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PUB DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 SEGUNDA-FEIRA 18 DE NOVEMBRO DE 2013 ANO XIII Nº 2976 • CRIMINALIDADE SOBE Tráfico e consumo de estupefacientes na crista da onda PÁGINA 6 • COOPERAÇÃO UE-MACAU Piket afirma que falência da Reolian não afecta relações PÁGINA 4 XADREZ NAS ESCOLAS KASPAROV VEM A MACAU ESTA SEMANA PÁGINA 16 TERMINOU MAIS UM GP FÉLIX DA COSTA E MONTEIRO NO PÓDIO SUPLEMENTO ESPECIAL AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB hojemacau Quem o promete são os novos corpos directivos da Escola Portuguesa de Macau. Mais formação de professores, a criação da Turma Mais e a recuperação do ensino técnico-profissional são as metas a atingir. Ao mesmo tempo, Manuel Machado e Zélia Mieiro admitem que há melhorias a fazer na cantina da escola e discartam casos de ‘bullying’. PÁGINAS 2 E 3 ENTREVISTA Ventos de mudança PUB Ter para ler ECONOMIA NOBEL JOSEPH STIGLITZ ALERTA GOVERNO DA RAEM PARA CRESCENTE DESIGUALDADE PÁGINA 5 TIAGO ALCÂNTARA

Hoje Macau 18 NOV 2013 #2976

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Edição do jornal Hoje Macau N.º2976 de 18 de Novembro de 2013

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Page 1: Hoje Macau 18 NOV 2013 #2976

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 S E G U N DA - F E I R A 1 8 D E N O V E M B R O D E 2 0 1 3 • A N O X I I I • N º 2 9 7 6

• CRIMINALIDADE SOBE

Tráfico e consumo de estupefacientes na crista da onda

PÁGINA 6

• COOPERAÇÃO UE-MACAU

Piket afirma que falência da Reolian não afecta relações

PÁGINA 4

• XADREZ NAS ESCOLAS

KASPAROV VEM A MACAU ESTA SEMANA

PÁGINA 16

• TERMINOU MAIS UM GP

FÉLIX DA COSTAE MONTEIRONO PÓDIO

SUPLEMENTO ESPECIAL

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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hojemacau

Quem o promete são os novos corpos directivos da Escola Portuguesa de Macau. Mais formação de professores, a criação da Turma Mais e a recuperação do ensino técnico-profissional são as metas a atingir. Ao mesmo tempo, Manuel Machado e Zélia Mieiro admitem que há melhorias a fazer na cantina da escola e discartam casos de ‘bullying’. PÁGINAS 2 E 3

ENTREVISTAVentos demudança

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Ter para ler

ECONOMIA NOBEL JOSEPH STIGLITZ ALERTA GOVERNO DA RAEM PARA CRESCENTE DESIGUALDADE PÁGINA 5

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2 hoje macau segunda-feira 18.11.2013ENTREVISTAANDREIA SOFIA [email protected]

A recuperação do ensino técnico-profissional, a criação da Turma Mais para fomentar a

aprendizagem e a formação de professores. São estes os passos que a nova direcção da Escola Por-tuguesa de Macau quer tomar nos próximos tempos. Ao HM, Manuel Machado e Zélia Mieiro, director e subdirectora, respectivamente, confessam que o dinheiro do Go-verno é fundamental e prometem melhores refeições no refeitório

Quais os novos projectos que a nova direcção tem para a EPM?Manuel Machado (MM) – Uma das apostas que pretendemos desenvolver é a reactivação do ensino profissional. Entendemos que o ensino profissional na área do ensino secundário é bastante importante para que, aqueles que terminam o 9.º ano e não sentem grande apetência para prosseguir os estudos no secundário, possam adquirir os conhecimentos neces-sários para entrar no mercado de trabalho.

Já há cursos pensados?MM - Tendo em consideração a realidade de Macau considera-mos que uma boa aposta seria o desenvolvimento do curso na área do Turismo. Obviamente que isto ainda está na fase de projecto e ain-da não foi apresentado. Este curso exige não só recursos humanos mas bastantes recursos materiais, portanto temos de ver até que ponto o podemos desenvolver.

Há ainda outros projectos?MM - Queremos incentivar a criação de uma associação de estudantes, como elemento im-portante na dinâmica e na vida da escola, sendo também um parceiro importante com quem as escolas podem trabalhar. Queremos de-senvolver a formação contínua nos docentes nas áreas em que se sente uma maior necessidade, dada a distância a que se está de Portu-gal. Desenvolver algumas práticas de diferenciação pedagógica, por forma a podermos responder a determinadas situações de menor aproveitamento que se vão sentir.

Como?Zélia Mieiro (ZM) - Queremos melhorar os resultados. E gostarí-amos de fazer uma diferenciação de aulas por duas partes. A modi-ficação da sala de aula, de modo a ser feita uma aprendizagem cons-trutivista, e não apenas através do ensino tradicional. Vamos tentar em algumas aulas que os alunos construam o seu próprio saber. Vamos ter uma grande utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), porque, hoje em dia, eles têm de estar

MANUEL MACHADO E ZÉLIA MIEIRO FALAM DE NOVOS PROJECTOS

Na sala de aula e na cantina, a EPM promete mudar

preparados para o que existe no mundo que os rodeia. Se até aqui houve alguma dificuldade da parte dos professores em trabalharem com as novas tecnologias, quando vemos crianças que brincam com isso sabemos que a transição vai ser muito mais difícil. Temos de preparar os nossos professores.

Como é que isso pode ser feito?ZM – Com um programa de for-mação. Ao nível da sala de aula é necessário que haja uma dispo-sição diferente, das carteiras, da localização do professor, que vai ser o tutor. Mas é preciso haver formação, porque as pessoas não estão ainda muito preparadas para isso. Depois, estamos a estudar uma outra forma de implementar essa diferenciação, e posso dizer que estamos a trabalhar nisto no papel. Vamos ver se conseguimos levar esta tarefa para a frente, o

que não é fácil. A ideia é criar a Turma Mais. Ou seja, naqueles anos onde existem mais dificul-dades, onde se nota um maior insucesso, fazer-se uma turma em que todos os alunos vão passar por ela. Num ano, temos duas turmas, e surgem três, para melhorar as suas competências. Pode ainda ajudar a desenvolver mais aqueles que têm menos dificuldades, que podem ir mais além.

Estes projectos vão fazer da EPM uma escola diferente, com novidades no sistema educativo, comparando com outras escolas?ZM – Não. É o mesmo projecto, com o mesmo currículo e a mesma carga horária. A única diferença é que vamos dar oportunidade aos alunos com mais dificuldades de ficarem integrados, quer na turma de origem, quer na Turma Mais, e vão ser ajudados de maneira

diferente. E os alunos com menos dificuldades também aproveitam isso. É uma implementação do sucesso para todos.

MM – É uma aposta no sucesso dos alunos. Não vão estagnar os alunos que estão mais avançados, nem os outros alunos vão ficar para trás.

ZM – É uma aposta que nunca fi-zemos. Há estudos científicos sobre isso e não estamos a partir do zero. Se resultar, óptimo. Mas é um processo que é caro, e vamos ter que, uma vez mais, recorrer à Direcção dos Servi-ços de Educação e Juventude (DSEJ), através do Fundo de Desenvolvimen-to Educativo. O que eles querem é que se lhes apresente novidades. Mas encarece-nos o ensino.

Quando fala de custos, quer dizer que vai haver maior aquisição de tecnologia?

Queremos melhorar os resultados. E gostaríamos de fazer uma diferenciação de aulas por duas partes. A modificação da sala de aula, de modo a ser feita uma aprendizagem construtivista, e não apenas através do ensino tradicionalZÉLIA MIEIRO Subdirectora da EPM

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3 entrevistahoje macau segunda-feira 18.11.2013

ZM – Neste momento não está previsto. Primeiro, queremos a formação prática dos professores. Se virmos que há uma grande aceitação, ou se a maioria dos pro-fessores estiver disponível para pôr em prática, nós avançamos. Nem que seja como experimentação em algumas turmas.

MM – Vai ser sempre primeiro com uma turma piloto, para avaliar os resultados.

ZM – Quer se goste ou não é uma realidade com a qual temos de conviver, então temos de ir para a frente. Inicialmente vamos apostar no português e na matemática, na Turma Mais, que é o que nos preocupa verdadeiramente. Apesar de ser uma escola portuguesa, nos corredores vemos que a maior parte dos alunos fala inglês entre eles, e lutamos com essa dificuldade terrível.

Esperam levar a cabo essas medi-das para o próximo ano lectivo?ZM – A parte do ensino profissio-nal ainda não, porque tem de ser muito bem estudada. Queríamos que a componente prática fosse feita aqui na escola, e isso care-ce de várias transformações. É complexo.

MM – Sobre os restantes planos há alguns que já estão em desen-volvimento, como a associação de estudantes. Sabemos que os alunos já se estão a movimentar com o nosso apoio. A formação contínua dos professores é algo que tem vindo a acontecer e que vai continuar, sendo que já foram apresentadas propostas à DSEJ que nos apoia nestes projectos.

ZM – Sobre a diferenciação das aulas, as secções do conselho de coordenadores estão a trabalhar nisso e vamos dar tudo por tudo para que, em Março, quando têm de ser apresentados os projectos de desenvolvimento educativo à DSEJ, já tenhamos os projectos desenvolvidos para os apresentar para o próximo ano lectivo.

MAIS ALUNOS CHINESES NO PÓS-LABORAL

Apesar de uma diferença de dois pontos percentuais, a Escola Portuguesa de Luanda teve uma média de 10,4 no ranking das escolas lusófonas para os exames do ensino secundário. A EPM ficou em segundo com 10,2. Estes novos projectos podem ajudar a melhorar esta média?MM – Há sempre uma margem para melhorar. O ranking põe de facto a escola de Luanda à frente da EPM. Mas em qualquer uma das escolas a média é positiva e supe-rior à média nacional. O número de alunos é diferente e isso carece de uma análise mais apurada. A

direcção de uma escola só fica satisfeita quando houver sucesso a 100%. Estes projectos são uma das formas possíveis para colmatar essas dificuldades.

Falando dos encarregados de educação. O que é que os pais, e especialmente as famílias chi-nesas, mais procuram na EPM?MM – A EPM tem 75 alunos de 22 nacionalidades, que representam 14% da nossa população escolar. Temos 514 alunos. Quando me fala de alunos chineses, e neste momento temos 11 alunos nasci-dos na China, não significa que só temos esses alunos a falar chinês. Cada vez mais se nota na escola que há alunos cuja primeira língua é o chinês. A procura da escola por parte dos pais tem a ver com várias coisas: com uma herança cultural das pessoas que nasceram e são residentes aqui, e consideram que educar os seus filhos numa instituição de matriz portuguesa é uma mais valia. Também se inscrevem alunos porque o nosso projecto educativo é atraente. Estão envolvidas diversificadas actividades e na aposta no ensino das línguas oficiais, como o portu-guês e o chinês. E acrescento que para além dos nossos alunos temos horário pós-lectivo, três vezes por semana, aulas de português como língua estrangeira, dadas a alunos de outras escolas oficiais, completamente pagos pela DSEJ, e este número de alunos tem vindo a crescer. Este ano lectivo temos 169 alunos. Alunos chineses, de escolas chinesas.

ZM – Já dei aulas a estes alunos e para eles a EPM é o melhor lugar de Macau para estudar português, confiam muito nos nossos profes-sores. Muitos mais queriam vir, mas não tínhamos espaço para ter tantos alunos a frequentar. E tam-bém para eles é muito importante estudar português para poderem es-tudar Direito, ou Tradução. Temos alunos de Zhuhai que frequentam a escola, cujos pais pertencem a um nível social bastante bom. Querem aprender português porque sabem que vão usufruir disso.

Falou da questão do espaço. As novas instalações poderiam aju-dar a que a escola tivesse ainda uma maior dimensão?MM – As novas instalações, quer sejam aqui ou noutro local, que ainda não está decidido, têm de ser actualizadas.

