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O DIMENSIONAMENTO DAS REDES HIDRO-SANITÁRIAS Outubro 2003 21

Hidraulica-21-pt - Dimensionamento das redes hidro-sanitárias

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O DIMENSIONAMENTODAS REDES HIDRO-SANITÁRIAS

Outu

bro

2003

21

CALEFFI LdaComponentes Hidrotérmicos

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Iote 17, MilheirósApartado 1214

4471-909 Maia CodexTel: 229619410Fax: 229619420

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3 O dimensionamento das redes hidro-sanitáriasConsiderações de ordem geral e normas de referência

3 As redes de distribuição de água fria e quenteAs grandezas que nos servem para dimensionar as redes

hidro-sanitárias

12 As redes de recírculo

13 Reguladores de caudalFunções e características

14 Componentes para instalações hidro-sanitárias com tubagem PEX

15 As instalações hidro-sanitárias com tubagem PEX

SumárioO DIMENSIONAMENTODAS REDES HIDRO-SANITÁRIAS

Outu

bro

2003

21

Neste artigo examinaremos os aspectos essenciaise as grandezas que servem para dimensionar asredes das instalações hidro-sanitárias.Em primeiro lugar, apresentaremos algumasconsiderações de ordem geral, sobretudo paraestabelecer as normas nas quais nos devemos“apoiar”, dado que esta escolha não é assim tãoóbvia e certa, como poderá parecer à primeiravista.Proporemos depois, com o apoio de tabelasadequadas, um método de cálculo simplificado.Por fim, desenvolveremos um exemplo no qualestão dimensionadas as redes de água fria, quentee de recírculo.

Uma instalação hidro-sanitária deve serdimensionada com base nos caudais máximosprováveis ou caudais de projecto, ou seja, combase nos caudais máximos das torneiras quepodem permanecer abertas em simultâneo. Umainstalação não poderia ser dimensionada,considerando todas as suas torneiras abertas,pois torna-la-ía inútil, dispensiosa e volumosa.

Os caudais de projecto dependem de muitosfactores tais como: o número dos aparelhossanitários a servir, os seus caudais unitários, aduração das distribuições, a frequência e aprobabilidade de utilização são factores, quecomo se pode verificar, não são muito fáceis dedeterminar e de relacionar, especialmente se aestas relações se pretende dar alguma validade deordem geral.

Os caudais de projecto que indicaremos de seguidasão derivados da norma Europeia EN 806-3. Estapermite definir valores de acordo com os dasnormas mais utilizadas na Europa, ou seja, asnormas inglesas (BS 6700), alemãs (DVGW 308) efrancesas (DTU 60.11).

Para se poder dimensionar estas redes, naspáginas seguintes examinaremos:

os caudais mínimos que devem serassegurados em cada aparelho sanitário;

os caudais que devem ser assegurados emcada troço de rede;

as pressões necessárias para se poderemassegurar esses caudais;

as velocidades máximas com as quais aágua pode fluir nos tubos sem causar ruídoe vibrações;

os critérios gerais para determinar o diâmetrodos tubos.

O DIMENSIONAMENTO DAS REDESHIDRO-SANITÁRIAS

Eng.os Marco e Mário Doninelli gabinete de projectos S.T.C. - Itália

3

AS REDES DE DISTRIBUIÇÃODE ÁGUA FRIA E QUENTE

Considerações de ordem geral

Considerações e normas de referência para a determinação dos caudais de projecto

São os caudais mínimos que devem serassegurados para cada torneira e aparelhosanitário. A tab. 1 indica os caudais nominais dosaparelhos sanitários comuns e as pressõesmínimas que devem ser asseguradas a montantedos mesmos.

4

Caudais nominais

Caudais de projecto (Gpr)

Água Água PressãoAparelhos fria quente mínima

(l/s) (l/s) (m c.a.)

