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1 GRAFOMOTRICIDADE I - NOÇÃO DO CORPO “A noção do corpo é uma organização neurológica em permanente construção que surge da síntese de várias experiências tanto motoras como sensoriais. É a representação real, global, científica e diferenciada que a criança/ adulto tem do seu próprio corpo.” Etapas pedagógicas: 1.1 - O corpo vivido 1.2 - Conhecimento das partes do corpo 1.3 - Orientação e organização espácio – temporal 1.1 - O corpo vivido: tomar consciência do seu corpo como um todo. Esta consciência é adquirida através da análise e reflexão sobre posturas e movimentos não usuais Andar normal, de forma lenta/rápida Andar por cima de objectos colocados no chão Passar por uma passagem estreita/larga Dançar com ritmos diferentes 1.2 - Conhecimento das partes do corpo: esta consciência realiza-se de forma interna (sentindo cada parte do corpo) e externa (vendo cada parte do corpo ao espelho, ou noutra criança) através da consciência segmentar vê-se a independência/ dependência de um segmento corporal em relação ao outro Deitar no chão e pedalar, caminhar sem mover o tronco, mover uma parte do corpo e só uma Andar de olhos fechados ao toque do prof. dizer qual a parte do corpo em que o tocou Dois a dois lutar sem se mexer da cintura para baixo e com as mãos sem se tocarem Lenga lenga: Os olhinhos para ver; os ouvidos para ouvir; a boca para comer; o nariz para cheirar; a cabeça para pensar; o coração para sentir e amar! 1.3 – Orientação e organização espácio – temporal: a criança poderá exercitar todas as possibilidades do seu corpo, conhece as partes do corpo (suas e dos outros), a disposição, as posições e associa-as a situações do dia a dia. Não fazer referência a objectos ou situações

Grafomotricidade - Componente Motora Do Acto Da Escrita

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GRAFOMOTRICIDADE

I - NOÇÃO DO CORPO

“A noção do corpo é uma organização neurológica em permanente construção que surge da

síntese de várias experiências tanto motoras como sensoriais. É a representação real, global,

científica e diferenciada que a criança/ adulto tem do seu próprio corpo.”

Etapas pedagógicas:

1.1 - O corpo vivido

1.2 - Conhecimento das partes do corpo

1.3 - Orientação e organização espácio – temporal

1.1 - O corpo vivido: tomar consciência do seu corpo como um todo. Esta consciência é adquirida

através da análise e reflexão sobre posturas e movimentos não usuais

• Andar normal, de forma lenta/rápida

• Andar por cima de objectos colocados no chão

• Passar por uma passagem estreita/larga

• Dançar com ritmos diferentes

1.2 - Conhecimento das partes do corpo: esta consciência realiza-se de forma interna (sentindo

cada parte do corpo) e externa (vendo cada parte do corpo ao espelho, ou noutra criança) através da

consciência segmentar vê-se a independência/ dependência de um segmento corporal em relação ao

outro

• Deitar no chão e pedalar, caminhar sem mover o tronco, mover uma parte do corpo e só uma

• Andar de olhos fechados ao toque do prof. dizer qual a parte do corpo em que o tocou

• Dois a dois lutar sem se mexer da cintura para baixo e com as mãos sem se tocarem

• Lenga lenga: Os olhinhos para ver; os ouvidos para ouvir; a boca para comer; o nariz para

cheirar; a cabeça para pensar; o coração para sentir e amar!

1.3 – Orientação e organização espácio – temporal: a criança poderá exercitar todas as

possibilidades do seu corpo, conhece as partes do corpo (suas e dos outros), a disposição, as

posições e associa-as a situações do dia a dia.

Não fazer referência a objectos ou

situações

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Sentados em círculo

• embalar um bebé, remar, tocar viola, tocar flauta

• secar o cabelo, lavar as mãos

• Associar objectos a partes do corpo (o relógio está?, os ganchos estão? Os sapatos estão? Os

brincos estão?...)

