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TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO II GRUPO5 JOÃO PEDRO BEATRIZ LUZ MOHAMMAD M. BASSIR SIDI UMER JULAYA SIDDIQUE 10/3/2012 PAVIMENTOS ALIGEIRADOS PAVIMENTOS PRÉ-FABRICADOS, PRÉ-LAJES, PAVIMENTOS FABRICADOS IN-SITU, LAJES FUNGIFORMES, PISOS COM VIGAMENTO METÁLICO

Grupo 5 - Pavimentos Aligeirados Vigados

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TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO II

GRUPO5

JOÃO PEDRO BEATRIZ LUZ

MOHAMMAD M. BASSIR SIDI

UMER JULAYA SIDDIQUE

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PAVIMENTOS ALIGEIRADOS

PAVIMENTOS PRÉ-FABRICADOS, PRÉ-LAJES, PAVIMENTOS FABRICADOS IN-SITU, LAJES FUNGIFORMES, PISOS COM VIGAMENTO METÁLICO

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Índice1. PAVIMENTOS ALIGEIRADOS.........................................................................................................2

1.1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................2

1.2. PAVIMENTOS PRÉ FABRICADOS...........................................................................................4

1.2.1. Pavimentos constituidos por vigotas de betão pré-esforçado.....................................5

1.2.1.1. Tipos de vigotas de betão pré-esforçado e principais características..................5

1.2.1.2. Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra...........................................6

1.2.1.3. Vantagens e desvantagens da aplicação das vigotas de betão pré-esforçado. . . .8

1.2.2. Pavimentos nervurados aligeirados por abobadilhas de poliestileno expandido....9

1.2.2.1. Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra...........................................9

1.2.2.2. Vantagens e desvantagens na aplicação deste tipo de pavimento....................11

1.2.3. Pavimentos executados a partir de placas alveolares................................................11

1.2.3.1. Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra.........................................12

1.2.3.2. Vantagens na aplicação deste tipo de pavimento..............................................12

1.2.4. Pavimentos executados a partir de vigas TT..............................................................13

1.2.4.1. Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra.........................................13

1.2.4.2. Vantagens e desvantagens na aplicação deste tipo de pavimento....................13

1.2.5. Pavimentos aligeirados com vigotas de betão armado..............................................14

1.2.5.1. Características dos elementos constituintes......................................................14

1.2.5.2. Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra.........................................16

1.2.5.3. Vantagens na aplicação deste tipo de pavimento..............................................17

1.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS....................................................................................................18

1.4. PRÉ-LAJE..............................................................................................................................19

1.5. PAVIMENTOS FABRICADOS NA OBRA................................................................................20

1.5.1. Lajes aligeiradas “Nervo-Metal”.................................................................................20

1.5.2. Pavimento sobre estrutura metálica..........................................................................21

1.5.2.1. Vantagens na aplicação deste tipo de pavimento..............................................24

1.6. LAJES FUNGIFORMES..........................................................................................................24

1.7. PISO COM VIGAMENTO METÁLICO....................................................................................27

1.7.1. Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra.................................................30

1.7.2. Vantagens e desvantagens na aplicação deste tipo de pavimento............................30

1.8. PROCESSO DE FABRICO DAS VIGOTAS PRÉ-ESFORÇADAS..................................................31

1.9. CONCLUSÃO........................................................................................................................35

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1. PAVIMENTOS ALIGEIRADOS

1.1. INTRODUÇÃO

Os pavimentos representam o elemento estrutural que suporta todos os esforços que são aplicados num piso e constituem o elemento de separação horizontal entre dois andares.

Este elemento construtivo pode assumir duas funções distintas: para os locais que se encontram por baixo, assume a função de tecto e para os locais que se encontram por cima servem de piso de suporte.

Os pavimentos são construções horizontais destinadas a suportar cargas por flexão e que por conseguinte, requerem elementos construtivos resistentes, dimensionados para cada classe de solicitações e consideram-se económicos quando o seu peso próprio é reduzido.

Podem-se definir três partes diferentes constituintes dos pavimentos ou lajes:

a) as partes encarregadas da sustentação: vigotas de madeira, vigas metálicas, vigas prefabricadas de betão armado ou pré-esforçadas, assim como as lajes de betão armado maciças ou nervuradas;

b) o revestimento: que constitui o acabamento do pavimento e que descansa sobre a armação ou estrutura de sustentação: lajeado, soalho de madeira, lajes de diversos tipos feitas no local, revestimentos sintéticos, etc.

c) o tecto: de superfície plana e lisa, executado por baixo dos elementos de sustentação e que pode ser estucado com gesso ou revestido com placas prefabricadas de materiais de todos os tipos.

Sucintamente, os pavimentos devem executar as seguinte funções:

• Suportar as cargas (peso da estrutura e as acções permanentes) e as sobrecargas (acções variáveis ou acidentais), transmitindo-as depois aos elementos portantes : vigas e pilares;

• Transmitir os esforços horizontais aos elementos de contraventamento;• Garantir uma certa elasticidade, dentro de certos limites aceitáveis, para que a

flecha seja mínima e para que não transmitam a totalidade das deformações sofridas aos elementos portantes;

• Possuir um peso modesto para que se reduza ao máximo o valor da carga permanente;• Fechar o espaço nos seus limites superior e inferior;• Assegurar um bom isolamento acústico;• Certificar um bom isolamento térmico em relação a espaços exteriores ou não

aquecidos;• Possuir uma superfície que permita a aplicação de revestimentos;• Garantir a protecção contra a humidade;• Resistir ao fogo;• Permitir a instalação de redes para distribuição de fluídos e electricidade;• Conservar ao longo do tempo as suas qualidades físicas, mecânicas, acústicas e o seu

aspecto, conforme foram projectadas;

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• Serem de fácil construção, para não atrasarem a realização do imóvel;• Devem ser económicos, o que implica a utilização inteligente das diferentes

características dos materiais.

Os pavimentos são um elemento da construção, onde são aplicadas diversas tipologias de materiais, originando diferentes tipos de pavimentos.

Actualmente, os principais tipos de pavimentos englobam-se em cinco grupos distintos:

• Betão armado ou pré-esforçado;• Aligeirados

- Em betão: Mistos

- betão pré-esforçado e abobadilhas;

• Mistos

- Em betão e metal

- Em madeira e metal;

• Metálicos;• Madeira.

Destes tipos de materiais só muito raramente se recorre ao uso de pavimentos mistos e metálicos. O recurso aos pavimentos de madeira, entrou também, a partir do segunda metade do século XX em declínio, empregando-se hoje somente em obras rurais ou de índole estética. O uso de pavimentos em betão pré-esforçado está circunscrito a obras onde necessitamos de vencer grandes vãos ou sobrecargas muito elevadas.

Desta análise podemos concluir que, hoje em dia, recorre-se em grande parte ao uso de pavimentos de betão armado e pavimentos aligeirados, assumido os últimos maior protagonismo.

A maioria dos imóveis que são construídos empregam pavimentos aligeirados.

Uma das grandes vantagens deste tipo de pavimentos é a sua leveza e o facto de grande parte deles dispensar o uso dos moldes tradicionais, necessários à construção em betão armado.

