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8/16/2019 Hegel - Plano Geral Da Estética http://slidepdf.com/reader/full/hegel-plano-geral-da-estetica 1/8 CAPÍTULO IV Plano Geral da Estética Após os preliminares que acabais de ler tempo é de abordar o nosso estudo o estudo  propriamente dito do nosso assunto! "alamos da arte como uma emana#$o da ideia absoluta demos%l&es por 'inalidade a representa#$o sens()el do belo e cumpre%nos a*ora mostrar neste plano pelo menos de um modo *eral como é que os elementos particulares pro)+m do conceito do belo art(stico concebido como uma representa#$o do Absoluto! E para que este plano n$o pare#a arbitr,rio de)eremos também 'undament,%lo na necessidade quer di-er come#ar por uma de'ini#$o muito *eral do conceito! .issemos /, que a ideia representada numa 'orma concreta e sens()el constitui o conte0do da arte! A 'un#$o da arte consiste em conciliar numa li)re totalidade estes dois aspectos1 a ideia e a representa#$o sens()el! O primeiro requisito a satis'a-er para possibilitar a concilia#$o é que o conte0do a representar se preste 2 representa#$o pela arte! 3em isso obtém%se uma péssima associa#$o1 ou se d, determinada 'orma a um conte0do impróprio para a representa#$o concreta e e4terior ou determinado assunto só pode encontrar adequada representa#$o numa 'orma oposta 2 que se l&e pretende dar! .este requisito dedu-%se outro1 nada de abstrato se pode incluir no conte0do da arte que de)e ser sens()el e concreto por oposi#$o n$o só ao que participa do esp(rito e do pensamento como também ao abstrato e ao simples em si! Porque tudo o que )erdadeiramente e4iste no esp(rito e na nature-a é concreto e apesar de toda a *eneralidade sub/eti)o e particular! 5uando por e4emplo se di- que .eus é o simples e uno o ser supremo como tal enuncia%se uma abstra#$o morta produto do intelecto irracional! Tal .eus por n$o ser concebido na sua )erdade concreta n$o 'ornecer, 2 arte sobretudo 2 arte pl,stica nen&um conte0do! Por isso os  /udeus e os turcos ao contr,rio dos crist$os /amais representaram na arte de um modo positi)o .eus que ali,s n$o é para eles uma abstra#$o do intelecto! 6o cristianismo a ideia de .eus é a de um .eus )erdadeiro de uma pessoa de um su/eito e mais precisamente de um esp(rito7 e o que é como esp(rito e4teriori-a%se numa representa#$o reli*iosa sob a 'orma de uma trindade que é ao mesmo tempo unidade! Assim se encontra reali-ada a unidade do essencial do *eral e do particular e é esta unidade que constitui o concreto! Ora tal como nen&um conte0do é )erdadeiro se n$o 'or concreto assim também a arte e4i*e conte0dos concretos para as suas representa#8es porque o abstrato e o *eral n$o s$o suscet()eis de se mani'estarem em particularidades e apar+ncias sem destru(rem a sua própria unidade! Para que uma 'orma concreta ou uma 'i*ura sens()el corresponda a um conte0do )erdadeiro e por conse*uinte concreto é pois preciso % e esse é o terceiro requisito % que aquela 'orma ou 'i*ura se/a também indi)idual e essencialmente concreta! 9 com e'eito na qualidade concreta que os dois elementos da arte conte0do e representa#$o t+m o ponto de encontro de correspond+ncia1 assim acontece que a 'orma natural do corpo &umano por e4emplo é um concreto sens()el suscet()el de representar e se coadunar ao esp(rito! 9 pois  preciso renunciar 2 ideia de que por acaso se recol&e certa 'orma para representar certa realidade e4terior! 6$o escol&e a arte uma 'orma dada por encontr,%la 2 sua disposi#$o ou por outra n$o encontrar mas porque o próprio conte0do concreto 'ornece a indica#$o do modo de alcan#ar a sua reali-a#$o e4terior e sens()el! Este sens()el concreto que e4prime um conte0do de ess+ncia espiritual 'alta também 2 alma e 2 'orma e4terior que o torna acess()el 2 intui#$o e 2 representa#$o só tem por 'im despertar um eco na nossa alma e no nosso esp(rito! Em )ista deste 'im o conte0do e a sua reali-a#$o art(stica penetram%se reciprocamente! O que só é o concreto sens()el a nature-a e4terior n$o e4iste só em )ista deste 'im! A pluma*em colorida das a)es bril&a também quando nin*uém a ol&a o canto delas ressoa também quando nin*uém o escuta7 'lores &, que só )i)em uma noite e outras que murc&am sem terem sido admiradas em 'lorestas )ir*ens dos trópicos 'lorestas que por seu turno 'ormam uma massa impenetr,)el de plantas raras e ma*n('icas com aromas deliciosos que de'in&am e por )e-es desaparecem

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CAPÍTULO IV

Plano Geral da Estética

Após os preliminares que acabais de ler tempo é de abordar o nosso estudo o estudo propriamente dito do nosso assunto!

"alamos da arte como uma emana#$o da ideia absoluta demos%l&es por 'inalidade arepresenta#$o sens()el do belo e cumpre%nos a*ora mostrar neste plano pelo menos de ummodo *eral como é que os elementos particulares pro)+m do conceito do belo art(sticoconcebido como uma representa#$o do Absoluto! E para que este plano n$o pare#a arbitr,riode)eremos também 'undament,%lo na necessidade quer di-er come#ar por uma de'ini#$o muito*eral do conceito!

