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Caros Irmãos:
Aqui estamos com satisfação e agradecimentos para vos entregar mais
uma edição de nosso Chico da Botica, buscando sempre sermos úteis e na
divulgação de nossa cultura maçônica.
Iniciando a comemorar nosso 22º aniversário realizamos o primeiro evento
com uma brilhante palestra proferida pelo Ilustre Professor Sérgio Augusto
Pereira de Borja que foi brilhantemente organizada pelas Lojas Simbólicas
“União Fraternal” e “Liberdade” ao Oriente de Cachoeira do Sul, iniciando um
processo de interiorização da Chico da Botica.
Em continuidade estaremos realizando no próximo dia 21 de outubro de
2017, mais um evento comemorativo com a palestra do Ilustre Prof. Dr. João
Bernardes da Rocha Filho, com o tema Física e Espiritualidade, para a qual
estamos contando com a presença dos Irmãos, familiares e amigos.
Deixamos a disposição dos Irmãos alguns belos textos que nos remetem a
uma análise e meditação sobre os mesmos, escritos por nossos Ilustres
colaboradores.
Assim em ritmo comemorativo, estamos encaminhando mais uma edição
do nosso Chico da Botica, sempre com o objetivo de proporcionar uma boa
leitura e que seja útil para os Irmãos e ao engrandecimento na Ordem Maçônica.
Um TFA a todos
Loja Francisco Xavier de Pesquisas Maçônicas - GORGS
EDITORIAL: “Iniciando a Comemorar Nosso 22º Aniversário”
INFORMATIVO CHICO DA BOTICA Registro na ABIM nº. 18-B
AUG :. RESP :. LOJ :. “FRANCISCO XAVIER FERREIRA
DE PESQUISAS MAÇÔNICAS”AO GORGS
Ano 13, Edição nº. 114 Data: 30 de setembro de 2017
Editorial: “Iniciando a
Comemorar Nosso 22º
Aniversário”
Sonetos : A PROVA e O
RETORNO - Irmão
Adilson Zotovici - Pág. 2
1
O maçom, a família e
a sociedade.
- Irmão Pedro Moacyr
Mendes de Campos
- Pág. 3 a 10
2
O PODER DA PALAVRA - Irmão
José Aparecido dos Santos - Pág. 11
3
Nesta edição:
À GLÓRIA DO GA DU
Fundada em 19 de novembro de 1995
Especiais: Chico Social Reflexões Conhecimento Notícias Rapidinhas Convite Palestra
“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”
(Fernando Pessoa)
GRANDE ORIENTE DO RIO
GRANDE DO SUL
Fundado em 14/10/1893
Confederado à Confederação
Maçônica do Brasil - COMAB
Confederado à Confederação
Maçônica Interamericana - CMI
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Informativo
CHICO DA BOTICA
ojá Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
CONHECIMENTO: Reflexão
O Analfabeto Político O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. (Bertolt Brecht) Nota: Autoria não confirmada. O texto é atribuído a Brecht pela primeira vez em Terra Nossa: Newsletter of Project Abraço, North Americans in Solidarity with the People of Brazil, Vols. 1-7 (1988, p. 42),
Veja Mais: https://www.pensador.com/frase/MjMzMDA5/
Sonetos
A PROVA
Haverá uma prova cabal
Num futuro não distante
Pra quem veio e segue avante
No seio da Arte Real
Responderá num instante
Sobre o valor factual
Duma iniciação divinal,
Ou surreal e frustrante
Uma indagação informal
De transformação tocante
A um semelhante, um igual...
A prova, não obstante,
Está no semblante facial
No espelho... que falante !
Adilson Zotovici
ARLS Chequer Nassif-169
O RETORNO
Bate à porta, o costumeiro,
Do templo, sem embaraço,
Que o intuito dum obreiro
É franquear teu espaço
Foste embora do canteiro
Por fortuito descompasso
Caminhando qual luzeiro
Retornas cambando e baço
Mas jamais perdeste o laço
Anseia teu paradeiro
O teu cinzel e teu maço
Recebe irmão verdadeiro
Fraternal tríplice abraço
Pois, igual livre Pedreiro !
Adilson Zotovici
ARLS Chequer Nassif-169
Aniversariantes de outubro
Irmãos efetivos e correspondentes
04 - ALBERTO VARRIALE
04 - PAULO ASSIS VALDUGA
09 - AMARIO LÓPES RICO
12 - ANDRÉ TRAICHEL
25 - CARLOS MAGNO ADÃES DE ARAÚJO
25 - FRANCISCO FEITOSA DA FONSECA
30 - EDGAR DE FREITAS NUNES
Aos aniversariantes!
Nossas
Felicitações!!!
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Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 13 Edição 114 - 30 Set 2017 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
O maçom, a família e a sociedade. *Irmão Pedro Moacyr Mendes de Campos
O maçom, a família e a sociedade.
Uma visão pessoal, despretensiosa da
maçonaria nos dias de hoje com relação ao meio
familiar e social, como ideário de comportamento
estruturado na moral e na ética.
Como houvera afirmado em meu primeiro trabalho,
quando Aprendiz em 1977 que "ao Aprendiz Maçom, foi
deflagrada não uma batalha, mas uma nova forma de
comportamento, através da virtude de que nada mais é, o
galgar passos cultivando a arte, que o levará de um caos
inicial, ao conhecimento profundo do significado de sua
existência, ao amor, à paz e ao estágio de um homem de
bem, combatendo a ignorância, a tirania, os preconceitos
e os erros", não foi difícil constatar que a maçonaria
busca a consolidação da integridade da pessoa humana,
o aperfeiçoamento do homem através da moral, pois na
minha opinião “maçonaria é um ideário de
comportamento estruturado na moral e na ética”.
Não é uma religião, mas podemos afirmar ser
constituída por homens religiosos, entendendo-se aqui, o
sentido filosófico e social de religião que, apesar de
oculta por alegorias e símbolos, induz o homem a
procurar, antes de tudo, a conhecer-se a si mesmo. Não
importa o conceito de cada um, no entanto, admito que “a
vida sem religião é uma vida sem princípio, e uma vida
sem princípio é como um barco sem direção”. (Gandhi)
A religião, que sob o aspecto social, foi preconizada
por Karl Marx, isto é, “... quanto mais coloca o homem em
Deus, menos coloca em si próprio. A miséria religiosa é,
de um lado, a expressão da miséria real, e, de outro,
protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da
criatura acabrunhada pela felicidade, a alma de um
mundo sem coração, assim como é o espírito de uma
época sem espírito. É o ópio do povo. A verdadeira
felicidade do povo exige que a religião seja suprimida
enquanto felicidade ilusória do povo”.
