Guita Lvovna Vigodskaia (1925-2010) - Filha de Vigotski - Entrevista

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    1025Cadernos de Pesquisa, v.40, n.141, p.1025-1033, set./dez. 2010

    ESPAO PLURAL

    GUITA LVOVNA VIGODSKAIA (1925-2010),FILHA DE VIGOTSKI: ENTREVISTA

    ZOIA PRESTES

    Proessora do Curso de Psicologia do Centro Universitrio de [email protected]

    Em 13 de julho ltimo, aps receber a notcia do alecimento de Guita,vieram-me mente aqueles momentos que vivenciamos na sua casa acolhe-dora, em que nos recebeu para uma entrevista. Nosso grupo, composto porElizabeth Tunes, Elizngela Peraci, Patrcia Pederiva, Tereza Mudado e eu, estavamuito ansioso. Guita era psicloga e dedicava-se aos estudos da deectologia.

    Apesar de desenvolver estudos valiosos sobre a brincadeira inantil e o de-senvolvimento atpico, conorme comentrio do proessor Kudriavtsev, nuncadeendeu uma tese de doutorado, dedicando-se de corpo e alma herana

    acadmica do pai. Graas a ela e a alguns colaboradores de Vigotski, comoLuria e Leontiev, o mundo teve acesso s obras do terico. Mesmo antes deescrever a biograia do pai em parceria com Tmara Mikhailovna Lianova, Guitaabriu os arquivos de otos e documentos para vrios estudiosos estrangeirosda obra do psiclogo.

    A biograia que escreveu saiu apenas em 1996 e um registro detalhadode toda a trajetria de Vigotski vista pelo olhar dos amigos, colaboradores e

    inimigos e, tambm, pelos olhos da ilha, que narra histrias emocionantesvividas com o pai.

    Em 9 de maio de 2010, Guita completou 85 anos de vida. Mas ocalor intenso e incomum do vero moscovita agravou sua sade j bastantedebilitada. A triste notcia de sua morte chegou via e-mail. Escrevia-me umadas maiores estudiosas das obras de Vigotski na Rssia de hoje, EkaterinaZaverchneva, que realiza um trabalho de resgate dos originais do pensador.

    A entrevista que se segue apresenta dados interessantes para todos quese interessam pela teoria histrico-cultural e, ao public-la, queremos azer umahomenagem quela que oi a guardi da obra de Levi Semionovith Vigotski.

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    Zoia: Ns preparamos algumas perguntas e gostaramos que respondesse,por avor.

    Guita: Vou tentar.

    Zoia: Obrigada. Algumas ontes estrangeiras dizem que no existiu a troika Luria, Vigotski e Leontiev. A senhora acha que ela no existiu?

    Guita: Como no houve Posso mostrar sobre isso em Luria e at mesmoLeontiev no negava isso, s mais no inal. Existiu a troika, eles se encontravamna nossa casa. Naquela poca, vivamos num quarto Lev Semionovitch no

    tinha uma casa grande, eu agora vivo assim, numa casa ampla, mas naquela

    poca era um quarto s, e a amlia, composta por quatro pessoas, vivi l. Osencontros aconteciam l, e tudo acontecia diante dos meus olhos. Eu ador-mecia ouvindo as conversas deles, deitava s oito e meia da noite, echava osolhos e tudo me parecia chato e pouco interessante. Mas depois, a troika se

    transormou em vosmiorka [octeto].

    Zoia: Quem eram os componentes da vosmiorka?

    Guita: Naquela poca, ainda eram estudantes: Zaporojets, Morozova, Levina

    Rosa Ievguenievna, Bojovitch Lidia Ilinichna, Slavina Leia Salomonovna eLeontiev, Luria e Vigotski. E quando juntos comearam a pensar e desenvolver,a partir de 1927, a teoria histrico-cultural, ento cada um desses membros,at mesmo os estudantes, recebeu a sua tarea concreta. Ocupavam-se depictogramas, cada um desenvolvia seu eixo e, nas reunies da vosmiorka, cadaum apresentava o seu relatrio, discutia-se o que cada um conseguiu obter ese planejavam os prximos passos. Atroika existiu sim, eu garanto.

    Zoia: Quanto tempo os trs trabalharam juntos at a partida de Leontiev paraRharkov?

