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GUIA DO INVESTIDOR UNIVERSITÁRIO O que você precisa saber agora para começar a investir com a grana que tem no bolso

GUIA DO INVESTIDOR UNIVERSITÁRIO€¦ · Após várias tentativas de achar cursos online, blogs, livros que me ensinassem a tal arte de investir, eu desisti. Ou achava cursos muito

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GUIA DO INVESTIDOR

UNIVERSITÁRIOO que você precisa saber agora para começar a

investir com a grana que tem no bolso

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Dicas para ler esse eBook

Bem-vindo! Esse ebook é interativo. Ou seja, você encontrará vários botões e links clicáveis, como esse link aqui.

O botão no canto superior esquerdo serve para você compartilhar esse eBook com quem quiser, caso tenha amigos que se interessariam também

por esse material.

O eBook está dividido em seções, que trazem dicas e insights de como começar a investir. O tempo estimado de leitura é de 30 a 35 minutos, mas você pode dividir essa leitura em etapas menores, da forma que melhor se

encaixar no seu tempo livre.

Caso tenha dúvidas, comentários ou sugestões sobre o material, você pode nos enviar um email para [email protected]

Tenha uma ótima leitura!

Sobre os Autores

Vinícius Bazan André Franco

Sobre o investeaê

Fundadores do investeaê, somos engenheiros formados pela USP e engajados em ampliar o acesso ao conhecimento de investimentos e finanças pessoais a mais brasileiros.

Com experiências nacionais e internacionais nas áreas de educação e desenvolvimento de novos negócios, ambos dedicam-se ao estudo e execução de investimentos desde a época de faculdade.

O investeaê é uma empresa de educação financeira de jovens para jovens.

Nosso time está focado em trazer a você os melhores conteúdos e experiência de aprendizado quando se trata de como cuidar bem da sua grana e saber investi-la.

Nosso objetivo é que isso se torne um prazer para você, não algo chato e difícil.

Saiba mais sobre o investeaê, clicando aqui.

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ÍNDICE

Introdução - nós temos algo em comum - 5 A importância de investir e alcançar seus objetivos - 9 Levando a vida de universitário - 12

Como investir ainda na faculdade (ou já fora dela) - 16 Como investir com pouco tempo - 19 Como investir com pouco dinheiro - 24

Pra que eu deveria investir? - 25 De quanto eu preciso para começar - 27 Como escolher os investimentos - 27 Tipos de investimentos - 32 Abrindo conta em uma corretora - 40

Como investe um especialista? - 41 Outras formas de investir em ações - 43

ETFs - 43 Fundos de ações 45

Como aplicar a mim mesmo? - 46

A partir de agora, o que eu faço? - 48 E quando acaba a faculdade, o que muda? - 51 Daqui pra frente - 53

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INTRODUÇÃOnós temos algo em comum

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Se você está lendo esse material, provavelmente está na faculdade ou saiu recentemente dela. Nesse caso, é possível que você tenha passado pelo mesmo problema que eu passei durante a faculdade.

Assim que eu ingressei na faculdade, para estudar Engenharia Mecatrônica na USP, uma das grandes mudanças que aconteceram no meu dia-a-dia foi que, por morar sozinho, eu precisava gerenciar minhas contas com o dinheiro que recebia dos meus pais todo mês.

A mistura de poder e responsabilidade logo me fizeram querer saber como gerenciar a grana da melhor forma. Se fosse possível economizar em uma coisa ou outra, sobraria mais dinheiro para comprar algo diferente no mercado, ir a mais uma festa da faculdade ou guardar para o futuro.

Tentando colocar isso em prática, pensei que seria uma boa também aprender a investir. Não sei se era influência da faculdade, um curso de exatas, mas eu gostava bastante dos números e imaginei que talvez me desse bem com eles. E se eu conseguisse mandar bem investindo em ações?

Nós temos algo em comum

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Bom, isso foi só imaginação, porque eu não sabia nada sobre o assunto. O que eu fiz então? Fui procurar aprender. O resultado, como você pode imaginar, foi (bem) frustrante.

Após várias tentativas de achar cursos online, blogs, livros que me ensinassem a tal arte de investir, eu desisti. Ou achava cursos muito caros (de R$1500,00 para mais) ou o conteúdo era extremamente técnico.

A história se repetiu com o André e, lá para o quarto ano de faculdade, já somávamos, juntos, umas 6 desistências. Era começar a ler algo novo que logo nós nos desmotivávamos. Ninguém, ninguém mesmo, falava nossa língua.

De que adiantava aprender sobre mercado de ações se eu precisava de R$100.000,00 para investir?

Mas sabe como é, dizem que hoje em dia que, com o Google, você aprende o que quiser. Foi quase isso. Eu e o André começamos a pesquisar muito sobre investimentos e, principalmente, como fazê-los com pouco dinheiro.

Nós temos algo em comum

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Aprendemos o básico e colocamos em prática. Erramos várias vezes, até calejar. Alguns meses depois, mais maduros, resolvemos sintetizar o aprendizado de forma mais sólida, a fim de passar para mais universitários e recém-formados que estavam na mesma situação que a nossa.

Se você se identificou com o papo aí em cima, saiba que estamos contigo. Esse ebook foi desenvolvido para que você não passe pelos mesmos tropeços que nós. Com ele, você será capaz de investir por conta própria, com qualquer quantia que tiver.

Acompanhe-nos nessa leitura para saber como é possível começar a investir ainda na faculdade ou logo após sair dela. Aliás, essa foi a melhor coisa que eu fiz para mim mesmo: começar a investir cedo.