Felicidade realmente é ilusória quando observamos a
miscigenação e domínio de crenças, a diversidade de
ritos, símbolos, alegorias indecifráveis nesse louco
processo de globalização; quando observamos sermos
vítimas conscientes, de um neoliberalismo, na busca
obsessiva do poder absoluto através da força de uma elite
que despreza as necessidades básicas da sociedade, o
trabalho e a instrução “porque sem o pão e o livro, sem a
riqueza e sem o ensino, não pode ter saúde, nem alegria,
nem dignidade, nem alma; quem tem fome, não pode
pensar". (Olavo Bilac)
O sucesso de um ideal depende de um intrincado jogo,
onde as regras são elaboradas de forma codificada. E
nessa cibernética do comportamento, a criptografia de todo
esse simbolismo deve ser decifrada para que nosso
autoconhecimento, nossa consciência objetiva nos mostre
que somos produto, não de uma atividade intelectual
produzida, mas sim da verdadeira religião, isto é,
observação de nós mesmos.
Sem o autoconhecimento, não conseguimos o
autodesenvolvimento em relação ao nosso próprio ser,
muito menos com relação ao nosso semelhante, função
exclusiva de nossa capacidade de adquirir o conhecimento
que se faz necessário, principalmente com a observação
de si mesmo. E para tanto nos faltam referenciais,
paradigmas de comportamento moral e ético sepultados
em nome do descalabro social e cultural. O ideal, o objetivo
é alcançado em sua plenitude quando estabelecida a regra
fundamental do equilíbrio social, isto é, ao homem os
direitos recíprocos às suas obrigações.
É muito difícil asseverar conceitos que identifiquem uma
situação ideal de ordem social, quando evidentes
determinados conceitos e problemas por vezes
devastadores, tão próprio e evidente em qualquer
sociedade capitalista.
Quando procuramos analisar os mais poderosos meios
de comunicação, reconhecemos que a indústria cultural
aponta seus símbolos máximos quando a influência sobre
as massas, em especial infantil e jovem, sente-se
personificada através de estereótipos da falsa moralidade.
É a educação, orientada, direcionada, tendenciosa ao
relacionamento social, exacerbada pelos descaminhos da
sedução, considerados procedimentos modernos, sem
preconceitos, com absoluta libertinagem, extrovertidos,
alheios aos sistemas conhecidos baseados na ética e na
moral.
Quando a ordem é injusta, a desordem é já um princípio de justiça. (Romain Roland)
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Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 13 Edição 114 - 30 Set 2017 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
Muito bem observado por Pedro de Almeida Moura ao
afirmar “o mundo de hoje conta bem poucas
personalidades que possam ser consideradas valores
decisivos para os destinos da humanidade. Comandantes,
chefes, salvadores há muitos; o que nos falta são espíritos
capazes de pairar acima da confusão reinante, e capazes
de, principalmente, de colocar o exemplo de suas próprias
vidas como garantia máxima de que outros processos e
outros métodos, em tudo diferentes dos que estão sendo
usados por toda parte, possam ser adotados na solução de
problemas internos e externos de diferentes povos.”
Ora, não obstante apenas o homem desperto é senhor
de si mesmo, somos reféns dos conflitos que geram o
medo, a intriga, a inveja que impedem nosso despertar. O
homem desperto, para o meio social é considerado um
louco porque não nos damos conta que louco é aquele que
perdeu tudo, menos a razão.
Nossa autodefesa dispõe de recursos que nos
proporcionam refúgios adequados e convenientes para
cada momento, mas não nos damos conta que um deles, o
mais terrível, traiçoeiro e perigoso é a vaidade, que muitas
vezes surge na sublimação da autoestima, que nos leva ao
narcisismo. Osho afirma com propriedade que “a menos
que você conheça a verdade de seu ser, você nunca
sentirá a imensa benção da vida. Você nunca será capaz
de transbordar de contentamento apenas pelo simples fato
de existir.”
Procurar o sentido da vida, não é privilégio, não é
obrigação, é o sentido da própria vida, é o despertar do
verdadeiro amor, pois sabemos que "um homem não
chega a compreender coisa alguma, a menos que a
ame." (Goethe)
É pertinente ao Maçom com sua família, constatar que
a maçonaria busca a felicidade humana porque em sua
essência, o amor, consubstancia sua existência.
É fundamental a fé e assim, constatar que a busca de
um ideal comum se constitui na atividade básica da
instituição que sempre se manteve intacta, intocável por
qualquer preceito, religioso ou não. E isso é evidente
porque em sua essência, a maçonaria não tem idade,
sempre existiu, pertence ao homem; está emancipada da
história e de conceitos teóricos ou dogmáticos.
Preocupemo-nos que a maçonaria é um caminho ao
paraíso, afinal “o paraíso não é algo a ser alcançado. É
algo a ser criado. Depende de nós." (Osho)
Não é pragmatismo, é a sustentação determinada a
uma realidade. Não nos preocupemos com a origem da
maçonaria. Preocupemo-nos com o que ela é; não nos
preocupemos com sua história, preocupemo-nos que a
maçonaria, hoje, não vive de seu passado, por mais
glorioso que possa parecer, vive para preservar o
presente para construir o amanhã; não nos preocupemos
com as pessoas que a frequentam, preocupemo-nos que
nós estamos na maçonaria; não nos preocupemos com os
maçons, preocupemo-nos "ser" maçons; não nos
preocupemos com sua existência, preocupemo-nos com
sua essência.
Mas para criar este paraíso, preocupem-nos que acima
de tudo com a prática da paciência. Propositadamente
utilizo paciência no lugar de tolerância. Considero
tolerância, sinônimo ou porta aberta para a hipocrisia.
Uma questão pessoal à qual sou irredutível.
