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3. 0 processo de desenvolvimento motor
3.1. Introdu~ao
o uso cia palavra Jl1udam;a e comllm no dia-a-dia. 0 sel' vivo que interage com um mundo em constante alterar;ao necessita mudar, para con~eguir
manter-se Hum estado estavel, mas dinamico. Assim e que Gagne (1979) considerou como uma das caractcrlstieas mais importaotes do eomportamenta humano a sua possibilidade de mudanr;a.
A maneira pela qual a mudanc;a no comportamento e vista pode caraeterizar diferentes processos que estarao sempre associados ao coneeito de tempo. Ha mudan9as no pl'Ocesso de aprendizagem, no processo de evolu<;ao de uma espeeie animal e no processo de desenvolvimento de urn inJividuo.
Embora 0 estudo do desenvolvimento humano, de uma forma gcral, tenha recebido grande atenc;ao, particularmente a partir de 1920, quando 0
bebe e a crianr;a foram a1YO de vadas investiga<;6es, 0 desenvolvimento motor em particular recebeu. ate alguns anos atn1s, um tratamento superficial em publicac;5es relacionadas com 0
desenvolvimento do ser humano.
Esta tendencia no estudo do desenvolvimento humane criou um conceito
\ de desenvolvimento motor como sendo urn processo natural e progressivo, que aconlecia sem a necessidade de uma preocupar;ao especffica no sentido de preparar 1II11 ambientc que 0
fa vorecesse. Este concei to. por sua vez, contribuiu para a omissao dos aduItos em identificar os mecanjsmos e variaveis que influenciam 0 desenvolvimento motor e as fases especfficas em que cada indivfduo c mais stlscetlvet as influencias de um trabaIho mais organjzado. Contribuiu. assim, para 0 estabelecimento de uma
expectativa de desenvolvimento n1uitas
vezcs aquem da que pode ser espe
rada de crian~as colocadas em ambientes apropriadamente estruturados.
'
A primeira proposi<;ao teorica acerca
do processo de desenvolvimento foi a hip6tcse maturacional, segundo a
qual 0 desenvolvimento era resullado de lim mecanismo biologico, end6geno (interno) e regulat6rio, denomina
do malurar;ao (Gesell, 1929). A visao rnaturacionaI enfatizava a nccessidade de se conhecer a sequencia em que surgiam as mudanc;as no comportamento e. somente a partir cia ocorrencia de tais mudan<;as.. poderiam ser ensinadas tarefas especfficas (Gesell & Thompson, 1929). Como ja foi
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dito, esta posi~o relegava a urn segundo plano a papel da:> experh~ncias.
McGraw (1946), apos urn conjunto de trabalhos em que investigou a relac;:ao entre 0 desenvolvimento e a atuac;:ao das experiencias, qucstionou ,I hipotese maturacional como sendo a unica explicac,;ao para 0 processo de desenvolvimento. Dennis (1960) verificou, num orfanato do Teera, onde o ambiente era relativamente restrito e com pouea eslimulac;ao dos bebes c crianc;as, que 60% das erlan~as de dois anos de idade nao sentavam sem ajuda, e 85% das crianc;as de quatro anos de idade nao andavam sozinhas. Este como varios outros estudos vieram mostrar que nao apenas a matuTayao atua no processo de desenvolvimenlo, mas tambem que ha aluac;ao das expericl1cias. ISIO realc;:a a importancia dus experiencias motoras. Piaget (1982) demonslrou a importancia dos movimentos no curso do desenvolvimcnlo intelectual do individuo. Leakey (1981), Leakeye Lewin (1982) demonstraram a importancia dos movimentos na evolu<;ao da cspeeie humana. Hebb (1949) afirmoll que as expcriencias no desenvolvimento adquirem uma importfmcia eada vez maior, na medida em que subimos na escala animal filogenetica, em direc;:ao a especie humana. Com este conjunto de evideneias e possivel identificar a importancia da EducalYaO Ffsica ern oferecer experiencias motoras adequadas para a crianc;:a. Atualmente, 0 desenvolvimento motor tern recebido tanta atenc;:ao quanta 0
desenvolvimento nos outros dominios do comportarnento humano, como 0
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cognitivo e 0 afetivo-social. 0 rnovimento nao e mais usado como meio de observac;:ao para estudar ° desenvolvimento nos outros dominios , mas sim como urn fenomeno merecedor, por si s6, de uma analise e consideraGao mais profundas e serias. Nesta posic;ao, ha urn consenso de que na dctcrminac;ao do padrao de mudall~a
dcvcm ser levadas em considera~ao a maturaGao, as caracteristicas individuais e as experiencias (Hottinger, 1973). As mudanc;:as no desenvolvimento motor sao ainda creditadas, segundo Connolly (1977), as mudanc;:as biomecfmicas ocasionadas pelo crescimento ffsico, maturac;:ao neurologica (aspecto mais estrutural) e as mudanc;:as oriuodas do desenvolvimento cognitivo (aspecto mais funcional). Ao se partir do ponto de vista de que 0 movimento 6 0 objeto de estudo e aplicaC;:80 da Educac;:ao Fisica, 0
prop6sito de llma atua<;ao mais significativa e objet iva sobre ° movimento pode !evar a Educac;:ao Ffsica a estabeleccr, como objetivo basico, 0 que se costuma denominar aprendizagem do rnovimento. Na verdade, 0 reeonhecimento do significado de que, ao longo de sua vida, 0 ser humane aprcsenta uma serie de mudans:as na sua eapacidade de se mover, e que tais mudanc;:as sao de natureza progressiva, organizada e interdependente, resultando em uma sequencia de desenvolvimento, lraz elementos para a justificativa de uma aprendizagem do movimento. Seefeldt (1980) afirmou que e mais importante se considerar 0 proeesso de aquisic;ao de padr6es mais complexos de movimento
lado 0 fato de que 0 desenvolvimento e nao 0 produto do processo , j£l que, e um processo continuo que acontcce entre outras coisas, isto traz muitas aO longo de toda a vida do ser huinformac;:oes a respeito da adequa~ao mano. dos conteudos de aula ao nivel de Assim, dentro deste proccSso ordenadesenvolvimento motor do aluno. do e sequencial, ha alguns aspectos portanto, hoje, 0 Desenvolviroento da sequencia de desenvolvimcnto que Motor, ja como uma area de estudo, merecem ser comentados. Em primeitem procurado estudar as mudan~as rO lugar esta 0 aspecto de que a seque ocorrem no comportamento mo quencia e a mesma para todas as tor de um individuo, desde a eoncep crian<;as, apenas a velocidade de pro~ao ate a morte, relacionando-as com gressao varia (Kay, 1969). pode-se a fator tempo. Em abordagens mais dizer que a ordem em que as alivirccentes, procura-se estudar os meca \ dades sao dominadas depende mais nismo responsavcis por estas mudan do fator maturacional, enquanto ques ~as, ou seja, 0 desenvolvimento na o grau e a vclocidade em que ocone capacidade de controlar os movimcn- o dominio estao mais na dependen
tos (Keogh, 1977). cia das experiencias e diferen<;as in~ividuais. POl' exemplo, por mais
que se "treine" tlma crian<;a, cIa ja
3.2. Sequencia de mais correra antes de andar; porem, desenvolvimento motoT nO desenvo}vimento do andar e do
correr. diferentcs crianc;:as apresentam o desenvolvimento motor e um pro padr5es distintos de descnvolvimento cesso continuo e demorado e. pelo ern termos de velocidade. Em segundo fato das mudan<;as mais acentuadas lugar, ha 0 aspecto de existir uma ocorrerem oOS primeiros anos de vi interdependencia enlre 0 que estcl se da, existe a tendencia em se eonsi desenvolvendo e as mudanlYas futuderar 0 estudo do desenvolvimento ras. Dai'surgir a denoroina<;ao "habimotor como sendo apenas 0 estudo lidades basicas" dentro da sequencia da crianc;:a. £, necessario enfocaT a de desenvolvimento, vi.sto que estas erianc;:a, pois, enquanto sao necessa habilidades eonstituem pre-requisito rios cerca de vinte anoS para que 0 fundamental para que toda aqui.sic;:ao organismo se torne maduro, autori posterior seja possivel e detiva. Em dades em desenvolvimento da crian terceiro lugar, temos 0 aspecto, ia <;:a concordam que os primeiros aoo
S abordado anteriormente. de que todo
de vida, do nascimento aOs seis anos, o conjunto de mudan<;as na sequensao anos eruciais para 0 individuo. cia de desenvo\vimento reHete muAs experiencias que a crian<;a tem dan<;as em direc;ao a uma maior cadurante este periodo determinadio, pacidade de controlar movimentos em grande extensao, que tipo de (Keogh, 1977). £, esle terceiro aspecadulto a pessoa se tornara (Hottinger, to que sera comentado a seguir. 1980) . Mas nao se pode deiX:ir de
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Ao se dar enfase 110 aspecto de contro)e dos movimentos, esta se clando importancia it evoluc;ao do sistema nervoso do ser humano. Assim, e interessante considerar a heranya filogenctica que 0 nosso sistema nervoso recebeu ao longo de todo 0 processo evolutivo. Por exemplo. os prlmeiros movimenlos que 0 bebe apresenta (ainda no ventre materno) sao de natureza automatica e involuntaria, sendo denominados reflexos Os movimentos reflexos sao controlados por areas cerebrais suhcorticais que sao filogenelkamente mais antigas. Apesar do aspecto mecanico e rfgido dos movimentos reflexos, num ambiente em variayao, caso 0 bebe nao os apresentassc na seqUencia de dcser.volvimento, suas chances de sobrevivcncia estariam comprometidas. Em seguida, nos primeil'Os mescs de vlcla. as movimenlOS reflexos passam a ser dominados (inibidos e/ou integrados). com o contl'Ole passando para <.1reas corticais filogenelicamente mais recentes. Assim, nos primeiros anos de vida, surgini uma serie de movimentos voluntarios, permitindo 0 cantrole postural da cabec;a, tronco, movimentos de alcan~ar e pegar, manutenyao da postura ereda sentado, e depois em pe, 0 andar erecto, corter, saltar, arremessar etc. Todas estas atividades, que qualquer criany<l normal ja domina com urn mlnimo grau de proficiencia ap6s as lres anos, s6 foram dominadas pela especie humana apos alguns milhares de anos E fundamentadas, no dominio de varios movimentos basicos, no final da infancia e inicio da adolescencia, oulras ativi
dades motoras mais complexas, frulos de combinac;oes, surgem com propositos mais cspecificos, atraves dos quais o jovcm passa a dominar atividades herdadas de proprio palrim6nio cultural. A seqliencia de desenvolvimeoto motor apresenta como uma de suas caraclerfsticas a dire<;ao cefalo-caudal, onde 0 dominic dos movimentos vai do centro para as extremidade~ (Gesell, 1946). As caracterfsticas de direc;ao cia seqUencia podem set encontradas no trabalho de Shirley (1931), onde foi estudada e descrita a sequencia de desenvolvimento da postura erecta e 0 inicio do andar. Outra cal'acterfstica importante da sequencia de desenvolvimento e 0
grau de interclependencia entre os dominios do comportamento, como foi rnostrado pOl' Gesell e Amatl'uda ( 1947). Pode-se verificar que a organizayao do desenvolvimento se lnicia na concepc;ao, c os dominios motor, afetivo-social (conduta pcssoal-social) e cognitivo (conduta adaptativa e linguagem) vao se diferenciando gradualmente. Mas no infcio da seq uenciSl , o comportamento motor e uma expressao de integrayao de todos os dominios. Este carater do movimento indica 0 importante papel do domfnio molar na seqUencia de desenvolvimenta do ser humano, mas isto leva as vezes a concepc;ao de que 0 movimento e apenas urn indice para mediI" outros dominios do comportamenta. Gesell costumava dizer que tudo a que urn hebe faz e urn exemp]o da atividade de sua mente (em
Gesell, ltg, & Ames, 1979). Mas deve-se reconhecer a intera«ao entre os dominios, onde cada urn tem caracter!sticas particulares, como pode ser observado na propria seqi.i(:ncia de Gesell c Amalruda. Nao se pode negligenciar 0 movimento, considerando-o apenas como medida, mas, sim, reconhecer a imporUincia do movimento e as caractedslicas que ele adquire com 0 passar do tempo. Com base na sequencia de desenv01
vimento, Harrow (1983) elaborou uma taxionomia para 0 dominio motor que apresenta os segllinleS niveis:
1.00 _ Movimenfos re/lexas: respostas aUlomatlcas e involuntarias que pennitem, em primeiro lugar, a sobrevivencia do recem-nascido e, em segundo lugar, a inlera((aO do bebe com 0 ambjente, 0 que caraclCrlzara, no futuro. alos voluntc'irios, corno no caso dos reflexos de preensao, tonico do pesco((O
etc. Habilidades bdsicas: ativida2.00 des volunHirias que permitem a locomo<;ao e mampu1a<;ao em diferenles sitllayoes, caraclerizadas por uma meta geral, servindo de base para aquisiC;ao futura de tardas mais complexus, como andar, correr, saltar , arremes
~ar, chutar etc.
tivos especfficos, como a cortada DO voleibol, 0 chute no futebol, 0 arremesso tt cesta e a bandeja no basque
tebol. CO'iiunica9Qo niio-verbal: ati6.00 vidades motoras mais complexas, organizadas de maneira que a qualidade dos movimentos apresentados pennitam a expressao, como na danc;a, ginaslica ritmica desportiva e ate mesmo ginas
tiea oHmpica.