Lavatório 0,10 0,10 5Bidé 0,10 0,10 5Sanita com autoclismo 0,10 - 5Sanita com descarga rápida 1,50 - 15Sanita com fluxómetro 1,50 - 15Banheira 0,20 0,20 5Duche 0,15 0,15 5Lavatório de cozinha 0,20 0,20 5Máquina de lavar roupa 0,10 - 5Máquina de lavar louça 0,20 - 5Urinol comandado 0,10 - 5Urinol contínuo 0,05 - 5

Tab. 1

Caudais nominais e pressões mínimas

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

108642

10080604020

2

500

400

200

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

108

6

4

2

Gt (l/s)

Edifícios residenciais

com pontos de distribuiçãocom caudal maior ou igual a 0,5 l/s

com pontos de distribuiçãocom caudal menor do que 0,5 l/s

Gpr (l/s)

Para os caudais nominais e as pressões mínimasde aparelhos especiais devem consultar-se oscatálogos dos fornecedores.

Estes caudais, já definidos anteriormente, tambémsão denominados de caudais de ponta oucaudais prováveis máximos e são os caudaiscom base nos quais são dimensionados os tubos.Para a determinação destes caudais, apresentam-secinco diagramas derivados da norma Europeia EN 806-03 e válidos para todos os tipos deutilização previstos por essas normas, ou seja,para:

Edifícios residenciais,

Edifícios de escritórios e afins,

Hotéis e restaurantes,

Hospitais e clínicas,

Escolas e centros desportivos.

Os diagramas permitem determinar os caudais deprojecto (Gpr) em relação ao caudal total (Gt) dosaparelhos e ao tipo de edifício a servir.

5

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

108642

10080604020

2

500

400

200

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

108

6

4

2

Hotéis e restaurantes

com pontos de distribuiçãocom caudal maior ou igual a 0,5 l/s

com pontos de distribuiçãocom caudal menor do que 0,5 l/s

Gt (l/s)

Gpr (l/s)

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

108642

10080604020

2

500

400

200

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

108

6

4

2

Edifícios de escritórios e afins

Gt (l/s)

Gpr (l/s)

6

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

108642

10080604020

2

500

400

200

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

108

6

4

2

Gt (l/s)

Gpr (l/s)

Hospitais e clínicas

com pontos de distribuiçãocom caudal maior ou igual a 0,5 l/s

com pontos de distribuiçãocom caudal menor do que 0,5 l/s

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

108642

10080604020

2

500

400

200

10,8

0,6

0,4

0,2

0,1

108

6

4

2

Gt (l/s)

Gpr (l/s)

Escolas e centros desportivos

7

Contador de água 8 m c.a. Desconector 6 m c.a. Misturadora termostática 4 m c.a. Misturadora electrónica 2 m c.a. Permutador de placas 4 m c.a. Desalinizador 8 m c.a. Doseador de polifosfatos 4 m c.a.

Tab. 2Valores médios das perdas de carga provocadaspelos principais componentes de uma instalação

hidro-sanitária

Pressão necessária

Perda de carga total (Hlin)

É a pressão precisa para vencer as resistênciasque se opõem à passagem da água e o desnívelentre a origem da rede e o aparelho maisdesfavorecido.Esta pressão não deve ser demasiado baixa nemdemasiado alta, na medida em que:

se for demasiado baixa, não permite adistribuição dos caudais exigidos,

se for demasiado alta, pode causar ruído eprovocar danos nas torneiras.Por essa razão, é necessário evitar, a montantedas torneiras, pressões superiores a 50 m c.a..

Geralmente, as redes públicas de distribuiçãofornecem pressões variáveis entre 30 a 40 m c.a.,o que permite servir edifícios com três ou quatroandares. Para edifícios mais altos, é necessárioutilizar bombas de pressurização. De qualquerforma, deve ser tido em conta que uma rede depressão sobreelevada não pode servir mais doque seis ou sete andares para evitar cargasdemasiado elevadas nas torneiras dos andaresmais baixos.

