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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
RAFAEL XIMENES BORGES
GESTÃO DE SEGURANÇA OPERACIONAL DE VOO NO NÍVEL DE ESTADO:
NOVAS FUNÇÕES REQUERIDAS NA ATIVIDADE DE CERTIFICAÇÃO DE
PRODUTO AERONÁUTICO
PALHOÇA
2018
RAFAEL XIMENES BORGES
GESTÃO DE SEGURANÇA OPERACIONAL DE VOO NO NÍVEL DE ESTADO:
NOVAS FUNÇÕES REQUERIDAS NA ATIVIDADE DE CERTIFICAÇÃO DE
PRODUTO AERONÁUTICO
Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação Lato
Sensu em Gestão e Direito Aeronáutico, da Universidade do
Sul de Santa Catarina, como requisito à obtenção do título
de Especialista em Gestão e Direito Aeronáutico.
Orientação: Prof. ALESSANDRE FONTES SAMPAIO.
PALHOÇA
2018
RAFAEL XIMENES BORGES
GESTÃO DE SEGURANÇA OPERACIONAL DE VOO NO NÍVEL DE ESTADO:
NOVAS FUNÇÕES REQUERIDAS NA ATIVIDADE DE CERTIFICAÇÃO DE
PRODUTO AERONÁUTICO
Esta Monografia foi julgada adequada à obtenção do título
de Especialista em Gestão e Direito Aeronáutico e aprovado
em sua forma final pelo Curso de Pós-Graduação Lato
Sensu em Gestão e Direito Aeronáutico, da Universidade do
Sul de Santa Catarina.
Palhoça, 05 de junho de 2018.
_____________________________________________________
Professor orientador: Alessandre Fontes Sampaio.
Universidade do Sul de Santa Catarina
_____________________________________________________
Prof. Giovani de Paula, Dr.
Universidade do Sul de Santa Catarina
“Dedico este trabalho a minha família, em
especial minha esposa Aline e meus filhos Vicente
e Augusto, que são minha inspiração diária para
encarar meus desafios, e minha mãe Laudicéia
que sempre incentivou meus estudos”
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela companhia constante.
Agradeço ao Professor Alessandre Fontes Sampaio, pelas sugestões e orientação.
Agradeço ao grupo de professores que compõem o corpo docente da Unisul e que
contribuíram com minha formação, dentro deste curso de pós graduação, com destaque para o
professor Adriano Martendal, pela dedicação em nos facilitar o entendimento sobre os
princípios de metodologia de pesquisa.
Agradeço ao Professor Coordenador Giovani de Paula pela dedicação em atender aos
alunos e em incentivar o conhecimento dos mesmos, neste curso de pós graduação.
Agradeço à equipe de tutores pela pronta resposta a todas minhas dúvidas.
Agradeço ao pessoal do polo de São José dos Campos, pelo profissionalismo.
E agradeço à ANAC, pela concessão de bolsa de estudos e de licença capacitação
dedicada à elaboração deste trabalho de conclusão.
RESUMO
Este trabalho aborda as funções requeridas aos Estados para a implementação da Gestão de
Segurança Operacional de Voo, que integram as responsabilidades dos Estados contidas no
Anexo 19 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional. Neste contexto é feita uma avaliação
do status de adoção destas práticas no rol de competências atribuídas à ANAC, na área
específica de certificação de projeto e fabricação de aeronave, motor de aeronave e hélices. Para
isso, a metodologia utilizada visou a aplicação de uma pesquisa teórica, por meio de análise
documental, abrangendo bibliografia pública nacional e internacional sobre o tema, que
propiciou a aplicação de uma análise de caráter dedutivo e comparativo. Assim, como ação
prática, é constatado que haveria oportunidades de melhoria na determinação de competências
e atribuições envolvidas, o que seria oportuno, uma vez que se encontram em fase de
implementação as disposições sobre o tema no Brasil, sobretudo na área estudada. Finalmente,
destaca-se que as melhorias sugeridas englobam uma eventual revisão do atual Regimento
Interno da Agencia, assim como do rol de atribuições delegadas internamente à área estudada,
que poderia culminar inclusive na reestruturação organizacional ligada à atividade de
certificação de produto aeronáutico.
Palavras-chave: Certificação de produto aeronáutico. Gestão da segurança operacional de voo,
Responsabilidades de Estado quanto à segurança operacional de voo.
ABSTRACT
This initiative addresses the State safety management functions, which integrates the Member
States obligations contained in Annex 19 to the Convention on International Civil Aviation. An
assessment was made in order to measure the level of adoption of such practices in ANAC list
of competences, regarding the sector responsible for the certification for products and parts. A
theoretical research was carried out through documentary analysis, which considered national
and international public bibliography. It allowed the accomplishment of deductive and
comparative analyses. Thus, as a practical action, it was verified that there are opportunities for
improvement in the determination of competences and attributions, since ANAC efforts are in
the beginning phase of implementation in the considered area. Eventually, the considered
opportunities of improvement encompass a possibility of revision of the current ANAC Internal
rules, which could culminate in a decision-making regarding the possibility of an organizational
restructuring in the studied area.
Key word: Certification Procedures for Products, Safety management, State safety
responsibilities.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................................... 12
2.1 SEGURANÇA OPERACIONAL DE VOO ............................................................................. 12
2.1.1 Base conceitual..................................................................................................................... 12
2.1.2 Disposições internacionais sobre segurança operacional de voo ..................................... 12
2.1.3 Segurança operacional de voo no contexto da aviação civil brasileira ........................... 13
2.2 GESTÃO DA SEGURANÇA OPERACIONAL DE VOO ...................................................... 14
2.2.1 Base conceitual..................................................................................................................... 14
2.2.2 Supervisão da Segurança operacional de voo pelo Estado .............................................. 15
2.2.3 Programa de Gestão da segurança operacional de voo de Estado .................................. 16
2.2.4 Programa de Segurança operacional específico (PSOE-ANAC) .................................... 17
2.2.5 Gerenciamento da segurança operacional de voo ............................................................ 18
2.3 CERTIFICAÇÃO DE PRODUTO AERONÁUTICO .............................................................. 19
2.3.1 Base conceitual..................................................................................................................... 19
2.3.2 Competências ligadas ao PSOE-ANAC na área de certificação de produto .................. 20
3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................... 22
3.1 DADOS COLETADOS ............................................................................................................ 22
3.1.1 Responsabilidades dos Estados: Supervisão e Gestão ...................................................... 22
3.1.2 Atribuições confirmadas por meio do PSOE-ANAC ....................................................... 24
3.1.3 Estrutura Organizacional da ANAC ................................................................................. 25
3.1.4 Identificação das estruturas organizacionais (SAR, SIA e SPO) .................................... 26
3.1.4.1 Estrutura SAR ....................................................................................................................... 26
3.1.4.2 Estrutura SIA ......................................................................................................................... 27
3.1.4.3 Estrutura SPO ........................................................................................................................ 28
3.1.5 Comparação entre competências (SAR, SIA e SPO) ....................................................... 29
3.1.6 Competências da SAR delegadas internamente ............................................................... 33
3.1.7 Competências de gestão já implementadas dentro da ANAC ......................................... 35
3.1.8 Estrutura organizacional da FAA...................................................................................... 35
3.1.9 Tendências ligadas ao tema (Estudo ANAC) .................................................................... 37
3.1.9.1 Requisitos de certificação em vigor ...................................................................................... 37
3.1.9.2 Modelo de fiscalização .......................................................................................................... 37
3.1.9.3 Supervisão baseada em desempenho - SBD .......................................................................... 38
3.2 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS ................................................................................. 38
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 45
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 47
10
1 INTRODUÇÃO
“O crescimento significativo das atividades de transporte aéreo no cenário nacional e
internacional traz consigo a necessidade de que as nações e regiões, bem como a indústria,
respondam de forma proativa aos atuais e emergentes riscos à segurança operacional advindos
desse crescimento. Essa capacidade de resposta, por sua vez, traduz-se no desenvolvimento de
regulação estratégica e de infraestrutura que sejam capazes de orientar e garantir o crescimento
sustentável da indústria da aviação civil, com base no equilíbrio entre o gerenciamento
financeiro e o gerenciamento da segurança operacional” (ANAC, 2015a).
Neste sentido, a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) tem direcionado o
esforço dos Estados e Indústrias para integrarem a seus modelos de supervisão, técnicas de
gestão de segurança operacional de voo.
Tais disposições foram formalizadas por meio do Anexo 19 à Convenção de Aviação
Civil Internacional e requerem que os Estados evoluam seu sistema de supervisão para incluir
ou aprimorar ferramentas de gestão, tal direcionamento é confirmado pela OACI (2016a).
Essa iniciativa vem acompanhada de novas exigências também para os Regulados,
representados pela indústria, da qual passa a ser exigida a implementação e manutenção de um
Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional a ser supervisionado pelo Estado
(ANAC, 2015a).
Com base em (OACI, 2016a) pode-se perceber que uma das decisões estratégicas que
precisa ser tomada e aprimorada é a respeito de um diagnóstico das funções organizacionais já
implementadas por parte dos Estados, para que seja possível colocar em prática as novas
disposições sobre gestão requeridas por esta nova abordagem.
Dentre as áreas de atuação do Estado, destaca-se a certificação de produto aeronáutico,
que apesar de ter tradição em análise e gestão de risco, atrelada à verificação de cumprimento
com requisitos para a aprovação de projeto de produto aeronáutico, no que compete gestão de
risco organizacional, ainda não havia tal exigência, podendo ainda existir lacunas em sua
estrutura organizacional. (ANAC, 2016).
Contudo, tem-se o seguinte questionamento, quais funções requeridas por este modelo
de gestão, no que compete a atuação dos Estados, ainda precisam ser adotadas pela ANAC, no
que tange a atividade de certificação de produto aeronáutico?
Diante do questionamento acima, como objetivo geral deste trabalho, buscou-se
Identificar quais funções organizacionais ainda poderiam ser explicitadas pela ANAC no rol de
competências ligadas à atividade de certificação de produto aeronáutico para refletir as
disposições da OACI sobre gestão de segurança operacional.
11
E no intuito de atingir o objetivo geral, tem-se os seguintes objetivos específicos a serem
desenvolvidos por meio deste trabalho, no contexto da certificação de produto aeronáutico:
a) Identificar quais funções relacionadas com técnicas de gestão são requeridas e
aplicáveis para a implementação das disposições do programa de segurança
operacional de Estado com base em material disponibilizado pela OACI e por
autoridades de aviação civil;
b) Verificar o status de adoção das funções de Estado preconizadas pelo Anexo 19
no rol de competências atribuídas à ANAC; e
c) Apontar sugestão sobre quais funções ainda poderiam ser explicitadas, tomando
por base a área específica de certificação de projeto e fabricação de aeronave,
motor de aeronave e hélices, também mencionada neste trabalho como
certificação de produto aeronáutico.
