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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • TERÇA-FEIRA 7 DE AGOSTO DE 2012 • ANO XI • Nº 2667

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Ter para ler

DOENTES ERAM ENCAMINHADOS PARA HONG KONG

Hospital das Ilhas traz cirurgiasde transplante de rim para Macau

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RADIOCOMUNICAÇÕES

Menos taxas tiram MOP 100 milhões ao Executivo

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ANUNCIA RESULTADOS HOJE

MGM desmente analista que lhe previu bancarrota

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UMA AULADE HISTÓRIA

O útimo imperador, o primo que era fã do império e o aluno que conta tudo

CENTRAIS

Governo protege poupanças dos mais novos. Agora, só depois dos 21 anosé que entram no casino

Mealheirosa salvoNova lei, em vigor a partir de Novembro, impede menores de 21 de jogar nos casinos da RAEM, mas também de lá trabalharem. Um diploma que, após um ano em análise, reuniu o consenso de todos os deputados. PÁGINA 3

2 política terça-feira 7.8.2012www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia Silvaandreia.silva@hojemacau.com.mo

O Governo pretende eliminar algumas taxas dos serviços públicos de radio-

comunicações. A decisão foi tomada em sede do Conselho Executivo e anunciada ontem pelo porta-voz do Governo, Leong Heng Teng.

As alterações ao regu-lamento administrativo sobre a “Tabela Geral de Taxas e Multas Aplicáveis

Joana FreitasJoana.freitas@hojemacau.com.mo

OUTRA vez as audições. Au Kam San, deputado democrata, conti-

nua a mostrar o seu desagrado perante a decisão do Executivo em alterar as regras de audição, exigindo que se-jam no mínimo cinco os deputados a apresentar uma proposta de audição.

Au Kam San contesta as altera-ções, dizendo que o poder de fiscaliza-ção da Assembleia Legislativa está a acabar, já que esta é a única forma de fazer com que representantes do Exe-cutivo sejam chamados à Assembleia Legislativa (AL) e “não se possam esquivar das questões”, como facil-mente fazem com as interpelações orais e escritas, que esperam meses por resposta.

Em 12 anos, e com a possibilidade de apenas dois deputados apresenta-rem uma proposta de audição, apenas nove foram apresentadas. Nenhuma – como as referentes a despesas dos Jogos da Ásia Oriental, do metro ligeiro, do caso das sepulturas ou da concessão dos cinco terrenos em frente ao Aeroporto Internacional de Macau – foi aprovada. “Será que é porque se trata de um Governo incor-rupto cujas acções governativas são tão transparentes que não é necessário realizar audições sobre os mais diver-sos assuntos sociais?”

LIMPAR O LIXOApesar de chumbadas, as propostas ainda chegaram ao hemiciclo para serem votadas, algo que pode deixar de acontecer com a alteração das

regras. “Opomo-nos firmemente a esta intenção de matar o mecanismo de audição, que assim não passa do papel, e ao revogar do poder de fis-calização da Assembleia Legislativa pela própria Assembleia Legislativa”, frisou o deputado democrata.

Além de criticar a forma como a AL está a perder o poder de fis-calização, Au Kam San ainda quis deixar uma sugestão: a melhoria do mecanismo de audição, que não tem funcionado em 13 anos, de forma a que passe a ser algo habitual como as interpelações orais. “Só assim é possí-vel demonstrar o valor de um plenário eleito pelos residentes e acabar com a má fama de Assembleia do Lixo [Lap Sap Wui, em chinês, o que soa de forma semelhante a Assembleia Legislativa].”

FOI o tema recorrente na sessão de ontem antes

da ordem do dia, no plenário da Assembleia Legislativa (AL). Diversos deputados apontaram críticas à forma como os Serviços Meteoro-lógicos e Geofísicos (SMG) informaram a população sobre as cheias e os ventos fortes, sem deixar de lado os problemas laborais que se fizeram sentir durante o tufão Vicente em Macau.

Chan Meng Kam foi o primeiro a falar e relembrou as variadas promessas que o Executivo já fez para tentar

resolver a situação das cheias no Porto Interior, zona nor-malmente mais afectada. O deputado citou ainda um es-tudo que está a ser planeado há mais de dez anos e exigiu ao Executivo que resolva o problema. “O Porto Interior é um assunto do âmbito da autonomia do Governo da RAEM. Os problemas nunca foram resolvidos porque a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes não presta apoio ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais na resolução das inundações.”

Chan Meng Kam per-guntou ainda para quando a aplicação prática do es-tudo e pediu acção. “Será que o estudo vai continuar a desenvolver-se até 20 de Dezembro de 1949 e manter-se inalterado du-rante 50 anos?”

DESILUSÃO TURÍSTICAKou Hoi In, Ho Iat Seng, Cheang Chi Keong e Fong Chi Keong juntaram-se para falar do tema e pediram que fossem feitas melhorias no serviço de wi-fi do Go-verno, especialmente em

dias como os que contaram com a presença do tufão Vicente. “A insatisfação dos turistas demonstra que a informação de Macau está atrasada e que a localização dos pontos de acesso ao serviço wi-fi.” Isto porque não era possível aceder à internet em diversos pontos perto das Portas do Cerco, por exemplo.

A acção dos SMG foi também criticada, com alguns deputados a apon-tarem que as previsões não foram feitas atempa-damente. - J.F.

O secretário para a Econo-mia e Finanças adiantou

que, apesar da situação da economia mundial não ser a melhor, o orçamento do pri-meiro semestre teve uma boa execução, com as receitas e despesas do governo dentro dos valores estimados e o Plano de Comparticipação Pecuniária com uma das maiores parcelas da coluna das despesas, no período em apreço.

Este é o primeiro ano do implemento do Regime de Reserva Financeira e mais de 63 mil milhões da reserva financeira do ano passado só poderão ser transferidos para a reserva extraordiná-ria depois de concluída a apreciação da situação de execução do orçamento de 2011, nos finais do corrente ano, pela Assembleia Legis-lativa. Se não existir a reserva extraordinária neste ano, o Governo não poderá apre-

Radiocomunicações Menos 100 milhões no cofre do Governo

Serviços públicos sem taxas

Banco da Chinacom nota comemorativaO Conselho Executivo concluiu também a discussão sobre a emissão limitada de notas para comemorar o centésimo aniversário do Banco da China. Desta forma, a entidade bancária tem permissão para emitir três milhões de notas de 100 patacas, incluindo 120 mil carteiras de notas não cortadas, constituídas por três unidades. O banco vai também emitir 25 mil carteiras de notas não cortadas, constituídas por 30 unidades.

Au Kam Sam critica alterações ao regime de audições

Assim a Assembleia perde poder

Problemas de comunicação sobre tufão. Entre outros

Vicente ainda abana AL

aos Serviços Radioeléctri-cos” prevê para este ano uma redução de 100 mi-lhões de patacas nos cofres do Executivo. Em 2011, as redução tinham sido na ordem das 107 milhões de patacas em taxas e em 2010 cerca de 80 milhões.

Segundo Leong Heng Teng, “as taxas dos serviços públicos de radiocomunica-ções referentes às estações móveis do serviço de chama-da de pessoas e do serviço de telecomunicações móveis

terrestre local têm sido dis-pensadas há muitos anos”.

O porta-voz do Governo refere ainda que “com o desenvolvimento nos últi-mos anos” e a “evolução do modelo de cobrança”, a mudança do regulamento administrativo prevê “a eliminação permanente das taxas dos serviços cobrados aos utilizadores”.

REDUÇÕES DESDE 2008Desde há cinco anos que as taxas aplicadas aos equipa-

mentos de radiocomunica-ções nas embarcações de pesca têm sido reduzidas para metade.

O Governo conside-ra que “a sua situação operacional é difícil a longo prazo”, portanto é objectivo “auxiliar o de-senvolvimento de sectores relevantes”, definindo uma “redução para metade das taxas aplicadas às em-barcações de pesca que utilizam os canais de uso público”.

Dotação para Segurança Social pode ser mais de 4.000 milhões

Receita fiscal do jogo cresceu

sentar qualquer orçamento suplementar à Assembleia Legislativa, uma vez que teria de transferir 150 por cento do seu valor total da reserva extraordinária para a reserva básica. Contudo isso não deverá ser necessário, uma vez que não estão previstas grandes despesas, segundo Francis Tam.

JACKPOT ORÇAMENTALQuanto à questão da injecção de capital no Fundo de Se-gurança Social, o secretário indicou que 1,6 por cento das receitas brutas do jogo de 2011 foram transferidas para a Fundação Macau e 2,4 por cento (ou seja 5,5 mil milhões de patacas) para a promoção do turismo, instalações públi-cas e bem-estar da sociedade, dos quais 60%, no valor de 3,3 mil milhões de patacas, para o Fundo de Segurança Social.

O mesmo responsável indicou que, devido ao au-mento das receita fiscais do Jogo, prevê um crescimento do montante da transferência para o Fundo de Segurança Social neste ano, aliado a mais 800 milhões, resultantes da alteração da actual per-centagem de 60 para 75, se-gundo proposta do Governo, prevendo-se, assim, que, em 2013, a dotação das receitas do Jogo para Fundo de Segu-rança Social possa ultrapassar os quatro mil milhões.

3políticaterça-feira 7.8.2012 www.hojemacau.com.mo

Joana Freitasjoana.freitas@hojemacau.com.mo

É a partir do dia 1 de Novembro que jo-vens com menos de 21 anos vão deixar

de poder entrar ou trabalhar em casinos. A lei de Condicio-namento da Entrada, Trabalho e Jogo nos casinos foi ontem aprovada na especialidade, mais de um ano depois de estar a ser analisada.

Com a nova lei – que deixa de fora os menores abrangidos que já traba-lham no sector – criam-se também normas para ajudar jogadores patológicos que pretendem deixar de jogar.

De fora do diploma ficam as lotarias e as casas de apostas – como as cor-ridas de galgos e cavalos –, que para já ainda podem receber clientes com menos de 21 anos. A decisão desa-grada aos deputados, que pretendem ver a introdução desta proibição na lei, assim que for revista. O Governo explica que a restrição ao sector do jogo em casinos se justifica por nesta área onde “mais aspectos socialmente negativos se colocam”.

O principal objectivo da lei é impedir que os jovens menores de 21 anos sejam arrastados para os proble-mas sociais derivados do jogo, mesmo que a decisão de aumentar em três anos a permissão para entrar ou trabalhar nos recintos de jogo tenha levantado algu-mas dúvidas. Apesar de não haver na Lei Básica qualquer norma que proteja os adultos entre os 18 e os 21 anos, e de serem considerados adultos todos os maiores de 18, o

Menores de 21 fora dos casinos a partir de Novembro. Tantopara jogar como para trabalhar

Adeus miudagem

Críticas ao Governo Ontem, no plenário, foi mais o tempo dedicado a correcções ao nível da escrita do diploma, do que propriamente os comentários ao objectivo da lei. Os deputados utilizaram a maior parte da tarde para apontar críticas e sugestões técnicas – diferenças entre as versões chinesa e portuguesa e alteração de expressões, entre outras. Alguns desses exemplos já tinham sido alertados pela comissão encarregue de analisar a proposta de lei na especialidade e foram novamente reiterados por Gabriel Tong, Ho Ion Sang e Mak Soi Kun, alguns dos deputados que mais intervieram no plenário de ontem. Ho Ion Sang solicitou mesmo ao Executivo que tivesse em atenção a qualidade dos textos das leis aquando da sua apresentação na AL. Segundo o parecer da comissão, liderada por Kwan Tsui Hang, houve esse alerta dos deputados do grupo antes do diploma subir a plenário pela segunda vez. Sem resultado. “O Governo entendeu declinar alterações no estilo ou mero aperfeiçoamento técnico e decidiu manter o texto como foi apresentado em Abril. Declinou quaisquer alterações à proposta.”

quem acarreta com a despesa maior, se permitirem que menores de 21 anos entrem ou trabalhem nos seus casi-nos. A multa mínima para as operadoras é de dez mil patacas, enquanto que para os indivíduos incumpridores será entre mil e dez mil.

RAEM A GANHAR Se houver violação da lei, são os cofres da RAEM que ficam a ganhar. É que todos os montantes ganhos em resultado desse incum-primento revertem para o Executivo e serão utilizados como fundos destinados à sociedade.

Macau tem já uma his-tória com dinheiros ganhos por crianças, com dois casos onde os menores ganharam apostas em casinos do ter-ritório. Nessa altura, numa das situações o tribunal considerou que o valor ga-nho deveria ser restituído ao casino, algo que não volta

mais a acontecer. “Se um menor entrar num casino e por alguma circunstância tiver oportunidade de efec-tuar apostas, esse contrato de jogo e a aposta são nulos e os montantes apostados revertem para a RAEM”, explicou na AL Duarte Chagas, assessor jurídico. No caso de os ganhos serem em bens ou serviços, é cal-culado o valor desses para que o dinheiro seja entregue à RAEM.

No caso de funcionários públicos violarem a lei – uma vez que também estão impedidos de jogar –, não são sanções que se aplicam, mas processos disciplinares.

A nova lei entra em vigor em Novembro, cinco meses depois de sucessivos adiamentos dada a sua com-plexidade. Estava há mais de um ano a ser discutida, mas conseguiu ser aprovada com o consenso de todos os deputados.

Executivo considera que a protecção deve ser feita contra o consumo de servi-ços que, apesar de legítimos, são inadequados para quem não tem maturidade.

“A elevação da idade mínima do acesso aos casinos é uma excepção justificada pelos valores que visam proteger, como o contacto precoce com o jogo”, cita o parecer da As-sembleia Legislativa (AL). “O interesse público de proteger os jovens entre os 18 e os 21 anos é coerente na medida em que a vários níveis o ordenamento jurí-dico local cria excepções para a aquisição de maio-ridade aos 18 anos.” São exemplo disso a obrigação de ter 40 anos para ser Che-fe do Executivo ou 21 para obter a carta de condução de pesados.

