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Histórias de Aventuras • 7º ano B

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Histórias ilustradas e criadas pelos alunos do 7º ano da Escola Vera Cruz.

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Tudo pode acontecer •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 6

Em busca das batatas da salvação • • • • • • • • • • • • • • 22

Um colar, um amor, um dest ino •• • • • • • • • • • • • • • • • • 32

O desaf io no vale da morte •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 52

O reino dos mortos •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 67

Meu nome é Lee •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 78

Em busca do remédio •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 88

Far Cry • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 100

historias de aventuras

7o ano B

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Apresentação

O livro Histórias de aventuras é o resultado de um longo processo vivido pelos alunos durante este ano, em relação à leitura e ao estudo das narrativas de aventura, entre eles os romances clássicos dos autores do século XIX, as histórias contemporâneas de aventura, que recorrem a elementos fantásticos e mágicos, até chegarmos aos relatos verídicos.

A produção escrita de um texto de aventura envolveu diferentes etapas de trabalho individuais e coletivas, que solicitaram dos alunos muita perseverança e dedicação. Cada classe se organizou em pequenos grupos, as “oficinas de texto”, com propósito de elaborar coletivamente a trama de uma história de aventura, delineando seus personagens, seus cenários, o contexto histórico, o conflito e o desfecho, com a finalidade de se basear nesse roteiro coletivo para a escrita das produções individuais.

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Essa vivência proporcionou aos alunos condições de apresentar suas ideias, ouvir as dos colegas, trocar opiniões e, dessa forma, permitir que os escritores, durante a produção individual, pudessem enriquecer o roteiro original, valendo-se de seus recursos pessoais de estilo e de linguagem.

Depois de produzidos, os textos de cada aluno passaram por momentos de leitura nos grupos de criação, com a intenção de apontar aspectos que poderiam ser melhorados, sempre considerando o roteiro original.

Este livro reúne uma produção de cada grupo de criação, após uma seleção feita pelos professores e alunos. O texto selecionado passou por uma nova leitura e revisão do próprio autor, de acordo com a última versão produzida. Ainda assim, alguns textos apresentaram algumas incorreções gramaticais e/ou estilísticas, o que se deve a nossa intenção de respeitar o limite das possibilidades de cada autor-revisor.

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Tudo pode

aconTecer

Sofia Stifelman

Luzia Barros

Juliana Chaves

Sofia Mazzucchelli

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No ano de 3117, na cidade de Berlim, quatro jovens que não se conheciam, jogavam videogame online, juntos, no Xbox 10032.

Apesar de jogarem o mesmo videogame, esses quatro jovens eram muito diferentes.

Peeta Malik era um garoto forte, moreno, muito bonito, alto, musculoso e tinha um topete, olhos verdes, era ciumento, determinado, bem humorado e tinha 18 anos.

Luna Styles Payne era uma garota era pequena, ruiva, tinha olhos verdes e pele bem clara, tinha sardinhas na bochecha, era bem forte, muito bem humorada e tinha 16 anos.

Já Jenny Tomlinson era muito diferente, loira de cabelos lisos, era alta e tinha olhos castanhos, pele bronzeada, apesar de ser medrosa, era inteligente e tinha 15 anos.

Derek Horan era moreno, tinha 19 anos, uma pele clara e era bem musculoso, seus olhos eram cor de mel, embora desatendo, tinha espírito esportivo.

Em uma tarde qualquer em que estavam jogando, foram repentinamente sugados

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para dentro dele. Cada um dos jovens foi levado sozinho para salas diferentes. Quando chegaram, as regras do jogo que participariam estavam na frente de cada um, entalhadas em um pedaço de madeira:

•Ojogoera2Vs2;

•Ojogocontinuaatéapenasumtimesobrar;

•LunaeDerekXPeetaeJenny;

•Nofimdojogoapenasquemsobreviver irá se lembrar do aconteceu.

Todos os jovens olhavam para as regras com uma expressão assustada, pareciam desesperados. Uma voz anunciou que cada jogador iria conhecer seu time. Uma parede das salas se abriu, Luna e Derek se conheceram, ambos vestiam um uniforme verde camuflado. Jenny e Peeta se conheceram também,usavamumuniformepreto.

Novamente a voz misteriosa anunciou que o jogo começaria em um minuto e que eles teriam que entrar em um pequeno elevador para serem levados para o “campo de batalha” onde o jogo ocorreria. Cada um entrou na

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cápsula, que decolou e todos puderam ver uma floresta lotada de árvores grandes, mas foram interrompidos pela contagem regressiva…

10…9... 8…7... 6…5... 4...3... 2... 1!!

Peeta e Jenny correram para a floresta, mas Derek e Luna foram em outra direção.

As duplas estavam totalmente perdidas, porque na verdade esses garotos viviam na cidade e nunca se “aventuraram” fora de lá, o que na verdade, foi muito prejudicial, pois não sabiam para onde ir e o que fazer.

Peeta conseguiu subir em uma árvore, pois fazia aulas de escalada quando pequeno e jogou uma corda para Jenny subir, assim estariam seguros.

Passou o dia sem nenhum acontecimento. Masninguémsabiaoqueoamanhãplanejarapara eles.

Sem saber as horas, Luna acordou sem saber onde estava. Lembrou-se do que aconteceu: Ela e mais três pessoas, não se sabe como, foram parar dentro de um videogame, estavam no meio de uma floresta, prestes a

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combater outros jovens de seu país, aquilo era estranho, mas desafiador. Luna gostava de desafios, então resolveu dar tudo de si nesse jogo. Ganhando ou não, ela queria provar o quanto boa ela poderia ser se focasse em apenas um objetivo.

Enquanto Jenny pensava no que iria fazer, Peeta estava planejando como poderiam ganhar o jogo, ele rabiscava no chão com um graveto, mas não tinha a mínima vontade de machucarninguém,principalmenteameninalinda que estava com o outro menino, ela era com certeza mais forte e experiente do que Jenny, o que deixou Peeta bem irritado.

Durante esse tempo, Luna e Derek estavam apenas consolando um ao outro, dizendo que no fim daria tudo certo.

Peeta e Jenny estavam na floresta procurando abrigo e os adversários para poder localizá-los. Jenny estava querendo matar todo mundo e acabar logo com isso, mas não conseguiria sozinha, precisaria de Peeta, mas ele não gostava desse tipo de coisa. Era superdoceecalmo,podiaatésermuitoforte,mas mesmo assim não era nada agressivo ou

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nervoso. Não via a hora de sair logo do jogo e voltar para sua casa e a sua vida normal, mas prometeu para si mesmo que, assim que saísse de lá, iria se tornar um jovem mais saudável.

TudoparecianormalatéquederepenteJenny e Peeta repararam nas coisas a sua volta. Osdoisviramquehaviaumacavernapróximaa um riacho, essa caverna atraiu a curiosidade deles, que lá entraram sem saber para onde estavam indo. Aquela caverna era diferente de tudo que haviam visto em todas as suas vidas. Nela havia um lago de cor escura, mas de longe, apenas de longe, parecia muito mais belo de que realmente era, de perto havia umas pedras estranhas.

Quando olharam para trás em busca da saída da caverna, perceberam que várias pedras cobriam-na. Sem saber o que fazer, Jenny e Peeta avistaram um rio e concordaram em atravessá-lo à procura de outra saída. Depois de certo tempo, perceberam que já haviam percorrido a maioria da caverna em busca de ajuda. Estavam quase desistindo quando um vulto pavoroso e horrendo apareceu na frente deles. Jenny se colocou atrás de Peeta, que estava com medo, mas

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tentandomanter-seforte.Ovultodisseaosrapazesqueelesópoderiatirarumapessoade dentro dessa caverna, então Jenny saiu correndo de trás de Peeta e foi em direção ao rio de almas onde mergulhou, ficou sem ar e morreu afogada, propositalmente, pois não queria sacrificar a vida de Peeta, o que foi um bonito e trágico gesto.

Quando o jovem olhou para trás e viu sua pequena amiga se afogando por sua causa, ficou totalmente desolado e disse que um dia, qualquer dia fora desse videogame, iriam seencontrareeleretribuiriaosacrifício.Ovulto falou para Peeta que ele seria levado à superfície, então eles subiram e em um piscar de olhos chegaram ao destino.

A voz misteriosa do jogo anunciou que um dos componentes do time preto estava morto.

Assim que Luna ouviu a tal voz anunciando a morte de um dos integrantes do time preto, se sentiu imensamente feliz por saberqueestavamganhando,atésedarcontade que poderia ter sido aquele lindo garoto com quem trocara calorosos olhares no início do jogo.

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Então Luna olhou para Derek e juntos decidiram que iriam seguir em frente, pois precisavam ganhar o jogo, para voltar logo ao mundo real que agora parecia tão distante.

Derek e Luna estavam com fome, o que o fez procurar comida, enquanto Luna ficava de guarda, caso visse alguma coisa. Em uma árvore baixa e escura havia uma flor com uma aparência deliciosa, mas havia apenas uma. Derek sem nem pensar em oferecer à Luna, colocou a flor, que parecia ser uma flor delótus,inteiranaboca.Porumafraçãodesegundo sentiu um gosto tão bom quanto sua aparência, mas assim que esse gosto sumiu, uma terrível dor invadiu o seu corpo e de repentetudocomeçouaescurecer,aténãosentir mas nada, apenas a solidão da morte.

Lunaestavabematéouvirnovamenteavoz misteriosa falar que mais um competidor havia morrido, mas que agora a regra do jogo seria diferente:

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• ojogocontinuariaatérestarapenasum participante vivo.

• somentequemganhasseiriaselembrar do que aconteceu durante o jogo, os outros voltariam a ter uma vida normal, sem nenhuma lembrança.

