computadorizados;

e. Itens com unidades de armazenagem variáveis (trabalhar com

conceito de unidade no estoque e com o de dúzias na produção);

f. Sequência de armazenagem em que não se preza por manter

proximidade entre itens similares, facilitando sua identificação;

g. Sistemas de codificação mal elaborados, confusos e extensos.

h. Sugere-se uma programação da contagem cíclica da seguinte

maneira: itens do grupo A contados em média duas vezes por mês

e itens do grupo B e C contados em média uma vez por mês. Desta

maneira, exemplifica-se o total de contagem por ano.

3.1.8 Curva ABC

De acordo com Pozo (2010), o surgimento da Curva ABC foi idealizado

primeiramente por Vilfredo Pareto, quando desenvolvia um estudo, na Itália por

volta de 1987, sobre a divisão de receita e riqueza entre os habitantes locais.

Analisando os resultados da pesquisa, Pareto observou que a maior parte da renda

em porcentagem pertencia a minoria dos habitantes, em uma proporção 80 por 20.

Anos depois, este princípio geral foi difundido para várias áreas e tornou-se uma

ferramenta de grande utilidade para os administradores.

A curva ABC é um método muito importante, e largamente utilizado para

classificar os materiais de acordo com seu grau de importância, podendo ser usado

em vários setores e diversas formas (SOUZA, 2014).

Segundo Pozo (2010) a curva ABC na logística empresarial, e

especialmente na administração de materiais, apresenta uma utilização mais

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41

exclusiva nas análises de estoques acabados, planejamento da produção,

delimitação dos estoques, vendas e na tomada de custos em suprimentos.

O conceito de classificação ou curva ABC é utilizado como ferramenta

auxiliar na gestão de estoques, dispondo informações importantes sobre os

produtos e relacionando-os com o valor de aquisição (LOPRETE, 2009). A

representação gráfica da curva ABC pode ser vista na Figura 7.

Figura 7: Modelo curva ABC. Fonte: Slack, Chambers e Johnston (2009).

Segundo Slack, Chambers e Johnston (2009) essa ferramenta pode ser

utilizada para identificar diferentes itens condicionados em estoque e por seu fluxo

de valor. Desta forma, possibilita que administradores concentrem suas ações para

melhor controle dos itens de maior relevância.

Neste processo, os itens em estoque são classificados em três grupos (A,

B ou C) por ordem decrescente de importância e relativamente ao valor a cada um

investido (LOPRETE, 2009).

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Produtos A: composto por 10% a 20% dos itens em estoque, necessita

de investimento elevado e atenção. Correspondem, em média, de 60%

a 80% de todo investimento do estoque.

Produtos B: composto por 20% a 30% dos itens em estoque, demandam

um investimento considerável, no entanto, os valores são menores que

os produtos do grupo A, além de exigir maior demanda na conferência

dos itens. Representam, em média, 20 a 30% do investimento total.

Produtos C: composto por um grupo amplo de itens de menor

investimento. Representam, em média, 50% a 70% do total dos itens em

estoque e 5% a 10% do investimento.

Toda organização possuí itens em estoque com graus de importância

diferentes. Alguns, por exemplo, com uma taxa de consumo mais alta, poderiam

interferir no produto final ou na qualidade dos serviços, caso faltassem. Outros

representam um valor consideravelmente alto, de modo que níveis de estoque em

demasia seriam onerosos a saúde financeira da instituição.

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43 CAPÍTULO 2: ARTIGO CIENTÍFICO

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GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO SOBRE A DIVERGÊNCIA NO INVENTÁRIO DE UMA UNIDADE OFFSHORE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Raphael Beyruth Silva¹ [email protected]

Mara Regina dos Santos Barcelos²

[email protected]

¹Graduando em Engenharia de Produção – ISECENSA ²Professora do Institutos Superiores de Ensino do CENSA-ISECENSA

RESUMO Nos dias atuais, com o aumento da competitividade entre as empresas e o desenvolvimento da

globalização, os gestores viram a necessidade de buscar alternativas que pudessem assegurar o

favorecimento da lucratividade. Os estoques que financeiramente são considerados como um

investimento pela empresa contribuem muito para redução de custos no setor operacional, no

entanto, a ausência de uma gestão de estoque eficaz, pode causar efeitos contrários elevando os

gastos de forma inesperada. O gerenciamento de materiais ou gestão de estoques é, portanto, um

dos requisitos para que haja um equilíbrio econômico e financeiro dentro da organização. O objetivo

deste trabalho foi verificar a possível existência de divergências no inventário de uma unidade

offshore situada na cidade do Rio de Janeiro, além disso, foi realizada a aplicação da Curva ABC

como suporte as atividades da gestão de estoques. Um questionário foi aplicado para verificar a

existência de divergências, além disso, utilizou-se a aplicação da técnica de documentação indireta,

considerada como fonte de dados secundária, e a verificação dos dados foi realizada por meio de

informações viabilizadas pelos gestores e funcionários do setor de operações subsea da unidade

em estudo, para aplicação da curva ABC. Pode-se concluir que os resultados evidenciaram a

complexidade no gerenciamento de estoque do setor em estudo, pois a existência de possíveis

divergências não pode ser descartada. A análise permitiu, também, o direcionamento de ações para

auxiliar na tomada de decisão no que se refere à gestão de estoque, exclusivamente para o setor

da unidade estudada. Assim, a empresa através do setor analisado pode aderir e implementar o

modelo realizado em outros setores com almoxarifados independentes ou padronizar em outras

unidades de sua frota.

Palavras-chave: Gestão de Estoque, Curva ABC, Indústria Petróleo e Gás.