PROTEGER VICIADOS O diploma prevê que a Direcção dos Serviços de Inspecção e Coordenação de Jogos (DCIJ) possa proibir a entrada em todos os casinos a quem o peça, emitindo

uma interdição que pode ser requerida pelos próprios jogadores patológicos ou pela família. Neste caso, há sempre a necessidade de confirmação do jogador e a interdição pode ser anulada a qualquer momento, sendo levantada 30 dias após o pedido.

Mas há mais pessoas que podem ser proibidas de pisar o recinto dos casinos, além dos já impedidos fun-cionários públicos e magis-trados judiciais. “Quando o tribunal toma uma decisão de interditar determinado indivíduo de entrar nos casi-nos, informa oficialmente a DCIJ e é emitido um despa-cho pela DCIJ, que informa todas as concessionárias que determinado indivíduo está proibido de entrar”, explica Manuel das Neves, director da DCIJ.

EXCEPÇÕES E MULTASNão são só proibições que fazem a lei. O director da DCIJ terá poder discricioná-rio para permitir excepções à regra, por exemplo em casos onde o trabalhador, mesmo

menor de 21 anos, tenha uma técnica especifica necessária ao casino.

Esta disposição foi algo que inquietou Au Kam San, que questionou a possibilidade de poderem existir situações de abuso de poder se não fossem estipulados por lei os casos específicos em que isso poderá acontecer.

Para o assessor jurídico da DCIJ, não há motivos para alarme. “Pode dizer-se que este poder é bastante amplo, mas é difícil colocar na lei todas as situações. Temos um exemplo: se há um espectáculo dentro de um casino que capte a atenção do público e tenha menores de 21 anos como artistas com técnica necessária é autori-zado o seu trabalho dentro do casino”, explicou. “Não devemos preocupar-nos com abusos da parte da DCIJ por-que por trás desse acto [de autorização] há uma série de trâmites processuais.”

Para quem não cumprir a lei, a lei prevê sanções entre as mil e as 500 mil patacas. Aqui são as concessionárias

Nova lei entra em vigor a partir de Novembro.Se forem apanhados jovens a jogar, Governo ficacom dinheiro das apostas

4 sociedade terça-feira 7.8.2012www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia Silvaandreia.silva@hojemacau.com.mo

O pessimismo está longe de chegar à MGM Re-sorts, empresa-mãe da MGM China, por sua

vez detentora da operadora de jogo MGM Macau. Depois do analista financeiro Nicholas Pardini ter publicado um artigo de análise no website Seeking Alpha, falando de riscos de insolvência para a empresa, a MGM China desmente eventuais problemas.

A empresa salienta ter fortes resultados e balanços positivos. “Vamos anunciar os resultados internos de 2012 hoje e estamos confiantes na forte posição das nos-sas operações”, afirma a operadora

Cecília Lincecilia.lin@hojemacau.com.mo

UM estudo realizado pela União Geral das Associações dos

Moradores de Macau (UGAMM), coordenado pelo grupo especializa-do em política dos jovens, mostra que estes têm padrões de consumo equilibrados, mas cedem facilmen-te a tentações.

A conclusão assenta nos vários números obtidos pela investigação. Cerca de 70% dos

Empréstimos cresceram mais rápido do que depósitosDados divulgados pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), referentes ao mês de Junho, revelam que os empréstimos bancários cresceram acima dos depósitos dos residentes, tendo o rácio empréstimo\depósitos bancários registado “um crescimento contínuo”. Olhando para os depósitos dos residentes, registou-se uma subida de 0,3% entre Maio e Junho deste ano, tendo atingido o patamar dos 14,4 mil milhões de patacas. Os depósitos em patacas cresceram 1,7%, enquanto que noutras moedas, com excepção de dólares de Hong Kong, subiram 0,2%. Quanto aos não-residentes, os seus depósitos registaram uma subida de 1,8%, tendo chegado a um total de 125,7 mil milhões de patacas. Já o total de depósitos da actividade bancária teve uma subida de 0,6%, tendo chegado às 479,5 mil milhões de patacas em Junho. Olhando para os empréstimos feitos no sector privado, registaram uma subida de 2,5%, atingido em Junho 179,8 mil milhões de patacas. A análise feita pela AMCM ao crédito pelo uso económico, no segundo trimestre do ano, mostra que os empréstimos aumentaram 21,5% na área das industrias transformadoras, 10,2% no comércio por grosso e retalho e ainda 12,1% na área automóvel. As descidas sentiram-se no sector dos transportes, armazéns e comunicações, bem como as instituições financeiras não monetárias. Quanto aos empréstimos ao exterior subiram 6,8%, tendo atingido as 201,4 mil milhões de patacas.

Padrões de consumo dos jovens são equilibrados, embora eles cedam a tentações

Publicidade deixa bolsos mais levesentrevistados conseguiram fazer face às despesas do ano passado. Destes jovens (entre os 16 e os 35 anos), 80% mostra ter o hábito de poupar e 83% não ultrapassou o plafond do cartão de crédito.

Por outro lado, parecem sus-ceptíveis ao consumo de produ-tos publicitados, comprando sem necessidade. Segundo o estudo, que envolveu 700 inquiridos, 66% compra bens que depois não chega a usar. O que os move a comprar é, sobretudo, o interesse

pessoal. Só depois dão relevância ao preço e aos aspectos práticos.

APOSTA NA FORMAÇÃOOutra das conclusões do estudo prova que a geração mais jo-vem está mais consciente face à necessidade de qualificações académicas e, desta forma, do aperfeiçoamento pessoal. Os inquiridos até aos 29 anos pre-ferem usar o dinheiro atribuído anualmente pelo Governo – no âmbito do Programa de Forma-

Resultados internos da operadora serão divulgados hoje

MGM nega “potencial bancarrota”O analista financeiro Nicholas Pardini acredita que a MGM Resorts pode falir em dois anos. Ao Hoje Macau, a empresa desmente o cenário negro, realçando ter “fortes resultados” e estar “confiante nas operações”

em resposta enviada por e-mail ao Hoje Macau.

No referido artigo, o analista financeiro traçou as piores previ-sões para a operadora de jogo. “A MGM Resorts fez grandes apostas na China e em Las Vegas através de uma expansão dos projectos em Macau. Contudo, com o abran-damento económico da China e dos gastos dos visitantes de Las Vegas, a MGM viu duplicar as suas possibilidades de entrar em insolvência. Devido ao riscos de cash flow e de recuo económico, estou certo que a MGM está perto de enfrentar uma situação de cash flow que levará a empresa a uma potencial bancarrota.”

O analista frisa ainda que, com este cenário, a MGM fica com

“uma capacidade fraca para fazer face à obrigação dos seus interes-ses”, algo que poderá estar rela-cionado com os novos projectos que a empresa detém para o Cotai.

“POSIÇÃO FRACA”Para Nicholas Pardini, mesmo que os números do cash flow registem sinais positivos nos próximos três anos, a MGM “continuará em risco de bancarrota”. “Com cada acção a valer 2.33 dólares para despesas de juros e apenas acções a valerem 3.34 dólares no que diz respeito às reservas financeiras, a MGM tem apenas uma média de 1,44 anos para reaver o valor dos pagamentos até que possa pagar as suas obrigações de crédito. Mesmo com a alavancagem da indústria do jogo, a sua posição no mercado é fraca. Concorrentes como a Las Vegas Sands e a Wynn têm rácios de reservas/pagamentos de 15.83 e 24.59, respectivamente.”

Além disso, diz também, os facto-res económicos estão contra a MGM e a indústria do jogo. “As recentes noticias dos ganhos da Las Vegas Sands confirmam um abrandamento dos casinos, tanto em Singapura como em Macau”, afirma o analista, que ainda fala de um cenário nega-tivo nos Estados Unidos. “Segundo o Conselho do Jogo no Nevada, os gastos em Las Vegas desceram 18% em Maio de 2012.”

ção Contínua – para estudar, enquanto os jovens até aos 35 anos não dão tanta importância aos estudos.

O grupo de política dos jo-vens da UGAMM encarregue do estudo propõe não só que o Go-verno continue a apoiar financei-ramente os jovens para este fim como ainda aumente o montante. Em seu entender, Macau está a tornar-se uma cidade internacio-nal que pode enfrentar cada vez mais a concorrência estrangeira, pelo que é necessário aumentar a competitividade através do auto-aperfeiçoamento.

A mesma entidade incita os jovens a fazerem uma melhor gestão do seu dinheiro, através de investimentos calculados ou de planos de poupança pessoal, já que dos 80% que poupam ape-nas 8,2% investe esse dinheiro. Assim, os jovens devem usar um terço ou um quarto do seu salá-rio em depósitos a prazo, para terem preservação do capital de valor agregado, além de obterem melhor capacidade de suportar o risco e o nível de gestão finan-ceira, para se prepararem para as diferentes fases da vida.

5sociedadeterça-feira 7.8.2012 www.hojemacau.com.mo

O director do Centro Hospitalar Conde São Januário, Chan Wai Sin, anunciou ontem o novo serviço. Por confirmar, no entanto, ficou a sua data de entrada em funcionamento

Rita Marques Ramosrita.ramos@hojemacau.com.mo

EM dia de cerimónia de acreditação do Centro Hospitalar Conde São Januário

(CHCSJ), o consultor da auto-ridade médica de Hong Kong, Lawrence Lai, deslocou-se ao território para louvar o hospital que, em seu entender, faz uma triagem adequada de pacientes para transplantação de órgãos no exterior, nome-adamente em coordenação com a região vizinha.

“O que é requerido a nível de acreditação [atribuída pelo

Gonçalo Lobo Pinheiroglp@hojemacau.com.mo

NO passado mês, Macau foi assolada pelo tufão Vicente,

que chegou a fazer içar o sinal 9, algo que nunca tinha acontecido desde que a RAEM existe como tal. Durante as horas em que o tufão passou pelo território a companhia de bandeira da RAEM, a Air Macau cancelou diversos voos, mas alguns aviões desco-laram de Macau com o sinal 8 de tufão içado. Para a Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) “tal prática é comum em todo o mundo” e depende muito da “ve-locidade do vento, da sua direcção e da visibilidade”.

Para a AACM, que aproveitou a oportunidade para esclarecer

Pacientes renais com urgência de cirurgia já não vão para Hong Kong

Transplantes realizam-se em Macau

Tufão de sinal 8 não impede descolagem e aterragem de aviões

Voar no limite

Acreditação hospitalarO CHCSJ passou oficialmente no teste do Australian Council on Healthcare Standards, organização independente e sem fins lucrativos dedicada à melhoria dos cuidados de saúde. E com distinção. Esta foi a primeira vez que o hospital se candidatou a acreditação internacional da instituição e conseguiu obter a aprovação em todos os 45 critérios em avaliação, sendo que em três obteve mesmo o nível 4, em cinco possíveis. O resultado é válido por quatro anos. Fernando Gomes, médico do CHCSJ e vice-presidente da Associação de Médicos de Macau, revela que “o trabalho feito ao longo de quase dois anos foi merecido” e mostra que “o hospital tem um critério de qualidade sobreponível ao exigível na Austrália”. O especialista refere que os serviços foram obrigados a fazer uma serie de revisões para cumprir as normas propostas, sendo que muitos já correspondiam a alguns dos critérios.

Australian Council on Heal-thcare Standards (ACHS)] é que haja um sistema que faça a triagem de pacientes de acor-do com as suas necessidades prioritárias de transplantação e uma avaliação da condição do paciente”, sublinhou o também consultor honorário do Centro Hospitalar Conde de São Januário.

Apesar de ainda não existir uma legislação so-bre dádivas e colheitas de órgãos, o director do CHCSJ e, também, vice-director dos Serviços de Saúde (SS),

Chan Wai Sin, confirmou que Macau vai realizar transplantes de rim no novo Hospital das Ilhas, na Taipa, ainda não prevendo um ca-lendário específico para tal. “O Ministério Nacional de Saúde espera que Macau rea-lize programas de transplan-te de rim, mas a doação de órgãos precisa cumprir um melhor processo, bem como estabelecer indicadores ob-jectivos doações”, explica o responsável dos SS.

O vice-ministro da Saúde do Governo Central, Huang

Jiefu, disse em Outubro que Macau iria constar do futuro sistema de doação e distri-buição de órgãos, tendo para tal de criar regulamentação nesta área. Mário Évora, mé-dico cardiologista, aponta a medida como exequível, já que existe “tempo para até lá se produzir a legislação necessária”.

Lawrence Lai veio subli-nhar os esforços dos SS de Macau com os novos planos previstos para o novo hos-pital. “Haverá instalações, melhoramentos e novos blo-cos de emergência, pelo que estou certo que o Governo está a tentar o seu melhor para responder às necessi-dades”, confia o consultor honorário do CHCSJ.

A maioria dos pacientes de Macau com necessidade de transplantes tem actual-mente de recorrer a Hong Kong, que faz uma triagem de acordo com a necessidade dos pacientes, sem distinção entre residentes de Hong Kong e de Macau, afirma Lawrence Lai, ressalvando fragilidades. “Não é possí-vel providenciar resposta imediata a todos os pacien-tes. Por várias razões, por exemplo constrangimentos de recursos e instalações.”

A AACM lembrou ainda que cada companhia aérea tem as suas próprias regras e directrizes internas. Nesse sentido, “toda a garantia de segurança de um voo é da responsabilidade da companhia aérea e dos seus profissionais”.

ATÉ DIA 22A AACM também abordou o pro-cesso de promoção a comandante que a Air Macau está a reformular com o apoio da autoridade. O mesmo terá fim no próximo dia 22 e nessa data a companhia de ban-deira da RAEM “será obrigada a apresentar um relatório final sobre a aplicação e eficácia do programa” que fará uma avaliação.

