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Guia de Orientações Atenção às Famílias dos Adolescentes Internados por medida socioeducativa Deliberações CEDCA/PR 020/2012, 081/2013, 073/2014 CURITIBA JUNHO/2015

Guia de Orientações Atenção às Famílias dos Adolescentes ... · Não se pretende com este Guia substituir os materiais anteriormente produzidos, mas sim, propiciar aos profissionais

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Guia de Orientações

Atenção às Famílias dos Adolescentes Internados por medida socioeducativa

Deliberações CEDCA/PR 020/2012, 081/2013, 073/2014

CURITIBA JUNHO/2015

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

Carlos Alberto Richa - Governador

SECRETARIA DE ESTADO DO TRABALHO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL - SEDS Fernanda Bernardi Vieira Richa - Secretária

DIRETORIA GERAL Letícia Codagnone F. Raymundo - Diretora Geral

UNIDADE TÉCNICA DO PROGRAMA FAMÍLIA PARANAENSE - UT PFP

Letícia Regina Hillen dos Reis, Alzenir de Fatima Brudeck Sizanoski Santos - Coordenação

Responsáveis Técnicos:

Luciana Mara Finger - Psicóloga

Luccas Cecheto - Estagiário de Psicologia

Apoio :

Ana Lucia Pereira Marum, Angelo Tadini, Dianerlei Anoni Shubert, Everton de Oliveira, Fernanda Marie Yonamini, Josiane de Oliveira, Michele Cristina Ribeiro, Norma Consuelo dos Santos, Paula Cristina Calsavara Cunha.

Maria Simoni de Mattos (administrativo) e Cynthia Rafaela da Silva (estagiária)

APOIO TÉCNICO

NÚCLEO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO

Magali do Rocio Montalto Breda – Coordenação

Denis Cardoso da Silva, Palmiro Chaves de Souza Júnior e Thiago de Angelis

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .......................................................................................................1

1 PROGRAMA FAMÍLIA PARANAENSE................................................................3

1.1 MODALIDADES ........................................................................................................2 1.1.1 Prioritários ..........................................................................................................2 1.1.2 Adesão Espontânea ..............................................................................................3 1.1.3 AFAI ...................................................................................................................3 1.1.4 Modalidade Transferência Estadual de Renda Direta às Famílias .................................4

2 NORMATIVAS QUE SUSTENTAM A MODALIDADE AFAI ................................6

3 INSTRUMENTAIS DO PROGRAMA FAMÍLIA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO AFAI ......................................................................................8

3.1 FORMALIZAÇÃO DE COMITÊS ...................................................................................8 3.1.1 Unidade Gestora Estadual .....................................................................................9 3.1.2 Comitês Regionais .............................................................................................10 3.1.3 Comitês Municipais ............................................................................................11 3.1.4 Comitês Locais ..................................................................................................12

3.2 INFORMAÇÕES DAS FAMÍLIAS DOS ADOLESCENTES INTERNADOS POR MEDIDA SOCIOEDUCATIVA NO SISTEMA DO PROGRAMA FAMÍLIA PARANAENSE ....................13

3.3 BUSCA ATIVA........................................................................................................15

3.4 REGISTRO E ATUALIZAÇÃO NO CADASTRO ÚNICO PARA PROGRAMAS SOCIAIS .........15

3.5 ASPECTOS PARA INVESTIGAÇÃO ............................................................................17

3.6 PLANEJAMENTO DE AÇÕES INTERSETORIAIS...........................................................17 3.6.1 Pactuação das ações com a família .......................................................................19

3.7 EXECUÇÃO DAS AÇÕES PACTUADAS, ACOMPANHAMENTO DAS FAMÍLIAS E MONITORAMENTO DO PLANEJAMENTO DE AÇÕES INTERSETORIAIS .........................20

3.8 TRANSFERÊNCIAS DE FAMÍLIAS ..............................................................................21

3.9 AVALIAÇÃO FAMILIAR INTERSETORIAL....................................................................24

3.10 PÓS-AVALIAÇÃO...................................................................................................25

APRESENTAÇÃO

Este documento constituiu-se a partir dos pressupostos metodológicos do Programa Família Paranaense e das características presentes neste quando operaciona-lizado na modalidade AFAI.

Nesta perspectiva, a elaboração deste Guia foi referenciada tanto nas normativas do AFAI (Deliberações 020/2012, 081/2013 e 073/2014 do CEDCA-PR e Edital 002/2012), como nas do Programa Família Paranaense (Delib. 005/2012, 061/2012 do CEAS-PR e Lei Estadual 17.734/2013).

Além disso, foram utilizados outros documentos técnicos como diretrizes, tais como Nota Técnica IPARDES – Índice de Vulnerabilidade das Famílias Paranaenses (IVF-PR), Orientações sobre o Processo de Seleção e Inclusão das Famílias no Programa Família Paranaense e Manual de Instruções do Sistema de Acompanhamento das Famílias.

Não se pretende com este Guia substituir os materiais anteriormente produzidos, mas sim, propiciar aos profissionais da proteção social especial e aos integrantes do Comitê Local – que são os técnicos de referência para o AFAI – o acesso às informações básicas para operacionalização da modalidade em um mesmo referencial instrutivo.

No entanto, por se tratar do Programa Família Paranaense – que em seu escopo tem como premissa a intersetorialidade – este documento não está direcionado apenas aos técnicos de referência do AFAI, como também a todos os agentes públicos que de alguma forma operacionalizam a modalidade. Sobretudo, porque se entende a complexidade da atuação com as famílias dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, o que convoca a integração das redes municipais e estadual de atenção.

Neste ínterim, o que se pretende é disponibilizar referenciais para a realização desta caminhada sob a forma de considerações, orientações e diretrizes. Seu conteúdo deve ser observado, mas tanto sua compreensão quanto sua prática devem ser constantemente aperfeiçoadas, a partir das experiências bem-sucedidas na superação cotidiana dos fenômenos da violação de direitos e da vulnerabilidade social. Isso posto, entende-se que as singularidades das famílias – suas vivências, potencialidades e autonomia – devem ser o guia das ações dos profissionais.