.issemos /, que a ideia representada numa 'orma concreta e sens()el constitui o conte0do daarte! A 'un#$o da arte consiste em conciliar numa li)re totalidade estes dois aspectos1 a ideia ea representa#$o sens()el! O primeiro requisito a satis'a-er para possibilitar a concilia#$o é que oconte0do a representar se preste 2 representa#$o pela arte! 3em isso obtém%se uma péssimaassocia#$o1 ou se d, determinada 'orma a um conte0do impróprio para a representa#$o concreta

e e4terior ou determinado assunto só pode encontrar adequada representa#$o numa 'ormaoposta 2 que se l&e pretende dar!

.este requisito dedu-%se outro1 nada de abstrato se pode incluir no conte0do da arte que de)eser sens()el e concreto por oposi#$o n$o só ao que participa do esp(rito e do pensamento comotambém ao abstrato e ao simples em si! Porque tudo o que )erdadeiramente e4iste no esp(rito ena nature-a é concreto e apesar de toda a *eneralidade sub/eti)o e particular!

5uando por e4emplo se di- que .eus é o simples e uno o ser supremo como tal enuncia%seuma abstra#$o morta produto do intelecto irracional! Tal .eus por n$o ser concebido na sua)erdade concreta n$o 'ornecer, 2 arte sobretudo 2 arte pl,stica nen&um conte0do! Por isso os /udeus e os turcos ao contr,rio dos crist$os /amais representaram na arte de um modo positi)o.eus que ali,s n$o é para eles uma abstra#$o do intelecto! 6o cristianismo a ideia de .eus é a

de um .eus )erdadeiro de uma pessoa de um su/eito e mais precisamente de um esp(rito7 e oque é como esp(rito e4teriori-a%se numa representa#$o reli*iosa sob a 'orma de uma trindadeque é ao mesmo tempo unidade!

Assim se encontra reali-ada a unidade do essencial do *eral e do particular e é esta unidadeque constitui o concreto! Ora tal como nen&um conte0do é )erdadeiro se n$o 'or concretoassim também a arte e4i*e conte0dos concretos para as suas representa#8es porque o abstrato eo *eral n$o s$o suscet()eis de se mani'estarem em particularidades e apar+ncias sem destru(rema sua própria unidade! Para que uma 'orma concreta ou uma 'i*ura sens()el corresponda a umconte0do )erdadeiro e por conse*uinte concreto é pois preciso % e esse é o terceiro requisito %que aquela 'orma ou 'i*ura se/a também indi)idual e essencialmente concreta! 9 com e'eito naqualidade concreta que os dois elementos da arte conte0do e representa#$o t+m o ponto deencontro de correspond+ncia1 assim acontece que a 'orma natural do corpo &umano por e4emplo é um concreto sens()el suscet()el de representar e se coadunar ao esp(rito! 9 pois preciso renunciar 2 ideia de que por acaso se recol&e certa 'orma para representar certa realidadee4terior! 6$o escol&e a arte uma 'orma dada por encontr,%la 2 sua disposi#$o ou por outra n$oencontrar mas porque o próprio conte0do concreto 'ornece a indica#$o do modo de alcan#ar asua reali-a#$o e4terior e sens()el! Este sens()el concreto que e4prime um conte0do de ess+nciaespiritual 'alta também 2 alma e 2 'orma e4terior que o torna acess()el 2 intui#$o e 2representa#$o só tem por 'im despertar um eco na nossa alma e no nosso esp(rito! Em )istadeste 'im o conte0do e a sua reali-a#$o art(stica penetram%se reciprocamente! O que só é oconcreto sens()el a nature-a e4terior n$o e4iste só em )ista deste 'im! A pluma*em coloridadas a)es bril&a também quando nin*uém a ol&a o canto delas ressoa também quando nin*uémo escuta7 'lores &, que só )i)em uma noite e outras que murc&am sem terem sido admiradas

em 'lorestas )ir*ens dos trópicos 'lorestas que por seu turno 'ormam uma massa impenetr,)elde plantas raras e ma*n('icas com aromas deliciosos que de'in&am e por )e-es desaparecem

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sem que ten&am sido apreciadas! A obra de arte porém n$o apresenta este isolamentodesinteressado1 é uma interro*a#$o um apelo diri*ido 2s almas e aos esp(ritos!

Embora neste aspecto a arte n$o constitua um meio puramente acidental de tornar sens()el umconte0do n$o é no entanto o meio mais per'eito para apreender o concreto espiritual! Para issoé%l&e superior o pensamento que apesar de relati)amente abstrato n$o pode cessar de ser 

concreto a 'im de se con'ormar com a )erdade e a ra-$o! 3e quisermos )er a correspond+nciaentre uma determinada 'orma art(stica e um determinado conte0do ou se quisermos saber comoum conte0do e4i*e por sua nature-a uma 'orma mais ele)ada e mais espiritual basta%noscomparar os deuses da escultura *re*a com a ideia crist$ da di)indade! O deus *re*o n$o é umaabstra#$o é indi)idual recebe uma 'orma que se apro4ima das 'ormas naturais7 também o deuscrist$o é sem d0)ida uma personalidade concreta mas só o é como espiritualidade pura ecomo esp(rito de)e ser con&ecido! 9 sobretudo o con&ecimento interno que dele temos que nos*arante a sua e4ist+ncia n$o a representa#$o e4terior que sempre permanecer, incompleta por ser incapa- de tradu-ir toda a pro'undidade de tal conceito!