Durante os meses em que o processo está a escrutínio pela AACM, a Air Macau “apresentou na sua proposta sete candidatos a participarem na formação de pro-moção a comando”. “Todos esses sete candidatos foram devidamente acompanhados no processo de formação e a nossa Autoridade concedeu a consequente licença de comandante.”

pormenores de descolagem e aterragem em condições adversas, tudo depende de diversos factores. A entidade destacou “condições meteorológicas desfavoráveis, problemas técnicos na aeronave, congestionamento de rotas ou emergências no aeroporto”. “Cada aeronave tem a sua especificidade e cada uma tem diferentes capaci-dades para suportar o vento, seja qual for a sua direcção”, explicou a assessoria da AACM. “A ve-locidade do ventou pode ou não permitir que determinado avião possa descolar ou aterrar. Nesse caso o aeroporto, através da sua torre de controlo, apresenta uma série de informações sobre as con-dições climatéricas, em tempo real, que podem levar ou não o piloto a levantar o avião.”

6 nacional terça-feira 7.8.2012www.hojemacau.com.mo

O Ministério de Segu-rança Pública chinês informou que foram detidas quase 2.000

pessoas numa operação nacional contra a falsificação de medica-mentos, incluindo fármacos para o tratamento do cancro.

De acordo com um comu-nicado publicado na noite de domingo, na página de internet do ministério, foram apreendidos medicamentos falsos e logótipos de marcas falsificadas avaliados em cerca de 1,3 mil milhões de patacas. Segundo a declaração ofi-cial, que não esclarece se as drogas apreendidas eram para o mercado interno ou para o internacional, as prisões ocorreram no final de Ju-lho, mas foram anunciadas apenas este domingo.

Os medicamentos falsos eram vendidos para tratar a hipertensão, diabetes, doenças de pele e outras “doenças complicadas”, incluindo cancro.

O governo chinês tem vindo, nos últimos anos, a reforçar a regulamentação das normas de segurança nas indústrias alimentar e farmacêutica, na tentativa de limpar o mercado de alimentação e medicamentos, que sofrem com a invasão de produtos falsos.

Um antigo director da principal agência de segurança alimentar e de medicamentos chinesa, Zheng

Mais de 100 soterrados em deslizamento de terrasMais de 100 pessoas ficaram soterradas num deslizamento de terras devido às chuvas fortes na localidade de Tiejia, na província chinesa de Yunnan, no sudoeste do país, informou ontem a agência Xinhua. Inicialmente foi informado que estariam 200 pessoas soterradas, mas durante as primeiras horas após o acidente foram resgatados 80 habitantes. As equipas de resgate continuam os trabalhos no terreno, indicou a Xinhua. Diversas províncias na China sofrem condições meteorológicas muito adversas devido à influência dos tufões Damrey e Saola, que causaram pelo menos 14 mortos naquele país asiático. Entretanto, a China permanece em alerta face à aproximação de um terceiro tufão, designado Haikui.

Explosão em fábrica causa 13 mortosUma explosão numa fábrica no leste da China causou 13 mortos e 14 feridos no domingo na cidade de Wenzhou, província de Zhejiang, informou a agência Xinhua. Segundo a agência oficial, a fábrica familiar, que produzia fechaduras, era ilegal, e a explosão ocorreu na sequência de trabalhos com as máquinas.

NOS últimos anos, para enfrentar o envelhe-

cimento da população, o governo chinês tomou várias medidas e estabeleceu um sistema de serviço social para promover o desenvol-vimento do atendimento à terceira idade no país, diz a Rádio China. Um funcionário do Ministério de Assuntos Civis chinês anunciou que o governo vai aperfeiçoar mais o sistema de benefícios para a terceira idade, aumentar o investi-mento no sector e desenvol-ver esforços para permitir que todos os idosos tenham uma velhice tranquila.

Actualmente, a China tem 185 milhões de idosos com mais de 60 anos, 13,7% da população total do país. Entre eles, 20 milhões têm mais de 80 anos. Em 2002, a China passou a ser um país que enfrenta o envelheci-

Cerca de 2.000 detidos em operaçãode combate a medicamentos falsificados

Guerra à banha da cobra

Xiaoyu, foi executado em 2007, depois de ter sido considerado culpado de corrupção e de aceitar subornos, na sequência de uma série de escândalos envolvendo comida contaminada e remédios falsos.

PREÇOS BAIXOSAs autoridades chinesas têm tam-bém como objectivo proteger o mercado de medicamentos, numa altura em que as universidades e as companhias farmacêuticas es-tão a apostar no desenvolvimento de novas drogas. Ultimamente, os grupos estrangeiros como a Roche Holding AG e a Pfizer Inc. têm investido fortemente no país.

Segundo os dados da IMS He-alth, a expectativa é que a venda de fármacos na China atinja o valor de cerca de 890 mil milhões de patacas em 2015, aproximada-mente o triplo do valor alcançado em 2010.

A comercialização de fárma-cos tem vindo a tornar-se num problema no mercado chinês, com várias províncias a criar sistemas de oferta em que as companhias de medicamentos ganham contratos farmacêuticos através de promes-sas de qualidade de produtos a preços baixos. Esta situação tem vindo a pressionar a indústria farmacêutica a produzir a custos cada vez menores.

A indústria interna tem dito que os baixos preços trazem consequências indesejadas. Em Abril, o departamento regulador de medicamentos na China sus-pendeu a venda de 13 produtos alegando que continham crómio em níveis elevados. As cápsulas em questão eram feitas de restos de couro, o que elevou a quantida-de de crómio nos medicamentos.

Sistema de atendimento à terceira idade será aperfeiçoado

185 milhões com mais de 60 anosmento da população e desde então que o fenómeno social tem acelerado.

Para lidar com a situação,

o governo chinês começou a fornecer serviços de aten-dimento nas comunidades e em casas. Entre os anos de

2001 e 2004, o Ministério de Assuntos Civis investiu cerca de 16 mil milhões de patacas para a construção

de 32 mil estabelecimentos com o nome de “Casa de Estrela para Idosos” na China e estimulou também

as comunidades a criarem asilos e centros de saúde, informou a estação.

VÁRIOS INVESTIMENTOSNeste momento a China tem cerca de 3.500 centros de serviços para idosos. O vice--director do departamento de serviços para idosos do Mi-nistério de Assuntos Civis, Li Banghua, ressalvou que estes centros das comunidades têm também escolas e universida-des para que a terceira idade possa enriquecer sua vida.

No entanto a China ainda não tem capacidade suficiente para enfrentar o envelheci-mento populacional e ainda faltam recursos sociais e organizações para responder à procura dos idosos. O Mi-nistério de Assuntos Civis declarou ainda que vai tomar medidas positivas para aper-feiçoar o sistema e ampliar o investimento no sector.

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7nacionalterça-feira 7.8.2012 www.hojemacau.com.mo

Banco central anuncia ajuste monetárioO Banco Popular da China anunciou que irá reforçar o ajuste da sua política monetária na segunda metade do ano, indicando que vai injectar mais liquidez na economia chinesa. Em nota publicada no seu site oficial, reiterou a importância de promover uma política monetária mais progressista e eficaz, para apoiar um crescimento económico firme e relativamente rápido. O anúncio acontece numa altura em que analistas antecipam novos cortes nas taxas de juro e nas reservas dos bancos e em que a China regista uma diminuição da procura pelos seus produtos e abrandamento da inflação.

Número de dadoresde medula atinge recordeOs potenciais dadores alistados no Programa de Doadores de Medula Óssea da China chegaram a 1,492 milhões, fazendo do banco de medula óssea o quarto maior do mundo em termos de dadores, anunciou a vice-presidente executiva da Sociedade da Cruz Vermelha da China. O banco auxiliou cerca de 3 mil doações de células tronco hematopoese para pacientes dentro e fora do país e descarregou as informações de 50 mil doadores para a Associação Mundial de Doadores de Medula Óssea, indicou Zhao Baige.

Resgate em áreasafectadas por enchentes O Ministério dos Assuntos Civis da China informou este domingo que os departamentos responsáveis já iniciaram os trabalhos de resgate nas províncias de Heibei e Liaoning, afectadas por enchentes. Segundo as estatísticas, desde o dia primeiro de Agosto, as fortes chuvas já afectaram mais de 1,45 milhões de habitantes na província de Liaoning, fazendo um morto e cinco desaparecidos e destruindo mais de 69,7 mil hectares de terras cultivadas. As perdas financeiras atingem cerca cerca de 3 mil milhões de patacas. Na província de Hebei, as chuvas também já causaram a evacuação de 2,33 milhões de pessoas e destruíram mais de 9 mil casas.

AS acções asiáticas subi-ram para o maior nível dos últimos três meses nesta segunda-feira. Os

dados do emprego nos Estados Uni-dos, mais fortes do que o esperado, e o crescimento do optimismo em relação às acções europeias sobre a crise da dívida aumentaram o apetite dos investidores.

Mas as cautelas devem con-tinuar até que sejam tomadas medidas concretas, o que pode acontecer nas próximas semanas. Entretanto, os investidores devem estar atentos, no curto prazo, aos dados da balança comercial, em-préstimos bancários e investimen-to da China, que começarão a ser divulgados na quinta-feira, para

Acções sobem com dados dos EUA e esperança sobre Banco Europeu

Maior nível em três meses

Numa altura em que o “desenvolvimento verde” e o baixo consumo de carbono são uma tendência global, a China adoptou uma série de medidas para impulsionar o consumo e

desenvolvimento de produtos mais económicos, informa a rádio China. Para o director do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Pan Jiahua, as novas tecnologias, a promoção e utilização de poupança energética e o baixo consumo de carbono do país obtiveram grande êxito nos últimos anos. “A conservação de energia e baixo consumo de carbono da China é um sector onde já se obtiveram grandes êxitos. Devido à promoção de novas tecnologias, o consumo de energia per capita e as

emissões de gases do efeito estufa (GEE) per capita do Produto Interno Bruto registaram as maiores quedas no mundo.” Já o director-geral do Centro de Conservação de Energia Nacional, Li Yangzhe, indicou que a protecção ambiental já se tornou um consenso popular. “Além dos trabalhos do governo e das empresas, o desenvolvimento verde também pede acção conjunta dos habitantes. Os cidadãos chineses já têm consciência da importância da protecção ambiental e do baixo consumo e sabem que estes dependem da acção de todos.”

Autoridades impulsionam consumo de produtos mais económicos

ter uma perspectiva da economia global mais sólida.

O banco central da China pro-meteu no domingo intensificar o aperfeiçoamento da política monetária e melhorar a política de crédito, para impulsionar a segunda maior economia do mundo, que tem mostrado sinais de estabilização em vez de uma retoma forte.

O índice MSCI que reúne mer-cados da região Ásia-Pacífico, com excepção do Japão, subia 1,52%, para o maior nível dos últimos três meses, com as acções de Hong Kong a conseguirem subir 2%, ficando entre os melhores desem-penhos da região. O índice Nikkei do Japão expandiu 2%.

“Chegou a hora de mudar os fundos para activos de risco, uma vez que os mercados limitaram o espaço para mais quedas a partir daqui”, disse o gerente de fun-dos de commodities do Astmax Investments, Tetsu Emori. “Os investidores podem estar a ques-tionar-se por que se apressaram a vender quando o BCE (Banco Central Europeu) e o Fed (banco central dos Estados Unidos) disse-ram que vão tomar acções quando for preciso. Eles nunca disseram que não iam fazer nada.”

NOTÍCIAS POSITIVASOs investidores reavaliaram a declaração do BCE após a reunião da última quinta-feira,

que sugeriu acções para breve de modo a conter o aumento do empréstimo em Espanha.

Os dados do emprego acima das expectativas nos Estados Unidos fizeram crescer os activos mais seguros como os Treasuries (títulos do governo norte-americano) e o dólar, e impulsionaram acções globais e petróleo na sexta-feira.

Ao mesmo tempo, um aumento na taxa de desemprego deixou muitos economistas ainda à espera de estímulo monetário adicional do Fed no princípio de Setembro.

Em Singapura, as acções su-biram 0,67%, a Bolsa de Taiwan avançou 0,95%, enquanto Sydney teve ganhos de 1,21%. O índice referencial de Xangai subiu 1,04%.

EDITALPrédio em ruínaEdital n.º : 83/E/2012 Processo n.º :66/AR/2008/FLocal : Rua da Barca da Lenha n.º 53, Macau

Chan Pou Ha, Directora Substituta da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, faz saber por este meio ao proprietário – WU SI, inquilinos ou demais ocupantes do prédio acima indicado, que o mesmo se encontra em ruína conforme o parecer da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, pelo que, nos termos dos artigos 54.º e 55.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto e por meu despacho de 31/07/2012, devem proceder, no prazo de 20 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, à desocupação e demolição do prédio, bem como limpeza e vedação do terreno com tapume adequado.

Para o efeito, deverão apresentar previamente nestes Serviços o respectivo projecto, de acordo com o Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto.Caso não seja dado cumprimento ao teor do presente edital, esta Direcção de Serviços, sem prejuízo da aplicação da multa estabelecida no

artigo 67.º do citado diploma legal, executará, nos termos do disposto no artigo 56.º, os trabalhos acima mencionados a partir do termo do prazo atrás referido, a expensas do seu proprietário.

Na falta de pagamento voluntário da despesa, proceder-se-á à cobrança coerciva da quantia em dívida pela Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças.

Da minha decisão cabe recurso hierárquico para o Chefe do Executivo, a interpor no prazo de 15 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, nos termos do artigo 59.º do referido diploma legal.