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1 PROGRAMA FAMÍLIA PARANAENSE

O Programa Família Paranaense, prioridade do Governo do Estado, é uma ação estratégica que tem como atribuição primordial articular as políticas de proteção social de várias esferas para viabilizar o acesso das famílias selecionadas às políticas públicas. Nessa perspectiva, o programa prevê um amplo envolvimento e participação da família, com o objetivo final de reduzir a situação de vulnerabilidade social e promover a sua emancipação.

O público-alvo do Programa compreende as famílias residentes no Paraná, em situação de alta vulnerabilidade social. Para identificar e mensurar o grau de vulnerabilidade de cada família foi criado um índice sintético, chamado de Índice de Vulnerabilidade das Famílias do Paraná (IVF-PR). O índice é calculado a partir da base de dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e leva em consideração 4 dimensões que representam algumas condições de vulnerabilidades observadas pelo Programa, a saber: Adequação do domicílio, Perfil e composição familiar, Acesso ao trabalho e Condições de escolaridade.

1.1 MODALIDADES

Existem quatro modalidades de adesão do município ao Programa Família Para-naense: municípios prioritários, adesão espontânea, AFAI e Renda Família Paranaense.

1.1.1 Prioritários

Público-alvo: famílias em situação de vulnerabilidade social identificadas através do Índice de Vulnerabilidade das Famílias (IVF-PR).

Identificação dos municípios prioritários: realizada por meio do cruzamento de informações que para o ano de 2012, levaram em consideração:

capacidade de gestão (presença de CRAS ativo e com equipe, taxa de atua-lização do CadÚnico, sem pendências na gestão do SUAS);

percentual de famílias em Extrema Pobreza; IPDM (Índice Ipardes de Desempenho Municipal); concentração mínima de 80 domicílios em condição de assentamento precário; percentual de abandono escolar; e percentual de gravidez na adolescência.

Esses critérios foram deliberados pelo Conselho Estadual da Assistência Social (CEAS) – Deliberação 005/2012.

Para expansão de municípios nesta modalidade nos anos de 2013 e 2014 os critérios utilizados foram: IPDM, percentual de Extrema Pobreza e Percentil751, os quais foram deliberados pelo CEAS – Deliberações 061/2012 e 068/2012.

1Para maiores informações sobre o Percentil75 ver nota técnica Índice de Vulnerabilidade das Famílias do

Paraná , disponível em http://www.desenvolvimentosocial.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=682.

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Responsável pela articulação local: CRAS.

A articulação intersetorial acontece pela implantação de comitês intersetoriais municipais e locais, cada qual com suas atribuições específicas.

Metas por municípios: as metas são pactuadas anualmente entre a SEDS e os municípios, baseadas em estudo da demanda de famílias em situação de alta vulnerabilidade social e a capacidade de gestão municipal na área da Asistência Social. A média é 80 famílias incluídas e com plano de ação familiar desenvolvido, sendo que os municípios prioritários de 2012 possuem metas específicas, condizentes com as inclusões realizadas no Sistema naquele ano.

Adesão: municípios (prefeitos) deveriam assinar protocolo de intenções e na sequência Termo de Adesão.

1.1.2 Adesão Espontânea

Público-alvo: Famílias identificadas pelo IVF-PR.

Identificação dos municípios: Através de espontânea adesão.

Responsável pela articulação local: CRAS

Metas por município: As metas de famílias a serem incluídas são baseadas em estudos (demandas) e capacidade de gestão de cada município. A média é de 40 famílias a cada ano.

Adesão: municípios (prefeitos) devem formalizar o interesse e assinar adesão com a SEDS, aceitando e mantendo compromisso com todas as premissas do Programa.

1.1.3 AFAI

A proposta de Atenção às Famílias dos Adolescentes Internados por medida socioeducativa (AFAI) surgiu com o objetivo de estabelecer uma rede integrada de proteção às famílias dos adolescentes que cumprem medida socioeducativa de internação (Delibe-rações 020/2012 e 081/2013 CEDCA).

Esse propósito é concretizado por meio da oferta de ações intersetoriais planejadas de acordo com a necessidade de cada família e das especificidades do território onde ela reside.

A ação é cofinanciada pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Paraná (CEDCA/PR) que, através da Deliberação nº 020/2012, destinou para a execução da modalidade o valor de R$ 8.280.000,00, oriundos do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA-PR) repassados em valor proporcional ao número de adoles-centes internados, sendo que o valor mínimo é de 36 mil reais em única parcela. Inicialmente, o recurso foi planejado da seguinte maneira:

20% investimento e 80% custeio.

Contrapartida de 10% do valor pleiteado.

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Público-alvo: famílias com adolescentes internados por medida socioeducativa, nos anos de 2010, 2011 e 2012.

Identificação dos municípios prioritários: todos os municípios com adolescentes internados nos anos de 2010, 2011 e 2012. Modalidade criada e deliberada no Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente – CEDCA/PR.

Responsável pela articulação local: CREAS ou equipe de Proteção Social Especial no órgão gestor da assistência social, o qual integra os Comitês Intersetoriais Locais.

Metas por município: em conformidade ao estudo apresentado pelas deliberações 020/2012 e 081/2013 do CEDCA, no que se refere às internações por medida socioedu-cativa.

Adesão: municípios (prefeitos) aderiram por meio do edital de adesão disponível no site da SEDS (Edital 002/2012 e Deliberação 081/2013), encaminharam ofícios de adesão ao CEDCA e à SEDS, apresentaram plano de trabalho e documentações para a formalização de convênio.

Prazo de permanência da Família no Programa: durante todo o período de inter-nação do adolescente e mais 1 ano após a desinternação.

1.1.4 Modalidade Transferência Estadual de Renda Di reta

às Famílias

Denominada Renda Família Paranaense – realiza a transferência de renda com condicionalidades diretamente às famílias. O valor a ser transferido a cada família beneficiária é variável e depende da quantia necessária para que a mesma atinja R$ 87,00 per capita/mês.

Público-alvo: famílias em situação de vulnerabilidade social, que recebem o benefício “Bolsa Família” e que possuem renda per capita superior a R$ 77,00 e inferior a R$ 87,00.2

Identificação dos municípios prioritários: Todos os municípios que possuem famílias na condição descrita acima.

