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Grupo temático: A formação de professores para/do Ensino Superior

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Comunicação: O texto científico no ensino superior e a formação docente: caminhos e percalços

Profª Drª Arlinda Cantero Dorsa

Universidade Católica Dom Bosco

Mato Grosso do Sul -Brasil

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Contextualizando

As inquietações e discussões fazem parte de um trabalho realizado em um espaço específico – UCDB-MS - universidade privada confessional – Mestrado acadêmico e volta-se à disciplina Métodos e Pesquisa.

Nesta disciplina oportuniza-se trabalhar em unidades específicas, o texto científico em diferentes gêneros textuais: relatório, notas de leitura, projeto de pesquisa, artigo e dissertação e outros.

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Objetivos

Analisar a formação docente na relação professor-aluno na prática pedagógica

Apresentar o papel do texto científico em suas diferentes práticas discursivas enfatizando a dificuldade de se traçar a fronteira entre os discursos dos gêneros e seus critérios de avaliação e adequação às estruturas formais e textuais.

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Questões norteadoras

Por que os textos científicos se diferenciem entre si ou têm semelhanças?

Por que grande parte dos discentes encontra sérias dificuldades em sua elaboração?

Quais são os gêneros textuais científicos e quais as suas pluralidades discursivas?

Qual o real papel docente na formação discursiva científica dos alunos na universidade?

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Algumas respostas ainda que parciais I A comunidade cientifica é percebida como

um espaço de produção, circulação e de socialização de conhecimentos.

Conjunto de professores e pesquisadores (e seus discípulos) que desenvolvem suas atividades acadêmicas (ensino, pesquisa e extensão) nas instituições de educação superior e nas instituições de pesquisa. (http://www.ufmg.br/proplan/glossario/c.htm)

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Algumas respostas ainda que parciais II

A ascensão da comunidade científica brasileira: implantação do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) em 1951.

Criação de vários institutos voltados para a pesquisa científica e tecnológica.

Institucionalização: a criação dos cursos de Pós-Graduação no país com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) (CNPq, 2001).

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Algumas respostas ainda que parciais III

O texto cientifico emerge então como um espaço complexo de constituição do conhecimento científico.

Define-se por diferentes gêneros textuais e diferentes formas da linguagem.

Estes gêneros expressam objetivos e propósitos de conhecimento dentro e fora da academia.

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O texto científico

O envolvimento da universidade no ensino-aprendizagem da escrita do texto científico demanda pesquisas e habilidades sobre as competências comunicativas, textuais e gramaticais.

Estas possibilitarão a elaboração de textos sistematizadores do conhecimento de forma mais aprofundada e complexa.

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Nesse contexto, a relação professor aluno deve ser tratada com sensibilidade e vida, a partir do estudo do processo do conhecimento científico e sua conexão com a produção de textos.

Possibilita-se assim, as reconstruções históricas social, patrimoniais, culturais e ambientais de um povo.

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Aspectos teóricos importantes

O texto cientifico como o “discurso do saber” compreende dois discursos produzidos em momentos diferenciados;

O discurso da descoberta é do tipo narrativo, produzido solitariamente pelo cientista na busca da resolução de um enigma, a fim de tomar posse do "saber";

O discurso da manifestação é social, produzido para tornar conhecida à comunidade científica, a descoberta realizada pelo cientista, transmitindo, assim, o "saber" adquirido.(SILVEIRA, 1991, p1)

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Aspectos teóricos importantes

Guimarães (2001, p. 66) sustenta que:

O discurso científico, não só carece das funções argumentativas– uma vez centrado numa tomada de posição – mas também de aceitabilidade por parte da comunidade científica na qual ele está inserido.

O público ao qual são endereçadas as publicações científicas, não é passivo, visto que está sob seu controle a matéria e a substância das comunicações que recebe.

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Como se materializa o texto científico?

Para classificar um texto científico é necessário:• Verificação do objeto e finalidade do estudo• Tipos de sequências textuais

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As sequencias textuais

Sequencia textual Características Exemplo

Argumentativo Procura persuadir, convencer, influencia ouvintes ou leitores para a adesão de determinados produtos

ou ponto de vista

Ensaio, tese, dissertação, artigo,

resenha, revisão

Explicativo

Abre caminho para a compreensão de uma informação já existente.

Expõe-se um tema ou assunto e a explicação que segue procura responder as questões que o tema ou

assunto procura suscitar

Relatorios, dissertações, teses,

artigo

Descritivo

Apresenta as propriedades, as qualidades, as características de objetos e ambientes. O texto faz uso de metáforas, comparações, adjetivos, entre

outros.

