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Guia de estudos para estudar
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Sumário:
1) Apresentação do comitê:
História da OTAN
A Organização do Tratado do Atlântico Norte foi fundada na ocasião da assinatura do Tratado
do Atlântico Norte. A reunião para o tratado aconteceu em 4 de abril de 1949 e contava com
11 membros de Estados da América do Norte e Europa. A Aliança (como também é
conhecida a OTAN) nasceu com 3 principais finalidades: deter o expansionismo soviético,
impedir o renascimento do militarismo nacionalista através de uma forte presença norte
americana e promover a integração política europeia. (OTAN, 2012, p.1) O tratado criou
aliados, mas as ações da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), como a
detonação da bomba atômica em 1949 e a Guerra da Coreia em 1950, forçaram a Aliança a
criar uma estrutura para uma coordenação efetiva de ações militares. O primeiro comandante
Supremo Comandante Aliado da Europa foi o general americano Dwight D. Eisenhower.
Neste contexto de Guerra Fria, no qual as duas principais potências dividiam o mundo em
polos antagônicos (capitalista e socialista), a OTAN adotou a doutrina estratégica da
Retaliação em Massa, que consistia na seguinte ideia: se a URSS atacasse a Aliança
responderia com armas nucleares. Com o lançamento do satélite Sputnik a organização
começou a ampliar a sua gama de ação, criando o programa de ciência da OTAN. A Aliança
pautava a suas ações focando-se no inimigo soviético, procurando se antecipar e responder de
maneira eficiente aos desafios de segurança impostos pelo inimigo. Esta situação permaneceu
até o dia 9 de novembro de 1989, data marcada pela derrubada do muro de Berlin. A máxima
cuidado com o que se deseja nunca fez tanto sentido para a OTAN. O inimigo estava vencido
e disto veio a pergunta: a Aliança Atlântica ainda era necessária? (OTAN, 2012, p.4).
A União Soviética chegou ao fim
(1991 até 2001 - falar das operações da OTAN e o papel dela na nova ordem mundial)
2001 – 2008 e atuação da OTAN( diversificação das atividades)
(Colocar fonte e traduzir)
O Comitê Militar
O Comité Militar é a mais alta autoridade militar e o órgão permanente mais antigo da Aliança depois do Conselho do Atlântico Norte, sendo que, ambos foram formados meses após a constituição da OTAN. Além disso, é nesta instância que acontece o aconselhamento militar às instâncias civis de tomada de decisões, a saber: Conselho do Atlântico Norte e Grupo de Planejamento Nuclear.
O Comitê Militar serve como elo entre o processo civil e militar da Aliança, sendo imprescindível a sua consulta antes da aprovação de qualquer decisão relativa a assuntos militares no âmbito do Conselho do Atlântico Norte. É de sua responsabilidade recomendar medidas para a defesa comum dos membros e para a implementação das missões e operações, auxiliar no desenvolvimento de conceitos estratégicos globais e preparar relatórios anuais sobre capacidades e força de regiões e países que sejam considerados de risco para os interesses da OTAN.
Em situações extremas, como tensões, crises e guerras, o comitê militar desempenha papel principal, elaborando recomendações sobre o uso da força militar, a implementação de planos de contigência, o engajamento e na própria avaliação da situação, como demonstrado na atuação da Aliança no Kosovo e no Afeganistão.
O CM é composto por altos oficiais militares (geralmente generais de três estrelas) dos países membros, que atuam como representantes militares dos países de origem. O representante
militar tem como função representar os interesses de cada membro, para que ocorra o debate de assuntos vitais por um corpo especializado, buscando-se alcançar o consenso. Em um nível superior estão os chefes das Forças Armadas, que diferente dos representantes que se reúnem constantemente, que se juntam apenas três vezes ao ano, sendo duas em Bruxelas e a terceira em bases rotativas.
Evolução dos conceitos estratégicos
O princípio do consenso
O artigo 5°
O artigo 5° do Tratado do Atlântico Norte evidencia a maior característica da OTAN, a
segurança comum.