É a pressão necessária para vencer as perdasde carga ao longo da rede.Calcula-se, subtraindo à pressão disponível (Pdisp)as pressões que servem para:

vencer o desnível entre a origem da rede e oaparelho mais desfavorecido (Happ);

assegurar a pressão mínima exigida a montantedo aparelho mais desfavorecido (Pmin);

fazer face às perdas de carga devidas aosprincipais componentes da instalação;

compensar as perdas de carga devidas àsválvulas de intercepção, às curvas e aoscomponentes especiais (Hloc).

Considerando que estas últimas perdas são emmédia iguais a 30% das perdas lineares, oexposto acima pode ser expresso com a seguintefórmula:

Hlin = (Pdisp - Happ - Pmin - Hcomp) · 0,7 (1)

em que os vários símbolos representam grandezasexpressas em metros de coluna de água.

Nota:

As perdas de carga provocadas pelos principaiscomponentes da instalação podem serdeterminadas com uma aproximação suficienteatravés da tabela 2, ou podem ser calculadas combase nos caudais de projecto e nos dados dosfabricantes.

Perda de carga unitária (J)

É a pressão necessária para vencer as perdasde carga de um metro de tubo.O seu valor (em mm c.a./m) obtém-se,multiplicando por 1.000 a carga linear total (Hlin)expressa em m c.a./m e dividindo o produtoobtido pelo comprimento (L) dos tubos que ligama rede ao aparelho mais desfavorecido. Estasoperações podem ser expressas com a fórmula:

J = (Hlin · 1.000) / L (2)

O valor da carga unitária linear (J) pode dar-nosinformações úteis em relação à pressão disponívele em particular pode dizer-nos se essa pressão édemasiado baixa ou alta:

é baixa se J < 20÷25 mm c.a./m e é, portanto,aconselhável instalar um sistema de pressurização;

é alta se J < 110÷120 mm c.a./m e é, por isso,conveniente instalar uma redutora de pressão.

8

Diâmetro tubos Velocidade (m/s)

1/2” 1,03/4” 1,11” 1,3

1 1/4” 1,61 1/2” 1,8

2” 2,02 1/2” 2,2

3" e acima 2,5

Tab. 3Velocidades máximas aconselhadas

Gt [l/s] 0,6 1,6 4,0De [polegadas] 1/2” 3/4” 1”Di [mm] 16,3 21,7 27,4

Tab. 4Caudais totais admitidos para tubos em ferro galvanizado

Gt [l/s] 0,2 0,4 0,7 1,0 1,6De [mm] 12 14 16 18 22Di [mm] 10 12 14 16 20

Tab. 5Caudais totais admitidos para tubos em cobre

Gt [l/s] 0,4 0,8 1,6De [mm] 16 20 25Di [mm] 11,6 14,4 18

Tab. 6Caudais totais admitidos para tubos em PEX

Gt [l/s] 0,6 1,3 3,1De [mm] 20 25 32Di [mm] 13,2 16,6 21,2

Tab. 7Caudais totais admitidos para tubos em PP-R

Gt [l/s] 0,4 0,7 2,0De [mm] 16 20 26Di [mm] 11,5 15 20

Tab. 8Caudais totais admitidos para tubos multi-camada

Velocidades máxima

De modo a evitar ruídos e vibrações, a água nãopode fluir nos tubos a velocidades demasiadoelevadas.Não é fácil estabelecer o valor máximo destasvelocidades, pois estas dependem de muitosfactores, tais como, o diâmetro e o material dostubos, o isolamento térmico adoptado e a posiçãodos tubos.De qualquer forma, em instalações do tipo normalpodem ser considerados válidos os limites develocidade indicados na tabela apresentada embaixo:

Dimensionamento dos tubos

De modo a dimensionar os tubos, onde flui águafria e quente, propõem-se dois métodos: oprimeiro válido em geral, e o segundo apenaspara as derivações internas das habitações.

Método geral

Faz referência às tabelas 9 e 10 que permitemdeterminar o diâmetro dos tubos em função detrês parâmetros:

o caudal de projecto (Gpr),

a carga unitária linear disponível (J),

a temperatura da água.

