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TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 32 HUMIDADE 55-95% CÂMBIOS EURO 11.6 BAHT 0.3 YUAN 1.3 hoje AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 macau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUINTA-FEIRA 25 DE AGOSTO DE 2011 ANO X Nº 2440 Táxis com prazo de validade Direito à residência LEI BÁSICA DE MACAU ABRE RARAS EXCEPÇÕES • ÚLTIMA Transmac X Motoristas GOVERNO PREPARA PROJECTO DE LEI PARA MEDIAR CONFLITO • PÁGINA 6 PUB Amarelos vêem licença renovada por ano e meio Ter para ler A 4.ª sessão legislativa fechou com mais inter- venções, mais presenças e mais interpelações dos deputados. Contudo, se há oito deputados que nunca faltaram a um plenário na AL, há outros que quase não aqueceram a cadeira, como Vítor Cheung Lup Kwan. >Página 4 Deputados dizem “presente” mais vezes Os táxis amarelos venceram a batalha e vão ter o seu contrato de concessão renovado por mais ano e meio. No entanto, têm agora de provar que o merecem, aca- tando a obrigações expressas no acordo. Responder às chamadas telefónicas, transportar os deficientes e andar pelos bairros comunitários são as exigências. > PÁGINA 6

Hoje Macau 25 AGO 2011 #2440

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Edição do Hoje Macau de 25 de Agosto de 2011 • Ano X • N.º 2440

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Page 1: Hoje Macau 25 AGO 2011 #2440

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 32 HUMIDADE 55-95% • CÂMBIOS EURO 11.6 BAHT 0.3 YUAN 1.3

hoje

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10macau

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUINTA-FEIRA 25 DE AGOSTO DE 2011 • ANO X • Nº 2440

Táxis com prazo de validade

Direito à residência

LEI BÁSICA DE MACAUABRE RARAS EXCEPÇÕES

• ÚLTIMA

Transmac X Motoristas

GOVERNO PREPARA PROJECTO DE LEI PARA MEDIAR CONFLITO

• PÁGINA 6

PUB

Amarelos vêem licençarenovada por ano e meio

Ter para ler

A 4.ª sessão legislativa fechou com mais inter-venções, mais presenças e mais interpelações dos deputados. Contudo, se há oito deputados que nunca faltaram a um plenário na AL, há outros que quase não aqueceram a cadeira, como Vítor Cheung Lup Kwan. >Página 4

Deputados dizem

“presente” mais vezes

Os táxis amarelos venceram a batalha e vão ter o seu contrato de concessão renovado por mais ano e meio. No entanto, têm agora de provar que o merecem, aca-tando a obrigações expressas no acordo. Responder às chamadas telefónicas, transportar os deficientes e andar pelos bairros comunitários são as exigências. > PÁGINA 6

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QUINTA-FEIRA 25.8.2011

2www.hojemacau.com.mo ACTUAL

Apple quer lançar nova versão de iPhone 4 mais barato na China

Um ‘smartphone’ para o povoA Apple prepara-se

para lançar uma versão mais barata do iPhone 4. Com

8GB de capacidade, contra os 16 e 32 topo de gama, o novo smartphone da em-presa norte-americana visa os mercados emergentes, particularmente a Oriente.

A Grande China, que para a Apple significa China, Hong Kong e Taiwan, é o grande objectivo da empresa norte-americana. Steve Jobs está de olho nos mercados emergentes, mas é à custa do Império do Meio que quer fazer crescer ainda mais aquela que já é a empresa mais capitalizada do Mun-do, à frente de gigantes do petróleo como a Exxon.

Uma versão de 8GB do iPhone está já em produção na Coreia do Sul, revela a agência de notícias Reuters. O aparelho deve chegar ao mercado até ao final do mês de Setembro, mais ao menos ao mesmo tempo do novo iPhone 5, antecipado

PELA primeira vez, a China ultrapassou os Estados Uni-

dos e tornou-se o maior mercado de computadores pessoais do mundo. Essa ascensão ajuda a explicar a briga feroz que vem sendo travada pelos fabricantes para ingressar no mercado da-quele país, hoje dominado pela marca nacional Lenovo.

De acordo com uma pesquisa do IDC, no segundo trimestre a China respondeu por 18,5 mi-lhões de PCs vendidos, totalizan-do 11,9 mil milhões de dólares, enquanto os EUA foram respon-sáveis pela venda de 17,7 milhões de unidades, movimentando 11,7 mil milhões. Com isso, a China conquistou 22% de participação de mercado, um ponto percentual a mais que o então líder EUA.

No acumulado do ano, po-rém, os Estados Unidos ainda

mantêm a liderança, com 73,5 milhões de computadores ven-didos, contra 72,4 milhões da China. A IDC não acredita que o cenário se inverta no curto prazo, já que as festas de fim de ano de-vem levar os EUA a se firmarem no topo do ranking, até porque o mercado asiático normalmente se contrai após as promoções de verão – que teriam alçado a China ao topo no segundo trimestre.

Entretanto, para o ano que vem, os papéis devem se inverter. A IDC estima que a China che-gue a 85,2 milhões de unidades embarcadas, contra 17,6 milhões de remessas dos EUA. “Claro que há riscos a frente para a China, não só a inflação, mas o impac-to das condições económicas dos EUA e Europa”, afirmou o vice-presidente da IDC China, Kitty Fok.

O director-geral da China Railway Signal, Ma Cheng, morreu de

ataque cardíaco durante uma ins-pecção às medidas de segurança da linha Cantão-Shenzhen-Hong Kong pelas autoridades chinesas. A China Railway Signal foi responsabilizada pelo acidente do comboio de alta ve-locidade de Wenzhou, a 23 de Julho, que causou 40 mortos e 200 feridos.

CHINA SUPERA EUA E TORNA-SE O MAIOR MERCADO DE PCS DO MUNDO

Mais um recordeCOMBOIOS | DIRECTOR DA EMPRESA ACUSADA

DE ACIDENTE MORRE EM INSPECÇÃO

A prova da insegurança

em blogues redes sociais praticamente desde que saiu a versão 4.

Uma versão mais barata do iPhone acarreta o risco de canibalizar o topo de gama da Apple, mas a empresa de Steve Jobs precisa de se

expandir para o mercado de custo mais baixo para conti-nuar a crescer. “Às vezes, a melhor defesa é o ataque”, comentou Pat Becker, um analista do mercado.

A Nokia domina o mer-cado de telemóveis de baixo

custo, enquanto a Apple revolucionou o mercado dos smartphones, com o lançamento do iPhone, em Junho de 2010, com duas versões, 16 e 32 GB, em preto. A versão branca apareceu em Abril de 2011.

Na primeira metade de 2001, a Apple duplicou a quota de mercado nos tele-móveis, de 2,6 para 5,6%. A empresa norte-americana foi a única, entre os quatro gran-des, a crescer. “Uma versão do iPhone 4 a um preço mais

baixo pode ser um mal neces-sário para o ciclo do iPhone, especialmente nos mercados emergentes, nos quais o ren-dimento das pessoas é mais baixo”, comentou Channing Smith, director-adjunto de um fundo que gere acções da Apple, as mais cotados do Mundo.

Em Julho, Tim Cook, Chefe de Operações da Apple, já tinha sinalizado o caminho a seguir pela empresa norte-americana. “Acredito firmemente que apenas estamos a arranhar a superfície. Acredito que há uma oportunidade incrível na China”, país que foi fundamental no aumento de 82% dos lucros da Apple, para 28,6 mil milhões de dó-lares, no segundo trimestre de 2011. Só na Ásia-Pacífico, que representa um quinto dos rendimentos da Apple, os lucros triplicaram, para 6,3 mil milhões de dólares.

Paralelamente, a Apple prepara o lançamento do iPhone 5, há muito ante-cipado nas redes sociais e blogues. Segundo a Reuters, o aparelho, que pode ser denominado iPhone 4S, por ser muito similar ao actual, terá um ecrã táctil maior, melhor antena e uma câma-ra de 8 megapixéis.

Segundo o jornal “South China Morning Post”, Ma Cheng morreu em Shenzhen, no sul da China, quando acompanhava uma equi-pa de inspectores que analisava as medidas de segurança da linha Cantão-Shenzhen-Hong Kong no âmbito de uma inspecção geral às linhas de caminhos de ferro do país lançada pelas autoridades chinesas depois do acidente de Julho.

A empresa que liderava é consi-derada a principal responsável por aquele que foi o primeiro acidente de alta velocidade na China, já que se deveu a problemas de sinalização da linha, tendo lançado dúvidas sobre o desenvolvimento da rede de alta velocidade no país, que apesar de estar em funcionamento há apenas quatro anos é a maior do mundo, com cerca de 9000 quilómetros.

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3www.hojemacau.com.mo

BRINCAR EM TEMPO DE CALORUma criança aproveita uma fonte para se refrescar ontem, em Pequim. A cidade atingiu temperaturas superiores a 30ºC.

PRODUÇÃO CHINESA CONTINUA EM CONTRACÇÃO

Tigre cansado

QUINTA-FEIRA 25.8.2011

OS primeiros dados sobre o estado da economia

chinesa em Agosto mostram que a produção no país que é a “fábrica do mundo” continua a contrair-se. Na pesquisa do HSBC com fa-bricantes chineses, o índice preliminar de Agosto ficou em 49,8 pontos, ligeiramente acima dos 49,3 de Julho, mas ainda abaixo da marca de 50 que separa a expansão da contracção.

Vários indicadores - de produção, novos pedidos e novas encomendas de exportação - apontam para uma deterioração das con-dições desde Julho. O baixo índice de gerente de com-pras calculado pelo HSBC é especialmente revelador, pois grande parte da amos-tra abrange pequenos ex-portadores, um termómetro para a situação da demanda externa e as perspectivas da economia global.

As pequenas empresas chinesas tiveram um ano difícil. No âmbito do-méstico, o racionamento de crédito deixou-as sem financiamento, os cortes de electricidade deixaram-nas sem energia e o aumento dos salários diminuiu a mão-de-obra barata. Um relatório recente do Ban-

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EDITALEdital no :147/E/2011Processo no :964/BC/2011/F e 966/BC/2011/FAssunto :Notificaçãododespachodeembargoedoiníciodoprocedimentodeaudiênciapelainfracção àsrespectivasdisposiçõesdoRegulamentodeSegurançaContraIncêndios(RSCI)Locais :RuadoCapãono3,Edf.WingNam,Bloco2,terraçosobrejacenteàfracção5o andar H, Macau. RuadoCapãono3,Edf.WingNam,Bloco2,escadacomumdo4oandar,Macau.

JaimeRobertoCarion,directordaDirecçãodosServiçosdeSolos,ObrasPúblicaseTransportes(DSSOPT),fazsaberporestemeioaosdonosdasobrasouseusmandatários,aosencarregadosdasobras,aostécnicosresponsáveispelasobraseexecutoresdasobrasexistentesnoslocaisacimaindicados,cujasidentidadessedesconhecem,oseguinte:

1. Processo no 964/BC/2011/F. Local da obra: Rua do Capão no 3, Edf. Wing Nam, Bloco 2, terraço sobrejacente à fracção 5o andar H, Macau. Em13/07/2011,oagentedefiscalizaçãodestaDSSOPTdeslocou-seao localacima indicadoe verificouarealizaçãodeobrasemlicençacujadescriçãoesituaçãoéaseguinte:

1.2 Nostermosdono3doartigo88odoRSCI,aprovadopeloDecreto-Leino24/95/M,de9de Junho,oagentedefiscalizaçãoordenouaimediatasuspensãodaexecuçãodaobra.

2. Processo no 966/BC/2011/F. Local da obra: Rua do Capão no 3, Edf. Wing Nam, Bloco 2, escada comum do 4o andar, Macau. Em13/07/2011,oagentedefiscalizaçãodestaDSSOPTdeslocou-seao localacima indicadoe verificouarealizaçãodeobrasemlicençacujadescriçãoesituaçãoéaseguinte:

3. Nostermosdono1doartigo88odoRSCIepormeudespachode19/08/2011,exaradosobreas informações no 4785/DURDEP/2011 de 20/07/2011 ( Processo no 964/BC/2011/F) e no 4786/ DURDEP/2011 de 20/07/2011 ( Processo no 966/BC/2011/F), determinei o embargo da obra mencionadanoponto1.

4. Odespachodeembargoacimaindicadosópodeserlevantadodepoisdecessaromotivoqueo determinou,emconformidadecomopreceituadonono9doartigo88odoRSCI.

5. Acontinuaçãodostrabalhosdepoisdoembargo,notificadopelopresenteedital,sujeitaosdonos, responsáveiseexecutoresdasobras(quersejamempreiteirosoutarefeiros)àspenasdocrimede desobediênciaqualificada,nostermosdono6doartigo88odoRSCI.

6. Sendoasescadasecorredorescomunseterraçodoedifícioconsideradoscaminhosdeevacuação,devemosmesmosconservar-sepermanentementedesobstruídosedesimpedidos,deacordocomodispostonono4doartigo10odoRSCI.Asalteraçõesintroduzidaspelosinfractoresnosreferidosespaços,descritasnospontos1e2dopresenteedital,contrariamafunçãodessesespaçosenquantocaminhosdeevacuaçãoecomprometemasegurançadepessoasebensemcasodeincêndio.As-sim,asobrasexecutadasnãosãosusceptíveisdelegalizaçãopeloqueterãonecessariamentedeserdeterminadaspelaDSSOPTasuademoliçãoafimdeserreintegradaalegalidadeurbanísticaviolada.

