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Edição 160 | Ano XXIII | www.aborlccf.org.br Conduta Médica • tudo que você precisa saber sobre o registro de qualificação de especialista Internacional • como se planejar para obter sucesso na profissão fora do país Conquistas: Conheça o projeto da Educação Médica Continuada que surgiu da necessidade de um curso completo e que atendesse as particularidades de horários dos otorrinos: o Curso Up! HONORÁRIOS MÉDICOS: QUANTO GANHA O MÉDICO?

HONORÁRIOS MÉDICOS · 2019. 11. 11. · VOx: Qual a importância em conciliar Medici-na e tecnologia? Cw: Hoje, é essencial que a Medicina se integre aos novos recursos tecnológicos

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  • Edição 160 | Ano XXIII | www.aborlccf.org.br

    Conduta médica• tudo que você precisa saber sobre o registro de qualifi cação de especialista

    Internacional• como se planejar para obter sucesso na profi ssão forado país

    Conquistas: Conheça o projeto da Educação Médica Continuada que surgiu da necessidade de um curso completo e que atendesse as particularidades de horários dos otorrinos: o Curso Up!

    HONORÁRIOS MÉDICOS:QUANTO GANHA O MÉDICO?

  • Caro (a) associado (a), saudações! Um semestre já se passou. Velocidade acelerada des-

    tes tempos modernos. Acompanhar a fl uidez dessas mu-danças implica em compreender as razões de um passado recente e projetar um norte que nos conduza a um futuro mais bem programado, sempre avaliando para corrigir nossos rumos tomados.

    Desde o início de nossa gestão, ressaltamos que daría-mos continuidade ao trabalho de nossos antecessores, mas também acrescentaríamos perspectivas em médio prazo que respondessem às demandas que se impõem natural-mente, face às necessidades da associação. Por isso, temos realizado reuniões para defi nir o Planejamento Estratégico da ABORL-CCF da próxima década. Com a colaboração de todos os atuais Diretores, do Conselho Administrativo--Fiscal, do Comitê de Planejamento Estratégico, dos fun-cionários e colaboradores da Associação, sistematizamos os primeiros passos para a elaboração de um plano que espelhe as necessidades antevistas e o potencial da ABORL-CCF para responder a elas nos próximos dez anos.

    Além disso, julgamos, também, prioritário nos en-volver cada vez mais com as esferas institucionais ofi ciais responsáveis pela formulação das políticas públicas re-lacionadas aos interesses da Otorrinolaringologia. Nos-so Departamento Jurídico e outros representantes da Associação compareceram a uma audiência pública em Brasília para discutir as ações ligadas à saúde auditiva da

    população brasileira. Para potencializar nossa infl uên-cia e responsabilidade sobre esses assuntos, criamos, na ABORL-CCF, uma Comissão Legislativa.

    Participamos do Congresso Mundial de Otorrinola-ringologia, sediado em Paris, em um fundamental inter-câmbio de experiências intercontinentais. Paralelamente, nosso Congresso Brasileiro já se constitui em uma das maiores programações internacionais de todos os tempos, com a participação de convidados da vanguarda na Otor-rinolaringologia mundial. Acompanhe as novidades da programação em nosso site e garanta sua inscrição.

    Quanto à produção científi ca, aguardamos, para novembro, a publicação da nova edição do Tratado de Otorrinolaringologia. Nossa revista científi ca também não para de crescer, fruto do intenso trabalho de nosso corpo editorial. É preciso enfatizar o sucesso do Curso UP! disponibilizado na plataforma de Educação Médi-ca Continuada, com mais de 63 mil acessos até agosto deste ano.

    Finalmente, fi rmamos, neste mês, mais uma parce-ria para o clube de benefícios de nosso associado: Clinic Web, prontuário eletrônico do paciente, ferramenta im-portante para a segurança dos dados do paciente e de auxílio na gestão dos consultórios.

    Um abraço a todos. Espero vocês em Floripa.Dra. Wilma Anselmo Lima

    Presidente da ABORL-CCF

    mensagem da

    pResIdentewilma terezinha Anselmo Lima

    diretoria 2017PresidenteDra. Wilma Anselmo Lima - Ribeirão Preto (SP)Primeiro Vice-Presidente Dr. Márcio Abrahão - São Paulo (SP)Segundo Vice-Presidente Dr. Luiz Ubirajara Sennes - São Paulo (SP)Diretor-SecretárioDr. Edwin Tamashiro - Ribeirão Preto (SP) Diretora-Tesoureira Dra. Eulalia Sakano - Campinas (SP)Diretor-Secretário AdjuntoDr. Edson Ibrahim Mitre - São Paulo (SP)

    Diretor Tesoureiro AdjuntoDr. Leonardo Haddad - São Paulo (SP)

    AssessoresDr. Eduardo Landini Dolci - São Paulo (SP)Dr. Márcio Fortini - Belo Horizonte (MG)Dr. Geraldo Druck Sant’Anna - Porto Alegre (RS)

    PRESIDENTES DOS COMITÊSComitê de Eventos e CursosDra. Thais Knoll Ribeiro - São Paulo (SP)

    Comitê de ComunicaçãoDr. Allex Ogawa - Londrina (PR)

    Comitê de Educação Médica Continuada

    Dr. Thiago Freire Pinto Bezerra - Recife (PE)

    Comitê de Ética e Disciplina

    Dr. Marcelo Miguel Hueb - Uberaba (MG)

    Comitê de Residência e Treinamento

    Dr. Eduardo Macoto Kosugi - São Paulo (SP)

    Comitê de Título de Especialista

    Dr. Fernando Danelon Leonhardt - São Paulo (SP)

    Comitê de Defesa Profi ssional

    Dr. Bruno Almeida A. Rossini - São Paulo (SP)

    Diretoria, CAF, colaboradores e funcionários da ABORL-CCF participam de reunião de

    planejamento estratégico.

    Divulgação A

    BORL-C

    CF

  • Carta ao leitor

    páginas azuis: telemedicina: o uso da tecnologia na prática médica

    Fique por dentro: ABORL-CCF reúne-se com legislativo para discutir saúde auditiva e direitos dos otorrinolaringologistas

    Agenda de eventos

    O que diz a lei: a responsabilidade civil nas questões cirúrgicas (parte i)

    47º CBO sem fronteiras: congresso em foco

    especial eleições: diretor segundo Vice-Presidente

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    Capa: Honorários Médicos: quanto ganha o médico?

    ABORL-CCF em ação: cirurgia plástica da face e defesa profi ssional

    Internacional: otorrinolaringologia fora do Brasil

    Vox news

    Qualidade de vida: entre rimas e bisturis

    Gestão em prática: Hospital estadual sumaré: metas e objetivos que defi nem referência no país

    Conduta médica: registro de qualificação de especialista: o que devo saber?

    educação médica continuada: doenças sistêmicas com manifestação oral

    Conquistas: curso uP! conta com quase 500 inscritos

    HumORL

  • VOX Otorrino

    Presidente:Wilma Anselmo Lima

    Comitê de Comunicações: Alexandre Beraldo Ordones

    Allex Itar Ogawa Fabrizio Ricci RomanoGustavo Polacow Korn

    Ingrid Helena Lopes de OliveiraMarco Antonio dos A. Corvo Maria Dantas C. L. Godoy

    Renata Dutra Moricz Ricardo Landini Lutaif Dolci

    Assistente de Comunicação da ABORL-CCF:

    Aline Pereira Cabral

    Editora-chefe:Gabriela Rezende

    Revisão: Leonardo de Paula

    Reportagem: Bárbara Mello, Bruno Bernardino,

    Gabriela Rezende

    Fotos: Divulgação, divulgação ABORL-CCF,

    reprodução Google

    Diagramação:Douglas Almeida, Monica Mendes e

    Tatiana Couto

    Produção:DOC Content

    Fone: (21) 2425-8878

    Periodicidade:Bimestral

    Tiragem:6.500 exemplares

    Os artigos assinados são de inteira respon-sabilidade dos autores e não refletem, ne-cessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

    Espaço do leitor

    Sugestões de pauta, críticas ou elogios? Fale conosco:[email protected]

    (11) 95266-1614

    EXPE

    DIE

    NTE

    AB

    OR

    L-C

    CF CARTA AO

    LEITORAllex Ogawa

    Um novo ano para a Otorrinolaringologia

    Presidente do Comitê de Comunicações

    Estamos cada vez mais próximos do nosso 47º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia! Lá você irá encontrar: cirurgias ao vivo, plantão jurídico, interatividade via aplicativo durante as aulas, na Expo ABORL-CCF e, é claro, um momento único para rever os amigos! Todo o Comitê e o Departamento de Eventos trabalham a mil para realizar um grandioso evento.

    Engana-se quem pensa que os outros comitês diminuíram seu ritmo. Nesta edição, trazemos mais uma reportagem com participação de Dr. Bru-no Rossini, do Comitê de Defesa Profissional, que aborda a remuneração e os honorários dos médicos brasileiros. O Departamento Jurídico faz pre-sença em dois artigos técnicos sobre o que diz a lei e condutas médicas, com autoria dos Drs. Vania Rosa Moraes e Carlos Michaelis Jr. Apresentamos, também, um dos grandes projetos do Comitê de Educação Médica Conti-nuada: o Up! Conversamos com a Dra. Shirley Pignatari, editora-chefe da Revista BJORL, que, mais uma vez, teve seu fator de impacto aumentado, chegando a 0,822, graças ao empenho de todos os editores envolvidos.

    Em comunicado aberto, a Academia de Cirurgia Plástica da Face reforça sua luta constante pelos interesses legítimos dos associados e convoca os membros a participar, debater e, democraticamente, referenciar as decisões assembleares.

    Além do contínuo trabalho dos comitês, departamentos, academias e comissões, tivemos a reunião do Comitê de Planejamento Estratégico (afinal, onde estaremos em 2022?), e a criação da Comissão Legislativa da ABORL-CCF , sob a liderança de Dr. Eduardo Baptistella.

    Estamos empenhados em executar todas as metas traçadas pela diretoria executiva. Aproveite as aulas do Up!, submeta seu artigo ao BJORL, tire suas dúvidas jurídicas por nossos canais, dê sua sugestão, participe dos eventos da ABORL-CCF, envie a sua crítica e aguarde por mais novidades!

    Boa leitura a todos!

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  • Páginas azuis

    Por Bárbara Mello

    O uso da tecnologia na prática médicaTelemedicina:

    Aplicada hoje em diversos países, a Telemedicina oferece a oportunidade de que pessoas distantes dos grandes centros urbanos possam contar com serviços e profissionais que atuam em instituições de referência na área da Saúde. Nesse contexto, a relação médico-pa-ciente é favorecida pelo uso de internet, telefones, celulares, computadores e outros recursos tecnológicos que permitam um contato entre a equipe de saúde e o paciente.