Para além disso, as mesmas tabelas permitemverificar se o diâmetro escolhido comporta ou nãouma velocidade aceitável. Se a velocidade fordemasiado elevada, deve escolher-se um diâmetromaior, isto é, um diâmetro que ( com o mesmocaudal) permita uma velocidade mais baixa.

Método para as derivações internas dashabitações

Baseia-se na utilização das tabelas 4, 5, 6, 7 e 8,que permitem dimensionar o diâmetro dos tubosapenas com base nos caudais totais (Gt).Trata-se de um método teoricamente menospreciso do que o geral, pois não considera a cargaunitária disponível (J) e a temperatura da água.Todavia, é um método bastante prático e conduz aresultados essencialmente de acordo com os dasnormas DVGW e DTU. Para além disso, evita umcerto sobredimensionamento das tubagensinternas ao qual concerne a rigorosa aplicaçãodas normas Europeias EN 806-3. Estesobredimensionamento é provavelmente devidoao facto de a mesma norma descrever com uma única tabela situações diferentes: asimultaneidade da utilização interna (relativa auma habitação) e a da utilização externa (relativa amais habitações).

9

Tab. 9 - ÁGUA FRIACaudais máximos em relação à carga unitária linear disponível (J)

20 0,180,48

0,330,57

0,690,68

1,040,76

1,950,89

3,881,06

5,951,18

9,091,31

10,831,37

30 0,220,60

0,140,70

0,860,85

1,290,94

2,421,10

4,821,31

7,391,46

11,291,63

13,461,70

40 0,260,70

0,480,82

1,000,99

1,501,09

2,821,28

5,621,53

8,621,70

13,161,90

15,691,98

50 0,290,79

0,540,92

1,131,11

1,691,23

3,171,45

6,331,72

9,711,92

14,832,14

17,682,23

60 0,320,87

0,591,02

1,241,23

1,871,36

3,501,59

6,981,90

10,712,12

16,352,36

19,492,46

70 0,350,94

0,651,10

1,351,33

2,031,48

3,801,73

7,582,06

11,632,30

17,762,56

21,172,68

80 0,371,01

0,691,19

1,451,43

2,181,59

4,081,86

8,142,21

12,492,47

19,072,75

22,732,87

90 0,401,08

0,741,26

1,551,52

2,321,69

4,351,98

8,672,36

13,302,63

20,312,93

24,213,06

100 0,421,14

0,781,34

1,641,61

2,451,79

4,602,09

9,172,50

14,072,78

21,493,10

25,623,24

110 0,441,20

0,821,41

1,721,70

2,581,88

4,842,20

9,652,63

14,812,93

22,613,26

26,953,41

3/4"21,7

1"27,4

1 1/4"36,1

1 1/2"42

2"53,1

2 1/2"68,7

3"80,6

101,694,4

108100,8

J(mm c.a./m)

G (l/s)v (m/s)

De (polegadas)Di (mm)

Tab. 10 - ÁGUA QUENTECaudais máximos em relação à carga unitária linear disponível (J)

20 0,190,52

0,350,60

0,740,73

1,110,81

2,080,95

4,151,13

6,371,26

9,721,40

11,591,46

30 0,240,64

0,440,75

0,920,91

1,381,00

2,581,18

5,151,40

7,911,56

12,071,74

14,391,82

40 0,270,75

0,510,88

1,071,06

1,611,17

3,011,37

6,011,64

9,221,82

14,082,03

16,792,12

50 0,310,84

0,580,99

1,211,19

1,811,32

3,401,55

6,771,84

10,392,05

15,872,29

18,922,39

60 0,340,93

0,641,09

1,331,31

2,001,45

3,741,71

7,472,03

11,452,26

17,492,52

20,852,64

70 0,371,01

0,691,18

1,451,42

2,171,58

4,071,85

8,112,21

12,442,46

19,002,74

22,652,86

80 0,401,08

0,741,27

1,551,53

2,331,70

4,371,99

8,712,37

13,362,64

20,402,94

24,323,07

90 0,421,15

0,791,35

1,651,63

2,481,81

4,652,12

9,272,52

14,232,81

21,733,13

25,903,27

100 0,451,22

0,841,43

1,751,72

2,631,91

4,922,24

9,812,67

15,052,98

22,993,31

27,403,46

110 0,471,28

0,881,50

1,841,81

2,762,01

5,182,36

10,322,81

15,843,13

24,193,49

28,843,64

3/4"21,7

1"27,4

1 1/4"36,1

1 1/2"42

2"53,1

2 1/2"68,7

3"80,6

101,694,4

108100,8

J(mm c.a./m)

