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CONSELHO PARA AS INDÚSTRIAS CRIATIVAS TEVE PRIMEIRA REUNIÃO Todos juntos pela Cultura O FILHO MAIS VELHO DE HENRY FOK É O NOVO DIRECTOR-EXECUTIVO DA SJM Os 43 membros do recém-criado Conselho para as Indústrias Culturais puderam ontem conhecer-se, durante a primeira reunião daquele organismo, que contou com a presença do Chefe do Executivo. Chui Sai On apelou a “um esforço conjunto de todos os sectores” para que o “Made in Macau” passe a ser uma referência internacional de qualidade. >PÁGINA 10 Ventos de mudança Página 4 China Vendas de carros aumentam 45% • P.2 Taiwan Vistos para turistas vão ser mais fáceis • P.5 Sociedade Filipinos sentem-se intimidados • P.6 Desporto Carlos Queiroz suspenso por seis meses • P.11 Mundo Kadhafi apela ao fim do cristianismo • Última PUB hoje AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 macau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUARTA-FEIRA 1 DE SETEMBRO DE 2010 • ANO IX • Nº 2200 SHUN TAK VAI LANÇAR “ROAD-SHOW” PARA PROMOVER PROJECTO DE COLUMBÁRIO NA ILHA DA TAIPA Última A AVENIDA ALMEIDA RIBEIRO VISTA ATRAVÉS DOS OLHOS DE QUEM PLANEIA EDIFÍCIOS centrais www . hojemacau . com . mo LIGUE-SE A NÓS TEMPO Pouco nublado min 28 max 35 humidade 40-85% câmbios EURO 10.2 baht 0.25 yuan 1.18

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o filho mais velho de henry fok é o novo direCTor-exeCuTivo da sJm shun tak vai lançar “road-show” para promover proJeCto de Columbário na ilha da taipa a avenida almeida ribeiro vista aTravés dos olhos de Quem planeia edifíCios Mundo TeMPo Pouco nublado min 28 max 35 humidade 40-85% câmbios euro 10.2 baht 0.25 yuan 1.18 Sociedade Desporto Taiwan ligue-se a nós China Página 4 centrais Última mop$10 • P.11 • Última pub pub AgênciA comerciAl pico • 28721006 • P.2 • P.5

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Conselho para as indústrias Criativas teve primeira reunião

Todos juntos pela Cultura

o filho mais velho de henry fok é o novo direCTor-exeCuTivo da sJm

Os 43 membros do recém-criado Conselho para as Indústrias Culturais puderam ontem conhecer-se, durante a primeira reunião daquele organismo, que contou com a presença do Chefe do Executivo. Chui Sai On apelou a “um esforço conjunto de todos os sectores” para que o “Made in Macau” passe a ser uma referência internacional de qualidade. >página 10

ventos demudançaPágina 4

China

vendas de carros aumentam 45%• P.2

Taiwan

vistos para turistas vão ser mais fáceis• P.5

Sociedade

filipinos sentem-se intimidados• P.6

Desporto

Carlos Queirozsuspenso porseis meses• P.11

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Kadhafi apela ao fim do cristianismo• Última

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direCtor Carlos morais josé • quarTa-feira 1 de seTembro de 2010 • ANO IX • Nº 2200

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actualquarta-feira 1.9.2010

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A AltA Representante da União Europeia para a Política Externa, Catherine Ashton, inicia na hoje, no sul da China, uma ronda de “diálogo estratégico e político” com responsáveis daquele país.

“União Europeia e China enfrentam problemas comuns e partilham objectivos idênticos”, disse Ashton num comunicado divulgado pela UE.

Referindo-se à reunião de hoje com o conselheiro de estado chinês Dai Bingguo, Ashton disse estar empenhada em “promover uma construtiva relação com a China”.

“A China é um parceiro estraté-gico chave da Europa num mundo globalizado”, afirmou.

Catherine Ashton chegou na

A ChinA registrou aumento de 45,6% nas vendas de automóveis de Janeiro a Julho deste ano, em relação a igual período do ano passado, e manteve-se na liderança do ranking. O Brasil está em quinto, mesmo após queda no desempenho da Alemanha, que está em quarto, segundo um levantamento da Jato Dynamics do Brasil.

A China ultrapassou a marca de 7,4 milhões de automóveis. "A China continua com um crescimento surpreendente. Os Brics continuam entre os dez primeiros e a Índia começa a consolidar a sua posição. A Alemanha não está a conseguir segurar a quarta posição e o Brasil deve assumir esse

lugar e permanecer sólido até o final do ano. A Rússia continua a ser ameaçada pelo Canadá, mas acreditamos que deve manter a sua posição (em décimo) pelo menos até ao terceiro trimestre", afirmou Luiz Carlos Augusto, diretor-superintendente da Jato Dynamics do Brasil.

Em segundo e terceiro lugares no ranking aparecem os Estados Unidos, com um au-mento de 15%, e o Japão, com um crescimento de 19,9%. O Brasil manteve-se em quinto, um com aumento de 6,7% nas vendas de veículos em comparação com igual período do ano passado. A Alemanha continua em quarto lugar mesmo com uma queda de 27,5% nas

vendas do período. Em sexto está a França, que registrou uma subida de 5,7%.

O destaque deste mês, segundo a pesqui-sa, é a Índia que, com um crescimento de 38%, que ultrapassou a Itália, ficando em sétimo lugar. Em nono e décimo estão Reino Unido e Rússia que cresceram, respectivamencte, 15,2% e 9,2% no período.

A empresa revelou ainda que os dados chineses incluem apenas veículos de turis-mo. Para o restante dos países os números englobam carros e comerciais ligeiros.

A pesquisa aponta ainda que a Toyota manteve a liderança em vendas totais entre Janeiro e Julho de 2010, seguida pela Ford e

Volkswagen. A Chevrolet obteve um aumento de 29,02% no período, mantendo a quarta colocação. "A Chevrolet mantém o cresci-mento acima da média e começa a ameaçar a Volkswagen, e se continuar com este direcio-namento estratégico cada vez mais voltado para o cliente, não vai surpreender se terminar o ano em 2º lugar", afirmou Augusto.

O executivo afirmou ainda que, na Améri-ca do Sul, a Argentina mantém o crescimento e "demonstra que vai investir na renovação de sua frota". "Ainda é um pequeno passo, mas esperamos que a região possa fechar um ano com um crescimento considerável", afirmou.

China e ue enfrentam “problemas Comuns”

União Europeia estende a mãoNovas sançõescontra PyongyangO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou na segunda-feira uma ordem executiva em que determina a adopção de novas sanções contra a Coreia do Norte. As sanções têm como alvo cinco entidades norte-coreanas e três pessoas acusadas de "apoiar o programa de armas de destruição em massa" do país. De acordo com um comunicado do Departamento do Tesouro, a ordem executiva busca bloquear os activos dos punidos, "isolando-os do sistemas finan-ceiro e comercial dos Estados Unidos". As entidades, na maioria empresas, e indivíduos punidos estariam envolvidos com o comércio de armas, artigos de luxo e narcóticos. As novas sanções, que haviam sido prometidas no mês passado pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, foram adoptadas depois do aumento de tensão na região após o afundamento de um navio de guerra sul-coreano em março. A Coreia do Norte foi acusada de envolvimento no incidente, no qual 46 marinheiros sul-coreanos morreram. Pyongyang, porém, rejeitou a alegação.

segunda feira a Xangai, onde visitou a Expo2010, a maior ex-posição universal de sempre, com mais de 240 países e organizações internacionais.

A reunião com Dai Bingguo decorrerá em Guoyang, capital da província de Guizhou, uma das mais pobres da China.

Amanhã, em Pequim, Ashton vai encontrar-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yang Jiechi, e o primeiro ministro, Wen Jiabao.

A União Europeia é o maior parceiro comercial da China e este país é o segundo maior mercado das exportações da UE.

Segundo estatísticas chi-nesas citadas na imprensa, no primeiro semestre deste ano, o comércio UE-China somou 219 400 milhões de dólares (175 500 milhões de euros), um aumento de 17,3 por cento em relação ao semestre anterior à crise finan-ceira de 2008.

aumentou o número de Carros na China e na Índia

Bric’s compram mais automóveis

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EmprEsAs ChinEsAs estão a investir cada vez mais no vizinho Vietname, onde a mão de obra é mais barata do que no seu país, disse um alto funcionário do Vietname citado pelo jornal China Daily. No final de julho, o investimento chinês no Vietname somava 3 100 milhões de dólares, distribuído por 743 projetos em 53 das 63 províncias do pais, indi-cou Bui Quoc Trung, vice-director da Agência de Investimento Externo do ministério vietnamita do Planeamento. “O investimento da China continuou a aumentar nos últimos meses devido às vantagens comparativas do Viet-name em termos de custos”, afirmou Bui Quoc Trung. Segundo referiu, um trabalhador vietnamita não qualificado ganha em média 100 dólares por mês (cerca de 800 patacas) ou o equivalente a 680 yuan. Em Pequim, o valor do salário mínimo é de 960 yuan (110 euros) e em Xangai, o mais alto do país, ultrapassa os 1100 yuan (130 euros). O aumento

pElA primEirA vez, um tribunal da China vai apreciar a queixa de um homem seropositivo que diz ter sido discriminado quando concorreu a um emprego, disse a imprensa oficial. A queixa é feita contra o Departamento de Educação da cidade de Anqing, na província de Anhui, leste da China, e foi aceite segunda-feira pelo tri-bunal local, adiantou o jornal China Daily. O queixoso, um jovem recém licenciado, afirma ter sido preterido num concurso para admissão de professores depois de um exame médico ter revelado que ele era seropositivo. Segundo a imprensa chinesa, o queixoso, cuja identidade não é revelada, “procura apenas que lhe seja dado o posto de trabalho e não quaisquer indemnizaçoes monetárias”. O julgamento deverá começar dentro de duas semanas. Oficialmente, a China tem cerca de 740 000 pessoas seropositi-vas. A China já aprovou leis garantindo o direito ao emprego daqueles doentes, mas “o estigma e a discriminaçao conti-nuam largamente difundidas”, disse o China Daily.

Não preciso, pois, de qualquer declaração de interesses adicional. Nunca usei de anonimato ou pseudónimo, sendo verdade o "segredo" de polichinelo desvendado por José Rocha Dinis no seu editorial do dia 26 de Agosto, quando enuncia o nome completo do amigo; assunto trazido de novo à baila no editorial do dia 28. Agradeço-lhe as palavras elogiosas que, sou em crer, são sinceras. Contudo não mereço (nem busco) tanto protagonismo. Correia Marques P.15

empresas Chinesas proCuram mão-de-obra barata

Vietname é que está a darProfessor seropositivoqueixa-se ao tribunal

Segundo referiu, um trabalhador vietnamita não qualificado ganha em média 100 dólares por mês (cerca de 800 patacas) ou o equivalente a 680 yuan.

do investimento chinês no Vietname coincide com uma acentuada subida do comércio bilateral, que este ano deverá chegar aos 25 000 milhões de dólares. No primeiro semestre do ano, o comércio sino-vietnamita somou 12 800 milhões de dólares, um aumento de 49,5 por cento em relação a igual período de 2009. China e Vietname – dois dos raros países governados por partidos comunistas - partilham uma fronteira com cerca de 1300 quilómetros de comprimento.

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kah

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4www.hojemacau.com política

Kahon [email protected]

TimoThy Fok Tsun-ting, primo-génito de Henry Fok e membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), foi nome-ado director-executivo e recebeu condições especiais de opção sobre as acções da SJM Holdings. Am-brose So disse a um jornal chinês que Fok iria tratar de cuidar dos “assuntos culturais” da SJM, mas a nomeação pode marcar o renascer dos Foks no negócio do jogo em Macau, depois de Henry Fok ter abandonado, há décadas, a STDM após desentendimentos com Stan-ley Ho. A pergunta é: porquê?