Pelo que acabamos de di-er a 'un#$o da arte consiste em tomar a ideia acess()el 2 nossacontempla#$o mediante uma 'orma sens()el e n$o na 'orma do pensamento e da espiritualidade

 pura em *eral e ainda em que o )alor e a di*nidade desta representa#$o resultam dacorrespond+ncia entre a ideia e a 'orma que se 'undem e interpenetram7 deste modo a qualidadeda arte e a con'orma#$o da realidade representada com o conceito depender$o do *rau de 'us$ode uni$o e4istente entre a ideia e a 'orma!

9 esta ascens$o para a e4press$o da )erdade cada )e- mais con'orme com o conceito doesp(rito cada )e- mais espirituali-ada que d, as indica#8es re'erentes 2s di)is8es da ci+ncia daarte! Com e'eito antes de atin*ir o )erdadeiro conceito da sua ess+ncia absoluta o esp(rito percorre os *raus que o próprio conceito l&e imp8e7 a esta e)olu#$o do conte0do pelo conte0doimposta corresponde em (ntima cone4$o com ela uma e)olu#$o das representa#8es concretasda arte das 'ormas art(sticas que deci'radas d$o a consci+ncia de si próprio!

E'etuada no seio do esp(rito esta e)olu#$o apresenta por seu lado e em rela#$o com a nature-a

dois aspectos1 em primeiro lu*ar esta e)olu#$o é de ordem espiritual e *eral7 consiste nasucess$o *radual de representa#8es art(sticas incididas sobre concep#8es do mundo que re'letemas ideias que o &omem tem de si próprio da nature-a e do di)ino7 em se*undo lu*ar estae)olu#$o e'etuada no interior da arte tradu-%se de um modo direto em e4ist+ncias sens()eiscorrespondentes 2s artes particulares que a despeito das suas di'eren#as necess,rias 'ormamuma totalidade! Os ),rios modos da cria#$o art(stica participam de maneira *eral do esp(riton$o est$o li*ados a determinados materiais com e4clus$o de todos os demais e as suase4press8es sens()eis apresentam por sua )e- di'eren#as essenciais7 mas 2 medida que a arte éanimada pelo esp(rito )$o%se estabelecendo rela#8es mais (ntimas e um acordo por assim di-er secreto entre uma matéria sens()el dada e tal ou tal 'orma de cria#$o art(stica!

Partindo destas considera#8es poder%se%, di)idir a nossa ci+ncia em tr+s se#8es principais1

:; % Teremos primeiro uma parte *eral que ter, por ob/eto a ideia *eral do belo art(sticoenquanto ideal bem como as mais (ntimas rela#8es que o belo apresenta com a nature-a por umlado e com a cria#$o art(stica sub/eti)a por outro!

<; % O conceito do belo art(stico d, em se*uida lu*ar a uma parte especial porque as di'eren#asabran*idas nesse conceito tornam%se numa sucess$o de 'ormas art(sticas particulares!

=; % Teremos de considerar en'im a di'erencia#$o do belo art(stico o pro*resso da arte nareali-a#$o sens()el das suas 'ormas e no estabelecimento de um sistema que compreende asartes particulares e suas )ariedades!

5uanto 2s duas primeiras partes con)ém lembrar para mel&or inteli*+ncia do que se*ue que sen$o de)e con'undir a ideia do belo art(stico com a ideia como tal necessariamente considerada

como absoluta em toda a ló*ica meta '(sica pois que é uma ideia trans'i*urada em realidade euna com a realidade! .ecerto a ideia como tal é a )erdade em si a )erdade na sua *eneralidadeainda n$o ob/eti)a ao passo que a ideia do belo art(stico possui uma 'un#$o mais precisa1 a de

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ser uma realidade indi)idual do mesmo modo que as mani'esta#8es indi)iduais da realidade sedestinam a dei4ar transparecer a ideia de que s$o as reali-a#8es! 5uer isto di-er que de)e &a)er uma adequa#$o completa entre a ideia e a 'orma enquanto realidade concreta! Assim entendidaa ideia reali-ada em con'ormidade com o seu conceito constitui o ideal! Poder%se%ia 2 primeira)ista interpretar esta correspond+ncia como se pouco importasse a 'orma desde que ela e4primatal ou tal ideia de'inida! >as esta interpreta#$o con'unde a )erdade do ideal com a simplese4atid$o que consiste em e4primir al*o do modo que l&e con)ir, desde que mostre diretamenteo seu sentido e a sua si*ni'ica#$o! 6$o se pode entender assim o ideal! 9 poss()el obter umarepresenta#$o adequada a um conte0do no que este tem de essencial sem que para isso se/a preciso recorrer 2 bele-a art(stica! .o ponto de )ista da bele-a ideal ser, até permitidoencontrar uma representa#$o assim de'eituosa! A propósito lembremos desde /, que o de'eito deuma obra de arte sempre pro)ém de uma 'alta de dons do artista porque também dainsu'ici+ncia do conte0do pode resultar a insu'ici+ncia da 'orma! Assim acontece por e4emploque os c&ineses os /udeus e os e*(pcios criaram obras de arte ima*ens de deuses e (dolosin'ormes ou com 'ormas imprecisas a que 'alta)a a )erdade sem /amais terem podido alcan#ar a bele-a )erdadeira porque as suas representa#8es mitoló*icas porque o conte0do e as ideiasincorporadas nessas obras de arte também eram ainda imprecisos ou mal precisos n$o tin&am

