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Com o objetivo final de apro- var a alteração da meta fiscal, o governo tentou agilizar a vota- ção dos vetos, mas enfrentou a obstrução da oposição, que pe- diu questão de ordem e questio- nou a não aprovação do projeto de lei pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), que foi levada direto ao plenário. "A proposta que está sendo trazida estabele- ce uma norma de um déficit de até R$ 170,5 bilhões em aberto, é um cheque em branco para am- pliar de maneira desregrada os gastos", disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). O primeiro bloco de votação manteve 11 vetos integralmen- te dos 24 vetos que trancavam a pauta. Ao todo, foram apresen- tados 13 destaques nas outras proposições, que precisaram ser votados individualmente e atrasaram a votação da meta fiscal, mas Renan afirmou que não desistiria de seguir com a sessão pela madrugada para votar a meta fiscal. A expectati- va era de que a votação acabas- se por volta das 2h da manhã desta quarta-feira. Entre os vetos que foram der- OLIBERAL BELÉM, QUARTA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2016 2 n PODER DINHEIRO Agência Estado BRASÍLIA Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil Menor Preço Objeto: Serviços de manutenção (conservação/recuperação) na BR- 155/PA; trecho: Entroncamento BR-158 (Redenção) – Entroncamento BR-222 (Marabá); subtrecho: Entroncamento BR-158 (Redenção) – Entroncamento PA-279 (Xinguara); segmento: km 0,00 ao km 109,80 com extensão de 109,80 km. Entrega das Propostas: a partir do dia 25/05/2016 às 08h no site https://www.comprasgovernamentais.gov.br. Abertura das Propostas: 07/06/2016 às 9h. Maiores Informações: (91) 3250.2633 ou (91) 3250.2650 ou e-mail: [email protected] Belém – PA, 24 de maio de 2016 Raimundo Guilherme Maciel Corrêa Pregoeiro – PT nº 1.919/DAF/DNIT PREGÃO ELETRÔNICO 184/2016 Governo Federal SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO PARÁ SERVIÇO DE CADASTRO E LICITAÇÕES Governo passa por 'teste' no Congresso META FISCAL Sessão para apreciação de vetos e limite para gastos levou mais de 11h A té o fechamento desta edi- ção, o Congresso analisa- va há mais de 11 horas 24 vetos que trancavam a pauta e impediam a votação da no- va meta fiscal. Os vetos foram mantidos pelos parlamen- tares, que passaram então a votar 13 destaques conside- rados polêmicos, que podem ser modificados. Esse foi o pri- meiro teste do governo Michel Temer no Congresso Nacio- nal. A intenção do presidente era votar a alteração da meta fiscal. O governo pede autori- zação do Congresso para ter- minar 2016 com um déficit de R$ 170,5 bilhões. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), queria- votar a meta fiscal na sessão que convocou para começar às 11 horas de ontem. A maioria dos vetos presi- denciais concedidos pela en- tão presidente Dilma Rousseff, afastada do cargo pelo Senado no dia 12 de maio em razão do impeachment, foram mantidos. Ao longo da votação, o governo fez orientações informais e chegou a liberar parlamentares Congresso realizou sessão conjunta para desobstruir a pauta e votar nova meta fiscal LUIS MACEDO - AGÊNCIA CÂMARA Michel Temer reafirmou aos parlamentares que está aberto ao diálogo brado", disse, após lembrar sua condição de interino e salientar que está há 12 dias no governo, mas jornais e revistas tratam como se já houvesse dois anos. Temer refutou ainda "àque- les que pretendem dizer que houve rompimento, ruptura da Constituição". "Isso não aconteceu. Nossas instituições estão funcionando e eu sou uma consequência da Cons- tituição. O vice-presidente é uma consequência do texto constitucional", afirmou. LAVA JATO Um dia depois a saída de Romero Jucá do Ministério do Planejamento, o presidente em exercício defendeu a "moral pública" e avisou que "não está em busca de eliminar qualquer investigação apuratória". Sob pressão da oposição, en- fatizou em sua fala, sem citar diretamente a Lava Jato, que o seu governo não vai impedir as investigações. "Por mais que di- gam que há um esquema para impedir as investigações, o go- verno vai sempre incentivá-las. Não queremos isso, não (bar- rar as investigações). Ninguém quer", assegurou Temer, que citou artigo da Constituição Nacional que