De acordo com o comunicado da SJM Holdings emitido anteon-tem e que dava conta da nomeação de Timothy Fok Tsun-ting para o cargo de director-executivo, o con-trato com o grupo ainda não terá sido assinado, pelo que a posição será ocupada de forma interina até à próxima reunião geral anual, em que deverá ser reconduzido de for-ma permanente. Fok poderá assim receber um salário de director – 300 mil dólares de Hong Kong (302,7 mil patacas) por ano, mais bónus de desempenho. Ontem, o conselho de administração da SJM atribuiu também a Timothy Fok a preferên-cia na aquisição de acções, podendo subscrever um total de três milhões de acções ordinárias de um dólar de Hong Kong cada, a partir de 28 de Fevereiro de 2011.

A nomeação e atribuição de

Stanley ho presidenteambrose So director-executivoLouis ng director-operacionalangela Leongrui José da cunhaDavid Shum hong-kuentimothy fok tsun-tingcheng Yu-tung *chau tak-hay**David Lan hong-tsung**abraham Shek Lai-him**tse hau-Yin**

(*) - director não-executivo(**) - directores não-executivos independentes

fiLho maiS veLho De henrY fok Director-executivo Da SJm

A fokalização do império Hodireito de opção sobre acções dará à família Fok influência concreta so-bre o conselho da SJM pela primeira vez. Timothy Fok será também o único director-executivo da SJM Holdings sem laços familiares com Stanley Ho (ver caixa).

Mais conhecido por uma car-reira “cinzenta” como deputado e presidente da Federação de Desporto e do Comité Olímpico de Hong Kong, Timothy Fok Tsun-ting é também membro da CCPPC nacional e director do grupo Fok Ying Tung, mas não costuma intervir nos negócios de família e passa a maior parte do tempo ocupado em acontecimentos públicos de caráter social. O cargo na SJM é aparentemente o cargo

mais executivo que Timothy Fok alguma vez desempenhou, numa firma empresa.

O jornal “Ming Pao”, de Hong Kong, não conseguiu falar com Timothy Fok na segunda-feira, mas o director-executivo da SJM, Ambrose So, disse ao “Hong Kong Economic Journal” que a nomeação visava criar uma cooperação mais estreita com a Fundação Henry Fok, da qual Timothy Fok é admi-nistrador – fundação que é também accionista da SJM. Ambrose So afir-mou que Fok tinha um importante contributo a dar às “indústrias culturais” da SJM, nomeadamente envolvendo os casinos Ponte 16 e Grand Lisboa.

Apesar de efectivamente con-trolada pela família de Stanley Ho, a Fundação Henry Fok continua a ser um “peso-pesado” no império do jogo em Macau. De acordo com os últimos documentos publicados da SJM Holdings, a fundação de-tém uma parcela de 27,7 por cento STDM, que por sua vez controla 59,88% da SJM listada em bolsa e que detém uma das seis concessões de jogo em Macau. Comparativa-mente, Stanley Ho controla 45,8% da STDM através de várias compa-nhias e detém uma parcela directa de 7,73% na SJM.

Enquanto parceiro de Stanely Ho na obtenção da concessão para casinos sob o regime português, o magnata pró-comunista Henry Fok nunca chegou a assumir um papel executivo na STDM, apesar do controlo directo sobre as acções.

Nem rabo, nem ca-beça. O Coelhinho da Expo Xangai vai ser hoje “mutilado” devido a provável passagem de um tufão na zona da cidade chinesa. Os en-genheiros responsáveis pela Lanterna Imperial – Coelho de Jade con-sideraram mais seguro remover a cabeça e a cauda temporariamente, para evitar percalços.

Depois do dia 4 deste mês, o Coelho voltará a estar completo.

O Gabinete Prepara-tório para a Participação de Macau na Exposição Mundial de Xangai refe-riu que a parte que forma a cabeça do Coelho de Jade é uma peça des-montável que carece de ser enchida de ar durante as 24 horas do dia para manter a sua fisionomia

perfeita e que pode mo-vimentar-se de um lado para o outro de modo a resistir ao vento. Para garantir a segurança desta instalação face às más condições climáticas tais como tempestades, o pessoal técnico procede periodicamente à remo-ção da cabeça do Coelho para fazer a manutenção e limpeza das peças de ligação.

Segundo as infor-mações obtidas pelos serviços meteorológicos do Interior da China, existem neste momento dois tufões no Oceano Pacífico Ocidental a mo-vimentar-se em direcção à China, estimando-se que irão afectar Xangai dentro de dois a três dias (aproximadamente durante os dias 1 a 3 de Setembro).

PaviLhão De macau na exPo xangai Será DeSmontaDo DeviDo a tufão

Coelho sem orelhas nem rabo

Em Fevereiro de 2002, Henry Fok criticou abertamente Stanley Ho pela distribuição injusta de lucros entre os accionistas da STDM dizendo que “nunca soube o que se passava lá dentro”. A funda-ção apenas foi estabelecida, após a ruptura ter sido publicitada, para destacar o distanciamento em relação à STDM, com várias tentativas de venda das acções a saírem frustradas.

Após a morte de Henry Fok, em Outubro de 2006, a família come-

conselhode administação

çou a reforçar a sua representação na administração da STDM, em 2007. No entanto, não se viu sinal da sua influência directa sobre a STDM ou sobre a SJM, já que os Foks nunca revelaram os seus planos para essas empresas.

Timothy Fok foi visto pela última vez em Macau no final de Junho, quando inaugurou o ser-viço da TurboJet ligando Macau a Nansha, a cidade costeira a sul de Guangzhou anteriormente explo-rada pelo seu pai, Henry Fok.

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quarta-feira 1.9.2010www.hojemacau.com

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Chui Sai On participa na Expo do Comércio e Investimento do Nordeste da ÁsiaO Chefe do Executivo parte hoje com uma comitiva oficial para a província chinesa de Jilin, para participar na Expo do Comércio e Investimento do Nordeste da Ásia. Logo à chegada a Chang Chun, capital da província, o Chefe do Executivo tem um encontro agendado com o secretário do Comité Provincial do PCC, Sun Zhengcai. Amanhã, Chui Sai On estará presente na sessão inaugural do certame e presidirá às cerimónias de abertura do Pavilhão de Macau e da acção promocional da “Semana de Macau”, regressando ao território, durante a tarde, depois de visitar alguns pontos turísticos em Chang Chun. A secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, assume interinamente o cargo de Chefe do Executivo.

Kahon [email protected]

A pArtir de hoje, dia 1 de Setembro, os portadores de passaporte de Hong Kong e Macau, nascidos nos territó-rios das respectivas Regiões Administrativas Especiais (RAE) e que visitaram ante-riormente Taiwan, passam a necessitar apenas de pe-didos simples de permissão para entrarem em território taiwanês, bastando apenas preencher um formulário na Internet, imprimir as de-clarações numa impressora normal e mostrar ao agente da imigração nos aeroportos de Taiwan, juntamente com os seus passaportes válidos. A novidade foi anunciada ontem pela Agência de Imi-gração de Taiwan.

Até então, os residentes que preenchessem o registo online tinham de levantar a “autorização de entrada temporária” nos gabinetes de representação de Taiwan antes de realizarem a via-gem, mediante uma taxa de 75 dólares de Hong Kong, ou pedir um visto temporário nos aeroportos de Taipé ou Kaohsiung, por 300 dólares de Taiwan (75 patacas) por

uma entrada individual. A nova medida, quando aplicável, torna desneces-sárias ambas as taxas e os formulários de entrada para os residentes das RAE que visitarem Taiwan.

A autorização de entrada foi lançada em 2005 e mais de 340 mil cópias de permissões foram emitidas até 2009. De acordo com a declaração da agência, a suspensão das taxas poderá atrair mais visitantes para o festival de floricultura de Taipé e as comemorações do dia nacional em Outubro. O chefe da divisão de Assuntos de Entrada e Saída, no entan-to, admitiu também que se

tratava de uma “mensagem amigável” dirigida a Hong Kong, a pedir igual tratamento aos taiwaneses que visitam Hong Kong.

Ao contrário de Hong Kong, Macau sempre isentou

de vistos os portadores de passaporte de Taiwan desde o regime português, tendo sido Taiwan quem estabeleceu medidas desiguais contra os residentes de Macau. No en-tanto, poucos em Macau irão

beneficiar da mudança uma vez que, de acordo com os censos realizados em 2006, há apenas 188 651 residentes de Macau nascidos no território e, mesmo acrescentando os nas-cidos entre 2007 e 2009, apenas

cerca de 203 mil residentes dos 360 mil residentes permanen-tes nasceram em Macau. Além disso, os portadores de pas-saporte português já podiam visitar Taiwan sem visto, pelo que a nova medida deverá provavelmente beneficiar mais os nascidos em Macau após a transição.

Andy Wu, director da As-sociação de Indústria Turís-tica de Macau, acredita que dificilmente a nova medida irá estimular as viagens para Taiwan, uma vez que a maio-ria dos viajantes nascidos em Macau têm passaporte por-tuguês. “Sinto que se trata de uma liberalização gradual”, afirmou. “Esperamos que a medida possa ser expandida a todos os portadores de passaporte das RAE num futuro próximo.”

INSCRIÇÕES PARA AS PROVAS DO57.º GRANDE PRÉMIO DE MACAU

Inscrições para as seguintes provas:

*Corrida de Carros de Turismo CTM Macau*Corrida Hotel Fortuna de Macau e Interport de Hong Kong

Início das inscrições: 01 de Setembro de 2010Fim das inscrições: 30 de Setembro de 2010

Local das Inscrições:Associação Geral de Automóvel de Macau – ChinaAvenida da Amizade, nº 207, Edifício do Grande Prémio(R/C do Torre de Controle)

Horário de funcionamento:De Segunda-feira a Sexta-feira, das 09:30h às 13:00h,14:30h às 18:30h.(excepto aos Sábados, Domingos e feriados Públicos)

Para informações poderá ligar para o seguinte número de telefone: 28726578

as autoridades de taiwan cancelaram as taxas de visto para porta-dores de passaporte das rae nascidos em Hong Kong e Macau. Mas com menos de dois terços dos residentes nascidos localmente e a maioria destes a possuirem passaporte português, Macau acaba por beneficiar pouco da medida, com mais repercussão junto do Governo de Hong Kong.

Taiwan dispensa Taxas para cidadãos de Macau e HonG KonG

Fogo de visto

Vanessa [email protected]

A mAquetA está feita, o plano ini-cial completamente traçado, a data de conclusão definida: Macau vai ganhar, em 2014, o primeiro centro intermodal de transportes, o que quer dizer uma série de facilidades públicas agregadas num só local.

Apesar da zona da Barra também fazer parte do plano das Obras Públi-cas para a construção de tal interface, a estrada Governador Albano de Olivei-ra, na Taipa, saiu à frente e vai abrigar o projecto, baseado no existente em Kowloon, Hong Kong. Trata-se de uma combinação de zonas verdes, paragens de autocarro, estação de metro ligeiro, parques de estacionamentos, praças de táxi, passeios pedonais e melhores acessibilidades para portadores de deficiências.

O projecto, apresentado ontem pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras

Públicas e Transportes (DSSOPT) e pela Direcção para os Assuntos de Tráfego (DSAT), vai custar aos cofres públicos 900 milhões de patacas e contará a partir de hoje com sessões de auscultação, para se chegar a um consenso sobre o que deve ser construído de equipamen-tos sociais na zona envolvente.

O centro intermodal ocupará uma área de 10.800 metros quadrados e promete resolver por completo os problemas de inundações da Go-vernador Albano de Oliveira, com o melhoramento do sistema de dre-nagem. Segundo os representantes do Governo, a interface irá melhorar consideravelmente a qualidade de vida da população e permitirá a ligação entre a Taipa e a Barra em 17 minutos, quando o metro ligeiro estiver opera-cional daqui a quatro anos.

As passadeiras para peões pro-metem ficar 500% maiores em termos de largura e as cabines de espera dos autocarros vão aumentar 270%. A área

de jardins será duplicada e o espaço para estacionamento de carros e motos sobe 30% na zona. O concurso público para toda a empreitada será lançado durante o ano de 2011.