Responsável pela articulação local: CRAS e órgão gestor municipal no órgão gestor da assistência social, o qual integra os Comitês Intersetoriais Locais e Municipais.

2Inicialmente o Benefício Renda Família Paranaense era concedido às famílias que possuíam renda

per capita superior a R$ 70,00 e inferior a R$ 80,00, porém com a alteração dos valores do benefício Bolsa Família em junho de 2014, houve necessidade de atualização do Renda Família Paranaense, que foi alterado pelo Decreto nº 11.346 de 16/06/2014.

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Metas por município: Conforme demanda de cada município, atendendo a 100% das famílias que necessitem receber o beníficio e que atendam os critérios estabelecidos em Lei.

Adesão: Não se faz necessária adesão do Município à modalidade, por se tratar de transferência direta de renda às famílias.

Prazo de permanência da Família no Programa: de acordo com prerrogativas esta-belecidas (Decretos 9.568/13 e 11.346/14).

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2 NORMATIVAS QUE SUSTENTAM A MODALIDADE AFAI

Constituição Federal, art. 227: estabelece como dever “da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão”.

Lei Federal nº 8.069 de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA), art. 112: descreve as Medidas Socioeducativas passíveis de serem aplicadas ao adolescente autor de ato infracional, a saber:

i advertência;

ii obrigação de reparar o dano;

iii prestação de serviços à comunidade;

iv liberdade assistida;

v inserção em regime de semiliberdade;

vi internação em estabelecimento educacional;

vii qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI (encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; orientação, apoio e acom-panhamento temporários; matrícula e frequência obrigatórias em estabe-lecimento oficial de ensino fundamental; inclusão em projeto comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente; requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; acolhimento institucional; inclusão em programa de acolhimento familiar; colocação em família substituta).

Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça da Infância e da Juventude – Regras de Beijing (ONU, 1985): Estabelece o princípio da legalidade no caso de prática de ato infracional e institui a implantação de condições adequadas ao pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes por parte dos Estados.

Diretrizes das Nações Unidas para a Prevenção da Delinquência Juvenil – Diretrizes de Riad (ONU, 1990): Este documento legitimou a necessidade de criação de estratégias a fim de prevenir o envolvimento dos adolescentes em atos infracionais, além de estabelecer as diretrizes das políticas de prevenção por parte dos Estados.

Regras Mínimas das Nações Unidas para a Proteção dos Jovens Privados de Liberdade (ONU, 1990): Estabelece a proteção dos adolescentes privados de liberdade, pautada nos direitos humanos e liberdades fundamentais.

Lei Federal nº 12.594/2012: institui o Sistema Nacional de Atendimento Socio-educativo (SINASE).

Lei Federal nº 8.742/1993 (Lei Orgânica de Assistência Social) e Lei Federal nº 12.435 (Lei do SUAS): dispõem que entre as situações de risco pessoal e social a serem

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atendidas pela política da assistência incluem-se as famílias cujos membros estejam envolvidos com o universo infracional.

Resolução nº 109/2009 do Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS (Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais), item 4 - “Serviço de Proteção Social Especial – Média Complexidade”: inclui como usuários do serviço “famílias que vivenciam violações de direitos por ocorrência de afastamento de um de seus membros do convívio familiar devido à aplicação de medida socioeducativa” (p.19).

Resolução nº 01/2013 do CNAS: Dispõe sobre o reordenamento do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV no âmbito do Sistema Único da Assistência Social – SUAS, pactua os critérios de partilha do cofinanciamento federal, as metas de atendimento do público prioritário e dá outras providências. Os adolescentes egressos de medidas socioeducativa configuram-se como um dos públicos prioritários desse serviço.

Deliberação nº 058/2011 do CEDCA/PR: aprova o plano de ação para execução do Superávit 2011, especificamente recursos para ações de aperfeiçoamento das medidas socioeducativas e privação de liberdade e semiliberdade.

Deliberação nº 020/2012 do CEDCA/PR (19 de março de 2012): aprova o projeto AFAI.

Edital de Adesão nº 002/2012-A-SEDS (Publicado no Diário Oficial do Estado em 02 de outubro de 2012): dispõe os critérios de participação dos municípios na moda-lidade AFAI.

Deliberação nº 081/2013 do CEDCA/PR (23 de agosto de 2013): estabelece critérios adicionais para adesão e execução da modalidade AFAI, e define o prazo final para o envio dos planos de trabalho.

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3 INSTRUMENTAIS DO PROGRAMA FAMÍLIA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO AFAI

3.1 FORMALIZAÇÃO DO ARRANJO DE GESTÃO

A metodologia do Programa Família Paranaense prevê que as ações sejam planejadas e articuladas em diferentes níveis e instâncias, desde as que possuem abrangência estadual, até as que dizem respeito a cada localidade.

Na esfera estadual, foi implantada a Unidade Gestora Estadual, composta por representantes de secretarias e órgãos do governo, e responsável por discutir e aprovar os instrumentos de gestão do Programa.

As secretarias e órgãos estaduais designaram representantes de suas equipes regionalizadas, para que sejam formalizados os Comitês Regionais. Cada município articulou a formação de um Comitê Municipal, que deve estudar e implantar o Programa em seu território. Nesse comitê estarão envolvidas as “secretarias-chave” (Assistência Social, Educação, Saúde, Habitação, Trabalho e Agricultura, obrigatoriamente), bem como áreas afins.

Existe ainda o Comitê Local, criado e implementado no território de concentra-ção das famílias atendidas pelo Programa. Os participantes deste Comitê devem ser os responsáveis pela execução das políticas públicas do território (CRAS, CREAS, Unidades de Saúde, Escolas, Agência do Trabalhador, etc).

No caso dos municípios que executam a modalidade AFAI, o Comitê Local deverá possuir um representante da Proteção Social Especial responsável pela execução do AFAI, sendo que este Comitê poderá ser integrado por técnicos do CENSE, onde o adolescente está ou esteve internado.

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A formalização dos Comitês Municipais e Locais é de responsabilidade do poder legislativo municipal, sendo que os mesmos devem ser criados por decreto ou outro ato administrativo.