Nós temos algo em comum

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De cara, quero deixar algo claro: o ato de investir seu dinheiro não significa apenas comprar ou vender ativos, produtos financeiros. Investir não é, e nem deve ser, uma atitude vazia. É um ato de zelo pelo seu próprio dinheiro. Assim como você cuida (ou deveria cuidar) da sua saúde, cuidar da sua grana é essencial.

Muitas vezes, inclusive, quando lemos algum texto sobre investimentos, nos deparamos com a expressão ‘independência financeira’. Eu poderia escrever um ebook só sobre esse conce i to , porque e le pe rmi te vá r i a s interpretações mas, de modo geral, ser independente financeiramente significa não

depender de praticamente nada para se sustentar. É fazer o dinheiro trabalhar por você, e não o contrário.

Imagine a seguinte situação: você se formou, arranjou um emprego interessante e ganha um salário bom. Mas você não tem o cuidado de se planejar e poupar uma fatia significativa do seu salário. Além disso, com o passar dos anos, novas responsabilidades e gastos surgem: carro, casa, família, etc. Depois de 30 anos nesse ritmo, você está cansado e quer se aposentar. O problema: você depende exclusivamente do INSS. A surpresa: ele não vai ser suficiente para manter seu padrão de vida.

A importância de investir e alcançar seus objetivos

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Tudo bem, isso pode não importar tanto agora porque você, como eu, é jovem. Porém, é uma das reclamações mais frequentes de quem está perto de se aposentar.

Por outro lado, você tem a opção de começar a investir desde hoje, com pouco dinheiro mensalmente, mas com um horizonte de vários anos para seu dinheiro investido render. Se você escolher ir por esse caminho, tenho uma boa notícia para você: quando você tiver seus 50 ou 60 anos, provavelmente não precisará se preocupar em continuar trabalhando para pagar suas contas, poderá fazer viagens sem doer o bolso e, ainda assim, você terá bastante dinheiro se multiplicando em mais dinheiro.

Isso é o que eu chamo de mágica do longo prazo. É só um nome engraçado, mas nada mágico. É pura matemática. Quando colocamos tempo e dinheiro numa balança, descobrimos que ambos têm o mesmo peso. Por isso que a frase “tempo é dinheiro” é tão verdadeira.

E o que isso quer dizer?

A importância de investir

COMECE HOJE O QUE VOCÊ NÃO

PODE DEIXAR PARA AMANHÃ

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Quer dizer que se você tem 50 anos (o que eu sei que você não tem) e deseja, a partir de R$10.000,00 investidos, conseguir um milhão de reais, você precisará de uma boa quantia adicional de dinheiro todos os meses para, investindo, conseguir chegar lá.

Por outro lado, se você tem o mesmo objetivo hoje, de chegar a R$1.000.000,00 aos 50 ou 60 anos mas, por ser novo, tem o tempo a seu favor, você precisará de muito menos dinheiro. O gráfico ao lado mostra muito bem como o dinheiro evolui muito mais rápido para horizontes maiores de tempo.

O melhor disso: tem tudo a ver com o que você vive hoje.

A importância de investir

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Infelizmente, não te conheço pessoalmente. De verdade, eu gostaria. Gostaria de saber quais são seus medos e anseios quando o assunto é investir. Porém, independente de qual seja sua situação atual, posso garantir que você passa por algum dos dois “ p r o b l e m a s ” m a i s c o m u n s e n t r e universitários e recém-formados:

• Não tem tempo pra nada fora as centenas de atividades que você já faz

• Não tem tanta grana na conta

A boa notícia é que, se você passa por algum desses dois probleminhas, ou até por ambos, nós vamos resolver isso na hora de investir.

Isso, porque investir não precisa (nem deve) ser algo que toma muito tempo do seu dia-a-dia e porque é extremamente possível fazê-lo com bem pouco dinheiro, com menos de R$50,00.

Levando a vida de universitário

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Ok, eu te contei uma história super legal até agora, disse que tudo vai dar certo mas, como uma pessoa normal, você tem algum receio sobre esse assunto. Em uma pesquisa que realizamos, identificamos que os maiores medos em relação a investimentos são:

Perder dinheiro (enquanto o objetivo é ganhar) Ter um baixo retorno sobre os investimentos Se expor a riscos elevados Não saber onde investir Fracassar Falta de conhecimento sobre investimentos

Isso faz todo sentido, mas esses medos são muito amplificados quando ligamos investimentos puramente ao mercado de ações e outros ativos mais arriscados e pensamos nas histórias de fracasso que outras pessoas tiveram ao longo da história.

Levando a vida de universitário

OS MAIORES MEDOS DE QUEM QUER COMEÇAR A INVESTIR

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Investir só é uma questão de sorte ou azar se você trata esse tema como um jogo. Se, por outro lado, olha para isso como uma prática consciente, torna-se um hábito, assim como uma rotina saudável de esportes.

Se você quer emagrecer, você espera ter sorte de encontrar uma fórmula mágica de suco verde ou será que faz mais sentido traçar objetivos, montar um plano que não te deixe paranoico e ter prazer fazendo atividades regularmente? Certamente, nesse caso, além de ser mais prazeroso, você tem uma chance maior de sucesso e um risco menor de fracasso.

No final, investir se resume a buscar o que chamamos de assimetrias: escolher investimentos onde você tenha riscos baixos e controlados, aliados a grandes potenciais de retornos. De volta à analogia da dieta, é como encontrar uma dieta que não seja perigosa para sua saúde, não te cause tanto stress ou gasto de dinheiro, mas que te entregue os resultados desejados se você a seguir direito.

Levando a vida de universitário

Existe um certo mito de que investir é se arriscar mais do que deve, que significa apenas investir em ações de grandes empresas e, em certo momento de azar, perder tudo.