ZM – Têm de ser adequadas às nossas necessidades.

MM – Esta é uma altura óptima até para implementar novos pro-jectos, porque se se vai mexer nas instalações actuais no sentido de as conservar e actualizar. Tem que se mexer. As discussões estão a ser feitas, mas nada está então decidido. Não tenho conhecimento de qualquer decisão. Está a ser dis-cutido a outro nível e aguardamos que quem de direito se pronuncie sobre isso.

A direcção considera que existe uma grande necessidade da escola estar noutro local? Isto porque se trata de um assunto que se arrasta há algum tempo. ZM – Não.

MM – Qualquer que seja a decisão superior, ou se dá uma construção de raiz noutro sítio ou então fica--se aqui e isto tem de ser mantido e mexido.

ZM – Adaptado às novas reali-dades.

Voltava à questão lusófona para abordar o aspecto do financia-mento. A EPM é a única neste

contexto que recebe dinheiro do Governo do local onde está inse-rida. Como vêm essa situação?MM – Com muitíssimo agrado. É imprescindível e tem sido como resultado dos apoios que nunca foram negados pelo Governo da RAEM, através da DSEJ, que te-mos conseguido viabilizar muitos dos nossos projectos. Muitos dos projectos que desenvolvemos ao longo dos tempos seriam impossíveis de concretizar sem ajuda financeira. Essa ajuda é fundamental para a subsistência da escola e para manter a sua qualidade.

EPM SEM CASOS DE ‘BULLYING’

Qual a estratégia adoptada pela direcção para manter uma ali-mentação saudável na cantina da escola? MM – Temos vindo a eliminar os produtos mais nocivos. Nós faze-mos parte do programa Cantina Saudável, da DSEJ, e aí tivemos de nos comprometer a modificar os produtos que são vendidos. Em colaboração com a associação de pais temos vindo a tentar melhorar a oferta e a confecção de determi-nados produtos no que diz respeito às refeições servidas diariamente. É um trabalho conjunto entre a direcção, a DSEJ, a pessoa que explora o espaço e a associação de pais.

ZM – Alguns pais vieram até en-sinar a fazer uma sopa de legumes. Queríamos muito melhorar a can-tina mas não é um trabalho fácil.

MM – E porque temos alunos de variadíssimas culturas, com hábi-tos alimentares diferentes. E não é fácil uniformizar.

ZM – É difícil agradar a todos. Agora que temos vindo a fazer um esforço, e a associação de pais tem sido incansável, isso é uma realidade.

Pergunto isso porque o HM sabe que muitos pais não têm estado satisfeitos com o serviço da cantina. MM – É um problema que está a ser trabalhado em conjunto. É um processo mais demorado do que gostaríamos que fosse. Temos também conhecimento de que alguns pais se queixam da falta de auxiliares de acção educativa, falantes de português e inglês, e que isso acaba por afectar o controlo de algumas situações no recreio, como ‘bullying’ por exemplo. Mas não há situações significativas de ‘bullying’ aqui. Felizmente não temos recebido queixas.

ZM – Não existe. Nos intervalos tenho por hábito andar pelo recreio e vejo os funcionários atentos ao que está a acontecer. E vejo os alunos felizes. Os funcionários são suficientes. Conseguir ter fun-cionários a falar português sairia muito caro e não é fácil encontrar.

MM – Já tivemos, e depois tiveram outras ofertas e saíram. Temos uma chefe de pessoal que fala portu-guês, quando há uma necessidade maior ela intervém.

Já receberam queixas de casos de droga dentro das instalações da escola?MM – Felizmente não. Na socie-dade em que vivemos é sempre uma possibilidade (acontecer), mas temos vindo a trabalhar com a ARTM, que vem aqui todos os anos fazer acções se sensibilização. Fazemos o possível para evitar que isso venha a acontecer.

Quanto a casos de expulsões, o HM também sabe de um caso de um aluno que foi expulso e um ano depois regressou à escola. ZM – Gostamos de dar outra opor-tunidade. A escola é para educar. Se o aluno aprendeu, tem direito a ser integrado novamente.

MM – A escola é inclusiva, não quer excluir. A escola tem 15 anos de existência, e fala-me de uma situação pontual que aconteceu em 15 anos. Mas a escola dá sempre outra oportunidade, depois depen-de do comportamento do aluno.

Em 15 anos, só houve este caso?MM – Dois casos. São situações extremas. E começámos com mais de mil alunos em instalações que eram mais problemáticas para fazer o controlo desse tipo de situações.

Temos também conhecimento de que alguns pais se queixam da falta de auxiliares de acção educativa, falantes de português e inglês, e que isso acaba por afectar o controlo de algumas situações no recreio, como ‘bullying’ por exemplo. Mas não há situações significativas de ‘bullying’ aqui. Felizmente não temos recebido queixas MANUEL MACHADO Director da EPM

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4 hoje macau segunda-feira 18.11.2013POLÍTICA

ANDREIA SOFIA SILVA* [email protected]

O bom rumo de uma co-operação de 20 anos estava a ser destacado por Florinda Chan,

secretária para a Administração e Justiça, e Vincent Piket, chefe da delegação da União Europeia (UE) para Macau e Hong Kong. Até que, no evento público no Centro de Ciência de Macau, Jason Chao fez a pergunta indiscreta. “Fala-se muito que as relações entre a UE e Macau estão a crescer.

Contudo, este ano ocorreu algo que manchou essa relação, que foi a falência da Reolian, uma operadora pública de transportes públicas com um investidor francês. Recentemente o CCAC publicou um relatório sobre ile-galidades em todo o sistema de transportes.

Isso trouxe, primeiro, uma má imagem aos investidores euro-peus, porque foi um importante investimento que pode influenciar outros. Há ainda diferenças cul-turais entre os residentes e esses investidores europeus. Vejo que isso é um desafio que os governos de ambos os lados devem ter em conta e pergunto o que é que pode ser feito para que casos com o da Reolian não voltem a acontecer”, disse o presidente da Associação Novo Macau, durante a sessão de perguntas e respostas de um evento sobre os 20 anos da assi-natura do acordo comercial entre UE e Macau.

Contudo, a mesma opinião não foi partilhada por Vincent Piket. “Há mecanismos, em Ma-cau, para resolver problemas e eu confio que vão resultar também neste caso. Por outro lado, será que um caso particular sobre um investimento determina o ambiente de negócios? Não, não determina. Há muito mais que as empresas procuram quando tomam uma decisão de investi-mento: procuram a estabilidade das instituições, o primado da lei, o acesso aos tribunais”, disse, citado pela TDM.

Apesar dos transportes pú-blicos não pertencerem à sua tutela, Florinda Chan comentou o caso. “São as recomendações que o CCAC faz ao Chefe do Executivo, que depois tem essa responsabilidade de indicar aos serviços próprios que estudem e analisem as recomendações, se de facto houve irregularidades e questões disciplinares, de acordo a lei. Nós temos um regime pró-prio para este efeito.” - com Lusa

RELAÇÕES NOVA CÂMARADE COMÉRCIO A CAMINHO Segundo a agência Lusa, a visita do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, a Macau, vai também servir para renovar dois acordos de cooperação. Um deles é o programa de cooperação judiciária, disse Vincent Piket. “O acordo de cooperação judiciária tem sido muito bem-sucedido, responde às necessidades do Governo em certas áreas quando precisa de preparar nova legislação e estamos satisfeitos por lhe sermos úteis”, disse, afirmando ainda o que será a Câmara de Comércio UE-Macau. “Ao nível da cooperação, o nosso foco será na educação, na cultura e indústrias criativas, áreas em que Macau pretende apostar para criar novas oportunidades para os mais jovens e para atrair novos investidores da Europa.” Para além de ser renovado o programa de cooperação judiciária, que “tem corrido muito bem”, segundo Piket, vai ainda ser assinado um acordo de serviços aéreos, para que “todos os acordos bilaterais de serviços aéreos entre Estados da UE e a terceira parte [Macau] em linha com a lei da UE”, disse a Autoridade de Aviação Civil à Lusa.

Num evento público, Jason Chao, presidente da Associação Novo Macau, perguntou se a falência da Reolian, operadora com investimento francês, poderá afastar potenciais investidores europeus em Macau. Vincent Piket, delegado da UE, disse que não

CELEBRADOS 20 ANOS DE COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPEIA-MACAU

Jason Chao falou da falência da Reolian

DEBATIDOS 20 ANOSDE COOPERAÇÃO BILATERALAssinalar anos de cooperação que prometem não parar por aqui foram os grandes objectivos do evento da tarde de sexta-feira no Centro de Ciência, onde ainda esteve José Luís Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus. Mas antes, durante a manhã, Florinda Chan esteve num encontro com diversas personalidades, incluindo Piket, para avaliar os 20 anos de acordo comercial e o que poderá ser feito a partir daqui. Citado pela Lusa, Piket disse que um dos caminhos poderá ser feito no combate à evasão fiscal. “É um dos assuntos que discutimos hoje, é uma nova área de cooperação que gostaríamos de desenvolver com o Governo de Macau, em linha com a grande importância política que a UE atribui a isto.” O mesmo responsável salientou que a UE quer “garantir que a tributação na Europa é justa e que a evasão fiscal é minimizada”. “Foi uma discussão muito positiva, o Governo de Macau comprometeu-se a estudar o assunto.”

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5 políticahoje macau segunda-feira 18.11.2013

ANDREIA SOFIA [email protected]

U NS são mesmo muito ricos e outros são mesmo muito pobres. No meio, pouco resta. É este o grande

desafio socioeconómico que o Governo tem de contornar e para o qual deve encontrar soluções, defende Joseph Stiglitz. Prémio Nobel da Economia em 2001 e docente na Universidade de Co-lumbia, Stiglitz defendeu a ideia durante uma palestra na sucursal do Banco da China, numa activi-dade promovida pela Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM).

Como forma de contornar essa desigualdade, Stiglitz pede a criação de mais empregos para a classe média. “Como podemos criar empregos para uma grande

EUA Macau precisa de melhorar o controlo da lavagem de dinheiro

À semelhança do que acontece nos Estados Unidos, também Macau se debate com o desafio de contornar as desigualdades sociais e criar empregos para a classe média. Ideia debatida pelo académico que ganhou o Nobel da Economia em 2001

JOSEPH STIGLITZ ALERTA PARA CRESCENTE DESIGUALDADE

Nobel pede empregos para a classe média

ESTABIL IDADE NO MUNDO DEPENDE DA EUROPAStiglitz defendeu ainda que a União Europeia fez “um erro que se transformou numa tragédia”, erro esse que se chama a criação do Euro como moeda única em países com contextos económicos diferentes. Contudo, o Nobel da Economia prefere colocar outras opções em cima da mesa, em vez de acabar com a moeda única. “Seria melhor se fizessem reformas para que a Europa funcionasse. Por exemplo com a criação de uma união bancária, dos eurobonds, com políticas de austeridade que permitissem uma convergência dos países que estão mal.” Garantido que a estabilidade financeira na Zona Euro vai ajudar o resto do mundo, o Nobel diz ainda que as medidas de austeridade em Portugal e Grécia não ajudam. “Têm um espaço muito pequeno de manobra. O que se vê é um défice e uma dívida que não conseguem pagar, ninguém parece estar disposto a dar assistência. Estamos a descrever uma situação lamentável, mas a verdadeira resposta não é mais austeridade em cada um destes países. A verdadeira solução são as reformas na zona euro e uma estratégia de crescimento para a Europa como um todo”.

quantidade de pessoas que não têm acesso ao emprego? Temos o mesmo problema nos Estados Unidos: criamos empregos no sector financeiro, bons empregos

para pequenas elites, e temos muitos empregos para pessoas que estão no fundo da camada social. Mas não criámos empregos para quem está no meio. E isso é que vai ser um grande desafio para Macau.”

