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ISSN 2316-5065 Ano XVI • Nº 172 • Maio / Junho de 2017 Criado para ser o centro do sistema de saúde da nova capital, o hospital encontra-se na berlinda de um intenso debate 23 Pesquisa A internet é uma importante ferramenta no dia-a-dia, tornando fácil o acesso aos mais variados tipos de informação. Mas, quando se trata de saúde, é preciso cautela. 41 Especialidade Médica Dermatologistas alertam para o risco de se submeter a procedimentos estéticos e cosmiátricos com profissionais não médicos. Confira a esclarecedora entrevista. 35 #Associados Vem aí o Arraiá do Dotô! A tradicional festa junina promovida pela AMBr é um dos eventos mais concorridos de Brasília, com tudo que uma festança tem direito. 44 HOSPITAL DE BASE DO DF: UM PATRIMÔNIO DA SAÚDE A SER PRESERVADO Reprodução de painel afixado no Pavilhão Técnico Administrativo do HBDF

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ISSN 2316-5065 Ano XVI • Nº 172 • Maio / Junho de 2017

Criado para ser o centro do sistema de saúde da nova capital, o hospital encontra-se na berlinda

de um intenso debate23

PesquisaA internet é uma importante ferramenta no dia-a-dia, tornando fácil o acesso aos mais variados tipos de informação. Mas, quando se trata de saúde, é preciso cautela. 41

Especialidade MédicaDermatologistas alertam para o risco de se submeter a procedimentos estéticos e cosmiátricos com profissionais não médicos. Confira a esclarecedora entrevista. 35

#AssociadosVem aí o Arraiá do Dotô! A tradicional festa junina promovida pela AMBr é um dos eventos mais concorridos de Brasília, com tudo que uma festança tem direito. 44

HOSPITAL DE BASE DO DF:UM PATRIMÔNIO DA SAÚDE A

SER PRESERVADO

Reprodução de painel afixado no Pavilhão Técnico Administrativo do HBDF

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Editorial

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 3

Por uma nova AMBEstamos às vésperas de duas eleições importantes para os médicos de Brasília. Em agosto, a Associação Médica de Brasília (AMBr) elegerá sua próxima diretoria, assim como a Associação Médica Brasileira (AMB), na mesma data, escolherá também seus futuros dirigentes.

Em recente reunião com os diretores da AMBr, o nosso presidente Dr. Luciano Carvalho fez uma detalhada exposição de motivos em defesa da própria Associação e de Brasília, como capital da República e cidade que tem direito, estatutariamente, a receber a sede da AMB.

Com fatos, números e informações, Dr. Luciano mostrou aos presentes na reunião que o grupo que dirige a AMB há 18 anos sempre trabalhou para afastar a represen-tação brasiliense dos médicos das principais decisões da entidade nacional. Um exemplo gritante foi a tentativa de mudança estatutária, com o objetivo de extinguir o artigo 100, que garante a mudança da sede da AMB para Brasília.

A AMB, por exemplo, tem direito a cerca de 15 indicações a cargos oficiais, mas os representantes de Brasília jamais foram indicados para sequer um desses cargos. Até na recente proposta de formação da Comissão Parlamentar em Defesa da Medicina do Congresso Nacional, houve uma manobra para a sua sede ser em São Paulo, onde funciona a AMB - a quilômetros do parlamento brasileiro. Mas não parou por aí. Comprovadamente, houve inúmeras ações de governança para prejudicar Brasília. Entre as quais a extinção do Seguro de Vida que atingiu mais de 100 segurados da capital e a suspensão do Seguro Saúde, que era feito por intermédio das associações federadas.

“Fomos totalmente desconsiderados ao longo de todo esse período”, garantiu Luciano Carvalho. Por isso, a AMBr vem se juntar a outros representantes estaduais, como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná, no apoio a uma chapa alternativa contra a atual diretoria da AMB e o grupo que dirige a entidade há quase duas décadas.

A AMBr tem uma forte representação nacional. Proporcionalmente, é a maior dentre as federadas. Em termos de associados está entre as quatro principais, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul; e é a terceira em contribuição financeira para a manu-tenção da AMB.