Jogo da estátua: os elementos que estão dispostos em círculo, são os escultores, um elemento no

meio do círculo é a estátua. Um após outro os escultores expressam um detalhe da posição que a

estátua deverá tomar por ex. incline a cabeça para o lado esquerdo

Jogo das instruções: Todos a correr e à orientação do Prof devem por exemplo colocar as mãos na

parede e língua de fora, rabo na parede e mão no chão, sentados com a mão na cabeça e pés juntos...

Jogo: Sr. Dr. Tenho uma dor

Em círculo, o prof. diz e os alunos repetem (frase a frase)

- O Sr. Dr. Colheu uma flor, para pôr ao peito

E foi para o consultório, todo satisfeito

Chega o doente e diz o doutor:

- Eu tenho uma flor, eu tenho uma flor!

E diz o doente muito de repente:

- E eu tenho uma dor, eu tenho uma dor!

Pede-se a uma criança que pense uma parte do corpo que lhe dói e diga: - “Sr. Doutor eu tenho uma

dor na cabeça”. A criança a seguir deve colocar a mão no local da dor da anterior e nomeia outra

parte do seu corpo que lhe doa e assim sucessivamente até passar por todas as crianças. Não se

podem repetir partes do corpo...

Varicela:

As crianças circulam livremente e todas têm na mão círculos em papel autocolante que à ordem do

educador colocam na parte do corpo dos colegas

Bruxas:

AS crianças fogem de um colega que vai montado numa vassoura e tem um chapéu de bruxa.

Quando a bruxa apanha alguém (pela parte do corpo combinada entre todos) faz um feitiço e a

criança tem que fazer por ex. de sapo

Jogo: Descobrir a acção observando o gesto

Em círculo: através da expressão corporal e sem recurso a sons, uma criança de cada vez simula

uma acção e as restantes têm que adivinhar os que ela está a fazer. Quando adivinharem fazem em

conjunto já com recurso a sons.

Associar acções ou objectos a

situações

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A NOÇÃO DO CORPO VERSUS OUTRAS ÁREAS A DESENVOLVER

No âmbito das expressões podemos igualmente explorar outras áreas:

COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO

A linguagem é função de expressão e comunicação do pensamento e função de socialização.

Permite ao indivíduo trocar experiências e actuar - verbal e gestualmente - no mundo. Por ser a

linguagem verbal intimamente dependente da articulação e da respiração, incluem-se nesta área os

exercícios fono-articulatórios, respiratórios e de expressão verbal e gestual.

Exercícios Fono-articulatórios:

• Fazer caretas que expressem tristeza, alegria, raiva, susto, mandar beijos...

• Fazer bochechos, com e sem água, soprar apitos, fazer bolhas de sabão...

Exercícios respiratórios:

• Inspirar pelo nariz e expirar pela boca/ inspirar e expirar pelo nariz/ boca

• Aprender a assoar o nariz, usando um lenço e tapando ora uma narina, ora outra.

Exercícios de expressão verbal e gestual:

• Contar o que vê em fotos ou gravuras

• Contar a história de seus próprios desenhos.

• Brincar de "o que é o que é"? Uma criança diz: "É redonda, serve para jogar e para chutar".

A resposta é: "Uma bola

PERCEPÇÃO

Percepção é a capacidade de reconhecer e compreender estímulos recebidos. A percepção está

ligada à atenção, à consciência e a memória. Os estímulos que chegam até nós provocam uma

sensação que possibilita a percepção e a discriminação. Primeiramente sentimos, através dos

sentidos: tacto, visão, audição, olfacto e gosto. Em seguida, percebemos, realizamos uma mediação

entre o sentir e o pensar. E, por fim, discriminamos - reconhecemos as diferenças e semelhanças

entre estímulos e percepções.

Exercícios de Percepção Táctil:

• Apalpar sacos e pacotes com as mãos, a fim de adivinhar que objectos estão dentro,

reconhecer colegas pelo tacto.

