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GRUPO GESER - GESTÃO EM SEGUROS E RISCOS DA ESALQ/USP Quinta edição Junho 2014

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GRUPO GESER - GESTÃO EM SEGUROS E RISCOS DA ESALQ/USP

Quinta edição – Junho 2014

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Prof. Dr. Vitor OzakiDept. de Economia, Administração e

Sociologia (ESALQ/USP).Coordenador do Grupo GESER

A quinta edição do Boletim do Seguro Rural (BSR), elaborada pelo Grupo

GESER – Gestão em Seguros e Riscos, traz como tema a compulsoriedade

do Proagro ou seguro rural nas operações de crédito agrícola no Brasil.

Neste sentido na primeira seção do boletim, a Matéria de Capa, se faz

uma breve revisão sobre o seguro e custeio agrícola, bem como uma

análise do impacto desta nova medida no mercado segurador.

Adicionalmente pode-se encontrar um estudo da compulsoriedade do

seguro rural no mundo.

Na seção seguinte, Entrevista, esta edição traz o representante do

Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), José Carlos Zukowski; o

presidente da Aprosoja PR, José Sismeiro e o Subscritor da Austral RE,

Bruno Valentim. Os profissionais entrevistados revelam sua opinião acerca

do tema em estudo e projeções sobre o comportamento do mercado em

face da obrigatoriedade da aquisição do seguro rural.

Finalizando o quinto BSR, são apresentadas as principais Notícias do Setor

do seguro rural brasileiro.

BOA LEITURA !

EDITOR CHEFE:

Prof. Dr. Vitor Ozaki

EDITORES ASSOCIADOS:

Carlos Andrés Oñate Paredes

Daniel Lima Miquelluti

Daniel Lutz Ruiz

Vanessa Siqueira Ribeiro

COLABORADORES:

Christopher Silva de Pádua

Fabio Moura

Guilherme Horák

Julio Ferreira

Lucas Rangel

Luiz Guilherme Fagotti

Letícia Maggi

Monique Monah Moreira

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O Grupo GESER apresenta nesta quinta edição do boletim de seguro rural umaanálise dos motivos, opiniões dos diversos setores envolvidos e possíveis efeitos daResolução Nº.4.235, que modificou o Manual de Crédito Rural (MCR). A nova regrado BACEN para a obtenção de crédito de custeio proveniente de recursoscontrolados refere-se a compulsoriedade da contração de seguro rural oferecido poruma seguradora ou a adesão ao Proagro, sendo que esta edição do BSR focará nosimpactos da nova resolução no Proagro. O tema proposto ganha vulto devido àimportância do Proagro para o governo federal e no agronegócio brasileiro, pois apartir da efetivação do compulsório necessariamente existirão impactos nosmúltiplos agentes: governo, seguradoras, resseguradoras, produtores, instituiçõesfinanceiras.

A COMPULSORIEDADE DO PROAGRO OU SEGURO RURAL NAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO AGRÍCOLA NO BRASIL

O Proagro, também conhecido comoProagro “Tradicional” foi instituído pelaLei nº 5.969 de 11 de dezembro de1973, sendo seu objetivo indenizar osrecursos dos beneficiários utilizadosem custeio rural no caso de perdas dereceitas motivadas pelas adversidadesnaturais inerentes à exploraçãoagropecuária, sejam estes recursosprovenientes de obrigações financeirasou empreendimentos não financiados(recursos próprios).No ano de 2004, com o objetivo deatender aos produtores quetrabalhassem na agricultura familiar, eque estivessem vinculados aoPrograma Nacional de Fortalecimentoda Agricultura Familiar (Pronaf),instituiu-se o Proagro Mais por meio daResolução nº 3.234, sendo estamodalidade regida pelas normas geraisaplicáveis ao Proagro “Tradicional”.Cabe salientar que tanto o Proagro

como o Proagro Mais não sãofiscalizados pela Superintendência deSeguros Privados (SUSEP), portantonão pode ser considerados como umseguro, porém, apresentammecanismos muito semelhantes aoseguro agrícola de custeio.Analisando os últimos dados oficiais doBanco Central do Brasil, evidencia-se amagnitude do Proagro (“Tradicional” eMais) no agronegócio brasileiro. Nasonze safras circunstanciadas noperíodo julho de 1999 - junho de 2010,os dois tipos de Proagro tiveram umamédia de 503.729 operações por safra,representando um valor enquadradototal de R$ 44,4 bilhões¹.