A AMBr é a renovação na AMB. A tentativa de exclusão de Brasília não tem razão lógica nem legitimidade. Por isso, os diretores da Associação foram alertados de que a cisão nacional na disputa pela AMB terminou refletindo na eleição brasiliense, onde duas chapas vão disputar a futura diretoria da AMBr. Por fim, Luciano Carvalho fez um apelo aos futuros candidatos:

“Sou um republicano e prezo o tripé da liberdade de pensa-mento, da igualdade entre os pares e do respeito mútuo às diferenças. A campanha local deve seguir o caminho da elegância, levando em conta a gloriosa história da AMBr”.

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Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 20174

Diretoria ExecutivaDr. Luciano Gonçalves de Souza Carvalho PresidenteDr. Ognev Cosac Vice-PresidenteDr. Jorge Gomes de Araújo Diretor AdministrativoDr. Carlos José Sabino Costa Diretor Econômico-FinanceiroDr. Antônio Geraldo da Silva Diretor de Comunicação e DivulgaçãoDr. Elias Couto e Almeida Filho Diretor de PlanejamentoDra. Ana Patrícia de Paula Diretor de Editoração CientíficaDra. Angélica Amorim Diretora Científica e de Ensino Médico ContinuadoDr. Fernando Fernandes Correia Diretor Social e de Atividades CulturaisDra. Olímpia Alves Teixeira Lima Diretora de Relações com a Comunidade

Conselho FiscalTitularDr. Márcio de Castro MoremDr. Nivaldo Cavalcante BarrosDr. Roberto Nicolau Cavalcanti

SuplenteDr. Adalberto Amorim de M. JúniorDr. Bolivar Leite CoutinhoDr. Baelon Pereira Alves

DelegadosEfetivosDr. Aristotenis Cardoso CruzDr. Eudes Fernandes de AndradeDr. João de Souza Nascimento FilhoDr. José Henrique Leal de AraújoDr. José Nava Rodrigues NetoDr. Wendel dos Santos Furtado

SuplentesDr. Aloísio Nalon QueirozDr. Evaldo Trajano FilhoDr. Jaldo de Aguiar BarbosaDr. Roberto Cavalcanti Gomes de Barros Dr. Susany de Oliveira Suderio

Conselho EditorialDr. Luciano Gonçalves de Souza CarvalhoDr. Ognev CosacDr. Antônio Geraldo da SilvaDiretor responsávelDr. Antônio Geraldo da Silva

EditoresCristiane KozovitsLuis Turiba (994-RJ) Rodrigo Rueda (0008590-DF)

RevisãoCristiane KozovitsRodrigo Rueda (0008590-DF)

EditoraçãoCaio Borges

ComercializaçãoKeila [email protected](61) 9655 9326 / 2195 9705 / 9972 7804

ImpressãoIdeal Gráfica e Editora Tiragem 5.000 exemplares

Redaçã[email protected]

Médico em Dia é uma publicação da Associação Médica de Brasília - AMBr.Revista cultural de distribuição gratuita. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

SCES Trecho 3 Conjunto 06 Cep: 70200-003 - BRASÍLIA/DF(61) 2195.9700www.ambr.org.br

Corpo Social

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Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 5

Sumário

Radar

Agenda

Jovem Médico

Vitrine

Música Popular

Notícias da AMBr

DestinosHistória da Medicina Despertando o inconsciente

29

5610 20

3846

12

471417

Pegue linha 100% algodão, enchimento de manta silico-nada, confeccione oito tentáculos com tamanho de 22 centímetros no formato espiral, adicione tempo, carinho e amor. Essa é a receita do polvo de crochê, uma técnica desenvolvida na Dinamarca para acalmar os bebês dentro da incubadora e que se espalha no Distrito Federal.

Com a seleção brasileira já classificada para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, já é possível planejar a viagem. A revista Médico em Dia apresenta um roteiro para os médicos aventureiros de plantão.

A coluna Medicina e Arte apresenta o Museu de História da Medicina da Universidade de Zurique, na Suíça. O prédio já foi local de trabalho de Albert Einstein.

O Dr. Gustavo Arantes se especializou em gastroenterologia e depois fez uma formação psicanalítica. Construiu uma bela carreira profissional, mas é com uma tela em branco que ele se realiza.