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Sendo assim, nosso objetivo aqui é te ajudar a criar uma rotina de investidor e saber como encontrar essas tais assimetrias. Assim, mesmo que seja com pouco dinheiro e pouco tempo da sua semana, você conseguirá alcançar objetivos futuros extraordinários. Começando cedo, você tem uma enorme chance de ter ótimas condições financeiras lá na frente.

Por isso, não perca tempo e comece a investir já. Vamos lá?

Levando a vida de universitário

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COMO INVESTIR AINDA NA FACULDADE

ou logo que sair dela

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Como você, estando na faculdade ou tendo se formado há pouco tempo, vai investir seu dinheiro?

Essa pergunta tem múltiplas respostas. A melhor é aquela que combina com seu perfil.

Digo isso porque há vários tipos diferentes de investimentos e, de forma alguma, você precisa colocar seu dinheiro em todos. Entre os investimentos mais conhecidos dos jovens, estão a poupança, ações, tesouro direto, entre outros.

Além deles, há uma lista bem extensa ainda.

Como investir ainda na faculdade (ou já fora dela)

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Começando do começo: a poupança é sim um tipo de investimento. Porém, é a pior coisa que você pode fazer pelo seu dinheiro.

Na realidade, o pior que você pode fazer é não investir e deixar a grana na carteira ou na conta corrente. O problema é que tradicionalmente somos ensinados a guardar o dinheiro na poupança. Tenho certeza de que seus pais já te deram uma aula sobre isso. Meu pai sempre me falava da importância de guardar dinheiro e deixar na poupança.

Sim, esse é um começo prático e com uma certa preocupação em fazer o dinheiro render.

A poupança paga juros mensais e, com isso, seu dinheiro vai se multiplicando. Mas isso acontece muito lentamente e o rendimento da poupança fica menor ainda comparado à inflação. A inflação nada mais é do que a taxa em que seu dinheiro se desvaloriza. Então, ela corrói parte do que você ganha com a poupança.

Como investir ainda na faculdade (ou já fora dela)

SEJA MAIS CRÍTICO COM SEU DINHEIRO NA POUPANÇA

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O próximo passo é entender como você irá começar a investir. Para isso, precisamos entender quais são prováveis limitadores para você. Quero destacar os dois mais comuns entre jovens, que já mencionei anteriormente:

1. Pouco tempo para acompanhar os investimentos 2. Pouco dinheiro para começar

Vamos ver como lidar com cada um deles.

>> Como investir com pouco tempo

Quando eu comecei a investir de verdade, estava no 4o ano da faculdade. É claro que eu estava cheio de provas e aulas e não tinha tanto tempo para tomar conta dos números.

Uma coisa eu sabia: se eu me forçasse a gastar mais tempo do que eu tinha disponível para isso, eu iria me estressar. Por isso, um princípio básico que eu e o André começamos a aplicar a nós mesmos era o de que nós deveríamos investir pelo prazer de aprender mais e não para ficarmos nervosos e ansiosos com a falta de tempo.

Como investir ainda na faculdade (ou já fora dela)

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Esse é um bom limitador, pois nos ajuda a escolher tipos de investimentos que não necessitam que você fique horas todos os dias na frente do computador. De maneira bem simples, podemos separar os investimentos mais comuns em 3 categorias:

Como investir ainda na faculdade (ou já fora dela)

Acompanhamento Diário (alta dedicação)

Acompanhamento Semanal a Mensal (média dedicação)

Acompanhamento Bimestral a Anual (baixa dedicação)

Ações (Day Trade) Ações (curto prazo) Tesouro Direto

Opções Fundos de investimento Fundos DI/Fundos de Renda Fixa

Mercado Futuro (Day Trade) Dólar CDB, LCI, LCA

Ouro Poupança

Mercado Futuro Ações (longo prazo)

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A primeira coluna reúne os investimentos que costumam chamar mais a atenção das pessoas, devido às histórias que se ouve sobre quem ganhou muito dinheiro com eles. O problema é que essas pessoas são uma minoria de um grupo onde a maior parte, na verdade, perdeu muito dinheiro. Além disso, quem se dedica aos investimentos da primeira coluna geralmente trabalha com isso e pode dedicar 8 horas do dia só para acompanhar os investimentos.

Como investir ainda na faculdade (ou já fora dela)

Acompanhamento Diário (alta dedicação)

Acompanhamento Semanal a Mensal (média dedicação)

Acompanhamento Bimestral a Anual (baixa dedicação)

Ações (Day Trade) Ações (curto prazo) Tesouro Direto

Opções Fundos de investimento Fundos DI/Fundos de Renda Fixa

Mercado Futuro (Day Trade) Dólar CDB, LCI, LCA

Ouro Poupança

Mercado Futuro Ações (longo prazo)

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A coluna do meio traz alguns tipos de investimentos que também buscam retornos maiores, mas aos quais o investidor deve estar atento, pois podem consumir muito tempo de atenção.

Como investir ainda na faculdade (ou já fora dela)

Acompanhamento Diário (alta dedicação)

Acompanhamento Semanal a Mensal (média dedicação)

Acompanhamento Bimestral a Anual (baixa dedicação)

Ações (Day Trade) Ações (curto prazo) Tesouro Direto

Opções Fundos de investimento Fundos DI/Fundos de Renda Fixa

Mercado Futuro (Day Trade) Dólar CDB, LCI, LCA

Ouro Poupança

Mercado Futuro Ações (longo prazo)

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Por último, a terceira coluna traz investimentos que você pode fazer e geralmente acompanhar entre períodos mais espaçados de tempo. Mas não se engane achando que são investimentos piores. Na verdade, essas categorias de investimentos costumam trazer retornos, na média, até maiores do que os demais. É nessa coluna, portanto, que costumamos focar nossa atenção.