As Partes concordam em que um ataque armado contra uma ou várias delas na Europa ou na América do Norte será considerado um ataque a todas, e, consequentemente, concordam em que, se um tal ataque armado se verificar, cada uma, no exercício do direito de legítima defesa, individual ou coletiva, reconhecido pelo artigo 51.° da Carta dias Nações Unidas, prestará assistência à Parte ou Partes assim atacadas, praticando sem demora, individualmente e de acordo com as restantes Partes, a ação que considerar necessária, inclusive o emprego da força armada, para restaurar e garantir a segurança na região do Atlântico Norte.Qualquer ataque armado desta natureza e todas mais providências tomadas em consequência desse ataque são imediatamente comunicados ao Conselho de Segurança. Essas providências terminarão logo que o Conselho de Segurança tiver tomado as medidas necessárias para restaurar e manter a paz e a segurança internacionais. (OTAN, 1945)
Este artigo foi invocado apenas uma vez em toda a história da OTAN, na ocasião dos
atentados de 11 de setembro, que vitimaram os Estados Unidos da América. Através dele,
estava assegurada a participação da Aliança na guerra ao terror.
Comando da Isaf
A Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF) é uma missão de imposição da
paz, realizada através da resolução 1386 do Conselho de Segurança das Nações (UNSC), em
20 de dezembro de 2001. A missão tinha como finalidade a manutenção da segurança em
Cabul e áreas próximas, prevista no anexo I do Acordo de Bonn. O objetivo era prover ajuda à
autoridade interina afegã na estabilização do país.
Em 2003, a Aliança aceitou o pedido da Organização das Nações Unidas e do governo da
República Islâmica do Afeganistão para liderar a ISAF, tendo em vista a expansão das
operações de manutenção da segurança nas áreas externas à Cabul e os esforços humanitários
e de reconstrução do território afegão.
2) Apresentação do tema
Afeganistão
Um histórico de conflitos
A insurgência não é novidade no Afeganistão. Em 1978, Hafizullah Amin ascendeu ao poder
através de um golpe de Estado e conduziu o país se baseando em uma ideologia marxista. As
reformas promovidas no Estado afegão se mostraram impopulares e neste contexto, que ainda
contava com a teocracia islâmica do Irã ao lado, dois grupos fundamentalistas se destacaram:
Jamiat-i-Islami (Sociedade Islâmica) e Hizb-i-Islami (Partido Islâmico). Estes grupos, mas
não apenas eles, decidiram enfrentar o novo governo através da força e revoltas eclodiram por
todo o território afegão. Os confrontos se intensificaram, dando a oportunidade perfeita para
que a URSS avançasse mais passo em seu processo de expansionismo, intervindo no
Afeganistão com o pretexto de salvar o regime lá instalado. No final de 1979,
aproximadamente 115 mil homens desembarcaram em território afegão, depuseram Amin e
entregaram o governo para Babrad Karmal.
Esta invasão e posterior ocupação, fizeram com que corresse no mundo islâmico um apelo
pela defesa do islã, que resultou no engajamento direto de milhares de muçulmanos, que se
deslocaram para o Estado afegão com o objetivo de derrubar o governo. Os muçulmanos
engajados nesta jihad ficaram conhecidos como mujahidin. Desta maneira, “a sólida
identidade cultural do Islã sobrepôs-se ao materialismo histórico da ideologia proletária”.
(VISACRO, 2009).
Apesar da ocupação do território afegão, a invasão soviética não conseguiu impedir que
diversos grupos armados continuassem a se insurgir contra o regime instalado, pelo contrário,
a invasão fez com que diversas tribos e classes sociais se engajassem ainda mais no objetivo
de expulsar o invasor. O inimigo em comum do povo afegão não foi suficiente para unir os
diversos grupos.
A fragmentação da luta armada, sem dúvida, permaneceu como uma das principais características da resistência afegã. Se, por um lado, o grande número de grupos e facções guerrilheiras, muitas delas com um longo histórico de antagonismo e divergências, comprometia a sinergia e o máximo desempenho da resistência, por outro, entretanto, impedia que os soviéticos obtivessem uma vitória decisiva, defrontando-se contra uma única ameaça (VISACRO, 2009, p 205)
O exército vermelho lutava contra vários inimigos, em várias frentes dentro do Afeganistão e
isso tornava a insurgência afegã difícil de combater. Mas este não foi o único ponto favorável
aos mujahidin, havia também o envolvimento de outros Estados neste conflito, ainda que
indiretamente (com o envio de material bélico e ajuda financeira), como Estados Unidos da
América, Reino Unido, Arábia Saudita, Egito, Irã, Paquistão e China.