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45 STOCK MANAGEMENT: A STUDY ON DIVERGENCE IN THE INVENTORY OF AN OFFSHORE

UNIT IN THE CITY OF RIO DE JANEIRO

Raphael Beyruth Silva¹ [email protected]

Mara Regina dos Santos Barcelos²

[email protected]

¹Graduando em Engenharia de Produção – ISECENSA ²Professora do Institutos Superiores de Ensino do CENSA-ISECENSA

ABSTRACT Nowadays, with the increase of the competitiveness between the companies and the development

of the globalization, the managers saw the need to look for alternatives that could assure the favor

of the profitability. Stocks that are financially considered as an investment by the company contribute

greatly to cost savings in the operating sector, however, the absence of effective inventory

management can have adverse effects by raising costs unexpectedly. Material management or

inventory management is therefore one of the requirements for an economic and financial balance

within the organization. The objective of this work was to verify the possible existence of divergences

in the inventory of an offshore unit located in the city of Rio de Janeiro. In addition, the ABC Curve

was applied to support inventory management activities. A questionnaire was applied to verify the

existence of divergences. In addition, the use of the indirect documentation technique, considered

as secondary data source, was used, and data verification was performed through information made

possible by the managers and employees of the sector of subsea operations of the unit under study

for the application of the ABC curve. It can be concluded that the results evidenced the complexity

in the inventory management of the sector under study, because the existence of possible

divergences can´t be ruled out. The analysis also allowed the targeting of actions to assist in decision

making regarding inventory management, exclusively for the sector of the unit studied. Thus, the

company through the sector analyzed can join and implement the model carried out in other sectors

with independent warehouses or standardize in other units of its fleet.

Keywords: Inventory Management, ABC Curve, Oil and Gas Industry.

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46 1. INTRODUÇÃO

As empresas encontram-se em um mercado globalizado com cenário competitivo, no qual

os gestores buscam constantemente o aperfeiçoamento da administração de materiais (SILVA et

al., 2010).

Segundo Morais (2012) para se manter competitivo perante as constantes mudanças que

ocorrem em mundo globalizado, as empresas procuram ser referência para assegurar sua

sobrevivência no mercado. Essa sobrevivência é determinada pela conquista de um diferencial

competitivo e pela redução de custos.

A discussão envolvendo o gerenciamento de estoque dentro das organizações tornou-se

essencial devido ao valor que representa para a empresa, pois aquela que adquirir menores níveis

de estoque e mantiver o sistema produtivo ininterruptamente, alcançará maior eficiência. A

aquisição de bons resultados será capaz de proporcionar uma distinção dos concorrentes,

melhorando a qualidade e reduzindo custos (MOFRON et al., 2013).

A finalidade da gestão de estoque é assegurar uma quantidade de insumos suficientes

para realização das operações da empresa e simultaneamente manter um nível de estoque baixo,

procurando desenvolver o controle e a confiabilidade, diminuindo a divergência no estoque e os

itens obsoletos.

A importância do estoque pode ser concebida em diferentes formas, conforme a atividade

realizada pela empresa, sendo capaz de manter a estabilidade nas operações, minimizar custos

ligados a trabalhos sazonais, desenvolver meios de proteção contra a variação demanda e preços

de matéria prima, assegurando as operações da empresa (MOFRON et al., 2013).

O método de análise por classificação ABC é utilizado como um recurso para auxiliar na

gestão de estoques, viabilizando o levantamento de informações importantes sobre os itens de

maior ou menor consumo, relacionados com o custo de obtenção. Outro meio de utilização deste

recurso é na decisão de política de vendas, planejamento de abastecimento, programação de

operações de produção e na solução de problemas frequentes nas empresas. A curva ABC é um

procedimento gerencial que proporciona a classificação dos produtos que exigem maior atenção,

devido ao seu grau de importância dentro das operações da empresa (OLIVEIRA, 2011).

Este trabalho buscou apresentar uma forma de aprimorar o controle do estoque por meio

da ferramenta Curva ABC com o propósito de auxiliar o gestor a verificar as necessidades e

condições dos itens com maior importância operacional no setor de operação subsea, em uma

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47 unidade offshore na cidade do Rio de Janeiro, de modo a melhorar a credibilidade dos dados

fornecidos pelo sistema. Evitando problemas futuros de produtividade, e contribuindo para a

melhoria do processo, garantindo uma maior confiabilidade.

2. BIBLIOMETRIA

Nesta seção são apresentados os resultados obtidos através da pesquisa bibliométrica,

que foi realizada conforme o modelo Webibliomining, sugerido por sugeridos por Costa (2010) a fim

de analisar a produção científica sobre o tema gestão de estoques, considerando os seguintes

tópicos: Ano de publicação; Tipos de documentos; Idiomas; Principais autores; Periódicos com mior

índice de publicações, e, Países.

A base de dados Scopus foi acessada por meio do Portal de Periódicos CAPES, no mês de

junho do ano de 2019. Optou-se pela pesquisa avançada. A estrutura utilizada foi TITLE (“inventory

AND management”), limitando o período da busca nos últimos 20 anos. Desta maneira, os registros

foram selecionados através da busca dos termos somente nos títulos dos mesmos, resultando em

2.218 registros, dos quais, 1.612 são artigos.

2.1 Índices de Publicações por Ano

Os resultados mostram uma flutuação em relação ao número de publicações sobre o tema

em questão, conforme ilustrado na Figura 8. Contudo, o ano com maior número de publicações é

2017, com 158 registros. A primeira publicação referente ao tema foi realizada em 1941.

Figura 8: Publicações por ano.

Fonte: Elaboração própria.

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48 2.2 Índices de Publicações por Países

A Figura 9 apresenta o número de publicações por países. Os EUA aparecem em primeiro

lugar, totalizando 451 registros, enquanto o Brasil aparece na décima terceira posição com 34

registros publicados. É importante ressaltar que o número total de registro por países é diferente do

total de registros encontrados na busca, pois em alguns registros há autores de países diferentes,

com isso, o mesmo registro conta para mais de um país.

Figura 9: Relação do número de publicações por países.

Fonte: Elaboração própria.

2.3 Tipos de Documentos e Idiomas

Em relação aos tipos de documentos, foram encontrados 1021 artigos em periódicos (58%)

e 591 artigos de conferência (33%), os outros registros são de capítulo de livro, revisão, nota, dentre

outros, conforme ilustrado na Figura 10.

Figura 10: Documentos por tipo.

Fonte: Elaboração própria.

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Já em relação aos idiomas, o inglês predomina com 2069 registros, seguido por 40

registros em chinês, 28 em alemão e 22 em espanhol, os outros idiomas não possuem índices de

publicação expressivos.

2.4 Índices de Publicações por Áreas de Conhecimento

A Figura 11 relaciona o número de publicações por área de conhecimento, com destaque

para engenharia, com 728 registros, seguidas pela área da ciência da computação com 525

registros. Mais uma vez, o número total de registro por área de conhecimento é diferente do total

de registros encontrados na busca, pois alguns registros se encaixam em mais de uma delas.

