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Gradiente ATC – Parte II Pilotos: Responsabilidade Jurídica

Gradiente ATC Parte 2 - Aspectos jurídicos ?

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Gradiente ATC – Parte II

Pilotos: Responsabilidade Jurídica

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Qual a responsabilidade do Piloto se não informar ao ATC que a aeronave descumpre o Gradiente ATC? E se ocorrer acidente por não cumprir restrições de altitude?

Há responsabilidade jurídica?

Acho que dá...

Vejamos o que as leis dizem a respeito…

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Art. 37 [...]:

“§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

Constituição da República (1988)

Empresas aéreas são entidades de direito privado e prestadoras de serviços aéreos públicos. O piloto é um agente da empresa aérea enquanto pilota a aeronave.

Ao não reportar fato que comprometa as operações ao controlador de tráfego, se ocorrer acidente, incidente, ou pior, mortes de pessoas, a empresa aérea responde civil e criminalmente.

É dever do piloto reportar à empresa a indisponibilidade de equipamentos adequados à operação da aeronave na rota.

Se assim não procederem, a empresa aérea pode alegar negligência ou imprudência do piloto (ação de regresso contra o piloto).

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Art. 87:

“A prevenção de acidentes aeronáuticos é da responsabilidade de todas as pessoas, naturais ou jurídicas, envolvidas com a fabricação, manutenção, operação e circulação de aeronaves, bem assim com as atividades de apoio da infraestrutura aeronáutica no território brasileiro.”

Código Brasileiro de Aeronáutica

TODAS as pessoas naturais ou jurídicas → empresas aéreas + pilotos + controladores.

Pilotos e controladores de tráfego aéreo estão diretamente envolvidos na operação e circulação de aeronaves. Controladores vão além; operam parte sensível da infraestrutura aeronáutica.

O fato de não se conseguir determinar o gradiente médio de subida da aeronave deve ser também tratada no âmbito da prevenção por TODOS.

O RELPER é ferramenta adequada para isso!

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Art. 13 (Código Penal): Delito Comissivo por omissão

“2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.”

Responsabilidade Penal

Ao aceitar a inexistência da ferramenta adequada para a determinação do gradiente de subida da aeronave, o piloto está sujeito à responsabilidade penal, responder a Delito Comissivo ou por Omissão.

Art. 261 CP-Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheiaPena - reclusão, de 2 a 5 anos.

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Art.18 do Código Penal: Dolo Eventual

”..é um tipo de crime que ocorre quando o agente, mesmo sem querer efetivamente o resultado, assume o risco de o produzir.”

Ação existe sem intenção dos resultados, mas há consciência de que se pode eventualmente produzir lesão a terceiros.

Assume-se o risco. Descaso com a vida de terceiros. Aceita-se o resultado. Indisciplina perante às regras.

Responsabilidade Penal

Ao omitir a informação do não cumprimento do gradiente ATC, sabendo que a aeronave não pode cumprir ou não sabe se pode cumprir, o piloto está submetido à responsabilidade penal sendo enquadrado por Dolo Eventual.

Art. 261 CP-Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheiaPena - reclusão, de 2 a 5 anos.

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Sumário

Se ocorrer acidentes/incidentes, a inexistência de ferramentas adequadas a bordo para se determinar o gradiente de subida médio, para que se cumpra o gradiente ATC, pode acarretar responsabilidade civil e criminal à empresas aéreas e pilotos;

Neste caso, pilotos podem ser enquadrados por Dolo Eventual ou Delito Comissivo por Omissão se comprovada a responsabilidade.

O uso das ferramentas de prevenção deve ser articulado o mais rápido possível, com vistas a providências urgentes para mitigar o risco de colisão na TMA SP.