    Os benefícios da Telemedicina podem envolver a diminuição do tempo de espera por exames e por atendimento, a redução de custos com exames e outros procedimen-tos, a diminuição do deslocamento a hospitais e, consequentemente, a redução dos ris-cos de infecções hospitalares, além da agilidade no processo de diagnóstico e tratamento de doenças. Com o constante avanço dos recursos tecnológicos, a Telemedicina tem sido considerada uma ferramenta que pode auxiliar a Medicina, de maneira prática, segura, legalizada e eficiente.

    Para falar mais sobre o tema, nesta edição da Revista VOX Otorrino, conversamos com o Dr. Chao Lung Wen, chefe da dis-ciplina de Telemedicina na Faculdade de Medicina da Universi-dade de São Paulo (FM-USP) e líder do Grupo de Pesquisa USP de Telemedicina, Tecnologias Educacionais Interativas e eHealth no Diretório de Pesquisa do CNPq/MCTIC.

    Tecnologias de informação e comunicação para otimizar o atendimento médico

    6 | VOX Otorrino

  • VOx: De que maneira podemos conceituar a Telemedicina? E como ela funciona na prática?

    dr. Chao wen: Nós temos dois conceitos de Teleme-dicina. Um é o vigente; o outro é o que, provavelmente, deve se concretizar em torno de quatro anos. O vigen-te conceitua a Telemedicina como a prática que utiliza recursos de tecnologia para provimento de serviços não presenciais, em que a distância é um dos motivos para tal atividade. Mas, até 2020, por exemplo, essa defi nição atual pode se modifi car. No futuro, a Telemedicina pode ser um sistema de provimento de serviços de qualidade em formato 24/7, isto é, 24 horas por dia e sete dias por semana, à semelhança do internet banking. A Telemedici-na. deve se tornar, em alguns anos, um dos recursos res-ponsáveis pelo provimento de qualidade de serviços em saúde de modo constante e, talvez, em forma de nuvem.

    VOx: Como e quando surgiu o termo “Tele-medicina”?

    Cw: A Telemedicina como conhecemos atualmente (usando recursos de telecomunicação e eletrônica) surgiu na década de 1960, em decorrência, principalmente, da Corrida Espacial e da Guerra Fria. Os esforços de guerra e de conquista espacial proporcionaram o surgimento da Telemedicina devido à necessidade de provimento de ser-viços para astronautas e militares que estavam distribuídos no mundo. Nesse contexto, dois países fi zeram grandes es-forços: os Estados Unidos e a antiga União Soviética.

    VOx: Qual a importância em conciliar Medici-na e tecnologia?

    Cw: Hoje, é essencial que a Medicina se integre aos novos recursos tecnológicos da Telemedicina, já que essa prática pode proporcionar a reorganização do sistema de saúde. Atualmente, temos fi las imensas de atendimento, sistemas travados e solicitações de exames que demoram meses para serem concluídas. Tudo isso pode mudar, desde que seja aplicado, de forma efi ciente, o uso da Telemedicina, que permite pré-avaliações clínicas, inter-consulta e segunda opinião especializada, encaminha-mento já bem defi nido que agilize a resolução dentro de um hospital etc. Acredito que, hoje, existe uma carência em formar os jovens estudantes de Medicina e os resi-dentes com Telemedicina. Estamos pecando nisso em nosso país, já que não existe a disciplina de Telemedici-na em 99% dos cursos médicos e, nos que a possuem, ela não é obrigatória e nem prioritária para a graduação. Com isso, o Brasil vai fi car para trás na corrida em relação

    ao mundo, pois em muitos países a Telemedicina já é in-corporada como parte da formação curricular, com foco no uso de tecnologia.

    VOx: De que maneira a Telemedicina contri-bui para o bem-estar dos pacientes?

    Cw: A Telemedicina tem duas grandes áreas que podem colaborar para o bem-estar dos pacientes. Uma é chamada de e-care, que envolve cuidados eletrônicos e gestão de qualidade de saúde e qualidade de vida; e a outra, chamada de telehome care, inclui a gestão e o acompanhamento de pacientes e pessoas que farão o complemento de sua re-cuperação em domicílio. Para uma pessoa que passou por uma internação hospitalar, não seria bom que ela recebes-se um acompanhamento do médico ou do hospital onde fi cou internada para verifi car se a recuperação está seguin-do os padrões previstos? Outra questão é o fato de manter um paciente internado desnecessariamente, apenas para esperar o resultado de alguns exames. Essa pessoa pode voltar para casa e o médico, então, mantém-se conectado com ela. É assim que funciona o telehome care, que tem como principais funções a humanização do atendimento ao paciente, além da redução do risco de infecção hos-pitalar, já que o paciente fi ca menos exposto às bactérias no hospital. A Telemedicina evitaria o deslocamento e o sofrimento desnecessário, fazendo com que apenas pesso-as que realmente precisem de atendimento presencial se desloquem até o hospital. Isso melhora muito a qualidade de vida dos pacientes.

    VOx: Onde a Telemedicina pode ser aplica-da? Que profissionais são responsáveis por essa prática?

    Cw: A Telemedicina pode ser aplicada em todas as es-pecialidades médicas. Como exemplo posso citar Tele-oftalmologia, Teleotorrinolaringologia, Telerradiologia, Teledermatologia e Telecardiologia, entre outras. Po-rém, não podemos esquecer que o processo que envolve o uso de recursos eletrônicos para a realização de teleme-dicina é diferente da realização de exames presenciais. O profi ssional deve aprender técnicas de telepropedêutica, sobre o que deve examinar, como deve ser feita a docu-mentação, a transmissão e a interação para chegar a uma elucidação diagnóstica. Então, todos os médicos, sejam aqueles que enviariam informações, sejam aqueles que resolveriam os problemas, precisam ter um treinamento mínimo sobre como aplicar tecnologia na execução de um serviço de qualidade.

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  • Páginas azuis

    VOX: Quais são os principais benefícios ofe-recidos pela Telemedicina para a prática mé-dica? E os maiores desafios?

    Cw: Um dos benefícios que eu enxergo é a possibili-dade de o médico ter acesso a outros colegas de diversas especialidades no processo de atendimento. Isso per-mite que ele atenda seu paciente com mais qualidade do que ele faria individualmente. É como se o médico participasse de uma equipe virtual de especialidades mé-dicas. Outra vantagem é o aumento de oportunidades no mercado de trabalho. Como a Telemedicina exige que um profi ssional realize serviços de apoio, é muito provável que novos segmentos do mercado de trabalho sejam abertos para essa prática. Os maiores desafi os são evitar práticas como a mercantilização, o charlatanismo e a falta de ética, que não devem fazer parte do uso da Telemedicina. Além disso, não podemos esquecer que, atualmente, o mundo vive uma onda de ataques ciber-néticos. Problemas causados pela invasão de dados em instituições de saúde, por exemplo, podem ser caracte-rizados como desafi os que devem ser contornados para

    evitar a exposição dos dados de pacientes, garantindo que o mesmo não passe por situações complicadas.

    VOX: De que modo aconteceu o avanço da Telemedicina, desde o momento em que o termo surgiu até hoje?

    Cw: Dois fatores que favoreceram a difusão da Tele-medicina foram a miniaturização dos dispositivos ele-trônicos e a diminuição do custo dos aparelhos e da transmissão de dados. Sendo assim, o avanço da Tele-medicina é decorrente do barateamento dos custos de comunicação e de tecnologia.

    VOX: Como é possível aumentar a qualidade no atendimento com a prática da Telemedicina?

    Cw: O aumento da qualidade no atendimento pode envolver a velocidade de resolução de problemas, a re-dução de fi las, uma avaliação da doença em fase mais precoce, o encaminhamento efi ciente e a diminuição no tempo de espera, entre outros fatores.

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    8 | VOX Otorrino

  • Fique Por dentro

    ABORL-CCF reúne-se com Legislativo para discutir saúde auditiva e direitos dos

    otorrinolaringologistasApós evento, foi criada Comissão Legislativa que lutará pelos direitos dos associa-

    dos e de pessoas com problemas auditivos

    Por Bruno Bernardino

    Foi realizada em Brasília, no dia 16 de agosto, uma audiência pública da Comissão de Defesa dos Di-reitos das Pessoas com Deficiência, em conjunto com a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, para debater o tema: “saúde auditiva”. Marcaram pre-sença no evento os especialistas Dr. Miguel Hyppolito, Dr. Fayez Bahmad Jr. e Dra. Vania Rosa Moraes, repre-sentando a ABORL-CCF.

    Na ocasião, os representantes da Associação tive-ram a oportunidade de apresentar o panorama da saú-de auditiva brasileira em um movimento de grande importância, conforme relatou Dr. Fayez, associado da ABORL-CCF e editor associado do BJORL: “Destaco a importância de a ABORL-CCF estar mais próxima ao Congresso Federal, para orientar os legisladores brasilei-ros a criar projetos de lei que de fato alcancem o objeti-vo de melhorar a saúde auditiva da população. Também espero novas reuniões com representantes do Ministério da Saúde e da ABORL-CCF, a fim de corrigir imperfei-ções no modelo atual de saúde auditiva da população”.

    Para Dr. Miguel Hyppolito, a colaboração do poder público é essencial para a questão. “É fundamental o empenho dos deputados envolvidos na Comissão, par-ticularmente a deputada Carmen Zanotto, em criar leis e mecanismos que permitam a real inclusão da pessoa com deficiência, particularmente a auditiva”, explicou.

    Criação da comissão De acordo com Dr. Bruno Rossini, presidente do

    Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CCF, o objetivo principal da Comissão Legislativa é “criar novos projetos de lei que possam beneficiar a Otorri-nolaringologia e aos pacientes que sofrem de doenças de ouvido, nariz e garganta”.

    Dr. Eduardo Baptistella, presidente da Comissão, detalha as propostas: “Vamos priorizar a criação de leis como: fornecimento de próteses auditivas im-plantáveis e garantia de exames de laringe a profes-sores. Enfim, vamos criar uma base legal para a área de atuação do otorrinolaringologista. Nossos projetos serão encaminhados à Câmara Legislativa em Brasí-lia, aos deputados que pertençam à Frente Médica Parlamentar. Também, os projetos de lei que já es-tiverem tramitando no Congresso e que envolvam a Otorrinolaringologia serão avaliados pela comissão. Desse modo, a comissão atuará em favor da Especia-lidade e do associado”.

    A Comissão Legislativa será formada por membros da Defesa Profissional, Diretoria Executiva, Departa-mento de Otoneurologia, Academias e Departamento Jurídico, criando, dessa forma, um “braço” de ação em Brasília, para lutar pelos direitos dos associados.