Luna e Peeta começaram a andar desnorteados, sem rumo e sem saber o que fazer.Osdoistiveramaideiadeiraolugaronde tudo começou, no local em que a cápsula os deixou, onde houve a primeira troca de olhares, e a última…

Ao chegarem lá, em vez de tentarem matar um ao outro, apenas correram para um longo abraço apertado. Ao se afastarem, olharam-seeaproximaram-sedevagaratéestarem com os lábios colados em um longo beijo apaixonado. Entreolharam-se e ficaram um pouco sem graça, sem entender o que tinha acontecido. Mesmo assim, eles já sabiam o que iria acontecer no final do jogo, algum dos dois teria de morrer…

Eles continuaram o caminho, mas dessa vezjuntos,atéencontraremumapequenatrilhanochão,comosealguémtivessepassado

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por ali, e de mãos dadas eles foram seguindo o caminho. Enquanto isso, para se distraírem, Peeta falou um dos poemas que ele havia feito paraLuna:"Oamornãocorrespondidoéumador,umtédiosemremédio,comoumprédiodesabando, e assim sigo te amando, sendo deixado de lado, sem ser amado."

Luna adorou a poesia, mas nem teve tempo de elogiar, pois avistaram ao longe uma espéciedemurobemalto,comumapequenaentrada no meio. Ele parecia ser ∞infinito∞ e o único jeito de passar dali era atravessando-o.

Peeta e Jenny resolveram entrar e perceberam que o grande muro fazia parte de um imenso labirinto.

Decidiram separar-se, cada um para um lado, pois seria um jeito mais fácil de chegar ao centro. Essa era a única chance que os dois tinham de poder viver em sua cidade, normal, e juntos, pois caso contrário um dos dois não se lembraria do que aconteceu. A dúvida era o que encontrariam no meio do labirinto, que poderia ser algo bom ou ruim, não se sabia. A única coisa que Luna, por precaução, fez, antes de entrar no labirinto, foí colocar no bolso

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umapequenaflordelótusqueachounomeioda trilha, que por acaso era do mesmo tipo que fizera Derek morrer.

Osdoisentrarampelaportademãosdadas, e cada um andou para um lado, os dois se olharam fixamente pela última vez antes de seguir seu caminho. Às vezes, os dois se perdiam,masdepoisachavamseurumo.Olabirinto era muito complicado, nele existiam vários espelhos que refletiam as pessoas que já haviam morrido no videogame.

Luna encontrou o último espelho e lá tinha uma imagem de Derek, seu parceiro morto. Lágrimas começaram a se formar em seus olhos, assim que se recuperou, seguiu seu rumo.OmesmoaconteceucomPeeta,avistouno último espelho uma imagem de Jenny, a menina maravilhosa que se sacrificou por ele, o que o fez entristecer-se ao se lembrar desse ato. Depois de se recuperar, seguiu o seu rumo.

Osdoispararamemfrenteaovidro,masoúnicoproblemaéqueparaPeetaapareciaa imagem de Luna e para Luna aparecia a imagem de Peeta. Dessa maneira, cada um

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achava que o outro estava na imagem do espelho, ou seja, cada um achava que o outro havia morrido. Em um ato de desespero Luna decidiu se matar com Peeta, que ela achava que estava morto, enfiou a flor inteira na boca eengoliu,sempensarduasvezes.Apósalgunssegundos caiu morta no chão.

A expressão de Peeta foi inexplicável, ele entrouempânico.ApósalgunsminutosPeetateve a ideia de quebrar o espelho de tanta raiva, assim conseguiu ver Luna deitada no chão. Então tudo que precisava saber passou pela sua cabeça e descobriu tudo, o vidro não era espelho. Anteriormente, Luna não estava morta, mas agora estava, e se sentiu totalmente culpado, um lixo de novo.

Apósaproximadamentedoisminutos,umapequenacaixaapareceuaospésdePeeta,ele a pegou com as duas mãos firmemente e abriu, dentro havia um bilhete:

"MeusparabénsPeeta,vocêconseguiuganhar o jogo, nos desculpamos pela morte de sua amiga, mas ela não se lembrará de nada, nesse momento ela está adormecida no sofá de sua casa. Dentro desta caixa tem um diamante,

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apóscolocá-loemsuabocaeleficarácomconsistência de chiclete. E para podermos recompensar a morte de sua amiga lhe daremos o endereço de sua casa e seu telefone. Obrigado,DGVIGDU&CIA(direçãogeraldevideogames intergalácticos do universo e Cia.)"

Peeta fez o que a carta mandava, colocou o diamante na boca e para sua surpresa ele realmentepareciaumchiclete.Apósalgunssegundos acordou no sofá de sua casa, no meio da noite e sozinho. Então percebeu que tinha um pequeno papelzinho em seu bolso. Era o papel que tinha o telefone e o endereço de Luna. Peeta como estava com sono e era tarde decidiu que iria descansar um pouco, de manhã procuraria Luna.

Assim que acordou, foi caminhar pela rua e tentar descobrir qual era a casa de Luna já que, como estava escrito no papel, ela morava na rua paralela à dele. Assim que chegou à rua indicada, viu de longe uma menina linda e logo pode perceber que era ela, instantaneamente sentiu uma vontade de sair correndo para abraçá-la, mas ela não devia fazer ideia da existência dele e nem do que passaram juntos.

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Peeta passou dias observando Luna na calçada, quando teve a ideia de escrever uma carta e mandá-la pelo correio.

“Luna, você não deve saber quem sou eu, mas caso isso te ajude:

"Oamornãocorrespondidoéumador,umtédiosemremédio,quenemumprédiodesabando, e assim sigo te amando, sendo deixado de lado, sem ser amado." - Peeta Malik

Somos uma dupla, e sempre seremos. Com amor, Peeta

No dia seguinte quando Luna foi olhar seu correio, leu a carta, e quando terminou, o brilho havia voltado aos seus olhos.

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Em busca

das

batatas da

salvaçao

Fábio Motta

Laura Novelli

Guilherme Aranha

Rafaela Basso

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No reino de Atristen, havia um camponês de 16 anos, chamado Henrique Gonçalves, um menino alto, forte e corajoso. Morava com seus pais e seus quatro irmãos, e deles, era o mais velho.

Certo dia, o rei comunicou aos moradores da vila que estava doente, e que concederia ao cidadão que conseguisse curá-lo, a honra de ocuparseucargoapóssuamorte.

Então, Gonçalves decidiu que iria sair em busca das batatas da salvação, elemento místicodoqualsuamãelhecontarahistóriasna sua infância.

Nodiaseguinte,apósterarrumadosuaspoucas e míseras coisas, saiu em seu cavalo roubado do vizinho, em busca das batatas místicas, que, atualmente, se localizavam na floresta úmida do Alabaia.

Aopôr-do-sol,apóschegaràfloresta,Henrique fez um abrigo para passar a noite.

De manhã, ele alimentou seu cavalo com algumas frutas tropicais que tinha achado na floresta, e então o montou e seguiu em frente. Mas, como estava na mata, achou

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melhorseguirapé.Eentãofinalmenteseguiuem direção ao monte Catatua, onde esperava encontrar as batatas.

No caminho, não resistiu à tentação de parar para observar as coloridas borboletas que o rodeavam, de ouvir o som dos passarinhos cantando, das ondas da cachoeira distante batendo nas duras rochas, de sentir a imensidão da floresta. Henrique observava a exuberante floresta, uma das poucas partes do mundo onde ainda existia a essência da natureza.

Pouco adiante, encontrou uma cobra, mais exatamente uma longa jiboia, meramente camuflada em meio às folhagens secas verde-amarronzadas.

Com medo da cobra, fugiu, correndo pela floresta. Quando achou que a cobra teria ido embora, resolveu parar de correr, mas ela aindaestavapróxima,tentoufugir,masseencontrava cercado, um morro atrás e a cobra na frente.

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Então Henrique resolveu lutar, pegou um tronco e tentou bater na cobra, que desviou e deuumbote.Eletambémdesviou,e,quandoela deu o segundo bote, jogou o tronco em sua cabeça, esmagando-a.

Vendoqueestavalivredacobraresolveuseguir seu caminho e subiu a montanha.

A montanha era coberta com uma terra escura, mais escura que o normal, então achando que estava no caminho certo continuou a subir.

Ele andou uns cem metros e finalmente encontrou um labirinto. Assustado, pensou se conseguiria sair dele sem problemas. Ficou uns dez minutos relembrando da mitologia, da lenda do Minotauro, em que um dia ele achou a saída e assustou a todos, mas que depois foi colocado de volta ao seu devido lugar. Então respirou fundo e seguiu adiante.

Olabirintoeragigante,umlugaraoar livre todo iluminado pela luz solar, cada passo que ele dava tinha a sensação de errar o caminho e não conseguir mais voltar. Na primeira tentativa ele realmente errou, e teve de voltar atrás, pois como o labirinto era

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imenso, Henrique não conseguia ver outro caminhoanãoserretornar.Issoocorreunas dez tentativas seguintes e assim voltava tudo o que havia percorrido. Cada vez mais, Henrique ficava irritado e com medo da lenda do Minotauro. Na última tentativa, ele já estava bastante cansado e temeroso, a ponto de pensar em retornar ao reino sem conseguir curar o rei e não ganhar o almejado título.

Mas de repente, uma coragem lhe invadiu o coração, e ele foi tomado por uma imensa força de vontade de conseguir ser rei, e o temor foi passando aos poucos. Quando ele se dissipou totalmente, Henrique enfrentou novamente o labirinto. Mas desta vez tinha a total certeza que realizaria essa proeza. Assim, desta vez sem medo, foi caminhando pelo labirinto escolhendo os caminhos menores e mais escondidos. Passados vinte minutos desta incansável busca, finalmente avistou as primeiras sombras de árvores e montanhas. Havia obtido sucesso em sua missão, chegara ao outro lado do labirinto.

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Porém,repentinamentesedeparoucomum duende de roupa verde e com uma barba queencostavanochão.Opequenologoseaproximou para anunciar com uma voz ríspida e autoritária:

– Se daqui você quer continuar, a charada vai ter que adivinhar.

Ele estranhou um pouco no começo, mas depois entendeu, e curioso disse :

–Tudobem,então,medigaqualéacharada?Oduende,muitoapressadojáfoi logo dizendo:

-Oqueé?,Oqueé?,quequantomaiságua você coloca nela, menos água tem?

Henrique pensou, pensou e pensou, mas não conseguiu adivinhar a charada.

Então o duende começou a falar:

–Vocênuncavaiadivinharémuitodifícil, está perdendo seu tempo.

Henrique contrariado respondeu:

–Não,nãovoudesistiratéconseguiroque quero.