• Andar descalço em lama, água, areia, terra, madeira,

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• Manipular objectos para experimentar variações de temperatura (quente, gelado, morno)/

tamanho (pequeno, médio, grande)

Exercícios de Percepção Gustativa:

• Provar alimentos fritos, assados, cozidos, crus.

• Provar alimentos sólidos, líquidos, crocantes, macios, duros.

• Provar e comparar alimentos da mesma cor, mas sabores bem diferentes: sal, açúcar...

Exercícios de Percepção Olfactiva:

• Experimentar coisas que têm e que não têm cheiro.

• Experimentar odores fortes e fracos, agradáveis e desagradáveis

Exercícios de Percepção Auditiva:

• Identificar e imitar sons e ruídos produzidos por animais e fenómenos da natureza.

• Procurar a fonte de onde se origina determinado som; brincar de cabra cega.

• Tocar instrumentos musicais.

Exercícios de Percepção Visual:

Agrupar objectos de acordo com suas cores/ formas/ texturas/ dimensão, consistência…

COORDENAÇÃO

A coordenação motora é mais ou menos instintiva e ligada ao desenvolvimento físico. Entendida

como a união harmoniosa de movimentos, a coordenação supõe integridade e maturação do sistema

nervoso. Subdividiremos a coordenação motora em coordenação dinâmica global ou geral, fina e

óculo-manual. A coordenação dinâmica global envolve movimentos amplos com todo o corpo

(cabeça, ombros, braços, pernas, pés, tornozelos, quadris etc.) e desse modo coloca grupos

musculares diferentes em acção simultânea, com vistas à execução de movimentos voluntários mais

ou menos complexos. A coordenação fina engloba movimentos dos pequenos músculos em

harmonia, na execução de actividades utilizando dedos, mãos e pulsos. A coordenação visual refere-

se a movimentos específicos com os olhos nas mais variadas direcções.

Exercícios de Coordenação Dinâmica Global:

• Sentar-se no chão como alguns índios, com as pernas e braços cruzados.

• Gatinhar bem rápido/ correr imitando animais/ correr segurando uma bola.

Exercícios de Coordenação Fina:

Rasgagem:

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• Rasgar papel livremente utilizando, de início, papéis que não ofereçam muita resistência ao

serem rasgados.

• Rasgar papel entre duas linhas rectas; rasgar pela linha; rasgar figuras ou objectivos de

revistas.

Recorte:

• Treinar o modo de segurar a tesoura e seu manuseio, cortando o ar, sem papel.

• Recortar vários tipos de papel com a tesoura livremente.

• Recortar papel entre duas linhas rectas; recortar pela linha; recortar formas geométricas e

figuras simples de revistas.

Colagem:

• Colar recortes em folha de papel, livremente.

• Colar recortes em folha de papel, apenas numa área determinada.

• Colar recortes sobre apenas uma linha vertical/ horizontal/ diagonal.

Modelagem:

• Modelar com massa, argila e plasticina livremente e posteriormente modelar formas

circulares, esféricas, achatadas nos pólos (como tomate), ovais, cónicas (como cenoura),

cilíndricas (como pau de vassoura), quadrangulares (como tijolo), etc.

Picotagem:

• Perfurar livremente uma folha com agulha de tricô ou caneta de ponta fina sem carga,

picotar uma área definida, picotar sobre linhas rectas e curvas; picotar uma figura, imagem

ou forma geométrica e procurar recortá-las apenas perfurando.

Enfiamento:

• Enfiar massas e contas em fio; pregar botões.

Pintura:

• Pintar livremente; pintar áreas delimitadas por formas geométricas e partes de desenhos de objectos.

Dobragem:

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• Dobrar folha de papel ao meio, na altura de linhas pontilhadas (horizontais e verticais)

marcadas na folha.

• Dobrar guardanapos de papel e de pano em rectas perpendiculares e diagonais em relação às

bordas.