Receita de carinho

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Palavra do Presidente

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 7

Vivemos uma grande mudança, não apenas uma crise

Luciano CarvalhoPresidente da AMBr

Originalmente, a palavra grega Krísis era utilizada por médicos para identificar o período em que o paciente, após apli-cados todos os recursos disponíveis, cami-nharia para um desfecho: a cura ou a morte. Crise, neste sentido, significava separação, decisão, definição.

Weiji, o termo chinês para “crise”, foi popu-larizado pela retórica de John Kennedy, Nixon e outros líderes mundiais que se apropriaram da ideia de que os dois carac-teres juntos carregavam os atributos

contratantes de “risco” e “oportunidade”. Independentemente da etimologia, crises são inerentes e cíclicas na vida das pessoas, nas organizações e também na economia de um país.

Já a palavra “mudança” é ampla em signifi-cados, porém quase todos se caracterizam por transformação, movimento, modificação. Mudar significa romper com algo que não faz mais sentido e iniciar um novo ciclo, movimen-tando-se, modificando padrões, acolhendo a transformação que é fruto da evolução natural de tudo. Daí a máxima de Heráclito de Éfeso: “A única constante é a mudança”.

Posto isso, eu me pergunto se o momento do nosso país não se caracteriza muito mais como o ápice de uma curva de mudança do que como uma ocorrência pontual de crise econômica e política, como vem sendo propagado. Crises vêm e vão, impactam na vida de todos nós e também geram oportuni-dades para muitos. Mas, necessariamente, não produzem um efeito transformador.

O que vivemos, em minha opinião, não é uma crise, mas uma grande mudança de patamar de desenvolvimento que tem na crise, temporária, uma de suas expressões.

O abandono dos velhos padrões, o combate aos vícios do sistema, as novas premissas do mercado e das relações, a descons-trução das instituições tradicionais e a valori-zação da ética e da transparência sinalizam que adentramos outro ciclo, de mudanças efetivas, onde nada poderá ser como antes.

Também em nossa área, a Medicina, as trans-formações são evidentes, desde o estron-doso avanço tecnológico ao modo como nos relacionamos com os pacientes, como somos remunerados, como somos vistos pela socie-dade. Quando um jovem escolhe estudar Medicina, precisa entender que nada será como nos tempos de seus pais, seus avós. Ser médico hoje significa ser gestor, ser enga-jado, ser empreendedor e relevar a ética. As instituições de ensino também precisam evoluir para alcançar essas mudanças e melhor preparar o futuro médico para esse novo mercado e suas exigências.

Poderíamos entender que nossa profissão está em crise, mas prefiro confiar na minha análise: estamos passando por um grande movimento de transformação social e preci-samos nos desprender dos velhos para-digmas para que - bagunçando o vocábulo chinês - entendamos a mudança manda-tória como oportunidade singular para refor-matar nossos conceitos, nossa carreira, nossa visão e nossa maneira de enfrentar as crises que nos abalam. A mudança acaba por ser a medicação mais radical, porém neces-sária e irreversível. Se o “paciente” vai reagir ou sucumbir, depende mais dele do que de qualquer fator externo. Vamos entender para onde estamos indo e absorver os aprendi-zados para fazermos parte desta mudança. Sejamos, juntos, protagonistas e não somente espectadores dela. Juntos somos mais fortes.

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Artigo

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 20178

No mundo, a Cruz Vermelha atua em 190 países em duas ocasiões bem especí-

ficas: atender vítimas de conflitos armados, guerras; ou de catástrofes naturais. No dia 08 de maio, a instituição completou 154 anos, ratificando sua condição como a mais importante instituição de ajuda humanitária no mundo, independente e neutra.

Com sede em Genebra, na Suíça, possui um mandato da comunidade internacional para servir de guardião do Direito Internacional Humanitário. A organização foi fundada por iniciativa de Jean Henri Dunant, em 1863, sob o nome de Comitê Internacional para ajuda aos militares feridos.

Sendo assim, livre para atuar de forma inde-pendente em relação a qualquer governo ou a qualquer outra autoridade, a organização tem condições de atender aos interesses das vítimas dos conflitos, que constituem o centro da sua missão humanitária.