3.1.1 Unidade Gestora Estadual (Decreto 5.280/12)

A Unidade Gestora Estadual, dá suporte à operacionalização do Programa Família Paranaense e objetiva promover a articulação institucional interna, a fim de acompanhar a execução e monitorar os resultados, para que sejam efetuados eventuais ajustes que se façam necessários. É a instância de referência para as equipes regionais.

A Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social poderá convidar para participar destas reuniões representantes de órgãos das administrações públicas municipais e de entidades privadas, inclusive organizações não governamentais, sempre que na pauta constar assuntos de sua área de atuação.

Os representantes desta unidade são responsáveis pela articulação com os demais servidores de suas Secretarias de Estados a fim de que as ações e os serviços oferecidos pelo Programa Família Paranaense sejam efetivamente executados. Esta Unidade Gestora Estadual é composta pelos seguintes órgãos do governo:

a) Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social (SEDS);

b) Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SEAB);

c) Secretaria de Estado da Saúde (SESA);

d) Secretaria de Estado da Educação (SEED);

e) Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU);

f) Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano (SEDU);

g) Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Híbridos (SEMA);

h) Secretaria de Estado da Ciência , Tecnologia e Ensino Superior (SETI);

i) Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral (SEPL);

j) Secretaria de Estado do Esporte (SEES);

k) Secretaria de Estado da Cultura (SEEC);

l) Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP);

m) Secretaria de Estado da Administração e Previdência (SEAP);

n) Companhia de Habitação do Paraná (COHAPAR);

o) Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES);

p) Companhia de Informática do Paraná.(CELEPAR);

Atribuições da Unidade Gestora Estadual:

realizar ações integradas para manter seu respectivo órgão informado, em relação à execução, acompanhamento, monitoramento e divulgação das ações executadas pelo Programa Família Paranaense;

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integrar as ações das secretarias e outros parceiros com vistas a estimular a intersetorialidade das politicas públicas e redes de serviços, nas três instâncias, estadual, regional e municipal;

subsidiar o planejamento e monitoramento das ações, a fim de aprimorar a execução do Programa Família Paranaense;

apoiar e subsidiar com informações o órgão responsável pela implantação e acompanhamento do Programa (SEDS);

definir diretrizes e procedimentos para o desenvolvimento das ações com base nos procedimentos metodológicos e instrumentais técnicos utilizados no Programa Família Paranaense;

propor alternativas de solução para questões apontadas pelos Comitês Regionais e outras instâncias do Programa;

comprometer-se com a efetiva participação e zelar pela relação intersetorial, de modo a agregar novos parceiros.

3.1.2 Comitês Regionais (Decreto 5.552/12)

A metodologia intersetorial permeará todos os níveis de implantação do Programa, desde a construção na esfera estadual até o acompanhamento das famílias. Para tanto, instituiu-se o Comitê Regional através de decreto, o qual é composto por técnicos das equipes regionais das diversas secretarias estaduais. Estas secretarias designaram representantes de suas equipes regionalizadas através de ofício dirigido a Secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social.

Atribuições dos Comitês Regionais:

mapear e articular ações com a rede de serviços governamentais e não governamentais de âmbito regional e municipal;

planejar as ações e realizar diagnósticos regionais intersetorialmente;

garantir a integração das ações nas instâncias regional e municipal;

acompanhar e monitorar os resultados das ações intersetoriais regional e municipal;

cuidar/zelar pela articulação intersetorial, mantendo os participantes e agregando novos parceiros;

documentar as ações realizadas pelo Comitê Regional e manter a Unidade Gestora Estadual informada em relação à execução do Programa;

compartilhar com os demais envolvidos a criação de instrumentos de gestão, sugestões de capacitação, necessidades de avanços que favoreçam a funda-mentação ou fortalecimento do programa;

monitorar e avaliar o cumprimento das metas previstas;

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desenvolver, acompanhar e zelar pela metodologia de execução do Programa e pelos instrumentos utilizados nos processos de trabalho (IVF-PR; Plano de Ação Intersetorial Familiar; Protocolo de Gestão e o Sistema de Acom-panhamento das Famílias);

propor alternativas de solução de questões apontadas e já trabalhadas no Comitê Municipal e remeter à Unidade Gestora Estadual aquelas sem solução na instância regional;

realizar reuniões de divulgação, apoio e informações sobre o Programa no âmbito regional;

realizar encontro semestral com todos os Comitês Municipais para promover a comunicação, avaliação, troca de experiências e aprendizados, visando a construção de uma identidade regional do Programa;

promover reuniões do Comitê ao menos 1 vez ao mês;

compartilhar a execução do Programa Família Paranaense com as instâncias de deliberação e controle social.

3.1.3 Comitês Municipais

Para que a metodologia intersetorial seja efetivamente reproduzida, o município deve formalizar a criação de um Comitê Municipal, através de Decreto assinado pelo prefeito. Este comitê será responsável por mapear e articular com a rede de atendimento do município e gerenciar a execução do Programa. O Comitê deve ser composto por membros das diversas secretarias do município e instituído por decreto municipal ou por outro ato administrativo.

Atribuições dos Comitês Municipais:

viabilizar a implantação do(s) Comitê(s) Intersetorial(is) Local(is);

mapear e articular ações com a rede de atendimento do município;

garantir a intersetorialidade e integração das ações nas instâncias local e municipal;

definir o fluxo de atendimento das famílias no município, baseado nas orienta-ções da Unidade Técnica e sempre que necessário adequá-lo à realidade local;

acompanhar e zelar pela metodologia de execução do Programa e pelos instrumentos utilizados nos processos de trabalho (IVF-PR; Plano de Ação Intersetorial Familiar; Plano de Ação Municipal, Protocolo de Gestão e o Sistema de Acompanhamento das Famílias);

comprometer-se com a efetiva participação e zelar pela relação intersetorial, com vistas a agregar novos parceiros;

garantir o sigilo das informações das famílias atendidas;

planejar as ações municipais e acompanhar o desenvolvimento das ações do Comitê Local;

construir o plano de ação municipal que contemple os serviços que serão ofertados às famílias atendidas no Programa;

12121212 documentar as ações realizadas e utilizar os instrumentos de gestão, acom-

panhamento e monitoramento do Programa;

compartilhar, com os demais envolvidos, os instrumentos de gestão, as sugestões de capacitação, e as necessidades de avanços que favoreçam o fortalecimento do Programa;

acompanhar e monitorar os resultados e as metas das ações intersetoriais locais;

propor alternativas de solução de questões apontadas e já trabalhadas no Comitê Local e repassar ao Comitê Regional aquelas sem solução na instância municipal;

realizar reuniões de divulgação, avaliação, apoio e informações sobre o Programa no âmbito municipal;

promover reuniões do Comitê ao menos mensais;

realizar encontros periódicos com o Comitê Local para promover a comunicação, avaliação, troca de experiências e aprendizados;

compartilhar com as instâncias de deliberação e controle social a execução do Programa Família Paranaense.