Como metodologia, foi aplicada pesquisa teórica e exploratória, cujos critérios de
pesquisa considerados foram:
a) Fonte de informação pública nacional e internacional sobre o tema;
b) Material disponibilizado pela OACI sobre o tema, com foco nas funções
requeridas de gestão de segurança operacional de voo de Estado e na sua
integração com a atual estrutura de supervisão de segurança operacional de voo;
c) Documentação disponibilizada sobre a ANAC a respeito de sua organização de
trabalho, com foco em atribuição de competências e atribuições aos setores de
supervisão da certificação de produto aeronáutico, englobando legislação e
normativos expedidos de maneira ostensiva pela própria ANAC;
d) Estudos desenvolvidos pela ANAC e por autoridade de aviação civil estrangeira,
com foco nas possibilidades de evolução das atuais funções de supervisão da
atividade de certificação de produto aeronáutico, devido ao advento do Anexo
19; e
e) Estrutura organizacional de trabalho da autoridade de aviação civil
estadunidense, a Federal Aviation Administration (FAA).
De posse das informações coletadas, foi realizado um estudo dedutivo e comparativo
para confrontar a estrutura organizacional e as funções já atribuídas à área de certificação de
produto aeronáutico com as funções trazidas pelo Anexo 19 à Convenção de Aviação Civil
Internacional.
A seguir é apresentado o Capítulo 2 com o referencial teórico abordado neste trabalho.
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 SEGURANÇA OPERACIONAL DE VOO
2.1.1 Base conceitual
Pode-se afirmar que o advento do transporte aéreo comercial, no século XX, trouxe uma
necessidade de desenvolvimento, sobretudo seguro e ordeiro da aviação, o que culminou na
criação de regras gerais por meio de convenções internacionais (BRASIL, 1946).
Com isso, tem-se, como um dos marcos principais a criação da OACI, em 1944, que é
a agencia especializada das Nações Unidas, para promover o desenvolvimento seguro e
ordenado da Aviação Civil Internacional, por meio de promulgação de Normas e Práticas
recomendadas para facilitar as regulações harmonizadas em segurança operacional de voo,
segurança contra atos ilícitos, eficiência e proteção do meio ambiente de maneira global.
(OACI, 2017, p. 2,).
A respeito do conceito de segurança, o termo escolhido para ser utilizado neste trabalho
foi “segurança operacional de voo”, inspirado na tradução de aviation safety. Uma forma de
defini-lo é:
O estado no qual a possibilidade de danos a pessoas ou a materiais é reduzida ou mantida em ou
abaixo de um limite aceitável, por meio de um processo contínuo de identificação de perigo e de
gerenciamento de riscos à segurança operacional de voo. (OACI, 2013b, p. 2-1,).
Neste contexto, sobre o termo segurança, há variações de tradução que vão desde de
segurança de voo (BRASIL, 1986), passando por segurança operacional (ANAC, 2015a), até
segurança operacional de voo (COMANDO DA AERONÁUTICA, 2012). Esta última foi
escolhida para ser utilizada neste trabalho, por ter sido considerada mais completa
semanticamente.
2.1.2 Disposições internacionais sobre segurança operacional de voo
O comprometimento mundial com as disposições internacionais sobre segurança
operacional de voo ocorre por meio da promulgação da Convenção sobre Aviação Civil
Internacional. Tal entendimento parte do princípio da própria Convenção, que traz o
entendimento de que os Estados signatários comprometem-se, ao emitir regulamentos para
suas aeronaves, que terão a devida consideração com a segurança de aeronaves civis (OACI,
2006).
O conteúdo da referida Convenção foi adotado pelo Brasil, que desta maneira se
comprometeu a adotar definições e regras sobre o espaço aéreo, registro de aeronaves e
13
disposições sobre segurança operacional de voo, além disso, concordou com os direitos como
Estado signatários (BRASIL, 1946).
Tal conteúdo é complementado pelos 19 anexos à Convenção, os quais o Brasil também
tem o compromisso de internalizar quando aplicável, uma vez que os Estados Contratantes se
comprometem a colaborar a fim de lograr a maior uniformidade possível em regulamentos,
padrões, normas e organização relacionadas com as aeronaves, pessoal, aerovias e serviços
auxiliares, em todos os casos em que a uniformidade facilite e melhore a navegação aérea
(BRASIL, 1946).
O conteúdo de tais anexos dispõe sobre padrões e práticas recomendadas à aviação civil
internacional, divididos em temas. No Quadro 1 são listados os Anexos que possuem correlação
com o gerenciamento da segurança operacional de voo direta ou indiretamente.
Quadro 1 – Anexos correlacionados o gerenciamento da segurança operacional de voo
Anexo 1 – Licenças de Pessoal.
Anexo 6 – Operação de Aeronaves.
Anexo 8 – Aeronavegabilidade.
Anexo 11 – Serviços de Tráfego Aéreo.
Anexo 13 – Investigação de Acidentes de Aviação.
Anexo 14 – Aeródromos.
Anexo 19 – Gestão da Segurança Operacional
Fonte: EUROCONTROL (2017)
Vale acrescentar que além dos Anexos há publicações disponibilizadas pela OACI, que
são identificadas como Documents ou simplesmente Docs., os quais tem a função de facilitar a
aplicação das disposições contidas nos Anexos à Convenção de Chicago. Dentre os
relacionados com o tema aqui abordado, destacam-se os documentos listados no Quadro 2:
Quadro 2 – Docs. correlacionados o gerenciamento da segurança operacional de voo
9734 Safety Oversight Manual (Manual de Supervisão da Segurança Operacional)
9760 Airworthiness Manual (Manual de Aeronavegabilidade)
9859 Safety Management Manual (Manual de Gestão da Segurança Operacional de Voo)
10004 Global Aviation Safety Plan (Plano Global de Segurança Operacional de Voo)
Fonte: OACI (2017?)
2.1.3 Segurança operacional de voo no contexto da aviação civil brasileira
Como já destacado em 2.1.2, o Brasil comprometeu-se a colaborar no intuito de atingir
uma maior harmonização em seus regulamentos, sempre que houver benefícios para a atividade,
tendo por base os Anexos à Convenção de Aviação Civil Internacional, em que boa parte de
14
suas disposições visa o alcance de níveis mínimos aceitáveis de segurança operacional de voo
(BRASIL, 1946,).
Nesse sentido, no que tange a segurança operacional de voo, a infraestrutura aeronáutica
é também destinada a atingir tal fim, incluindo a necessidade de regularidade e de eficiência da
aviação civil (BRASIL, 1986).
E quanto à responsabilidade pela promoção da segurança operacional de voo no Brasil,
esse papel pertence à Agencia Nacional de Aviação Civil - ANAC, (BRASIL, 2005). Todavia,
compete ao Comando da Aeronáutica a responsabilidade pelo sistema de controle do espaço
aéreo e do sistema de investigação de acidentes, atividades estas que integram as atividades
voltadas para a manutenção dos níveis de segurança (BRASIL, 1986).
Com isso, frente às disposições do Anexo 19, o Estado brasileiro conta com o Programa
de Segurança Operacional Brasileiro (PSO-BR), cujo os esforços de implementação estão tanto
com a ANAC, quanto com o COMAER, por meio de seus programas específicos (ANAC;
COMANDO DA AERONÁUTICA, 2017).
2.2 GESTÃO DA SEGURANÇA OPERACIONAL DE VOO
2.2.1 Base conceitual
Como já comentado, a busca pelo desenvolvimento seguro do transporte aéreo trouxe
um foco direcionado para a utilização de técnicas de gestão organizacional, após períodos
inicias focados em melhorias técnicas e de fatores humanos (OACI, 2013b, p. 2-2).
Neste contexto, o crescimento significativo das atividades de transporte aéreo no cenário
nacional e internacional traz consigo a necessidade de que as nações e regiões, bem como a
indústria, respondam de forma proativa aos atuais e emergentes riscos à segurança operacional
advindos desse crescimento (ANAC, 2015a, p. 1).
Sobree o significado do termo gestão, pode ser entendido como o ato de lançar mão de
todas as funções e conhecimentos necessários para através de pessoas atingir os objetivos de
uma organização de forma eficiente e eficaz (DIAS, 2012).
Neste sentido, a OACI, no intuito de contribuir para o alcance dos objetivos ligados a
promoção da segurança operacional de voo e de um crescimento sustentável do transporte
aéreo, em 1° de janeiro de 2009, estabeleceu disposições sobre a gestão da segurança
operacional de voo, correlacionadas com emendas aos Anexos 1, 6, 8, 11, 13 e 14 da Convenção
de Chicago, que em um segundo momento foram transferidas para o novo Anexo 19 (OACI,
2016a).
15
Ressalta-se o fato de que o desenvolvimento do novo Anexo 19 sobre Gestão da
Segurança Operacional de Voo foi planejado em duas fases. A primeira foi concluída com a
adoção do Anexo 19 em 25 de fevereiro de 2013 e a segunda por meio da primeira emenda em
2016 (OACI 2013a; OACI 2016a).
Com base em OACI (2016a) tem-se que a emenda 01 ao Anexo 19 engloba 3 grupos de
melhorias:
a) Integração dos Elementos Críticos da Supervisão da Segurança Operacional de
Estado com as disposições do Programa de Segurança Operacional de Estado;
b) Melhoria do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) com
disposições para apoiar implementação uniforme, incluindo a extensão da
aplicabilidade do SGSO para organizações responsáveis pelo projeto de tipo e/ou
fabricação de motores e hélices;
c) Proteção dos dados e informações de segurança operacional e fontes relacionadas.
Contudo, o foco da gestão neste contexto está direcionado para a mitigação de riscos à
segurança operacional de voo.
Especificamente sobre a gestão ou gerenciamento de riscos à segurança operacional de
voo, tal iniciativa abrange a avaliação e a mitigação de riscos de segurança operacional de voo,
com o objetivo de avaliar e controlar os riscos associados aos perigos identificados e de
desenvolver e implementar mitigações efetivas e apropriadas, sendo assim um componente-
chave do processo da gestão da segurança operacional de voo, tanto no contexto de atuação do
Estado, quanto no do provedor de produtos / serviços de aviação civil (OACI, 2013b).
2.2.2 Supervisão da Segurança operacional de voo pelo Estado
De suma importância para este contexto é o entendimento sobre supervisão da segurança
operacional de voo, em que a atividade de transporte aéreo está sobre o alicerce de oito
elementos críticos, que juntos compõem o sistema de supervisão de segurança operacional de
voo dos Estados, e que são elencados no Quadro 3.
Quadro 3 – sistema de supervisão de segurança operacional de voo
1. Legislação primária de aviação
2. Regulamentos operacionais específicos
3. Sistema e funções do Estado
Fonte: OACI (2016a)
16
Quadro 3 – sistema de supervisão de segurança operacional de voo (Continuação)
4. Pessoal técnico qualificado
5. Orientação técnica, ferramentas e provisão de informações críticas de segurança
operacional de voo
6. Obrigações de licenciamento, certificação, autorização e / ou aprovação
7. Obrigações de vigilância
8. Resolução de questões de segurança operacional de voo
Fonte: OACI (2016a)
Pode-se notar que neste sentido, o termo supervisão vai além da ação de fiscalização ou
vigilância, abrangendo também os demais pilares de atuação do Estado em prol da segurança
operacional de voo.