Em nosso país, para comemorar a data, a Cruz Vermelha Brasileira (CVB) intensifica o

combate à febre amarela, que tem causado mortes principalmente na região Sudeste. Com apoio da Federação Internacional da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho (FICV), as ações acontecem nos estados que apresentam o maior número de casos: Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro.

Voluntários da instituição têm participado do combate à doença, inclusive na vacinação em algumas cidades do Rio de Janeiro, como Casimiro de Abreu, onde foram regis-trados os dois primeiros casos de pessoas com febre amarela no estado.

A Cruz Vermelha Brasileira também atua nas seguintes frentes: educação, prevenção e atualização de dados. Voluntários distri-buem material educativo, com informações sobre a febre amarela e como evitar a proli-feração de focos do mosquito que também transmite zika, dengue e chikungunya.

Visto que a vacina não é recomendada para gestantes, idosos, menores de 9 meses,

Cruz Vermelha Brasileira participa do combate à febre amarela

alérgicos a algum componente da vacina, ovos e seus derivados, além de pacientes em terapias imunossupressoras, são distri-buídos mosquiteiros, tela para caixas d’água e repelentes para os mais necessitados que não podem ser vacinados.

As ações foram definidas depois que uma força-tarefa composta por profissionais da CVB e da FICV se reuniu com representantes das secretarias de Saúde de Caratinga, Itambacuri, Ladainha, Novo Cruzeiro, Poté, Setubinha e Teófilo Otoni. Estes municípios de Minas Gerais, o primeiro estado onde a febre amarela foi detectada, estão entre os mais afetados pela doença.

O acompanhamento da doença e o combate aos focos dos mosquitos pelos moradores são registrados no aplicativo ODK, que permite observar em tempo real o desen-rolar de cada ação.

A CVB intensificou o combate à febre amarela, principalmente na região Sudeste. Foto: CVB

Voluntário durante a ação de conscientização no combate ao Zika vírus. Foto: CVB

Jorge VellosoChefe da comunicação da Cruz Vermelha Brasileira

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Medicina e Arte

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201710

É sabido que, ao longo da história da Medicina, várias epidemias ocorreram no mundo, algumas chegando a matar milhares de pessoas. Uma delas, de peste bubônica, dizimou cerca de um quarto da população da Europa. Os médicos, sem saber a causa da doença e sem contar com medicamentos para combatê-la, trataram de se proteger para continuar dando assis-tência aos doentes. Criaram então uma indumentária que consistia em botas, uma bata preta de couro com mangas compridas, chapéu, luvas, uma vareta de aproximadamente um metro para examinar os doentes a distância e uma máscara com um bico alongado como o de um tucano, no qual colocavam algodão embebido em perfume para que pudessem permanecer junto aos doentes, extremamente fétidos. Tal odor nauseante devia-se aos linfonodos ingurgitados, abscedados e supurados em decorrência da peste bubônica.

Os doentes eram em tamanha quantidade que os cadáveres se acumulavam nas calçadas. As pulgas dos ratos, transmis- soras da peste, abandonavam os corpos frios dos animais mortos e picavam as pessoas, ou melhor, suas vítimas.

Com o passar do tempo a epidemia foi decaindo de intensidade, como acontece com toda epidemia. À medida que os ratos e as pulgas morriam, o número de doentes decrescia abruptamente, até que chegou o momento em que praticamente não havia mais doentes pestilentos na França.

O país viu-se então diante de um problema: havia surgido uma indústria de perfumes para atender às necessidades dos médicos por substâncias aromáticas. Sem a peste na Europa, passou a sobrar perfume. A França, para evitar o desemprego, buscou uma saída: em vez de fechar as fábricas, passou a exportar perfume para o mundo. Portanto, podemos acreditar que os médicos e a peste bubônica contribuíram para o incre-mento da indústria francesa de perfumes. Uma indumentária completa, com a curiosa máscara com bico alongado no qual o médico introduzia chumaços de algodão perfumado pode ser apreciada pelos que visitam o Museu de História da Medicina da Universidade de Zurique, na Suíça.