Como investir ainda na faculdade (ou já fora dela)

Acompanhamento Diário (alta dedicação)

Acompanhamento Semanal a Mensal (média dedicação)

Acompanhamento Bimestral a Anual (baixa dedicação)

Ações (Day Trade) Ações (curto prazo) Tesouro Direto

Opções Fundos de investimento Fundos DI/Fundos de Renda Fixa

Mercado Futuro (Day Trade) Dólar CDB, LCI, LCA

Ouro Poupança

Mercado Futuro Ações (longo prazo)

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>> Como investir com pouco dinheiro

A linha de raciocínio aqui é parecida. Os investimentos presentes na terceira coluna da tabela, os quais demandam menos tempo do seu dia-a-dia, também são categorias que, na média, demandam menor aporte inicial para se investir.

Entre os listados, damos destaque para o Tesouro Direto. Ele é uma das formas mais democráticas de acesso aos investimentos. É possível fazer seu primeiro investimento com R$30,00.

CDBs de grandes bancos também podem ser uma opção com aporte inicial baixo.

Porém, quando tratamos de ações, mercado futuro, ouro, dólar, temos uma combinação não tão convidativa em um primeiro momento em relação a risco e quantia necessária para se investir.

Trataremos mais especificamente dos tipos de investimento mais à frente. O ponto central dessa seção é que é, sim, possível começar a investir com quantias baixas. Essa é uma boa opção não só caso você tenha pouco para começar, mas também é uma forma de ir pegando o jeito aos poucos.

Como investir ainda na faculdade (ou já fora dela)

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Caso você ainda não esteja convencido de que invest i r é um bom negócio , principalmente quando se pensa no futuro (aposentar mais cedo, com mais dinheiro e sem depender do INSS), há ainda uma série de fatores que reforçam essa tese.

Imagine que você queira comprar um PlayStation 4. Se você não é muito de videogame, substitua por um notebook novo, que está numa faixa de preço parecida. Vamos dizer que, em qualquer um dos dois casos, você precise de R$2000,00. Vamos fazer uma conta rápida, pensando em dois cenários:

• Cenário 1: você guarda R$100,00 por mês

• Cenário 2: você guarda R$100,00 por mês e ainda investe esse dinheiro

Vamos pensar primeiro no cenário 1:

Desconsiderando um aumento do preço do produto durante o período em que você guardar o dinheiro, você precisaria de 20 meses para conseguir os R$2000.00 e comprar o PlayStation 4 ou o notebook.

Para que eu deveria investir?

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Agora, no cenário 2….

Se você decidisse investir os R$100,00 mensais em uma aplicação como o Tesouro Direto ou CDB, onde tivesse um rendimento de 1% ao mês (já descontado o IR), ao final dos mesmos 20 meses, você teria ultrapassado R$2200,00.

Ou seja, você teria cerca de 10% mais dinheiro do que no primeiro cenário. Daria até pra comprar mais um jogo para o PS4.

Assim, você chegaria aos mesmos R$2000,00 mais rápido.

E se você levasse esse tipo de atitude para a vida e passasse a investir todo o dinheiro que você consegue guardar?

A diferença ao longo dos anos seria enorme. Investir não é só pensar na aposentadoria ou em coisas distantes. É, sim, uma forma prática de você planejar seus sonhos e objetivos. Se agora o PS4 fosse um carro, uma viagem de férias ou um curso na Inglaterra, o pensamento seria o mesmo e você precisaria de menos tempo e dinheiro para alcançar o objetivo que tivesse traçado.

Pra que investir?

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>> De quanto eu preciso para começar?

Vamos deixar isso bem claro entre nós: você já tem a quantia de que precisa. Como eu mencionei, hoje em dia dá para iniciar com praticamente qualquer quantia. Claro, se você consegue juntar mais dinheiro, pode conseguir fazer investimentos melhores. Porém, a questão aqui é que investir é uma atitude, uma forma de pensar, e não condição financeira.

Por isso mesmo é que nosso curso de investimentos se chama ‘Cabeça de Investidor’. O essencial é pensar como um investidor e mudar (ou melhorar) suas atitudes.

>> Como escolher os investimentos?

O que significa ter uma atitude de investidor? Bom, é importante frisar que você deve ter a atitude de um bom investidor, porque há muitos investidores bem mais ou menos por aí.

Pra que investir?

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Alguns dos pontos mais importantes para esse atitude são resumidos a seguir:

• Defina seus objetivos e mantenha-os em mente. Investir sem objetivo não tem sentido.

• Procure por um bom custo-benefício: investimentos que apresentam riscos controlados e boas oportunidades de lucro.

• Aliás, risco sempre irá existir. Não existe investimento sem risco. Portanto, aprenda a conviver com ele de forma saudável.

• Investindo em renda variável: os fundamentos importam mais que os preços. Você precisa conhecer bem onde está investindo.

• Se você acha que deve encerrar um investimento, você deve se fazer duas perguntas:

1. Eu atingi o objetivo (lucro) que eu desejava no início? 2. Caso não, a ideia por trás de fazer esse investimento continua válida?

Investir é cuidar do seu dinheiro e, como tal, você precisa saber onde ele está, como está e por que está lá. Zele por ele e os retornos podem ser substanciais.

Pra que investir?

Pensando com a Cabeça de um Investidor

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Para escolher os investimentos de uma carteira, levaremos em conta os seguintes fatores:

• Segurança • Aporte inicial • Rentabilidade • Complexidade

Vamos explicar cada um deles:

Segurança Quando você passa a investir em um ou mais ativos, você constitui o que chamamos de carteira de investimentos. Em uma carteira de investimentos, um fundamento é essencial: a segurança.

