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Grupo de Fósforo
Subgrupo de Normatização
Internacional e o Estado da Arte
Abril/2004
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INTRODUÇÃO
• A ABIPLA considera que uma avaliação mais
detalhada do cenário internacional referente à
legislação e estado-da-arte sobre uso de fósforo
nos detergentes em pó deve levar em conta as
seguintes abordagens:
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INTRODUÇÃO
1. Análise do contexto histórico-ambiental, social
e econômico que motivou a adoção de uma
regulamentação específica.
2. Levantamento de leis e acordos voluntários
sobre fósforo em detergentes em pó.
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INTRODUÇÃO
3. Avaliação dos resultados reais da melhoria na
qualidade das águas em função da diminuição
do aporte de fósforo proveniente dos detergentes em
pó.
4. Avaliação da adaptação de abordagens e políticas
de melhoria da qualidade da água de outros países à
situação ambiental, social e econômica do Brasil.
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INTRODUÇÃO
O controle de fósforo em detergentes em pó teve
conseqüências extremamente diferentes em
diferentes países, em função das diversas condições
ambientais e, em particular, devido as diferentes
fontes de fósforo (CSTEE,2002)
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CONTEXTO EUROPEUPré-banimento
• Avaliação de impacto econômico (pré-banimento) concluiu que, à época, a produção de STPP na Europa era insuficiente para atender o mercado, sendo necessária a importação do produto.
• Diferentemente da situação na Europa, o Brasil produz STPP em quantidades suficientes para abastecer a indústria de detergentes em pó no País.
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CONTEXTO EUROPEUPré-banimento
• Outra questão importante é que a mudança na formulação para zeólito seria favorável à balança comercial e geraria empregos e oportunidades econômicas (HELSINKI COMMISSION / HELCOM MONAS, 2003).
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CONTEXTO EUROPEUPós-banimento / Situação Atual
• A eutrofização é tratada no contexto do
saneamento através de Diretivas para ampliação
da coleta e tratamento de esgoto em áreas
sensíveis à eutrofização (UWWTD - Urban Waste
Water Treatment Directive - 91/271/ EEC, 1998), que
determina a necessidade de remoção de nutrientes
nos sistemas de tratamento de esgotos em
comunidades com mais de 10 mil pessoas.
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CONTEXTO EUROPEU:Pós-banimento / Situação atual
• A diretiva européia, de 1991, determinou o prazo de 15 anos para implementação de tratamento terciário em áreas sensíveis.
• Outra diretiva estabelece a obrigação de estudos para identificar áreas sensíveis à eutrofização e avaliação caso-a-caso (avaliação por bacia hidrográfica ou por lago/reservatório). Quando uma área for considerada sensível, deve ser implantado o sistema terciário de tratamento de esgoto (DEFRA, 1998).
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CONTEXTO NOS EUA E CANADÁPré-banimento
• Em 1959, os detergentes comercializados nos EUA
continham 30 a 50% de fosfato (STPP) ou 7 a 12%
de fósforo (Vollenweider, 1968)
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CONTEXTO NOS EUA E CANADÁPós-banimento
• Maki et al. (1984) concluíram que o banimento de
fósforo dos detergentes em vários estados dos
EUA não produziram melhorias mensuráveis na
qualidade das águas. A razão para isso é que o
controle de fósforo, alcançado com o banimento
deste dos detergentes, foi insuficiente para
produzir a melhoria esperada em relação a
eutrofização das águas.
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CONTEXTO NOS EUA E CANADÁSituação Atual
• Nos EUA, não há regulamentação válida para
todo o território nacional. Os estados e municípios
tinham (e ainda têm) autonomia para legislar.
Portanto, as abordagens para a solução do
problema de eutrofização no país são avaliadas
caso-a-caso. Em algumas bacias hidrográficas
foram feitos consórcios entre os estados (p. ex.
Cheasapeake Bay Program – EPA/NOAA).
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CONTEXTO NOS EUA E CANADÁSituação Atual
• Por uma questão de logística, a indústria de detergentes em pó utiliza um tipo de builder para fabricação de seus produtos na maioria dos estados dos EUA.
• No entanto, o consumo de STPP nos EUA, por ainda ser permitido em diversos estados, ultrapassa as 100.000 toneladas / ano.
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CONTEXTO INTERNACIONAL
• Uma avaliação realizada em 217 lagos e reservatórios no mundo (International Lake Environment Committee - ILEC, em cooperação com a Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – UNEP - IETC, 2001):
1. Existem exemplos de lagos que se recuperaram após a redução de descargas de fósforo (provenientes de todas as fontes) no corpo hídrico ou em seus tributários.
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CONTEXTO INTERNACIONAL
2. Por outro lado, também há exemplos em que não se verificaram efeitos esperados após o tratamento avançado do esgoto, devido a não redução das fontes difusas de poluição.
3. A consideração de todas as fontes de nutriente e matéria orgânica contribuintes ao ecossistema torna-se, portanto, pré-requisito para a adequada resolução dos problemas de poluição.
