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Herbário virtual: Plantas tóxicas para animais Por: Priscila Raijche de Oliveira Benito Sbruzzi

Herbário virtual: Plantas tóxicas para cães e gatos

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Herbário virtual:Plantas tóxicas para

animaisPor: Priscila Raijche de Oliveira

Benito Sbruzzi

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Palicourea marcgravii

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Palicourea marcgravii

Nomes comuns: palicourea, café-bravo, erva-de-rato

Família botânica: Rubiaceae

Gênero: Palicourea

Distribuição geográfica: Encontrada em todo país, exceto na região Sul e no Estado de MatoGrosso do Sul

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Erva de rato?

As "ervas de rato” verdadeiras são todas Rubiáceas. O nome "erva de rato", veio do uso popular dos frutos dessa planta para matar ratos, misturando-os com azeite e

outros alimentos depois de bem triturados (Hoehne, 1939; Schvartsman, 1979;

Schvartsman, 1992;Kissmann e Groth, 2000).

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CaracterísticasDicotiledônea

Arbusto com até 2 m de altura, caule lenhoso, quebradiço e seco.

Folhas oblongo lanceoladas, às vezes arroxeada no dorso, quando jovens.

Floresce de novembro a março, com frutificação ocorrendo entre janeiro e julho.

As inflorescências são em panículas, com flores amarelo-vermelho-arroxeadas.

Os frutos são em baga globosa, inicialmente vermelhos passando a roxo-escuro, quase preto na maturação.

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Folha oblongo lanceolada?

Retangular com pólos

arredondados

Lembra uma lança; folha mais longa que larga e estreita-se em

direção ao ápice

A folha tem a forma lanceolada, mas

invertida com a parte mais larga no ápice

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Caule lenhoso: Amplamente lignificado

Inflorescência em forma de Panícula:Caracteriza-se por um cacho composto em que os ramos vão decrescendo da base para o ápice.

Folhas: Oblongo lanceoladasFrutos: baga globosa, vermelhos passando a roxo-escuro, quase preto na maturação

Arbusto com até 2m de altura

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Palicourea Marcgravii em brotação na beira da

mata

Palicourea Marcgravii em floração

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Inflorescência de Palicourea Marcgravii

Ramo de Palicourea Marcgravii com frutos

imaturos

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Brotação de Palicourea Marcgravii após a primeira queimada do capim

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Palicourea marcgravii

Partes tóxicas: folhas e frutos (principalmente), verdes ou secos;

Princípio ativo tóxico: Fluorocitrato;

Início dos sintomas: A partir de 8 horas.

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Suas folhas tem cheiro de salicilato de metila (“vick”) – Muito palatável

Salicilato de metila é muito utilizado na preparação de antiinflamatórios de uso local.

Alternativa para campos infestados?

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Ácido Monofluoracétic

o

Na mitocôndria:

Convertido em Fluoracetyl-

CoAPela acetyl-

CoA synthetase

citrate synthase o condensa com

oxaloacetato para formar fluorocitrato

Fluorocitrato interrompe o ciclo de krebs

Fluoricitrato inibe duas importantes enzimas do ciclo de krebs: a aconitase, que catalisa o metabolismo do citrato, e a succinato desidrogenase, que catalisa o metabolismo succinato. As inibições dessas duas enzimas e as subseqüentes formações do bloqueio do ciclo de krebs levam a uma diminuição do metabolismo da glicose, do armazenamento de energia e da respiração celular.

MODO DE AÇÃO

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ACONITASE

Succinato desidrogenase: Desidrogenação do succinado formando fumarato

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Palicourea marcgravii

Frutos: Letais na dose de 0,40 g/kg de peso vivo do animal (Hoehne, 1939).

Folhas: A dose letal está em torno de 1 g/kg de peso vivo do animal de folha fresca (Freitas et al ., 1995)

Os frutos mostram-se sempre mais tóxicos do que as folhas e as flores (Hoehne, 1939; Kissmann e Groth, 2000).

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TOXIDEZ

Bovinos

Caprinos

Coelhos

BubalinosEquinos

Ovinos

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Inócua para aves

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Sintomas Cólicas

Queda do animal

Tremores musculares

Respiração ofegante

Dispnéia

Taquicardia

Pode ocorrer convulsão pela má oxigenação cerebral

Morte súbita

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Em bovinos e ovinos, a evolução da intoxicação é superaguda, da ordem de 1 a 10 minutos, até

no máximo 85 minutos para bovinos.

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Em equinos, a evolução é mais longa, de algumas horas.