Portanto, quando escolhemos em quais ativos investir, devemos pensar sempre e, em primeiro lugar, na segurança do seu dinheiro.

Pra que investir?

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Investimentos seguros são investimentos cujo risco é baixo. Os ativos de renda fixa costumam ser menos arriscados, por apresentarem volatilidade (variação dos preços ao longo do tempo) menor e por estarem menos ligadas a movimentos de mercado, como no caso de ações.

Ativos seguros devem sempre ser a parte mais forte da sua carteira. Ou seja, mesmo que tenhamos investimentos em ativos mais arriscados como ações, a maior parte dos investimentos estão em fontes mais seguras.

Aporte inicial Temos que nos manter com um pé na realidade. Alguns investimentos demandam muita grana de início. Por exemplo: suponha que eu tenha R$10.000,00 reais para investir e queira ter uma parte dos meus investimentos em ações. Daí, decido que para ter mais segurança (minimizar riscos), eu preciso investir em 4 ações de empresas diferentes e, então faço as contas e vejo que eu precisaria de cerca de R$8.000,00 para investir.

Pra que investir?

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Nesse caso, eu teria 80% do meu dinheiro investido em ações. Por mais que fosse possível, eu estaria mandando mal no quesito segurança. Mesmo investidores mais arriscados não costumam passar de 40 ou 50% do capital total investido em ações.

Portanto, nesse caso, para se ter ações em carteira, com uma certa diversificação (explicaremos adiante), o aporte inicial seria alto.

Sendo assim, esse quesito precisa ser levado em consideração, para que se faça investimentos que estejam de acordo com o tanto que se tem para investir.

Rentabilidade Lucro é o que todos desejam. A rentabilidade do investimento é o que nos dá essa informação. Para alguns tipos de investimento, como na Renda Fixa, conseguimos estimar ou até saber com certeza qual será a rentabilidade do investimento. Em outros casos, como na Renda Variável, por exemplo, não é possível se ter certeza de quanto o investimento irá render.

Pra que investir?

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Por isso, uma forma de se investir é ter boa parte da carteira em aplicações de menor risco e com rentabilidade mais conhecida, enquanto uma parte menor do seu dinheiro se destina a investimentos que conseguem buscar retornos maiores.

Complexidade Esse ponto já foi discutido, em partes, aqui. É a questão do tempo. Há investimentos que são mais complexos e, por isso, demandam mais tempo de atenção. Esse fator deve ser levado em consideração para que não sobrecarregue seu dia-a-dia.

>> Tipos de Investimentos

Vamos dar um panorama aqui dos tipos de investimentos mais comuns, com foco naqueles da terceira coluna da nossa tabela. De forma geral, separamos os investimentos entre Renda Fixa e Renda Variável.

Pra que investir?

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Na primeira categoria, estão investimentos mais conservadores, menos voláteis e tidos geralmente como mais seguros. Dizemos Renda Fixa pois as condições de rentabilidade estão fixas desde o início do investimento.

Por exemplo: um título do Tesouro Direto, o Tesouro Selic, tem seu rendimento atrelado à taxa básica de juros do Brasil (a taxa Selic). Essa taxa pode variar durante o ano, mas a condição de rentabilidade está estabelecida. Ou seja, o investimento terá retorno percentual igual à Selic após 1 ano.

Já na Renda Variável, se encontram investimentos mais voláteis. Ou seja, cujos preços oscilam com mais frequência e intensidade. Esse é o caso, por exemplo, do mercado de ações. Em um determinado mês, uma ação pode valer X reais e, alguns meses depois, pode valer 2X ou 0.5X. Isso é comum.

Vamos ver alguns ativos e suas características.

Pra que investir?

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O Tesouro Direto é um programa de investimento do Tesouro Nacional, onde o investidor pode comprar títulos da dívida brasileira. Basicamente, o que você está fazendo é emprestar seu dinheiro para o Governo que, em troca, oferece uma remuneração, sob a forma de rentabilidade.

Há três modalidades do Tesouro:

• Tesouro Selic: possui seu rendimento atrelado à taxa Selic. O retorno é o valor da taxa de juros brasileira;

• Tesouro IPCA+: possui seu rendimento atrelado à taxa de inflação brasileira. O retorno é o valor do IPCA (índice oficial da inflação), mais uma porcentagem fixa, que chamamos de juro real;

• Tesouro Prefixado: seu rendimento é fixo. Determina-se uma taxa de retorno percentual, que é pré-combinada no momento da compra do título;

Tesouro Direto Categoria: Renda Fixa

Como investir: você pode comprar os títulos do tesouro direto através de uma corretora. Os títulos possuem uma data de vencimento. Ou seja, você pode mantê-los em carteira até essa data. Após ela, o dinheiro aplicado, mais os rendimentos, é automaticamente creditado de volta na sua conta.

Pra que investir?

Quer aprender mais sobre o Tesouro Direto? Preparamos um material completão para você baixar. É só clicar aqui.

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Como investir: esses três tipos de investimentos têm, como já mencionado, opções disponíveis em bancos grandes e pequenos. O que é um banco grande? Aqueles que você costuma ver no seu dia-a-dia (Itaú, Santander, BB, Caixa, Bradesco, etc.). Já bancos pequenos são aqueles que você provavelmente não sabe o nome. Esses, por serem menores, precisam chamar a atenção do investidor e, por isso, costumam oferecer retornos mais altos pelo investimento. Via de regra, CDBs, LCIs e LCAs de bancos pequenos podem ser encontradas nos sites das corretoras.

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São três formas de investimento bastante comuns nos grandes bancos. Talvez você já tenha ouvido falar nelas pelos seus pais ou pelo gerente do banco. Nesse tipo de investimento, você empresta seu dinheiro para o banco.