1. Valores deflacionados pelo IGP-DI da FundaçãoGetúlio Vargas.

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Apenas na safra 2009-2010, o Proagro apresentou um valor enquadrado de R$ 2,2bilhões e o Proagro Mais de R$ 4,6 bilhões² , sendo valores de imensa importânciapara o mercado segurador rural brasileiro, pois ao serem comparados com osprêmios de todas as linhas de seguro rural privado registradas na SUSEP, determina-se que essas últimas representaram somente 12% do valor das operações dosProagro³.Em 18 de junho de 2013, o Banco Central do Brasil (BACEN) emitiu a Resolução Nº.4.235, que formaliza a implementação do sistema compulsório do Proagro nasoperações de crédito de custeio agrícola, textualmente:

“O crédito de custeio agrícola financiado com recursos controlados docrédito rural e destinado a qualquer empreendimento compreendido noZARC, deve ser efetivado obrigatoriamente com enquadramento noProagro, ou em modalidade de seguro rural, observados o limite de quetratam os itens 12 e 13, as condições do item 2-C e as disposições aseguir:a) até 30/6/2014, a obrigatoriedade aplica-se às operações de custeioagrícola vinculadas ao Programa Nacional de Fortalecimento daAgricultura Familiar (Pronaf), e ao Programa Nacional de Apoio aoMédio Produtor Rural (Pronamp)b) a partir de 1º/7/2014, a obrigatoriedade será aplicada a todas asoperações de custeio agrícola lastreadas em recursos controlados ecompreendidas no ZARC.”

Complementando o texto anterior, ressalta-se que até a safra 2011/2012 o Proagroera obrigatório apenas aos participantes do Pronaf. No entanto, a partir da últimasafra 2012/2013 (Resolução Nº. 4.111 de 10 de julho de 2012), a obrigatoriedade foiestendida aos médios produtores, enquadrados no Programa Nacional de Apoio aoMédio Produtor Rural (Pronamp).

2. Valores nominais.3. Comparação realizada com base em valores nominais.

A COMPULSORIEDADE DO PROAGRO OU SEGURO RURAL NAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO AGRÍCOLA NO BRASIL

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Desta forma, se evidencia que aobrigatoriedade ou compulsoriedade doProagro/seguro rural em operações decrédito rural de custeio não é umaproblemática nova, porém mereceespecial atenção, devido especialmenteà importante dimensão do crédito decusteio dentro do mercado de créditorural do Brasil. Devido à interconexão docrédito de custeio com acompulsoriedade do Proagro/segurorural apresenta-se a seguir uma breveanálise deste tipo de crédito rural.

O crédito rural se divide em trescategorias, crédito de custeio,investimento e comercialização. Aobrigatoriedade de seguro rural ouadesão ao Proagro está restringidaapenas ao crédito de custeio. O créditode custeio é utilizado para cobrir osgastos durante o ciclo produtivo, desde

a compra de insumos na fase inicial daprodução, até a fase final, a colheita.Por sua vez, o crédito de custeio sesubdivide em três categorias: custeioagrícola, custeio pecuário e custeio debeneficiamento ou industrialização. Ocrédito de custeio representa a maiorparcela dos contratos para obtenção decrédito da agricultura, tendo umaparticipação média de 78,53% noperíodo 1999 - 2012. Porém, enquantoas outras modalidades tiveramaumentos substanciais na últimadécada, o número de contratos paracusteio praticamente se manteveinalterado, apenas aumentando devidoa maior demanda internacional porcommodities brasileiras, chegando aoseu ápice em 2004, com quase 1,4milhões de contratos e caindo desdeentão.