Relatorios, teses, dissertações, artigos,

NarrativoÉ o mais facilmente encontrado nas situações de comunicação. Supõe a presença de um narrador,

presente ou ausente do fato narrado.

Relatorios, dissertações, teses,

artigo

Fonte: UNICAMP (2010)

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Modalidades de texto cientifico

Comunicação científica primária: Nesse caso, o cientista divulga sua descoberta ou suas idéias para outros cientistas.

Comunicação científica secundária, em que o cientista escreve para o leigo

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A divulgação científica (comunicação secundária) é representada pelos artigos em jornais e revistas populares, como a Superinteressante, Ciencia hoje e Galileu.

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O texto científico (comunicação primária)

é representado pelas monografias, papers, artigos científicos e resenhas publicadas em revistas especializadas.

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Posturas discentes

Ainda que grande parte dos alunos traga para os bancos da universidade, um acervo de conhecimentos advindos de suas experiências profissionais;

Como produtores textuais, desconhecem alguns dos requisitos principais de textualidade necessários à elaboração do texto acadêmico;

Alguns por absoluto desconhecimento dessa prática, ainda que sejam docentes, outros por trazerem dificuldades estruturais na sua capacidade leitora, interpretativa e produtora textual.

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Reflexão necessária

Algumas distorções com relação à postura acadêmica, seja nos cursos de graduação ou no mestrado e mesmo doutorado, de acordo com Zamel (2003) trazem à comunidade cientifica como espaço de circulação e socialização de conhecimentos uma posição comunidade monolítica, imutável, e suas entidades facilmente identificáveis.

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Postura docente Se não houver por parte dos professores envolvidos na

ação docente, uma vontade de procurar reverter esse paradigma, cada vez mais haverá dificuldades no avanço docente relativo à produção textual acadêmica.

O professor desempenha um papel importante e fundamental nesse meio.

Inserido num contexto de ensino e de pesquisa, sua produção textual é responsável por formular a representação de significados, socialmente compartilhados por seus membros, de uma determinada realidade para o conjunto da área em que atua.

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Considerações Parciais

A prática discursiva docente expressa sua historicidade constituída ao longo de sua caminhada pessoal e formação profissional e de acordo com Sacristan (1999), cada um age de acordo com suas motivações e de sua história de vida.

Para Orlandi (2001), as condições de produção do discurso estão relacionadas com a memória do sujeito, já que este se inscreve e é suscetível à sua historicidade, formação, crenças, valores e história de vida.

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Se a produção científica deve ser dinâmica e plural, o docente desempenha um importante papel, pois encontra-se inserido em um contexto de ensino e pesquisa.

Há necessidade de gradativamente conduzir os alunos a determinados gêneros textuais e inseri-los como membro da cultura acadêmica por meio de seus valores, de suas experiências e seus conhecimentos.

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“Tornamos nosso mundo significativo pela coragem de nossas perguntas e pela profundidade de nossas respostas”.

(Carl Sagan)

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Referencias

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BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 11. ed. São Paulo: Hucitec, 2004.

______. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

GUIMARÃES, Elisa. Expressão modalizadora no discurso de divulgação científica. Revista EDUCAÇÃO E LINGUAGEM • ANO 4 • Nº 5, 65-77, JAN/DEZ 2001 • 65 Disponível em: http://editora.metodista.br/textos_disponiveis/ed&l5cap1.pdf

LOVISOLO, H. Comunidades científicas: Condições ou estratégias de mudança. Revista Educação & Sociedade, ano XVIII, nº 59, agosto/97 279. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v18n59/18n59a02.pdf

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SILVEIRA, Regina Célia Pagliuchi da. O discurso científico da revisão e suas modificações textuais. Revista Unicastelo/SP, v. 03, n. 03, p. 209-214, 2000.

______. O discurso científico e a organização textual de artigos de pesquisa. Anais do V Seminário do Cellip, UEM, Maringá, 1991.

______. Um estudo textual de ensaios científicos: variabilidades e constâncias. XXII Anais de Seminários do GEL, v. 2, Instituição Moura Lacerda, Ribeiro Preto, São Paulo, 1993.

ZAMEL, Vivian. Questioning Academic Discourse (original article in College ESL, Questioning Academic Discource. College ESL. v. 2, n. 1, July, 1993). Disponível em: <http://www.mhhe.com/socscience/english/tbw/MurieCollins/muriecollins_sources.html>. Acesso em: 29 jun. 2011.