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Ele pensou mais um pouco e teve uma ideia, então falando consigo mesmo disse:

-Espera,nãoestouusandoalógica,tenhoque me concentrar nas pistas que ele me deu: - Quanto mais água colocamos menos tem, então éumobjetofurado...Éumapeneira,deduziu.Então perguntou para o duende:

Poracasooobjetoéumapeneira?

Espantado, o duende disse:

-Eunãoseioqueéessataldelógica,masvocê pode seguir em frente.

Então o jovem rapaz agradeceu ao duende e seguiu em busca das batatas da salvação.

Entrou em uma sala mal iluminada feita deparedesdepedrabruta.Observouamesaasua frente onde havia cinco cestas trançadas com palha. Na primeira havia batatas de ouro, na segunda de prata, na outra, normais e na última, batatas sujas e machucadas.

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No início pensou em levar as de ouro, outalvezasdeprata,masapóspensar bastante resolveu que seria melhor levar as sujas e machucadas, afinal aparências geralmente enganam.

Henrique passou um dia descendo a montanhaapé,nodiaseguintereencontrouseu cavalo, e continuou a jornada galopando.

De volta a Atristen, encontrou a populaçãotristeequieta,masaoinvésdeparar para perguntar qual o ocorrido, rumou em direção ao castelo real.

Chegouláexigindofalarcomorei,porémfoi recebido pelo cardeal.

-VossaEminência,rumeiporterrasdesconhecidas atrás de uma cura para majestade, e tenho o prazer de dizer que a encontrei - falou mostrando o conteúdo da cesta que levava consigo.

-Asbatatasdasalvação!!Parabénspelogrande feito, falarei para o rei que venha rápidoparatestaresseremédiomilagroso.

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Não demorou muito para que o rei, cansado e muito enfermo, chegasse amparado e ansioso para testar as batatas.

Oreiordenouqueasbatatasfossemcozidasimediatamente e servidas à mesa. Tão logo deu a primeira mordida seu rosto pálido começou a adquirir uma cor rosada e suas rugas foram sumindo aos poucos... Depois da terceira mordida a majestade estava totalmente curada eaparentandoótimasaúde...

Em pouco tempo o reino sabia que o rei estava curado, mas foram surpreendidos ao saber que o rei, embora saudável, havia abdicado de seu trono em favor de Henrique Gonçalves.

Conta a lenda que Henrique reinou com muita sabedoria e que se tornou o melhor amigo do rei por muitos anos mais.

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Um colar,

Um amor,

Um destino

Manuela Pinto

Laura Coelho

Iara Sennes

Marcela Mattar

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Senti um tranco no assento, havíamos pousado.

MeunomeéAriel.ArielBrooks.Vivoemum planeta ainda pouco conhecido, chamado Zetra. Não sou 100% zetriana, minha mãe éterráquea,masmeupaiézetriano.Meuscabelos são ruivos e compridos. Meus olhos são extremamente azuis. Sou baixinha, mas durona e muito corajosa.

Pousei na Terra em companhia de meus melhores amigos Logan e Thalia e da minha irmã mais nova, May.

ViemosparaaTerraemumamissãomuitoperigosa. Minha mãe nasceu nos Estados Unidos, um país da Terra, para ser mais exata, ela veio de uma cidadezinha da Carolina do Norte.

Apóseufazer16anos,mecontouumsegredo. Falou que quando ela tinha minha idade,suamãe-minhaavó-lhecontouquenossa família possuía um colar que passava de geração em geração, e sempre para o primeirofilhooufilha,equeéextremamenteimportante para a família. Falou que quando foi para Zetra, casar-se com meu pai, o deixou

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em um lugar muito protegido para não perdê-lo.Essecolarécomosefosseumdesafioparacada integrante da família, para prepará-lo para o mundo lá fora, e que já havia passado por isso.

Logan e Thalia se ofereceram para vir comigoeMay,queéextremamentechegadaamim,falouquegostariadevirtambém.Depoisde tanto insistir meus pais deixaram.

Nós,zetrianos,somosidentificadosporduascoisas:Todospossuímosum“Ω”(um“Z”zetriano), tatuado na mão esquerda e quando ficamos nervosos, bravos ou com medo, nossos olhos ficam vermelhos.

Caminhamosatéoprimeirohotelqueencontramos, fizemos o check-in, falando que éramosestrangeiros,comdocumentosfalsosque minha mãe havia nos dado.

Logo depois, fomos em direção ao elevador.Olocalestavaocupadoapenaspordois garotos. Um dele era alto, forte e negro. E o outro me chamou muita atenção, possuía cabelos castanhos escuros com um topete. Seus olhos eram azuis e eu não conseguia parar de olhá-los.Ogarotomefitavaeeuaele.

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Quandoeleviuqueeutambémoolhava,abriu um grande sorriso. E que sorriso... Ele tinha covinhas!

OlheiparaThalia,elaconversavacomMay sorridente. Depois olhei para Logan, seus olhos estavam começando a ficar avermelhados,oqueofezcolocarosóculosescuros que carregava consigo.

Volteiaolharparaosdoisgarotos.Onegro olhava para o amigo com um sorriso malicioso, já o outro, percebendo que eu o observava, olhou para baixo e ficou olhando paraseuspéscomoaspessoasfazemquandoestão envergonhadas.

Finalmente, chegamos ao nosso andar, que felizmente era o mesmo dos meninos. Seguimosatéofinaldocorredoreeu,Thalia,LoganeMayentramosnonossoquarto.Odosgarotos era no outro lado do corredor.

Comecei a observar May e Thalia quando já estávamos no quarto. May era uma mini cópiaminha.Cabelosruivoscompridos,sardinhasnorostoeolhosazuis.Seninguémnosconhecesseestavanacaraqueéramosirmãs. Logo depois olhei para Thalia, ela

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possuía cabelos loiros, extremamente lisos que me davam inveja, olhos castanhos escuros e grandes, que faziam com que parecesse totalmente inofensiva. Ela era o ser mais medroso que já conheci.

Depois olhei para Logan, que agora estava deitadoemumacamadesolteirovendoTV,erao segundo garoto mais bonito que já conheci, pois agora estava perdendo do garoto do elevador. Tinha cabelos pretos bem escuros que estavam arrumados em um topete. Seus olhos eram extremamente verdes. Seu olhar era muito sedutor, mas ele não era meu tipo…

Fomos para nossas camas. Pressionei meus olhos tentando dormir, mas nada. Estava com um pressentimento de que algo ruim iriaacontecer.OlheiparaMayeelajádormiaprofundamente abraçada com um bichinho depelúciaquehaviatrazidodeZetra.OlheiparaLoganeThalia,elestambémdormiam.Levantei com cuidado para não acordá-los e fui andando para a porta do quarto. Segui em direção ao pequeno jardim que se encontrava perto da piscina do hotel.

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A noite estava linda e estrelada. Comecei aouvirpassosatrásdemim,alguémestavaseaproximando. Antes que pudesse olhar para trás a tal pessoa disse:

-Anoiteélinda,né?

Vireirapidamente.Lá,naminhafrenteestava o garoto do elevador.

- Sim…- confirmei.- Muito bonita.

Ficamos um tempo em silêncio, os dois olhandoparaocéuazulcheiodepontosbrancos brilhantes.

- Está vendo aquela grande estrela ali?- ele perguntou apontando para uma estrela. Não acreditei quando vi que era Zetra, meu planeta.

- Sim.- assenti.

-Desdepequenoachoqueéumplanetadesconhecido, mas todos me chamam de doido.

-Entãotambémsou.-faleieeleme olhou confuso.

- Como assim?- perguntou.

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-Vocênãoédoido,naverdadeémaisespertoqueosoutros.Vocêestácorreto.

-Comosabedisso?Jáolhounotelescópio?Ninguémnuncaconseguiuprovarisso! - ele falou.

- Não, sei disso, pois nasci lá.- falei e ele se assustou.- Agora você deve me achar uma completa doida…- falei virando meu rosto para não olhar em seus olhos.

-Naverdadevocêéapessoamaisespertaque eu já conheci. - ele disse e eu virei rapidamente para olhá-lo melhor. Estávamos próximos,muitopróximos.

- Sou Ariel, falei ainda perdida em seus olhos.

- Sou Leonardo, Leo, na verdade. - ele falou e não consegui mais pensar, nossos lábios já haviam se tocado.

Esse era meu primeiro beijo. E posso falar que estava sendo perfeito.

- Leo, cara, estava dormindo e você…- alguémfalouatrásdenóseseparamo-nosrapidamente. - Ah, desculpa se eu… Hum…

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Atrapalhei…Voltemafazeroque estavam fazendo…

Ooutrogarotodoelevadorhavia nos interrompido.

- Não vai me apresentar para a sua amiguinha não?- o garoto falou com o mesmo sorriso quando estava no elevador.

-Ariel,esseéSamuel.-Leonardofalouolhando para o amigo com uma cara de reprovação.

- Sam, na verdade. - falou sorrindo.

-OiSam.-faleicumprimentando-o.

- Leo, você não vem?- Sam perguntou.

- Estou indo, um segundo. - o garoto respondeu. - Tenho que ir...

- Boa noite. - me despedi.

- Boa noite. - Leo respondeu sorrindo e assim saiu do lugar onde estávamos.

Acordei e olhei para meu lado, May ainda dormia.OlheiparaThaliaeLogan.Lia,comoeu a chamava, continuava dormindo igual a

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uma pedra, já Logan não estava lá. Comecei a ficarmuitoassustada.Ondeessegaroto se meteu?

Acordei as duas e perguntei se sabiam onde Logan se encontrava, elas negaram na hora e ficaram preocupadas.

Passei o dia inteiro pensando onde minha mãe teria colocado o colar, ela falou que era um lugar extremamente seguro, onde seria isso?

Logan não voltou para o quarto, durante o dia todo. Adormeci com uma preocupação imensa.

No dia seguinte acordei e Thalia não se encontrava dormindo conosco. Nem Logan havia voltado. Fiquei assustada e reparei que May já estava acordada.

Nósduassaímosdoquartoetentamosprocurar Thalia e Logan, mas sem sucesso, não os achamos em nenhum lugar, então voltamos para o quarto.

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May estava andando de um lado para o outroquandoalguémbateunaporta.Caminheiatéelaeabri.Láestavaumgarotomorenodeolhos verdes, cabelo liso e pele bronzeada.