O exército soviético estava engajado em uma luta totalmente diferente das batalhas na Europa
na Segunda Guerra Mundial, o inimigo usava táticas de guerra irregular como atacar e fugir,
sabotagem da estrutura, emboscadas de pequenas guarnições, dentre outras. Além de enfrentar
um inimigo diferente do costumeiro, os soviéticos ainda padeciam de um problema interno: a
organização rígida do exército vermelho. Com formações extensas, apoiadas por grandes
divisões mecanizadas, com pouca liberdade de ação nos níveis mais baixos da hierarquia, os
soviéticos se viam incapazes de lidar com o inimigo que se movia rápido, que usava da
surpresa como grande arma e principalmente poderia atacar qualquer lugar.
Incapazes de lidar com esse tipo de ameaça os soviéticos passaram a usar de artilharia pesada
em suas incursões, usar de armas químicas e biológicas em lugares onde eles acreditavam que
os rebeldes estariam escondidos para disseminar o medo e acabar com o apoio da população
afegã. Há, também, diversos relatos de estupros, roubos, tortura e diversos outros crimes de
guerra cometidos pelos soviéticos. Todos estes fatores fortaleceram a luta dos mujahidin (que
contavam com meios limitados e contingente bem inferior ao do exército vermelho) e fez com
que o grande exército vermelho se retirasse completamente do território afegão em 15 de
fevereiro de 1989.
Após a retirada do exército vermelho o Afeganistão se voltou para as disputas internas, com
as divergências entre os líderes tribais, os comunistas nativos e lideranças criadas no conflito
com os soviéticos. Burhanuddin Rabbani conseguiu juntar diversos comandantes mujahidin e
realizou a tomada de Cabul. Rabbani conseguiu manter seu controle de parte do território
afegão até meados de 1996, quando Mulá Omar Akhund e seus seguidores tomaram o poder.
Estava estabelecido ai o governo Talibã, que nesta época controlava cerca de 80% do
território afegã, sendo desafiado apenas por Ahmad Shah Massoud, que controlava a região
do vale do Panjshir.
O talibã
O Talibã (traduzido como estudante islâmico) teve seu início em Kandahar como um
movimento estudantil que era orientado pelo madrassas. Desde seu início ele tinha o apoio do
serviço interno de inteligência (ISI) do Paquistão. Após a tomada da região de Kandahar “o
ISI virou-se contra o primeiro-ministro do governo Rabbani, em Cabul, e começou a apoiar e
armar o Talibã” (ATWAN, 2008, p.93)
O governo Talibã tinha por principal característica o ultraconservadorismo baseado no islã. O
Mulá Omar promoveu diversas mudanças no Afeganistão baseadas em seu
ultraconservadorismo, afastando o país do resto do mundo, e usando da força para concretizá-
las.
A invasão (até 2003)
A situação atual (2003 até 2008) (colocar os mapas de localização das atividades da OTAN)
3) A guerra irregular
Escrever sobre cada característica:
Necessidade de um ambiente político, social, histórico e cultural favorável
Menor relevância dos aspectos militares
Preponderância dos processos indiretos
Estratégia prolongada
Ações táticas efêmeras
Não-linearidade
Difícil detectabilidade
Busca de resultados psicológicos nas ações de combate
Ausência de padrões rígidos de planejamento e execução
Insurbodinação a restrições legais
Individualidade
Maior proximidade entre os níveis políticos estratétigo e tático
Economia de forças
Desenvolvimento em fases
Indefinição entre campos de segurança interna e da segurança pública
Dicotomia dos parâmetros operacionais
Subordinação dos objetivos militares aos objetivos políticos
Forças irregulares
Força de guerrilha Força de sustentação Força subterrânea
Ambiente
operacionalUrbano ou rural
Forma de atuação Ostensiva Clandestina
Organização Paramilitar Compartimentada em
comitês,
normalmente
Compartimentada em
células
definidos segundo
bases político
administrativas e/ou
territoriais
Localização Sobrepostas geograficamente
Desdobrada em áreas
interditadas às
unidades de guerrilha
AutonomiaDependente direta do
apoio da populaçãoSegmento de apoio Autossuficiente
Atividades principaisOperações de
combate
Apoio à força de
guerrilha
Subversão sabotagem
e terrorismo
(visacro, p 264)
Guerrilha
A guerrilha é uma forma de guerra irregular que “fundamenta-se na surpresa, rapidez, ataque
a pontos fracos, familiaridade com o terreno e, sobretudo, no apoio da população.”