    VOX Otorrino | 9

  • agenda de eVentos

    AGENDAOutubro4 a 6 de outubro de 2017XXI Curso Teórico Prático de Endoscopia Dirigida ao ORL – Módulo I e IICoordenação: Dr. Domingos Hiroshi Tsuji e Dr. Luiz Ubirajara SennesLocal: Hospital das Clínicas – Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 255 – São PauloWebsite: www.forl.org.br / E-mail: [email protected]ções: (11) 3068-9855 – Camila. Secretaria Executiva.Organização: Fundação OtorrinolaringologiaO curso tem como objetivo ensinar o médico a utilizar corretamente o material para endoscopia nasal e laríngea, assim como discutir e interpretar os achados endoscópicos de doenças da faringe, laringe e das cavidades paranasais.

    4 a 6 de outubro de 201752º Curso de Cirurgia Funcional e Estética do Nariz da Santa Casa de São PauloCoordenação: Prof. Dr. José Eduardo Lutaif DolciLocal: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 112 – Vila Buarque, São PauloWebsite: www.otorrinosantacasa.com.brE-mail: [email protected]ções: (11) 2176-7235 - Telma Vieira. Evento restrito a médicos.Este curso teórico-prático tem por objetivo habilitar o médico a avaliar e a rea-lizar simultaneamente correções funcionais e estéticas. A possibilidade de inte-ração nas aulas teóricas e, principalmente, nas cirurgias, permite ao profi ssional esclarecer todas as dúvidas e aprimorar sua técnica.

    5 a 6 de outubro de 20176º Curso Internacional Avançado de Cirurgia Plástica OcularCoordenação: Dr. João Maniglia, Dr. Fabio Maniglia e Dr. Ricardo ManigliaLocal: Hospital IPO – Av. República Argentina, 2069 – Água Verde, Curitiba (PR)Website: www.ipo.com.br / E-mail: [email protected] objetivo do curso é o ensino de cirurgia plástica ocular do ponto de vista da cirurgia plástica facial e oftalmológica. O participante do curso terá acesso a um sistema prático de cirurgias destinado a resolver problemas da especia-lidade, podendo aprender técnicas utilizadas do tipo “como eu faço” de uso, com sucesso por mais de 40 anos.

    5 a 7 de outubro de 2017XXIV Curso de Cirurgia Endoscópica do Nariz e Seios Paranasais HCFMRP – USP Módulo I (Básico)Coordenação: Dra. Wilma Anselmo Lima, Dr. Edwin Tamashiro, Dr. Ricar-do Demarco, Dr. Marcelo Junqueira Leite e Dr. Ricardo Miranda LessaLocal: Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço – Av. Bandeirantes, 3900 – Vila Monte Alegre, Ribeirão Preto (SP)Website: roo.fmrp.usp.br / E-mail: [email protected]

    6 a 7 de outubro de 2017Simpósio Internacional de Rinologia (presencial e on-line)Coordenação: Dr. Otavio Piltcher e Dr. Renato RoithmannLocal: The Place – Rua Tobias da Silva, 120 – Moinhos de Vento, Porto Alegre (RS)Website: www.rinonline.com.brE-mail: [email protected] / [email protected]ções: Telefone: (51) 3222-0058 – Renato Roithmann e Otavio Piltcher

    7 a 11 de outubro de 20174th Congress of European ORL-HNSCoordenação: Cem MeçoLocal: Barcelona, EspanhaWebsite: www.ceorlhns2017.comE-mail: [email protected]

    7 de outubro de 2017II Curso de Carcinoma Medular da Tireoide do IOCPCoordenação: Dr. Cléber P. Camacho, Dr. Fabio Brodskyn e Dr. Fernando Danelon LeonhardtLocal: Hotel Travel Inn Live & Lodge Ibirapuera – Rua Borges Lagoa, 1179 – Vila Clementino, São PauloWebsite: www.iocp.org.brE-mail: [email protected]

    11 a 14 de outubroMicroanatomia Cirúrgica do Osso TemporalCoordenação: Dr. Oswaldo Laércio Mendonça CruzLocal: Hospital Sírio Libanês – Rua Dona Adma Jafet, 91 - Bela Vista - São PauloWebsite: iep.hospitalsiriolibanes.org.brE-mail: [email protected] meta é dar uma visão abrangente da anatomia do osso temporal aplica-da às principais técnicas cirúrgicas da Otologia contemporânea, realizando exercícios cirúrgicos relativos às mais recentes soluções implantáveis para a reabilitação auditiva.

    12 a 14 de outubro de 2017XXIII Workshop de Cirurgia Plástica da FaceCoordenação: Dr. Wilson DewesLocal: Clínica Dr. Wilson Dewes – Rua Oscar Chaves Garcia, 72 – Centro, Lajeado (RS)Website: www.clinicadewes.com.brE-mail: [email protected] teórico-prático com demonstrações cirúrgicas ao vivo por professores e colegas nacionais e internacionais. Intensa programação social, de arte e humanismo.

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  • o que diz a lei

    Por Departamento Jurídico da ABORL-CCF

    Para falarmos da atuação do cirurgião, é crucial destacar a formação de alguns mecanismos éticos e jurídicos que possam garantir o pleno exercício da atividade, tendo em vista que são indissociáveis alguns cuidados, como documentar todos os procedimentos via termo de consentimento, prontuário do paciente e do-cumentos que comprovem o “pré, per e pós-operatório”.

    Cabe ressaltar, ao médico cirurgião, que o termo de consentimento é o único documento em que o paciente autoriza a atuação do profi ssional. Além disso, os casos ci-rúrgicos complexos exigem a assinatura do paciente (ou seu responsável), exceto em razão de impossibilidade reconhe-cida por lei.

    Uma das fontes mais antigas que contemplam a rela-ção entre o exercício da Medicina e da cirurgia e o cum-primento fi el do ato de esclarecer o paciente é o código de deontologia francês. Conforme os artigos 35 e 36, o consentimento livre e esclarecido é o que salvaguarda o médico em suas decisões clínicas. A cada ato médico, o consentimento deve ser renovado, e o paciente deve co-nhecer os riscos de cada procedimento, bem como suas consequências e possíveis complicações.

    Além dos elementos já mencionados, tem essencial importância para o associado que atua no campo da ci-rurgia o conhecimento sobre as responsabilidades civil do médico e civil hospitalar, a relação de consumo existente e o papel do advogado em caráter preventivo nos cenários associativo e médico.

    Responsabilidade profi ssionalNo âmbito da responsabilidade profi ssional, confor-

    me estabelece o capítulo III do Código de Ética Médica, o cirurgião deve evitar as situações que possam denotar im-prudência, negligência ou imperícia, tendo em vista que a responsabilidade médica tem sempre cunho pessoal.

    Quando ocorre a quebra da relação de confi ança entre médico e paciente, toda carga de culpa é endereçada ao profi ssional, que necessita de conhecimento para apresen-tar suas respostas de forma adequada, demonstrando que

    situações de insucesso em procedimentos cirúrgicos tam-bém resultam de questões inaceitáveis, como a situação do sistema de saúde público/privado no cenário nacional, a vergonhosa remuneração dos profi ssionais da Saúde e a inexistência de recursos materiais, entre outras condições de trabalho que inferem na injusta culpa delegada ao mé-dico na ponta.

    Na demografi a do Poder Judiciário, explodem os proces-sos judiciais de procedimentos cirúrgicos que questionam a atividade do médico e que mostram a difi culdade na aplica-ção da responsabilidade civil sem culpa à profi ssão médica.

    Embora o médico cirurgião realize sua atividade, mui-tas vezes, no limite da atuação, enfatizamos questões de ou-tras ordens que infl uenciam no resultado. O ser humano está sujeito a enfermidades, dor, morte e situações de saúde que não podem atribuir culpa exclusivamente ao médico. Nesse cenário global, evidencia-se o papel do advogado na orientação que contingencie as demandas que levam os médicos aos tribunais, haja vista a descoberta dos pacientes à facilitação do acesso ao Poder Judiciário.

    RELAÇÃO DE CONSuMO

    No tocante à relação de consumo, é importante des-tacar ao associado que o Código de Defesa do Consu-midor, em seu artigo sexto, inciso III, defi ne, como um direito básico do consumidor, “a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, como especifi cação correta de quantidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem”, e no artigo 14 do mesmo documento, “O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados ao consumidor por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por informações insufi cientes ou inadequadas sobre sua fruição e risco”. Sobre essa última parte, entendemos que se concatena totalmente com os ter-mos de esclarecimento e o prontuário.

    a responsabilidade civilnas questões cirúrgicas (parte I)

    Exercício ético da Medicina, relação de consumo e responsabilidade profi ssional

    VOX Otorrino | 11

  • 47º cBo seM Fronteiras

    Por Bruno Bernardino

    Confi ra os detalhes do congresso que se aproxima

    47º COnGRessO BRAsILeIRO de

    OtORRInOLARInGOLOGIA em FOCO

    12 | VOX Otorrino

  • Expo ABORL-CCF A feira de equipamentos vai trazer empresas de

    vários segmentos da Otorrinolaringologia. Serão la-boratórios de medicamentos, empresas de aparelhos de audição e próteses auditivas implantáveis, equi-pamentos cirúrgicos e de consultório e livrarias. “O congressista vai encontrar grandes oportunidades de negócios!”, afirma Dra. Thais Knoll, presidente do Comitê de Eventos e Cursos.

    Programação As atividades realizadas durante o evento estarão

    divididas em quatro categorias: programação científi-ca, cirurgias ao vivo, programação social e cursos pré--congresso. A cerimônia oficial de abertura do congresso está marcada para o dia 1º de novembro, às 18h, com apresentação dos músicos da Camerata Florianópolis e a festa de encerramento acontecerá no dia 4 de novembro, às 17h, com o show da Banda Conceitual.

    O guia com a programação completa do congresso está disponível no link .

    Localização do eventoO Centro de Convenções CentroSul é totalmente

    climatizado e tem vista de cartão postal, localizado es-trategicamente no centro da cidade, próximo ao termi-nal rodoviário, ao aeroporto e à ampla rede hoteleira, que comporta mais de 18 mil leitos. Atualmente, dis-ponibiliza 16.560m², divididos em dois pavimentos, com salas modulares que acomodam, confortavelmen-te, 3.500 pessoas sentadas e dois salões de exposição para até 13 mil pessoas.

    O centro de convenções fica na avenida Gov. Gustavo Richard, 850 – Centro, Florianópolis - SC. CEP: 88010-290.

    Acessos ao 47º A distância de 11,3km do aeroporto ao local do

    evento pode ser percorrida em 16 minutos, de acordo com o Google Maps. De Uber, esse trajeto pode custar entre R$21 e R$28.

    Aeroporto Internacional de Florianópolis – Hercílio Luz: Av. Dep. Diomício Freitas, 3393 – Caria-nos, Florianópolis - SC. CEP: 88047-900.