Figura 11: Publicações por área de conhecimento. Fonte: Elaboração própria.

2.5 Índices de Publicações por Periódicos

A Tabela 1 indica o número de publicações por periódicos, com destaque para o

International Journal of Production Economics com 65 registros. Os periódicos com menos de 14

publicações não foram citados na tabela.

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Tabela 1: Publicações por periódicos

Periódicos Nº de Artigos

International Journal Of Production Economics 65

European Journal Of Operational Research 32

Production And Operations Management 21

International Journal Of Production Research 19

Applied Mechanics And Materials 17

Lecture Notes In Computer Science Including Subseries 16

Management Science 16

Operations Research 16

Advanced Materials Research 14

Journal Of The Operational Research Society 14

Fonte: Elaboração própria.

2.6 Índices de Publicações por Autores

A Tabela 2 ilustra a relação entre o número de publicações pela quantidade de autores,

com destaque para os autores: Bartoszwicz e Relvas ambos com 9 publicações, e Igaciuk com 7.

Os autores com menos de 5 publicações não foram listados na tabela.

Tabela 2: Número de publicações por autores

Autores Nº de publicações

Bartoszwicz, A. 9

Relvas, S. 9

Ignaciuk, P. 7

Berrado, A. 6

Ma, L. 6

Matos, H.A. 6

Mirabelli, G. 6

Ozbay, K. 6

Agrawal, N. 5

Barbosa- Póvoa, A.P.F.D. 5

Fonte: Elaboração própria.

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51 3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Classificação de Pesquisa

Em conformidade com Wagner (2008), no que tange a natureza, a presente pesquisa é

classificada como aplicada, visto que tem como objetivo fornecer conhecimento para uma aplicação

futura na resolução de problemas identificados.

Em uma divisão relatada por Gil (2002), o trabalho em questão é qualificado como de

caráter exploratório, visto que tem por finalidade a realização de melhorias na unidade estudada

por meio da utilização de ferramentas de gestão. Por definição, a pesquisa exploratória fornece uma

maior familiarização com o problema ao torna-lo evidente ou idealizar eventualidades sobre o

mesmo.

Sob a ótica dos procedimentos técnicos, a pesquisa proposta é classificada como estudo

de caso. Wagner (2008) afirma que na ocasião onde existe uma análise profunda e exaustiva que

proporciona conhecimento amplo e detalhado sobre um determinado assunto, caracteriza-se como

um estudo de caso.

Segundo Dantas (2015) a presente pesquisa caracteriza-se como qualitativa, em sua forma

de abordagem, pois analisa e compreende informações fornecidas pelo sistema da unidade em

estudo.

De acordo com Silva e Menezes (2005, p.20):

A pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa

Braga (2008) enfatiza que a pesquisa qualitativa direciona análises e correlaciona os fatos

por meio de investigação e registros, fundamentado na documentação direta e indireta.

3.2 Trabalhos Relacionados

Para este estudo aplica-se o método de classificação ABC como ferramenta para aprimorar

a gestão de estoques. Como é uma ferramenta muito utilizada, devido aos benefícios que

proporciona, cabe uma breve descrição de alguns trabalhos relacionados.

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Souza et al. (2017) utilizaram a ferramenta curva ABC como meio de análise na gestão de

estoques de uma empresa de artigos esportivos. Esta pesquisa contribuiu para expor a importância

da ferramenta aplicada na tomada de decisões quando relacionados à gestão de estoques.

O trabalho de Facchini, Silva e Leite (2019), propôs uma redução de estoques por meio de

aplicação da ferramenta curva ABC em uma empresa localizada em Cotia, região oeste de São

Paulo. O proposito deste trabalho foi demonstrar a administração de materiais antes e depois da

aplicação das ferramentas curva ABC e estoque de segurança classificando itens e reduzindo o

capital investido em estoque.

Brito (2010), utilizou a ferramenta curva ABC junto a outras fórmulas com objetivo de

aprimorar o gerenciamento de estoque em uma empresa sob a ótica do custo/benefício, de forma

a respeitar o nível de serviço ao consumidor sem a necessidade de manter altos níveis de estoque

e custo de manutenção. O trabalho possibilitou o desenvolvimento de um modelo de estoques viável

econômico e operacionalmente a empresa.

3.3 Procedimentos Técnicos

Neste artigo, conforme os procedimentos técnicos retratados pelo autor Gil (2009), o

estudo se mescla, visto que utiliza dados fornecidos pelo setor da empresa pesquisada bem como

fontes de papel, que fundamentam teoricamente os assuntos abordados, além da aplicação do

questionário, disponível no Apêndice 1.

3.4 População e Amostra

Os dados coletados para este estudo foram obtidos através de questionário e

documentação fornecida pela gestão do setor. O questionário foi impresso e entregue aos 20

funcionários atuantes no setor, porém apenas 10 se dispuseram a responder.

A documentação fornecida pelo gestor do setor na unidade em estudo contribuiu para a

identificação do problema, além de informações sobre a situação atual do estoque. A coleta de

dados teve sua data de início e término planejados a priori, tendo sido realizada no mês de Abril de

do ano de 2018.

3.5 Questionário

O questionário realizado para autopreenchimento foi composto por em 2 blocos. O Bloco I

é composto por questões que visam identificar o perfil dos respondentes, enquanto o que o Bloco II

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53 é composto por questões referentes ao estoque, visando identificar suas particularidades, e

possíveis divergências.

3.6 Técnica de Análise dos Resultados

A análise foi realizada mediante a verificação das principais dificuldades operacionais, para

esclarecer as divergências na administração de materiais.

As informações foram coletadas no mês de abril de 2018, com 10 funcionários envolvidos

na execução das seguintes atividades: realização de inventário, movimentação de material físico

em estoque, acesso ao material cadastrado na empresa, controle de entrada e saída de materiais

e gestão de estoque.

3.7 Limitações Metodológicas

A empresa não permitiu que os valores dos produtos em estoque fossem divulgados. Essas

informações seriam fundamentais para a aplicação da curva ABC, que foi embasada no grau de

importância operacional dos produtos, feitos por um dos funcionários que tem acesso a essa

informação. Mesmo assim, esse fato é considerado como uma limitação deste trabalho.