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Intoxicação experimental por Palicourea Marcgravii (planta toda) em animais de fazenda.

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Intoxicação experimental por Palicourea Marcgravii

Intoxicação experimental por Palicourea Marcgravii – Fase de

morte súbita

Em virtude da evolução superaguda da intoxicação, não se indica

nenhum tratamento. Recomenda-se movimentar os animais o

mínimo necessário durante alguns dias.

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Medidas profiláticas

Cercar bem as áreas infestadas, matas e as capoeiras onde existir a planta ou erradicar a planta dos locais aos quais o gado tem acesso.

Cuidado com pastos recém-formados, inspecionando-os e arrancando a erva-de-rato e/ou combatendo-a com herbicidas antes de colocar os animais no pasto

Arranquio com enxadão e posterior controle químico com herbicida granulado na cova

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Pteridium aquilinum

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Pteridium aquilinumDivisão: Pteridófita

Classe: Filicopsida

Ordem: Polypodiaceae

Família: Dennstaedtiaceae

Gênero: Pteridium

Espécie: Pteridium aquilinum

Subespécie: aquilinum

Descritor: (L.) Kuhn

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Pteridium aquilinum

Distribuição geográfica: Todo o Brasil

Nome vulgar: Samambaia, samambaia-do-campo, samambaia-das taperas

Partes tóxicas: Toda a planta

Características: Planta perene, rizomatosa, bipinada, com folhas de aspecto coriáceo. Os folíolos são lobados e sua parte ventral mostra coleções de esporos marrons arranjados linearmente. Os caules subterrâneos (rizomas) apresentam pêlos avermelhados. A largura da planta é de 60-120 cm e o altura de 60-180 cm. Vegetal de característica invasora, sendo bastante freqüente em solos ácidos, arenosos e de baixa fertilidade.

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Folíolos lobados (possui diviões ovais) / Esporos Planta rizomatosa – Cresce

em touceiras

Folhas compostas bipinadas: folhas que consistem de múltiplos "ramos" de "sub-ramos" cada um deles possuindo vários folíolos. / Aspécto coriáceo

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Brotos de Pteridium aquilinum em campo queimado. A brotação da planta é rápida e vigorosa devido aos rizomas bem

desenvolvidos.

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Campo infestado por Pteridium aquilinum

A ampla disseminação se deve a características tais como: resistência de seus rizomas ao frio (inverno) e ao calor (queimadas); resistência da planta ao ataque de insetos e de microrganismos; capacidade de resistir a climas desfavoráveis, sequestrar nutrientes do solo a

longas distâncias (com consequente exclusão de espécies competitivas), além de se reproduzir por meio de um grande número de esporos carreados pelo vento

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Pteridium aquilinum

Princípios tóxicos:1) Tiaminase: enzima que degrada a Tiamina ou Vitamina B1. Problema maior em eqüinos, causando sintomatologia neurológica; 2) Taninos: Substâncias com atividade carcinogênica;3) Quercetina (flavonóide): É o agente carcinogênico primário da Pteridium aquilinum;4) Ácido chiquímico: Efeitos carcinogênicos variáveis, dependendo do tempo de dessecação e estocagem da planta;

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5) Prunasina: Glicosídeo cianogênico, encontrado nas folhas jovens. Exerce pouca atividade carcinogênica/ timpanismo;

6) Ptaquilosideo (broto): Capaz de produzir tumor intestinal, mamário e de bexiga em ratos experimentais;7) Aquilideo A: Atividade carcinogênica;8) Canferol: Flavonóide considerado carcinogênico

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Quercetina

Ácido Chiquímico

Canferol

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Em soluções alcalinas, o ptaquilosídeo pode dar origem a um composto denominado dienona. Pesquisadores verificaram que o anel ciclopropil da

dienona se abre e a parte livre ataca o átomo de nitrogênio da base adenina do DNA, levando a sua fragmentação e carcinogênese.

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A intoxicação crônica de bovinos pelo Pteridium aquilinum resulta no desenvolvimento de neoplasias principalmente

nos órgãos que possuem condições alcalinas, como a língua, esôfago, bexiga e intestino, devido à transformação do

ptaquilosídeo em dienona. Estudos demonstraram que vacas alimentadas com esta

samambaia poderiam apresentar problemas tanto no leite quanto à carne, o que representaria um risco para aqueles

que viessem a se alimentar dos mesmos.

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Broto

Alta toxidez

Concentração de Ptaquilosideo

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Para causar quadro de intoxicação aguda, precisa ser ingerida pelos bovinos em doses acima de 10

g/kg por dia, por pelo menos um ano.