• Dobrar papel e montar figuras (cachorro, chapéu, sapo, flor, etc.)

II – LATERALIDADE

“Dominância lateral é a definição do lado mais forte e/ou mais hábil, pode corresponder ao lado

direito ou esquerdo. A lateralidade corresponde a dados neurológicos, mas também é influenciada

por certos hábitos sociais.”

Etapas pedagógicas:

2.1 – Dominância lateral (ao nível dos membros inferiores, superiores, olhos e ouvidos)

2.2 – Reconhecimento de esquerda/ direita ao nível da translação, rotação e reflexão e ao nível do

corpo da criança, da manipulação, da locomoção e do espaço gráfico

2.1 - Dominância lateral simulando exercícios como abrir uma garrafa com saca – rolhas. Enfiar

uma agulha, pontapear uma bola, encher um copo de água, ver nos binóculos, ouvir um som…

2.2 – Reconhecimento de esquerda/ direita

2.2.1 - Ao nível da criança (no próprio corpo):

• Coloca-se uma pulseira no pulso e no tornozelo direito da criança

• Mostra-me a tua mão direita/ olho esquerdo/ pé direito/ orelha esquerda...

• Cruzar informações: por a mão direita na orelha Esq, colocar o pé Esq no joelho direito...

Após exercícios de olhos abertos recomenda-se de olhos fechados, depois retira-se a pulseira e

repetem-se os exercícios sem este ponto de referência.

2.2.2 - Trabalhar a translação, a rotação e a reflexão com o corpo

Translação:

• Todas as crianças em fila e levantar o braço direito, o pé esquerdo...

• Depois dividir a fila em duas, colocá-las frente a frente e fazer o mesmo pedido

Rotação: Exercício dois a dois e frente a frente

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• Mostra a tua mão esquerda ao teu amigo, toca com a mão esquerda na mão direita do teu

amigo, levantar o joelho direito... (se houver hesitações voltar a colocar as pulseiras)

Reflexão:

• Exercícios dois a dois, um é o espelho e o outro é a criança

2.2.3 - Ao nível da manipulação (acção sobre os objectos):

• Pega na caneta com a mão esquerda, põe a caneta na mão esquerda do colega (o colega

encontra-se de costas para a criança) (translação), põe a caneta do lado direito do colega

(rotação).

2.2.4 - Ao nível da locomoção (deslocamento no espaço):

• Vira-te para o lado direito, esquerdo, vai para o lado esquerdo do colega que está de costas

(translação), vai para o lado direito do colega que está de frente (rotação)...

2.2.5 - Ao nível do espaço gráfico (figurativo):

• Qual é a mão direita?

• O que é que está à esquerda do copo?

• pinta o pé esquerdo do menino?

Jogo: Traz Catrapaz

De frente para a classe o Prof. levanta o braço esquerdo, todas dirão “Traz” mas se levantar o braço

direito, todos dirão “Catrapaz”. Numa segunda fase, para dificultar, obrigando a uma atenção

redobrada, se o Prof. Levantar a perna esquerda, todos dirão “Truz” se levantar a direita, dirão

“Catrapuz”

Jogo: Sapatos trapalhões

Em roda cada elemento tira o sapato do pé direito e vai passando de mão em mão (com a direita), ao

ritmo da canção das “Pombinhas da Catrina” (lá vai uma, passar o sapato, lá vão duas, passar

sapato – cantar lenta e rapidamente…) alternar com a esquerda… Com música de CD colocam o

sapatos dispersos pela sala e à paragem da música cada elemento, com a mão esquerda, tira o sapato

de que mais gosta, sentam-se em roda, e diz o porquê da sua escolha… dois a dois fazer o jogo do

espelho com o sapato…4 a 4 fazer uma montra, cujo tema é à escolha do grupo, com os sapatos,

uma cadeira e os elementos do grupo.