“Em Macau deve-se analisar o que pode ser feito com todo o dinheiro que se está a ganhar para

investir no futuro. Em criar fon-tes alternativas para a actividade económica, que irá providenciar emprego para essa camada vasta da população. Esse deverá ser o grande desafio que Macau vai ter no futuro”, acrescentou.

Apesar de Macau “estar numa situação melhor” face à crise que se vive nas economias da Zona

Euro, Stiglitz chama a atenção para outra questão.

“Os salários mais baixos estão em maior proporção do que os salários mais elevados. E há um grande fosso entre eles, o que leva a essa desigualdade. No contexto dos Estados Unidos é uma grande questão, porque é alarmante até onde esse fosso pode ir. Os salá-rios hoje nos Estados Unidos estão mais baixos do que estavam há 16 anos. O PIB está a crescer. Mas se a sociedade faz um pequeno grupo de pessoas ficarem cada vez mais ricas, não significa que está a ter um bom desempenho. Uma grande parte da sociedade americana pensa que a situação está pior. Temos de começar a per-ceber porque é que as projecções económicas nos Estados Unidos são tão más.”

NUM relatório da Co-missão Executiva

do Congresso dos EUA na China, os Estados Unidos pedem um con-trolo mais apertado para a lavagem de dinheiro em Macau. De acordo com a revista Macau Business,

no relatório anual da Co-missão foi deixada a su-gestão de que o território estabeleça declarações obrigatórias de dinheiro para os visitantes que cá chegam, reduza os limi-tes para as transacções dos casinos e que aperte

os requerimentos legais para a realização de di-ligências aos jogadores. O relatório, avança a Ma-cau Business, destaca os junkets como elementos importantes na facilita-ção da movimentação de fundos ilícitos para

o continente. De acordo com Camões Tam, pro-fessor da Faculdade de Ciências da Universida-de de Macau, pelo menos 1,62 biliões de patacas “em dinheiro sujo” são canalizadas através de Macau anualmente.

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6 hoje macau segunda-feira 18.11.2013SOCIEDADE

JOANA [email protected]

E M nove meses, Macau re-gistou um aumento de 9% na taxa de criminalidade, com especial destaque

para os crimes relacionados com a droga. De acordo com dados anunciados na sexta-feira por Cheong Kuok Vá, secretário para a Segurança, o tráfico de droga subiu 94,7% e o consumo de estu-pefacientes aumentou em 23,6%.

Os números podem parecer assustadores, mas Cheong Kuok Vá justifica este aumento com o reforço das operações policiais e a troca de informações entre as autoridades, que originaram, diz, na detecção de mais casos. Ainda assim, na lista de estupefacientes proibidos em Macau vão ser acres-centadas mais cinco tipo de drogas.

No geral, Macau registou cerca de 10.200 crimes de Janeiro a Se-tembro, mais 834 do que no mesmo

H Á mais pessoas a trabalhar no sector bancário em Macau,

mas continuam a existir vagas por preencher.

De acordo com dados tornados públicos este fim-de-semana, no final de Agosto cerca de 5500 pessoas trabalhavam nos 28 bancos existentes no território, um aumento de 232 trabalhadores a tempo

inteiro face ao terceiro trimestre do ano passado. A maioria – 2163 – são empregados administrati-vos, 1322 são directores ou quadros dirigentes e 832 trabalham como funcioná-rios de balcão.

Os dados dos Serviços de Estatísticas e Censos mos-tram que ainda existem 159 postos vagos, mais quatro do que no mesmo período

do ano passado. “Destaca-se que 95 das vagas se destinam a empregados administrati-vos, das quais 57 pertencem a empregados de balcão”, refere um comunicado do organismo. Apenas 44,7% das vagas exigem experiên-cia profissional, mas 80,5% requerem o grau de ensino superior. Já os conhecimen-tos linguísticos de mandarim e de inglês situam-se entre

os 95% e os 99% nos re-querimentos para acesso a estas vagas.

Em Setembro de 2013 a remuneração média dos trabalhadores a tempo com-pleto foi de 21.470 pata-cas, mais 1,5% em termos anuais. A mediana salarial dos empregados de balcão atingiu as 12.450 patacas, apresentando uma subida de apenas 1%. - J.F.

94,7%é o aumento dos crimes de tráfico

de droga

CRIMINALIDADE SOBE CERCA DE 9%, COM DESTAQUE PARA CRIMES COM ESTUPEFACIENTES

“Reforço das operações” origina mais casos

EMPREGO SECTOR BANCÁRIO APRESENTA MAIS DE UMA CENTENA DE VAGAS

Mais pessoas, mais lugares

período do ano passado. Estes dados significam uma subida de quase 9% na taxa de criminalidade, sendo que a violência dos crimes também aumentou: houve mais 62 casos, ou seja 13%.

É nos crimes contra “a vida em sociedade” que se regista outro grande aumento. No total, houve mais de 700 delitos, mais 34,4% do

que no ano passado. Registe-se que a falsificação de documentos deu origem a mais 43,5% de crimes e a passagem de moeda falsa subiu 44%.

Os crimes contra a pessoa subiram também 3,5%, com um destaque especial para os crimes de sequestro. De Janeiro a Setembro, houve mais 71,4% deste tipo de cri-mes, enquanto as ofensas simples à

integridade física subiram apenas 0,6%. Houve ainda 361 delitos de aliciamento, auxílio, acolhimento e emprego de imigrantes ilegais – mais 15% face a 2012.

No grupo de crimes contra o património contabilizaram-se mais 6,5%. Ainda assim, registo para decréscimo dos crimes de furto (menos 5,2%) e de roubo (menos 19,2%).

A situação de emigração ilegal ou em excesso de permanência continua a manter-se como crimes que mostram aumento no território. Um total de 32.321 pessoas foram apanhadas nesta situação, sendo a maioria da China continental.

MENOS MAL Os primeiros nove meses do ano, contudo, também fizeram com que se registassem diminuições. No que diz respeito à delinquên-cia juvenil registaram-se apenas 36 delitos cometidos por meno-res, ou seja uma diminuição de 47,1%. Estiveram 55 menores envolvidos.

Nos crimes de desobediência regista-se uma quebra de 12,1%, enquanto os de falsa declaração desceram 0,2%.

Menos casos de arrombamen-to, escalamento e chave falsa em habitações. Cheong Kuok Vá acredita que a diminuição de 29,4% se deu devido a alterações da estratégia de prevenção e com-bate a este tipo de furtos, criadas pela autoridades.

Cheong Kuok Vá assegura que o controlo e a recolha de dados é para continuar, de forma a que sejam tomadas as “devidas dispo-sições de prevenção e repressão do crime para maior garantia da segurança, manutenção da ordem pública e estabilidade social”. Este ano, 3614 pessoas foram entregues ao Ministério Público.

Crimes mais graves e mais tráfico e consumo de droga. É este o panorama de Janeiro a Setembro da criminalidade em Macau, com destaque para uma subida de quase 95% no tráfico de estupefacientes

SEGURANÇA REFORÇADA NA FRONTEIRA DA ILHA DA MONTANHAO secretário para a Segurança garantiu, na sexta-feira, que a vigilância junto ao campus da Universidade de Macau na Ilha da Montanha vai ser reforçada. De acordo com a Rádio Macau, o anúncio acontece depois de um agente da polícia ter sido detido preventivamente por suspeita de ajudar imigrantes ilegais a entrar no território. “Macau vai reforçar, em conjunto com Zhuhai, o patrulhamento e a segurança e também a comunicação contra a imigração ilegal”, garantiu Cheong Kuok Va, à margem da apresentação do balanço da criminalidade nos primeiros nove meses do ano. Segundo a Rádio, o secretário para a Segurança abordou ainda o caso do subcomissário da PSP que obrigou polícias a fazerem flexões, num momento que acabou por ser registado e divulgado na internet. Cheong Kuok Vá diz que o processo de averiguações está a decorrer e assegura que foi tratado “conforme o regulamento das forças de segurança”. Ao subcomissário pode ser aplicada uma pena que pode ir desde a repreensão oral à demissão, avança ainda a rádio.

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7 sociedadehoje macau segunda-feira 18.11.2013

JOANA [email protected]

M AIS consumo de água, mais consumo de electricidade

e acumulação de resíduos que ultrapassam também os valores de 2010. O Relatório do Estado do Ambiente de Macau de 2011 foi tornado público na sexta-feira e mos-tra ainda que há tendências para “pior” no que diz respei-to a poluentes atmosféricos e nas águas costeiras.

São mais de cem pági-nas de análise ao ambiente de Macau e as conclusões são semelhantes em cada capítulo: é preciso elevar a consciência da sociedade para a protecção ambiental, adoptar um estilo de vida mais ecológico e criar leis para a protecção ambiental.

A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) analisou apenas 21 dos 86 indicadores em diferentes áreas do am-biente e, apesar de mostrar que, em alguns casos, há tendências de melhoria ou que se mantiveram, há dados negativos. É o caso dos indicadores sobre a qualidade das águas das zonas costeiras, dos poluen-tes atmosféricos (emissão e concentração), do consumo

M AIS de uma dezena de empresas concorreram ao concurso público para

a construção das novas instalações do Tribunal Judicial de Base (TJB) e a Companhia de Engenharia e de Construção da China (CECC) – uma das empresas cujos respon-sáveis são arguidos no chamado caso das ETAR – foi uma delas.

CRIMINALIDADE SOBE CERCA DE 9%, COM DESTAQUE PARA CRIMES COM ESTUPEFACIENTES

“Reforço das operações” origina mais casosAMBIENTE EMISSÕES DE POLUENTES E QUALIDADE DE ÁGUAS COSTEIRAS ESTÃO PIOR

“Indispensável aperfeiçoamento”

ONZE EMPRESAS CONCORREM A CONCURSO PÚBLICO PARA CONSTRUÇÃO DO TJB

Obras arrancam no ano que vem

de electricidade e de água. “Durante 2011 (...) entre os principais indicadores ambientais, nomeadamente [relativos] às concentrações de poluentes, emissões de poluentes atmosféricos, consumo de electricidade, volume de água facturada e índices de qualidade da água nas zonas costeiras demonstraram a tendência pior.” No que diz respeito às águas das zonas costei-ras, o relatório do ambiente aponta poluição por metais pesados e concentração de clorofila.

A DSPA atribui a res-ponsabilidade destes in-dicadores à quantidade da população de Macau, ao número de turistas e ao trânsito. Por isso mesmo, a DSPA diz que pretende “mudar o paradigma de gestão”, o controlo de po-luição e melhoramento da qualidade ambiental, bem como a redução de emissão de poluentes, para cumprir o que foi prometido com o plano de protecção am-biental já em 2010. “Não

podemos evitar o impacto e a pressão do ambiente causados pelo desenvol-vimento socioeconómico, mas [podemos] promover medidas e políticas, apoio financeiro, incentivos e acti-vidades de sensibilização.”

O organismo frisa ser “indispensável” o aperfei-çoamento das políticas de gestão ambiental e sugere “que se proceda de forma mais sistemática e plane-ada ao desenvolvimento de legislação”. Apesar de admitir que, em Macau, “ainda faltam informações e dados ambientais abran-gentes e sistemáticos “ sobre o ambiente, a DSPA con-sidera que são necessárias mais “medidas preventivas e novas formas de gestão ambiental”. A redução de emissões e poluição pelas empresas são algumas das sugeridas, a par do melho-ramento da qualidade do ar e aperfeiçoamento do tratamento de resíduos, que a DSPA diz serem “duas acções a serem promovidas com prioridade”.

As obras a concurso consistem na construção de um edifício com 12 andares, que ficarão situadas na Baía da Praia Grande, junto aos lagos Sai Van. “Estas novas instalações serão, sobretudo, destinadas ao uso específico dos juízos criminais. A sua área de implantação será de 1.640 metros quadrados”, refere o comunicado das Obras Públicas.