Portas do CerCoCom ar CondiCionadoDepois de ter investido 3 milhões de patacas no sistema de ventilação do terminal de autocarros subterrâneo das Portas do Cerco, o Governo chegou à conclusão que ainda será necessário investir outros 120 milhões agora, para melhorar a iluminação e dar ar fresco aos passageiros.

As Obras Públicas lançam este mês um concurso público para uma empreitada que abrirá oito orifícios na Praça das Portas do Cerco, que permi-tirão maior entrada de luz natural no terminal subterrâneo. Também está a ser a viabilidade de se instalarem um sistema de ar condicionado nos locais de espera dos autocarros.

priMeiro centro interModal de transportes de Macau eM 2014

900 milhões a caminho da Taipa

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quarta-feira 1.9.2010

6www.hojemacau.com sociedade

Vanessa [email protected]

A ressAcA do sequestro do autocarro na semana passada em Manila, em que morreram oito turistas de Hong Kong, está afectar a comunidade filipina de Macau. Comentários xenófobos, discriminação, preconceitos e olhares distorcidos estão a causar mal-estar entre os imigrantes, que confessam-se envergonhados com o incidente.

O padre filipino Pedro Balde, do Centro Católico Pastoral, disse ao Hoje Macau que o preconceito contra os imigrantes filipinos acentuou-se visivelmente desde a passada segunda-feira. “Há uma percepção negativa sobre a comu-nidade após o incidente. Muita gente olha-nos como se fossemos

DurAnte o mês de Julho, as exporta-ções registaram uma queda de 3,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, totalizando 609 milhões de patacas. A exportação doméstica baixou 2,8% (249 milhões de patacas) e a reexportação 3,9% (361 milhões). Por outro lado, o valor total das importações atingiu 3,83 mil milhões de patacas, ou seja, aumentou 19,4% em comparação com o mesmo mês de 2009. O défice da balança comercial situou-se nas 3,22 mil milhões de patacas, segundo dados ontem divulgados pelos Serviços de Estatística e Censos.

As exportações de Macau nos sete primeiros meses de 2010 totalizaram 4,23 mil milhões de patacas, diminuindo 6,5%, comparativamente ao mesmo período do ano transacto. Os fluxos da exportação do-méstica desceram 29,2%, enquanto os da reexportação subiram 10,4%, em relação aos fluxos de Janeiro a Julho de 2009. O valor total das importações cifrou-se em 24,29 mil milhões de patacas, correspon-dendo a uma subida de 20,5%.

Consequentemente, de Janeiro a Julho deste ano, o défice da balança comercial acentuou-se 28,4%, relativamente ao perí-odo idêntico do ano anterior, situando-se em 20,05 mil milhões de patacas. A taxa de cobertura das exportações sobre as importações atenuou-se para 17,4%, ou seja, menos 5,1 pontos percentuais do

que o verificado no período homólogo de 2009.

Hong Kong continua a ser o principal parceiro comercial de Macau em matéria de exportações (1,85 mil milhões de patacas), tendo-se registado um aumento de 15,1% nas transacções. Em segundo lugar, está a China (680 milhões), seguindo-se os Esta-dos Unidos e a União Europeia, que sofre-ram decréscimos na ordem dos 40%.

As mercadorias importadas duran-te os sete primeiros meses deste ano, provenientes da China Continental e da União Europeia dilataram-se 19,9% e 24,4%, atingindo 7,51 mil milhões e 5,30 mil milhões de patacas, respectivamente, em termos homólogos. O valor importado de bens de consumo ascendeu a 40,1%, designadamente no que se refere ao valor importado dos automóveis de passageiros e motociclos, o qual aumentou notoria-mente 109,0% face ao período homólogo de 2009. Inversamente, as importações de bens de capital e de matérias-primas e produtos semi-transformados sofreram diminuições de 11,1% e 1,3%, respecti-vamente.

De Janeiro a Julho de 2010 o valor total das importações e exportações totalizou 28,52 mil milhões de patacas, correspon-dendo a um crescimento de 15,6%, face aos 24,68 mil milhões de patacas registados no período idêntico de 2009.

não há acordo, mas tam-bém não há ilegalidades ou violações de direitos. A Macau Cable TV está a trans-mitir, a título experimental, imagens em tempo real das ruas recolhidas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) e pôs-se a dúvida se a protecção de dados pessoais, como matrí-culas de veículos e rostos dos pedestres, não estariam a ser violados.

Ontem, o subdirector do organismo público, Chiang Ngoc Vai, desdramatizou por completo a questão ao dizer que não há hipótese de ilegalidades, já que a qualidade dos vídeos é baixa e não se consegue reconhecer fisionomias ou números nas placas. “Não se vê nada que viole a privacidade”, frisou o subdirector.

O Gabinete para a Pro-tecção de Dados Pessoais (GPDP) não tinha sido in-formado sobre a cedência de direitos de transmissão das imagens pela Macau Cable TV, mas Chiang Ngoc Vai

emigrantes sentem-se discriminados em macau após sequestro do autocarro

Filipinos vítimas colaterais

queda de 3,4% em Julho, mas importações sobem 19,4%

Exportações em baixadsat nega infracções à protecção de dados pessoais

Não há cá violações da lei

todos marginais. Já havia discri-minação antes, muitos filipinos queixam-se disso e agora está pior, sem dúvida”, considera.

Nas missas, o padre pede aos seus conterrâneos para não se deixarem abalar com as opiniões

menos favoráveis a seu respeito. “Digo-lhes que têm de se lembrar quem são e que se não se encaixam nos comentários que lhes são di-rigidos, devem desconsiderá-los. Resta-nos rezar pelas almas da tragédia e também pelo bem-

estar geral de toda a comunidade filipina.”

Já se passou mais de uma se-mana quando televisões do mundo inteiro transmitiram em directo as negociações entre a polícia e o sequestrador – um polícia despe-dido da corporação um ano antes da idade mínima da reforma -, mas ainda hoje a enfermeira Leyzel Alves continua a ouvir os colegas a repetirem a mesma história. “Sinto-me desconfortável quando o fazem à minha frente. É uma tragédia que nos envergonha a todos os filipi-nos”, diz ao Hoje Macau.

A enfermeira sente que os chi-neses de Macau lançam olhares menos próprios aos filipinos e teve conhecimento que as histórias de xenofobia aumentaram na última semana. “Soube de duas adoles-centes que foram completamente

maltratadas quando andavam nas compras. São muitos casos, muitos boatos de incidentes menos felizes que se têm passado em Macau.”

Catalina Yamat, filipina e pre-sidente da Associação Migrante Internacional, considera que a imagem geral da comunidade fica gravemente prejudicada, mas, pior ainda, a do governo e da polícia filipina. “O sequestro poderia ter acontecido em qualquer lugar do mundo, mas a forma como a acção foi conduzida foi desastrosa e embaraçosa para todos os filipi-nos. Sentimos vergonha do que se passou.”

O empresário Jamelito Escote acredita que a má fase para o lado dos filipinos em Macau será tem-porária, uma vez que se apurem as responsabilidades do incidente e se condenem os culpados pela tragédia. “Espero, contudo, que os chineses deixem de achar que todo o povo filipino é mau. Toda a comunidade está preocupada e infeliz com os últimos factos. Mas já aconteceu e não há nada a fazer. Vamos continuar a mostrar que somos boas pessoas.”

nem sequer vê necessidade para tal. “Os vídeos estão disponíveis no website da DSAT e estão ao alcance de toda a gente. Não há nenhum acordo entre a Cable TV e o Governo, porque as imagens são públicas. Já verificámos o que está a ser transmitido e é exactamente o mesmo que se vê no site”, frisou.

Na segunda-feira, a Macau Cable TV afirmou publicamente que existia um acordo com o Governo para transmitir as imagens. A DSAT, por sua vez, não

sabe tal “compromisso” de acordo. “É apenas necessário preencher uma requisição a pedir autorização para retransmitir as imagens do website”, referiu o respon-sável.

A TDM também está a avaliar condições técnicas para utilizar as imagens das câmaras de videovigilância das ruas de Macau e deverá cumprir os mesmos requisi-tos que a Cable TV: preencher um impresso e garantir a confidencialidade das ima-gens.- V.A.

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Universidade “não é supermercado de crédito”Com uma onda de críticas devido à falta de recursos humanos qualificados para a carreira académica, o reitor da Universidade de Macau, Wei Zhao, disse ontem que a instituição não desiste das “refeições grátis”. Numa mensagem dirigida aos novos estudantes, o académico referiu que a “universidade não é um supermercado que vende horas de crédito”. “A nossa concentração está nos estudantes, em oferecer-lhes formação de alta qualidade”, referiu. Para o próximo ano académico, a taxa de aceitação de novos alunos alcançou os 80%, a mais alta dos últimos cinco anos. Um total de 2.579 vão começar as suas licenciaturas, o maior número registado nos últimos dez anos.

Macau deve preservar a grafia do português anterior ao novo acordo ortográfico, por falta de interesse das autoridades chinesas em introduzir as novas regras, prevê o especialista Joseph Levi, da universidade norte-americana de George Washington.

Ex-professor da Universidade de Macau e director do centro de línguas da Universidade de Hong Kong, Levi acredita que a adminis-tração chinesa vai preferir o “status quo” a fazer “mudanças bruscas” no ensino do português, língua oficial da região administrativa, a par do chinês.

“Não faz sentido mudar, se-gundo o governo central, porque há manuais já prontos, professores formados que vieram de Portugal. Não há este interesse em usar o acordo”, disse à Lusa o profes-sor de filologia portuguesa, que

Macau deve preservar grafia do português pré-acordo ortográfico, diz ex-reitor

Como era antigamenteregressou este ano da Ásia. Para Levi, formado na Universidade de Lisboa, a preservação da grafia anterior ao acordo é um factor de enriquecimento do português. “É bonita esta diversidade, mostra a riqueza da nossa língua e culturas. Concordo com o que se está a passar em Macau. Se faz parte da cultura e da identidade, bem-haja”, disse em entrevista à Lusa, à margem da Conferência sobre o Ensino do Por-tuguês e Culturas Lusófonas, que decorreu sexta-feira em Fall River, nordeste dos Estados Unidos.

“Pessoalmente, prefiro a manei-ra antiga, mas percebo que temos de ir para a frente, tudo bem. Agora não estou de acordo, e algumas das palavras que foram modificadas… foi uma violência porque as letras estavam ali por uma razão, para abrir ou fechar uma vogal, por exemplo”, adiantou.

Numa recente passagem por Macau, a presidente do Instituto Camões, Ana Paula Laborinho, reuniu-se com a secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, para discutir a introdução do novo Acordo Ortográfico. Após o encontro disse estar convicta de que Macau irá aderir, mas subli-

nhou não haver, para já, nenhuma informação concreta sobre uma decisão das autoridades da região em relação ao acordo.

O Instituto Português do Orien-te (IPOR) já iniciou em Macau a formação para a introdução do novo Acordo Ortográfico no ensino do português na região a partir de

2011, quando os manuais escolares adoptarem as novas regras.

Os manuais para o ensino do português no estrangeiro adoptarão as novas regras ortográficas a partir de 2011, garantiu a responsável, salientando que, para já, existem conversores ortográficos que po-dem servir de base à formação em Macau e que foram disponibili-zados às instituições locais, a par da formação online do Instituto Camões.

A China é actualmente um dos países onde é maior a procura do ensino do português, segundo dá conta Joseph Levi. “Muitos estudantes querem aprender o português, por razões políticas e económicas, e para nós é sempre um motivo de alegria, enquanto professores de culturas lusófonas, ver este interesse”, afirma.

“Angola é uma prioridade para Estados Unidos e China, o Brasil vai sempre ser um gigante, mas se pensarmos não só no número de habitantes, mas de países e opções, temos é um leque vastíssimo [na lusofonia]”, adianta Levi.