um car,ter absoluto! Tanto mais per'eita é uma obra de arte quanto mais corresponder a uma)erdade pro'unda o conte0do e a ideia dela! 6$o se trata apenas de maior ou menor 'acilidade para apreender e reprodu-ir as 'orma#8es naturais tal como e4istem na realidade e4terior! Emcerta 'ase do desen)ol)imento da consci+ncia e da representa#$o art(stica pode acontecer que oartista descuide ou suprima intencionalmente e n$o por 'alta de e4peri+ncia e &abilidadetécnicas esta ou aquela 'orma#$o natural por e4i*+ncia do conte0do que *uarda na consci+ncia!E4iste assim uma arte que nada dei4ando a dese/ar na es'era própria aos pontos de )istatécnicos e que/andos n$o dei4a de ser imper'eita do ponto de )ista do conceito da própria arte edo ideal! Ora na arte mais ele)ada &, entre a ideia e a representa#$o uma correspond+nciacon'orme com a )erdade no sentido de que a 'orma em que a ideia se incorpora é a 'orma)erdadeira em si e de que a ideia e4pressa nesta 'orma constitui por sua )e- a e4press$o deuma )erdade! Acresce ainda como /, o temos dito que a ideia considerada como tal

independentemente da sua representa#$o comporta%se como uma totalidade concreta que possuiem si própria a medida e o princ(pio da sua particulari-a#$o e do modo de se mani'estar! Aima*ina#$o crist$ por e4emplo só representa .eus com uma 'orma &umana e uma e4press$oespiritual porque concebe .eus como um esp(rito concentrado em si próprio! A determina#$o écomo que a ponte para c&e*ar 2 representa#$o 2 mani'esta#$o e4terior! 5uando estadetermina#$o n$o é inerente 2 totalidade pro)inda da própria ideia e quando se representa estaideia de um modo tal que ela n$o pode determinar%se e particulari-ar%se pelas suas próprias'or#as e meios ent$o a ideia permanece abstrata e n$o é em si mas 'ora de si que encontra asua determina#$o e o princ(pio da sua mani'esta#$o particular adequada! Por isso a 'orma quere)este uma ideia ainda abstrata é uma 'orma e4terior uma 'orma que a ideia de si própria sen$o deu! Pelo contr,rio a ideia concreta *uarda em si o princ(pio do seu modo de e4press$o d,%se a si própria com inteira liberdade a 'orma que l&e con)ém! A ideia )erdadeiramente concreta

en*endra assim a )erdadeira 'orma e é na correspond+ncia entre uma e outra que reside o ideal!.este modo apresentada a ideia como uma unidade concreta só poder, esta penetrar naconsci+ncia após uma di'erencia#$o se*uida de uma media#$o conciliadora das particularidades da ideia7 é dentro deste processo que a bele-a art(stica aparece como umatotalidade de *raus e de 'ormas particulares! Após termos pois considerado o belo art(stico emsi resta%nos )er como é que ele se distin*ue nas suas determina#8es particulares! 3er, esse oob/eto da se*unda parte da nossa e4posi#$o consa*rada 2s 'ormas da arte! As di'eren#as queseparam estas 'ormas 'undam%se nas di'eren#as que e4istem entre as maneiras de apreender econceber a ideia pois a elas correspondem naturalmente di'erentes modos de e4press$o! As'ormas de arte correspondem 2s di'erentes rela#8es entre a ideia e o conte0do rela#8es que pro)+m da própria ideia e que 'ornecem assim o )erdadeiro princ(pio de di)is$o do su/eito!Porque a di)is$o de)e sempre radicar no conceito de que constitui por assim di-er arami'ica#$o a di'erencia#$o a separa#$o nos elementos constituti)os dele!

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.issemos nós da bele-a que ela representa a unidade do conte0do e do modo de ser doconte0do que resulta da apropria#$o da adequa#$o da realidade ao conceito! 3ó nestas rela#8esentre o conceito e a realidade só na maneira como o conceito se insere no real se podem 'undar as modalidades da arte! Tais rela#8es s$o de tr+s espécies!

?, em primeiro lu*ar a demanda daquela unidade )erdadeira que é aspira#$o 2 unidade

absoluta1 a arte que ainda n$o atin/a essa per'eita interpenetra#$o que ainda n$o obten&a oconte0do que l&e con)ém n$o possui ainda 'orma precisa e de'initi)a! O conte0do e a 'orma buscam%se assim um ao outro e enquanto se n$o encontrarem n$o recon&ecerem n$o unirem permanecer$o estran&os um ao outro sem rela#$o de conti*uidade entre si!