A COMPULSORIEDADE DO PROAGRO OU SEGURO RURAL NAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO AGRÍCOLA NO BRASIL

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Evolução da Modalidade de Crédito de Custeio -Número de contratos em mil

Custeio Todas Modalidades % de contratos de custeio

Fonte: BACEN

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A partir da crise econômica internacional de 2008, o número de contratos vemcaindo substancialmente, e em 2012 registrou menor número de contratos da sériehistórica do BACEN, cerca de 840 mil contratos, aproximadamente 553 mil a menosque o ápice de 2004.Analisando conjuntamente dados estatísticos do crédito agrícola de custeio e doProagro (“Tradicional” e Mais), observa-se que nas últimas onze safras com dadosdisponíveis4 (1999/2000 – 2009/2010), a média do número total de usuários doProagro corresponderam ao 42,4% do total de mutuários de crédito de custeioagrícola. Isto quer dizer que em média existiram 57,6% de mutuários que nãocontrataram alguma das modalidades Proagro nas onze safras referidas. Nestesentido o gráfico a seguir mostra uma evolução histórica do total de produtoresusuários do Proagro, junto com os mutuários de crédito de custeio:

A COMPULSORIEDADE DO PROAGRO OU SEGURO RURAL NAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO AGRÍCOLA NO BRASIL

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Ano safra

Número de beneficiários Proagro vs mutuários de crédito rural de custeio

Proagro Crédito de custeio Proagro/Crédito custeioFonte: BACEN

Observa-se no gráfico que a menor relação Número de usuários Proagro/Mutuários de crédito de custeio foi 15,4% na safra 1999/2000, enquanto que o maior valor da mesma relação foi 63,4% na safra 2007/2008.

4. O Proagro apresenta informações disponíveis até a safra 2009/2010, enquanto que existe informação de crédito de custeio disponível até dezembro de 2012.

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Utilizando as informações públicas disponíveis, realizaram-se projeções do númerode operações que seriam incorporadas no Proagro a partir de julho 2014, as quaissomariam um total de 281.190 novos usuários5, equivalente a um aproximado de R$3,2 bilhões6.

COMPULSORIEDADE DO SEGURO RURAL NO MUNDO

A obrigatoriedade na adesão do seguro rural é uma política agrícola já implementadae vigente em vários países ao redor do mundo. Mesmo apresentando cenários muitodiferentes, podemos comparar o funcionamento dessa lei em outros países com oque se espera que ocorra no Brasil.

No passado, o caso mais conhecido de obrigatoriedade do seguro rural é o dosEstados Unidos, que no ano de 1994 colocou em vigor a Crop Insurance Reform Act,sendo que essa legislação autorizou o aumento do subsídio aos prêmios do seguro etornou obrigatória a contratação do seguro agrícola na modalidade mais básica, aCatastrophic Risk Protection (CAT), pelos produtores que eram beneficiados pelosprincipais programas de apoio governamental. O CAT era um seguro preventivo decatástrofes, cobria 50% da produtividade histórica e tinha subsídio integral dogoverno. Essa medida teve grande efeito imediato quanto ao aumento da áreacoberta, mas veio acompanhada de muitas críticas dos produtores, que pediam pormelhores produtos de seguro. Dessa maneira a compulsoriedade foi cancelada, e acontratação do seguro teve queda nos anos seguintes.

Em uma nova tentativa de instituir o seguro rural como uma ferramenta de gestão derisco, nos anos seguintes instituiu-se a Risk Management Agency - RMA (Agência deGestão de Riscos), a fim de melhorar a supervisão e administração desse setor. Deforma simplificada pode-se dizer que com a criação de novas modalidades deprodutos de seguro, que atendiam às reais necessidades dos produtores, e comaumento dos subsídios, teve-se um gradativo aumento da área segurada.