2.2.3 Programa de Gestão da segurança operacional de voo de Estado
O Programa de Segurança Operacional de Estado surge como uma integração entre a
atual estrutura de supervisão já definida por meio dos oito elementos críticos, como Sistema de
Supervisão de Segurança Operacional de Estado, com novas disposições voltadas para a
melhoria de desempenho de segurança operacional de voo, tanto pelo Estado quanto por parte
dos entes regulados (OACI, 2016a).
Com esse entendimento, tem-se que as funções requeridas aos Estados, no intuito de
implementarem um programa de gestão de segurança operacional de voo, são listadas no
Quadro 4.
Quadro - 4 - Programa de gestão de segurança operacional de voo
3.1 Programa de segurança operacional de voo do estado (SSP)
3.2 Política, objetivos e recursos de supervisão de segurança operacional de voo do Estado
3.2.1 Legislação primária da aviação
3.2.2 Regulamentos operacionais específicos
3.2.3 Sistema e funções do Estado
3.2.4 Pessoal técnico qualificado
3.2.5 Orientação técnica, ferramentas e provisão de informações críticas de segurança
3.3 Gestão de riscos de segurança operacional de voo do Estado
3.3.1 Obrigações de licenciamento, certificação, autorização e aprovação
3.3.2 Obrigações do sistema de gerenciamento de segurança operacional de voo
Fonte: OACI (2016a)
17
Quadro - 4 - Programa de gestão de segurança operacional de voo (Continuação)
3.3.3 Investigação de acidentes e incidentes
3.3.4 Identificação do perigo e risco de segurança operacional de voo
3.3.5 Gestão de riscos de segurança operacional de voo
3.4 Garantia de segurança operacional de voo do Estado
3.4.1 Obrigações de vigilância
3.4.2 Desempenho de segurança operacional de voo do Estado
3.5 Promoção da segurança operacional de voo do Estado
3.5.1 Comunicação e divulgação internas de informações de segurança operacional de voo
3.5.2 Comunicação e divulgação externas de informações de segurança operacional de voo
Fonte: OACI (2016a)
Nota-se que esta estrutura reflete a integração de técnicas de gestão com os elementos
da supervisão de segurança operacional de voo, de forma que o desempenho, a ser medido e
aperfeiçoado, esteja diretamente relacionado com a atividades de supervisão, exercidas pelos
Estados, sobre os provedores de produtos e / ou serviços de aviação civil.
No que diz respeito a prazos, de acordo com (OACI, 2016b) é esperado que tais
Programas de Estado sejam implementados até 2022, por todos Estados signatários da
Convenção de Chicago.
2.2.4 Programa de Segurança operacional específico (PSOE-ANAC)
No cenário nacional, tem-se o PSO-BR, que é uma iniciativa firmada entre a ANAC e
o COMAER no intuito de se comprometerem com a implementação do Anexo 19 em suas áreas
de atuação. Assim, a aviação civil é assistida pelo PSOE-ANAC que direciona a implementação
na área civil, sob a coordenação da ANAC e pelo PSOE-COMAER, no que compete ao
Comendo da Aeronáutica (ANAC; COMANDO DA AERONÁUTICA, 2017).
Sobre o PSOE ANAC:
Estabelece a política e as diretrizes de segurança operacional da Agência, orientando o
planejamento e a execução de suas atribuições na área de segurança operacional, conforme
definidas em lei e também estabelece as diretrizes para a indústria da aviação civil brasileira, no
que se refere à segurança operacional, estando em consonância com a Política Nacional de Aviação
Civil (PNAC). (ANAC, 2015a).
Como desdobramento da intenção brasileira de internalizar tais disposições, no que diz
respeito a área estudada, há uma tendência de que o Regimento Interno da ANAC formalize as
competências aplicáveis. Esta compreensão parte de entendimento sobre o conceito de
18
Regimento Interno, em que pode ser compreendido como sendo o documento que apresenta um
conjunto de normas estabelecidas para regulamentar a organização e o funcionamento do
órgão, detalhando os diversos níveis hierárquicos, as respectivas competências das unidades
existentes e os seus relacionamentos internos e externos (SECRETARIA DO
PLANEJAMENTO DO DISTRITO FEDERAL, 2012).
2.2.5 Gerenciamento da segurança operacional de voo
O Programa de Segurança Operacional Específico da ANAC - PSOE-ANAC engloba
diretrizes para orientar a implantação e desenvolvimento de Sistemas de Gerenciamento da
Segurança Operacional - SGSO por parte dos provedores de serviço de aviação civil (ANAC,
2015a).
A estruturação do SGSO deve contemplar no mínimo os seguintes componentes e
elementos presentes no Quadro 5.
Quadro 5 – Estrutura do SGSO
1. Política e objetivos de segurança operacional de voo
1.1 Compromisso de gestão
1.2 Responsabilidade primária e responsabilidades de segurança operacional de voo
1.3 Nomeação do pessoal-chave de segurança operacional de voo
1.4 Coordenação do planejamento de resposta a emergência
1.5 documentação do SGSO
2. Gerenciamento de risco à segurança operacional de voo
2.1 Identificação do perigo
2.2 Avaliação e mitigação do risco à segurança operacional de voo
3. Garantia da Segurança operacional de voo
3.1 Monitoramento e medição do desempenho de segurança operacional de voo
3.2 A gestão da mudança
3.3 Melhoria contínua do SGSO
4. Promoção da segurança operacional de voo
4.1 Treinamento e educação
4.2 Comunicação de segurança
Fonte: OACI (2016a)
Dentre as áreas aplicáveis, resta regulamentar tais práticas de gestão, no Brasil, nas áreas
de certificação de projeto e produção de produto aeronáutico. A lista completa de áreas
aplicáveis, é apresentada no Quadro 6.
19
Quadro 6 – Aplicabilidade PSOE - ANAC
I. Aeroclubes, escolas de aviação civil e centros de treinamento de aviação civil que estejam expostos a riscos
à segurança operacional durante a prestação de seus serviços, certificados, respectivamente, segundo o RBHA
140, o RBHA 141 (ou regulamentos que vierem a substituí-los) e o RBAC 142;
II. Operadores regidos pelos RBAC 121 e RBAC 135 detentores de Certificado de Empresa de Transporte
Aéreo segundo o RBAC 119;
III. Operadores aeroagrícolas, regidos pelo RBAC 137;
IV. Detentores de Certificado de Manutenção de Produtos Aeronáuticos emitidos segundo o RBAC 145 que
prestem serviços aos PSAC apresentados nos incisos I, II ou III deste artigo;
V. Organizações responsáveis pelo projeto ou fabricação de aeronaves, certificadas segundo o RBAC 21;
VI. Aeródromos civis públicos sujeitos à aplicabilidade do RBAC 139; e
VII. Outros PSAC cuja aplicabilidade do SGSO seja definida como necessária pela Diretoria.
Fonte: ANAC (2015a)
Especificamente, a respeito da área ligada a projeto e fabricação de aeronaves, esta tende
a incorporar também motores de aeronaves e hélices, conforme novas disposições trazidas pela
emenda 01 do Anexo 19 (OACI, 2016a).
Desta forma, com base em OACI (2016a), as disposições sobre gestão de segurança
operacional de voo reafirmaram a necessidade de aplicação, dentre outras áreas de atuação dos
Estados, na supervisão de detentores de projeto e de produção aeronáuticos, inicialmente
estabelecidas por meio do Anexo 8 (Aeronavegabilidade).
2.3 CERTIFICAÇÃO DE PRODUTO AERONÁUTICO
2.3.1 Base conceitual
No que tange a atuação da ANAC na área de Aeronavegabilidade, no contexto deste
trabalho, destacam-se as atividades de certificação de produto aeronáutico, para as quais
também é aplicável o conteúdo das disposições do Anexo 19.
Referindo-se a produtos aeronáuticos, significa a confirmação pela autoridade
competente, de que o produto está em conformidade com os requisitos aplicáveis estabelecidos
pela referida autoridade; ou referindo-se a empresas, significa o reconhecimento pela autoridade
competente, de que a empresa tem capacidade para executar os serviços e operações a que se
propõe, de acordo com os requisitos aplicáveis estabelecidos pela referida autoridade (ANAC,
201-).
20
Tais atividades abrangem as etapas de certificação de projeto e de produção ou
fabricação de produto aeronáutico, o que incluí a aeronavegabilidade continuada (FAA, 2015).
Ou seja, um produto aeronáutico deve cumprir exigências ligadas a aeronavegabilidade,
para que possa operar de maneira segura, exigências estas que são reguladas diretamente pela
ANAC, por meio da atuação da Superintendência de Aeronavegabilidade (ANAC, 2016a).
Como já mencionado, neste contexto, o termo produtos compreende aeronaves, motores
de aeronaves e hélices, em analogia com que consta como aplicabilidade da emenda 01 ao
Anexo 19 (ANAC, 2015).
A Superintendência de Aeronavegabilidade (SAR), pertencente à Agência Nacional de
Aviação Civil (ANAC), tem por atribuições a execução de atividades relacionadas com a
certificação de projeto e de fabricação de produtos aeronáuticos para a aviação civil, além da
manutenção da aeronavegabilidade continuada desses produtos (ANAC, 201-).
De acordo com ANAC (2016a), a Gerência-Geral de Certificação de Produto
Aeronáutico (GGCP), na SAR, tem como parte de suas atividades a atribuição de supervisão
das atividades de certificação de produto aeronáutico.
Com base em ANAC (2016b), deduz-se que dentre os principais desafios para o setor
encontram-se a possibilidade de certificação de organização de projeto a exemplo do que já
ocorre com organização de produção, a regulamentação de sistema de gerenciamento de
segurança operacional em fabricantes aeronáuticos (projeto e produção) e a revisão do modelo
atual de supervisão no contexto de aeronavegabilidade.
Tudo isso de maneira conjunta à constante evolução tecnológica inerente ao setor, o que
engloba inclusive novas categorias de produtos, que em alguns casos geram novas necessidades
de autorização dependentes da atuação eficiente da GGCP, como o caso recente de aeronaves
remotamente pilotadas, em que em determinadas circunstâncias, é necessária uma autorização
de projeto (ANAC,2017?d).
2.3.2 Competências ligadas ao PSOE-ANAC na área de certificação de produto
A ANAC deve dispor de estrutura organizacional apropriada para o exercício da
supervisão e gerenciamento da segurança operacional da aviação civil, na qual são claramente
estabelecidas funções e responsabilidades específicas; recursos, incluindo-se os financeiros,
humanos, tecnológicos e de infraestrutura; e instrumentos normativos que suportem o exercício
de suas funções (ANAC, 2015a).