3.1.4 Comitês Locais

Em cada município onde o Programa foi implantado deve-se criar um Comitê Local, no território de concentração das famílias, que será responsável por mapear e executar as ações com as famílias por intermédio da rede de atendimento local. A formalização dos Comitês Municipais e Locais é da responsabilidade do poder legislativo municipal, sendo que os mesmos devem ser criados por decreto ou outro ato administrativo.

Este Comitê tem a responsabilidade de elaborar, em conjunto com as famílias, o “Plano de Ação Intersetorial da Família”, bem como acompanhar sistematicamente estas famílias enquanto permanecerem no Programa.

Dele fazem parte, representantes das unidades de atuação das políticas públicas do território onde as famílias residem (CRAS, CREAS, UBS, Escolas, CEIS, etc). Ressalta-se que os municípios que aderiram à Modalidade AFAI deverão incluir no Comitê Local a equipe de Proteção Social Especial.

Atribuições dos Comitês Locais:

mapear ações da rede de atendimento local;

planejar as ações intersetoriais e acompanhar os resultados das ações junto às famílias do território;

executar e acompanhar a agenda intersetorial de ações que serão realizadas no território e que contemplem as famílias atendidas no Programa;

viabilizar a inserção das famílias em maior situação de vulnerabilidade de acordo com o IVF-PR, bem como o seu desligamento quando necessário;

13131313 promover a busca ativa das famílias em situação de vulnerabilidade. E nos

casos dos municípios que aderiram a modalidade AFAI, realizar a busca ativa das famílias dos adolescentes internados por medida socioeducativa;

pactuar e assinar o termo de adesão junto às famílias que irão participar do Programa;

garantir o sigilo das informações das famílias atendidas;

realizar periodicamente o acompanhamento das famílias e os resultados;

avaliar a execução do Programa;

documentar as ações realizadas e utilizar os instrumentos de gestão, acompanhamento e monitoramento do Programa;

compartilhar com os demais envolvidos os instrumentos de gestão, sugestões de capacitação, necessidades de avanços que favoreçam a fundamentação ou fortalecimento do Programa;

promover reuniões do Comitê ao menos mensais;

utilizar e manter atualizado os instrumentos de execução do Programa (IVF-PR; Aspectos para Investigação e Plano de Ação Intersetorial da Família);

propor alternativas para questões apontadas e já trabalhadas no Comitê Local e repassar ao Comitê Municipal aquelas sem solução nesta instância;

comprometer-se com a efetiva participação e zelar pela relação intersetorial, com vistas a agregar novos parceiros;

realizar reuniões de divulgação, apoio e informações sobre o Programa para as famílias atendidas;

participar das capacitações, reuniões e eventos do Programa Família Paranaense.

3.2 INFORMAÇÕES DAS FAMÍLIAS DOS ADOLESCENTES INTERNADOS POR MEDIDA SOCIOEDUCATIVA NO SISTEMA DO PROGRAMA FAMÍLIA PARANAENSE

A lista de adolescentes internados por medida socioeducativa com as infor-mações pertinentes da sua família será disponibilizada para os municípios que aderiram ao AFAI no Sistema do Programa Família Paranaense.

Para o município localizá-las deverá acessar o sistema e buscar o nome do seu município no campo procurar por “TODOS”. Após, procurar na aba Menu, o item “Lista CONSULTIVA AFAI”.

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Esta lista deve ser utilizada apenas para consultas. É possível que nela constem famílias com a observação “consultar na lista de famílias do Sistema ou incluir/atualizar o Cadúnico”. Isto deve-se a falhas no preenchimento do Código Familiar. Desta forma, é importante que se busque a família na Lista do Sistema, utilizando o nome do responsável. Caso não seja encontrada a família na lista, proceder com a busca no Cadastro Único.

Aquelas famílias que possuem registro no Cadastro Único terão seu índice de vulnerabilidade calculado e já poderão ser selecionadas no Sistema. Para aquelas que não possuem registro no CadÚnico, o município deverá realizar a Busca Ativa e preencher o cadastro.

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3.3 BUSCA ATIVA

Para que sejam identificadas as famílias dos adolescentes internados por medida socioeducativa, aquelas que poderão ser atendidas na modalidade AFAI do Programa, é primordial que os técnicos municipais mantenham atualizada a base do CadÚnico e realizem regularmente a Busca Ativa para inclusão destas.

É possível afirmar que muitas famílias dos adolescentes internados que estão sem cadastro são, geralmente, aquelas sem acesso aos serviços da rede pública e com poucas informações sobre seus direitos. Consequentemente, algumas não possuem a documentação mínima necessária para o cadastramento. Mas, são justamente estas famílias que o Programa pretende atingir.

Dessa forma, o município deverá explanar sobre os objetivos da Modalidade AFAI e quais ações seriam possíveis de executar para o grupo familiar. Diante do aceite da família, será fundamental viabilizar toda a documentação necessária para o registro no CadÚnico.

Cada município deverá orientar as famílias para realização desse registro, na perspectiva da efetivação e da agilidade nesse processo, pois dele dependem todos os demais procedimentos do Programa Família Paranaense.

3.4 REGISTRO E ATUALIZAÇÃO NO CADASTRO ÚNICO PARA

PROGRAMAS SOCIAIS

O município deverá garantir o registro no Cadastro Único dessas famílias que serão atendidas pela Modalidade AFAI, mesmo que o perfil familiar não atenda o recorte de renda do Programa Bolsa Família.