Fazer um boneco em papel cenário

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III - ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL

“É a orientação, a estruturação do mundo exterior referindo-se primeiro ao “EU” referencial,

depois a outros objectos ou pessoas em posição estática ou em movimento.”

Etapas pedagógicas:

3.1 - Conhecimento das noções

3.2 - Orientação espacial e organização espacial

3.3 - Compreensão das relações espaciais

3.1 - Conhecimento das noções – a criança deverá perceber as diversas noções espaciais para que

possa passar às fases seguintes e para isso temos que desenvolver exercícios para trabalhar as

noções de:

Situação: dentro/ fora; frente atrás; à esquerda/ à direita; longe/ perto; em cima/ em baixo

Jogo dos esquilos: Metade das crianças são as árvores, elas ficam imóveis; a outra metade são os

esquilos que passeiam livremente. Ao som do cuco todos os esquilos seguem as orientações - ir para

a frente/ longe/ perto da árvore; mão dir. na cabeça e mão esq. no nariz da árvore...

Tamanho: grande/ pequeno; grosso/ fino; estreito/ largo

Posição: pé, sentada, ajoelhada...

Jogo a varinha mágica: As crianças são bonecas de trapos e ganham vida com a varinha mágica

do professor. O Prof. toca-lhe com a sua varinha de condão, e dá-lhe as posições em que as crianças

se devem colocar

levando-a a descobrir as diversas noções de posição, em grande grupo. Em pé, sentada, ajoelhada...

Movimento: nadar, baixar, levantar, empurrar...

Jogo dos animais:

A educadora conta a história de vários animais, as crianças ao ouvi-la devem movimentar-se

segundo o animal descrito pela educadora: era uma vez uma borboleta que voava, voava sem parar

um dia foi a passear e encontrou um canguru, que foi à beira do rio e viu um peixe… depois

transformou-se numa linda estátua.

Forma:

• Círculo/ triângulo/ quadrado/ rectângulo

Jogo das formas: Fazer com cordas no chão cada uma das formas geométricas aqui referidas e

depois o Prof. Diz eu sou o triângulo, tenho três biquinhos, de chapéu eu sirvo, para os palhacinhos

ou eu sou o círculo, sou igual à lua, sou o mais bonito, lá da minha rua ou eu sou o quadrado,

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bonito demais, tenho quatro lados e todos iguais ou eu sou o rectângulo, cresci mais um lado, para

ganhar pontos, a senhor quadrado conforme a forma que quiser trabalhar e as crianças têm que

passar por cima (pés juntos, pernas afastadas, desclaças...) da forma que o Prof. enunciou...

Quantidade: cheio/ vazio; muito/ pouco, inteiro/ metade

Peso: leve/ pesado

Medida: curto/ comprido

3.2 - Orientação e organização espacial

Jogo encontrar o seu lugar- as crianças encontram-se em roda conforme uma ordem determinada.

Ao som da música deixam a roda e deslocam-se pela sala. Quando a música parar elas deverão

tomar novamente o seu lugar segundo a ordem inicial.

Jogo do trajecto – o orientador faz ou dita ou desenha um trajecto e as crianças devem repeti-lo.

3.3 - Compreensão das relações espaciais

• Retirar crianças de diversas alturas e pedir para ordenar por tamanho

• Fazer pequenos grupos com vários elementos e pedir para ordenar por quantidade

- Progressões de tamanho:

- Progressões de quantidade:

- Progressões de ritmo e de cores:

IV - ESTRUTURAÇÃO TEMPORAL

“A estruturação temporal é a capacidade de se situar em função da sucessão de acontecimentos,

da duração dos intervalos, da renovação cíclica de certos períodos e do carácter irreversível do

tempo.”

Etapas pedagógicas:

4.1 - Ordem e sucessão

4.2 - Duração dos intervalos

4.3 - Renovação cíclica de certos períodos

4.4 - Ritmo

4.1 - Ordem e sucessão

Trata-se de perceber o que se passa antes, agora e depois. Deve empregar-se termos tais como antes/

depois/ em primeiro lugar/ em último lugar/ ontem/ hoje/ amanhã.