Mas qual nossa concepção de paciência? Se nesse
momento, solicitar a cada uma das pessoas que nos
cerca, o conceito de paciência, certamente não
conseguiria uma resposta consolidada. É comum ouvir
dizer, “minha paciência tem limite!”, “isso eu não aturo!
não admito! bateu, levou! etc. É comum, hoje, nos
conformarmos com uma derrota, consciente de sermos
mais fracos e, amanhã, nos revoltarmos com reações
extremas, por uma simples contradição. Então, pergunto
quem seria capaz de estabelecer um parâmetro, uma
unidade de aferição de paciência?
Primeiro, temos que sentir e saber o que é o amor.
Saber o que é o amor é uma virtude própria somente
àqueles capazes de saber respeitar, isto é, somente sabe
amar quem sabe respeitar; quem ama respeita. É o
homem desperto. O saber está intrínseco ao
conhecimento, mas, cuidado, é com a falta de respeito
que as relações se deterioraram e o enfrentamento ocorre.
As exigências de se consagrar uma coalizão de
pensamentos tornam-se mais difíceis. Fala-se em dialética
da natureza, dialética do comportamento, dialética da
esperança, dialética da cultura, dialética da própria
dialética, não falamos na dialética conosco mesmos.
Somos envolvidos aos ensaios repensando conceitos sem
Cont.: O maçom, a família e a sociedade.
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Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 13 Edição 114 - 30 Set 2017 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
sabermos mais o que vem a ser o conhecimento de nossa
própria existência.
Podermos concluir e compreender que paciência nada
mais é que o "princípio cardeal nas relações humanas,
para que sejam respeitadas as convicções e a dignidade
de cada um". E quando isso ocorre desperta, floresce,
desabrocha o conceito de fraternidade, isto é, “sê o que és
a sós contigo. Não caminhes, nem pertenças:
sê!” (Shakespeare)
Fernando Pessoa nos dá a fórmula de fraternidade:
Cada homem é ele só; qualquer caminho que siga, tem
que buscá-lo em si mesmo. Não pode pertencer a ordem
nenhuma, nem a outrem de qualquer modo. A fórmula é
esta: liberdade, igualdade, fraternidade. Mas não é como a
entendem os místicos que a recebem sem a entenderem.
Liberdade, quer dizer não se subordinar a nada, nem
ao próprio ideal nem à própria personalidade, nem à lei de
Thelema que nos dá a nossa liberdade como nossa
limitação.
Igualdade quer dizer que tendo cada um esta liberdade,
cada um será igual a qualquer outro, desde que cada um
seja o que é.
Fraternidade é o que segue: ninguém se pode opor a
outrem desde que seja o que é, porque ser o que é é ser
irmão de quem também é o que é.
Apesar de complexo raciocínio, cuidado, a obstrução
deste princípio desencadeia o conflito; o conflito
desencadeia o medo; o medo desencadeia o
desentendimento; o desentendimento desencadeia o ódio,
a inveja, a mentira, a guerra, a desagregação. Obstruído o
princípio da fraternidade não temos condições sequer de
conceituar o respeito e paciência com a mais grave
consequência, o desaparecimento da solidariedade com o
descalabro total da unidade e consequentemente a
desarticulação social.
A falta de unidade é o fator equidistante entre a
harmonia e a paz. Oxalá, tivéssemos pessoas o
suficientemente únicas, líderes para um trabalho com
objetivos únicos. O maçom tem que ter consciência que
não é no silêncio dos templos que se faz um homem. É
necessário o empreendimento da palavra e do trabalho
para consigo mesmo, isto é, na autorreflexão, o
empreendimento no trabalho com a família e na sociedade.
Essas pessoas existem até na qualidade de
estereótipos como podemos observar em todas as
instituições religiosas, culturais, políticas, etc. Em todas se
observa o constante chamado aos exemplos
estabelecidos pelos integrantes de suas histórias.
E na maçonaria, quando se diz aglutinadora das artes
fundamentais do comportamento da humanidade
homenageia o vazio, levando ninguém do nada pra lugar
nenhum. Enquanto nas ciências, nas artes, na política, na
educação, nas ciências humanas, enfim todas e todos se
revigoram com as memórias de seus personagens, a
maçonaria se revigora com meia dúzia de símbolos que
sequer a unidade de pensamento e interpretação se
consegue harmonizar. Exemplo? Duas colunas que além
de inúteis, sequer suas posições e lugares consegue-se
uma definição.
Nesse ínterim a criminalidade da falta de conhecimento
permite na maçonaria a pluralidade de ritos como
testemunha da desagregação, isto é, criam, inventam,
modificam sem a preocupação de uma inteiração,
afinidade ou equivalência, uma correspondência histórica
e cultural. Apesar de eu ser contrário à pluralidade de
ritos, eles aí estão desabrochando, vicejando cada qual
com seu adubo próprio, com suas indumentárias
carnavalescas infelizmente, mas pelo menos fosse
possível e é, uma inteiração ecumênica apesar da
desgraçada vaidade permitida, cultivada e venerada.
É muito difícil, talvez impossível uma loja desconhecer
Paulo Freire e Anísio Teixeira quando se fala em
organização operacional. A metodologia desses dois
gênios da pedagogia, conhecidos em todos os países,
certamente impediria a pluralidade de ritos, nós mesmos
recusaríamos essa devassidão histórica e cultural.
Isto me leva a pensar que, se é impossível suportar a
falta de correspondência entre cada indivíduo,
paradoxalmente, parece impossível resistir ao recurso de
fuga à prisão do comprometimento formal do matrimônio
entre ser e razão.
Cada loja é uma loja, cada rito é um rito. Não são
partes interativas de um todo, é um todo formado por
partes distintas que se correspondem, interagem entre si
de acordo com a conveniência de cada parte e cada parte
é um elemento que satisfaz a si próprio e ao todo quando
a conveniência lhes é própria. Isso é comércio e a
Cont.: O maçom, a família e a sociedade.
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moeda desse comércio é a vaidade, identificada e
valorizada pelos aventais e colares com 33 valores
diferentes com inflação absoluta e progressiva dos valores
principalmente culturais.
Queiramos ou não, sobre vaidade, torna-se uma
homologia maçônica cheia de conseqüências para um
estudo mais profundo, pois nos encalacramos numa cultura
periférica da instituição, contagiosa. As relações entre vida
social, vida maçônica, vida cotidiana, vida política são
apresentadas em linguagem cujo conteúdo flui do
inverossímil ao crível sentido da formação para aprender
que o corpo da instituição possa depender da valorização
do narcisismo. O maçom não pode referir-se ao indivíduo
apenas como pessoa, mas sim, como elemento tal um
corpo que viceja quando plantado em solo fértil que é a
própria família, a própria sociedade.
