Upload
doanhuong
View
221
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
História da Habitação e Mobiliário
Antonio Castelnou
AULA 06
Renascença Francesa
Na França, o Renascimento ocorreu no século XVI, iniciando-se com as expedições militares dos reis Charles VIII, Louis XII e, depois,
François I na Itália, cujo aprendizado foi trazido primeiro ao Val de Loire (1495-1525).
Entre 1508 e 1530, vários castelos (châteaux) foram construídos ao logo de todo o vale do rio
Loire, os quais passaram a incluir elementos clássicos, como colunas e pilastras decoradas,
painéis enfeitados e ornatos esculpidos.
Val de Loire Nantes Angers Tours Blois Orléans
Château de Blois (1508/20,
Vale do Loire França)
Diferentemente dos castelos medievais, esses
PALACETES franceses
possuíam amplas janelas e ricos jardins, substituindo os tradicionais fossos de
proteção por lagos ornamentais e as torres de menagem por mirantes.
Philibert de l’Orme (1514-70) Château de Chenonceau
(1515/21, Vale do Loire Fr.)
A maioria dos castelos do vale do Loire foi construída de pedra calcária branca, além de pequenas placas de ardósia negro-púrpura nos telhados, geralmente
íngremes e formato cônico, chaminés e águas-furtadas.
Château de Chambord (1519/39, Vale do Loire Fr.)
Domenico de Cortona (1465-1549)
Aos poucos, a influência italiana chegou à Île-de-
France (1527-40), onde se fundou um centro
decorativo de repercussão
internacional: a ESCOLA DE FONTAINEBLEAU.
Contudo, foi somente a partir de Henri II (1519-
59) que os franceses finalmente criaram uma arte
própria e original.
Château de Azay-le-Rideau (1518/27, Vale do Loire França)
CHÂTEAU DE FONTAINEBLEAU
FONTAINEBLEAU lançou as fórmulas de um estilo que se impôs ao resto da Europa,
graças à aliança de estuque e afrescos italianos com lambris e trabalhos em madeira dos
assoalhos e tetos.
Com o tempo, o palácio urbano (palais) acabou substituindo o castelo
(château), passando seus cômodos a serem mais
especializados.
Château de Fontainebleau (1547/70)
Uma nova geração de artesãos franceses passou a ser
reconhecida internacionalmente, como: Philibbert de L’Orme
(1500-70), Jean Bullant (1510-78) e Pierre Lescot (1515-78), além do escultor Jean Goujoun (1510-76).
Baseados em motivos naturalistas, inspiraram-se em
arabescos, ovais e frutas (maças e peras). Trabalhou-se muito com talhas, estuques, marcheterie, veludos, tecidos
brocados e couros policrômicos.
Jean Goujoun (1510-76) Les Quatre Saisons (1547, Musée Carnavalet, Paris)
Lambris
A decoração renascentista francesa foi marcada por
FOLHAGENS ESPIRALADAS, que recebiam putti italianos,
pássaros e máscaras, além de cártulas (folhas de papel
enroladas nas extremidades), arcaduras (várias arcadas
pequenas sobre consolos ou colunas) e famas (pedras
angulares contornando óculos).
Putti decorativos
Os principais móveis foram a cadeira, a mesa, a cama e o
cabinet (gabinete), cujos pés eram torneados, compostos por colunas e estrias em espirais ou
linhas retas.
Os assentos podiam ser trançados ou em couro
estampado e tachas (guademecil), conhecidos como
GUADAMÉS, de inspiração
íbero-mulçumana. Usava-se a muito a talha em madeira (ébano, nogueira e cedro).
Cabinet
Além da madeira entalhada e incrustada, fazia-se uso da estucada, através de uma mistura de gesso, cal e pó-de-mármore, com aplicação de uma fina folha de ouro. Como
tecidos, empregavam-se brocados, trançados e couros repuxados e policromados.
Chaise Caquetoire
Buffet
Banco-arca
Estilo Louis XIII
Derivado do Renascimento francês, era um estilo frio, sóbrio
e desprovido de riqueza imaginativa, reflexo da vida
severa do início do século XVII.
Ligando-se ao reinado de Louis XIII (1601-43), que durou de
1610 a 1643, apresentava interiores de formas rústicas,
de tetos em lambril e móveis com pernas torneadas,
Os interiores Louis XIII ofereciam um rigoroso repertório de
BOSSAGENS (saliências ou reforços dos cantos com pedra
bruta ou talhada), além do uso combinado de tijolo e pedra em molduras (ensambladuras), o que suscitava aparelhamentos
salientando divisões verticais e horizontais (ombreiras).
ensambladuras
bossagens ombreiras
No mobiliário, fazia-se o uso de madeiras
maciças, assim como da marcheterie e de
placas esculpidas em baixo-relevo.
Além de estofamentos em tecido e couro, a
madeira torneada aparecia nos montantes
dos pés, suportes dos braços e travessas em
forma de H.
Tables Louis XIII
Ornato em vaso, pião ou pinha
Fauteuil Louis XIII
Chaise Pés torneados
Volutas
De concepção arquitetural, as escrivaninhas (bureaux),
cômodas (commodes) e armários (armoires) eram enriquecidos de colunas,
frontões, pilastras, balaústres e nichos.
Eram ainda móveis pesados e rígidos, enfeitados com molduras, medalhões e entalhes geométricos,
principalmente painéis de losangos e triângulos.
Commode
Armoires
Bureau
A cadeira de braços (fauteuil) – futura poltrone – apareceu com assento retangular baixo; espaldar
reto e largo; braços perpendiculares e
retilíneos; e hastes das pernas em forma de H.
Seus pés eram pouco decorados, da mesma
maneira que as traves de sustentação, havendo 02
tipos de pernas: em rosário (contas) e em espiral.
Fauteuil Louis XIII
Pés em espiral
Pés em rosário
Tambouret
Tanto as cadeiras de encosto (chaise) como as de braços (fauteuil) tinham guarnição de couro ou assentos estofados em
tecido bordado, presos com pregos. Como enfeites fixos apareceram as listras, o Ponto de Hungria, flores e frutos, além
de franjas de linho ou algodão, soltas ou em nós.
Fauteuil
Chaises
Poltronas de Transição Louis XIII-XIV Espaldar inclinado, travamento encurvado e pernas em S estirado
Armoire
Estilo Louis XIII
Fauteuil
Tables
Buffet
Chaise
Tambouret
Renascença Inglesa
Na Inglaterra, sob o reinado de Henrique VIII (1491-
1547), que durou de 1509 a 1547, subsistiram ainda os traços medievais, os quais
passaram a ser substituídos pelas formas clássicas
somente na época elisabetana, na segunda metade do século XVI,
originando o ESTILO TUDOR.
Rainha Elizabeth I (1533-1603)
Tudor Rose
Tudor Table