-Vocêsviramumagarotapequenacomcabelo curtinho e repicado, sardinhas e olhos azuis?Elaéminhanamoradaesumiuhoje.-ele disse aflito.

- Espera, ela sumiu? Dois amigos meus também…Sintomuito,não...

- Jura, desculpe, mas antes de tudo meu nomeéEddie,eodevocês?

-OnomedelaéMayemeunomeéAriel.

-Vocêsqueremajudaparaencontrá-los?EentãopodemosprocurarAlicetambém.

- Boa ideia, entre. - ele entrou e fechamos a porta.

Estávamos conversando e pensando em maneiras de encontrá-los, quando Logan entrou correndo, com os olhos vermelhos.

- Arrumem suas coisas, vamos fugir! - ele disse. Seus olhos avermelhavam cada vez mais.

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Nessa hora May completamente assustada, começou a arrumar as suas coisas.

Começamos a discutir sobre o que estava acontecendo. Eddie nos olhava assustado, com certeza não sabia o que fazer.

No final Logan admitiu o que havia feito. Ele havia matado. Não apenas uma pessoa, mas várias. Explicou-me que foi tudo por raiva. E essas pessoas não tinham nada a ver, apenas matou pelo fato de estar com raiva e perder o controle.

EuestavacomdódaThalia,elapodiaestar em qualquer lugar. Foi quando Eddie me chamoudesesperadoparaolharnaTV.

Não acreditei quando vi na televisão ninguémmenosdoqueThaliaemumpequenocarro de polícia da cidadezinha, e uma garota, uma garota com as mesmas características que Eddie procurava.

-EssaéAlice.-Eddiefalouantesqueeupudesse falar qualquer coisa.- Pelo jeito elas foram presas por serem as possíveis culpadas pelos assassinatos. Droga!

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-EessaéThalia.-faleipreocupada.

-Elatambémestácomoumadaspossíveisculpadas. - ele comentou.- Devemos ir salvá-las agora.

-Essecrimefoioseu,né?-perguntei.

-Vamos,Ari,esqueceisso.Resolvemosisso em Zetra…

- Não! Me conte!

- Sinto muito Ariel…

-SEÉASSIM,ENTÃOVÁEMBORA...AGORA!-ordenei.

- Não…- May falou choramingando

- Tchau May. - ele disse depositando um beijo em sua testa - Eu te amo Ariel… - ele dissemebeijando,porémeuoempurrei.Eleolhou para baixo e depois para mim. Saiu do quarto e fechou a porta com força.

Rapidamentearrumamosnossascoisaspara irmos atrás de Lia e Alice.

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Eddieestavaaflitoenosguiouatéseucarro. Entramos e começamos a ir em direção à delegacia. Comecei a relembrar a noite passada e fiquei com medo de nunca mais ver o Leo, o garoto das estrelas.

Ed parou na porta e nos disse:

-Olha,eusoumuitobomcomplanos,então me ouçam.

Ele nos contou seu plano e explicou tudo o que teríamos que fazer.

- Eu e você vamos buscá-las, May, você fica de guarda dentro do carro, qualquer coisa me liga. - ele falou passando um papelzinho para May,enósdoiscaminhamosparaointerior da prisão.

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Chegamos lá e um guarda estranhamente obeso se encontrava em uma cadeira. Ele estava quase cochilando e suas pálpebras abriam e fechavam constantemente. Esperamos que ele dormisse para pegarmos as chaves que se encontravam sobre a mesinha da sala. Alguns minutos depois, Eddie de fininho caminhouatéasalaepegouaschaves.Eleentãocaminhouatéumaportaeentrou. Andei devagar com muito medo e atravessei uma porta.

Nessa porta havia um corredor gigantesco. Foi quando percebi que ali ficavam as celas. Comecei a olhá-las, quando me assustei. Em uma parede havia o símbolo “Ω”, o “Z” zetriano em uma parede… Foi quando juntei os fatosepercebiqueesseeraolugar.Olugardocolar. Um lugar seguro…

Fomos caminhando pelo corredor e percebi que em cada cela havia mais pichações e símbolos zetrianos. Comecei a ligá-los e me toquei que formavam uma frase.

“Carros e Motos… Ônibus e táxis… Por que tantos? Por que me veem ao passar? Sou uma obra turística ou algo assim?”

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Issoeraumacharada?Issomedeixouextremamente confusa. Eu olhava para a parede imaginando o que poderia ser… Na dúvida, Eddie me chamou e resolvemos procurar Thalia e Alice para soltá-las. Estava apreensiva para achar o colar e sair logo daquele lugar sinistro.

Comecei a andar olhando para as celas e para os presos. Meu Deus era tudo tão horrível, foi quando ouvi um choro, e segui o seu som. Eu conhecia aquele choro, conhecia muito bem.

Quando cheguei em frente à cela percebi que eu estava certa, sim, era Thalia. Seus cabelos estavam bagunçados e ela estava com a cabeça no joelho, chorando sem parar, sentada no chão. Ao seu lado estava uma linda menina com cabelos curtos que deduzi ser a tal da Alice. Ela não estava tão triste... Apenas pensativa…Porém,quandoviuEddie, sorriu muito.

Ele tirou as chaves do bolso e destrancou a cela soltando as duas que vieram em nossa direção nos abraçando.

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- Não temos muito tempo!- Eddie disse abraçando Alice.

-Vãoindoparaocarro.-falei.-Precisofazer uma coisa...

Todos assentiram e começaram a correr cuidadosamente para o carro, já eu andei atéolugarondehaviaacharadaecomeceiaobservá-la. Fui de um lado para o outro do corredor tentando raciocinar o que poderia fazer sentido… Como minha mãe fora esperta de ter colocado o colar em uma prisão, nunca teria pensado nisso.

Foi quando uma ideia veio na minha cabeça.Sim!Umajanela.Oscarros,motos,ônibus e táxis a veem! E vários desses veículos passam por ela diariamente! Saí em busca de alguma luz solar naquele local. Era tudo tão escuro e medonho…

Ao final do corredor havia uma enorme janelaquefaziacomquepudéssemosenxergaralguma coisa naquele local. Procurei em toda a sua volta. Na parede lateral havia um tijolo que estranhei, pois estava meio desencaixado. Tirei-o e atrás dele estava um pequeno saquinho de veludo vermelho. Dentro

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desse saquinho estava o colar. Um lindo colar de ouro em forma de coração e dentro dele estavamduasfotos.Umademinhatataravóe outra de meu tataravô. Algumas lágrimas começaram a cair de meus olhos…

Não era um local muito sentimental, ainda mais quando se está com medo de ser pega. Saí o mais rápido que pude, ao ouvir barulhos de portas se abrindo.

Quando saí me dirigi ao carro onde estavam May e Thalia abraçadas, preocupadas comigo, e Eddie e Alice de mão dadas.

Entrei no carro e já saímos para longe dali. No caminho Alice nos contou que há cinco anos tinham sido acusados de matar o pai de Eddie e estavam sendo perseguidos. Ainda naquele dia tínhamos que partir para Zetra.

- E Logan??- perguntou May preocupada.

- Não quero mais saber dele!- respondi dando-lhe um abraço.

-MasLoganéonossoamigo.Lembradosamigos para todo o sempre?- ela perguntou com os olhos brilhando.

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-Vamosmudardeassunto…AliceeEddie… Temos que te confessar algo… Somos de outro planeta…

Eles soltaram uma gargalhada.

-Ésério…

- Bom... Neste caso então… Podemos ir com vocês?

- Claro…

Chegamos ao lugar onde havíamos deixado nossa nave. Todos embarcaram na minhafrente…Olheiaúltimavezparatrás…Ali estava ele… Leo estava ali... Sabia que viria…

- Prometo que algum dia virei de novo…

- Bom mesmo… Nunca mais te esquecerei. - ele disse com um tom de voz fofo.

- Nem em…- falei e me virei em direção a nave.

Comecei a andar lentamente. Eu não queria ir embora.

- Eu te amo! - ele gritou e eu travei.

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Essafoiminhadeixa,corriatéeleeobeijeicom vontade…

As meninas me chamaram, lhe dei o último beijo e saí em direção a nave…

-Eutambémteamo.-sussurreiparamimmesma antes que a nave decolasse...

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O desafiO

nO vale

da mOrte

Gabriel Calori

João Novaes

Eduardo Neto

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Já era tarde, Mary estava lavando a louça quando a porta de casa se abriu. Ela achou estranho e falou:

-Amor?

Ninguémrespondeu.MarydeSantaouviubarulhos e foi ver o que estava ocorrendo. Duas mãos pegaram a senhora Santa por trás e a levou a um cavalo. Eram quatro os homens que a sequestraram. Mary estava amarrada no cavalodochefedaquadrilha.Viajaramporumlongo tempo.

Já era tarde, Frank de Santa chegou em casa e se acomodou. Sua esposa, Mary não estava. Chamou seu nome muitas vezes, mas nada,nenhumaresposta.Foiatéacozinhaonde havia uma carta que dizia:

-A partir de amanhã você tem exatamente sete dias para salvar sua mulher em Peralvilhe, naRuaCalvaniere,número25.

Frank estava muito assustado. Peralvilhe ficava há 10 dias dali. A não ser que ele atravessasse o deserto, mas isso seria loucura. Poucos tiveram coragem de passar por lá, por ser um lugar extremamente perigoso.

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Por Mary faria de tudo, apesar de ser um pouco rígido, era muito valente. Um simples Cowboy da pacata vila South Park, onde vivia há muito tempo com sua mulher, protegendo as pessoas e prendendo os criminosos.

Santa não tinha opção, a sua esposa realmente fora sequestrada, teria de ajudá-la, mas não seria uma tarefa fácil, pois não tinha nem ideia de como iria arranjar dez mil reais. Preparou água e comida, e no mesmo dia, saiu em disparada para Peralvilhe.

A jornada começou, era um chão de areia muito duro, o calor intenso em sua cabeça e nenhum sinal de vida ali por perto. Seu cavalo começou a relinchar, e depois de três horas seguidas andando, fez uma pausa.

Embaixo de uma pedra, se deitou, a temperatura passava dos 40 graus, tomou um gole de água e seguiu com sua viagem.

