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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE SUBSECRETARIA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE COMISSÃO PERMANENTE DE PROTOCOLOS DE ATENÇÃO À SAÚDE Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS Página 1 Protocolo de Atenção à Saúde GUIA DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AO ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA VOLUME II Área(s): Gerência de Serviços de Enfermagem na Atenção Primária e Secundária/DIENF/COASIS/SAIS/SES, Gerência de Atenção à Saúde de Populações em Situação Vulnerável e Programas Especiais/DAEAP/COAPS/SAIS/SES, Diretoria de Saúde Mental/COORPSAM/SUBSIS/SECRIANÇA, Núcleo de Atendimento Integrado/UAI/DINT/COORIS/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA e RTD Psiquiatria. Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de data . 1. Metodologia de Busca da Literatura 1.2 Bases de dados consultadas Realizou-se uma pesquisa a partir de publicações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde, Órgão de Classe e Sociedade de Profissão, livros e artigos científicos. 1.3 Palavra(s) chaves(s) Adolescente; Adolescente institucionalizado; Serviços de saúde do adolescente. 1.4 Período referenciado e quantidade de artigos relevantes

GUIA DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AO ADOLESCENTE EM ......facilidade para a incorporação de novas tecnologias, inovação do cuidado, uso mais racional ... abuso/dependência de substâncias

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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE

SUBSECRETARIA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE

COMISSÃO PERMANENTE DE PROTOCOLOS DE ATENÇÃO À SAÚDE

Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

Página 1

Protocolo de Atenção à Saúde

GUIA DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AO

ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA

SOCIOEDUCATIVA

VOLUME II

Área(s): Gerência de Serviços de Enfermagem na Atenção Primária e

Secundária/DIENF/COASIS/SAIS/SES, Gerência de Atenção à Saúde de Populações

em Situação Vulnerável e Programas Especiais/DAEAP/COAPS/SAIS/SES, Diretoria

de Saúde Mental/COORPSAM/SUBSIS/SECRIANÇA, Núcleo de Atendimento

Integrado/UAI/DINT/COORIS/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades

Socioeducativas/SECRIANÇA e RTD Psiquiatria.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de data .

1. Metodologia de Busca da Literatura

1.2 Bases de dados consultadas

Realizou-se uma pesquisa a partir de publicações da Agência Nacional de Vigilância

Sanitária, Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde, Órgão de Classe e

Sociedade de Profissão, livros e artigos científicos.

1.3 Palavra(s) chaves(s)

Adolescente; Adolescente institucionalizado; Serviços de saúde do adolescente.

1.4 Período referenciado e quantidade de artigos relevantes

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Foram consideradas publicações referentes aos temas deste guia publicadas entre os

anos de 2002 e 2018 conforme referenciado.

2. Introdução

A atenção integral à saúde de adolescentes no Brasil é um tema que envolve

aspectos polêmicos e representa um desafio bastante considerável para estudiosos e,

principalmente, para os gestores públicos1.

Nesse contexto, a adolescência compreende uma etapa de importantes mudanças

físicas e psíquicas e trata-se de um período de transformações e de modificações entre a

vivência infantil no qual o adolescente está acostumado e uma nova fase chamada

adolescência, que não tendo o acompanhamento necessário pode resultar em

consequências que repercutirão por toda a vida2.

A Constituição Federal de 1988 em seus artigos 196 e 227, e o Estatuto da Criança

e do Adolescente - ECA em seu artigo 4º abordam a garantia do acesso à saúde da

população trazendo com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referentes à Saúde,

entre outros3.

Nessa perspectiva, o Ministério da saúde implantou a Política Nacional de Atenção

Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito com a Lei em Regime de Internação e

Internação Provisória (PNAISARI), por meio da Portaria nº 340, conclamando as unidades

federativas a elaborar o seu Plano Operativo Estadual (POE). O primeiro Plano do DF foi

aprovado pelos Conselhos de Saúde e dos Direitos da Criança e do Adolescente e

habilitado pelo MS em 2006.

Em 2014, o MS publicou a Portaria nº 1082, redefinindo as diretrizes da PNAISARI,

incluindo a medida socioeducativa de semiliberdade e estabelecendo novos critérios e fluxos

para adesão e operacionalização da atenção integral à saúde de adolescentes em

cumprimento de medidas socioeducativas. Dessa forma, a SES/DF foi incentivada a

elaborar nova versão do Plano, o qual foi denominado de Plano Operativo Distrital de

Atenção à Saúde de Adolescentes cumprindo medidas socioeducativas, aprovado pelos

Conselhos de Saúde e dos Direitos da Criança e do Adolescente em 2016 e habilitado pelo

MS em 2018.

Neste novo Plano ficou definido que cada unidade socioeducativa de internação e

internação provisória terá uma equipe de enfermagem dentro da unidade, ficando no

território de uma Equipe de Saúde da Família de referência (ESF) para o apoio nas ações

de atenção à saúde.

Assim, a enfermagem presta atendimento aos adolescentes através de ações de

caráter básico, como: acolhimento, consulta de enfermagem, administração de medicações,

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realização de curativos, ações de promoção e educação em saúde, acompanhamento das

necessidades de saúde dos jovens, entre outras3.

Baseado nisso, a situação se agudiza exponencialmente no que diz respeito ao

asseguramento do direito à saúde de adolescentes que cometeram algum ato infracional

grave o suficiente para ingressar no sistema socioeducativo e demandar o cumprimento de

medida socioeducativa de internação e/ou internação provisória, conforme normativas

presentes no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)1.

Dessa forma, quando um adolescente comete algum ato infracional, ou seja, viola

as normas estabelecidas do dever jurídico estes são submetidos a medidas

socioeducativas4,5.

De acordo com o artigo 121 do ECA, a internação constitui medida privativa da

liberdade, sujeita a princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição da

pessoa em desenvolvimento e é indicada para atos infracionais graves, por tempo

indeterminado e não excedendo a três anos6,7.

Nesse contexto, a equipe de Enfermagem que presta assistência para adolescentes

em cumprimento de medida socioeducativa de internação precisa oferecer uma assistência

integral, humanizada e voltada para as necessidades desse público específico, sempre

considerando as características biopsicossociais deste ciclo de vida. Assim, deve-se prover

o cuidado de enfermagem com a utilização de práticas e técnicas adequadas, conforme as

necessidades e visando a prevenção de agravos do adolescente internado4.

Dessa maneira, faz-se necessária a definição de padrões e ampliação da cultura de

qualidade dos serviços da enfermagem, tornando-se, assim, imprescindível o papel do

enfermeiro em implementar estratégias para que a sua equipe assegure aos pacientes a

assistência desejada. Uma ferramenta gerencial que o profissional enfermeiro pode utilizar

para melhorar a qualidade da assistência prestada é a padronização das intervenções de

enfermagem, por meio dos Procedimentos Operacionais Padrão (POP) e protocolos, que

deve ser construída juntamente com a sua equipe, levando em consideração a realidade do

serviço e estimulando o alcance de melhorias em suas atividades8.

Essa padronização de processos e procedimentos de enfermagem é utilizada como

ferramenta de gestão da qualidade da instituição. Deve ser realizada mediante a

identificação de prioridades, e, para seu sucesso, necessita envolver todas as pessoas

relacionadas com o trabalho de enfermagem e ser elaborada de forma coletiva, com

atualização periódica e difundida por meio de educação permanente9.

Nos vários cenários da atenção à saúde, a enfermagem com seus atores,

enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem busca garantir um atendimento

individualizado, personalizado, coletivo ou grupal em consonância com a natureza do seu

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cuidado, isto é, um cuidar compartilhador de princípios como integralidade, olhar holístico,

assertividade, sensibilidade, dignidade, sistematização, entre outros10.

Vantagens têm sido apontadas para o uso de protocolos de assistência, tais como:

maior segurança aos usuários e profissionais, redução da variabilidade de ações de

cuidado, melhora na qualificação dos profissionais para a tomada de decisão assistencial,

facilidade para a incorporação de novas tecnologias, inovação do cuidado, uso mais racional

dos recursos disponíveis e maior transparência e controle dos custos. Ainda como

vantagens, protocolos facilitam o desenvolvimento de indicadores de processo e de

resultados, a disseminação de conhecimento, a comunicação profissional e a coordenação

do cuidado11.

A existência de protocolo não anula a autonomia profissional – o profissional é

sempre responsável pelo que faz ao utilizar ou não um protocolo. Ao optar por não seguir

um protocolo institucional, o profissional deve ter bem claras as razões para não o fazer, e

quais evidências científicas dão suporte a essa decisão11.

Para construção desse guia, realizou-se uma pesquisa a partir de publicações da

Fundação Casa de São Paulo, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da

Saúde, Organização Mundial da Saúde, Conselhos Federal e Regional de Enfermagem,

documentos de hospitais e artigos científicos.

Com a aplicação da padronização dos procedimentos, objetiva contribuir, de forma

ética, crítica e responsável, a transformação das práticas e a consequente ampliação da

qualidade assistencial e autonomia da enfermagem.

Portanto, este Guia de Enfermagem na Atenção ao Adolescente em Cumprimento

de Medida Socioeducativa deverá ser aplicado em todas as Unidades de Internação que

possuem equipe de enfermagem prestando assistência e cuidados direcionados a estes.

3. Justificativa

A adoção de protocolos de atenção à saúde dos adolescentes em cumprimento de

medida socioeducativa do Distrito Federal pode proporcionar maior satisfação para a equipe

de enfermagem e para o usuário, maior segurança na realização dos procedimentos e,

consequentemente, maior segurança para este usuário, objetivando garantir um cuidado

livre de variações indesejáveis na sua qualidade final, assim como implementar e controlar

as ações assistenciais de enfermagem permeadas pela visão de integralidade; tratando-se

de um importante instrumento para a implementação de boas práticas devendo funcionar

efetivamente como material de consulta no dia a dia dos profissionais de enfermagem.

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4. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à

Saúde (CID-10)

Não se aplica.

5. Diagnóstico Clínico ou Situacional

Os principais agravos que acometem os adolescentes foram obtidos pela aplicação

do Instrumento: Perfil de Saúde dos Adolescentes das Unidades Socioeducativas de

internação e internação provisória do DF no período de 2010 a 2015. Esse instrumento foi

elaborado pelo Grupo Gestor do POD-DF com a finalidade de obter o perfil de saúde da

população adolescente cumprindo medida socioeducativa.

Foi verificado que 70% dos diagnósticos são referentes a questões psicossociais e

30% correspondem aos agravos biológicos. Os principais diagnósticos psicossociais são:

abuso/dependência de substâncias psicoativas, distúrbios de conduta, violência familiar e

opressão familiar, conflitos familiares, transtornos mentais decorrentes ou não do abuso de

drogas (depressão, ansiedade, fobias, psicoses, transtorno do estresse pós-traumático,

dificuldade escolar/distúrbio de aprendizagem, alcoolismo parental, dentre outros). Quanto

aos diagnósticos orgânicos, os mais prevalentes são: alterações em saúde bucal, infecções

sexualmente transmissíveis (IST), dermatoses, distúrbios respiratórios, distúrbios

gastrointestinais, cefaleias, acne, dislipidemias e sobrepeso.

Em relação às adolescentes do sexo feminino, além das questões descritas acima,

ocorrem: tensão pré-menstrual, IST, alterações ginecológicas e intercorrências decorrentes

da gravidez, parto e puerpério.

Constatou-se que as demandas devido ao uso abusivo de drogas e à história de

vida dos adolescentes e suas famílias são potencializadas pelo sofrimento psíquico

provocado pela privação de liberdade.

6. Critérios de Inclusão

O Guia de Enfermagem na Atenção ao Adolescente em Cumprimento de Medida

Socioeducativa deverá ser aplicado em todas as Unidades de Saúde do Sistema

Socioeducativo do Distrito Federal.

7. Critérios de Exclusão

Pacientes submetidos a algum tipo de procedimento ou cuidado em serviços de saúde

não descritos nos critérios de inclusão.

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8. Conduta

Seguir as condutas e orientações descritas em cada POP deste Guia.

8.1 Conduta Preventiva

Não se aplica.

8.2 Tratamento Não Farmacológico

Não se aplica.

8.3 Tratamento Farmacológico

Não se aplica.

8.3.1 Fármaco(s)

Não se aplica.

8.3.2 Esquema de Administração

Não se aplica.

8.3.3 Tempo de Tratamento – Critérios de Interrupção

Não se aplica.

9. Benefícios Esperados

Incentivar o fortalecimento, organização, integração e normatização dos processos

de trabalho das Unidades de Saúde do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal.

10. Monitorização

A monitorização será de acordo com o descrito em cada POP deste Guia enquanto o

usuário estiver na Unidade Socioeducativa; e após liberdade, os casos deverão ser

acompanhados pelas Unidades Básicas de Saúde de referência do usuário , realizando

encaminhamentos para outros serviços e níveis de atenção.

11. Acompanhamento Pós-tratamento

Não se aplica.

12. Termo de Esclarecimento e Responsabilidade – TER

A Constituição Federal (CF) disserta sobre alguns deveres do Estado. Em

consonância a isso, é mister registrar os deveres do Estado com o adolescente a luz da CF

de 1988. O artigo 227 da CF dispõe:

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“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e

ao jovem, com a absoluta prioridade, o direito à vida, á saúde, à alimentação, à educação,

ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência

familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência.

Discriminação, exploração , violência, crueldade e opressão”.

Dessa forma, o adolescente que está privado de liberdade e em cumprimento de

medida socioeducativa de internação ou de internação provisória, a unidade em que está

internado é responsável por esse adolescente, podendo autorizar os procedimentos em

saúde, sendo os responsáveis por esses adolescentes fora da unidade informados

posteriormente.

13. Regulação/Controle/Avaliação pelo Gestor

Os dados coletados anualmente pela Diretoria de Saúde

Mental/COORPSAM/SUBSIS/SECRIANÇA, Gerência de Serviços de Enfermagem na

Atenção Primária e Secundária/DIENF/COASIS/SAIS/SES e pela Gerência de Atenção à

Saúde de Populações em Situação Vulnerável e Programas

Especiais/DAEAP/COAPS/SAIS/SES, através dos indicadores pactuados neste protocolo,

servirão para o planejamento das ações dos gestores de cada localidade e das áreas

técnicas responsáveis.

Outro aspecto relevante refere-se ao acompanhamento constante da aplicação dos

protocolos – adequação, pertinência, capacidade de induzir novas respostas e atualização

que acontecerá a cada dois anos. Esse acompanhamento poderá criar um espaço

importante de produção de novas evidências científicas sobre a utilização de protocolos na

atenção à saúde dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa no SUS.

A avaliação e monitorização dos protocolos serão realizadas a partir de indicadores

já pactuados, a saber:

1. Percentual de adolescentes com diagnóstico de DST na Unidade Socioeducativa de

Internação nos últimos 12 meses;

2. Percentual de adolescentes com diagnóstico de HIV na Unidade Socioeducativa de

Internação nos últimos 12 meses;

3. Percentual de Unidades Socioeducativas de Internação que disponibilizam

preservativos internamente;

4. Percentual de adolescentes privados de liberdade que realizaram teste rápido de HIV

nos últimos 12 meses;

5. Percentual de Unidades Socioeducativas de Internação que possibilitam a visita

íntima aos adolescentes;

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6. Percentual de adolescentes grávidas na Unidade Socioeducativa de Internação que

realizaram pré-natal na rede SUS nos últimos 12 meses;

7. Percentual de adolescentes na Unidade Socioeducativa de Internação que

realizaram ao menos uma consulta ginecológica nos últimos 12 meses;

8. Percentual de adolescentes com diagnóstico de transtorno mental da Unidade

Socioeducativa de Internação em acompanhamento na Rede de Atenção

Psicossocial;

9. Percentual de adolescentes da Unidade Socioeducativa de Internação que fazem

uso de medicação psicotrópica mediante prescrição médica nos últimos 12 meses;

10. Percentual de adolescentes na Unidade Socioeducativa de Internação que foram

diagnosticados por uso abusivo e/ou dependência de álcool e outras drogas nos

últimos 12 meses;

11. Percentual de adolescentes na Unidade Socioeducativa de Internação que tentaram

suicídio nos últimos 12 meses;

12. Percentual de adolescentes na Unidade Socioeducativa de Internação que vieram a

óbito em decorrência de violências nos últimos 12 meses;

13. Percentual de notificações de violência contra adolescentes na Unidade

Socioeducativa de Internação nos últimos 12 meses;

14. Número de ações de promoção da saúde e ações educativas realizadas na Unidade

Socioeducativa de Internação nos últimos 12 meses;

15. Percentual de adolescentes com calendário vacinal atualizado na Unidade

Socioeducativa de Internação nos últimos 12 meses;

16. Percentual de adolescentes que realizaram ao menos uma consulta odontológica na

Unidade Socioeducativa de Internação nos últimos 12 meses;

17. Percentual de adolescentes que realizaram pelo menos uma avaliação clínica na

Unidade Socioeducativa de Internação nos últimos 12 meses;

18. Percentual de adolescentes com diagnóstico de dermatoses na Unidade

Socioeducativa de Internação nos últimos 12 meses;

19. Percentual de adolescentes com diagnóstico de doenças respiratórias na Unidade

Socioeducativa de Internação nos últimos 12 meses.

14. Referências Bibliográficas

1. FERNANDES, F.M.B; RIBEIRO, J.M; MOREIRA, M.R. A saúde do adolescente

privado de liberdade: um olhar sobre políticas, legislações, normatizações e

seus efeitos na atuação institucional. Saúde Debate. 2015;39(n. especial):120-

131.

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2. MONTEIRO, E.M.L.M. et al. Percepção de adolescentes infratoras submetidas

à ação socioeducativa sobre assistência à saúde. Esc Anna Nery.

2011;15(2):323-330.

3. SÃO PAULO. Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente:

Fundação Casa. Manual de rotinas e procedimentos de enfermagem. São Paulo,

2015.

4. COSTA, R.F; QUEIROZ ,M.V.O; ZEITOUNE, R.C.G. Cuidados aos

adolescentes na atenção primária: perspectivas de integralidade. Esc. Anna

Nery. 2012;16(3):466-472.

5. FRANCISCHINI, R; CAMPOS, H.R. Adolescente em conflito com a lei e

medidas socioeducativas: Limites e (im)possibilidades. Psico. 2005;36(3):267-

273.

6. ESPÍNDULA, D.H.P; SANTOS, M.F.S. Representações sobre a adolescência a

partir da ótica dos educadores sociais de adolescentes em conflito com a lei.

Psicologia em estudo. 2004;9(3):357-367.

7. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente: disposições constitucionais

pertinentes. 6 ed. Brasília: Senado Federal; 2005.

8. SALES, C.B. et al. Protocolos Operacionais Padrão na prática profissional da

enfermagem: utilização, fragilidades e potencialidades. Rev. Bras. Enferm.

Brasília, v. 71, n. 1, p. 126-134, fev. 2018 . Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-

71672018000100126&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 28 ago. 2018.

http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0621

9. COREN-GO. Padronização na Enfermagem: o que é, como se faz e para quê?

COREN-GO: Goiânia, mar. 2014. Disponível em:

http://www.corengo.org.br/padronizacao-na-enfermagem-o-que-e-como-se-faz-e-

para-que_2585.html. Acesso em 28 ago.2018.

10. ROSSO, C.F.W.et al. Protocolo de enfermagem na atenção primária à saúde

do Estado de Goiás – Goiânia: Conselho Regional de Enfermagem de Goiás, 2014.

11. PIMENTA, C.A.M.et al. Guia para construção de protocolos assistenciais de

enfermagem. COREN-SP – São Paulo: COREN-SP, 2015.

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6. PROCEDIMENTOS

6.1 Curativo.............................................................................................................................11

6.2 Cateterismo Vesical de Alívio...........................................................................................24

6.3 Aferição da Pressão Arterial.............................................................................................28

6.4 Retirada de Pontos Cirúrgicos..........................................................................................32

6.5 Limpeza Manual de Instrumentais....................................................................................37

6.6 Contenção Mecânica e Física...........................................................................................40

7. PROTEÇÃO INDIVIDUAL DO PROFISSIONAL

7.1 Uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI) .........................................................51

8. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

8.1 Administração de Medicação Via Intramuscular.........................................................54

8.2 Administração de Medicação Via Intramuscular.........................................................59

8.3 Administração de Medicação Via Inalação/Nebulização..............................................63

8.4 Administração de Medicação Via Ocular...................................................................66

8.5 Administração de Medicação Via Oral.......................................................................69

8.6 Administração de Medicação Via Subcutânea...........................................................72

8.7 Administração de Benzilpenicilina Benzatina.............................................................76

8.8 Terapia de Reidratação Oral (TRO) .........................................................................80

9. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

9.1 Notificação Compulsória de Febre Amarela...............................................................83

9.2 Notificação Compulsória de Febre Maculosa.............................................................89

9.3 Notificação Compulsória de Hanseníase...................................................................95

9.4 Notificação Compulsória de Hantavirose.................................................................100

9.5 Notificação Compulsória de Leptospirose................................................................107

9.6 Notificação Compulsória de Leishmaniose Visceral (LV) ..........................................114

9.7 Notificação Compulsória de Malária........................................................................120

9.8 Notificação Compulsória de Tuberculose.................................................................125

9.9Notificação Compulsória de Chikungunya (CHIKV) ..................................................132

9.10 Notificação Compulsória de Dengue.....................................................................138

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Procedimento Operacional Padrão

6. PROCEDIMENTOS:

6.1 CURATIVO

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Oferecer assistência adequada para realização de curativos por meio de conjunto de

ações necessárias para um ambiente seguro e facilitador do processo de trabalho,

assegurando atendimento humanizado e qualidade de assistência ao usuário

portador de feridas;

Benefícios Esperados:

o Evolução satisfatória da lesão/ ferida com diminuição de sua área;

o Ausência de sinais e sintomas de reações inflamatórias;

o Padronização do procedimento para equipe de enfermagem (ver ficha de

avaliação da ferida);

o Manutenção da integridade da pele do usuário do sistema socioeducativo.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

A pele tem várias funções, como por exemplo:

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Proteger o organismo contra a ação de agentes externos (físicos, químicos e

biológicos);

Impedir a perda excessiva de líquidos;

Manter a temperatura corporal;

Sintetizar a vitamina D;

Agir como órgão dos sentidos.

Quando ocorre a descontinuidade do tecido epitelial, das mucosas ou de órgãos, as

funções básicas de proteção da pele são comprometidas. A ferida resultante dessa

descontinuidade pode ser causada por fatores extrínsecos, como incisão cirúrgica, trauma, e

por fatores intrínsecos, como as produzidas por infecção.

A cicatrização é um processo fisiológico e dinâmico que busca restaurar a

continuidade dos tecidos. Conhecer a fisiopatologia da cicatrização e os fatores que podem

acelerá-la ou retardá-la proporciona uma melhor avaliação e a escolha do tratamento mais

adequado.