7. Nostermosdono3doartigo87odoRSCI,ainfracçãoaodispostonono4doartigo10oésancionávelcommultade$4000,00a$40000,00patacas.Alémdisso,deacordocomono4domesmoartigo,emcasodepejamentodoscaminhosdeevacuação,serásolidariamenteresponsávelaentidadequeprestaosserviçosdeadministraçãoousegurançadoedifício.

8. Considerando a matéria referida nos pontos 6 e 7 do presente edital, podem os interessados,querendo,pronunciar-seporescritosobreamesmaedemaisquestõesobjectodoprocedimento,noprazode5(cinco)diascontadosapartirdadatadepublicaçãodopresenteedital,podendorequererdiligênciascomplementareseofereceros respectivosmeiosdeprova,emconformidadecomodispostonono1doartigo95odoRSCI.

9. OsprocessospodemserconsultadosduranteashorasdeexpedientenasinstalaçõesdaDivisãodeFiscalizaçãodoDepartamentodeUrbanizaçãodestaDSSOPT,situadasnaEstradadeD.MariaII,nos32-36,EdifícioCEM,2oandar,Macau(telefonesnos85977154e85977227).

10. Nostermosdoartigo97odoRSCIedascompetênciasdelegadaspelosnos 1e4daOrdemExecutivano124/2009,publicadanoBoletim Oficial daRAEM,NúmeroExtraordinário,ISérie,de20deDezembrode2009,dadecisãoreferidanoponto3dopresenteedital,relativamenteàobraindicadanoponto1,caberecursohierárquiconecessárioparaoSecretárioparaosTransporteseObrasPúbli-cas,ainterpornoprazode8(oito)diascontadosapartirdadatadepublicaçãodopresenteedital.

11. Orecursoreferidononúmeroanteriornãotemefeitosuspensivo,devendoporissoaobramanter-se embargada.

Aos19deAgostode2011

ODirectordosServiços

JaimeRobertoCarion

Obra Situaçãodaobra

InfracçãoaoRSCIemotivodademolição

1.1

Construçãodeumcompartimentonãoautorizadocomjanelaemcaixilhariadealumínio,paredesemalvenariade tijolo, suportemetálicoecoberturaemchapadezinco,bemcomoexecuçãodaobraderenovaçãonoreferidocompartimentonãoautorizado.

EmcursoInfracção ao no 4 do artigo10o,obstruçãodocaminhodeevacuação

Obra Situaçãodaobra

InfracçãoaoRSCIemotivodademolição

2.1 Instalaçãodeportãoegradeamentometálicos. ConcluídaInfracção ao no 4 do artigo10o,obstruçãodocaminhodeevacuação.

co Central chinês aponta para um aumento salarial de 10% a 30% no segundo trimestre em relação ao ano passado.

No exterior, a fraqueza da recuperação global reduziu a demanda por exportações, e a recente pesquisa do HSBC mostra que novas encomen-das de clientes estrangeiros continuam a cair. Os merca-dos accionários em Xangai e Hong Kong consolaram-se ao constatar que a actividade industrial deteriorou-se a um ritmo mais lento que no mês anterior. Mas a situação real pode ser ainda pior do que sugere o índice de gerentes de compras.

Paul Cavey, economista da China na consultoria Ma-cquarie, diz que um número grande e crescente de peque-nas empresas estão sendo obrigadas a aceitar recebí-veis, uma espécie promissó-ria, em vez de pagamentos reais por suas mercadorias. As pequenas empresas relatam uma espera mais longa pelos pagamentos, e a percentagem de promis-sórias nas vendas subindo a níveis preocupantes.

A crescente aceitação de promessas de pagamento em vez de pagamentos reais não só indica que as

pequenas empresas têm que se esforçar muito para manter as suas linhas de montagem em funcionamento. Sugere também que se ocorrerem concordatas, o impacto sis-témico será maior. Se uma pequena empresa naufragar, com meses de contas não pagas, todas as empresas na cadeia de abastecimento serão atingidas.

Mas ainda não chega-mos nesse ponto. Os dados não registam muitos casos concretos de concordatas de pequenas empresas. Numa economia que continua a crescer a uma taxa anualizada de 9,1%, parece improvável haver uma onda generali-zada de falências de firmas de pequeno porte. Mas com a preocupação crescente so-bre a recuperação global, os últimos dados a mostrar uma desaceleração sequencial na “fábrica do mundo” são outro factor preocupante.

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QUINTA-FEIRA 25.8.2011

4www.hojemacau.com.mo POLÍTICA

Balanço da sessão legislativa mostra mais participação dos deputados

Intervenções, presenças e transições

Joana [email protected]

NOS dez meses que marcaram mais uma sessão da Assembleia Legislativa (AL), a IV,

houve mais participação dos de-putados, mais presenças e mais interpelações. Só as propostas de lei, todas remetidas pelo Execu-tivo, mostraram alguns atrasos e menos aprovações do que em anos anteriores.

No total deram entrada para apreciação na AL 20 projectos de lei, mas foram 12 os aprovados. Os restantes oito foram entregues mas chegaram apenas ao escrutínio dos deputados na generalidade.

A 4.ª sessão legislativa da IV legislatura de 2009/2010 foi a que obteve maior aprovação de leis, a passar 27 diplomas na AL. Atrás

DEPUTADOS COM FALTAS NA CADERNETASe há quem nunca tenha falhado um plenário, como é o caso de, por exemplo, Kwan Tsui Hang, Ng Kuok Cheong, Au Kam San, Ung Choi Kun, Chan Meng Kam, Lee Chong Cheng, Ho Sio Kam e Paul Chan Wai Chi, há, por outro lado, deputados que não assistiram a todas as reuniões plenárias. É o caso de Vítor Cheung Lup Kwan, que assistiu a 24 dos 33 plenários, Leonel Alves, que se apresentou em 27 e Melinda Chan, que marcou presença em 28 das mais de 30 sessões. Mas é nas comissões que se sentem ausências maiores dos deputados incluídos nestes grupos permanentes da AL - Vítor Cheung Lup Kwan compareceu em apenas uma reunião das 31 da 3.ª Comissão Permanente, Fong Chi Keong marcou presença em apenas 15 dos 28 encontros da 2ª Comissão Permanente e Leonel Alves foi a 17 das 33 reuniões da 1.ª Comissão Permanente.

Total e propósito dos plenários e comissões • Total de plenários – 33• Apresentação e discussão das LAG 2011 – dois plenários • Interpelações orais – quatro plenários • Aprovações de propostas de lei – 15 plenários • Presença de secretários do Governo – 10 plenários • Comissões Permanentes – 92 reuniões• Comissão de regimentos de Mandatos – cinco reuniões • Comissão de acompanhamento para os regimes de terras – nove reuniões

Propostas que transitam

• Alteração ao regime jurídico de autor e dos direitos conexos – Foi entregue na AL a Novembro de 2010 e aprovada na mesma data. Está nas mãos da 3.ª Comissão Permanente

• Lei de Actividade de Mediação Imobiliária – Entregue à 1.ª Comissão Permanente e aprovada na generalidade em Fevereiro de 2011

• Regime Jurídico de Reordenamento dos Bairros Antigos – Entregue à 2.ª Comissão Permanente em Fevereiro de 2011, aprovada na generalidade um mês depois

• Condicionamento do acesso, permanência e prática de jogos em casinos – É da responsabilidade da 1.ª Comissão Permanente e foi apresentada e aprovada na generalidade em Junho deste ano

• Quadro Geral do Pessoal Docente das Escolas do Ensino Não Superior – Apresentada e aprovada na generalidade em Junho. Da responsabilidade da 2.ª Comissão Permanente

• Alteração à Lei nº10/2000 – Comissariado contra a Corrupção da RAEM – É da 1.ª Comissão Permanente e foi apresentada e aprovada no geral em Julho

• Regime Jurídico de Vídeo-Vigilância em Espaços Públicos – Admitida e aprovada na generalidade em Julho e pertencente à 3.ª Comissão Permanente

• Aprovação do Código Tributário – Admitida em Junho, mas sem ter sido entregue a qualquer comissão

• Alteração ao Regulamento do Imposto sobre Veículos Motorizados – Apresentado e aprovado na generalidade em Julho e entregue à 2.ª Comissão Permanente

das sessões de 2002/2003 (com 21), 2000/2001 (com 19), da 1.ª sessão legislativa da IV legislatura de 2009/2010 (com 15), de 2005/2006 (com 14) e 2007/2008 (com 13), fi-cou esta 2.ª sessão da IV legislatura – com 12 leis aprovadas. No total passam oito projectos de lei para a próxima sessão, que começa em Outubro deste ano e se estende a Agosto de 2012 (ver caixa).

No relatório de actividades da AL, que cumpre o balanço final da 2.ª sessão da IV legislatura, Lau Cheok Vau, presidente da AL, frisa que esta foi uma sessão “pautada pela diversidade das leis” e pelas intervenções antes da ordem do dia, tanto escritas como orais.

Lau Cheok Va afirma ainda ter sido relevante a fiscalização dos deputados relativamente à fiscali-zação orçamental. Foram subme-tidas à apreciação da AL a Lei do

Orçamento para 2011 e a Alteração a essa mesma lei. A qualificação e formação de recursos humanos foi o que mais chamou a atenção dos deputados, segundo Lau Cheok Va.

DEPUTADOS EXEMPLARESA taxa de assiduidade dos mem-bros da AL atingiu uma média de 94,5%, um número considerado “elevado na taxa de participação”, conforme frisou o presidente da AL. Ainda que tenha havido um decréscimo nas presenças no mês de Junho, 19 deputados fizeram 452 interpelações por escrito e 11 apresentaram 27 interpelações orais, das quais apenas 18 foram ouvidas em plenário, fazendo com que nove transitassem para a próxima sessão. Já findo o período de funcionamento da AL – depois de 15 de Agosto -, mais 74 inter-pelações escritas foram admitidas, apresentadas por 13 deputados.

Estes números apresentam mais intervenção dos deputados, comparativamente às sessões legis-lativas anteriores: em 2008/2009 foram apresentadas 441, em 2009/2010 foram 412 as interpela-ções que chegaram a plenário. Já as interpelações orais registaram uma diminuição de 43% - foram apresentadas apenas 27. Por isso mesmo, houve menos cinco reu-niões plenárias.

Também no período antes da ordem do dia, os deputados mos-traram estar atentos aos principais problemas do território. No total,

foram feitas 229 intervenções, por 26 dos 29 deputados, enquanto na sessão anterior foram contabiliza-das apenas 197.

No ranking das interpelações, como os deputados mais interventi-vos através de interpelações orais e escritas estão José Pereira Coutinho e Paul Chan Wai Chi (com 58 cada), seguidos de Mak Soi Kun e Au Kam San (com menos uma cada) e Chan Meng Kam, Ho Ion Sang, Kwan Tsui Hang, Ng Kuok Cheong e Ung Choi Kun. Os mesmos lideram também a lista de intervenções antes da ordem do dia.

Sem qualquer registo nos 33 plenários que houve esta sessão,

esteve Cheung Lup Kwan Vítor. Também Tsui Wai Kwan, Chan Chak Mo, Cheang Chi Keong, Chui Sai Cheng e o vice-presidente da AL, Ho Iat Seng não apresentaram uma única interpelação.

Julho foi o mês que registou o maior número de comissões, ain-da que a maior participação dos deputados nestas reuniões tenha sido em Abril e Maio. Já o pico de plenários deu-se em Novembro do ano passado.

Chui Sai On, Chefe do Executi-vo, esteve duas vezes na presença dos deputados em plenário – em Abril e Agosto -, menos uma vez do que o esperado.

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

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QUINTA-FEIRA 25.8.2011

5www.hojemacau.com.mo

PUB

EDITALEdital no: 146/E/2011Processo no: 1088/BC/2011/F e 1089/BC/2011/FAssunto: Notificaçãododespachodeembargoedoiníciodoprocedimentodeaudiênciapelainfracçãoàsrespectivas disposiçõesdoRegulamentodeSegurançaContraIncêndios(RSCI)Locais: RuadoTapSiacno39,Edf.NgaHeng,fracção4oandar(CRP:A4)eterraçosobrejacenteàfracção,Macau. RuadoTapSiacno39,Edf.NgaHeng,escadacomumentreos3o e 4oandares,Macau.

JaimeRobertoCarion,directordaDirecçãodosServiçosdeSolos,ObrasPúblicaseTransportes(DSSOPT),fazsaberporestemeioaosdonosdasobrasouseusmandatários,aosencarregadosdasobras,aostécnicosresponsáveispelasobraseexecutoresdasobrasexistentesnoslocaisacimaindicados,cujasidentidadessedesconhecem,oseguinte:

1 Processo no1088/BC/2011/F.Localdaobra: RuadoTapSiacno39,Edf.NgaHeng,fracção4oandar(CRP:A4)eterraçosobrejacenteàfracção,Macau.OagentedefiscalizaçãodestaDSSOPTdeslocou-seaolocalacimaindicadoeverificouarealizaçãodeobrasemlicençacujadescriçãoesituaçãoéaseguinte:

Obra Situaçãodaobra InfracçãoaoRSCIemotivodademolição

1.1Demolição de uma parte da parede exteriorda fracção 4o andar, bem como fechamento davarandacomjanelaemcaixilhariadealumínio.