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Controle de Estoque

O Controle de estoque tem papel fundamental na rentabilidade de uma empresa. Os

estoques têm valor de custo equivalente a qualquer outro tipo de projeto de uma empresa, e

acumulam capital que poderia ser investido de outra maneira (OLIVEIRA; SILVA, 2014).

Os produtos em estoque têm grande influência nas empresas, uma vez que assumem o

papel de regulador de fluxo dos negócios, como enfatizam Martins e Alt (2009). Os autores

ressaltam que a reposição de determinado produto está relacionada com a velocidade entre a

entrada e saída do produto no estoque, isto é, se o produto tiver uma demanda alta ele terá um

nível de saída maior, e consequentemente um nível de entrada proporcional, sendo inversamente

o processo quando a demanda for mais baixa.

A responsabilidade da gestão de estoques é potencializar o uso da informação de saída e

entrada dos itens para tomada de decisão com relação a quantidade a ser mantida em estoque.

Concomitantemente, a gestão deve ser realizada de forma a minimizar ao máximo o capital

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54 investido para o armazenamento em estoque desses itens, já que ele tem valor significativo e eleva

seu valor constantemente, em função do consumo financeiro do capital investido. A ausência de

estoque torna impossível para uma empresa ou organização atender seus clientes de forma eficaz,

uma vez que uma das principais funções do estoque é de amortecedor nas diversas etapas

existentes entre operações e na entrega do produto (NIGRO, 2006).

Amaral e Dourado (2011, p.6) afirmam:

O objetivo do controle de estoque é também financeiro, pois a manutenção de estoques é cara e o gerenciamento do estoque deve permitir que o capital investido seja minimizado. Ao mesmo tempo, não é possível para uma empresa trabalhar sem estoque. Portanto, um bom controle de estoque passa primeiramente pelo planejamento desse estoque. De forma semelhante, os níveis dos estoques estão sujeitos à velocidade da demanda. Se a constância da procura sobre o material for maior que o tempo de ressuprimento, ou estas providências não forem tomadas em tempo oportuno, a fim de evitar a interrupção do fluxo de reabastecimento, teremos a situação de ruptura ou de esvaziamento do seu estoque, com prejuízos visíveis para a produção, manutenção, vendas etc.

Uma administração competente na estocagem é fundamental para que a organização se

mantenha competitiva e atenda satisfatoriamente suas atividades, também, é valoroso que não falte

itens essenciais e que não se adquira mercadorias. O vencimento de entrega, período anual,

demanda de procura, são variáveis que devem ser analisadas na formação do estoque (DANTAS,

2015).

Desta forma, um adequado controle de estoque decorre inicialmente pelo planejamento

desse estoque. Quais itens ou matérias-primas apresentam vantagens ao serem estocados? Para

responder essa questão o gestor levará em conta a disponibilidade do fornecedor, perecibilidade,

demanda, entre outras variáveis já citadas anteriormente. O planejamento determinará a quantidade

e qual produto deverá permanecer em estoque, além de determinar as necessidades físicas para

melhor armazenamento dos produtos (MARTELLI; DANDARO, 2015).

Dias (2009, P.13) enfatiza:

A organização de um setor de controle de estoques, inicialmente deve saber seus objetivos principais que são: determinar “o que” deve permanecer em estoque: número de itens; determinar “quando” se devem reabastecer os estoques: periodicidade; determinar “quanto” de estoque será necessário para um período predeterminado: quantidade de compra; solicitar o departamento de compras para executar aquisição de estoque: solicitação de compras; receber, armazenar e guardar os materiais estocados de acordo com as necessidades; controlar os estoques em termos de quantidade e valor; fornecer informações sobre posição do estoque; manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos materiais estocados e identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.

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55

O controle de estoque busca preservar o equilíbrio entre procura e demanda ou custos

decorrentes destas operações. Os níveis de estoque estão diretamente relacionados com a

velocidade da demanda. Caso exista uma procura constante de determinado produto e ultrapasse

o tempo de ressuprimento do mesmo, arrisca-se o esvaziamento do estoque ou ruptura. Em

contrapartida, se não avaliarmos corretamente as necessidades do estoque, pode-se alcançar um

ponto de excesso de material ou transbordamento de seus níveis em relação a demanda real, com

perdas para a circulação de capital (LOPRETE,2009).

4.2 Controle de Saída de Estoque

Segundo Pereira (2015) idealizar uma teoria de estoque conveniente com a operação alvo

da empresa, é primordial para que não haja gastos desnecessários. A adesão de um método errado

de armazenagem expõe a logística da empresa de forma que passe a deixar de associar valor ao

produto/serviço e passe a sobrecarregar os gastos a atividade em questão. Alguns procedimentos

auxiliam as empresas na gestão de entrada e saída de materiais, da mesma maneira atuam nos

custos, sendo capaz de tornar o controle de estoque mais eficiente. Alguns desses métodos são:

FEFO (First to expire First out – primeiro que vence, primeiro que sai) – compreende na

saída de um determinado produto antes que se torne impróprio para consumo. Existe maior

probabilidade no controle, evitando. Há maior possibilidade de controle, cessando desperdícios com

produtos vencidos (FOCO LOGÍSTICO, 2014).

FIFO (First in First out – primeiro que entra, primeiro que sai) – compreende na saída de

determinado produto antes que se torne obsoleto. É fundamental que a demanda do produto seja

realizada com alta precisão e que se trabalhe com transporte de confiança a fim de atingir um

serviço satisfatório na demanda (PORTAL EDUCAÇÃO, 2014).

LIFO (Last in First out – último que entra, primeiro que sai) – recurso útil para produtos sem

prazo de validade. Como a empresa irá comercializar os produtos com maior tempo no estoque,

deve-se coordenar a distribuição dos produtos por períodos a fim de garantir que não haja produtos

armazenados por tempo excedente (PORTAL EDUCAÇÃO, 2014).

4.3 Armazenagem e Alocação de Estoques

Na ótica de Nogueira (2012), sempre que o sistema de armazenagem é aproveitado de

forma correta no interior da organização, facilita na resolução de diversas questões que influenciam

nos processos de produção e logística. Desta forma a melhor utilização dos espaços oferece

benefícios como a redução de custos, no qual potencializa sua competitividade no mercado.

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Segundo Ferreira e Battesini (2016, p.62):

A armazenagem e recuperação de itens em estoque são operações importantes no processo logístico que estão relacionadas à última etapa do ciclo do produto, antes de chegar ao consumidor final. Atuar com eficiência nesses processos tende a aumentar a competitividade empresarial com base no grau de satisfação dos clientes.