Considerando que no mvel dos movimentos. reflexos e habilidades basicas so encontram movimentos determi
nados geneticamente e, no mvel de habilidades especfficas e coml1njcayaO nao-verba), movimentos que sao aprendidos e influenciaveis pe1a cultura, foi estabelecido um esquema que relaciona a taxionOrrll3, a sequencia de clesenvolvimento e 0 grau de escolaridaclo, como pode seT verifi
cado na figura 3.1.
A pesqUlsa em desenvolvimento motor, nos ultimos 50 anos, apresentou l,Ima serio de estudos que invcstigaram a sequencia de desenvolvimento
de varias tatefas moloras, 0 que permitill 0 surgimenlo de modelos de seqiiencias de dcsenvolvimento que sintetizam. de certa maneira, todas as informa<;6es obtidas ate entao como a sequencia de desenvolvimenlo
5.00 _ Habilidades especijicas: ati rcpresentada na figura 3.2. A seguir vidades motoras voluntl'trias serao discutidos dois destes modelos. mai.s complexas e com obje
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MoviroenlO
Natureza
Direi;iio da seqiiencia de
desenvolv imento
Taxionomia
Manifestac;ao em rela<;ao ao
grau de
cscolaridade
Genet icamente
deLerminados
Aprendidos
(culturalmente
delerminados)
Movimentos
reflex.os
Habilidades
basieas
Habilidades
espedfica~
COl11unica<;:1io
nao verbal
Pre-escolar
1.J a 4." series
do 1.0 grau
5." a 8.' series
do 1.0 grau
~.o grau
3.° grau
Figllra 3.1. Natureza, dire<;:ao de desenvolvimenlo e taxionomia do movimento em rela<;:ao aD grau de escoJaridade.
Entre os modelos de seqi.i~ncia. ha 0 tira a constiluiyao do primeiro insmodelo de Seaman e DePauw (1982), trumental (como os rnovimentos reande edada grande enfase ao pracesso f1exos e os sistemas sensoriais de rnaque gerara a respasta motara. Neste luray80 anterior) para Obleny80 e modelo, as respostas motoras apre utilizaC;80 cia infarmaS;8o, bern como sentam urn continuo aumento na com para 0 controle dos movimentos. Esplexidade, precisao e especificidade, tes movimentos, aparentemente rlldiao lango de todo 0 cielo de vida de mentares no bebe e na crianyu, sao de uma pessoa. importancia vital na sua intera<;ao Encontra-se na base do modelo a ca com 0 meio em que vivem, possibilipacidade neural ioata. Isto indica a tando 0 curso normal do desenvolviimportancia que c dada ao controle e mento. Este aspecto, aliado ~I natureza informay80 na organiza<;ao da se do cerebra humane que apresenta qli<~ncia de desenvolvimento (Manoel. uma grande area cortical de associa1984). Assim. a capaciclade neural !tao, vira a possibilitar uma maior inata 6 muito importante, pois permi ,capacidade de organizac;ao das in-
r MOI'imcllIOs
(/Clenllinados
clI!wralmCllle
Com!JiI/Q!;uO de
movimenlOs fll lldaml'lllais
/1,fovimelllOs fundal/lentais
MovimenlOS rut1imcllwrcs
,
Movimelllos rej!exos
I •
a partir de
12 anos
7 a 12 anos
2 a 7 ano,
I a 2 anos
Vida intra
L1terina a 4 meses
apos 0 nascimento
Figura 3.2. Seqiiencia de desenvolvimento molor c faixa elllT'ia apro\imada para cada fase
de dcsenvolvimento.
des motoras e formas de movimentos formas:6es sensonalS e aquelas ja
determinados culturalmentc. Desta presentes, permitindo, nO curso da
forma. noS niveis inferiotes clo modeseqUencia, maior efetividade na prolo, as rcspostas sensorimotoras adquigramayao c produc;ao de padroes
motores. Isto e observavel com con rem padroes mais consistentes de tinua organizayao dos movimentos. movimentos, que passarao entao a ser que permite a aquisic;ao de tarefas refinados e combinados em habilidacada vez mais complexas e com pro des motoras, pcrmitindo ao ser hurositos mais especificos, como fica mano a aqUi5i<;ao das [Ol'mas de ITlOdemonstrado nos niveis superiorcs do vimento mais espcdficas e amplasmodelo. correspondendo as habilida
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que a "cultura do movil11ento" ofeobservclveis nas caracterfsticas do morece. vimento, refletem 0 processo de desen£ il11portante ressaltar a relac;ao das volvimcnto, orientando ao nfvel mais
experiencias 1110toras com 0 uso e superior da sequencia para a aquisi
obtenyao de informac;6es sensoriais. C;ao de habiIidadcs desportivas. Na
Williams (1973) apresen tou tres assua esseJlcia, 0 modelo de Gallahue
pectos do desenvolvimento sensoriomostra que, para se chegar ao domi
-perceptivo em relac;:ao ao controle nio de habilidades desportivas, IS ne
dos movimentos. 0 primeiro aspect cessario um longo processo, onde as
se refere as mudanc;as na dominancia experiencias com habilidades basicas
sensorial do tatil-cinestesico para 0 (movimentos fundamentais) sao de
visual, no controle dos movimentos, fundamental importancia.
o que vira a permitir maior precisao GaIJahue aplica 0 conceito de estagio no controle devido ao sistema visual de desenvolvimento no seu modelo,fomecer informac;6es mais detalhadas o que e, de certa forma, um principiodo meio ambiente. 0 segundo aspecto explanatorio da organizac;ao da sese caracteriza POl' uma melhol' in teql.i(~ncia. A faixa da crianc;a de 4 a 7
grac;ao das informac;oes oriundas de anos de idade abrange a fase dosdiferentes sistemas sensoriais c que, movimenlos fundamentais, com 0juntamente com 0 terceiro aspecto, surgimento de multiplas formas (coronde ha uma melhor discriminar;ao reI', saltar, arremessar, reeeber, rebadas informac;6es oriundas de cada ter, quicar, chutar) e suas combinasistema sensorial, permitinl a crianc;:a c;6es. As l11udanc;as observadas nos urn contl'Ole motm' mais efetivo. A tres csUigios desta fase serao estabeutilizac;:ao dos movimentos amplia a lecidas em forma de urn refinamentopossibiJidade de obtenc;ao de informadas habilidades basicas e melhor efic;:50, assim como 0 movimento, para ciencia em sua combinac;:ffo, a que iraser organizado, necessita destas informarcar a passagem para a fase seguinmac;:6es. Este aspecto, relacionado a te dos movimentos relacionados aogrande capacidade cerebral de orgadesporto. Nesta lase, os movimentosnizac;:ao e reorganizac;:ao do comportafllndamcntais vao servir de base paramento (Hebb, 1949; Koestler, 1969), as combinac;6es em habilidades despermitini a configurac;:ao da seqiienportivas, de modo que a aquisi<;aocia de desenvolvimento apresentada dos movimentos fundamentais revesno modelo de Seaman e DePauw
(J 982). (e-se da maior importancia no modelo de Gallahue. Vale citar ainda que 0Gallahue (1982) prop6e urn outro estagio especiaIizado da fase de 010modelo de sequencia, com 0 prop6vimcntos relacionados ao desporlosito de servir de base para a progra. sera marcado pela participac;ao domac;ao de atividades motoras para a jovcm em atividades motoras que poducac;ao Fisica normal. Parte do derao ir do desporto escolar ao uniponto de vista de que as mudan~as, versilllrio, e atividades recreativas ate
o desporto de alto niveI. Isto dependera do taknto individual, das oportunidades oferecidas e da motivac;ao do individuo. Logo, 0 estagio de dcsenvolvimento mais avanc;ado apresentado pOl' Gallahue deve se:- visto como uma conseqiil:;ncia, e nao como o fim do processo de desenvolvimento. Com base em varios estudos, Sage (1977) prop6e que 0 desenvolvimento motor bem-sucedido num grande numero de tardas motoras nao esta oa dependcncia da precocidade das experiencias motoras, mas sim na possibilidade de tel' tais experiencias. Baseados nesta afirma9ao, ao observar os modelos de seqUencia de desenvol vimeoto apresentados, algumas implica<;6es podem sel' Icvantadas. Em primeiro lugar, existe a idcia de eficiencia. Conforme anteriormente mencionado, 0 desenvolvimento caminha ern direc;ao a uma eficiencia maior, mas e precise entender 0 seu significado. Costuma-se falar em eficiencia medlnic<l dos movimentos, mas c precise considenl-la tamb6m em termos de consistencia e consHiocia (Keogh, 1977). Com 0 processo de desenvolvimeoto, a criaoc;a tende a adquirir e refinar multiplas formas de movimento (consistencia), e tam· bem de usaI' os movimentos aclquiridos numa variedade de sitL1m;6es (consHlncia). Assim, JlllmCl situa«ao exemplificada par Keogh (I977) uma crianc;a, ao jogar, repele urn movimenlo muitas vezes (consistencia) e enta~, num dado momento do iogo, utiliza-se deste movimento em situaC;6cs difel'entes e nao expcrimentadas
anteriormente (constfmcia). Ha uma interac;ao dinnmlca entre consistencia e constancia dentro da sequencia de desenvolvimento. Em segundo lugar, h3 0 problema de equivalcncia motora, que diz respeito a capaciclade de utiUzar diferentes meios para se chegar a urn fim (Hebb, 1949). Por excmplo, nos movimentos reflexos, pode-se dizer que a equivalencia molora e muito baixa, pois sao sempre utilizados os mesmos movimentos para 0 mesmo rim, nao existindo a possibilidade de variac;ao. }5 em ac;6es vo!untarias, 6 possivel serc~m
utilizados diferentes movimenlos para o mesl110 fim e, neste caso, a equivalencia motora e alta. Uma das caracterlsticas do exccutanle habilidoso e a de alcanc;ar 0 seu objelivo da mesma mancira, nao importando se 0 ambiente varia au nao. A sua capacidade de aclaptayao e marcante ou poder-se-iH dizer que 0 seu grau de equivalencia motora nesta tarefa e alto. Essas considerac;6es teriio importanles impIicac,:6es p<lra a seqiiencia do desenvotvimento. 0 processo de desenvolvimento do controle motor vai de urn baixo nivel de equivalencia motora para urn de mais alto nive1. Como sc pode observar nos modelos apresentados, ambas as experiencias partem de movimentos reflexos para movimcntos voluntlirios. Isto sugere que, na EducaC;ao Ffsica no Ensino de Primeiro Grau, devem ser explorados direrentes meios (movimentos) para 0 mesmo fim (objetivo cia tarefa), assiro como o mesrno meio para diferenles objet ivos. 0 oferecimento das mail> variadas
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experiencias, gue levem em considc. rac;~o os conceitos de consistencia, codstancia e equivalencia mOlora, e uma possibilidade desejavel para atender ao processo de desenvolvimento.