Concluída

Infracçãoaonº12doartigo8º,obstruçãodoacessoaospontosdepenetraçãonoedifício.

1.2

Construçãodeumcompartimentonãoautorizadocomcoberturametálica,paredesemalvenariadetijolo, janela em caixilharia de alumínio, portãode alumínio e gradeamento metálico no terraçosobrejacenteafracção4oandar.

Obraderenovaçãoemcurso

Infracçãoaonº4doartigo10º,obstruçãodocaminhodeevacuação.

1.3 Emcumprimentododispostonono3doartigo88odoRSCI,aprovadopeloDecreto-Leino24/95/M,de9de Junho,oagentedefiscalizaçãoordenouaimediatasuspensãodaexecuçãodaobra.

2 Processo no1089/BC/2011/F.Localdaobra: RuadoTapSiacno39,Edf.NgaHeng,escadacomumentreos3o e 4o andares,Macau.OagentedefiscalizaçãodestaDSSOPTdeslocou-seaolocalacimaindicadoeverificouarealizaçãodeobrasemlicençacujadescriçãoesituaçãoéaseguinte:

Obra SituaçãodaobraInfracçãoaoRSCIemotivodademolição

2.1 Instalação de gradeamento e portão metálicos na escadacomumentreos3o e 4oandares. Concluída

Infracçãoaono4doartigo10o,obstruçãodocaminhodeevacuação.

3 Nostermosdono1doartigo88odoRSCI,pormeudespachode19/08/2011,exaradosobreasinformaçõesno 5428/DURDEP/2011de11/08/2011(Processono1088/BC/2011/F)eno5429/DURDEP/2011de11/08/2011(Processono 1089/BC/2011/F),determineioembargodaobramencionadanoponto1.

4 Odespachode embargoacima indicado sópode ser levantadodepoisde cessaromotivoqueodeterminou, em conformidadecomopreceituadonono9doartigo88odoRSCI.

5 Acontinuaçãodos trabalhosdepoisdoembargo,notificadopelopresenteedital, sujeitaosdonos, responsáveis eexecutoresdasobras(quersejamempreiteirosou tarefeiros)àspenasdocrimededesobediênciaqualificada,nostermosdono6doartigo88odoRSCI.

6 Oterraçoreferidonoprocessono1088/BC/2011/Feaescadareferidanoprocessono1089/BC/2011/F,deacordocomodispostonono4doartigo10odoRSCI,asescadasecorredorescomunseterraçodoedifíciosãoconsideradoscomocaminhosdeevacuação,devemosmesmosconservar-sepermanentementedesobstruídosedesimpedidos.Alémdisso, a varanda referida do processo no 1088/BC/2011/F é considerada comoponto de penetração pararealização operações de salvamento de pessoas e de combate a incêndios, não podendo ser obstruído comelementos fixos (gaiolas, gradeamentos, etc.), de acordo com o disposto no no 12 do artigo 8o.As alteraçõesintroduzidaspelosinfractoresnosreferidosespaços,descritasnospontos1e2dopresenteedital,contrariamafunçãodesses espaços enquanto caminhosde evacuação e pontosdepenetraçãono edifício e comprometemasegurançadepessoasebensemcasodeincêndio.Assim,asobrasexecutadasnãosãosusceptíveisdelegalizaçãopelo que terãonecessariamente de ser determinadas pelaDSSOPTa sua demolição afimde ser reintegrada alegalidadeurbanísticaviolada.

7 Nostermosdono3doartigo87odoRSCI,ainfracçãoaodispostonono4doartigo10oésancionávelcommultade$4000,00a$40000,00patacas,enostermosdono7domesmoartigo,ainfracçãoaodispostonono12doartigo8o, ésancionávelcommultade$2000,00a$20000,00patacas.Alémdisso,deacordocomono4domesmoartigo,emcasodepejamentodoscaminhosdeevacuação,serásolidariamenteresponsávelaentidadequeprestaosserviçosdeadministraçãoousegurançadoedifício.

8 Considerandoamatériareferidanospontos6e7dopresenteedital,podemosinteressados,querendo,pronunciar-seporescritosobreamesmaedemaisquestõesobjectodoprocedimento,noprazode5(cinco)diascontadosapartirdadatadepublicaçãodopresenteedital,podendorequererdiligênciascomplementareseoferecerosrespectivosmeiosdeprova,emconformidadecomodispostonono1doartigo95odoRSCI.

9 OsprocessospodemserconsultadosduranteashorasdeexpedientenasinstalaçõesdaDivisãodeFiscalizaçãodoDepartamentodeUrbanizaçãodestaDSSOPT,situadasnaEstradadeD.MariaII,nos32-36,EdifícioCEM,2o andar, Macau(telefonesnos85977154e85977227).

10 Nostermosdoartigo97odoRSCIedascompetênciasdelegadaspelosnos 1e4daOrdemExecutivano 124/2009, publicadanoBoletim Oficial daRAEM,NúmeroExtraordinário,ISérie,de20deDezembrode2009,dadecisãoreferidanoponto3dopresente edital, relativamente àsobras referidasnospontos1 e2, os interessadospodemapresentarrecursohierárquiconecessárioparaoSecretárioparaosTransporteseObrasPúblicas,ainterpornoprazode8(oito)diascontadosapartirdadatadepublicaçãodopresenteedital.

11 Orecursoreferidononúmeroanteriornãotemefeitosuspensivo,devendoporissoaobramanter-seembargada.

Aos19deAgostode2011

ODirectordosServiços

JaimeRobertoCarion

Joana [email protected]

ESTA sessão legislativa ficou ainda marcada pela entrega de três petições por particula-

res, oportunidade que a Assembleia Legislativa (AL) oferece aos cidadãos que pretendem proteger direitos e corrigir eventuais ilegalida-des. Mas se uma foi rejeitada devido à falta de confirmação de elementos e outra foi concluída, houve uma que mereceu mais atenção.

Em fase de apreciação jurídica na 3.ª Comis-são Permanente, “dado o interesse e a comple-xidade do assunto”, está a legislação relativa ao erro médico. “Tendo em consideração também as interpelações escritas apresentadas pelos deputados sobre a mesma matéria e no sentido de considerar-se necessário proceder-se a um estudo para a elaboração do erro médico, foi encarregada a 3.ª Comissão de fazer o estudo sobre a legislação e elaborar o respectivo relató-rio. A comissão considerou ainda ser necessário prorrogar os trabalhos e exigir a presença de representantes do Executivo”, frisou Lau Cheok Va no relatório final das actividades da AL.

A legislação do erro médico começou já a ser estudada pelo Governo de Edmund Ho, em 2001 e foi merecedor da atenção deste Executivo actual. O Conselho Consultivo da Reforma da Saúde de Macau, que tinha como missão elaborar os primeiros ensaios sobre a proposta de lei, foi criado em 2001 e, em 2005 os Serviços de Saúde ainda chegaram a fazer consulta pública, mas sem avanços até à data.

Este ano houve ainda lugar para Au Kam San, Paul Chan Wai Chi e Ng Kuok Cheong pedirem uma proposta de audição sobre a

utilização do erário púbico pelas entidades públicas, mas o requerimento foi chumbado na AL, por ter sido considerado que as entidades responsáveis já tinham sido visadas o suficiente pelo Comissariado Contra a Corrupção.

Para a próxima sessão legislativa, que começa em Outubro, vai ser retomada a aná-lise na especialidade à Alteração ao Regime Jurídico dos Direitos de Autor e dos Direitos Conexos. A proposta visa principalmente inserir as novas tecnologias na lei e foi apre-sentada em Novembro do ano passado sem ter, no entanto, qualquer avanço. Está agora as mãos da 3.ª Comissão Permanente da AL.

APROVADAS E POLÉMICAS Foram 12 os projectos de diplomas que passa-ram a leis nesta sessão. Entre eles, destacam-se essencialmente a Lei da Habitação Económica, aprovada a muito custo a meio deste mês.

No plenário, a aprovação na especialidade demorou mais de duas horas, com artigos a

GOVERNO PROMETE ESTUDAR ERRO MÉDICO

Realidade força avaliaçãoserem votados em separado sob constante escrutínio dos deputados.

Os problemas residiram essencialmente no facto da abertura do concurso público para as candidaturas às habitações económicas ser decidida por Chui Sai On, ser feito um sorteio informático se não se resolver a ordem de entrega pelo método de graduação, a nova lei não contemplar a reserva ou a garantia de terrenos disponíveis para as futuras cons-truções e ter sido implementada validade para as listas de candidatura – que obriga a nova inscrição quando terminam as fracções disponíveis, entre outros pontos.

Na altura, a proposta passou em plenário com um total de 13 votos contra e duas abs-tenções. Ainda assim, a lei prevê a entrega de quatro mil fracções já concluídas.

Outro dos diplomas que não chegou ainda a especialidade, mas somou algumas criticas na sessão legislativa deste ano, foi a proposta de lei relativa ao “Quadro Geral do Pessoal Docente das Escolas Particulares de Ensino Não Superior”. O projecto promete polémica na aprovação da especialidade, transitada para a próxima sessão legislativa.

Os deputados querem saber, por exemplo, quais são os mecanismos de avaliação dos docentes e se são justos e imparciais, como serão asseguradas as garantias dos profis-sionais, violações na Lei Laboral no que diz respeito a horas de trabalho em ‘part-time’, e, entre outras, a imposição de 65 anos como idade máxima para leccionar.

Também no que toca à aprovação na espe-cialidade da Lei de Prevenção e Controlo do Tabagismo, em Abril, foram denotadas muitos

desacordos. Entre as questões criticadas, está a liberdade das universidades em deixar maiores de 18 anos fumar, quando o mesmo não é permitido nos casinos e a percentagem de 50% de área das operadoras reservadas a fumadores, que os democratas e não só con-sideram venoso à saúde dos trabalhadores. Também as operadoras não se mostraram muito agradadas com a ideia.

LEIS FÁCEIS Sem grandes problemas, a Lei do Orçamento para 2011, passou sem qualquer objecção – dando quase 58 mil milhões de patacas para utilização da RAEM -, a alteração a essa lei – que permitiu o uso de mais três milhões de patacas -, a actualização dos vencimentos e pensões da função pública – mais 500 milhões que saíram dos cofres da RAEM-, o Regime Jurídico de Reserva Financeira e o Regime de Subsídio de Invalidez e Cuidados de Saúde Gratuitos para os portadores de deficiência.

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QUINTA-FEIRA 25.8.2011

6www.hojemacau.com.mo SOCIEDADE

Lia [email protected]

O Governo quis voltar ontem a ouvir os trabalhadores da Trans-

mac para recolher opiniões e avançar com um projecto de lei especial que os defenda e termine com o conflito entre os funcionários e a entidade patronal. A idade de reforma e as questões inerentes à desvinculação de contratos foram os pontos que mais geraram discussão. Os trabalhadores querem uma coisa e a Transmac, outra. Por isso, o diferendo só deve conhecer um desfecho no próximo mês.

“Neste diploma temos uma garantia no que diz respeito à reforma, o que é mais benéfico do que a Lei Laboral em vigor. Se não houver acordo e se os trabalhadores chegarem à idade de 65 anos, não é renovada a sua carta de condução e, assim, também caduca a relação de trabalho e não têm qualquer tipo de

Joana [email protected]

OS táxis amarelos têm 18 meses para mostrar o que valem. O contrato de concessão da empresa Vang Iek com o Governo terminou a 7 de

Agosto, mas foi imediatamente assinado um novo documento que dá mais um ano e meio à empresa para “melhorar os serviços prestados”.

No início de Julho, Wong Wan, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego

DSAL TENTA MEDIAR NEGOCIAÇÕES ENTRE MOTORISTAS E TRANSMAC

Dúvidas ao volanteindemnização”, explicou o director dos Serviços para os Assuntos Labo-rais (DSAL), Shuen Ka Hung.

A DSAL pretende desempenhar o papel de mediador entre mo-toristas e entidade patronal, para que seja encontrada uma solução “que dê alguma tranquilidade aos trabalhadores e para que estes não se despeçam”, frisou o director do organismo. O responsável afirma que o assunto tem que ser analisado com ponderação e que, por isso, o projecto de lei deverá ser aprovado apenas na segunda metade do próximo ano. “Só quando se chegar a um consenso de opiniões é que podemos avançar com o projecto. Nesta fase queremos ouvir os trabalhadores.”

Num debate de cerca três horas, os trabalhadores da empresa de transportes públicos foram esclare-cidos sobre a lei geral do trabalho. Mas na legislação faltam artigos que respondam às questões relativas à cessação da relação de trabalho ou da idade de aposentação. A proposta de um acordo por parte do organismo responsável pelos assuntos laborais, sob o nome de Regime de Garantia dos Trabalhadores em Idade de Reforma, pretende assim colmatar as lacunas não previstas na Lei de Relação de Trabalho vigente, dentro da companhia. Na TCM existe já um acordo que abrange estas cláusulas e no qual a idade de reforma é aos 65 anos. Idade em que os motoristas

deixam de ter licença de condução de automóvel pesado, perdendo a qualidade de condutor de autocarro e impossibilitando a manutenção da relação de trabalho. Razão pela qual os trabalhadores exigem que a Transmac pague uma indemnização. Os motoristas propõem 25 anos de serviço para efeitos de reforma aos 60 anos de idade, à semelhança do que acontece na TCM.