Aos 31 de Julho de 2012.A Directora dos Serviços, Subst.ª

Chan Pou Ha

8 publicidade terça-feira 7.8.2012www.hojemacau.com.mo

DECLARAÇÃO

Na sequência de diversos artigos publicados recentemente em jornais de Macau, o Consórcio CCSC (“CCSC”), que presentemente opera a Central de Incineração de Resíduos Sólidos de Macau (CIRS) deseja clarificar o seguinte, de forma a informar adequadamente o público em geral:

1. No nosso entender, os fundamentos com os quais a DSPA aplicou a multaà CCSC não tomaram em conta as normas técnicas e legais que regulam a operação da CIRS, tendo portanto a DSPA incorrectamente considerado excessivos os níveis de emissões que são legal e contratualmente válidos e normais nos termos da legislação da EU aplicável à operação de centrais de incineração;

2. Consequentemente, a CCSC não concorda com a aplicação da multa e já a contestou junto dos Tribunais de Macau.3. A CCSC reafirma o seu compromisso continuado de cooperação com a

DSPA na protecção do meio ambiente de Macau e continuará a operar a CIRS de acordo com os mais altos níveis de competência técnica e de transparência operacional.

Consórcio CCSC – Incineração de Resíduos de Macau 2012-08-07

9regiãoterça-feira 7.8.2012 www.hojemacau.com.mo

O reactor 1 da central nuclear sul-coreana de Gori, que esteve no centro de uma polémica

por uma falha eléctrica ter sido encoberta por operários em Feve-reiro, foi reactivado ontem após uma longa inspecção, confirmou à Efe o Ministério da Economia e Conhecimento de Seul.

O reactor de 578 megawatts e 34 anos retomou as operações em plena onda de calor, que ameaça provocar uma escassez de energia na Coreia do Sul. Só vai funcionar em plena capacidade a partir de sexta-feira.

Após uma investigação de qua-tro meses, que incluiu especialistas internacionais, a Comissão de Segurança Nuclear da Coreia do Sul aprovou o reinício da unidade, que deveria ter encerrado em 2008, mas cuja vida útil foi entretanto prolongada mais dez anos.

O incidente remonta a 9 de Fe-vereiro, quando o reactor da central Gori (a 450 quilómetros a sul de Seul) deixou de ter abastecimento

O número de turistas estrangeiros a visitar

a Coreia do Sul ultrapassou pela primeira vez, no espaço de um mês, a fasquia de um milhão, em Julho, informou este domingo o Ministério da Cultura, Desporto e Turismo em Seul.

Calcula-se que 1,02 mi-lhão de visitantes chegaram ao país asiático em Julho, o que supera o recorde de 970 mil alcançado em Abril, segundo detalhou um porta-voz do Ministério à agência Yonhap.

As autoridades, que atri-buíram este aumento à crescente popularidade da

cultura pop coreana no ex-terior, aspiram a alcançar a marca de mais de 11 milhões de visitantes estrangeiros no corrente ano de 2012.

No ano passado a maioria dos estrangeiros que visitou a Coreia do Sul veio do Japão (34%), seguidos dos da Chi-na (27%), embora em Julho, pela primeira vez, a chegada de visitantes chineses tenha superado a de provenientes do Japão.

Na primeira metade do ano, 5,33 milhões de es-trangeiros viajaram para a Coreia do Sul, 23,3% a mais do que no mesmo semestre

de 2011, segundo os dados divulgados.

EXPO AJUDAEste ano o turismo da Coreia do Sul também conta com o incentivo da Expo Internacio-nal de Yeosu 2012, sucessora de Saragoça (Espanha) 2008 e inaugurada em Maio passa-do, que conseguiu atrair até agora mais de seis milhões de visitantes, a grande maioria deles sul-coreanos.

A Expo de Yeosu, no sudoeste do país e que conta com a participação de 104 países, termina no dia 12 de Agosto.

Primeiro-ministro indiano chocado com massacre nos EUAO primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, disse ontem que “estava profundamente chocado e triste” com a morte de pelo menos seis pessoas num templo sikh nos Estados Unidos. “Que estes actos de violência sem sentido tenham atingido um local de culto religioso é particularmente doloroso”, afirmou, em comunicado, Manmohan Singh, também ele da comunidade sikh. “Estou profundamente chocado e triste”, disse Singh, acrescentando que a Índia permanecia “em solidariedade com todos os americanos amantes da paz” que condenaram o ataque. O responsável disse ainda esperar que “as autoridades cheguem às famílias enlutadas e garantam condições para que tais actos violentos não se repitam no futuro”. Um homem armado atacou, no domingo, fiéis num templo sikh de um subúrbio de Wisconsin, no oeste dos Estados Unidos, matando pelo menos seis pessoas antes de ter sido abatido a tiro pela polícia.

A cidade japonesa de Hiroshima recordou

ontem as vítimas da primei-ra bomba atómica, numa cerimónia em que foram assinalados os 67 anos do ataque e renovados os apelos à paz, à não proli-feração e à abolição das armas nucleares. Dezenas de milhares de pessoas juntaram-se ao início da manhã no Parque Memo-rial da Paz de Hiroshima, onde, às 8h15 locais, um minuto de silêncio marcou o momento em que a cidade sofreu o primeiro ataque nuclear da história.

Estima-se que a bomba

Little Boy, lançada pelos Estados Unidos, acabou de forma imediata com a vida de 80.000 pessoas, e que no final de 1945 o número de vítimas tenha atingido cerca de 140.000 mortos, além das vítimas de radiação regista-das nos anos seguintes.

“Não podemos deixar esquecer a tragédia”, afir-mou durante a cerimónia o primeiro-ministro ni-pónico, Yoshihiko Noda, insistindo que o Japão, único país que sofreu um ataque atómico, deve lide-rar o debate internacional sobre não proliferação e desarmamento nuclear.

Noda também se referiu ao desastre que no ano passa-do ocorreu na central nuclear de Fukushima e que mantém afastadas da zona dezenas de milhares de pessoas devido à radioactividade, assegurando que o Executivo fará “todo o possível” para descontaminar a zona, para que os deslocados possam retomar as suas vidas.

O primeiro-ministro reiterou que o seu governo levará adiante uma políti-ca energética com vista a reduzir a dependência das centrais nucleares e garantir a segurança energética a longo prazo.

Reactivado reactor nuclear sul-coreano que sofreu apagão

Alerta de escassez energética

Mais de 1 milhão de turistas estrangeiros visitaram a Coreia do Sul em Julho

Chineses estão à frenteTragédia atómica de Hiroshima

recordada 67 anos depois

“Não podemos deixar esquecer a tragédia”

Entretanto, a companhia de electricidade estatal da Coreia do Sul emitiu um aviso de escassez energética, indicando que as reservas estão perigosamente bai-xas, e a onda de calor que assola o país fez aumentar o consumo de energia.

O aviso da Companhia de Energia da Coreia do Sul (KEPCO) foi emitido para prevenir cortes de energia, disse o Ministério da Eco-nomia e Conhecimento, instando lares, fábricas e outros utilizadores a diminuírem voluntariamente o consumo.

As temperaturas no país per-maneceram acima dos 35 graus célsius durante 10 dias consecu-tivos, aumentando o uso do ar condicionado.

eléctrico, essencial para manter a refrigeração, durante 12 minutos, no decurso de uma inspecção de segurança.

A Coreia do Sul, cuja energia depende quase 50% das suas cen-trais nucleares, tem um total de 23 reactores activos.

À MÍNGUAO reactor Gori-1 tinha retomado as operações a 4 de Março depois de concluída uma inspecção, mas o organismo sul-coreano de seguran-ça nuclear decidiu parar depois de receber o relatório sobre o acidente, que ocorreu a 9 de Fevereiro.

A central nuclear de Gori, na cidade costeira de Busan, está em funcionamento desde 1978 e conta com cinco reactores.

10 terça-feira 7.8.2012www.hojemacau.com.moreportagem

Andreia Sofia Silvaandreia.silva@hojemacau.com.mo

Cecília Lincecilia.lin@hojemacau.com.mo

HOMEM admirador do poder imperialista que governou a China du-rante séculos, Yu Yun

Aixinjueluo acompanhou de perto a queda do seu primo Pu Yi, homem que se tornou imperador da China durante a Dinastia Qing em 1908. O seu reinado viria a cair graças à Revolução Xinhai, levada a cabo por Sun Yat-sen em 1912 (ver caixa)

Foram os mesmos ventos re-volucionários que levaram Yu Yun Aixinjueluo a Taiwan, depois da guerra civil entre os combatentes de Sun Yat-sen, os Kuomitang, e os co-munistas. Aí viria a tornar-se um dos mais influentes académicos na área da cultura chinesa, na Universidade Nacional Dong Hwa, em Taiwan. O seu percurso cruzou-se com o antigo aluno do curso de filosofia,

Pu Yi foi o último imperador de uma China em mudança no início do século XX, tendo enfrentado a revolução de Sun Yat-sen e as invasões japonesas na II Guerra Mundial. O seu primo, Yu Yun Aixinjueluo, acompanhou-o na tentativa de recuperar o império. O professor Huang Shih-Han foi seu aluno e contou histórias do professor ao Hoje Macau

A história de Yu Yun Aixinjueluo, primo do último imperador chinês

Pu Yi e o professor de Taiwan

Huang Shih-Han, que actualmente lecciona cultura chinesa em diversas universidades taiwanesas.

Ao Hoje Macau, Huang Shih-Han falou do pensamento politico do seu an-tigo professor, falecido o ano passado, e da sua ligação ao imperador Pu Yi.

“UMA RELAÇÃO CONTURBADA”“O meu professor tinha uma relação conturbada com Pu Yi, e tinha quase

a mesma idade que ele”, começa por contar Huang Shih-Han. “Mas en-quanto seu primo era a única pessoa que tinha capacidade para o ajudar, então estiveram sempre juntos a discutir uma possível recuperação do poder imperial. No fim, acabaram por se afastar, e o seu primo acabou por ir para Taiwan”.

Yu Yun Aixinjueluo acabaria por se tornar uma figura conhecida na

sociedade da Ilha Formosa. “Yu Yun foi um dos talentos nomeados por Jian Jieshi, o primeiro presidente de Taiwan, para ser transferido da China para a Ilha Formosa, na altura em que os Kuomitang fizeram a guerra civil com os comunistas. Porém, Pu Yi recusou-se a ser um membro deles, bem como do Partido Comunista Chinês. (PCC)”

TENTATIVA DE UM NOVO IMPÉRIOA seguir à Revolução Xinhai que pôs fim à Dinastia Qing, Sun Yat-sen criou os Kuomitang, partido político que governou a República da China (hoje Taiwan) entre 1928 a 1949, até à chegada de Mao Tse-Tung, fundador da República Popular da China (RPC). Mas a sede de poder chegou a subir à cabeça do primo de Pu Yi. “No inicio, o meu professor pensava que poderia ser o imperador de Taiwan, mas como os Kuomi-tang iniciaram de forma rápida a guerra civil, com Taiwan a ficar independente a seguir, o seu sonho ficou quebrado. Porém, deixou-nos

muitos pensamentos políticos, com uma ligação ao Confucionismo”, conta-nos o académico.

Olhando para trás, o professor Huang Shih-Han diz que o seu professor acreditava que o último imperador da China “tinha talento para estudar, mas não para gerir o país”. “Apesar disso, ele pensava que Pu Yi foi melhor dirigente do que Sun Yat-sen, porque este quis trazer cedo demais a democracia para a China. Trouxe um conflito para a sociedade que se prolongou por várias décadas. Dizia ainda que os mortos das guerras entre o inicio e o fim da Dinastia Qing foram me-nos do que na Revolução Xinhai”, explica Huang Shih-Han.

A CULTURA E OS COMUNISTASDa ligação de Huang Shih-Han ao primo do imperador ficaram pensa-mentos da cultura chinesa. O docente conta que Yu Yun Aixinjueluo cul-pava o Partido Comunista Chinês (PCC) pela “morte” da cultura chinesa. “O meu professor dizia que o PCC destruiu a cultura, e conside-rava que o país estava a entrar em declínio, graças à entrada da cultura ocidental e do capitalismo, o que ensinou os chineses a tornarem-se cada vez mais gananciosos e sem respeito pela ética.”

Até ao fim da sua vida, Yu Yun Aixinjueluo manteve-se fiel aos valores imperiais. “Ele dizia que a cultura chinesa está acima das outras, e que existia a necessidade de conservar o poder imperial, por considerar que o sistema de uma mo-narquia constitucional seria o mais indicado para governar a China. Na opinião dele, os ministros poderiam ser escolhidos através das eleições, mas o poder imperial não, porque só desta forma a cultura chinesa poderia ser conservada.”

Nesse sentido, o académico che-gou mesmo a acusar o último impera-dor de se ter tornado subserviente dos comunistas. “O meu professor dizia que o sistema de dinastias poderia ter sido substituído, mas que a cultura só poderia ser herdada, em vez de ser substituída ou destruída. Ele tinha pena que a China estivesse a perder o seu núcleo cultural, porque achava que um país não era apenas forte pela sua economia ou pelo sistema militar, mas também pela cultura, o espírito forte para gerir o país.”