    Quem chegar pela Rodoviária Rita Maria estará a 1,6km de carro do CentroSul (de Uber, o trajeto fica entre R$7 e R$10), como se vê na imagem abaixo:

    Rodoviária Rita Maria: Av. Paulo Fontes, 1101 –Centro, Florianópolis.

    Observação: Os valores foram consultados com tari-fa padrão do aplicativo Uber. No dia do evento, devido à movimentação da cidade, os congressistas podem en-contrar tarifa dinâmica, o que pode resultar em diferen-tes cobranças para o mesmo trajeto.

    Reprodução Google

    Reprodução Google

    VOX Otorrino | 13

  • 47º cBo seM Fronteiras

    Hotéis e turismoEm parceria com a agência RF Turismo, a

    ABORL-CCF disponibiliza uma lista de hotéis para os congressistas, com opções de diferentes valores. Confi ra as opções em .

    Além disso, os congressistas terão a oportunida-de de conhecer um pouco mais da cidade, caso dese-jem. A RF Turismos disponibiliza pacotes de passeios turísticos para todos os gostos, dentre eles o pacote Floripa Histórico, que passará pelo centro histórico da cidade, apresentando locais como Largo da Al-fândega, Catedral Metropolitana, Mercado Público e Palácio Cruz e Souza, entre outros. Outras sugestões são a visita à Ilha do Campeche e conhecer o parque Beto Carrero, para quem quiser mais diversão. Con-fi ra todas as opções no site .

    FiqueATENTO!

    O terceiro e último vencimento para inscrições com desconto para o evento

    é no dia 20 de outubro! Lagoa da Conceição

    Catedral Metropolitana

    Ilha do Campeche

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    14 | VOX Otorrino

  • A P A R E L H O S A U D I T I V O S

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  • Por Bárbara Mello

    O presidente da Comissão Eleitoral da Associação, Lídio Granato, esclarece as principais informações sobre as eleições e a importância do voto que elegerá o

    presidente da ABORL-CCF 2020

    A votação para eleger o Diretor Segundo Vice--Presidente da ABORL-CCF está chegando e esse é um momento de grande seriedade e importância para todos os otorrinolaringologistas que participam e fazem a Associação. A eleição será realizada entre os dias 16 e 23 de outubro pelo site da ABORL-CCF. Inicialmente, para quem se candidata ao cargo de Diretor Segundo Vice-Presidente, é obrigatório ter conduta ética e exemplar reconhecida por toda a Sociedade. Também é fundamental ter capacidade profi ssional, experiência e, sobretudo, apresentar características de liderança. Este ano estão concorrendo ao cargo Alexandre Felippu Neto, diretor do Instituto Felippu de Otorrinola-ringologia, e Geraldo Druck Sant’Anna, professor de

    Otorrinolaringologia da Universidade Federal de Ciên-cias da Saúde de Porto Alegre.

    De acordo com Lídio Granato, presidente do Colé-gio Eleitoral da ABORL-CCF, “terão o direito a votar, nos moldes do Estatuto Social vigente, apenas os associa-dos titulares remidos e efetivos, em dia com suas obri-gações sociais e adimplentes com a anuidade de 2017, efetivamente paga até o dia 31 de agosto deste ano”. As votações para eleger o Diretor Segundo Vice-Presidente serão feitas por meio do site da ABORL-CCF no link específi co para as eleições, a partir das 10h do dia 16 de outubro de 2017, até seu término, às 10h do dia 23 de outubro. O associado apto a votar – possuindo login e senha eletrônica – deverá acessar o site da Associação

    eleições ABORL-CCF 2018:diretor segundo Vice-presidente

    esPecial eleições

    16 | VOX Otorrino

  • e proceder à votação. “É preciso votar em apenas um candidato para Diretor Segundo Vice-Presidente para o ano de 2018”, informa Granato.

    Comissão EleitoralLídio Granato informa que, levando em considera-

    ção o artigo 67 do Estatuto Social, as eleições serão admi-nistradas por um Colégio Eleitoral, o qual ficará, tem-porariamente, vinculado à ABORL-CCF, constituído com o objetivo de zelar pela normalidade, igualdade e legitimidade das eleições. Além de Lídio Granato, o Co-légio Eleitoral será composto por outros quatro conse-lheiros: Arthur Guilherme L. B. S. Augusto, Godofredo Campos Borges, Miguel Angelo Hyppolito e Oswaldo Laercio M. Cruz.

    ApuraçãoFinalizada a eleição para Diretor Segundo Vice-Pre-

    sidente 2018, às 10h do dia 23 de outubro, o Colégio Eleitoral dará início à apuração eletrônica dos resultados na sede da ABORL-CCF, a qual poderá ser acompa-nhada pelos candidatos e associados interessados. “Nes-sa mesma data, os resultados serão publicados no site da Associação e proclamados em Assembleia Geral Or-dinária a ser realizada no dia 2 de novembro de 2017, por ocasião do 47º Congresso Brasileiro de Otorrinola-ringologia e Cirurgia Cérvico Facial, em Florianópolis, Santa Catarina”, acrescenta Granato.

    De acordo com o artigo 66 do Estatuto Social, para inscrição ao cargo de Diretor Segundo Vice-Presidente são requisitos obrigatórios:

    • Ser associado titular ou associado otorrinola-ringologista remido;• Ser portador do título de especialista em Otorri-nolaringologia conferido pela Associação Médica Brasileira, conforme parágrafo quinto do artigo 29 do Estatuto Social;• Estar inscrito há mais de dois anos na ABORL-CCF;• Estar adimplente com a anuidade no ano de 2017 e no pleno exercício de seus direitos asso-ciativos;• Não ser parte de qualquer ação judicial ou ex-trajudicial contra (em face) a ABORL-CCF.

    O Mandato e sua continuidade

    O candidato eleito para ocupar o cargo de Diretor Segundo Vice-Presidente da ABORL--CCF cumprirá o mandato com duração de um ano, contado da data de posse, em 2 de ja-neiro de 2018, o qual se fará consecutivamente Diretor Primeiro Vice-Presidente, em 2019, e finalmente, Diretor Presidente da ABORL--CCF, em 2020.

    Diretoria atual

    Presidente: Dra. Wilma Anselmo LimaPrimeiro Vice-Presidente: Dr. Márcio Abrahão (Presidente em 2018)Segundo Vice-Presidente: Dr. Luiz Ubirajara Sennes (Presidente em 2019)

    A importância do votoConsiderações de Lídio Granato

    “Acreditamos que a eleição ocorrerá como nos anos anteriores, sem qualquer intercorrência. Está tudo sen-do programado para que tenhamos mais uma eleição com sucesso e esperamos a participação de todos aqueles colegas aptos a votarem, pois acreditamos que o voto é fundamental para a vida da Sociedade. Escolher o can-didato dentro dos princípios democráticos e com lisura para representar todos os sócios é algo que só pode dei-xar a Sociedade cada vez mais fortalecida. A Associação pertence a todos e, portanto, temos o dever de preservá--la e, se possível, sempre torna-la melhor”.

    VOX Otorrino | 17

  • esPecial eleições

    Conheça os candidatos a segundo vice-presidente da ABORL-CCF

    A Revista VOX Otorrino apresenta, nesta edição, os candidatos inscritos e divulgados pelo Colégio Eleitoral da ABORL-CCF, em ordem alfabética, para concorrer ao cargo de Segundo Vice-presidente da ABORL-CCF 2018.

    Dr. Alexandre Felippu NetoDiretor do Instituto Felippu de Otorrinolaringologia

    A ABORL-CCF é nossa única entidade de classe e responsável pelos

    aspectos científico e profissional de nos-sa atividade. Profissional também abrange

    honorário e sobrevivência, afinal, todos temos que que pagar nossas contas e as de nossas famílias. Matamos um ou dois leões por dia, no mínimo.

    Somos uma grande família, desigualmente distribuí-da em um imenso país e tendo problemas como qualquer outra. As empresas controladoras da medicina pagam--nos mal e tratam de maneira desigual os valores pagos para um mesmo ato em regiões diferentes. Os valores e a forma com que as operadoras de saúde tratam os otor-rinos é abusiva, e não podemos mais continuar assim! Precisamos investir e focar mais nessa área, de maneira inteligente e profissional, buscando novas abordagens.

    Os dados sobre as condições de trabalho e hono-rários em cada lugar do país são vitais para que possa-mos atuar como um grupo e não como uma manada dispersa, que recebe valores completamente diferentes a depender do local ou da fonte pagadora. Para estar-mos de acordo com o que pretendemos e falar uma só língua, necessitamos de diálogo. Mas como dialogar em um país tão grande? Como obter consenso?

    Temos uma revista que pode minimizar essa dificul-dade, desde que estimule e divulgue as ideias e atitudes tomadas por colegas de todas as partes. Temos a mídia eletrônica que nos comunica rapidamente. Já fizemos, até, um congresso pela Internet!

    Precisamos nos comunicar mais e melhor quanto a honorários!

    Nossa revista, a VOX Otorrino, precisa ser o veículo de comunicação que dê lugar a esse assunto crucial em de-poimentos e reportagens que aprofundem sua compre-ensão e a participação de todos. Existem vários pontos do país com histórias extraordinárias de vitórias reais

    na luta por melhores honorários. São exemplos que de-veriam ser mais bem compreendidos e muito mais di-vulgados. Seus organizadores deveriam ser entrevistados para inspirar a todos em todos os cantos do país.

    Como poucos conseguiram o que muitos acham im-possível?

    Somente atuando unidos podemos mudar certas coisas. Precisamos melhorar, pensando no futuro dos jovens otorrinos que receberam de presente as tabelas de honorários mais baixas entre todas as especialidades, mas que, além disso, precisam ter uma formação profis-sional adequada e controlada cada vez melhor por nossa ABORL-CCF.

    Por falar nisso, temos um dos maiores congressos de Otorrinolaringologia em número de participantes, mas é, basicamente, um evento informativo, de comu-nicações rápidas. Podemos melhorá-lo com cursos mais completos e profundos. Temos colegas que figuram en-tre os especialistas mais importantes do mundo. Deve-mos aproveitá-los e não o fazemos.

    Além disso, os jovens precisam que suas comunica-ções sejam vistas e comentadas pelos mais experientes e não apenas pelos que, como eles, são também apresenta-dores. Podemos mudar isso se estivermos juntos.

    Nós evoluímos muito nos últimos anos, mas não es-tamos em união como deveríamos e sabemos que, uni-dos, seríamos muito mais fortes. Quero trabalhar para isso, sei trabalhar para isso e posso trabalhar para isso, mas sem sua participação é impossível!

    Minha intenção é fazer com que nossa sociedade seja cada vez mais útil e próxima de todos os otorrinos. Seu voto e sua participação são importantes para o futuro da Otorrinolaringologia de nosso país. Estou esperando, honrado e grato, por qualquer sugestão sua e aberto para recebê-la.