As novas instalações do TJB deveriam ter arrancado na segunda metade deste ano, mas só agora se procedeu ao concurso público. O projecto do edifício foi assinado pelo arquitecto Carlos Couto e, segundo o comunicado publicado este fim--de-semana, a ideia é “conjugar o aspecto estético do edifício com a paisagem do Lago de Sai Van” e, no que refere aos materiais de cons-trução, “serão sobretudo firmados os princípios de simplicidade, alta-mente duráveis e de fácil reparação”.

O prazo de execução da obra será de cerca de 27 meses e estas estão programadas para começar no primeiro semestre do próximo ano. “Segundo as estimativas, poderá criar cerca de 480 postos de trabalho.”

Os preços propostos variaram entre os 330 milhões de patacas e os 499 milhões de patacas. - J.F.

De entre um total de 11 em-presas a concorrer, nove foram admitidas de imediato, mas duas foram admitidas apenas condi-cionalmente por falta de docu-mentos. De acordo com a lista tornada pública pelo Executivo, a CECC concorreu sozinha, mas também em consórcio. Esta é uma das empresas que fez parte

do consórcio com a Waterleau e a ATAL Engineering para a concessão da ETAR do Parque Industrial Transfronteiriço e que levou Xu Jianping, gerente-geral da empresa, e Chan Ying Lun, do departamento de engenharia da empresa, ao banco dos réus por alegados subornos a Ao Man Long, ex-secretário para

os Transportes e Obras Públicas. Nenhum dos responsáveis foi ainda condenado, uma vez que o julgamento ainda decorre.

Na lista das concorrentes está ainda a Sociedade de Construção Civil On Nong, a Chon Tit (em consórcio) e a Companhia de Construção e Engenharia Omas, entre outras.

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8 hoje macau segunda-feira 18.11.2013CHINA

A China escusou-se sexta--feira a comentar a decisão da Gâmbia de cortar relações com

Taiwan, anunciada na quinta--feira pelo Presidente daquele país africano, indicando que tomou conhecimento do referido anúncio através da imprensa estrangeira. “Soubemos (do anúncio) pela im-prensa estrangeira. Não tínhamos contactos com a Gâmbia”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hong Lei.

A Gâmbia era um dos quatro países africanos que mantinha re-lações diplomáticas com Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo Governo chinês após a tomada do poder pelo Partido Comunista, há 64 anos, e que Pequim considera uma província da China e não uma entidade política soberana. “Só há uma China no mundo e esse princípio é reconhecido por toda a comunidade internacional”, afir-mou o porta-voz do MNE chinês.

“O apoio à reunificação pa-cífica da China é uma tendência irreversível”, acrescentou.

A multinacional ale-mã Volkswagen, a primeira fabricante

automóvel a entrar no mercado chinês em 1984, e as suas empresas mistas na China chamaram à re-visão 640.309 veículos das marcas Volkswagen, Audi e Skoda.

A retirada do mercado do gigante asiático destes automóveis –, cuja repa-ração, a título gratuito, arranca no próximo dia 25 – foi motivada pelo uso de um óleo sintético defeituoso que pode impedir o ade-

TAIWAN MENOS UMA EMBAIXADA NA FORMOSA. PEQUIM NÃO COMENTA

Gâmbia sai de cena

VOLKSWAGEN CHAMA À REVISÃO MAIS DE 640 MIL AUTOMÓVEIS

Óleo defeituoso afecta segurançaquado funcionamento da caixa de velocidades, uma situação passível de provo-car problemas ao nível do fornecimento de energia e, portanto, de colocar em cau-sa a segurança, informou sexta-feira a Xinhua.

Entre o universo de viaturas afectadas há 11.171 modelos Scirocco, Cross Golf e Golf GTI e Bettle,

fabricados entre 28 de Ja-neiro de 2009 e 04 de Julho deste ano.

A estas unidades somar--se-ão outros 330.147 veícu-los de outros modelos, como o Bora ou o Sagitar, fabrica-dos entre 08 de Agosto de 2009 e 19 de Julho deste ano, assim como outros 7.575 modelos importados Audi A1 e A3, produzidos entre

26 de Outubro de 2012 e 21 de Maio do corrente ano.

A lista de automóveis afectados, anunciada pela Administração Geral de Su-pervisão da Qualidade, Ins-pecção e Quarentena, com-pleta-se com mais 291.41 viaturas de outros modelos como a Passat ou Polo, feitos entre 27 de Outubro de 2009 e 22 de Junho, de acordo com a agência oficial chinesa.

A China conta, desde 1 de Janeiro deste ano, com novas e mais restritas normas de controlo de qualidade dos veículos.

Ao estabelecer relações di-plomáticas com Pequim, todos os países reconhecem que o Governo da Republica Popular é “o único legitimo representante da China”, o que implica o corte dos laços oficiais com Taiwan.

Um dos últimos grandes países a fazê-lo foi a África do Sul, em 1998.

Portugal rompeu com Taiwan em Janeiro de 1975 e estabele-ceu relações diplomáticas com Pequim quatro anos mais tarde.

O Partido Comunista Chinês defende a “reunificação pacífica” com Taiwan segundo a mesma formula adoptada para Hong Kong e Macau (“um país, dois sistemas”), mas ameaça “usar a força” se a ilha declarar a inde-pendência.

No caso de Taiwan, aquela fórmula seria até mais lata, per-mitindo, por exemplo, que a ilha conserve as suas Forças Armadas e tenha um representante no Go-verno central.

As autoridades de Taiwan têm rejeitado essa proposta, alegando que a ilha não é uma colónia.

O Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, anunciou na quinta-feira o corte das relações diplomáticas com Taiwan, em nome do “interesse nacional” do seu país. “A decisão foi tomada tendo em conta o nosso interesse estratégico nacional”, diz um co-municado do gabinete de Jammeh, citado pela agência France Presse. “Apesar do fim dos laços diplomá-ticos com Taiwan, continuaremos a ser amigos do povo de Taiwan”.

Burkina Faso, Suazilândia e São Tomé e Príncipe são os três países africanos que mantêm re-lações diplomáticas com Taiwan.

Gâmbia foi o primeiro país a romper com Taiwan desde que o líder do Partido Nacionalista, Ma Ying-jiu, foi eleito presidente da ilha, em 2008, e cujos mandatos (já vai no segundo, de quatro anos)

coincidem com uma acentuada melhorias das relações com Pe-quim. “O Governo chinês não faz grande alarido acerca da decisão da Gâmbia para não embaraçar Ma Ying-jiu”, comentou um di-plomata africano.

Antes da eleição de Ma Ying--jiu, Taiwan era liderado por um partido pró-independência.

Com a decisão da Gâmbia de cortar relações diplomáticas com Taiwan, o número de países com uma embaixada na ilha nacio-nalista chinesa ficou reduzido a vinte e dois.

Da Europa há apenas um, a Santa Sé, e em África só três (Burkina Faso, Suazilândia e São Tomé e Príncipe).

Os outros situam-se na Oce-ânia (Ilhas Marshall, Ilhas So-lomon, Kiribati, Nauru, Palau e

Tuvalu) e nas Américas Central e do Sul (Belize, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Republica Dominicana, São Cris-tóvão e Nevis, Santa Lúcia e São Vicente e Granadinas).

Taiwan continua a denominar--se oficialmente “Republica da China” (sem o adjectivo “popu-lar”) e até 1971 representou a China na ONU.

A ilha, com um terço da su-perfície de Portugal e cerca de 22 milhões de habitantes, fica a menos de 200 quilómetros do continente chinês. Taipé é a capital de Taiwan.

Desde 1949, Taiwan tem Governo, Forças Armadas e uma moeda próprias, mas para Pequim, trata-se de uma província da China e não de uma entidade política soberana.

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9 chinahoje macau segunda-feira 18.11.2013

N OVE pessoas armadas foram mortas num ata-que perpetrado

contra uma esquadra da província de Xinjiang, no noroeste da China, em que também morreram dois agentes, informou ontem a polícia local, citada pela agência Xinhua.

De acordo com a agência oficial chinesa, o grupo, armado com facas e macha-dos, lançou o ataque contra a esquadra da localidade de Serikbuya, em Kashgar, cerca das 17h30 de sábado. Segundo a polícia, os indiví-duos mataram dois agentes e feriram outros dois antes de serem abatidos.

Contudo, de acordo com um porta-voz do Congresso Mundial Uigure, organiza-ção de defesa dos uigures, com sede em Munique (Alemanha), as pessoas

A China anunciou sexta-feira que vai aliviar a sua restri-tiva política de controlo da

natalidade e autorizar que os casais urbanos em que um dos cônjuges seja filho único possam ter dois filhos.

A decisão, divulgada pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, foi adoptada na última reunião plenária do Comité Central do Partido Co-munista Chinês (PCC), concluída na segunda-feira passada.

De acordo com a política de “um

A China vai permitir a aber-tura de pequenos e médios

bancos de capital privado, prevendo fortalecer a regula-ção bancária, de acordo com a agência chinesa Xinhua, que cita um documento sobre as re-formas económicas. O extenso documento sobre as reformas na política económica chinesa, oficialmente intitulado “Uma decisão sobre os principais assuntos relacionados com re-formas detalhadas e abrangen-tes”, foi divulgado sexta-feira e aprovado na segunda-feira, no

final de uma reunião de quatro dias do plenário do Comité Central do Partido Comunista Chinês. Entre outras decisões que começaram agora a ser divulgas está a obrigatorie-dade de entregar ao Estado 30% dos lucros das empresas de capitais públicos (um valor que agora ia até 15%) para “melhorar a vida das popula-ções” e a permissão da entrada de mais empresas de capital privado no mercado para desenvolver uma economia mais liberalizada.

ATAQUE CONTRA ESQUADRA DA POLÍCIA NA PROVÍNCIA CHINESA DE XINJIANG FAZ 11 MORTOS

Uigures abatidos

PEQUIM VAI ALIVIAR POLÍTICA DE CONTROLO DA NATALIDADE

População activa a descer

imputada pelas autoridades chinesas a “terroristas” e a “separatistas”.

Em Junho, um “ataque terrorista” atribuído a “ex-tremistas religiosos” causou 24 mortos, tornando-se o mais violento incidente re-gistado no Xinjiang desde os tumultos do verão de 2009 em Urumqi, a capital da região, que resultaram em 197 mortos.

A 30 de Outubro, um ata-que na Praça de Tiananmen, um dos espaços públicos politicamente mais sensí-veis e vigiados de Pequim, também foi associado pela polícia chinesa a “extremis-tas religiosos”.

Segundo Dilxat Rexit, mais de 50 pessoas foram detidas naquela região autónoma chinesa no âm-bito de operações policiais levadas a cabo no início deste mês.

descritas como atacantes armados pelas autoridades chinesas eram manifestan-tes e dezenas deles foram detidos. “Apelo, mais uma vez, à comunidade interna-cional para que tome me-didas imediatas para evitar que o governo chinês abra fogo contra manifestantes uigures e os prive dos seus direitos”, afirmou Dilxat Raxit, em declarações ci-tadas pela AFP.

Xinjiang, um vasto ter-ritório de maioria islâmica, rico em petróleo e recursos minerais, confina com o Afeganistão, Paquistão e três ex-repúblicas muçul-manas da Ásia Central.

Os uigures, povo de cultura e língua turcomana, constituem 45% dos cerca de 25 milhões de habitantes do Xinjiang, palco de oca-sionais confrontos violentos, cuja responsabilidade é

Regulação bancária Mais pequenos e médios bancos privados

casal, um filho” imposta no início da década de 1980 às famílias urbanas, só os casais em que ambos os côn-juges eram filhos únicos estavam autorizados a ter um segundo filho.

Nas zonas rurais, onde vive cerca de 48% da população chinesa, os casais já podem ter um segundo filho desde que o primeiro seja do sexo feminino.

Tibetanos, mongóis, uigures e as outras minorais étnicas não es-tão sujeitas às mesmas limitações. Hong Kong e Macau, duas regiões

administrativas especiais, estão também isentas.