A atualização das ideias nessas relações é apresentada
em linguagem acessível apenas aos que idealizam o poder
e por essa razão, temos que nos mobilizar, seja na filosofia,
na cultura, na sociologia, na crítica, na história, na política
para podermos aprender que o renascimento da dialética é
tão necessário ao alimento para nosso corpo.
Uma das causas, na maçonaria ninguém tem obrigação
de ser normal, é proibido sê-lo, antes fosse, mesmo que
desnecessário. O atrevimento à normalidade causa rancor
e desprezo. O maçom não gosta de ler, muito menos de
estudar ou pesquisar, aculturando-se no prazer efêmero em
desfilar entre duas colunas imaginárias.
Mesmo assim demos graças, pois há exceções,
exceções valiosas não obstante os mestres facilitarem a
vida dos aprendizes e dos companheiros, evitando assim o
seu trabalho, afinal por que se preocupar com a seqüência:
o aprendiz aprende, o companheiro executa e o mestre
ensina? A maçonaria faz exceção a uma regra
demasiadamente cruel, isto é, qual instituição não evoca a
cada momento próprio personagens, não apenas de sua
história, mas também aqueles que contribuíram para a
construção e desenvolvimento de toda a sociedade? O
maçom esquece o passado, negligencia o presente e não
se dá conta que o futuro que está construindo não lhe
permitirá sequer pensar que ainda é presente.
Mal se dão conta que o fruto de nosso trabalho, de
nosso ideal, está em nossos filhos. Mesmo assim, tem pai –
maçom - que diz “meu filho tem que ser médico..., tem que
ser engenheiro..., tem que ser político.. tem que seguir
meus passos...” sem saber que isso é crime! E tem pai
que vai mais além dizendo “meu filho, faça isso, porque
isso é que dá dinheiro...” sem saber que neste momento,
ele está instituindo a corrupção no coração do seu próprio
filho. Mal e mal se conscientiza de que, se deseja um
mundo melhor para seu filho, isso depende do filho que
ele vai deixar para esse mundo.
Mas há uma condição: não ficar parado. Então,
amanhã, não se surpreenda, pois, é nosso desejo vermos
nossos filhos orgulharem-se de seus pais que lutaram
pelos seus futuros desfraldando para eles, perspectivas
para uma vida digna e honrada. É pertinente citar Is 1; 16-
18: “Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas
ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a
fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a
causa do órfão, defendei a viúva. Vinde, debatamos – diz
o Senhor. Ainda que vossos pecados sejam como
púrpura, tornar-se-ão brancos como a neve. Se forem
vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como lã.”
Não é uma luta fácil, pois, requer sacrifícios, porem,
não nos esqueçamos de que em momentos críticos
somos obrigados a nos transformar em verdadeiros
soldados, pois, “quando se trata de defender a família e a
pátria, a fraqueza é um crime e o descuido uma
desonra.” (Olavo Bilac)
Temos que mostrar nosso conhecimento, respeitando
as convicções e a dignidade, começando pela família,
porque ali começa a maçonaria. Ali começa a prática da
paciência, do conhecimento, do amor, enfim a prática da
arte que deve ser cultivada e respeitada.
Temos que enobrecer nosso respeito pela honra e
pela dignidade e assim, louvemos aquele que faz da
maçonaria uma arte, ao mesmo tempo penalizemo-nos
daquele que faz da maçonaria um mercado. Esse é um
coitado, é um maçom errante, faz da instituição uma trilha
de turismo existencial, não leva seu juramento ou
compromisso a sério. Consideremos que existem causas
mais profundas e significativas e não seria justo esquecê-
las. Uma delas é a decadência da própria cultura. Um
processo que se desencadeia há algum tempo tendo
como consequência o que já sabemos, porem, temos que
levar em consideração que a concepção do mundo, até
pouco tempo era baseada na filosofia popular,
Cont.: O maçom, a família e a sociedade.
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o pensamento prático que aos poucos foi perdendo para o
pensamento lógico. Eram dogmas que foram
considerados repulsivos.
Ingenuidade, ignorância ou determinação de um
bacanal da impopularidade do que realmente é sério?
Não, apenas a falência da filosofia que desfrutava de
papel preponderante como orientadora da opinião pública
muito bem observado por Albert Schweitzer, “...é curioso
que, não tenhamos interesse pelo que há de
verdadeiramente valioso nas coisas do passado. Basta
ver que as mais altas conquistas, aquelas que realmente
poderíamos admirar, são sempre relatadas de modo
francamente irrefletido.. em absoluto não nos comovem
nem queremos recebê-las de herança. Tão somente o que
de alguma forma se prende aos nossos planos do
momento, às nossas paixões, sentimentos ou disposições
estéticas em mentiras nas correntes do passado e depois
ainda sustentamos que nele estamos fortemente
alicerçados”.
É necessário entender que maçonaria é uma arte. É
necessário entender que a arte maior e única é saber
olhar para si mesmo e olhar para si mesmo é entender
que a verdade está dentro de nós. Gandhi afirma com
muita propriedade que “Verdade seja talvez o nome mais
importante para Deus. Com efeito, dizer que a Verdade é
Deus é mais certo que dizer que Deus é a Verdade. Onde
está a Verdade está, também, o conhecimento que é
verdadeiro. Onde não está a Verdade não podemos
encontrar o conhecimento verdadeiro”.
É necessário entender que arte é um meio, um sistema
que nos conduz do nada, do caos inicial à realização
completa e isso é buscar e encontrar a verdade. É
necessário dizer que buscar a verdade é buscar Deus,
não importando a concepção de que cada um.
É necessário entender que nosso dever está baseado
no uso e costume de um comportamento estruturado na
ética e na moral e que o amor está em nós, ou seja,
vamos procurar nós, dentro de nós mesmos! Isso nos
induz ao recolhimento, à introspecção, e “verificaremos
então que o mundo é tal como parece, feito de coisas que
não aparecem.” (Santo Agostinho)
É nossa velha conhecida a história de Platão quando
comparou o ser humano, a alguém fascinado pelas
sombras que dançam nas paredes no fundo de uma
caverna. Entretanto, ele mesmo, chamava a atenção, para
que o homem deveria preocupar-se com aquilo que está
atrás de si provocando a sombra. A condição humana é
diferente das idéias que fazemos dela. E esta diferença,
entre o que pensamos e o que realmente somos é o que
gera o medo, o conflito.