21
Neste sentido, a estrutura atual de trabalho, voltada para a supervisão das atividades de
certificação de produto aeronáutico de uso civil no Brasil, engloba um arcabouço regulatório
em que destaca-se a figura do Regulamento Brasileiro de Aviação Civil no. 21, que versa sobre
certificação de projeto e fabricação de produto aeronáutico (ANAC, 2015b).
Com o advento das novas disposições sobre gestão de segurança operacional de voo,
estas tendem a ser correlacionadas com os requisitos do RBAC 21, e por outro lado, também
impactarão as funções internas da ANAC de supervisão e gestão (ANAC, 2016).
Tal percepção parte do entendimento de que o arcabouço regulatório, sobre os
regulados, poderá receber novas alterações, com possibilidades de mudanças no RBAC 21
(FAA, 2015; ANAC, 2016b).
Essas iniciativas seriam necessárias para a implementação de um sistema de gestão de
segurança operacional de voo na área de certificação de produto, com base na realidade
regulamentar dos EUA e do Brasil.
Contudo, embora haja referências que permitam identificar a necessidade de ajustes à
regulamentação aplicável aos provedores de serviço e produto de avião civil, por outro lado, as
funções requeridas ao Estado, para estarem aderente às normas trazidas pelo Anexo 19,
requerem uma maior customização das competências aplicáveis de cada autoridade de aviação
civil. (ANAC, 2016b).
Com isso, há abertura para verificar o status de adoção das funções de Estado
preconizadas pelo Anexo 19, no rol de competências atribuídas à ANAC, para identificar quais
ainda precisam ser explicitadas, tomando por base a área específica de certificação de projeto e
fabricação de aeronave, motor de aeronave e hélices, tendo em vista seu caráter mais incipiente.
A seguir é feita uma apresentação e discussão dos resultados alcançados.
22
3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A coleta e análise de dados englobou:
a) as disposições internacionais sobre o tema,
b) a estrutura organizacional e as competências da área estudada,
c) a estrutura organizacional de áreas semelhantes, dentro da ANAC e em autoridade
estrangeira de referencia, e
d) considerações divulgadas pela ANAC sobre tendências ligadas ao tema.
3.1 DADOS COLETADOS
3.1.1 Responsabilidades dos Estados: Supervisão e Gestão
Com base em OACI (2013a e 2016a), tem-se o Quadro 7 com uma listagem das funções
contidas no rol de responsabilidades dos Estados. Nesta abordagem, as responsabilidades foram
diferenciadas quanto a sua origem, sendo categorizadas entre supervisão e gestão, sendo esta
segunda categoria reflete um foco em melhoria de desempenho da supervisão.
Com tal diferenciação, a intenção é facilitar uma comparação das disposições ligadas a
gestão da segurança operacional de voo com o atual rol de atribuições definidas para a área
estudada.
Quadro 7 – Responsabilidades dos Estados sobre a segurança operacional de voo
Disposições (Anexo 19, emenda 01) Origem (Anexo 19, primeira edição)
3.1 Programa de segurança operacional de voo
do estado
Trata-se do título do programa que não foi alterado.
3.2 Política, objetivos e recursos de supervisão
de segurança operacional de voo do Estado
1. Política e objetivos de segurança operacional de voo
de Estado (gestão)
1.2 Responsabilidades primárias e responsabilidades
de segurança operacional de voo do Estado (gestão)
3.2.1 Legislação primária da aviação 1. Legislação primária de aviação (supervisão)
1.1 Quadro legislativo de segurança operacional de
voo do Estado (gestão)
8. Resolução de questões de segurança operacional de
voo (supervisão)
1.4 Política de coerção (gestão)
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
23
Quaro 7 – Responsabilidades dos Estados sobre a segurança operacional de voo (Continuação)
3.2.2 Regulamentos operacionais específicos 2. Regulamentos operacionais específicos (supervisão)
2.1 Requisitos de segurança operacional de voo para o
SMS do provedor de serviços de aviação civil (gestão)
3.2.3 Sistema e funções do Estado 3. Sistema e funções do Estado (supervisão)
3.2.4 Pessoal técnico qualificado 4. Pessoal técnico qualificado (supervisão)
3.2.5 Orientação técnica, ferramentas e
provisão de informações críticas de segurança
5. Orientação técnica, ferramentas e provisão de
informações críticas de segurança operacional de voo
(supervisão)
3.3 Gestão de riscos de segurança operacional
de voo do Estado
2. Gerenciamento de risco de segurança operacional de
voo do Estado (gestão)
3.3.1 Obrigações de licenciamento,
certificação, autorização e aprovação
6. Obrigações de licenciamento, certificação,
autorização e / ou aprovação (supervisão)
3.3.2 Obrigações do sistema de gerenciamento
de segurança operacional de voo
3.3.3 Investigação de acidentes e incidentes 1.3 Investigação de acidentes e incidentes (gestão)
3.3.4 Identificação do perigo e risco de
segurança operacional de voo
3.1 Supervisão de segurança operacional de voo
3.2 Coleta, análise e troca de dados de segurança
operacional de voo (gestão)
3.3.5 Gestão de riscos de segurança
operacional de voo
3.3 Orientação direcionada para o controle de
segurança operacional de voo de áreas de maior
preocupação ou necessidade (gestão)
3.4 Garantia de segurança operacional de voo
do Estado
3. Garantia da Segurança operacional de voo do Estado
(gestão)
3.4.1 Obrigações de vigilância 7. Obrigações de vigilância (supervisão)
3.4.2 Desempenho de segurança operacional
de voo do Estado
2.2 Acordo sobre o desempenho de segurança do
provedor de serviços de aviação civil (gestão)
3.5 Promoção da segurança operacional de voo
do Estado
4. Promoção da segurança operacional de voo do
Estado (gestão)
3.5.1 Comunicação e divulgação internas de
informações de segurança operacional de voo
4.1 Treinamento interno, comunicação e divulgação de
informações de segurança operacional de voo (gestão)
3.5.2 Comunicação e divulgação externas de
informações de segurança operacional de voo
4.2 Formação externa, comunicação e divulgação de
informações de segurança operacional de voo (gestão)
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
24
3.1.2 Atribuições confirmadas por meio do PSOE-ANAC
De acordo com ANAC (2015a), foram levantadas as atribuições alocadas direta ou
indiretamente às superintendências da ANAC relacionadas com a gestão de segurança
operacional de voo.
No quadro 8 tem-se uma apresentação de um extrato do levantamento realizado com
apenas os artigos diretamente voltados para o nível de Superintendências da Agencia.
Quadro 8 – Atribuições identificadas por meio do PSOE-ANAC
Artigo Responsabilidade Ator
12 Coordenar o desenvolvimento, a operacionalização, a manutenção e a
melhoria contínua do PSOE-ANAC em suas áreas de atuação.
Superintendências
13 Respeitadas as suas áreas de atuação:
I. implementar as ações necessárias de forma a atingir os objetivos e
metas estabelecidos no PSOE-ANAC e instrumentos normativos
relacionados;
II. assegurar a disponibilidade de um quadro de colaboradores,
devidamente capacitados, para o exercício das atividades de supervisão e
gerenciamento da segurança operacional;
III. assegurar que sejam incluídos nos processos de certificação e
vigilância continuada dos PSAC a verificação do desenvolvimento,
operacionalização, manutenção e melhoria contínua do SGSO, conforme
aplicável;
IV supervisionar a segurança operacional dos PSAC, incluindo a
verificação do desempenho da segurança operacional estabelecido em seus
respectivos SGSO;
V. avaliar a implementação dos processos de gerenciamento de risco
por parte dos PSAC;
VI. assegurar a efetiva implementação dos processos internos de
gerenciamento de risco;
VII. assegurar a análise e a incorporação, onde couber, das
recomendações de segurança operacional emitidas pelo órgão investigador
de acidentes aeronáuticos aos regulamentos, processos, procedimentos e
demais atividades sob sua responsabilidade; e
VIII. estabelecer programas de eventos para a promoção da segurança
operacional, visando a divulgação do PSOE-ANAC e de assuntos e
informações de segurança operacional relevantes para o desempenho das
atividades da ANAC.
Superintendências
19 I analisar criticamente os resultados alcançados pela supervisão da segurança
operacional; e
II definir de forma coordenada e harmonizada com os demais setores
pertinentes da Agencia, os parâmetros e indicadores para a análise critica dos
resultados de que trata o inciso I deste artigo.
Diretoria e
Superintendências
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
25
Quadro 8 – Atribuições identificadas por meio do PSOE-ANAC (Continuação)
Artigo Responsabilidade Ator
24 e
25
O Sistema de Supervisão da Segurança Operacional da ANAC, com base nos
oito elementos críticos da supervisão da segurança operacional da OACI,
deve garantir:
I. a efetiva participação no processo de elaboração da legislação básica
II. a elaboração e revisão de regulamentos.
III. a provisão de recursos humanos e financeiros necessários e suficientes
IV. o estabelecimento de requisitos de competência e experiência para o
pessoal técnico da Agência.
V. a provisão de material de orientação técnica, ferramentas e informações
críticas de segurança operacional ao pessoal técnico,
VI. o estabelecimento e implementação de processos e procedimentos para
assegurar que o pessoal e as organizações que desempenhem atividades na
aviação civil atendam aos requisitos estabelecidos antes que recebam
consentimento para exercer seus privilégios.
VII. o estabelecimento e implementação de processos e procedimentos para
garantir que sejam executadas as atividades de vigilância continuada,
VIII. o estabelecimento e implementação de processos e procedimentos para
assegurar que sejam resolvidas deficiências identificadas.
ANAC e
Superintendências
26 A supervisão de segurança operacional exercida pela ANAC deve levar em
consideração elementos prescritivos e de desempenho na avaliação do
atendimento aos requisitos de segurança operacional por parte dos entes
regulados.
Superintendências
40 Estabelecer, de forma coordenada e harmonizada entre si, os critérios para a
elaboração de métodos aceitáveis de cumprimento com os requisitos de
SGSO, conforme as particularidades de cada categoria de PSAC.
Superintendências
47 Estabelecer em instrumento normativo especifico quais estratégias de
gerenciamento da segurança operacional serão utilizadas para a regulação e
fiscalização dos entes regulados não contemplados no art. 43.
Superintendências
57 a
62
Gerenciar riscos a segurança operacional no âmbito da ANAC Diretoria,
Gerências gerais e
Superintendências
63 planejar e coordenar, de forma harmonizada, as ações de mitigação e controle
de riscos identificados no contexto interno e externo a ANAC, conforme
estabelecido nos art. 56.
Diretoria,
Gerências gerais e
Superintendências
64 Avaliar, de forma coordenada e harmonizada entre si, a eficácia das ações
mitigadoras de riscos implementadas, bem como comunicar os resultados
alcançados aos gestores interessados.