Em princ(pio a ideia est, indeterminada abstrata sem clare-a no estado de substancialidade*eral n$o é ainda uma realidade precisa que se mani'esta na sua )erdadeira 'orma7 ideiaindeterminada que ainda n$o é aquela sub/eti)idade que de)eria ser por o ideal a e4i*ir ou paraconstituir uma apar+ncia )erdadeira quer di-er o belo! Enquanto a sub/eti)idade própria doideal n$o ti)er penetrado a ideia da 'orma desta se pode asse)erar que n$o é a 'orma )erdadeira7est,%se ainda em presen#a da ideia n$o determinada sem a 'orma que ainda procura )isto que aideia n$o contém a sua 'orma absoluta! E enquanto a ideia se n$o insere numa 'orma absoluta

qualquer 'orma que re)ista ser%l&e%, e4terior!.i*amo%lo mais uma )e-1 duas coisas &, a ideia e a 'orma! A ideia é abstrata n$o encontrouainda a 'orma absoluta7 e a 'orma em que aparece é%l&e e4terior inadequada n$o passa dematéria natural de sens()el em *eral! Em sua inquietude e insatis'a#$o a ideia e)olui ee4pande%se nesta matéria procura tom,%la adequada apropri,%la! >as estando ainda inde'inidan$o pode apropriar%se da matéria natural torn,%la )erdadeiramente adequada7 por isso a trata deum modo ne*ati)o procura er*u+%la até si mas de maneira inde'inida dispersando%se emcontus8es e )iol+ncias! 6isso consiste o sublime e a 'orma simbólica é a primeira 'orma daideia!

 6a arte simbólica temos de um lado a ideia abstrata e de outro lado as 'ormas materiais quel&e n$o s$o adequadas! A ideia inde'inida a ideia in'inita apropria%se da 'orma e esta

apropria#$o de uma 'orma que l&e n$o con)ém tem todos os aspectos de uma )iol+ncia1 na)erdade só maltratada e contundida uma 'orma é apropriada pela ideia a que n$o con)ém! Aideia que assim usa da )iol+ncia para se inserir em 'ormas aparece como representante dosublime porque essas 'ormas n$o l&e s$o adequadas!

O conte0do é mais ou menos abstrato indeciso sem determina#$o sem precis$o )erdadeiraenquanto a 'orma ainda e4terior e indi'erente é direta e natural! Aqui reside a primeiradetermina#$o a determina#$o abstrata! Tur)o e abstrato é o conte0do e e4trai o seu aspecto'i*urado da nature-a imediata!

3e*uindo de mais perto as in)esti*a#8es e aspira#8es da arte )eri'icamos que o pensamento aideia ainda sem )erdadeira determina#$o se comporta arbitrariamente para com a matériae4terior natural e incapa- de se &armoni-ar com ela torna n$o naturais as próprias 'ormas

naturais atrai#oa a matéria )iolenta%a introdu- nela o desmedido! Assim obtidas as 'ormasnelas aparece o elemento uni)ersal como que dotado de um car,ter )oluntarioso arbitr,rio! E porque se/a indeterminado o conte0do também a sua e4press$o é atirada para l, de toda adetermina#$o! .e uma arte assim poder%se%, di-er que é sublime mas nada tem ela que )er coma bele-a! 6o entanto até numa arte assim tem de &a)er certa correspond+ncia qualquer correspond+ncia entre o conte0do e a 'orma!

9 )erdade que a 'orma so're uma )iol+ncia que é por assim di-er de)orada! >as menos comisso se adéqua de qualquer modo a um *rande conte0do! Ali,s se a matéria natural ainda n$ose adapta )erdadeiramente ao conte0do é também porque o próprio conte0do se n$o prestaainda a essa adapta#$o! A correspond+ncia entre ambos só se pode portanto reali-ar medianteuma determina#$o abstrata!

9 o que caracteri-a a arte simbólica ou oriental!

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Esta arte pertence 2 cate*oria do sublime e o sublime de'ine%se pelo es'or#o de e4primir oin'inito! >as aqui o in'inito é uma abstra#$o a que nen&uma 'orma sens()el se poder, adaptar e por isso a 'orma é impelida para l, de toda a determina#$o! A e4press$o n$o passa detentati)a de ensaio que produ-ir, *i*antes e colossos est,tuas com mil bra#os e com milcorpos! 6o entanto como &, pouco dissemos de)e &a)er numa rela#$o qualquer umaadequa#$o entre estas 'ormas naturais e os seus conte0dos! Esta adequa#$o apresenta%se comouma *eneralidade abstrata e puramente sens()el ainda despro)ida da concreti-a#$o precisa!

5uando por e4emplo se representa a 'or#a como um le$o e portanto se 'a- do le$o a 'i*ura deum deus estabelece%se uma correspond+ncia puramente e4terior abstratamente simbólica! A'orma animal dotada da qualidade *eral da 'or#a possui uma determina#$o que emboraabstrata é adequada ao conte0do que se destina a e4primir! Esta arte é pois uma arte quein)esti*a e aspira e nisso consiste o seu simbolismo! >as pelo conceito e pela realidade é umaarte ainda imper'eita!