A nova política “será gradual-mente ajustada e aperfeiçoada para promover um duradouro e equilibrado desenvolvimento da população da China”, disse a Xinhua, citando a resolução do Comité Central do PCC.

Pelas contas do Governo, a “po-lítica de ‘um casal, um filho’ evitou cerca de 400 milhões de nascimen-tos” e em vez de 1.350 milhões, em 2012, a China já teria mais de 1.700 milhões de habitantes.

Mas ao contrário de muitos países desenvolvidos, a China começou a envelhecer antes de ficar rica.

Cerca de duzentos milhões de chineses têm mais de 60 anos, a idade da reforma para os homens (para as mulheres é aos 55).

Pela primeira vez, em 2012, a população activa diminuiu cerca de 3,5 milhões.

Em Xangai, a maior e mais cosmopolita cidade chinesa, com cerca de 23 milhões de habitantes, as pessoas com mais de 60 anos constituem já 22,5% da população e em 2020 chegarão a 34,1%.

Entretanto, a percentagem de crianças e adolescentes desceu para 8,1% - menos 10,2 pontos percentu-ais do que a média do país.

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10 hoje macau segunda-feira 18.11.2013FRINGE 2013

Dar cor àvida e aMacau

ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE ARTISTAS TRAZ “BRING COLOR TO LIFE” AOS LAGOS NAM VAN, COM MÚSICA E MUITO MAIS

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11 fringe 2013hoje macau segunda-feira 18.11.2013

O espaço perto da tenda dos Lagos Nam Van teve on-

tem uma utilidade mais colorida. Inserido no Festival Fringe, o evento “Bring Color to Life” jun-tou cerca de uma dezena de artistas desde manhã até às 22 horas.

Directamente do Ja-pão, Goro trouxe ao Fringe uma sessão de música ao vivo com ins-trumentos tribais, como o didgeridoo. Sempre acompanhados de pintu-ras feitas ao vivo pelos Gravityfree – do Japão -, ao palco subiu ainda o duo de Macau Concrete/Lotus e os DJs Gordon, Lobo,

Dar cor àvida e aMacau

ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE ARTISTAS TRAZ “BRING COLOR TO LIFE” AOS LAGOS NAM VAN, COM MÚSICA E MUITO MAIS

Dhoo, Devlar e Ryoma. Durante a manhã,

houve ainda tempo para dedicar à saúde, com uma sessão de Yoga por Rita Gonçalves.

O evento “Bring Co-lor to Life” foi organizado pela Associação Interna-cional de Artistas de Ma-cau (AIA) especialmente para o festival Fringe. A AIA é uma das principais associações que se dedica a promover os cantores e artistas de Macau a todos os níveis, sendo inclusive organizadora de vários eventos que vão desde a música à leitura de poesia, actividades de pintura ao vivo e tudo o que se pode incorporar na arte. - J.F.

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12 publicidade hoje macau segunda-feira 18.11.2013

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13EVENTOShoje macau segunda-feira 18.11.2013

N O Mosteiro de Alco-baça, foi descoberto um “tecto único” na Sala das Conclusões

durante as obras de conservação e restauro que ali estão a ser feitas. Apesar de não apresen-tar assinatura, o mesmo já foi identificado como um fresco do final do século XVII.

A descoberta foi feita naque-la que era uma das “principais salas de reunião dos monges e que chegou a ser, também, a Sala dos Reis”. Citado pela Lusa, Jor-ge Pereira de Sampaio, director do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, diz tratar-se de um tecto “extremamente bonito, absolutamente extraordinário,

A actriz norte-americana Angelina Jolie recebeu sábado um Óscar hono-

rário pela sua acção humani-tária, durante a 5.ª Cerimónia de entrega dos Prémios do Conselho de Governadores, em Hollywood.

O Conselho de Governadores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para as estrelas que se destacaram pelos seus trabalhos em prol da sociedade distinguiu também o estilista italiano Pietro Tosi e os actores Angela Lansbury e Steve Martin.

Angelina Jolie recebeu o Prémio Jean Hersholt Huma-nitarian -- idêntico ao Óscar “clássico” -- perante uma plateia onde se podia ver Tom Hanks, Jake Gyllenhaal, Diane Keaton, Emma Thompson, Harrison Ford, Amy Adams, Matthew McConaughey ou George Lucas.

Muito envolvida na acção humanitária, a actriz de 38 anos é desde 2012 enviada especial do Alto Comissaria-do das Nações Unidas para os refugiados, no âmbito do

qual participou em mais de 40 missões no mundo.

A actriz recebeu o troféu das mãos de George Lucas, o pai da “Guerra das Estrelas”, após um discurso de homenagem a Gena Rowlands. “Foi quando co-mecei a viajar que compre-endi a responsabilidade que tinha perante os outros”, disse perante os cerca de 600 con-vidados dos Gover-nadores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Deolinda da Conceição recordada no Instituto InternacionalO Instituto Internacional de Macau realiza no próximo dia 19 de Novembro, pelas 18h30, uma sessão de homenagem à escritora macaense, Deolinda da Conceição, por ocasião do centenário do seu nascimento. Integrada no ciclo de tertúlias dos “Serões Macaenses”, a sessão decorrerá na sede do IIM, e terá como oradores Maria Antónia Espadinha, Fernando Sales Lopes e o filho da autora, António da Conceição Júnior. De nacionalidade portuguesa, Deolinda do Carmo Salvado da Conceição nasceu em Macau no dia 7 de Julho de 1913, sendo a quarta filha de António Manuel Salvado, comerciante português oriundo de Medelim (Castelo Branco) e radicado em Macau, e de Áurea Angelina da Cunha Salvado, uma macaense natural de Macau. “Cheong-Sam - a Cabaia”, o seu único livro, foi publicado pela primeira vez em Lisboa em 1956.

Festival internacional de Arte e Performance no Armazém do BoiO Festival internacional de Arte e Performance de Macau 2013, arranca esta terça-feira no Armazém do Boi a partir das 18h30. Do programa constam uma série de artistas oriundos de diversas partes do mundo que representam olhares e perspectivas diferentes sobre a actual realidade circundante. A saber: Bjørn Venø (Noruega/Inglaterra), Lilibeth Cuenca Rasmussen (Dinamarca), Nigel Rolfe )Irlanda), Saskia Edens (Suíça), Yingmei Duan (Alemanha/China), Zhou Bin (China), Wang Yanxin (China), Hu Yanzi (China) e Tong Wenmin (China).

Designers de Macau em Taipé Inaugurou este sábado em Taiwan uma exposição de design que conta com quase uma centena trabalhos de designers de Macau, criados ao longo dos últimos anos. A mostra pretende, segundo o comunicado de imprensa da organização, dar a conhecer ao mundo, através de uma plataforma asiática, o desenvolvimento alcançado pelo território nesta área e ao mesmo tempo estabelecer indicadores para a nova geração de estudantes de design. Patrocinada pelo Instituto Cultural de Macau, e co-organizada pela Associação de designers de Macau e pela Taiwan Graphic Design Association, a exposição conta com a participação, entre outros, do Museu de Arte de Macau, Cone Group, Bruno Design Lines Lab, Shidu Art Consultants e Cosmic Design O design de Macau pode ser visto na Taiwan Graphic Design Association até 23 de Novembro.

DESCOBERTO FRESCO INÉDITO NO MOSTEIRO DE ALCOBAÇA

Tecto único do final do século XVII

HOLLYWOOD ANGELINA JOLIE GANHA ÓSCAR HONORÁRIO PELA SUA OBRA HUMANITÁRIA

Em prol da sociedade

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

OS LITIGANTES • John GrishamKrayoxx, um medicamento muito popular para reduzir o colesterol em doentes obesos e produzido por um gigante da indústria farmacêutica, está sob fogo depois de vários casos de ataques cardíacos associados ao tratamento. Wally, sócio de uma firma de advogados, já sente o cheiro do dinheiro. Uma pequena pesquisa na Internet confirma as suas suspeitas: uma grande firma da Florida está a preparar uma ação contra a Varrick, a farmacêutica em questão. A única coisa que tem de fazer agora é encontrar meia dúzia de pessoas que tenham tido ataques cardíacos enquanto tomavam o medicamento, convencê-las a tornarem-se clientes e prepararem-se para a fama e a fortuna. Com um bocadinho de sorte, nem sequer terão de ir a tribunal! Parece quase bom de mais para ser verdade. E é. Um livro extremamente divertido, repleto das estratégias legais e do suspense que fizeram de John Grisham um dos escritores preferido da América.

OS LUSÍADAS PARA GENTE NOVA • Vasco Graça MouraUm livro admirável em que Vasco Graça Moura, um dos mais destacados poetas portugueses, dialoga, em verso, com o texto camoniano, iluminando, esclarecendo e exaltando o canto originário. Através de um perfeito equilíbrio entre a reescrita modernizadora e a fidelidade à estrutura e aos significados da epopeia de Camões, Vasco Graça Moura assina uma obra indispensável a professores, educadores e jovens, para a compreensão fluída, correcta e abrangente de Os Lusíadas pelas novas gerações.

como não existia nenhum no mosteiro”.

No final das obras, o fresco, até agora “coberto por uma camada de cal”, irá ficar “à vista do público”. Embora não apresente qualquer assinatura, a pintura já foi “identificada pelo

professor Jorge Serrão como sendo da autoria de um artista do final do século XVII”.

A mesma vai permitir a “reintegração de alguns azulejos em falta” naquela sala. Até há bem pouco tempo, a mesma era usada como repartição de finan-

ças mas, agora, o seu próximo destino ainda está para ser equa-cionado. O responsável apenas avança com as hipóteses de a mesma abrir ao público, “em breve, musealizada, ou como sala de conferências, ou ainda como loja do próprio edifício”.

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14 hoje macau segunda-feira 18.11.2013

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i. Se não estivéssemos em Macau, as Linhas de Acção Governativa que o Chefe do Executivo

apresentou na passada terça-feira poderiam ser entendidas como um último suspiro de um polí-tico cansado antes de sair de cena, um esmoreci-do “adeus e até sempre” em que o líder do Go-verno não se compromete com qualquer plano ou medida concretos, exceptuando os paliativos que têm sido administrados ano após ano e que, agora, chegam aos 11,3 mil milhões de patacas, entre subvenções, pensões, subsídios, devoluções e isenções. O presente mandato de Chui Sai On termina em meados do próximo ano e o Chefe do Executivo, para já, diz que está concentrado nas tarefas de gestão do Governo e que apenas pen-sará numa recandidatura após “uma autocrítica”. Se não estivéssemos em Macau, admitir-se-ia que essa prometida avaliação à actuação do Executivo desde 2009 poderia redundar na conclusão de que seria preciso tudo mudar – deixando o palco da liderança ou assumindo uma postura diferente, ac-tiva, mostrando uma verdadeira determinação que não se compadece com uma infinitude de estudos intermináveis, intenções vagas e decisões adiadas. Como estamos em Macau, talvez o mais certo seja que a tibieza demonstrada se deva a um compasso de espera até que surja um programa eleitoral em vez de umas Linhas de Acção Governativa. Como estamos em Macau, o “direito natural” deverá se-guir os seus trâmites. E assim se dá um passo atrás para dar dois à frente lá mais adiante.