Além disso, é importante ressaltar a necessidade de atualização daquelas que já estão cadastradas, pois não serão raros os casos em que a família não incluiu os adolescentes internados em seu registro.

A ação de registrar e atualizar as famílias “AFAI” no Cadastro Único tem por pressuposto que essa ferramenta não tem apenas a função de elencar os possíveis beneficiários do Programa Bolsa Família, mas também de identificar as vulnerabilidades das famílias do município, identificando suas demandas e também ações que serão a elas destinadas. Isso está em conformidade ao disposto em Decreto nº 3.877, de 24 de julho de 2001 do Governo Federal.

Decorrentes, aproximadamente, 60 dias do registro, essas famílias estarão listadas no Sistema e terão seu índice de vulnerabilidade calculado. Importante salientar que, independentemente do valor do índice, essas famílias deverão ser incluídas com a marcação AFAI.

Isto poderá ser realizado da seguinte forma: acessar listagem das famílias no Sistema, localizar a família a quem se destinará a ação AFAI, clicar no link “Selecione”. Nova página será aberta com um resumo dos dados extraídos do CadÚnico e clicar no item “Modalidades”: AFAI.

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Na sequência, o Comitê Local convida as famílias identificadas na busca ativa para integrarem o Programa. E se as famílias aceitarem, recomenda-se que elas assinem os termos de compromisso que estão disponíveis para impressão no sistema. Caso a família não aceite a inclusão no Programa Família Paranaense, também é preciso assinar um termo de não adesão.

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3.5 ASPECTOS PARA INVESTIGAÇÃO

Orienta-se que, somente depois de assinado o termo de compromisso pela família, o Comitê Local faça a inclusão dessa no sistema. Em seguida, fará o diagnóstico da situação familiar, no que se refere aos Aspectos para Investigação.

Vale ressaltar que o diagnóstico da família compreende duas fases. A primeira refere-se aos resultados do Índice de Vulnerabilidade das Famílias - IVF-PR, calculado a partir de 19 componentes da base de dados do Cadastro Único para Programas Sociais – CadÚnico, que está disponível no Sistema.

A segunda reúne questões para investigação que complementam as informações sobre a situação da família. Estes aspectos estão disponíveis no Sistema do Programa para preenchimento do Comitê Local. Tratam-se de algumas questões que não constam no CadÚnico e são elementos importantes para elaboração do Plano de Ação Familiar.

A indicação é que se o Comitê Local não puder usar o sistema durante a reunião sobre as famílias deve preencher o instrumento manualmente e depois repassar ao sistema.

Procedimentos necessários para execução:

visita(s) domiciliar(es) para obtenção de informações e observação da reali-dade da família;

visita(s) aos CENSEs e as Casas de Semiliberdade onde os adolescentes estão internados (se for necessário);

articulação com a equipe técnica dos CENSEs para análise diagnóstica;

análise diagnóstica no Comitê Local.

Comitê Local;

técnico de referência da proteção social que será o responsável por articular as ações para as famílias AFAI no Comitê Local.

3.6 PLANEJAMENTO DE AÇÕES INTERSETORIAIS

O Planejamento de Ações Intersetoriais é o instrumento preenchido pelo Comitê Local junto com a família. Na elaboração deste plano, deverão ser consideradas as ações existentes que atendam a demanda da família acompanhada. Ele é o registro das pactuações no Sistema do Programa Família Paranaense, realizadas entre a família e o Comitê Local com o apoio do Comitê Municipal, e por isso deve conter a definição de metas a serem atingidas e prazos para mensuração do atendimento destas metas.

A família deve ter ciência de que o processo de acompanhamento demandará a elaboração de um planejamento, no qual a família e o poder público (representado, neste caso, pela equipe técnica) terão responsabilidades a assumir, além de encontros perió-dicos para discussão e monitoramento do desenvolvimento deste planejamento.

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Esse Planejamento poderá ser realizado conjuntamente ao Plano Individual de Atendimento (PIA) do adolescente internado, conforme disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Nesse ínterim, as equipes dos municípios deverão trabalhar de forma articulada com as equipes dos Centros de Socioeducação (CENSE). Para tanto, as equipes dos CENSES poderão ser convidadas a participar de reuniões do Comitê Local para discussão de casos e elaboração de planos de ação das famílias AFAI.

Procedimentos necessários para execução:

preenchimento dos Aspectos para Investigação;

realização de análise diagnóstica no Comitê Local;

análise das ações que poderão ser realizadas com as famílias;

interface com o trabalho desenvolvido pelos CENSEs e Casas de Semiliberdade;

pactuação das ações planejadas com a família.

Responsável:

Comitê Local;

técnico de referência da proteção social que será o responsável por articular as ações para as famílias AFAI no Comitê Local;

Comitê Municipal.

Algumas ações que devem ser realizadas:

orientações e encaminhamentos pontuais;

encaminhamentos para realização de documentações;

conversas formais e informais com a família;

atividades coletivas, palestra, reuniões, Escolas de Pais;

atividades comunitárias;

acompanhamento familiar;

repasse de informações;

pactuações;

repactuações;

avaliações junto às famílias do acesso ou de manutenção dos serviços, programas e ações;

cursos profissionalizantes, oficinas de cultura, lazer e esporte;

visitas aos CENSEs para fortalecimento do convívio familiar;

acompanhamento do adolescente egresso.

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3.6.1 Pactuação das ações com a família

A pactuação das ações intersetoriais com a família aferida atribui responsa-bilidade de execução às três esferas de governo e à família, sendo um trabalho de corresponsabilidade para promoção da autonomia familiar.

A cada período esses compromissos podem ser revistos e repactuados conforme as novas necessidades da família. A responsabilidade familiar estará na identi-ficação das dificuldades para que essas possam impulsionar as mudanças necessárias, além de redescobrir suas potencialidades e os novos significados de suas relações com o cotidiano.