Que gosto ruim!!!

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A toxidez da planta nos equinos ocorre provavelmente quando os animais ingerem aproximadamente 10g/Kg

num espaço de 30 a 40 dias.

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Pteridium aquilinum

Sinais: Tristeza, indiferença, tremores musculares, incoordenação, quedas, perda de apetite.

Sintomas: febre, hemorragia na pele (suor com sangue), diarréia com sangue, diminuição do número de plaquetas. O animal perde sangue rapidamente, podendo morrer.

Síndromes como: Deficiência de tiamina (degeneração retinal progressiva), hemorragia aguda, hematúria enzoótica bovina (tumores na bexiga) e carcinoma do trato digestivo superior.

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Sensíveis

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Intoxicação crônica: Bovino com timpanismo

Disfagia: O animal estende o pescoço para facilitar a deglutição.

Sinais clínicos

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Úlceras nas narinas de bovino na intoxicação natural aguda

por Pteridium aquilinum.

Sinais clínicos

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Lesões nodulares na mucosa da bexiga Papilomas no palato mole

Intoxicação crônica: Rúmen distendido por gás

Achados de necropsia e

histopatologia

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Achados de necropsia e

histopatologia

Bexiga de bovino contendo urina sanguinolenta com formações nodulares na mucosa – Caso

natural de hematúria enzoótica.

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Medidas profiláticas:

Erradicação, através de correção do pH do solo, e se necessário, controle químico. – PRINCIPAL (samambaia é invasora principalmente de solos ácidos)- Se não for possível: Alternância de pastoreio entre pastos contaminados e limpos em períodos de 21 dias.

Correta e contínua mineralização do gado em áreas onde a samambaia ainda não foi erradicada: Ação preventiva, evitando tornar os animais mais vulneráveis e imunodeprimidos, condição propícia para que a planta acelere as manifestações tóxicas nos bovinos.

Evitar a superpopulação de animais num mesmo pasto: Pastagem deteriorada mais rápido = Bovinos procuram a samambaia para suprir a fome.

Evitar o uso de samambaia como cama de estábulo, pois os bovinos podem comê-la e com isso apresentarem a doença

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No Estado de Santa Catarina, a população bovina é de 2.960.343 de cabeças e a mortalidade anual é, também, de aproximadamente 5%. Dados da

Universidade Estadual de Santa Catarina mostram que as mortes por plantas tóxicas, num período de 12 anos, representam 13,9% do total

de mortes, com uma variação anual de 8,5% a 24,3% (Aldo Gava, comunicação pessoal). A

mortalidade média de bovinos, por ano, devido a intoxicações por plantas é estimada em 20.574

cabeças (US$ 4.114.800).

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Referências BibliográficasJARDIM BOTÂNICO da UTAD. Flora digital de Portugal. Disponível em: http://aguiar.hvr.utad.pt/pt/herbario/cons_reg_esp2.asp?ID=59. Visualizado em 20/05/2012

PINTO, L. Efeitos dos extratos aquoso e hidro-alcoólico e das soluções ultradiluídas de Palicourea Marcgravii (Rubiaceae) em ratos . Agosto de 2007 – Rio de Janeiro.

CARVALHO, G.D et al. PRINCIPAIS PLANTAS TÓXICAS CAUSADORAS DE MORTE SÚBITA EM BOVINOS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - BRASIL. Fevereiro de 2009 - Espírito Santo.

HOJO-SOUZA, Natália Satchiko et al. Pteridium aquilinum: O que sabemos e o que ainda falta saber. Abril de 2009 - Uberlândia.

Intoxicação crônica por Pteridium aquilinum em bovinos. Rio Grande do Sul: Laboratório de patologia veterinária da Universidade feredal do Rio Grande do Sul.

DIAS, JAQUES. Hematúria enzoótica bovina: Detecção do Papilomavírus tipo 2pela técnica de reação em cadeia da polimerase – PCR. Espírito Santo, 2010.

BARG, D. Herbário de plantas tóxicas. São Paulo – 2004.

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Caderno sobre plantas tóxicas: Principais plantas causadoras de morte súbita em bovinos . Minas Gerais: Universidade Federal de viçosa - 2011

Química nova interativa. Disponível em: <http://qnint.sbq.org.br/qni/popup_visualizarMolecula.php?id=FCWNeE-SKcBdCzo4UEXif_qWzOhWAjhHRFXoXMl--T2stJjKvk2OAuaV6N9G-NPjIolL9jp1t0f9IIZgQbEScg>.Visualizado em 20/05/2012

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OBRIGADO!!