Historicamente, o recurso aos pavimentos aligeirados deveu-se à falta de espaço existente para a construção de novos imóveis, no interior das grandes cidades, dando origem à necessidade de se recorrer à construção em altura.

Desta forma, o Homem teve que abolir os tradicionais métodos de construção de pavimentos e estudar processos para o aligeiramento das lajes, para que as cargas permanentes descarregadas sobre os elementos portantes (vigas e pilares) fossem menores, podendo-se desta forma, construir edifícios de maior altura.

Os pavimentos aligeirados vigados são, como os restantes, constituídos por três partes estruturais: uma zona de compressão, situada na parte superior do pavimento; uma zona de tracção, situada na

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sua parte inferior e por uma zona intermédia “alma”, que tem como objectivo fornecer “altura útil” ao pavimento.

A diferença existente entre estes pavimentos e os restantes reside praticamente no facto de grande parte da sua “alma” ser oca ou empregar um conjunto de materiais extremamente leves.

A zona de compressão é geralmente preenchida por uma camada de betão e na zona de tracção podem-se encontrar vigamentos de madeira (pouco utilizados), de perfis metálicos (geralmente utilizados em obras de restauração e reforço de pavimentos) e de varões de aço, sendo os últimos os mais utilizados.

De seguida apresentamos os pavimentos aligeirados vigados, que assumem no mercado uma posição mais relevante. Em Anexo fazemos uma pequena abordagem ao processo de fabrico das vigotas pré-esforçadas de betão armado.

1.2. PAVIMENTOS PRÉ FABRICADOS

No âmbito dos pavimentos prefabricados, embora classificados fora do domínio dos processos de construção tradicionais, há muito tempo que o seu uso se tornou corrente em Portugal, através da aplicação de diversas soluções construtivas, das quais algumas constituíram apenas experiências de utilização que não conseguiram implantação entre nós.

Designam-se por pavimentos prefabricados aqueles em cuja constituição intervêm elementos previamente fabricados. A aplicação de pavimentos deste tipo no nosso país teve o seu início na década dos anos quarenta, com a solução construtiva mais correntemente usada de pavimentos constituídos por vigotas, blocos de cofragem e camada de betão complementar contínua assente em obra, solidarizando o conjunto.

Por razões de semelhança de funcionamento estrutural, poderá dizer-se que os pavimentos prefabricados constituíram uma variante dos pavimentos aligeirados, moldados em obra, somente com nervuras longitudinais e nos quais a armadura destas nervuras foi substituída por vigotas prefabricadas de betão armado, a princípio, e, mais tarde, de betão pré-esforçado.

Assim se abriram, com início numa prefabricação de simples elementos estruturais, as perspectivas futuras do que é hoje uma realidade no nosso país, no domínio da construção prefabricada e industrializada, embora através de um processo que foi lento e não parece ter atingido ainda, entre nós, a expansão necessária e desejada.

Em seguida ao aparecimento dos pavimentos prefabricados do tipo atrás referido, outros foram surgindo com soluções construtivas diversas, cuja utilização foi, nalguns casos, abandonada por desinteresse económico ou por razões de ordem técnica ligadas a exigências de fabrico ou da regulamentação existente, que relativamente a determinadas prescrições lhe era aplicável. Estão fora destes casos os pavimentos prefabricados constituídos por pranchas de betão pré-esforçado de secção vazada, cuja aplicação, no nosso país, volta a ter uma importância significativa. De seguida apresentamos alguns dos pavimentos deste tipo que assumem maior relevância no mercado.

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1.2.1. Pavimentos constituidos por vigotas de betão pré-esforçado

Estes pavimentos são aqueles que assumem, devido à sua utilização maciça, uma relevância maior no contexto da construção portuguesa e são essencialmente constituídos por vigotas de betão pré- esforçado e blocos de cofragem apoiados lateralmente sobre estas, formando um conjunto que é solidarizado por uma camada continua de betão complementar aplicado em obra e com função resistente.

Pela sua constituição e garantia de ligação eficiente das vigotas ao betão complementar, este tipo de pavimentos pode considerar-se comparável, sob o ponto de vista de funcionamento estrutural, a uma laje com armadura resistente disposta numa só direcção.

Nestas condições de semelhança e pela existência de blocos de cofragem entre vigotas de betão pré-esforçado, definindo nervuras entre eles, em ligação com a camada de betão complementar sobre os blocos de cofragem, os pavimentos podem ainda ser comparáveis, para efeito de dimensionamento, a uma serie de vigas de secção em "T", dispostas paralelamente entre si e com os banzos solidários. Porém, para que tais condições de semelhança possam ser consideradas, deverão estes pavimentos satisfazer determinadas exigências, relativamente às quais se têm adoptado, por analogia, as aplicáveis da regulamentação em vigor para as lajes nervuradas moldadas em obra e aligeiradas com a inclusão de tijolos de cofragem perdida.

Tais exigências, que se encontram prescritas no Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-esforçado (REBAP), referem-se em especial a características dimensionais e a disposições construtivas.

1.2.1.1. Tipos de vigotas de betão pré-esforçado e principais características

As vigotas de betão pré-esforçado por fios aderentes, são as que mais correntemente foram ou estão a ser usadas no nosso País, em pavimentos prefabricados.

Estas vigotas de betão pré-esforçado têm normalmente secção em forma de "I”, ou de "T" invertido, tendo as primeiras, banzos de largura igual ou diferente às de secção em "T" invertido, almas rectangulares ou trapezoidais. Estas últimas são, em regra, as mais utilizadas em pavimentos constituídos por vigotas de betão pré-esforçado, blocos de cofragem e betão complementar.

Relativamente às vigotas de betão pré-esforçado de secção em "T" invertido, é também muito vulgar o emprego de vigotas de betão pré-esforçado com alma de superfícies laterais cilíndricas concordando com superfícies planas ou limitando lateralmente a alma das vigotas de betão pré-esforçado em toda a sua altura. No que se refere à largura do banzo das vigotas de betão pré-esforçado de secção em "T" invertido, é normalmente de 110 a 120 mm, variando a altura da secção destas vigotas de betão pré- esforçado, no geral, entre 90 e 120 mm.

Nalguns pavimentos destinados a lajes de esteira, são empregadas vigotas de betão pré-esforçado com secções de altura entre 60 e 80 mm e de alma muito baixa cuja altura varia normalmente entre 10 e 30 mm, o que lhes dá forma característica do tipo prancha.

Quanto às vigotas de betão pré-esforçado em "I", a altura da sua secção e a largura do banzo

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inferior não descem, em geral, abaixo de 150 e 100 mm, respectivamente. Em casos especiais de pavimentos de elevada espessura, são utilizadas vigotas de betão préesforçado de secção em "I" de maior altura, podendo atingir 250 mm. Quando empregadas vigotas de betão pré-esforçado, as secções de maior altura, além de contribuírem para uma maior rigidez, podem conduzir a mais elevados momentos resistentes dos pavimentos, quando for possível o dimensionamento de tais vigotas de betão pré-esforçado com menores perdas de pré-esforço nos fios que constituem a armadura.

No fabrico das vigotas de betão pré-esforçado têm sido utilizados betões das classes B35, B40 e B45, com predomínio desta ultima classe. 0 REBAP prescreve que não devem ser utilizados betões de classe inferior a B30 em elementos prefabricados de betão pré-esforçado.