A realização da pactuação dos familiares leva a uma nova forma de realizar o acompanhamento, pois implica os interessados na realização das metas e, sobretudo, porque compreende os sujeitos enquanto protagonistas de suas histórias. Trata-se de uma forma de elaboração de projetos de vida que contemplem a diversidade cultural, socioeconômica e da biografia de cada família, além de possibilitar o papel inclusivo na dinâmica social e comunitária.

Procedimentos necessários para execução:

planejamento das atividades em relação à pactuação das famílias pelo Comitê Local: detalhamento de como se desenvolverá o processo de pactuação de cada família;

definição do local para o atendimento das famílias para elaboração do pacto;

estabelecimento de cronograma para acompanhamento das famílias pactuadas, levando em consideração o grau de vulnerabilidade das mesmas;

preenchimento do Planejamento de Ações Intersetoriais;

entrevistas, visitas domiciliares;

além de intersetorial e emancipadora, a pactuação é estabelecida num processo contínuo de avaliação que será realizado em conjunto com a família.

Periodicidade:

continuada, pois é a ação que se desenvolve em etapas com as famílias. Estas etapas são planejadas durante o Acompanhamento Familiar e de acordo com o envolvimento das famílias.

Instrumentos:

planejamento de Ações Intersetoriais;

compromissos da Família (link no Sistema)

Responsável:

Comitê Local;

técnico de referência da Proteção Social Especial;

Comitê Municipal.

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3.7 EXECUÇÃO DAS AÇÕES PACTUADAS, ACOMPANHAMENTO DAS FAMÍLIAS E MONITORAMENTO DO PLANEJAMENTO DE AÇÕES INTERSETORIAIS

Na execução, acompanhamento e monitoramento destacam-se a intersetoriali-dade e sua força em desenvolver ações dirigidas às famílias em situação de maior vulnerabilidade. É a convergência de ações públicas direcionando as estratégias e desenhando os novos modelos para trazer melhorias concretas à população.

O Programa Família Paranaense tem por objetivo facilitar o estabelecimento de um “diálogo” comum entre várias instituições, aproximando-as e fazendo convergir ideias, ações, estratégias para facilitar os acessos e possibilitar às famílias a inclusão em vários espaços e políticas que lhe são de direito.

Esta simultaneidade de ações intersetoriais com que se abordam diferentes aspectos da vida da família, tende a gerar uma sinergia de efeitos que permite afetar não somente os aspectos objetivos (renda, escola, emprego, etc.) da vida das pessoas, mas também aspectos subjetivos como motivação, autoestima, relacionamentos interpessoais, dinâmica familiar, etc.

Desta forma, o acompanhamento à família se constitui em um processo fundamental na abordagem dos vários aspectos da melhoria da qualidade de vida. Permite também avaliar ao longo do processo o impacto gerado na vida das pessoas, a partir de seus avanços e progressos e, até mesmo, de suas dificuldades.

Compreende-se que o acesso e a permanência nas ações das políticas públicas são exercícios de usufruto dos direitos sociais, os quais contribuem para a melhoria da qualidade de vida. Nesse sentido, quanto mais acesso às políticas, serviços, vivências, grupos de convivência e fortalecimento de vínculos, atividades culturais, esportivas e de lazer, mais se amplia o universo das famílias e se expandem suas possibilidades de proteção e de socialização de seus membros.

As capacidades subjetivas se desenvolvem na medida de seus acessos e no aproveitamento das relações que ocorrem nesses momentos. Quanto mais oportunidades de participação, mais possibilidades de aproveitamento dos bens acessados e mudanças significativas em relação à convivência familiar e comunitária.

O Planejamento de Ações Intersetoriais permite o registro e monitoramento desde a inserção da família no sistema até a avaliação intersetorial final (um ano após a liberação do adolescente), quando se vai estudar a possibilidade de desligamento ou a necessidade de estender o período de acompanhamento.

O Programa prevê que a família seja acompanhada por um ano, após a desinternação do adolescente. Neste período será considerada a necessidade de a família permanecer ou não no programa.

Após esse período, será feita a avaliação pelo Comitê Local. Por intermédio do planejamento de ações intersetoriais, será possível verificar se a família acompanhada superou as suas vulnerabilidades. Caso contrário, a família deverá continuar em acompanhamento familiar nos serviços das diferentes políticas.

Importante destacar que a proposta da modalidade é o trabalho com prazo determinado. Como a modalidade AFAI se propõe a trabalhar no sentido da emanci-pação, foi necessário estabelecer prazo para permanência das famílias no mesmo.

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Com o desligamento de famílias, pode-se concentrar a atenção em outras de alta vulnerabilidade social e que também necessitam de intervenção intersetorial. A superação de todas as situações de vulnerabilidade vivenciadas pelas famílias depende de um contexto econômico, social e histórico mais amplo, advindo da combinação de políticas econômicas, sociais e ambientais, que favoreçam o conjunto da sociedade na diminuição das desigualdades sociais.

Procedimentos necessários para execução:

durante o período de permanência na Modalidade, as ações realizadas com a família devem ser registradas no Planejamento de Ações Intersetoriais, iden-tificando com as famílias os avanços alcançados, as metas para superação e reforçando as potencialidades da família e cada membro familiar;

nas reuniões do Comitê Local, deve ser realizada a análise intersetorial dos avanços atingidos pela família e dos atendimentos realizados em conjunto pelo poder público. Também deve ser verificado se ainda existem demandas de atendimentos pelas políticas públicas. Nos casos em que o Comitê Local não conseguir avançar, as mesmas deverão ser remetidas ao Comitê Municipal. Se não forem superadas deverão ser demandadas ao Comitê Regional.

Responsáveis: Comitê Local, Municipal e Regional;

família;

unidades públicas localizadas na área de abrangência dos Comitês Locais.

Periodicidade:

processo contínuo de acordo com a evolução familiar realizado durante o período de permanência, da família, no Programa.

Instrumento:

Plano de Ação Intersetorial Familiar;

agenda de visitas técnicas;

relatórios do Sistema.

3.8 TRANSFERÊNCIAS DE FAMÍLIAS

A transferência de famílias e sua documentação poderá acontecer nos casos de:

mudança de endereço da família para outras cidades;

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mudança de endereço por realocação dentro do município;

mudança de território de CREAS de referência da família;

Obs.: A transferência para outros Comitês Locais não implica em substituição da família.