Além disso a arte simbólica caracteri-a%se por partir de intui#8es pro)indas da nature-a das'orma#8es naturais! Estas 'orma#8es s$o col&idas tais quais mas introdu-%se%l&es para dar umasi*ni'ica#$o a ideia substancial uni)ersal absoluta7 interpretadas depois 2 lu- desta ideia

aparecem como se a implicassem como se a conti)essem! Esta maneira de tratar as 'orma#8esnaturais constitui aquilo a que se c&ama o pante(smo oriental! 6ele se d, lar*as a uma liberdadeabstrata e in'inita! Para tomar a matéria adequada )ai%se até o monstruoso des'i*ura%se a'orma produ-%se o *rotesco! Ou ent$o sim introdu-%se a ideia o uni)ersal nas 'ormas maisin*ratas! 9 a arte simbólica! O s(mbolo consiste numa representa#$o com um si*ni'icado que sen$o con/u*a com a e4press$o com a representa#$o1 mantém%se sempre uma di'eren#a entre aideia e a 'orma! O simbolismo caracteri-a%se por uma di'eren#a entre o 'ora e o dentro por uma'alta de apropria#$o entre a ideia e a 'orma incumbida de si*ni'ic,%la pelo que esta 'orma n$oconstitui a e4press$o pura do espiritual! Uma dist@ncia a'asta ainda a ideia da sua representa#$o!

arte simbólica sucede a arte cl,ssica que é a da li)re adequa#$o da 'orma e do conceito daideia e da mani'esta#$o e4terior7 que é um conte0do dotado da 'orma que l&e con)ém umconte0do )erdadeiro e4teriori-ado num aspecto )er(dico! O ideal da arte er*ue%se em toda arealidade! O que sobretudo importa é que essa adequa#$o entre a representa#$o e a ideia n$ose/a puramente 'ormal1 a 'i*ura o aspecto natural a 'orma que a ideia utili-a de)e con'ormar%se em si e para si com o conceito! 3e assim n$o 'osse e apenas se considerasse acorrespond+ncia pura e simples entre o conte0do e a 'orma poderia ser quali'icado de cl,ssicotudo aquilo que se prestasse a conte0do de qualquer representa#$o como qualquer reprodu#$oda nature-a qualquer retrato a representa#$o de qualquer paisa*em de qualquer 'lor ou cenaetc! 6a arte cl,ssica o sens()el o 'i*urado dei4a de ser natural! Ainda se trata decerto da'orma natural mas que /, est, subtra(da 2 indi*+ncia da 'initude e se con'orma per'eitamentecom o conceito!

"oi o conceito primiti)o e uni)ersal que *ra#as 2 sua ati)idade criadora descobriu esta 'ormade e4primir o espiritual a 'orma representada pela 'i*ura &umana7 isto a torna sumamente

utili-,)el porquanto de um modo *eral a 'orma &umana representa por sua )e- odesen)ol)imento do conceito que repudiando todas as outras 'ormas só naquela se e4teriori-ase representa e se mani'esta7 o espiritual enquanto mani'esto só o é re)estindo a 'orma&umana! O esp(rito da arte encontrou en'im a sua 'orma! O conte0do )erdadeiro é umespiritual concreto em que o elemento concreto reside na 'orma &umana a 0nica capa- dere)estir o espiritual em sua e4ist+ncia no tempo! Enquanto e4iste e de uma e4ist+ncia sens()el oesp(rito só se pode mani'estar na 'orma &umana! 9 assim que se reali-a a bele-a em todas assuas )irtualidades a bele-a per'eita! A'irmou%se /, que a personi'ica#$o e a &umani-a#$o doespiritual correspondem a uma de*rada#$o7 a )erdade é porém que só &umani-ando%o a arte pode e4primir o espiritual de modo a torn,%lo sens()el e acess()el 2 intui#$o porque sóencarnado no &omem o esp(rito se nos torna sens()el! 6este sentido a metempsicose constituiuma representa#$o completamente abstrata e é /, um dos princ(pios da 'isiolo*ia a necessidadede a e)olu#$o da )ida condu-ir ao &omem 0nica mani'esta#$o adequada do esp(rito! Tal é ase*unda 'ase da e)olu#$o da arte1 a adequa#$o da ideia 2 'orma! 3e para poder e4primir o

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conte0do que l&e é destinado a 'orma de)e ser di*amos assim puri'icada desembara#ada dosla#os que a prendem 2 miser,)el 'initude também a 'im de que o acordo entre a si*ni'ica#$o ea 'orma se/a completo a espiritualidade de)e por sua )e- ser tal que se possa e4primir demodo e4austi)o na 'i*ura &umana sem no entanto ultrapassar esta e4press$o isto é sem seidenti'icar completamente sem se dei4ar absor)er inteiramente pelo sens()el e corporal! Assimse a'irma ao mesmo tempo o esp(rito como um particular n$o como absoluto e eterno o qualali,s só pode encontrar a sua e4press$o na espiritualidade pura! Esta circunst@ncia constitui a'raque-a e a insu'ici+ncia da arte cl,ssica 'raque-a e insu'ici+ncia em que acaba por sucumbir!

A 'ase se*uinte que é a terceira é assinalada pela ruptura do conte0do e da 'orma por umre*resso portanto ao simbolismo mas re*resso que é simultaneamente um pro*resso! Enquantoarte o classicismo atin*iu os mais altos cumes e o seu de'eito est, em n$o ser sen$o arte artesimplesmente e nada mais! 6esta terceira 'ase a arte procura er*uer%se a um n()el superior éaquilo a que se c&amou arte rom@ntica ou crist$! 6o cristianismo deu%se uma cis$o entre a)erdade e a representa#$o sens()el! O deus *re*o é insepar,)el da intui#$o7 representa a unidade)is()el da nature-a &umana e da nature-a di)ina e aparece como a sua 0nica e )erdadeirareali-a#$o! >as esta unidade é de nature-a sens()el ao passo que no cristianismo é concebidano esp(rito e na )erdade! O concreto e a unidade subsistem mas concebidos se*undo o esp(rito