(VISACRO, 2009, p. 261).
A guerrilha é um tema recorrente quando de guerra assimétrica. A relação desigual de forças
entre os exércitos regulares e a guerrilha obriga os últimos à se orientar por uma série de
princípios descritos em diversos manuais ou guias sobre a guerrilha. Dentre os autores mais
conhecidos desta modalidade de guerra irregular pode-se citar: Ernesto “Che” Guevara,
Carlos Mariguella, Thomas Edward Lawrence (ou Lawrence da arábia), Vo Nguyen Giap e
Mao Tsé-tung. É recorrente entre estes autores com experiência de campo considerar a
guerrilha como uma fase para se chegar à guerra convencional, podendo-se citar um trecho
selecionado do livro guerra de guerrilhas, manual elaborado por Che Guevara: “que fique bem
estabelecido que a guerra de guerrilhas é uma fase que não tem por si só, oportunidade de
chegar à vitória, é uma das fases primárias da guerra” (GUEVARA, 1968, p.6).
Mas, como em qualquer assunto relativo à guerra, é preciso se ter cuidado e, neste ponto em
específico a guerrilha no Afeganistão teve suas particularidades. Na luta contra os soviéticos a
resistência afegã não chegou a estabelecer um exército e muito menos a lutar a guerra
convencional. Foi utilizada a tática da guerra de atrito, onde eleva-se os custos da manutenção
do conflito, ou seja, ou afegãos não precisavam ganhar a guerra, elas apenas precisavam não
perde-la. Os mujahidin tinham que continuar lutando mesmo sem se engajar em uma batalha
decisiva, pois a tática empregada naquele momento consistia em tornar a continuação do
conflito mais custoso do que a retirada, dando a impressão que as hostilidades continuariam
por muito tempo sem que lado nenhum vencesse.
Não cabe aqui a análise de todas as particularidades das diversas guerrilhas, mas é importante
ressaltar que cada conflito exige a análise do contexto e de suas características, e lembrando
dos escritos de Sun Tzu, no livro a arte da guerra: Se conheceres o inimigo e a ti mesmo, não
temas o resultados de cem batalhas. Se conheceres a ti mesmo, mas não o inimigo, para cada
vitória também sofrerás uma derrota. Se não conheceres a ti mesmo nem o inimigo,
sucumbirás a todas as batalhas.(TZU, 2011, p.58)
Fase Ações Observação
Preparação
- Conspiração política
- Subversão
- treinamento de quadros.
- Obtenção e estocagem de suprimentos
- Ausência de ações armadas
Combate
subterrâneo
- Emprego de violência sem caracterizar
ações de combate.
- Emprego da “propaganda armada”
- Realização de incursões armadas,
emboscadas, assassinatos, sequestros,
atos de terrorismo e sabotagem.
- Não caracteriza
formalmente um conflito
militar, pois para pelo menos
uma das partes é conveniente
negar a existência da
beligerância
- Emprego de pequenos
grupos ou células.
- Os grupos irregulares detêm
a iniciativa.
- A maior parcela da
população ainda é neutra em
relação ao conflito.
Transição para o
combate aberto
- Ampliação das formações irregulares
com a criação de unidades e grandes
unidades de guerrilha.
- Aquisição de capacidade de realizar
ataques sucessivos contra posições
inimigas
- Não significa o fim do
combate subterrâneo
- As forças irregulares
passam a contar com a
simpatia popular, exercendo
o controle direto sobre
- Realização de combates de maior
envergadura, sem oferecer às forças
convencionais batalhas decisivas.
parcela da população.
- Ocorrência de áreas
liberadas.
Combate aberto
- Combates convencionais de grande
envergadura, com a realização de
batalhas decisivas.