Procedimentos em Caso de Mudança para outros municípios:

Caso a família mude para outra cidade, o Comitê Local que atendia a família deverá:

preencher no sistema a situação da família como transferida e indicar o município destino. Caso o município não tenha conhecimento do novo local de residência da família, deve constar no sistema como “não informado”;

preencher planejamento constando o número de famílias, previsão da data de transferência, previsão dos serviços para encaminhamentos;

realizar reunião entre os Comitês Locais, quando possível;

preparar as famílias para a transferência informando os procedimentos adotados e indicando qual será o CREAS de referência, preferencialmente com o nome do técnico que irá recebê-los.

Para os Municípios que recebem as famílias AFAI

No Sistema, o Comitê Local deve acessar a seção “Demais situações” no painel inicial e identificar as famílias que contenham o status “Recebida”. Na sequência, deve selecionar a família e na tela posterior escolher um CRAS e um CREAS, bem como alterar o nome do Responsável pelo preenchimento. Isto feito, a família pode ser incluída no novo município:

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aparecerá no Sistema do município uma sinalização de que essa família mudou-se para o local, como “Família Recebida”;

acolhimento das famílias e busca ativa quando necessário;

atualização do CadÚnico;

atualização do Plano de Ação Intersetorial Familiar;

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encaminhamentos necessários;

preenchimento do formulário de subsídio alimentar, para que o órgão competente tenha condições de reorganizar os pontos de entrega quando necessário;

é importante dar ciência às famílias de que se ocorrer mudança de endereço sem previsão, estas devem procurar o CRAS mais próximo.

Caso a família mude para uma cidade que NÃO aderiu ao AFAI, a situação da família aparecerá no sistema do município de origem como “desligada”.

3.9 AVALIAÇÃO FAMILIAR INTERSETORIAL

Para famílias que forem acompanhadas pelo tempo de internação, mais um ano após a liberação do adolescente, o ciclo se completa com a finalização do Planejamento de Ações Intersetoriais e a Avaliação da família, do técnico de referência da proteção social especial e do Comitê Local.

Após o contato com a família, procede-se à Avaliação Familiar Intersetorial no espaço do Comitê Local, utilizando-se como base o Planejamento de Ações Intersetoriais, e para registro, o formulário próprio, tendo como principais referências os seguintes itens:

IVF-PR: qual a alteração no índice; Ações e serviços pactuados: quais ações pactuadas em que a família foi

atendida e quais estão pendentes; Condições Mínimas: são critérios a serem alcançados para superação da

vulnerabilidade familiar. Parecer técnico do Comitê Local e Avaliação da Família: o Técnico de

Referência da família registra o parecer quanto ao processo de desligamento ou continuidade na modalidade e a família assina conjuntamente esta avaliação referente à sua participação e interação com toda proposta do PFP. Além disso, quando o Comitê Local julgar pertinente, poderá enviar a Avaliação do Acompanhamento da Família para a Comarca Judiciária que julgou a sentença do adolescente em questão. Orientação em conformidade com o Edital 002/12, disponível no site da Secretaria.

As Condições Mínimas são definidas pelos eixos:

Documentação Civil Básica

� certidão de nascimento para todas as crianças;

� carteira de identidade para todos os membros acima de 14 anos;

Assistência Social

� reversão da situação de trabalho infantil;

Trabalho e Geração de Renda

� Renda mensal superior a R$ 77,00 per capita;

Educação

� vagas, matrículas e acompanhamento da permanência de crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos;

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Saúde

� acompanhamento de pré-natal para todas as gestantes, vacinação para crianças de até 1 ano;

� acompanhamento dos pacientes com doenças crônicas na unidade de saúde mais próxima (hipertensão e diabetes);

Habitabilidade

� todas as famílias com banheiro.

Saneamento Básico

� acesso a água tratada às famílias rurais em pelo menos 1 torneira em casa.

3.10 DESLIGAMENTO

O acompanhamento da família ocorrerá durante o período de internação e após um ano de desinternação do adolescente do CENSE. O mesmo período é válido para os adolescentes em cumprimento de outras medidas sócioeducativa ou Casa de Semiliberdade

A partir da Avaliação Intersetorial decide-se sobre a permanência ou o desligamento da família na Modalidade. O desligamento não implica descontinuidade do atendimento desta família, pois ela continuará a ser atendida pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF, Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI e pelas outras políticas de proteção social conforme suas necessidades.

OPERACIONALIZAÇÃO DA MODALIDADE

1ª FASE »»»»

ADESÃO

� Elaboração do plano de trabalho

� Análise do plano de trabalho pelo UTPFP

� Aprovação pelo CEDCA

� Viabilização de documentos

2ª FASE »»»»

PROCEDIMENTOS INICIAIS POR PARTE DO MUNICÍPIO

� Checagem da lista consultiva AFAI no Sistema informatizado

� Busca ativa das famílias

� Formalização de Comitê Local e Municipal

� Cadastramento ou atualização das famílias no CadÚnico

3ª FASE »»»»

FORMALIZAÇÃO DE CONVÊNIO

� Repasse do recurso do FIA pela SEDS

� Depósito do valor da contrapartida pelo município

� Início da execução financeira do convênio em até 30 dias

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4ª FASE »»»»

EXECUÇÃO

� Execução financeira:

Alimentação do SIT;

Monitoramento das ações via relatórios;

Licitações, aquisições, instalação de placas de identificação.

� Execução técnica:

Selecionar família no Sistema do Programa Família Paranaense;

Incluir a família no Sistema do Programa Família Paranaense;

Assinar Termo de Adesão com a família;

Reunião do Comitê Local para discussão de casos, preenchimento de aspectos para investigação e plano de ação familiar;

Pactuação com a família;

Envio do Plano de Ação para o CENSE, Casa de semiliberdade e/ou Poder Judiciário responsável pelo processo do adolescente;

Execução de ações com as famílias: Escola de Pais, palestras, cursos, oficinas, atividades recreativas, visitas aos adolescentes, passeios culturais realizar sistematicamente o lançamento das ações realizadas com a família no Sistema do Programa.