ii. O que podemos esperar? No discurso que Chui Sai On leu na Assembleia Legislativa,

uma das palavras que mais se ouviu foi “talento”, repetida por 36 vezes. Motivo? O Governo quer criar “um mecanismo eficiente de longo prazo para a formação de talentos locais”. Previsivelmente, a espécie de máquina de fazer talentos não dispensa uma “comissão” nem uma “base de dados” ou um “sistema de avaliação” dos talentos, cujos “vários grupos” vão ser classificados “em função do tipo e do nível em que se enquadram”, para “a selecção eficaz e a colocação adequada”. Deve ser isto o “governo científico”. Que Macau deva ter “talentos locais” é uma ideia difícil de contestar; mais difícil, contudo, é que possam ser criados por despacho do Chefe do Executivo, ou que cresçam viçosos num ambiente ultra-protegido e de facilitismo. A “colocação adequada” destas “elites” não pode ser negociada, tal como pretende fazer o Governo, por exemplo, para ter mais gente de Macau na ges-tão das operadoras do jogo. Os eventuais cargos no topo das grandes empresas – ou em qualquer outro lugar, já agora –, devem ser fruto do mérito e não de quotas. Mas também aqui temos razões para temer o pior. Em Macau, o modelo de atribui-ção de salvo-condutos para o “sucesso” é antigo e explica alguns deputados, empresários e outras fi-guras que o “regime” inventou. Por que não deixar o mercado funcionar, como o Governo defende há anos para justificar nada fazer contra a especula-ção imobiliária? Siga-se, pois então, além do “lais-sez faire et laissez passer” de características locais, também a lei da oferta e da procura. Acabe-se com os proteccionismos injustificados numa sociedade onde existe pleno emprego e onde a necessidade de mão-de-obra, da “qualificada” e não só, está con-

tinuamente a aumentar. Acabe-se com as regras e as práticas que, quando não se limitam a dificultar a vinda para Macau de pessoas que esperam con-tribuir com o seu trabalho, as enxotam sem apelo nem agravo. Acabe-se com a selvajaria que grassa na especulação imobiliária que, no limite, vai deixar a sociedade de Macau reduzida a ricos e a pobres, porque quem não é uma coisa nem outra não terá lugar nesta terra. Da forma como isto vai, não vi-veremos sob o predomínio económico ou político do capital, simplesmente porque não há economia nem política – há apenas um governo que chama a si toda a iniciativa, controlando, directa ou indirec-tamente, a actividade pública e privada, que conce-de monopólios e retalha serviços essenciais que de-pois são distribuídos e financiados como prebendas, e que apresenta uma “prosperidade” dependente da exploração de um vício, o jogo, e de favores da “mãe pátria”. Assim não haverá segundo sistema e esta-remos apenas entregues ao deus-dará, que de deus tem pouco ou nada e de dar é só para alguns.

iii. “A maior desgraça de uma nação pobre é que, em vez de produzir riqueza, produz

ricos”, diz Mia Couto sobre o seu país, Moçam-bique. Com a mesma razão, infelizmente, pode-mos também nós dizer sobre Macau que a maior desgraça de um território rico é que, em vez de produzir riqueza, produz pobres. Pobres que têm que discutir com ricos um salário mínimo entre as 23 e as 30 patacas por hora, mas também pobres de espírito que só são bem-aventurados no reino dos céus e aqui –maior das desgraças –, desceram todos à terra.

próximo oriente Hugo Pinto

DESCIDA À TERRA

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15 artes, letras e ideiashoje macau segunda-feira 18.11.2013

SERÁ de olhos apagados e cansados de ver que aqui nos

conjugamos: nunca houve tanta coisa à nossa volta.É por isso talvez mais urgente pa-rar aqui, neste dia, e olhar uma e outra vez à nossa volta, porque celebramos Camilo Pessanha.Afinal, nunca houve tanta coisa à nossa volta.Hoje a chuva cai sem mediações, hoje que se perderam os beirais de onde se deixava morrer.E celebramos para não esquecer, celebramos em conjunto, para manter Pessanha na nossa memó-ria colectiva, não de comunidade étnica mas de resto transversal de sensibilidade em terra de fartu-ras.Para além das etnias, das religi-ões e das próprias culturas.Celebramos a poesia, o arrisca-do tecer das palavras, que a terra deve ter poetas para que alguém nela pronuncie doce ou amargo verbo e assim surja a diferença.Pessanha não indicou qualquer senda, não era esse o seu propó-sito: abriu um sulco no ventre da cidade que o recolheu e – como em todas as histórias maiores que a própria vida – nela se cicatrizou passando, sobretudo, a trabalhar as sensibilidades, a crescer no imaginário, a fazer parte consti-tutiva de uma singular identida-de.É a nós que celebramos, aqui nos 80 anos da morte de Camilo Pessanha, garantindo assim a sua imortalidade, porque a sentimos também ser nossa; é a nós que celebramos, prestando assim ju-ramento ao seu exemplo, porque é esse o nosso dever de criaturas do Nome numa cidade cercada.Camilo Pessanha pertence a Ma-cau e Macau pertence a Camilo Pessanha.E porque a cidade é o mundo, celebramos sobretudo o seu ser mais íntimo e rarefeito, os mo-mentos em que por aí o entreve-mos, no som de uma flauta, que hoje, mais incessante que nunca, chora; nos versos que brotaram das sombras de um coração.Está por ler o teu missal: Camilo Pessanha, angélico vate de Ma-cau, poeta do mundo; estão por florir, ainda que por engano as rosas bravas; não deitem fogo, não é para arder...

Texto lido junto ao túmulo do poeta, no Cemitério de São Miguel Arcanjo em Macau, dia 1 de Março de 2006, nos 80 anos da sua morte

O livro curto mais bo-nito, bem encader-

nado e barato que conhe-ço é  La folie du jour  de Blanchot, com o grafismo clássico da colecção nrf da Gallimard. Tem 29 páginas (com letras gran-des) e custa 6,27 euros (na Amazon.fr) ou 6,12 euros (na Amazon.co.uk).Lê-se, em surdina e em voz alta, com o  Le Petit Robert micro  (1536 pá-ginas, 16 euros) ao lado, só para descobrir três ou quatro palavras francesas maravilhosas que Blan-chot escreveu para serem lidas por quem precisava e gostava de dicionários.É do tamanho de uma página do PÚBLICO, mas é, realmente, um li-vro. Foi escrito nos anos 40, quando Blanchot já era velho, mas ainda era novo, tendo a inteligên-cia de separar-se, desde 1933, da extrema-direita francesa, nacionalista e

anti-semita a que breve e estupidamente pertenceu.O livro parece escrito por quem está prestes a mor-rer. Poderia ter sido escri-to no ano de 2003: o ano em que Blanchot morreu, com 95 anos.Blanchot adivinhou  – passava o tempo a adivi-nhar – a morte dele. En-ganou-se profundamente na altura. Desde novo que pensava que iria mor-rer novo. Morreu velho. Mas La folie du jour, uma obra-prima da literatura, mostra que ele conseguiu antecipar, enquanto era jovem, a perda de tempo e de compreensão que acompanha, fatalmente, quem escreve sem querer competir com o tempo – e muito menos vencê-lo.Beckett  – o maior artista e escritor do século XX – gostava do que escrevia Blanchot. E vice-versa.  Sem vício e sem verso.Ainda bem.

Não deitem fogo, não é para arder

Carlos Morais José Miguel esteves Cardoso

Páginas de Blanchot

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16 DESPORTO hoje macau segunda-feira 18.11.2013

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GONÇALO LOBO [email protected]

O campeoníssi-mo Garry Kas-parov desloca--se à RAEM

no próximo dia 20. Com uma agenda completamente cheia, o russo vem acompa-nhado do secretário-geral da Federação Internacional de Xadrez (FIX), Ignatius Leung, e vai reunir-se com a Direcção dos Serviços de Educação e Juventu-de (DSEJ), o Instituto do Desporto (ID) e com três associações locais de “Mind Games”: xadrez, xadrez chinês e Go.

A notícia da viagem re-lâmpago foi confirmada ao HM pelo presidente-interino do ID, José Tavares, que afir-mou que a visita se reveste de grande prestígio para Macau. “Já não é a primeira vez que Kasparov vem a

Mundial 2014 Há craquespara quem o evento nuncapassou de uma miragem

XADREZ MELHOR JOGADOR DE TODOS OS TEMPOS PROMOVE MODALIDADE

Garry Kasparov vem a Macau

Macau mas é a primeira vez que vem a nosso convite. É muito importante que venha e estou muito grato por ter aceite o nosso convite.”

A glória do xadrez mun-dial vem promover, em proposta do ID, o projecto “Xadrez nas Escola”. “Ele e o secretário-geral da FIX

vêm dar a conhecer toda a sua experiência. Com ela, gostaria muito que a DSEJ pudesse implementar o en-sino do xadrez nas escolas como ferramenta essen-cial do desenvolvimento intelectual das crianças”, começou por dizer José Tavares. “Ignatius Leung também é o rosto máximo do xadrez em Singapura, local onde foi implemen-tado um projecto de ensino da modalidade e que tem tido muito sucesso. É nisso que apostamos em Macau e quero vender essa realidade à directora da DSEJ, numa parceria que será feita com as associações locais do ensino do xadrez.”

Para além da promo-ção do xadrez com cariz educacional, José Tavares pretende a elevação da mo-dalidade em Macau, também ao nível dos mais velhos. “Trata-se de um pontapé de saída daquilo que acho ser muito importante. É uma aposta clara que queremos que dê muitos frutos daqui a uns anos. Espero não me enganar.”

A chegada de Garry Kasparov ao território, na próxima quarta-feira, está prevista às 15h. Depois, pelas 17h30 reunirá com a DSEJ, ID e com as asso-ciações de “Mind Games”. Pelas 19h, juntamente com os mesmos intervenientes, dará uma conferência de imprensa no Hotel Okura e, já ao início da noite, partirá para Hong Kong.

ESTAR num grupo onde se incluem Al-

fredo Di Stéfano, George Best ou Eric Cantona pode ser muito prestigiante para um futebolista. Mas também pode significar uma falha grave no cur-rículo. Os três nomes acima indicados têm algo em comum: pertencem à elite do futebol mundial, mas nunca disputaram a fase final do Campeonato do Mundo.

Não é o caso de Cris-tiano Ronaldo ou Zlatan Ibrahimovic, que já mar-caram presença no torneio final da mais importante competição futebolística de selecções. Mas, em 2014, um deles terá de se conformar e ver o Mundial do Brasil na televisão. O português marcou o golo da vitória (1-0) da equi-pa nacional na primeira mão do ‘play-off’ e leva vantagem sobre o sueco. A decisão fica para terça--feira, na Suécia – num estádio inaugurado há um ano e onde Ibrahimovic já marcou dez golos.

Para além de Di Sté-fano, Best ou Cantona, muitos outros se poderiam acrescentar à lista de ilustres ausentes. George Weah, o único africano a ter sido distinguido pela FIFA com o prémio de melhor futebolista do mundo, em 1995, disputou quatro apuramentos para o Campeonato do Mundo (1990, 1994, 1998 e 2002), mas o final nunca foi feliz. A Libéria nunca conseguiu qualificar-se e Weah nun-ca teve acesso ao grande palco do futebol mundial.

A nacionalidade é de-terminante nas aspirações que um futebolista pode alimentar à presença na fase final de um Campe-

onato do Mundo. Ser li-beriano não ajudou Weah, tal como ser norte-irlandês não beneficiou as am-bições de George Best. O galês Ryan Giggs foi outro que bem tentou, mas nunca foi a um Mundial: disputou o apuramento para 1994, 1998, 2002 e 2006, mas o País de Gales ficou sempre pelo cami-nho. As perspectivas não são muito melhores para o igualmente galês Gareth Bale, que levou o Real Madrid a perder a cabeça e pagar ao Tottenham mais de 90 milhões de euros pela sua contratação no último Verão. Na quali-ficação para 2014 Bale foi o melhor marcador do País de Gales, com quatro golos, mas a equipa galesa foi penúltima no Grupo A.

Tal como Weah e Gi-ggs, o ganês Abedi Pelé – eleito melhor futebolista africano consecutivamen-te entre 1991 e 1993 – jo-gou quatro apuramentos: 1986, 1990, 1994, 1998, todos sem sucesso. Só mais tarde, em 2006, o Gana conseguiria a pri-meira ida a fases finais do Mundial.