Odiaestavaamanhecendoeaquelepoderia ser um dia longo. Frank estava muito cansado, ele cavalgava há quase sete horas sem descanso, quando viu o último bar na estrada deareiaantesdeentrarnoValedaMorte.

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Ele parou no bar, pediu comida e água, comeu, pagou e deu água a seu cavalo. Quando ele estava partindo de volta a sua cavalgada viu um folheto em um poste escrito:

Procura-se John Lenny, recompensa alta em dinheiro, interessados favor dirigir-se à delegacia de Counter Street.

Frank logo pegou seu cavalo e foi direto a delegacia onde falou com o xerife Jack Trauser. Oxerifefalouquearecompensaseriade20milem dinheiro, Santa sabia que pegar o bandido John Lenny, não seria muito fácil.

Frank acampou na cidade de Counter Street, e ficou vigiando-a dia e noite. Estava quase desistindo, pois estava trotando com seu cavalo há muito tempo e não tinha achado nada. De repente, ouviu uma conversa:

- Me passe todo seu dinheiro colega, ou você sabe o que vai acontecer!-

- Sim, Senhor! - A vítima passou todo seu dinheiro.

Santa percebeu que era John Lenny, o procurado. Lenny montou em seu cavalo

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e disparou. Foi atrás dele, sem que John percebesse. Depois de alguns minutos o bandido parou e entrou em um hotel. Santa esperou dez minutos, subiu a escada para o quarto de John. A porta estava encostada, ele provavelmente estava escondendo o dinheiro que havia acabado de roubar, Frank pegou seu revólver,deuumchutenaportaegritou:

-Vocêfoipego,colega,comocostumachamar seus “clientes”. Ajoelhe-se e mãos para cima.

Santa amarrou os braços do bandido e logo em seguida colocou Lenny em seu cavalo. Levou-o para a delegacia onde se encontrou com o xerife Trauser. Entregou John ao xerife e recebeu seu dinheiro como combinado.

Estava amanhecendo, aquele seria o dia 2º de sua jornada e Frank de Santa já havia conseguido o dinheiro, mas ainda não passara pelo deserto. Santa pediu ajuda ao xerife Jack Lenny, o xerife pensou um pouco e aceitou.

Então Frank explicou a situação ao xerife e falouqueteriamquepassarpelodesertoValeda Morte.

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Oxerifefalouquenãoeraumaboaideia,mas como era o único jeito teriam que fazer isso. Era tarde e já estavam galopando pelo deserto, cada um com seu cavalo. À noite fizeramumapausaatédemadrugada,sealimentaram e cuidaram de seus cavalos. Continuaram a jornada de volta, depois de mais ou menos duas horas de cavalgada, três homens montados em uma carroça puxada por doiscavalosapontaramorevólveraoxerife e falaram:

-Olhaeleai,ograndeepoderosoxerifeJack Trauser. – falou o chefe da gangue ironicamente.

- Quem são esses, Trauser? –Falou Frank com raiva - você não me disse sobre isso.

-NóssomososarruaceirosdacidadedeCounter Street, meu chapa, uma gangue que dominaacidade,ealiás,quemévocê?-disseochefe.

- Pedro da Silva. - respondeu Frank mentindo.

-Osdois,desçamdocavalo.

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-MeunomeéTrevorPhillipseapartirde agora eu faço o que eu quiser com vocês - Trevor colocou os dois em cima de uma carroça e começou a leva-los para uma casa. Quando Frank avistou a casa falou para o xerife sussurrando:

- Finja que está morrendo, que eu vou executar um plano, você vai ver.

Jack começou a fingir um infarto, quando um dos homens avistou e parou a carroça. Dois arruaceiros saíram da carroça e foram ver o ocorrido. Frank silenciosamente sacou a arma de seu bolso e atirou sobre o chefe que estava dentro da carroça. Trauser pegou sua arma e fezooutrohomemderefémedisseenquantoFrank estava se desamarrando:

- Se você não sair correndo nesse exato momento, você e seu companheiro morrem.

Então o terceiro homem não se mexeu e Jack deu um tiro mortal nele, Frank gritou:

-Aindanãomateorefém,podemosusar ele para descobrir onde estava nos levando,poisaquinoValedaMorte,todossão traiçoeiros e nossas comidas acabaram. De

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repente, enquanto estavam cavalgando, o sol começouacairecomoéorecomendadotodosforam dormir. Prenderam o prisioneiro perto de um cacto.

Na manha seguinte, Frank ouviu um chiado, viu uma enorme cobra, Jack acompanhou a cena e ficou muito assustado. Saíram correndo para o cavalo, mas, ao montarem, a cobra picou o cavalo de Frank, que caiu derrubando-o. Mesmo assim deu tempo de subir na carroça presa ao cavalo de Jack e quando eles já iam partir, ouviram um grito falando:

-A cobra está vindo pra cima de mim, socorro! – disse o prisioneiro preso no cacto.

Jack deu meia volta com seu cavalo e correu para salvar o prisioneiro, mas quando eles estavam subindo a cobra picou o outro cavalo que logo caiu no chão morto. Frank caiu para fora da carroça e quando a cobra aproximou, ele lhe deu uma facada arrancando suacabeça.Oxerifeficouimpressionadocomaatuação de Frank e o aplaudiu enquanto Frank se levantava.

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- Ainda temos muitos quilômetros de dor esofrimentoesócomumacobradecomidaatéchegarmosàcasaondeelesestavamnoslevando – disse o xerife.

Ajornadarecomeçou,sóquedestavezapé,faltavamaisoumenosunsseisquilômetrospara chegar à casa quando o sol caiu e a lua se levantou e os viajantes resolveram parar de caminhar e dormir perto de alguns cactos. A noite estava muito fria como em quase todos os desertos, mas Frank tinha dois casacos muito quentes e emprestou para Jack que agradeceu.

Na manhã seguinte Frank acordou com o sol forte batendo em sua cara, olhou para o lado e viu o deserto com a areia refletindo o brilho do sol e a terra misturada com areia tinhaumtomlaranja.Olhouparaooutroladoe viu Jack dormindo e Tom, o prisioneiro, acordado, deitado e exausto. Frank pegou um facão, foi em direção ao Tom, cortou o cacto em que estava preso e perguntou:

-Gostaria de um pouco de água, você não está com sede?

-Quero sim, por favor – disse Tom, educadamente.

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Então Frank pegou sua garrafa, encheu de água de cacto e deu um gole ao prisioneiro e tomou outro. Frank estava com fome, mas como já haviam comido a cobra, acordou Jack, o xerife, para continuar o caminho para a casa, para comer, se lá tivesse comida.

Ao avistar a casa, Frank correu em sua direção, enquanto Jack não deixava Tom fugir. Ao abrir a casa, a primeira coisa que viu foi armas e uma porta aberta que dava a um armário cheio de comida, carne seca, algumas raízes e outras coisas comuns no deserto. Frank olhou um pouco mais a casa e descobriu que havia um porão, descendo a escada viu um monte de cela com esqueletos e um velho dissecando um cadáver. Frank não conseguiu ver direito, mas sacou a arma e falou:

-Mãos atrás da cabeça e afaste-se desse cadáver!

Ohomemseafastouefoiaoencontrode Frank que o amarrou e o levou para cima. Quando Jack chegou com o prisioneiro, o senhor falou ao Tom.

- Filho, o que ouve?

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-Eleéseupai?–disseJackinterrompendo a conversa.

-Eleésim.–respondeuTom–Pai,euestava com os outros, ai, capturamos esses dois homens e resolvemos trazê-los para cá, então...

-Deixe que eu continuo - disse Frank –Matamos os outros dois e deixamos esse para nos mostrar o caminho para onde estavam nos levando. Expliquei porque estávamos atravessandooValedaMorte,eeleconcordouem nos ajudar se o deixássemos vivo.

-Porémdepoisquesalvarminhamulhere matarmos os bandidos que a sequestraram, virei buscá-los para levar vocês a uma vida nova em minha cidade.

-Suamulheréloira.–perguntouovelho.

-Ésim.

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Ovelhodecabelosbrancosfalouqueumgrupo de quatro homens passou pela casa e levou seu irmão e quando a carroça estava indo embora viu uma mulher loira de olhos azuis amarrada com a perna sangrando. Frank disse para Jack ir rápido e falou que se tom quisesse ajudar seria bem vindo.

Tom concordou em ir com eles, então os três começaram a jornada com um objetivo: atravessar o pesadelo de todos os cavalgantes, oValedaMorteematarossequestrantesde pessoas. Já se fazia muitas horas que cavalgavam e faltava pouco para chegar a noite, quando deu uma fome nos viajantes e resolveram parar onde estavam e comer carne seca e beber um pouco de água. Quando pararam de comer já era noite, mas não era uma noite qualquer era a última noite que passariamdormindonoterrívelValedaMorte.

A lua iluminava tudo o que estava em volta, dava para ver os cactos e onde estavam localizados. A areia com terra parecia estar brilhando, era possível ver os animais se rastejandoeouvi-lostambém.NuncaFrankvira uma coisa dessas, mas sabia que aquela noite nunca mais esqueceria.

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Na manha seguinte, Tom foi o primeiro aacordar.Viucomoestavaseusnovoscompanheiros e os acordou, Jack e Frank olharam para o lado e viram Tom pegando água noscactoselhesoferecendoumpouco.Osdoisnãoquiseram,mascomohaviasóumdiapara chegar onde os bandidos estavam, foram logo se arrumar e sair cavalgando. Cavalgaram pormuitashorasatéavistaremumacidadepequena no horizonte, Frank ficou emocionado e disse:

-Vamospararedaráguaaocavaloecomer um pouco.

E foi assim que fizeram, Tom que amava cavalos tinha em sua mala capim que trouxera da cidade Counter Street e deu aos cavalos.

Logo depois essa parada, continuaram a viagem galopando. Ao chegarem à cidade, repararam que não era muito movimentada, parecia que as casas estavam abandonadas. Jack perguntou onde era a casa dos bandidos e Frank pegou o papel, leu e respondeu:

-RuaCalvaniere,número25.

Jack olhou em que ruas estavam, era na

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própria.Olhouonúmeroeestavano10,ostrês andaram mais um pouco e finalmente chegaram no endereço mostrado. Frank com o objetivo de salvar sua mulher falou que entraria sozinho, e assim foi. Quando voltou estava ao lado de sua mulher feliz da vida e disse:

- Entreguei o dinheiro e pedi seu tio Tom também,masquandoolheiparaoladoviqueestava morto.