Diretoria,
Gerências gerais e
Superintendências
71 A melhoria continua do PSOE-ANAC deve resultar da revisão periódica dos
resultados alcançados pela sua atuação no ambiente operacional
considerando ainda suas interações com as demais autoridades pertinentes
nesse contexto.
Diretoria e
Superintendências
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
3.1.3 Estrutura Organizacional da ANAC
Para possibilitar a comparação da estrutura organizacional da área de estudo com a de
outras superintendências da própria Agência, tem-se, na Figura 1, a representação das
Superintendências da ANAC.
26
Além da Superintendência de Aeronavegabilidade (SAR), foram consideradas a
Infraestrutura Aeroportuária (SIA) e a de Padrões Operacionais (SPO), que já possuem, em
vigor, regulamentos voltados para gerenciamento de risco à segurança operacional de voo,
aplicáveis a seus entes regulados e, desta forma, já possuem, em tese, condições de avaliar o
desempenho dos mesmos.
Figura 1 – Estrutura organizacional da ANAC
Fonte: ANAC (2017c).
3.1.4 Identificação das estruturas organizacionais (SAR, SIA e SPO)
Foi realizado um levantamento das estruturas organizacionais e da identificação das
gerencias pertencentes às superintendências selecionadas.
3.1.4.1 Estrutura SAR
De acordo com ANAC (2016a), Art. 2º, a Agência, no que engloba seus órgãos
específicos, tem em sua estrutura organizacional a SAR, da qual destaca-se, por meio da Figura
2, a área foco deste estudo, identificada como GGCP, que tem como parte de suas atividades a
atribuição de supervisão das atividades de certificação de produto aeronáutico.
Figura 2 – Estrutura da SAR com destaque para a GGCP
Diretor
Hélio Paes de Barros Júnior
Diretor
Juliano Alcântara Noman
Diretor-Presidente
José Ricardo Pataro Botelho de Queiroz
Diretor
Ricardo Fenelon Junior
Diretor
Ricardo Sérgio Maia Bezerra
Conselho Consultivo
Diretoria
Assessoria deComunicação Social
(ASCOM)
Procuradoria(PGFPF)
Assessoria Técnica(ASTEC)
Ouvidoria(OUV)
Assessoria Parlamentar(ASPAR)
Assessoria de Julgamento de Autos em Segunda Instância
(ASJIN)
Corregedoria(CRG)
Auditoria Interna(AUD)
Assessoria Internacional
(ASINT)
Superintendência de Planejamento
Institu c i onal(SPI)
Superintendência de Gestão de Pessoas
(SGP)
Superintendência de Tecnologia
da Informação(STI)
Superintendência de Administração e Finanças
(SAF)
Superintendência de Infraestrutura
Aeroportuária(SIA)
Superintendência de Padrões
Operacionais(SPO)
Superintendência de Aeronavegabilidade
(SAR)
Superintendência de Ação Fiscal
(SFI)
Superintendência de Acompanhamento de
Serviços Aéreos(SAS)
Superintendência de Regulação Econômica
de Aeroportos(SRA)
Assessoria de Artic
ul aç ão com o
Sistema de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos(ASIPAER)
Gabinete(GAB)
27
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
A Descrição de cada gerencia é listada a seguir no Quadro 9.
Quadro 9 – Identificação das áreas subordinadas ao SAR
d) Superintendência de Aeronavegabilidade - SAR:
1. Gerência-Geral de Certificação de Produto Aeronáutico - GGCP;
1.1. Gerência de Programas de Certificação - GCPR;
1.2. Gerência de Engenharia de Produto - GCEN;
1.3. Gerência Técnica de Auditoria e Inspeção - GTAI;
2. Gerência-Geral de Aeronavegabilidade Continuada - GGAC;
2.1. Gerência de Engenharia de Manutenção - GAEM;
2.1.1. Gerência Técnica de Aeronavegabilidade de São Paulo - GTAR/SP;
2.1.2. Gerência Técnica de Aeronavegabilidade do Rio de Janeiro - GTAR/RJ;
2.1.3. Gerência Técnica de Aeronavegabilidade de Brasília - GTAR/DF;
2.2. Gerência de Coordenação de Vigilância Continuada - GCVC;
3. Gerência Técnica do Registro Aeronáutico Brasileiro - GTRAB;
4. Gerência Técnica de Processo Normativo - GTPN;
5. Gerência Técnica de Gestão do Conhecimento de Aeronavegabilidade - GTGC;
6. Gerência Técnica de Planejamento e Acompanhamento - GTPA;
7. (Revogado pela Resolução nº 448, de 20.09.2017);
Fonte: ANAC (2016a)
3.1.4.2 Estrutura SIA
Da mesma maneira, de acordo com ANAC (2016a), Art. 2º, tem-se a SIA, representada
pela Figura 3.
Figura 3 – Estrutura da SIA
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
A Descrição de cada gerencia é listada a seguir no quadro 10.
28
Quadro 10 – Identificação das áreas subordinadas ao SIA
b) Superintendência de Infraestrutura Aeroportuária - SIA:
1. Gerência de Certificação e Segurança Operacional - GCOP;
1.1. Gerência Técnica de Infraestrutura e Operações Aeroportuárias - GTOP;
1.2. Gerência Técnica de Engenharia e Manutenção Aeroportuária - GTEM;
1.3. Gerência Técnica de Resposta à Emergência Aeroportuária - GTRE;
1.4. Gerência Técnica de Desenvolvimento Aeroportuário - GTDA;
2. Gerência de Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência Ilícita - GSAC;
2.1. Gerência Técnica de Certificação AVSEC - GTCA;
2.2. Gerência Técnica de Controle de Qualidade AVSEC - GTCQ;
3. Gerência de Normas, Análise de Autos de Infração e Demandas Externas - GNAD;
3.1. Gerência Técnica de Normas - GTNO;
4. Gerência de Controle e Fiscalização - GFIC;
4.1. Gerência Técnica de Controle e Cadastro - GTCC;
5. Gerência Técnica de Assessoramento - GTAS;
6. Gerência Técnica de Processos e Sistemas - GTPS;
Fonte: ANAC (2016a)
3.1.4.3 Estrutura SPO
E finalmente, de acordo com ANAC (2016), Art. 2º, tem-se a SPO, representada pela
Figura 4. Destaca-se a existência da GTAD, tendo em vista seu caráter voltado para abordagem
de desempenho.
Figura 4 – Estrutura da SPO com destaque para a GTAD
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
A Descrição de cada gerencia é listada a seguir no Quadro 11.
Quadro 11 – Identificação das áreas subordinadas ao SPO
c) Superintendência de Padrões Operacionais - SPO:
1. Gerência de Operações de Empresas de Transporte Aéreo – 121 - GCTA;
1.1. Gerência Técnica de Artigos Perigosos - GTAP;
2. Gerência de Operações da Aviação Geral - GOAG;
2.1. Gerência Técnica de Certificação - GTCE
2.2. Gerência Técnica de Vigilância Continuada - GTVC;
3. Gerência de Normas Operacionais e Suporte - GNOS;
3.1. Gerência Técnica de Normas Operacionais - GTNO;
Fonte: ANAC (2016a)
29
Quadro 11 – Identificação das áreas subordinadas ao SPO (Continuação)
4. Gerência de Certificação de Pessoal - GCEP;
4.1. Gerência Técnica de Fatores Humanos - GTFH;
5. Gerência de Certificação de Organizações de Instrução - GCOI;
5.1. Gerência Técnica de Organizações de Formação - GTOF; e
6. Gerência Técnica de Análise de Desempenho - GTAD;
Fonte: ANAC (2016a)
3.1.5 Comparação entre competências (SAR, SIA e SPO)
Com base em ANAC (2016a), Art. 31o e 33 º ao 35º, foi coletada informação referente
ao rol de competências das 3 superintendências. No Quadro 12 é apresentado um extrato com
as competências, que podem estar relacionadas com disposições sobre gestão da segurança
operacional de voo, da SAR, SIA e SPO.
Quadro 12 – Comparação de competências atribuídas a superintendências da ANAC
SAR seção V art. 35 SIA seção III art. 33 SPO seção IV Art. 34 Comentário
I - submeter à Diretoria,
..., proposta de ato
normativo e parecer (...).
III - desenvolver e propor
requisitos mínimos de
segurança relativos ao
projeto, à fabricação e à
manutenção aplicáveis a
produto aeronáutico;
VIII - analisar normas e
recomendações, na sua
área de competência, da
OACI e propor medidas
para implementá-las
avaliando resultado e
sugerindo alteração
necessária ou propor a
notificação de diferença;
I - submeter à Diretoria
propostas de atos
normativos ....
XVI - emitir parecer
técnico, instruções,
diretrizes e recomendações
sobre os assuntos de sua
competência;
I - submeter à Diretoria
projetos de atos normativos
...;
II - promover estudos, emitir
parecer, propor normas e
participar, mediante
deliberação da Diretoria, de
... eventos...
III - propor a atualização dos
padrões de certificação
operacional e estabelecer
padrões relativos a processos
de autorização de operações
...
IV - emitir parecer sobre:
a) padrões mínimos de
desempenho e eficiência,
sob o aspecto de segurança
operacional, a serem
cumpridos pelos operadores
aéreos, em articulação com as
demais Superintendências;
b)...
c) interpretação de normas e
recomendações
internacionais ...
V - propor aos órgãos
interessados medidas para
implementar as normas e
recomendações da OACI, ...
Apenas a SPO
aborda de maneira
explícita a
possibilidade de
emissão de parecer
sobre desempenho e
eficiência, para os
quais deduz-se que
seriam decorrentes
do que é
preconizado pelo
Anexo 19.
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
30
Quadro 12 – Comparação de competências atribuídas a superintendências da ANAC
(Continuação 1 de 3)
SAR seção V art. 35 SIA seção III art. 33 SPO seção IV Art. 34 Comentário
II, IV a VII - emitir,
suspender e extinguir
certificados, aprovações,
autorizações, diretrizes de
aeronavegabilidade ...,
IX - avaliar pedido de
cancelamento, suspensão
e/ou cassação de qualquer
certificado emitido;
XXI - aprovar atividades
de manutenção de
empresa de transporte
aéreo
XIX - prover suporte
técnico e operacional para
o cumprimento das
atribuições da Agência
relativas a emissão de
ruído, escapamento de
aeronaves e drenagem de
combustível;
XI - administrar o
Registro Aeronáutico
Brasileiro;
II - executar os processos
que envolvem certificação e
aprovação de planos e
programas, promover as
ações de fiscalização ....
VII a IX - certificar
aeródromos; atestar os
procedimentos AVSEC,
certificar centros de
instrução AVSEC e
organizações de ensino ...;
XI - manifestar-se sobre a
realização de operações
aéreas em aeródromos, no
âmbito de sua competência,
quando solicitado;
VII - proceder à
certificação e emitir,
suspender, revogar ou
cancelar certificados,
atestados, aprovações e
autorizações...