Pozo (2010, p.11) enfatiza “É o processo que envolve administração dos espaços

necessários para manter os materiais estocados”. Esta operação abrange diversos elementos como

equipamentos de movimentação, arranjo físico, localização, recurso humano e financeiro. Os custos

nesta atividade podem variar entre 10 a 40% das despesas com a logística, no entanto, se a gestão

realizada for eficiente, agrega valor ao produto, se diferenciando no atendimento aos clientes.

O local onde as empresas mantêm em segurança os materiais em estoque é denominado

almoxarifado. Este local é de extrema confiança dos seus gestores, pois grande parte do capital

investido está armazenado no mesmo (FAVERI 2010).

Viana (2002, p.272) define:

[...] o local destinado à fiel guarda e conservação de materiais, em recinto coberto ou não, adequado a sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua localização, equipamentos e disposição interna condicionados a política geral de estoques da empresa.

Para Felix (2017), existem dois modelos de armazenamento de materiais, o primeiro

consiste em estocagem fixa, onde um local é especificado para armazenar um determinado

material, e o outro consiste em estocagem livre, onde os materiais não têm locais específicos para

serem armazenados, desta forma os materiais recebidos ocupam os espaços vazios.

Na visão de Fleury, Wanke e Figueiredo (2000) a definição da localização estratégica no

posicionamento logístico estende-se à alocação dos estoques, sendo classificada como

centralizada ou descentralizada. A definição de centralização dos estoques consiste na máxima

prorrogação no transporte dos produtos, neste caso o processo de logística de transporte só será

realizado após a solicitação do cliente. Na descentralização dos estoques, o processo ocorre de

forma contrária, de modo que a movimentação é antecipada baseada em previsões de demanda e

assim diminuindo o tempo de transporte até o cliente.

Já Alvarenga e Novaes (2000) complementam que o local onde são armazenados os

estoques vincula-se aos objetivos gerais de cada organização. O estudo na gestão dos estoques

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57 deve-se levar em consideração os produtos em consumo de forma sazonal, por exemplo, o

consumo de mercadorias dominantes em datas festivas, que não se consome com tanta frequência

no resto do ano, ou outros tipos de defasagem temporal entre consumo e produção.

4.4 Classificação ABC

Segundo Partovi e Anandarajan (2002) as organizações que apresentam uma quantidade

significativa de produtos diversificados acabam tendo maiores dificuldades para realizar a gestão

de estoque, por esse motivo há necessidade da utilização de metodologia para assessorar neste

processo. A classificação obtida com a aplicação da curva ABC é recomendada para estes casos.

O estudo realizado pelo economista Vilfredo Pareto sobre a disposição de renda entre a

população salientou a existência de uma lei universal de má distribuição, quer dizer, ele certificou

que a menor parte da população adquiria maior percentual da renda, restando uma porcentagem

significativamente menor para maior percentual da população. De acordo com Pareto, a relação era

na proporção de 80% e 20%, ou seja, 20% da população correspondiam a maior parte da renda e

os 80% restante compreendiam a parte menor (SIMÕES, 2007).

Facchini, Silva e Leite (2019, p.75) enfatizam:

Curva ABC é uma metodologia baseada no teorema do economista Vilfredo Pareto, do século XIX, que realizou um estudo sobre renda e riqueza, em que ele observou que uma pequena parcela da população (20%) detinha a maior parte da riqueza (80%). Esse conceito se tornou uma grande ferramenta da administração.

Mediante a esse conceito, a General Electric efetivou um ajuste do princípio de Pareto à

gestão de materiais, que foi intitulada como curva ABC. Esta corresponde a um recurso que

proporciona a identificação dos itens que demandam maior atenção e tratamento apropriado em

seu gerenciamento (VAGO et al., 2012).

Para Gonçalves, Novaes e Simonetti (2006) a definição em três classes (A, B, C) é uma

questão de conveniência. É possível estabelecer inúmeras classes quanto necessárias para o

controle pretendido. De acordo com esta metodologia, os itens são divididos em três classes:

Classe A: abrange um conjunto de unidades com maior importância e deve obter um

cuidado especial pela administração. Corresponde cerca de 20% das unidades, com uma

representação próxima de 80% do valor total do estoque. Estas unidades devem receber um

controle mais rigoroso pelo gestor, pois pelo o grau de importância, é responsável por parte maior

do faturamento da empresa.

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Classe B: corresponde ao conjunto de unidades em situação intermediária no meio das

classes A e C. Não há necessidades de um controle tão rigoroso como as unidades classe A.

Retratam um valor intermediário no faturamento empresarial.

Classe C: englobam unidades de menor importância, justificando assim pouca atenção por

parte da gestão. Representam cerca de 70% das unidades, porém com valor de importância menor,

representando 20% do valor em estoque. Desta forma, não há necessidade de apreciar as unidades

de forma individual, pois são itens de menor importância no faturamento das instituições.

Entretanto esses dados não são um modelo oficial. Para elaborar a classificação é

necessário analisar o conceito da criticidade, delimitado por Martins e Alt (2009, p.165) como “a

avaliação dos itens quanto ao impacto que sua falta causará na operação da empresa, na imagem

da empresa perante os clientes, na facilidade de substituição do item por outro e na velocidade de

obsolescência”.

Dias (2015) assinala que a definição das classes A, B e C segue princípios de bom senso

e conveniência dos controles a serem estabelecidos. Na maior parte dos casos são ordenados, no

máximo, 20% das unidades na classe A, 30% na classe B e os remanescentes 50% na classe C.

As porcentagens podem variar de caso para caso, de acordo com as necessidades administrativas

de cada empresa.

O procedimento ou método de curva ABC assiste eficazmente no sistema de

gerenciamento de decisões da alta gerência. Com o método ABC as instituições podem aprimorar

os seus processos, melhorando sua eficiência e reduzindo os custos. Desta forma, a instituição

consegue minimizar os custos e adicionar valor continuamente a seus clientes e stakeholders. O

resultado da aplicação do método ajudará a identificar os itens com maior rentabilidade, facilitando

a diversidade de produtos e estimando as demandas de recursos (SILVEIRA, 2010).