Tom e o xerife não ficaram felizes com o acontecido e querendo justiça os dois entraram na casa e ouviram tiros. Frank e Mary ficaram assustados, mas quando Jack e Tom voltaram para fora sem nenhum arranhão, comemoraramavitória.

Frank estava beijando sua mulher quando um monte de gente saiu de suas casas e perguntavam um ao outro:

-Oquehouve?

-Será que mataram esses safados?

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Muitas dessas perguntas viam da multidão,atéqueTomfalouquehaviamatados todos os homens e que já estavam de saída.Perguntousealguémpodialhesdardoiscavalos. Um moço aproximou-se, pediu para que o seguissem e lhes deu os cavalos.

Jack, Frank e Tom se despediram, mas conformeocombinado,foramatéacasanomeiodoValedaMorteepegaramopaideTomeforamatésuacidadeparadarumachanceaos dois ex-bandidos começar uma vida nova.

Frank voltou para sua casa com Mary, prometendoquenoValedaMortenunca mais voltaria.

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O reinO dOs mOrtOs

André Moura

Rodrigo Barros

Cecília Loures

Bento Idemori

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Há muito tempo, na era medieval, em algum lugar da Europa, houve uma batalha entreosreinosdeElijaheGeorgeV.Apósvários dias de batalha, já havia milhares de mortos.FinalmenteoexércitodeGeorgeVderrotou o inimigo.

Porém,Elijahnãofoiencontrado.Oqueninguémsabiaeraqueelefugiuparatreinarmagia negra e já estava preparando sua vingança.

Anos depois, Elijah foi ao reino de George com sua vingança pronta. George estava em seus aposentos descansando, quando ouviu um estrondo vindo do alto de seu castelo. Então uma densa neblina caiu sobre o reino. Gritos vinham de toda parte. De repente, as portas de seus aposentos foram bruscamente derrubadas e todas as luzes foram apagadas. Então uma figura encapuzada e pálida, com olhos negros e com cara oval entrou no quarto. Era Elijah. Ele pronunciou palavras muito esquisitas e então fumaça começou a sair das narinas e olhos do rei. Depois de alguns segundo a fumaça transformou-se em fogo, e sua cara começou aderreter.Oinfeliz,semsucesso,tentousedefender e gritou:

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- Seu monstro!

Apósdizeressaspalavrasmorreu.Avingança de Elijah estava concluída. Então ele assumiu o poder e escravizou a população. Porémalgunshabitantesfugiramefundaramuma vila.

A vila tinha muitas casas feitas de pedra com telhados de palha e toda residência tinha uma pequena plantação de trigo no jardim, no qual, no centro, havia um poço e outra grande plantação. A grande maioria das pessoas era formada por agricultores e uma minoria por caçadores. Quando havia carne ela era consumida em ocasiões especiais. Foi neste pontodahistóriaqueeuentrei.Chamo-meWilliam e sou caçador.

Num dia em que fui caçar encontrei um cervo. Dei uma flechada e o matei. Neste momento ouvi uma voz assustada e fui ver o que era. Encontrei um homem todo machucado com uma grande ferida na barriga e muitos cortes. Como ele parecia ser uma pessoa boa, resolvi ajudá-lo e levei-o para a vila.

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Quando chegamos, eu esperava uma recepçãomelhor,porémtodosapontaramlanças e espadas para ele. Falei que era necessário ajudá-lo, pois estava muito machucado.Ocurandeiroajudou-o,masacontra gosto. Nosso chefe disse que ele teria deiremboraapósmelhorar.Quandoelerecuperouamemória,servimosparaeleumpãoeumcopod’agua.Apóstrocarmosolhares,tomei coragem e perguntei:

- Como você conseguiu escapar daquele inferno?

- Como era o general, tenho permissão constante para sair, mas como descobriram queiriafugir,tentarammeimpedir,sóconseguichegaratéopontoemquefuiencontrado.

-E porque você resolveu fugir? - perguntei.

-Quando descobri que Elijah iria ressuscitarseuantigoexército,lhedissequedesta não iria ajudá-lo. Então quando sai, desconfiaram que eu iria fugir, e começaram a me atacar.

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-Mas Elijah já foi rei?

-Há muito tempo.

-Temos de impedi-lo, pois com os dois exércitosseráinvencível.

-Bom,masninguémnavilasabelutar.

Neste momento, a porta se abriu e o chefe entrou na sala.

-Algunsdenóssabemlutar,somospoucos, mas sabemos, seremos por volta de dezessete - disse o chefe com uma voz decidida.

-Éosuficiente,masporpoucotempo,pediremosajudanoreinodePeterII.Eleeraum bom amigo, e com certeza irá nos ajudar- disse o general.

Então reunimos os dezessete homens na entrada da vila que não era nada mais que um arcodepedra.Apósveroshomens,acarado general não era muito alegre. A maioria denóseraformadaporcaçadores,epoucosagricultores,comcertezanãoeraumexércitomuito animador.

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De noite partimos, alguns montados em burros e alguns em cavalos. Andamos muito atéquechegamosnaestradaqueirianoslevarao reino aliado. Então vimos umas árvores se mexendo, então um grito de atacar, foi ouvido. Vimosumaflechaeoutrogrito,umdenossoscaçadores estava morto. Então ouvimos o atacardenovo,eoutrodenósestavamorto.Não podíamos ficar perdendo homens, já estávamos em quinze.

Repentinamente,deumaárvorealtapulou um homem mascarado com um capuz. Rapidamenteomatamos.Porém,depoisdeaquele homem, outros quinze foram pulando de outras árvores. Todos possuíam espadas, machadosouarcos.Nóspossuíamosapenasumastrêsespadaseorestodenósestavaequipado com adagas.

Então os encapuzados começaram a atacar, o general conseguiu enfiar a espada na barriga de um, então pegou a espada deste e me deu. A espada era muito mais pesada que a minha adaga, mas ele me deu a dica de segurar com as duas mãos.

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Enquanto os encapuzados pulavam íamos matando-os, e fomos todos ficando com armas melhores.Nofinalsórestavaumencapuzado,o general desviou de seu golpe e cortou-lhe a cabeça.

Finalmente podíamos continuar nosso caminho.

Continuamoscavalgandoatéquechegamos em uma hospedagem. Chegamos na hora certa pois o banquete estava sendo servido,enenhumdenósresistiuaocheirode porco assado e cerveja. Deram-nos dois quartos, cada um com duas camas grandes, infelizmente tivemos que dividi-las.

Na manhã seguinte nos deram um pouco de pão com manteiga e um pão a cada um para comermos na viagem. Continuamos por mais ou menos duas horas, quando avistei a primeira torre do castelo, era muita alta, e possuíaumaarquiteturameiogótica.

Quando o guarda viu o general, fizeram uma saudação e nos deixaram entrar sem fazer nenhuma pergunta. No caminho do castelo todos cumprimentavam o general, como se ele fosse um velho conhecido de todos.

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Entramos no castelo, lá dentro se destacava um tapete com as cores do reino, no centro se localizava o trono do rei cercado com bandeiras reais, em cima do trono havia um gigantesco candelabro. Quando viu o general o reilevantou-se,eandouatéele,entãolhedeuumgrandeabraço.Osdoisficaramunstrintasegundos abraçados, depois o rei soltou-o e disse:

-Oquelhetrazaqui,velhoamigo?!

-Descobrimos que Elijah irá ressuscitar seuantigoexército.

-Ha ha, este maldito nunca irá conseguir- disse com uma risada irônica-deixe me adivinhar você veio aqui para me pedir ajuda?

-Issomesmo,nãoconseguiremossócomquinze homens.

-Infelizmentenãopossoajudá-lo,estou enfrentando uma crise política-disse orei-omáximoquepossofazerédar-lhesarmamento!

-Realmenteesperavasuaajuda,reiPeter.-disse o general- mas tentaremos sem você.

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-Obrigadopornada-eudisse.

Então partimos para o reino de Elijah. Andamosmuitoatéchegarlá.

Assim que chegamos, Elijah nos esperava na porta do reino, então pôs a mão no chão e começou a gritar umas palavras estranhas. Era magia negra.

Então o chão se abriu e de lá saíram milhares de esqueletos com armadura e espada.

Quando vimos a morte chegando, o exércitodePeterchegouinesperadamenteecomeçou a atacar os esqueletos. Elijah gritou e dedentrodafortificaçãosaiuoexércitovivo.OcapitãosaiucorrendoeentrounocastelodeElijah,sópudeiratrásdele.

Lá havia uma fonte de sangue e Elijah nos aguardava em seu trono.Ele se levantou e disse:

-Finalmente você chegou, seu traidor- sua voz era forte e variava algumas vezes uma para umsomquepareciaoquefazumréptil.

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-Não podia te ajudar com isso-disse o general.

-Por isso você deve morrer.

Então Elijah deu um pulo e agarrou o general pelo pescoço, jogou-o no chão e pisouemsuacabeçacomtodaforça.Ogeneralestava morto.

Quando fui atacar, Elijah ele havia sumido. Foi quando eu ouvi gritos do lado de fora, olhei pela janela e vi um clarão. Todos estavam mortos, inclusive os esqueletos.

A parede se quebrou e uma mão grande e vermelha me agarrou. Ela me levou para fora do castelo e então vi que Elijah havia se transformado em um enorme dragão. Ele estava me apertando, então consegui enfiar a espada em seu olho, então ele me soltou e consegui me prender enfiando a espada em suabarriga.Deláconseguipularatéochão,ejogar a espada em sua nuca.

Ele deu um rugido e tombou no chão, Elijah estava morto. Havíamos finalmente o vencido.

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Fui o único que sobreviveu para contar estahistória,porissoaregistreiem um caderno.

Volteiparavilaetodosestavamemminhavoltamechamandodeherói,porémànoitenão houve comemoração, pois havia muitos mortos.

Decidimos que voltaríamos a morar no reino que uma vez foi de Elijah, depois que reconstruímos o que o mago havia destruído, conseguimos morar em paz. E como fui consideradooheróidavila, nomearam-me rei.