É nosso dever trabalhar para a consolidação de nossa
integridade com união, participação, envolvimento. É
muito comum ao vermos um irmão em dificuldade,
escutarmos dizer se precisar é só me telefonar quando na
verdade, ao vermos um irmão em dificuldade, o correto é
segurá-lo pela mão e não deixá-lo cair ainda mais quando,
em muitos casos a família está envolvida e se a família
está envolvida, a sociedade também está.
Cuidado, portanto com os condicionamentos, os
comprometimentos sociais e políticos que muitas vezes
são mais fortes e nos subjugamos a eles, apesar das bem
-aventuradas e sagradas exceções.
A maçonaria é um fator determinante na função
matemática da sociedade, pois para cada valor atribuído a
um tipo de comportamento, há um valor social
correspondente do qual dependemos. E somos nós que
atribuímos esses valores agregadores das condições
sociais, dos valores sociais e valores políticos; são valores
econômicos, valores da educação e da saúde; são valores
institucionais por nós atribuídos.
Teríamos que deter a concepção de mundo, mais uma
vez citando Albert Schweitzer quando se referiu à cultura
e concepção do mundo (Weltanschauung): A grande
missão do espírito é criar uma concepção de mundo. Na
concepção do mundo é que se fundamentam as idéias,
bem como a orientação e os empreendimentos de uma
época. Somente quando chegarmos a uma concepção
cultural do mundo é que estamos maduros para as idéias,
propósitos e empreendimentos necessários a uma época
de cultura.
Temos que olhar para o social com os olhos do
coração e não através de campanhas publicitárias com o
ribombar da hipocrisia jogando na caixa da solidariedade
o que sobra de um bingo ou de um jantar beneficente.
Temos que saber olhar para o social, não através de
campanhas publicitárias, mais conhecidas por medíocres
beneficências, mas saber crescer na essência para então,
unir para crescer na existência e lutar, para que a
socialização dos usos e costumes seja a base de
Cont.: O maçom, a família e a sociedade.
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- Ano 13 Edição 114 - 30 Set 2017 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
sustentação de nossas famílias quando então, quem
sabe, não teremos mais necessidade de fecharmos as
portas de nossos templos. E ainda mais, abrir janelas
para o mundo, nos reunirmos ao sabor da natureza, ao
som dos pássaros com suas melodias sublimes, os
verdadeiros mestres da harmonia.
Não podemos ser daquele tipo hipócrita otimista, que
afirma ser isso apenas uma fase histórica, ou aquele
fracassado pessimista que encontra a solução na
violência. No Livro Apocalipse, encontramos uma
afirmativa muito forte, talvez a mais forte na carta à igreja
em Laodicéia, Capítulo 3, versículos 15 e 16. Está escrito
algo muito sério e terrível que não nos damos conta: “(15)
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente! (16)
Assim, porque és morno, e nem és quente nem frio, estou
a ponto de vomitar-te da minha boca”. Não sejamos
mornos! Temos que assumir de vez nosso compromisso
para conosco, para com a família, para com a sociedade.
Infelizmente, somos fracos e descuidados, muito
embora conscientes que possuímos potencial com
métodos e formas, intrínsecas às necessidades básicas
no aprimoramento da sociedade e do homem através da
moral. Entretanto, nossa acomodação é assediada pela
confortável e suposta autodeterminação de julgar a
instituição sublime, poderosa e forte. A luz das lantejoulas
progressivamente graduadas obstrui o sentimento
amalgamado pela sentença corruptiva da vaidade
transformando cerimônias festivas de conquistas em
banquetes iluminados pelos comensais de frases feitas.
Necessitamos de objetivos e planos de trabalho
desenvolvidos à luz das necessidades políticas e sociais;
necessitamos de união, a fim de desenvolver o
crescimento; necessitamos evitar as sevicias do prazer e
a acomodação deste sono profundo em berço de
esplêndido estado caudatário; necessitamos despertar
para um movimento solidário e participativo com a família
maçônica; necessitamos de envolvimento, onde a
participação associativa das necessidades básicas da
instituição, com as necessidades básicas da família e da
sociedade, há de consagrar a efetiva socialização da
democracia, instaurando, de fato e de direito, a Ordem, o
Progresso e o Amor para com a Pátria, pois, a maçonaria
“condena a exploração do homem, os privilégios e as
regalias, enaltecendo, porém, o mérito da inteligência e
Cont.: O maçom, a família e a sociedade.
da virtude, bem como o valor demonstrado na prestação de
serviços à Ordem, à Pátria e à Humanidade; afirma que o
sectarismo político, religioso e racial são incompatíveis com
a universalidade do espírito maçônico; combate a
ignorância, a superstição e a tirania. (Constituição do GOB)
É necessário lucidez com diálogo objetivo, franco,
posições nítidas a respeito da democracia e das
perspectivas políticas, ora obscuras e incertas. É
necessária a conscientização de nosso potencial
necessário à participação no processo de desenvolvimento.
Lutar por uma democracia, não apenas para mudanças,
mas para o estabelecimento definitivo dos modelos do
equilíbrio social através da socialização da própria
democracia. Conseguiremos isso, e muito mais, se, e
somente se formarmos a grande cadeia de união e
trabalharmos por um ideal comum, uma causa comum, um
objetivo comum. Trata-se de um conjunto de homens e
mulheres que sabem dignificar e honrar o solo que pisam, o
solo que coloca a comida em suas mesas.
O maçom brasileiro, isto é, de nacionalidade brasileira,
não honra, muito menos luta pelos seus próprios valores.
Valores de nossa história, valores que honram nosso
patrimônio, nosso acervo no mundo das artes, na política,
sociologia, antropologia, ciências tais como Ana Néri,
Oswaldo Cruz, Adolfo Lutz, Roberto Landell de Moura,
Carlos Chagas Filho, Neise de Oliveira, Vital Brasil,
Cândido Rondon, entre tantos outros cientistas.