    Um grande abraço de um membro orgulhoso por fazer parte de nossa família!

    Div

    ulga

    ção

    18 | VOX Otorrino

  • Dr. Geraldo Druck Sant’AnnaProfessor de Otorrinolaringologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

    Em primeiro lugar, manifesto mi-nha honra e minha responsabilidade em

    disputar esta eleição com o Dr. Alexandre Felippu, figura de importância dentro da Otorrinolaringologia brasilei-ra. Tenho certeza de que faremos uma campanha propo-sitiva e aviso que, independentemente do resultado final da eleição, estaremos juntos na busca do fortalecimento de nossa especialidade.

    Por que, então, acho-me capaz de assumir esse encargo?Experiência acadêmica: tenho sólida formação e vida

    acadêmica, desde cedo envolvi-me com o associativismo médico, pratico atividade assistencial em clínica privada e no SUS e possuo conhecimento profundo do funciona-mento da ABORL-CCF. Sou graduado em Medicina pela UFRGS, fiz residência em Otorrinolaringologia no Hospi-tal de Clínicas de Porto Alegre, fellowship no Departamento de Otorrinolaringologia e Voice Center da Vanderbilt Uni-versity e pós-graduação na Unifesp. Fui diretor científico do Hospital de Pronto Socorro de 2005 a 2015. Sou professor da Disciplina de Otorrinolaringologia da Universidade Fe-deral de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) des-de 1994, preceptor do Programa de Residência Médica em Otorrinolaringologia da UFCSPA/Santa Casa desde 1993 e chefe do Serviço de Otorrinolaringologia desde 2006.

    Experiência em Conselhos: fui conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) de 2003 a 2008. Fui, também, presidente da Câmara Técnica de Otorrinolaringologia entre 2008 e 2013 e conselheiro de Administração da Unimed Porto Alegre no período 2008-2013.

    Experiência associativa: na especialidade, servi na As-sociação Gaúcha de Otorrinolaringologia, fui presidente da Associação Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) de 2005 a 2007, tendo sido secretário e vice-presidente em outras gestões, desde 1997. Na ABORL-CCF participei, a partir de 1997, de várias comissões e cargos. Fui mem-bro do Departamento de Defesa Profissional por várias gestões, integrante da Comissão de Ensino, Residência e Treinamento e, recentemente, assessor da presidência (Dr. Sady Selaimen), idealizando e coordenando a gestão da qualidade, com o Projeto ISO9001, e, hoje, assessor da presidência (Dra. Wilma Anselmo) para o planejamento estratégico da ABORL-CCF.

    Minha plataforma é uma junção de minhas ideias pessoais e da colaboração de muitos colegas associados. Os principais pontos são:

    Remuneração médica: há uma óbvia e inaceitável que-da na remuneração paga aos otorrinolaringologistas. Esse fenômeno é histórico e progressivo. A relação de médicos com as principais fontes pagadoras é difícil. De forma geral, operadoras de planos de saúde e hospitais fazem a negocia-ção do financiamento da assistência e ficamos à margem. Temos que mudar essa realidade! É claro que para um pro-blema tão complexo não há solução simples e mágica. Irei estimular, ainda mais, as cooperativas, pois a negociação de honorários em grupo é mais forte e exerce pressão. Entre-tanto, precisamos propor novos relacionamentos, com no-vas formas de remuneração, especialmente nas grandes ci-dades. Assistiremos a uma mudança no financiamento nos próximos anos – a remuneração por desempenho (value--based health care) – e precisamos estar prontos.

    Defesa da especialidade: a Otorrinolaringologia tem diversas interfaces com outras especialidades médi-cas e profissões. É fundamental salvaguardar nossa ativi-dade médica de forma integral e construtiva.

    Associado participante: somos 6 mil otorrinola-ringologistas associados. Existe um número enorme de mentes criativas e dispostas a colaborar com a associa-ção e com os otorrinolaringologistas. Iremos aumentar a participação voluntária dentro da ABORL-CCF.

    Modernidade e inovação: nossa época exige moderni-zação das práticas e inovação na gerência das organizações. A associação deverá continuar essas ações que iniciaram com a ISO9001, elaborando um planejamento estratégico. Para seguir crescendo, necessitamos de planejamento.

    Plataforma baseada na tecnologia da informação e internet: a informação viaja muito rápido na atualidade. Precisamos, cada vez mais, dessa rapidez. Ela servirá para transmissão de conhecimento científico, defesa profissio-nal, eventos e para agilidade da gestão. Está comprovado que organizações que tomam esses referenciais assumem a condição de exponencialidade (crescimento multiplicado).

    Acredito muito no conceito da cocriação, em que, com a sugestão e a colaboração de muitos, os projetos passam a ganhar uma probabilidade maior de serem executados e de darem certo. Portanto, vamos cocriar minha gestão na ABORL-CCF! Sinta-se livre para me contatar. Será ótimo poder escutar sua sugestão!

    Obrigado por sua atenção e espero contar com seu voto!

    Div

    ulga

    ção

    VOX Otorrino | 19

  • caPacaPa

    20 | VOX Otorrino

  • Por Bruno Bernardino

    HONORÁRIOS MÉDICOS:QUANTO GANHA O MÉDICO?

    Um raio-x do rendimento e do mercado de trabalho do otorrinolaringologista

    VOX Otorrino | 21

  • caPacaPa

    Como uma das mais antigas, tradicionais e con-corridas profissões, a Medicina leva a fama de ter um dos maiores salários do país. Será que isso é, de fato, uma realidade? Qual é o salário médio de um médico no país? Quais desafios ele encontra ao chegar ao mercado de trabalho? Quais são os gastos para a monta-gem de um consultório, caso seja esse o desejo do profis-sional? E quais seriam outras possíveis opções disponíveis?

    “Antes de montar um consultório, o primeiro passo é fazer uma reflexão pessoal com objetivo de entender aonde se quer chegar”, acredita Dr. Bruno Rossini, otor-rinolaringologista responsável técnico por uma clínica particular. “É preciso refletir sobre o que é sucesso para você e o que o fará feliz. Se a resposta for abrir um con-sultório para atender pacientes privados ou provenientes de um convênio médico, então, mãos à obra”, completa.

    Nesse contexto, deve-se traçar um planejamento de curto, médio e longo prazos. Todas as decisões devem ser tomadas levando em consideração o público-alvo es-colhido para o atendimento: local, decoração, presença ou não de estacionamento, preço e duração das consul-tas, equipamentos a serem comprados, forma de divul-gação etc. Como salienta Dr. Bruno, o cliente deve ser o foco de todo o planejamento e montagem do projeto.

    Os gastos médios do consultório vão depender do formato escolhido e da cidade em que se trabalhará (em São Paulo, por exemplo, giram em torno de R$7 mil reais mensais, sem contar o alvará, segundo o médico). O básico é a solicitação do alvará de funcionamento, aluguel de uma sala, luz, salário de uma recepcionista e material para atendimento. “Nesse último item, o valor

    Fonte: Demografia Médica no Brasil 2015

    29,5%

    25,6%

    20,4%

    10,6%

    4,8%

    6,5%

    2,6%

    100%

    13,7%

    20,3%

    19,7%

    14,7%

    8,9%

    18%

    4,7%

    100%

    Até R$8 mil

    R$8 mil a R$12 mil

    R$12 mil a R$16 mil

    R$16 mil a R$20 mil

    R$20 mil a R$24 mil

    Acima de R$20 mil

    Recusa

    Total

    SEM CONSULTóRIO COM CONSULTóRIO

    dependerá da especialidade a ser exercida e de quais ser-viços o profissional deseja oferecer, como audiometria, otoneurologia e videolaringoscopia, entre outros”, expli-ca o coordenador da Comissão de Honorários Médicos da ABORL-CCF, Dr. Casimiro Junqueira, que já pos-sui um consultório próprio.

    A seguir, é preciso fazer um planejamento financei-ro, determinando qual será seu salário em curto, médio e longo prazos. Essas metas devem ser realistas e ter cer-ta flexibilidade. Caso encontre dificuldades, o médico pode contar com o auxílio de administradores para exe-cutar essa fase de forma adequada.

    “Antes de montar

    um consultório, o

    primeiro passo é

    fazer uma reflexão

    pessoal com objetivo

    de entender onde se quer

    chegar. É preciso refletir sobre

    o que é sucesso para você e o

    que o fará feliz”

    Dr. Bruno Rossini

    Divulgação

    Rendimento mensal

    22 | VOX Otorrino

  • Distribuição de médicos que trabalham ou não em consultório

    Distribuição de médicos pelos setores público e privado no Brasil

    Fonte: Demografia Médica no Brasil 2015

    Clínica e consultório privado

    (de terceiros)

    31,4%

    68,6% Consultório próprio

    59,9%

    Trabalham em consultório

    40,1%

    Não trabalham em consultório

    Diferenças entre o setor público e o privado Os honorários médicos no Sistema Único de Saúde

    (SUS) são tabelados e seguem um pagamento pros-pectivo, o que difere dos realizados em redes privadas. Os sindicatos e federações (como a Federação Nacional dos Médicos – Fenam) lutam por melhorias e condições de trabalho justas, mas essa é uma batalha árdua, que nem sempre alcança bons resultados.

    Os valores são diferentes em cada município e os dos procedimentos realizados pelos médicos no SUS

    Fonte: Demografia Médica no Brasil 2015

    26,9%SETOR PRIVADO

    21,6%SETOR PÚBLICO

    51,5%AMBOS

    costumam ser bem abaixo dos da rede particular – a média de um atendimento de clínico geral, por exemplo, é de R$12 por pessoa, já no setor priva-do, o mínimo é de R$60. Isso não significa, porém, que o médico do SUS ganha o valor de cada atendi-mento – os valores são uma estimativa mensal. “Na maior parte das vezes, há uma enorme diferença en-tre a remuneração do setor público e a do privado. De forma geral, o setor privado paga muito melhor, porém não oferece a estabilidade que tem um profis-sional concursado”, declara Dr. Bruno.

    VOX Otorrino | 23

  • caPacaPa

    A relação com os convênios Caso opte pelo setor privado, o otorrinolaringolo-

    gista pode vincular-se a um convênio, tendo como van-tagem a rápida clientela formada por referenciados pela operadora. “Isso, em uma fase inicial, gera um número significativo de clientes”, indica Dr. Casimiro.

    Para Dr. Bruno, as desvantagens são muitas: “Os ho-norários são baixos e não há poder nas negociações para o médico, além de glosas não justificadas e cerceamento da atividade do médico”. Ademais, a burocracia para se credenciar a um plano de saúde é enorme. São exigidos vários documentos, tanto do médico quanto do local que será usado para atendimento.