5. Usaram-se taxas lineares de crescimento dos últimos três períodos de cada série.6. O cálculo foi realizado usando a média do valor enquadrado na última safra com informação disponível

(2009/2010).

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Na América Latina, Equador e Hondurassão países que ainda aderem àcompulsoriedade, no entanto asnormas de vigência apresentam muitasvariações. No Equador, a partir de junhode 2013 existe obrigatoriedade doseguro nos créditos rurais de pequenosagricultores de um grupo de dezesseisprodutos subsidiados pelo Governo(subsídio de 60% do valor do prêmio).Em Honduras, o banco pertencente aogoverno condiciona seus empréstimosagrícolas a um seguro compulsório, maso governo não fornece nenhuma formade subsídio.

Ainda na América Latina, na Argentina oseguro agrícola é principalmentevoluntário, em apenas alguns casosocorre a obrigatoriedade paraagricultores que aderem a empréstimospara culturas sazonais, no entanto essescasos representam menos de 5% dototal do prêmio.

Um país com grande extensão epopulação que adere a essa medida é aÍndia. Na Índia a Companhia de SeguroAgrícola (AIC) é a instituiçãogovernamental responsável porfornecer o seguro rural público,destinado principalmente aos pequenosagricultores e com forte programa desubsídios. Todos os agricultores queadquirem crédito agrícola paraprodução sazonal via a AIC sãoobrigados a realizar o seguro rural

público. Adicionalmente existe oprograma de suporte governamental aoseguro agrícola, chamado de NAIS(Plano Nacional de Seguro Agrícola). ONAIS é o maior programa de seguroagrícola do mundo, atingindo cerca de25 milhões de agricultores, e tem comoobjetivo fornecer o seguro a uma taxade prêmio acessível.

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A fim de conhecer as diferentes opiniões sobre a obrigatoriedade da aquisição doseguro rural sempre que o produtor utilizar o crédito de custeio agrícola,regulamentada pela Resolução Nº. 4.235, a equipe do Grupo GESER realizouentrevistas com representantes de diversas instituições públicas e privadas. Combase nessas entrevistas observamos diversos pontos de vista quanto à nova regrapara contratação do Proagro, como quanto ao que se espera que ocorra com omercado de seguros no longo prazo. As entrevistas buscaram entender como osentrevistados analisam a Resolução Nº. 4.235, quais as motivações para que elatenha sido colocada em vigor, e como eles analisavam a sua aplicabilidade,dificuldades e expectativas para os próximos anos.

Os profissionais do setor entrevistados foram os seguintes:

• O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), José CarlosZukowski, Coordenador Geral do SEAF (Seguro da Agricultura Familiar);

• José Sismeiro, Presidente da Aprosoja PR, associação de produtores de soja doEstado do Paraná;

• Bruno Valentim, Subscritor da Austral RE;

Para José Carlos Zukowski (MDA), é importante delinear ações para promover odesenvolvimento do mercado de seguro rural, com ampliação da oferta deseguros, aprimoramento das coberturas e geração de condições para redução dosprêmios pagos pelos agricultores. Já são ofertados produtos de seguro paraalgumas culturas com maior participação no PIB agrícola, mas esse leque poderáser ampliado no futuro, particularmente quando se considera que mais de 40culturas já contam com zoneamento agrícola.

PONTOS DE VISTA SOBRE A OBRIGATORIEDADE

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José Sismeiro (Aprosoja) acredita que oBanco Central não sabe qual é a realnecessidade dos produtores quanto aoseguro rural, pois a obrigatoriedadedeveria vir como uma medida paraproteger o produtor, mas na atualforma com que ele é empregado, oseguro não atende às necessidadesobservadas no campo, e quando háuma grande ocorrência de sinistros, acobertura não é suficiente.