Yu Yun Aixinjueluo

Sun Yat-sen Vestido Qipao criado na Dinastia Qing

11terça-feira 7.8.2012 www.hojemacau.com.mo reportagem

Os anos que mudaram a China Imperial Foi em 1908 que, com apenas dois anos de idade, Pu Yi (também conhecido por Aixinjueluo Pu Yi), se tornou imperador da China, cargo que ocupou até a a Revolução Xinhai o forçar a abdicar do trono, em 1912. Proclamada a República da China, Pu Yi pôde continuar a morar na Cidade Proibida, onde manteve o titulo de imperador. Em 1917, uma tentativa de restauração da monarquia pelo general Chang Hsun fez com que Pu Yi voltasse a ocupar o trono por 12 dias. Em 1924, quando os Kuomitang de Sun Yat-sen ocuparam Pequim, o imperador Pu Yi refugiou-se na embaixada do Japão na capital chinesa, e depois em Tientsin. Aquando da ocupação da China Setentrional pelos japoneses, na zona da Manchúria, Pu Yi tornou-se o “imperador fantoche” dos invasores. Depois da derrota do Japão na II Guerra Mundial, a Manchúria acabaria devolvida à China e Pu Yi foi capturado pelos soviéticos, em 1945. Entregue posteriormente aos comunistas, o último imperador chinês passou por um campo de “reeducação para criminosos de guerra” até finais dos anos 50. Já depois da criação da República Popular da China, Mao Tse-Tung permitiu a presença de Pu Yi em Pequim, onde trabalhou como jardineiro e bibliotecário. Escreveu uma autobiografia e não lhe faltaram mulheres, tendo casado com duas imperatrizes e três concubinas. Um cancro renal tirou-lhe a vida em 1967.

12 vida terça-feira 7.8.2012www.hojemacau.com.mo

A Direcção dos Serviços de Pro-tecção Ambien-tal (DSPA) acaba

de publicar o relatório final sobre a segunda fase de consulta pública face ao “Planeamento da Protecção Ambiental de Macau 2010-2020”. Segundo o organis-mo, “o nível de satisfação da população sobre o actual estado ambiental de Macau é considerado moderado”, sendo que as suas preocupa-ções principais recaem sobre “poluição do ar, tratamento de resíduos sólidos, poluição

CENTENAS de milhões de pequenas bolinhas de plás-

tico, potencialmente tóxicas, surgiram nas praias de Hong Kong há mais de uma semana, depois de um contentor ter caí-do de uma embarcação durante a passagem do Vicente, o pior tufão dos últimos 13 anos a atingir Hong Kong e Macau.

O Governo de Hong Kong estimou que 150 toneladas de bolinhas podem ter sido derramadas nas suas praias, informou a TV de Hong Kong durante o fim-de-semana.

SARAH, uma chita do jardim zoo-lógico de Cincinnati, superou em

quase quatro segundos a marca obtida pelo “homem mais rápido do mundo”, fazendo 100 metros em apenas 5,9 segundos.

A veloz Sarah, de onze anos de idade, acaba de revalidar o “título” de chita mais rápida do mundo (alcançado em 2009), ao fazer 100 metros em ape-nas 5,95 segundos. E mesmo sem ter ido aos Jogos Olímpicos de Londres, Sarah consegue não só superar a sua an-terior marca pessoal (6,13 segundos), como bater em quase quatro segundos

Relatório da DSPA revela vontades dos cidadãos

Confiança “moderada” no ambiente

Milhões de bolinhas de plástico surgem em praias de Hong Kong

A culpa é do VicenteSarah não foi aos Jogos Olímpicos

mas bateu Usain Bolt

A chita mais rápida

mostrou interesse quanto à “optimização do ambiente para o tornar mais habitável e adequado ao turismo”. 20% dos entrevistados mostram--se focados no “mecanismo de execução e supervisão do plano” e na promoção da reciclagem e poupança de recursos. Apenas 10% se mostraram mais preocu-pados quanto à gestão das três áreas eco-funcionais e os indicadores verdes de planeamento. Foram recolhidos um total de 113 exemplares de opiniões, com 337 sugestões. Por entre as diversas actividades e formas de inquérito reali-zadas, participaram cerca de 5 mil residentes, sendo que cerca de 100 mil visitantes marcaram presença nas exposições temáticas sobre o planeamento ambiental.

de água e ruídos”. Enquanto isso, “90% dos entrevistados pelo telefone, bem como os que responderam às pergun-tas nos questionários, mani-festaram estarem dispostos a mudar os hábitos de vida para proteger o ambiente”.

O relatório mostra ainda que “o nível de conheci-mento da população sobre o Planeamento Ambiental é acima da média”.

Em 2010 o Governo de-cidiu submeter esta proposta a consulta pública, tendo feita uma segunda ausculta-ção à população entre 7 de

Setembro e 6 de Novembro do ano passado.

POUPANÇA E TURISMOA proposta do Governo sobre o planeamento do ambiente em Macau pro-põe a gestão de três áreas eco-funcionais, três temas de planeamento e 15 áreas focadas, incluindo ainda 11 indicadores verdes sobre o mesmo planeamento.

Quanto aos três temas de planeamento para o ambien-te de Macau, a população “está na generalidade con-cordante”, sendo que 30%

A imprensa local questionou o Governo pela falta de um aviso público sobre o acidente, quase duas semanas depois da passa-gem do tufão, que teve sinal 10 na região vizinha e 9 em Macau.

Embora as bolinhas de plástico sejam inofensivas no estado original, absorvem to-xinas e poluentes ao longo do tempo e poderão envenenar a cadeia alimentar quando cria-turas marinhas as consumirem.

Também conhecidas como “nurdles” ou lágrimas de sereia, as pequenas bolinhas são muito

utilizadas para a fabricação de produtos de plástico. “Parecia que tinha nevado no leste de Lamm,” disse Gary Stokes, um representante local da “Sea She-pherd Conservation Society”, uma organização internacional, sem fins lucrativos, de preserva-ção da vida marinha, que está a trabalhar com as autoridades locais para limpar a área.

Stokes estava a referir-se às praias da costa oriental da Ilha de Lamma, que fica a sul da principal ilha de Hong Kong e em torno da qual os resíduos de três contentores de bolinhas de cor branca, foram encontrados.

Stokes disse que o Governo de Hong Kong está a cooperar, contudo ninguém da Agência de Protecção Ambiental de Hong Kong comentou o assunto.

A China Petroleum and Chemical Corp. (Sinopec), fabricante das bolinhas de plás-tico, informou que elas não são tóxicas ou perigosas, por si só. “Estamos a organizar pessoas, na maioria voluntários, para ajudar a limpar e recolhê-las”, disse Huang Wenshend, secre-tário da empresa.

a marca obtida pelo jamaicano Usain Bolt (9,58 segundos), considerado o homem mais rápido do mundo.

Já é conhecida a extraordinária velocidade a que correm estes animais, que facilmente são capazes de chegar aos 120 quilómetros por hora, mas o caso de Sarah é considerado verda-deiramente extraordinário.

UMA BALA A 98 KM POR HORASarah vive no jardim zoológico de Cincinnati, nos Estados Unidos da América, e já em 2009 tinha alcançado o título de animal terrestre mais rápido do mundo ao fazer 100 metros em 6,13 segundos, registo que pulverizou o anterior recorde de 6,19 segundos alcançado por Nyana, uma chita da África do Sul.

O que é extraordinário em Sarah é que apesar de ter onze anos a sua veloci-dade não diminui com a idade. Bem pelo contrário, como provou uma equipa de investigadores, que estava a fazer uma reportagem fotográfica para a National Geographic Magazine, e cronometrou os incríveis 5,95 segundos de Sarah que se traduzem por uma velocidade de 98 km por hora. O estudo anatómico de Sarah e o seu novo recorde mundial acabam de ser publicados no Journal of Experimental Biology.

13vidaterça-feira 7.8.2012 www.hojemacau.com.mo

Macau Sã Assado

O robô Curiosity aterrou com su-cesso no planeta Marte. O robô da

NASA chegou ao Planeta Vermelho às 13h31 desta segunda-feira (hora local). “O contacto com o solo foi confirmado”, anunciou um membro da missão de con-trolo, levada a cabo a partir do Jet Propulsion Laboratory (JPL), em Pasadena, a leste de Los Angeles.

Os membros da missão de controlo explodiram de alegria perante o anúncio da aterragem do robô, no final de uma descida de sete minutos extremamente delicada mas que decorreu exactamente como previsto.

Esta aterragem no Planeta Vermelho era especialmente importante para os cientistas. A história das missões a Marte está recheada de falhanços. Desde 1960, das 39 missões que se realizaram, 26 falha-ram, muitas delas mal saíram da Terra. Não é por acaso que

o planeta é conhecido como um cemitério de sondas.

Pouco depois da aterragem o robô enviou uma primeira fotografia, com uma definição descrita como impressio-nante, o que suscitou uma segunda explosão de alegria por parte da equipa.

O robô (um Rover) foi programado ao pormenor pela agência espacial norte-ame-ricana NASA para descer e aterrar na cratera Gale. O local foi escolhido para se procura-rem sinais que mostrem que, no passado, houve condições ambientais que sustentassem vida microscópica.

UM PASSO EM FRENTEMitch Schulte, cientista da NASA, disse à BBC que este é “mais um passo em frente na exploração do nosso siste-ma solar... Este é o próximo grande passo”. O perito espera agora que seja possível des-cobrir se “houve condições favoráveis em Marte para que a vida tenha existido ali”.

O Curiosity é um laborató-rio andante de seis rodas, com dez instrumentos científicos. Mede três metros de compri-mento e 2,8m de largura, uma altura máxima de 2,1 metros e um braço para fazer expe-riências. Tem 899 quilos: em comparação, o Opportunity, o Rover da NASA da geração an-terior, que há mais de oito anos rola pela paisagem marciana, pesa menos de um quarto.

Com um orçamento de 20 mil milhões de patacas, a missão Curiosity deverá durar dois anos.

Barack Obama já reagiu a esta aterragem afirmando que se trata de uma “façanha tecno-lógica sem precedentes”, de-clarou hoje cedo o Presidente americano. “A aterragem com sucesso do Curiosity - o mais avançado laboratório a pou-sar noutro planeta - constitui uma façanha tecnológica sem precedentes que permanecerá como um marcador do orgulho nacional no futuro”, indicou Obama em comunicado.

O aviso é de um rela-tório da Academia

Nacional de Ciências americana: uma super--tempestade solar pode matar milhões de pesso-as. Os cientistas estimam, que no pior cenário, milhões de pessoas po-dem acabar mortas, na sequência de uma gi-gantesca libertação de partículas geomagnéticas provenientes do Sol.

O Sol encontra-se num período de intensa actividade, conhecida pela comunidade cientis-ta como “máximo solar”, e que deve atingir o seu apogeu já em 2013. Há por isso uma inquietação na comunidade científica americana em como preparar o país para uma grande tempestade solar, nesse ano.

Segundo os especia-listas, os riscos disto acontecer apresentam-se nos 7%, contudo, este pe-queno número é suficiente para efeitos nocivos à

UM CENTRO DIFÍCIL• É um centro tão complicado que nem se sabe bem o tipo de trabalho que se faz lá dentro. Pela pista percebe-se que é algo relacionado com medicina, que por si já é algo complexo.Porque Macau sã assi mas também sã assado

Foto: Joana Freitas

Curiosity aterrou como previsto em Marte

Sem precedentes

Super-tempestade solar pode matar milhões

Cuidado com o Sol

semelhança da colisão com um grande meteorito com a Terra.

Segundo o estudo, verificado apenas para o país norte-americano, além das vítimas mor-tais, poder-se-ia verificar apagões isolados como ocorreram em Julho, na Índia, quando mais de 600 milhões de pessoas fica-ram sem energia durante várias horas em dois dias

consecutivos, que trariam no final uma factura de cerca de 20 mil milhões de patacas, em reparações.

Ainda segundo este estudo, outros países sen-tiriam o mesmo impacto se uma super-tempestade solar atingisse seu sistema de energia, mas o dos EUA é tão amplo e interconec-tado que qualquer grande impacto teria resultados catastróficos no país.

14 cultura terça-feira 7.8.2012www.hojemacau.com.mo

José C. Mendesjosecmendes@hojemacau.com.mo

A Galeria de Exposi-ções da Fundação Rui Cunha, vai trans-formar-se a partir

de amanhã, quarta-feira, num estúdio real de pintura da artista plástica de Macau, Gigi Lee, sob o tema: Timeline, diz o co-municado de imprensa daquela Fundação.

Durante 30 dias aqueles que visitarem o espaço na Av. da Praia Grande, poderão assistir à feitura de um quadro que estará concluído precisamente um mês depois da inauguração da exposição, e onde estarão expostas 100 obras da artista, feitas em 12 horas.

Timeline é um conjunto de

pinturas que exploram a noção de constrangimentos e limites impostos pelo tempo de feitura de uma pintura, salientando o não imediatismo do meio, assim como a sua quase impossibilida-de de edição, ao contrário de ou-tros dispositivos tecnológicos ou digitais, diz a nota de imprensa.

Gigi Lee estudou em Ma-cau e fez a sua formação universitária em Taiwan, ten-do posteriormente adquirido pós-gradução na Academia de Belas Artes de Guangzhou. O trabalho da artista macaense tem-se dividido entre a música, as artes plásticas e a curadoria. O seu percurso conta com vá-rias exposições individuais, e com a representação de Macau na 53º Bienal Internacional de Veneza. Como curadora

independente desde 2006, já organizou exposições como “Tempo, Espaço e Fluxo”, uma mostra de arte contemporânea em Macau e Taiwan, em 2007.

Para além da exposição, Gigi Lee, vai ainda promover uma conversa, conjuntamente com outros artistas, no dia 5 de Setembro. A iniciativa aberta a todos os interessados, pretende partilhar a experiência da criação artística, desde como se tornaram artistas, às dificuldades e expec-tativas em torno da profissão.

Paralelamente à feitura da pintura ao vivo a Fundação vai promover uma oficina criativa para pais e filhos, entre os dias 12 e 19 de Agosto, entre as 15h e as 16h30. Os interessados em participar nesta iniciativa devem fazer marcação prévia.

A jovem pianista macaen-se, de apenas 18 anos,

Chan Ngan Nei, mas já vencedora de vários prémios em diversas competições, dará um recital no próximo sábado, dia 11 de Agosto, no Pavilhão de Exposições e Espectáculos Artísticos para jovens.