Características das feridas

As feridas podem ser classificadas quanto à causa, ao conteúdo microbiano, ao

tempo de cicatrização, ao grau de abertura e ao tempo de duração.

Quanto à causa, as feridas podem ser:

Cirúrgicas: feridas provocadas intencionalmente, mediante incisão (quando não há

perda de tecido e as bordas são geralmente fechadas por sutura); excisão (quando

há remoção de uma área de pele (por exemplo: área doadora de enxerto)); punção:

(quando resultam de procedimentos terapêuticos diagnósticos (por exemplo,

cateterismo cardíaco, punção de subclávia, biópsia, entre outros)).

Traumáticas: feridas provocadas acidentalmente por agente mecânico (contenção,

perfuração ou corte); químico (iodo, cosméticos, ácido sulfúrico); físico (frio, calor ou

radiação).

Ulcerativas: feridas escavadas, circunscritas na pele (formadas por necrose,

sequestração do tecido), resultantes de traumatismo ou doenças relacionadas com o

impedimento do suprimento sanguíneo. As úlceras de pele representam uma

categoria de feridas que incluem úlceras por pressão, de estase venosa, arteriais e

diabéticas.

Quanto ao conteúdo microbiano, as feridas podem ser:

Limpas: feridas em condições assépticas e sem micro-organismos;

Limpas contaminadas: feridas com tempo inferior a 6 horas entre o trauma e o

atendimento, sem contaminação significativa;

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Contaminadas: feridas ocorridas com tempo maior que 6 horas entre o trauma e o

atendimento, sem sinal de infecção;

Infectadas: feridas com presença de agente infeccioso no local e com evidência de

intensa reação inflamatória e destruição de tecidos, podendo conter exudato

purulento.

Quanto ao tipo de cicatrização, as feridas podem ser:

De cicatrização por primeira intenção: feridas fechadas cirurgicamente com

requisitos de assepsia e sutura das bordas; nelas não há perda de tecidos e as

bordas da pele e/ou seus componentes ficam justapostos;

De cicatrização por segunda intenção: feridas em que há perda de tecidos e as

bordas da pele ficam distantes, nelas a cicatrização é mais lenta do que nas de

primeira intenção;

De cicatrização por terceira intenção: feridas corrigidas cirurgicamente após a

formação de tecido de granulação ou para controle da infecção, a fim de que

apresentem melhores resultados funcionais e estéticos.

Quanto ao grau de abertura, as feridas podem ser:

Abertas: feridas em que as bordas da pele estão afastadas;

Fechadas: feridas em que as bordas da pele estão justapostas.

Quanto ao tempo de duração, as feridas podem ser:

Agudas: quando são feridas recentes;

Crônicas: feridas que têm um tempo de cicatrização maior que o esperado devido a

sua etiologia. São feridas que não apresentam a fase de regeneração no tempo

esperado, havendo um retardo na cicatrização.

Avaliação da ferida

Para a escolha de um curativo adequado, é essencial uma avaliação criteriosa da

ferida e o estabelecimento de um diagnóstico de enfermagem acurado. Para tanto, é

necessário levar em consideração as evidências clínicas observadas quanto à localização

anatômica, forma, tamanho, profundidade, bordos, presença de tecido de granulação e

quantidade de tecido necrótico, sua drenagem e as condições da pele perilesional.

A sistematização do tratamento de feridas ocorre por meio de ações simples que

visam remover as barreiras que impedem a cicatrização. Essas barreiras são expressas na

palavra TIME, onde cada letra significa uma barreira a ser removida da lesão.

As letras da sigla TIME referem-se às palavras inglesas tissue (tecido não viável),

infection (infecção/inflamação), moisture (manutenção do meio úmido) e edge (epitelização

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das bordas da lesão). São quatro componentes da cicatrização da ferida importantes na

preparação do leito e na orientação das decisões terapêuticas dos profissionais.

Para atingir um bom resultado em termos de cicatrização, é preciso observar esses

quatro princípios, sendo necessário que cada um deles apresente um status adequado para

que seja possível a progressão do processo cicatricial:

T (Tecido inviável) - para o preparo da ferida, é necessário avaliar as condições do

tecido. Se ele estiver inviável, necrótico ou deficiente, é recomendável realizar o

desbridamento, que pode ser instrumental, autolítico, enzimático, mecânico ou

biológico. O desbridamento tem a finalidade de remover o tecido desvitalizado,

restaurar a base da ferida e da matriz extracelular e obter tecido viável no leito da

ferida.

I (Infecção ou inflamação) - trata-se aqui do tecido com alta contagem bacteriana

ou inflamação prolongada, com número elevado de citocinas inflamatórias. Atividade

das proteases e baixa atividade dos fatores de crescimento são prejudiciais para a

cicatrização. Nessa situação é necessário realizar a limpeza da ferida e avaliar as

condições tópicas sistêmicas e o uso de anti-inflamatórios e antimicrobianos.

M (Manutenção da umidade) - para que ocorra a cicatrização, é necessário o

equilíbrio da umidade da ferida. Enquanto o leito da ferida ressecado ocasiona uma

migração lenta das células epiteliais, o excesso de exsudato também é prejudicial,

pois pode provocar maceração da margem e da pele perilesional. Nessas condições,

é preciso estimular a migração das células epiteliais, para evitar ressecamento e

maceração, e controlar o edema e o excesso de fluidos.

E (Epitelização das bordas) – é a situação em que, no processo de cicatrização, há

progressão da cobertura epitelial a partir das bordas. O tratamento da ferida envolve

a avaliação das condições clínicas do paciente, o uso de analgésicos, o cuidado com

o curativo e o desbridamento do tecido inviável. Também é necessária a avaliação

diária da evolução da ferida no sentido de continuar ou modificar as condutas até

então estabelecidas.

Nesse caso, deve-se avaliar todo o processo, observando as causas e optando por

uma das terapias corretivas, que poderá ser desbridamento do tecido morto, enxerto de pele

no local, uso de agentes biológicos e terapias adjuntas.

Com o uso das terapias adequadas, ocorre a migração de queratinócitos e resposta

das células, com restauração apropriada do perfil de proteases, cujo resultado é o avanço

da margem da ferida.

Tipos de curativos

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O tipo de curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a localização e o

tamanho da ferida. Em alguns casos é necessária uma compressão, em outros a lavagem

exaustiva com solução fisiológica e outros exigem imobilização com ataduras. Nos curativos

em orifícios de drenagem de fístulas entéricas a proteção da pele sã em torno da lesão é o

objetivo principal.

Curativo semi-oclusivo: Este tipo de curativo é absorvente e comumente utilizado

em feridas cirúrgicas, drenos, feridas exsudativas, absorvendo o exsudato e

isolando-o da pele adjacente saudável.

Curativo oclusivo: não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira

mecânica, impede a perda de fluídos, promove isolamento térmico, veda a ferida, a

fim de impedir enfisema, e formação de crosta.

Curativo compressivo: Utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, promover a estase

e ajudar na aproximação das extremidades da lesão.

Curativos abertos: São realizados em ferimentos que não há necessidade de

serem ocluídos. Feridas cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes pequenos, suturas,

escoriações são exemplos deste tipo de curativo. Normalmente, os curativos são

divididos em primários, quando usados em contato direto com o tecido lesado, e

secundários, quando colocados sobre o curativo primário. Alguns curativos requerem

a utilização de cobertura secundária para manter a umidade adequada.

São vantagens do meio úmido:

Evitar traumas;

Reduzir a dor;

Manter a temperatura;

Remover tecido necrótico;

Impedir a formação de esfacelos;

Estimular a formação de tecido viável;

Promover maior vascularização.

Desbridamento

O desbridamento envolve a remoção de tecido não viável e de bactérias, para

permitir a regeneração do tecido saudável subjacente. Durante o procedimento, é

necessário evitar danos ao tecido de granulação. O desbridamento pode ser efetuado

através de técnica cirúrgica, mecânica, enzimática ou autolítica. Cada procedimento possui

vantagens, desvantagens e indicações para o seu uso. A combinação das técnicas pode ser

o método mais eficaz. Para definir a melhor conduta, cada caso deve ser avaliado.

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6. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

O procedimento de prevenção e cuidado às feridas deve ser executado no contexto

do Processo de Enfermagem, atendendo-se às determinações da Resolução Cofen nº

358/2009, da Resolução Cofen nº 567/2018 e aos princípios da Política Nacional de

Segurança do Paciente.

I. Compete ao enfermeiro:

Estabelecer prescrição de medicamentos/coberturas utilizados na prevenção e

cuidado às feridas estabelecidos em protocolos da SES/DF;

Realizar curativos de feridas em Estágio III e IV;

Os curativos de feridas em Estágio III, após sua avaliação, poderão ser delegados ao

Técnico de Enfermagem;

Executar o desbridamento autolítico, instrumental, químico e mecânico;

Estabelecer uma política de avaliação dos riscos potenciais, através de escalas

validadas para a prevenção de feridas;

Desenvolver e implementar plano de intervenção quando um indivíduo é identificado

como estando em risco de desenvolver úlceras por pressão, assegurando-se de uma

avaliação completa e continua da pele;

Avaliar estado nutricional do paciente através de seu IMC e se necessário utilizar-se

de indicadores nutricionais como: hemoglobina, albumina sérica;

Participar de programas de educação permanente para incorporação de novas

técnicas e tecnologias, tais como coberturas de ferida, terapia por pressão negativa,

entre outros;

Executar os cuidados de enfermagem para os procedimentos de maior complexidade

técnica e aqueles que exijam tomada de decisão imediata;

Garantir com eficácia e eficiência o reposicionamento no leito (mudança de

decúbito), devendo estar devidamente prescrito no contexto do processo de

enfermagem;

Coordenar e/ou participar de testes de produtos/medicamentos a serem utilizados na

prevenção e tratamento de feridas;

Prescrever cuidados de enfermagem aos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem,

observadas as disposições legais da profissão;

Utilização de materiais, equipamentos e medicamentos que venham a ser aprovados

pela Anvisa para a prevenção e cuidado às feridas;

Utilização de tecnologias na prevenção e cuidado às feridas, desde que haja

comprovação científica e aprovação pela Anvisa;

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Página 17

Quando necessário, realizar registro fotográfico para acompanhamento da evolução

da ferida, desde que autorizado formalmente pelo paciente ou responsável, através

de formulário institucional;

Registrar todas as ações executadas e avaliadas no prontuário do paciente, quanto

ao cuidado com as feridas.

II. Compete ao técnico de enfermagem:

Realizar curativo nas feridas em estágio I e II;

Auxiliar o enfermeiro nos curativos de feridas em estágio III e IV;

Realizar o curativo nas feridas em estágio III, quando delegado pelo enfermeiro;

Orientar o paciente quanto aos procedimentos realizados e aos cuidados com a

ferida;

Registrar no prontuário do paciente a característica da ferida, procedimentos

executados, bem como as queixas apresentadas e/ou qualquer anormalidade,

comunicando ao enfermeiro as intercorrências;

Executar as ações prescritas pelo enfermeiro;

Manter-se atualizado participando de programas de educação permanente.

7. Materiais Necessários

Álcool a 70%;

Bandeja não estéril;

Luvas de procedimento;

Luvas estéreis;

Soro fisiológico a 0,9% (preferencialmente aquecido 37°);

Agulha estéril de calibre 40x12;

Pacote de curativo estéril contendo 1 pinça, uma tesoura e uma lâmina de bisturi

com cabo (preferencialmente recomenda-se o uso de pinças estéreis sempre que

disponível);

Pacotes com Gaze estéril;

Compressa/acolchoado estéril;

Adesivo específico ou filme de poliuretano ou esparadrapo impermeável;

Atadura de Crepom, se necessário;

Cobertura primária selecionada (conforme avaliação do enfermeiro ou prescrição de

enfermagem);

Bacia estéril, se necessário;

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Equipamento de proteção individual: gorro, máscara cirúrgica, óculos de proteção

avental ou capote não estéril e luvas de procedimento;

Saco plástico ou forro impermeável;

Lixeira para resíduo infectante;

Biombo, sempre que necessário.

8. Descrição da Técnica

1. Identificar o paciente;

2. Apresentar-se ao paciente e/ou acompanhante;

3. Higienizar as mãos;

4. Obter informação sobre o tamanho, localização da ferida e condições gerais do

paciente portador da lesão (comorbidades, alergias, entre outros);

5. Seguir a prescrição para o procedimento de troca de curativo quando for atribuído ao

técnico de enfermagem;

6. Higienizar as mãos;

7. Reunir e organizar todo o material necessário ao procedimento;

8. Explicar o procedimento ao paciente;

9. Colocar equipamento de proteção individual (EPI);

10. Colocar as luvas de procedimento e remover o curativo anterior com o cuidado de

não aumentar a lesão;

11. Remover cuidadosamente os curativos de gaze, uma camada de cada vez;

12. Umidificar o curativo com solução fisiológica caso apresentar-se seco sobre o leito da

ferida e retirar a cobertura com cuidado;

13. Observar as características gerais, tais como tamanho e profundidade, tipo de lesão,

tipo de tecido presente, presença e características do exsudado, fístulas, áreas

‘solapadas” ou cavidades, e, exposição de tecidos adjacentes (músculo, tendões e

ossos), avaliação da dor, presença de microrganismos e tempo da ferida;

14. Dobrar os curativos com drenagem e remover as luvas puxando a parte interna

sobre o curativo a ser descartado;

15. Descartar as luvas e curativos sujos no saco de lixo adequado;

16. Higienizar as mãos;

17. Usar luvas apropriadas (luvas de procedimento com pinças estéreis ou luvas

estéreis);

18. Utilizar solução fisiológica estéril para a irrigação e limpeza da ferida;

19. Proceder a limpeza da ferida;

20. Limpar a ferida do local menos contaminado para o mais contaminado;

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Página 19

21. Se houver mais de uma ferida, iniciar pela menos contaminada;

22. Nunca abrir e trocar curativo de ferida limpa ao mesmo tempo em que estiver

trocando a ferida contaminada.

Curativos em feridas cirúrgicas e/ou ferida limpa e fechada

O curativo deve ser realizado com soro fisiológico e mantido fechado nas primeiras

24 horas após a cirurgia, passado este período a incisão deve ser exposto e lavado com

água e sabão. Se houver secreção (sangue ou seroma) manter curativo semioclusivo na

seguinte técnica:

1. Limpar a incisão principal, utilizando as duas faces das gazes, sem voltar ao início da

incisão;

2. Trocar as gazes e limpar as regiões laterais da incisão cirúrgica após ter feito a

limpeza da incisão principal;

3. Trocar as gazes e secar a incisão cirúrgica;

4. Ocluir com cobertura indicada (Ver fluxo de tratamento).

Curativos de feridas abertas contaminadas

Feridas abertas contaminadas e/ou infectadas: apresenta-se com secreção

purulenta, tecido necrosado ou desvitalizado. O curativo deve ser mantido limpo e oclusivo,

o número de trocas está diretamente relacionado à quantidade de drenagem, devendo ser

trocado sempre que houver excesso de exsudato para evitar colonização e maceração das

bordas ou conforme prescrição:

1. Iniciar a limpeza da ferida da parte menos contaminada para a mais contaminada;

2. Se necessário, remover os tecidos desvitalizados, utilizando desbridamento com

instrumento de corte (apenas enfermeiros/médicos podem realizar o desbridamento

mecânico); ou remoção mecânica com gaze embebecida em SF 0,9% (Ver fluxo de

tratamento).

Aplicação de solução e/ou oclusão com a cobertura

1. Aplicar a solução prescrita e/ou cobertura adequada a cada tipo de lesão;

2. Fixar o curativo com esparadrapo/fita adesiva microporosa/fita transpore de acordo

com a necessidade e disponibilidade;

3. Nos casos de utilização de ataduras, fazê-lo no sentido da circulação venosa (distal

para proximal), com o membro apoiado, tendo o cuidado de não comprimir em

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Página 20

demasia; identificar o curativo com o tipo de cobertura utilizada, data e nome de

quem realizou o procedimento;

4. Orientar o paciente ou acompanhante quanto aos cuidados com o curativo,

sinais/sintomas de complicações e retorno para avaliação;

5. Reunir materiais que foram utilizados e dar destino adequado a eles, assim como

com o lixo e resíduos provenientes do procedimento;

6. Remover EPI e dar destino adequado aos mesmos;

7. Lavar as mãos;

8. Fazer o registro da atividade no prontuário do paciente e/ou boletins de produção

e/ou fichas de evolução de feridas (Anexo 2).

9. Recomendações/Observações

Oferecer orientações de cuidados com a pele e avaliação das feridas cirúrgicas com

alerta aos sinais e sintomas de reações inflamatórias: dor, calor, rubor, edema e

perda da função;

Usar coberturas padronizadas pela SES-DF conforme necessidade estabelecida pelo

fluxo de tratamento em anexo 1;

Seguir o Guia de Indicação do uso da coberturas disponível em:

http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/04/INDICA%C3%87%C3%83O-DOS-

CURATIVOS-2019.pdf

A avaliação deverá ser realizada pelo enfermeiro verificando a taxa de cura de

lesões/feridas de pele com objetivo de melhoria na qualidade da assistência de

enfermagem.

10. Referências

BRASIL. Resolução COFEN nº 567/2018. Regulamenta a atuação da Equipe de

Enfermagem no Cuidado aos pacientes com feridas. Disponível

http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-567-2018_60340.html. Acessado em

10/09/2018.

POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos da Enfermagem. Vol. II. 8º ed.: Rio de

Janeiro: ELSEVIER, 2013.

SANTOS, J.B. et al. Avaliação e tratamento de feridas. Hospital das clínicas Porto Alegre.

Porto Alegre, 2012.

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Página 21

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DF. Manual de Procedimentos de Enfermagem.

Brasília, 2013. 228 p.

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ANEXO 1

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Página 24

FICHA DE AVALIAÇÃO DE FERIDAS

CONDUTA:________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

OBS:_____________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

ENFERMEIRO: _____________________________________________________________

ANEXO 2

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Página 25

Procedimento Operacional Padrão

6. PROCEDIMENTOS:

6.2 CATETERISMO VESICAL DE ALIVIO

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Esvaziar a bexiga em casos de retenção urinária;

Coleta de material para exames.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

É um procedimento estéril que consiste na introdução de uma sonda no interior da

bexiga, através da uretra, a fim de drenar a urina, sendo removida após atingida a finalidade

do procedimento.

6. Materiais Necessários

Bandeja de cateterismo vesical;

Sonda uretral (tipo nelaton) 12 ou 14;

Saco coletor sistema aberto;

Antisséptico;

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Página 26

Gel hidrossolúvel (tipo lidocaína);

Luvas de procedimento e 02 pares de luvas estéreis;

Seringa 20 ml;

Biombo;

EPI.

7. Descrição da Técnica

1. Apresentar-se, conferir nome completo, explicar o procedimento;

2. Promover a privacidade do paciente;

3. Higienizar as mãos;

4. Posicionar o paciente: Feminino – posição dorsal, supino com joelhos flexionados;

Masculino – posição dorsal;

5. Calçar luvas de procedimento e realizar higiene intima rigorosa com água e sabão

(em caso de paciente dependente). Orientar higienização prévia ao paciente

independente;

6. Retirar luvas de procedimento e higienizar as mãos;

7. Abrir a bandeja de cateterismo e adicionar os materiais descartáveis (sonda uretral,

seringa de 20 ml, gazes estéreis e sistema coletor aberto);

8. Calçar luvas estéreis;

9. Com auxílio de outro profissional, colocar o gel hidrossolúvel em uma seringa de 20

ml (se paciente masculino);

10. Realizar a antissepsia do meato uretral: Feminino: com a mão não dominante,

retrair os grandes lábios e manter a posição ao longo do procedimento. Usando a

pinça na mão dominante, pegar gazes estéreis em solução antissépticas e limpar a

área do períneo, limpando da frente para trás do clitóris na direção do ânus. Com

uma nova gaze para cada área, limpar ao longo da dobra dos grandes lábios e

diretamente sobre o centro do meato urinário. Masculino: retrair o prepúcio com a

mão não dominante, segurar o pênis abaixo da glande. Manter a mão não

dominante na posição ao logo do procedimento. Com a mão dominante, pegar uma

gaze com a pinça e limpar o pênis. Fazer movimento circular do meato uretral para

baixo até a base da glande. Repetir a limpeza três vezes usando uma gaze limpa a

cada vez.

11. Retirar as luvas;

12. Higienizar as mãos;

13. Colocar novo par de luvas estéreis;

14. Posicionar o campo fenestrado sobre genitália;

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Página 27

15. Lubrificar a sonda com o gel hidrossolúvel. No homem poderá ser injetado o gel

diretamente na uretra por meio de seringa de 20 ml;

16. Introduzir a sonda delicadamente no meato uretral até observar a drenagem de

urina. Quando masculino, levantar o pênis na posição perpendicular ao corpo do

pênis;

17. Ao observar o retorno de urina, clampear a sonda e conectá-la ao sistema coletor

aberto, liberando a drenagem vesical em seguida;

18. Ao término da drenagem vesical, retirar a sonda cuidadosamente;

19. Observar volume drenado para anotação;

20. Reposicionar o prepúcio e remover o excesso de antisséptico da área do meato;

21. Lavar e secar a área perineal conforme necessário;

22. Organizar e encaminhar o material utilizado ao expurgo;

23. Retirar luvas e higienizar as mãos;

24. Checar e registrar o procedimento no prontuário anotando as características da

urina drenada.

8. Recomendações/Observações

As técnicas acima propostas deverão ser efetuadas preferencialmente por duas

pessoas, sendo uma para realizar o cateterismo e a outra para auxiliá-la;

No caso de ser realizado por uma única pessoa, observar se todo o material está

posicionado sobre o campo estéril antes de calçar as luvas estéreis;

Na equipe de enfermagem, esse procedimento é privativo ao enfermeiro;

Se houver resistência na introdução da sonda, interrompa o procedimento e

comunique ao médico para conduta;

O tamanho da sonda uretral deve ser avaliado conforme o meato uretral da paciente.

As sondas mais utilizadas em adultos são: nº 12 ou 14;

Deve-se capacitar o paciente/cuidador quando for realizar o procedimento em casa

(cateterismo intermitente limpo);

O anestésico para a lubrificação da sonda deve ser estéril e de uso único;

Em caso de retenção urinária, a drenagem da urina deverá ser lenta, de modo a

evitar o sangramento agudo da mucosa cervical;

Antes da passagem, pergunte sobre os antecedentes urológicos como doenças da

próstata, traumas uretrais, uretrite, cirurgia prévia, sondagem anterior, etc.

9. Referências

POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos da Enfermagem. Vol. II. 8º ed.: Rio de

Janeiro: ELSEVIER, 2013.

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SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE GOIÂNIA. Manual do curativo. Disponível em:

<http://www.santacasago.org.br/rotinas/ccih_manual_de_curativos.pdf> Acesso em:

28/08/2018.

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DF. Manual de Procedimentos de Enfermagem.

Brasília, 2013. 228 p.