Apesar da injustiça própria do esquecimento ainda cito
na pintura Victor Meireles, Portinari, Di Cavalcanti, Juarez
Machado, Tarsila do Amaral, Pedro Américo, Almeida
Júnior, além dos escultores excepcionais praticamente
desconhecidos por nós e ainda na música com Heitor Villa-
Lobos, Edino Krieger, Guerra Peixe, Alfredo da Rocha
Viana Filho (Pixinguinha), Noel Rosa, Dolores Duran, Luiz
Gonzaga que foi exceção porque se aproveitaram de sua
música Acácia amarela pouco se importando com o irmão,
entre centenas de outros que compõem um dos maiores
acervos de músicos que se conhece. Ainda Wolfgang
Amadeus Mozart, Piotr Ilich Tchaikovsky, Robert
Schumann, Hector Berlioz, Giuseppe Verdi, Richard
Wagner, Giovani Palestrina, Padre José Maurício, enfim
uma coetânea sem fim. A propósito seriam necessárias
várias páginas somente para os compositores brasileiros
de excelente qualidade.
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Escritores como Monteiro Lobato, Nélida Piñon, Mário
Quintana, Érico Veríssimo, Mário de Andrade, Lima Barreto,
Cecília Meireles, Catulo da Paixão Cearense, Machado de
Assis, Gonçalves Dias, Carlos Drummond de Andrade, Olavo
Bilac, Manoel Bandeira, Vinícius de Moraes, entre outros
tantos pra mais de centena.
E mais, e mais, e mais representantes de nosso povo,
nossa cultura e, entre todos esses deveria citar os anônimos
não menos excepcionais escultores, rendeiras e bordadeiras e
pintores que o nordeste brasileiro deixa o mundo com
admiração e perplexidade.
Todos esses nomes e muitos outros poderiam, ou melhor,
deveriam ser motivo para o preenchimento de poucos minutos
nas sessões maçônicas, mas isso não acontece para tristeza
de uma instituição como a maçonaria brasileira que, sob esse
aspecto é relaxada e pobre.
Apesar de tudo, mesmo com pesar devemos zelar pela
maçonaria, por essa pobre maçonaria, pelo bem estar da
família maçônica, uma representação fiel e digna para
qualquer maçom, não importa a nacionalidade ou rito, muito
menos sua condição social.
Devemos zelar pela maçonaria, preocupando-nos com a
ética de seus próprios componentes; preocupando-nos com a
moral pública, preocupando-nos com o comportamento de
nossos representantes, principalmente, com aqueles que
foram iniciados, se dizem irmãos e ocupam cargos públicos.
Não podemos esquecer que para um comportamento moral, é
necessária a ética do comportamento.
Devemos zelar pela maçonaria, preocupando-nos com o
genocídio cultural e social do poder monetário, que através
dessa fantástica máquina cinematográfica nos obrigam a
digerir a cada minuto, filmes doutrinadores de um
comportamento servil. Comportamentos de usos e costumes
com o devido apoio da imprensa televisada, escrita e falada
agridem, destroem, seviciam, aviltam e arrasam a moral e a
dignidade da família e do próprio Estado.
Devemos zelar pela maçonaria, preocupando-nos com a
hipocrisia da liberdade, com a hipocrisia da igualdade, com a
hipocrisia da fraternidade impostas por uma democracia
mutilada e deturpada por normas de comportamento, ditadas
pelo capital privado, detentor do controle absoluto do poder,
impondo leis de mercado as quais, são mais importantes do
que as leis da moral e da ética.
Devemos zelar pela maçonaria e por toda a humanidade
Cont.: O maçom, a família e a sociedade.
porque chegará o dia em que haveremos de nos
conscientizar de “que a beleza de uma cidade não
está na beleza de seus teatros, na grandeza de seus
estádios, de seus jardins, de seus monumentos, no
esplendor de sua catedral... A beleza de uma cidade
se realiza quando todo mundo tem uma casa digna de
ser habitada por pessoas humanas, quando há água
potável para todos, a saúde garantida para todos, a
possibilidade de freqüentar a escola para todos, a
possibilidade do lazer para todos, para que o
desabrochar da dignidade de cada um possa tornar-se
uma realidade viva e completa.” (Dom Helder Câmara)
A maçonaria nos predispõe ao trabalho de
conscientização político e social, não só com a
palavra, mas, acima de tudo, com a ação, com a
participação, com o envolvimento.
Cabe a cada um de nós, portanto, decidir, porque
esse trabalho nos coloca numa encruzilhada: ou
ficamos parados, inertes, enclausurados, aguardando
os acontecimentos, sentados no meio fio vendo a
banda passar, transformando-nos em seres alienados,
ou partimos para um trabalho efetivamente maçônico.
Temos que decidir, apesar de evidente nos
defrontarmos com o axioma de Dom Hélder Câmara:
“Quando eu falo da pobreza todos me chamam de
cristão, mas quando eu falo das causas da pobreza,
me chamam de comunista. Quando eu falo que os
ricos devem ajudar os pobres, me chamam de santo.
Mas quando eu falo que os pobres têm que lutar pelos
seus direitos, me chamam de subversivo."
Temos que decidir e trabalhar para que as
gerações futuras, principalmente nossos filhos,
possam viver e gozar uma vida plena de realização e
felicidade, enaltecendo um passado, feito por homens
livres e de bons costumes.
Homens que tiveram ao seu lado, mulheres que
souberam manter a honra e a dignidade; mulheres
que souberam, não apenas gerar a vida, mas também
justificar e materializar o verdadeiro sentido do amor.
Mulheres que, infelizmente, ainda amordaçadas por
preconceitos de avental, não têm consciência do
poder e da própria força.
Portanto, rogo que reflitam sobre o estado de
apostasia que nos foi imposto, em troca de nossa
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voluntária aceitação. Temos que lutar pela causa da
maçonaria.
Temos que lutar pela causa da família. Temos que
lutar pela causa da sociedade e, principalmente temos
que lutar pela causa da Pátria.
Para que haja real inteiração entre o maçom, a
família e a sociedade temos que lutar, através da
participação e envolvimento no processo histórico,
pois, observamos um amaldiçoado sistema neoliberal,
onde a concentração de renda, o capital especulativo,
é mais importante que o capital produtivo; a
tecnologia, mais importante que a mão de obra.
É necessário participar e lutar pela globalização,
não da estrutura social e econômica, determinada por
índices de bolsa de valores, mas pela globalização
das regras fundamentais que regem o comportamento
social, a partir da educação, da ética, da integridade
da família, da sociedade e do Estado.