- Caracteriza o “conflito
armado não internacional”
(Heydte, 1990) colocar fonte completa
(colocar esta imagem em forma de texto, Peu (04/05)) (colocar fonte Visacro)
A importância da população
Para uma guerrilha é essencial que haja o apoio da população, tanto que “Mao, com muita
propriedade, comparou os guerrilheiros a peixes e a população, às águas do mar” (VISACRO,
2009, p.83). Neste quadro pode-se entender as diferentes possíveis contribuições da
população civil.
Apoio da população
Sistema operacional Contribuição no nível tático
Manobra - Permite compensar a grande mobilidade tática das
unidades convencionais decorrente de sua superioridade
tecnológica.
- Proporciona liberdade de movimento aos militantes das
forças irregulares, sobretudo no combate subterrâneo.
-Oferece guias nativos, conhecimento detalhado e prévia
preparação do terreno.
-Oferece locais de esconderijo inusitados e refúgios
ativos às forças irregulares
Inteligência
- Proporciona informações atualizadas sobre o inimigo e
terreno.
- Apoia os esforços de coleta e busca de dados sobre o
inimigo e a área de operações.
- Apoia os esforços de contrainteligência: proporciona
segurança e alerta as forças irregulares; permite a
disseminação de falsos boatos; torna difícil a
identificação de agentes subversivos, guerrilheiros,
terroristas ocultos entre os habitantes locais.
- Facilita a avaliação de impacto das companhas de
operações psicológicas.
Logística
- Fornece gêneros de subsistência e outros itens logísticos
encontrados no interior da própria área de operações,
permitindo o uso de recursos locais e simplificando o
aparato logístico.
- Oferece suporte às atividades logísticas de suprimento,
saúde, manutenção e transporte, por meio da utilização de
uma rede de apoios locais.
- Oferece recursos humanos para o recrutamento de
novos militantes.
- Permite a obtenção de receita, por meio de exercícios de
atividades lícitas e ilícitas.
Comando e controle (C²) - Permite uso de mensageiros e processos expeditos,
cobertos e/ou clandestinos para a transmissão de
mensagens, ordens e alertas.
- Permite o uso da infraestrutura local de
telecomunicações (telefonia, estações de rádio, emissoras
de radiofusão, serviços postais e etc).
Mobilidade, contramobilidade e
proteção
- Facilita a execução de sabotagens e atos de destruição
contra a infraestrutura de transporte inimiga.
- Permite a interdição de áreas, o bloqueia de ruas,
estradas e vias de acesso, por meio da realização de
distúrbios civis, da construção de barricadas e obstáculos
( para a tropa de pé, viaturas e pouso de aeronaves) ou,
ainda, com a execução de destruições e outros trabalhos
de organização do terreno.
- Permite o uso da população local como “escudo
humano”, aumentando os riscos de baixas civis e
agravando os ditos “efeitos colaterais” dos bombardeios
de artilharia de forças regulares.
Apoio de fogo
_ Facilita a realização de atentados, por meio de emprego
de carros-bomba, homens-bomba e etc.
Facilita o transporte clandestino e o pré-posicionamento
de armas e munições de grosso calibre, morteiros e
canhões, antes de ataques guerrilheiros e/ou terroristas.
- Facilita a ocultação de armas pesadas, após a realização
dos ataques.
Defesa antiaérea
Permite o uso da população como “escudo humano”
também durante a execução de bombardeios inimigos.
- Facilita o monitoramento de aeródromos militares e
bases aéreas, oferecendo alerta oportuno sobre a
decolagem de aeronaves inimigas.
- Facilita a aproximação e a execução de ataques com
corteiros e rojões contra as pistas de pouso e decolagem,
hangares e os pátios de estacionamento de aeronaves.
- Facilita a aproximação de armas antiaéreas portáteis nas
cercanias dos aeródromos e seu emprego durante os
pousos e decolagens de aeronaves inimigas.
(visacro, p 239)
Terrorismo
O uso do terror como arma não é um fenômeno recente. A origem da expressão terrorismo se
deu na Revolução Francesa, onde Robespierre “acreditava que o terror era um meio
justificável de destruir os que se opunham ao seu domínio” (WILLIAMS E MEAD, 2010,
p.19). Mas a origem do fenômeno terrorismo remonta há tempos remotos, com grupos como
os sicários, zelotes e o clã dos Assassinos.