G (l/s)v (m/s)

De (polegadas)Di (mm)

10

Aparelhos água fria água quente[l/s] [l/s]

Banheira 0,2 0,2Autoclismo WC 0,1 -Lavatório 0,1 0,1Bidé 0,1 0,1Lavatório de cozinha 0,2 0,2Máquina de lavar roupa 0,1 -Total 0,8 0,6

Troço água fria água quentede rede Gt Gpr Gt Gpr

A-B 1,6 0,70 1,2 0,60B-C 3,2 1,00 2,4 0,90C-D 4,8 1,25 3,6 1,10D-E 9,6 1,75 7,2 1,50E-F 14,4 2,15 10,8 1,85F-G 14,4 2,15 - -

1 2 3 A

B

C

DEH

FG

4 m 12 m 12 m

Contador

Desconector

3 m

5 m

2 m

3 m

3 m

Esquema altimétrico não em escala

Exemplo n° 1

Determinar o diâmetro dos tubos necessários paradistribuir água sanitária a um prédio de 18habitações iguais. Os aparelhos a servir e oesquema de distribuição estão representados nodesenho abaixo apresentado.Considera-se:

- sistema de distribuição a colectores;- tubagem até aos colectores em galvanizado;- tubagem de ligação colectores-aparelhos em

PEX;- comprimento dos tubos entre as colunas e o

aparelho mais desfavorecido = 12 m;- pressão disponível = 35 m c.a..

Determinação dos caudais totais (Gt) e deprojecto (Gpr)

Com a tab. 1 determinam-se os caudais totais deágua fria e água quente da habitação tipo.

Em seguida, calculam-se os caudais totais e deprojecto dos troços de rede que servem ahabitação mais desfavorecida, utilizando o gráficode pag. 4.

Determinação da carga total linear (Hlin)

Calcula-se com a fórmula (1) cujos parâmetros sãoiguais a:

Pdisp = 35 m c.a. (pressão disponível a montanteda rede);

Happ = 9 m c.a. (desnível entre a origem da redee o aparelho mais desfavorecido);

Pmin = 5 m c.a. (pressão mínima exigida a montantedo aparelho mais desfavorecido, tab. 1);

Hcomp = 8 + 6 = 14 m c.a. (perdas de carga docontador e do desconector, tab. 2).

11

1 2 3 A

B

C

DEH

FG

Ø 1"Ø 1"

Ø 1 1/4"Ø 1 1/4"

Ø 1"Ø 1"

Ø 1 1/4"Ø 1 1/4"

Ø 1"Ø 1"

Ø 1 1/4"Ø 1 1/4"

Ø 1 1/4"Ø 1 1/4" Ø 1 1/4"Ø 1 1/4"

Ø 1 1/2"

Ø 1 1/2"

Ø 1 1/4" Ø 1 1/4"

Ø 1 1/4"Ø 1 1/2"Gt = 14,40Gpr = 2,15

Gt = 0,80Gpr = 1,85

Gt = 7,20Gpr = 1,50

Gt = 9,60Gpr = 1,75

Gt = 3,60Gpr = 1,10

Gt = 4,80Gpr = 1,25

Gt = 2,40Gpr = 0,90

Gt = 3,20Gpr = 1,00

Gt = 1,20Gpr = 0,60

Gt = 1,60Gpr = 0,70

Gt = Caudal total (l/s)Gpr = Caudal de projecto (l/s)