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Procedimento Operacional Padrão

6. PROCEDIMENTOS:

6.3 AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar o procedimento para aferição de pressão arterial.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

Os sinais vitais são indicadores do estado de saúde e da garantia das funções

circulatórias, respiratória, neural e endócrina do corpo. A mensuração da PA é a medida da

pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias quando o sangue é ejetado na

corrente sanguínea pelo ventrículo esquerdo.

6. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

I. Técnico de Enfermagem:

Aferir os Sinais Vitais e em caso de não conformidade: comunicar ao enfermeiro as

alterações encontradas. O enfermeiro deverá estar atento e correlacionar os sinais

vitais aferidos com o quadro clínico do usuário. Caso não haja conduta prescrita para

resultados alterados nos sinais vitais comunicar ao enfermeiro responsável para

tomar as medidas cabíveis;

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Registrar os sinais vitais em impressos específicos: No caso de ausência de

anotação, o enfermeiro deverá pesquisar o motivo e orientar o responsável a cumprir

as normas;

Verificar novamente o sinal vital alterado, num prazo máximo de 40 minutos: em caso

de o usuário estar usando drogas vasoativas, aferir novamente no prazo máximo de

15 minutos.

II. Enfermeiro:

Além do descrito anteriormente juntamente assistencial ao técnico de enfermagem,

este deve:

o Supervisionar a rotina;

o Identificar os fatores contribuintes ao erro ou ao evento adverso: se

identificado, tomar medidas preventivas e propor educação em serviço.

7. Materiais Necessários

Esfigmomanômetro;

Estetoscópio;

Bandeja ou cuba rim;

Algodão;

Álcool a 70%;

Caderneta ou cartão de acompanhamento do paciente.

8. Descrição da Técnica

1. Realizar a desinfecção da bandeja ou cuba rim com álcool a 70%;

2. Higienizar as mãos;

3. Reunir o material necessário na bandeja ou cuba rim;

4. Explicar o procedimento ao usuário e deixá-lo em repouso de 3 a 5 minutos em

ambiente calmo;

5. Instruir o usuário a não conversar durante a medição. Possíveis dúvidas devem ser

esclarecidas antes ou depois do procedimento;

6. Certificar-se de que o usuário:

a. Esteja com a bexiga vazia;

b. Não tenha praticado exercícios físicos há pelo menos 60 minutos;

c. Não tenha ingerido bebidas alcoólicas, café ou alimentos;

d. Não tenha fumado nos 30 minutos anteriores.

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7. Posicionar o usuário sentado ou deitado, com pernas descruzadas, dorso recostado

na cadeira ou maca e relaxado;

8. Colocar o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para

cima;

9. Escolher o manguito adequado ao braço do paciente. A largura da bolsa de borracha

deve corresponder a 40% da circunferência do braço e o seu comprimento, envolver

pelo menos 80%;

10. Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital;

11. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;

12. Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial;

13. Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou o diafragma do

estetoscópio sem compressão excessiva;

14. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido

pela palpação;

15. Proceder a deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo);

16. Determinar a PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, após,

aumentar ligeiramente a velocidade de deflação;

17. Determinar a Pressão Arterial Diastólica (PAD) no desaparecimento dos sons (fase V

de Korotkoff);

18. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu

desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa;

19. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PAD no abafamento dos

sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da PAS/PAD/zero;

20. Realizar pelo menos duas verificações, com intervalo em torno de um minuto;

21. Informar o valor de PAS obtido para o paciente;

22. Realizar a desinfecção da bandeja, do estetoscópio e do esfigmomanômetro com

álcool a 70%;

23. Higienizar as mãos e anotar no cartão/caderneta e no prontuário do usuário os

valores exatos sem “arredondamentos”, além do braço em que a PAS foi verificada.

9. Recomendações/Observações

Para esfigmomanômetro semiautomáticos e automáticos, seguir recomendações do

fabricante;

As roupas não devem garrotear o membro em que irá se aferir a PAS;

Aferir a PAS na posição de pé, após 3 minutos, nos diabéticos e em outras situações

em que a hipotensão ortostática possa ser frequente ou suspeitada;

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Aferições adicionais deverão ser realizadas se as duas primeiras forem muito

diferentes;

Aferir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e usar o valor do braço

onde foi obtida a maior pressão como referência;

A aferição da PA em crianças é recomendada em toda avaliação clínica após os três

anos de idade, pelo menos anualmente, como parte do atendimento pediátrico

primário, devendo respeitar as padronizações estabelecidas para os adultos. A

interpretação dos valores de PA obtidos em crianças e adolescentes deve considerar

idade, sexo e altura. Para a avaliação dos valores de PA de acordo com essas

variáveis, devem-se consultar tabelas específicas;

Não aferir a pressão arterial em membros que tiverem: fístula endovenosa;

cateterismo; plegias; punção venosa; infusão de líquidos; membro que for do lado

mastectomizado do paciente.

Tabela 1: valores de referência pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Classificação Pressão Sistólica (mmHg) Pressão Diastólica (mmHg)

Ótima < 120 <80

Normal < 130 < 85

Limítrofe 130 – 139 85 – 89

Hipertensão estágio I 140 – 159 90 – 99

Hipertensão estágio II 160 – 179 100 – 109

Hipertensão estágio III > ou = 180 > ou = 110

Hipertensão sistólica isolada > ou = 140 < 90

10. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença

crônica: hipertensão arterial sistêmica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à

Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 128 p.: il.

(Cadernos de Atenção Básica, n. 37).

MALACHIAS, MVB; SOUZA, WKSB; PLAVNIK, FL; RODRIGUES, CIS; BRANDÃO, AA;

NEVES, MFT. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq. Bras Cardiol 2016;

107(3Supl.3):1-83.

NEPEN. Protocolo Operacional Padrão – Aferição da Pressão Arterial versão 1.

Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Revisado em 2016.

Disponível em: https://goo.gl/dGdkzu.

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Procedimento Operacional Padrão

6. PROCEDIMENTOS:

6.4 RETIRADA DE PONTOS CIRÚRGICOS

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar o procedimento de retirada de pontos com objetivos de:

o Oferecer a limpeza da incisão cirúrgica;

o Favorecer a drenagem de exsudato restrito na incisão cirúrgica quando

solicitado;

o Auxiliar na cicatrização cirúrgica prevenindo a infecção;

o Prevenir complicações como infecção e rejeição.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

Sutura pode ser definida como o ato de aproximar estruturas (tecidos histológicos),

mediante a utilização de instrumental cirúrgico. Historicamente realizada por meio da

confecção de pontos (fios cirúrgicos e nós), atualmente pode ser realizada com a utilização

de outros materiais, especialmente confeccionados para tal (colas, selantes, adesivos,

grampos, entre outros). Ainda assim, a maioria das suturas é realizada com a utilização de

fios e nós cirúrgicos1.

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Todas as suturas promovem em maior ou menor grau três efeitos básicos nos

tecidos vivos onde são aplicadas: o efeito de síntese (aproximação), em que a tensão da

sutura terá o efeito de propiciar a cicatrização primária da ferida; secundariamente, ocorrerá

o recobrimento das estruturas em planos anatômicos imediatamente abaixo dessa, estejam

eles adequadamente tratados ou não; e associado aos anteriores, há o efeito hemostático

da sutura, decorrente da tensão dos pontos, da aproximação dos tecidos e do recobrimento

dos planos. A interação apropriada desses efeitos, resultando em tratamento adequado das

feridas, dependerá do material a ser utilizado e de correta técnica cirúrgica a ser

empregada1.

A quantidade de pontos necessários a uma sutura dependerá dos princípios

básicos da mesma, do local anatômico, sua função e do calibre e tipo de fio empregado. O

essencial é que seja estabelecido os três objetivos básicos da sutura (aproximação,

recobrimento e hemostasia) quanto for necessário. O tempo de retirada dos pontos também

dependerá do material. Quanto antes a retirada do fio de sutura, desde que observado o

tempo para cicatrização do tecido, melhor o resultado estético e menor a reação tecidual1.

A retirada de pontos consiste no procedimento de remoção dos fios cirúrgicos com

técnica asséptica, o qual a sua retirada pode ser total ou alternada2.

6. Materiais Necessários

Bandeja não estéril;

Pacote ou kit de curativo estéril contendo, preferencialmente: 01 pinça Kelly reta, 01

pinça anatômica de dissecção, 01 tesoura cirúrgica Spencer ou Íris - romba e curva;

ou na ausência: luva de procedimento e 01 lâmina de bisturi nº 21, 22, 23 ou 24;

Gaze estéril;

Frasco de Soro Fisiológico a 0,9%;

Agulha 40x12;

Cobertura adesiva do tipo esparadrapo semipermeável, se necessário;

Equipamentos de proteção individual (se necessário): gorro, máscara cirúrgica,

óculos de proteção, avental ou capote não estéril;

Luva de procedimento.

7. Descrição da Técnica

1. Reunir o material;

2. Higienizar as mãos;

3. Explicar o procedimento ao usuário;

4. Promover a privacidade do usuário;

5. Abrir o pacote de curativo e/ou retirada de pontos;

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6. Calçar luvas de procedimento;

7. Expor a região da retirada dos pontos;

8. Solicitar avaliação do enfermeiro caso a incisão apresente sinais de complicações;

9. Umedecer a gaze com SF 0,9% ou solução antisséptica disponível promovendo a

antissepsia da área menos contaminada para a mais contaminada;

10. Verificar a cicatrização tecidual, presença de secreção e deiscência;

11. Tracionar o ponto pelo nó e cortá-lo, com a tesoura ou bisturi, em um dos lados junto

ao nó;

12. Realizar retirada dos pontos alternadamente;

13. Proceder a retirada total no caso de não haver alterações;

14. Observar se todos os pontos saíram por inteiro;

15. Colocar os pontos retirados sobre uma gaze para conferência;

16. Realizar a antissepsia da incisão da área menos contaminada para a mais

contaminada;

17. Aplicar cobertura adequada, caso necessidade;

18. Retirar luvas de procedimento;

19. Higienizar as mãos;

20. Checar o procedimento e registrar as anotações de enfermagem no prontuário do

usuário;

21. Repor o material e insumos utilizados.

8. Recomendações/Observações

Com relação aos tipos e tamanhos de lâminas cirúrgicas evita-se a utilização de

lâmina muito pequenas em adultos, sugere-se as de número: 22, 23 ou 24. Deve-se

compreender que as menores apresentam ponta bem mais afiada indicada para

pequenas incisões;

Na ocasião da retirada de ponto, o enfermeiro deve avaliar a ferida cirúrgica de

forma individualizada, principalmente nos seguintes aspectos: tipo de procedimento

cirúrgico (extensão e localização), ferida cirúrgica (ausência de inflamação, secreção

e infecção); e condições gerais do paciente;

Nas situações em que a ferida cirúrgica apresentar-se com sinais de: infecção,

hemorragia, deiscência e evisceração entre outros, o enfermeiro deve sempre

registrar no prontuário do paciente a respectiva avaliação e informar ao médico para

que o mesmo decida como proceder, se inviabiliza ou opta pela retirada de pontos

de forma alternada (no caso da sutura com pontos interrompidos);

Em geral para uma ferida cirúrgica suficientemente cicatrizada, os fios de suturas

são removidos em 7 a 10 dias após a sua inserção. Porém não é conveniente fixar

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prazos exatos, uma vez que o processo de cicatrização obedece a fatores

individualizados: nutrição, obesidade, oxigenação, diabetes, infecção, uso de

corticosteróides, quimioterápicos e irradiação;

Se durante o procedimento ocorrer a complicação de deiscência da ferida cirúrgica,

deve-se parar a remoção dos pontos, proteger a área com curativo compressivo

embebido em soro fisiológico 0,9%, fazer um curativo compressivo e contatar

imediatamente o médico;

Após a retirada dos pontos com retirada parcial alternada, cujo objetivo é facilitar a

drenagem do exsudato e prevenir complicações, indica-se aplicar uma cobertura

absortiva;

Não ocluir a incisão se a mesma se apresentar totalmente cicatrizada;

Se for necessário, realizar o registro fotográfico da ferida ou do usuário, solicitar a

autorização ao mesmo.

Terminologia e expressões utilizadas:

Sutura: é a união ou aproximação de estruturas teciduais pela oposição de inúmeros

nós cirúrgicos, podem ser contínuas ou descontínuas;

Sutura contínua: quando existe uma continuidade do fio entre suas alças, tendo um

nó inicial e um nó final;

Sutura descontínua ou com pontos separados: quando cada alça corresponde à

um nó, não há continuidade entre suas alças;

9. Referências

1-INGRACIO, Anderson Ricardo (Org.). Técnica cirúrgica. Caxias do Sul, RS : Educs,

2017. Disponível em:<https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/ebook-tecnica-cirurgica_2.pdf>.

Acesso em 05 Set. 2018.

2-GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. SECRETARIA DE SAÚDE

PÚBLICA. Procedimento Operacional Padrão: Remoção de Suturas. Hospital Monsenhor

Walfredo Gurgel. Departamento de Enfermagem, 2010. Disponível

em:<http://www.walfredogurgel.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/sesap_hwg/servico/68

%20remo %C3%A7%C3%A3o%20de%20sutura.pdf >. Acesso em 05 Set. 2018.

3-PARECER COREN-SP 039 /2013 – CT PRCI n° 102.628. Dispõe sobre a Realização de

sutura e retirada de pontos por profissionais de Enfermagem. Disponível em:<

http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/parecer_coren_sp_2013_39.pdf.> Acesso em

05 Set. 2018.

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Página 37

Procedimento Operacional Padrão

6. PROCEDIMENTOS:

6.5 LIMPEZA MANUAL DE INSTRUMENTAIS

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Reduzir a carga microbiana, removendo contaminantes de natureza orgânica e

inorgânica, garantindo a eficácia do processo de desinfecção e esterilização.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

Limpeza é o processo manual ou mecânico de remoção de sujidade, mediante o

uso da água, sabão e detergente neutro ou detergente enzimático para manter em estado

de asseio os artigos e superfícies reduzindo a população microbiana. A limpeza é o primeiro

passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização, considerando que a

presença de matéria orgânica protege os microrganismos do contato com agentes

desinfetantes e esterilizantes.

6. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

I. Enfermeiro:

Assegurar o cumprimento das práticas assépticas, evitando a transmissão de

infecções e proteção do profissional;

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Planejar, coordenar, executar, supervisionar e avaliar todas as etapas relacionadas

ao processamento de produtos para saúde: recepção, limpeza, secagem, avaliação

da integridade e da funcionalidade, preparo, desinfecção ou esterilização,

armazenamento e distribuição dentro da unidade;

Garantir a utilização de EPI – Equipamentos de Proteção Individual, de acordo com o

ambiente de trabalho;

Orientar os técnicos de enfermagem quanto a técnica.

II. Técnico de enfermagem:

Garantir a higienização pessoal e bem-estar, como cuidados com o corpo, unhas,

uniforme, evitando a transmissão de infecções;

Cumprir as práticas assépticas, evitando a transmissão de infecções e proteção do

profissional;

Realizar a limpeza e a higienização das superfícies móveis dos ambientes

relacionados aos atendimentos clínicos;

Realizar a limpeza do instrumental após a sua utilização, para reduzir a carga

microbiana presente nos artigos e impedir que a matéria orgânica fique aderida,

formando biofilme;

Disponibilizar artigos pronto para a esterilização;

Realizar a limpeza do material inalatório, realizando desinfecção de alto nível;

Realizar a limpeza e desinfecção nas almotolias após o término da solução e/ou

semanalmente.

7. Materiais Necessários

Material para limpeza: água potável, detergente enzimático, detergente neutro,

bucha, escova e recipiente plástico;

Equipamento de Proteção Individual: óculos de proteção, máscara, gorro, luvas de

borracha;

Pano limpo ou pistola de ar comprimido para secar.

8. Descrição da Técnica

1. Fazer a pré-limpeza, aplicando jatos de água para a remoção da sujidade grosseira;

2. Selecionar a solução de limpeza apropriada e diluir a solução de detergente

conforme a orientação do fabricante (devendo ser uma nova diluição para cada início

de processo de limpeza);

3. Limpar os instrumentos pérfuro-cortantes separados dos demais;

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4. Imergir todo o material desmontado, mantendo a solução em contato com o

instrumental o tempo determinado pelo fabricante;

5. Lavar peça por peça com escova de cerdas firmes e não abrasivas, friccionando o

corpo, as articulações e a cremalheira da pinça, na direção das ranhuras, por no

mínimo 05 vezes, submersos na solução de detergente;

6. Utilizar esponjas não abrasivas somente para friccionar superfícies lisas e extensas

como bandejas, bacias e cubas;

7. Enxaguar abundantemente o artigo em água corrente potável;

8. Secar cada instrumental com tecido macio, de cor clara, que não libere fibras e utiliza

jatos de ar comprimido para a secagem de materiais com lumens;

9. Encaminhar material para ser embalado e esterilizado na unidade de referência;

9. Referências

BRASIL. RESOLUÇÃO - RDC Nº 15, DE MARÇO DE 2012. Agência nacional de vigilância

sanitária. Ministério da Saúde.

3M Brasil. Soluções Integradas para Saúde. Esterilização. Programa de Certificação em

Monitorização da Esterilização. Disponível

em:http://multimedia.3m.com/mws/media/537837O/esterilizao.pdf Acessado em[01/09/2018].

SOBECC. Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação

Anestésica e Centro de Material e Esterilização. Práticas Recomendadas. 6 ed. São Paulo:

SOBECC; 2013.

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Procedimento Operacional Padrão

6. PROCEDIMENTOS:

6.6 CONTENÇÃO MECÂNICA E FÍSICA

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA e

RTD Psiquiatria.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Descrever a sequência de atividades necessárias para contenção de usuários que

apresentam quadro de agitação psicomotora, agressividade e/ou risco contra si e a

terceiros e preparar a equipe das Unidades Socioeducativos do Distrito Federal para

saberem atuar em situações de riscos.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

Deve-se ter a compreensão que os transtornos mentais costumam submeter seus

portadores a situações de comprometimento funcional da mente, o que pode prejudicar

momentaneamente sua percepção da realidade. Desse modo, as contenções físicas e

mecânicas podem ser utilizadas de forma terapêutica, porém requer atenção para evitar sua

banalização.

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É um recurso que deve ser utilizado após a tentativa de outras formas de

abordagens que se mostraram insuficientes para o manejo dos episódios de agitação ou

agressividade, como a abordagem verbal.

A contenção é uma intervenção de segurança, em casos de evidente risco para o

beneficiário, equipe multidisciplinar e outros. É um procedimento que exige uma adequada

ponderação clínica, ética e legal. A equipe deve estar preparada para realizar uma

contenção segundo boas práticas e princípios éticos. Sua indicação é restrita às situações

em que for o único meio disponível para prevenir dano imediato ou iminente ao paciente

e/ou aos demais, tais como: situações de violência nas quais haja risco iminente de auto ou

heteroagressão, intenção de evasão associada ao risco iminente de dano a si ou aos

demais, bem como quando haja risco de queda e/ou ferimentos em usuários com

rebaixamento do nível de consciência.

Os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação são

resultados de uma construção social, marcada pela estrutura econômica e política, que afeta

de forma direta a reprodução das pessoas e seus respectivos grupos familiares e

comunitários. Também se considera que as organizações de atendimento aos adolescentes

em privação de liberdade mantêm um modelo de atendimento baseado na contenção,

podendo causar sofrimento mental, o qual pode resultar na adoção da tentativa de suicídio,

como meio de resolução das demandas individuais de alguns internos.

Supõe-se que a privação de liberdade somada a fatores estruturais, bem como

práticas educativas fundamentadas numa autoridade violenta, contribuem para que o

adolescente em cumprimento dessa medida socioeducativa desenvolva tal quadro de

adoecimento mental, podendo levá-lo a tentar o suicídio, como forma de superação de

algum problema vivenciado na organização.

Este instrumento se aplica a usuários que apresentam quadro de agitação

psicomotora, agressividade e/ou risco contra si e terceiros no sistema de internação

socioeducativo do Distrito Federal, podendo estar entre a Classificação Estatística

Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10):

X64 Autointoxicação por e exposição, intencional, a outras drogas, medicamentos e

substâncias biológicas e às não especificadas;

X69 Autointoxicação por e exposição, intencional, a outros produtos químicos e

substâncias nocivas não especificadas;

X70 Lesão autoprovocada intencionalmente por enforcamento, estrangulamento e

Sufocação;

X71 Lesão autoprovocada intencionalmente por afogamento e submersão;

X72 Lesão autoprovocada intencionalmente por disparo de arma de fogo de mão;

X76 Lesão autoprovocada intencionalmente pela fumaça, pelo fogo e por chamas;

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X77 Lesão autoprovocada intencionalmente por vapor de água, gases ou objetos

quentes;

X78 Lesão autoprovocada intencionalmente por objeto cortante ou penetrante;

X80 Lesão autoprovocada intencionalmente por precipitação de um lugar elevado.

6. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

Compete ao enfermeiro supervisor executar, avaliar e garantir a

eficácia do uso da contenção;

Compete a equipe de enfermagem executar o procedimento,

realizando a contenção determinada, manter observação contínua do usuário

contido, realizar a retirada da contenção utilizada após avaliação de não haver mais

riscos e registrar a ocorrência no prontuário do usuário;

Conforme avaliação de enfermagem a equipe deverá solicitar

apoio ao SAMU por telefone 192 onde não houver profissional médico.

7. Materiais Necessários

I. Contenção Mecânica

Equipe de enfermagem com auxílio dos agentes

socioeducativos (equipe deverá ser composta por 5 integrantes).

Materiais necessários para realização da contenção (04 ou 02

unidades de algodão ortopédico, 04 ataduras 12cm e esparadrapo conforme

necessidade, em casos de contenção torácica deve-se utilizar 01 lençol dobrado);

II. Contenção Física

Equipe de Enfermagem para imobilização dos membros,

acompanhada pela equipe de agentes socioeducativos (equipe deverá ser composta

por 5 integrantes);

Quarto privativo com visão para acompanhamento do usuário;

O usuário deverá ser encaminhado para o quarto privativo com

vista para acompanhamento;

O período de restrição deve ser determinado conforme o quadro

do usuário e se for solicitado apoio ao SAMU seguir orientações;

A observação deve ser contínua, verificando possibilidades de

risco contra si próprio e a terceiros;

Em casos de contenção física indireta o quarto deverá ser

privativo ao usuário e livre de aparelhos e equipamento que possam trazer riscos a si

e a terceiros;

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A enfermagem deverá manter todas as informações registradas

no prontuário em tempo real.