Chan Ngan Nei estuda piano desde 2007, tendo já adquirido capacidades notá-veis, que lhe fornecem uma sólida base para o seu futuro musical, segundo a nota de

imprensa da Associação de Pianistas de Macau .

A pianista de Macau par-tirá em breve para os Estados Unidos, e irá prosseguir a sua formação em Austin, na Universidade do Texas, onde ganhou duas bolsas de estudos. A Universidade do Texas é uma das mais pres-tigiadas dos Estados Unidos, contando no seu historial com nove Prémios Nobel e um Pullitzer, entre muitos outros notáveis.

A vencedora do Primeiro

prémio para Obras de Piano a Quatro mãos, (nível avança-do), teve a sua estreia a solo em 2011, tendo na altura sido fortemente aplaudida pela sua delicadeza e profundidade interpretativa, diz a nota de imprensa.

Chan Ngan Nei irá inter-pretar no evento do próximo sábado obras de Bach e Shu-bert. O recital é organizado pela Associação dos Pianistas de Macau e patrocinado pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude. - J.C.M.

JOÃO Guerra da Mata viveu lá na infância.

João Pedro Rodrigues conhecia-a do cinema. Regressaram a uma cidade que imaginaram. “A Últi-ma Vez Que Vi Macau” foi ontem exibido no Festival de Locarno.

Quando os co-produto-res franceses de A Última Vez Que Vi Macau viram um primeiro alinhamento das imagens do filme, os realizadores, João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, fizeram a banda sonora ao vivo, dispararam o som dos tiros, exibiram os últimos murmúrios de quem se apagava, deram voz a in-tertítulos que explicavam (ou imaginavam) o que nas imagens ainda silenciosas se mostrava.

E o que mostravam? Por exemplo, uma criatura, Candy, a fugir da fatalidade em pleno Ano do Tigre e a fazer aparecer tigres por dá cá aquele gesto, uma gaiola a ser passada de silhueta em silhueta, dei-xando incompreensíveis cadáveres no percurso,

tal como a estatueta em O Falcão de Malta (John Huston, 1941), o apocalip-se a anunciar-se, o mundo a ser invadido por cães, e uma canção, You Kill Me, que Jane Russell cantou no filme Macao (1952) de Josef von Sternberg...

QUASE DOCUMENTÁRIOComeçou por ser uma proposta de documentário, subsidiada em 2009. Con-tinha “duas premissas”, conta João Rui: um filme sobre as suas memórias de infância, o período em que este filho de um militar português viveu na antiga colónia, entre 1971 e 1974, e se perdia nas suas ruas e cheiros fugindo a chau-ffers e à bolha protectora colonial, isto no tempo em que os cães ainda eram comidos nos restaurantes; e ainda um filme sobre a forma como João Pedro, parceiro na vida e no tra-balho, “conhecia a Ásia”, ou seja, “através dos filmes e dos livros” e filtrada por aquilo que Guerra da Mata lhe contava sobre o “perío-do mais feliz” da sua vida.

“Queríamos fazer isto des-de que nos conhecemos”, conta João Rui.

“Quando foi a hando-ver [a entrega de Macau à China] chegámos a ponde-rar a hipótese de ir lá, nessa altura simbólica. Andámos muitas vezes ali à volta, mas nunca se proporcio-nou”, conta João Rui.

“Finalmente fomos em 2009, mas não tínhamos ideias do que seria o filme”, continua João Pedro. “E no meu caso este foi mesmo o filme para o qual parti com menos coisas escritas.” Esclarece o “método”, que era o de não haver regras fixas: “Andávamos com um mapa, “onde é que es-tiveste?”, tentando refazer os percursos do João Rui, de casa para a escola ou para o Clube Naval, a vida das colónias... mas nunca chegávamos ao destino fi-nal. Havia sempre algo que nos distraía. Percebemos logo que fazer mais um documentário sobre Macau não era o que queríamos. E não podia ser só um documentário sobre nós, narcísico.”

Fundação Rui Cunha acolhe exposição de Gigi Lee

Pintura em tempo real

Macau exibido no Festival de Cinema de Locarno

O regresso ao lugar que imaginaram

Recital de piano de jovem promessa de Macau dia 11

Chan Ngan Nei interpreta Bach e Shubert

15desportoterça-feira 7.8.2012 www.hojemacau.com.mo

A decisão de Jorge Jesus apostar em Lorenzo Melgarejo para

lateral-esquerdo não constitui uma surpresa para Francisco Arce, 41 anos, ex-selecionador do Paraguai.

O treinador, agora no Rubiu Ñu, puxa pela memória para lembrar que o jovem, de 21 anos, chegou a ser utilizado nessas funções “ainda garoto”. Arce convocou Melgarejo para a Selecção, em Novembro, pelo excelente momento que o

JO Mais uma final olímpica garantida pela canoagemDia muito positivo para a canoagem portuguesa. Depois do apuramento no K4 500m feminino, também a dupla de K2 1000m formada por Emanuel Silva e Fernando Pimenta garantiram o apuramento para a final olímpica da variante. Na segunda meia-final da prova, os canoístas portugueses classificaram-se no 3.º lugar, com um tempo de 3:14.017, sendo superados pelos representantes da Eslováquia e da Rússia. A final A do evento olímpico terá lugar na quarta-feira, pelas 10.15 (hora em Inglaterra), em Eton Dorney.

JO Sara Moreiraabandona devido a lesãoSara Moreira vai falhar a prova de 5000 metros dos Jogos de Londres, informou hoje, através do seu `site´ oficial, a Missão Olímpica de Portugal. Depois do 14.º lugar alcançado na final dos 10.000m, realizada no Estádio Olímpico de Londres na passada sexta-feira, Sara Moreira ambicionava uma excelente participação na variante em causa, sendo uma das principais esperanças lusas a uma medalha no atletismo. A atleta portuguesa, medalha de bronze nos Europeus de Helsínquia, contraiu uma contractura na prova de fundo da passada semana, sendo baixa certa para a qualificação dos 5.000 metros, marcada para esta terça-feira. Termina assim da pior forma a participação de Sara Moreira nas Olimpíadas de 2012.

Seedorf estreia-sea marcar pelo BotafogoO veterano jogador holandês deu corpo à velha expressão de que quem sabe nunca esquece. No domingo, na marcação de um livre directo, Clarence Seedorf deu o empate ao clube do Rio de Janeiro na deslocação ao reduto do Atlético Goianense, jogo a contar para a 14.ª jornada do Brasileirão e que terminou com a vitória dos visitantes por 2-1.

Vladimir Putinpoderá investir no MilanEstá a aumentar a especulação em Itália que o presidente da Rússia poderá investir no Milan através da companhia Gazprom, que parcialmente pertence ao Estado. O presidente do Milan, Silvio Berlusconi, em declarações à televisão do clube, confirmou a abertura para receber investidores do estrangeiro: “As portas estão abertas para quem quiser ajudar a nossa equipa. Temos o Milan no nosso coração e estamos sempre a pensar no que é melhor para ele.”

A glória, em menos de dez segundos. Os Jogos da Trigésima Olimpíada atingiram como que

um meridiano competitivo e com o meio-termo a adrenalina dispara a níveis nunca vistos. Pura emoção, os escassos e imprecisos segundos que transcorrem entre o eco ruidoso do tiro de partida para a mais intensa das provas de atletismo e o momento em que o melhor velocista da história começa a festejar, sem humildade nem temperança, nova e torrencial conquista.

A façanha fazia-se anunciada, mas a exuberância de Usain Bolt – noutros ofensiva – não é mais do que um estertor de divindade, uma forma de lembrar ao mundo que tem nos pés o passaporte para a imortalidade. O jamaicano voltou em Londres a correr à velocidade da luz e a reclamar o

triunfo na prova rainha do atletis-mo de pista. Fê-lo com uma nova melhor marca olímpica, a apenas cinco centésimos de segundo da melhor marca de sempre, os 9’58”com que conquistou um lugar na história do desporto e da própria civilização.

Na capital britânica, Bolt percorreu os cem metros em 9,63 segundos, mas o que salta para a história é a forma como o atleta mais rápido de sempre silenciou a concorrência, na que foi talvez a mais promissora e conceituada prova de velocida-de de todos os tempos. Antes do arranque dos Jogos, o também jamaicano Yohan Blake – a quem Bolt baptizou com a al-cunha de “A Besta” – garantia que os 100 metros de Londres seriam dos mais rápidos de sempre, numa categoria que constrói e destrói lendas com o

electrizante fulgor dos trovões. No Estádio Olímpico, só a lesão de Asafa Powell roubou garbo ao que poderia ter sido uma tempestade perfeita.

VELOZES COMO O VENTOOs sete primeiros classificados do evento correram numa média de 9,824 segundos, uma marca impensável há pouco mais de uma década e que engrandece mais ainda a performance de Usaín Bolt. O jamaicano é agora dono das três melhores marcas de sempre nos cem metros e a façanha alcançada em Londres serviu para calar todos os que até ao início das Olimpíadas ga-rantiam que na capital britânica o “Relâmpago” ia empreender um doloroso processo de declínio, com a descida à terra a ser feita pela mão de Blake. Amigos e companheiros de treino, mas

também rivais, o “Relâmpago” e “A Besta” apartaram cami-nhos antes do início dos Jogos para impedir que a amizade se tornasse um empecilho, depois de ter visto Yohan Blake vencer as três últimas provas em que competiram juntos.

Desta vez, Bolt optou pela cautela para não ser surpreendi-do. No Estádio Olímpico, largou de forma excelente – algo que não é de todo habitual – com um tempo de reacção de 0,165 segundos e aguentou a pressão do compatriota Blake, de Justin Gatlin, de Tyson Gay e de Ryan Bailey. A poucos metros do final, libertou as energias que lhe res-tavam, abandonou a velocidade de cruzeiro e elevou-se até às estrelas, cruzando a meta com o fulgor estonteante com que os relâmpagos rasgam e iluminam o firmamento.

Jogos Olímpicos Usain Bolt bate recordes e ganha ouro

Deixem passar o relâmpago

Antigo seleccionador paraguaio, Francisco Arce, elogia Melgarejo

“Tem tudo para ser um grandelateral-esquerdo”

compatriota atravessava no Paços de Ferreira como avançado. Mas assinala que o benfiquista tem as características exigidas para qualquer bom lateral.

Em conversa telefónica com A Bola, Arce disse conhecer o actual estado de Melgarejo. “Sim, tomei conhecimento de que Lorenzo está a jogar como lateral-esquerdo. Ainda há pou-cos dias jogou com a Juventus,

Cardozo marcou um golo”, começa por dizer o treinador, que analisa a adaptação de Mel-garejo a uma nova posição em campo: “Para mim, não é uma surpresa, ele jogou ainda garoto aqui, no Paraguai, no Olimpia, como lateral-esquerdo e como ala numa defesa de três centrais. Essa função não lhe é desconhe-cida. Tem qualidade para fazer qualquer posição na esquerda.”

Melgarejo, diz o paraguaio, “tem as características que se adequam a essa posição”. Quais são elas? “A velocidade é muito importante para um la-teral. É rápido nos movimentos em campo e também a decidir as jogadas, não vira a cara à luta, nem foge do choque, tem coragem. Tem qualidades para ser um grande lateral--esquerdo.”

16 publicidade terça-feira 7.8.2012www.hojemacau.com.mo

TDM 13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:45 RTPi DIRECTO18:30 TDM Desporto (Repetição)19:35 Resistirei20:30 Telejornal21:00 TDM Entrevista21:30 Linha da Frente22:10 Maysa23:00 TDM News23:30 Kampung Portugis00:00 Telejornal (Repetição)00:30 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 O Meu Bairro15:00 Sal na Língua15:30 Cenas do Casamento - SIC16:00 Bom Dia Portugal 17:00 Decisão Final18:00 Vingança18:45 Novas Direcções19:00 A Arte de Vigiar 20:00 Jornal da Tarde 21:15 Ler +, Ler Melhor 21:30 O Preço Certo22:15 Verão Total - Stª Maria da Feira

30 - ESPN13:00 London 2012 Olympic Games Daily Highlights14:00 London 2012 Olympic Games Onc Highlights Day 1015:00 (LIVE) London 2012 Olympic Games Live Day 1120:00 (LIVE) Primetime Update (Sea) - Day 1120:30 (LIVE) London 2012 Olympic Games Live Day 11

31 - STAR Sports13:00 London 2012 Olympic Games Daily Highlights15:00 London 2012 Olympic Games Onc Highlights Day 1016:00 (LIVE) London 2012 Olympic Games Live Day 11

40 - FOX Movies12:30 I Am Number Four14:20 You Don’T Mess With The Zohan

16:10 Marmaduke17:40 Robots19:15 Limitless21:00 Wall-E22:45 Blitz00:25 Shark Night

41 - HBO12:00 Mr. Wonderful13:45 Morning Glory16:00 Thunderball18:10 A Few Good Men20:25 Due Date22:00 The Bourne Supremacy23:50 True Blood00:55 The Rite

42 - Cinemax11:10 The Karate Kid14:00 Lethal Weapon 416:00 Assignment To Kill17:40 Hollywood On Set18:15 Silverado20:30 Body Snatchers22:00 Death Race 223:40 Spartacus: Vengeance00:35 Hercules II

17futilidadesterça-feira 7.8.2012 www.hojemacau.com.mo

[Tele]visão

Aqui há gato

Sudoku [ ] Cruzadas

SOL, CHUVA E JOGOS OLÍMPICOSFinalmente veio a chuva. Durante a semana passada ainda cheguei a pedir a Deus para me dar mais sol. Depois do tufão Vicente pensei que chegava de chuva.Mas o sol também não é simpático. Nem o sol nem a poluição. Bahhh. Foram dias de calor, de suor, de humidade, de desconforto. O bom disto tudo é que na maior parte do tempo fico fechado no jornal e consigo usufruir do ar-condicionado. Mas se me chego mais perto da janela é um calor que não se pode.Eu vejo os jornalistas do Hoje Macau a ter de sair durante as alturas de maior sol ou, agora, de maior chuva. Até em altura de tufão saíram à rua. Sinto uma enorme admiração pelos jornalistas. Não só estes mas todos.Para já as previsões dão conta de que a chuva vai ficar connosco a semana inteira, o que pode estragar os planos de muita gente. Por isso nem sei se a chuva é boa ou má notícia.Mudando de assunto. Quero falar sobre os Jogos Olímpicos. A China continua em alta, mas desta vez de um ponto de vista negativo. Um atleta chinês do levantamento do peso perdeu a final e os seus pais foram abandonados no hotel, tão distante da sua China. De quem é a culpa? Mau espírito desportista? A China não sabe perder? Onde está o espírito olímpico dos chineses? Só o ouro merece respeito? Que maneira estranha de ser...É possível ver ginastas nervosos. Os chineses competem sob pressão e nunca com os olhos no jogo e na alegria de ali estar, um momento único. É a Guerra Fria, segunda parte, entre os EUA e a... China, a todos os níveis.Uma palavra para Usain Bolt que continua a ser o maior de todos nos cem metros. Imbatível este “flecha”. Miau...