    Para escolher um bom plano, uma dica é avaliar seu relacionamento com os médicos já credenciados e com clientes referenciados, além de avaliar a tabela adotada para o pagamento de honorários, vendo se são feitos em dia e se há baixo índice de glosas.

    Em outro momento da carreira, o médico pode conscientizar-se de que não precisa mais do plano para manter-se, pois já criou uma lista de pacientes fiéis. Dr. Casimiro destaca que isso é notado quando os pacien-tes começam a procurar o profissional independente do convênio e pagam pela consulta: “Nessa hora, temos os sinais de que está chegando a hora de mudança na forma de remuneração”.

    De acordo com Dr. Bruno, todo médico pode che-gar a esse patamar. “Há, porém, a necessidade de um grande planejamento, mudança de modelo de negócio, coragem e assessoria profissional”, reforça.

    O COOPERAtiViSMO COMO

    uMA POSSiBiLiDADESão vários os exemplos de cooperativas que conse-guiram melhorar o pagamento dos honorários mé-dicos. A principal característica do cooperativismo é unir especialistas de determinada região para que, juntos, tenham mais forças para negociar os ho-norários recebidos pelas operadoras de saúde. “A vantagem principal é o aumento da força de ne-gociação para os médicos. A desvan-tagem é ter que lidar com as buro-cracias necessárias para formar e manter uma cooperativa”, avalia Dr. Bruno.

    Diferenças entre o consultório próprio e o atendimento em clínicas populares

    Ao escolher trabalhar em uma clínica popular, o médico pode encontrar vantagens como: não se pre-ocupar com a parte burocrática administrativa, ter os pacientes captados pela própria clínica, receber o pagamento em dinheiro na mesma semana do aten-dimento realizado, trabalhar em um local organizado e com boa gestão e não ter os custos fixos de man-ter o consultório. As desvantagens, porém, são: não conseguir exames de alta complexidade facilmente ou encaminhar o paciente para cirurgia, o baixo valor recebido por consulta, o tempo curto de atendimento e a dificuldade em estabelecer uma relação médico--paciente, uma vez que o paciente é da instituição em que o médico trabalha.

    Por outro lado, os benefícios de optar por um con-sultório próprio são: poder estabelecer os horários de trabalho, não ter um chefe a quem responder, colocar o estilo de trabalho próprio no negócio, desenvolver uma boa relação com o paciente e cobrar o valor que acredita ser justo diretamente ao paciente. Conforme Dr. Bru-no, os pontos negativos são os problemas relacionados a ser empreendedor. “Trabalha-se mais do que quando se é apenas um empregado, há demandas administrativas rotineiras a serem resolvidas e não há hora para começar e acabar o expediente. No entanto, com um consultório próprio, em funcionamento adequado e com bom giro de pacientes, o ganho mensal pode ser muito melhor. Um bom consultório, com uma boa gestão, tem a capa-cidade de criar riqueza”.

    “[Em material para

    atendimento] o

    valor dependerá

    da especialidade a

    ser exercida e de quais serviços

    o profissional deseja oferecer,

    como audiometria, otoneurologia

    e videolaringoscopia, entre

    outros”

    Dr. Casimiro Junqueira

    Divulgação

    24 | VOX Otorrino

  • ACRE R$8.160**

    ALAGOASR$13.847,93

    AMAZONASR$13.847,93

    DISTRITO FEDERALR$6.325,74*

    ESPÍRITO SANTOR$ 13.847, 93

    GOIÁSR$2.811*

    MATO GROSSOR$13.847,93*

    MATO GROSSO DO SULR$13.847,93

    MINAS GERAISR$2.318,82

    PARÁR$3.500*

    PARANÁR$9.049,72****

    PERNAMBUCOR$8.004

    PIAUÍ R$13.847,93

    RIO DE JANEIROR$5.622*

    RIO GRANDE DO NORTE

    R$13.847,93

    RIO GRANDE DO SULR$13.847,93

    RORAIMAR$17mil***

    SANTA CATARINAR$13.847,93

    SÃO PAULOR$13.847,93

    SERGIPER$13.847,93

    TOCANTINS R$13.847,93

    Divisão dos pisos salariais por estado, de acordo com seus sindicatos:

    *Valor referente a 20 horas semanais trabalhadas em um mês;** Valor referente a 30 horas semanais trabalhadas em um mês;***Valor referente a 40 horas semanais trabalhadas em um mês;****Valor referente a 120 horas mensais trabalhadas em um mês.

    Obs.: Até o fechamento da revista, os sin-dicatos médicos do Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba e Rondônia não haviam repassado o valor do piso salarial solicitado por nossa equipe.

    VOX Otorrino | 25

  • aBorl-ccF eM ação

    Cirurgia plástica da face e defesa profi ssional

    Por Dr. Antonio Carlos Cedin, presidente da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face (ABCPF)

    A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) é a entidade que

    congrega os médicos dessa especiali-dade, legalmente representados na Associa-

    ção Médica Brasileira (AMB), no Conselho Federal de Medicina (CFM) e em sociedades de outras especialida-des. Lembro que, há vários anos, foi votada e aprovada em assembleia a transformação da “sociedade brasileira de ORL” em Associação, devido a questões fi scais. Algo que poderíamos oportunamente rever, se for relevante.

    A ABORL-CCF, com aval da AMB, tem a prerro-gativa de avaliar a competência daqueles que, depois de enfrentar as difíceis provas para ingresso nos programas de residência ou especializações, se qualifi cam para o exame de titulação em uma especialidade.

    Aos que se credenciam com o título de especialista, abrem-se novos horizontes, tanto nos meios acadêmicos (do mestrado à docência) quanto na assistência médica em consultórios e clínicas.

    Eles também podem almejar aperfeiçoamento em supraespecialidades por meio de cursos, programas de fellow ou pós-graduação, além de ser membros dos bra-ços acadêmicos da ABORL-CCF, como ocorre com os integrantes da Academia de Plástica Facial.

    Nossa Academia visa a estimular o aprimoramento e a qualifi cação dos especialistas, zelando pelas boas prá-ticas dos otorrinolaringologistas que se interessem pela cirurgia plástica da face. Excelentes programas de treina-mento têm sido oferecidos a eles por iniciativa de com-petentes colegas, que têm muita experiência na área. Além do conteúdo, esses treinamentos contribuem para que os otorrinos atuem irrepreensivelmente em termos

    Div

    ulga

    ção

    26 | VOX Otorrino

  • éticos e profi ssionais, sendo reconhecidos por sua in-questionável competência na cirurgia plástica facial.

    Há crescente interesse de otorrinolaringologistas pela prática desse tipo de cirurgia, mas, também, de profi ssionais de outras especialistas médicas que atuam na área e, lamentavelmente, de não médicos.

    Nesse cenário, há muitos confl itos entre as espe-cialidades médicas acerca de competências e legalidade de atuação. Tais situações devem ser solucionadas pela conciliação entre as partes, face a face. Acreditamos em priorizar a excelência na qualifi cação profi ssional e em, unidos, resolver essas pendências.

    Frequentemente, há dúvidas sobre a autorização le-gal e a qualifi cação dos ORL para executar procedimen-tos e cirurgias estéticas na face.

    Indubitavelmente, o aprimoramento de nossos otor-rinos os habilita a trabalhar, com competência, nessa área. A legislação é clara e nos autoriza a isso, desde que estejamos adequadamente treinados. A prova é o aumento da demanda por nossos colegas otorrinos que trabalhem com plástica facial.

    Cabe ressaltar que, além do preparo, devemos nos pautar por ilibada conduta ético-profi ssional. Sem isso, haveria grande vulnerabilidade a questionamentos ju-diciais ou nos órgãos de classe aos quais estivéssemos vinculados.

    Enfatizamos que nossa Associação Brasileira de ORL é a entidade legal para responder sobre e moni-torar a conduta dos associados, por meio de seu co-mitê de defesa profi ssional e ética médica. A ela deve se reportar a Academia, que envia para lá as deman-das relativas a seus integrantes.

    Com isenção e competência, a ABORL-CCF apoia as diretrizes da Academia de Cirurgia Facial. Sem-pre é bom recordar que tivemos como presidentes da ABORL-CCF os professores Marcos Mocellin, José Eduardo Dolci e José Vitor Maniglia, titulares da disci-plina de ORL em suas respectivas universidades, além de precursores da cirurgia plástica facial no Brasil, a quem, portanto, devemos grande parte dos avanços nessa área.

    ABORL-CCF e Academia, consequentemente, trabalham para incluir os procedimentos de plástica facial na grade programática de todas as residências e programas de especialização em ORL e nas compe-tências de otorrinolaringologia junto à AMB. Tam-bém vamos solicitar à Associação que a competência Cirurgia Cérvico-Facial seja agregada à Otorrino-laringologia e, portanto, ofi cialmente ao nome da ABORL. Isso signifi cará mais uma certifi cação de nossa capacitação em cirurgia nesse âmbito.

    Por tudo que foi exposto, não há razão para colo-car em dúvida a responsabilidade da ABORL-CCF e da Academia para com seus associados. Nunca hou-ve negligência em relação aos interesses legítimos de seus membros.

    Essas entidades se pautam pela transparência e pelas práticas democráticas, tanto que nenhuma proposta de nossas diretorias é levada adiante sem que seja apresen-tada, exaustivamente debatida, votada e aprovada em assembleia. Todos os associados têm iguais responsabi-lidades na tomada de decisões e, portanto, o direito e o dever de obter informações corretas, de fontes ofi ciais, para consubstanciar suas posições e evitar desgastantes e desnecessárias polêmicas.

    Unidas, ABORL-CCF e Academia estarão sempre na vanguarda da defesa intransigente das prerrogativas legais de atuação dos otorrinolaringologistas. Nosso departamento jurídico e comitê de defesa profi ssional e ética médica são vigilantes e estão à disposição dos as-sociados.

    VOX Otorrino | 27

  • internacional

    Por Bruno Bernardino

    Conheça as experiências vividas por brasileiros que não se contentaram com limites geográfi cos e foram atrás do sonho internacional

    Muitos médicos têm o desejo de adquirir uma especialização fora do Brasil, mas não sabem como funcionam os trâmites necessários para tal. Com intuito de esclarecer a questão, a equipe da Revista VOX Otorrino entrevistou dois especialistas: Dr. Carlos Pinheiro-Neto, diretor do programa de Ci-rurgia de Base de Crânio no Albany Medical Center, no estado de Nova Iorque, e Dra. Emi Murano, que por dez anos morou no Japão, onde fez doutorado em Controle Motor e Neurociência, seguido por sete anos de pesquisas e atendimento clínico na Johns Hopkins,

    uma das mais renomadas instituições americanas, e, atu-almente, reside em São Paulo. O que o médico brasileiro pode esperar ao sair do país buscando mais conhecimen-to na área médica? Quais são as principais diferenças encontradas entre o Brasil e outros países?