As britas utilizadas na composição do betão das vigotas de betão pré-esforçado são normalmente de pedra calcária, granítica ou seixo rolado dos rios e as areias provenientes destes cursos de água, do mar ou de areeiro. 0 emprego de areias de areeiro tem sido raro por motivos de custo mais elevado e por carência de locais onde possa ser feita a sua extracção. A extracção de areias do mar deve ser feita em zonas vizinhas da praia não banhadas pela água, a fim de evitar elevados teores de cloreto de sódio, prejudiciais às armaduras de pré-esforço.

O cimento empregue é do tipo Portland normal, de qualidade adequada ao fabrico de elementos de betão pré-esforçado.

As armaduras de pré-esforço são normalmente constituídas por fios de aço com tensões nominais de rotura de 1770 MPa e diâmetros nominais de 3.2; 4.0 e 5.0 mm.

1.2.1.2. Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra

Para o seu dimensionamento e aplicação em obra devem ser respeitadas, as disposições referidas no REBAP, do Artigo 112º ao Artigo 117º.

Este tipo de pavimentos é somente utilizado, excepto em situações especiais, em zonas em que o vão máximo não ultrapassa os 7,5m.

Depois de se betonarem os pilares que servirão de apoio ao pavimento é executada uma cofragem que servirá de molde às vigas que suportarão o pavimento.

As vigotas pré-esforçadas, são apoiadas nas extremidades da cofragem das vigas.

O espaçamento a deixar entre elas deve ser igual à largura das abobadilhas escolhidas e como refere o REBAP, o seu espaçamento nunca deverá ser superior a 80cm.

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Figura 1 - Aspectos construtivos dos pavimentos com vigotas pré-esforçadas

Por vezes, quando necessitamos de imprimir a um pavimento uma maior tensão resistente, recorremos ao uso de duas ou três vigotas pré-esforçadas contíguas, como representa a figura seguinte.

Figura 2 – Pavimento com vigota dupla.

Existe no mercado uma grande variedade de vigotas pré-esforçadas, assumindo cada uma delas estados limites últimos e de utilização diferentes. Essa diferença está directamente relacionada com o pré- esforço nelas aplicado, com as suas dimensões, com o número de varões e a sua disposição, com o tipo de aço, com o tipo de betão e com a quantidade e qualidade dos inertes utilizados. Desta forma, é necessário proceder à escolha criteriosa das vigotas pré-esforçadas, preferindo sempre aquelas que estão homologadas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

Este tipo de pavimentos deverá ter uma zona, de pelo menos 20cm, nas imediações das vigas de suporte onde não serão aplicadas abobadilhas, para que o pavimento seja maciço nesta zona e assim resistir aos eventuais momentos negativos que poderão surgir.

A altura a imprimir ao pavimento está directamente relacionada com as cargas que nele irão actuar; quanto mais espessura tiver o pavimento mais resistente este será. A altura é fornecida ao pavimento, através das abobadilhas de cofragem perdida neles empregues.

Existe no mercado uma variedade quase infinita de abobadilhas, cujas dimensões (largura e altura) são bastante díspares.

Figura 3 – Secções das abobadilhas existentes

Estas abobadilhas podem ser produzidas a partir das mais variadas matérias-primas e apresentam- se geralmente com a sua secção vazada.

No nosso mercado predominam as abobadilhas cerâmicas (executadas a partir do “barro” cozido), mas existem abobadilhas de outros materiais: abobadilhas de betão, abobadilhas de betão que empregam inertes de argila expandida, formando assim pavimentos ainda mais aligeirados e recentemente apareceram no mercado as abobadilhas em EPS e cortiça, que apresentam como pontos fortes a sua leveza e bom isolamento térmico e acústico.

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Como este pavimento é constituído por vigotas armadas numa só direcção e para se proceder à melhor distribuição das cargas no pavimento, recorre-se ao emprego de armaduras transversais de solidarização “tarugos” que não deverão ter, segundo o REBAP, largura inferior a 5cm, altura inferior a 0,8 vezes a espessura da laje e a distância entre os seus eixos não deverá ser superior a 10 vezes a espessura da laje.

Por fim, são betonadas primeiramente as vigas periféricas ao pavimento e na parte de cima do conjunto (abobadilhas + vigotas), emprega-se uma camada de betão “lajeta”, armado com malha electrosoldada e cuja espessura deverá ser de 4cm a 3cm, consoante a distância entre faces das nervuras consecutivas exceder ou não 50cm.

1. Vigota pré-esforçada (simples);2. Abobadilha cerâmica;3. Vigotas pré-esforçadas (duplas);4. Lajeta de betão;5. Malha electrosoldada;6. Armadura de distribuição transversal (tarugo).

Figura 4 – Corte tipo do pavimento.

1.1.1.1. Vantagens e desvantagens da aplicação das vigotas de betão pré-esforçado

Relativamente às vantagens dos pavimentos prefabricados com vigotas de betão pré-esforçado, blocos de cofragem e camada de betão complementar betonada "in situ", em relação aos pavimentos tradicionais de lajes maciças de betão armado, referem-se as seguintes:

• Em igualdade de vãos e de sobrecargas, possuem menor peso próprio, o que permite o aligeiramento das estruturas de suporte de cargas verticais dos edifícios;

• Dispensam o uso de cofragens contínuas, exigindo apenas a montagem de escoramentos das vigotas de betão pré-esforçado;

• São de simples e rápida montagem;• São económicos em mão-de-obra de execução;• Por integrarem na sua constituição elementos vazados, conferem melhor isolamento

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térmico entre andares.

Quanto às desvantagens na aplicação destes pavimentos, comparados com lajes maciças de betão armado, elas são relativas ao contraventamento horizontal, constituição heterogénea, descontinuidade do seu paramento inferior, características inadequadas à resistência a momentos negativos, fraca resistência dos blocos de cofragem ao suporte de eventuais cargas, reduzida capacidade de isolamento relativamente a ruídos aéreos e menor resistência ao fogo.

1.1.1. Pavimentos nervurados aligeirados por abobadilhas de poliestileno expandido

Estes pavimentos constituem uma solução construtiva bastante recente e que é difícil de ser encontrada no nosso país.

Este tipo de pavimento assemelha-se aos fungiformes de cofragem perdida, pois não englobam, na sua constituição, qualquer tipo de vigotas. Devido à inclusão, no seu interior, de blocos leves prefabricados de EPS, é correcto inserir-se este tipo de lajes no conjunto das lajes aligeiradas consideradas prefabricadas.

Geralmente as abobadilhas encontradas no mercado têm uma dimensão de 125*62.5cm, e podem assumir densidades diferentes, conforme o fim a que se destinam (maior “resistência”, isolamento térmico e acústico, o que implica abobadilhas de maior densidade).

1.1.1.1. Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra

Para o seu dimensionamento e aplicação em obra devem ser respeitadas as disposições referidas no REBAP, do Artigo 112º ao Artigo 117º, pois estes pavimentos pertencem ao grupo dos pavimentos aligeirados armados unidireccionalmente.