Cristiano Ronaldo, que se estreou pela selec-ção portuguesa em 2003, nunca falhou um grande torneio. Esteve nos Mun-diais 2006 e 2010 e nos Europeus 2004, 2008 e 2012. No total cumpriu 24 jogos e apontou oito golos (dois deles em Mundiais). O mesmo não pode dizer outro símbolo da equipa nacional: Eusébio, que brilhou no Mundial 1966 (Portugal foi terceiro clas-sificado), falhou a ida ao México 1970. O “pantera negra” até marcou três go-los, mas a selecção acabou o apuramento no último lugar do grupo.

Por seu lado, Zlatan Ibrahimovic já provou em 2010 o sabor amar-go de quem fica fora da festa. A Suécia não foi à África do Sul, pelo que o Brasil representa a úl-tima oportunidade para o avançado do PSG, aos 32 anos, marcar o primeiro golo em fases finais do Campeonato do Mundo: tanto em 2002 como em 2006 não conseguiu fazer o gosto ao pé. Alfredo Di Stéfano

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C I N E M ACineteatro

hoje macau segunda-feira 18.11.2013 FUTILIDADES 17

TEMPO POUCO NUBLADO MIN 17 MAX 23 HUM 40-70% • EURO 10.7 BAHT 0.2 YUAN 1.3

João Corvo

A vida não tem sentido, mas tem várias direcções.

fonte da inveja

SALA 1ENDER’S GAME [B]Um filme de: Gavin HoodCom: Hailee Steinfeld, Ben Kingsley, Viola Davis, Abigail Breslin14.30, 16.30, 19.30, 21.30

SALA 2 LIBRARY WARS [C](FALADO EM JAPONÊSLEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS)Um filme de: Shinsuke SatoCom: Junichi Okada, Fukushi Sota, Eikura Nana14.30, 19.15

SALA 3INSIDIOUS CHAPTER 2 [C]Um filme de: Kees van OostrumCom: Patrick Wilson, Rose Byrne, Barbara Hershey, Lin Shaye16.45, 21.30

Batman, filho do Superman,foi preso em Singapura• Há três anos atrás, um jovem de Singapura chegou à fama por causa do seu nome estranho. Agora Bin Suparman Batman (em tradução literal: Batman filho de Superman), foi condenado a 33 meses de prisão por vários crimes de furto, roubo e tráfico de drogas. O jovem foi preso 19 de Agosto, quando foi registado por câmaras de segurança a roubar. Batman, um desempregado, 23 anos, também confessou ter roubado ao seu irmão cartões de crédito para comprar heroína. Ele foi finalmente condenado a 33 meses de prisão por vários crimes de furto, roubo e tráfico de drogas. Nas redes sociais, os fãs mais jovens manifestaram a sua decepção. Na página do clube de fãs no Facebook Batman Bin Suparman lamenta que “tenha escolhido o lado negro.” A imagem do seu cartão de cidadão tornou-se viral na Internet, chegando a ganhar milhares de seguidores nas redes sociais. Aparentemente Suparman é um sobrenome comum na cultura javanesa.

Hotel de gelo obrigadoa colocar alarme de incêndio• Já ouviu falar do Ice Hotel, localizado na cidade sueca de Jukkasjarvi? É um dos mais arrojados projectos, que prima pela originalidade. Não menos original foi a determinação das autoridades da Suécia, que obrigaram à instalação de alarmes de incêndio num espaço feito de água congelada. O Ice Hotel é um ex-líbris da Suécia, uma obra de arte que nasce todos os anos na cidade de Jukkasjarvi. É falado em todo o mundo, pela originalidade do projecto, mas não só. O hotel de gelo anda nas bocas do mundo, porque as autoridades suecas exigiram a instalação de alarmes de incêndio, o que sucede pela primeira vez. Os gerentes do espaço ficaram surpreendidos com a exigência, uma vez que gelo é o único material utilizado em toda a infra-estrutura.

LUCY DEIXA TODOS DE BOCA ABERTA

Lucy Pinder, 29 anos, é uma modelo britânica que costuma fazer sucesso da revista masculina Nuts. Começou por fazer fotos em fato-de-banho, depois em topless e, por fim, em nu integral. O seu glamour também já fez capa na Maxim e na Loaded. Pode parecer que não mas os seus seios são naturais e foram considerados em 2010 os melhores da Grã-Bretanha. É caso para dizer que estamos todos malucos...

HOJE NA CHÁVENA

Feno-grego

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

Nome botânico: Trigonella foenum--graecum L.Família: Fabaceae (Leguminosae).Nomes populares: Alforva; Caroba; Fenacho.

Nativo do norte de África e região mediterrânica oriental, o Feno-grego é uma planta herbácea de pequeno porte e flores esbranquiçadas, cujas folhas, macias, lembram as do Trevo (trifoliadas); os frutos são vagens estreitas e compridas, e contêm 10 a 20 sementes. Foi designado Feno--grego porque, quando foi introduzido no sul da Europa, era muito cultivado na Grécia.Com uma utilização milenar, o Feno--grego é referido no Papiro de Ebers, documento médico egípcio do século XV a.C., como emplastro para curar queimaduras. Usado como expetorante pelos Gregos foi igualmente muito apreciado pelos Romanos. Na época vitoriana, as suas sementes simboli-zavam a virtude da força. Atualmente, continua a ser muito utilizado em fi-toterapia integrando ainda a medicina ayurvédica e tradicional chinesa. São usadas as sementes.

COMPOSIÇÃOMuito rico em glúcidos, especialmente em mucilagens e proteínas; um prin-cípio amargo, colina, saponósidos, fitosteróis, heterósidos furostanólicos, flavonoides, lípidos (ácidos linoleico, oleico, palmítico e lecitina), enzimas, minerais (cálcio, enxofre, ferro, fósforo, magnésio, manganésio) e vitamina C; cumarinas, óleo essencial e um alcaloide inócuo em quantidades vestigiais. Cheiro característico e ligeiramente desagradável.

AÇÃO TERAPÊUTICAO Feno-grego é um tónico amargo, o que significa que tonifica e estimula todo o processo digestivo, abrindo o apetite, melhorando a digestão e faci-litando a absorção dos alimentos. Mas, o que o distingue das demais plantas amargas é o seu efeito estimulante da síntese de proteínas (ação fisiológica de tipo anabolizante), o que o torna mais poderoso e simultaneamente amplia o seu campo de utilizações. Altamente reconstituinte e fortificante, esta planta permite aumentar o peso, a energia física e mental, sendo muito indicada na falta de apetite e anorexia, perda de peso, magreza constitucio-nal, astenia, anemia, convalescença

de doenças depauperantes, raquitis-mo e crianças com dificuldades no desenvolvimento físico ou psíquico. Desportistas e culturistas utilizam-no para aumentar a massa muscular e acelerar a recuperação após o esforço. As mulheres orientais usam-no para arredondar as suas formas!Tradicionalmente, tem sido empregue para aumentar a produção de leite nas mulheres que amamentam. É igual-mente recomendado aos diabéticos, a quem diminui as taxas de açúcar no sangue, e em caso de colesterol elevado.

OUTRAS PROPRIEDADESExternamente, o Feno-grego tem várias aplicações em virtude das suas propriedades anti-inflamatórias, antis-séticas e cicatrizantes. Recomenda-se nas feridas de difícil cicatrização, úl-ceras da pele, gretas dos mamilos e dos lábios, abcessos, borbulhas infetadas, acne, eczemas, celulite, hemorroidas, fissuras do ânus e outras inflamações da pele e mucosas. É muito eficaz nos furúnculos, que ajuda a amadurecer e extrair. É ainda usado nas dores articulares.

COMO TOMAR• Uso internoMisturar 1 colher de café de sementes em pó com 1 colher de café de mel. Tomar várias vezes por dia.Em xarope, cápsulas e comprimidos. Integra fórmulas para desportistas.As sementes podem ser germinadas, adicionadas a pratos vegetarianos ou de caril, ou usadas em pó, como farinha, na confeção de pão e bolos. São muito usadas na cozinha indiana.As folhas podem ser ingeridas em saladas e sopas pelo seu valor nutritivo.• Uso externoMisturar as sementes em pó com um pouco de mel, azeite ou vinagre. Aplicar como cataplasma.Cozimento das sementes em pó: 100 g por litro de água, 15 minutos de fer-vura. Aplicar em forma de cataplasma quente (fria, nas hemorroidas).

PRECAUÇÕESO Feno-grego pode provocar contra-ções uterinas estando contraindicado durante a gravidez. Os constituintes amargos podem alterar o sabor do leite materno. Os diabéticos devem fazer o controlo da glicemia.Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.

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18 OPINIÃOexpediente c ín icoMARCO CARVALHO

hoje macau segunda-feira 18.11.2013

N OS dias em que os tufões sopravam sem nome e se sacrificavam búfalos para amainar a ânsia do vento, uma aragem marialva es-tacionou ao largo de Hong Kong. No mar, a madeira dos tancares crocitou com deferência, as tancareiras esvaziaram as redes e re-

colheram à costa. Em terra, os cules de Wanchai - a pele fulminada por mil dias de Verão - estranharam o ar denso e pesado, a melindrosa letargia da tarde, as árvores quietas. A tempestade amadureceu ressenti-mentos e a 2 de Setembro rasgou as margens tranquilas da Baía de Vitória com a ferina agressividade de um tigre ferido. O vento puxou a água do Delta para as margens, fez navegar riquexós e sampanas num pântano infinito, esventrou lojas e viven-das, arrancou casuarinas e canforeiras. A chuva escavou talvegues largos como rios nas encostas do Peak e a lama fluiu com a opaca consistência do sangue derramado. Transfigurada, a vibrante Hong Kong des-pertou demasiado tarde para a verdadeira magnitude do que se postulava ser uma tempestade anódina. O ano é o de 1937 e o anónimo tufão – hoje referenciado pelo patronímico póstumo e algo ‘avant garde’ de “o grande tufão de Hong Kong” – deixou onze mil mortos no seu encalço. Em Macau roubou a vida a 21 pessoas.

É escusado escrever o óbvio, mas o óbvio deve por vezes ser escrito. O mundo deu uma cambalhota abissal desde que Voltaire se debruçou sobre o terramoto de Lisboa em “Cândido ou o Optimismo”. Com a catástrofe portuguesa, Voltaire viu ruir tam-bém as concepções vigentes à época. Para o filósofo francês a destruição de Lisboa jamais poderia ter ocorrido se a Terra fosse, como até então se julgava cegamente, um espelho da vontade divina, regulada pelos princípios da ordem e da harmonia. No quarto de milénio que transcorreu desde “Cândido”, os acontecimentos excepcionais que de forma insípida e genérica se desig-nam por catástrofes naturais libertaram-se do jugo da fúria divina; são agora melhor entendidos sem serem no entanto plenamente compreendidos.

Desprovidos de uma feição teológica, fenómenos como os tufões, os terramotos, os tsunamis, as erupções vulcânicas mantêm implacavelmente como que uma dimensão cosmogónica, quase teratológica: monstru-osos, impossíveis de abraçar e de julgar em toda a sua plenitude, habitam o território dos receios comuns, movimentam-se na esfera dos pesadelos latentes. Tal como o organismo transporta consigo o ónus de maleitas passadas, também os povos, as nações e mesmo as cidades carregam no subconsciente – um subconsciente colec-tivo em que se misturam história e sangue, devastação e pavor – as marcas invisíveis de tragédias passadas. Nunca o céu de Lisboa

A pior cegueira é a de quem se recusa a ver e grave é que a ‘realpolitik’ se alce tão furtivamente sobre a humanidade que nos é comum

Noli me tangere

será inteiramente cristalino porque sobre ele pairará sempre a sombra de um novo e grande terramoto.

Por ter a ânsia devastadora do vento divino no seu código genético, por ter sido violentada e esventrada por um tufão sem nome em 1874 (e mil vezes alagada e humilhada desde então), Macau - a cidade, a elite que a governa, mas também todos e cada um de nós – devia ter dado uma outra resposta, mais humana e decidida, à tragédia que se abateu sobre as Filipinas. Se quatro séculos de intercâmbio entre a baía da Praia Grande e a baía de Manila não fossem já justificação suficiente, o contri-buto económico dado pelos quase vinte mil imigrantes filipinos que têm Macau como casa devia bastar para nos fazer agir sem pensar duas vezes.