O terrorismo nos moldes atuais, de certa forma, foi inaugurado por Carlos Piscane, que
acreditava que o uso do terror é capaz de transmitir uma mensagem e angariar apoio para uma
certa causa. O terrorismo, ao longo do tempo, tem sido utilizado por diversos grupos com
diferentes motivações e, principalmente, com múltiplos tipos de ataque.
Definições de terrorismo
O Atentado terrorista
Pode-se avaliar um ataque pelo material usado (bombas caseiras, armas químicas, explosivos
plásticos, dinamite e etc), pela forma do ataque (homem-bomba, carro-bomba, maletas
explosivas e etc), pelo número de vítimas e etc. Mas independente do material usado, forma
de ataque ou do número de vítimas, um atentado não se resume apenas ao momento em que
ele foi realizado. Há três fases em um atentado que podem ser compreendidas através do
quadro:
Fase preparatória (“antes’) Crise / Ataque (“durante”)Fase de consequências
(“depois”)
Atividades terroristas:
- desenvolvimento de
capacidades;
- recrutamento;
- treinamento;
- arrecadação de verbas;
- pesquisa e
desenvolvimento;
- aquisição de materiais;
- coleta de inteligência;
Deslocamento final
Reunião
Montagem do equipamento
Reconhecimento final
Execução
Extração
Exfiltração
Regeneração das
capacidades
Avaliação das
consequências
Análises das operações
Operações de informação
- planejamento;
- deslocamento;
estratégico/bases;
- estabelecimento de uma;
rede;
- reconhecimento;
- contra-inteligência;
- operações de informação
Quadro 1- Cronologia de um ataque terrorista.
Fonte: SMITH, 2003
A primeira fase do atentado demanda esforços no sentido da preparação do ataque.
Exemplificando com o caso dos atentados de 11 de setembro, foi preciso que os terroristas
aprendessem a pilotar um avião, se mantivessem fora de suspeita para a polícia, dinheiro para
todas as necessidades e etc.
A segunda fase, o durante, é onde todo o planejamento é executado. O momento de estacionar
o carro bomba ou do deslocamento do homem-bomba. Este é o momento crucial do atentado.
A terceira fase, serve para a avaliação, tanto do método usado, de como a mensagem foi
passada e recebida pela população e principalmente este é o momento da avaliação das
consequências. Abordando novamente os 11 de setembro, uma consequência direta do
atentado foi a invasão ao Afeganistão.
Há, ainda, atentados que não se submetem ao controle forte do grupo terrorista, como os lobos
solitários. Alguns grupos como a Al-Qaeda usam de treinamento pela internet e financiamento
e se limitam a isso, sendo os demais parâmetros do ataque de escolha do terrorista.
Terrorismo e mídia
Al-Qaeda
Líderes Osama bin Laden e Ayman al-Zawahiri
Fundação Década de 1980
Base
A Al-Qaeda é um grupo de células independentes, ou unidades,
operando em vários momentos em muitos países: Afeganistão,
Arábia Saudita, Bósnia, Sudão, Iraque, Estados Unidos e Reino
Unido.
Objetivo Formada inicialmente para apoiar o Mujahedin antisoviético no
Afeganistão, com bin Laden passando a se manifestar contra a
presença de tropas americanas na Arábia Saudita, lançando uma
“fatwa”, ou ordem religiosa, de matar todos os americanos e seus
aliados
Ataques
Responsável por dúzias de atentados terroristas no mundo todo a
partir de 1992. Os maiores foram: as bombas no World Trade
Center em 1993, bombas nas embaixadas americanas na África
em 1998, bombas no navio de guerra USS Cole em 2000 e, mas
espetacularmente, os ataques de 11 de setembro nos Estados
Unidos, em 2001. Desde então acredita-se que tenha planejado
muitos outros ataques, em união com outros grupos islâmicos,
incluindo bombas em Bali em 2002 e 2005, as bombas em Sharm
el-Sheikh em 2005 e as bombas em Londres em 7 de julho de
2005.
(Williams e Head, 2010) colocar fonte completa
Sabotagem
A guerra de 4ª geração
Redes de apoio
Táticas de combate à guerra irregular
Contrainsurreição
Práticas malsucedidas Práticas bem-sucedidas
- Supremacia da direção militar da
contrainsurreição.
-Priorização em “matar/capturar” o inimigo,
em vez de interagir com o povo.