Os materiais que são empregues neste tipo de lajes são: abobabilhas (EPS), placas (EPS) nas consolas, betão, varões de aço e malha electrosoldada.

1. Abobadilhas em EPS;2. Taco em EPS para as armadura;3. Placa em EPS para zonas maciças.

Figura 5 – Abobadilhas, placas e tacos em EPS.

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O primeiro passo para a sua execução em obra, consiste na criação de uma cofragem, onde serão assentes as abobadilhas. Este tipo de processo tem que ser cuidado e é bastante moroso pelo facto deste tipo de pavimento não englobar qualquer elemento prefabricado portante, como acontece nos pavimentos que empregam vigotas.

De seguida, num intervalo existente entre duas abobadilhas contíguas é colocada a armadura longitudinal.

1 – Lajeta de betão armado com malha electrosoldada;2 – Armadura longitudinal;3 – Taco elevador em EPS;4 – Abobadilha em EPS;5 – Acabamento do tecto.

Figura 6 – Corte tipo de pavimento com abobadilhas em EPS

Este processo de construção também apresenta solução para as zonas de consola.

Nesses casos, por vezes, é necessário recorrer-se ao uso de pavimentos maciços de betão, pelo que é possível aplicar-se uma placa com 3cm de espessura em EPS na zona inferior do pavimento, para que se mantenham a uniformidade e a homogeneidade dos tectos e as suas características isolantes (térmicas, acústicas e impermeabilizantes).

Figura 7 – Transição entre pavimento aligeirado e pavimento maciço.

Sobre as abobadihas, é colocada uma malha de varões de aço electrosoldados e sobre o conjunto é vertido betão, de forma a que se estabeleça uma lajeta de compressão mínima, cuja espessura varia de 3 a 4cm.

Tal como os pavimentos que recorrem ao uso de vigotas, este tipo de pavimento também tem que cumprir as disposições do R.E.B.A.P., acerca da armadura de distribuição transversal a implementar.

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1.1.1.1. Vantagens e desvantagens na aplicação deste tipo de pavimento

Como vantagens, foram encontrados os seguintes aspectos:

• Um elevado isolamento (térmico e acústico);• Poder “Impermeabilizante”;• Diminuição do peso próprio do pavimento, em aproximadamente 30%;• É de fácil colocação, poupando-se mão de obra;• Constituí um método para se diminuírem os consumos de betão nas betonagens

dos pavimentos, vigas e pilares;• Ao contrário de outros sistemas, este adequa-se melhor à forma do pavimento, pois é

fácil de cortar;• É possível encontrarem-se abobadilhas de densidade diferente, consoante a sua

finalidade.

Como desvantagens:

• É um pavimento bastante recente, do qual não se conhece o comportamento a longo prazo;

• Há falta de mão-de-obra especializada, quer para o seu dimensionamento como para a sua execução;

• Acarreta elevados custos ao nível da cofragem a implementar.

1.1.1. Pavimentos executados a partir de placas alveolares

Este tipo de pavimentos encontra-se em larga expansão no nosso país, substituindo em alguns casos, a aplicação de lajes de vigotas pré-esforçadas. É possível encontrar-se este tipo de pavimentos na construção de alguns dos hipermercados construídos no nosso país.

No mercado, encontra-se deste tipo de lajes com alturas que variam entre os 12 e os 50 cm, largura de 60 a 120 cm e que são uma excelente solução quando se pretende vencer vãos desde 5 a 16-17m, dependendo das cargas aplicadas.

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Figura 8 – Estrutura pré-fabricada com lajes alveolares

Apesar de se poderem aplicar sem capa de compressão, pois as suas juntas laterais são capazes de resistir aos efeitos de corte, é aconselhável a aplicação de uma capa de compressão de 5cm que melhora a sua resistência.

As peças são autoportantes, não necessitando de cofragem e funcionam como elementos isostáticos. Geralmente não apresentam problemas de flecha, pois beneficiam do pré-esforço fornecido ao aço nelas integrado.

1.1.1.1. Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra

As lajes prefabricadas alvéolares são aplicadas directamente sobre as vigas ou pilares, não necessitando de qualquer tipo de cofragem.

Sobre as lajes prefabricadas é aconselhável, apesar de não ser estritamente necessário, a aplicação de uma pequena lajeta de betão.

Figura 9 – Colocação em obra de laje alveolar

1.1.1.1. Vantagens na aplicação deste tipo de pavimento

• As placas resistem ao fogo durante 1 a 2 horas;• Devido à sua alta rigidez este pavimento constitui uma boa solução de isolamento

acústico;• Existem no mercado uma grande variedade de dimensões para as placas alvéolares;• É possível utilizarem-se os alvéolos das placas para o “transporte” de ar

condicionado, poupando os custos necessários à implantação de tubagens para o ar condicionado;

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• Nos seus alvéolos é possível o transporte das condutas de água e os cabos eléctricos que são necessários implantar no seio do pavimento, poupando-se os custos necessário à abertura de ranhuras.

1.1.1. Pavimentos executados a partir de vigas TT

As vigas TT são peças nervuradas, prefabricadas, cuja largura varia entre 0.8 a 2.4m, a sua altura de 20 a 80cm, estando as suas nervuras distanciadas de 60 a 120cm. Devido à sua configuração, este tipo de pavimentos resiste fundamentalmente aos momentos positivos.

Deste tipo de vigas, há a destacar aquelas que são pré-tensionadas, pois constituem elementos prefabricados isostáticos, dimensionados para grandes vãos (de 10 a 16m ou mais) e cargas.

Os objectivos da sua aplicação são similares aos das placas ocas, sendo no entanto muito mais ligeiras e atingem um maior vão.

Estes elementos são pouco usados em Moçambique, mas são muito usados na América do Norte, onde chegam a impor-se em relação aos pavimentos de placas ocas.

Figura 10 – Aspectos de vigas TT.

1.1.1.1. Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra

Estas lajes são executadas de forma semelhante à das lajes alveolares.

As vigas TT prefabricadas são aplicadas sobre as vigas da estrutura, que são geralmente em forma de L ou em T invertido.

Sobre as vigas é aplicada uma lajeta de compressão, de 4 a 15cm, se existirem cargas pontuais móveis. Caso não existam cargas, por exemplo, na cobertura de uma nave industrial, não se recorre à camada de compressão.

1.1.1.1. Vantagens e desvantagens na aplicação deste tipo de pavimento

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Vantagens:• Permitem vencer grandes vãos;• Pode-se excluir a camada de compressão;• É um pavimento mais aligeirado do que os habitualmente usados;• Permitem conduzir com grande facilidade instalações eléctricas e tubos de água no

sentido das vigas, nos vãos existentes entre as nervuras.

Desvantagens:• Só resistem praticamente a momentos positivos;• É difícil conduzirem-se instalações eléctricas e tubagens nos sentidos que afectam os

nervos.

1.1.1. Pavimentos aligeirados com vigotas de betão armado

Este tipo de pavimento tem o mesmo esquema estrutural dos pavimentos com vigotas de betão armado pré esforçado. A principal diferença reside nas vigotas, que neste caso têm armadura simples sem qualquer tipo de pré-esforço.