8. Descrição da Técnica

I. Contenção Mecânica (anexos 1, 2, 3 e 4)

É a contenção onde utiliza-se dispositivos como ataduras com o objetivo de

imobilizar os membros superiores e inferiores podendo também se utiliza da região torácica

com o uso de lençóis em casos de indicações para maior segurança:

1. Iniciar a técnica somente quando o número mínimo de profissionais necessários

estiver disponível (cinco integrantes);

2. Planejar o procedimento definindo o coordenador da ação - de preferência, mediador

- e as demais funções de cada membro. Planejar também a frase-chave para o

comando de imobilização;

3. Orientar continuamente o usuário sobre o procedimento que está sendo realizado e

esclarecer que tal medida tem como objetivo garantir a sua segurança;

4. O procedimento está dividido em duas fases: imobilização (restrição dos movimentos

e da locomoção) e contenção mecânica (uso de faixas);

5. Realizar o manejo do espaço (equipe em semicírculo ao redor do paciente;

coordenador ao centro; evitar se posicionar atrás do paciente);

6. Manter o olhar no paciente;

7. Posicionamento – pés afastados, braços ao longo do corpo, distância de um braço e

meio do paciente;

8. Caso o usuário tente se aproximar, o profissional deve estender seu braço na altura

do tórax dele, na tentativa de conter a aproximação;

9. Caso o usuário se torne colaborativo a partir desse momento, solicitar que o mesmo

se posicione na maca/prancha e que seja acompanhado pela equipe com seus

membros superiores seguros, prosseguindo para o item C (contenção mecânica);

10. Lembrar-se de não mudar o tom de voz na hora da frase-chave; e ter cuidado com a

comunicação;

11. Profissionais ao lado do paciente devem segurar os membros superiores;

12. Segurar o punho com ambas às mãos e colocar a articulação do cotovelo do

paciente abaixo de sua axila prendendo-a sob o seu tórax. Manter o membro do

paciente afastado;

13. Profissionais na linha diagonal devem segurar os membros inferiores;

14. Agachar ao lado do membro do paciente mantendo o joelho mais próximo ao

paciente apoiado no chão. Usar o braço mais próximo ao paciente para envolver a

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região posterior da coxa, posicionando a mão na região patelar. Utilizar o outro braço

estendido, segurando o tornozelo contra o chão;

15. Coordenador, ao centro, posiciona-se por trás do paciente para segurar a cabeça e o

tórax, após a imobilização dos membros. Passar um dos braços por baixo da axila do

paciente e fixá-lo na extensão do tórax. Posicionar a palma da mão livre (outro

braço) sobre a fronte do paciente.

16. Elevação – elevação dos membros inferiores e suspensão do paciente;

17. Transporte e posicionamento na maca/prancha – com os membros suspensos e

seguros, o tórax e a cabeça apoiados no tórax do coordenador, posicionar o paciente

sobre a maca/prancha, mantendo a posição anatômica: membros inferiores

afastados (fixar joelho e tornozelo); e membros superiores ao longo do tronco, com

as palmas das mãos para cima (fixar punhos);

18. O coordenador (ou o profissional que apoia cabeça e tórax) é o responsável pela

passagem das faixas;

19. Iniciar a passagem da faixa pelo membro com maior risco do usuário soltar;

20. Membros – passar a faixa por baixo da articulação, com nó na parte anterior.

Amarrar a faixa na lateral da maca/prancha e manter a imobilização manual. Nos

membros superiores a faixa deve envolver os punhos e nos membros inferiores deve

envolver os tornozelos. Evitar hiperextensão dos membros e compressão do plexo

braquial;

21. Tórax – última faixa a ser posicionada, na altura dos mamilos nos homens e abaixo

das mamas nas mulheres. Amarrar nas laterais da maca/prancha. Não posicionar a

faixa sobre o diafragma para não limitar a ventilação. A elevação natural do tronco

não deve ultrapassar 30º. Evitar compressão de tórax;

22. Somente suspender a imobilização após reavaliar as fixações e refazê-las quando

necessário;

23. Caso o usuário consiga liberar ambos os braços ou ambas as pernas, deve-se contê-

los juntos, imediatamente, para, depois de controlada a situação, separá-los e

proceder conforme a técnica.

II. Contenção Física

Imobilização procedimento inicial visando restrição direta ou indireta: - Direta: o

impedimento do movimento de partes do corpo com o envolvimento de um ou mais

profissionais de saúde com o propósito de imobiliza-lo; - Indireta: restringi-lo a determinada

área de segurança, utilizando- se de um quarto privativo:

1. Equipe de Enfermagem para imobilização dos membros,

acompanhada pela equipe de agentes socioeducativos (equipe deverá ser composta

por 5 integrantes);

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2. Quarto privativo com visão para acompanhamento do usuário;

3. O usuário deverá ser encaminhado para o quarto privativo com

vista para acompanhamento;

4. O período de restrição deve ser determinado conforme o quadro

do usuário e se for solicitado apoio ao SAMU seguir orientações;

5. A observação deve ser contínua, verificando possibilidades de

risco contra si próprio e a terceiros;

6. Em casos de contenção física indireta o quarto deverá ser

privativo ao usuário e livre de aparelhos e equipamento que possam trazer riscos a si

e a terceiros;

7. A enfermagem deverá manter todas as informações registradas

em tempo real;

8. O paciente deve ser mantido sob observação contínua, com

registro em prontuário durante o período em que permanecer contido:

9. Monitorar o seu nível de consciência e sinais vitais;

10. Observar a pele e a perfusão para identificar eventual ocorrência

de garroteamentos e lesões locais ou nos membros contidos do paciente;

11. A comunicação do procedimento de medidas restritivas aos

pais, familiares ou responsáveis é imperativa e deverá ser realizada

preferencialmente pelo enfermeiro;

12. Registrar a situação clínica e se for solicitado apoio ao SAMU

proceder com as orientações fornecidas.

9. Recomendações/Observações

Avaliação ACENA

A Avaliar: arredores, local e a presença de armas ou artefatos que indiquem o

uso de álcool e drogas; altura e a aparência do paciente.

C Observar a presença de sinais de conflito e crise na rede social do paciente.

E Avaliar as expectativas e a receptividade da rede social, do próprio paciente

e da equipe de atendimento.

N Avaliar o nível de consciência, a adequação à realidade, a capacidade de

escolha e o nível de sofrimento.

A Avaliar a presença de sinais de uso de álcool e drogas, a presença de

agressividade (atual ou anterior) e a presença de sinais de autoagressão.

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A contenção física e mecânica é uma medida de exceção e, dessa forma, deve ser

utilizada como último recurso, após todas as tentativas de manejo e tranquilização se

mostrarem insuficientes para o controle da situação e sob orientação do enfermeiro;

A faixa deve ser confeccionada em material resistente e de fácil manuseio, com

costura reforçada e largura apropriada (membros 10cm e tórax 20cm).

O profissional para a sua segurança, deve estar consciente de seus próprios

sentimentos (medo, ansiedade, raiva) e limites, porque as pessoas reagem

instintivamente à emoção do outro, o que pode desencadear uma reação de tensão

crescente. Se não se sentir tranquilo o bastante, solicitar a sua substituição no

atendimento;

Não fazer uso da contenção física com propósito de disciplina, punição e coerção ou

por conveniência da equipe de saúde. Jamais aplique “chave de braço”, torção de

punho, gravata, técnicas de artes marciais, bem como sentar-se sobre o paciente ou

colocar seus joelhos sobre ele na tentativa de imobilizá-lo;

A contenção mecânica é um procedimento que, se não aplicada com critério e

cuidados, pode desencadear complicações clínicas graves, como desidratação,

redução da perfusão em extremidades, fraturas, depressão respiratória e até mesmo

morte súbita;

Deve ser mantida pelo menor tempo possível. Em nenhum caso deverá ser

prolongada para além do período estritamente necessário ao seu propósito;

Priorizar que o procedimento de contenção física seja realizado na presença e com o

auxílio dos agentes socioeducativos considerando os riscos de intercorrências

clínicas em casos de persistência da agitação enquanto o paciente estiver contido;

A comunicação com o SAMU deverá ser realizada onde não houver profissional

médico de plantão pelo telefone 192;

A comunicação do procedimento de medidas restritivas aos pais, familiares ou

responsáveis é imperativa e deverá ser realizada preferencialmente pelo enfermeiro;

10. Referências

BERNARDINO, C.C. A privação de liberdade e o adoecimento mental dos adolescentes

em cumprimento de medida socioeducativa de internação: as tentativas de suicídio na

unidade de internação de Santa Maria– DF.2016. 64f.Monografia. Trabalho de conclusão

de curso (Bacharel em serviço social). Departamento de Serviço Social da Universidade de

Brasília, Brasília, 2016.

BRAGA, E.M.; SILVA, M.J.P. Comunicação competente – visão de enfermeiros

especialistas em comunicação. Acta paul. enferm. v. 20, n.4, p. 410-4, 2000.

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Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção

para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da

Saúde, 2016.

Brasil. REDE Interagencial de Informação para a Saúde. Indicadores básicos para a

saúde no Brasil: conceitos e aplicações / Rede Interagencial de Informação para a

Saúde - Ripsa. – 2. ed. – Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008

Resolução COFEN Nº472/2012. Normatiza os procedimentos da enfermagem no

emprego de contenção mecânica de pacientes. Disponível em:

http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-4272012_9146.html. Acesso em :09 agosto de

2018.

SALLES C.L,.S., PEDREIRA M.L.G. Restrições de Paciente - Câmara Técnica do

Conselho regional de Enfermagem- COREN. São Paulo 2009.

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ANEXOS

Fonte SAMU

Anexo 1: Contenção Mecânica : execução

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Anexo 2: Contenção Mecânica : execução

Anexo 3: Contenção Mecânica : execução

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Anexo 4: Contenção Mecânica: execução

Anexo 4: Contenção Mecânica: execução

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Procedimento Operacional Padrão

7. PROTEÇÃO INDIVIDUAL DO PROFISSIONAL

7.1 USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO

INDIVIDUAL (EPI)

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Prevenir acidentes ocupacionais com materiais biológicos, perfuro-cortantes e

físicos.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

Os profissionais de enfermagem estão em contato direto com diversos pacientes,

prestando os mais diferentes cuidados. O uso dos Equipamentos de Proteção Individual

(EPI) certos na área de enfermagem é tão importante que constam na NR-32, específica

para trabalhadores da área da saúde.

Os EPI de Enfermagem protegem o profissional dos riscos de contaminação e

proporcionam ainda mais qualidade no atendimento. Além de proteger os pacientes com

alguma sensibilidade que não podem contrair nenhum tipo de vírus com risco de ir à óbito.

A NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde – abrange as

situações de exposição aos diversos agentes de risco presentes no ambiente de trabalho,

como os agentes de risco biológico; os agentes de risco químico; os agentes de risco físico

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com destaque para as radiações ionizantes; os agentes de risco ergonômico. Esta norma

ainda prevê que todos os trabalhadores sujeitos ao risco de exposição por agentes

biológicos devem utilizar vestimenta adequada, incluindo o traje na lista de EPI para

enfermeiros e outros profissionais.

O descarte, manipulação e fracionamento de produtos químicos, desde a retirada

de sangue até a divisão de medicamentos, deve ser feita em local apropriado para este fim,

com sinalização visual e uso obrigatório de EPI.

O trabalhador de enfermagem deve proteger-se sempre que tiver contato com

material biológico, incluído também durante assistência cotidiana aos pacientes,

independente de chegar a conhecer ou não o diagnóstico. Estudos já mostraram que as

maiores causas de acidentes entre trabalhadores de enfermagem acontecem por meio das

práticas de risco como o descarte inadequado com objetos perfuro-cortantes, reencape de

agulhas, e a falta de adesão aos Equipamentos de Proteção Individual.

6. Materiais Necessários

Luva: EPI básico para proteção contra riscos biológicos e químicos, sendo os tipos

mais resistentes adequados para manipulação de produtos mais contaminantes;

Touca: protege de forma dupla, tanto contra partículas que possam contaminar os

profissionais quanto da queda de cabelos ou outros componentes em materiais do

trabalho;

Avental: também chamado como ‘capote’, é um EPI muito usado em centro cirúrgico

e ajuda na barreira contra substâncias e deve ser sempre descartável;

Sapatos fechados: uso de EPI que atenda a NR-32, a qual impede uso de sapatos

abertos;

Máscaras: junto com a luva, funcionam como a combinação básica de EPI para

equipe de enfermagem, combatendo acidentes de risco biológico e a contaminação

respiratória;

Óculos: impede exposição dos olhos aos componentes radioativos, químicos e

outros componentes.

7. Descrição da Técnica

2 Higienizar as mãos;

3 Paramentar-se antes de realizar o procedimento com os EPI para cada tipo de

procedimento (jaleco, máscara, luva de procedimento, luva estéril, touca, capote óculos

de proteção,entre outros).

8. Recomendações/Observações

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Os Equipamentos de Proteção Individual – EPI, descartáveis ou não, deverão estar à

disposição, em número suficiente, nos postos de trabalho, de forma que seja

garantido o imediato fornecimento ou reposição;

Além do cumprimento do disposto na legislação vigente, os Equipamentos de

Proteção Individual – EPI devem atender às seguintes exigências: ser avaliados

diariamente quanto ao estado de conservação e segurança; estar armazenados em

locais de fácil acesso e em quantidade suficiente para imediata substituição,

segundo as exigências do procedimento ou em caso de contaminação ou dano;

Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos é vedado: iniciar qualquer

atividade na falta de EPI;

É proibido movimentação de cilindros de gases sem EPI adequados;

Os EPI deverão conter Certificado de Aprovação – CA.

9. Referências

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 32 - Segurança e saúde no trabalho em

serviços de saúde. Portaria GM n.º 485, Diário Oficial da União, 16 de novembro de 2005,

Seção 1.

PROMETAL EPIs. Enfermagem: quais são os EPIs adequados? Disponível em

https://www.prometalepis.com.br/blog/epis-para-enfermagem/. Acesso em 11/09/2018.

VASCONCELOS, BM; Reis, ALRM; VIEIRA MS. Uso de equipamentos de proteção

individual pela equipe de enfermagem de um hospital do município de Coronel

Fabriciano. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG-V.1-N.1-Nov./Dez.

2008. Disponível em https://goo.gl/86A32M. Acesso em 11/09/2018.

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Procedimento Operacional Padrão

8. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

8.1 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO VIA

ENDOVENOSA

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar condutas relacionadas às técnicas de aplicação de medicamentos por via

endovenosa;

Relacionar os procedimentos necessários para a administração de medicamentos

por via endovenosa;

Melhorar a segurança do usuário, minimizando erros na administração de

medicamentos;

Fornecer subsídios para implementação e acompanhamento da terapêutica

medicamentosa.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

É o ato de preparar e administrar os medicamentos diretamente na corrente

sanguínea por meio de acesso venoso.

6. Materiais Necessários

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Gaze ou algodão;

Álcool a 70%;

Seringa;

Agulha para preparo do medicamento;

Cateter venoso periférico (agulhado ou sobre agulha);

Equipo se infusão de grande volume;

Soro fisiológico ou diluente específico;

Etiqueta/fita adesiva;

Esparadrapo/micropore/adesivo hipoalergênico;

Bandeja ou cuba rim;

Luvas de procedimento;

Prescrição do medicamento a ser administrado (eletrônico, impresso ou manuscrito).

7. Descrição da Técnica

1. Lavar as mãos;

2. Ler a prescrição médica que deve conter o nome do usuário, nome do medicamento,

dose, via de administração, horário, frequência da administração;

3. Reunir o material necessário;

4. Realizar registro adequado no caso de medicações controladas;

5. Fazer a desinfecção da bandeja com álcool 70%;

6. Fazer o rótulo do medicamento contendo, nome do usuário, nome do medicamento,

dose, via, horário;

7. Conferir o nome do medicamento, dose, via e prazo de validade;

8. Fazer a desinfecção da ampola/frasco ampola com algodão umedecido com álcool

70%. Nos casos de frasco-ampola retirar a proteção metálica com o auxílio de um

pedaço de algodão ou extrator de grampos e após, fazer a desinfecção;

9. Abrir a embalagem da seringa e acoplá-la à agulha para aspiração do medicamento,

observando-se a técnica asséptica, protegendo-a em sua embalagem original;

10. Quebrar a ampola, envolvendo-a com um pedaço de algodão ou gaze,

pressionando-a com os dedos indicador e polegar da mão dominante;

11. Retirar o protetor da agulha e mantê-lo dentro de sua embalagem original sobre o

balcão de preparo do medicamento ou dentro da bandeja;

12. Aspirar o medicamento segurando a ampola ou frasco-ampola com os dedos

indicador e médio da mão não dominante, segurar a seringa com os dedos polegar e

anular da mão não dominante e com os dedos polegar, indicador e médio da mão

dominante, tracionar a extremidade do êmbolo sem contaminar sua extensão,

aspirando o medicamento;

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13. Colocar a seringa na posição vertical e retirar o ar;

14. Trocar a agulha de aspiração pela agulha que será ministrada a medicação;

15. Afixar o rótulo de identificação na seringa;

16. Proteger o êmbolo da seringa com sua embalagem original;

17. Reunir na bandeja o medicamento preparado, bolas de algodão, álcool 70%;

18. Conferir o nome completo do usuário, medicamento e via de administração;

19. Explicar ao usuário o procedimento e informar o medicamento a ser administrado;

20. Posicionar o usuário de maneira confortável e adequada para a realização do

procedimento;

21. Calçar luvas de procedimento;

22. Verificar a compatibilidade do medicamento a ser ministrado com a solução que

esteja sendo infundida (caso esteja sendo administrada outras medicações no

acesso venoso);

23. Fechar a válvula de controle do fluxo para outros medicamentos/soluções, se

necessário;

24. Fazer a antissepsia do local de injeção (adaptador de silicone, torneira de 3 vias,

silicone do equipo macro gotas, conexão em Y) utilizando bola de algodão com

álcool 70%, fazer movimentos em espiral com a bola de algodão, iniciando pelo

ponto onde será feita a aplicação;

25. Retirar o conjunto de seringa e agulha da embalagem;

26. Puncionar o adaptador de silicone ou equipo (em local apropriado) com a agulha. No

caso de torneira de 3 vias ou conexão em Y, conectar a seringa sem a agulha;

27. Verificar a permeabilidade do acesso venoso (lavar com soro fisiológico 0.9%, se

necessário), empurrar o êmbolo da seringa injetando a solução, manter o soro,

conforme prescrição;

28. Observar as reações do usuário;

29. Abrir a válvula de controle de fluxo e reajustar o gotejamento conforme prescrição

(caso se aplique);

30. Deixar o usuário em posição confortável e o local em ordem;

31. Desprezar o conjunto de seringa e agulha (sem encapá-la) na caixa de descarte de

material perfuro-cortante;

32. Recolher o que deve ser guardado, desprezar o restante do material utilizado no lixo

apropriado;

33. Retirar as luvas de procedimento;

34. Higienizar as mãos;

35. Registrar na folha de observações complementares de enfermagem e comunicar ao

enfermeiro aspectos relacionados a vômitos, recusa, reações do cliente;

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36. Checar a prescrição médica e prontuário do usuário conforme normativa.

8. Recomendações/Observações

Checar o medicamento após a sua administração e se não foi administrado circular o

horário e anotar o motivo;

Se o medicamento for dado fora do horário prescrito, checar o novo horário de

administração e anotar o motivo;

Registrar qualquer tipo de reação que o paciente possa ter após receber a

medicação e comunicar ao enfermeiro responsável e/ou o médico;

Realizar rodízio nos locais de aplicação;

Não reencapar a agulha;

Após a administração de um medicamento pode ser que seja necessário a instalação

de outro medicamento, desta maneira, o profissional não deverá imediatamente

ocluir a via do extensor, perfusor ou dânula utilizada, com uma tampinha estéril. A

tampinha será substituída por outro perfusor (bomba infusora) ou seringa (em bolus)

para administração de um novo medicamento. Lembrando que entre uma

administração e outra de medicamentos é indispensável a administração de soro

fisiológico 0,9%;

Sempre utilizar seringas acima de 10ml ou 20 ml para cateteres centrais: de inserção

periférica, umbilicais, dissecção venosa e punção venosa profunda;

Sempre acondicionar as medicações preparadas em cuba rim ou bandeja, nunca

diretamente sobre superfícies como bancadas e/ou incubadora. Atentar para a

desinfecção antes e após o uso;

Soluções parenterais de infusão contínua de grande ou pequeno volume: hidratação

venosa, nutrição parenteral total, drippings de drogas vasoativas, diuréticas,

analgésicas, sedativas, entre outras;

O rótulo deve conter as seguintes informações: nome do usuário, registro, nome da

solução, medicamentos aditivados na solução, volume, velocidade de infusão, via de

administração, data e horário de preparo e identificação de quem preparou;

Neste rótulo deve conter o registro do horário de início da infusão de acordo com o

registrado na prescrição médica. Na prescrição além do horário de início, deverá ser

registrada a assinatura do profissional que instalou a solução;

A hidratação venosa e nutrição parenteral devem ser identificadas da seguinte forma:

o rótulo deverá ser colado no frasco da solução e a bomba infusora será identificada

com uma etiqueta própria;

Os equipos devem ser trocados a cada 96h, e junto com ele, as dânulas, extensores

e perfusores;

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Caso o equipo ainda esteja na validade, no intervalo de 96h, no leito, o frasco com a

solução será acoplado ao equipo em uso, onde será conectada uma seringa de 20

ml em uma das extremidades da dânula (torneirinha) e aspirado o volume de 20 ml

(volume do equipo) que deverá ser desprezado em uma cuba rim. Após este

procedimento, o equipo deve ser preenchido com a nova solução do frasco e a

infusão deverá ser iniciada;

Soluções parenterais de pequeno volume intermitentes: diuréticos, antibióticos, anti-

inflamatórios, entre outros, o rótulo deve conter as seguintes informações: nome

completo do paciente, nome dos medicamentos, dosagem, diluição, horário e via de

administração e identificação de quem preparou, a fim de minimizar erros de

medicação;

Para a administração de medicamentos via gravitacional, em acessos venosos

periféricos, caso não haja soroterapia anterior (soluções de infusão contínua) ou

concomitante a infusão do medicamento, o acesso venoso deverá ser mantido

salinizado;

Para administração de medicamentos por injetor lateral deve ser utilizadas apenas

agulhas 25x7. As agulhas 40x12 danificam a borracha autocicatrizante do injetor

lateral.

9. Referências

DUMPE, M. L. ARCHER, E. Procedimento e protocolos Práxis Enfermagem. Editora:

Guanabara Koogan, 2006, 740 páginas.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde DF. Manual de Procedimentos de

Enfermagem. Brasília, 2013. 228 p.

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Procedimento Operacional Padrão

8. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS:

8.2 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO VIA

INTRAMUSCULAR

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Proporcionar a absorção mais rápida do medicamento do que pela via oral;

Administrar medicamentos irritantes ao trato digestivo ou ao tecido subcutâneo.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

É a administração de medicamentos no tecido muscular.

6. Materiais Necessários

Bandeja;

Rótulo de identificação;

Luvas de procedimento;

Seringa;

Agulha 40x12, agulha 25x7 ou 30x8;

Medicamento prescrito;

Gaze estéril;

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Algodão;

Álcool a 70%.