3.3. Aquisi~o dos padroes fundamentais do movimento
A abordagem da qucstao da aquisi9ao dos padr6es fundamenlais de movimenlo, au habilidadcs basicas, COnduz a um problema marcame. Kephart (1960) identificou como problema, para aquisi9ao de habilidades mais complexas e especfficas. a deficiencia no pleno desenvolvimento das habilidades basicas. Tani (1987) afirmou que, para se en tender os problemas que os individuos cncontram para adquirir habilidades especfficas, e necessario retomar a processo pelo qual as habilidades basicas foram ou niio adquiridas. Isto enfatiza a necessidade de uma atua9ao mais eficiente da Educa9ao Fisica para aquisic;:ao de habilidades basicas. Halverson (1966). Godfrey e Kephart (1969) afirmaram a importancia de se conheccr as caracteristicas dos movimentos que comp6em as habilidades basicas, para uma contribuic;:ao mais efetiva ao desenvolvimento motor da criaDc;a. Os padroes fundamentais de movimento, como andar, correr, saltar, arremessal', chutar, rebater e guicar, apresentam, em Sua seqiiencia de desenvolvimento, maior eficiencia biomecilnica e incorporac;:ao de novos elementos nos movimentos (Seefeldt, 1980). Isto levara a lima padronizal(ao das habi
lidades basicas, caraclerizando-sc POl' urn continuo aurnento nos graus de Jiberdade de movimentos dos varias segrnentos do corpo (Bernstein, 1967), resultando DO padrao maduro das habilidades basicas, essencial para a aquisiC;:80 de habilidades especfficas (Wickstrom, 1975). ~ oportuTIo esclarecer que a padronizac;ao do movimento e urn processo no qual Ocone a diminuic;:ao da variabilidade ou aumenta da consistencia dos movimentos. Movimentos padronizados, por sua vez, referem-se aqueles que, como conseqiiencia do processo de padronizac;ao, assumil'am caracterrstieas estaveis com alto grau de estereotipa~ao sem, no entanto, perderem a f1exibilidade necessaria.
o bebe passa a controlar voluntariamente sellS movinlentos (fase de 1110
vimentos rudimentares de Gallahue au respostas sensorimotoras de Seaman e DePauw) e, a seguir, os orga!liza em seqiiencias coordenadas, comec;:ando a explorar 0 ambiellte. Para alcanc;:ar este objetivo, 0 bebe e a crian<;:a ulilizam-se de movimentos de locomor;80, manipula<;ao e equilibria. A enfase neste caso e de explora<;:ao. e 0 movimento c importante porque permite alcanc;:ar este objetivo (Godrey & Kephart, 1969). Desta forma,
e possfvel obter informac;oes sensodais atraves do movimento, e a organizaC;30 dos movimentos destas informa<;:oes contribuira para 0 desenvolvimento sensorio-perceptivo e motor. Embora isto de lima noc;ao de que a enfase esteja no movimento enquanto meio para alcanc;:ar um objetivo, na verdade, eIa cstii no proposito cia ex
plorar;ao, visto que, com a aql!isil;ao de novas informa<;:oes bem como alterac;:6es cognitivas, verifica-se uma continua padronizac;:ao dos movimcntos, resultando em maior e[iciencia e economia de energia, 0 que c uma tendencia do proprio desenvolvimento (Kay, 1969). A aquisi9aO dcstes padr6es fundamentais de movimento e de vital importancia para 0 dominio das habilidades moto1'as. A Educayao Flsica adquire um papel importantlssimo a medida em que ela pode estruturar 0
ambiente adequado para a crian<;.a. oferecendo eXperiellCias, rcsultando numa grande auxiliar e promolora do desenvolvimento. Nao e pequeno 0
numero de indivfduos que nao atingem 0 padrao madmo nas habilidades basicas. nus quais apresenlam lim nivel rudimental', 0 que prejudicani todo a desenvolvimento posterit'r. Ao se colocar como proposito basico da Edllca<;ao Fisica no Enslllo de Primeiro Grau a educa<;ao do movimento, torna-se relevaote 0 conhecimento sobre a aquisi<;ao dos pllur6es fundamentais de movimento. Halverson e Roberton (1979) reporlaram resultados sobre a aquisi<;ao do padrao ftll1damental de arremessar, os quais, apos um periodo de pratica, indicavam que as mlldauy3S na forma do padrao eram mais significativas clo que as mllclan<;as nos indices de desempenho, como a veJocidacle de safcla da bola no arrcmesso e a distancia em que a bola foi arremessada. Roberton tcm procurado estabeIecer em varios trabalhos (1977a, 1977b, 1978a, 1978b, 1982) uma flllldamen
tac;:oo teorica no estudo da seqii~ncia
de desenvolvimento dos padr6es fundamentais de movimento. Tomou pOl' base 0 conceito de estagio de desenvolvimento, orillnclo da teoria piagetiana. explorando principalmente os princfpios de intransitividade, no qual
\ todas as crian<;:as passam pela mesma ordem de estagios, C 0 princfpio da universaIidade, no qual toclas as crianc;:as passam por lodos os estagios. A posi<;ao de Roberton (1982), entretanto, e mais flexlvel com rela<;ao aos princfpios da teoria de estagios. A autora considera que semprc ha uma probabilidade de a crian<;a estar num dos estagios (rudimentar. intermcdiario e avao<;ado). Em cstagios mais avanc;ados (correspondentes ao padrao maduro), a tendencia c de se enconlrar crianyas mais velhas: ja no~ mais rudimentares, a tendencia e de se enconlrar crian<;as mais novas. Esta posic;ao quanta aos cstagios de desenvolvimcnto motor rcfletc a importftncia atribuicla ~lS experiencias motoras na progressao da seqiiencia de desenvolvimento. Roberton (1977b) tambem afirmou que as mudanc;:as nos eSlagios de descnvolvimento ocorrem de forma segmentar e nao em mudanc;as do corpo todo, ou seja, num mesmo instante de tempo, uma crian<;a pode estar no estagio intermediario e estagio rudimental', respectivamcnte na aqao do bra~o e do tronco no anemesso. Embora os padr6cs fundamentais de rnovimento sejarn de grande imporlancia para 0 ser humano, ele nao nasce com 0 dominio sobre eles. As
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crian<yas que entram na Pre·escola j,l apresentam urn certo grau de proficienda nestes padr6es. A fase que se estende do nascimento ate aproximadamente os seis anos de idade corresponde basicamente a urn periodo de aq uisiyao e, ap6s as seis anos, a urn de refinamento e combina~ao
desses padr6es. Entretanto, e necessario nao esquecer a variabilidade na velocidade de progressao, pais e possive! encontrar crian<yas, nas primeiras series do 1.° Grau, tanto num periodo como no outro.
Stewart e DeOreo (1980) identifiearam tres niveis no perfodo de aquisiqao de lllovimento: nlve] 1, das pri
meiras tentativas na execue;ao do padriio: nivel 2, de performance imatura, refletida na falta de consistencia na organiza«ao do padrao; nivel 3, de performance madura, ondc a melhora no padrao indica a passagem para Dutro perfodo de desen volvi· mento, ou seja, 0 de refinamento.
E importante enfatizar que a preocupa<;:ao em refillar 0 padrao fundamental de movimento, antes que a performance seja relativamente madura, resultan'i no completo insucesso pOl' parte da crian<ya, com implicayoes negativas de ordem fisio16gica, psicologica e social. POl' isto, e muito importante 0 conhecimento do processo de padroniza91io, que leva a aquisi~ao de padroes fundamentais de movimento, par aqueles que trabaIham com atividadc motora na Pre-escola e Ensino de 1,° Grau.
Os padroes fundamentais de movimenta podem ser divididos em pa
dr6es de locomo~ao, de marupula<yao e de equilibria. a) Locomoc;?io: 0 paclr6es de movimento que as crianc;as apresentam, nesta calegoria, permilem a elas a explorac;ao do espa<;o. Sao incluidos aqui 0 andar, saltar e carrel' que sao considerados basicos para a crian93, segundo Godfrey e Kephart (1969). Mas ba ainda, nesta categoria, trepal', rolar, galopar, saHar no mesmo pe. b) Manipulac;iio: Envolve 0 relacionamento do individuo com um objeto. Em termos evo)utivos, este padrao acha-se num alto grau de refinamento no homem em comparaC;80 com outros animais. Nesta categoria, duas situac;6es sao caracterfsticas: numa, 0
objelo aproxima-se do corpo da pes50a, que tem 0 proposito de interromper au mudar a sua trajetoria. Noutra, 0 objeto afasla-se do eorpo da pessoa, propulsionado par ela, utilizando-se das maos e brayos ou pes. Inicialmente, 0 controle dos movimentos apresenta lima dominancia l<ktil-cincstesica para depois passar a urn controle com dominancia visual, conforme proposto por Williams (1973). Dentre os padr6es caracteristicos desta categoria tem-se basicamen· te a arremesso par sabre a cabe<ya e por baixo. Wickstrom (1983) coloca como mais comum 0 arremesso pOI' cima, mas. em determinadas situac;6es, a crian9a utiliza-se dos dais tipos de arremesso. Ha ainda a receber, 0 rebater, no qual se tltiliza urn objeto, como urn taco, para propulsionar Ott
tro objeto, como uma bola, e 0 elmtar, onde os membros inferiores sao utilizados para propulsionar 0 objeto.
fase de duplo apoio, importante paraGallahue (1982) ainda apresenta, a manutenc,:ao do equilibrio, que tende nesta categoria, 0 drible (caracteristi a desaparecer quando a ve10ciclade CO do basquetebol), a condu<,:ao de de locomo\iuo aumenta, e, assim, a bola com 0 pe e 0 voleio. forma de locomoc,:ao passa do andar c) Equilibrio: Permite a crian«a man- para 0 Currer. ter uma postura nO espayo c em A progressao na seqUencia de desenrelac,:ao ~I forc,:n de gravidade. God volvimento e determinada em grande frey e Kephart (J 969) afirmaram parte peIa matura~ao (Gallahue, que, embora estes padroes impliquem 1982; Wickstrom, 1983), visto que posic,:6es estaticas do corpo. eIes fa depende de for\(a muscular, reflexos zem parte essencial dos padroes para antigravitacionais e um mh1imo funlocomoc,:ao e manipulac,:ao, vislO se cionamento uO mecanismo de equirem necessarios para manuten<;ao do
librio.equilfbrio na ac,:ao. Estes autores co o padrao imaturo do andar de uma )ocam, como padroes basieos, cstar menina de 14 meses e meio de idade, em pc e estal' sentado. Gallahue sete dias ap6s ela tel' feito suas pri(1982) inclui ainda os padr6es de meiras tentalivas, apresentou as bramovimento axiais do corpo todo e/ou r;os em posi~ao de "guarda alta", de urn segmento do carpo, como gi rar cantata nO solo com toda a planta do os brac,:os, £lexionar 0 tronco e girar pe e "travamento simples do .ioclho os brac,:os, girar 0 tronco. Alem elissa, da perna cle oscila<;:ao" (Wickstrom, tem-se ainda os movimentos em po 1977) . siyao invertida, como parada de maos, Nas primeiras tentativas do andar inrolamento (Godfrey e Kephart as dcpendente, a crianc;a percle [acilmenincluem nos padr6es de loeomoc,:ao), te 0 equillbrio. mas, apos este breve equilibrio num s6 pe e a caminhar perfodo, a desenvolvimento se apresobre uma superficie de pequena senta de uma forma bern rapida.
amplitude. Sintetizando, Stewarl (1980a) apresentou a seguinte seqUencia de desenvolvimento do padrao fundamental
3.3.1. Andar do moviroento de andal', organizada
em tres niveis: A aquisic,:80 do andar crecto conesponde a urn dos momentos mais im Nivel 1 - "A crianqa caminha• portantes para a seqUencia de desen com lima exagerada flexao do volvimento motor (Shirley, 193 t). quadril e joe1bo, e coloca 0 pe Costuma-se dizerque 0 andar envolve
para [rente e para baixo de mauma organizac,:ao compJexa de movi neira abduzida, apoiando toda mentos, com continua perda e ganho planta do pe no chao. Ha pouca de equilibrio dinamico, onde ha alter evjdencia de extensao do quadril. nancia entre as fases da a«ao cia perna perna e tornozelo cla perna de e as fases cle apoio. Ha tambem uma
7S
71
propulsao. Os bra~os permanecem numa posi~ao de guarda alta e sao usados primariamente para protC((aO, e a passada mais ampla
e utilizada para proporcionar uma base estavel de apoio" (p. 45).