independentemente do sens()el! A ideia libertou%se!A arte rom@ntica nasceu da ruptura da unidade entre o real e a ideia e do re*resso da arte 2oposi#$o que e4istia na arte simbólica! Be*resso é porém este que n$o de)e ser consideradocomo uma simples re*ress$o como um dese/o de recome#o! A arte cl,ssica conse*uiu atin*ir osmais altos cumes! .eu o m,4imo do que era capa- e neste aspecto nada se l&e pode censurar!Os de'eitos da arte cl,ssica de que 'alamos anteriormente re'erem%se 2s limita#8es a quesubmetem a arte em *eral! A arte rom@ntica atin*iu do ponto de )ista da ideia o m,4imo e&a)ia de sucumbir pelos de'eitos pro)enientes das limita#8es que a si própria enquantorom@ntica se imps! As limita#8es da arte em *eral da arte como tal pro)+m de que 'iel ao seuconceito a arte por'ia em e4primir com uma 'orma concreta o uni)ersal o esp(rito e é a artecl,ssica que reali-a a uni$o a correspond+ncia per'eita do sens()el e do espiritual! 6esta 'us$o

 porém n$o diminui a dist@ncia que a'asta o esp(rito da representa#$o con'orme ao seu)erdadeiro conceito porque o esp(rito constitui a in'inita sub/eti)idade da ideia que enquantointerioridade absoluta se n$o pode e4primir li)remente mani'estar completamente na pris$ocorporal em que 'ica encerrado! A ideia se*undo a sua )erdade só e4iste no esp(rito peloesp(rito e para o esp(rito! Para o espiritual é o esp(rito o 0nico terreno onde se pode mani'estar!?, uma rela#$o entre a ideia concreta do espiritual e a reli*i$o! 3e*undo a reli*i$o crist$ .eusde)e ser adorado em esp(rito .eus só é ob/eto para o esp(rito!

 6a arte rom@ntica que pelo conte0do e modo de e4press$o ultrapassou a arte cl,ssica a ideia participante do esp(rito ac&a%se oposta ao que participa da nature-a o espiritual ac&a%se opostoao sens()el! Esta oposi#$o e4iste também na arte simbólica mas na arte rom@ntica o conte0doda ideia é de ordem mais ele)ada é de car,ter absoluto7 esse conte0do é o próprio esp(rito! As

rela#8es da arte rom@ntica com a arte cl,ssica podem ser de'inidas assim1 a arte cl,ssica assentana unidade das nature-as di)ina e &umana unidade que n$o passa porém de um conte0doconcreto e como a ideia é a unidade em si só se pode mani'estar de um modo direto sens()el!O deus *re*o que se o'erece 2 contempla#$o ob/eti)a e 2 representa#$o sens()el re)este a'orma carnal do &omem7 por seu poder e nature-a é um ser indi)idual e particular e umasubst@ncia e uma 'or#a representa em rela#$o ao su/eito que nele se pode recon&ecer sem ter osentimento a (ntima con)ic#$o de com ele 'ormar a unidade! A consci+ncia desta unidadeinter)ém num *rau mais ele)ado com o con&ecimento do que era em si a 'ase precedente7 estecon&ecimento do em si esta consci+ncia da 'ase precedente é o que constitui a superioridade da'ase atual da 'ase rom@ntica! Uma 'ase um *rau podem e4istir em si e podem também ser apreendidos pela consci+ncia! Grande di'eren#a é esta tanto mais que é a consci+ncia destadi'eren#a que distin*ue o &omem do animal! O que ele)a o &omem acima do animal é a

consci+ncia que tem de ser um animal e essa consci+ncia implica outra a da sua participa#$ono esp(rito! Ao saber que é um animal o &omem dei4a de o ser!

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O &omem é um animal mas até nas suas 'un#8es animais n$o se comporta como um ser  passi)o7 ao contr,rio do animal adquire a consci+ncia das suas 'un#8es recon&ece%as eaper'ei#oa%as para 'a-er delas o ob/eto de uma ci+ncia iluminada esclarecida pela consci+ncia!Assim procede por e4emplo para a di*est$o! E quando assim procede o &omem quebra osobst,culos da sua passi)idade e sua imediateidade embora se/a precisamente por saber que éum animal que como acabamos de mostrar dei4a de o ser e se recon&ece e a'irma comoesp(rito!

3e portanto o em si da 'ase precedente 'ica ultrapassado se a unidade da nature-a di)ina e danature-a &umana dei4a de ser uma unidade direta e imediata para se tornar uma unidadeconsciente /, n$o é o sens()el e o corporal representados pela 'orma &umana mas sim ainterioridade consciente de si própria que aparece a*ora como o conte0do )erdadeiramente realda arte! Por isso o cristianismo ao conceber .eus como esp(rito n$o indi)idual e particular masabsoluto e ao empen&ar%se por conse*uinte em represent,%lo em esp(rito e )erdade renunciou2 representa#$o puramente sens()el e corporal e pre'eriu a e4press$o espirituali-ada einteriori-ada! .o mesmo modo é a unidade do di)ino e do &umano uma unidade de que seadquire consci+ncia e que só pode reali-ar no esp(rito e mediante a intui#$o espiritual! Assimadquirido o no)o conte0do dei4a pois de estar li*ado 2 representa#$o sens()el e 'ica liberto

dessa correspond+ncia direta que de recon&ecida nature-a ne*ati)a é transcendidaultrapassada e trans'ormada numa correspond+ncia numa unidade querida e consa*rada peloesp(rito! 6este sentido se pode di-er que o romantismo consiste num es'or#o da arte para seultrapassar a si própria sem toda)ia transpor os limites próprios da arte!