7. Descrição da Técnica

1. Realizar a higienização das mãos;

2. Conferir os nove certos: paciente certo, medicamento certo, dose certa, hora certa,

via certa, registro certo, diluição certa, riscos aos profissionais e riscos ao paciente;

3. Fazer e colocar o rótulo de identificação do medicamento com: nome, dose, horário,

via de administração e paciente;

4. Realizar a higienização das mãos;

5. Separar o material necessário;

6. Realizar a desinfecção da bandeja com álcool a 70%;

7. Realizar a higienização das mãos;

8. Fazer a desinfecção no frasco ou ampola com algodão umedecido em álcool a 70%;

9. Fazer a reconstituição com o líquido recomendado, se necessário;

10. Aspirar o conteúdo do frasco;

11. Trocar a agulha (para 25x7 ou 30x8);

12. Retirar o ar da seringa;

13. Colocar o rótulo de identificação do medicamento na seringa;

14. Reunir o material a ser utilizado na bandeja;

15. Informar e explicar o procedimento ao usuário;

16. Conferir o rótulo com os dados do usuário;

17. Realizar a higienização das mãos;

18. Posicionar o usuário de forma adequada ao procedimento;

19. Calçar as luvas de procedimento;

20. Expor a área de aplicação e definir o local da administração;

21. Palpar o músculo (medição do local);

22. Fazer a antissepsia do local;

23. Pinçar com os dedos a pele ao redor do local da administração;

24. Inserir a agulha da injeção em um ângulo de 90º em relação ao músculo;

25. Aspirar lentamente o êmbolo da seringa e certificar-se de que não atingiu nenhum

vaso sanguíneo;

26. Injetar lentamente o conteúdo da seringa;

27. Retirar a agulha e a seringa em um movimento rápido;

28. Aplicar leve compressão ao local com gaze;

29. Recolher o material utilizado, deixando a unidade do paciente em ordem;

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Página 61

30. Desprezar os resíduos;

31. Descartar o material perfuro-cortante no Descarpax® (sem desconectar a agulha da

seringa e sem reencapá-la);

32. Retirar a luva de procedimento;

33. Lavar a bandeja com água e sabão, secar com papel toalha e realizar a desinfecção

com álcool a 70%;

34. Realizar a higienização das mãos;

35. Checar o horário da administração do medicamento na prescrição médica e no

prontuário do usuário;

36. Fazer anotação de enfermagem, se houver intercorrências.

8. Recomendações/Observações

Checar o medicamento após a sua administração e se não foi administrado circular o

horário e anotar o motivo;

Se o medicamento for administrado fora do horário prescrito, checar o novo horário

de administração e anotar o motivo;

Registrar qualquer tipo de reação que o paciente possa ter após receber a

medicação e comunicar ao enfermeiro responsável e/ou o médico;

Realizar rodízio nos locais de aplicação;

Não reencapar a agulha;

Músculos indicados para administração e volume permitido em adultos são: vasto

lateral da coxa: até 4 ml ; Região Dorso Glútea – Quadrante Superior Externo: até

5ml; Região Ventro glútea: até 4ml; Deltóide: até 2ml.

9. Referências

BARE, B.G,; SUDDARTH, D.S.. Brunner - Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 12ª

Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

POTTER, P.A.; PERRY,A.G.Fundamentos de Enfermagem. 7ª Ed. São Paulo: Elsevier,

2009.

KOCH. R.M. et. Al. Técnicas básicas de enfermagem. 22ª edição. Curitiba: Século XXI

Livros, 2004.

SILVA LD, PEREIA SRM, MESQUITA AMF. Procedimentos de enfermagem:

Semiotécnica para o cuidado. Rio de Janeiro: Medsi; 2005.

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Página 62

NETTINA SM. Prática de enfermagem. 8ª. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007

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Página 63

Procedimento Operacional Padrão

8. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS:

8.3 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO VIA

INALAÇÃO/NEBULIZAÇÃO

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Umidificar a via aérea superior;

Facilitar a drenagem de muco das vias aéreas superiores e pulmonares;

Liquefazer secreção brônquica resistentes associando à nebulização/inalação o

mucolítico;

Diminuir a inflamação através da associação de corticoides à nebulização.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

É a administração de medicação nas vias aéreas superiores (VAS) por meio de

dispositivos que liberam pequenas partículas de agentes farmacológicos no tecido epitelial

mucoso do trato respiratório.

6. Materiais Necessários

Kit de nebulização;

Soro fisiológico 0,9%;

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Página 64

Fonte de O2;

Ar comprimido;

Medicação prescrita;

Bandeja;

Fluxômetro;

Etiqueta de identificação.

7. Descrição da Técnica

1. Conferir a prescrição médica ou de enfermagem (caso seja administrado somente SF

0,9%);

2. Conferir os nove itens: paciente certo, medicamento certo, dose certa, hora certa, via

certa, registro certo, diluição certa, riscos aos profissionais e riscos ao paciente;

3. Separar o material a ser utilizado na bandeja;

4. Fazer a etiqueta de identificação do medicamento seguindo os itens de segurança do

usuário;

5. Realizar a higienização das mãos;

6. Explicar o procedimento ao usuário;

7. Instruir o usuário (se colaborativo) para limpar as vias aéreas antes do procedimento;

8. Preparar a inalação/nebulização de acordo com a prescrição médica;

9. Conferir a solução preparada com a prescrição médica;

10. Colocar o paciente em posição sentada ou em posição de Fowler no leito;

11. Conectar o inalador a fonte de O2 ou ao ar comprimido;

12. Abrir válvula do fluxômetro aproximadamente 4 a 6 l/min;

13. Observar o funcionamento do inalador pela névoa que se forma;

14. Adaptar a máscara do inalador ao usuário, mantendo o recipiente do inalador na

posição vertical;

15. Manter a inalação durante o tempo indicado, observando o usuário;

16. Orientar o usuário (se colaborativo) para que respire lenta e profundamente;

17. Orientar o usuário (se colaborativo) para que permaneça com os olhos fechados em

quanto durar a nebulização/inalação;

18. Fechar a válvula do fluxômetro quando a névoa parar de sair;

19. Desconectar a extensão do inalador;

20. Deixar o usuário em posição confortável;

21. Recolher o material utilizado;

22. Deixar a unidade do paciente em ordem;

23. Realizar a higienização das mãos;

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Página 65

24. Checar o aprazamento no prontuário do usuário;

25. Fazer anotação de enfermagem relacionada ao procedimento (técnico ou auxiliar de

enfermagem);

26. Fazer a evolução de enfermagem relacionada ao procedimento realizado

(enfermeiro).

8. Recomendações/Observações

Certificar-se que a montagem do kit de nebulizador ficou estável;

Interromper a medicação se ocorrer reações ao medicamento e comunicar

imediatamente ao médico ou enfermeiro responsável;

Trocar o kit de nebulização a cada uso, enviando para a sala de utilidades e

posteriormente ao Serviço de Material Esterilizado;

O kit de nebulização é de uso individual;

Registrar na anotação de enfermagem ou na evolução de enfermagem a resposta do

usuário a aerossolterapia, alterações significativas na frequência cardíaca ou

qualquer outra reação adversa;

Observar durante o procedimento, o padrão e esforço respiratório, frequência

respiratória e cardíaca, ausculta pulmonar e oximetria e quando identificar

alterações, solicitar avaliação do enfermeiro.

9. Referências

BARE, B.G,; SUDDARTH, D.S.. Brunner - Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 12ª

Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

SILVA LD, PEREIA SRM, MESQUITA AMF. Procedimentos de enfermagem:

Semiotécnica para o cuidado. Rio de Janeiro: Medsi, 2005

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Página 66

Procedimento Operacional Padrão

8. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS:

8.4 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO VIA OCULAR

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar a aplicação de antibióticos, antifúngicos, anti-inflamatórios ou lubrificante

na região dos olhos.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

É a administração de medicamentos em gotas ou em pomadas na região ocular.

6. Materiais Necessários

Bandeja;

Lenço de papel ou gaze;

Medicamento;

Álcool a 70%;

Luva de procedimento.

7. Descrição da Técnica

1- Realizar a higienização das mãos;

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Página 67

2- Conferir os nove certos: paciente certo, medicamento certo, dose certa, hora certa,

via certa, registro certo, diluição certa, riscos aos profissionais e riscos ao

paciente;

3- Fazer o rótulo de identificação do medicamento com: nome, dose, horário, via de

administração e usuário,

4- Realizar a desinfecção da bandeja com álcool a 70%;

5- Realizar a higienização das mãos;

6- Conferir o rótulo com os dados do usuário e a prescrição médica;

7- Reunir o material a ser utilizado na bandeja;

8- Colocar a identificação no medicamento;

9- Informar o procedimento ao usuário;

10- Posicionar o usuário de forma que o pescoço fique em leve hiperextensão;

11- Limpar os olhos com gaze do canto interno para o externo (não pode ter secreção);

12- Solicitar que o usuário olhe para cima e depositar o medicamento no saco

conjuntival;

13- Solicitar que o usuário feche os olhos suavemente;

14- Solicitar ao usuário que movimente o globo ocular com as pálpebras cerradas e

com o pescoço em hiperextensão;

15- Recolher o material utilizado, deixando a unidade em ordem;

16- Lavar a cuba rim com água e sabão, secar com papel toalha e higienizá-la com

álcool a 70%;

17- Realizar a higienização das mãos;

18- Checar o horário da administração do medicamento no prontuário do usuário;

19- Fazer anotação de enfermagem, se houver intercorrências.

8. Recomendações/Observações

Não colocar a medicação diretamente na córnea;

Pomadas são aplicadas depositando uma fina camada no saco conjuntival do canto

interno para o externo, seguindo as indicações descritas acima;

Checar o medicamento após a sua administração e se não foi administrado circular o

horário e anotar o motivo;

Se o medicamento for dado fora do horário prescrito, checar o novo horário de

administração e anotar o motivo;

Registrar qualquer tipo de reação que o paciente possa ter após receber a

medicação e comunicar ao enfermeiro responsável e/ou o médico;

Em caso de presença de secreção, o profissional deverá usar luvas de

procedimento.

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Página 68

9. Referências

BRUNNER E SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico – Cirúrgico, 8ª Edição,

Editora Guanabara Koogan S.A, 1999.

SMITH – TEMPLE. Guia para Procedimentos de Enfermagem, 3ª Edição, ARTIMED –

Porto Alegre, RS, 2000.

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Página 69

Procedimento Operacional Padrão

8. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS:

8.5 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO VIA ORAL

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar a utilização do trato digestivo para administração e absorção de

medicamento.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

É a administração de medicamentos pela boca sob a forma de comprimidos,

drágeas, pós, cápsulas ou líquidos com a finalidade da absorção pelo trato digestivo.

6. Materiais Necessários

Bandeja;

Copinho descartável;

Rótulo de identificação;

Medicamento prescrito;

Seringa (se necessário);

Conta gotas (se necessário);

Triturador de comprimidos (se necessário);

Espátula (se necessário);

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Página 70

Canudinho (se necessário);

Copo com água (se necessário).

7. Descrição da Técnica

1. Realizar a higienização das mãos;

2. Conferir os nove certos: paciente certo, medicamento certo, dose certa, hora certa,

via certa, registro certo, diluição certa, riscos aos profissionais e riscos ao paciente;

3. Fazer o rótulo de identificação do medicamento com: nome, dose, horário, via de

administração e paciente;

4. Reunir o material a ser utilizado na bandeja;

5. Realizar a higienização das mãos;

6. Colocar o rótulo do medicamento no copo descartável;

7. Colocar o medicamento no copinho (diluir, se necessário);

8. Informar o procedimento ao usuário;

9. Conferir o rótulo com os dados do usuário;

10. Entregar o copinho com o medicamento e o copo com água ao usuário;

11. Esperar o paciente deglutir todos o(s) medicamento(s);

12. Recolher o material utilizado, deixando a unidade em ordem;

13. Desprezar os resíduos;

14. Lavar a bandeja com água e sabão, secar com papel toalha e higienizá-la com álcool

a 70%;

15. Realizar a higienização das mãos;

16. Checar o horário da administração do medicamento na prescrição médica e no

prontuário do usuário;

17. Fazer anotação de enfermagem, se houver intercorrências;

8. Recomendações/Observações

Caso o paciente esteja impossibilitado, colocar o medicamento direto em sua boca

(necessidade do uso da luva de procedimento) e verificar sua efetiva deglutição;

Nunca deixar o medicamento sobre a mesa;

Verificar se o usuário ingeriu a medicação;

Essa via é contra indicada em usuários comatosos ou com dificuldade de deglutição

e naqueles que apresentam náuseas e vômitos;

Apresentação em pó deve ser diluída antes de ser ingerida;

Não dividir o comprimido ao meio, pois pode levar a erros de dose administrada.

Caso a equipe considere imprescindível a partição do comprimido, em razão da

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

Página 71

necessidade de flexibilização de dose, é importante que ele seja sulcado e que não

tenha revestimento de liberação entérica ou formulação de liberação prolongada ou

controlada. A partição pode ser necessária principalmente em situações em que as

posologias não estejam contempladas pelas apresentações comerciais disponíveis

e requer avaliação dos possíveis riscos associados.

Conferir necessidade de refrigeração e prazo de validade após reconstituição do

medicamento;

Checar o medicamento após a sua administração e se não foi administrado circular o

horário e anotar o motivo;

Se o medicamento for dado fora do horário prescrito, checar o novo horário de

administração e anotar o motivo;

Registrar qualquer tipo de reação que o usuário possa ter após receber a medicação

e comunicar ao enfermeiro responsável e/ou o médico.

9. Referências

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde DF. Manual de Procedimentos de

Enfermagem. Brasília, 2013. 228 p.

DUMPE, M. L. ARCHER, E. Procedimento e protocolos Práxis Enfermagem. Editora:

Guanabara Koogan, 2006, 740 páginas.

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

Página 72

Procedimento Operacional Padrão

8. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS:

8.6 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO VIA

SUBCUTÂNEA

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar a administração de soluções com absorção lenta.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

É a administração de medicamentos por baixo da derme, no tecido conjuntivo.

6. Materiais Necessários

Bandeja;

Luvas de procedimento;

Agulha para aspiração;

Agulha 13 x 4,5;

Seringa de 1 ml;

Gaze estéril;

Álcool a 70%;

Medicamento prescrito.

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

Página 73

7. Descrição da Técnica

1. Realizar a higienização das mãos;

2. Conferir os nove certos: paciente certo, medicamento certo, dose certa, hora certa,

via certa, registro certo, diluição certa, riscos aos profissionais e riscos ao paciente;

3. Fazer e colocar o rótulo de identificação do medicamento com: nome, dose, horário,

via de administração e usuário;

4. Realizar a higienização das mãos;

5. Preparar o medicamento utilizando a agulha de aspiração e a seringa de 1 ml;

6. Retirar a agulha de aspiração e inserir a agulha 13 x 4,5 mm na seringa;

7. Colar o rótulo de identificação no medicamento;

8. Realizar a desinfecção da bandeja com álcool a 70%;

9. Reunir o material a ser utilizado na bandeja;

10. Informar e explicar o procedimento ao usuário;

11. Conferir o rótulo com os dados do usuário;

12. Realizar a higienização das mãos;

13. Posicionar o usuário de forma adequada ao procedimento;

14. Calçar as luvas de procedimento;

15. Fazer a antissepsia do local com álcool 70%;

16. Pinçar com os dedos a pele do local de administração (correta posição das mãos no

instante de aplicar a injeção: a seringa deve estar posicionada entre o polegar e o

indicador da mão dominante. O profissional deve segurar a seringa como se fosse

um dardo, deixando a palma da mão para cima);

17. Inserir em um único movimento a seringa com a agulha 13x4,5 mm no tecido

subcutâneo em um ângulo de 90º;

18. Injetar lentamente o medicamento com a mão oposta que segura a seringa (soltar a

prega do tecido);

19. Retirar a agulha e a seringa em um movimento rápido;

20. Aplicar leve compressão ao local com gaze;

21. Recolher o material utilizado, deixando a unidade em ordem;

22. Desprezar os resíduos;

23. Descartar o material pérfuro cortante no Descarpax® (sem desconectar a agulha da

seringa e sem reencapá-la);

24. Retirar a luva de procedimento;

25. Lavar a bandeja com água e sabão, secar com papel toalha e realizar a desinfecção

com álcool a 70%;

26. Realizar a higienização das mãos;

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Página 74

27. Checar o horário da administração do medicamento na prescrição médica;

28. Fazer anotação de enfermagem, se houver intercorrências.

8. Recomendações/Observações

Checar o medicamento após a sua administração e se não foi administrado circular o

horário e anotar o motivo;

Se o medicamento for dado fora do horário prescrito, checar o novo horário de

administração e anotar o motivo;

Registrar qualquer tipo de reação que o paciente possa ter após receber a

medicação e comunicar ao enfermeiro responsável e/ou o médico;

Administrar um volume máximo entre 0,5 ml e 1 ml (o tecido subcutâneo é

extremamente sensível às soluções irritantes e grandes volumes de medicamento;

Locais mais indicados para aplicação de medicamentos por via subcutânea: deltóide,

face externa do braço, face externa da coxa, parede abdominal e região escapular;

Introduzir a agulha em ângulo de 90º quando hipodérmica ou 45º quando agulhas

comuns ou hipodérmicas em crianças;

Após aplicação de insulina ou heparina, o local não deve ser massageado. Observar

para aplicação, o rodízio das áreas, para evitar a formação de lipodistrofia e/ou

abscessos e/ou hematomas.

9. Referências

BARE, B.G,; SUDDARTH, D.S.. Brunner - Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 12ª

Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

POTTER, P.A.; PERRY,A.G.Fundamentos de Enfermagem. 7ª Ed. São Paulo: Elsevier,

2009.

KOCH. R.M. et. Al. Técnicas básicas de enfermagem. 22ª edição. Curitiba: Século XXI

Livros, 2004.

SILVA LD, PEREIA SRM, MESQUITA AMF. Procedimentos de enfermagem:

Semiotécnica para o cuidado. Rio de Janeiro: Medsi; 2005.

NETTINA SM. Prática de enfermagem. 8ª. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

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CLAYTON BD. Farmacologia na prática de enfermagem. Rio de Janeiro: Editora

Elsevier, 2006.

REICHEMBACH MT, MEIER MJ, ASCHIDAMINI IM. Administração de medicamentos por

via subcutânea: convenção ou controvérsia para a enfermagem? Rev. bras. Enferm.

58(5), Brasília, Sept./Oct. 2005.

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Página 76

Procedimento Operacional Padrão

8. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS:

8.7 ADMINISTRAÇÃO DE BENZILPENICILINA

BENZATINA

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar o procedimento de administração de Benzilpenicilina benzatina.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

A peniclina benzatina é um antibiótico de ação bactericida para vários agentes

microbianos de importância em saúde pública, com eficácia clínica e bacteriológica bem

conhecidas, baixa incidência de efeitos colaterais, facilidade de tratamento (em geral uma

ou poucas aplicações) e baixo custo. Sua segurança e a eficácia para tratamento da sífilis

em gestantes foi ratificada pelo “Relatório de Recomendação sobre a Penicilina Benzatina

para Prevenção de Sífilis Congênita durante a gravidez”, publicado pela CONITEC do

Ministério da Saúde, em maio de 2015.

A recente NOTA TÉCNICA Nº 03/2017 da Decisão do COFEN/CTLN, que declara a

importância da administração da Penicilina Benzatina pelos profissionais de enfermagem da

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Atenção Básica. Considerando que eventualmente há relutância por parte de pacientes em

receber a Penicilina Benzatina injetável, pelo fato de sua aplicação ser dolorosa, e visando

aumentar a adesão dos pacientes, e, em especial, dos parceiros de gestantes com sífilis,

medidas para diminuir a dor durante aplicação da Penicilina Benzatina devem ser

observadas e realizadas.

6. Materiais Necessários

Bandeja ou cuba rim;

Frasco ampola da Benzilpenicilina Benzatina;

Água destilada;

Seringa;

Agulha (para diluição);

Agulha (para administração);

Algodão;

Solução antisséptica;

Luvas de procedimento;

Máscara cirúrgica.

7. Descrição da Técnica

1. Retirar o lacre metálico do frasco superior, limpar a borracha e o gargalo da ampola

com o diluente, usando algodão embebido em álcool a 70%;

2. Aspirar o diluente da ampola e introduzir o líquido no frasco ampola;

3. Retirar a seringa, sem contaminar a agulha;

4. Realizar rotação do frasco entre as mãos para misturar o líquido ao pó, evitando a

formação de espuma;

5. Colocar ar na seringa, na mesma quantidade do líquido que será aspirado do frasco;

6. Erguer o frasco verticalmente, com a borracha voltada para baixo, logo após

introduzir a agulha, que está conectada à seringa, no mesmo e injetar o ar, aspirando

a dose prescrita;

7. Para associar a medicação (Penicilina com Lidocaína 0,5 ml), trocar a agulha da

seringa para proceder a aspiração da lidocaína, e manter a seguinte orientação de

enfermagem, item ampola:

AMPOLA DE CLORIDRATO DE LIDOCAÍNA A 2% SEM VASOCONSTRITOR

1. Limpar o gargalo com algodão embebido em álcool a 70%;

2. Quebrar a ampola utilizando algodão ou gaze;

3. Segurar a ampola entre os dedos indicador e médio de uma das mãos, e com a

outra pegar a seringa com a penicilina previamente aspirada e introduzir

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Página 78

cuidadosamente dentro da ampola sem tocar as bordas externas, com o bisel

voltado para baixo, em contato com o líquido;

4. Aspirar a dose prescrita (0,5 ml);

5. Trocar a agulha para a aplicação, utilizando comprimento/calibre compatível com a

massa muscular;

6. Questionar se o usuário tem prótese de silicone ou silicone industrial injetado e qual

a localização;

7. Escolher local da administração e em caso de dúvida, chamar o enfermeiro;

8. Realizar antissepsia da pele;

9. Firmar o músculo, utilizando o dedo indicador e o polegar;

10. Introduzir a agulha com ângulo adequado à escolha do músculo;

11. Aspirar observando se atingiu algum vaso sanguíneo (caso aconteça, retirar a agulha

do local, desprezar todo material e reiniciar o procedimento);

12. Injetar a solução lentamente, com o polegar na extremidade do êmbolo até introduzir

toda a dose;

13. Retirar a seringa/agulha em movimento único e firme;

14. Fazer leve compressão no local;

15. Manter o usuário em observação por 30 minutos após a aplicação, esclarecendo que

este procedimento visa sua segurança, e que ele deve comunicar qualquer

desconforto pós medicação nesse período;

16. Desprezar os materiais pérfuro-cortantes em recipiente adequado;

17. Desprezar os materiais utilizados nos lixos apropriados;

18. Higienizar as mãos;

19. Manter ambiente de trabalho limpo e organizado.

8. Recomendações/Observações

A Benzetacil (benzilpenicilina benzatina) deve ser administrado exclusivamente por

via intramuscular profunda;

O frasco deve ser vigorosamente agitado antes da retirada da dose a ser injetada,

para completa homogeneização do produto;

Recomenda-se injeção intramuscular profunda, no quadrante superior lateral da

nádega. Para doses repetidas, recomenda-se variar o local da injeção;

Deve-se evitar a administração em vasos sanguíneos e nervos ou próximo a estes,

uma vez que tais injeções podem provocar lesões neuro-vasculares sérias;

Antes de injetar a dose, deve-se puxar o êmbolo da seringa para trás, a fim de se

certificar de que a agulha não esteja em um vaso sanguíneo. Se aparecer sangue,

ou qualquer alteração na cor do produto (pois nem sempre a cor típica de sangue

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surge quando a agulha encontram-se em um vaso sanguíneo), deve-se retirar a

agulha e injetar em outro local;

A injeção deve ser feita lentamente. Interrompa a administração se o paciente se

queixar de dor intensa no local ou se, especialmente em crianças, ocorrerem sinais e

sintomas que sugiram dor intensa;

Devido às altas concentrações da suspensão deste produto, a agulha poderá entupir

caso a administração não seja feita de forma lenta e contínua;

Caso a região glútea (mais comumente utilizada em adultos), não seja adequada

para a realização do procedimento, escolher a região vasto-lateral ou ventro-glútea,

solicitando a avaliação do enfermeiro em caso de dúvidas ou para a escolha da

região deltoide;

No caso da escolha da administração de medicamento IM em região deltoide, é

necessário atentar-se para a diluição em um volume menor de diluente, levando-se

em consideração que nesta região o maior volume recomendado é de 3 ml;

Caso o enfermeiro constate o comprometimento da região do deltoide, deverá

informar ao médico para que o tratamento seja avaliado e prescrito por outra via de

administração;

Recomenda-se para adultos, de 2 a 3 ml no deltoide e no máximo 5 ml no dorso ou

ventro-glúteo, sempre avaliando e analisando a massa muscular;

O músculo escolhido para administração do medicamento deve ser bem

desenvolvido, de fácil acesso e não possuir vasos de grosso calibre ou nervos

superficiais. O volume máximo e substância a ser utilizada devem ser compatíveis

com a estrutura muscular.