As 3 áreas atuam em
atividades de aprovação
com base em requisitos,
sendo que a SIA destaca
a existência de ação de
fiscalização no contexto
do regimento interno.
Tal informação é
complementada pelo
Art. 31 para as 3 áreas.
III - estabelecer ... e
executar as atividades de
fiscalização dos regulados,
...:
a) avaliar e acompanhar
os procedimentos, a
estrutura organizacional e
a atribuição de
responsabilidades
propostas, ..., visando à
verificação do
cumprimento dos
regulamentos vigentes e
manutenção das condições
certificadas ou aprovadas;
e
b) avaliar e acompanhar
medidas de mitigação do
risco e correção de não
conformidades pelos
regulados.
VI - consolidar e reportar à
Diretoria os resultados das
suas atividades de
fiscalização, conforme
previsão normativa, ...
VIII - estabelecer rotinas
pertinentes à certificação
e vigilância continuada
... a fim de garantir a
segurança operacional,
inclusive em aeronaves
estrangeiras em operação
em território brasileiro;
SIA e SPO possuem
competência explicita
ligada a fiscalização,
sendo que na SPO, o
termo utilizado é o de
vigilância continuada.
Em ambos os casos há
referencia a elementos
da gestão da segurança
operacional de voo,
sendo que na SIA, a
abordagem é mais
detalhada.
Para o caso da SAR, tal
competência está
contemplada por meio
do Art. 31, que aborda
competências comuns a
todas as
superintendências,
fazendo inclusive
referencia a funções de
gestão da segurança
operacional de voo.
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
31
Quadro 12 – Comparação de competências atribuídas a superintendências da ANAC
(Continuação 2 de 3)
SAR seção V art. 35 SIA seção III art. 33 SPO seção IV Art. 34 Comentário
X - incluir, alterar ou
excluir dados e
informações, no âmbito de
sua competência, ...;
XII - manter as informações
da infraestrutura
aeroportuária, dos
regulados e de suas
operações atualizadas nos
sistemas de informação da
ANAC, por meio:
a) ...;
b) do acompanhamento dos
procedimentos, da
estrutura organizacional e
da atribuição de
responsabilidades
propostos pelo regulado;
c) ...; e
d) ....
XIII - adotar, no âmbito de
sua competência, medidas
para subsidiar o Comando
da Aeronáutica na
manutenção atualizada das
Informações Aeronáuticas;
XIV - disponibilizar
informações de forma
tempestiva e eficiente aos
regulados, sobre as questões
de segurança das operações
e de proteção da aviação
civil;
XV - promover a adoção de
medidas pelos regulados
para o desenvolvimento
seguro da infraestrutura
aeroportuária em
compatibilidade com seu
entorno...
Apenas SIA possui
afirmação explícita
ligada a controle de
dados e informações,
assim como iniciativas
ligadas a promoção da
segurança.
As demais
superintendências
estariam cobertas pelo
Art. 31.
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
32
Quadro 12 – Comparação de competências atribuídas a superintendências da ANAC
(Continuação 3 de 3)
SAR seção V art. 35 SIA seção III art. 33 SPO seção IV Art. 34 Comentário
XV - definir os pré-requisitos,
a qualificação mínima e o
padrão de treinamento e
reciclagem para os servidores
e credenciados de sua área de
competência; e
XVI - definir o conteúdo
programático mínimo e,
quando aplicável, a carga
horária e demais disposições
normativas necessárias para
obtenção de licenças,
habilitações ou certificados
emitidos segundo o RBAC 61,
o RBHA 63 e o RBHA 65, ou
regulamentos que vierem a
substituí-los. Parágrafo único.
O Superintendente de Padrões
Operacionais poderá delegar
as competências previstas
neste artigo aos órgãos
referidos no art. 2º, inciso III,
alínea “c”.
Apenas SPO explicita
competência ligada a
ações de treinamento.
No caso da SAR, o Art.
16 da Portaria de
delegação traz
detalhamento sobre
gestão de competências.
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
Com base em ANAC (2016a), Art. 31º, observou-se que há complemento sobre gestão
da segurança operacional de voo, no que tange as competências comuns destas
superintendências. Vide extrato do referido artigo, com trechos ligados a gestão de segurança
operacional de voo, no Quadro 13.
Quadro 13 – Extrato do artigo 31 do Regimento interno da ANAC, com destaque para
competências relacionadas com gestão da segurança operacional de voo
Art. 31. Compete às Superintendências planejar, organizar, executar, controlar, coordenar e avaliar os
processos organizacionais e operacionais da ANAC no âmbito das competências, e, especialmente:
IX - executar as ações de fiscalização no que concerne à vigilância continuada, que envolve
acompanhamento permanente das atividades dos regulados para orientá-los, manter o risco das operações
dentro de um nível aceitável de segurança da aviação civil e aprimorar a prestação de serviços ao passageiro;
XIII - coordenar o desenvolvimento, a operacionalização, a manutenção, a promoção e a melhoria contínua
dos Programas de Segurança da Aviação Civil do Estado Brasileiro em suas áreas de atuação;
XIV - analisar criticamente os resultados alcançados pela supervisão da segurança operacional e pela
operacionalização dos Programas de Segurança da Aviação Civil do Estado Brasileiro;
Fonte: ANAC (2016a)
33
3.1.6 Competências da SAR delegadas internamente
Os Quadros 14 e 15 detalham as informações relativas às competências da SAR, com
base em ANAC (2017b), que ao delegar atribuições a gerencias, explicita um pouco mais o que
é esperado de cada área.
Quadro 14 – Extrato com atribuições degeladas - Art. 31
SAR (ANAC,
2016a), Art. 31
Atividade delegada dentro da SAR Setor
Inciso IX Art. 10
I - certificação e vigilância
continuada de organizações de
produção;
GTAI
Este tema não é explicitado no artigo 35, mas o art.
31 o aborda como atribuição comum.
Todavia, a portaria de delegação da SAR não é
explícita em termos de nível de segurança aceitável.
Além disso, as áreas voltadas para a certificação de
projeto não possuem abordagem direta ligada a
vigilância continuada, com base em tal portaria de
delegação.
Inciso XIII Art. 12 (GGAC-GCVC)
V - monitoramento, através de
indicadores de produtividade e
desempenho, da execução das
atividades de certificação e de
vigilância continuada na área de
competência da Gerência-Geral de
Aeronavegabilidade Continuada.
Atribuição direta para a superintendência
Todavia, apenas uma área recebe delegação para ter
como atribuição atividade relacionada a esta
demanda.
No universo da GGCP não há citação relacionada
explicitamente com esta demanda.
Inciso XIV Idem anterior. Idem anterior.
Fonte: Elaboração do autor, 2018.
34
Quadro 15 – Extrato com atribuições degeladas - Art. 35
SAR (ANAC, 2016a), Art. 35 Atividade delegada dentro da SAR Setor
I - submeter à Diretoria, ..., proposta
de ato normativo e parecer (...).
III - desenvolver e propor requisitos
mínimos de segurança relativos ao
projeto, à fabricação e à manutenção
aplicáveis a produto aeronáutico;
VIII - analisar normas e
recomendações, na sua área de
competência, da OACI e propor
medidas para implementá-las ...
Art. 6º
Incisos I, a V.
Art. 15 (GTPN)
Incisos I, III a VI.
Comuns aos
Gerentes-Gerais,
Gerentes e
Gerentes Técnico
II, IV a VII - emitir, suspender e
extinguir certificados, aprovações,
autorizações, diretrizes de
aeronavegabilidade ...,
IX - avaliar pedido de cancelamento,
suspensão e/ou cassação de qualquer
certificado emitido;
XXI - aprovar atividades de
manutenção de empresa de
transporte aéreo
XIX - prover suporte técnico e
operacional para o cumprimento das
atribuições da Agência relativas a
emissão de ruído, escapamento de
aeronaves e drenagem de
combustível;
Art. 1º
Incisos I a VI.
Art. 2º
Incisos I a VI.
Art. 3
Incisos II a IV.
Art. 7º
Incisos I a V.
Art. 8º (GCPR)
Incisos I a IV.
Art. 9º (GCEN)
Inciso I (a-h) e II.
Art. 10 (GTAI)
Incisos I a V.
Art. 11
Incisos I a IV.
Art. 12 (GCVC)
Incisos I a V, com destaque para:
V - monitoramento, através de indicadores
de produtividade e desempenho, da
execução das atividades de certificação e de
vigilância continuada na área de
competência da Gerência-Geral de
Aeronavegabilidade Continuada.
Art. 13 (GAEM)
Incisos I e II.
Art. 14 (GTAR/SP), à (GTAR/RJ) e à
(GTAR/DF)
Incisos I a IV.
GGCP (art. 1 e 7)
e GGAC (art. 2 e
11), podendo
delegar suas
competências a
seus gerentes
técnicos e líderes
de área.
GTRAB (3)
GGCP atribui a
GCPR, GCEN e
GTAI (art. 8 a 10)
GGAC atribui a
GCPR, GCEN e
GTAI (art. 12 a
14)
Art. 16
Incisos I a IV.
GTGC
Art. 17
Incisos I a IV.
GTPA
Fonte: Elaboração do autor, 2018).
35
Quadro 15 – Extrato com atribuições degeladas - Art. 35 (Continuação)
SAR (ANAC, 2016a), Art. 35 Atividade delegada dentro da SAR Setor
Art. 18
Incisos I, II, IV e VI, com destaque para:
II - melhoria contínua em todos os processos
e, em especial, naqueles que requerem
interação com outras áreas, internamente e
externamente à Superintendência;
Atribuições
comuns das
Gerências.
Embora não seja
explícita a
correlação com as
disposições do
Anexo 19, há um
direcionamento
para busca por
melhoria continua
de todos os
processos.
Fonte: Elaboração do autor, 2018).
3.1.7 Competências de gestão já implementadas dentro da ANAC
Com base em comparação entre ANAC (2016a), Art. 2º, e ANAC (2016a), Art. 33 º ao
35º, observou-se que a SPO possui atribuições diretamente relacionadas com disposições de
gestão de segurança operacional de voo, exercidas pela a Gerência Técnica de Análise de
Desempenho – GTAD.
Tal constatação é reforçada ao observar (ANAC, 2017a), documento este que detalha
atribuições que podem ser vistas como fonte de benchmarking pela SAR.
O conjunto de atribuições da GTAD inclui:
a) Definir os parâmetros de desempenho operacional dos operadores
supervisionados para identificação do nível de segurança operacional;
b) Realizar pesquisas, coletas de dados, avaliações e demais procedimentos
pertinentes ao acompanhamento continuado dos parâmetros de desempenho
operacional dos operadores;
c) Consolidar os indicadores de desempenho de segurança operacional dos
operadores.
3.1.8 Estrutura organizacional da FAA
Com base em material FAA (2017), dentro de seu setor de aeronavegabilidade, percebe-
se que há direcionamento para uma reestruturação, que refletiria um esforço alocado em
acompanhamento de desempenho de seus processos ligados a segurança operacional de voo,
com um foco voltado para aumento de eficiência, o que, de certa maneira, reflete as disposições
contidas no Anexo 19.