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Jogo das posturas:

• Pedir a três crianças que façam a sequência de uma acção (mas o Prof. não as coloca

segundo a sequência) – as outras têm que adivinhar o que estão a fazer e qual a sequência

• O Prof. mostra 4 desenhos de animais, um após o outro, e depois esconde-os. Em seguida

pergunta que som faz o primeiro? Como se move o segundo? De que cor é o terceiro? O que

come o quarto? (vaca, borboleta, abelha, galinha)

4.2 - Duração dos intervalos

Trata-se de perceber o que se passa depressa/ devagar, a diferença entre a hora e o dia...

Exercício:

• O Prof. faz rolar duas bolas em simultâneo, uma mais depressa que a outra a criança deve

expressar as relações de velocidade

4.3 - Renovação cíclica de certos períodos

Perceber as partes do dia (manhã, tarde e noite), as semanas, as estações do ano e para isso se fazem

jogos de associação por ex. a quarta – feira é associada à Educação física...

Jogo dos dias da semana:

Sou mecânico à segunda; sou bombeiro à terça-feira; à quarta sou pirata com espada de lata;

astronauta de primeira é o que sou á quinta-feira; à sexta sou um grande chefe; ao sábado um

cowboy; ao domingo sou um herói. Primeiro trabalha-se a lenga lenga e depois de as crianças a

saberem fazem-se 7 grupos e em segredo dá-se um dia a cada grupo que vai ter que dramatizar o

seu dia da semana. Os restantes tentam adivinhar

4.4 - Ritmo – O ritmo abrange a noção de ordem, sucessão, duração e de alternância. Do ponto de

vista pedagógico propomos as seguintes etapas para o desenvolvimento do ritmo:

4.4.1 - Consciência do ritmo

4.4.2 - Estruturação rítmica

4.4.3 - Simbolização

4.4.1 - Consciência do ritmo

• Procura do ritmo próprio – respiração, batimento cardíaco... (orgânico)

• Explorar o corpo como fonte de sons e ritmos

4.4.2 - Estruturação rítmica

• É caracterizada por duas componentes: duração (curto e longo) e acentuação (forte e fraco).

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• Seguir o ritmo ao som do tambor (mais lento, mais rápido, a correr...)

• Andar consoante o ritmo da batida: forte/ fraco

Jogo dos pares mistério: agrupar 2 a 2 pelo mesmo som (dar papel com o som) e têm que se

encontrar...

Jogo das “múmias”

Os pares formados espalham-se pelo espaço do jogo, colocando-se uma criança em frente da outra.

O Prof. dá um rolo de papel higiénico a um dos elementos do par. À batida da pandeireta (forte/

fraco) a criança que tem o papel higiénico começa a enrolar a outra criança do par, dos pés à cabeça

ora com movimentos fortes ora com movimentos fracos...

Jogo dos sons

Apresentam-se vários tipos de sons (por exemplo da natureza), cada grupo vai construir uma

história, tendo em conta os diferentes sons e implementar ritmos diferenciados.

A partir dos sons do CD do Filipe (sons variados) cada grupo fica com 5 sons e elabora uma dramatização (apenas com sons) Grupo 1 – vendaval/ campainha d bicicleta/ barco/ galinha/ viola Grupo 2- martelar/ chuva/ mota/ trovoada/ cavalo Grupo 3 – avião/ acordeão/ vaca/ pássaro/ martelar Grupo 4 – rã/ mar/ pato/ piano/ galo Grupo 5 – carro/ serrar/ mocho/ orquestra/ chuva

4.4.3 – Simbolização

Jogo rítmico: (as crianças encontram-se distribuídas ao longo da parede)

• Quando ouvirem uma batida estendem os braços para a frente

• Duas batidas saltam para a frente duas vezes

• Três batidas dar uma volta sobre si mesmo...