Sandrini (2017) também relata que a classificação ABC e uma ferramenta muito vinculada

ao gerenciamento de estoque. Apesar de ser bastante utilizada, a classificação ABC é um apoio no

planejamento de controle dos estoques, isto é, separa os itens com maior importância, para o

desenvolvimento das empresas, dos itens de menor necessidade. Com isso, a organização

minimiza tempo e mão-de-obra nos produtos não essenciais. Em resumo, a ferramenta em questão

não deve ser utilizada sozinha, pois a mesma apresenta as direções que as organizações devem

seguir.

A curva ABC, por sua simplicidade, pode ser utilizada para solucionar problemas no

gerenciamento de estoques, por meio dos números coletados na empresa (SOUZA et al., 2017).

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59 5. ESTUDO DE CASO

5.1 Descrição da Empresa

A empresa na qual foi realizado este trabalho, denominada de Empresa Z, é uma grande

multinacional estabelecida no Brasil em 1958, e está situada em 48 países. Sua principal função é

promover soluções para apoiar o desenvolvimento de sistemas submarinos com configurações

variadas, incluindo árvores submarinas, manifolds, sistemas de controle, tubos rígidos e flexíveis,

bem como serviços de intervenção e instalação.

Atualmente, no Brasil possui oito sites, incluindo instalações fabris, de serviços e bases

logísticas, centro de testes e tecnologia localizados no Rio de Janeiro, e uma frota de embarcações

PLSV (PIPE LAYING SUPPORT VESSEL) para instalações de tubos e equipamentos submarinos.

O estudo foi realizado em uma embarcação PLSV da Empresa Z atuante na cidade do Rio

de Janeiro. Foi selecionado o setor de intervenção submarina desta embarcação para a realização

do estudo, devido à existência de um estoque particular neste setor, que é possui 20 funcionários

trabalhando em escala de 14/14 dias, sendo quatro supervisores, dois superintendentes e quatorze

operadores.

O setor de intervenção e instalação submarina tem grande importância, pois é a parte onde

é concretizada a solução proposta para o cliente ou a entrega do serviço indicado. O atraso nesta

etapa da operação causa multas contratuais, além de interferir no desempenho da embarcação, de

forma que outras empresas poderiam se aproveitar, já que oferecem a mesma solução.

5.2 Resultados e Discussões

5.2.1 Caracterização do Estoque

O estoque da Empresa Z é composto por 22.527 (vinte e dois mil, e quinhentos e vinte e

sete) itens, organizado em quatro grupos que são relacionados por meio da utilização nos

equipamentos, como representado na Tabela 3. Portanto, a curva ABC foi aplicada em cada grupo

individualmente, e no estoque geral.

O setor não possui software para controle da quantidade de itens em estoque, utiliza-se

uma planilha do Excel. Além disso, os funcionários reconhecem que a manutenção no estoque não

é feita de forma regular, podendo haver controversas entre o valor anotado na planilha e sua

quantidade física real, um risco caso o item seja de grande importância para a operação.

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Tabela 3: Total de itens em estoque por grupo

Grupos Equipamentos Quantidade de Itens

Grupo 1 Guincho de Lançamento 169

Grupo 2 Veículo Operado Remotamente (ROV) 16452

Grupo 3 TMS 1346

Grupo 4 Sala de Controle 4560

Total dos Itens em Estoque 22527

Fonte: Elaboração própria.

Outra informação observada pelos funcionários é falta de um lugar específico para o

armazenamento dos itens, devido o layout do navio, o armazenamento é feito junto ao laboratório

de eletrônica, com isso alguns itens são retirados durante manutenção e não são anotados, pelo

fato de não ter um controle rigoroso, já que várias pessoas têm acesso ao laboratório, e

consequentemente ao estoque.

5.2.2 Resultados da Aplicação do Questionário

5.2.2.1 Análises do Bloco I: Perfil da Amostra

No que diz respeito ao gênero dos respondentes, 20% são do gênero feminino e 80% do

gênero masculino, conforme ilustra a Figura 12.

Figura 12: Percentual de gênero dos respondentes.

Fonte: Elaboração própria.

A faixa etária dos respondentes varia da seguinte forma: (i) 10% possuem idade entre 18

e 25 anos; (ii) 50% possuem idade entre 26 e 35 anos; (iii) 40% possuem idade entre 36 e 50 anos,

conforme ilustra a Figura 13.

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Figura 13: Percentual de Idade dos respondentes.

Fonte: Elaboração própria.

Os respondentes são experientes visto que 80% dos respondentes têm mais de 2 anos na

empresa analisada, em contrapartida, 20% deles possuem até 2 anos; e outros 20% possuem mais

de 10 anos, conforme ilustrado na Figura 14.

.

Figura 14: Percentual de tempo de empresa.

Fonte: Elaboração própria.

5.2.2.2 Análises do Bloco II: Estoque

As 14 questões deste bloco foram elaboradas com o objetivo de tentar identificar se há

divergências no estoque da Empresa Z, na percepção de seus funcionários. Sendo assim, todas

elas utilizam escala de respostas dicotômicas, ou seja, sim ou não.

A Tabela 4 resume como os respondentes avaliaram cada questão. Importante ressaltar que

no que diz respeito às questões: 1 (O setor utiliza algum software para o controle de estoque?), 7

(Todo o funcionário do setor tem acesso ao estoque?), e 14 (Sabe informar o modelo de gestão de

estoques utilizado no setor?) os respondentes foram unânimes, concordando no caso da questão 7

(Todo o funcionário do setor tem acesso ao estoque?), e negando no caso das questões 1 e 14.

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62 Ou seja, todos os funcionários têm acesso ao estoque, o setor em questão não utiliza um

software para controle de estoque, conforme já foi relatado anteriormente. E ainda, nenhum deles

sabe informar qual o sistema de gestão adotado pela empresa.

Tabela 4: Respostas do bloco II

Questões Respostas

Sim Não

Questão 1 0 10

Questão 2 6 4

Questão 3 6 4

Questão 4 1 9

Questão 5 6 4

Questão 6 5 5

Questão 7 10 0

Questão 8 7 3

Questão 9 8 2

Questão 10 4 6

Questão 11 8 2

Questão 12 6 4

Questão 13 4 6

Questão 14 0 10

Fonte: Elaboração própria.