• Nivel 2 - "A flexao do quadril e do joelho e diminufda e as bra((OS, ao lade do corpo, oscilam al ternadamente em oposiy30 as pernas, embora pare9am cruzar a linha media do corpo. H a uma diminuiy30 da base de apoio e a abdu¥ao do piS e diminuida" (p. 45).
• Nfvel 3 - "A flexao do quadril e do joelho continua a diminuir. os brar;:os sao mantidos lateralmente, oscilando num arco vertical em oposiyao as pernas. A oscilayao do brac;o e aumentada
com 0 movimento para frente, sendo 0 dobra do movirnento para tras. A base estavel de apoio passa a corresponder as dimensaes 1aterais do corpo, com 0
calcanhar tocando a superficie em primeiro Jugar. 0 quadril, perna e tomoze10 da perna de propulsao sao amplamente estendidos" (p. 45).
o padrao maduro apresenta, como pontos chaves, apoio pelo calcanhar, "travamento duplo de joe1ho" e osci1a93o coordenada de bra¥os.
3.3.2. Correr
o correr e uma extensao natural do andar e se caracteriza par uma fase
76
com apoio e uma fase aerea ou sem apoio.
Alguns indices sao tomados para 8va1iar as mudanc;as no correr, como a velocidade de conida numa determinada distrillcia e a relayao entre amplitude e freqliencia de passadas. Com 0 avanryo da idade, a velocidade e a amplitude de passadas aumentam gradualmente, enquanto que a freqi.iencia se mantem inalterada (Kirsch,
1970; Roberton, 1984). Outros estudos ainda reportararn a diminui()io na altura do centro de gravidade durante as passadas, na distancia do pe de apaio em relaryao ao centro de gravi
dade e aumento na altura do cakanhar na fase de recuperas:ao (oscila<;ao posterior) e na extensao da perna de impulsao (Wickstrom, 1975), 0 padrao imaturo do carrel' caracteriza-se
por uma corrida "saltada", com oscila<;ao para as lados. I stu pode ser observado oa canida de um menioo de dezoito meses de idadc.
A aquisi9ao do padrao maduro no correr c apresentada por Stewart (1980a) na seguinte sequencia de desenvolvimento:
• Nivel 1 - "A crianga apresenta, na corrida, uma fase aerea (sem apoio) muito curta. 0 pe IS apoiado no solo num ponto bern a1em do centro de gravidade. 0 apoio e feito com toda a planta do pe no chao, direcionando para fora os dedos da perna dianteira. Os braryos sao mantidos numa posiyaO de guarda e a crian<;a demonstra uma carrida saltada,
quando 0 corpo e propulsionado
para frente" (p. 47). Nivel 2 - "A fase aerea e maior• e 0 pe de apoio e colocado quase sob 0 centro de gravidade. Urn meno!' direcionamento para fora dos dedos do pe e evidenciado e
as bra<;os saO usados. costumando cruzar a linha media do corpo. Uma pequena flexao do cotovelo e demonstrada. A conida e menoS sallada e ha urn aumento na elevac;-aO do joelho da perna da
frentc, enquanto que ha uma major extensao do quadril, joelho e tornoz-elo da perna (k propul
sao" (p. 48). Nivel 3 - "Para uma conida• mais rapida, a apoio e £eita pela ponta do pc e diretatnente sob 0 centro de gravidade. A fase aerea e mll.xima. A extensao do quadril,
joelho e tomOz-clo da perna de propulsao e aumentada. 0 movimento dos pes para fora praticamente inexiste e a flexilo do quadril da perna de oscilac;ao para a frente e maxima. Os bl'a~os os
cilam em oposic;ao as pemas ml\na posi930 antero-posterior, e estao numa posi~ao de cotovelo £lexio
nado" (p. 48).
Segundo Wickstrom (1977), a padrao maduro apresenta as seguintes carae
tedsticas:
"0 troncO manli~m uma leve inclina~ao para a frente durante 0
padrao de passadas; ambos os brayos balanc;am, atra
yeS de urn amplo areo, no plano obliquo vertical e muna opOSi<;30 sincrollizada em rela~ao a at;aO
das pernas; extenSao completa cia perna de apoio no quadril, joelho e tornozelo, propulsiona 0 corpo para a frente e para cima, fazcndo com que 0 mcsmo entre na fase sem
apoio do padrao', assim que a perna de reCllpCra«ao oscila rapidamente para a frente ate a e\eva«ao alta do joelho. a parte inferior da perna fiexiona trazendo 0 calcanhar perta cia
nadega; o pe da perna de recupera<;ao que se move de tras para frente toea o solo aproximadamente plano e sob 0 centro de gravidade; o joelho da perna de apoio flexiona-se levemente apoS 0 contato do pc com 0 solo" (p. 42).
3.3.3. Sattar
o objetivO do saltar e impulsionar 0
carpo a frente c/ou aeima, atraves da a<;5.o de uma perna ou de ambas em conjul1to. com a((30 efctiva dos bra<;os para a impulsao. fase de voo e aterrissagem. Esta caracteristica possibilita uma variedade de fonnas em que a habilidade de sahar se
manifesta. a mCSIlla epoca em que a crian<;a
tenha desenvolviclo a babilidade de correr. ela aprescnta os requisitos necessarios para saltar. Acredita-se que a percep<;ao da dificuldade de cada novo saito pela criao<;a e urn dos fa
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tores criticos que influenciam a progrcssao com a qllal ela ira adquirir a habilidade de saitar. Na forma usada para saltar par urn menino de 4 anos de idade, observa-se que ele, ao oscilar os brac;os para tnls, leva 0 corpo para a {rente; no emanto, a aC;ao do brac;o nao ' coordenada com a da perna e a extensao do quadril (Wickstrom. 1977). A seqilencia de desenvolvimento do padrao fundamental de salta I' em distancia parada foi apresentada da seguinte forma par Stewart (1980a):
• Nivel 1 - "A crianya salta mais no plano vertical do que no horiontal. Ha pouco uso dos brac;os,
seja na oscilac;ao para tr<ls au para cima. Os pes normalmente nao deixam a superffcie simultaneamente. ALem disso. ha uma pequena flexao preparatoria nos tornozelos, joelhos e quadris, e muito pouca Hexao destas parks na aterrissagem" (p. 51).
• Nlvel 2 - "A distancia horizontal do salta aumenta, enquanto a vertical diminui. Os brac;os sao usados em alguma exteosao, /mas nao se estendem para trllS do corpo durante a {ase preparat6ria. Ha urn aumento na flexao dos tornozelos, joelhos e quadris durante as fases preparatoria e de aterrissagem" (p. 51).
• Nivel 3 - "A flexao dos tomoelos, joelhos e quadris aumcnta
durante a fase preparat6ria e de aterrissagem. 0 angulo de impulsao c diminuido ate aproximadamenle 45°. Ha uma completa ex
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tensao dos tornozc1os, joelhos. quac~;'is e brac;os durante a fase de unpulsiio. Durante a rase pre. parat6ria, os brac;os sao estendidos, ao nfvel clo ombro, para tras c para cima, bem atras do corp-" (p. 51).
No saito horizontal, 0 padrao maduro aprescnta as scguintes caracteristicas, segundo Wickstrom. (1977):
- "As articulac;6es sao preparadas pelo agachamenlo C oscilac;ao dos brac;os para tnis c para cima;
as brac;os oscilam para a frente e para cima. Com a eXlensao do corpo, ha uma nlpicla sucessao de extens6es ao nfvel do quadril, joc1hos e lornozclos (os movimentos conlinuam ale que 0 carpo esteja complctamente estendido e fora do solo);
as pemas IJexiol1am-se durante 0
vao;
- 0 quadI'll flexiona-se, lcvanclo os joelhos para a frente, c os brac;os c tronco movem-se para {rente c para baixo;
As pernas eslendem-se apenas antes da aterrissagem;
- as joelhos flexionam-se, ao impacto com 0 solo, e a peso corporal se transferc para frenle e para baixo na linha do voo" (p. 71).
Para 0 desenvolvimento da forma madura do padrao fundamental do saIto vertical, urn problema basico e a crianr;a pensar que 0 importante para 0 saIto e elevar os pes 0 mais alto
pOssivel (Wickstrom, 1975). trazcndo implicalYOCs como uma il11pu\sao em que pouca £01'<;8 e ap\icada. A forma itnatura se caracteriza pOl' utna a<t
ao
dos bra~os que pouco auxilia 0 salto. j6 que sao clevados a1;Jenas a altura da cintura, e tem-SC ainda a extens
ao
inco pleta seguida de ra-pida flexaomdas pemas, a\6m do salta apresentar uma grande componente horizontal. Wickslrom (1975) afirmou que algu
ento mas tendencias no dcsenvo\vimpodem SCI' estabe\ecidas. como a a<;ao dos bra<;os. quc sc 1nicia mais eedo em rc\ac;uO a seqi-iencia dos movimentoS para 0 salto; 0 agachamento prcparat6rio torna-se mais baixo, 0
troncO pennancce numa posic;ao mais erecta durante 0 agachamento preparat6rio, as pemus e IOdo a corpo sao cstendidos na impu\sao, diminui<;ao no deslocamento para frente do centro de gravidade. e. finalmente, 0
ajuste do timing dos tnovimentos dos bra<;os com os demais movimentos do
corpO. A seqi-iencia de desenvo\vimento do padrao fundamental do salto vertical foi dividida em tres estagios pOl' Gal
lahue (1982):
• Estagio il1icial - 0 agachan1eoto preparat6rio e inconsistente e h{\
dificu\dade em dar impulsao com as dois pes. com pobre extensao do corpO. Ha pouca au nenhuma elevac;ao da cabec;a e a aC;ao dos brac;oS nao csHi coordenada com a a<;ao do tronco e peroas, sendo que pouca altura e obtida. £sltigio elemental' - A flexao do joelho excede os 90° no agacha
menlO preparat6ria, havendo uma exagerada inclinac;ao do troncO para frente. A impulsao e feita com as dois pes, mas 0 corpo nao se estende completamcnte. duran
te a mesnl~ c na fase de veo. Os braGas tentam aiudar no veo (mas f reqi-ientcmente de maneira desigual) e equilibria, havendo urn marcante des\acamento horizon
tal na aterrissagem. Estagio maduro - Ha uma flexao dos joclhos de 60 a 90° no agachamento preparato1'io. Na impu\sao ha uma vigorosa extensaO nos quadris, joe\hos e tornozelos, coordenados simultaneamente com a e\eva<;ao dos brac;os. A cabeya c\eva-se eom os o\hos foca\izando 0 alva. Ha uma ampia extcnsao do corpO e elevaC;ao da cintura do \ado do brac;.o que busca 0 alvo, combinada com 0
abaixamcnto do outro brac;o nO
ponto mais alto de voo. A atenissagem e controlada, sendo feita quase sobre a ponto dc impu\sao.
Uma serie de estudos tem dCl110nstrado que um aspecto crllieo no dcsenvolvimento do padriio c a coloca<;ao ou nao de objeto no alto a SCI' alcan~ado. Wickstrom (198) 1'eportou resultados sabre 0 padrao de crianc;as de 4 anos de idade que apresenlavam
uma forma imatura no saitO vertical. mas. quando era coLocado algum alvo
a ser a\can<;ado, as crianc;as demons
traram llma dnistica melhora do padrao, com uma a~iio mais efetiva dos bracyoS na impulsao e uma eXlensao
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bem rnarcnnte de todo 0 corpo.