Os condutores dos autocarros da Transmac reclamam ainda diferenças operacionais entre o novo modelo de transporte público e a forma anterior de operar da empresa, pelo que pe-dem que lhes seja paga uma indem-nização de acordo com a antiguidade. A DSAL, a Direcção para os Serviços

dos Assuntos de Tráfego (DSAT), os representantes dos trabalhadores e da Transmac já tinham reunido para tentar encontrar soluções que evitem a perda de recursos humanos por parte da empresa. Os motoristas já ameaçaram despedir-se, caso não sejam ouvidos.

Kwan Tsui Hang, deputada da Assembleia Legislativa e dirigente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), acredi-ta que a proposta por parte da DSAL é um bom princípio para a resolução do conflito. “É uma boa referência, mas deve haver um diálogo sem que afecte o funcionamento do novo sistema em Macau”, afirmou após assistir ao debate. Outro deputado, o democrata Ng Kuok Cheong acredita que deve ser o Governo a puxar pelo diálogo e o consenso, para evitar despedimentos e a consequente con-tratação de mão-de-obra importada por falta de recursos locais.

DSAT SEM DECISÃO SOBRE AUMENTODE TARIFASA DSAT não tem ainda decisão sobre o pedido de aumento de tarifas que foi feito pelos taxistas em Junho. Há dois meses, três associações de motoristas de táxis discutiram entre si os actuais preços praticados em Macau e decidiram apresentar uma proposta de tarifas revistas em alta à DSAT, sugerindo que a bandeirada subisse de 13 para 15 patacas, e cobrasse 1,50 patacas a cada 220 metros percorridos. As associações consideraram que, devido ao aumento dos custos associados ao exercício da profissão – os taxistas viram-se nos últimos tempos a braços com aumentos de 30 a 40% no gasóleo, além de subidas nos preços da manutenção e reparação, aluguer dos táxis, etc. – estava cada vez mais difícil fazer face à inflação. E sublinharam que o aumento das tarifas era mesmo uma questão de necessidade. Wong Wan diz ainda não ter nada assente no que diz respeito a esta questão.

Governo renova contrato com táxis amarelos e exige melhorias em 18 meses

Nova oportunidade, mas com condições(DSAT) frisou a necessidade de haver uma reestruturação nos táxis amarelos, que estão permanentemente debaixo de fortes críticas da companhia rival, os táxis pretos, que se queixa que o concorrente está a ir além das funções que lhe são atribuídas no contrato.

Na altura, o Governo estaria a pensar lançar um concurso público para manter os serviços de rádio-táxi, a chamada telefónica para ter acesso a um carro, função principal destes táxis amarelos. Ainda assim, o respon-sável da DSAT afirmou ontem que o Governo decidiu renova o contrato de concessão por 18 meses, com algumas obrigações expressas.

O novo contrato prevê que os táxis tenham de responder às chamadas telefónicas, pres-tem serviços às pessoas com incapacidades físicas e facilitem a deslocação dos moradores dos bairros comunitários.

Wong Wan especificou que os termos contratuais são semelhantes aos do contrato anterior, mas que os táxis amarelos têm de provar que conseguem desempenhar um me-lhor papel na sua função, caso contrário “vão ser encontradas outras formas de resolver o problema”, mencionou o director da DSAT.

O responsável não descartou a possibilida-de de vir a fazer-se um concurso público para a adjudicação destes serviços, mas também não assegura essa solução. Wong Wan acre-dita que um ano e meio é o tempo suficiente para que os táxis amarelos reestruturem a sua organização. “O objectivo agora é discutir e negociar as melhorias durante estes 18 me-ses”, salientou o director.

A proposta feita pelo Executivo é que a em-

presa reforce a gestão e a prestação de serviços, algo que vai ser assegurado pela própria DSAT. “Vão ser enviados fiscalizadores e inspectores aos locais de operação [desses táxis] e vamos ter um ‘call-center’”, explicou Wong Wan.

Os táxis amarelos, da empresa Veng Iek, foram implementados em 1987, e tinham como principal função reponderem a ser-viços por chamada, com o objectivo prestar à população um serviço que os táxis pretos não disponibilizavam, como por exemplo, chegar até aos passageiros que viviam em zonas mais afastadas.

Wong Wan disse, o mês passado, que a DSAT iria investigar quais as principais preocupações da população relativamente a estes táxis, já que de Janeiro a Abril deste ano foram recebidas um total de 413 queixas e multados apenas 19 taxistas. A ausência de resposta às chamadas e a recolha de passa-geiros nos locais mais afastados do centro de Macau são as principais queixas.

De acordo com a imprensa em língua chinesa, em Julho a concessionária aceitou

melhorar o serviço de rádio-táxis nos termos que o Governo propõe. Segundo a porta-voz da empresa, uma parte das condições não podem ser garantidas em simultâneo e apenas 48% do serviço de chamadas de táxis serão asseguradas durante o período de Verão. “Eles [a empresa de táxis amarelos] dizem que já houve melhorias, mas isso não é visível e por isso decidimos pela renovação do contacto a curto prazo”, explicou aos jornalistas Wong Wan.

Já este mês, o director da DSAT referiu ainda que seria discutido continuamente com a Vang Iek a optimização do serviço e, caso o serviço continuasse abaixo dos pa-drões consensuais, a DSAT deveria avançar para o acompanhamento através dos meios judiciais necessários, de forma a garantir que os serviços de táxi não seriam influenciados.

Kwan Tsui Hang, deputada da Assembleia Legislativa, defendeu que renovar o vínculo com acordos a curto prazo não era solução e que a melhor forma de alterar a prestação dos maus serviços seria abrir o mercado dos “rádio-táxis” e importar concorrência.

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QUINTA-FEIRA 25.8.2011

7www.hojemacau.com.mo

PUB

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FINANÇASEDITAL

FIXAÇÃO DO RENDIMENTO COLECTÁVEL DO IMPOSTO PROFISSIONALRESPEITANTE AO EXECÍCIO DE 2010

Faz-se saber que, de harmonia com o disposto no artigo 23.º, n.º 1, do Regulamento do Imposto Profissional, que no Núcleo do Imposto Profissional destes Serviços, de 16 a 30 de Agosto e durante as horas do expediente, o rendimento colectável apurado relativamente aos contribuintes do 1.º grupo (assalariados e empregados por conta de outrem) e do 2.º grupo (profissões liberais e técnicas), respeitante ao execício de 2010, estará patente ao exame dos respectivos contribuintes, podendo estes reclamar para a Comissão de Revisão até 30 de Agosto, caso não se conformem com o rendimento fixado, não terminando, porém, o prazo, sem que hajam decorridos vinte dias sobre a data do registo dos avisos postais enviados aos contribuintes, nos termos do artigo 79.º, n.º 2 do mesmo Regulamento.

As reclamações serão deduzidas por meio de petição, em duplicado, sendo a assinatura reconhecida no original.E, para constar, se passou este edital e outros de igual teor, que vão ser afixados nos lugares, públicos de costume e publicados nos

principais jornais chineses e portugueses, sendo, ainda, reproduzido no Boletim Oficial da Região Administratva Especial de Macau.Aos 1 de Agosto de 2011.

A Directora dos Serviços,Vitória da Conceição

AVISOda Direcção dos Serviços de Identificação

A Direcção dos Serviços de Identificação chama a atenção para o seguinte: Devem cuidar do seu documento de viagem. Nos termos do Regulamento

Administrativo n.º 20/2009 da RAEM, a substituição do documento de viagem por extravio ou destruição implica a cobrança de taxa adicional, para além disso, é prorrogado o prazo de entrega e poderá ser reduzido o prazo de validade do novo documento concedido. O uso ilícito do documento de viagem extraviado por parte dos malfeitores, pode afectar o titular do documento na entrada nos países estrangeiros.

Devem recorrer a agências de viagem e pessoas de confiança para tratar da emissão de visto e da compra de bilhetes de avião, a fim de evitar o aproveitamento ilícito por parte dos malfeitores.

Joana [email protected]

HÁ problemas no trânsito de Macau que são do conhecimento geral: nem as estradas nem os

autocarros estão a funcionar como deve ser e, por isso mesmo, é ne-cessário resolver a questão. Wong Wan reuniu ontem, pela primeira vez, com o Conselho Consultivo do Trânsito para perceber quais são realmente as prioridades. O director dos Serviços para os As-suntos de Tráfego (DSAT) acredita que é “inevitável a questão do ajustamento das leis” e anunciou algumas medidas para diminuir a pressão do tráfego no território.

Antes de 1 de Setembro, época de regresso às aulas, haverá um período experimental de três dias – de 28 a 30 de Agosto -, para dar a conhecer aos encarregados de educação eventuais novos percur-sos. Wong Wan garante que até 5 de Setembro, data que, segundo o director, é passível de mais confusão, as obras na avenida de Horta e Costa estarão concluídas. Esta zona, bem como o centro de Macau, é dos locais com mais con-gestionamentos.

O director da DSAT utiliza a experiência de anos anteriores para explicar que “20% das pessoas [fa-mílias ou alunos] mudam de escola e não estão, por isso, adaptadas aos novos percursos”. Assim, a DSAT vai entrar em colaboração com a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) e com a Polícia de Segurança Pública (PSP) e dis-ponibilizar aos cidadãos uma linha telefónica exclusiva para que estes se possam inteirar das questões do trânsito nas proximidades das escolas.

Este é um “teste de ajustamen-

DSAT promove novas medidas para regular trânsito em época de aulas

Evitar o pára-arrancato” que vem precedido de altera-ções anteriormente anunciadas. Na terça-feira, Wong Wan frisou que, a partir de domingo, dez autocarros vão deixar de passar nas avenidas Infante D. Henrique e D. João IV, as autoridades vão multar pais e encarregados de educação que demorem mais do que o necessário a deixar os filhos à porta da Escola Portuguesa de Macau e será ainda eliminada uma das passadeiras da Infante D. Henrique.

Ontem, Wong Wan disse espe-rar que os cidadãos utilizem mais os transportes públicos ao invés dos carros privados e disse esperar que estejam prevenidos de todas as alterações “antecipadamente”. A ideia principal é escoar o trânsito aquando do início das aulas, altura em que é praticamente impossível circular em Macau. O amontoado de veículos particulares – em Junho eram mais de 200 mil -, junta-se ao novo sistema de transportes públicos, que pôs a circular mais 600 autocarros no território.

SUSPEITOS DO COSTUMEOs autocarros são o ponto que mais continua a dar que falar quando se trata de assuntos relacionados com o trânsito. Wong Wan disse ontem ser prioridade reduzir a afluência dos veículos dos casinos. Já em Ju-nho, a DSAT disse estar a ponderar introduzir regulamentação efectiva para o funcionamento das linhas ‘shuttle’, ideia que teve até espaço no “Estudo da Política de Trânsito e Transportes Terrestres de Macau”.

Ainda sem medidas concretas, e com os autocarros da Melco a continuarem com permissão para parar e receber passageiros nas avenidas D. João IV e Infante D. Henrique, Wong Wan

O director da DSAT pretende mais qualidade no serviços de autocarros e implementou um sis-tema de prémio como incentivo a motoristas, para que estes queiram trabalhar como condutores dos autocarros públicos. “Creio que, em geral, as duas operadoras de

autocarros [Transmac e TCM] es-tão com serviços melhores e mais positivos, mas também já tomamos medidas para incentivar a Reolian a ter em conta a pressão dos condu-tores e a ter um melhor ambiente de trabalho”, frisou Wong Wan.

Ainda assim, acrescentou o responsável, neste momento é necessário acelerar a formação dos condutores e incentivar as pessoas a entrar neste tipo de serviços. Actualmente faltam mais de 200 motoristas para os autocarros pú-

blicos, problema que não acontece nas empresas privadas dos casinos e que remete o slogan da “primazia dos transportes públicos” para o fundo. “Esse é um problema do mercado e nunca se sabe como atrair recurso humanos. O mercado é aberto e os condutores podem escolher para onde querem ir tra-balhar”, explicou Wong Wan.

As principais razões que afas-tam os motoristas para trabalhar nos autocarros públicos são, não só uma questão de salário, mas a pres-são nas condições que este trabalho oferece. “Nos ‘shuttle’ a pressão é menor, os condutores dos auto-carros públicos têm de parar para deixar entrar e sair passageiros, controlar o GPS e os pagamentos, etc. Este trabalho, comparado com outros é mais sobrecarregado”, salientou o responsável.

O director frisou ainda que a limitação de importação de moto-ristas para os autocarros públicos, algo que podia ser a solução para o problema actual, “é parte da política dos recursos humanos” do território.

Wong Wan referiu ainda que os preços dos bilhetes de autocarros podem aumentar, tendo em conta os aumentos no gasóleo, a taxa de inflação e os ordenados dos motoristas.

Além da reorganização das rotas e parqueamentos dos ‘shu-tlle’, a DSAT promete melhorias relativamente à disponibilização de mais equipamentos para s de-ficientes físicos.