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Joseph Levi

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culturaquarta-feira 1.9.2010

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Margarida Saraiva*em conversa com o arquitecto Mário Duque

Um Jovem Romântico José Carlos da Maia (Olhão, 16 de Março de 1878 - Lisboa, 19 de Outubro de 1921) foi oficial da Marinha de Guerra Portuguesa e destacado político republicano. Entre outras funções, foi deputado à Assembleia Constituinte de 1911 e à Câmara de Deputados do Congresso da República, Governador de Macau (1914-1916), Presidente da Comissão Administrativa da Câ-mara Municipal de Lisboa, de Janeiro a Março de 1918, e Ministro da Marinha durante três meses e meio em 1918. Encontrava-se afastado da política activa quando foi assassinado na Noite Sangrenta de 19 de Outubro de 1921, a revolta radical que ocorreu em Lisboa e no decurso da qual foram assassinados vários republicanos.

Durante os anos de 1914 a 1916, como Go-vernador de Macau. José Carlos da Maia, pro-jectou uma imagem de extrema competência e seriedade. Decorria a I Guerra Mundial, mas o rigor e a dinâmica da sua governação deixaram-lhe a fama de ter sido um dos melhores gover-nadores que Macau conheceu. Construiu três escolas e uma leprosaria, organizou um corpo de voluntários, a corporação de bombeiros, melhorou as comunicações rádio-telefónicas e rodoviárias entre as ilhas e ainda teve tempo para ajudar os republicanos chineses. “Car-los da Maia é conhecido por ter recusado a extradição dos republicanos Chineses que se refugiaram em Macau no período conturbado dos Senhores da Guerra que sucedeu à República Chinesa, revelando com isso a franqueza da sua matriz ideológica e a disponibilidade de a estender, em moldes solidários, para além de qualquer realidade cultural ou diplomática”, acrescenta o arquitecto e docente convidado da Universidade de São José, Mário Duque.

A obra de Carlos da Maia em Macau é descrita de forma elogiosa numa obra que data de 1924, intitulada “Um Marinheiro Romântico: Como viveu e Morreu Carlos da Maia”. A monografia é composta por textos de dois autores, ambos amigos pessoais de Carlos da Maia, Rocha Martins e Bourbon Menezes. Este último relata a as obras deixadas por Carlos da Maia em Macau:

“Carlos da Maia deixou a sua passagem por Macau assinalada por uma obra. A capitania do Porto, que, por falta de materiais indispensáveis, estava im-pedida de fazer a necessária fiscalização marítima, dotou-a Carlos da Maia com esse material que ela não tinha, adquirindo cinco lanchas, logo postas no desempenho daquele serviço. As ilhas da Taipa e Coloane foram ligadas pela telegrafia sem fios e, para que a vigilância nocturna das imediações do porto de Macau pudesse fazer se como a prudência aconselhava que se assegurasse, mandou Carlos da Maia comprar os necessários projectores, os quais foram montados já depois da sua retirada para a metrópole (…). O relato da obra de Carlos da Maia continua

pormenorizadamente e acaba por concluir:

Um jovem romântico, uma nova avenida e um beco sem saída“Os jardins da cidade, por sinal lindíssimos, aformoseou-os por comum interesse e que só se da a medida da sua delicada sensibilidade, e a abertura da Avenida Almeida Ribeiro que cortando o bazar chinês, liga a Praia Grande com o Porto Interior, esta igualmente vinculada a sua acção governativa”. A um nível mais privado, José Carlos da

Maia era um romântico. Sonhava encontrar a sua princesa e levá-la num cavalo branco. “No coração de Maia havia desde algum tempo um amor enorme. Era a sua paixão. Eu conheci a esposa do Maia antes de a ver (…). É que ele falava de alguém cujo nome não dizia. Entrevi-o noivo, conheci depois o marido e o pai apaixonado”1, conta-nos Rocha Martins. Assim, apaixonado, o republicano sonhava unir os mares e ambicionava o infinito do horizonte.

Uma nova avenidaCarlos da Maia rasgou Macau de costa a costa, unindo a cidade das igrejas cristãs à cidade dos templos do budismo chinês. A construção da Avenida Almeida Ribeiro, em Chinês San Ma Lou, que significa “Avenida Nova” visava unificar a cidade, ligar o porto interior ao porto exterior, abrindo a cidade em si e assim mais ao mundo e ao infinito do mar.

A “nova avenida” do jovem romântico transformou a vida económica, social e cultural de Macau, aproximou as pessoas e as culturas, e com uma clara visão de futuro modernizou a cidade.

Entre a segunda metade do século XIX e a

primeira década do século XX, a Rua Central foi o centro da vida social e comercial da cidade Cristã. Em chinês, a Rua Central designa-se por Leong Sang Cheng Kai, isto é, Rua Direita do Cume do Dragão. Situada no bairro de S. Lourenço, foi aí que se instalaram os alfaiates e modistas, ourives e joalheiros, antiquários e livreiros, as lojas dos “mouros”, de sedas, ce-

tins, toalhas e bordados, para além de roupas, chapéus, gravatas e brinquedos. Foi aí que se instalou inicialmente a famosa loja Omar Moosa, expressão da comunidade “moura” de Macau. No dia santo, terminada a missa das onze horas na Sé Catedral, a rua transformava-se numa espécie de Passeio Público, onde se exibiam as últimas modas, importadas das metrópoles europeias, conforme nos recorda Henrique Senna Fernandes.

A Avenida Almeida Ribeiro ficou concluída em 1918, depois da expropriação e demolição dos edifícios antigos que impediam o seu ali-nhamento regular. Com cerca de 600 metros a “nova avenida” rapidamente se transformou na via principal da cidade.

A documentação mais antiga existente no arquivo histórico de Macau sobre a “nova avenida” data de 19142 e refere-se à sua activi-dade comercial. A mostra patente no Arquivo Histórico de Macau durante o mês de Julho, intitulada “Lembrando a Almeida Ribeiro” esclarecia que o nome chinês da Avenida era um nome comum dado a todas as novas avenidas, mas dada a demora da construção da Almeida Ribeiro, em chinês o seu nome nunca mais se alterou. Estiveram em exposição documentos do espólio de processos, plantas e fotografias do Arquivo Histórico de Macau, ilustrando as origens da Avenida, incluindo o projecto da sua abertura através do bazar chinês, documentos sobre o Leal Senado e referencias a alguns negócios que outrora nela se encontravam. A mostra esclarecia igualmente que o projecto era anterior à sua execução.

A abertura da Almeida Ribeiro originou uma onda de novos projectos com o emprego do betão armado e o uso sistemático das arcadas. Na déca-da de 30, a maior parte da vida que caracterizava a Rua Central tinha se transferido para a Avenida Almeida Ribeiro que era já a zona mais próspera da cidade, com lojas, bancos, hotéis, joalharias, cinemas, etc. Até a famosa loja Moss preferiu instalar-se na “nova avenida”.

Uma diferença porém: a Rua Central era o centro da vida cristã, a Nova Avenida era o centro da cidade, incluindo cidade cristã e bazar chinês, agora unidos em torno de um comércio próspero e dinâmico.

“O urbanismo tem a capacidade configurar o espaço público, não apenas assegurando os aspectos essenciais de suporte à vida dos

A documentação mais antiga existente no arquivo histórico de Macau sobre a “nova avenida” data de 1914 e refere-se à sua actividade comercial. A mostra patente no Arquivo Histórico de Macau durante o mês de Julho, intitulada “Lembrando a Almeida Ribeiro” esclarecia que o nome chinês da Avenida era um nome comum dado a todas as novas avenidas, mas dada a demora da construção da Almeida Ribeiro, em chinês o seu nome nunca mais se alterou.

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Um jovem romântico, uma nova avenida e um beco sem saída

Os Nobel da músicaA cantora islandesa Björk e o compositor italiano Ennio Morricone receberam ontem, em Estocolmo, o Prémio Polar, no valor de um milhão de coroas suecas (cerca de 107 mil euros). O prémio, conhecido como “o Nobel da música”, distingue todos os anos um nome da música pop/rock e uma figura da música clássica, e já foi ganho anteriormente por Pierre Boulez, Sir Paul McCartney, Ravi Shankar, os Pink Floyd, Joni Mitchell, Dizzy Gillespie, Gyorgy Ligeti, Bob Dylan, Isaac Stern, os Led Zeppelin, Sofia Gubaidolina, Robert Moog ou Quincy Jones, entre outros. Björk, de 44 anos, e Morricone, de 82, receberam o Polar 2010 das mãos do rei Gustavo Adolfo da Suécia.

humanos, mas também de dar expressão aos valores que norteiam esses humanos, seja por via das seus próprios mitos ou funda-ções intelectuais, seja por via dos ideais ou aspirações desses humanos em determinado momento. Por isso, urbanismo tem sempre uma dimensão civilizacional, conceptual e simbólica”, explica Mário Duque. “O que Carlos da Maia fez, unindo cidades dentro na mesma cidade, não foi apenas dotar a cidade de melhor acessibilidade e de melhores meios de administração, mas também dotar a cidade de elementos espaciais que significam abertura e comunicação, propícios a um sentido cos-mopolita, porque é essa a ideia subjacente ao conceito de cidade para determinada matriz civilizacional e ideológica”.

A atestar a nova vaga de projectos em betão armado que se gerou com a abertura da Almei-da Ribeiro destaca-se a construção do Grand Hotel, da autoria do engenheiro civil macaense José Canavarro Nolasco (1937), construído pelo empreiteiro Tai Man Hou3. Situado no fim da Al-meida Ribeiro, frente à Ponte Cais no. 16, também chamado Kouc Chai. O Hotel foi inaugurado em 1941 e durante a II Guerra Mundial foi palco de episódios dignos dos mais extraordinários filmes de espionagem. O alçado principal manteve-se inalterado até à actualidade. De facto, “à excep-ção de posteriores remodelações dos interiores ao gosto de outras épocas, as características do desenho arquitectónico de matriz Art Deco, na versão streamline, mantiveram-se inalteradas até à actualidade”, acrescenta o arquitecto Mário Duque.

Em 1947 iniciou-se o processo de recons-trução da Ponte do Cais. Fu Tak Lam4, co-merciante e proprietário, morador no Hotel Central, desejava construí-la por considerar a obra urgentíssima e de grande interesse para o Governo. Charles Lun Chou, engenheiro civil e construtor, assina o projecto e encarrega-se da

obra de demolição e respectiva reconstrução da Ponte do Cais no. 16. O edifício foi sucessiva-mente alterado, ampliado e modificado. Mas foi durante muitos anos o principal lugar de chegada à cidade de Macau.

As casas-lojas que caracterizam a arqui-tectura da Avenida são edifícios de 3 andares cujo rés-do-chão seria de espaço comercial, servindo os outros dois pisos para habitação, seguindo a tradição chinesa (“Shop Houses”). Contudo, as arcadas, as janelas, as portadas em arco e os motivos decorativos florais atestam uma eclética influência europeia5.

Nas décadas de 50 e 60, a avenida era um lugar muito concorrido. Ali se situava: o Café Ruby, Tabacaria Filipina, Camisaria Central, Café Belo...

O arquitecto Mário Duque enquadra o gesto de Carlos da Maia e a San Ma Lou num contexto mais vasto: “Nesta avenida configurou-se o mesmo esquema urbanístico que muitas das cidades europeias adoptaram, não só por vias das profundas transformações que sofreram, para se adaptarem aos transportes mecânicos e a novos moldes da vida urbana. Neste contexto, conduziram-se os novos meios de locomoção aos centros das cidades, fazendo do local da “gare” a nova recepção da cidade e dotando esse local de hotéis ao novo estilo da vida, os “hotéis de gare” (que muitas vezes pertenciam à mesma empresa que explorava o meio de transporte).

Dessa nova recepção das cidades chegava-se à tradicional “sala de honra” da cidade, a praça do município, através de um novo e importante boulevard (designação das novas vias com que as metrópoles foram equipadas para condução nas novas redes urbanas, para as novas acessibilidades e para a circulação de veículos motorizados).