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meu nome e lee

Gianluca Staniscia

Guilherme Brom

César Campelo

Alex Calliari

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MeunomeéLee,tenho89anosemoroemMumbai, Índia.

Estamosnoanode1998.Ahistóriaqueeuvou contar a vocês se passou no ano de 1943, foi maior aventura que já vivi.

Quando era criança, vi meu pai partir para a primeira guerra mundial. Depois de dois anos, recebemos um telegrama com a notícia de que meu pai fora morto por um tiro disparadopeloimpérioalemão.

Depois desse dia, prometi que iria me vingar dos alemães.

Eu treinava toda semana na KGB desde meus catorze anos. Quando fiz trinta e dois anos decidi que já estava pronto para guerrear contraoimpériodeHitler.

Fui falar com meu chefe, Sergey Arshavin Kolarov, decidido lhe perguntei:

- Coronel, posso ir para a guerra, ser um dosinfiltradosnoexércitoalemão?

Ele hesitou por um segundo e perguntou:

– Por que você deseja ir à guerra?

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- Meu pai morreu na primeira guerra mundial por esses alemães. Eu quero me vingar.

-Euacreditoemvocê,vácomféeacrediteem você e em Deus, que ele ilumine seu caminho.

-Obrigadocoronel,fiquecomDeus.

Despedi-me com batente, e fui embora.

Estávamos na segunda guerra mundial, eu era agente da KGB e tinha a missão de me infiltrarnoexércitonazista,paraeliminarAdolf Hitler. A KGB me enviou com o nome de Philip Müller.

Ao chegar em Frankfurt, procurei o exércitonazistaemeinscrevi.Pediram-meodocumentoelhesdeioRGfalsoqueaKGBmefornecera. Fui aceito e comecei o treinamento.

Com o tempo fiquei amigo de Arjen SneiderSilvaRocha,umsoldadoholandêsqueestavacursandoexércitocomigo.Otreinamentoerapuxado,éramosmaltratadose nossas condições de vida eram precárias.

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Hitlercomandavaoexércitoeeraconsideradoumpéssimoelementoparaomundo,principalmente na Europa.

Poranosfuitratadomuitomal,atéser promovido e conseguir ter contato com Hitler, transformando-me no braço direito doprimeirogeneraldoterceiroReich,comoum assistente... Eu sempre ia aos campos de concentração, minha vontade era de libertar todas as minorias presentes ali...

Um dia o primeiro general morreu. Quando comecei como seu assistente, ele já era muito velho. Assumi, então, sua posição e ganhei a confiança de todos na “diretoria”. MeuamigoArjentambémestavacomigonoscargos mais altos, mas era uma pessoa mais reservada...

Bem agora que estava num posto alto e poderia fazer qualquer coisa sem questionamentos, a única pessoa acima de mim eraopróprioHitler.

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Meu plano era alertar a KGB que estava no comando, libertar todos que estavam nos campos de concentração, e então acabar com a pior pessoa do mundo. Estava em meu quarto, no quartel principal, em Berlim, telegrafando paraaKBG,emontandoestratégias,quandoquatro soldados abrem a porta sem bater, e com o meu chefe logo atrás. Tudo estava exposto estava ferrado. Sem ter tempo de reação, fui preso, havia sido delatado!

Levaram-meatéumacelavazia,cheiaderatos,ondenãopodiaveraluzdosol!OditadordoTerceiroReichgritouparamim:

- Was für eine Schande, dass er stirbt rot.- Que vergonha, que morra nessa podridão.

Fiquei lá por dois dias, sem comer, já estava acostumado, nem dei tanta importância...

No segundo dia, não sei a que horas, uma explosão chacoalhou a base. Assustei-me, fui a porta da cela ver o que estava acontecendo, sóviaclarões,eouviagritos.Nahorapensei,“chegou meu reforço”.

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De repente todos os presos começaram a sersoltosporalguém,minhacelaestavamaisisolada então comecei a gritar por socorro. Logo, para minha surpresa era Arjen, abriu a cela e se apresentou:

-JezusVanPersie,AIVDinteligênciaholandesa, desculpa tê-lo delatado, era parte do plano ganhar a confiança dele, o manda- chuva daqui, para deixar “amigos” entrarem, então os agentes da KGB que você chamou entraramebotaramordem,sóseidissoporque grampeeiseutelégrafo...

-Prazer, obrigado, e tudo bem, era pelo bem da missão, tem alguma arma?

Sem responder deu-me uma AK-47, e foi libertar os outros, saí da minha cela e corri à guerra. Lá fora estava um caos, um banho de sangue, de primeira acertei um franco atirador, dois outros soldados, e fui correndo aoescritóriodeHitler.

Cheguei lá a porta estava trancada, sem pensar arrombei-a, e metralhei os três que estavam protegendo. Tendo acabado com os três, parti pra cima dele. Primeiro alguns socos, tirei-lhe quatro dentes. Quando ia

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matá-lo e acabar com a guerra e com aquele sofrimento de muitos, senti um furo na barriga, uma facada, olhei para trás e vi um fortão, cai no chão, perdi os sentidos, alguns minutos depois, Jezus estava na minha frente. A faca não estava mais em mim, no lugar havia bandagens.

-Ainda bem que acordou! Ele está fugindo, rápido, Hitler está fugindo, vamos atrás dele!

Nessa hora levantei, senti certa dor, mas me contive e apoiado em Jezus, fomos atrás do fugitivo. Ele estava na cobertura, tentando fugir de avião. Quando chegamos, lá estava o fortão. Meu novo amigo falou:

-Eu cuido dele, vai!

Falando isso foi para cima do grande soldado. Eu peguei uma pistola do chão e quando o avião estava começando a decolar, dei um tiro preciso no ombro do piloto, que não conseguiu manusear eficientemente o avião. Corri, mesmo sentindo muita dor, e consegui tirar o malfeitor do avião, derrubei-o, imobilizei-o e o prendi com uma corda e falei:

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- Was für eine Schande, dass er stirbt rot!-(essefoiseuúltimoato).

Fui ajudar Jezus, mas vi que já tinha se virado. Fui cumprimentá-lo, quando ele me avisou:

- Ele se soltou.

Quando virei... Tarde demais, tinha se tacado da cobertura.

Depois disso a guerra acabou, os aliados venceram. Continuei em contato com Jezus, que voltou a Holanda e, de volta a KBG, ganhei muitosméritos,eumaaposentadoriagorda.VimmoraremMumbaiondeconheciamulherde minha vida: Achala.

Tive três filhos, um menino e duas meninas.Ostrêsserviramaoexército,hojevivem bem em cada um dos cantos do mundo. OmeninonosEstadosunidos,asmeninasnaÁfrica,sãoembaixadorasdaUNICEF.

Essa foi a maior aventura da minha vida... Outraspodemvir...

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em busca do remedio

Beatriz F. Trighetas

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Moro em um reino muito tradicional, onde os pais escolhem com quem seus filhos irão se casar, eu sou uma princesa. Meus cabelos são cacheados e loiros, minha pele tem um tom bege e por onde passo todos me cumprimentam e me reverenciam. Essa sou eu, princesa Clarissa.

Desde pequena, sempre fui mandona e nunca concordava com que meus pais diziam. Achava tudo aquilo muito antigo e entediante, queriaumavidaagitada,aoladodealguémque amasse. Quando tinha cinco anos, fui para a escola. Meus pais queriam que eu me enturmasse com as pessoas do reino, por isso não me deram aulas particulares. Desde o primeiro dia de aula, vi aquele garoto. Moreno ebaixinho,eletinhaolhoscomcordeumcéusem nuvens que me deixavam inquieta, queria conhecê-lo direito, e me aproximei.

Começamos a conversar e viramos melhores amigos, tomávamos lanche juntos esemprebrincávamosenosdivertíamos.OnomedeleeraJoe.Otempofoipassandoe

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nossa amizade continuou, mas não tínhamos muito tempo juntos, pois eu precisava me concentrar nas aulas de etiqueta e ele trabalhava duro com o pai.

Meus pais não aprovavam nossa amizade, pois ele não tinha muita importância na sociedade, e pertencia a uma família de camponeses.Ontem,completei18anos,emeus pais anunciaram que estava na hora de me casar e ter uma vida a dois. Eles me apresentaram a muitos homens durante a festa, mas o único que eu queria era Joe, meu amigo de infância, a quem eu podia confiar meu coração. Enquanto pensava em meu quartonoquedeveriafazer,alguémbateunaporta e entrou:

- Filha, precisamos conversar! - disse meu pai apreensivo.

-Fale pai.

- Como anunciei ontem, você precisa se casar urgentemente! Como já disse, Príncipe Christianéumbomhomem,temváriostítulos,moranoreinovizinhoeédasuaidade.- disse ele calmamente.

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- Pai, você sabe que eu não gosto dele!

- Filha, eu preciso da sua ajuda. Sua mãe está muito doente, e eu já estou perdendo as esperanças. Se não tivermos uma rainha, o reinoiráàfalência.VOCÊPRECISASECASAR.

- Então vamos fazer o seguinte, eu vou atrásdeumremédioquepodecurarminhamãe, se eu conseguir, EU escolho com quem eu vou me casar, se eu não conseguir, eu me caso como príncipe Christian. Pode ser?

-Émuitoperigoso,minhafilha,vocêpode se machucar, e eu não posso deixar que isso aconteça.

Eu, já não sabendo mais o que fazer para convencer meu pai a me deixar ir à busca do remédio,falei:

- Então deixe Joe ir comigo, ele saberá me defendereéumgrandecaçador.Porfavor,papai!

-Tudobem,minhaquerida,massóporque você está pedindo.

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Abracei-o com a maior força que tinha e agradeci. Sai correndo pelos cômodos do palácioatéaporta.Osegurançaentão,vendominha pressa, abriu o portão antes mesmo que pedisse. Eu atravessei o jardim e pedi para carruagem me levar para o centro, onde Joe trabalhava.

Logo a carruagem saiu. Cheguei ao centro, efuiatéaloja.

- Bom dia. - falei ao pai dele.

- Bom dia, a quem devo a honra de tê-la aqui, princesa?

- Que gentileza Austin, onde esta seu filho? – respondi.

-Vouchamá-lo,sóuminstante.

Depois de esperar um pouco Joe desceu as escadas correndo e me abraçou.