36
Tal mudança pode ser observada com base nas Figuras 5 e 6.
A referida possibilidade de reestruturação pode ser vista como uma importante
oportunidade para benchmarking por parte da SAR, em sua área de certificação de produto
aeronáutico, uma vez que com essa nova abordagem passa a existir setor direcionado para
gestão focada em desempenho interno daquela autoridade (AIR 300), e além disso, passa a
existir uma divisão voltada exclusivamente para supervisão (AIR 800) dos regulados,
independentemente da divisão de certificação (AIR 700), refletindo assim, uma tendência de
supervisão unificada.
Figura 5 – Antes da mudança organizacional
Fonte: FAA(2017)
Figura 6 – Após a mudança organizacional pretendida
Aircraft Certification Service
AIR 1, Director, Dorenda Baker
AIR 2, Deputy Director, David Hempe
Executive Support Staff
(AIR 10)
Brian Morris
Alternative Fuels Program Staff
(AIR 20)
Peter White
International
Division
(AIR 400)
Chris Carter
Design,
Manufacturing
& Airworthiness
Division
(AIR 100) Susan Cabler,
Acting
Planning &
Program
Management
Division
(AIR 500)
Mike Linegang
Transport
Directorate
(ANM 100)
Jeff Duven
Small Airplane
Directorate
(ACE 100)
Mel Johnson,
Acting
Engine and
Propeller
Directorate
(ANE 100)
Colleen
D’Alessandro
Rotorcraft
Directorate
(ASW 100)
Lance Gant
AIR Before the Organizational Change
• Policy
• Technical and
Administrative
Support
• Policy
• Foreign Affairs
• Technical and
Administrative
Support
• Policy
• ACO’s
• MIDO’s
• Technical and
Administrative
Support
• Policy
• ACO’s
• MIDO’s
• Technical and
Administrative
Support
• Policy
• ACO’s
• MIDO’s
• Technical and
Administrative
Support
• Policy
• ACO’s
• MIDO’s
• Technical and
Administrative
Support
1Federal Aviation Administration
37
Fonte: FAA(2017)
3.1.9 Tendências ligadas ao tema (Estudo ANAC)
De acordo com ANAC (2016b), tem-se as seguintes constatações:
3.1.9.1 Requisitos de certificação em vigor
Os requisitos brasileiros ligados a fabricantes ainda não contemplam na íntegra nenhum
dos elementos de SGSO, no contexto de projeto e produção de produto aeronáutico.
Adicionalmente, foi constatado que para o caso de organizações de projeto, o SGSO
poderá ter ampla abrangência e sua aplicabilidade estará relacionada não somente à aprovação
do produto (aeronave), mas também à organização em si.
3.1.9.2 Modelo de fiscalização
Caminha-se para uma abordagem de supervisão dentro de um modelo único de
fiscalização, que teria 3 (três) principais áreas:
a) Organizacional: Transição do tradicional modelo de demonstração / verificação de
cumprimento de requisitos para o modelo de supervisão baseada no desempenho
organizacional.
b) Produto aeronáutico: transição do papel tradicional da autoridade através de
envolvimento direto na aprovação de projeto para uma atuação mais voltada na
prática de nível de envolvimento.
Functional Division End State
Policy & Innovation
Division
(AIR 600)
Compliance &
Airworthiness Division
(AIR 700)
System Oversight
Division
(AIR 800)
Organizational
Performance Division
(AIR 300)
Enterprise Operations
Division
(AIR 900)
Executive Technical
Support Staff
(AIR 10)
Aircraft Certification Service
AIR 1, Executive Director
AIR 2, Deputy Executive
Director, Regulatory
Operations
AIR 3, Deputy Executive
Director, Strategic Initiatives
Monitors and Supports aerospace Issues all design Oversees all FAA
assesses the overall innovation by creating approvals for both approvals, certificates,
internal health of AIR, novel means of domestic and foreign and bilateral partners
and provides strategic compliance, develops manufacturers as well in addition to designee
leadership for planning and maintains AIR as production and and delegation
and change regulations, manages airworthiness programs.
management within the CSTA program certificates, executes
the organization. and overall fleet COS processes, and
safety, as well as provides flight test
educational outreach. support.
Provides core services
that enable success
throughout AIR,
including human
resources, financial
management,
workforce
development, IT
support and
information
management.
3Federal Aviation Administration
38
c) Pós-certificação: Transição de abordagem reativa tradicional de hoje para um
modelo de vigilância (com base em processo) sistêmica.
3.1.9.3 Supervisão baseada em desempenho - SBD
Há vantagens no uso de supervisão baseada em desempenho em conjunto com a
abordagem já existente, baseada em conformidade.
Dentre os pontos considerados, destacam-se:
a) concentraria recursos da autoridade nas áreas de maior risco no sistema de aviação
b) moveria a autoridade de uma total dependência de verificações de conformidade,
auditorias e inspeções para uma abordagem mais eficaz de segurança e para um
monitoramento de dados de desempenho de conformidade.
c) em funcionamento pleno propiciaria priorização de recursos da autoridade de
aviação civil para áreas de alto risco à segurança e de conformidade.
d) autoridade permitiria redução de seu envolvimento direto nas atividades de
aprovação de projeto e supervisão como um todo.
e) autoridade pode concentrar seus esforços em empresas com menor desempenho da
segurança e de conformidade.
f) seria uma forma de supervisão também preventiva
g) estabelece objetivos, medidas e expectativas de desempenho, e foca nos resultados,
ao invés de focar apenas em prescrições normativas.
h) busca avaliar e monitorar o desempenho da segurança e de conformidade usando
vários indicadores.
3.2 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS
Com base nos dados coletados, buscou-se traçar uma linha comparativa entre a atual
distribuição de competências da ANAC, na área estudada, em relação às novas funções
preconizadas pela OACI, relativas a gestão da segurança operacional de voo.
Com isso, tem-se o Quadro 16, com o qual é possível deduzir alguns pontos como:
a) O PSOE-ANAC contempla as disposições do Anexo 19.
b) A SAR não possui diretamente em seu rol de competências, explicitação de
atribuição ligada a gestão de segurança operacional de voo, assim como não delega
39
de maneira explicita tal competência à GGCP, mantendo desta foram, no nível da
superintendência tais competências conforme ANAC (2016a), Art. 31o. Nesse
sentido, a explicitação de novas funções seria uma oportunidade para repensar a
atual estrutura de forma a refletir o novo paradigma trazido pelo Anexo 19, que
acrescentou uma maior preocupação em atuar de maneira proativa.
c) SIA e SPO explicitam parcialmente em seu rol especifico de competências,
atribuições ligadas a gestão de segurança operacional de voo.
d) Ao contrário das disposições sobre gestão, as de supervisão já estariam
representadas de maneira explicita na documentação considerada.
e) Dentro da SAR há, de maneira explicita e parcial, delegação de atribuição ligada a
técnicas de gestão de segurança operacional de voo, apenas no contexto de atuação
da GGAC.
f) Há oportunidade de benchmarking dentro da própria Agencia, como no caso da
GTAD/SPO no que tange a medição de desempenho do setor regulado, assim como
em autoridade estrangeira, conforme exemplo da FAA, no que tange a medição de
desempenho dos processos conduzidos pela autoridade de aviação civil.
g) Há oportunidade também para explicitação tanto em Regimento interno quanto em
portaria de delegação interna, de maneira direta, as funções relacionadas com gestão
de segurança operacional de voo, à área de certificação de produto aeronáutico.
h) A regulamentação do SGSO para fabricantes é eminente, conforme ANAC (2016b),
e uma revisão do processo de supervisão da SAR torna-se interessante, tendo em
vista as vantagens possíveis de um processo unificado e acrescido de foco em
melhoria de desempenho dos processos dos regulados e da própria autoridade de
aviação civil.
i) A eventual unificação de processos de supervisão torna-se mais complexa com o
provável advento da modalidade de certificação de organização de projeto, que
poderá ser inserida no contexto de atuação da GGCP de maneira harmônica,
visando os ganhos esperados com a coleta de dados de segurança operacional de
voo.
j) Apesar da SAR não ter aparentemente delegado a suas gerencias, de maneira
explicita, as atribuições ligadas a gestão da segurança operacional de voo, ela
delegou foco em melhoria contínua de processos, o que pode ser interpretado de
maneira correlacionada com os direcionamentos do PSOE-ANAC.
40
Quadro 16 – Status de aderência
ICAO
Quadro 01
PSOE-ANAC Regimento
interno ANAC
(SAR)
Portaria de
delegação de
atribuições
(SAR)
Comentário
3.1 SSP Art. 12 Art. 31 – XIII,
XVII
----- Programa de Estado
está no nível de
superintendência e
ainda não está delegado
a gerencias
subordinadas.
3.2 Política,
objetivos e recursos
de supervisão de
segurança
operacional de voo
do Estado
Art. 13 –I, VII
Art. 25 -III
Art. 31 – XIII,
XVII
Art. 16o a 18o Programa de Estado
está no nível de
superintendência e
ainda não está delegado
a gerencias
subordinadas.
Há iniciativas ligadas a
administração de
recursos decorrentes do
foco em supervisão.
3.2.1 Legislação
primária da aviação
Art. 25 –I, VIII Art. 31 – II, XVII Art. 4o Representa elemento
crítico de supervisão.
3.2.2 Regulamentos
operacionais
específicos
Art. 13 –III
Art. 25 –II
Art. 47
Art. 31 – IV, XII,
XVII
Art. 35 – I, III,
VIII
Art. 6o, 15o Representa elemento
crítico de supervisão.
Fonte: Elaboração do autor (2018).
41
Quadro 16 – Status de aderência (Continuação 1 de 3)
ICAO
Quadro 01
PSOE-ANAC Regimento
interno ANAC
(SAR)
Portaria de
delegação de
atribuições
(SAR)
Comentário
3.2.3 Sistema e
funções do Estado
Art. 26 Art. 31 – XIII,
XVII
----- Está fora do escopo das
superintendências.
Representa elemento
crítico de supervisão.
3.2.4 Pessoal técnico
qualificado
Art. 13 –II
Art. 25 –IV
Art. 31 - XVII Art. 16o Representa elemento
crítico de supervisão.
3.2.5 Orientação
técnica, ferramentas
e provisão de
informações críticas
de segurança
Art. 13 –III
Art. 25 –V
Art. 40
Art. 31 – VI, IX,
XVII
Art. 35 – XIV, XX
Art. 6o, 15o Representa elemento
crítico de supervisão.
3.3 Gestão de riscos
de segurança
operacional de voo
do Estado
Art. 13 –III, VI\
Art. 26
Art. 47
Art. 57
Art. 63
Art. 64
Art. 31 – IX, XIV,
XVII
----- Não consta delegação a
gerências, de maneira
explícita.