Wickstrom (1977) ainda aprcsenta as seguintes caracterfsticas do padrao macluro:
"Ha flexao do quadril. joelhos e tornozelos durante 0 agachamento preparat6rio; o saito inicia-se com uma vigorosa elevac;ao para frente e para cima dos brayos: o impulso e seguido por vigorosa extensao do quadril, joelhos e tornozelos: o corpo permanecc em extensao ate os pes estarem prontos para a aterrissagem e enta~ os tornozelos. joelhos e quadris flcxionam-se para absorver 0 impacto com 0 solo" (p. 68).
3.3.4. Arremessar
No arremcsso, a prop6sito e propulsionar um objeto 0 mais longe possivel ou em dircc;ao a algum alvo. 0 arremesso envolve principalmente 0 brayo. mas deve haver uma partieipa9ao efetiva de todos os segmentos do corpo. Em geral. 'luando se fala em arremesso, entende-se arremesso par cima, contudo ha tambem 0 anemesso pOl' baixo e pelo lado. Num estudo cl<lssico sobre sequencia de desenvolvimento, Wild (1938) caracterizou bern tanto a padrao imntura como a maduro do arremesso, que foram observados e categorizados dentra de uma scquencia de quatro estagios de dcsenvolvimento:
• ESldgio 1 - A bola e arremcssacia primariamente par uma exten
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sao do antebra90 e os 1110vimentos do corpo e brayo sao inteiramente no plano an tera-posterior. Os pes permanecem fixos. 0 corpo fica de [rente para onde a bola 6 arrernessada, havendo lima inclinay80 do tronco para a £rente quando 0
brac;:o finaliza 0 arremesso. • Estagio 2 - Os movimentos do
bra<;:o e tronco sao introduzidos tambem no plano horizontal. Na preparar;ao, todo 0 corpo gira para a direita (no caso do executante ser destro), mas as pes permanecem fixos no Jugal'. 0 bra<;:o move-se num plano superior obliquo acima ou na Iinha do ombro. o cotovelo estu bastante flexionado. Entao 0 corpo gira em direc;:ao 1.10 arremesso, cabendo ao brac;o a a<;:ao iniciadora do arremcsso.
• ESI(lgio 3 - Hel introdur;ao de um passo i'l [rente com a perna do mesmo lado do bravo de anemesso. Na prepara<;:ao para 0 arremesso. 0 peso e transferido para tnis sobre a perna esquerda, 0
tronco gira para a direita. 0 bra<;o oseila obliquamente sobre 0 ombro, numa posic;ao rctrafda. e 0
cotovelo fica muito f1exionado. 0 arremesso propriamente dito consiste num passo a frente. unilateral em relac;ao ao brac;o de arremesso. com 0 tronco girando para a esquerda e depois f1exionando-se a frente. 0 bra<;:o oscila para frente, num plano obliquo acirna ou ao lade do ombro, finalizando com a extensao do cotovela.
Esldgio 4 - H{I oposi«ao entre a• perna e 0 bra«o de arrcmesso, com rotar;ao do tronco e adur;ao horizontal de bra.;:o na oscilar;ao para a frente. 0 inicio do anemesso propriamenle dito nao e fcito com 0 bra<;:o de arremesso, mas com 0 giro do tronco em dire«i'lO ao local para onde a bola sera arremessada.
Segundo Wickstrom (1977) 0 padrao maduro do arremesso apresenta as seguintes caracterist icas:
"'Movimentos de preparaqi'io
o corpo gira para a direita com 0
peso sobre 0 pe direito, e 0 brayo de arrcmesso oscila para tras e para cima.
Movimenlos do arremesso
o pe esquerdo vai para frente na direc;:ao em que se intenciona arremcssar; o quadril entao gira e os ombros, em seqi.iencia. tambem giram, com 0 bra<;:o de arremesso pennanecendo atrasado; o tmlCro gira medialmenle e 0
antebra<;:o e estendido com uma a<;:ao de a~oi te; a bola e arremessada nUl11 ponto pouco acima da cabe<;a. com 0
brayo quase estendido.
ReversoO
o movjmento continua ate que 0
momento de forc;a gerado pelo arremcsso seja dissipado" (p. 104).
3.3.5. Reccbcr
o receber. com 0 u~a de lima au ambas as maos e otltras partes do corpo, visa inlerromper c controlar uma bola Oll outro objeto em sua trajet6ria. ,Este padrao fundamental de movimento requcr uma habilidade com enfasc no aspecto temporal (Kay. 1969). Pode-se dizer que a crian~a sabe onde a bola esta, mas nao sabc onde a bola estar{\. No padrao imaturo do rcceber. numa crian~a de quatro anOs de idade que tenta receber llma bola, observa-se um problema comum nos nfveis mais rudimentares. ou seja, ela gira a cabe<;:a para 0 lado e coloca 0
U'onco um pouco para tnlS.
Seefeldt, Reuschlein e Vogel (1972) apresentaram cinco estagios para 0
desenvolvimento do receber:
Eslagio J - A crianc;:a coloca seus • braGos a frente, com os cotovelos
estcndidos e virados para cima ou em direGao ao plano medio sagital. Quando faz contato, as cOIO
velos sao f1exionados c os bra90s e maos tentam seguraI' a bola. levando-a de encontro ao peilo. SSldgio 2 - A crianlja prepara-se para reccber a bola com os brac;:os ~l frente do corpo e com as COlO
velos estendidos Oll levemente flexionados. A ac;ao cia braGo inicia-se ao contato com a bola, que novamcnte sera levada ao peito. Esldgio 3 - A crian<;a prepara-se para receber a bola com os braGos levemente flexionados e estendidos em rela«ao ao ombro. Dois
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subest<lgios podem ser identificados:
a crians:a usa 0 peiLo como primeiro contato e tenta depois abrayar a bola; a crianc;:a tenta pegar a bola com suas maos e, havendo urn erro, ela tenta usar 0 peito para controlar a bola.
• Estdgio 4 - A bola e recebida com as maos, scm necessidade de outras partes do corpo; os cotovelos sao mantidos ao lade do corpo e flexion ados, quando se iniciam os movimentos em direc;ao a bola.
• Estagio 5 - Identico ao eshigio anterior. s6 que a crianc;:a C obrigada a mudar a sua base estaciomhia para rcceber a bola.
Williams (1983) estabcleccu que 0
padrao maduro do receber surge ao redor dos 5 anos de idade c apresenta as seguintes caracteristicas:
- "0 corpo csta alinhado de acordo com a chegada da bola; Os pes estao levemente em paralelo Oll em posi<;:ao de afastamento an tera-posterior; os brac;:os estao ao lade do corpo, os cotovelos flexionados. Maos e dedos estao relaxados. mas levemente flex ionados e direcionados para 0 objeto que esta chegando;
- os olhos seguem 0 vao da bola ate que 0 contato seja fcito; as maos VaG se colocar numa posic;ao alta ou baixa de acordo com a trajet6ria da bola: quando a bola faz contato com as maos, os cO[Qvelos f1exionam-se
para absorvcr 0 impacto. e os dedos se fecham sobre cIa:
o peso e transferido da frente para tras" (p. 236).
3.3.6. Rebater
Este padrao fundamental caracteriza-se pela propulsao de urn ob.ieto com uma parte do carpo ou com outro implemento. Varios problemas surgem para a organizayao do padrao fundamental. Urn deles e a introduc;ao de urn novo elemento, que C 0 implemento utiIizado para rebater. Assim, a crianya tern que coordenar os segmentos do seu corpo mais 0 impJe
menta. Caso 0 objeto. ao ser propulsionado. esteja estacionario. h<\ 0 problema do posicionamento em rela<;ao a ele. Caso 0 objeto esteja em movimento. e necessario um nlpic10 e pre'ciso julgamcnto da traict6ria do objeto. de maneint a in.iciar a resposta 110 tempo apropriado (Williams, 1983).
Wickstrom (I983) afirmou que a maiOl'ia das habilidades de rebater envolve geralmente urn movimento do bra<;o it lateral num plano horizontal. No enlanto. 0 primeiro estagio deste padrao se desenvolve do arremesos pOl' ciroa.
A progressao no descnvolvimento deste padrao partini de uma <lyao no plano vertical, passando pragressivamente para pIanos oblfquos ate cbegal' a urn plano predominantemente horizontal (Wickstrom. 1983).
Outras caracterfsticas da progressao sao apresentadas:
- "Maior uso de urn passe para frente, atrasando a as;ao do bra<;o com o implemento. Este aspecto e de vital iroportancia para 0 padrao maduro;
- maior liberdade na oscilac;ao, com urn aumento na amplitude de movimento nas varias articular;oes; rotarrao do tronco e quadril mais definida e antecipada a a<;ao dos brac;os" (p. 176).
As tres tarefas de rebater, ou seja, 0
padrao de rebatida por cima, 0 padrao de rebatida lateral (plano horizontal) e 0 padrao de rebatida oblfquo (a tacada no golfe), demonstram similaridade de desenvolvimento intertarefas, com dominio do padrao por cima, precedendo 0 dominio do padrao lateral e este precedendo 0
obliquo (Wickstrom, 1975). A sequencia de desenvolvimento do padrao fundamental de rebater lateral foi dividida em tres estagios, pOl' Gallahue (1982):
• Estcigio iniciaf - 0 movimento dos brarros e de tds para frente e as pes estao estacionarios. 0 tronco nao gira e fica de frente para a dire<;ao da bola arremessada. Os cotovclos ficam bem flexiooados. A forrra para a rebatida e aplicada pela extensao das articlllar;6es no plano descendente.
• Estagio elemental' - 0 troneo gira para 0 lade em antecipa9ao it bola arremessada. 0 peso e transfeTido para 0 pc da Crente antes do contato com a bola. Ha uma rota<;:ao combinada do trollCO e quadril e os cotovelos estao me-
nos flexionados. A for9a para rebatida e aplicada pela extensao das articlllac;6es f1ex.ionadas, rotac;ao do tronco e movimento para frente num plano oblfquo.
• Esfagio maduro - 0 tronco gin para 0 lado em antecipac;ao ~l bola arremcssada e 0 peso e transferido para 0 pc de tras; 0 quadril gira e a transferencia do peso e feita num padrao contralateral. A mudanc;a do peso para a frente ocoree com urn amplo e completo arco num padrao horizontal. No contato com a bola, tem-se a transferencia do peso para 0 pc cia frente.
Williams (1983) afirmou que 0 padrao lateral madura com uma bola estacionaria e dominado pela crian<;:a pOl' volta dos cinco anos de idade, e aprcscnta as seguintes caracterfsticas:
"Fase prepara/6ria
- Os pes estao separados aproximadamente numa largura igual a do ombro e nllm scntido fmtero-posterior; o carpo esta perpendicular a linha de vao da bola; o tronco gira para tnls e 0 peso e transferido para 0 pc de tn~s;
o cotovelo e mantido acima e it frente do corpo, com 0 implemento mantido acima e atras dos ombros.
Arao o tronco gira em direc;ao it linha da rcbatida intencionada. com 0
quadril iniciando a giro;
83 82
- 0 peso e transferido para frente, em dires;ao a rebatida;
- os bl'acros oscilam para fora epara longe;
- os lllovimentos continuam depois do contato" (p. 240).
3.3.7. Chutar
Pode-se dizer que e uma forma de rebatida, na qual 0 pe e usado para propulsionar a bola. Pata a crians;a brasileira, este e um padrao de movimento bastante praticado, deviclo a influencia do futebol.
Os mesmos problemas citados para a organiza~ao clo padrao de rebater sao encontrados no padrao de chutar. Deve ser ressaltado que um dos pre-requisitos para 0 dominio deste padrao e a crians:a conseguir assumir uma posic;ao de equilibrio num 56 pe (Williams, 1983).