9. Referências

CAMPINAS. Prefeitura Municipal de Campinas. Secretaria de Saúde. NOTA TÉCNICA Nº

001/2017: Orientações para uso de penicilina benzatina associada a lidocaína 2% para

gestantes com sífilis e seus parceiros. Campinas, SP, 2017. Disponível em:

https://goo.gl/Mgh4vf. Acesso em 17/09/2018.

COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Nota Técnica COFEN/CTLN Nº03/2017:

administração da Penicilina Benzatina nas Unidades Básicas de Saúde. Brasil, 2017.

Disponível em: https://goo.gl/rH4TN8. Acesso em :17/09/2018.

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Página 80

Procedimento Operacional Padrão

8. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS:

8.8 TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ORAL (TRO)

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Corrigir o desequilíbrio hidroeletrolítico pela reidratação oral, prevenindo a

desidratação e os seus agravos.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

Terapia realizada através da administração de sais de reidratação oral para repor

líquidos e eletrólitos.

6. Materiais Necessários

Envelope de Soro de Reidratação Oral – SRO;

Água filtrada ou fervida (fria);

Jarra de 1 litro (vidro ou plástico com tampa);

Copo descartável.

7. Descrição da Técnica

1. Avaliar e conferir a prescrição;

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2. Conferir os 9 Certos: paciente certo, medicamento certo, via certa, hora certa, dose

certa, registro certo, orientação certa, forma certa, resposta certa;

3. Investigar qualquer contraindicação como incapacidade de engolir, náuseas/vômitos

e diminuição do nível de consciência;

4. Avaliar o histórico de saúde e de alergias;

5. Higienizar as mãos;

6. Selecionar o medicamento do estoque;

7. Verificar a data de validade do produto;

8. Pesar o paciente no início da TRO e a cada hora;

9. Diluir um envelope de SRO em 1 litro de água;

10. Determinar a quantidade de soro a ser administrada durante as primeiras quatro

horas;

11. Se o usuário vomitar, aguardar 10 minutos e depois continuar, porém mais

lentamente;

12. Reavaliar o usuário e classificá-lo quanto à desidratação;

13. Orientar o usuário a introduzir a dieta o mais breve possível;

14. Recolher o material e desprezar os descartáveis;

15. Higienizar as mãos;

16. Checar a administração do medicamento no prontuário do usuário;

17. Realizar anotações de enfermagem no sistema de informação vigente e prontuário

do paciente.

8. Recomendações/Observações

A solução SRO deve ser oferecida em curtos intervalos, usando copo, colher ou

seringa plástica, toda vez que o paciente desejar ou evacuar, no volume que aceitar;

Observar se os sinais de desidratação permanecem, tais como: inquietação e

irritabilidade, olhos fundos, ingestão ávida de líquidos, sede intensa, boca seca e

com ausência de saliva, ausência de lágrimas e o sinal da prega (a pele volta

lentamente ao estado anterior);

Caso o usuário apresente sinais de choque, o mesmo deverá ser encaminhado para

a unidade de referência para tratamento ou entrar em contato com o SAMU pelo

telefone 192.

9. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual do Paciente com Diarreia. Brasília, 2014.

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_______. Caderno de Atenção básica nº 28: Acolhimento a demanda espontânea, queixas

mais comuns na Atenção básica, vol. II. Brasília, 2012.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM – GO. Protocolo de enfermagem na APS no

Estado de Goiás. Goiânia, 2017. 336 p.

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Página 83

Procedimento Operacional Padrão

9. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA:

9.1 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE FEBRE

AMARELA

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar os procedimentos de notificação compulsória para febre amarela com a

finalidade de detectar e tratar precocemente os casos suspeitos, visando:

o Analisar a situação epidemiológica da febre amarela periodicamente no

Distrito Federal;

o Reduzir a incidência da febre amarela silvestre;

o Impedir a transmissão urbana;

o Monitorar a ocorrência de casos e surtos determinando a sua distribuição

espacial e temporal;

o Implementar ações de prevenção e controle da febre amarela destinadas à

população, segundo as peculiaridades de cada contexto.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para execução

de ações de controle de doenças e agravos (informação para a ação) e, devido a isso,

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Página 84

necessita de informações atualizadas sobre a ocorrência dos mesmos. A principal fonte

destas informações é a notificação de agravos e doenças pelos profissionais de saúde.

A escolha das doenças e agravos de notificação compulsória obedece a critérios

como magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade,

disponibilidade de medidas de controle, sendo a lista periodicamente revisada, tanto em

função da situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos agentes e

por alterações no Regulamento Sanitário Internacional.

Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no

Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN).

6. Definições de caso de Febre Amarela:

Caso suspeito: indivíduo com quadro febril agudo (até 7 dias), de início súbito,

acompanhado de icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, residente em (ou

procedente de) área de transmissão ou de locais com ocorrência de epizootia

(doença que apenas ocasionalmente e se encontra em uma comunidade animal),

confirmada em primatas, não humanos, ou isolamento de vírus em mosquitos

vetores, nos últimos 15 dias, não vacinado contra febre amarela ou com estado

vacinal ignorado.

Caso confirmado:

o Critério clínico-laboratorial: todo caso suspeito que apresente pelo menos uma

das seguintes condições:

Isolamento do vírus da febre amarela;

Detecção do genoma viral;

Detecção de anticorpos da classe IgM pela técnica de MAC-ELISA em

indivíduos não vacinados ou com aumento de 4 vezes ou mais nos

títulos de anticorpos pela técnica de inibição da hemaglutinação (IH),

em amostras pareadas;

Achados histopatológicos com lesões nos tecidos compatíveis com

febre amarela;

Também será considerado caso confirmado o indivíduo assintomático

ou oligossintomático, originado de busca ativa, que não tenha sido

vacinado e que apresente sorologia (MAC-ELISA) positiva ou

positividade por outra técnica laboratorial conclusiva para a febre

amarela.

o Critério de vínculo epidemiológico: todo caso suspeito de febre amarela que

evoluiu para óbito em menos de 10 dias, sem confirmação laboratorial, em

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período e área compatíveis com surto ou epidemia em que outros casos já

tenham sido confirmados laboratorialmente.

Caso descartado: caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo, desde que

comprovado que as amostras foram coletadas em tempo oportuno ou caso suspeito

com diagnóstico confirmado de outra doença.

7. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

Enfermeiro: investigar e notificar os casos de Febre Amarela;

Técnico de Enfermagem: comunicar ao enfermeiro casos suspeitos de Febre

Amarela.

8. Materiais Necessários

Ficha de notificação/investigação de Febre Amarela (modelo ANEXO);

Caneta esferográfica.

9. Descrição da Técnica

1. Realizar a notificação compulsória imediata, tanto a ocorrência de casos suspeitos

isolados como a de surtos, para o desencadeamento das ações de vigilância

epidemiológica e de controle. Deve-se assegurar que o fluxo de informação da

suspeita alcance todos os níveis em até 24 horas;

2. Preencher de forma manuscrita o formulário de notificação do SINAN todos os

campos (1 a 30) conforme instrução de preenchimento da ficha de notificação;

3. Realizar na ausência do formulário do SINAN em papel, a notificação por qualquer

outro meio de comunicação que propicie no mínimo o registro de: 1. Nome do

agravo, 2. Nome do paciente, 3. Endereço de residência do paciente, 4. Nome e

contato do notificante, 5. Data da notificação, 6. Data do início dos sintomas;

4. Realizar a investigação epidemiológica de cada caso suspeito e/ou confirmado com

base no preenchimento da ficha específica de investigação, visando determinar a

forma e local provável de infecção (LPI), o que irá orientar a adoção de medidas

adequadas de controle;

5. Colher e/ou solicitar amostras dos casos suspeitos e encaminhar imediatamente ao

laboratório LACEN-DF para confirmação;

6. Informar imediatamente a equipe de controle vetorial local para a adoção das

medidas necessárias ao controle vetorial;

7. Incluir os casos suspeitos no SINAN em até 7 dias, e encerrar os casos em até 60

dias;

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8. O encerramento da investigação de caso ocorre com as informações levantadas no

prazo de 60 dias. O caso será encerrado com sua confirmação ou descarte, com

definição do LPI e com os fatores determinantes relativos a infecção;

9. As medidas de controle são a vacinação contra febre amarela e o controle vetorial.

10. Recomendações/Observações

Coletar oportunamente amostra de sangue, até o 5º dia do início dos sintomas para

diagnóstico virológico (isolamento viral);

Coletar oportunamente amostra de sangue, a partir do 6º dia do início dos sintomas

para diagnóstico sorológico (detecção de anticorpos IgM, coleta ideal no 14º dia);

Em casos identificados e que houverem necessidade, encaminhar o usuário para

assistência especializada;

Encaminhar o usuário suspeito ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN-

DF) para confirmação, quando indicado;

Notificações advindas de representantes institucionais, segundo legislação vigente,

devem ser notificadas e investigadas.

11. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Volume único. 1ª edição

atualização. Brasília – DF. 2016.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde DF. Manual de Procedimentos de

Enfermagem. Brasília, 2013. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-

conteudo/uploads/2018/04/ENFERMAGEM-3-Protocolo_Final_Parte_3.pdf. Acesso em:

18/09/2018.

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Página 87

ANEXO

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Página 88

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Página 89

Procedimento Operacional Padrão

9. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA:

9.2 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE FEBRE

MACULOSA

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar os procedimentos para a notificação compulsória de Febre Maculosa com

vistas a aprimorar, uniformizar e qualificar o atendimento integral à pessoa acometida

pela doença no âmbito da atenção básica, ambulatorial e/ou hospitalar.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para execução

de ações de controle de doenças e agravos (informação para a ação) e, devido a isso,

necessita de informações atualizadas sobre a ocorrência dos mesmos. A principal fonte

destas informações é a notificação de agravos e doenças pelos profissionais de saúde.

A escolha das doenças e agravos de notificação compulsória obedece a critérios

como magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade,

disponibilidade de medidas de controle, sendo a lista periodicamente revisada, tanto em

função da situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos agentes e

por alterações no Regulamento Sanitário Internacional.

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Página 90

Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no

Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN).

6. Definições de caso de Febre Maculosa:

Caso suspeito: indivíduo que apresente febre de início súbito, cefaleia, mialgia,

seguidas de aparecimento de exantema máculopapular, entre o 2º e 5º dias de

evolução, e/ou manifestações hemorrágicas, e que tenha relatado história de picada

de carrapatos e/ou contato com animais domésticos e/ou silvestres e/ou ter

frequentado área sabidamente de transmissão de febre maculosa, nos últimos 15

dias.

Caso confirmado: critério laboratorial - indivíduo cujos sinais, sintomas e

antecedentes epidemiológicos atendem a definição de caso suspeito e no qual

infecção por riquétsias do grupo febre maculosa tenha sido confirmada

laboratorialmente em uma das provas diagnósticas:

o Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) - quando houver soroconversão

dos títulos de RIFI IgG, entendida como primeira amostra de soro (fase

aguda) não reagente e segunda amostra (colhida 14 a 21 dias após) com

título maior ou igual 128; ou aumento de, no mínimo, quatro vezes os títulos

obtidos em duas amostras de soro, coletadas no intervalo de 14 a 21 dias;

o Imuno-histoquímica reagente para antígenos específicos de Rickettsia sp;

o Técnicas de biologia molecular – Reação em Cadeia da Polimerase (PCR),

grupo febre maculosa detectável;

o Isolamento em cultura do agente etiológico.

Caso confirmado: critério clínico-epidemiológico - só é utilizado para o

encerramento de casos que foram a óbito e que tenham apresentado sinais e

sintomas compatíveis com a doença, além de antecedentes epidemiológicos (áreas

sabidamente de transmissão de febre maculosa), e tenham apresentado picada de

carrapatos e/ou relatado contato com animais domésticos e/ou silvestres e/ou

vínculo com casos confirmados laboratorialmente não sendo possível a coleta

oportuna de material para exames.

Caso descartado: serão considerados:

o Caso suspeito com diagnóstico confirmado para outra doença;

o Caso suspeito sem dados suficientes para confirmar o diagnóstico de febre

maculosa.

7. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

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Página 91

Enfermeiro: investigar e notificar os casos de Febre Maculosa.

Técnico de Enfermagem: comunicar ao enfermeiro casos suspeitos de Febre

Maculosa.

8. Materiais Necessários

Ficha de notificação/investigação de Febre Maculosa (modelo ANEXO);

Caneta esferográfica.

9. Descrição da Técnica

1. A notificação da febre maculosa deve ser registrada no Sistema de Informação de

Agravos de Notificação (SINAN), através do preenchimento da ficha de investigação

da febre maculosa;

2. Iniciar a investigação imediatamente após a notificação, para permitir que as

medidas de controle e prevenção de novos casos possam ser adotadas em tempo

oportuno;

3. Na ausência do formulário do SINAN em papel, a notificação pode ser realizada por

qualquer outro meio de comunicação que propicie no mínimo o registro de: 1. Nome

do agravo, 2. Nome do paciente, 3. Endereço de residência do paciente, 4. Nome e

contato do notificante, 5. Data da notificação, 6. Data do início dos sintomas;

4. Cabe à equipe de investigação encaminhar ao laboratório LACEN a coleta de

sangue para diagnóstico acompanhada da ficha de investigação (após ter sido

digitada no SINAN);

5. A investigação epidemiológica de cada caso suspeito e/ou confirmado deverá ser

realizada com base no preenchimento da ficha específica de investigação, visando

determinar a forma e local provável de infecção (LPI), o que irá orientar a adoção de

medidas adequadas de controle. Preencher de forma manuscrita preferencialmente o

formulário do SINAN todos os campos conforme instrução de preenchimento da ficha

de notificação;

6. O caso de febre maculosa deve ser encerrado oportunamente em até 60 dias da

notificação.

10. Recomendações/Observações

Coletar sangue para sorologia entre o 7º e o 10º dia de doença.

Um caso pode significar a existência de um surto, o que impõe a adoção imediata de

medidas de controle.

Evitar entrar em áreas infestadas por carrapatos.

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

Página 92

Comunicar à vigilância ambiental/SVS/SES sobre áreas infestadas em ambiente

urbano.

Evitar utilizar produtos para controle de vetores em animais ou em vegetação sem

orientação de um profissional.

11. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Volume único. 1ª edição

atualização. Brasília – DF. 2016.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde DF. Manual de Procedimentos de

Enfermagem. Brasília, 2013. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-

conteudo/uploads/2018/04/ENFERMAGEM-3-Protocolo_Final_Parte_3.pdf. Acesso em:

18/09/2018.

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ANEXO

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Página 94

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Procedimento Operacional Padrão

9. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA:

9.3 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE HANSENÍASE

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar os procedimentos para a notificação compulsória de hanseníase com

vistas a aprimorar, uniformizar e qualificar o atendimento integral à pessoa acometida

pela hanseníase no âmbito da atenção básica, ambulatorial e/ou hospitalar.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para execução

de ações de controle de doenças e agravos (informação para a ação) e, devido a isso,

necessita de informações atualizadas sobre a ocorrência dos mesmos. A principal fonte

destas informações é a notificação de agravos e doenças pelos profissionais de saúde.

A escolha das doenças e agravos de notificação compulsória obedece a critérios

como magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade,

disponibilidade de medidas de controle, sendo a lista periodicamente revisada, tanto em

função da situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos agentes e

por alterações no Regulamento Sanitário Internacional.

Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no

Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN).

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6. Definições de caso de Hanseníase:

Caso Suspeito: todo paciente com epidemiologia positiva e/ou que se enquadre no

item a seguir:

o Lesão ou lesões de pele com alteração de sensibilidade;

o Acometimento de nervo(s) com espessamento neural.

Caso confirmado: considera-se caso de hanseníase a pessoa que apresenta um ou

mais dos seguintes sinais e que necessita de tratamento com poliquimioterapia

(PQT):

o Lesão(ões) e/ou área(s) da pele com alteração da sensibilidade térmica e/ou

dolorosa e/ou tátil; ou

o Espessamento de nervo periférico, associado a alterações sensitivas e/ou

motoras e/ou autonômicas; ou

o Presença de bacilos M. leprae, confirmada na baciloscopia de esfregaço

intradérmico ou na biopsia de pele.

7. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

Enfermeiro: investigar e notificar os casos de Hanseníase.

Técnico de Enfermagem: comunicar ao enfermeiro casos suspeitos de Hanseníase.

8. Materiais Necessários

Ficha de notificação/investigação de Hanseníase (modelo ANEXO);

Caneta esferográfica.

9. Descrição da Técnica

1. Notificar os casos diagnosticados, utilizando-se a ficha do Sistema de Informação de

Agravos de Notificação (SINAN) por se tratar de uma doença de notificação

compulsória e de investigação obrigatória;

2. Preencher a ficha de investigação (FI) e encaminhar a Unidade Básica de Saúde de

referência;

3. Atualizar mensalmente o Boletim de Acompanhamento da Hanseníase que é um

instrumento de monitoramento, para o acompanhamento e seguimento da evolução

clínica dos doentes nas unidades de saúde.

A realização da investigação deverá ser baseada nos seguintes pressupostos:

Atender e acompanhar o paciente diagnosticado;

Fazer busca ativa de novos casos;

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Orientar e encaminhar acompanhantes dos contatos do usuário.

Considerações importantes acerca dos contatos do paciente:

O atendimento da demanda espontânea ou a busca ativa de casos compreende o

exame dermatoneurológico de pessoas suspeita de hanseníase, exames de

indivíduos com dermatoses e/ou neuropatias periféricas e dos casos encaminhados

por meio de triagem;

A vigilância de contatos tem por finalidade a descoberta de casos novos entre

aqueles que convivem ou conviveram, de forma prolongada com o caso novo de

hanseníase diagnosticado (caso índice). Além disso, visa também descobrir suas

possíveis fontes de infecção no domicílio (familiar) ou fora dele (social),

independentemente de qual seja a classificação operacional do doente– paucibacilar

(PB) ou multibacilar (MB);

Considera-se contato domiciliar toda pessoa que resida ou tenha residido com o

doente. Contato social é qualquer pessoa que conviva ou tenha convivido em

relações familiares ou não, de forma próxima e prolongada;

Os contatos sociais, incluem vizinhos, colegas de trabalho, de escola, entre outros,

devem ser investigados de acordo com o grau e tipo de convivência, ou seja,

aqueles que tiveram contato muito próximo e prolongado com o paciente não tratado.

Atenção especial deve ser dada aos contatos familiares do paciente (pais, irmãos,

avós, tios, entre outros);

Sugere-se avaliar anualmente, durante cinco anos, todos os contatos não doentes,

quer sejam familiares ou sociais. Após esse período os contatos devem ser liberados

da vigilância, devendo, entretanto, serem esclarecidos quanto à possibilidade de

aparecimento, no futuro, de sinais e sintomas sugestivos da hanseníase.

10. Recomendações/Observações

Contatos familiares recentes ou antigos de pacientes multibacilar (MB) e paucibacilar

(PB) devem ser examinados, independentes do tempo de convívio. Deve-se avaliar

anualmente, durante cinco anos, todos os contatos não doentes, quer sejam

familiares ou sociais. A vacina BCG não é específica para hanseníase;

A BCG-ID deve ser aplicada nos contatos examinados sem presença de sinais e

sintomas de hanseníase, independente da classificação operacional do caso índice.

Esquema vacinal: Sem cicatriz de BCG aplicar 1 dose, presença de 1 cicatriz, fazer 1

dose, 2 cicatrizes, não fazer;

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Contatos de hanseníase com menos de 1 ano de idade, já vacinados, não

necessitam da aplicação de outra dose de BCG. É importante considerar a situação

de risco dos contatos com imunodepressão como HIV, corticoterapia;

Doentes em tratamento para tuberculose e/ou já tratados não necessitam vacinação.

Gestantes devem aguardar o período pós-parto para realizar a BCG;

Notificações advindas de representantes institucionais, segundo legislação vigente,

devem ser notificadas e investigadas;

O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico,

realizado por meio da anamnese, exame geral e dermatoneurólogico para identificar

lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de

nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas;

Os casos diagnosticados devem ser classificados operacionalmente, visando definir

o esquema de tratamento com poliquimioterapia (PQT) que se baseia no número de

lesões cutâneas: casos com até cinco lesões de pele, paucibacilares e casos com

mais de cinco lesões de pele, multibacilar (MB);

O resultado positivo da baciloscopia, é considerado como MB, porém o resultado

negativo não exclui o diagnóstico clínico da hanseníase e também não classifica

obrigatoriamente o doente como paucibacilar (PB).

11. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Volume único. 1ª edição

atualização. Brasília – DF. 2016.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde DF. Manual de Procedimentos de

Enfermagem. Brasília, 2013. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-

conteudo/uploads/2018/04/ENFERMAGEM-3-Protocolo_Final_Parte_3.pdf. Acesso em:

18/09/2018.