3.3.1 Obrigações de
licenciamento,
certificação,
autorização e
aprovação
Art. 13 –IV
Art. 25 -VI
Art. 31 – I, X,
XVII
Art. 35 – II, IV,
VII, XI, XIX, XXI
Art. 1o, 3o, 4o, 7o,
8o, 10o, 12o, 11o,
14o
Representa elemento
crítico de supervisão.
Fonte: Elaboração do autor (2018).
42
Quadro 16 – Status de aderência (Continuação 2 de 3)
ICAO
Quadro 01
PSOE-ANAC Regimento
interno ANAC
(SAR)
Portaria de
delegação de
atribuições
(SAR)
Comentário
3.3.2 Obrigações do
sistema de
gerenciamento de
segurança
operacional de voo
Art. 13 –III, IV Art. 31 - XVII ----- Não consta delegação a
gerências, de maneira
explícita.
3.3.3 Investigação de
acidentes e
incidentes
Art. 13 –VII Art. 31 - XVII
Art. 35 - X
Art. 18o ANAC participa de
desdobramento de
recomendações de
segurança.
3.3.4 Identificação
do perigo e risco de
segurança
operacional de voo
Art. 13 –III, IV Art. 31 - XVII ----- Não consta delegação a
gerências, de maneira
explícita.
3.3.5 Gestão de
riscos de segurança
operacional de voo
Art. 13 – V, Art. 31 - XVII ----- Não consta delegação a
gerências, de maneira
explícita.
3.4 Garantia de
segurança
operacional de voo
do Estado
Art. 13 –IV, V
Art. 71
Art. 31 – XIII,
XIV, XVII
Art. 12o Apenas GGAC
3.4.1 Obrigações de
vigilância
Art. 13 –IV
Art. 25 –VII
Art. 31 – III, IX,
XVII
Art. 10o Apenas para produção,
com foco em supervisão
(GTAI)
Fonte: Elaboração do autor (2018).
43
Quadro 16 – Status de aderência (Continuação 3 de 3)
ICAO
Quadro 01
PSOE-ANAC Regimento
interno ANAC
(SAR)
Portaria de
delegação de
atribuições
(SAR)
Comentário
3.4.2 Desempenho
de segurança
operacional de voo
do Estado
Art. 13 –IV
Art. 19
Art. 25 –VIII
Art. 47
Art. 71
Art. 31 – IX, XIII,
XIV, XVII
Art. 12o, 18o Apenas GGAC
3.5 Promoção da
segurança
operacional de voo
do Estado
Art. 13 - VIII Art. 31 – XIII,
XVII
----- Não consta delegação a
gerências, de maneira
explícita.
3.5.1 Comunicação e
divulgação internas
de informações de
segurança
operacional de voo
Art. 13 - VIII Art. 31 – XIII,
XVII
----- Não consta delegação a
gerências, de maneira
explícita.
3.5.2 Comunicação e
divulgação externas
de informações de
segurança
operacional de voo
Art. 13 - VIII Art. 31 – XIII,
XVII
----- Não consta delegação a
gerências, de maneira
explícita.
Fonte: Elaboração do autor (2018).
Assim, com base nas considerações feitas nesta análise, chega-se à resposta buscada por
meio deste trabalho, o qual identificou quais funções requeridas pelo modelo de gestão tratado
no Anexo 19 à Convenção de Chicago, no que compete a atuação dos Estados, ainda poderiam
ser adotadas pela ANAC, no que tange a atividade de certificação de produto aeronáutico.
44
A constatação parte do entendimento de que há abertura para a explicitação de novas
funções pela GGCP/SAR, conforme conteúdo do Quadro 17, independentemente da criação de
nova gerencia técnica ou de reestruturação do organograma atual de trabalho do setor.
Quadro 17 – Prováveis novas funções no organograma da SAR
Organograma Atual GGCP Novas funções ainda não explicitadas em Regimento
Interno ou em portaria de delegação interna.
• Certificação de produto/ produção/
Aeronavegabilidade continuada.
• Vigilância e Fiscalização de
regulados.
• Gestão do processo normativo.
• Gestão do Conhecimento.
• Coordenação de credenciados.
• Área de Suporte e Assessoramento.
• Demandas Especiais.
• Analise de primeira instancia de autos
de infração.
• Analise Crítica da política e dos objetivos de segurança
operacional de voo dos regulados.
• Aceitação e Vigilância continuada de SGSO dos
regulados.
• Gestão de base de dados integrada de segurança
operacional de voo.
• Avaliação de processo de Identificação de perigos e
análise de riscos de segurança operacional de voo nos
regulados e internamente à autoridade.
• Promoção de segurança operacional de voo interna e
externamente.
• Analise de desempenho da supervisão de segurança
operacional de voo dos regulados.
• Melhoria contínua de processos internos da Agência, com
foco em indicadores identificados por processo de
monitoramento baseado em risco à segurança operacional
de voo.
• Gestão de mudança em processos da autoridade com foco
em mitigação de riscos à segurança operacional de voo
Fonte: Elaboração do autor (2018).
45
4 CONCLUSÃO
A busca pela manutenção de níveis aceitáveis de segurança operacional de voo, exige
atenção voltada para fatores organizacionais, que permitam a identificação e o controle de
riscos, de maneira proativa, tanto pelas autoridades de aviação civil, quanto por seus regulados.
Neste trabalho, o tema estudado abordou a gestão de segurança operacional de voo,
focado na atuação de Estado, tendo em vista as novas funções requeridas e aplicáveis à atividade
de certificação de produto aeronáutico.
Os resultados levaram a respostas para o problema inicial, que visou identificar se
haveria funções requeridas por este modelo de gestão, no que compete a atuação dos Estados,
que ainda precisariam ser adotadas pela ANAC, no que tange a atividade de certificação de
produto aeronáutico.
Observou-se que o Programa de Segurança Operacional Específico da ANAC
contempla as disposições sobre o tema, sendo assim ponto de partida para a implementação e
operacionalização do mesmo.
E à primeira vista, os resultados obtidos mostraram que a definição ou revisão de
competências e atribuições tem o potencial de estimular, de maneira mais efetiva, a garantia de
um esforço de implementação e manutenção de novas funções ligadas a gestão, de maneira
padronizada e integrada às já existentes obrigações de supervisão de segurança operacional de
voo.
Todavia, foi verificado que o rol de competências, comuns a todas as superintendências
da ANAC, já reflete este novo paradigma de gestão. E que desta maneira, a Agencia tem aval
para cumprir a tarefa de aprimorar ainda mais seus esforções voltados para a manutenção de
um nível aceitável de segurança operacional de voo.
Porém, foi entendido que há oportunidade para uma revisão crítica da estrutura atual de
trabalho da área estudada, a GGCP, e da SAR como um todo, assim como, da maneira como
estão explicitadas as atribuições envolvidas, visando uma maior disseminação das práticas
inerentes à gestão de segurança operacional de voo, em seus processos internos.
Tal constatação parte de percepção de que há iniciativas já em andamento, de maneira
explícita, tanto dentro da própria Agencia, como em autoridade estrangeira pertencentes ao
mesmo setor, o que ainda não seria uma realidade na SAR, no que tange tal explicitação a nível
de Regimento interno e de portaria de delegação interna de competências.
46
Contudo, uma revisão crítica da estrutura organizacional atual, assim como da definição
de competências, da área estudada, além de deixar mais claro um conjunto de funções
relacionadas com o Anexo 19, poderá propiciar ajustes decorrentes de inovações em gestão,
como por exemplo, a unificação de processos de supervisão, incluindo a integração de
abordagens prescritiva com abordagens focadas em desempenho, e consequentemente, a
possiblidade de centralização de maneira eficiente, de atividades de inteligência que permita
um suporte mais eficiente à atividade de supervisão com base em gestão de risco à segurança
operacional de voo.
Finalmente, considerando o entendimento de que há oportunidade para uma revisão
crítica da atual estrutura organizacional de trabalho, e consequentemente do modelo de
supervisão em uso, é possível sugerir que seja realizado um novo estudo, visando o
levantamento de subsídios para um processo de tomada de decisão, com base em análise
multicritério. a respeito de alternativas viáveis para a evolução do status quo organizacional da
área estudada.
47
REFERÊNCIAS
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Aprova o Programa de Segurança Operacional Especifico da Agencia Nacional de Aviação Civil
(PSOE-ANAC), Brasília, DF.
______. Resolução nº 364, de 20 de outubro de 2015(b). Regulamento Brasileiro de Aviação Civil–
RBAC 21. Emd. 02. Certificação de Produto Aeronáutico, Brasília, DF.
______. Resolução n. 110, de 15 de set de 2009, alterada pela Resolução nº 381, DE 14 de junho de
2016. Regimento Interno, Brasília, DF, 2016(a).
______.Versão adaptada da Nota Técnica – NT 13/2015/GTPN/SAR, de 05 de mar de 2016. Estudo
sobre os requisitos de gerenciamento da segurança operacional – SGSO previstos pela OACI para
fabricantes proprietários de projetos de aeronaves. Tema 01 - Agenda Regulatória 2015-2016(b).
Disponível em: <http://www.anac.gov.br/participacao-social/agenda-regulatoria/temas-2015-
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______. Portaria nº 212, de 19 de janeiro de 2017(a), Manual de Cargos e Funções da SPO,
Brasília, DF.
______. Portaria n. 1.655, de 11 de maio de 2017(b), Delega competência e atribui às Gerências
Gerais, Gerências e Gerências Técnicas suas principais atividades realizadas, Brasília, DF.
______. Estrutura Organizacional da ANAC, In ANAC, 2017(c). Disponível em:
<http://www.anac.gov.br/A_Anac/institucional/organogramas/anac.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.
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______. Perguntas frequentes (FAQ) da ANAC/ SAR, In ANAC, 201-. Disponível em:
<https://sistemas.anac.gov.br/certificacao/Diversos/FAQ.asp#%20%201>. Acesso em: 19 jun. 2018.
ANAC e COMANDO DA AERONAUTICA. Portaria Conjunta n. 2, de 20 de dez de 2017. Aprova o
Programa Brasileiro para a Segurança Operacional da Aviação Civil (PSO-BR), Brasília, DF.
BRASIL. Decreto n. 21.713, de 27 de ago de 1946. Promulga a Convenção sobre Aviação Civil
Internacional, concluída em Chicago a 7 de dezembro de 1944 e firmado pelo Brasil, em
Washington, a 29 de maio de 1945, Brasília, DF.
_____. Lei n. 7.565, de 19 de dez de 1986. Dispõe sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica, Brasília,
DF.
_____. Lei n. 11.182, de 27 de set de 2005. Cria a Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, e dá
outras providências, Brasília, DF.
COMANDO DA AERONÁUTICA. Portaria n. 1.332/GC3, de 26 de dez de 2012. Aprova a reedição
da ICA 3-2, que dispõe sobre o Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Aviação
Civil Brasileira, Brasília, DF.
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