Além disso, a maioria dos funcionários concorda que: (i) ocorre falta de materiais com

frequência (questão 5); (ii) funcionários que não são do setor tem acesso ao estoque (questão 8);

(iii) ocorrem imprevistos devido à falta de itens (questão 9); (iv) a maioria já presenciou atrasos

devido à falta de itens (questão 11). Quanto ao local de armazenamento, 50% acha que o local é

ideal, e 50 % acha que não.

Esses resultados podem expressar uma realidade não muito adequada para a empresa, pois

em virtude deles, pode haver indícios de divergências no estoque. Sendo necessária uma atenção

especial da gerência em relação a este setor.

5.2.3 Classificação ou Curva ABC

A classificação ABC aplicada neste trabalho realizada com base na importância dos itens,

para cada grupo, uma vez que a empresa não autorizou a divulgação dos valores dos mesmos. A

identificação da importância dos itens foi realizada por um supervisor do setor que tem acesso aos

valores dos mesmos. É importante relatar que pode haver subjetividade no processo de

identificação.

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No primeiro grupo foram considerados os itens utilizados no guincho de lançamento. São

dois guinchos idênticos utilizados no setor, a Tabela 5 apresenta a classificação ABC dos itens

utilizados nestes equipamentos, seguindo o critério descrito acima.

Tabela 5: Itens utilizados no guincho de lançamento.

Classificação Quantidade de Itens % Itens

classificados % Ideal ABC

Classe A 54 31,95 10 -20

Classe B 56 33,14 20-30

Classe C 59 34,91 50-70

Total 169 100 100

Fonte: Elaboração própria.

A classe A deveria representar cerca de 10 a 20% dos itens em estoque, a classe B de 20

a 30% e a classe C de 50 a 70% (LOPRETE, 2009). As diferenças entre os valores determinados

na literatura e os valores reais apresentados mostram que na análise do primeiro grupo não se têm

uma definição correta dos itens e suas quantidades ideais, desta forma a probabilidade de o estoque

ter um custo desnecessário é real, visto que o índice de classe A e B estão acima do recomendado,

porém analisando por outra ótica, a classe C tem um déficit, podendo assim estar faltando itens de

menor importância, como ilustrado na Figura 15.

Figura 15: Itens utilizados no guincho de lançamento.

Fonte: Elaboração própria.

A Tabela 6 apresenta a classificação ABC realizada no segundo grupo com os itens de

utilização no ROV (REMOTELY OPERATED VEHICLE). São dois veículos similares no setor,

permanecendo os critérios citados.

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Tabela 6: Itens utilizados no veículo operado remotamente

Classificação Quantidade de Itens % Itens

classificados % Ideal ABC

Classe A 845 5,14 10 -20

Classe B 4144 25,19 20-30

Classe C 11463 69,67 50-70

Total 16452 100 100

Fonte: Elaboração própria.

A porcentagem dos itens em estoque corresponde aos valores considerados ideais, exceto

a faixa da classe A, considerada como de maior importância, está abaixo do valor mínimo ideal

estabelecido pela revisão de literatura, ilustrado na Figura 16. Portanto existe uma probabilidade de

inexistência de itens significativos para operação, sendo capaz de gerar possíveis custos adicionais.

Figura 16: Itens utilizados no veículo operado remotamente. Fonte: Elaboração própria.

No terceiro grupo foram considerados os itens utilizados na TMS (TETHER

MANAGEMENT SYSTEM) equipamento utilizado junto ao ROV em operações subsea. No setor

estudado há duas unidades cômpares e a Tabela 7 representa a classificação ABC dos itens neles

utilizados, e a Figura 17 possibilita uma melhor visualização dos dados apresentados.

Tabela 7: Itens utilizados na TMS

Classificação Quantidade de Itens % Itens

classificados % Ideal ABC

Classe A 219 16,27 10 -20

Classe B 372 27,63 20-30

Classe C 755 56,10 50-70

Total 1346 100 100

Fonte: Elaboração própria.

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Figura 17: Itens utilizados na TMS. Fonte: Elaboração própria.

O quarto grupo foi formado por itens utilizados na sala de operação, onde transcorre todo

controle operacional e seu monitoramento. A Tabela 8 representa a classificação dos itens utilizados

neste local.

Tabela 8: Itens de Utilização Sala de Operação

Classificação Quantidade de Itens % Itens

classificados % Ideal ABC

Classe A 169 3,70 10 -20

Classe B 1450 31,80 20-30

Classe C 2941 64,50 50-70

Total 4560 100 100

Fonte: Elaboração própria.

Figura 18: Itens de utilização na sala de operação. Fonte: Elaboração própria.

A Figura 18 esclarece as divergências apresentadas, na Tabela 8, que indicam um déficit

na classe A, considerada de grande importância operacional. A inexistência de itens na classe A,

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66 aumentam o potencial de custos adicionais, devido à grande importância dos mesmos na operação.

A classe B está levemente acima dos parâmetros ideais observadas na literatura, desta forma,

existe a possibilidade de custo desnecessário no estoque com itens de importância mediana. Já a

classe C, se encontra nos valores considerados ideais no estudo.

A Tabela 9 exibe a soma dos valores classificados anteriormente com objetivo de analisar

o estoque em geral.

Tabela 9: Análise geral do estoque

Classificação Quantidade de Itens % Itens

classificados % Ideal ABC

Classe A 1287 5,72 10 -20

Classe B 6022 26,73 20-30

Classe C 15218 67,55 50-70

Total 22527 100 100

Fonte: Elaboração própria.

Os dados da Tabela 9 revelam que no estoque em geral, os valores não apresentam

grande divergência dos valores ideais, exceto a classe A que surge com um percentual abaixo do

ideal, aumentando a probabilidade de custo adicional por falta de insumo operacional, já o custo de

armazenamento do estoque, encontra-se controlado, devido à inexistência de excesso de itens nas

classes organizadas. A Figura 19 ilustra os valores encontrados na análise do estoque em geral.

Figura 19: Análise geral do estoque. Fonte: Elaboração própria.

6. CONCLUSÕES

O trabalho buscou identificar as necessidades de uma boa gestão de estoque visto que as

organizações que apresentam um planejamento estratégico se destacam diante dos concorrentes.

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De acordo com a revisão da literatura, verificou-se a utilização de alguns métodos de

implementação para melhor gestão de estoques e suprimentos. Este processo pode transcorrer de

várias formas, levando em consideração as características e necessidades de cada empresa. Desta

maneira, sabe-se que não há uma estrutura formal para elaboração de um sistema de gestão de

estoques, a visto disso, os resultados expostos são válidos somente para o caso pesquisado.