Vinculado ao Instituto de História da Medicina da Faculdade de Medicina, o museu abriga um rico acervo que mostra,

A história da medicina na Universidade de Zurique

Medicina e Arte

A assustadora indumentária foi criada para tratar os doentes da epidemia de peste bubônica.

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Medicina e Arte

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 11

de modo muito didático, o desenvolvi-mento da medicina desde os tempos pré-históricos. No setor de exposições permanentes, destacam-se também um variado acervo instrumental cirúrgico e obstétrico, microscópios, órteses e próteses, aparelhos de raios X, cadeira de parto, pulmão de aço, crânios trepanados, estetoscópios, etc. Uma farmácia antiga e uma excelente exposição de ex-votos também chamam a atenção dos aprecia-dores da História da Medicina.

O prédio que abriga o museu por si já é importante haja vista que nele traba-lhou como pesquisador o renomado Albert Einstein. Aliás, vários pesquisadores da Universidade de Zurique ganharam o Prêmio Nobel, dentre eles, Einstein (pesquisa sobre

o efeito fotoelétrico), Wilhelm Röntgen (descoberta dos raios X), Walter Rudolf Hess (pesquisa sobre as funções do dien-céfalo) e Rolf Zinkernagel (pesquisa sobre o sistema imunitário), estes dois últimos agra-ciados na categoria Medicina.

A Universidade de Zurique, que é consi-derada uma das melhores da Europa, foi fundada em 1833, é pública e tem aproxi-madamente dezoito mil estudantes, dentre estes cerca de seis mil em nível de pós-gra-duação. O Museu de História da Medicina foi inaugurado em 1951 e, desde 1990, ocupa um bonito prédio na Rämistrasse 69. Encontra-se aberto para visitação pública de terça a domingo. A admissão é gratuita visando à ampla divulgação da História da Medicina.

Armando J. C. Bezerra

Simônides Bacelar

Médico

Médico

Na máscara com bico alongado, os médicos colocavam algodão embebido em perfume, para que pudessem permanecer ao lado dos doentes fétidos.

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Jovem Médico

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201712

Pedro Henrique de Souza TavaresPresidente da Associação dos Estudantes de Medicina do Distrito Federal (AEMED-DF)

Em 19 de abril foi realizada Audiência Pública no Senado Federal para debater

novamente um dos espectros que simbolizam o desrespeito à medicina e seus integrantes: a instituição do serviço civil obrigatório para estudantes de Medicina recém-formados. Desta vez, a medida veio na forma do Projeto de Lei do Senado (PLS) 186/2012, de autoria do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), mas que se encontra ainda sem relator.

A primeira pergunta que nos vem à mente é: por que especificamente para estudantes de Medicina? Sabe-se que nos interiores há escassez não só do médico, mas também de todas as 14 profissões que compõem o sistema de saúde. Existe algum motivo em especial para que a Medicina seja a única “privilegiada” por este PLS? Mesmo que não o fosse, todas as profissões seriam obri-gadas a assumir a ineficiência do Estado em se fazer presente de forma democrática e estimulante para que o profissional em saúde ocupe os locais carentes de assistência?

A realidade nos mostra que essa impor-tante carência é resultado direto de condi-ções de insegurança e insalubridade do servidor de saúde, neste caso específico o médico. Conhecida, sobretudo pelos que atuam nas áreas carentes, as condi-ções de trabalho não possuem estabi-lidade de vínculo, remuneração, pontu-alidade e até adimplência. Sim, vários profissionais recebem calotes municipais. Além disso, os que se aventuram por esses meios encaram uma infraestrutura que, para se tornar precária, em muito teria que melhorar.

Outra questão que nos salta aos olhos no Projeto de Lei é a falsa impressão de que o médico não oferece à população qualquer tipo de serviço social, durante sua formação. Tal assertiva transparece desconhecimento das atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Medicina que centraliza, sobretudo, o internato de dois anos na atenção básica, tendo como foco a Medicina de Família e Comunidade.

Não só isso, mas aos homens egressos é mandatório se apresentar às Forças Armadas que podem convocar novamente dispensa para o serviço militar obrigatório os que rece-beram aos dezoito anos. Qual a necessidade

e efetividade de criar outro dispositivo de serviço obrigatório aos médicos?