Estes pavimentos são constituídos por núcleos de aço, com o banzo inferior envolvido por betão, formando pranchas de apoio (vigotas) aos blocos de cofragem (abobadilhas), recebendo o conjunto em obra um enchimento de betão em camada contínua, com função resistente e de solidarização.

Figura 11 - Vigota em betão armado

Conjugados com os varões de base ou as sinusóides dos núcleos poderão ser utilizados sempre que o dimensionamento o exija com varões ou sinusóides de reforço com aço da mesma classe.O funcionamento estrutural dos pavimentos com vigas de betão armado é comparável ao de uma laje com armadura resistente unidireccional, dado que se assegura e mantém a aderência necessária entre

o betão de enchimento resistente e as vigotas pré-fabricadas, através da armadura emergente dos núcleos.

1.1.1.1. Características dos elementos constituintes

Vigo tas

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Var

iáve

l

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• Betão: B 25• Armaduras:

- Núcleos (A 400)

- Varões de reforço (A 400)

• Dimensões:

- Comprimento: variável

- Largura: 12 cm

- Espessura: 4 cm

- Altura: variável

• Peso médio: 12 kg/ml.

núcleo

Varão complementar

0,04

0.12

Figura 12 – Armadura de vigota.

Blocos de cofragem

Os blocos de cofragem poderão ser de betão ou cerâmicos, furados, tendo formas de extradorso, curvas ou poligonais e ressaltos laterais para apoio na base de betão das vigotas. As suas dimensões nominais são as do mercado corrente.

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Figura 13 - Pavimento aligeirado com vigotas de betão armado.

Betão co mp lementar

O betão complementar é de cimento Portland normal, com a dosagem usual de 300 Kg por metro cúbico e com as características da classe B 25.

Aplica-se em camada contínua de espessura variável nunca inferior a 3 cm, e é composto com agregados cuja dimensão máxima deve ser menor do que a espessura mínima da camada.

1.1.1.1. Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra

Nos casos correntes, a execução dos pavimentos consta das seguintes operações:

• Nivelamento dos apoios para o assentamento das vigotas;• Montagem de escoramento provisório para o apoio intermédio das vigotas, com vista a

evitar a rotura destas, durante a execução do pavimento;• Colocação das vigotas, dispostas paralelamente entre si e acerto do seu afastamento

por meio de cércea;• Colocação dos blocos de cofragem entre vigotas;• Disposição de uma armadura de distribuição que deve ficar integrada na camada de

betão complementar;• Instalação de passadiços para o trânsito de pessoal e de transporte do betão;• Rega das vigotas e dos blocos de cofragem precedendo a betonagem, com vista a

evitar a dessecação e melhorar a aderência do betão complementar;• Lançamento, espalhamento, regularização e compactação do betão complementar;• Manutenção da humidade do betão em obra, durante os primeiros dias de

endurecimento.

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Figura 14 - Colocação em obra de um pavimento aligeirado com vigotas de betão armado

1.1.1.1. Vantagens na aplicação deste tipo de pavimento

Núcleos me t á licos:

• Asseguram e mantêm uma perfeita ligação entre o betão de enchimento e as vigotas prefabricadas;

• Servem de suspensão durante o transporte e colocação, garantindo uma maior segurança destas operações;

• Asseguram a planímetria da face inferior dos tectos, permitindo uma maior economia de reboco;

• Dispõem de armaduras (sinusóides) estudadas para a absorção dos esforços transversos, sem necessidade de aumentar a espessura do pavimento, recurso que se utiliza habitualmente noutros tipos de pavimentos aligeirados.

Leveza:

• Facilidade de manuseamento, sem recurso a qualquer equipamento em especial devido ao seu reduzido peso.

Vers a tili d a d e:

• Quando conjugadas com as vigas em T, as vigotas permitem a execução de tectos sem vigas aparentes;

• As vigotas são facilmente associáveis com qualquer tipo de abobadilha existente no mercado;• Permitem a execução de consolas, bem como de pavimentos com vigotas duplas.

H o mo g eneida d e:

• Garantida pela semelhança entre as características mecânicas das vigotas e a das estruturas resistentes tradicionais.

Eco n omia:

• Conjunto de todas as vantagens enunciadas, aliado ao sensível aumento de rentabilidade e redução de transportes, consequência do reduzido peso médio, garantem uma significativa economia, com reflexo no preço global das obras.

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Resistência ao f o go:

• Este tipo de pavimentos garante uma excelente resistência à acção do fogo.

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Conjugação do pavimento com viga em T

Realização de tectos sem viga aparente

Apoio em viga tradicional de betão armado com continuidade

Pavimento aligeirado

Figura 15 – Soluções construtivas dos pavimentos com vigotas de betão armado.

1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

1) Tipos de materiais

Os valores dos vãos para o cálculo dos pavimentos aligeirados com vigas de betão armado são obtidos considerando a gama corrente de lajes em betão B 25 a aço A 400.

2) Condições de Apoio

Os valores das condições de apoio são obtidos tendo em consideração a hipótese de apoio simplesM=PL2/8

3) Outras condições de apoio

Para as diferentes condições de apoio os valores dos vãos de cálculo a considerar são divididos por coeficientes conforme os graus de encastramento considerados. Os valores reduzidos, assim obtidos são chamados de comodidade de exposição vãos fictícios.

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1.1. PRÉ-LAJE

Estamos perante um tipo de lajes nervuradas que não é do tipo de laje aligeirada. No entanto, e só a titulo de curiosidade fazemos aqui uma breve referência às suas principais características.

Estas lajes pré fabricadas são basicamente constituídas por grandes placas de betão armado que assentam directamente sobre as vigas.

Figura 16 - Pré-laje de pavimento.

Estas placas, depois de colocadas sobre as vigas são betonadas. É aqui que reside a grande vantagem deste tipo de pavimentos, pois para realizar a betonagem não é necessário qualquer tipo de cofragem, não esquecendo também que pelo facto de algumas lajes deste tipo serem pré-esforçadas, é possível contruirem-se pavimentos de pouca espessura. A aderência entre o betão aplicado e as placas, é garantida por uma armadura emergente das placas.

A grande finalidade destas lajes prefabricadas é a de reduzir as operações de construção necessárias, pois chegam à obra prontas a serem montadas.

Figura 17 – Colocação em obra e betonagem

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1.1. PAVIMENTOS FABRICADOS NA OBRA

1.1.2. Lajes aligeiradas “Nervo-Metal”

O Nervo-Metal é um entremeado metálico que serve para cofragens perdidas, suportando e armando as lajes de betão.

As aplicações mais frequentes são na construção de vivendas, edifícios públicos, bungalows e na reconstrução de edifícios antigos.

Figura 18 – Aspecto de um pavimento com chapas “Nervo-Metal”.

Na construção de vivendas utiliza-se o Nervo-Metal como armadura de suporte em coberturas, terraços, pisos, soleiras, etc, conseguindo uma laje contínua e uniforme, altamente resistente e económica. Na reabilitação de edifícios soluciona importantes problemas em coberturas e pisos, pois é utilizado como suporte e armação das lajes permitindo, dada a sua leveza e a sua rápida execução, manter a estrutura antiga, adaptando-a a todas as formas difíceis que se pretende.