A aplicação do questionário revela indícios de que pode haver divergências no estoque da

empresa, visto que na opinião dos respondentes, todos os funcionários do setor, e de outros setores

têm acesso ao estoque, além do fato que não há um software para auxiliar nesta atividade.

Mediante ao estudo realizado, foi possível fundamentar a importância da ferramenta Curva

ABC no auxílio para análise da gestão de estoque e sua eficácia nas tomadas de decisões. A

ferramenta constitui na obtenção de informações de consumo, custo de armazenamento e também

no controle de inventário, devido ao grau de importância na classificação dos itens. Em

consequência, a organização poderá reduzir os custos com o armazenamento de estoques,

melhoria na qualidade dos serviços e maximizar seus lucros.

Além disso, foi averiguado que o controle de estoque aplicado no setor não apresentava

ser eficiente ou eficaz, de forma que existe a possibilidade de custos extras por falta de material, já

que há uma defasagem na seleção dos itens de classe A na análise do estoque geral. Outro ponto

observado, foi na aplicação do estoque individual, houve alguns itens que divergiram do ideal

apresentado pela ferramenta, expondo-se a custos extras com o armazenamento e ou com falta de

itens.

Sugere-se que a empresa aplique a ferramenta, curva ABC, em sua gestão de estoque, de

forma a evitar gastos extras por falta de itens importantes para as operações do setor de intervenção

submarina e evitar divergência de informação entre o inventário físico e teórico. Além disso,

conscientizar os funcionários sobre o valor que existe em manter uma gestão de estoque eficiente.

É considerável assegurar que os benefícios sejam viáveis para o nível de maturidade da

organização, de mesma maneira que os riscos envolvidos transcorram de forma controlada.

Com este estudo, espera-se o surgimento de reflexões e questões, que possam contribuir

na consolidação do conhecimento pessoal e profissional. Que o mesmo seja uma fonte de consulta

para futuras pesquisas, para aqueles que tenham interesse na utilização da ferramenta Curva ABC

como método para auxiliar na gestão de estoques.

Destaca-se, todavia, que não há intenção em esgotar os estudos que podem ser realizados

por meio da classificação ou curva ABC em um estoque, mas sim, validar a utilização da ferramenta

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68 para aprimorar os resultados, tanto de custos quanto operacionais. Sugere-se, para pesquisas

futuras, a verificação de itens estocados em outras organizações por meio da classificação ABC,

como forma de comparação com o presente estudo, ampliando, assim, o conhecimento sobre o

assunto.

Como limitações deste estudo é possível citar o fato de que a empresa não disponibilizou

os valores dos itens de seu estoque, pois isto faria com que a aplicação da curva ABC fosse mais

eficaz. Além disso, a pesquisa foi aplicada em uma unidade situada na cidade do Rio de Janeiro,

se a mesma pesquisa for aplicada em outra unidade, os resultados podem ser diferentes.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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VASCONCELOS, I.W. A importância de práticas adequadas de gestão de estoques de materiais críticos para a produção: um estudo de caso em uma siderúrgica. 2016. 88p. Monografia (Bacharelado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Ouro Preto, João Monlevade, Minas Gerais, 2016. Disponível em: < https://www.monografias.ufop.br/bitstream/35400000/184/1/MONOGRAFIA_Import%C3%A2nciaPr%C3%A1ticasAdequadas.pdf>. Acesso em 20 Setembro 2018.

VIANA, J.J. Administração de materiais: Um enfoque prático. 1° edição. São Paulo: Atlas AS, 2000, 448p.

VIANA, J.J. Administração de materiais, um Enfoque Prático. 1° edição. São Paulo: Editora Atlas, 2002.

VIANA, J.J. Administração de Materiais: Um Enfoque Prático. São Paulo, Atlas, 2009.

Page 78: GESTÃO DE ESTOQUE: UM ESTUDO SOBRE A ......para estocagem de diversos bens, como auxilio em seu crescimento e sustento (GARCIA et al., 2006). Segundo Viana (2000), o controle do estoque

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APÊNDICE 1: QUESTIONÁRIO

Bloco II: Importância do setor de estoque

Por favor, agora você deve marcar Sim, ou Não para cada uma das perguntas, de acordo com as atividades que você realiza na empresa, e com sua percepção.

QUESTÕES SIM NÃO

Q1: O setor utiliza algum software para o controle de estoque?

Q2: O material recebido é conferido?

Q3: O inventário é realizado com frequência?

Q4: O fluxo de entrada e saída dos itens é alto?

Q5: Ocorre falta de materiais com frequência?

Q6: O local onde os itens são armazenados é o ideal?

Q7: Todo o funcionário do setor tem acesso ao estoque?

Q8: Funcionários que não são do setor tem acesso ao estoque?

Q9: Ocorrem improvisos no trabalho devido à falta de algum item?

Q10: Você acha que a empresa tem prejuízos por falta de itens?

Q11: Você já presenciou algum atraso nas operações devido a essas faltas?

Q12: Você sabe a importância da gestão de estoques para a empresa?

Q13: Um controle mais rigoroso, minimizaria os custos operacionais?

Q14: Sabe informar o modelo de gestão de estoques utilizado no setor?

Esta pesquisa é parte integrante do trabalho de conclusão de curso de Engenharia de Produção do ISECENSA, tendo por objetivo verificar o nível de informação sobre a importância do estoque nas organizações e analisar de forma geral o armazenamento de itens em estoque.

Bloco I: Perfil dos Respondentes

Por favor, nesta etapa você deve informar dados referentes a sua atuação na empresa, assim como alguns dados pessoais. Obrigada por participar desta pesquisa.

Nome (Opcional):

Cargo: _________________________

Gênero: ⃝ Masculino

⃝ Feminino

Idade:

⃝ Entre 18 e 25 anos ⃝ Entre 26 e 35

anos

⃝ Entre 36 e 50 anos ⃝ Entre 51 e 60

anos

⃝ 61 anos ou mais

Tempo na Empresa (em anos):

⃝ 0-2 ⃝ 2-4 ⃝ 4-10 ⃝ >10

Houve mudança de Setor recentemente?

⃝ Sim ⃝ Não