O retorno é atrelado ao CDI, taxa de referência de juros usada pelos bancos, que tem seu valor bem próximo ao da Selic.

O porém desses tipos de investimentos é que, em bancos grandes, costuma-se oferecer retornos menores para investimentos com menos dinheiro. Por isso, não são tão “democráticos” quanto os títulos do tesouro, que pagam a mesma rentabilidade para qualquer investidor.

Uma opção é comprar CBDs, LCIs ou LCAs de bancos menores, através das corretoras, pois os retornos oferecidos costumam ser maiores.

CDB, LCI, LCA Categoria: Renda Fixa

Pra que investir?

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Imagine um condomínio de casas, ou mesmo um prédio. Todos os moradores compartilham a mesma área comum, com uma piscina, salão de festas, estacionamento, quadra de futebol, academia. Alguém que mora nesse condomínio pode ter escolhido comprar uma casa lá pois sabia que não teria acesso a todas essas utilidades se morasse em uma casa fora de um condomínio.

Ter todo esse acesso em um condomínio é possível pois os condôminos pagam por ele juntos, pagando mensalmente uma taxa. Esse é um ganho de escala: mais pessoas dividindo o mesmo bem.

Além disso, o condomínio tem um síndico, zelador e porteiros, que fazem a gestão do espaço e, para isso, recebem uma remuneração.

Um fundo de investimento tem uma dinâmica muito parecida. Nele, vários investidores menores se juntam para aplicar em um mesmo tipo de ativo (ou classe de ativos). Com isso, conseguem ter um aporte inicial menor, além de deixar a gestão do fundo para especialistas, que recebem uma remuneração para isso, tal como o síndico do condomínio.

Fundos de Investimento Categoria: Renda Fixa e Renda Variável

Pra que investir?

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Como mostrado, há fundos de investimento tanto de renda fixa quanto de renda variável. Existem, por exemplo, fundos de investimento que aplicam o dinheiro do investidor em títulos do Tesouro Direto (nesse caso, por que deixar outros fazerem o que você pode fazer você mesmo?). Já em outros casos, em fundos de ações, o gestor seleciona um grupo de ações para compor a carteira e o rendimento do fundo é atrelado ao rendimento dessas ações.

Pra que investir?

Como investir: você irá encontrar fundos de investimento de muitos tipos – renda fixa, ações, imóveis, moedas, multimercados. Pode-se selecionar o que é mais adequado ao seu objetivo, através de uma corretora. Deve-se ficar atento, entretanto, às taxas de administração cobradas por esses títulos, as quais podem ser altas.

Fundos de Investimento Categoria: Renda Fixa e Renda Variável

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Esse era o investimento que eu, ainda na faculdade, mais queria conhecer e menos tinha coragem de levar pra frente. A mistura de potencial de grande valorização com risco de perder dinheiro me deixava no meio do caminho. A chave para não ficar travado nessa dúvida é conhecer bem o mercado.

Comprar ações de uma determinada empresa significa tornar-se sócio dela, mesmo que você tenha uma parte infinitesimal da empresa. Com isso, você participa de seus lucros e o seu dinheiro investido passa a caminhar conforme a cotação dos papeis. Ou seja, se a empresa começa a se valorizar, suas ações sobem e seu investimento rende mais. Porém, caso algum fator faça com que o mercado entenda que essa empresa está valendo menos naquele momento, ou passando por alguma turbulência, o valor das ações pode cair rapidamente.

Ações de empresas são voláteis. Umas mais, outras menos. Para minimizar os efeitos dessa variação na sua carteira, costuma-se diversificar o portfolio, comprando ações de mais de uma empresa, de setores diferentes. Assim, mesmo que as ações de uma empresa caiam, as das outras podem segurar o tranco.

Ações Categoria: Renda Variável

Pra que investir?

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Além disso, outro ponto para se levar em consideração são os custos envolvidos com a negociação de ações. Quando se compra ou vende ações, paga-se a corretagem, taxa que costuma estar entre R$10 e R$15 na maioria das corretoras. Portanto, é preciso ter atenção pois, se você investe R$1000,00 em uma ação, pagará, pelo menos R$10,00 de corretagem na compra e mais R$10,00 na venda. Ou seja, R$20,00 só de taxas, frente aos R$1000.00 investidos. Isso significa 2% do total e seu investimento terá que se valorizar esse tanto só para pagar os custos de corretagem.

Há, ainda, uma taxa que em algumas corretoras é cobrada, que é a taxa de custódia. É como se fosse um aluguel cobrado pela corretora para manter suas ações sob custódia. Essa é uma taxa mensal que acaba corroendo seus rendimentos a médio e longo prazos.

Como investir: existem diferentes estratégias para se investir em ações, mas a regra básica é: busque por ações cujos preços estejam “com desconto". Ou seja, compre ações que têm boa capacidade de se valorizar. Isso, claro, não é tudo. Precisa-se escolher boas ações, pois só uma ação ser barata não quer dizer que seja uma boa opção. Para escolher as melhores ações, a opinião de um analista é bem-vinda.

Pra que investir?

Ações Categoria: Renda Variável

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Para investir, você precisará ter acesso a uma corretora. Na verdade, ela pode ser a corretora do seu banco, a qual você pode acessar pelo internet banking, ou pode ser uma corretora independente. A segunda opção costuma ser melhor, pois além de eventualmente possuir mais opções de investimentos, uma corretora independente, na média, cobra menos taxas do investidor.

Há cerca de 90 corretoras habilitadas e decidir qual usar é uma simples questão de entender qual delas está mais ligada ao seu perfil. Isso, porque algumas isentam o investidor de taxas do Tesouro Direto, por exemplo. Outras cobram mais barato nas taxas de corretagem para comprar ou vender ações.