GRUPOS A TRABALHARA Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) criou dois grupos de trabalho, através de Regulamento Interno, de forma a coordenar os trabalhos de alteração necessários – o Grupo de Trabalho para os Transportes Públicos e Assuntos relativos às Zonas Comunitárias e o Grupo Especializado para o Planeamento de Políticas, Gestão e Infra-Estruturas. Wong Wan disse, que por agora, são quatro as reuniões que vão ser feitas a cada ano, número que pode aumentar em caso de necessidade. Na reunião de ontem foram 20 os membros da sociedade que marcaram presença e trocaram opiniões.

MAIS UM CORPO A BOIAR NAS ÁGUAS DE MACAUDepois de na terça-feira as autoridades terem encontrado o cadáver de uma mulher na faixa dos 30 anos a boiar no largo de Sai Van, ontem as autoridades descobriram um corpo na água, próximo à ponte Nobre de Carvalho. Eram 3h15 quando um residente que passava a ponte ligou para a polícia para dizer que ouviu o barulho de algo a cair para a água e viu um corpo lá a boiar. A PSP encontrou o cadáver 15 minutos depois – trata-se de um homem de cerca de 40 anos, com traje desportivo e sem sinais de violência. Acredita-se que o homem tenha caído acidentalmente quando fazia exercício na ponte.

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QUINTA-FEIRA 25.8.2011

8www.hojemacau.com.mo vida

CINCO DETIDOS POR DESPEJO DE QUÍMICOS QUE CAUSARAM CANCRO A 14 PESSOASCinco pessoas foram detidas numa empresa química chinesa por despejarem químicos industriais cancerígenos que podem ameaçar a água que serve milhões de pessoas. Os suspeitos incluem um vice-gerente geral e um empregado do Chemical Luliang Industry Co., que foi encontrado a despejar ilegalmente mais de 5.000 toneladas de resíduos contaminados com cromo perto do Reservatório Chachong e nas colinas de Qilin. As chuvas levaram alguns dos produtos químicos até ao local de abastecimento de água local, o que causou a morte a 77 cabeças de gado. Investigadores do Comité de Conservação do Rio das Pérolas disseram na semana passada terem encontrado crómio causadores de cancro. Nenhuma morte humana foi ainda atribuída à poluição mas 14 residentes locais foram diagnosticadas com cancro. Pelo menos 3000 pessoas vivem perto dos locais de despejo.

PEQUIM costumava ser famosa pelos milhões de bicicletas a circular pelas suas ruas. Mas o sucesso

dos motores lá e em outras mega--cidades chinesas está a decretar a extinção do antigo transporte e a transformar a China num país com 1000 milhão de carros. Segundo um relatório ontem divulgado pelo jornal “Ward’s”, 35 milhões de novos carros foram vendidos em todo o mundo no ano passado – o segundo maior recorde de sempre. Isto significa que a cada dia 95.500 veículos invadem as ruas em todo o mundo.

Quase a metade desse novo crescimento está concentrado na China, que recentemente destituiu os Estados Unidos do posto do maior mercado de automóveis do globo. No país asiático, 13,8 milhões de carros novos foram registados em 2010. Ainda assim, a proporção de um em cada 16 chineses proprietários de carros na China é apenas a metade da média global. As expectativas de que o país iria transformar-se no pioneiro na propagação de veículos amigos do ambiente sofreram agora um verdadeiro ataque, à medida que a China demonstra um interesse cada vez menor em veículos eléctricos ou híbridos. No ano passado, a Toyota conseguiu vender apenas um Prius na China – o híbrido comercial mais bem-sucedido do planeta. Já

BARCELONA, em Espanha, foi o primeiro local na Europa e um dos

primeiros no mundo a receber o pro-grama EV-Neo, uma experiência que prevê o fornecimento de 18 motociclos eléctricos ao município catalão a custo zero, durante um ano, para aferir o potencial na redução das emissões de dióxido de carbono e ajudar a imple-mentar novas formas de mobilidade.

O programa de demonstração, que arrancou em Julho, envolve a Honda de Espanha, o município de Barcelona e a província da Catalunha, bem como o Clube Automóvel de Espanha, que trabalharão juntos para realizar pes-quisas e actividades diárias de acompa-nhamento sobre o uso do EV-Neo, em Barcelona. “Estamos muito satisfeitos em trazer a tecnologia da Honda EV para a Europa pela primeira vez”, admite Yukitoshi Fujisaka, presidente da Montesa Honda. “Testar o EV-Neo em condições europeias é um passo importante à medida que desenvolve-mos as nossas actividades de veículos eléctricos”, acrescenta. Recorde-se que em Barcelona, à semelhança do que acontece noutras cidades espanholas, os pequenos motociclos já representam cer-ca de um terço dos veículos em trânsito.

Novo-riquismo dos chineses mina mercado de veículos ecológicos

Um futuro cada vez mais negro

Clickecológico

GELO PARA DOIS• Dois pandas gigantes arrefecem-se num cubo de gelo em Chengdu, Sichuan. A equipa do centro distribui este tipo de blocos e liga os ares-condicionados a baixas temperaturas para aliviar os pandas das temperaturas altas que se fazem sentir no país.

as vendas dos carros desportivos sobem à velocidade da luz.

A falta de ambição ecológica não atingiu apenas a Toyota. Também os fabricantes internos sofreram com o comportamento de novo-riquismo

da sociedade – o que é importado é que é bom. A marca BYD, por exemplo, estava esperançosa que os subsídios dados pelo Governo Central aos produtores internos de veículos verdes iriam elevar as

suas vendas. O preço mais baixo dos modelos estrangeiros, no entanto, não encantou e, para piorar a situ-ação, a empresa viu-se envolvida em problemas de segurança e uma tecnologia pouco desenvolvida de

baterias. Perante a falta de progres-so, Wen Jiabao, primeiro-ministro chinês, publicou recentemente um artigo de opinião no jornal do Partido Comunista a pedir uma reflexão do “mapa rodoviário” da China e a pedir que o povo prefira os modelos convencionais, apenas com um motor.

Um estudo realizado no início desta semana pela empresa de Xangai IHS Automotive demons-trou que saiu minada a ambição do Governo em incentivar o sector verde do país. Há ainda indícios de que uma única empresa comprou os 200 Prius vendidos em 2009 para, na verdade, basear o seu modelo neste gigante da Toyota. “Muito prova-velmente foi um rival interno, que desmontou todas as unidades para ver como é que aquilo funcionava”, afirmou um analista da indústria.

Mais de 850 mil monovolumes de luxo foram registados na China, num aumento de 24%. Desses, 425 eram Hummers. Graças ao aumento do mercado chinês, a Mercedes anunciou no início deste ano que vendeu mais carros mensalmente em 2010 do que em qualquer ou-

tro ano do seu século de história. BMW, Audi e Rolls-Royce também registaram subidas significativas nas vendas no país asiático.

Estes dados batem de frente com as metas do Governo Central de criar uma nação amiga do am-biente, com uma maioria de carros verdes nas ruas. Apesar do visível falhanço no ano passado, Pequim não parece estar disposto a aban-donar a promoção da tecnologia dos automóveis limpos, mas deve rever a sua estratégia.

O Governo Central quer que até 2015 haja 1 milhão de híbridos e eléctricos em todo o país – um nú-mero que agora parece muito, muito ambicioso. Apesar de subsídios de 60 mil yuans para veículos eléctri-cos e de 50 mil para os híbridos em cinco cidades-piloto, poucos foram os que se aventuraram neste terreno. Afinal, os automóveis normais são mais baratos, mais fiáveis e mais vistosos.

A IHS Automotive prevê que as vendas de carros eléctricos não chegarão nem a um décimo da meta das autoridades. Ainda assim, novas companhias continu-am a chegar à China para tentar convencer uma pequena fasquia do mercado. A norte-americana GreenTech Automotive anunciou a criação de uma montadora na Mongólia Interior com capacidade para produzir anualmente 300 mil eléctricos e híbridos.

DEPOIS DO JAPÃO, SCOOTERS ELÉCTRICAS ESTÃO A CHEGAR À EUROPA

Honda, a pioneiraA limitada autonomia destes moto-

ciclos será, para já, o seu maior defeito, uma vez que apenas se podem fazer, no máximo, 34 quilómetros - e isto em terreno plano e considerando uma ve-locidade máxima de 30 kms/h, valores não muito tentadores.

Um outro senão é o preço, que ronda por unidade os 4 mil euros, algo que ainda não é convidativo quando comparado com o das scooters con-géneres a gasolina, normalmente de baixa cilindrada e portanto, com fracos consumos.

Há no entanto, alguns aspectos positi-vos, a começar, claro, pelas emissões zero de CO2 e o contributo para um planeta mais limpo. De resto, grande parte das deslocações citadinas não excederão os 30 quilómetros de distância, por exemplo nas deslocações de casa para o trabalho. Lá chegados, bastará apenas levar uma maleta para a empresa - trata-se da bateria portátil de iões de lítio - e ligá-la a uma tomada. Ou seja, fica a empresa a assumir

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CINCO DETIDOS POR DESPEJO DE QUÍMICOS QUE CAUSARAM CANCRO A 14 PESSOASCinco pessoas foram detidas numa empresa química chinesa por despejarem químicos industriais cancerígenos que podem ameaçar a água que serve milhões de pessoas. Os suspeitos incluem um vice-gerente geral e um empregado do Chemical Luliang Industry Co., que foi encontrado a despejar ilegalmente mais de 5.000 toneladas de resíduos contaminados com cromo perto do Reservatório Chachong e nas colinas de Qilin. As chuvas levaram alguns dos produtos químicos até ao local de abastecimento de água local, o que causou a morte a 77 cabeças de gado. Investigadores do Comité de Conservação do Rio das Pérolas disseram na semana passada terem encontrado crómio causadores de cancro. Nenhuma morte humana foi ainda atribuída à poluição mas 14 residentes locais foram diagnosticadas com cancro. Pelo menos 3000 pessoas vivem perto dos locais de despejo.

Planetaem números

O planeta Terra terá 8,7 milhões de espécies, das

quais 2,2 milhões vivem nos oceanos, mas a grande maio-ria ainda está por descobrir, descrever e catalogar, conclui um estudo publicado nesta terça-feira na revista online “Public Library of Science Biology (PLoS Biology)”. A nova estimativa das espécies foi feita pelos cientistas que integraram um projecto de dez anos do Censos da Vida Mari-nha e baseia-se numa técnica de análise que permite uma estimativa mais precisa. Antes, apontava-se que o número de espécies existentes se situava entre os três e os 100 milhões.

“A questão de quantas espécies existem intrigou os cientistas desde há vários séculos e a resposta é agora particularmente importante porque as várias actividades humanas estão a acelerar as extinções”, disse em co-municado Camilo Mora, da Universidade de Dalhouise, no Canadá, um dos autores do estudo. “Muitas espécies podem desaparecer antes

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ESTUDO DÁ NOVA ESTIMATIVA DO CATÁLOGO DA VIDA

Há 8,7 milhões de espécies na Terratro ano do seu século de história. BMW, Audi e Rolls-Royce também registaram subidas significativas nas vendas no país asiático.

Estes dados batem de frente com as metas do Governo Central de criar uma nação amiga do am-biente, com uma maioria de carros verdes nas ruas. Apesar do visível falhanço no ano passado, Pequim não parece estar disposto a aban-donar a promoção da tecnologia dos automóveis limpos, mas deve rever a sua estratégia.

O Governo Central quer que até 2015 haja 1 milhão de híbridos e eléctricos em todo o país – um nú-mero que agora parece muito, muito ambicioso. Apesar de subsídios de 60 mil yuans para veículos eléctri-cos e de 50 mil para os híbridos em cinco cidades-piloto, poucos foram os que se aventuraram neste terreno. Afinal, os automóveis normais são mais baratos, mais fiáveis e mais vistosos.

A IHS Automotive prevê que as vendas de carros eléctricos não chegarão nem a um décimo da meta das autoridades. Ainda assim, novas companhias continu-am a chegar à China para tentar convencer uma pequena fasquia do mercado. A norte-americana GreenTech Automotive anunciou a criação de uma montadora na Mongólia Interior com capacidade para produzir anualmente 300 mil eléctricos e híbridos. - V.A.

DEPOIS DO JAPÃO, SCOOTERS ELÉCTRICAS ESTÃO A CHEGAR À EUROPA

Honda, a pioneira

mesmo de sabermos da sua existência, da função nos ecossistemas ou da potencial contribuição para melhorar o bem-estar humano”. Para chegarem a este número, os investigadores olharam para a árvore da vida, que faz agrupamentos artificiais cada vez maiores e mais gerais das espécies. Os humanos perten-cem à espécie Homo sapiens, ao género Homo, à família dos hominídeos (como o chim-panzé), à ordem dos primatas (juntamente com o lémure), à classe dos mamíferos (onde se inclui por exemplo o gato), ao filo dos cordados (que inclui peixes, aves ou répteis) e, finalmente, ao reino dos animais, como as formigas, as anémonas e as lombrigas.