Temos dois tipos basicos de chute: 0
chute com a bola sendo jogada pelas maos e seodo chutada antes que e1a toque 0 solo, cOmo urn goleiro. ao colocar a bola em jogo; e 0 chute com a bola parada au em movimento no solo, como urn jogador, ao cobraI' uma falta ou chutar uma bola em movimento que e passada a ele. Entre as crianc;as, e mais comum enconfrar-se 0 segundo tipo de chute, par raz6es como: ]) em termos de desenvo!vimento, este tipo de chute e mais facH para ser dominado; 2) muitos jogos de baixa organizac;ao requerem este tipo de chute como habilidade (Stewart, ] 980).
o padrao imaturo do chutar e caracterizado pOl' uma Ijmitada oscilac;ao
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para trlis e para frente da perna de chute. Existe uma relac;ao entre 0
chutar e 0 correr, ou seja, assim que a crian<;a e capaz de correr, ela tem condi<;6es de chutar (Wickstrom, 1983).
Wickstrom (1983) apresentou um estudo nao publicado de Deach, no qual quatro estagios de desenvOlvimento do chutar sao identificados, como e mostrado a seguir:
• Eslcigio 1 - "A crianc;a mantem sua perna de chute proxima a bola e realiza 0 chute. sem participac;ao detiva de outros segmentos do corpo" (p. 200).
Estagio 2 - "MaioI' potencia no chute e obtida peIa oscilac;ao da perna de chute para tras e para cima, cam uma 1eve oposic;ao dos bra~os e leve colocac;ao do tronco para tras" (p. 200).
• Estagio 3 - "Ha uma extensao
no quadril, na fase preliminar, e maior arco na oscilaC;ao da perna de chute, com ajustamentos adjcionais do corpo" (p. 20 I).
• Estdgio 4 - "Ha uma efetiva flexao do quadril e joelho, com colocal(ao do tronco mais alrasado e amplo ajustarnento dos brar;:os durante a reversao" (p, 201).
A partir deste estudo, sao levantadas as seguintes tendencias de desenvolvimento do padrao de chular:
- urn aumento na amplitude dos movimentos preparatorios ao nlvel do quadril e joelho da perna de chute;
um aumento na amplitude total da perna de chute;
inicio da aC;ao. com 0 corpo mais
atrasado em l'elaC;ao a bola e mo
vimento do mesmo para a frente com 0 chute;
- ha urn aumento nos movimentos compensatorios, para perroitit 0
equilfbrio com a ac;ao do tronco e dos bra<;os.
o padrao maduro apresenta as seguintes caracterfsticas, segundo Wickstrom (1983):
"Colocac;ao da perna de apoio 11 frente, para facilitar a rotac;ao do quadril para tras, com extensao da coxa da perna de chute na fase de prcparac;ao;
rota<;ao do quadril para frente e oscilac;ao da perna de chute, com simultanea flexilo do quadril e joelho; vigorosa exlensao da parte inferior da perna de chute; . momenUlnea interrupc;ao da f1exilo da coxa ate que 0 pc tenha tornado contato com a bola;
- oscilaC;ao, para a frente. do brac;o oposto em reac;ao a vigorosa acrao da perna de chute" (p. 212).
3.3.8. Quicar
Esta c uma habilidade na qual, para tel' sucesso, a crians;a deve tocar a bola em seu centro de massa, com as maos iodo de encontro a eIa, apos a mesma voltar de seu contato com 0
~o!o.
Espenschade e Eckert (1980) afirmaram que a origem deste padrao c a queda casual ou delibcrada da bola, levando ao quicar..
Wickstrom (1983) apresenta as seguintes earacteristicas do nivel mais rudimental' de desenvolvimento:
"Os dedos das maos, que h~m contato com a bola, cstao .iuntos c frequentemente hiperestendidos; a ac;ao do pulso fixo faz parecer que a crianc;a esta dando uma bofetada na bola;
a limitada extensao do cotovelo e seguida por uma rapida retray30 da mao de contato;
a coordenac;:ao olha-mao e pobre, resultando em uma variac;ao no tipo de contato, na direyao da batida. e no ritmo de contato" (p. 231).
A relac;ao entre tamanho da bola e tamanho da mao e impor1ante para 0
desenvolvimento do padrao fundamental de movimento de quicar. Segundo Espenschade e Eckert (1980), uma bola pequena pode ser quicada a lima disUlncia de 30 a 90 em apl'oximadamente aos 27 meses de idade, e csta distancia pode ser aumentada para 120 a 150 em pOl' volta de 40 meses. 0 padrao fundamental de quicar com uma bola grande pode ser dominado, primeiro, com ambas as maos, .com 0 quicar numa distancia de 120 a 150 Col por volta dos 46 meses. 0 quicar uma bola grande com uma das maos apresenta, como problema, 0 controle de bola e a necessidade de for«a suficiente. Estas
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dificliidades serao superadas par volta dos 71 mescs de idade.
Embora 0 quicar com as duas maos possa aparentemente oferecer vantagens pela maior superficie de coniato, algullS problemas surgem, Como 0 posicionamenio do corpo em relayao it bOla e a controle preciso e sincronizado de ambas as maos no contato com a mesma. Isto levara, segundo Espenschade e Eckert (1980), a tendencia de utilizar a padrao com ape. nas uma mao.
A sequencia de desenvolvimento do padrao fundamental de quicar foi dividida em tres estagios, por Gallahue (I 982):
• Est6gio inicial - A bola e controlada com ambas as maos, que se man tern ao lado de1a, com as palmas voltadas de irente uma para a outra. Hii lima ayao de bater na desccndente COm ambos os bras:os. A bola toca 0 solo bern proxima ao corpo, podendo tocar os pes. Tambcm ha uma grande variacrao na altura do saito da bola e urn paddio repetjdo de quicar e pcgar.
• Estagio elementar - A bola e controlada com ambas as maos, uma em cima e a outra mais em baixo, para iniciar a ayao; hci lima leve inclinayao a frente, com a bola elevada ao nivel do peito.
A batida descendente e feita com l:1 mao mais em cima, mas com forcra inconsistente. A mao bate na bola, como se estivesse the dando uma bofetada, onde 0 pulso e flexionado e estendido, com a palma da mao tocando a bola em
cada quicar. A crian~a mantem os ollios n3 bola, com muitas Iimitac;6es no controle.
Estagio maduro - Os pes sao posicionados ntlma passada estreita, com a pe da frente opondo-se a mao que toca a bola, e com leve inclinayao do tronco para frente.
A bola eleva-se a altura da cintLlra e e empurrada ao solo com extensao do bra~o, pulso e dedos.
A forma mais madura do padrao apresenta, segundo Williams (1983), as seguintes caracteristicas:
"Hi! flexao ao nivel do joelho, quadril e abd6men;
- a bola e contactada com os dedos abertos:
a bola e empurrada para 0 solo COm a extensao do cotovelo;
- a altura da bola, no quica,', lltinge aproximadamentc a do abd6men;
- os olhos focalizam as maos e a bola" (p. 243).
4. Desenvolvimento hierarquico de habilidades e 0 processo de aprendizagem motora: das habilidades basicas as especificas
4.1. Desenvolvimento bierarquico de habilidades e suas implica~oes na Educa~ao Fisica Escolar
o andar C reconhecido como 0 pdmeiro paclrao fundamental de movimento ou habilidade b.lsica a se desenvolver. A de se segllem outros padr6es fundamentais como 0 correr, arremessar, receber, saltar, quicar, rebater e chutar. Entende-se por habilidade basica lima ati viclade motota comum com uma meta geraJ. sendo ela a base para atividades motoras mais avanc;adas c altamente especffiCl:1S (Wickstrom, 1977).
Estudos mostram que, ate aproximadamente 6 a 7 anos de idade, a desenvolvimento motor da criane;,a se caraeteriza basicamente pela aquisi<;:lio, estabilizayao e diversificacrao das habilidades basicas. £ neste perioda que estas habilidades alcancram urn padrao maduro observado nos adultos. Nos anos que se seguem, ate aprOJumadamente lOa 12 anos, a desenvolvimento se caracteriza fundamentalmente pelo refinamento e diversificayao na combinae;,3o destas habilidades, em padroes seqLieneiais cada vez mais complexos. A nao observancia desta progressaa normal no
desenvolvimento da criani(a leva freqLientemente II superestimulayao em forma de cspecializa~ao precoce.
Em desenvolvimento motor temos basicamentc dois processos fundamentais, ou seja, a aumento da diversifi· caC;ao e da complexidade do comportamento (Choshi, 1983). Entende-se par aumento cia diversifica<;:ao do COID
portamento 0 allmento na quantidade de elementos do comportamento e, pOl' aumenlO da complexiclade, 0 aumenlO da interac,:ao entre as elementos do comportamento. Por exemplo, a crian<;:a adqllire prjmeiro 0 padrao fundamental de alldar e, com base neSle padrao, dcscnvolve 0 andar diversificado em tennos de formas, velocidades e diregoes. A seguir. com base nestes padr6es diversificados de andar, desenvolve 0 correr e, pelo mesmo processo, desenvolve 0 concr diversificado. Esta diversificac;ao do comportamento, onde se observa urn aumento no nllmero de elementos do comportamento, e uma etapa muito importante no dcsenvolvjmenlO mo101' da criancra. Numa etapa posterior, estes elementos do comportamento, como 0 andar, correr, saltar e arremessal'. interagem para formar eslrllturas mais complexas. Por exemplo, 0 elemento correr interage com 0 elemcnto quicar uma bola, dando origem a
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uma estrutura mais complexa de comportamento motor chamada drible. Assim uma grande varicdade de combina<;;oes pode ser feita, clando ori· gem a estruturas cada vez mais complexas.
Para explicar 0 desenvolvimento de estruturas cada vez mais complexas a partir de estruturas mais simples. recentes teorias de desenvolvimento e aprendizagem defendem a ideia do desenvolvimento hienhquico de movimentos. Assim, como Connolly (1977) wIoca, 0 desenvolvimento de lIllla habilidade envolve a elaborat;:ao de urn programa de ac;:ao que e dirigida no sentido de alcan<;ar uma meta. A questao b{tsica e sobre as uniclades que compoem 0 programa e a maneira em que elas sao organizadas. Fitts e Posner (1967). Bruner (1970 1973), Connolly (1970. 1973, 1977) e Elliott e Connolly (1974) tern sugerido que a unidade basica de um programa de a<;;ao e, por analogia com programa de computador, uma sub-!'Otina. Sub-rotina pode ser definida como urn ato. cuja execwrao e uma condic;ao necessaria, mas nao suficiente, para a exeCUC;ao de algumas se· qiiencias de sub-rotinas hierarquicamente organizadas mais complexas nas quais e embutida (Connolly, 1977).
Fitts e Posner (1967) sugerem os termos "programa executivo e "~sub-roo
tina", para explicar a organiza<;ao hierarquicEl de habilidades. 0 programa executivo significa a meta geralou plano de a~ao, enquanto as sub-rolinas sao unidades de movimento que comp6em 0 programa executivo, ou
seja, sao unidades automatizadas de movimento que ja foram programa executive e, com 0 processo de aprendizagem, foram c1elegadas ao controle de niveis mais baixos do sistema nervoso central. Neste sentido, a habiIidacle e c1irigida por urn programa executivo e certas sub-rotinas formam os padroes de movimentos, at raves dos quais 0 programa exeeutivo 6 executado (Robb, 1972).
Se a existeocia de urn desenvolvimento hierarquico e aceita, isto significa que as habilidades, adquiridas nos primeiros anos de vida, formam a base para a aprendizagem posterior de tarefas mais complexas. Alem disso, se habilidades basicas sao adquiridas ate 6 a 7 anos de idade, apos este perfoclo, provavelmente nada do que
.~ nos aprendemos e totalmente novo. 'Tudo esta relacionado com algo que foi aprendido anteriormente. Fitts e Posner (1967) sugerem que os adultos aprendem novas habilidades atrayeS da reorganizar;ao de sub-rotinas existentes. Se isto e verdade, fica evidente a necessidade de estabelecer urn grande repertorio de sub-rotinas na infancia.