trata do princípio da moralidade para mostrar o compromisso com a operação. Segundo Temer, "não dá para silenciar" em relação às afir- mações de que o governo quer impedir as investigações. para a votação independente. Nenhum dos vetos apreciados na sessão de ontem, que entrou pela madrugada, tinha grande impacto econômico e foi pos- sível observar, durante a dis- cussão dos destaques, um raro momento de harmonia entre o governo e a oposição. O presidente em exercício, Michel Temer, afirmou que a votação da ampliação da meta fiscal seria o primeiro teste para o governo e para o Legislativo. "É interessante que, se não fosse o clima ainda existente do País, não seria de uma gravidade ab- soluta a eventual transferência da votação de hoje [ontem] para amanhã [hoje], mas é que as coi- sas estão postas de uma manei- ra que todos querem testar as instituições nacionais", disse, durante abertura de reunião de líderes da base no Congresso, no Palácio do Planalto. Temer detalhou para os líderes os pro- jetos de interesse de sua admi- nistração. Em sua fala, que foi trans- mitida por um telão para jor- nalistas, Temer salientou que se sentia envaidecido pelo fato de alguns afirmarem que ele está instituindo uma espécie de semiparlamentarismo. "Sig- nifica que estamos reinstitu- cionalizando o País", afirmou, ressaltando aos líderes que es- tavam "governando juntos". Temer disse que lamentava o comportamento de alguns opo- sitores que "propuseram a mo- dificação da meta e hoje anun- ciam que vão tentar tumultuar os trabalhado para tentar impe- dir a votação". "Isso revela, aos olhos de quem vê o País como finalidade e não um governo ou um partido, a real discordância com a tranquilidade institucio- nal do País", afirmou. O presidente em exercício ponderou que o papel da oposi- Oposição tentou obstruir votação que amplia déficit para até R$ 170,5 bi rubados, a expressiva maioria dos congressistas derrubou o entendimento da presidente afastada quanto ao projeto de lei que trata sobre a apólice de seguro rural como garantia pa- ra concessão de crédito. Entre os deputados, 293 parlamen- tares votaram para alterar a decisão da presidente Dilma Rousseff, contra apenas 11 que defendiam a manutenção do veto. Já entre os senadores, foram 51 votos a quatro. Dos nove itens desse veto de Dilma, apenas dois foram man- tidos. Outro entendimento de Dilma que não foi mantido pelo Congresso Nacional diz respei- to ao projeto de lei que ampliava para alguns Estados a anistia a policiais e bombeiros militares punidos pela participação em greves da categoria. Amtes, a reunião de on- tem da Comissão Mista de Orçamento (CMO) começou tumultuada. A senadora Glei- si Hoffmann (PT-PR) foi con- tra o início da sessão. Segun- do ela, como a sessão estava marcada para as 10 horas, o presidente da comissão, depu- tado Arthur Lira (PP-AL), não poderia iniciar os trabalhos do colegiado com mais de 30 minutos de atraso. "Não tinha quórum às 10h30, e eu sou contra o início dessa sessão", afirmou a senadora. Os ânimos ficaram exal- tados e o presidente da CMO chegou a pedir "compostu- ra" de Gleisi, que respondeu: "Não terei compostura, essa sessão não pode acontecer." A sessão começou perto das 11 horas, fora do prazo de 30 minutos que o regimento da Casa exige ção era importante e não estava se queixando. "A oposição nas democracias existe para ajudar a governar", disse. Mas afirmou que há dois momentos - um em que partidos divergem entre si para chegar ao poder, a campa- nha, e outro, pós-eleição, em que "todos devem trabalhar pelo bem comum". Temer afirmou que o proje- to original da meta fiscal não foi redigido por sua equipe. "Foi remetido por quem es- tava no governo, nós apenas tivemos que rever o montante do déficit", afirmou. Na revisão da meta, o governo alterou o déficit de R$ 96 bilhões para R$ 170,5 bilhões. DIÁLOGO No discurso aos líderes par- tidários, Temer avisou que "este é o governo do diálogo" e por isso, antes de anunciar as medi- das econômicas ou encaminhá- las ao Congresso, fez questão de chamar os parlamentares ao Palácio do Planalto para lhes informar sobre as propostas e, segundo ele, repetirá este gesto sempre. Temer pediu também pressa na aprovação das me- didas. "Temos de trabalhar do- Agência Estado BRASÍLIA