- Que saudades. - falei

-Tambémsentiasua.Eentãooqueveiofazer aqui?

-Vimtepedirumfavor.

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- Pode falar. -disse ele sorridente.

- Pode parecer estranho, mas minha mãe está muito doente, e preciso ir à busca deumremédioparaelaurgentemente.Meupai não me deixou ir sozinha nessa viagem, entãoaceitouquevocêfossecomigo.Vocêiriacomigo? Eu te pago o quanto for preciso, mas eunecessitodesteremédio.

- Claro que eu irei Clarissa, e não precisa mepagarnada.Alémdomais,seráumahonraestar em sua companhia. - disse ele, com um sorriso maravilhoso.

- Então partiremos ao nascer do sol amanhã, tudo bem? - ele assentiu com a cabeça -Vocêmebuscanocastelo.

Dei um beijo em sua bochecha e parti para o palácio. Quando amanheceu, tomei meu caféesai.Elejáestavameesperandoemseucavalo. Um de meus criados me esperava na porta com meu cavalo, Jacob era o nome dele, ele era branco e cheio de manchas pretas. Eu montei e partimos. Começamos a cavalgar, logo depois passamos pelos campos de trigo.

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Encontramos um senhor vendedor de estrada, pedimos o caminho da casa e laboratóriodomagodacidadeeconteitodaahistóriaqueestavaacontecendo:

-Não precisa, aposto que você consegue chegar ao seu destino com esses objetos- falou o senhor Ele me deu um alfinete, uma folha dourada e um pequeno galgo de madeira e avisou:

- Cuidado para não usar errado esse três objetos, pois do contrário, não conseguirá completar o seu desafio. Agradeci, ao vendido e Joe e eu saí andando pela estrada. Depois de muito tempo de caminhada encontramos uma montanha.Como já estava muito tarde, resolvemos ficar por lá durante a noite e na manhã seguinte recomeçar a jornada. Estávamoscomfome,porémbemequipadosquanto a esse tipo de necessidade, mas não tínhamos onde acender o fogo, então fomos catar lenha. Como Joe era forte, conseguiu carregar toda a madeira. Fizemos uma fogueira e assamos iscas de peixe que estavam em nossas mochilas, por sinal estava uma delícia...

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Já estava muito tarde e resolvemos dormir, estava muito frio e Joe me aqueceu. Antes de dormir fiquei pensando como Joe era especial e mesmo depois de tanto tempo sem contato, a nossa relação não mudou depois que nos reencontramos. De repente um grande e estrondoso barulho interrompeu o silêncio. Assustei-me e me encolhi em um tronco de árvore. De repente um ogro grande aparece, Joe logo pegou a folha dourada, sabendo que ela iria ajudá-lo assim como o alfinete. Pensou de novo naquele senhor e de repente no lugar da folha, surge uma bela espada, cheia de espinhos e bem afiada.

Penseiemsaircorrendo,mastambémprecisava ajudar meu amigo.

Joe gritou:

-Corra,Clarissa!Vocênãopode se machucar.

Sai correndo, temendo o que poderia acontecer, logo ouvi um barulho muito grande e resolvi voltar para ver o que havia ocorrido.

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Joe matou o grande ogro! Ele havia salvo minha vida, eu era eternamente grata por isso. Corri e dei um grande abraço nele. Eu o amava.

De repente, o ogro abriu a boca e de lá saiu uma grande escada, que seguia por dentro de sua boca. Entreolhamo-nos mas mesmo assim resolvemos subir. Joe foi na frente.

Logo chegamos em sua garganta, e lá havia um pequeno frasco com um líquido azul e um outro com um vermelho. Chegamos mais perto e Joe pegou o frasco azul.

“Use este liquido para duas pessoas, pense onde quer ir e estará lá em questão de segundos” – ele falou alto.

No vermelho estava escrito:

“Esteaquicontémumlíquidoforte,use-opara uma questão de vida ou morte”

Olhamo-nosejásabíamosoquefazer.Coloquei o frasco vermelho na mochila. Cada um bebeu um gole do azul e fomos parar

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na porta do castelo. Corremos para dentro, subimos as escadas correndo e entramos no quarto de minha mãe, ela estava deitada com meu pai ao lado:

-Mãe,nósconseguimos!Trouxemos seuremédio.

-Tomelogo,RainhaJulia.Você precisa sobrevicer.

Ela bebeu e adormeceu.

- Ela estará melhor quando acordar! – disse meu pai, me consolando, pois estava com lágrimas nos olhos.

- Pai, como você me prometeu, agora escolho com quem vou me casar, e eu escolho Joe.

- Tudo bem filha, eu vou cumprir minha promessa. Mas por enquanto você continuará princesa com seu príncipe. Tudo bem?

- Sim pai, Joe você aceita?

- Claro que aceito, você sabe que sempre te amei.

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Naquele momento não pude esconder meu sorriso.

Planejamos o casamento, e minha mãe acordou totalmente saudável. Contamos a notícia e ela aceitou com muita felicidade que eu mesma havia escolhido meu marido.

Ocasamentofoiumsucesso,houvebebidas, salgados e muito mais. E estamos vivendo muito felizes. Espero que para sempre.

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far cry

João Kerr

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Eraoúltimodiadeaula.OplanoparaasfériaserapassarduassemanasemumailhadoPacífico,aindapoucoexplorada.Ospreparativos animavam os seis amigos, que não viam a hora de pisar naquela praia paradisíaca.

Era um domingo quando lá chegaram no barco do pai de Trevor, empresário no ramo deautomóveisdeluxo.Assimquepisaramna areia, montaram as barracas e dormiram, afinal a viagem havia sido muito cansativa.

Nodiaseguinte,osolbatiaforte,océuestava reluzente, convidando-os a explorar a ilha, que realmente era magnífica.

Ogrupodespreocupadamentefoiseafastando cada vez mais do acampamento, sem imaginar o que estava por vir.

Ao voltarem, já estava anoitecendo. Foi então que ouviram um ruído estranho, próximodeondeestavam.Foramemdireçãoao barulho e avistaram uma base de pessoas mascaradas. Não entendiam o que estava acontecendo, pois acreditavam que aquela ilha era deserta.

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Temendo o perigo, o grupo resolveu sairdali.Porémforamsurpreendidosporum sujeito forte, com cabelo moicano e uma pistolanamão,queseapresentoucomoVaas:

-SouVaas!

-Estamosaproveitandonossasfériasnessabela ilha!

-Quem?

-Nós.

-Perguntou?–disseVaasseachandoengraçadinho.

-Quê?? - perguntaram eles, estranhando.

-E vocês, venham comigo!

-Para onde? – Perguntaram os amigos assustados,porémVaasfingiuque não escutou.

Então, eles se veem num acampamento pirata,tentamirembora,porémVaasosameaça com sua pistola.

Logo os outros os piratas prendem-nos em jaulas.

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-SeF#d&r@M!–disseVaas, humilhando-os.

Quando nenhum pirata estava olhando, Michael, irmão de Franklin, um dos amigos, conseguiu se desamarrar, pois ele havia servidoaoexércitoquandotinha18anos, eláaprendeuasedesvencilharosnós.

Assim, desamarrou seu irmão, o único que estava em sua cela. Para abrir a porta, eles começaram a gritar, o que fez com que um pirata se irritasse e fosse em direção á cela, mandá-los calar a boca. A reação de Michael ao vê-lo foi bater sua cabeça na cela com força, desmaiando-o. Assim, Michael e Franklin pegaram a chave, abriram a cela e cuidadosamente saíram do acampamento.

Pouco antes de conseguirem escapar do acampamento,VaasosvênovamenteemataMichael. Franklin, desesperado, tenta salvar seuirmão,porémquandovêqueissonãoseriamais possível, corre desesperadamente em direção à mata.

Alguns piratas começaram a atirar nele, massemacertá-lo,poissóqueriamassustá-lo. Sem querer um pirata acabou acertando-o,

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o que levou-o ao chão. Com dificuldade, se rastejouatéumlugarondepoderiaseescondere lá adormeceu.

Acordou quando já estava sol, sentiu uma dornaperna,levantouparavê-la.Viuqueelanão estava colada em seu corpo, então olhou em volta para ver se a achava. Por sorte a viu, mas estava na boca de um cachorro-do-mato, que quando o viu se espantou. Algum tempo depois Franklin teve uma hemorragia externa e morreu.

Dois estavam mortos, mas ainda havia quatro dos amigos na ilha.

Trevor e Lester estavam na mesma cela. Lester observava o comportamento dos piratas,epercebeuqueelessógostavamdedinheiro,sóseimportavamcomisso,entãoteve uma ideia.

-Vocêtemalgumagranaaínobolso?–Perguntou Lester a seu amigo Trevor, que era muito rico, por isso respondeu:

-Tenho100dólares,porquê?

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-Empresta aqui, cara. – Disse Lester e chamouumpirataatésuacela.

-Oquefoi,P0[[@?–Disseopirata.

-Vocêabrenossacelapor100dólares?

-Vocêstem?Mostrempramim!

Trevor e Lester mostraram a nota, o pirata olhou com os olhos esbugalhados, pegou a nota, abriu a cela e disse:

-Vão,corram!

Osdoiscorrerammuito,tentandoseafastardopiratas,porémnãoforamnadadiscretos, então um pirata reparou e gritou:

-Peguem os fugitivos!

Houvemuitostiros,porémnenhumacertou os jovens, que conseguiram sair do acampamento. Trevor olhou para trás, e quando virou para a frente, bateu a cabeça numa pedra e desmaiou.

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-Quando acordou, se viu na barraca que ele e os amigos haviam montado, e vê Michael, Franklin,Lester,RoneJimmy.Eleachatudoaquilo muito estranho e começa a fazer várias perguntas:

-Cadê os piratas? Michael e Franklin não morreram?Oquehouve?

-Quepiratas?Mortos?Oquevocêestáfalando? – Perguntaram os amigos.

-Calma, deve ter sido um pesadelo, agora vamosaproveitarnossasfériasnessabelailha!– Jimmy disse, acalmando-o.

-Mas...Queméaquelecaraatrásdevocê,com cabelo moicano e uma pistola na mão? – Pergunta Franklin para Travor.

-Vaaaaaaaaaaaaaaaas!–gritaTrevor.

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