Pu Yi

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GUIA RECORD DE FUTEBOL 2012/2013Quer saber tudo sobre esta temporada? O Record já colocou nas bancas o Guia de futebol 2012/13 e este está já à venda em Macau. A revista de apresentação da época mostra-lhe tudo ao detalhe: as fichas dos treinadores, jogadores e árbitros, os plantéis das principais ligas europeias, a história do futebol em Portugal e o balanço da temporada 2011/12. São ao todo 356 páginas para consulta ao longo da época futebolística. O Guia de futebol 2012/13 inclui também a inscrição na Liga Record. Apesar de a maioria dos clubes ter os plantéis praticamente definidos quando foi lançado o Guia Record de apresentação da época, alterações de última hora farão com que parte da informação fique desatualizada. De forma a corrigir esta situação, Record disponibilizará a partir do dia 3 de Setembro o download, sem custos, das páginas dos clubes da Primeira Liga que registem alterações até ao fecho das inscrições. O endereço é: www.record.xl.pt/revistaapresentacaoepoca/atualizacao.

CADERNOS A BOLA 2012/2013Toda a informação para ler e acompanhar a nova época de futebol 2012-2013. As equipas, os reforços, a ficha de cada jugador, factos, curiosidades e estatísticas para melhor perceber o futebol português.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Toadas, boatos. Que mia muito. 2-Bruto. Malícia (Fig.). Protecção. 3-Vogais. Iguais. Vaso bojudo, de gargalo estreito, geralmente de barro. Idem (abrev.). 4-Encerrado. 5-Paraíso terreal. Eleve, erga. 6-Comida (Prov.). Instrumento que serve para determinar a direcção vertical. 7-Corrente de água. Segurar-se com as gavinhas. 8-Carboneto de hidrogénio proveniente da destilhação da hulha. 9-Carta de jogar. Importunes, enfades. Consoantes iguais. 10-Faz doação. Combinação, mistura (Prep.). Jogo semelhante ao da paciência. 11-Evitas um mal. Zunir, zumbir.

VERTICAIS: 1-Irradiem. Rio que banha o distrito de Beja. 2-É engnado. Entregar, Debaixo de. 3-De outro modo. Ave fabulosa, única no seu género, a qual durava séculos e que, queimada, renascia das próprias cinzas (Mit.). Avenida (abrev.) 4-Espécie de resina perfumada que corre das incisões feitas no tronco do benjoeiro. 5-Tal como foi ditto. Verniz preto ou vermelho. 6-Dá pancada, bate. Vielas. 7-Porção de terra cercada de água por todos os lados. E não. 8-Agregareis. 9-Imprime. Luneta. Cobalto (s.q.). 10-Rio da Rússia. Ave corredora. Doutora (abrev.) 11-Porto abrigado. Declamador.

HORIZONTAIS: 1-ECOS. MIADOR. 2-MAU. SAL. ABA. 3-II. BILHA. ID. 4-T. FECHADO. A. 5-EDEN. A. ICE. 6-MANJA. PRUMO. 7-RIO. B. ELAR. 8-S. XILENIO. A. 9-AS. MACES. DD. 10-DOA. COM. CRO. 11-OBVIAS. ZOAR. VERTICAIS: 1-EMITEM. SADO. 2-CAI. DAR. SOB. 3-OU. FENIX. AV. 4-S. BENJOIM. I. 5-SIC. A. LACA. 6-MALHA. BECOS. 7-ILHA. P. NEM. 8-A. ADIREIS. Z. 9-DA. OCULO. CO. 10-OBI. EMA. DRA. 11-RADA. ORADOR.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

42 - CINEMAX 14:00 Lethal Weapon 4

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

SALA 1TOTAL RECALL [C]Um filme de: Len WisemanCom: Colin Farrell, Kate Beckinsale, Jessica Biel, Bill Nighy14.30, 19.30, 21.30, 23.30

DORAEMON NOBITA AND THE ISLAND OF MIRACLES ANIMAL ADVENTURE [A]FALADO EM CANTONENSEUm filme de: Kôzô Kusuba16.30

SALA 2ONE PIECE X TORIKO [3D] [A]Um filme de: Hiroyuki Sato14.30, 17.45

ICE AGE 4: CONTINENTAL DRIFT [3D] [A]FALADO EM CANTONENSEUm filme de: Steve Martino, Mike Thurrneier16.00, 19.30

THE DARK NIGHT RISES [B]Um filme de: Christopher NolanCom: Christian Bale, Anne Hathaway, Gary Oldman, Liam Neeson21.15

SALA 3THE PIRATES! BAND OF MISFITS [3D] [A]FALADO EM CANTONENSEUm filme de: Peter Lord14.30, 18.00

DORAEMON NOBITA AND THE ISLAND OF MIRACLES ANIMAL ADVENTURE [A]FALADO EM CANTONENSEUm filme de: Kôzô Kusuba19.45

STEP UP: REVOLUTION [3D] [B]Um filme de: Jon ChuCom: Kathryn McCormick, Ryan Guzman16.15, 21.30

à f lor da peleHelder Fernando

18 opinião terça-feira 7.8.2012www.hojemacau.com.mo

AETANO Veloso e Mata Hari es-tão ligados. Não apenas por terem nascido no mesmo dia do mês, 7 de Agosto, com 66 anos de dife-rença (número quase arrepiante). O compositor, poeta, instrumen-

tista, é da palavra musicada, dita e cantada. A espia dupla franco-alemã, julgada e fuzilada durante a Primeira Guerra Mundial é a da palavra dançada incansavelmente e sempre de maneira exótica.

Caetano é genial - de génio mesmo - provo-cador, inventor de artes, revolucionário poético, lutador contra a tirania da ditadura militar, exilado político. Para ele, a honra de ter sido um dos maiores escandalosos (“se ninguém tem dó, ninguém entende nada, o grande escândalo sou eu aqui, só” , escreveu o mano Caetano precisamente no tema “Escândalo”).

Caetano revolucionário poético, sim. Recordemos, leitor, em conjunto:

Onde queres revólver, sou coqueiroE onde queres dinheiro, sou paixãoOnde queres descanso, sou desejoE onde sou só desejo, queres nãoE onde não queres nada, nada faltaE onde voas bem alto, eu sou o chãoE onde pisas o chão, minha alma saltaE ganha liberdade na amplidão

(...)

Onde queres o ato, eu sou o espíritoE onde queres ternura, eu sou tesãoOnde queres o livre, decassílaboE onde buscas o anjo, sou mulherOnde queres prazer, sou o que dóiE onde queres tortura, mansidãoOnde queres um lar, revoluçãoE onde queres bandido, sou herói

Um pequeno pedaço do poema “O Quereres” cuja música também pertence a Caetano (Álbum “Velô”, 1984). Extraordi-nária, afinal genial, maneira de utilizar as diferentes nuances de significação - ou do significante e do significado - das palavras desta nossa belíssima língua portuguesa, que Caetano Veloso tão bem canta e tão bem diz.

Mata Hari (Margueretha Geertruida Zelle, terá sido este o seu verdadeiro nome) identicamente nascida a 7 de Agosto (1876), também foi, a seu soberbo modo e no seu tempo, genial. Construiu uma personagem lendária feita de várias personagens: de falsa dançarina indiana a profissional da espionagem para dois sentidos opostos. Ler a biografia cuja autoria lhe é atribuída, é o mesmo que aumentar as dúvidas, entrar num remoinho de memórias sem se saber verdadeiras se falsas.

Mata Hari também acumulava ascendência europeia (“países baixos”) por parte da mãe, embora preferisse dizer que era filha de um rajá e de uma indiana. De beleza exótica, esbelta, ágil, flexível, longos cabelos negros, facilmente alcançou o teatro e fascinou os parisienses ricos e influentes no início do século 20

As ligações entreCaetano Veloso e Mata Hari

Mata Hari também acumulava ascendên-cia europeia (“países baixos”) por parte da mãe, embora preferisse dizer que era filha de um rajá e de uma indiana. De beleza exótica, esbelta, ágil, flexível, longos cabelos negros, facilmente alcançou o teatro e fascinou os parisienses ricos e influentes no início do século 20. Estonteou plateias por grandes espectáculos em Roma, em Berlim, outras cidades onde conheceu figuras no centro das decisões e delas sabendo praticamente tudo. Militares de topo, banqueiros de topo, políticos que mandavam. Londres, Lisboa, Madrid, foram também centros europeus onde a sua actividade camaleónica deixou rasto. Terá recebido fortunas, terá recolhido informações e documentos importantíssi-mos, mas quando foi presa, na sequência da mobilização de várias polícias da Intelligen-ce europeia, nada com ela foi encontrado, apenas um vulgar cartão postal sem impor-tância. Apenas tinha sido interceptado pela estação da torre Eiffel um radiograma de comandos alemães invasores, com destino a Berlim e supostamente envolvendo essa bela mulher.

Em 14 de Fevereiro de 1917 a polícia francesa cercou o Hotel Palace, prendeu-a, interrogou-a, voltou a encarcerá-la para a le-var a conselho de guerra à porta fechada, sem testemunhas. Transcrevo um relato possível:

“Mata Hari defendeu-se galhardamente durante os dois dias de interrogatórios. Re-

conheceu o encontro com o chefe da polícia de Berlim no dia da declaração de guerra. A isso, o presidente do conselho de guerra declarou: “A senhora esteve ao serviço do chefe da espionagem alemã que a encarregou de uma missão em Paris, dando-lhe 30 mil marcos e o nom e de H. 21”.

Mata Hari não se intimidou: “É verdade, recebi um nome de baptismo e 30 mil marcos para me corresponder com um amigo meu. Mas esses 30 mil marcos não eram um salário de espia, mas de presente”.

À pergunta: “A senhora foi à frente de batalha, onde permaneceu por sete meses, sob pretexto de estar a servir um pequeno hospital em Vittel”. Ela precisou: “É verdade. Eu queria que, permanecendo em Vittel onde eu não era enfermeira, me dedicar a um pobre

capitão russo, o capitão Maslov, que tinha ficado cego. Desejava pagar consagrar-me ao alívio da doença de um infeliz oficial que eu amava. Ele foi, na realidade, o único homem que realmente amei”.

Pouco mais de 2 meses depois, a 15 de Outubro, recusando venda nos olhos e sorrindo para o pelotão, foi fuzilada. Nascia a lenda.

Caetano Veloso e Mata Hari, nascidos no mesmo mês e no mesmo dia, com um traço de união: a música. Somente isso? Não, a espionagem também.

Recordemos novamente, leitor. Na se-gunda metade dos anos 90, John le Carré, o célebre autor britânico de romances de espionagem, apresentava publicamente o título “The Tailor of Panama”, a história de um espião que recruta para os seus trabalhos um proprietário de uma alfaiataria no então corrupto e violento Panamá.

No ano 2000, o realizador John Boorman (“Deliverance”, “Zardoz”, “Excalibur”, “The Tiger`s Tail”) agarra na história e faz o filme. É aqui que entra o músico Caetano Veloso a quem é entregue a interpretação, na banda sonora, do velho tema “Let’s Face the Music and Dance”, escrito por Irving Berlin crê-se que em 1936 e cantada por tantos intérpretes como Nat King Cole ou Robbie Williams, e dançado por Gene Kelly, Fred Astaire, Cyd Charisse, Ginger Rogers e muitos outros. A vida é também feita de tantas lendas que se cruzam.

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caderno diár ioPedro Correia

19opiniãoterça-feira 7.8.2012 www.hojemacau.com.mo

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SEGUNDA, 30 Tenho escutado incon-táveis comparações entre a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres com a das Olimpíadas anteriores. É matéria de gosto, sempre subjectiva. Eu confesso algum preconceito: prefiro sempre uma cerimónia destas, mesmo com menos brilho formal, celebrada por uma das mais velhas democracias do mundo do que o esplendo-roso aparato cénico orquestrado por uma ditadura.

A curta-metragem em que a Rainha contracena com o actor Daniel Craig, assi-nada por Danny Boyle, é um achado, até do ponto de vista de uma certa dessacralização do poder - sempre falível, sempre relativo. Jamais algo semelhante poderia ter ocorrido na capital chinesa.

Por mim, revejo-me nas palavras do enviado especial do jornal Record a Lon-dres que elogia a “qualidade da encenação e o rigor organizativo patente do princípio ao fim”.

Mas acabo como terminei: estamos obviamente no campo do subjectivo. Ob-jectividade, só nas pistas, nas piscinas e nos estádios - e mesmo assim nem sempre. Que o digam os espanhóis, hoje de asa caída, vencidos mas não convencidos, por terem visto a sua Selecção de futebol eliminada pela modesta congénere das Honduras - após três bolas desperdiçadas no poste (não acontece só a Portugal) e duas grandes penalidades a que o árbitro fez vista grossa.