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ANEXO

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Página 100

Procedimento Operacional Padrão

9. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA:

9.4 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE HANTAVIROSE

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar o procedimento de notificação compulsória para Hantavirose, com vistas

a reduzir as taxas de letalidade e grau de morbidade através do diagnóstico e

tratamento precoce dos casos, além de diminuir os riscos de transmissão mediante

controle da população de reservatórios e do agente transmissor.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para execução

de ações de controle de doenças e agravos (informação para a ação) e, devido a isso,

necessita de informações atualizadas sobre a ocorrência dos mesmos. A principal fonte

destas informações é a notificação de agravos e doenças pelos profissionais de saúde.

A escolha das doenças e agravos de notificação compulsória obedece a critérios

como magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade,

disponibilidade de medidas de controle, sendo a lista periodicamente revisada, tanto em

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Página 101

função da situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos agentes e

por alterações no Regulamento Sanitário Internacional.

Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no

Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN).

6. Definições de caso de Hantavirose:

Caso Suspeito:

o Paciente com quadro febril (acima de 38°C), mialgia, cefaleia, sinais e

sintomas de insuficiência respiratória aguda de etiologia não determinada, na

primeira semana da doença; ou

o Paciente com enfermidade aguda, apresentando quadro de insuficiência

respiratória aguda, com evolução para óbito na primeira semana da doença;

ou

o Paciente com quadro febril (acima de 38°C), mialgia, cefaleia e que tenha

exposição a uma situação de risco, relacionado ou não a casos confirmados

laboratorialmente.

Caso Confirmado:

o Critério laboratorial:

Sorologia reagente para anticorpos séricos específicos para

hantavírus, ELISA (IgM em soro ou soro conversão por IgG);

RT-PCR (polimerase com transcrição reversa) detectável para

hantavírus;

Imuno-histoquímica de órgãos.

o Critério clínico-epidemiológico:

Indivíduo que tenha frequentado áreas conhecidas de transmissão de

hantavírus ou tenha sido exposto à mesma situação de risco de

pacientes confirmados laboratorialmente, nos últimos 60 dias,

apresentando, obrigatoriamente, as seguintes alterações:

Raio X de tórax com infiltrado intersticial bilateral nos campos

pulmonares, com ou sem a presença de derrame pleural – que

pode, quando presente, ser uni ou bilateral;

hematócrito maior que 45%; e

trombocitopenia (número de plaquetas menor que 150 mil/mm3).

Caso descartado: todo caso suspeito que, durante a investigação, tenha diagnóstico

confirmado laboratorialmente de outra doença ou que não preencha os critérios de

confirmação acima definidos.

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7. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

Enfermeiro: investigar e notificar os casos de Hantavirose.

Técnico de Enfermagem: comunicar ao enfermeiro casos suspeitos de Hantavirose.

8. Materiais Necessários

Ficha de notificação/investigação de Hantavirose (modelo ANEXO);

Caneta esferográfica.

9. Descrição da Técnica

1. Iniciar, o mais precocemente possível a investigação dos casos suspeitos com vista

a identificação do local provável de infecção e dos fatores que propiciaram a

infecção;

2. Preencher de forma manuscrita preferencialmente o formulário do SINAN todos os

campos conforme instrução de preenchimento da ficha de notificação;

3. Registrar a notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação

(SINAN), por meio do preenchimento e envio da Ficha de Investigação de

Hantavirose para Unidade de Saúde;

4. Notificar, na ausência do formulário do SINAN em papel, por qualquer outro meio de

comunicação que propicie no mínimo o registro de: 1. Nome do paciente, 2. Nome do

agravo, 3. Endereço de residência do paciente, 4. Nome e contato do notificante, 5.

Data da notificação, 6. Data do início dos sintomas;

5. Fazer sorologia apenas dos comunicantes com sintomatologia sugestiva de SCPH.

Em caso de confirmação, deverá ser colhido sangue para sorologia de todos os

comunicantes;

6. Observar as condições de habitação, a presença ou não de roedores no domicílio e

peridomicílio, atividades de lavoura, presença de mata em torno da residência e

outros.

Fatores importantes na investigação:

Devem ser investigadas situações de risco para infecção por hantavírus nos últimos

60 dias que precedem o início dos sintomas;

Se houve contato direto e/ou viu roedor silvestre vivo ou morto ou seus vestígios

(fezes, urina e/ou cheiro da urina, sangue, saliva, roeduras, pegadas, trilhas,

manchas e outros sinais de roedores);

Comunicar à vigilância ambiental local, situações como:

o Presença de capim Brachiaria spp.;

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Página 103

o Roças abandonadas, faixas de capim não ocupadas;

o Mudança no perfil agrícola ou outros fenômenos naturais periódicos que

alterem;

o Disponibilidade de alimentos (grãos) para os roedores silvestres, como a

frutificação de arvores nativas e a floração das taquaras;

o Fatores ambientais que provoquem o deslocamento de roedores para as

residências ou arredores, queimadas, enchentes, alagamentos, entre outros;

o Alterações climáticas e fenômenos naturais periódicos com reflexos diretos na

população de roedores;

o Atividades ocupacionais realizadas em área rural ou silvestre (aragem, plantio

ou colheita em campo, treinamento militar a campo e outros;

o Transporte, armazenagem e moagem de grãos, arrumação ou manuseio de

fardos de capim, lenha ou outros semelhantes;

o Limpeza de celeiros ou outras construções (estufas, tulhas, paióis e silos)

limpeza de maquinário agrícola;

o Adentramento, repouso, descanso e/ou limpeza de residências ou qualquer

tipo de habitação ocupada ou não, independentemente do período;

o Atividades de lazer/turismo em locais rurais ou silvestres como caça, pesca,

ecoturismo, treinamento militar e pesquisas cientificas.

10. Recomendações/Observações

Fazer coleta de sangue para sorologia em todos os casos suspeitos;

Recomenda-se aos profissionais de saúde que usem mascaras de pressão negativa

ou descartável, ambas com filtro PFF3, sempre que a investigação epidemiológica

exigir que frequentem locais com suspeita de contaminação por hantavírus sejam

ambientes fechados ou não;

A prevenção é feita com a redução, ao máximo, de todos os resíduos que possam

servir de proteção e abrigo para os roedores, eliminar todas as fontes de alimentação

internas e externas às habitações, impedir o acesso dos roedores às casas e aos

locais de armazenamento de grãos;

Informar a população sobre os riscos de transmissão e ventilar bem os ambientes.

11. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Volume único. 1ª edição

atualização. Brasília – DF. 2016.

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Página 104

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde DF. Manual de Procedimentos de

Enfermagem. Brasília, 2013. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-

conteudo/uploads/2018/04/ENFERMAGEM-3-Protocolo_Final_Parte_3.pdf. Acesso em:

18/09/2018.

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Página 105

ANEXO

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Página 106

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Página 107

Procedimento Operacional Padrão

9. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA:

9.5 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE LEPTOSPIROSE

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar os procedimentos de notificação compulsória de leptospirose, com vistas

à:

o Conhecer o comportamento epidemiológico da doença;

o Reduzir a letalidade, mediante o diagnóstico e tratamento precoce;

o Monitorar a ocorrência de casos e surtos, assim como determinar a sua

distribuição espacial e temporal;

o Identificar os sorovares (variedade de espécies de bactérias) circulantes em

cada área;

o Implementar ações de prevenção e controle destinados a população, ao meio

ambiente e reservatórios.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

Página 108

A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para execução

de ações de controle de doenças e agravos (informação para a ação) e, devido a isso,

necessita de informações atualizadas sobre a ocorrência dos mesmos. A principal fonte

destas informações é a notificação de agravos e doenças pelos profissionais de saúde.

A escolha das doenças e agravos de notificação compulsória obedece a critérios

como magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade,

disponibilidade de medidas de controle, sendo a lista periodicamente revisada, tanto em

função da situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos agentes e

por alterações no Regulamento Sanitário Internacional.

Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no

Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN).

6. Definições de caso de Leptospirose:

Caso suspeito: indivíduo com febre, cefaleia e mialgia (principalmente na

panturrilha), que apresente pelo menos um dos seguintes critérios:

o Critério 1: antecedentes epidemiológicos sugestivos (exposição a situações

de risco, vínculo epidemiológico com um caso confirmado por critério

laboratorial ou residir/trabalhar em áreas de risco), nos 30 dias anteriores a

data de início dos sintomas. Considera-se como antecedentes

epidemiológicos: exposição a enchentes ou outras coleções hídricas

potencialmente contaminadas como córregos, fossas, lagos e rios; exposição

a esgoto, fossa ou manilhas de esgoto contaminadas com urina de roedores;

atividades que envolvam risco ocupacional como coleta de lixo, limpeza de

córregos, trabalho em água ou esgoto, tratadores de animais, entre outras;

presença de animais infectados nos locais frequentados pelo paciente.

o Critério 2: pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: sufusão

conjuntival (hiperemia dos vasos conjuntivais), sinais de insuficiência renal

aguda, icterícia e/ou aumento de bilirrubinas e fenômeno hemorrágico, e/ou

Síndrome de Weil (alterações hepáticas, renais e vasculares).

Caso confirmado:

o Critério clínico-laboratorial - caso suspeito associado a um ou mais dos

seguintes resultados de exames laboratoriais:

Teste Elisa-IgM reagente, mais soroconversão na reação de

microaglutinação (MAT) com duas amostras, entendida como uma 1ª

amostra (fase aguda) não reagente e uma 2ª amostra (14 dias após a

data de início dos sintomas com máximo de até 60 dias) com título

maior ou igual a 200;

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

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Aumento de quatro vezes ou mais nos títulos da MAT, entre duas

amostras sanguíneas coletadas com um intervalo de

aproximadamente 14 dias após o início dos sintomas (máximo de 60

dias) entre elas;

Quando não houver disponibilidade de duas ou mais amostras, um

título maior ou igual a 800 na MAT confirma o diagnóstico;

Isolamento do leptospira no sangue.

o Critério clínico-epidemiológico: todo caso suspeito com clara evidência de

associação epidemiológica que apresente febre e alterações nas funções

hepáticas, renal ou vascular que por algum motivo, não tenha coletado

material para exames laboratoriais específicos. Em pacientes provindos de

áreas rurais, o clínico deverá também considerar história clínica e

antecedentes epidemiológicos para o fechamento do caso.

Casos descartados, quando a amostra colhida for a partir do 7º dia de início de

sintomas:

o Teste de ELISA-IgM não reagente em amostra sanguínea;

o Se teste de ELISA- IgM REAGENTE ou INDETERMINADO fazer

microaglutinação (MAT). Caso as duas reações de microaglutinação não

reagentes (ou reagentes sem apresentar soroconversão nem aumento de 4

vezes ou mais nos títulos), com amostras sanguíneas coletadas a partir do

primeiro atendimento do paciente e com intervalo de 2 a 3 semanas entre ela;

o O resultado NEGATIVO (não reagente) de qualquer exame sorológico

específico para leptospirose (ELISA- IgM, MAT), com amostra sanguínea

coletada antes do 7º dia do início dos sintomas, não descarta o caso

suspeito. Outra amostra deverá ser coletada, a partir do 7º dia do início dos

sintomas, para auxiliar na interpretação do diagnóstico.

Observação importante:

Em casos de óbito: detecção de DNA por PCR em amostra de sangue com

anticoagulante, em pacientes que evoluíram para óbito antes do 7° dia do início dos

sintomas. Quando o paciente for a óbito após o 7º dia do início dos sintomas:

o Não sendo possível coletar duas amostras avaliar o quadro e encerrar pelo

critério clínico epidemiológico;

o Se uma amostra tiver sido coletada e apresentar título maior ou igual a 800,

confirmar o caso;

o Imuno-histoquímica ou outras análises anátomo-patológicas coradas com tinta

de prata positivas.

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

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7. Atribuição do Enfermeiro e Técnico de Enfermagem

Enfermeiro: investigar e notificar os casos de Leptospirose.

Técnico de Enfermagem: comunicar ao enfermeiro casos suspeitos de Leptospirose.

8. Materiais Necessários

Ficha de notificação/investigação de Leptospirose (modelo ANEXO);

Caneta esferográfica.

9. Descrição da Técnica

1. Registrar a notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação

(SINAN), utilizando-se a Ficha de Investigação da Leptospirose;

2. Realizar a investigação epidemiológica de cada caso suspeito e/ou confirmado com

base no preenchimento da ficha específica de investigação, visando determinar a

forma e local provável de infecção (LPI), o que irá orientar a adoção de medidas

adequadas de controle;

3. Preencher de forma manuscrita preferencialmente o formulário do SINAN todos os

campos conforme instrução de preenchimento da ficha de notificação.

10. Recomendações/Observações

A prevenção da leptospirose pode ser feita por medidas individuais e coletivas

especialmente antes e durante o período de chuvas:

Medidas individuais: evitar ou reduzir a exposição a águas e solos potencialmente

contaminados por leptospiras, assim como evitar o contato com animais

potencialmente contaminados. Em caso de contato com animais potencialmente

contaminados realizar o manuseio utilizando luvas e botas;

Medidas coletivas: devem ser direcionadas aos reservatórios, à melhoria das

condições de proteção dos trabalhadores expostos e das condições higiênico

sanitárias da população, às medidas corretivas sobre o meio ambiente, diminuindo

sua capacidade de suporte para a instalação e proliferação de roedores.

Notificações advindas de representantes institucionais, segundo legislação vigente,

devem ser notificadas e investigadas;

Em caso de suspeita Leptospirose:

o Coletar oportunamente sangue para sorologia, preferencialmente antes de

tratamento antibiótico, ideal até o 7º dia do início dos sintomas;

o Preencher a ficha de notificação e iniciar rapidamente a investigação do caso;

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

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o Verificar os locais de exposição potencial a roedores e a ocorrência de outros

casos associados;

o Coletar sangue para sorologia preferencialmente a partir do 7º dia do início

dos sintomas (notificação de caso em situação de elevada gravidade redunda

em precipitar o momento da coleta).

Diante da notificação de óbito suspeito de Leptospirose recomendar enfaticamente a

realização de necropsia, incluída a coleta de amostras de tecidos para testes

especiais;

As investigações de antecedentes epidemiológicos aliada ao diagnóstico clínico são

componentes essenciais que permitem a detecção precoce dos casos suspeitos de

leptospirose pelos serviços de saúde.

11. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Volume único. 1ª edição

atualização. Brasília – DF. 2016.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde DF. Manual de Procedimentos de

Enfermagem. Brasília, 2013. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-

conteudo/uploads/2018/04/ENFERMAGEM-3-Protocolo_Final_Parte_3.pdf. Acesso em:

18/09/2018.

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

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ANEXO

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

Página 113

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

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Procedimento Operacional Padrão

9. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA:

9.6 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE LEISHMANIOSE

VISCERAL (LV)

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar o procedimento de notificação compulsória para Leishmaniose Visceral,

com vistas a reduzir as taxas de letalidade e grau de morbidade através do

diagnóstico e tratamento precoce dos casos, além de diminuir os riscos de

transmissão mediante controle da população de reservatórios e do agente

transmissor.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para execução

de ações de controle de doenças e agravos (informação para a ação) e, devido a isso,

necessita de informações atualizadas sobre a ocorrência dos mesmos. A principal fonte

destas informações é a notificação de agravos e doenças pelos profissionais de saúde.

Page 115: GUIA DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AO ADOLESCENTE EM ......facilidade para a incorporação de novas tecnologias, inovação do cuidado, uso mais racional ... abuso/dependência de substâncias

Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

Página 115

A escolha das doenças e agravos de notificação compulsória obedece a critérios

como magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade,

disponibilidade de medidas de controle, sendo a lista periodicamente revisada, tanto em

função da situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos agentes e

por alterações no Regulamento Sanitário Internacional.

Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no

Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN).

6. Definições de caso de Leishmaniose Visceral:

Caso Suspeito: todo indivíduo proveniente de área com ocorrência de transmissão,

com febre e esplenomegalia ou, todo indivíduo de área sem ocorrência de

transmissão, com febre e esplenomegalia, desde que descartado os diagnósticos

diferenciais mais frequentes na região.

Caso Confirmado: as infecções inaparentes ou assintomáticas são aquelas em que

não há evidência de manifestações clínicas. O diagnóstico é feito através da coleta

de sangue para exames sorológicos (imunofluorescência indireta/IFI ou enzyme

linked immmuno sorbentassay/ELISA), ou através da intradermorreação de

Montenegro reativa.

o O critério clínico laboratorial deverá preencher no mínimo um dos seguintes

critérios:

Encontro do parasita nos exames parasitológicos direto e/ou cultura;

Imunofluorescência reativa com título de 1:80 ou mais, desde que

excluídos outros diagnósticos diferenciais.

o O critério clínico epidemiológico:

Paciente da área com transmissão de LV, com suspeita clinica sem

confirmação laboratorial, mas com resposta favorável;

Todo o indivíduo com exame sorológico reagente e/ou parasitológico

positivo, sem manifestações clínicas não devem ser notificados e nem

tratados.

7. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

Enfermeiro: investigar e notificar os casos de Leishmaniose Visceral.

Técnico de Enfermagem: comunicar ao enfermeiro casos suspeitos de Leishmaniose

Visceral.

8. Materiais Necessários

Ficha de notificação/investigação de Leishmaniose Visceral (modelo ANEXO);

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

Página 116

Caneta esferográfica.

9. Descrição da Técnica

A Leishmaniose visceral humana é uma doença de notificação compulsória,

portanto todo caso suspeito deve ser notificado e investigado pelos serviços de saúde

através da ficha de investigação padronizada pelo Sistema Nacional de Agravos de

Notificação – SINAN. Todos os campos desta ficha devem ser criteriosamente preenchidos,

mesmo quando a informação for negativa. Preencher todos os campos dos itens da ficha do

SINAN relativos aos dados gerais, notificação individual e dados de residência.

Investigação:

Identificar se o caso é autóctone ou importado. Os casos importados devem ser

informados ao serviço de vigilância epidemiológica do município ou estado do local

provável de infecção;

Conferir se a área é endêmica ou se é um novo local de transmissão;

Conhecer as características epidemiológicas do caso (idade e sexo);

Realizar busca ativa de casos novos e caracterizá-los clínico e laboratorialmente;

Orientar medidas de controle, conforme a situação epidemiológica e a classificação

Roteiro de Investigação Epidemiológica:

1. Coleta de Dados Clínicos e Epidemiológicos: preencher os campos dos itens da ficha

de investigação epidemiológica do SINAN, relativos aos antecedentes

epidemiológicos, dados clínicos, laboratoriais e tratamento;

2. Caracterização do local provável de infecção (LPI): estabelecer o possível local de

infecção do caso, de acordo com a história epidemiológica e conhecimento de

ocorrência de outros casos em períodos anteriores. A caracterização da área de

transmissão é de fundamental importância para o processo de investigação e adoção

de medidas e controle.

3. No processo de caracterização do LPI deve-se:

a. Investigar se o paciente se deslocou, para áreas endêmicas, no período de até

6 meses anterior ao início dos sintomas;

b. Se área nova de transmissão, caracterizar a espécie de Leishmania;

c. Realizar busca ativa de casos humanos e caninos;

d. Realizar levantamento entomológico, caso não tenha sido verificada a

presença do vetor;

e. Conhecer as características ambientais, sociais e econômicas.

Encerramento do caso:

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Todos os casos devem ser encerrados no SINAN, no período máximo de 180

(cento e oitenta dias). Os serviços de vigilância epidemiológica deverão estar atentos para o

encerramento de todos os casos suspeitos de leishmaniose visceral.

10. Recomendações/Observações

Notificações advindas de representantes institucionais, segundo legislação vigente,

devem ser notificadas e investigadas;

É de extrema importância para a vigilância da leishmaniose visceral, tratar os casos

confirmados e acompanhá-los durante toda a evolução clínica, conforme normas

técnicas. Esta conduta visa reduzir a letalidade, recidiva, gravidade e outras

complicações da doença e/ou toxicidade do medicamento. Ressalta-se a

necessidade de estruturar o serviço para acompanhar os pacientes até a cura

clínica;

Em situações de pacientes que não comparecem as consultas agendadas durante o

tratamento, e necessária à busca dos faltosos, utilizando estratégias locais. Esses

dados após análise irão orientar a adoção de medidas de vigilância e controle. Vale

ressaltar que estas informações também devem fazer parte do relatório da

investigação do caso;

Todos os casos suspeitos de óbitos por leishmaniose visceral devem ser

investigados, objetivando a adoção de medidas que possam corrigir as deficiências e

consequentemente reduzir a letalidade da leishmaniose visceral;

As fontes de informações para a investigação e monitoramento dos óbitos podem

ser: SINAN, Sistema de Mortalidade (SIM) e da notificação informal do serviço ou da

comunidade.

11. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Volume único. 1ª edição

atualização. Brasília – DF. 2016.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde DF. Manual de Procedimentos de

Enfermagem. Brasília, 2013. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-

conteudo/uploads/2018/04/ENFERMAGEM-3-Protocolo_Final_Parte_3.pdf. Acesso em:

18/09/2018.

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ANEXO

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Página 120

Procedimento Operacional Padrão

9. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA:

9.7 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE MALÁRIA

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar o procedimento de notificação compulsória para Malária, com vistas a

reduzir as taxas de letalidade e grau de morbidade através do diagnóstico e

tratamento precoce dos casos, além de diminuir os riscos de transmissão mediante

controle da população de reservatórios e do agente transmissor.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para execução

de ações de controle de doenças e agravos (informação para a ação) e, devido a isso,

necessita de informações atualizadas sobre a ocorrência dos mesmos. A principal fonte

destas informações é a notificação de agravos e doenças pelos profissionais de saúde.

A escolha das doenças e agravos de notificação compulsória obedece a critérios

como magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade,

disponibilidade de medidas de controle, sendo a lista periodicamente revisada, tanto em

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Página 121

função da situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos agentes e

por alterações no Regulamento Sanitário Internacional.

Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no

Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN).

6. Definições de caso de Malária:

Caso suspeito: toda pessoa que seja residente ou tenha se deslocado para área

onde haja transmissão de malária, no período de 8 a 30 dias anterior à data dos

primeiros sintomas, e que apresente: FEBRE com os seguintes sintomas: calafrios,

tremores generalizados, cansaço, mialgia, ou toda pessoa testada para malária

durante investigação epidemiológica.

Caso confirmado: o critério clínico laboratorial deverá preencher um dos critérios:

o Toda pessoa cuja presença de parasito ou algum de seus componentes, tenha

sido identificada no sangue pelo exame laboratorial. Coloração da lâmina:

gota espessa, pelo método de Walker ou Giemsa; esfregaço, pelos métodos

de Giemsa ou Wright.

Caso descartado: caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo para malária

(sem a presença detectada do parasito). Quando houver forte evidência

epidemiológica, repetir o exame em 24 ou 48 horas.

7. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

Enfermeiro: investigar e notificar os casos de malária;

Técnico de Enfermagem: comunicar ao enfermeiro casos suspeitos de malária.

8. Materiais Necessários

Ficha de notificação/investigação de malária;

Caneta esferográfica.

9. Descrição da Técnica

1. Identificar se o paciente apresentou ou não alguns sintomas;

2. Verificar a data dos primeiros sintomas e confirmar a realização do diagnóstico

laboratorial;

3. Notificar, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), utilizando-

se a Ficha de Investigação de malária;

4. Realizar na ausência do formulário do SINAN em papel, a notificação por qualquer

outro meio de comunicação que propicie no mínimo o registro de: 1. Nome do

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Página 122

agravo, 2. Nome do paciente, 3. Endereço de residência do paciente, 4. Nome e

contato do notificante, 5. Data da notificação, 6. Data do início dos sintomas;

5. Fazer busca ativa de outros casos, cuja área de delimitação deve ser definida por

critérios entomológicos e epidemiológicos;

6. Identificar a área de transmissão (local provável da infecção) mediante entrevista

com o usuário, familiares responsáveis e/ou pessoas da comunidade. Os dados

serão registrados na ficha de notificação, permitindo identificar o local provável de

infecção.

10. Recomendações/Observações

Notificações advindas de representantes institucionais, segundo legislação vigente,

devem ser notificadas e investigadas.

A investigação epidemiológica de cada caso suspeito e/ou confirmado deverá ser

realizada com base no preenchimento da ficha específica de investigação, visando

determinar a forma e local provável de infecção (LPI), o que irá orientar a adoção de

medidas adequadas de controle.

11. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Volume único. 1ª edição

atualização. Brasília – DF. 2016.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde DF. Manual de Procedimentos de

Enfermagem. Brasília, 2013. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-

conteudo/uploads/2018/04/ENFERMAGEM-3-Protocolo_Final_Parte_3.pdf. Acesso em:

18/09/2018.

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ANEXO

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Página 125

Procedimento Operacional Padrão

9. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA:

9.8 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE TUBERCULOSE

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar os procedimentos para a notificação compulsória de Tuberculose com

vistas a aprimorar, uniformizar e qualificar o atendimento integral à pessoa acometida

pela Tuberculose no âmbito da atenção básica, ambulatorial e/ou hospitalar.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para execução

de ações de controle de doenças e agravos (informação para a ação) e, devido a isso,

necessita de informações atualizadas sobre a ocorrência dos mesmos. A principal fonte

destas informações é a notificação de agravos e doenças pelos profissionais de saúde.

A escolha das doenças e agravos de notificação compulsória obedece a critérios

como magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade,

disponibilidade de medidas de controle, sendo a lista periodicamente revisada, tanto em

função da situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos agentes e

por alterações no Regulamento Sanitário Internacional.

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Página 126

Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no

Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN).

6. Definições de caso de Tuberculose:

Caso suspeito: pessoa com tosse por tempo igual ou superior a três semanas;

Caso confirmado de tuberculose pulmonar positiva (com confirmação

laboratorial): todo indivíduo com:

o Duas baciloscopias diretas positivas; ou,

o Um teste rápido molecular positivo; ou,

o Uma baciloscopia direta positiva e cultura positiva; ou

o Uma baciloscopia direta positiva e imagem radiológica sugestiva de

tuberculose; ou,

o Duas ou mais baciloscopias diretas negativas e cultura positiva.

Caso confirmado de tuberculose pulmonar negativa: todo indivíduo com

diagnóstico baseado em dados clínico-epidemiológicos e em resultados de exames

complementares.

7. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

Enfermeiro: investigar e notificar os casos de Tuberculose;

Técnico de Enfermagem: comunicar ao enfermeiro casos suspeitos de Tuberculose.

8. Materiais Necessários

Ficha de notificação/investigação de Tuberculose (modelo ANEXO);

Caneta esferográfica.

9. Descrição da Técnica

1. Notificar os casos de tuberculose somente após confirmação diagnóstica em duas

vias;

2. Realizar busca ativa, confirmação de casos e notificação imediata ao Sistema de

Informação de Agravo de Notificação – SINAN;

3. Notificar os casos novos, os reingressos após abandono, as recidivas, transferidos e

pós-óbito em ficha Individual de Notificação /Investigação de tuberculose;

4. Notificar pela segunda vez na unidade de destino, todo caso transferido de outra

unidade de saúde, com o tipo de entrada transferência, no SINAN;

Casos Suspeitos:

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Página 127

1. Realizar busca ativa de sintomáticos respiratórios: tem o objetivo de identificar

pessoas com tosse por tempo igual ou superior a três semanas, consideradas com

suspeita de tuberculose, visando à descoberta dos casos bacilíferos. A busca ativa

de sintomáticos respiratórios deve ser realizada permanentemente por todos os

serviços de saúde;

2. Registrar no Livro de Sintomático Respiratório e examinado para confirmar o

diagnóstico e iniciar o tratamento todo caso suspeito de tuberculose;

3. Solicitar duas amostras de escarro para baciloscopia ou uma amostra para teste

molecular rápido (TRM) e exame radiológico para confirmação laboratorial.

Casos Confirmados:

1. Registrar no Livro de Registro de Pacientes e Acompanhamento de Tratamento todo

caso confirmado;

2. Entrevistar o caso índice para identificação e controle dos contatos e acompanha-los

por visita domiciliar;

3. Realizar investigação ampliada com radiografia de tórax, baciloscopia de escarro

e/ou outros exames os pacientes sintomáticos crianças ou adultos;

4. Priorizar contatos menores de cinco anos, portadores do vírus HIV/AIDS e de

condições consideradas de alto risco;

5. Orientar e encaminhar todos os contatos do usuário à Unidade de Saúde para serem

avaliados.

Acompanhamento dos casos:

1. Realizar testagem para HIV em todas as pessoas com tuberculose;

2. Solicitar baciloscopia de acompanhamento mensalmente;

3. Agendar, nos casos de TB pulmonar positivos, as coletas de escarro (01 amostra),

para o 2º, 4º e 6º mês de tratamento;

4. Solicitar no final do segundo mês de tratamento, cultura para microbactérias com

identificação e o teste de sensibilidade em caso de baciloscopia positiva;

5. Diagnosticar cura em pacientes inicialmente bacilíferos, somente após coleta de

duas baciloscopias com resultados negativos, uma na fase de acompanhamento e

outra ao final do tratamento.

Tratamento Diretamente Observado (TDO)

1. Definir o tratamento diretamente observado, quando o doente tiver tido no mínimo 24

tomadas observadas (ingestão do medicamento) na fase de ataque e 48 tomadas

observadas (ingestão do medicamento) na fase de manutenção;

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2. Desconsiderar a ingestão de medicamento sem o acompanhamento direto de

profissionais da equipe de saúde.

Encerramento dos casos

1. Acompanhar o paciente portador de tuberculose por todo o tratamento e avaliar a

qualquer tempo para encerramento do caso nas seguintes situações:

o Cura: quando o paciente portador de tuberculose, tomar a medicação de

forma regular seguindo o tratamento rigorosamente tem prognóstico de cura.

A cura comprovada de paciente pulmonar bacilífero será obtida quando forem

avaliadas as baciloscopias de escarro, obrigatoriamente, ao final do 2 º,4º e

6º mês de tratamento com intuito de comprovar a cura, das quais as duas

últimas deverão ser negativas;

o Abandono: quando o paciente permaneceu trinta dias consecutivos sem tomar

os medicamentos;

o Óbito: será considerado quando o paciente morrer durante o tratamento,

independentemente da causa do óbito;

o Falência do tratamento: considera-se falência de tratamento quando há

persistência da positividade do escarro ao final do tratamento. São também

classificados como casos de falência aqueles que, no início do tratamento,

são fortemente positivos (++ ou +++) e mantêm essa situação até o 4º mês

ou aqueles com positividade inicial seguida de negativação e nova

positividade por dois meses consecutivos, a partir do 4º mês de tratamento;

o Transferência: todo paciente que informar à equipe de saúde que irá se

deslocar para outro serviço dentro do Distrito Federal, ou outra Unidade da

Federação ou País, receberá como saída a “Transferência”. A equipe de

saúde deverá preencher a Ficha de Transferência em duas vias – a 1ª deverá

ser entregue ao paciente para ser levada ao serviço onde continuará o

tratamento, e a 2ª via, anexada ao prontuário do paciente. Quando a

transferência for no próprio Distrito Federal, a equipe de saúde que o

transferiu deverá localizar o serviço e informar a equipe que irá recebê-lo;

o Mudança de diagnóstico: quando confirmado erro no diagnóstico, o paciente

deverá receber alta por mudança de diagnóstico.

Boletim de Acompanhamento:

1. Para a avaliação da efetividade do tratamento e o monitoramento da incidência e

encerramento do caso são necessárias, além de dados de notificação/investigação,

informações relativas ao acompanhamento dos casos;

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Página 129

2. Para a obtenção desses dados, o SINAN emite um relatório específico chamado

“Boletim de Acompanhamento”, onde são listados, por unidade de saúde atual,

todos os casos notificados que estão com o campo “Data de Encerramento” em

branco e em tratamento há 30 dias após a data de diagnóstico. Esse boletim deve

ser emitido pelo primeiro nível informatizado e encaminhado para as Unidades de

Saúde uma vez por mês, para atualização dos dados e retorno para registro no

sistema;

3. Os prazos para a devolução dos boletins de acompanhamento com as informações

atualizadas devem ser pactuados entre os serviços de vigilância epidemiológica,

áreas técnicas dos municípios de outros estados e unidades de saúde do DF;

4. Os casos devem receber alta segundo critérios estabelecidos nas Normas Técnicas;

5. O primeiro passo para emitir o boletim de acompanhamento consiste em:

o No SINAN selecionar a opção Relatórios;

o Selecionar o item Tuberculose;

o Selecionar o item Boletim de acompanhamento;

o No nível de seleção, selecionar Município de atendimento atual;

o Em UF, selecionar a UF de interesse (Ex: DF);

o Em Município, selecionar Município de interesse (Ex: Brasília);

o Em data do início do diagnóstico, selecionar o período desejado ou deixe em

branco para que todos os casos sejam exibidos;

o Clicar no botão imprimir para visualizar o relatório. Observar o aviso: apenas

casos com mais de 61 dias, a partir da data do diagnóstico, serão listados;

o Clicar OK;

o Após a emissão do relatório, salvar o boletim clicando no botão salvar;

o Clicar no botão close para fechar o relatório.

10. Recomendações/Observações

Identificar precocemente a ocorrência de efeitos adversos as drogas do esquema de

tratamento, orientando adequadamente os casos que apresentem efeitos

considerados “menores”;

Encaminhar para a unidade de referência os casos nas seguintes situações:

o Difícil diagnostico;

o Presença de efeitos adversos “maiores”;

o Presença de comorbidades (transplantados, imunodeprimidos, infecção pelo

HIV, hepatopatas e indivíduos com insuficiência renal crônica);

o Casos de falência ao tratamento;

Casos que apresentem qualquer tipo de resistência aos fármacos.

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Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS

Página 130

Oferecer apoio aos doentes em relação às questões psicossociais e trabalhistas por

meio de articulação com outros setores, procurando remover obstáculos que

dificultem a adesão dos doentes ao tratamento.

11. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Vigilância em saúde:

dengue, esquistossomose, hanseníase, malária, tracoma e tuberculose. Brasília:

Ministério da Saúde, ed.2, 2008.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Tratamento diretamente

observado (TDO) da tuberculose na atenção básica: protocolo de enfermagem.

Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde DF. Manual de Procedimentos de

Enfermagem. Brasília, 2013. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-

conteudo/uploads/2018/04/ENFERMAGEM-3-Protocolo_Final_Parte_3.pdf. Acesso em:

18/09/2018.

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ANEXO

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Procedimento Operacional Padrão

9. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA:

9.9 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE CHIKUNGUNYA

(CHIKV)

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar o procedimento de notificação compulsória de Chikungunya com vistas a

observar o comportamento epidemiológico de casos notificados para adoção de

medidas de controle, evitando a disseminação da doença.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para execução

de ações de controle de doenças e agravos (informação para a ação) e, devido a isso,

necessita de informações atualizadas sobre a ocorrência dos mesmos. A principal fonte

destas informações é a notificação de agravos e doenças pelos profissionais de saúde.

A escolha das doenças e agravos de notificação compulsória obedece a critérios

como magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade,

disponibilidade de medidas de controle, sendo a lista periodicamente revisada, tanto em

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função da situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos agentes e

por alterações no Regulamento Sanitário Internacional.

Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no

Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN).

6. Definições de caso de Chikungunya:

Caso suspeito: paciente com febre de início súbito, acima de 38,5ºC, e artralgia ou

artrite intensa de início agudo, não explicado por outras condições, sendo residente

(ou tendo visitado) áreas endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes do

início dos sintomas, ou que tenha vínculo epidemiológico com caso confirmado;

Caso confirmado: caso suspeito com um dos seguintes parâmetros laboratoriais

nos testes específicos para diagnóstico de CHIKV:

o Isolamento viral positivo;

o Detecção de RNA viral por reação da transcriptase reversa (RT-PCR);

o Sorologia IgM em uma única amostra de soro (coletada durante a fase aguda

ou convalescente);

o PRNT positivo para o CHIKV em uma única amostra de soro (coletada durante

a fase aguda ou convalescente).

Óbito: investigar todo óbito de caso suspeito ou confirmado de CHIKV, visando

identificar as causas e propor intervenções que evitem novos óbitos. Esta

investigação deve ser iniciada imediatamente após a ocorrência do óbito. Devem ser

coletadas todas as informações do prontuário em todos os serviços de saúde nos

quais o paciente foi atendido. Além disso, deve-se realizar investigação junto aos

familiares, para preenchimento das informações do atendimento prestado ao

paciente nos serviços de saúde, bem como do estado de saúde do indivíduo antes

do adoecimento por CHIKV. O objetivo da investigação é identificar possíveis causas

associadas à organização dos serviços de saúde ou a gravidade da doença que

levou ao óbito, assim como descartar outras doenças ou agravos. O óbito por febre

de chikungunya é um evento raro e precisa ser exaustivamente investigado, sendo

necessária confirmação laboratorial;

Caso descartado: todo caso suspeito de febre chikungunya que possui um ou mais

dos critérios a seguir:

o Diagnóstico laboratorial específico negativo (dois resultados negativos em

amostras pareadas de IgM) desde que se comprove que as amostras tenham

sido coletadas oportunamente e transportadas adequadamente;

o Possuir diagnóstico laboratorial de outra enfermidade;

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o Seja um caso suspeito sem exame laboratorial, cuja investigação clínica e

epidemiológica seja compatível com outras doenças.

7. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

Enfermeiro: investigar e notificar os casos de Chikungunya;

Técnico de Enfermagem: comunicar ao enfermeiro casos suspeitos de Chikungunya.

8. Materiais Necessários

Ficha de notificação/investigação de Chikungunya (modelo ANEXO);

Caneta esferográfica.

9. Descrição da Técnica

1. Notificar todo caso suspeito e/ou confirmado ao Serviço de Vigilância

Epidemiológica;

2. Colher e/ou solicitar amostras dos casos suspeitos encontrados e encaminhar ao

laboratório de referência para confirmação;

3. Informar a equipe de controle vetorial local, para a adoção das medidas necessárias

ao controle vetor;

4. Preencher de forma manuscrita o formulário de notificação do SINAN todos os

campos (1 a 30) conforme instrução de preenchimento da ficha de investigação

(ANEXO);

10. Recomendações/Observações

Coletar oportunamente amostra de sangue, até o 5º dia do início dos sintomas para

diagnóstico virológico (isolamento viral);

Coletar oportunamente amostra de sangue, a partir do 6º dia do início dos sintomas

para diagnóstico sorológico (detecção de anticorpos IgM, coleta ideal no 14º dia);

Em casos identificados e que houverem necessidade, encaminhar o usuário para

assistência especializada;

Encaminhar o usuário suspeito ao laboratório Central de Saúde Pública (LACEN-DF)

para confirmação, quando indicado;

Notificações advindas de representantes institucionais, segundo legislação vigente,

devem ser notificadas e investigadas.

11. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Volume único. 1ª edição

atualização. Brasília – DF. 2016.

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DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde DF. Manual de Procedimentos de

Enfermagem. Brasília, 2013. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-

conteudo/uploads/2018/04/ENFERMAGEM-3-Protocolo_Final_Parte_3.pdf. Acesso em:

18/09/2018.

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ANEXO

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Procedimento Operacional Padrão

9. DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA:

9.10 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DENGUE

Área (s): GENFAPS/DIENF/SES, GASPVP/DAEAP/SES, DISAM/SECRIANÇA,

NAI/SECRIANÇA, Gerências de Saúde das Unidades Socioeducativas/SECRIANÇA.

Portaria SES-DF Nº 0000 de data , publicada no DODF Nº 0000 de [data da publicação].

1. Objetivo

Padronizar o procedimento de notificação compulsória de Dengue com vistas a

observar o comportamento epidemiológico de casos notificados para adoção de

medidas de controle, evitando a disseminação da doença.

2. Horário de Funcionamento

Não se aplica.

3. Responsáveis

Enfermeiros e Técnicos/Auxiliares de Enfermagem.

4. Local de Aplicação

Unidades de Internação Socioeducativas do Distrito Federal.

5. Descrição do Procedimento

A vigilância epidemiológica tem como finalidade fornecer subsídios para execução

de ações de controle de doenças e agravos (informação para a ação) e, devido a isso,

necessita de informações atualizadas sobre a ocorrência dos mesmos. A principal fonte

destas informações é a notificação de agravos e doenças pelos profissionais de saúde.

A escolha das doenças e agravos de notificação compulsória obedece a critérios

como magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade,

disponibilidade de medidas de controle, sendo a lista periodicamente revisada, tanto em

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função da situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos agentes e

por alterações no Regulamento Sanitário Internacional.

Os dados coletados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no

Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN).

6. Definições de caso de dengue

Caso suspeito de dengue: pessoa que viva em área onde se registram casos de

dengue, ou que tenha viajado nos últimos 14 dias para área com ocorrência de

transmissão de dengue (ou presença de Aedes aegypti). Deve apresentar febre,

usualmente entre dois e sete dias, e duas ou mais das seguintes manifestações:

o Náusea, vômitos;

o Exantema;

o Mialgias, artralgia;

o Cefaleia, dor retro orbital;

o Petéquias;

o Prova do laço positiva (vide POP Prova do Laço);

o Leucopenia.

Também pode ser considerado caso suspeito toda pessoa proveniente de (ou

residente em) área com transmissão de dengue, com quadro febril agudo, usualmente entre

dois e sete dias, e sem foco de infecção aparente.

Caso suspeito de dengue com sinais de alarme: é todo caso de dengue que, no

período de defervescência da febre (diminuição), apresenta um ou mais dos

seguintes sinais de alarme:

o Dor abdominal intensa e contínua, ou dor a palpação do abdome;

o Vômitos persistentes;

o Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico);

o Sangramento de mucosa;

o Letargia ou irritabilidade;

o Hipotensão postural e/ou lipotimia;

o Hepatomegalia maior do que 2 cm;

o Aumento progressivo do hematócrito.

Caso suspeito de dengue grave: é todo caso de dengue que apresenta um ou

mais dos resultados a seguir:

o Choque devido ao extravasamento grave de plasma evidenciado por

taquicardia, extremidades frias e tempo de enchimento capilar igual ou maior

a 3 segundos, pulso débil ou indetectável, pressão diferencial convergente

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≤20 mmHg; hipotensão arterial em fase tardia, acumulação de líquidos com

insuficiência respiratória;

o Sangramento grave, segundo a avaliação do médico (exemplos: hematêmese,

melena, metrorragia volumosa, sangramento do sistema nervoso central);

o Comprometimento grave de órgãos, tais como: dano hepático importante

(AST/ALT>1.000), sistema nervoso central (alteração da consciência),

coração (miocardite) ou outros órgãos.

Confirmação: é todo caso suspeito de dengue confirmado laboratorialmente

(sorologia IgM, NS1 - teste rápido ou ELISA, isolamento viral, PCR, imuno-

histoquímico). No curso de uma epidemia, a confirmação pode ser feita por meio de

critério clínico-epidemiológico (caso no qual o paciente teve contato com um ou mais

pessoas que têm/tiveram a doença), exceto nos primeiros casos da área (raio de

300m, distância percorrida no deslocamento do vetor), que deverão ter confirmação

laboratorial. Os casos graves devem ser preferencialmente confirmados por

laboratório (sorologia IgM, NS1 - teste rápido ou ELISA, isolamento viral, PCR,

imuno-histoquímico). Na impossibilidade de realização de confirmação laboratorial

específica, considerar confirmação por vínculo epidemiológico com um caso

confirmado laboratorialmente.

Descartado: todo caso suspeito de dengue que possui um ou mais dos critérios a

seguir:

o Diagnóstico laboratorial negativo (sorologia IgM). Deve-se confirmar se as

amostras foram coletadas no período adequado;

o Tenha diagnóstico laboratorial de outra entidade clínica;

o Seja um caso sem exame laboratorial, cujas investigações clínica e

epidemiológica são compatíveis com outras doenças.

7. Atribuição do Enfermeiro e Técnico/Auxiliar de Enfermagem

Enfermeiro: investigar e notificar os casos de dengue;

Técnico de Enfermagem: comunicar ao enfermeiro casos suspeitos de dengue.

8. Materiais Necessários

Ficha de notificação/investigação de dengue (modelo ANEXO);

Caneta esferográfica.

9. Descrição da Técnica

1. Notificar todo caso suspeito e/ou confirmado ao Serviço de Vigilância

Epidemiológica;

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2. Informar a equipe de controle vetorial local, para a adoção das medidas necessárias

ao controle vetor;

3. Preencher de forma manuscrita o formulário de notificação do SINAN todos os

campos (1 a 30) conforme instrução de preenchimento da ficha de investigação

(ANEXO);

10. Recomendações/Observações

Coletar oportunamente amostra de sangue, até o 5º dia do início dos sintomas para

diagnóstico virológico (isolamento viral);

Coletar oportunamente amostra de sangue, a partir do 6º dia do início dos sintomas

para diagnóstico sorológico (detecção de anticorpos IgM, coleta ideal no 14º dia);

Em casos identificados e que houverem necessidade, encaminhar o usuário para

assistência especializada;

Encaminhar o usuário suspeito ao laboratório Central de Saúde Pública (LACEN-DF)

para confirmação, quando indicado;

Notificações advindas de representantes institucionais, segundo legislação vigente,

devem ser notificadas e investigadas.

11. Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Volume único. 1ª edição

atualização. Brasília – DF. 2016.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde DF. Manual de Procedimentos de

Enfermagem. Brasília, 2013. Disponível em: http://www.saude.df.gov.br/wp-

conteudo/uploads/2018/04/ENFERMAGEM-3-Protocolo_Final_Parte_3.pdf. Acesso em:

18/09/2018.

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