Outra hipótese - fazer um registo numa grelha e as crianças têm que reproduzir

SIMBOLOS 1 2 3 4 5 6 7

x x x

x x x

x x

Jogo: reproduzir ritmos escritos

Longo/ curto

Forte/ fraco

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V - PRÉ- ESCRITA

“Os exercícios de pré – escrita têm como fundamento da escrita o domínio do gesto, a estruturação

espacial e a estruturação temporal. A escrita supõe uma direcção gráfica, a noção de cima/ baixo,

esquerda/ direita e a noção de antes e depois; e tem como finalidade o domínio do gesto e do

instrumento, a percepção e a compreensão da imagem a reproduzir.”

Etapas pedagógicas:

5.1 – Exercícios motores

5.2 – Grafismo

5.1 - Exercícios motores – Estes exercícios devem desenvolver o equilíbrio entre as forças

musculares, a flexibilidade e a agilidade em cada articulação dos membros superiores (mobilização

do ombro, mobilização do pulso, mobilização dos dedos)

5.1.1 - Em pé ao nível dos ombros (1.º com os olhos abertos e depois com eles fechados)

• Abrir e fechar os braços (para cima/ baixo, para frente/ trás)

• Fazer o moinho/ nadar/ jogar ao meteoro/ Jogar ao bastão

Lenga lenga:

Era uma vez um moinho

Que girava, que girava sem parar

Vivia lá no alto, no alto da montanha

E o moinho estava sempre a girar

Zomm, zoom, zomm (3 vezes)

Mas veio um dia um vendaval

E o moinho não se pôde aguentar

Quebrou as velas o moinho

O moinho estava sempre a girar

Hum, hum, hum (3 vezes)

5.1.2 - Ao nível do pulso (1.º com os olhos abertos e depois com eles fechados)

• Simular abrir uma torneira/ mexer a comida com uma colher mexendo apenas o punho

• Mãos juntas: afastam-se as mãos mantendo os pulsos juntos/ jogar ao iô iô

• Executar movimentos com os cotovelos colados ao corpo, cantando por ex.: Sr.a D. Anica

5.1.3 - Ao nível do dedos (1.º com os olhos abertos e depois com eles fechados)

• Fazer girar um pião/ tocar piano/ abrir e fechar as mãos/ fazer círculos e rectas no ar

Exercício com plasticina:

o Fazer 1 bolinha com as 2 mãos

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o Colocar a bolinha entre o polegar e o indicador e fazê-la rodar

o Colocar entre o polegar e o indicador e achatar até que os dedos encostem

o Fazer experiências variadas...

Lenga lenga: Dedo mindinho; seu vizinho; pai de todos; fura bolos e mata piolhos

5.2 – Grafismo

Grafismo em plano vertical:

No chão:

• Fazer exercícios com cordas no chão (descalços); primeiro a passar entre duas cordas e

posteriormente a passar por cima das cordas

• Em pé, solicita-se à criança que desenhe no ar as formas que fez em plano vertical

No quadro:

• Traços horizontais, verticais e figuras geométricas por exemplo - o quadrado. Para que a

criança perceba os cantos, pede-se que levante o giz a cada mudança de direcção. O

quadrado deve ser traçado em grande para que a criança reconheça os mesmos gestos já

executados durante os exercícios anteriores (1.ºno chão, 2.º no ar, 3.ºquadro)

Grafismo em plano horizontal – repetem-se os exercícios que foram feitos no plano vertical que

serão executados de pé, diante da mesa (num plano horizontal).

Grafismo de ritmos – Dar três músicas diferentes com ritmos bem diferenciados e as crianças

devem fazer o grafismo correspondente às diferentes músicas em 3 folhas diferentes. Comparar e

analisar os resultados.

Por fim dar fichas de grafismos.

Espero que esta colectânea vos seja útil...

BOM TRABALHO!