Não podemos esquecer: “Tudo que somos é
resultado do que temos pensado: está fundado em
nossos pensamentos, é composto de nossos
pensamentos. Se um homem fala ou age com um
pensamento ruim, a dor o segue como a roda segue a
pata do boi que a puxa. Se um homem fala ou age
com um pensamento puro, a felicidade o segue como
a sombra que nunca o abandona.” (Gautama Buda)
Para encerrar, uma oração, oração de uma criança
antes de nascer:
Eu ainda não nasci,
consolem-me.
Eu tenho medo que a raça humana,
com seus grandes muros me aprisionem;
com suas fortes drogas me anestesiem e alienem;
com seus instrumentos de tortura me supliciem;
com suas belas mentiras me enganem;
e com seus banhos de sangue me façam perder
de mim mesmo.
Cont.: O maçom, a família e a sociedade.
Eu ainda não nasci.
Preparem água para me banhar,
preparem grama para crescer para mim,
preparem árvores para conversarem comigo,
o céu para cantar para mim, pássaros,
e uma luz branca atrás da minha mente,
para iluminar o meu caminho
Eu ainda não nasci.
Me deem forças contra aqueles que vão querer esfriar a
minha humanidade;
me deem forças contra aqueles que vão querer me
transformar em uma máquina,
a uma coisa de uma face só.
A uma coisa.
Me deem forças contra aqueles que vão querer dissipar a
minha inteireza
e jogar fora a minha substância.
Porque,
se não for assim,
é melhor não nascer.
Que a Paz, a Harmonia e a Concórdia reinem em nossos
corações.
PEDRO MOACYR MENDES DE CAMPOS
Florianópolis, SC
Criado em 04/05/2001
Atualizado em 22/03/2014
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Uma das mais importantes ferramentas não simbólicas
de uma Loja Maçônica é a palavra; invisível, porém
audível, ela circula o tempo todo entre os maçons e seu
poder se faz sentir inclusive nas Iniciações, quando o
iniciando nada vê, mas tudo ouve.
Alternando-se em todos os segmentos de qualquer
sessão e de qualquer grau, ela se apresenta na forma de
diálogos ritualísticos, leitura de atas, palestras, debates,
declarações, palavras a bem da Ordem em Geral e do
Quadro em Particular, leitura das leis, decretos, atos, etc.
Suprima-se a palavra...e a Maçonaria deixará de existir.
Seu uso é quase sempre disciplinado pelo Ritual; seu
detentor é o Venerável Mestre, que a concede, ou retira, a
qualquer dos maçons presentes, sejam do quadro ou
visitantes. Em alguns Ritos, ou na tradição de algumas
lojas, ela é negada aos aprendizes; outros consideram que
eles, os aprendizes, podem fazer uso da palavra somente
para perguntas pertinentes ao seu grau; e há ainda
aquelas Lojas que estimulam os aprendizes a falar,
entendendo que assim estarão se desinibindo e
aperfeiçoando a mais nobre de todas as artes; a retórica.
Sem entrar no mérito dessas questões, o fato é que,
nas sessões maçônicas todos dela fazem uso; uns por
atribuição inerente ao cargo, como é o caso do Venerável
Mestre, dos Vigilantes, das Dignidades e, sobretudo do
Orador de ofício; outros por estarem inscritos na Ordem do
Dia ou no Tempo de Estudos; e finalmente, todos os que
assim desejarem, nas Palavras à Bem da Ordem em Geral
e do Quadro em Particular.
Dominar bem o emprego da palavra, portanto, é
obrigação de todo maçom, além de ser uma necessidade e
uma forma de aprimoramento cultural, pois alguém já disse
que a Maçonaria é uma escola de líderes e que um líder é
aquele que, além do exemplo pessoal de valores e
virtudes, sabe expressar-se corretamente, utilizando sua
fala para impressionar, persuadir, comover e conduzir seus
interlocutores.
Vemos frequentemente Irmãos com grandes ideias e
magníficos ideais perderem a oportunidade de ação e
serem votos vencidos nos debates, justamente pelo mau
uso das palavras pelo descaso com a didática e a retórica.
Muitas pessoas, alegando não possuírem o dom da
palavra, recusam-se a falar em público, perdendo
excelentes oportunidades de promoção pessoal, mas,
será que a palavra é um dom? Ou será simplesmente uma
técnica possível de ser aperfeiçoada com estudo e treino?
Demonstrar que qualquer pessoa pode desenvolver e
melhorar sua voz, dicção, didática e até mesmo expressão
corporal é um dos objetivos da maçonaria, dentre aqueles
que se destacam, é porque está sempre em busca de
literaturas, leituras constantes e em busca de conselhos e
dias, dentro de pouco tempo, estará se sentindo uma nova
pessoa, mais interessante e agradável, não somente em
sua Loja maçônica, como também na sua vida
profissional, social e familiar, sendo um dos itens que
alguns se aprimoram na Ordem Maçônica.
Falar bem não é requisito fundamental apenas para os
profissionais da palavra – advogados, apresentadores e
vendedores, mas um complemento indispensável a todos
os que queiram viver melhor, ter mais qualidade de vida,
sentindo-se admirados e aceitos em todas as esferas do
relacionamento humano, ter o dom da palavra é para
todos e com diplomacia.
“Diante do público...o fraco treme; o louco afronta; o
tolo subestima...e o orador conduz”.
A Arte da Palavra, está no estudo constante e árduo...
Extraído dos Livros...para leitura e compreensão dos
amigos, irmãos....
*José Aparecido dos Santos
O PODER DA PALAVRA *Irmão José Aparecido dos Santos
PERGUNTARAM AO DALAI LAMA: O que mais te surpreende na Humanidade?
E ele respondeu: Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois
perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o
presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer...
E morrem como se nunca tivessem vivido.