    Guita: Leontiev oi, mas voltou. Lev Semionovitch ia a Rharkov constantemente.O trabalho, num certo sentido, no oi interrompido. Depois, o quintetose separou. Bojovitch icou em Rharkov por um curto tempo, depois oipara Poltava e trabalhou l por muitos anos. Algum oi para Kursk. NataliaGrigorievna Morozova me contou que trabalhou em algum lugar na regio de

    Nijni Novgorod e, posteriormente, na Sibria. Quando estavam nessas cidades,eles acumulavam dias de olga e, ento, viajavam para Moscou, onde passavamalguns dias e l, relatavam o que tinham eito, recebiam outras tareas e as

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    Zoia Prestes

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    discutiam juntos. De ato, trabalharam praticamente at a morte de Vigotski,que ocorreu em 1934. Atroika existiu praticamente desde 1924 at 1934. Eos dois [Leontiev e Luria] estiveram no enterro de Vigotski.

    Zoia: A senhora escreveu seu livro antes de encontrarem a carta que Leontievdirigiu a Vigotski. A senhora leu a biograia de Leontiev?

    Guita: Eu no posso comentar a carta de Leontiev, mas o que escrevi verdade.Ele [Leontiev] parou de requentar a nossa casa em 1933. Pois, lembro-meque, em 1947, ns passvamos muita necessidade com a minha me, e tinhasido organizada a Academia de Cincias Pedaggicas. Aleksandr RomanovitchLuria, que era mais prximo de ns e preocupado com a nossa sobrevivncia,havia resolvido que a Academia deveria comprar o arquivo de Vigotski. Nessecaso, o arquivo deveria icar num lugar decente, e ns receberamos algumdinheiro para que a minha me pudesse nos manter, a minha irm e eu. Mas,para comprar o arquivo eram necessrias opinies de dois acadmicos. Umera Luria e ele j tinha dado o seu parecer. E o segundo oi Leontiev, que Lurialevou nossa casa. Eu me lembro muito bem, ele veio e, diante da entrada nasala, parou constrangido. Minha me virou-se para ele e perguntou: Aleksei

    Nikolaievitch, o senhor se lembra h quantos anos deixou de vir aqui? Eleno respondeu nada, era uma pessoa dicil Meu proessor Zaporojets, quegostava muito dele, compreendeu isso e comentou comigo: Liocha no mais o mesmo.

    Zoia: Ele era uma pessoa dicil em que sentido?

    Guita: Em suas prprias avaliaes, na superavaliao dos atos. Por isso, noquero comentar a carta. Mas, verdade tudo o que escrevi, no escrevi nada

    que no tenha sido conirmado. Eu conversei sobre isso com a minha me,perguntei a ela: Me, o que aconteceu? E ela me contou que aconteceu essahistria, que ele escreveu uma carta para Luria, dizendo que Vigotski era oontem. Ento, Luria, sem pensar, respondeu sim para ele e, depois, pensoumelhor, correu at Vigotski (que estava doente naquela poca) e contou tudoa ele. claro que isso no elevou o nimo de Vigotski, mas tinham sido colo-cados os pingos nos is. Alm disso, no enterro de Lev Semionovitch, Luria

    icou perto de mim e eu estava junto com Chi (que tomava conta de mim),aluna de Lev Semionovitch, e, de repente, Luria passou rapidamente por ns,oi at o caixo e icou de guarda. No icou muito tempo e me parece que oi

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    Zankov (no me lembro muito bem) que tirou Luria da guarda. Agora, quantoa Leontiev, nem deixaram chegar perto. Todos os alunos moscovitas sabiamdisso. O que ele escreve na carta que oi encontrada, que Deus o julgue.

    Mas isso existiu, e o grupo moscovita de deestlogos, que trabalhava comLev Semionovitch, no perdoou Leontiev at o im. Ento, julguem vocs, seexistiu ou no.

    Zoia: Desculpe, mas tivemos acesso carta e icamos curiosas.

    Guita: claro, Zoia, isso a vida, so atos

    Zoia: O meu trabalho todo sobre Vigotski, por isso tudo me interessa.

    Guita: Sim, eu entendo. Quando li a carta vi que era mentira, escrevi nasmargens mentira e iquei chateada, no quis mais ler e deixei de lado. Dima[Dmitri Aleksandrovitch] no me simptico, que viva como quiser.

    Zoia: Algumas ontes inormam que Vigotski oi deputado da Regio Frunzede Moscou.

    Guita: verdade. Ele se ocupava das escolas. No livro est tudo. Est a

    caracterstica dele. Ele no era membro do partido e isso, imagine, naquelapoca um cientista ora do partido L est que ele supervisionava escolasda regio, as escolas auxiliares, as instituies metodolgicas, visitava as crianasem situaes diceis que icavam em casa e dava recomendaes Foram doismandatos, mas ele morreu antes de terminar o segundo.

    Zoia: Os deputados eram indicados ou eleitos?

    Guita: As eleies no eram como so agora, no sei como era. Mas era umdos poucos cientistas que no era membro do partido.