Nessas cidades europeias acedia-se, na maior parte dos casos, por comboio e as “gares” eram ferroviárias. Em Macau essa “gare” era marítima (a Ponte do Cais no 16) mas o modelo é em tudo igual. O Hotel de Gare é o Grand Hotel e o novo boulevard, que conduz à praça do município (o Largo do Senado) é a nova Avenida Almeida Ribeiro (San Ma Lou).

“São realidades que hoje se revestem de valor histórico e que, no seu tempo, foram profundos rasgos de modernidade”, explica o arquitecto Mário Duque. Acrescentando, “Em verdade as imagens que se conhecem do passado da Avenida Almeida Ribeiro é dos estabelecimentos comer-ciais a competir em visibilidade no espaço aéreo

da via, pejada de painéis publicitários coloridos e luminosos, que se projectavam em dimensões talvez mais arrojadas que hoje. Todavia um extravaso que se limitava a uma visibilidade publicitária, desenvolvendo uma paisagem urbana característica, hoje sinónimo da versão oriental do urbanismo europeu, mas sem com isso extravasar a regra urbanística da edificação propriamente dita, ou seja, do alinhamento das margens desta via aberta para ligação das duas frentes marítimas”.

Em 1983 foi elaborado um “Plano de In-tervenção Urbanística da Almeida Ribeiro”6

pela Palmer & Turner. Era um regulamento pormenorizado com vista à orientação da construção da zona, tendo como objectivo a renovação urbana no quadro da preservação de edifícios e ambientes classificados. O Plano foi revisto em 1984.

Um Beco Sem Saída…Houve contudo um aspecto que não foi previs-to: que a Avenida que ligava Macau ao infinito do mar pudesse um dia vir a ser totalmente bloqueada nos seus extremos.

A construção dos aterros da Praia Grande, deu lugar a uma outra avenida, a Avenida Infante D. Henrique, que prolongou o traçado da Almeida Ribeiro até ao mar.

O Hotel Lisboa, situado já nos novos aterros da Praia Grande, no extremo da Avenida Infan-

te D. Henrique, foi o primeiro edifício a fugir ao alinhamento e a invadir, ainda que ligeira-mente, o eixo central daquele sistema viário, na antiga tradição dos letreiros e neóns.

Com a liberalização do jogo, vieram mais uns tantos resorts. Ao Hotel Lisboa, seguiu-se o Wynn Resort que definitivamente invade o enquadramento visual e, finalmente, o MGM que acaba por fechar a Avenida ao mar.

No outro extremo, o Resort Soffitel cons-truído exactamente naquele que foi o principal lugar de chegada a Macau, a Ponte do Cais no

16, não só destruiu a ponte como bloqueou a Avenida Almeida Ribeiro, no outro extremo.

“O empreendimento Ponte Cais n.º 16 consti-tui o derradeiro tampão da Av. Almeida Ribeiro. É uma intervenção urbanística de índole revivalista, que queria reactivar o tecido urbano do Porto Interior, mas todavia fê-lo em sentido que não podia ser mais inverso ao que moldou aquela estrutura urbanística que hoje se contempla com valor histórico”, conclui o arquitecto Mário Du-que. “Quando se intervém neste tipo de realidades urbanas, é imprescindível compreender os sinais da sua génese. Essa aptidão sequer é exclusiva às pessoas dessas cidades. É antes uma aptidão que resulta de uma formação profissional que se desenvolve“, acrescenta o arquitecto e docente convidado da Universidade de São José. “Sem dú-vida que o fecho da San Ma Lou foi mais um valor subtraído à cidade, mas também uma constatação que pode servir de chamada de atenção para a necessidade urgente de desenvolver ideias para novos e adequados instrumentos urbanísticos, que permitam repor valor a uma via que ligava mar a mar, por terra, um pequeno canal do Suez ou do Panamá, e o lugar que foi significativamente o ponto de chegada e de partida de uma cidade, não seja hoje um beco sem saída nas traseiras da mesma cidade”.

1Martins, rocha e Menezes, Bourbon , um MarinheiroRomântico,Lisboa,TipografiaePapelariaAmérica,1924.2Exposição“LembrandoaAlmeidaRibeiro”,ArquivoHistóricodeMacau,Julhode20103ProcessodaConstruçãodoKuokChai,ArquivoMortodaDSSTOP4ProcessodaConstruçãodaPontedoCaisno.16,ArquivoMortodaDSSTOP5RodriguesCosta,MariadeLourdes,HistóriadaArquitecturaemMacau,MacauPatrimónioI,4SéculosdeHistóriaUrbanoArquitectónica,RevistaCultura,MacauPatrimónio,Vol.I,AbrilSetembrode1998.6RodriguesCosta,MariadeLourdes,HistóriadaArquitecturaemMacau,MacauPatrimónioI,4SéculosdeHistóriaUrbano--Arquitectónica,RevistaCultura,MacauPatrimónio,Vol.I,Abril/Setembrode1998.

*Mestre em Planeamentoe Políticas Culturais Europeias

Em 1983 foi elaborado um “Plano de Intervenção Urbanística da Almeida Ribeiro” pela Palmer & Turner. Era um regulamento pormenorizado com vista à orientação da construção da zona, tendo como objectivo a renovação urbana no quadro da preservação de edifícios e ambientes classificados. O Plano foi revisto em 1984.

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Conselho para as indústrias Culturais reuniu pela primeira vez

Experimenta Macau

cultura

António Falcã[email protected]

“Longo prazo” e “passo a passo” foram os termos mais usados por Ung Vai Meng, o director do Instituto Cultural de Macau (IC), para genera-lizar a posição do executivo e da comissão agora criada em relação às indústrias culturais. Ensino, apoio estrutural com planos de crédito e a criação de uma plataforma para a pro-moção e venda de produtos culturais foram algumas das medidas avançadas.

Na reunião à porta fe-chada, ontem de manhã, os 43 elementos do conselho puderam expor as suas opi-niões revolvendo o trilho ainda virgem de uma ideia, que para além de não ter de-finição teórica que se aplique de imediato como uma receita imediata, vive de experiências e da recepção do público para salvaguardar o seu sucesso. Numa área com as dimensões de Macau, com uma popula-ção com pouco mais de meio milhão de habitantes, a aposta reside no turismo, relegando para o fluxo de visitantes, que triplica por mês o número de residentes do território, a vita-lidade de toda esta indústria e a sua massificação. Que posta em pratos limpos não deixa de ser uma ilustre pretensão, como uma luz, que se alumiou no longo túnel repleto de máquinas de jogo, a querer concorrer com a profusão de néones que definem a estirpe económica de Macau, com pedra e cal.

Diversificar é a palavra de ordem e a aposta no sec-tor criativo de Macau, com a malha artística a definir as suas potencialidades, abre espaço para todo um terreno

ainda por florescer. Presente na abertura da reunião, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, salientou precisamente esse aspecto como a raiz base da equação, que envolve agen-tes, criadores, produtores e entidades culturais que em conjunto tentam alterar a direcção dos ventos. Assim, “promover a diversificação adequada da economia, criar novas indústrias, apoiar as pequenas e médias empresas e elevar a qualidade dos recur-

foram criados três patamares temporais nos quais se inse-rem os objectivos levantados na reunião.

A curto prazo, que com-porta um período de cinco anos, os objectivos apontam para o estabelecimento de medidas de apoio a peque-nas e médias empresas para a incubação e para definir as características locais das indústrias culturais. A médio prazo, entre cinco a dez anos, pretende-se criar “hardware”

essa é uma das maiores pretensões do governo que, a “passo a passo”, ambiciona formar uma linha de recursos humanos capaz de assegurar todo o processo. Para isso é necessário encorajar e apoiar instituições educativas e cívi-cas para elaborarem nos seus currículos cursos de formação nesta área. Criar pessoal de talento é “muito importan-te” para que tudo funcione, destacou o presidente do IC. A meta para o nascimento de

que vão escoar o esforço do governo, são elas as artes vi-suais, o design, o audiovisual, a música pop, as publicações, a banda desenhada e a ani-mação e por fim, o vestuário. Pode-se dizer que o projecto tem pano para mangas.

Fechado desde a sua cons-trução, a “C Shop”, o pequeno edifício de Carlos Marreiros erguido nas costas da estátua de Jorge Álvares, vai final-mente abrir as suas portas muito em breve, começando aí a apresentação e venda dos produtos que ostentam a criatividade de Macau. Mais tarde, no primeiro semestre de 2011, o IC vai abrir o Centro de Criatividade do Tap Seac, que ocupará todo edifício conhe-cido como “Casa de Vidro”, que será o espaço estratégico para “experimentar” todos os princípios agora levantados. A obras de adaptação terão iní-cio já em Novembro. Depois será a vez do edifício amarelo junto às escadarias das Ru-ínas de São Paulo, também ele adormecido, a cargo dos Serviços de Turismo, e pelo qual o governo paga uma avultada renda mensal, que irá encorpar uma série de actividades mais complexas, que para além do mais vai dar espaço à apresentação da gastronomia regional. Ung Vai Meng referiu ainda a criação de um pequeno espaço na Casa do Mandarim também com o mesmo propósito, como loja de souvenirs perso-nalizados dedicados a Zheng

Guanying, o mandarim. O céu está aberto. Chui Sai On referiu que “o apoio e esforço conjunto de todos os sectores são imprescindíveis”, que passa também pelo resultado das experiências no exterior, tirando partido das relações regionais. O executivo cedeu, em Agosto, cerca de cinco mi-lhões de patacas para despesas correntes do Conselho para as Indústrias Culturais para este ano, elaborando também, através do IC, a criação de uma base de dados sobre o sector, começando com a recolha de informações afectas aos produtos de design “made in Macau.” O conselho deverá reunir de novo no final de Outubro. Entretanto foram já estabelecidos três grupos especializados que se vão dedicar tanto à cooperação com os artistas como ao desenvolvimento e planea-mento de estratégias a serem aplicadas.

2011 será o ano em que tudo irá assentar. Apoio fi-nanceiro não vai faltar, mas o importante é a inovação e as ideias, que distinguem o trigo do joio, escovando desta amostra alguns oportunistas que inserem o nome “criativo” na sua designação para se che-garem perto do bolo. Aí esta comissão tem papel prepon-derante para criar uma fasquia de qualidade suficiente e de importância que possa elevar o nome de Macau para novos voos. Tudo com “muita caute-la” e com o tempo necessário para que este jardim cultural possa crescer. Parafraseando o director da DSAL, Shuen Ka Hung, quem não quiser esperar, que bata as asas e se vá embora. Mas sem trabalho nada se consegue. “Faites vos jeux” a roleta está a andar.

Presente na abertura da reunião, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, salientou precisamente esse aspecto como a raiz base da equação, que envolve agentes, criadores, produtores e entidades culturais que em conjunto tentam alterar a direcção dos ventos.

específico criando condições e novos espaços, nos novos aterros e na ilha da Montanha, tendo em vista a consolida-ção desta economia, criando novas coordenadas para um ambiente de negócios mais propício. Finalmente, a longo prazo, que estipula uma faixa de dez a 15 anos, pretende-se solidificar as bases do ensino artístico e criativo como forma de desenvolvimento sustentá-vel, assegurando a competivi-dade do sector. Estas foram as três fases apresentadas por Ung Vai Meng à imprensa.

De resto, a educação é um dos pontos fulcrais para a estímulo da indústria. Não foram lançados dados con-cretos sobre o assunto, mas

uma Escola de Belas-Artes, se alguma vez existir, não foi no entanto estabelecida.

O IC pronuncia-se já do cimo de alguma experiência. Nos últimos dois anos Macau marcou presença em várias feiras de indústrias culturais na China e a evolução foi evi-dente, tanto na concepção da estrutura apresentada como nas apostas oferecidas. Este ano, já na regência de Ung Vai Meng, foi criado no seu instituto o Departamento de Promoção das Indústrias Cul-turais e Criativas e a máquina está já em acção com a formu-lação de políticas e estratégias de desenvolvimento para o sector. Numa primeira fase serão destacadas várias áreas

sos humanos são prioridades das linhas de governação.”, referiu Chui Sai On no seu discurso. Relembrando ainda que o executivo tem vindo a desenvolver trabalhos para re-alçar o elemento dinâmico das indústrias culturais aplicando-o ao progresso social.