Nós escrevemos um artigo que te ajuda a escolher a melhor corretora para você.

Como usar a corretora: o processo para abrir conta em uma corretora é bastante simples. Você consegue fazer tudo online e precisa apenas de alguns documentos pessoais. Uma vez aberta a conta, a plataforma é bem fácil de usar e o layout varia de corretora para corretora mas, basicamente, você transfere seu dinheiro para lá via TED/DOC e consegue, então, selecionar onde quer investir.

Pra que investir?

ABRINDO CONTA EM

UMA CORRETORA

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Uma vez que você já conhece algumas formas de investimento, é hora de pensar em como alocar seu dinheiro. Obviamente, quando se trata de grana, nós costumamos tomar o maior cuidado possível e, para que saibamos que estamos “fazendo certo” , geralmente buscamos referências.

O que queremos dizer é que entender como especialistas pensam em relação a investimentos é uma boa âncora para definir como vamos investir. É isso que eu fiz no começo dos meus investimentos e continuo fazendo até hoje. Ouvir ou ler a opinião de quem também trabalha com isso é essencial, assim como ler notícias para se manter atualizado.

E afinal, como investe um especialista?

Bem, essa não é uma resposta definitiva, pois cada um tem uma forma diferente de pensar e t o m a r d e c i s õ e s e m r e l a ç ã o a o s s e u s investimentos. Porém, conseguimos tirar alguns insights de como grandes investidores investem. É isso que aplicamos para nós mesmos.

Além de ter sempre em mente os pontos já levantados anteriormente, na seção ‘Como escolher os investimentos?’, investidores que mandam bem no mercado costumam concordar em algo: você tem que prezar pela segurança do seu dinheiro acima de tudo.

Como investe um especialista?

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Uma forma bastante conhecida é diversificando investimentos. Isso é muito falando para ações. Inclusive existe o velho jargão do mercado financeiro:

“Nunca coloque todos os ovos numa mesma cesta. Se ela cair, todos quebram juntos. Mas, se você colocar os ovos em cestas diferentes e uma delas cair, o resto estará protegido.”

Essa máxima é uma ótima analogia. Se você coloca todo seu dinheiro em um tipo de investimento apenas e esse investimento se der mal, então seu dinheiro também irá mal e isso é arriscado. Agora, se diversificar entre vários ativos diferentes, você pode diminuir o risco da carteira.

Como investe um especialista

Eu gosto de pensar em outra forma de proteção: investindo em títulos super seguros de renda fixa. Sabe qual o investimento mais seguro do país?

Se você respondeu Tesouro Direto, acertou!

E como funciona essa proteção? Bem, se você tem a maior parte dos seus investimentos em ativos muito seguros, pode destinar a outra parte a investimentos mais arriscados, como aqueles da renda variável.

Mesmo que esses ativos de renda variável vão mal, serão apenas uma pequena parte do todo, e não 100% do que você tem. Fica a dica ;)

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Ao ler esse material até aqui, você pode ter chegado à conclusão de que investir em ações pode ser um passo maior do que a perna nesse momento. Talvez, porque isso significa que você precisaria de mais dinheiro do que tem disponível para poder diversificar entre mais de um tipo de ação.

A boa notícia, porém, é que existem outras formas de se expor a ações com menos grana. Duas delas são:

1. Através de ETFs (fundos de índice) 2. Através de Fundos de Ações

>> ETFs (Exchange Traded Funds)

Esses são fundos de investimento que são negociados na bolsa de valores (BM&FBOVESPA), assim como ações. Eles refletem a performance de algum índice de referência de um determinado setor e são uma boa alternativa à diversificação de ações com pouco dinheiro.

O exemplo de ETF mais conhecido da bolsa brasileira é o BOVA11. Esse é um fundo que reproduz a performance do ibovespa, o índice de ações da bolsa brasileira. O BOVA11 diversifica seu portfolio em cerca de 60 ações diferentes, mas você compra apenas um papel, como se fosse uma ação combo. Ou seja, uma ação internamente já diversificada.

Outras formas de investir em ações

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Esse ETF é uma boa forma de se expor ao mercado de ações com mais segurança do que através de uma ação individual. Com ele, se a bolsa sobe, sua performance será positiva e vice-versa no caso de bolsa em queda. É possível ver esse comportamento pela comparação dos gráficos do ETF e do índice da Bolsa:

O BOVA11 é negociado em lotes de 10. Ou seja, se uma cota custa R$60,00, por exemplo, então o valor inicial de investimento será R$600,00.

Outras formas de investir em ações

Você sabia que dá para acompanhar a cotação de qualquer ação diretamente no Google? Ele é uma ótima ferramenta, que está na nossa caixa de ferramentas investeaê

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Fundos de Ações São fundos de investimento, com o mesmo princípio do condomínio já explicado. Através dele, você se expõe ao mercado de ações, também com alguma diversificação. O gestor do fundo seleciona um portfolio de ações para investir uma parte do capital do fundo. A outra parte pode ser investida em outros ativos, como renda fixa, para garantir menor risco.

Existem vários fundos de ações negociados através de corretoras, com particularidades diferentes. Você pode consultar um que se encaixe para você, sempre levando em consideração se o aporte mínimo inicial é adequado.

Outras formas de investir em ações

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A partir de referências de outros investidores, análises de investimentos e de um autoconhecimento e entendimento do seu poder de investimento, você será capaz de definir como alocar seu dinheiro.

O mais importante é ter real noção de até onde você pode ir. Se investir em um determinado ativo significa cruzar uma linha que você não deveria nesse momento (por se expor demais ao risco ou precisar dedicar muito tempo da sua semana), considere evitar.