A verdadeira razão pela qual Macau de-veria ter respondido de forma incondicional à devastação do Haiyan é no entanto outra e bem mais simples. As casas destruídas, os carros esmagados, os cadáveres nas ruas ... Poderíamos ter sido nós. Mesmo que nada mais unisse Macau às Filipinas, a

malfadada sorte de se partilhar um mapa de tragédias onde a fúria dos tufões é figura de proa devia bastar para impelir uma RAEM mais solidária.

Ao contrário do que já se escreveu, mais do que a falta de compaixão incomoda a desumanidade. A resposta envergonhada do governo, a fraca mobilização da sociedade civil e o aparente desinteresse dos que entre nós estão em maioria não deixa augurar nada de bom. Em abono de uma certa verdade são vítimas também e é neste domínio, mais do que em qualquer outro, que as responsabili-dades de quem nos governa são cruelmente flagrantes: a linguagem da desumanização,

foi o governo quem a ensinou. O de Macau, mas também o de Pequim.

As Filipinas tornaram-se ao longo dos últimos meses um incómodo grão de areia na engrenagem chinesa, uma náusea subtil que esbarra sem complacência no mapa de desígnios que a República Popular traçou para o Mar do Sul da China. Em Macau, onde o diálogo de surdos entre Pequim e Manila não faz mossa aparente, o imigrante filipino é vilipendiado, é demoníaco e diminuído todos os dias porque a imagem que uma boa parte de Macau dele construiu é a de um ente voraz cujo inteira existência se justifica tão só e ape-nas pela sonegação de postos de trabalho aos privilegiados locais. A incomodada resposta das autoridades - da RAEM, mas também da RPC – dão a entender que o martirizado povo filipino é hoje o inimigo e pelo inimigo não se mobilizam as escolas em peditórios comuns, não se organizam galas solidárias ou expedições da Cruz Vermelha. A pior cegueira é a de quem se recusa a ver e grave é que a ‘realpolitik’ se alce tão furtivamente sobre a humanidade que nos é comum. Noli me tangere quando Sichuan voltar a tremer.

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19 opinião

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

hoje macau segunda-feira 18.11.2013

SEGUNDO a “Wikipedia”, o en-sino domiciliário ou a educação feita em casa, “é a educação das crianças em casa, orientada pelos pais ou por tutores, em substi-tuição do ensino típico dado nas escolas públicas e privadas. No entanto, antes da introdução do ensino obrigatório, a educação de muitas crianças era dada

pelos pais ou pela comunidade. O ensino em casa é uma alternativa ao ensino públi-co ou privado, nos países desenvolvidos.”

Prestemos atenção a duas notícias re-lacionadas com esta matéria. A primeira aconteceu na Coreia do Sul . O exame de admissão à universidade é feito todos os anos, na segunda quinta-feira de Novembro. Este ano foi no dia 7 de Novembro e contou com 6,57 milhões de candidatos. O número do ano passado foi 6,75 milhões. A Coreia do Sul está dividida em 85 distritos com um total de 1257 locais de exames para cinco disciplinas (ver tabela).

As soluções dos exames serão divulgadas no dia 18 de Novembro e os resultados dos testes no dia 27 de Novembro. Os exames são geralmente da responsabilidade das escolas, mas na Coreia do Sul parece ser um dever do governo e de todos. O exame começou às 8h40 e terminou às 17h. Para assegurar que os estudantes chegava a horas aos exames, o metro passou a funcionar a partir das 7 até às 8h. Os departamentos oficiais do governo e as empresas começaram a trabalhar uma hora depois do horário habitual, i.e. às 10h. Em caso de emergência, os estudantes podiam solicitar a ajuda da polícia para os transportar até ao local de exame, através da linha directa 112. O exame de inglês foi entre as 13h05 e as 13h45, i.e. uma duração de 40 minutes. Os aviões foram proibidos de aterrar ou de levantar voo. Os exercícios militares das for-ças armadas também sofreram alterações. Foi proibida a circulação veículos motorizados no espaço de 200 metros ao redor da escola. O mercado de acções operou até às 13h.

Para assegurar que não havia fuga de informação sobre as perguntas dos exames, os examinadores responsáveis pela elabora-ção dos testes tiveram de ficar um mês num local secreto, sem poder usar telemóveis ou comunicar com a família. Estavam também proibidos de ingerir alimentos e bebidas que não fossem saudáveis.

Todos os candidatos levam os exames muito a sério, tal como os seus pais. Muitos progenitores vão até ao templo de rezar e pedir a Deus que “ajude os filhos a passar nos exames”. Jogyesa é um templo budista construído em 1395.

Alguns estudantes mais velhos andavam na rua a dançar e a abanar a cabeça. O seu

Talvez Macau seja um território pequeno e não haja necessidade de a polícia levar os estudantes ao locais de exame, mas vemos que os candidatos e os seus pais se preocupam

macau v is to de hong kongDAVID CHAN*[email protected] • http://blog.yahoo.com/legalpublications

Ensino obrigatório e ensino domiciliário (I)Disciplinas Participação (%)Língua materna 100Matemática 100Inglês 100Ciência e sociedade 50Segunda língua 50Total 400

*Professor Associadono Instituto Politécnico de Macau

comportamento significava apenas uma coisa: encorajar os candidatos para terem uma boa prestação nos exames.

Uma das estrelas sul-coreanas, Hye-Kyung, também enviou uma mensagem de encoraja-mento, ao escrever a mensagem “boa sorte para os exames” numa folha que colocou no peito, dando a sensação de que estava nua da cintura para cima.

A história não acaba com o final dos exa-mes. Os candidatos costumam ir a lojas de beleza e fazer cirurgia estética. A publicidade anuncia descontos de 30% a 50% nas cirurgias estéticas . O povo da Coreia do Sul acha que ser feio é mau. Quem é feio tem sentimentos de culpa. Por isso a cirurgia plástica é muito popular no país. Actualmente é praticada pelos candidatos e pelas suas mães.

Para além dos candidatos e das suas mães, grande parte dos empregados de escritório, a que chamamos “colarinho branco” também têm de estudar e de fazer exames, porque nove gran-de empresas vão nos próximos meses contratar pessoal. Os potenciais futuros empregados vai ter aulas extra em instituições privadas. O número de empregados é de 0,43 milhões.

É incrível que os sul coreanos levem os exames tão a sério. Em Macau, no mês de Março, vemos a maioria dos estudantes do ensino secundário atarefados para os exames de admissão da Universidade de Macau (UMAC), do Instituto Politécnico de Macau (IPM) e do Instituto de Formação Turística (IFT). Talvez Macau seja um território pequeno e não haja necessidade de a polícia levar os estudantes ao locais de exame, mas vemos que os candidatos e os seus pais se preocupam.

Os exames são importantes em Macau e na Coreia do Sul. A nossa lei permite que se regule a política educacional. A política pode alterar a lei. No entanto, não pode mudar o que sentimos. Os exames serão sempre importantes.

Para a semana falaremos do ensino em casa. É um ensino sem pressão ao contrário doa exames acima descrito. Falaremos tam-bém da possibilidade de ter exames públicos em Macau.

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NUCLEAR QUASEFECHADO

hoje macau segunda-feira 18.11.2013

Nelson Mandela não consegue falarJá em casa, Nelson Mandela continua a recuperar, de forma paulatina, de uma infecção pulmonar que o levou a ficar internado cerca de três meses. Em declarações ao jornal sul-africano The Sunday Independent, Winnie Mdikizela-Mandela, falou sobre o estado de saúde do antigo marido. «Não pode articular palavras por causa de todos os tubos que tem na boca para drenar os pulmões. Os médicos afirmaram que esperam que ele recupere. Disseram que respira com a ajuda de aparelhos. Isto é mentira. É difícil para ele, Nelson continua muito sensível aos germes e deve permanecer num ambiente esterilizado. O quarto dele parece o quarto de uma sala de urgências», detalhou. Aos 95 anos, Madiba está em casa desde o início de Setembro.

Fotos de americana sorridente junto a leão morto geram polémicaUma apresentadora de televisão norte-americana está no centro de uma polémica, depois de ter publicado fotos de uma caçada na África do Sul. Melissa Bachman foi fortemente criticada pelas imagens que divulgou no Twitter e no Facebook, onde surge, sorridente, ao lado de um leão morto. «Um dia de caça incrível na África do Sul. Perseguido ao longo de 66 quilómetros este leão... Que caçada!». Na sua página de «Facebook», a apresentadora aparece em várias imagens junto de animais caçados. Agora, as fotografias estão a gerar polémica e já foi criada uma petição na África do Sul, para banir Melissa Bachman do país. Até ao momento já foram reunidas mais de 12 mil assinaturas.

IMOBILIÁRIO GABINETE DE ESTUDO DAS POLÍTICAS DO GOVERNO DA RAEM ENTRA EM CENA

“Os preços dos imóveis encontram-se numa situação de subida e descida”O Gabinete de Estudo das

Políticas do Governo da RAEM saiu ontem em

defesa do Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, depois da população ter demonstrado desa-grado geral pela “inexistência de medidas rigorosas de controlo” da especulação imobiliária no relatório das Linhas de Acção Governativa para 2014.

O coordenador do Gabinete, Lao Pun Lap, em comunicado divulgado ontem ao início da noite, levanta mesmo algumas questões para serem debatidas na sociedade e desresponsabiliza o Governo. “Os preços dos imóveis encontram-se numa situação de subida e descida, e não apenas de subida, registando-se uma descida significativa do número das fracções habitacionais tran-saccionadas”, começou por dizer, fazendo uma alusão aos dados oficiais de que, nas fracções habitacionais transaccionadas em Macau, o número desceu de 4.059 casos no 2.º trimestre de 2013 para 1.980 casos no 3º trimestre de 2013, bem como o preço médio das fracções habitacionais transaccionadas por metro quadrado, que baixou mais de 20% que o do segundo trimestre.

Paralelamente, e de acordo com Lao Pun Lap, os dados das Finanças “não mentem”. “Com-parando com o período homólogo do ano de 2011, 2012 e dos meses de Janeiro a Setembro de 2013,

as fracções autónomas habitacio-nais transaccionadas são 13.454, 11.314 e 8.873, reduzindo 15,9% e 21,6%, face aos períodos homó-logos dos anos anteriores, uma tendência de descida contínua.”

Para o coordenador do Ga-binete, “durante o período de 30 de Outubro de 2012 a 30 de Setembro de 2013, nas fracções habitacionais transaccionadas, 95,8% dos compradores são residentes locais, e a proporção dos compradores não residentes caiu de 11,14% do ano de 2010 para 2,8%”. “Daí se vê que as medidas existentes para contro-

lar o mercado imobiliário, tais como LTV mais restrito para os empréstimos hipotecários para aquisição de habitação, imposto do selo especial e a taxa adicional de imposto do selo caso as frac-ções habitacionais para pessoas colectivas, entre outros, deram certos resultados no sentido de combater contar a atmosfera especulativa ardente do mercado imobiliário e a entrada do capital proveniente do exterior.”

Outra situação que Lao Pun Lap refere é que “não se pode subestimar os riscos do mer-cado imobiliário”. “No último ano, 90% dos compradores de habitação são residentes locais, com o crescimento constante da economia de Macau, os cidadãos locais estão optimistas em rela-ção às perspectivas da economia, e têm confiança no ganho de lucros no mercado imobiliário”.

Para além disso, o coordena-dor do Gabinete relembra que existem poucos canais de inves-timento e, por isso, a compra de habitação constitui “a melhor opção para quem tem um certo de depósito em dinheiro”. “A procu-ra no mercado imobiliário vem essencialmente dos cidadãos locais, sendo uma percentagem bastante maior de investimen-to, constituindo uma principal força da tendência do mercado imobiliário o investimento nas habitações. Sendo um artigo a habitação, o preço depende da oferta e procura.”