    Zoia: Ele conhecia a Krupskaia?

    Guita: Sim, verdade. Ela trabalhava no Narcompros e Lev Semionovitch diri-gia a comisso de Spon. Por isso, Krupskaia alava com ele somente a respeitodo trabalho. At mesmo a irm de Lev Semionovitch, minha tia, contou queele se gabava diante dela: Sabe com quem eu estive hoje? Eram relaesde trabalho, no tinham nenhuma relao pessoal. Ele era subordinado a ela.

    Zoia: Ele era uma pessoa religiosa?

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    Guita: No posso responder a essa pergunta com preciso. Conhecia muitobem a Bblia, conhecia bem a histria da religio. Sei que ele respeitava muitoaqueles que acreditavam e sempre liberava a nossa bab para ir igreja e ela,

    s vezes, me levava. Certo dia, revelei isso a meu pai, ele no brigou, pelocontrrio, s perguntou se tinha sido interessante para mim e se eu no inco-modava a bab. Quando ele teve que explicar a orao que a bab me ensinou,explicou rapidamente. E quando eu perguntei: existe Deus ou no? Ele disse:Cada pessoa resolve essa questo por si mesma. Sua bab acredita que existeDeus, outros no acreditam. Mas, ele alava sobre esse assunto com as irms,eram relaes muito ortes, era uma amlia muito unida. Comversei com trs

    de suas cinco irms e com a av, que viveu um ano a mais que os ilhos. Con-versei sobre isso com as minhas tias e com a minha me. Todas me disseramque no podiam ser categricas, mas, tudo indica que ele no tinha religio.

    Zoia: Eram judeus e estejavam as datas judaicas?

    Guita: No, s a Pscoa. Nada mais. At, quando menina eu disse a minhaav: Voc no segue as tradies!. Ela me disse: A Pscoa uma tradioque para mim muito querida porque me traz lembranas da inncia e da

    juventude. Ento, quando era Pscoa, tirava-se a loua pascoal, lavava-se edurante uma semana ela e meu av aziam matsuri. Era a nica tradio, eo vov antes da Pscoa ia Sinagoga. Depois, vinha a Pscoa ortodoxa e a

    estejavam por causa da bab.

    Zoia: Hoje, vocs comemoram a Pscoa judaica?

    Guita: No, s a da religio ortodoxa. O marido da Lena [a ilha de Guita] ortodoxo e Lena metade ortodoxa, eu tambm. Crescemos nessa culturarussa. No conheo a cultura judaica, no tenho interesse.

    Zoia: Em seu livro a senhora escreve que um dos primeiros livros que LevSemionovith ganhou do pai oi tica, de Espinosa. Por que esse livro?

    Guita: Lev Semionovitch estudava bem em todas as reas e principalmente naliteratura. O vov era uma pessoa muito dicil, mas sensvel. Permaneceu ummanuscrito de meu pai inacabado, Estudo das emoes. H muitos manuscritos.

    Eu penso que os mdicos no entendiam o quanto a doena j tinha avanado,mas ele sabia. E eu conirmei isso, depois, em uma das cartas de minha me.

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    Ele oi internado no dia 2 de junho e, de 10 para 11, morreu; acho que aavaliao dos mdicos no era das melhores.

    Zoia: Lemos tambm que Lev Semionovitch ingressou na universidade pelosistema de cotas para judeus?

    Guita: Sim, oi por cota e, depois, por sorteio. Para que no entrassem sos mais talentosos, mas outras pessoas tambm. Nesse caso, os documentos

    oram enviados e os parentes depois mandaram avisar que ele havia sido aceito.

    Zoia: E a revista Veresk?

    Guita: Certa vez, quando j estava escrevendo a biograia do meu pai,

    comeamos a procurar nas bibliotecas do pas se havia algum exemplar darevista. Conheci um rapaz que estava azendo um trabalho sobre Vigotskie conversei muito com ele. Ficou, por isso, muito grato a mim. Certo dia,me ligou, dizendo que tinha lido, em artigo de um estudioso, que haviaencontrado certa inormao na revista Veresk, na Biblioteca de Leningrado.Ento, eu e Tamara Lianova omos at a biblioteca e pedimos para ver arevista. Fotograamos, copiamos No livro tem a cpia de uma das capas.

    Posteriormente, j no trabalho de preparao da edio das obras completas,encontramos entre os manuscritos, que esto nos arquivos da amlia, umexemplar da revista Veresk.

    Zoia: E por que Veresk?

    Guita: Est na epgrae da revista: uma lor que no tem valor nenhum porela mesma, mas prepara a terra para tudo o que or plantado. Vigotski, comoredator, dizia que gostaria que a revista preparasse o leitor para conhecer as

    valiosas obras da literatura. O endereo da revista era a casa de Vgotski e achodicil que tenha havido algum nmero sobre a literatura brasileira, ou que a

    tenha includo.