Para Bruno Valentim (Austral RE) osetor rural é de grande interesse paraas empresas que atuam no ramo, e essamedida vai maximizar o seguro rural noBrasil. Para Valentim com o estimulodesse setor, novas empresas vão sesentir atraídas, o que vai gerar umamaior competição, o que pode trazerdiversos benefícios aos produtores quecontratam esse serviço, como reduçãode taxas e melhoria dos produtos.

Segundo Valentim os produtos jáoferecidos são capazes de atender ànova demanda, mas o volume terá umgrande aumento. Para tanto as equipesestão tentando se adequar paraatender a todas as necessidades dosprodutores, mas há uma grandeincerteza de como a obrigatoriedade vaiafetar a contratação do seguro nospróximos anos.

Representantes da Aprosoja e AustralRE afirmaram que faltou uma melhorabordagem do tema pelo governo, umavez que não foram realizadas reuniõescom produtores, associações ou comseguradoras e resseguradoras paraconversar sobre o assunto(obrigatoriedade do Proago), entendera real necessidade no campo e, alémdisso, conscientizar o produtor dosmotivos para o uso dos mecanismosexistentes no mercado de seguro ruralno Brasil, com o objetivo de melhorar agestão de risco e evitar perdas.

Nota: Empresas atuantes no mercado de segurorural privado (três seguradoras que trabalham comprodutos para grãos e hortifruti, e uma grandecooperativa) foram procuradas pela equipe doGESER para participar desta edição do Boletim deSeguro Rural, no entanto todas preferiram não sepronunciar publicamente sobre o assunto.

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Notícias em Destaque

Governo pode voltar atrás naobrigatoriedade de contratação deseguro rural em financiamentos

Representantes do setor produtivoacreditam que o governo federal vaivoltar atrás na obrigatoriedade decontratação de seguro rural quando oagricultor acessar financiamentos.Para a Federação da Agricultura doParaná (Faep), falta planejamento naexecução do seguro rural. O diretor daFaep, Pedro Loyola, acredita que ogoverno deve postergar essa decisão.

Fonte: Rural Br Agricultura (02/04/2014)

Falta recurso para governo garantirseguro obrigatório

Produtores e parlamentares dafrente agropecuária querem revogara resolução 4.235/13, do ConselhoMonetário Nacional (CMN). "Nãoexiste volume suficiente de recursopara fazer a subvenção a todas asculturas", enfatiza o presidenteinterino da Frente Parlamentar daAgropecuária (FPA), Luís CarlosHeinzer.

Fonte: AgroLink (03/04/2014)

Frente Parlamentar da Agropecuária pede suspensão da obrigatoriedade doseguro agrícola

A pedido do setor produtivo rural, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)enviou ofício aos ministros Neri Geller (Agricultura), Guido Mantega (Fazenda),Aloisio Mercadante (Casa Civil), e ao presidente do Banco Central, AlexandreTombini, em que solicita revogar ou sustar a Resolução 4235/2013.A FPA argumenta que essa decisão foi tomada sem prévia discussão com osprodutores rurais e suas entidades de classe, e terá impactos nos custos deprodução e na qualidade dos serviços prestados pelas seguradoras que operam nosetor. Ainda segunda a direção da FPA a obrigatoriedade vai desestimular asseguradoras em oferecer modalidades que atendam às necessidades dosprodutores. Outro ponto relatado foi que não há garantia que haverá subvençãoeconômica para 100% das contratações, e as seguradoras não têm garantia deconseguir resseguro para todas as operações.

Fonte: Rural Br Agricultura (25/03/2014)

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Gr upo GESER - Gestão em Se guros e R iscos Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES) | Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz - ESALQ/USP

Pavilhão de Ciências Humanas, sala 9 | Avenida Pádua Dias, 11 | Agronomia | Piracicaba/SP | [email protected](19) 3429-4444 r.8729 - Prof. Dr. Vitor Augusto Ozaki | (19) 3447-8592 r.209

http://www.esalq.usp.br/geser

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