COLUNA DA CHICO - REFLEXÃO
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NOTÍCIAS RAPIDINHAS DA CHICO
1. REUNIÃO DA CHICO DA BOTICA A Loja “Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas”, - a “Chico da Botica”, ao Oriente de Porto Alegre – RS, no mês de setembro inovou nos procedimentos em suas reuniões. O que normalmente acontecia tendo por local o Templo Leonello Paulo Paludo, Centro Templário - 3º andar, na Rua Aureliano de Figueiredo Pinto, 945, desta vez, em parceria com as Lojas Simbólicas “União Fraternal” e “Liberdade” ao Oriente de Cachoeira do Sul – RS, a mesma
aconteceu no Salão do Templo da Liberdade, sito a Rua Morom, 1262, Centro, em Cachoeira do Sul – RS. O objetivo foi descentralizar as
reuniões restritas a Capital e trazer às demais Lojas e Região a divulgação do seu trabalho em prol da Cultura Maçônica e Conhecimento geral, além de ser também a promoção de uma palestra dentro das atividades comemorativas do 22º ano de Fundação da Chico. Para tanto uma comitiva partiu cedo de Porto Alegre comandada pelo Venerável Mestre Afrânio Marques Correa, acompanhado pelo palestrante o Insigne Prof. Irmão Sérgio Augusto Pereira de Borja e composta pelos seguintes membros efetivos e correspondentes: Dante Cezar Melo Rostirola; Marco Antonio Perottoni; João Lauro Desidério Alves; Irineu Alves Dos Santos Filho; Cesar Volnei Da Luz Gomes; Alfredo Luiz Pinheiro e Abraão Winogron.
2. ATIVIDADES Na Ordem do dia, como estava previsto, o desenvolvimento deu-se em duas partes: na primeira a recepção, por volta das 11:30 horas; - a visitação as dependências do Templo, também utilizadas para as reuniões dos Graus filosóficos, na região de Cachoeira compreendendo uma Loja de Perfeição e um Sublime Capítulo do REAA. Seguiu-se o almoço e o bate papo descontraído. Agradecemos a todos que trouxeram sua contribuição em alimentos não perecíveis que foram destinados ao Lar de Adoção do município onde se desenvolve, com crianças carentes, o projeto Guerreiros do Futuro, que incentiva a prática do esporte.
Obs.: textos publicados são de inteira responsabilidade dos seus autores
Na segunda parte a Palestra com início 14:00 horas, onde o Prof. Sergio de Borja, trazendo o tema: História das
Leis, Origens, Necessidades e Finalidades encantou os presentes ao proferir tanto conhecimento, tanta energia! Era nítida sua performance: a a l e g r i a , a e x p r e s s a mani fes tação de t razer conhecimento, a empolgação de suas ideias calcadas em anos e anos de estudos. Foi muito bom! - e não temos como demonstrar o quanto somou para cada um beber de suas palavras. Só resta: Obrigado
Nosso palestrante, Irmão Sergio de Borja recebeu uma homenagem da Chico da Botica na forma de uma
estatueta representando o Maçom no seu trabalho na Pedra Bruta.
Outras imagens realizadas por ocasião da Rota Itinerante da nossa querida Chico da Botica ao Oriente de Cachoeira do Sul estão disponibilizadas pelo Irmão Irineu, o prestimoso fotógrafo da Chico no Link:
Palestra Sergio Borja
3. PUBLICAÇÕES NA CHICO DA BOTICA - Contatar: - Marco Antonio Perottoni e-mail: [email protected] - Artêmio Gelci Hoffmann e-mail: [email protected]
açônica
Aug Resp Loja “FRANCISCO XAVIER FERREIRA DE PESQUISA MAÇÔNICAS” a CHICO DA
BOTICA, Oriente de Porto Alegre - RS, tem a honra de convidar os Maçons, da Maçonaria Unida do Rio
Grande do Sul - MURGS, e demais Irmãos, familiares e amigos, do Orbe terrestre, para palestra, em
comemoração ao seu
PROGRAMAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO PALESTRANTE
1. Data: 21 DE OUTUBRO DE 2017 - SÁBADO
2. Local: Templo Leonello Paulo Paludo - Centro Templário, sito à Rua Aureliano de Figueiredo Pinto, 945
– 3º andar – Porto Alegre – RS, sendo no sábado, a entrada é feita pela Travessa Quatro Jacós, 44
3. Traje: Esporte
4. Tema: FISICA E ESPIRITUALIDADE.
5. Palestrante: Prof. Dr. João Bernardes da Rocha Filho
Pós-doutor em Enseñanza de las Ciencias (Facultad de Educación/PUC Chile).
Doutor em Engenharia, Metrologia e Instrumentação (LABMETRO/UFSC).
Mestre em Educação (FACED/PUCRS). Especialista em Metodologia do Ensino Superior (FACED/PUCRS).
Especialista em Psicossomática (FACIS/SP).
Licenciado em Física (FAFIS/PUCRS).
Licenciando em Matemática (CLARETIANO/SP).
Bacharel em Filosofia (UNISUL/SC). Técnico em Eletrônica (IM/SP).
Técnico em Análises Clínicas (CSA/RS).
Atua como professor titular da FAFIS/PUCRS e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em
Educação em Ciências e Matemática (PPGEDUCEM/PUCRS).
Atuou como metrologista em Eletricidade e Tempo e Frequência no LABELO/PUCRS, como professor
concursado da Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul (SEDUC/RS) e em escolas
particulares de EF, EM e EJA, além de lecionar em cursos de pós-graduação da Sociedade Brasileira de
Psicooncologia (SBPO/RS) e da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática (ABMP/RS).
6. Desenvolvimento:
- Recepção: 9:00 h - Início: 9:30 h - Pausa para Coffee Break: 10:30 h - Reinício: 10: 45 h - Encerramento: 12:00 h Obs: Almoço: por adesão em local a ser definido pelos participantes Obs: Investimento: Dois quilos de alimento não perecível que serão entregues à Casa do Menino Jesus
de Praga. (Sugestões: Azeite, Massa, Café, Bolachas Doces ou Salgadas)
CONTAMOS COM VOSSA PARTICIPAÇÃO
VENHA PARTICIPAR! Agradecemos a presença!
Templo : Leonello Paulo Paludo
Centro Templário - 3º andar
Rua Aureliano de Figueiredo Pinto, 945
Dia da Oficina: 3º Sábado de cada mês Hora: 10:00 h
AUG :. RESP :. LOJ :.
“FRANCISCO XAVIER FERREIRA
DE PESQUISAS MAÇÔNICAS”
JURISDICIONADA AO GORGS
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Informativo Virtual Destaca:
Organização
Atividades comemorativas ao 22º Ano da Loja C O N V I T E