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CONTEXTO INTERNACIONAL
• O controle da carga de fósforo reduziu a eutrofização em alguns casos como o Lago Geneva, na Suíça, o Lago Erie, nos EUA, e o Lago Endine, na Itália.
• Porém, em todos os casos, os resultados só foram alcançados com uma série de medidas tomadas simultaneamente. Segundo a Helsinki Commission (2003), nesses exemplos os resultados indicaram que é necessário uma redução da carga de fósforo em 70 – 90%.
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CONTEXTO INTERNACIONAL:Comparativo Brasil
• Ocupação irregular de áreas de manancial e lançamento de esgoto sem tratamento (“in natura”) em reservatórios de abastecimento de água nunca foram problemas significativos na Europa, Estados Unidos ou Canadá.
• Diferentemente de outros países, o Brasil enfrenta graves problemas com ocupação irregular em áreas de mananciais e lançamento de esgoto “in natura” em reservatórios de abastecimento.
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CONTEXTO INTERNACIONAL: Comparativo Brasil
• O consumo de detergentes per capita em alguns
países chega a ser mais que três vezes o
consumo no Brasil (CSTEE, 2003)
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CONTEXTO INTERNACIONAL:Comparativo Brasil
PAÍS Consumo (Kg/ano)Brasil * 3,5Finlândia 3,8Suécia 4,5Noruega 4,9Dinamarca 6,5Holanda 7,5Grécia 10,2França 11,8Portugal 12,2Espanha 12,4Itália 12,9
Fonte: CSTEE 2003; * Nielsen 2001
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CONTEXTO INTERNACIONAL:Comparativo Brasil
• Em países que adotaram restrições ao uso de fósforo em detergentes em pó, a participação dos detergentes na carga total de fósforo era muito maior do que a contribuição verificada no Brasil.
• Na Itália, por exemplo, 55% do fósforo total do esgoto e 33% da carga total em águas superficiais era proveniente do fósforo de detergente (Chiaudani et al., 1978).
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CONTEXTO INTERNACIONAL:Comparativo Brasil
• Os hábitos e condições econômicas nos Estados Unidos e da Europa são muito diferentes do Brasil:
– Consumo de Detergentes em pó
– Principais influências
• condição sócio-econômica
• hábitos de lavagem
• formulações
• características da água (dureza)
(Saouter, et. al, 2001 e CSTEE, 2003)
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INFLUÊNCIAS NO CONSUMOCondição sócio-econômica
• Contexto internacional:
– Uso (mais difundido) de máquinas de lavar roupas
• Brasil (região Sudeste)
– Apenas 33% da população da possui máquina de lavar
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INFLUÊNCIAS NO CONSUMOHábitos de Lavagem
• Brasil
– Sabão em pedra
– Tanque
– Água fria
– Roupa “de molho” em baldes
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INFLUÊNCIAS NO CONSUMOCaracterísticas da água
• Contexto internacional: os países mediterrâneos têm água dura e o consumo de detergentes é maior.
• Brasil: a água é em geral mole e o consumo é menor.
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SITUAÇÃO REGULATÓRIA ATUAL
Sem Restrição Legal:
• EUA (parte)
• Reino Unido, Suécia, Portugal, Espanha, Grécia,
Dinamarca, Finlândia, Eslovênia, Holanda, Irlanda,
República Tcheca,
• Austrália, Nova Zelândia
• Argentina, México, Venezuela, Paraguai e Chile
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SITUAÇÃO REGULATÓRIA ATUAL
Limitação com restrição legal:
• Brasil
• Áustria, Noruega, Hungria, Itália, Bélgica, Polônia
• Canadá
• EUA (parte)
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SITUAÇÃO REGULATÓRIA ATUAL
Limitação com acordo voluntário:
• França, Alemanha, Holanda, Irlanda, República Tcheca, Austrália, Nova Zelândia
Banimento:
• Japão (apenas duas cidades), Suíça e Noruega
Estudam a Retomada:
• União Européia (parte)
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SELOS VERDES
• Selos verdes para detergentes em pó permitem concentração de até 27 % de STPP :
– “White Swan” Escandinavo
– “Selo Verde” Tailandês
– “Ecolabel” da União Européia - revisto em 1999 (Commission Decision 1999/476/EC) - 25% de STPP
26,5%26,5%BrasilMáximo Permitido peloMinistério da Saúde:
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CONCLUSÃO
• A análise do contexto regulatório internacional em relação ao uso de STPP em detergentes em pó permite concluir:
– as condições sócio-econômicas, ambientais e de saneamento na Europa e na América do Norte são bastante diferentes da situação brasileira;
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CONCLUSÃO
– as medidas adotadas para controle da eutrofização e os resultados obtidos variam de país para país. Na maioria dos países, a eutrofização é estudada caso-a-caso (por região, lagos, rios etc).
– As medidas adotadas na Europa e na América do Norte, portanto, devem ser consideradas apenas como ferramenta de estudo, não cabendo a simples transferência para a realidade brasileira.
Grupo de Fósforo
Subgrupo de Normatização
Internacional e o Estado da Arte
Abril/2004