Cada espécie é ordenada desta maneira. Por isso, desde que o naturalista sueco Carl Lineu começou a sistematizar a vida natural, no século XVIII, a ciência construiu uma árvore da vida para os animais, que inclui um reino, 32 filos, 90 classes, 493 ordens, 5403 famílias e 94,240 géneros. As espécies até agora

descobertas são 953.434. Mas, quando a equipa do Canadá desenhou um gráfico com o número de cada nível da árvo-re, verificaram que se formava uma curva bem desenhada que previa a existência de 7,77 milhões de espécies de animais.

Foi assim que chegaram ao número total de espécies, depois de aplicarem a mesma

estimativa a todas os reinos da vida, o que inclui, entre outros, plantas e fungos. Ao todo, 91 por cento das espécies que povoam os oceanos e 86 por cento das que estão em terra ainda são desconhecidas. Ou seja, já estão catalogados 1,32 milhões de espécies. As esti-mativas obtidas em relação às bactérias e aos protozoários não são tão seguras. “Se não soubermos qual o número de pessoas de uma nação, como poderemos planear o futuro?”, questionou Boris Worm, outro membro da equipa, também da Universidade de Dalhou-sie, comparando o problema com a biodiversidade. “A humanidade comprometeu-se a salvar as espécies da extin-ção, mas até agora tínhamos apenas uma pequena ideia de quantas existem”, acrescenta.

Boris Worm refere que a Lista Vermelha da União Internacional para a Conser-vação da Natureza, recente-mente actualizada, aponta para 59.508 espécies, das quais 19.625 estão classificadas como ameaçadas, ou seja, menos de um por cento das espécies de todo o mundo.

O estudo sugere ainda que com as técnicas tradicio-nais para descobrir e descre-ver espécies só daqui a 1200 anos, através do trabalho de 300 mil especialistas, e gastando 364 mil milhões de dólares (252 mil milhões de euros) é que as 8,7 milhões de espécies entrariam no ca-tálogo da vida. No entanto, os cientistas notam que as novas técnicas de ADN vão reduzir certamente o custo e o tempo desta empreitada.

A limitada autonomia destes moto-ciclos será, para já, o seu maior defeito, uma vez que apenas se podem fazer, no máximo, 34 quilómetros - e isto em terreno plano e considerando uma ve-locidade máxima de 30 kms/h, valores não muito tentadores.

Um outro senão é o preço, que ronda por unidade os 4 mil euros, algo que ainda não é convidativo quando comparado com o das scooters con-géneres a gasolina, normalmente de baixa cilindrada e portanto, com fracos consumos.

Há no entanto, alguns aspectos positi-vos, a começar, claro, pelas emissões zero de CO2 e o contributo para um planeta mais limpo. De resto, grande parte das deslocações citadinas não excederão os 30 quilómetros de distância, por exemplo nas deslocações de casa para o trabalho. Lá chegados, bastará apenas levar uma maleta para a empresa - trata-se da bateria portátil de iões de lítio - e ligá-la a uma tomada. Ou seja, fica a empresa a assumir

os custos do carregamento eléctrica das baterias dos seus colaboradores, caso o patrão o permita.

Para alimentar o motor de 2.8kw da scooter, a bateria precisa de três horas e meia de carga com um carregador convencional. Optando por um carre-gador rápido, a bateria atingirá a sua carga máxima em apenas 30 minutos.

Paralelamente ao projecto de Bar-celona, a Honda começou a testar as EV-Neo no Japão em Abril de 2011. À semelhança da cidade catalã, o mo-tociclo eléctrico está a ser usado em programas de teste nos municípios de Kumamoto e Saitama.

Em Kumamoto, as scooters são alugadas a moradores e turistas para fornecer feedback sobre o seu uso e benefícios e em Saitama são alugadas a empresas de entregas de expedien-te. No país, a marca nipónica tem uma expectativa de vendas de mil unidades ao público no primeiro ano.

metro é quanto media uma cobra encontrada numa caixa abandonada em Cascais, Portugal, ontem. Imaginem o susto: abrir uma caixa de plástico abandonada numa zona urbana e encontrar lá dentro uma cobra de quase dois metros de extensão, dessas que se enrolam à sua presa e esmigalham-lhe os ossos. Foi o que aconteceu a um grupo de desportistas que praticava paint ball em Alcabideche, concelho de Cascais.

1,70

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10www.hojemacau.com.mo CULTURA

Carlos [email protected]

CAMINHANDO, o Institu-to Politécnico vai fazendo o seu caminho. Nas come-morações do meio século

do ensino da Língua Portuguesa na China, um dos convidados nos dois dias da conferência sobre o tema foi o actual director da Faculdade de Letras de Coimbra que, entre os participantes, surgiu com uma das mais articuladas propostas de desenvolvimento do ensino da língua e promoção da cultura portuguesa na Ásia.

Parcerias estratégicas é a chave da questão, mas, apenas se existir uma lógica de complementari-dade entre as instituições. “Nós não estamos aqui numa guerra de concorrência. Destruímos qualquer projecto se pensarmos na lógica da concorrência. Nós temos que pensar numa lógica da complementaridade. E isso é um diálogo nos dois sentidos entre Lisboa e Coimbra, por exemplo, mas também entre Coimbra e o IPM. E longe de nós imaginar aqui qualquer intuito paternalista”, sublinhou Carlos André.

“A minha proposta é muito concreta. Trata-se de aproveitar a posição estratégica de Macau e a convergência de interesses que tem acontecido no sentido do português em toda esta região do globo à volta de Macau. Foi por isso é que eu trouxe aqui a experiência que tenho de Coimbra. Existe, neste momento, uma fortíssima apetên-cia na Coreia do Sul, na Tailândia, no Japão, nas Filipinas, no Japão sempre houve e agora na China, e depois, claro, em Timor. Macau é, razoavelmente, central em todo este vastíssimo território”, subli-nha, “tem características muito próprias porque é um território com países emergentes do ponto de vista económico”.

Ora, possuindo Macau “a tra-dição que possui, a história que possui, uma ligação fortíssima a Portugal e à língua portuguesa, com uma posição privilegiada e com a vontade que parece existir nas instituições do ensino supe-rior, neste caso do IPM,”, André acredita que seria possível fazer aqui, um centro, “uma plataforma, fazer ancorar neste território, com a colaboração de Portugal, um

“Só se consegue [ter êxito] se se conseguir integrar no espírito cultural desses povos. Foi assim que várias culturas sempre se interpenetraram. É necessário aprender a cultura e não apenas servir-se da língua”

Carlos André, da Universidade de Coimbra, nos 50 anos do ensino do português na China

“Não há uma guerra de concorrência”

ACORDO EM MACAU É INEVITÁVELMalaca Casteleiro, linguista, docente da Universidade de Lisboa não tem dúvidas. A RAEM terá de proceder à reforma ortográfica em curso nos países de língua oficial portuguesa. “Neste momento, o acordo foi adoptado no Brasil, está a ser adoptado em Portugal. Em 2012, entrará em vigor. Também países africanos estão em vias do adoptar. Ora, quando falo de lusofonia nunca esqueço Macau onde o português é lÍngua oficial. Faz todo o sentido que a RAEM, adopte o acordo. Penso que acontecerá a partir do momento em que outras países o adoptarem não faz muito sentido que Macau fique de fora”.

projecto para o desenvolvimento do português nesta área do globo”. Não se trata, apenas de um projecto de aquisição da língua, “de pôr as pessoas todas a falar português. Não estou apenas a falar em pro-fissionais da língua”, esclarece. O latinista fala de jornalistas, de historiadores, “posso falar de um puzzle para quem o português amanhã vai ser útil. Tenho é que pensar que, para muita gente, o português é útil enquanto língua e vai ser útil o português enquanto cultura”.

MAIS QUE LÍNGUA, CULTURASobretudo, enquanto cultura, já que a língua não pode ser apenas entendida como um instrumento. “É minha convicção pessoal de que a língua não é apenas um instru-mento. A cultura é fundamental e é um irmão em pé de igualdade com a língua. No momento em que

nós pensarmos a língua apenas como um alicate, ou uma chave de fendas, estaremos a destruir a nossa possibilidade de cresci-mento porque o que está aqui em causa é a língua entrar dentro de uma cultura para compreender o outro. Se se pensar a língua apenas como instrumento de comunica-ção sem aprender a cultura de outros povos, ou, para usar uma linguagem mercantilista”, alerta o director da Faculdade de Letras de Coimbra, “ao fim de meia dúzia de negócios, de certeza que saiu do território porque ninguém mais quer saber de si. Só se consegue [ter êxito] se se conseguir integrar no espírito cultural desses povos. Foi assim que várias culturas sempre se interpenetraram. É necessário aprender a cultura e não apenas servir-se da língua”.

Neste projecto Carlos André secundariza as instituições do

Estado português, por razões práticas relativas à crise finan-ceira portuguesa. Conta com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa “embora ela ainda tenha que fazer o seu caminho”, mas nos casos como o do Instituto Camões, “o que se passa é que vivem de orçamentos francamente limitados e, por isso, nós temos que ter a capacidade imaginativa

para resolver estes problemas e ir procurar aí uma pareceria estraté-gica mas que será complementar. É preciso não entrar num processo nesta natureza, como durante muitos anos aconteceu, com este espírito de que se o Instituto Ca-mões não estiver nisto então não vamos fazer nada. Não pode ser assim. Nós vamos fazer e depois as instituições públicas cumprirão o seu papel”.

E fazer como? Essa a questão recorrente a que André também ensaia uma resposta. “Vamos tra-balhar com o Politécnico. Estamos a estudar a possibilidade aqui de organizar dois cursos de mestrado, só nesta área da língua e um ciclo de cinco, seis conferências por ano, que podem ser na área da história, ou na área do jornalismo, podem ser em áreas diversificadas. Não estamos, no fundo, aqui a tentar ne-nhum nicho de mercado especial. Nós disponibilizamos o que temos. Nós fazemos investigação. Somos uma universidade de referência internacional, na comunidade dos países lusófonos e disponibiliza-mos aquilo que de melhor temos e pomos à disposição do IPM. O que aqui houve foi uma convergência de pontos de vista interessante en-tre a Universidade de Coimbra e a Universidade de Lisboa. Podemos trabalhar em conjunto”, assegura. “Mas isso é um passo seguinte e um passo de somenos. Caberá ao IPM definir as suas parecerias. A nós compete-nos dizer que esta-mos disponíveis e, falo pela minha faculdade, a Faculdade de Letras. Faz parte da nossa estratégia a in-ternacionalização e isso não pode ser apenas mandar os professores fazer umas conferências à Alema-nha, à França, à Suíça, ao Brasil, e por aí fora”. Implica desenvolver projectos de investigação com estes países. “Imagine que estes estudan-tes continuam a desenvolver os seus projectos e depois precisam de se doutorar. Nós estamos cá para isso, por isso já não vai acontecer seguramente no IPM. Os douto-ramentos acontecem com parte curricular, e portanto com curso, e isso só é possível acontecer em universidades onde se consigam juntar muitos candidatos. E isso só é possível acontecer em Lisboa ou em Coimbra, ou noutras universi-dades portuguesas”. Sem guerras de concorrência.

O director da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra defende mais cooperação entre instituições na defesa do Português

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PEQUIM PROÍBE 100 ARTISTAS DE APARECEREM EM SITES CHINESES

Lady Gaga e companhia banidos

LIVRARIA DE “NOTTING HILL” VAI FECHARA livraria londrina especializada em literatura de viagens que inspirou a célebre comédia sentimental “Notting Hill”, com Hugh Grant e Julia Roberts, vai fechar as portas. Fundada há 32 anos, a Travel Bookshop era já uma instituição do simpático bairro de Notting Hill, e tornou-se uma verdadeira atracção turística após a estreia, em 1999, do filme realizado por Roger Michell, que foi um êxito de bilheteira. A crise financeira já obrigou ao encerramento de várias pequenas livrarias de Londres, incapazes, como noutros países, de sobreviver à concorrência das grandes cadeias e dos hipermercados.

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I Want It That Way”, dos Ba-ckstreet Boys, “Judas”, de

Lagy Gaga, e “Last Friday”, de Katy Perry, são apenas três exem-plos de uma lista com 100 canções que não podem, de maneira ne-nhuma, passar na China a partir do dia 15 de Setembro. O Ministério da Cultura chinês ordenou ontem que todos os sítios electrónicos sob domínio chinês retirem todas as canções listadas, já que o material não foi submetido à aprovação, como acontece com as músi-cas produzidas dentro do país.

Já em 2009, Pequim havia declarado uma guerra às canções ocidentais com “conteúdos vulga-res e de mau gosto” e considerou muitas delas como violações de direitos autorais por estarem a ser reproduzidas sem autorização. O novo anúncio fica a valer para todos os websites de ‘download’ legais e ilegais, com sanções pesadas para quem desrespeitar a decisão. O Ministério da Cultura espera que não tenha de agir e conta que sejam as próprias páginas a fazerem a “limpeza”, de forma a restabelecer

a “segurança da cultura musical da China”. Os que não removerem os conteúdos proibidos até 15 de Setembro vão ser processados pelo Governo Central, informa o comunicado do Ministério.

