22
Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu Grande Rota Transeuropeia E7 Constância, 6 de Maio de 2011 Pedro Cuiça Director Técnico de Montanha da FCMP Vice-Presidente da Comissão de Percursos Pedestres da ERA [email protected]

Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Grandes Rotas

Um Património Cultural Europeu

Grande Rota Transeuropeia E7

Constância, 6 de Maio de 2011

Pedro Cuiça

Director Técnico de Montanha da FCMP

Vice-Presidente da Comissão de Percursos Pedestres da ERA

[email protected]

Page 2: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Pedestrianismo

O iluminismo teve um papel essencial na origem do “pedestrianismo”

Jean-Jacques Rousseau (séc. XVIII) ao escrever Les Rêveries d’un Promeneur Solitaire, uma obra autobiográfica na qual celebra a harmonia da natureza e a magnificência das montanhas;

fontes, para ele, de contemplação e de felicidade, criou a “moda” de andar a pé.

A marcha (la marche), pelo simples prazer de andar, implementa-se plenamente no século XIX.

Nessa altura ainda não se falava de “pedestrianismo” em Portugal nem, por exemplo, de “randonnée” em França.

Pedestrianismo não é andar a pé por necessidade mas por gosto…

Page 3: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Pedestrianismo

«A marcha tem qualquer coisa que anima e aviva os meus pensamentos.»

Jean-Jacques Rousseau (séc. XVIII)

Page 4: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Pedestrianismo

Pedestrianismo s.m. é

(1) o “desporto” de andar a pé por caminhos

ou, melhor,

(2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé por caminhos.

ETIM ing. Pedestrianism

Pedestr antepositivo do lat. pedester, pedestre ou pedestris, que vai a pé, pedestre, que está em pé (…) ocorre no voc. Pedestre (em curso na língua desde o s. XVI e em cultismos do s. XIX em diante: pedestrianismo, pedestrianista e pedestriano.

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (TomoXIV, pg. 6188)

Page 5: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Percursos Pedestres Balizados

• A marcação de percursos de Grande Rota (GR’s) terá surgido em França, resultado do grande interesse pela prática do pedestrianismo. O Club Vosgien iniciou a marcação de percursos no final do século XIX.

• O Touring Club de France e o Club Alpin Français continuaram a tradição tendo incrementado o fenómeno. O gosto de andar a pé proporcionou a marcação de uma vasta rede de itinerários por todo o país.

• A Fédération Française de la Randonnée Pédestre, nas comemorações dos seus 60 anos de existência (em 2007), já possuía mais de 200 mil quilómetros de percursos pedestres sinalizados.

Page 6: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Percursos Pedestres Balizados

• Numerosos países seguiram o exemplo francês, no que resultou um conjunto vastíssimo de percursos.

• Actualmente, a Alemanha possui mais de 200 mil quilómetros de percursos sinalizados, a Espanha 60 mil, Suiça 50 mil, a Holanda 5 mil, Portugal 4 mil, etc..

• Os números expressam a grandeza do fenómeno que ultrapassa a Europa e se estende aos Estados Unidos da América, ao Canadá, à África do Sul ou à Nova Zelândia.

Page 7: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Grandes Rotas (GR)

• As Grandes Rotas (GR) são percursos que ligam regiões ou países, servindo por vezes de “espinha dorsal” de redes de Pequenas Rotas (PR),

ex. GR 14 Rota dos Vinhos da Europa

• As GR trans-europeias atravessam vários países e são identificadas pela letra E (de Europa) seguida do número de registo europeu atribuído pela Federação Europeia: ERA European Ramblers Association

ex. GR 11-E 9 ou o GR 12-E 7

Page 8: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Grandes Rotas (GR)

Existem 12 Grandes Rotas (GR’s) trans-europeias.

Page 9: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Grandes Rotas (GR)

A marcação de percursos, ao contrário do mito amplamente difundido, não se realiza através da utilização de marcas internacionais.

A única marca igual em todos os países europeus foi criada no ano passado, para ser usada nas Grandes Rotas Transeuropeias

Page 10: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Pedestrianismo

• O Pedestrianismo começa a ser

praticado em Portugal, no final do séc.

XIX, entre amigos e pouco depois, no

começo do séc. XX, no seio de clubes.

O pedestrianismo inicia-se e

desenvolve-se no seio do associativismo, entre companheiros

Page 11: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Pedestrianismo

O pedestrianismo pratica-se

geralmente em caminhos

tradicionais e/ou antigos e não

só pode como deve contribuir

para a preservação do

património viário.

ex. estradas romanas e/ou medievais,

caminhos de peregrinação, rotas de

transumância, etc.

ATENÇÃO: os trilhos estão em

vias de extinção

Page 12: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Percursos Pedestres Homologados

• Em Portugal um percurso pedestre

homologado é uma instalação

identificada pelas marcas registadas

GR (Grande Rota) e PR (Pequena

Rota), propriedade da FCMP

• São percursos pedestres balizados

no terreno através de marcas

registadas, específicas para o efeito;

geralmente em ambientes naturais

e/ou ao longo de caminhos

tradicionais,

Page 13: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Grandes Rotas (GR)

• Identificam-se pela sigla GR

seguida do número de

registo; ex. GR 22

• São balizados com marcas de cores vermelho e branco

• Demoram mais de uma

jornada a percorrer (≥ 30 km)

Page 14: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

PedestrianismoO pedestrianismo surgiu na Europa e conta com mais de dois séculos de prática e tradição.

A balizagem de percursos pedestres conta com mais de um século de implementação e constitui um inegável património cultural.

O pedestrianismo e os percursos pedestres promovem a conservação do património viário e a preservação do património cultural das regiões que atravessam: gastronomia, arquitectura tradicional, comércio local, etc..

O pedestrianismo e os percursos pedestres balizados são motores de desenvolvimento sustentável.

O pedestrianismo e os percursos pedestres balizados são ferramentas que podem contribuir para a conservação da natureza.

O pedestrianismo e os percursos pedestres balizados são veículos privilegiados de ligação e de intercambio cultural entre os povos.

Page 15: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé
Page 16: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé
Page 17: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé
Page 18: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé
Page 19: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé
Page 20: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé
Page 21: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé
Page 22: Grandes Rotas Um Património Cultural Europeu · (1) o “desporto” de andar a pé por caminhos ou, melhor, (2) a actividade (desportiva, turística e ambiental) de andar a pé

Obrigado :)