A maiaria das criallr;as que atendem a Pre-escoIa e as quatro primeiras series do Ensino de 1.° Grau, saO crianc,:as que se encontram na faixa etaria dos quatro aos dez anos de idade. De aeardo com eviclcncias dos estudos sobre desenvolvimento molor sintetizadas, por exemplo, no modelo de desenvolvimento de Gallabue (1982), estas crian~as devem ser trabalhadas no sentido de desenvolver ao maximo as habiLidades basicas,
sem preocupac;ao com as habilidades especificas. Convern acrescentar que as habilidades basieas sao importantes para a aprendizagem de todas as habilidades especificas ou culturalmelltc determinadas, requisitadas no trabalho, na vida social. enfim, na vida das pessoas, e nao somente para a aprendizagem das babilidades desportivas. Isto fica evidenciado na diferen\ra existente entre 0 modelo apresentado por Gallahue e 0 modelo de Seaman e DePauw (1982). 0 primeiro modelo esta fechado no nive! superior com habilidades desportivas, enquanto 0 segundo modelo esta aberto. para que todas as formas de mo· vimento cu1turalmente determinadas possam ser desenvolvidas a partir das
habi lidades basicas. A Educa<;ao Ffsica na Pre-escola e nas quatro primeiras series do Ensino de 1.° Grau deve proporcionar as crian~as oportunidades que possibilitero um desenvolvimento hierarquico do seu comport3lnento 1110tor. Estc desenvolvimento bierarquico deve, atraves da intera<;ao entre 0 aumenta da diversifica<;ao e complexidade, possibiUtar a forma<;ao de estruturas cada vez mais organizadas e
complexas. Seguindo 0 processo de dcsenvolvj
baseado na no<;8.o de que certos pedodos, durante 0 crescimento e desenvoIvimento, sao 6timos para inf1uenciar 0 cornportamenlo e promovel' a aprendizagem. Periodo cdtico de aprendizagem is, portanto,' aquele perfodo em que as capacidades minimas nccessarias para aprender determinadas habilidades esHio presentes no indivfduo. Antes deste periodo, quaIquer tentativa resu1ta ern pouca aprendizagem, da mesma forma que. ap6s este perfodo, fatores como idac1e, por exemplo, podem interferir nO sentido de dificultar ou mesmo impedir a aprendizagem. 0 sistema nervoSO do ser humano demonstra muita pIasticidadc, porem urn retardamento acentuadopode ser irrecupC
ravel. o periodo crltico nao e determinado peIa idade cronol6gica. Ele e baseado nO estado maturacional do sistema nervoso para uma determinada habilidade. Desta forma, nao existe um (mico perfodo crltteO ou idade crono16gica para a aquisigao de todas as
habilldades. \A aquisi<;ao de uma habilidade nao depende, portanto. da instru«ao ou inicia<;iio precoce, mas sim da sua aprendizagem no momento oportuno.
~ rEm se tratando de habilidades espe/cificas, este m?mento se inicia a~s 10
mento motor, a partir dos 10 a 12 anos de idade, quando a maioria inicia as quatro (tltimas series do Ensino de 1.0 Grau, as crian<;as estao aptas para adquirir habilidades especificas. Este fato esta rnuito relacionado com 0 problema do periodo cdtieo de aprendizagem. 0 conceito de perfodo crfticO de aprendizagem esta
Ia 12 anos de ldade. quando a cnam;a tem desenvolvido um grande reperto· trio de LOdas as babilidades basicas.
Embora a Educac;ao Fisica para crian((as, nesta faixa etaria, possa promover in(lmeras situa<;oes de aprendizagem para a aquisi<;ao de uma variedade de habilidades especificas, co
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mumente as habilidades desportivas sao as unleas utilizadas como tarefa de aprendizagem. Na verdade, quando se fala em habilidades especificas na Educac,:ao Fisica, 0 que logo se imagina sao habilidades desportivas, embora as habilidades especificas possam ser encontradas e requisitadas em todas as atividades do ser humano.
A Educac;:ao Fisica nas quatro tlltimas series do Ensino de 1.° Grau pode trabalhar com habilidades especfficas desportivas. Todavia, e preciso analisar seria e profundamente quais sao as beneficios educacionais da aprendizagem desportiva. 0 desporto e importante por proporcionar situayoes de movimento que possibilitam o desenvolvimento de cada crianc;:a dentro das habilidades especfficas. Alem do mais, 0 desporto e uma forma de patrimonio cultural da humanidade, e urn dos grandes objetivos da Educac:;ao e a transmissao cultural.
As nossas crianc;:as tern 0 direito e a necessidade de conhecer e assimilar o patl'imonio cultural, desenvolvido e aCllmulado pelas gerayoes anteriores. Para se utilizar habilidades desportivas na Educac;:ao Ffsica de 1.0 Grau, sao necessarias algumas considerac;:oes adicionais. Primeiramente, e importante analisar 0 que a crianc;:a adqllire, ao ser colocada numa situac;:ao de aprendizagem destas habilidades. A grande diivida que surge e "A Educac;:ao Ffsica pode se satisfazer em saber que os alunos foram capazes de, ap6s um perfodo de pratica, arremcssm com precisao uma bola no basquetebol ou executar com eficiencia urn saque no voleibol?" Nao seria
muito mais importante saber quais foram as mudan~as internas qualitativas que Ihes possibilitaram executar estes movimentos da forma como foi descrita? Em olltras palavras, nao seria muito mais importante saber que a aprendizagem de habilidades especfficas desportivas possibiUta 0
desenvolvimento de capacidades como antecipac;:ao, atenc;ao seletiva, percep~ao, programac;:ao de acrao, organizac;:ao do movimento, detec~ao e correc;:ao de erro, liming, mudanc;:a de ayao,
ssim pOI' diante, Hio importantes nao s6 para as habilidades desportivas, mas sim para a vida das pessoas? Nao seria importante saber tambem que estas capacidades, por sua vez, faeiIitam a aprendizagem posterior de habilidades cada vez mais complexas, estabelecendo-sc assim urn relacionamento de desenvolvimento mutuo?
Conforme ja mencionado, a propria definiS;ao de habilidade diz que um individuo pode ser considerado habilidoso, quando os processos receptor-efetor-jeedback estao organizados c padronizados. A organiza~ao e a padronizac;:ao destes processos e que produzem, como resultado, arremessos bem-sucedidos em basquetebol e saques eficientes no voleiboi.
Infelizmente, quando se trabaU1a com habilidades desportivas na Educac;:ao Ffsica, e dada uma enfase excessiva ao produto e pouca preocupac;:ao se tern com 0 processo. A enfase ao "sel' capaz de", sem levar em considera~ao
"0 que 0 fez ser capaz de", tem levado freqi.ientemente ao problema do imcdiatismo. 0 imediatismo, como a
propria palavra indica, nao e capa,. de esperar. Espera, sim, resultados de alto nivel a curto prazo. 0 imediatismo nao respeita as diferenc;as individllais e favorece a elitiza~ao ou a
"peneirada" . Nao ha dllvida que a aprendizagem de habilidades desportivas, quando adequadamente orientada, promove como conseqUencia 0 c1esenvolvimento afetivo-social, 0 c1esenvolvimento cognitivo, 0 descnvolvimento da condic;:ao cardio-respiratoria, e assim pOl'
diante. Mas, convem repetir. quando 6 adequadamente orientada. Para se oriental' a aprendizagem de habilidades motoras de forma adequada, muitos fatores devem ser considcrados, mas 0 essencial e a compreensao do 'processo de aprendizagem motora, pelo qual estas habilida
des sao aprcndidas.
4.2. 0 processo de aprendizagem motora
As habilidades motoras tem dupla caracterfstic't. Sc observarmos os mo· vimentos de executantes altamentc habilidosos no esporte, na industria, na mllsica ou na dan9a, temos a impressao de que estes movimentoS sao execlltados com IUllita facilidade e simplicidade. pois most ram lln1H caractcristica suave c harmoniosa. POl'
olltro lado, se dirigirmos nossH aten(fao ao processo de aprendizagem para se chegar a estas performances habilidosas, sabercmos 0 quao dificil (; complexa e a sua aquisic;:ao.
A maiOl'ia dos adultos sabe andar de bicic1eta. Muitas vezes 0 fazem ouvindo musica, conversando, cantando c assim pOl' diantc. E uma tarefa relativamente simples. Porern, lembrem-se agora das fases iniciais da aprendizagem. Quanto esforyo. suor e ate mcsmo pequenos acidentes! Todos nos podemos reconhecer 0 resultado ou 0 produto de performances altamente habilidosas, mas pOliCO sabemos como este resultado e produzido, ou seja. quais sao os processos que fundamenlam a aqtlisic;ao de habilidades motoras e 0 controle de movi
mentos. A Aprcndizagcm Motora. como uma c1rea de estudo, procma cxplicar 0
que acontcce intcrnamentc com 0 individuo, quando passa, pOI' exemplo, de tim cstado em que nao sabia anciaI' de bicic1eta para urn estado em que 0 faz com muita proficiencia. E portanto uma area de esludo preoCllpac1a com a investiga<;:ao dos mecanismos e variaveis responsaveis pcla Illudanva no comportamento motor de tim inc1ivlduo. Foge ao escopO dcste trabalho uma an{l1ise mais detalhada do processo evolutivo das tcorias de aprendizagem motora.£ importante cnfatizar, porem, que, no decorrer desle processo, as teorias de aprcndizagem motora sofreram granclcs influcncias das teodas psicol6gicas do comportamento humano em c1estaque em cada epoca. Assim tivcmos as influcncias do behaviorismo, do cognitivismo e mais recentemente da cibernetica.
Far-se-a aqui, entretanto, uma distincrao entre duas fases no proccssO evo
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lutivo. que parecem muito importantes. Sao elas a das pesquisas orientadas a tarefa ou ao produto e a das pesquisas orientadas ao processo.
Ate aproximadamente 1970, as pesquisas enfocavam basicamente os efeitos das variaveis sobre a aquisis:ao de certas tarefas motoras. Assuntos !Dais pesquisados eram, entre outros, a pn1tica distribufda c massificada, 0 metoda das partes e do todo, o efeito cia pratica mental, 0 efeito do conhecimento de resultados e motivayao. A partir de 1970. uma nova abordagem surgiu, procurando investigar os mecanismos internos basicos I'csponsaveis pela produc;ao do movimento e a mudan<;a de compol'tamcnto. Dentro desta abordagem. 0 homem e visto como um processador de informa<;oes. Essencialmente, 0 homem e visto como urn sistema que recebe, pl'ocessa, transmite. armazena e utiLiza informa<;6es. Diferentes modelos de processamento de informa<;6es aplicados a performance humana e aprendizagem motora tern sido propostos. Com rela<;ao it performance humana, Marteniuk (1975). por exemplo, procura explicar os processos internos, responsaveis pela produc;ao do movimento. atraves de urn modele cujos elementos sao: 6rgaos dos sentidos, mecanismo perceptivo. meeanismo de decisao, mecanisme efetor, sistema muscular e circuitos de feedback. POl' outre lado. com rela«80 Ii aprendizagem motora, temos basicamente dois modelos. 0 modelo de circuito aberto e circuito fechado. Estes rnodelos sao basicamente de controle motor. POI·em. sua aplicac;ao a
aprendizagem motora se justifica, visto que esta em ultima analise, esta relacionada com a mudanc;a que ocorre no controle do movimento.
Para uma mclhor compreensao do processo de aprendizagem motora, vejamos 0 que acontece com 0 individuo que esta para adquirir uma habilidade motora. Primeiro, 0 objetivo e estabelecido. 0 objetivo e normalmente a soluc;ao de urn problema motor. Este problema motor surge normalmentc no meio ambiente externo (Bernstein. 1967). Definido 0 objclivo. 0 individuo procura a melhor maneira de alcan<;a-Io. Para tanto, necessita processar informac,:6es do meio ambiente externo e do proprio corpo (proprioceptivas), selecionar
urn plano motor que atenda apropriadamente as demaodas do momento e executar 0 movimento. Durante a execw:;ao, rccebe informac;:5es, principalmente cinestesicas, sobre como 0
movimento esta sendo exeetltado e, upos a eXeCll«aO, recebe informac;6es, basicamente visuais, sobre 0 resllltado do movimcnto. ou seja, se 0 movimento cxccutado alcal1\ou ou nao 0 objetivo desejado. Denominam-se estas informac;5es feedback. Normalrnente, as primeiras tentativas de eXeCLl<;aO resultam em erros de performance. 0 executante toma ciencia dos erros eometidos, atl'aves do processamento destas informac;6es feedback e, com base neste processamenta. toma decisao sabre que mudanyas introduzir no seu proximo movimento para que 0 objetivo seja alcanyado. Em outras palavras, 0 mecanismo de detecc;ao e correc;ao do
crrO ($ acionado. Como r~su1tado, um novO plano motor e programado, executado e avaliado, e este processo e repetido ate a obtem,:ao do objetivo ou a avaliayao do problema.