    Quando estava em seu segundo ano de residência, Dr. Carlos decidiu que gostaria de se especializar em cirurgia de base de crânio e passou um período pesqui-sando sobre os principais lugares que ofereciam treina-mento formal na especialidade. Durante as férias do terceiro ano da residência, então, foi fazer um estágio

    otorrinolaringologiafora do Brasil

    28 | VOX Otorrino

  • em Pittsburgh, na Pensilvânia, Estados Unidos. “Fiquei encantado com o volume cirúrgico, a complexidade dos procedimentos e com o treinamento bem estruturado oferecido aos fellows”, recorda.

    Para quem deseja seguir pelo mesmo caminho, a dica do médico é: “ter esforço e perseverança”. Segundo o es-pecialista, as vagas do chamado clinical fellowship (uma bolsa de estudos oferecida a médicos que desejam se es-pecializar praticando cirurgias nos EUA) são bastante concorridas e não existem muitas vagas disponíveis. “Em geral, são preenchidas com dois ou três anos de antece-dência. O segredo é começar o processo o quanto an-tes. Quando estive em Pittsburgh, durante um mês, em 2007, publiquei meu primeiro artigo em parceria com os médicos Ricardo Carrau e Carl Snyderman, o que fez com que nossa relação acadêmica fosse estreitada. Depois desse primeiro contato, publicamos diversos artigos, fi -quei três meses estagiando no laboratório de anatomia, até que fui aceito no fellowship que seria iniciado em julho de 2010. Ou seja, a revalidação do diploma, por incrível que pareça, não é a parte mais complicada, já que existe um processo muito bem organizado para isso. O difícil é construir essa relação acadêmica com o programa em que se pretende especializar – e ser aceito”.

    Otorrinos no Brasil versus otorrinos nos EuA

    Conforme Dr. Carlos, os otorrinolaringologistas formados no Brasil são extremamente bem preparados, algo que é reconhecido em terras norte-americanas. A principal diferença que existe, para o médico, é de que a Otorrinolaringologia americana é mais abrangente, englobando as áreas de Cabeça e Pescoço, Cirurgia Crânio-maxilo-facial e Microcirurgia de Retalhos Li-vres, entre outras. “Converso com muitos colegas no Brasil e sei que essa diferença está mudando. Recordo que, quando fi z minha especialização em cirurgia crâ-nio-maxilo-facial na Faculdade de Medicina da Univer-sidade de São Paulo (FMUSP), com Dr. Luiz Ubirajara Sennes e Dr. Nivaldo Alonso, ouvi de alguns colegas que ‘trauma de face não era para otorrinolaringologistas’. No entanto, ao chegar no fellowship, logo no primeiro mês já fui alocado na escala do trauma de face. Aqui, o trauma de face é dividido semanalmente entre otorrino, cirurgia plástica e bucomaxilo”, conta.

    Outras vantagens são o respeito ao médico e o siste-ma bem estruturado que permite ao profi ssional se de-dicar apenas à Medicina. “Existem enfermeiros e outros profi ssionais não médicos que ajudam constantemente na clínica e nas atividades burocráticas”, completa.

    Já para Dra. Emi Murano, o destaque fi ca com a pos-sibilidade de se dedicar exclusivamente à pesquisa. “Cada país tem suas peculiaridades. Não há dúvidas, porém, que em países de primeiro mundo, a pesquisa é extremamente profi ssional e considerada como tal. Você tem um espaço e estruturas que te apoiam, coisas de que sinto falta aqui no Brasil. Embora, aqui, consigamos fi nanciamentos para a pesquisa, não são pagos salários. Então, o pesquisador não pode se dedicar exclusivamente. Não há estabilidade, ou seja, é preciso ter um salário assegurado para poder se dedicar à pesquisa”. Apesar disso, a médica ressalta que o Brasil possui pesquisas excelentes sendo feitas e tem con-dições para isso. “Temos muito material, equipamentos de primeira qualidade e centros de excelência”, avalia.

    Ao fazer seu doutorado no Japão, Dra. Emi ouviu de um professor que “quando se entra no doutorado, sua visão sobre o mundo toma outra dimensão”. E assim foi para a médica. Portanto, sua mensagem para todos aqueles que sonham com uma formação no exterior (ou mesmo em outro lugar no país) é de incentivo, seja qual for a fase da carreira vivida. “A exposição a algo diferen-te não faz com que nos tornemos diferentes, mas nos transforma. A bagagem que temos aumenta de forma exponencial. São inúmeras as possibilidades criadas a partir dessa experiência”.

    Para quem deseja revalidar seu diploma para tentar seguir caminho nos Estados Unidos, dois websites são fundamentais: e . O médico estrangeiro passa pelas mesmas provas que o americano faz para se gra-duar em Medicina e poder realizar uma residência médica. Chamados de usmle steps, existem quatro etapas para a revalidação do diploma, incluindo uma prova prática. “São testes de-morados, com duração de oito a nove horas e que requerem uma boa preparação”, relata Dr. Carlos.

    VOX Otorrino | 29

  • VOx news

    Por Bruno Bernardino

    Vox news

    O Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (BJORL), publicação científica da ABORL-CCF, teve aumento em seu fator de impacto, passando de 0,730 para 0,822. A revista publica contribuições originais em Otorrinolaringo-logia e áreas afins (Cirurgia Buco-maxilo-facial, Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Foniatria), com o objetivo de divulgar nacional e internacionalmente a produção científica voltada para a Otorrinolaringologia, além de suscitar a discussão de assuntos de relevâncias científica, acadêmica e profissional. O fator de impacto é utilizado para comparar diferentes periódicos de determinada área e reflete o número médio de citações de artigos científicos publicados nesses veículos.

    FAtOR de ImpACtO dO BJORL AumentAPublicação tem histórico crescente do fator de impacto

    A editora-chefe do BJORL, Dra. Shirley Pignatari, e os demais editores: Dra. Mariana Leal, Dr. Carlos Takahiro Chone, Dr. Edilson Zancanella, a presidente da ABORL-CCF, Dra. Wilma Anselmo Lima, Dr. José Eduardo Lutaif Dolci, Dr. Osmar Mesquita Neto, Dr. Luciano Rodrigues Neves e Dra. Eulalia Sakano

    Confira o texto escrito pela editora-chefe do BJORL, Dra. Shirley Pignatari, sobre a mais nova vitória do periódico:

    É com orgulho imenso, fruto de um trabalho em equipe, principalmente por parte de nossos revisores, que o BJORL chega a 2017 com um novo aumento no fator de impacto (FI): 0,822.

    O FI é um dos índices mais usados para a avaliação do desempenho das revistas científicas em todo o mundo, o que depende, evidente-mente, da qualidade e regularidade de suas publicações, pois está diretamente associado ao número de citações dos artigos publicados. Na área da Otorrinolaringologia, diferentemente das áreas clínicas – cujos FIs costumam ser mais altos – o maior número gira em torno de 4. Portanto, qualquer FI próximo de 1 pode ser considerado muito bom.

    Indicadores de qualidade incluem a internacionalização (publicação na Língua Inglesa, revisores e corpo editorial com elementos interna-cionais, publicações de autores de diferentes países), a regularidade das publicações e o processo editorial dinâmico e ético, entre outros fatores. Acredito que, ao longo dos anos, o BJORL vem se esmerando em preencher todos esses critérios e, sem dúvida, muitas dessas ações só foram possíveis graças ao apoio constante da ABORL-CCF.

    A manutenção e, principalmente, os aumentos no FI de uma revista científica internacional não são metas fáceis, mas com a colaboração de nossa equipe de trabalho, dos revisores e editores, temos a esperança de continuar melhorando a cada ano.

    Divulgação A

    BORL-C

    CF

    30 | VOX Otorrino

  • Por Bárbara Mello

    De 24 a 28 de junho, em Paris, na França, aconteceu o 21º Congresso Mundial da International Federation of Otorhinolaringological Societes (IFOS). O evento que ocorre a cada quatro anos, desde 1928, contou com a pre-sença de 8.500 visitantes e mais de 130 exibidores de todos os continentes. Sob o tema principal Diversidade, Inovação e Avaliação, a programação científi ca do evento contou com palestras, simpósios, cursos e mesas-redondas nas áreas de Fonologia, Laringologia, Otologia, Cirurgia Plástica e Rinologia, entre outras.

    Para Dr. Ricardo Bento, presidente do Comitê de Otologia e Otoneurologia da IFOS, este foi um congresso mui-to prático, que abordou questões típicas da rotina do profi ssional da área. Além disso, Bento afi rma que participação brasileira no evento foi signifi cativa. “Mais ou menos 100 brasileiros estavam presentes. O Brasil foi a quarta maior delegação, depois de França, Estados Unidos e Canadá”, conta.

    intercâmbio cultural e intelectual

    Para Dr. Ricardo, o congresso é importante, pois reúne profi ssionais da Otorrinolaringologia do mundo inteiro. “Não existe outro congresso tão grande como este”, destaca. Mas, conforme, o especialista, outra vantagem do evento se destaca: “Acho que o que existe de mais interessante nesse evento é o intercâmbio com profi ssionais de todas as áreas”.

    Programação social

    Além da parte científi ca, o congresso teve uma parte social muito marcante. No local, os profi ssionais tiveram a chance de se comunicar e trocar informações e ideias a respeito de suas práticas diárias. Dr. Ricardo descreve como foi essa parte do evento: “Houve um jantar maravilhoso dentro do Museu do Louvre, que foi fechado para o congresso. Assim, foi possível fazer uma visitação no museu, exclu-siva para os participantes. Depois, tivemos um jantar embaixo da pirâmide do Louvre. Foi muito bacana”.

    21º COnGRessO mundIAL dA IFOsEvento realizado em Paris foi marcado por temas práticos e visita ao Louvre

    “Acho que o que existe de mais interessante nesse evento é o intercâmbio com profi ssionais de todas as áreas”

    Ricardo Bento

    Divulgação

    VOX Otorrino | 31

  • qualidade de Vidaqualidade de Vida

    Entre rimas e bisturis Poesia e Medicina encontram morada nas mãos de Dr. Perboyre

    Para o Dr. Perboyre Lacerda Sampaio, especialista em cirurgia plástica facial – nascido em Recife (PE), mas criado em Juazeiro do Norte (CE) –, o interesse por escrever apareceu misteriosamente e de maneira bem precoce. Sua infância se passou em uma pe-quena fazenda, onde encontrava-se um romântico enge-nho de rapadura, e, segundo o médico, lá o trabalho era uma festa permanente. Foi sob essa infl uência que surgiu seu interesse pela escrita. “Desculpe a falta de modéstia, mas sou caipira de corpo, alma e coração. Costumo di-zer que eu saí da roça, mas a roça nunca saiu de mim. Embriaguei-me de belezas nesse paraíso. Foram tantas que alguma coisa mudou dentro de mim e me inspirou a descrevê-las. Além disso, havia muitos livros em nossa casa e, principalmente, uma família bem grande, poética e linda, mas acho importante lembrar que não havia tele-visão, celulares e tablets, essas fábricas de solidão”, relata.