Troço água fria água quentede rede Gpr Ø Gpr Ø

A-B 0,70 1” 0,60 1”B-C 1,00 1 1/4” 0,90 1 1/4”C-D 1,25 1 1/4” 1,10 1 1/4”D-E 1,75 1 1/2” 1,50 1 1/4”E-F 2,15 1 1/2” 1,85 1 1/2”F-G 2,15 1 1/2” - -

Obtém-se, então:

Hlin = (35 - 9 - 5 - 14) · 0,7 = 4,9 m c.a./m

Determinação da carga unitária linear (J)

Calcula-se com a fórmula (2) em que ocomprimento dos tubos (L), que ligam a origem darede ao aparelho mais desfavorecido, é dado pelasoma dos seguintes valores:

Le = 5 + 2 + 4 + 12 + 12 + 4 + 3 = 42 m(comprimento do troço G-F-E-D-C-B-A)

Li = 12 m (comprimento dos tubos entre ascolunas e o aparelho mais desfavorecido)

Obtém-se, então:

J = (4,9 · 1.000) / (42 + 12) = 90 mm c.a./m

O valor obtido (ver notas do respectivo capítulo)está incluído no campo de valores que permiteprosseguir sem ser necessário recorrer àpressurização da instalação ou a redutoras depressão.

Dimensionamento dos diâmetros

Ligação entre colectores e aparelhosEscolhem-se tubos em PEX com diâmetro de16/11,6 mm com base no caudal máximo dosaparelhos (igual a 0,2 l/s) e nos dados da tab. 6.

Ligação entre colunas e colectoresEscolhem-se tubos em ferro galvanizado comdiâmetro constante 3/4” com base no caudalmáximo dos colectores (igual a 0,8 l/s) e nosdados da tab. 4.

Redes principais de distribuiçãoCom base nos caudais de projecto e no valor de Je com as tab. 9 e 10, determinam-se os diâmetrosdos vários troços de rede. As mesmas tabelastambém permitem verificar o respeito pelos limitesde velocidade (ver respectivo capítulo).

12

1 2 3

A

B

C

DE

H

G Ø 1/2"Ø 1/2"

Ø 1/2"

Ø 3/8" Ø 3/8" Ø 1/2"

AS REDES DE RECÍRCULO

Permitem ter em circulação a água quente e,por isso, impedem que a mesma, estagnando,arrefeça. Deste modo, é possível assegurar umatemperatura da água quase sempre constantemesmo aos aparelhos mais afastados.Os caudais para o “recírculo” dependem de trêsfactores: (1) a extensão da rede, (2) o seuisolamento, (3) o gradiente térmico admitido entreo início da rede e o aparelho mais desfavorecido.Com esse gradiente térmico igual a 2°C e umisolamento “normal”, os caudais de recírculopodem ser determinados considerando valoresde 5 l/h para cada metro de tubo que compõe arede de distribuição de água quente.

Determinados os caudais, para a determinaçãodos diâmetros (e para o eventual equilíbrio) dasredes de recírculo, pode proceder-se como parauma instalação normal de aquecimento,considerando, por exemplo, uma perda de cargalinear constante de 20 m c.a./m (ver 2° CadernoCaleffi, no capítulo CIRCUITOS SIMPLES).

Exemplo n° 2

Calcular a rede de recírculo do exemplo n° 1.

Determinação dos caudais de recírculo

Troço AD: GAD = LAD · 5 = 19 · 5 = 95 l/h Coluna 2: G2 = 7 · 5 = 35 l/hTroço DE: GDE = GAD + G2 + LDE · 5 = 190 l/hColuna 1: G1 = 7· 5 = 35 l/hTroço EH: GEH = GDE + G1 + LEH · 5 = 250 l/h

Dimensionamento dos diâmetros

Determinam-se, considerando um valor de r = 20 mm c.a./m e utilizando a tab. 4 (válida paraágua a 50°C) do 1° Caderno Caleffi.

Troço AD: G = 195 l/h Ø = 3/8”Coluna 2: G = 135 l/h Ø = 3/8”Troço DE: G = 190 l/h Ø = 1/2”Troço EH: G = 250 l/h Ø = 1/2”

Para evitar que as colunas mais próximas“roubem” água à mais afastada, e dado que édifícil equilibrar colunas com caudais de 35 l/h,convém adoptar um diâmetro de 1/2” para acoluna mais desfavorecida.