Governo passa por 'teste' no Congresso - DNIT — DNIT · diu questão de ordem e questio-nou a não aprovação do projeto ... meiro teste do governo Michel ... No discurso aos líderes

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Com o objetivo final de apro-var a alteração da meta fiscal, o governo tentou agilizar a vota-ção dos vetos, mas enfrentou a obstrução da oposição, que pe-diu questão de ordem e questio-

nou a não aprovação do projeto de lei pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), que foi levada direto ao plenário. "A proposta que está sendo trazida estabele-ce uma norma de um déficit de até R$ 170,5 bilhões em aberto, é um cheque em branco para am-pliar de maneira desregrada os

gastos", disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

O primeiro bloco de votação manteve 11 vetos integralmen-te dos 24 vetos que trancavam a pauta. Ao todo, foram apresen-tados 13 destaques nas outras proposições, que precisaram ser votados individualmente

e atrasaram a votação da meta fiscal, mas Renan afirmou que não desistiria de seguir com a sessão pela madrugada para votar a meta fiscal. A expectati-va era de que a votação acabas-se por volta das 2h da manhã desta quarta-feira.

Entre os vetos que foram der-

o liberal Belém, quarta-feira, 25 de maio de 20162 npoder

dinheiro

Agência Estadobrasília

Ministério dos Transportes, Portos

e Aviação Civil

Menor PreçoObjeto: Serviços de manutenção (conservação/recuperação) na BR-155/PA; trecho: Entroncamento BR-158 (Redenção) – Entroncamento BR-222 (Marabá); subtrecho: Entroncamento BR-158 (Redenção) – Entroncamento PA-279 (Xinguara); segmento: km 0,00 ao km 109,80 com extensão de 109,80 km. Entrega das Propostas: a partir do dia 25/05/2016 às 08h no site https://www.comprasgovernamentais.gov.br.Abertura das Propostas: 07/06/2016 às 9h. Maiores Informações:(91) 3250.2633 ou (91) 3250.2650 ou e-mail: [email protected]

Belém – PA, 24 de maio de 2016Raimundo Guilherme Maciel CorrêaPregoeiro – PT nº 1.919/DAF/DNIT

PREGÃO ELETRÔNICO 184/2016

GovernoFederal

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO PARÁSERVIÇO DE CADASTRO E LICITAÇÕES

Governo passa por 'teste' no CongressoMETA FISCALSessão para apreciação de vetos e limite para gastos levou mais de 11h

Até o fechamento desta edi-ção, o Congresso analisa-va há mais de 11 horas 24

vetos que trancavam a pauta e impediam a votação da no-va meta fiscal. Os vetos foram mantidos pelos parlamen-tares, que passaram então a votar 13 destaques conside-rados polêmicos, que podem ser modificados. Esse foi o pri-meiro teste do governo Michel Temer no Congresso Nacio-nal. A intenção do presidente era votar a alteração da meta fiscal. O governo pede autori-zação do Congresso para ter-minar 2016 com um déficit de R$ 170,5 bilhões. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), queria-votar a meta fiscal na sessão que convocou para começar às 11 horas de ontem.

A maioria dos vetos presi-denciais concedidos pela en-tão presidente Dilma Rousseff, afastada do cargo pelo Senado no dia 12 de maio em razão do impeachment, foram mantidos. Ao longo da votação, o governo fez orientações informais e chegou a liberar parlamentares

Congresso realizou sessão conjunta para desobstruir a pauta e votar nova meta fiscal

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brado", disse, após lembrar sua condição de interino e salientar que está há 12 dias no governo, mas jornais e revistas tratam como se já houvesse dois anos.

Temer refutou ainda "àque-les que pretendem dizer que houve rompimento, ruptura da Constituição". "Isso não aconteceu. Nossas instituições estão funcionando e eu sou uma consequência da Cons-tituição. O vice-presidente é uma consequência do texto constitucional", afirmou.

LAVA JATO

Um dia depois a saída de Romero Jucá do Ministério do Planejamento, o presidente em exercício defendeu a "moral pública" e avisou que "não está em busca de eliminar qualquer investigação apuratória".