A forma como as 100 músicas foram escolhidos é ainda um mistério. A dúvida adensa-se ao constatar que a canção proibida dos Backstreet Boys já tem 12 anos de vida e deixou há muito de ser um

‘hit’. Outras letras podem, contudo, ter inflamado a situação – como a de “Last Friday” (Katy Perry) que fala de bebedeiras e ‘menage a trois’ ou a de “Run the World” (Beyoncé), que evoca o domínio

feminino sobre os homens. Uma boa parte de músicas banidas é original de Hong Kong e Taiwan, como o grande sucesso “You Say I’m Too Handsome”, de Yu Wenle. Lady Gaga é de longe a artista com mais canções na lista negra – “The Edge of Glory”, “Hair”, “Marry the Night”, “Americano”, “Judas” e “Bloody Mary”.

Os websites não podem sub-meter as músicas para aprovação – apenas os intérpretes é que o podem fazer. O Ministério da Cul-tura recusa-se a fornecer mais ex-plicações acerca da proibição. No início deste ano, Eminem, Chris-tina Aguilera e Kylie Minogue já tinham sofrido as consequências da mão dura de Pequim. Cerca de 15 websites que forneciam ‘down-load’ de canções destes artistas foram multados.

Além de músicas na Internet ou nas rádios, o Governo Central também é implacável com os concertos. Em 2006, por exemplo, os Rolling Stones não puderam cantar o que queriam devido à censura chinesa. - V.A.

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12www.hojemacau.com.mo DESPORTO

Brasileiras esmagam italianas e chinesas perdem para sérvias

Aula de voleibol do Brasil em MacauVanessa [email protected]

NU M d o s m a i o re s clássicos do voleibol mundial, a selecção brasileira passou fácil

pela Itália na primeira rodada da fase final do Grande Prémio, que começou a ser disputada ontem no Macau Dome. Derrotada por 3 sets a 0 (25/16, 25/17 e 25/17), a equipa italiana admitiu a su-perioridade brasileira e definiu a actuação do colectivo de José Ro-berto Guimarães como uma “aula

de voleibol”. O técnico do elenco italiano, Massimo Barbolini, elo-giou o Brasil e não poupou as suas atletas de críticas pela actuação na tarde de ontem, válida pela primeira rodada do grupo B da competição. “Em primeiro lugar quero dar os parabéns ao Brasil. Hoje [ontem] elas deram-nos uma aula de voleibol. Precisamos pensar no que fazer a partir de agora”, admitiu.

“Hoje muitos problemas fo-ram vistos no nosso jogo por conta da boa partida do Brasil, mas outras situações foram criadas

por erros nossos. Jogamos muito mal, e contra o Brasil não pode-mos jogar dessa forma”, criticou Massimo Barbolini.

A capitã italiana, Eleonora Lo Bianco, teve opinião parecida com a de seu treinador. Para ela, a equipa não jogou bem, e o Brasil manteve o alto nível, o que gerou o resultado final da partida. “O Brasil joga sempre muito bem. Nós não. Fizemos uma má parti-da, não conseguimos jogar. Saca-mos mal demais, e as brasileiras mostraram um jogo muito rápido. Não conseguimos bloquear, não

conseguimos defender, e esse foi o resultado”, analisou a atleta.

AZAR NA ESTREIANo jogo mais longo do dia da estreia em Macau, a Sérvia precisou de duas horas para derrotar a China. Perante uma plateia de 3250 pes-soas, as chinesas ainda resistiram o primeiro set, vencendo por 25-30. Com o empate criado pela vitória sérvia na segunda parte (18-25), as chinesas entraram em campo com força, num set equilibrado. A vitória sorriu à China, mas o mesmo não se repetiu na quarta e quinta partes

da partida – as anfitriãs perderam por 16-25 e 16-18. A Sérvia fechou o jogo com 111 pontos (contra os 100 da China) e colocou-se na segunda posição do grupo A.

A liderar essa chave está a Rússia, que conquistou três pontos no jogo de estreia. No terceiro con-fronto do dia de ontem, as russas levaram vantagem sobre as tailan-desas, com dois set ganhos. A Rússia entrou com o pé direito em campo e venceu os dois primeiros sets (18-25 e 22-25). Mas na derradeira parte, perdeu força e viu-lhe escapar a vitória – as tailandesas conseguiram 27-25 e prolongaram a partida para mais uma parte. Na recta final, as russas venceram por 17-25, num jogo de quase duas horas.

MAIS Na segunda rodada do grupo B, a Itália terá outro desafio pela frente: os Estados Unidos, que venceram o Japão por 3 sets a 0 no primeiro jogo de ontem. Já o Brasil apanha o Japão, às 13h30. Hoje há ainda Rússia e Sérvia (17h) e China e Tailândia (19h30).

De acordo com o regulamento, as duas melhores equipas de cada grupo classificam-se às semifinais, que serão disputadas em jogo úni-co, assim como a final.

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STAR WORLD 6312:10 Masterchef Australia13:35 Hell’s Kitchen14:30 The Glee Project15:25 Glee16:20 Parenthood17:15 Australia’s Next Top Model18:10 How I Met Your Mother18:35 Masterchef Australia20:00 Grey’s Anatomy20:55 The Gates21:50 Glee22:45 Masterchef Australia00:05 Grey’s Anatomy

Su doku

[ ] Cru

zadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1-TORO. ETOLIO. 2-LHE. CURVO. B. 3-IMAN. RIO. PT. 4-M. LAGOA. ARE. 5-S. DESRABAR. 6-ROLAM. INATA. 7-INUMEROS. A. 8-BOA. LESAI. P. 9-ES. AGI. SABE. 10-T. UFANO. TAL. 11-ESTARA. GERA.VERTICAIS: 1-TLIM. RIBETE. 2-OHM. SONOS. S. 3-REAL. LUA. UT. 4-O. NADAM. AFA. 5-C. GEMELGAR. 6-EUROS. REINA. 7-TRIARIOS. O. 8-OVO. ANSAS. G. 9-LO. ABA. IATE. 10-I. PRATA. BAR. 11-OBTERA. PELA.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Pedaço de ramo ou pernada de árvore, cepo. Natural de Etólia, região da antiga Grécia. 2-A vós, a si. Curvado. 3-Corpo que atrai o ferro e outros metais. Caudal de água. Platina (s.q.). 4-Lago que comunica directamente com o mar. Um decâmetro quadrado. 5-O m. q. derrabar. 6- Giram sobre si mesmo. Inerente, nativa. 7-Em grande número, inumeráveis. 8-Generosa. Violai um direito. 9-Estás. Procedi. Não ignora. 10-Arrogante, contente. Igual, semelhante. 11-Irá, será. Produz, origina.

VERTICAIS: 1-Voz imitativa do som da companhia. Debrum, regato. 2-Unidade prática de resistência eléctrica. Desejo de dormir (pl.). 3-Soberano, régio. Planeta que gira em volta da Terra. Antiga nota musical. 4-Boiam. Apre!, arre!. 5-Ter duas gemas, gomos (a planta). 6-Moeda da Europa (pl.). Domina, impera. 7-Soldado romano (pl.). 8-Forma rudimentar. Ensejos (Fig.). 9-Escumilha. Ribanceira. Veleiro de recreio. 10-Metal branco, preciso. Móvel onde se guardam bebidas. 11-Ganhará.Bola de trapos.

QUINTA-FEIRA 25.8.2011www.hojemacau.com.mo

13SALA 1RISE OF THE PLANETOF THE APES [B] Um filme de: Rupert WyattCom: James Franco, Freida Pinto, John Lithgow14.15, 18.00, 21.45

THE FORTUNE BUDDIES [B] FALADO EM CANTONENSEUm filme de: Chung Shu KaiCom: Eric Tsang, Cho-Iam Wong, Siu Cheung Yuen16.15, 20.00

SALA 2COWBOYS & ALIENS [B] Um filme de: Jon FavreauCom: Daniel Craig, Harrison Ford14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 3WASAO [A] FALADO EM CANTONENSEUm filme de: Yoshinari Nishikôri14.15, 18.00, 19.45

CARS 2 [A] FALADO EM CANTONENSEUm filme de: John Lasseter16.00

LARRY CROWNE [B] Um filme de: Tom HanksCom: Tom Hanks, Julia Roberts21.30

Informação Macau Cable TV

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OPINIÃOQUINTA-FEIRA 25.8.2011

14www.hojemacau.com.mo

Francesco GuerreraIn The Wall Street Journal

M meio à crise financeira de 2008, um alto executivo de Wall Street viu-se na entrada da sede do seu

banco às 3 da madrugada, para uma reunião de emergência. Ao circular pelos corredores, vazios excelo por alguns seguranças sono-lentos, o seu olhar fixou-se numa fileira de caixas automáticos.

“Caminhei em direcção às máquinas, com a esperança de que ninguém iria me ver, e saquei 800 dólares”, disse-me esta semana o executivo, que ganhou milhões de dólares durante a carreira. “Naquela época, fazia bem ter dinheiro no bolso.”

Mesmo os titãs de Wall Street sentem medo em tempos de crise, especialmente quando o assunto envolve o dinheiro deles. Com a turbulência dos mercados de volta à toda força nas últimas semanas, fiquei curioso para saber como os magos de fi-nanças estavam a ajustar os investimentos pessoais e se os pobres mortais, com menos dinheiro, poderiam aproveitar alguma coisa com os conselhos.

As respostas que recebi de uma dúzia de profissionais experientes foram de certa forma surpreendentes. Apesar de não admi-tirem atacar um caixa automático no meio da noite, a maioria revelou estratégias de investimento ao mesmo tempo ultracon-servadoras para especialistas em finanças e diferentes dos conselhos dados pelos seus bancos para empresas, administradoras de recursos e indivíduos.

“Tenho 80% em dinheiro e acções”, disse um profissional de peso de um banco de investimento, que em conversas anteriores nunca deixou de destacar as virtudes de derivativos complexos como uma forma de reduzir os riscos no sistema financeiro. “O que acha de usar alguns desses derivativos no seu portfólio?”, perguntei, a confrontar o medo com a lógica. “Sem hipóteses”, foi a resposta. “Não quero assumir nenhum risco.”

Outro executivo, que faz parte da equipa de gerentes de um grande banco, mostrou até mesmo alguns sinais de pânico. Confessou que, quando os mercados foram atingidos com notícias ruins nos Estados Unidos e na Europa nas últimas semanas, mudou as suas alocações de cerca de 60% em acções e 40% em bónus para um portfólio basicamente carregado de títulos do governo americano e outros bónus com grau de investimento.”

Quando eu indiquei que ele deveria estar a vender com as acções em queda e a comprar com os mercados de títulos em alta, ele não hesitou. “Agora o que importa é a preservação de capital”, disse. “Se eu tiver

A grande diferença entre as pessoas comuns e os profissionais do alto escalão de finanças é que estes já têm muito dinheiro no banco — das porções de dinheiro dos bónus e da venda das acções em períodos de ganhos. Não precisam de se preocupar, na verdade, com os seus planos de previdência

O que faz um banqueirOem tempOs difíceis? pOupa

de perder algum dinheiro no processo, que assim seja.” O que é precisamente o que muitos consultores financeiros, incluindo os que trabalham para bancos em Wall Street, estão a aconselhar investidores individuais a não fazerem, recomendando, sim, que eles continuem de olho no longo prazo.

Ainda assim, mesmos os profissionais experientes estão a sentir a pressão deste período turbulento. Um banqueiro vetera-no em fusões e aquisições descreveu a sua postura em relação aos seus investimentos como um desvio entre “pessimista e muito pessimista” — uma afirmação extraordinária para um especialista em fusões e aquisições, um cargo onde o optimismo permanente é

uma condição para manter-se empregado.Mas a disposição sombria desse banquei-

ro em relação a sua carteira não o impediu de dizer aos diretores-presidentes para pen-sarem positivo e aproveitar a desvalorização dos mercados para comprar empresas por um preço baixo.

Seria fácil condenar a dicotomia entre o que Wall Street diz aos seus clientes e o que esses profissionais fazem com o dinheiro deles, classificando essa postura como hipo-crisia ou oportunismo mercenário. Mas algo mais profundo está em jogo aqui. Todos os executivos com os quais conversei sentaram na primeira fila para assistir à quase destrui-ção do capitalismo global que caracterizou a

crise de 2008. Para eles, e para muitos outros, foi uma experiência traumática, não apenas devido à falha sistémica que foi revelada.

O colapso dos preços das acções de mui-tos bancos e o desaparecimento de outros dizimaram o património de centenas de executivos de Wall Street, cujos bónus são em grande parte compostos por uma par-cela das acções das suas empresas. Sei que muitos banqueiros, talvez ingenuamente, tinham contado com as acções ou tomado empréstimos, para enviar os filhos para a escola particular, pagar por imóveis, iates e obras de arte.

Quando aquele património, assim como o papel do qual era feito, depreciou-se de repente, o mundo financeiro deles virou de cabeça para baixo. De repente, todos os banqueiros tiveram de reavaliar e mu-dar o seu padrão de vida, a que antes não davam valor. Não me levem a mal. Não estou a defender a criação de um “Fundo dos Banqueiros Assustados” para a ajudar a comprar colecções de Picasso e financiar crédito universitário. Mas as lembranças de terem vivido a crise financeira de 2008 tão de perto pode explicar por que os banqueiros estão a perder a coragem e a acumular os seus recursos em dinheiro e títulos de renda fixa do Tesouro americano.