    Zoia: Exitem trabalhos de Vigotski sobre msica?

    Guita: Ele gostava de msica, de ouvir, mas era uma arte que ele no domi-nava muito.

    Zoia:

    Qual era a relao de Vigotski com Lunatcharski?Guita: No era uma relao pessoal, somente proissional.

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    Zoia: Ele ez uma resenha sobre uma obra de Lunatcharski.

    Guita: Sim, ele escreveu ainda no perodo de Gomel. Ele escreveu muitasresenhas e tudo era publicado na Poniedelnike Komertcheskaia Gazeta. Mas,nunca mais oi publicado de novo.

    Zoia: E a escola para crianas cegas, surdas e mudas em Zagorsk?

    Guita: J no , inelizmente, mais como antes. Ivan Aanasievitch Sokolianski oiquem undou a instruo para crianas cegas, mudas e surdas na Rssia. Duranteum perodo, ele oi at comissrio da educao da Ucrnia, criou a primeirainstituio no mundo para as crianas cegas, surdas e mudas em Rharkov.

    E a escola oi maravilhosamente equipada. Por algum motivo, Vorochilovdesenvolveu uma relao muito positiva com essa instituio e, por isso, lhedestinava muitas verbas. Os equipamentos eram comprados na Alemanha.E quando chegou a guerra, quando os alemes invadiram Rharkov, aquelascrianas que no houve tempo de levar embora, ou de os parentes chegarem,

    oram mortas pelos ascistas, a instituio oi depredada e todo o equipamentoroubado. Olga Skororrodova, uma das primeira alunas de Ivan Aanasievitch,

    icou dois anos vivendo escondida no poro da casa de uma mulher maravilhosaque cuidou dela.

    Depois disso, o pupilo de Sokolianski, um grande amigo, Aleksandr IvanovitchMecheriakov, dedicou-se reabertura dessa instituio para as crianas.Sokolianski no viveu para ver, mas Aleksandr a visitou e ajudava na organizaodos trabalhos. Mas este morreu em 1974, muito jovem, com 51 anos. Eumantinha relaes amistosas com a amlia. Esta havia gasto muitas energias

    para reabrir essa instituio e, quando Aleksandr morreu, se comeou adiscutir quem a iria administrar. Resultado: venceu uma pessoa que no dasmelhores e, por isso Eu tinha amizade com os cegos, surdos e mudos mais

    velhos. Agora

    Zoia: A senhora viu o ilme?

    Guita: Natacha Krilatova, conheo bem, ela tem duas flhas e casada com um

    homem normal. Por um tempo ela esteve no laboratrio de Guenadii. Ela uma pessoa muito capaz, muito inteligente. No matriculou as flhas em escolas,ela mesma ocupou-se da educao e da instruo das flhas. Ou seja, uma me

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    cega, surda e muda ensinou as duas flhas que enxergam, alam e ouvem. E soduas meninas maravilhosas. Ela mesma ala bem, s a voz que dierente.

    Zoia: Havia um convnio de colaborao entre a escola de Zagorsk e o Institutode Psicologia da Universidade de Moscou?

    Guita: Eram quatro pessoas que estavam desde o incio da organizao. Mas,houve uma traio. Uma casou-se com certa mulher que queria s azer car-reira. Eu a conheci bem, encontrei-a algumas vezes em eventos. Depois deum tempo, cada um oi para o seu lado.

    Zoia: Alm de Psicologia da arte existem outros trabalhos de Vigotski sobre a

    arte?Guita: H vrios trabalhos. No volume 6 das Obras reunidas h tambm aPsicologia do atore algumas anotaes de quando Vigotski era jovem. H tra-balhos do tipo como lecionar literatura na escola. Mas estudos assim comoo da Psicologia da arte, no.

    Zoia: A senhora sabe que a edio americana deMichlenie i retch resumida.O que pensa sobre isso?

    Guita: Naquela poca, ns icvamos contentes que tivesse sado daquele jeito.Ainda mais porque o precio oi escrito por Brunner. Alm disso, tudo oi eitopor Luria e dizer a ele que estvamos inatiseitos com alguma coisa no tinhacomo. De ato esse livro oi o impulso para que o mundo ocidental conhecesse

    Vigotski, ningum o conhecia. Logo depois recebemos uma avalanche de cartas.Em 1966, houve um Congresso de Psicologia

    Lena, a ilha de Guita, nos entrega alguns livros e Guita se despede.

    Recebido em: julho de 2010

    Aprovado para publicao em: setembro de 2010