O sens()el aparece ent$o como que 2 mar*em da ideia espiritual sub/eti)a dei4a de ter necessidade7 mas 'ica por sua )e- li)re na es'era que l&e é própria na es'era da ideia! O quecaracteri-a esta arte é pois o seu em si o espiritual o sub/eti)o! E uma arte que ser)e parae4primir tudo o que se re'ere 2 sentimentalidade 2 alma! Trata o mundo e4terior comindi'eren#a de modo arbitr,rio e a)enturoso! D, n$o e4iste unidade absoluta entre o mundoe4terior e o conte0do e o sens()el a matéria em *eral só na alma encontra a si*ni'ica#$o!

 6esta terceira 'ase o espiritual aparece como espiritual a ideia é li)re e independente! .ominaa*ora o saber o sentimento e portanto a ideia a alma quando o esp(rito atin*iu um estado emque pode ser para si est, liberto da representa#$o sens()el! O sens()el é por conse*uinte para oesp(rito al*o de indi'erente de transitório de inessencial7 a alma o espiritual como tal é que d,ao sens()el a sua si*ni'ica#$o! Assim a 'orma a representa#$o e4terior aparece comosimbólica! O esp(rito pode inte*rar o sens()el com tudo o que ele comporta de essencial7 a'orma *an&a ent$o a liberdade é entre*ue a si própria! >as esta acidentalidade do sens()el temde ser percorrida por uma corrente interior )isto que é do interesse do esp(rito que o próprioacidental l&e sir)a de *uia até a re*i$o da alma! O esp(rito de)e dominar tudo o que 'a- parte doconte0do presumido! 6a arte rom@ntica o elemento espiritual é o elemento predominante oesp(rito *o-a da sua plena liberdade e se*uro de si n$o teme as a)enturas e as surpresas dae4press$o e4terior n$o recua perante os des)arios das 'ormas! Como um elemento acidental

 poder, ele tratar o sens()el mas sempre o percorrer, de um 'luido de espiritualidade quetrans'orma a apar+ncia acidental em realidade necess,ria!

.ir%se%, pois que nesta terceira 'ase a li)re e concreta espiritualidade tal como de)e ser apreendida pela interioridade espiritual constitui o ob/eto da arte e o romantismo prop8e%se precisamente apresent,%la 2s nossas próprias pro'undidades espirituais con'ront,%la com anossa própria espiritualidade! Visando a tal 'im a arte n$o pode portanto trabal&ar para asimples contempla#$o sens()el mas procura satis'a-er a nossa interioridade sub/eti)a a alma osentimento que enquanto participante do esp(rito aspira 2 liberdade para si e só busca a paci'ica#$o no esp(rito e pelo esp(rito! Este mundo interior 'orma o conte0do do romantismo e éenquanto interior e na apar+ncia desta interioridade que recebe a sua representa#$o! O dentro'este/a o triun'o sobre o 'ora e a'irma esse triun'o pela ne*a#$o de qualquer )alor 2smani'esta#8es sens()eis!

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Entretanto também esta arte tem como todas as outras precis$o de elementos e4teriores para see4primir! >as retirado do mundo e4terior o elemento espiritual que quebra todos os la#os que aele o prendiam a 'im de reentrar em si próprio o aspecto e4terior e sens()el é tratado como naarte simbólica1 ne*a%se%l&e import@ncia é considerado perec()el e acaba%se por n$o )er incon)eniente al*um por n$o sentir nen&um escr0pulo em representar o esp(rito e a )ontadecomo sub/eti)os e 'initos para isso utili-ando até as mais (ntimas mani'esta#8es particulares daarbitrariedade indi)idual os mais des)airados tra#os de car,ter e de comportamento os maisaparentemente estran&os acontecimentos e complica#8es! Tudo o que se/a e4terior abandona%seao acidental 2s a)enturas da 'antasia que tanto pode consoante a sua )ontade ou os capric&osda ocasi$o re'letir o que e4iste tal qual é como reali-ar as mais absurdas e *rotescascombina#8es entre as 'ormas e4teriores! .a( pro)ém como na arte simbólica a inapropria#$oda ideia e da 'orma a separa#$o delas a indi'eren#a de uma para com a outra7 &, toda)ia entrea arte simbólica e a rom@ntica uma di'eren#a1 a de que a ideia de'eituosa no s(mbolo emresultado de um de'eito da 'orma atin*e no romantismo o mais alto *rau de per'ei#$o e em)irtude da sua comun&$o com a alma e o esp(rito subtrai%se 2 uni$o com o sens()el e o e4terior e procura em si própria a sua realidade sem precisar recorrer para se mani'estar a meiossens()eis ou pelo menos de se su/eitar 2 in'lu+ncia deles!

Tais seriam as caracter(sticas das artes simbólica cl,ssica e rom@ntica consideradas como possibilidades de relacionar no dom(nio da arte a ideia e o conte0do! A arte simbólica ainda procura o ideal a arte cl,ssica atin*iu%o e a rom@ntica ultrapassou%o!