A criação de uma marca própria que suporte a imagem da RAEM como uma cidade de lazer, turismo e cultura a nível mundial é a cenoura à frente do cavalo. Mas o dia-pasão do conselho alinhou-se pelas exigências do tempo como factor capital para a apresentação de resultados concretos. Esta é uma indús-tria nova que não nasce de um dia para o outro. Como tal

Cineastas portugueses em VenezaOs realizadores Manoel de Oliveira e João Nicolau vão estar no festival de cinema de Veneza, que começa esta quarta-feira em Itália, com dois novos filmes na secção competitiva “Horizontes”: “Painéis de São Vicente de Fora, visão poética” e “A espada e a rosa”, respectivamente. A 67.ª edição da bienal de cinema de Veneza decorrerá de 1 a 11 de Setembro, mas os dois filmes portugueses só serão exibidos na próxima semana, nos dias 8 e 9. João Nicolau estará em Veneza a apresentar, em estreia mundial, “A espada e a rosa”, a primeira longa-metragem, com argumento partilhado com Mariana Ricardo, ainda sem data de estreia comercial em Portugal.

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desporto quarta-feira 1.9.2010

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pub

o seLeccionador nacional de futebol, Carlos Queiroz, revelou on-tem que vai recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto da pena de seis meses aplicada pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) e pedir a suspensão da decisão.

“Como para mim o que está em causa não é a medida da pena, mas sim a ausência de qualquer infracção (conforme foi reconhecido pelo órgão jurisdicional da FPF), bem como a impossibilidade de avocação pela ADoP no caso con-creto, informo que vou recorrer da decisão para as instâncias próprias, nomeadamente para o Tribunal Ar-bitral do Desporto”, afirma Queiroz em comunicado.

O técnico lamenta não ter recebido “qualquer notificação”, tomando conhecimento da pena “pela comunicação social”, e considera que a decisão da ADoP é “totalmente errónea, abusiva e insubsistente”.

Só ontem o seleccionador de futebol recebeu várias comuni-cações e não as viu como meras coincidências, apurou o PÚBLICO. O técnico foi notificado, por correio,

téCniCo naCional foi suspenso pela adop

Carlos Queiroz apanha seis meses

AVISOCOBRANÇA DO IMPOSTO COMPLEMENTAR DE RENDIMENTOSAviso

Publicação das listas definitivas de espera e da lista dos excluídos do concurso para atribuição de habitação social

Nos termos do artigo 7.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, faz-se saber que se encontra o lugar e a data da afixação das listas definitivas de espera e da lista dos excluídos de Candidatura para Atribuição de Habitação Social de 2009, ficando os candidatos de notificar os seguintes requisitos:

1. As listas definitivas de espera e a lista dos excluídos serão afixadas, desde o dia 1 de Setembro de 2010 até o dia 15 de Setembro de 2010, nos dias úteis, durante as horas normais de expediente, no parque de estacionamento do Instituto de Habitação (adiante designado por IH), sito na Travessa Norte do Patane n.º 102, Ilha Verde, Macau.

2. As cópias das listas acima mencionadas estarão disponíveis para consulta, nos dias úteis, durante as horas normais de expediente, nos seguintes locais: - Recepção do IH (sito na Travessa Norte do Patane n.º 102, Ilha Verde, Macau); - Centro de Serviços da RAEM (situado na Rua Nova da Areia Preta n.º 52), balcão de assuntos de habitação na zona de benefícios sociais; - Sede, membros associados e centros de apoio da União Geral das Associações dos Moradores de Macau; - Sede e membros associados da Associação Geral dos Operários de Macau.

3. A classificação e os motivos de exclusão nas listas acima mencionadas também podem ser consul-tados ligando para o número de telefone 2835 6288 (linha aberta do IH) ou acedendo à homepage do IH: www.ihm.gov.mo.

4. Podem ser interpostos recursos judiciais das listas acima mencionadas, dirigidos ao Tribunal Ad-ministrativo, no prazo de trinta dias a contar da data seguinte à da publicação do presente aviso no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau.

5. Para mais informações, poderão dirigir-se ao IH (sito na Travessa Norte do Patane n.º 102, Ilha Verde, Macau) nos dias úteis, durante as horas normais de expediente, ou ligar para o número de telefone 2859 4875.

O Presidente, Tam Kuong Man

25 de Agosto de 2010

1. Avisa-se os Srs. Contribuintes que o referido Imposto é pago em 2 prestações, se for superior a MOP3,000.00 em Setembro e Novembro de cada ano. Se for não superior a MOP$3,000.00, é pago numa única prestação, em Setembro de cada ano.

2. O não pagamento da 1.ª prestação no mês de vencimento (Setembro) importa para além da cobrança de juros de mora e 3% de dívidas, o imediato vencimento de prestação vincenda.

3. Se até ao dia 1 de Setembro do ano corrente, os contribuintes não tiverem ainda recebido o conhecimento de cobrança, agradecemos que se dirijam ao NÚCLEO DE INFORMAÇÕES FISCAIS, situado no R/C do Edifício “Finanças”, ao Centro de Atendimento Taipa ou ao Centro de Serviços da RAEM, trazendo consigo conhecimento de cobrança ou fotocópia do ano anterior, para efeitos de emissão de 2.ª via do conhecimento de cobrança.

4. O pagamento da 1.ª ou única prestação pode ser efectuada, até ao último dia do mês de Setembro, nos seguintes locais: - Nas Recebedorias do Edifício “Finanças”, do Centro de Atendimento Taipa ou do Centro de Serviços da RAEM; Os impostos/contribuições poderão ser pagos por intermédio de cartão de crédito emitido pelo Banco da China ou Banco Nacional Ultramarino. O montante total de pagamento não pode ser inferior a MOP$200,00 (duzentas patacas), nem superior a MOP$100 000,00 (cem mil patacas). O pagamento, através de cartão de crédito, deve ser efectuado pelo montante total da dívida, sendo apenas permitido utilizar na operação um único cartão de crédito.

- Nos balcões dos Bancos a seguir discriminados: Banco da China; Banco Comercial de Macau; Banco Delta Ásia; Banco Industrial e Comercial da China; Banco Luso Internacional; Banco Nacional Ultramarino; Banco Tai Fung e Banco Weng Hang.

- Nas máquinas ATM da rede Jetco de Macau, assinaladas com a indicação “Jet Payment”;

- Por pagamento electrónico [ “banca-on-line” ], no Banco

da China, no Banco Nacional Ultramarino ou no Banco Tai Fung, através dos endereços: www.bocmacau.com, www.bnu. com.mo e www.taifungbank.com, respectivamente;

- Por pagamento telefónico “banca por telefone”, no Banco da China ou no Banco Tai Fung.

5. Se o pagamento for efectuado por meio de cheque, a data de emissão não poderá ser anterior, em mais de três dias, à da sua entrega nas Recebedorias da DSF, e deve ser emitido a favor da “Direcção dos Serviços de Finanças”, nos termos dos N.os 2 e 3 do Artigo 4.º do Regulamento Administrativo n.º 22/2008 da RAEM.

Se o valor do cheque for igual ou superior a MOP$50 000,00, deverá o mesmo ser visado, nos termos do n.º4 do Artigo 5.º do Regulamento Administrativo acima mencionado.

6. Os contribuintes podem também efectuar o pagamento através do envio de ordem de caixa ou de cheque por correio registado para a Caixa Postal 3030. Note-se que não se pode enviar dinheiro, mas apenas cheque ou ordem de caixa que deve incluir-se um envelope devidamente selado e endereçado ao próprio contribuinte, a fim de se enviar o respectivo conhecimento, comprovando o pagamento. Lembra-se que devem ser respeitadas as regras descritas no ponto 5, relativamente aos cheques. - O envio para a caixa postal deve ser feito 5 dias úteis antes do termo do prazo de pagamento indicado no conhecimento de cobrança.

7. Nenhum dos métodos acima mencionados acarreta quaisquer encargos adicionais aos contribuintes pela prestação do serviços de cobrança.

8. Para a sua comodidade, evite pagar impostos nos últimos dias do prazo.

Aos 27 de Agosto de 2010.

A Directora dos Serviços, Subst.ª

Vitória da Conceição

da abertura de um novo processo pelo Conselho de Disciplina da federação pelo chamado “caso do polvo”; recebeu, em mão, a nota de culpa desse mesmo processo,

em que, sabe o PÚBLICO, é acu-sado de injúrias ao vice-presidente Amândio de Carvalho, o que lhe pode valer uma suspensão de um mês a um ano. E ainda foi notifica-

do oficialmente da avocação pela Autoridade Antidopagem de Por-tugal (Adop) do processo em que foi ilibado pelo Conselho de Disci-plina de perturbação do controlo antidoping. O dia não terminou sem a Adop anunciar a sua decisão final, suspendendo-o por seis meses (atenuando a moldura penal de dois a quatro anos de suspensão).

Queiroz reagiu em comuni-cado, lamentando ter recebido a notícia pela imprensa. Em decla-rações ao PÚBLICO, o advogado do treinador, Rui Patrício, foi ainda mais duro. “Em vez de Estado de direito democrático, temos Estado noticioso”, criticou Rui Patrício, acrescentando que “qualquer decisão de condenação pela Adop não é aceitável”. Além de anunciar o recurso para o Tribunal Arbi-tral do Desporto (TAD), Queiroz não excluiu a hipótese de apelar a “outras entidades nacionais e

internacionais”. Os processos em que Queiroz está envolvido prome-tem uma longa batalha, havendo muitas dúvidas jurídicas no ar. José Manuel Meirim, professor de Di-reito do Desporto, levantou ontem mais uma, alegando que a Adop deveria ter ouvido o técnico antes de lhe aplicar o castigo, porque a lei prevê a “o direito à audiência prévia”.

O mesmo jurista considera “inconstitucional” o recurso ter de ser feito para o TAD e não para os tribunais administrativos, além de também ter dúvidas se o Tribunal Arbitral se vai “considerar compe-tente” para julgar o caso, visto que é uma “competência derivada de uma lei estatal”. Algo, porém, em que Nogueira da Rocha, juiz do TAD, não vê entraves.

Certo é que Queiroz já cumpre um mês de suspensão e, assim que for notificado, começa a contar a sus-pensão de seis meses, que significa falhar não só os jogos com Chipre e Noruega, mas com a Dinamarca e Islândia (em Outubro). Ou seja, metade da qualificação para o Euro 2012.

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o H o j e [ r ] e c o m e n d a

Su doku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

Solução do pRoblEmAdo dIA AntERIoR

‘Brothers’, de Jim sheridanAté onde se pode chegar para conseguir o perdão? De si mesmo; dos outros. Como se deixar resgatar de volta à vida dos afectos quando, à tortura de um trauma maior, se perdeu o coração? E até a razão... ‘Brothers’ é daqueles filmes em que as personagens (quase) não precisam de falar e expor a emoção, a angústia ou o seu universo interior. Porque tudo isso está completamente ‘chapado’ na cara dos actores. Fortíssimo. Comovente. Com sabor a verdade.

HORIZONTAIS: 1-Chegar ao meio. Agasalhar. 2-Adoçar as cores, misturando água. Além. 3-Cobalto (s.q.). ponto cardeal. declama. 4-Guardadora de bois. 5-berílio (s.q.). Assumiam expressão de alegria. preflixo latino., o m. q. sub. 6-unidade prática de força electromotriz. Capa sem mangas (pl.). 7-duas vogais. nome de homem. Alameda (abrev.). 8-Corpulentos, espessos. 9-debaixo. Rio de França. 49 (Rom.). 10-diz-se do estudante pouco aplicado. Que tem sour. 11-doeça do íleo. deslocam-se para fora.