- Priorização das operações conduzidas no
escalão batalhão
- Concentração de unidades militares em
grandes bases para serem protegidas.
- Priorização das forças especiais para
incursões.
-Ênfase nas operações de inteligência
- Enfoque na população
- Manutenção dos insurretos isolados da
população (controle da população)
- Adoção de uma autoridade central única
(líder carismático / dinâmico)
- Condução de operações psicológicas
amplas e eficazes.
- Concessão de anistia e reabilitação para
insurgentes.
-Baixa prioridade para a designação de
assessores.
- Criação e adestramento do exército nativo
nos moldes do Exército americano
- Procedimento do governo igual aos tempos
de paz.
- Abertura de fronteiras, espaço aéreo e
litorais
- Apoio militar às lideranças policiais.
- Aumento e diversificação da força policial.
- Reorientação das forças militares
convencionais para contrainsurreição.
- Estabelecimento de assessores das forças
especiais junto às forças nativas.
- Negação de refúgios para insurretos.
Military review, 2005
4) CONCEITOS:
Fatwa
GuerraA guerra é um ato de força para compelir o nosso inimigo a
fazer a nossa vontade.
Guerra de resistência:
Trata-se do conflito armado conduzido por nacionais contra
uma ocupação estrangeira. Tem por objeitovo restabeler as
garantias de sobrevivência da população, a integridade
territorial,a unidade política, a soberania e/ou a independência,
total ou parcialmente comprometidos pela intervenção externa
Guerra Não-Convencional
“Um amplo espectro de operações militares e paramilitares,
normalmente de longa duração, predominantemente conduzida
através, com ou por forças nativas ou subversivas, organizadas,
treinadas, equipadas, apoiadas, e direcionadas em vários graus
por fonte externa. Inclui, mas não se limita, a guerra de
guerrilhas, subversão, sabotagem, atividades de inteligência, e
recuperação assistida não-convencional.
Guerrilha
É um dos processos empregados pela insurreição ou subversão
para alcançar seus objetivos. Consta de operações de natureza
predominantemente militar, caracterizadas pelo grande emprego
de táticas não-ortodoxas, levadas a efeito por forças irregulares,
agindo seja independentemente, seja em conjunto com forças
regulares
Jihad
Missão de imposição da
paz
Imposição da paz envolve a aplicação de uma série de medidas
coercitivas, incluindo o uso da força militar. É necessária a
autorização explícita do Conselho de Segurança.
É usada para restaurar a paz e segurança internacionais em
situações em que o Conselho de Segurança decidiu agir em face
de uma ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de agressão. O
Conselho pode utilizar, quando apropriado, de organizações
regionais e agências para uma ação coercitiva sob a sua
autoridade e em conformidade com a Carta das Nações Unidas.
Terrorismo
o uso ilegal ou ameaça de uso da força ou violência contra
pessoas ou bens na tentativa de coagir ou intimidar governos ou
sociedades para atingir o objetivo político, religioso ou
ideológico.
Guerra:
(CLAUSEWITZ, Da guerra, p 7)
Terrorismo: (OTAN)
Geuerra de resitência (VISACRO, p 223)
Guerra Não-Convencional Rafael àvila apud DOD Dictionary of Military and Associated Terms
Fatwa
Jihad
Engajamento
Guerrilha: Rafael ávila apud Manual de Guerrilha – Exército Brasileiro Gal. Meira Mattos
Extremismo
Missão de imposição da paz: http://www.un.org/en/peacekeeping/operations/peace.shtml
Bibliografia:
Organização do Tratado do Atlântico Norte, A short history of NATO. Bruxelas, 2012. Disponível em: <http://www.nato.int/nato_static/assets/pdf/pdf_publications/20120412_ShortHistory_en.pdf>
VISACRO, ALESSANDRO. Guerra irregular. São Paulo: Editora Contexto, 2009.
ATWAN, ABDEL BARI. A história secreta da Al-Qaeda. São Paulo: Editora Larousse do Brasil. 2008
WILLIAMS, ANNE e HEAD, VIVIAN. Ataques terroristas. São Paulo: editor Larousse do Brasil. 2010
CHE GUEVARA, Ernesto. Guerra de Guerrillas. Montevideo: Ediciones Provincias Unidas, 1968.
TZU, SUN. A arte da guerra. São Paulo: Hunter Books, 2011.