    Assim como a poesia, o despertar para a Medicina também aconteceu bem cedo para Dr. Perboyre, provavel-mente após um episódio “fantasmagórico” que lhe ocorreu por volta dos 7 anos, em uma festa da paróquia de Santo Antônio da cidade de Barbalha (CE). “Ganhei uma moeda e gastei tudo em picolé – devo ter devorado uns dez ou mais. Fui dormir e acordei sufocado, morrendo. O corre--corre foi geral e eu já estava pra lá de cianótico, preto, ‘conversando com o cão’. A visão do médico me atendendo foi divina. Não sei qual foi o milagre ‘corticoideano’, mas, em minutos, voltei a respirar e retornei a minha ‘morenez’. Aquela visão milagrosa do ‘anjo salvador’ deve ter tido al-

    gum papel em minha cabeça ‘chata’ de nordes-tino. Outras motivações mais lógicas também devem ter contribuído para que mesmo a pai-

    xão exagerada por mecânica não fosse capaz de mudar meu caminho”, fi losofa.

    De acordo com o poeta, alguns colegas otorrinos já reagiram com certo desprezo quando descobriram seu lado escritor. “Já

    aconteceu sim, mas eu fi z que não vi e, depois, tudo foi melhorando”, lembra. Mas a poesia já

    ajudou muito o profi ssional na carreira médica. “Primeiro, contribuiu para meu próprio equilíbrio, e, além disso, mui-tos colegas famosos e de altos cargos

    Por Gabriela Rezende

    me acolheram amisto-samente. Uma relação interpessoal alegre pode ter uma impor-tância incomensurá-vel”, defi ne.

    Para Dr. Perboyre, escrever é uma necessidade vital – alivia dores, angústias e medos –, ajudando a esquecer que a tristeza existe. “Quando um poema nasce, já cumpriu sua principal missão: aliviar as dores e angústias de quem o criou. Não consigo me imaginar sem a arte em qualquer de suas expressões. Penso que é a última aquisição do cé-rebro humano”, declara. Segundo o médico, a poesia é uma ponte mágica entre os humanos – aproxima, cria laços e torna o convívio muito mais doce entre colegas, pacientes, enfi m, entre todos.

    O otorrino conta que nunca pensou em deixar a Medicina para viver de seus poemas, já que só poetas famosos conseguem se manter assim e, talvez, após um longo tempo de sacrifícios. “Além disso, a Medi-cina requer muita dedicação e é infi nitamente bela. É, também, poesia pura. Muitas vezes fui ao banheiro para esconder as lágrimas após ver uma mãe chorando de ale-gria ao receber nos braços o primeiro fi lho”, conta.

    Sobre seu momento de criação, o médico diz que a poesia aparece a qualquer hora e em qualquer situação. “É sempre bom ter papel e caneta por perto. Inspira-ção existe, chega e desaparece rápido”, sentencia. Para o “doutor poeta”, a inspiração vem, muitas vezes, sem avi-sar. “Tudo é imprevisível e misterioso, embora algumas situações provoquem o parto. O instante da criação tem muito de mistério e beleza”, acredita.

    Conheça o poema Prece pelos amigos, do Dr. Per-boyre, acessando o QR Code abaixo

    Divulgação

    32 | VOX Otorrino

  • Chegou o aplicativo Diário de Alergia!Oriente seus pacientes a monitorarem o controle dos

    sintomas da rinite alérgica com este inovador aplicativo.

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    • Iniciativa europeia para controle das doenças crônicas das vias aéreas

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    • Facilidade e efetividade no acompanhamento dos sintomas da RA na vida real, para eficácia terapêutica

    • Alertas de uso para aumentar a adesão ao tratamento e, consequentemente, a eficácia

    • Envio eletrônico dos gráficos de monitoramento para o médico que acompanha o tratamento

    Procure por Diário de Alergia MACVIA-ARIA e faça o download GRATUITAMENTE.

  • conduta Médica

    O Hospital Estadual Sumaré Dr. Leandro Fran-cheschinni, em São Paulo, teve sua construção iniciada na década de 1990, com um investi-mento total, entre a parte física e os equipamentos, de R$54 milhões. Lançado em setembro de 2000, o hospi-tal é administrado por meio de um convênio mantido entre a Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP) e a Uni-versidade Estadual de Campinas (Unicamp).

    Desde o começo de sua trajetória, já foram reali-zados no HES-Unicamp quase 150 mil cirurgias, 38 mil partos e mais de 1 milhão de atendimentos. Seu funcionamento reduziu expressivamente a demanda de pacientes atendidos no complexo hospitalar da Uni-camp e em outros hospitais públicos da região. Com dois anos de funcionamento, o Sumaré foi considerado um dos dez hospitais do país mais bem avaliados pelos pacientes, garantindo à instituição o prêmio de Quali-dade Hospitalar – Categoria Nacional, concedido pelo Ministério da Saúde.

    Um ponto destacável do hospital é seu moder-no projeto arquitetônico, que facilita a qualidade do atendimento e o acesso dos pacientes: são corredores espaçosos, com iluminação natural, boa circulação de ar, leitos amplos e arejados e pintura em cores suaves nas paredes. Tudo isto se adequa à missão que o hospi-tal tem de “oferecer aos usuários do Sistema Único de Saúde atendimento de alta confi abilidade e qualidade em assistência médico-hospitalar”.

    A história do hospital considerado um dos dez melhores no Brasil, segundo os pacientes

    HOSPITAL ESTADUAL SUMARÉ: metas e objetivos que defi nem referência no país

    Por Bruno Bernardino | Fotos: divulgação

    “Ao longo desses quase 17 anos, nossa experiência nos mostrou que

    as difi culdades em conseguir os resultados pretendidos acabaram

    por [se] transformar [..] em uma aprendizagem e adaptação

    progressivas”

    gestão eM Práticagestão eM Prática

    34 | VOX Otorrino

  • Seu papel como Hospital UniversitárioA questão de estar vinculado à Unicamp, em espe-

    cial à Faculdade de Ciências Médicas (FCM), foi um quesito fundamental para justificar o padrão de excelên-cia na assistência e no ensino e seus reflexos na saúde da região. Tal patamar de qualidade pode ser visto em todo o atendimento multidisciplinar oferecido por docentes, médicos, residentes, enfermeiros, psicólogos, fisiotera-

    peutas, nutricionistas e assistentes sociais, entre outros profissionais. Junto a eles, circulam,

    todos os anos, cerca de 500 alunos dos cursos de Medicina, Enfermagem,

    Farmácia e Nutrição.

    No campo da tecnologia, em 2006, o HES-Unicamp foi o ter-ceiro hospital público do estado e o único da região a adquirir o sistema digital Picture Archiving

    and Communications Sysyem – PACS. O investimento foi de

    R$1,5 milhão. Isso resultou na incor-poração de um tomógrafo Multislice 64

    canais. Mais tarde, houve investimento significativo para a imagenologia, que foi a cons-

    trução e aquisição do equipamento de ressonância magné-tica de 1,5 Tesla, totalizando R$2,5 milhões.

    Na área de desenvolvimento sustentável, o HES--Unicamp foi um dos 15 a serem premiados com as melhores ações de qualidade e compromisso ambien-tal. Foi também a primeira unidade hospitalar pública do interior do estado a tratar 98% de todo efluente orgânico, por meio de uma estação própria de trata-mento de esgoto, que tem capacidade de tratar até 432 mil litros de esgoto por dia.

    Todas essas ações visam otimizar o fluxo de tra-balho, permitindo diagnósticos rápidos e precisos de qualquer área do hospital. Os resultados comprovam que o direcionamento de metas e parâmetros de produ-ção e qualidade com menor custo consolidam esse mo-delo de administração de um hospital 100% do SUS como referência para o país. “Ao longo desses quase 17 anos, nossa experiência nos mostrou que as dificulda-des em conseguir os resultados pretendidos acabaram por transformar os desafios da cultura de qualidade preconizada pelas acreditações em uma aprendizagem e adaptação progressivas, como foi o caso mais recente da Accreditation Canada International (ACI), com o

    nível Diamante da metodologia Qmentum”, declara o professor e cirurgião Luiz Roberto Lopes, superinten-dente do HES-Unicamp.

    Para Lopes, os resultados comprovam o êxito da missão institucional. “O Hospital Estadual Sumaré é um modelo de modernidade em sua gestão, com um grande retorno à sociedade por seus serviços de assis-tência 100% SUS e oferecidos em um nível máximo de qualidade, com padrão internacional, já que foi pri-meiro hospital do interior do país a conquistar o selo Diamante da Acreditação Canadense”, define.

    Por mês, o Hospital Estadual Sumaré realiza:

    • 1.200 internações;

    • 1.050 cirurgias;

    • 6,5 mil consultas especializadas;

    • 1.500 atendimentos de urgência;

    • 250 partos (sendo referência em alto risco);

    • 25 mil exames laboratoriais;

    • 4 mil exames de imagem.

    VOX Otorrino | 35

  • conduta Médicaconduta Médica

    ORegistro de qualifi cação de especialista (RQE) é o registro obrigatório do Título de Espe-cialista e do Certifi cado de Área de Atuação no Conselho Regional de Medicina (CRM). É importante destacar que há somente duas formas de obter o título de especialista, confor-me determina o artigo 9º do ddcreto nº 8516/2015: a primeira é por meio do exame de sufi ciência realizado pelas sociedades de especialidade médica via convênio entre a Comissão Mista de Especia-lidade, a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM). A segunda forma é pelo programa de residência médica credenciado pela Comissão Nacional de Residência Médica – CNRM/MEC.

    Registro de qualifi cação de especialista:

    o que devo saber?

    Artigo 9º do decreto nº 8516/2015Para assegurar a atualização do Cadastro Nacional de Especialistas, a AMB, as sociedades de especialida-

    des, por meio da AMB, e os programas de residência médica credenciados pela CNRM, únicas entidades

    que concedem títulos de especialidades médicas no país, sempre que concederem certificação de espe-

    cialidade médica, em qualquer modalidade, disponibilizarão ao Ministério da Saúde as informações disci-

    plinadas conforme ato do Ministro de Estado de Saúde, ressalvadas aquelas sob sigilo nos termos da lei.

    Departamento jurídico da ABORL-CCF

    36 | VOX Otorrino

  • Uma informação que deve fi car clara é que ainda que o profi ssional médico tenha sido aprovado no exa-me de sufi ciência do título de especialista ou pela CNRM/MEC, para se apresentar como especialista (e isso se aplica nos dois casos), tem o dever de re-gistrar a especialidade no CRM da sua jurisdição e obter o número d