VERTICAIS: 1-padiola para transporte de doentes. Viajo de avião. Contemplei. 2-A personalidade do indivíduo (psic.). benévola. Gosto, sabor. 3-ouro (s.q.). unidade de medida da intensidade sonora (Fís.).tigelinha em que se desfaz a tinta para pintar a aguarela. 4-nivelado. Elemento metálico que pertence ao grupo do ítrio (Quím.). 5-desmoronar-se. tecido fino. Aqueles. 6-Com o aspecto de leite, lácteal. 7-bário (s.q.). partia. deusa egípcia. 8-Sem tronco. peso, carga. 9-Em país estranho. As partes mais largas das enxadas. Asa (Arc.). 10-metade de um batalhão. pilhéria. Caminhai., 11-Regimento de Artilharia (abrev.). Esfarrapados. Vamos!.

HoRIZontAIS: 1-mEAR. AbAFAR. 2-AGuAR. AColA. 3-Co. Sul oRA. 4-A. boIEIRA. n. 5-bE. RIAm. Su. 6-Volt. t. opAS. 7-oA. EloI. Al. 8-o. GRoSSoS. A. 9-Sob. AIn. Il. 10-VAdIo. SuAdo. 11-IlEoSE. SAEm.VERtICAIS: 1-mACA. Voo. VI. 2-EGo. boA. SAl. 3-Au. bEl. GodE. 4-RASo. tERbIo. 5-RuIR. lo. oS. 6-A. lEItoSA. E. 7-bA. IA. ISIS. 8-ACoRmo. onuS. 9-FloRA. pAS. AA. 10-AlA. SAI. IdE. 11-RA. nuS. Alom.

SoluçõeS do problema

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A velha e a filha estavam sentadas no alpendre quan-do Mr. Shiftlet subiu a estrada pela primeira vez. A velha deslizou para a ponta da cadeira e inclinou-se para a frente, protegendo os olhos do sol penetran-te com a palma da mão. A filha não conseguia ver grande coisa à sua frente e continuou a brincar com os dedos. Embora a velha vivesse sozinha com a filha naquele paradeiro desolado e nunca tivesse visto Mr. Shiftlet antes, podia estabelecer, mesmo à distância, que o homem não passava de um vagabundo e não era preciso ter medo dele. A manga esquerda do seu casaco estava enrolada por forma a mostrar que só existia meio braço lá dentro e a sua silhueta magra inclinava-se ligeiramente para o lado como se o vento estivesse a empurrá-la. Envergava um fato preto e um chapéu de feltro castanho que estava virado para cima à frente e para baixo atrás e carregava na mão uma caixa de ferramentas estreita de alumínio. Aproximou-se, sem pressa, subindo a estrada, com a face virada para o sol que parecia estar a equilibrar-se no cume de uma montanha pequena. A velha não mudou de posição até ele já estar quase no seu quintal; depois levantou-se com um punho cerrado apoiado na anca. A filha, uma rapariga gran-de com um vestido de organdi azul curtinho, viu-o de repente e saltou e começou a bater com os pés e a apontar e a fazer sons excitados sem palavras.Mr. Shiftlet parou mesmo à porta do quintal e poisou a caixa no chão e cumprimentou-a com um toque no chapéu como se ela estivesse a ter um comporta-mento absolutamente normal; depois virou-se para a velha e tirou-lhe o chapéu. Tinha um cabelo preto e liso que caía a direito desde um risco ao meio até por detrás das orelhas de cada lado. A sua face era composta por uma testa que ocupava metade do rosto e terminava subitamente com as suas feições equi-libradas por cima de uma mandíbula protuberante forte como o aço. Parecia jovem mas tinha um olhar de insatisfação cuidadosamente composto como se entendesse a vida com toda a clareza. «Boa tarde» disse a velha. Era aproximadamente do tamanho de um poste de uma cerca de cedro e tinha um chapéu de homem enterrado até baixo na cabeça.O vagabundo ficou a olhar para ela e não respondeu. Virou-se de costas e observou o pôr do sol. Lançou tanto o seu braço inteiro como o mais curto para cima, devagar, de forma a indicar toda a extensão do céu e a sua figura formou uma espécie de cruz torta. A velha observou-o com os braços cruzados sobre o peito como se fosse a dona do céu, e a filha olhava, com a cabeça inclinada para a frente, as suas mãos gordas e sem esperança penduradas dos pulsos. Tinha o cabe-lo longo de um dourado róseo e os seus olhos eram tão azuis como o pescoço de um pavão.

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[Flannery ainda anda à procura de um bom homem]

apenas santos

a vida que salvar pode ser a sua

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quarta-feira 1.9.2010www.hojemacau.com

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um filme de: Shin Yamaguchi, Junichi Sato14.30, 16.00, 17.45, 19.30

The SoRCeReR’S aPPRenTiCe [Bum filme de: Jon turteltaubCom: nicolas Cage, Jay baruchel21.30

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14www.hojemacau.com

1. Entidade que põe a obra a concurso: Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.2. Modalidade do concurso: concurso público.3. Local de planeamento: Posto Fronteiriço das Portas do Cerco e envolvente.4. Objecto: Por motivo da instalação da estação do metro ligeiro pretenderá criar as Portas do Cerco para uma cidade moderna que possa ser um “Centro de Lazer e Turismo Mundial”, através da execução de uma concepção urbana geral.5. Prazo máximo de execução: 305 (trezentos e cinco) dias de calendário.6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no programa do concurso.7. Tipo de empreitada: a empreitada é por preço global.8. Caução provisória: $ 100 000,00 (cem mil patacas), a prestar me diante depósito em dinheiro ou garantia bancária aprovada nos termos legais.9. Caução definitiva: 10% do preço total da adjudicação.10. Preço base: não há.11. Condições de admissão: Só serão admitidos como concorrentes as entidades comerciais registadas em Macau bem como as que à data do concurso tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição. Além disso, o âmbito da sua actividade deve estar relacionado com planeamento, construção civil ou concepção das obras, bem como a posse da seguinte experiência profissional: • Deve possuir experiência na área de coordenação na concepção de planeamento urbanístico dos projectos de desenvolvimento dos grandes empreendimentos integrados nas regiões urbanas com postos fronteiriços • Deve possuir experiência na área de reordenamento do sistema de transporte ferroviário do planeamento urbanístico, desenvolvimento e integração do TOD, construção civil, paisagismo, conservação do património, intercâmbio de transportes, bem como empreen- dimentos de grande envergadura, concepção e planeamento do espaço subterrâneo, etc.. • Deve possuir experiências nas áreas de design do ambiente ecológico, construção ecológica, assim como na área de projectos de utilização de baixo carbono e de conservação de energia.12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT,

sita na Estrada de D. Maria II, Edifício CEM, n.os 32-36, r/c, Macau. Dia e hora limite: dia 29 de Setembro de 2010, quarta-feira, até às 17,00 horas.13. Local, dia e hora do acto público: Local: 4.º andar da DSSOPT, sito na Estrada de D. Maria II, Edifício CEM, n.os 32-36, Macau. Dia e hora: dia 30 de Setembro de 2010, quinta -feira, pelas 9,30 horas. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.14. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo: Local: Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, Edifício CEM, n.os 32-36, r/c, Macau. Hora: horário de expediente. Preço: $ 30,00 (trinta patacas)15. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: Qualidade da concepção inicial ……………...........………….25% Viabilidade de aprofundar a concepção inicial …...............20% Historial da empresa (experiência e desempenho em projectos semelhantes)................................................................5% Composição da equipa do projecto, CV dos membros e experiência dos mesmos nesta área ……………….................................5% Os diversos trabalhos incluídos na elaboração do plano (conteúdo e significado da proposta de serviços, os projectos dos trabalhos devem reflectir o conteúdo dos mesmos, a sua natureza, bem como o nível de compreensão do tema do projecto) ………....……......20% Duração (no prazo não superior a 305 dias) ………..................5% Preço...…………………………………………………......20%16. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes deverão comparecer na Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, Edifício CEM, n.os 32-36, r/c, Macau, a partir de 21 de Setembro de 2010, inclusive, e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Macau, aos 01 de Setembro de 2010.

O Director dos Serviços, Jaime Roberto Carion

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Concurso público para prestação de serviços sobre a elaboração do “Plano conceptual de intervenção urbanística da zona do Posto

Fronteiriço das Portas do Cerco e envolvente”

www. iacm.gov.mo

AVISODe acordo com o artigo 17o do“Regulamento dos Apoios a Conceder pelo IACM”, aprovado pelo Despacho

do Chefe do Executivo no 83/2004, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais passa, a partir da presente data, a receber requerimentos para a atribuição de subsídios de funcionamento ou de subsídios para planos de actividades anuais referentes ao ano 2011. As associações, eventualmente interessadas em apresentar os referidos requerimentos, devem preencher os respectivos boletins, anexar os documentos necessários e fazer a sua entrega ao IACM. O prazo-limite para a apresentação de requerimentos termina no dia 29 de Outubro deste ano.

Locais para a obtenção e entrega dos impressos de requerimento:

Divisão de Apoio e Promoção Associativa do Gabinete do CidadãoAv. da Praia Grande, Nº 517, Edf. Comercial “Nam Tung”, 4º andar, Macau.

Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona NorteRua Nova da Areia Preta, no. 52, Centro de Serviços da RAEM, Macau

Centro de Prestação de Serviços ao Público das IlhasRua da Ponte Negra, Bairro Social da Taipa, No.75K, Taipa.

Posto de Atendimento e Informação CentralAvenida da Praia Grande No.762-804, Edf. China Plaza, 2o andar, Macau.

Posto de Atendimento e Informação de Tói SánAvenida de Artur Tamagnini Barbosa No.127, Edf. D. Julieta Nobre de Carvalho, bloco“B”, r/c, Macau.

Posto de Atendimento e Informação de S. LourençoRua de João Lecaros, Complexo Municipal do Mercado de S. Lourenço, 4ºandar, Macau

Os impressos podem, ainda, ser obtidos através do Website do IACM (http://www.iacm.gov.mo). Em caso de dúvida, queira contactar através do telefone No 2833 7676, Linha do Cidadão do IACM.

Macau, aos 18 de Agosto de 2010.

O Presidente do Conselho da AdministraçãoTam Vai Man

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quarta-feira 1.9.2010

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ProPriedade Fábrica de Notícias, Lda director carlos Morais José editor Paulo reis redacção antónio Falcão; Kahon chan; rodrigo de Matos; Vanessa amaro coLaboradores carlos Picassinos; Francisco isöo; João carlos barradas; José Manuel simões; Marco carvalho; Maria João belchior (Pequim); rui cascais; sérgio Fonseca; severo Portela coLuNistas arnaldo Gonçalves; boi Luxo; correia Marques; duarte santos; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel barros; Jorge rodrigues simão; José i. duarte; Marinho de bastos; Paul chan Wai chi; Pedro correia; Zélia ribeiro cartooNista steph GraFisMo Paulo borges; catarina Lau iLustração rui rasquinho aGêNcias Lusa; Xinhua FotoGraFia antónio Falcão; antónio Mil-Homens; Lusa; Gcs; Xinhua secretária de redacção e PubLicidade Laurentina silva ([email protected]) assisteNte de MarKetiNG Vincent Vong iMPressão Tipografia Welfare Morada av. dr. rodrigo rodrigues nº 600 e, centro comercial First Nacional, 14º andar, sala 1407 – Macau teLeFoNe 28752401 FaX 28752405 e-MaiL [email protected] sítio www.hojemacau.com

Não preciso, pois, de qualquer declaração de interesses adicional. Nunca usei de anonimato ou pseudónimo,

sendo verdade o "segredo" de polichinelo desvendado por José Rocha Dinis no seu editorial do dia 26 de

Agosto, quando enuncia o nome completo do amigo; assunto trazido de novo à baila no editorial do dia 28. Agradeço-lhe as palavras elogiosas que, sou em crer, são sinceras. Contudo não mereço (nem busco) tanto

protagonismo.

As férias

a paliçadaCorreia Marques

Mandadores de alta finançaFazem tudo andar para trásDizem que o Mundo só andaTendo à frente um capataz.