A utilização do Nervo-Metal em lajes, como armadura de suporte, substitui vantajosamente as lajes tradicionais maciças ou de diversos elementos prefabricados existentes no mercado. Cada painel colocado suporta 1,5m² de laje, “cofrando-a” e armando-a, pelo que resulta um considerável ganho de tempo de execução.

Este tipo de pavimento não origina roturas nem escombros, evitando gastos na sua concepção, sendo o que melhor se adapta à construção de pisos de betão armado, qualquer que seja o seu tipo, ou a classe de disposição das vigas que os suportam, sejam de madeira, de betão armado ou de aço.

A construção dos pavimentos deve ter a sua resistência proporcional à sobrecarga. Os vários tipos de pavimento que utilizam este sistema, têm as suas qualidades particulares, mas no seu conjunto, todos eles se caracterizam pela sua economia na construção, pela sua resistência notável em relação ao seu escasso peso, pelas suas qualidades de duração, sanitárias e pela sua resistência ao fogo.

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Figura 19 – Tipos de pavimentos com chapa “Nervo-Metal”

1.1.1. Pavimento sobre estrutura metálica

O Nervo-Metal em lajes sobre estrutura metálica é utilizado quando se pretende vencer grandes vãos, como por exemplo: hospitais, pavilhões industriais, quartéis, etc...

Camada de compressão

Grampo Nervo-Metal

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Figura 20 – Aspecto de um pavimento executado a partir de chapas de“Nervo-Metal”

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Aplica-se colocando as pranchas de Nervo-Metal sobre as vigas de metal cuja junção se realiza por intermédio de uma chapa e por meio de grampos de arame galvanizado. De seguida é aplicada uma capa de compressão de 4 a 5cm, dependendo se a distância entre as vigas metálicas for de 65cm ou 80cm, respectivamente.

Figura 21 – Pormenorização da ligação entre chapa “Nervo-Metal” e perfil metálico.

Quando realizamos obras de reconstrução em edifícios cujos pisos são de madeira podemos recorrer a esta solução, aproveitando o vigamento de madeira existente.

Pavimento executado sobre estrutura metálica com capacidades autoportantes

Para a realização deste tipo de pavimento colocam-se as pranchas de “Nervo- Metal” sobre as vigas metálicas, correspondendo a distância entre as vigas à capacidade autoportante das pranchas, sendo colocados apoios intermédios de madeira.

Figura 22 – Aspecto construtivo de pavimento autoportante sobre estrutura metálica.

Por fim, é aplicada a capa de compressão e quando esta adquirir presa são-lhes retirados os apoios intermédios.

A colocação do “Nervo-Metal” realiza-se de acordo com as normas gerais, respeitando o sentido do nervurado das chapas metálicas.

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Figura 20 – Aspecto de um pavimento executado a partir de chapas de“Nervo-Metal”

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Figura 23 – Colocação do apoio axiliar de madeira.

Elementos de cofragem perdida em forma de abóbada

Este tipo de pavimento é aplicado quando se pretende resistir a fortes sobrecargas e cobrir grandes tramos. Graças à flexibilidade do “Nervo-Metal”, rígido pela sua nervura e flexível pela sua escassa espessura, é um material adequado para a realização de superfícies de uma ou várias encurvaduras.

O “Nervo-Metal” curvado, presentemente em forma de abóbada, permite realizar economicamente lajes com vigas embebidas. A distância entre os apoios é determinada pela separação das vigas da laje. A flecha depende da altura das vigas.

No caso das vigas metálicas, a circulação das pessoas no momento de betonar faz-se sobre pranchas de madeira colocadas sobre as vigas.

O comportamento das abóbadas influencia os principais factores:

• A relação flecha/separação entre apoios.• A espessura do “Nervo-Metal”.

Figura 24 – Pavimento em abóbada

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Camada de compressão

Apoio Nervo Metal

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1.1.1.1. Vantagens na aplicação deste tipo de pavimento

• Com este sistema de reforço não há o perigo de que por distracção se coloque menor quantidade de aço que a especificada, nem que ela fique fora do lugar estabelecido;

• Não necessita de mão de obra especializada;• A forma estrutural da malha faz com que haja uma transmissão uniforme dos esforços e

que uma carga concentrada num determinado ponto se transmita a uma grande superfície, sem necessidade de membros transversais.

• Consegue-se um menor custo por m2, relativamente a outros materiais tradicionais;• Maior rapidez de execução, não havendo perdas de material, pois qualquer troço

cortado pode ser aproveitado;• O “Nervo-Metal” pode-se cortar, dobrar, encurvar, espalmar, facilitando a sua

adaptação a qualquer forma;• Devido à rigidez da estrutura, não é necessário empregarmos outros meios de

suporte auxiliares;• Com este sistema garante-se uma boa aderência à capa de compressão;• É possível, consoante a sobrecarga, definir diferentes distâncias entre os vigamentos.

1.1. LAJES FUNGIFORMES

Este é outro tipo de laje que apesar de se tratar de uma laje aligeirada, não possui qualquer tipo de vigamento, pois o seu suporte é garantido única e exclusivamente pelos chamados capitéis ou ábacos. Estes capiteis necessitam de uma armadura resistente aos esforços de punçoamento, uma vez que assentam directamente sobre os pilares correndo o risco de serem perfurados por estes quando suportarem o peso da laje.

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Figura 25 – Armaduras de capitéis.

Assim, dentro das lajes fungiformes aligeiradas temos dois tipos distintos:

L a jes d e m o lde p er d id o , que são constituídas pelos chamados fungiblocos ou blocões que têm entre 20 a 35cm estando espaçados entre 10 a 15cm. No seu espaçamento possuem uma nervura que garante uma melhor aderência do betão de enchimento e acima dos blocos, este betão, possui uma espessura que varia entre 5 a 7cm.

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Figura 26 – Laje fungiforme de molde perdido.

Figura 27 – Fungibloco

Lajes de molde recuperado, mais vulgarrmente conhecidas pelas lajes de “penicos”, seguem exactamente o mesmo esquema estrutural das lajes de molde perdido só que neste caso, como o próprio nome indica, o molde é recuperado, ficando o tecto com as aberturas visíveis, o que produz um certo efeito anti-estético. No entanto, a maior vantagem deste tipo de laje reside no facto de podermos retirar os moldes antes de ser retirado o escoramento, possibilitando a utilização de um menor número de moldes.

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Figura 28 – Aspecto de uma laje fungiforme de moldes recuperados

1.1. PISO COM VIGAMENTO METÁLICO

O emprego do ferro como material para estruturas de edificação não tem limites devido às suas boas qualidades técnicas, e cremos que em geral, é um material favorito da construção.

Os pisos metálicos são em geral os mais adequados para as construções metálicas.

Estes são apropriados para grandes vãos e fortes cargas e possuindo um reduzido volume. Apresenta uma excelente solução para construções industriais e para os edifícios destinados a oficinas, o que já não acontece nas casas residenciais, pois é uma solução pouco comum.

Este tipo de construção oferece assim, a vantagem de execução rápida pelo uso de laminados de ferro standardizados, que se encontram no mercado e permitem venceremse grandes vãos sem que a espessura do pavimento seja exagerada, aligeirando, por conseguinte, as lajes.