Utilização

Os reguladores de caudal são utilizados em todosos casos de distribuição em que se pretendaassegurar um caudal constante de utilização

(instalações sanitárias, sistemasde irrigação, máquinas delavar roupa, etc.).Permitem economizar águapotável; de facto, mantêmconstante a distribuição,mesmo com as utilizaçõescompletamente abertas,independentemente davariação da pressão dealimentação.Para além disso, reduzemconsideravelmente o ruído do

fluxo, mantendo-o nos níveis estabelecidos pelasnormas DIN 52218.Além disso, com a pressão de 0,5 bar, osreguladores garantem o caudal, que se mantémmesmo com o aumento da pressão dealimentação a montante do dispositivo.

Gama de reguladores

Os reguladores são produzidos numa gama decaudais que se diferenciam pelas cores:

verde 12 l/min amarelo 5 l/minpreto 16 l/min branco 8 l/minazul 10 l/min vermelho 12 l/minazul escuro 16 l/min lilás 18 l/min

Instalação

Nos exemplos de instalação abaixo apresentadossão indicadas algumas aplicações possíveis doregulador. As suas reduzidas dimensões permitema sua montagem externa à vista.

Curvas características de funcionamento

G (l/min)

2

0

568

1012

1618

∆p

(m c

.a.)

5 10 15 20 25 115

1203 70

0

VANTAGENS DERIVADAS DA INSTALAÇÃO DEREGULADORES DE CAUDAL

☛ Economia na utilização da água potável

☛ Distribuição constante quando varia o número de utilizações

☛ Distribuição constante quando varia a pressão

Reguladores de caudal

13

933Caixa terminal com joelho na dimensão1/2” F x 23 p. 1,5, disponíveis as versões com ousem canhão de 10 mm. 349

Colector simples, componível.Na dimensão de 3/4”, disponível com 2, 3, 4 e 5saídas de 23 p.1,5 com entre-eixos de 35 mm.

353Colector simples de 3/4”, componível com válvulas de corte. Disponível com 2, 3, 4 e 5saídas de 23 p.1,5 com entre-eixos de 35 mm.

592Colector simples de 1”, componível. Disponível com 2, 3, saídas de 3/4” com entre-eixos de 60 mm.

385Torneira de esfera paraintercepção de colectores.

9335Caixa terminal com joelho na dimensão 3/4” F x 3/4” F. Para ligação a tubagemPEX até 20 mm e com autilização de união 3/4” x 1”possibilita a ligação atubagem PEX de 25 mm.

680Adaptador auto-ajustável nas dimensões de 23 p.1,5para tubagem PEX de 12 mm a 20 mm.Modelo não-ajustável para tubagem PEX de 25 mm.

360Caixa plástica para colectores dobrável.Dimensões 320 x 250 x 90 mm ou 500 x 250 x 90 mm.

Componentes para instalações hidro-sanitárias com tubagem PEX

14

15

Este tipo de instalação é composto por:

• colectores de distribuição de águaquente e fria dos quais partem asderivações aos vários aparelhosutilizadores.As derivações podem eventualmenteser interceptadas.

• tubagens em material plásticoinseridas em mangas protectoras.Em caso de necessidade, a tubagempode ser desenfiada da manga esubstituída.

• joelhos de parede para a ligaçãodos aparelhos sanitários. Estesjoelhos são inseridos em caixasprotectoras em material plástico.

Estes sistemas de distribuição, já deuso corrente, permitem servir os váriosaparelhos com o correcto caudal de águae possibilitam facilmente as intervençõesde manutenção e reparação.

As instalações hidro-sanitárias com tubagem PEX

ESQUEMA DEMONTAGEM

LIGAÇÃOCALDEIRA

LIGAÇÃO DEJOELHOS TERMINAIS

PARTICULARIDADES DOJOELHO TERMINAL