José afonso, “Os índios da meia praia”.

s férias foram concebidas para serem um carregador de baterias. Mas agora parece que até isto não é bem assim. Afinal, uns investigadores zelosos dizem ter descoberto que o regresso ao trabalho depois das férias pode causar melancolia, angústia ou mesmo depressão. É a vida. E, na vida, não haja dúvidas o melhor é cada um ser actor da sua pró-pria, sem necessidade de ponto

ou de contra-regra. É melhor do que “Xa-nax” para aliviar o stress.

Cá por mim estou quase de abalada, de férias. será, pois, esta crónica a última até ao próximo mês de Outubro. Vou cuidar das plantas do meu jardim. Fazer nele o que não posso fazer com o Mundo: retirar as ervas daninhas e podar os ramos secos das árvores.

Depois continuarei a escrever e fá-lo-ei no exercício do meu direito à liberdade de expressão, defendendo aquilo em que acredito, sem submissão ou subordinação a qualquer grupo de interesses, como sempre o fiz. Mesmo que isso signifique dizer bem, defender causas justas, coisa que parece começar a ser um sacrilégio na RAEM.

Não preciso, pois, de qualquer declara-ção de interesses adicional. Nunca usei de anonimato ou pseudónimo, sendo verdade o “segredo” de polichinelo desvendado por José Rocha Dinis no seu editorial do dia 26 de Agosto, quando enuncia o nome com-pleto do amigo; assunto trazido de novo à baila no editorial do dia 28. Agradeço-lhe as palavras elogiosas que, sou em crer, são sinceras. Contudo não mereço (nem busco) tanto protagonismo. É que (e ainda que não discutindo deontologia profissional com quem anda nessa vida desde os 17 anos), sempre direi que, como amigo, julgo que merecia que o jornalista me tivesse avisado de que se ia referir a mim no seu editorial, para que eu, retido em casa por motivos de

saúde, não tivesse tomado conhecimento do facto por interposta pessoa. Porventura temos conceitos diferentes de amizade, o que é natural pois que cada um é como cada qual.

E, para que não restem quaisquer dúvi-das em quem leu o referido editorial, deixo aqui bem claro: Correia Marques são dois

Apela minha parte. “Ite missa est”. Não dou mais para este peditório.

Poderia esperar calado para ver no que dão as modas, que as águas andam turvas e sinceramente eu – apesar da idade e de alguma experiência política- ainda não consegui entender quem está com quem e por detrás ou contra quem. Mas nada como o tempo para o esclarecer. À medida que se forem sabendo os revezes de alguns interesses instalados ou o sucesso de ou-tros no mundo dos negócios, as coisas, porventura, ficarão mais claras.

Cá por mim, durante toda a minha vida, apenas me agachei das balas, na Guiné. E aqui estou para o que der e vier, obedecendo apenas à minha consciência, mas leal a quem respeito e merece esse meu respeito.

E pressinto que o tempo não é para traquinices quando pode estar em causa o futuro da RAEM, enquanto espaço de direito e de convergência de gentes e de culturas, face à crescente onda de intole-rância, de xenofobia e de baixa política.

dos apelidos do meu nome completo com os quais assino as minhas opiniões livres sobre coisas sérias, mas também os meus desvarios e António Marques da silva é o meu nome profissional do qual, passe a imodéstia, me orgulho muito. E assim é, precisamente, para evitar confusões, cada macaco no seu galho. Ponto final,

cartoon negoCiAções de pAz 2por steff

opinião

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a fecharquarta-feira 1.9.2010www.hojemacau.com

Membro do governo inglês sai do armárioO Secretário de Estado para as Prisões e Justiça da Juventude, Crispin Blunt, declarou que era homossexual, na semana passada. Crispin Blunt tem 50 anos é um deputado do Partido Conservador desde 1997 e desde Maio deste ano ocupa o cargo de Secretário de Estado. Depois de uma excelente carreira académica, passou pela vida militar e nos últimos anos tem estado mais dedicado à política. Na declaração que fez sobre a sua orientação sexual também revelou que se vai separar da sua esposa com que estava casado há 20 anos e com a qual teve dois filhos, uma jovem agora com 18 anos e um rapaz com 16. Blunt também esclarece que "não há terceiras partes envolvidas" nesta decisão.

Moscovo Bebidas nocturnas proibidasAs autoridades moscovitas decidiram, a partir de quarta feira, proibir a venda de bebidas com teor alcoólico superior a 15 graus entre as 22 horas da noite e as 10 horas da manhã, prolongando em três horas o período de proibição. Anteriormente, as lojas e supermercados não podiam vender bebidas alcoólicas fortes entre as 23 horas da noite e as 8 horas da manhã.

Índia Elefante é património nacionalO Governo indiano vai declarar o elefante "património nacional" e reforçar a protecção desta espécie animal, divulgou hoje o ministro do Ambiente indiano, Jairam Ramesh. "Fazem parte do nosso património há vários séculos (...) e temos de dar (à espécie) uma importância igual à do tigre", afirmou Ramesh, citado pela agência noticiosa indiana IANS. O Ministério do Ambiente indiano recebeu hoje um relatório, elaborado por um grupo de trabalho, que define, entre outros aspectos, uma agenda com várias acções de preservação.

Ricardo vai sair do BétisO guarda-redes português Ricardo ficou fora da lista dos jogadores inscritos pelo Betis de Sevilha para esta temporada, ontem divulgada no site oficial do clube da segunda divisão espanhola de futebol. Na lista de 29 jogadores inscritos, não está o nome do guarda-redes luso, ao contrário do lateral direito Nelson, já vendido ao Osasuna. Depois da descida do Betis ao segundo escalão, em 2008/09, Ricardo perdeu a titularidade na baliza do clube andaluz. Ricardo, de 34 anos, fez a sua formação no Montijo, antes de sair para o Boavista, no qual esteve nove épocas, transferindo-se depois para o Sporting, e, após quatro anos nos "leões", Ricardo saiu para o Betis. Contactado pela Agência Lusa, Ricardo não quis fazer qualquer declaração.

Shun tak vai abrir “Showroom” funerário em hong kong

Expo-Columbário

O apelO à conversão da Europa ao Islão lançado em Roma - coração do papado - pelo ditador líbio Muamar Kadhafi foi uma provocação e uma falta de respeito ao Papa e à Itália, país maioritariamente católico, declarou nesta terça-feira uma congregação católica.

Os comentários de Kadhafi também provocaram um certo mal-estar no governo italiano de direita de Silvio Bersluconi.

“Falar de um continente convertido em bloco ao Islão não faz nenhum sentido, porque são as pessoas que decidem sozinhas e em plena consciência ser cristãs, muçulmanas ou de outra religião”, afirmou Robert Sarah, secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, ao jornal Republica.

Na véspera, Khadafi defendeu que o Islão deveria ser transformado na “religião de toda a Europa” durante um discurso em Roma, onde está em visita oficial para celebrar com seu amigo Berlusconi o segundo aniversário do Tratado de Amizade entre os dois países, de 30 de Agosto de 2008.

Na barraca de campanha beduína que montou no jardim da embaixada líbia, Kadhafi reuniu ao todo 700 mulheres selec-cionadas por uma agência de modelos, para as quais discursou elogiando os méritos da religião muçulmana.

Essas mulheres teriam recebido 80 euros como pagamento e também uma cópia do Alcorão. Kadhafi explicou que “o Islão deveria transformar na religião de toda a Europa, e que

Líder Líbio diz que a europa devia Ser muçuLmana

Muamar Kadhafi quer acabar com cristãos

Kahon [email protected]

Uma aUtêntica exposição de “últimas moradas” é o que está a preparar a Shun Tak, com um “show-room” em Hung Hom, em Hong Kong, a abrir no último trimestre do ano para promover o projecto do columbário da Taipa, com a oferta de cerca de 50 mil nichos, revelou a empresa na sua declaração de resultados provi-sórios. Com conclusão agendada para o segundo trimestre do pró-ximo ano, o projecto foi descrito como chique e contemporâneo, num ambiente tranquilo e com uma gestão fiável.

A Shun Tak aceitou também a proposta revista de concessão de terras em Junho de 2010, para as fases 4 e 5 do empreen-dimento Nova City na Taipa. A fase 4 irá apresentar três edifí-cios de apartamentos com uma área bruta de 680 mil metros quadrados, enquanto a fase 5 irá contar com oito prédios de apartamentos com mais de 2,3 milhões de metros quadrados de superfície, bem como um grande

a companhia Shun tak irá abrir um “sho-wroom” em hong kong para o seu “chique e contemporâneo” projecto de columbário para a taipa, que deverá estar concluído no segundo trimestre do próximo ano. a construção de 11 edifícios residenciais nas últimas fases do nova city deverá arrancar no pró-ximo ano com a aceitação das concessões de terras propostas.

centro comercial. A construção foi agendada para ter início entre o último trimestre do ano e o segundo do próximo ano, mas a Shun Tak não revelou o prémio exigido pelo Governo para rever as concessões de terrenos.

Tanto o projecto residencial Harbour Mile como a proposta para o hotel Jumeirah no Cotai estão ainda identificadas como “sob revisão do Governo de Ma-cau”. O lote onde o Harbour Mile foi proposto para ser construído, a “zona D” do Lago Nam Van, faz parte do plano de revisão urba-

nística da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Trans-portes (DSSOPT) para Nam Van e os designers dispuseram de cerca de uma semana em Agosto para apresentar em competição novas ideias de planeamento urbano.

A empresa pública anunciou ontem os seus resultados pro-visórios para o período de seis meses terminado a 30 de Junho, em que lucros não auditados ascenderam a 266 milhões de dó-lares de Hong Kong (268 milhões de patacas), comparativamente aos 1690 milhões de dólares de

Hong Kong (1705 milhões de patacas) conseguidos no mesmo período do ano passado.

As perdas operacionais dos “ferries” rápidos da Shun Tak aumentaram de HK$14 milhões (MOP 14,1 milhões) da primeira metade do ano passado para HK$22 milhões este ano, apesar de um crescimento de um por cento na rota Hong Kong-Macau, devido aos custos do combustível e à concorrência. Esse prejuízo não reflecte a extensão do impacte das novas rotas lançadas pela Macau Dragon e pela CotaiJet em Julho.

Maomé era o último profeta”, segundo uma das participantes, citada pelo jornal Stampa.

Monsenhor Sarah indicou que não se sentia “preocupado com as palavras de Ka-dhafi, que, a seu ver, eram “uma provocação gratuita e pouco séria”.

“O verdadeiro perigo para os europeus é o relativismo, a falta de fé, a fragilidade da religião, a indiferença ao sagrado”, destacou Sarah, argumentando que estes factores são “os

verdadeiros inimigos de nossa fé, que podem criar um terreno fértil para uma eventual futura penetração do Islão em toda a Europa”.

Robert Sarah, ex-arcebispo de Conakry (Guiné) e actual responsável pelas missões católicas no exterior, deplorou a falta de “reciprocidade entre os países muçulmanos e o Ocidente” e os problemas ligados à “liber-dade religiosa nas áreas muçulmanas”.

No entanto, “em muitos países como Mali, Guiné e no norte da África, as relações entre cristãos e fiéis de outras religiões são excelentes”, afirmou.

“É por isso que o Papa Bento XVI continua incansavelmente a promover o diálogo inter-religioso”, concluiu o monsenhor.

Kadhafi causou ainda mais polémica ao afirmar que a União Europeia deveria pagar pelo menos 5 bilhões de euros à Líbia por ano para reduzir a imigração ilegal e evitar uma “Europa negra”. Essas declarações foram feitas durante uma cerimónia ao lado de Silvio Berlusconi.

O chefe de Estado italiano não comentou o pedido da Líbia nem a afirmação do coronel Kadhafi de que seria apoiado pela Itália ante as instâncias europeias.

Matthew Newman, porta-voz da Co-missão Europeia para assuntos migratórios, também não quis comentar as declarações do ditador líbio, mas indicou que a UE está tentando melhorar o diálogo com as auto-ridades em Trípoli para prevenir “fluxos migratórios ilegais da África”.