O inconveniente deste tipo de pisos, é ser necessário proceder a uma protecção eficaz dos ferros contra a oxidação:

• Pintura adequada;• Encravamento na própria laje de betão.

Os pisos metálicos são constituídos por vigas laminadas do tipo IPN, IPE, UPN, etc. Os perfis altos e leves são os preferíveis. A separação das vigas depende (como no caso da madeira) do material de

vigamento utilizado como portante, entre as mesmas.

Os elementos portantes podem ser elementos cerâmicos, de betão prefabricado ou feito no local.

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Figura 29 – Pormenor de pavimento com perfis metálicos laminados e abobadilha de betão.

Figura 30 – Pavimento com vigas metálicas e enchimento em placas armadas de betão poroso(comprimento 90-130 cm, largura 35 cm, esp. 8,5 cm) e lâmina de compressão em betão leve

Figura 31 – Pormenor de pavimento com perfis laminados e elementos cerâmicos.

As características das vigotas a adoptar depende da carga a que está sujeita. Esta carga provoca uma descida produzida num ponto de uma viga, a que se chama flecha.

O peso próprio, admitido nos cálculos, deve ser determinado para cada caso particular.

Quando a disposição da carga é simétrica e os apoios das vigas são da mesma espécie (embebidas, articuladas, etc.), a flecha máxima da viga estará no seu ponto médio.

Devido à elasticidade do ferro, e mesmo que o material esteja a trabalhar em boas condições, as flechas das vigas não devem exceder uma certa fracção do seu comprimento, pois, por vezes, vêem-se construções em que as vigas têm flecha, o que produz um efeito desagradável.

Para vigas de piso, em que o vão exceda 5 m, deve ser ƒ=1/400 × L; quando passem de 7 m tomar-se-á ƒ=1/500 × L.

Quando os extremos destas vigas se puderem considerar embebidos nas paredes, quer por estarem enterrados em betão, quer por estarem convenientemente abraçados, as flechas anteriores serão tomadas como 1/200×L e 1/300×L, respectivamente os valores anteriores.

Frequentemente, exigências particulares obrigam a adoptar valores mais reduzidos.

Contudo, quando é conhecida a solicitação de utilização do aço e foi escolhida a altura do laminado, é fácil determinar a flecha máxima que para um módulo de elasticidade de 2,1E6 Kg/cm ², expressa-se pelas seguintes fórmulas:

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a) carga uniformemente repartida, viga apoiada a dois pontosƒ = (0,992×⌠real×L²) / h

b) carga uniformemente repartida, viga em consolaƒ = (2,38×⌠real×L²) / h

Os pisos leves, com vigamen t o de a ç o o n d u l a do , oferecem interessantes possibilidades. Este tipo de piso usa-se mais nos EUA, não chegando assim a estenderse a todo o mundo.

Os perfis assim usados levam aos tipos de piso que se mostra a seguir:

Figura 32 - Laje mista com vigamento metálico e chapa ondulada de aço.

O revestimento aplicado sobre pisos de elementos metálicos dependem em grande medida do material que compõe o vigamento próprio. Os isolamentos térmicos e acústicos deste revestimento determinam o “conforto” da construção e as qualidades particulares dos materiais usados e influem na longevidade do elemento. A execução dos tectos planos e lisos deve contribuir muito para melhorar as condições isolantes.

Para reduzir o peso das vigotas, que aumentam rapidamente com o vão, é possível introduzir um ou vários apoios intermédios. Tais apoios constituem-se neste caso em vigas (traves). Estas são calculadas do mesmo modo que as vigotas: a sua carga unitária corresponde à reacção de apoio das vigotas do piso. Geralmente o vão da viga (trave) é superior à das vigotas. Para a sua realização usam-se laminados IPN, IPE, DIN, HEA, - B, -M, etc, que oferecem importantes momentos de inércia. Não se deve deixar de calcular a flecha desses meios de apoio.

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Figura 33 - Planta e pormenores de pavimento com trave e nervuras metálicas.

A realização de sustentação por traves implica com frequência, nas uniões que exigem, a intervenção de especialistas (rebites, uso de pernos, soldaduras, etc.).

1.1.1. Metodologia utilizada para a sua aplicação em obra

1. Nivelam-se as paredes onde se irão apoiar os perfis metálicos;

2. Se a argamassa utilizada no assentamento dos blocos com que se constrói a parede for de cal comum e areia, o assentamento das últimas fiadas até chegar ao nível de assentamento das vigas deverá ser feito de argamassa de cimento e areia. Quando a parede não tiver resistência suficiente à compressão para receber as cargas concentradas nas extremidades das vigas metálicas, é conveniente a aplicação de uma placa de betão armado cuja superfície superior coincida com o nível de assentamento das vigas, o que permite a repartição dos esforços transmitidos pela viga por uma superfície maior;

3. Confirmado o nível pretendido, assentam-se sobre a parede os perfis metálicos às distâncias fixadas no projecto. As extremidades das vigas devem entrar nas paredes cerca de uma vez e meia a sua altura, mantendo-se afastadas das faces exteriores das paredes de, pelo menos, 1 m;

4. Uma vez assentes as vigas nos locais pretendidos, proceder-se-á ao seu contraventamento, continuando-se a construção das paredes até uma altura correspondente aos banzos superiores das vigas. Empregar-se-á argamassa de cimento, procurando-se encher bem os espaços entre as extremidades das vigas.

Para evitar a oxidação dessas extremidades, aplica-se-lhes uma argamassa de cimento antes de proceder ao contraventamento das vigas.

Quando as vigas metálicas se aplicam sobre vigas mestras, unem-se aos seus banzos inferiores com os banzos superiores das vigas mestras. Se as duas extremidades se apoiam em vigas mestras, uma delas será fixada mediante um parafuso de rosca, permitindo a dilatação do perfil.

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1.1.1. Vantagens e desvantagens na aplicação deste tipo de pavimento

Vantagens:• Rapidez na Execução da Obra;• Possibilidade de se ultrapassarem grandes vãos;• Maior resistência;• Permite a montagem fácil de edifícios por módulos.

Desvantagens:• Estão sujeitos à acção da oxidação;• Requerem mão de obra especializada;• Necessitam de manutenção a longo prazo;

1.1. PROCESSO DE FABRICO DAS VIGOTAS PRÉ-ESFORÇADAS

Tratamento prévio das mesas de fabrico:

O tratamento da superfície das mesas de moldagem, com vista a evitar que a ela adiram as bases das vigotas de betão pré-esforçado, é feito normalmente antes da extensão dos fios da armadura de pré- esforço, ao longo das mesas de moldagem e posterior aplicação do pré-esforço na origem deles, podendo ser utilizados no referido tratamento produtos sólidos ou líquidos.

O produto líquido normalmente empregue é o chamado óleo de descofragem contendo determinada percentagem de água. Quanto aos produtos sólidos, são correntes o pó ou granulado fino de tijolo, pó de pedra calcária, cal apagada em pó ou leite de cal.

O produto a aplicar depende da natureza da superfície das mesas de moldagem, as quais podem ser de betão à vista ou revestidas com ladrilho hidráulico ou chapa metálica.