Partindo-se do principi.o de que todo ser humane e basicamentc urn lniciante diante de tarefas e situa<;:oes novas, em termos de aprendizagem motora, torna-se muito irnportante conhecennos as caracterfsticas de comportamento daqueles que se iniciam na aquisic;ao de uma habilidade
motora. a aspecto que melhor os caracteriza sao os erros de performance. Entretanto, este aspecto e, lTluitas vezes, esquecido no proeesso ensino-aprendizagem de habilidades motoras. 1'1'0
fessores que nao respeitam as limitana capacidade de processamento 90es
de informac;6es dos alunos caem. freqUentemente. no imediatismo. Transmitem informac;6es que ultrapassam as capacidades reais de proeessamento dos alunos e esperam performances bem-sucedidas a curto prazo. Para estes professores, 0 importante e 0
resultado e nao 0 processo de apren
dizagem. No processo ensino-aprendizagem de habilidades motoras e muito importante 0 feedback do professor com relac;ao aos erros de performance dos alunos. Este feedback nao existe apenas para informal' que os alunos comcteram erros de performance. Ele fomeee importantes infonnac;6es com relac;ao as muda1was que os alunos necessitam introdllzir no seu plano motor, para que, na proxima tentativa, a diferenc;a entre a desejado e 0
manifestado seja pr6xima de zero. Uma das prineipais func;6es do professor e justamente allxiliar 0 feedback dos alllnos, visto que. embora eles sejam capazes de perceber que 0
movimento nao foi executado conforme 0 descjado, nem alcanc;ado 0 objetivo, J11uitas vezes sao incapazes de detectar a origem do eno e. pOl' conseguinte. nao sabem que mlldanc;as introduzir nas pr6ximas tentativas. Para 0 professor desempenhar adequadamente esta funyao, antes de mais nada. necessita ter a capacidade perccptiva de detectar enOS nas performances dos alunos, partindo da observa<;ao do comportamento deles. E estc trabalho. par sua vez. exige. como pre-requisito, 0 conhecimento do mecanismo da performance humana e do processo de aprendizagem motora. Alem do mais, 0 feedback sobre os eITos cometidos pelos alunos fornece informa<;:ocs re1evantes para lima revisao dos objetivos e dos metodos instrucionais adotados.
Segundo Singer (1982), as caracteristieas mais comuns do iniciante, que 1cvam a erros de performance. sao:
1) Dirige sua atenC(ao para um demasiado numero de estfmulos numa
situa<;ao; 2) pensa e se preocupa muito com
coisas demasiadas; 3) carece de habilidade para estabe
lecer expectativas realisticas para a sua performance;
4) tern dificuldade com muitas informac;:6es fornecidas a urn mesmo
tempo'
q92
5) ve cada expcl'iencia de aprendizagem como sendo tOlalrnenle nova;
6) carece de estrategia para manipular informa<;oes e situayoes;
7) desconhece como e quando utilizar 0 feedback;
8) carece de confianera e seguranera;
9) dispendio desnecessario de energia.
Confonne mencionado anteriormente, as fases iniciais sao caracterizadas pOl' urn grande numero de erros de performance. Para cOlTigi-los, os alunos devem fazer 0 feedback do movimento a cada tentativa de execuc;ao. Feedback pode SCI' a informay30 sobrc 0 movimento, ou seja, como a movimenlo esui sendo e foi executado e tambem sabre 0 efeito do movimento no meio ambientc, ou se.ia, 0 rcsultado do movimenlo em rela<;:ao ao objetivo a ser alca!lyado. 0 primeiro e comumente denominado conhecimento de performance e, 0 segundo) conhecimento de resultado (Marteniuk, 1976).
Ap6s a execUl;ao de uma tentativa, os alunos deveriam tel' em sua memoria quatro tipos de informary30: 1) 0 objetivo original do movimento; 2) 0 resultado do movimento; 3) 0 plano motor; 4) a maneira pela qual 0 movimenlo foi realmente executado. Nas primeiras tentativas de exccU<;:ao, existe uma discrepancia entre estas quatro informa<;oes. 0 objetivo e 0
resultado do mOYimento raramente coincidem, assim como 0 plano motor e a maneira pela qual 0 movimento foi realmente executado. Com estas
94
quatro informa~6es, os alunos sao agora capazes de fazer a necessaria avalia<;ao do seu movimento. 0 resultado desta avalia~ao pode ser a modificac,:ao do objetivo inicial e/au plano motor, numa tentdtiya de produzir movimentos bem-sucedidos. At,ayeS de repetidas tentativas, com ava. liaerao e eventual modifica~ao apos cada tentativa, a movimento tornar-se-a mais consistente e efetivo. Em outras palavras, sen'i observada uma melhoTa na performance devido ao processo de aprendizagem.
Gentile (1972) apresenta urn esquema em que as quatro val'iaveis acima mencionadas sao combinadas para se fazer a avaliaqao do movimento executado. De acordo corn 0 seu esquemel, apos cada execu<;.ao de um movimento, 0 indivfduo pode fazer para si mesmo as seguintes perguntas: 0 objelivo foi alcan<;ado (compara~ao objetivo/resultado)? 0 movimento foi executado conforrne planejado (compara<;ao plano l11otor/movimento)?
Ha duas possiveis resposlas a estas perguntas: sim ou nao. As duas COl11para<;oes e os quatro possfveis resultados sao aprescntados na tabela 4.J.
Quando 0 objetivo for alcan<;ado pela execuc;:ao de urn movimento, conforme planejado (sim/sim na tabeJa), pode-se considerar que 0 indivfduo adquiriu a idlSia do movimento e, de acordo com a lei empirica do efeito, a possibilidade do mesmo plano motor ser usado oa proxima tentativa torna-se bastante alta. Em outras palavras, as dois tipos de feedback reforc,:arao a ocorrencia da mesma resposta.
Tabela 4.1. Quatro posslvcis resultados dll fase avaJiativa do processo de decisao (aclaplado de Genlile, 1972).
Tipo de o mOl'imellto foi execulado cOllforme p/anejado? il\'alia{:iio
Rcsultado Sim Niio
o Obte\'e ideia objelil'o Sim do Surpresa
foi a/col/facio? movimento
N(io Algo Tudo el'rado crrado
No caso em que 0 objetivo nao c alcan~ado, mas 0 movimento e execUlado conforme planejado (nao/sim na tabela), 0 individuo notarit que algo esta errado com a plano motor. A revisao do plano motor e uma estrategia 16gica para a rcsposta seguinteo Se, pOl' acaso, apos algumas rev isaes, a resposla "nao" para 0 resullado e "sim" para 0 movimento prevalecerem, uma estrategia diferenle deve ser considerada. Talvez, 0 problema esteja na identificac;ao e seleyao das informaqoes mais importantes do meio ambiente. As informa~6es importantes podern nao tel' sido identi· ficadas. Ao contnirio, a indivfduo pode eslar respondendo as "dicas" erradas.
Uma surpresa c experimentada quando 0 objetivo e alcan~ado, mas nao at raves do movimento conforme planejado (sim/nao na tabela). Neste caso, e interessante saber qual sera a estrategia a set aplicada na proxima tentativa. Existem basicamente tr1!s
aHernativas: 1) repetir 0 plano motor que, ernbora executado erradamente, resultou num movimento bem-sucedido; 2) executar 0 movimenlo, confarme foi originalmente plane.;ado; 3) execular ambas as alternativas, para depois decidir qual e a correta.
o {lltimo resultado, ou seja, quando o objetivo nao foi alcall«ado, nem 0 movimento execlltado conforme planejado (nao/nao na tabela), pode leval' 0 individuo a adolar varias estraf(~gias. Uma delas seria repetir 0 plano motor originalmente planejado. Se o resultado for novamente uma falha completa, 0 indivfduo poden. fazer uma revisao do plano, reavaHar as condi<;6es do meio ambiente ou mesmo allerar 0 objetivo.
Nas fases iniciais da aprendizagt:m. embora os alunos sejam capazes de perceber que alga esta sendo executado erradamente, lTIuitas vezes eles sao incapazes de detectar as origens e as caracteristicas do erro cometida. Nesta situm;ao, cabe ao professor forne
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cer informa<;6es especificas no sentido de assisti-Ios na detec«ao e corre«aO do erro. Estas informa«oes, fornecidas pelo professor para facilitar a avaliac;:50 do movimento executado, sao denominadas feedback aumentado ou ex(rlnseco.
Basicamente, temos dois tipos de feedback. 0 primeiro e denominado feedback intrInseco ou inerente e se refere as infonnal;oes recebidas pelo proprio executante, durante e apos a execu9ao do movimento. 0 outro e denominado feedback extrinseco ou aumentado e se rdere as informa<;oes adicionais au complementares recebidas de lima fonte externa.
Para determinar exatamente que tipo de feedback aumentado e necessaria, o profeswr deve diagnosticar a performance dos alunos. Em outras palavras, e preciso fazcr uma analise da habilidade e, com base nas informa<;6es entao obtidas, sllgerir altera90es. Para tanto, 0 professor necessita conhecer, alem dos mecanismos en· volvidos na execw;ao do movimento, as caracteristicas das babilidades que estao sendo aprendidas.
Uma vez concluida a analise da habilidade, e prudente 0 professor nao fomecer feedback aumentado imediatamente ap6s as alunos terem completado a execllc;:ao de urn movimento, porqlle, neste momenta, os alunos deveriam ter a sua ateny80 dirigida no sentido de atender seletivamente e codificar as informayoes mais impor{antes, e qualquer interrupyao deste processo poderia resultar num esquecimento imediato. Apos urn intervalo sufic.iente de tempo para que as alu
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nos possam fazer por si mesmos a avaliac;:iio clo movimento executado, 0
feedback aumentado pode ser fornecido. Existem divers3s formas para tanto, como, pOl' exemplo, descri«ao verbal, demonstrac,:ao e utilizac;:ao de material audiovisual.
Com 0 prosseguimento do processo de aprendizagem, os aJuDos desenvolvern dentro de si uma referencia com a qual poclem comparar as suas performances e, pot·tanto, nao necessitam mais do feedback aumentado fornecicio pelo professor. 0 ideal em aprendizagem motora e que os alunos desenvolvam 0 sell mecanismo de detecc,:ao e corre<;ao de erros e que sejam capazes de fazer a auto-avaliac;:ao.
Durante 0 processo de aprenclizagem motora, podem Sel' observadas, na performance do executante, certas caracteristicas que sao identificadas como fases da aprendizagem motora. POI' exemplo, Fitts (1965) prop6e tres fases: injcial ou cognitiva; intermediaria au associativa e final ou autonoma; Adams (1971) propoe apenas duas fases: verbal-motora e motora. Gentile (1972) tambem propoe duas, au seja, fase de obtenyao da ideia do movimento e fase de fixa<;ao/diversifica<;iio.
A mudanc;:a mais signHicativa que ocorre durante as fases da aprendizagem e que a performance se torna cada vez mais independente das demandas da aten<;iio. Em outras palavras, 0 movimento se torna menos sujeito ao controle cognitivo e tambern menos sujeito as interfercncias do meio ambiente. Existe a transfe
cessamento central, para permitir aorencia de contrale dos movimenlOs
executante ocupar-se com outros asdos centros mais elevados do sistema
pectos da performance au meSillanervosO central para os centros mais
com outras atividades paralelas.baixos, libertando 0 sistema de pro
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