TERÇA, 31 Não sei se convosco sucede o mesmo: eu sempre gostei muito de histórias. E de histórias da História em particular. Já adulto, detestei aqueles volumes de História muito moderna, cheios de gráficos, de esta-tísticas, de “estruturas” longas e curtas - sem reis, sem personagens heróicas, quase sem cronologia, sem datas a assinalar o início e o fim de eras inconfundíveis, com toda a individualidade diluída em conceitos de pretenso rigor científico, como o de “luta de classes”.

Eu gostava era da História à moda antiga. Das biografias, sobretudo. Comecei ainda miúdo devorando as biografias escritas por Adolfo Simões Muller que encontrava na biblioteca escolar. Tendo feito todo o ensino obrigatório em escolas públicas (nove, por força de circunstâncias familiares), ainda hoje me espanto com a qualidade das bi-bliotecas existentes nesse tempo de notórias dificuldades materiais que ajudavam a suprir parte das deficiências do chamado “ensino formal” (que sempre me soube a pouco). E gostaria de saber se essa saudável tradição se mantém, tantos anos depois.

Lido o Simões Muller (Infante D. Hen-rique, Camões, Serpa Pinto, Gago Couti-nho...), passei para as biografias feitas pelo professor Agostinho da Silva, muito antes de voltar a ser famoso após décadas de exílio ao ser descoberto pela televisão. Eram livros de

O nosso sistema é imperfeito? Certamente que sim. Essa é, aliás, uma característica genética das democracias: a imperfeição. O texto a que alude visa corrigir essas imperfeições, apenas isso. Ao contrário das democracias, as ditaduras são “perfeitas”

“divulgação”, como então se dizia, de uma editora (Sá da Costa?) que fazia questão que parecessem ainda mais antigos do que eram. Li as biografias de gente tão diversa como Lincoln, Zola, Leopardi, Pestalozzi: lembro-me, ainda hoje, da impressão que me fez a morte acidental de Zola, em 1902, intoxicado pelo fumo de uma lareira...

Depois, claro, foi o tempo de Oliveira Martins - talvez o maior historiador portu-guês de todos os tempos. Nun’ Álvares, Os Filhos de D. João I, Portugal Contempo-râneo... Foram livros que me fascinaram, numa fase posterior. Um deles - creio que a biografia de D. João II - foi deixado muito incompleto devido à morte prematura do autor, o que sempre lamentei.

E havia Mário Domingues. Pouca gente saberá hoje quem era, mas nas décadas de 40 a 60 foi um autor muito popular, grande produtor de biografias que antecedeu (sem ecrãs de televisão e sem a eloquência dis-cursiva que lhe esteve associada) a fama de José Hermano Saraiva.

Mário Domingues era de uma escola histórica muito anterior à dos Annales, cheia de estruturas e dados demográficos e estatísticas sobre as variações das colheitas agrícolas. Via a História em termos técni-cos como uma disciplina da literatura e em termos conceptuais como o fruto da acção de uns quantos indivíduos considerados excepcionais.

Não devemos analisar desta forma os acontecimentos históricos, sabemos hoje bem. Mas nunca perdi a convicção de que é fundamental recuperar as virtudes da narra-tiva no ensino da História. É uma convicção que me vem seguramente desses tempos em que creio ter aprendido alguma coisa com autores tão diferentes como Simões Muller, Agostinho da Silva e Oliveira Martins.

Mas regressemos a Mário Domingues. Tomei conhecimento com ele também atra-vés da biblioteca escolar, em terras longín-quas. Ele sabia recriar figuras históricas - D. Afonso Henriques, D. João IV, D. João V, o Marquês de Pombal, D. Maria I - como se fossem personagens de ficção. Não era tanto o rigor histórico que procurávamos nessas obras, mas a capacidade de nelas descobrir-mos insuspeitas virtudes romanescas em personalidades essenciais da nossa História.

Anos depois, reencontrei as obras dele na montra de um alfarrabista nas Escadinhas do Duque. E passei a abastecer-me regular-mente desses livros - nada baratos - nessas minhas incursões periódicas a um local que está associado ao início da minha actividade profissional em Lisboa, pois trabalhava lá perto.

Um dia trouxe desse alfarrabista um livro que, ao contrário de todos os outros, só me agarrou até meio. Era a biografia de D. João VI, um dos nossos reis mais controversos. Li-o exactamente até meio por encalhar numa página da qual não consegui passar.

O livro permaneceu esquecido no fundo de uma estante. Entretanto fui lendo muita coisa relacionada com essa época, incluindo esse campeão de vendas no Brasil que foi (e é ainda) 1808, de Laurentino Gomes - excepcional narrativa desse primeiro ano da instalação da corte portuguesa no Brasil, embora não disfarce algum preconceito contra a antiga potência colonizadora.

Esse livro fez-me regressar ao velhinho D. João VI - O Homem e o Monarca. Havia pontos de contacto entre ambas as obras, o que me conduziu à releitura. Mas não reco-

mecei onde ficara, cerca de década e meia antes: parti novamente do zero, na esperança de o ler de um fôlego.

Assim parecia ser nos primeiros dias. Até que parei. Exactamente a meio, exactamente no ponto em que havia parado antes. Julgo que nesta fase Mário Domingues tinha perdido o gosto por escrever biografias: limitava-se a encher páginas. Aqui socorreu--se sobretudo de uma obra que também foi muito útil a Laurentino Gomes: D. João VI no Brasil, de Manuel de Oliveira Lima. Mas Domingues cometeu um pecado mortal enquanto escritor: citando o original, sem dúvida, passou a transcrever largos excertos dessa obra, sem os integrar devidamente na sua própria narrativa. Perdi pela segunda vez a vontade de ler o livro.

Pode ser que um dia o retome. Mas tenho a certeza de que não voltarei ao zero. Para não o deixar a meio outra vez.

SEXTA, 4 Não há equivalência moral entre uma democracia e uma ditadura, por muito que alguns se esforcem nessa equiparação. Seria o mesmo que comparar o Portugal do pré-25 de Abril com o Portugal democráti-co, por maiores erros ou imperfeições que tenham ocorrido desde a vigência do actual regime constitucional.

A democracia é um bem demasiado frá-gil, como há muito venho salientando. Não devemos cometer o erro de pensar que está adquirida para sempre. Só quando um povo a perde é que acaba por lhe dar o devido valor. Demasiado tarde.

Não podemos de forma alguma colocar a par o nosso sistema político - com im-prensa crítica, opinião livre, uma oposição activa, órgãos jurisdicionais independentes, um Tribunal Constitucional que não hesita em desautorizar medidas nevrálgicas do Executivo, o poder militar submetido aos decisores políticos - com o cubano, onde não há parlamento, existe apenas um partido, toda a oposição está no exílio ou na cadeia, a existência de imprensa livre é um sonho eternamente adiado, a censura é omnipre-sente, as forças armadas confundem-se com o poder político e há mais de 53 anos que o país não tem um “líder supremo” sem o apelido Castro. Imagine: é como se Salazar tivesse governado entre 1932 e 1985...

O nosso sistema é imperfeito? Certamen-te que sim. Essa é, aliás, uma característica genética das democracias: a imperfeição. O texto a que alude visa corrigir essas im-perfeições, apenas isso. Ao contrário das democracias, as ditaduras são “perfeitas”. E os sistemas totalitários somam à utopia da perfeição uma que lhe é inerente - a do homem novo, reconstruído pela engenharia social alimentada pela ideologia que nega o mais ínfimo contraditório. Nem que seja necessário matar, torturar ou encarcerar milhões de “homens velhos” para produzir um novo.

terça-feira 7.8.2012www.hojemacau.com.mo

car toon por Steff

Ciclone O desrespeito pelo trabalho é o desrespeitopela produção, e o ser deixa de ser necessário.Aí, há que sobreviver. POR FERNANDO

Loja chinesaatacada em PortugalUma funcionária de uma loja de artigos chineses, ficou ferida domingo à noite, na Figueira da Foz, alegadamente devido ao rebentamento de uma lata de refrigerante contendo explosivos, arremessada para o interior do estabelecimento, disse fonte da Polícia de Segurança Pública. A mulher terá tentado pontapear a lata para o exterior, quando esta rebentou provocando-lhe ferimentos com alguma gravidade numa mão e cortes nas pernas. A lata terá sido arremessada para o interior da loja por um grupo de jovens estrangeiros, na casa dos 18 anos, que fugiram a pé e estão a ser procurados pelas autoridades.

Primeiro-ministro sírio apresentou demissãoO primeiro-ministro sírio terá apresentado a demissão, de acordo com a televisão estatal do país. “Riad Hijab demitiu-se das suas funções de primeiro-ministro”, informou, esta segunda-feira, a televisão da Síria. Na versão de Rami Abdel Rahmane, presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Riad Hijab fugiu. O regime do presidente Bashar Al-Assad sofre assim uma baixa.

Tiroteio matou sete pessoas em templo sikhO tiroteio registado, este domingo, num templo religioso sikh, em Oak Creek, no Wisconsin, provocou pelo menos sete mortos, entre os quais o atirador e ainda cerca de 30 pessoas ficaram feridas. Segundo um porta-voz da polícia, quatro pessoas foram mortas no interior do templo e as outras três no exterior. Quando a estação televisiva CNN noticiou o ataque desconhecia-se o número exacto de vítimas e dos atiradores, desconfiando-se que existiria mais de um criminoso no local, sendo que o segundo estaria dentro do templo com reféns, maioritariamente crianças. No entanto, essa ideia acabou por ser desfeita momentos mais tarde pelo mesmo porta-voz da polícia, após a entrada das forças policiais nas instalações. Cerca de 30 pessoas ficaram feridas durante o incidente, três em estado grave - uma das quais um agente policial - tendo sido encaminhadas para o hospital. São, para já, desconhecidas as causas do autor do atentado.

Tempestade Ernesto chega à JamaicaA tempestade tropical Ernesto chegou, este domingo, à costa sudeste jamaicana, a atingir ventos de 80 quilómetros/hora, onde provocou fortes chuvadas. A intempérie continua a deslocar-se com destino à América Central e à península de Iucatã, no México. Ernesto é já a sexta tempestade tropical este ano, no Atlântico. Segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês), não se espera que esta tempestade se transforme em furacão de força 1, pelo menos até que tenha passado pela península de Iucatã. Nos próximos dias, são previstos fortes chuvas no litoral caribenho de Nicarágua, Honduras, Guatemala e Belize. Posteriormente, a tempestade seguirá em direcção noroeste para o Golfo do México.

Divulgada imagem detalhada de galáxiaO Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) divulgou esta semana, a imagem mais detalhada alguma vez obtida da galáxia NGC 1187. Na imagem em questão é possível visualizar-se pelo menos seis braços proeminentes de gás e poeira e as regiões azuis indicam a presença de jovens estrelas da mesma cor. Ainda é possível ver, fora da NGC 1187, outras galáxias mais ténues e distantes. A NGC 1187 fica a 60 milhões de anos-luz da Terra, tendo sido avistadas na mesma duas supernovas nos últimos 30 anos, a última das quais em 2007. A imagem divulgada é um mosaico feito a partir de algumas dessas observações.

Israel Cinco autores de ataques foram mortosCinco dos elementos responsáveis pelo ataque de um posto fronteiriço entre o Egito e Israel no domingo foram mortos. “Os corpos destes cinco homens armados foram encontrados pelo exército israelita», afirmou o porta-voz do exército de Israel. Os homens armados tinham avançado em dois veículos blindados junto à fronteira israelo-egípcia, atacando o posto de controlo de Karm Abou Salem com granadas, metralhadoras e lança-foguetes, matando 16 guardas egípcios. Entretanto, o Egito fechou a fronteira em Rafah, na Península de Sinai.

CERCA de 1.300 pesso-as foram interrogadas e 150 detidas em Macau durante uma operação

realizada no fim de semana em locais de lazer e entretenimento da região, incluindo hotéis e casinos, disse ontem à agência Lusa fonte policial. “Foram interrogadas cerca de 1.300 pessoas e detidas 150 durante as rusgas realizadas em espaços de diversão, incluin-do hotéis, casinos, discotecas, saunas e salas de karaoke”, disse a relações públicas dos Serviços da Polícia Unitários de Macau, Jacqueline Chan.

Entre os detidos está um suspeito num caso de assassínio de Hong Kong . “Um suspeito de 31 anos e natural de Hong Kong foi detido numa discoteca no centro de Macau”, confirmou Jacqueline Chan.

A responsável explicou que a operação foi iniciada pelas 23:00 de sexta-feira e decorreu no âmbito de uma investigação criminal conjunta de Macau, Hong Kong e Guangdong, in-

Cerca de 1.300 pessoas interrogadas e 150 detidas

Polícia caça ilegaisem casinos e hotéis

tegrada no exercício anual de prevenção e combate ao crime realizado pelas várias forças de segurança.

A operação conjunta entre Macau, Hong Kong e a polícia do interior da China termina “em meados de Agosto”, altura em que “deverão ser divulga-dos mais detalhes”, informou Jacqueline Chan.

De acordo com números oficiais divulgados em Maio, a criminalidade em Macau au-mentou 12,3% para 3.151 casos no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período de 2011,

numa subida que o Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Vá, justificou com o aumento do turismo para o território.

Em 2011, a criminalidade violenta aumentou 18,5% em relação ao período homólogo, impulsionado pela subida sig-nificativa do número de delitos como a extorsão.

Na apresentação destes re-sultados, em Fevereiro, Cheong Kuoc Vá considerou Macau como uma cidade segura, tendo prometido “reforços” ao nível das patrulhas e policiamento de proximidade.