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8 de novembro/2012 – Conversa sobre Sequência Didática com bolsistas
do PIBID língua materna (Profa. Renata Silva)
SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ORAL E A ESCRITA:
APRESENTAÇÃO DE UM PROCEDIMENTO
SCHNEUWLY; DOLZ; NOVERRAZ (2004)
Contextualizando....
Sobre a autoria: Bernard Schneuwly e Joaquim Dolz são professores/pesquisadores em Didática do Francês/Língua Materna da
Faculdade de Psicologia e Ciências da Universidade de Genebra
(UNIGE), Suíça. Michèle Noverraz é formadora de professores e
professora na rede de ensino fundamental de Lausanne. O texto é a apresentação da Coleção de Livros Didáticos – Exprimir-se em francês –
Sequências didáticas para o oral e a escrita (2001).
Sobre a base teórica: Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), vertente da
psicologia da linguagem, de caráter complexo, pois dialoga com várias
disciplinas das ciências humanas, dentre elas, Didática de Línguas. Vigotsky é uma importante fonte de referência. Bronckart é conhecido
como o precursor do ISD, mas as formulações da teoria são oriundas de
um grupo de pesquisadores de Genebra, dentre eles, Schneuwly e Dolz
(MACHADO, 2005). No Brasil, o ISD se constituiu a partir de relações interinstitucionais
entre o grupo de Genebra e pesquisadores da área da linguagem da
PUC/SP, dentre eles: Roxane Rojo, Magalhães e Liberali (MACHADO, 2005, p. 238)
O que é gênero? É um “megainstrumento” para agir socialmente.
Excerto 1 (p. 81-2): Como ensinar a expressão oral e escrita? Se, hoje em
dia, existem várias pistas para responder a essa questão, nenhuma satisfaz, simultaneamente, as seguintes exigências:
- permitir o ensino da oralidade e da escrita, a partir de um
encaminhamento, a um só tempo, semelhante e diferenciado; - propor uma concepção que englobe o conjunto da escolaridade
obrigatória;
- centrar-se, de fato, nas dimensões textuais da expressão oral e escrita; - oferecer um material rico em textos de referência, escritos e orais, nos
quais os alunos possam inspirar-se para suas produções;
- ser modular, para permitir uma diferenciação do ensino;
- favorecer a elaboração de projetos de classe.
O procedimento sequência didática
Excerto 2 (p. 83): Uma “seqüência didática” é um conjunto de atividades
escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero
textual oral ou escrito.
Esquema da sequência didática
Apresentação da situação
a) Apresentar um modelo de comunicação bem definido:
Qual é o gênero abordado? A quem se dirige a produção? Que forma assumirá a produção? Quem participará da produção?
b) Preparar os conteúdos que serão produzidos
Apresentação
da situação
PRODUÇÃO
INICIAL
Módulo 1
Módulo 2
Módulo n
PRODUÇÃO
FINAL
2
Importante: as sequências didáticas são adequadas para projetos de classe.
A primeira produção
Momento em que os alunos revelam a si mesmos como representam a atividade.
A primeira produção é reguladora da sequência didática.
É o primeiro lugar de aprendizagem da sequência.
Os módulos
Consiste em trabalhar os problemas que apareceram na primeira produção. A atividade de expressão oral e escrita é decomposta, para tratar
cada problema separadamente.
Nos módulos, é preciso trabalhar problemas de níveis diferentes: - representação da situação de comunicação; elaboração de conteúdos;
planejamento do texto; realização do texto.
Os exercícios e atividades devem ser variados: atividades de
observação e análise de textos; tarefas simplificadas de produção de textos; elaboração de uma linguagem comum.
É preciso capitalizar as aquisições, isto é, criar situações em que os
alunos falem sobre as produções textuais de modo a adquirem linguagem técnica.
A produção final
Possibilidade de pôr em prática as noções aprendidas nos módulos.
Alguns esclarecimentos quanto ao procedimento sequência didática
1. Escolhas pedagógicas: o procedimento permite o controle do
processo de ensino-aprendizagem; motiva os alunos a tomarem a palavra; maximiza as possibilidades de aprendizagem pela
diferenciação no ensino.
2. Escolhas psicológicas: o procedimento defronta o aluno com toda a complexidade presente na produção textual; as sequências
conscientizam o aluno sobre seu comportamento de linguagem;
diferentes instrumentos de linguagem são usados.
3. Escolhas linguísticas: são produzidos textos e discursos; percepção
da língua com diferentes funcionamentos; aprendizagem de gêneros.
Há diferenças nas sequências didáticas orais e escritas: possibilidade de revisão; observação do próprio comportamento; e observação de textos
de referência.
As sequências têm uma perspectiva textual, mas é possível articular
com questões de gramática, sintaxe e ortografia.
São feitos agrupamentos de gêneros, os quais são trabalhados nos diferentes ciclos/séries de forma progressiva (Cf. Tabelas).
Referências
DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para
o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY,
B; DOLZ, J. et al. Gêneros orais e escritos na escola. Trad. Roxane Rojo e Glaís S. Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 81 – 108.
MACHADO, Anna Rachel. A perspectiva interacionista sociodiscursiva de
Bronckart. In: MEURER, J.L.; BONINI, A.; MOTTA-ROTH, D. (Orgs.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Editorial. 2005. p. 237 –
259.
DICAS DE LEITURA
BARROS, E.; BONINI; A. Planejamento sequenciado da aprendizagem:
modelos e sequências didáticas. Linguagem & Ensino, Pelotas, v. 13, n. 1, p. 37-
69, jan./jun. 2010. GUIMARÃES, A. M. Construindo propostas de didatização de gêneros: desafios e
possibilidades. Linguagem em (Dis)curso - LemD, Tubarão, v. 6, n. 3, p. 347-374,
set./dez. 2006. Disponível em: <
http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/vi
ew/341/362>. Acesso em 8 nov. 2012.
MARCUSHI, L. A. Gêneros textuais no ensino de língua. In: ______. Produção
textual: análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. p. 146-225.