Colocação dos fios que constituem a armadura de pré-esforço:

Para esta operação, ao longo das mesas de moldagem, são colocados primeiramente os rolos dos fios de aço em bobines ou poços instalados em frente do topo das mesas de moldagem em que é feita a aplicação do pré-esforço na origem.

Figura 34 – Máquina de pré-esforço e bobines de aço

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Seguidamente, os fios são estendidos ao longo das mesas de fabrico por processo manual ou mecânico e fixados em dispositivos de apoio instalados no topo das mesas de moldagem oposto ao dispositivo onde são aplicadas as forças de pré-esforço.

A colocação dos fios de armadura de pré-esforço pelo processo manual, raramente se utiliza.

A colocação dos fios da armadura de pré-esforço pelo processo mecânico é feita com o auxilio de um motor elétrico instalado numa das extremidades das mesas de moldagem, o qual acciona um cabo que transporta individualmente os fios de armadura de pré-esforço a ele ligados e que se movimenta passando na gola da roda do motor e de outra colocada na extremidade oposta das mesas de moldagem.

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Sistema de fixação dos fios da armadura de pré-esforço:

Após a colocação dos fios da armadura de pré-esforço segue-se a sua fixação definitiva no topo das mesas de moldagem contrário ao da aplicação do pré-esforço na origem, ficando na extremidade oposta provisoriamente introduzidos em tensão, nos furos dos dispositivos de apoio dos sistemas de fixação e com pontas salientes.

Nesta extremidade, a fixação definitiva é efectuada após a aplicação do préesforço na origem.

Figura 35 – Varões de aço estirados e pré-tensionados nas mesas de moldagem.

No geral, a fixação é feita individualmente em cada fio da armadura de préesforço por cunhas cónicas de aço de elevada resistência, com superficie interior estriada, as quais actuam dentro de um pequeno cilindro da aço(barril), formando conjunto previamente enfiado nos fios da armadura de pré- esforço e que encostam aos dispositivos de apoio, ligados à plataforma das mesas de moldagem.

Figura 36 – Amarração dos varões de aço.

Aplicação do pré-esforço aos fios que constituem a armadura das vigotas de betão pré- esforçado:

O sistema mais corrente para aplicação do pré-esforço na origem nos fios da armadura de pré- esforço é o da utilização de macacos hidráulicos accionados electricamente e equipados com um ou dois manómetros, os quais podem actuar individualmente em dois fios simétricos de uma mesma vigota de betão pré-esforçado ou fios correspondentes de duas vigotas de betão pré-esforçado contíguas ou ainda conjuntamente em todos os fios da cada vigota de betão pré-esforçado ou de todas as vigotas de betão pré-esforçado de uma mesa de

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moldagem.

Máquina para moldagem das vigotas de betão pré-esforçado:

As máquinas utilizadas no fabrico mecânico de vigotas de betão pré-esforçado por fios aderentes são essencialmente constituídas por um corpo principal, na base do qual estão incorporados os moldes das vigotas de betão pré-esforçado, uma tremonha instalada superiormente destinada à recepção do betão e lançamento deste nos moldes e de um corpo instalado na frente da máquina, que contem os guia-fios.

Figura 37 – Máquina de moldagem.

Incorporados nestas máquinas encontram-se ainda os vibradores, em condições de transmitirem directamente a vibração aos moldes das vigotas de betão pré-esforçado para compactação do betão, e um sistema de pás rotativas na base da tremonha que removem o betão antes de penetrar nos moldes.

Para o fabrico das vigotas de betão pré-esforçodo, é transportado da central de betonagem até a máquina de moldagem, por meio de balde suspenso de ponte rolante, e lançado na tremonha de alimentação, à medida que vai sendo descarregado inferiormente dentro dos moldes, através do sistema de pás que o removem.

Conservação das vigotas de betão pré-esforçado nas mesas de moldagem:

Após a moldagem das vigotas de betão pré-esforçado, estas são conservadas nas mesas de fabrico normalmente em condições ambientes naturais e sujeitas a rega frequente durante 3 a 8 dias, consoante a temperatura, o grau de húmidade atmosférico e o tipo de vigota de betão pré-esforçado moldada, ou tratadas por vapor de água aquecido, quando haja necessidade de acelerar a produção, o que demora cerca de 24-48 horas.

Corte, levantamento e transporte para depósitos das vigotas de betão pré-esforçado:

Após a transmissão do pré-esforço dos fios da armadura de pré-esforço às linhas de vigotas de betão pré-esforçado fabricadas, estas são cortadas nas zonas previamente marcadas definindo oscomprimentos desejados.

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Os comprimentos previamente definidos são marcados, por um lado, após a moldagem das vigotas de betão pré-esforçado, com a remoção do betão com jacto de água ou de ar, na linha da sua separação, ou por marcas a tinta quando o corte das vigotas de betão pré-esforçado é feito por serras de discos.

Seguidamente, as vigotas de betão pré-esforçado são em geral, levantadas por sistemas de quadro suspenso em posição horizontal, de ponte rolante, e dispondo de pendurais na extremidade dos quais existem pinças para fixação simultânea de um grupo de vigotas de betão pré-esforçado igual ao número de linhas moldadas em cada mesa de moldagem

Figura 38 – Mesas de moldagem - Empresa Pavinorte.

Após o levantamento, as vigotas são assentes em camadas sobrepostas num carro de transporte que, deslocando-se nos carris das máquinas de moldagem, as transporta para a saída da fabrica, de onde são retiradas por meio de empilhadores para o local de depósito.

Figura 39 – Aspecto da zona de armazenamento

Figura 40 – Carregamento das vigas para transporte

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1.1. CONCLUSÃO

Conclui-se então, que os pavimentos aligeirados são de extrema importância para uma construção económica, pois para além de reduzirem o peso da estrutura, que consequentemente reduz a necessidade de robustez dos restantes elementos estruturais assim como as tensões aplicadas sobre o solo, também permitem uma redução significativa no uso de cofragens (a cofragem geralmente constitui cerca de 40% dos custos de uma estrutura em betão armado).

Existem diversas técnicas e métodos de execução de pavimentos aligeirados, com materiais diferentes. Alguns tipos de pavimentos aligeirados podem constituir vantagem no que diz respeito às instalações de serviços (AVAC, Hidraulica, Electricidade, etc), pois permitem a passagem de cablagem nos vazios encontrados no seu interior (por exemplo, pavimentos executados apartir de placas alveolares). Outra vantagem destes pavimentos é o isolamento térmico e acústico (dependendo da técnica e tipo de pavimento aligeirado) pois os vazios que se encontram no seu interior garantem a redução significativa da passagem do calor incidente assim como do som (sabe-se que o ar é um excelente isolador térmico e acústico).

Um dos aspectos que constitui desvantagem nos pavimentos aligeirados é o facto de alguns deles não resistirem a momentos flectores negativos pela sua constituição estrutural e disposição de armaduras (por exemplo pavimentos aligeirados em vigas TT).

Em suma, os pavimentos aligeirados, assim como todos os tipos de elementos estruturas e materiais usados na construção civil, têm as suas vantagens e desvantagens e seus limites de utilidade, portanto a decisão que leva a optar por este tipo de pavimento deve passar por um estudo minunsioso daquilo que são as solicitações e exigências estruturais o tempo disponível e a disponibilidade financeira.

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