Na seção final desse ebook, falaremos sobre o Mindset que aplicamos aos nossos investimentos, para que você também os possa ter em mente.

Como aplicar a você mesmo?

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Já comentei que você pode iniciar os seus investimentos com a quantia que você tem hoje, mesmo que seja baixa. Contudo, nosso intuito é sempre ser capazes de guardar mais dinheiro para investir. Assim, aceleramos o processo de crescimento do bolo.

Para economizar de forma otimizada, há algumas atitudes que fazem toda diferença. Listamos 5 das mais importantes nesse artigo.

A lição básica, porém é: mantenha a disciplina. Defina uma quantia que você consegue guardar, sem sofrer, todos os meses, e se comprometa a economizar.

Com uma graninha adicional entrando todos os meses, a evolução é mais rápida.

Como aplicar a você mesmo

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A PARTIR DE AGORAo que eu faço?

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Você já aprendeu o que é necessário para começar ou seguir com seus investimentos. Agora é colocar em prática e não ter medo de dar um passo após o outro.

Manter-se bem informado e atualizado é ponto chave para mandar bem. Por isso, mantemos nosso blog sempre alimentado com conteúdo para te fornecer os melhores insights. Mas busque também outras fontes de informação: canais de notícias econômicas, relatórios financeiros e bons livros.

Outro ponto importante é manter o mindset firme. O que isso significa? É manter-se consciente dos seus investimentos e das decisões que te levam a eles.

E a partir de agora, o que eu faço?

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Nosso mindset é bem simples, mas gera ótimos resultados pessoais. São apenas 5 pontos essenciais:

1. Invista pouco a pouco - não precisa ter pressa para começar com tudo. Vá pegando o jeito de como fazer os primeiros investimentos pela corretora e como eles funcionam.

2. Não guarde grana só quando der – mantenha o foco para poupar sempre, com uma quantia que te deixe confortável.

3. Conheça seus limites – estabeleça a linha até onde você pode ir nesse momento, para evitar tomar riscos desnecessários.

4. Comece humilde – nossa cabeça prega algumas peças fazendo-nos achar que somos melhores que a média e que conseguiremos alcançar façanhas que os outros não conseguiram. Não se engane.

5. Tenha uma estratégia sustentável – isso significa investir de forma consciente e sabendo onde está seu dinheiro e por que você o colocou lá.

MINDSET INVESTEAÊ

E a partir de agora, o que eu faço?

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Se você está no final da faculdade ou saiu dela recentemente, essa pergunta é muito importante para você. O que discutimos até agora foi voltado mais para o tempo em que ainda se está estudando. Mas será que muita coisa muda logo que acabamos a faculdade?

Não. Ok, se você se formou e conseguiu um emprego, há sim uma mudança crucial: você tem um salário.

Além disso, provavelmente precisou se mudar e agora pagar novas contas.

De alguma forma, sua rotina mudou. Porém, seria um engano acharmos que nossos investimentos precisam mudar drasticamente.

O mindset que apresentamos aqui, bem como as dicas para escolher bons investimentos valem para qualquer situação financeira.

A diferença, caso você já esteja fora da faculdade, é que seu dia-a-dia é um pouco diferente e é provável que você consiga poupar um pouco mais todos os meses.

Com isso em mente, a dica é avaliar se, com a nova configuração, faz sentido começar a investir em outros ativos, diversificar mais. Assim, gradualmente, você conseguirá buscar melhores opções de investimento e poderá acelerar o crescimento do patrimônio.

E quando acaba a faculdade, o que muda?

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Eu, por exemplo, quando estava na faculdade, me concentrei em títulos do Tesouro Direto, pois eles se encaixavam bem ao meu perfil, uma vez que eu conseguia poupar todos os meses, mas pouco. Logo que me formei, a situação não mudou muito, pois com a mudança de cidade e precisando adaptar algumas coisas à nova realidade, o quanto eu conseguia poupar mensalmente não variou tanto.

Só após os meses iniciais na configuração nova é que a minha realidade começou a se diferenciar. Assim, entendendo que eu conseguia poupar um valor significativamente maior todos os meses, sentei para reavaliar minha carteira, redefinir a distribuição da grana e buscar novos tipos de investimentos.

Esse é um processo constante de mudança pois, não só você espera ir aumentando seu poder de poupança ano após ano, como também seus investimentos, ao renderem os juros, vão também tomando maior forma.

Portanto, sempre volte aos passos apresentados nesse ebook para reavaliar como você pode escolher seus investimentos.

E quando acaba a faculdade, o que muda?

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Uma das coisas mais importantes, na minha opinião, que trouxemos nesse ebook é a ideia de que deve-se investir com um propósito, com objetivos e sonhos, e não apenas pensar nos números.

Esse é o pensamento que nos acompanha desde o início e que quem participa do Cabeça de Investidor leva consigo. No momento em que eu comecei a investir, combinei comigo mesmo que, a partir daí, faria o possível para construir uma realidade em que eu dependeria só de mim mesmo. Ou seja, fazer o dinheiro trabalhar para mim, não o contrário.

Não perca seu tempo dando desculpas de que agora não é hora para começar, ou que você não tem o que precisa para investir. Começar cedo é o mais importante. Um ano que você adianta hoje são cinco ou dez anos que você ganha lá na frente.

Estamos contigo nessa. Investe aê!

Daqui pra frente

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Gostou desse material? Ele foi desenvolvido para te dar as ferramentas iniciais para sair do zero a zero e começar a ter uma atitude investidora.

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*As informações contidas nesse material não configuram recomendações de investimento ** Os ícones usados foram extraídos de www.nounproject.com