Sob pressão da oposição, en-fatizou em sua fala, sem citar diretamente a Lava Jato, que o seu governo não vai impedir as investigações. "Por mais que di-gam que há um esquema para impedir as investigações, o go-verno vai sempre incentivá-las. Não queremos isso, não (bar-rar as investigações). Ninguém quer", assegurou Temer, que citou artigo da Constituição Nacional que trata do princípio da moralidade para mostrar o compromisso com a operação. Segundo Temer, "não dá para silenciar" em relação às afir-mações de que o governo quer impedir as investigações.

para a votação independente. Nenhum dos vetos apreciados na sessão de ontem, que entrou pela madrugada, tinha grande impacto econômico e foi pos-sível observar, durante a dis-cussão dos destaques, um raro momento de harmonia entre o governo e a oposição.

O presidente em exercício, Michel Temer, afirmou que a votação da ampliação da meta fiscal seria o primeiro teste para o governo e para o Legislativo. "É interessante que, se não fosse o clima ainda existente do País, não seria de uma gravidade ab-soluta a eventual transferência

da votação de hoje [ontem] para amanhã [hoje], mas é que as coi-sas estão postas de uma manei-ra que todos querem testar as instituições nacionais", disse, durante abertura de reunião de líderes da base no Congresso, no Palácio do Planalto. Temer detalhou para os líderes os pro-jetos de interesse de sua admi-nistração.

Em sua fala, que foi trans-mitida por um telão para jor-nalistas, Temer salientou que se sentia envaidecido pelo fato de alguns afirmarem que ele está instituindo uma espécie de semiparlamentarismo. "Sig-

nifica que estamos reinstitu-cionalizando o País", afirmou, ressaltando aos líderes que es-tavam "governando juntos".

Temer disse que lamentava o comportamento de alguns opo-sitores que "propuseram a mo-dificação da meta e hoje anun-ciam que vão tentar tumultuar os trabalhado para tentar impe-dir a votação". "Isso revela, aos olhos de quem vê o País como finalidade e não um governo ou um partido, a real discordância com a tranquilidade institucio-nal do País", afirmou.

O presidente em exercício ponderou que o papel da oposi-

Oposição tentou obstruir votação que amplia déficit para até R$ 170,5 birubados, a expressiva maioria dos congressistas derrubou o entendimento da presidente afastada quanto ao projeto de lei que trata sobre a apólice de seguro rural como garantia pa-ra concessão de crédito. Entre os deputados, 293 parlamen-tares votaram para alterar a decisão da presidente Dilma Rousseff, contra apenas 11 que defendiam a manutenção do veto. Já entre os senadores, foram 51 votos a quatro.

Dos nove itens desse veto de Dilma, apenas dois foram man-tidos. Outro entendimento de Dilma que não foi mantido pelo Congresso Nacional diz respei-to ao projeto de lei que ampliava para alguns Estados a anistia a policiais e bombeiros militares punidos pela participação em greves da categoria.

Amtes, a reunião de on-

tem da Comissão Mista de Orçamento (CMO) começou tumultuada. A senadora Glei-si Hoffmann (PT-PR) foi con-tra o início da sessão. Segun-do ela, como a sessão estava marcada para as 10 horas, o presidente da comissão, depu-tado Arthur Lira (PP-AL), não poderia iniciar os trabalhos do colegiado com mais de 30 minutos de atraso. "Não tinha quórum às 10h30, e eu sou contra o início dessa sessão", afirmou a senadora.

Os ânimos ficaram exal-tados e o presidente da CMO chegou a pedir "compostu-ra" de Gleisi, que respondeu: "Não terei compostura, essa sessão não pode acontecer." A sessão começou perto das 11 horas, fora do prazo de 30 minutos que o regimento da Casa exige

ção era importante e não estava se queixando. "A oposição nas democracias existe para ajudar a governar", disse. Mas afirmou que há dois momentos - um em que partidos divergem entre si para chegar ao poder, a campa-nha, e outro, pós-eleição, em que "todos devem trabalhar pelo bem comum".

Temer afirmou que o proje-to original da meta fiscal não foi redigido por sua equipe. "Foi remetido por quem es-tava no governo, nós apenas tivemos que rever o montante do déficit", afirmou. Na revisão da meta, o governo alterou o déficit de R$ 96 bilhões para R$ 170,5 bilhões.

DIÁLOGO

No discurso aos líderes par-tidários, Temer avisou que "este é o governo do diálogo" e por isso, antes de anunciar as medi-das econômicas ou encaminhá-las ao Congresso, fez questão de chamar os parlamentares ao Palácio do Planalto para lhes informar sobre as propostas e, segundo ele, repetirá este gesto sempre. Temer pediu também pressa na aprovação das me-didas. "Temos de trabalhar do-

Agência Estadobrasília