“O que esses executivos estão a dizer é que provavelmente estão com medo como nós”, diz Meir Statman, professora de finan-ças da Universidade Santa Clara e autora do livro “What Investors Really Want” (O que os Investidores Realmente Querem). “Eles extrapolaram do passado recente, fazem a analogia com 2008 e isso deixa-os com uma aversão ainda maior ao risco.”

Então nosso plano de previdência priva-da deve seguir as estratégias dos altos esca-lões de Wall Street em direcção a aplicações de baixo rendimento e títulos do governo? Não, de acordo com especialistas. A grande diferença entre as pessoas comuns e os pro-fissionais do alto escalão de finanças é que estes já têm muito dinheiro no banco — das porções de dinheiro dos bónus e da venda das acções em períodos de ganhos. Não precisam de se preocupar, na verdade, com os seus planos de previdência. A maioria de nós precisa. E necessitamos de investimentos com alto retorno para pagar por eles.

“As pessoas ainda vão sair-se melhor se não seguirem os passos desses executivos porque, se eles estiverem errados, vão aca-bar com 28 milhões de dólares em vez de 30 milhões de dólares”, diz Statman. “Para os jovens, assumir riscos não é um luxo, é uma necessidade. A ideia é a de que se fores rico, podes assumir mais riscos, mas não precisas.” Outra diferença entre o planeta Wall Street e o planeta Terra.

E

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Assim são as coisas humanas. O bronzeque hoje faz a estátua de um herói pode amanhãser derretido para servir de estátua do seu adversário.Padre Manuel Teixeira [1912-2003]

QUINTA-FEIRA 25.8.2011

15www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos M. Cordeiro; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

da es t re laCarlos M. Cordeiro

placa central do Terreiro do Paço, em Lisboa, mais se assemelha ao deserto do Sara. Debaixo de um

sol abrasador, dois ou três turistas tiram fotografias à Estátua de D. José, ao Arco da Rua Augusta e ao Cais das Colunas. “Como é possível que tendo vocês este país maravilho-so, cheio de sol, com locais únicos de soberba atracção, andem a passar por uma crise tão grande e com tanto desemprego… penso que esta praça sem vida, completamente vazia, traduz bem o que se vai passando, n’est-ce pas?”, disse-me um dos turistas. Respondi que Portugal é um caso muito especial de preguiça institucional. E a partir daí, ficámos elucidados sobre o futuro sombrio que parece não ter futuro.

Um dos temas do nosso diálogo luso--francês, entre quem veraneia e quem não pode ter férias, percorreu a integração euro-peia, o euro e a incapacidade dos políticos incompetentes que têm ocupado o poder na última década, nomeadamente, Blair, Brown, Sócrates, Sarkozy, Barroso, Merkel e Zapa-tero. Neste sentido, chamei-lhe à atenção das afirmações importantes proferidas pelo financeiro húngaro-americano Geoge Soros.

No último trimestre o consumo foi o mais baixo de sempre, mas os concertos musicais e as praias do Algarve têm estado cheias. É a realidade. Há um número infinito de portugueses que ainda não se apercebeu do que o espera em Outubro e nos meses seguintes

Do Terreiro Do Paço ao fascismoSoros ficou famoso mundialmente por

em 1992 ter especulado contra a libra britâ-nica e a ter feito sair do Sistema Monetário Europeu (o sistema de bandas de flutuação cambial entre moedas da UE que precedeu o euro), e agora não tem dúvidas de que, “tal como a zona euro está construída”, os mercados podem ganhar contra a moeda única, por ausência de autoridade orça-mental e fiscal única. Coerente com a defesa que já tinha feito da saída de Portugal e da Grécia do euro, por falta de margem das res-pectivas economias nacionais para lidarem com a actual crise da dívida, Soros explica também que “o euro pode sobreviver à sa-ída de países como a Grécia ou Portugal”, devido à sua reduzida dimensão, “mas a União rebentaria se isso acontecesse com a Itália ou a Espanha”.

O meu interlocutor concorda com Soros. Mas vai mais longe. Diz-me que os portu-gueses podem estar amedrontados com tudo o que se passa, até com uma possível dissolução da União Europeia, mas que os franceses também. Adianta que o euro não trouxe união, mas desordem. É apologista da regressão. Para ele, tudo deveria voltar

à primeira forma onde cada país tinha a sua moeda e as suas fronteiras aduaneiras. Retorqui que os portugueses sentem-se no fundo de um poço tão profundo, que a qualquer tábua de salvação estenderiam a mão, estando eu convencido de que grande parte ainda tem saudades do velho escudo por simples saudosismo. A maioria não sabe do que se passa, o que são os mercados, espe-culadores ou agências de rating. Perguntam ao vizinho e o vizinho também não sabe ou explica mal. No último trimestre o consumo foi o mais baixo de sempre, mas os concertos musicais e as praias do Algarve têm estado

cheias. É a realidade. Há um número infinito de portugueses que ainda não se apercebeu do que o espera em Outubro e nos meses seguintes.

Ao turista francês, cordial e conversador, voltei à carga com George Soros quando este sublinhou ao ‘Le Monde’ que “A Europa está em perigo. A situação é grave e as au-toridades apenas estão a começar a levar a coisa a sério. Até ao momento, limitavam-se a responder às pressões do mercado”. Este especialista em moeda, que aos 81 anos se tem multiplicado em declarações públicas sobre a crise da dívida de alguns países da zona euro e sobre a crise do próprio euro, refere que “não há outra escolha a não ser melhorar a governação na zona euro”, pois o euro existe e, “se se desmorona, isso traduzir--se-ia por uma crise bancária totalmente fora de controlo. O mundo mergulharia numa recessão profunda”, diz Soros.

Pela minha parte, a terminar a conversa com o turista francês, apenas lhe sublinhei que os escudos e os francos que se encontram no interior das arcas, ficarão lá para sempre, caso contrário, teríamos o regresso do sempre indesejado fascismo…

A

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QUINTA-FEIRA 25.8.2011www.hojemacau.com.mo

HABITAÇÃO MAIS 29% DE EMPRÉSTIMOSNo segundo trimestre deste ano, houve um aumento de 29% na concessão dos novos empréstimos hipotecários para habitação em Macau. No total, foram emprestados 10.900 milhões de patacas, sendo que 94% destinaram-se a residentes do território. Segundo dados da Autoridade Monetária de Macau (AMCM) ontem revelados, no final do mês de Julho o saldo bruto dos empréstimos hipotecários atingiu a cifra de 70.800 milhões de patacas, ou seja, um valor 8,5% mais elevado desde Março, ou 30% maior desde 2010.

SAFP NOVA SUBDIRECTORA NOMEADAIeong Kim I deixa de ser a partir de amanhã subdirectora dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), para assumir as funções de presidente no Conselho de Administração do Fundo de Pensões. Para o seu lugar, a secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, fez saber, através de despacho em Boletim Oficial, que Joana Maria Noronha passa a ser a subdirectora. Até então, a nova dirigente ocupava o cargo de chefe do Centro de Atendimento e Informação ao Público dos SAFP.

JAPÃO AIR MACAU INVESTE EM NOVOS VOOSAté Outubro a Air Macau vai termais 32 voos do tipo charter com destino ao Japão. A companhia aérea informou ontem que terá 16 rotas entre o território e Osaka e outras ligações com Matsuyama, Fukuoka, Nagoya e Komatsu, num novo modelo de investimento no Japão. A operadora aponta, por exemplo, que oito dos voos agendados para Osaka vão estar cheios de estudantes japonses.

RUÍNAS DE S. PAULO ‘MAPPING’ VOLTA AMANHÃO espectáculo “Encontros: Mapping Audiovisual das Ruínas de S. Paulo” volta a estar em cena amanhã, em duas sessões: uma às 20h e outra às 21h. Depois da grande afluência registada ao local no início do Verão, o Instituto Cultural decidiu avançar para uma reposição, que se irá prolongar até ao dia 4 de Setembro, com entrada livre.

EUA TERRAMOTO EVACUA PENTÁGONO Um terramoto de 5,9 graus na escala de Richter foi ontem sentido em algumas zonas da costa leste americana, incluindo em Washington e Nova Iorque. O abalo, que durou cerca de cinco segundos, levou à evacuação de alguns edifícios na capital dos EUA, entre os quais o Pentágono e o Capitólio. Também em Nova Iorque foram evacuados a câmara e os tribunais e foram suspensos os trabalhos de construção no local do World Trade Center. Em várias cidades, pessoas abandonaram edifícios de escritórios, lojas e casas e saíram para as ruas. A circulação de comboios na região foi também alterada, para que o estado de algumas linhas fosse verificado.

VENEZUELA APOIANTES RAPAM O CABELO Um grupo de jovens venezuelanos decidiu rapar o cabelo em solidariedade com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que perdeu recentemente o cabelo na sequência de um tratamento de quimioterapia. Cerca de 100 jovens católicos decidiram imitar um grupo de dez jovens dominicanos, entre eles uma mulher, que na última quinta-feira decidiu, em Santo Domingo, rapar o cabelo em solidariedade com Hugo Chávez. A televisão estatal divulgou imagens do momento em que pessoas com máquinas de barbear rapavam o cabelo deste grupo de venezuelanos, destacando um deles que o presidente Hugo Chávez era “muito importante” para os jovens porque os estimulou, deu-lhes ideologia e educação.

BRASIL POLÍCIAS ENVOLVIDOS EM MORTE Os investigadores responsáveis pelo caso da juíza assassinada há pouco mais de uma semana no Rio de Janeiro admitiram que trabalham com a possibilidade de polícias militares terem participado no crime. “Já trabalhávamos com esta possibilidade desde o primeiro momento. Agora chega-nos a informação de que a munição seria de um lote da PM [Polícia Militar]. Isso não está confirmado, mas caso se concretize veremos se polícias participaram na execução ou no desvio da munição”, declarou o chefe das investigações, coronel Sérgio Duarte. Esta semana a perícia divulgou que as balas que atingiram Patrícia Acioli pertenciam a um lote adquirido pela Polícia Militar, destinado a batalhões do interior do estado, entre eles o de São Gonçalo, onde a juíza trabalhava. Patrícia Acioli foi morta na noite do dia 11 de Agosto.

Lei Básica impede residência, mas abre excepções

O Chefe é quem decideLia [email protected]

OS advogados do Governo de Hong Kong afirmam que atribuir residência permanente a um traba-

lhador doméstico estrangeiro vai completamente contra a Lei Básica da região vizinha. A afirmação foi feita anteontem no Tribunal de Primeira Instância, onde está a decorrer o julgamento da filipina Evangeline Banao Vallejos contra o Executivo da RAEHK. Depois de 25 anos a viver permanentemente na ex-colónia britânica, a trabalha-dora doméstica quer ter o direito à residência por considerar a secção 2 do regulamento da imigração inconstitucional.

Em Macau, contudo, a história poderia ser outra. Mas caberia ao Chefe do Executivo decidir. Segun-do um jurista consultado ontem pelo Hoje Macau, a lei n.º 4/2003 prevê, no artigo 11.º, a autorização extraor-dinária, na qual o líder do Governo

pode, por razões humanitárias ou em casos excepcionais devidamente fundamentados, conceder a autori-zação de residência com dispensa dos requisitos e condições exigidos na legislação em vigor, bem como das formalidades previstas em diploma complementar. Até agora, ninguém tentou.

Além dos portugueses, que gozam de um estatuto histórico especial, e dos chineses, a mais ne-nhuma nacionalidade é dada a au-torização de residir no território. As demais têm apenas um certificado de permanência, que lhes permite trabalhar, mas não fixar-se. Segundo a lei n.º 8/1999, que contempla as questões sobre Residência Perma-nente e Direito de Residência na RAEM, são residentes os cidadãos ou ascendentes de chineses e de portugueses nascidos em Macau se o pai ou a mãe, à data do seu nasci-mento, residia legalmente ou tinha adquirido o direito de residência em Macau. Também têm direito ao Bilhete de Residente Permanente

os cidadãos chineses e portugueses que tenham residido habitualmente em Macau pelo menos sete anos consecutivos, antes ou depois do estabelecimento da RAEM.

A defesa do Executivo da RA-EHK garante que a Lei Básica dá poderes ao Departamento de Imi-gração de recusar que trabalhadores domésticos se tornem residentes permanentes. A declaração de 1984, assinada entre a China e a Grã--Bretanha e que serviu de base para a mini-constituição da região vizinha, prevê a criação de diplomas que regulem a entrada, permanência e saída de qualquer cidadão. O artigo que nega o direito à residência aos trabalhadores domésticos não entra, de forma alguma, em conflito com a Lei Básica, garantem os advogados.

O jurista considera que, apesar de raras excepções, a legislação em Macau também é rígida nesse ponto devido ao tamanho reduzi-do do território. “Ser de residente de Macau é como ter um estatuto nacional”, frisou.

MAIS UM CASO DE SUICÍDIO PARA ELEVAR ESTATÍSTICASUm trabalhador do sector da construção, de 56 anos, foi encontrado morto ontem, no terraço do edifício onde vivia com a família, em mais um caso de suicídio em Macau. A PSP notificou a PJ sobre o corpo por volta das 6h40 de ontem, depois de familiares terem se deparado com a descoberta. A família não viu o homem há três dias, até encontrá-lo enforcado no edifício. A PJ disse que a investigação preliminar confirma a hipótese de suicídio, mas que será preciso mais análises para determinar as razões da morte.