Uma terceira questão de igual estranheza é o claro desrespeito ao princípio da gratui-dade do ensino público. O parágrafo 206 da Constituição Federal de 1988, diga-se de passagem, não supõe nenhum tipo de contraprestação de natureza pecuniária, ou de serviço social. Dessa forma, o PLS ao instituir o serviço civil obrigatório para estu-dantes de Medicina financiados pelo Poder Público vai de encontro a uma garantia pétrea de todos os cidadãos.

Como representantes individuais e insti-tucionais de nossa profissão, devemos acompanhar atentos e desconfiados o PLS 186/2012 e as quatro outras propostas que tramitam no Congresso Nacional com o mesmo intuito. É claro o desejo, por parte do Legislativo, de sobrepujar direitos indivi-duais e constitucionais sob o falso pretexto de oferecer assistência aos necessitados.

Infelizmente, a impopularidade de um Projeto de Lei e a discordância da sociedade não impede que este seja sancionado. E é justa-mente por isso que continuamos firmes na luta pela garantia de nossas liberdades indi-viduais e coletivas.

PLS de autoria do senador Cristovan Buarque gerou controvérsia na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal. Geraldo Magela/Agência Senado

O dilema do serviço civil obrigatório para estudantes de Medicina

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Histórias da Música Popular

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201714

Os tons solares de Tom Jobim

Renato Vivacqua

Dr. Eudes Fernandes de Andrade

Historiador da música popular

Médico

No mês de fevereiro estaria completando 90 anos um dos mais fulgurantes atores

de nossa arte musical: Tom Jobim. Depois de Ari Barroso (que muito o incentivou, por sinal) foi ele que nos colocou na pauta da música mundial, junto com Vinícius e Ipanema no mapa-múndi musical.

Chico Buarque o consagrou como maestro soberano e Carlos Lacerda o compa-rava a Villa-Lobos. Este artigo é apenas uma modesta contribuição ao talento deste artista tão especial. Como o mate-rial biográfico sobre ele é vasto, me empe-nhei em não tornar-me repetitivo, apesar de alguns fatos serem impossíveis de ignorar. Optei, então, por vasculhar histórias pouco divulgadas, dando certo tempero ao texto.

Alguns estudiosos relatam ter ele nascido em Copacabana. Sim, lá viveu sua infância e juventude de garotão praiano. Não é verdade. Tom é tijucano e nasceu pelas mãos do Dr. Graça Melo, o mesmo que fez o parto de Noel. Foi para a Zona Sul com oito anos, morar na rua Nascimento Silva, 107... aquela citada na “ Carta a Tom”, de Toquinho e Vinícius. Tinha tios seresteiros e violonistas. O pai, diplomata (que morreu com ele ainda menino), e a mãe professora levavam uma vida remediada, sem luxos. O padrasto, arguto, colocou-o para estudar piano, aos 14 anos, com bons professores. Era encantado por Debussy. Nada que o empolgasse. Imaginava formar-se em arqui-tetura, chegando a estagiar num escritório, mas os projetos eram os musicais. Sua irmã relata que foi classificado em sexto lugar no vestibular. Ralou muito, apesar de sua sólida formação, tocando em inferninhos e boates, dando canjas ou recebendo apenas o uísque e o picadinho da madrugada. A família não gostou. Diziam que “iria morrer tuberculoso como Noel e que tocar piano não era algo muito másculo.”

Em 1949, apaixonadíssimo, casa-se com Tereza. O que parecia algo inconse-quente, parece que deu sorte. Em 1952 foi contratado como arranjador pela grava-dora Continental e suspirou aliviado: “vou passar a ser bicho diurno”. Deixava de apostar corrida contra o aluguel. Dizia que o Brasil “não era para principiantes e quem obtinha sucesso era considerado ladrão ou bicha”.

Em 1954 compõe com Billy Blanco, também arquiteto frustrado, “Tereza da Praia”. Inspirado na esposa. Foi um sucesso

enorme cantado em dupla por dois ícones na época: Lúcio Alves e Dick Farney. Daí para a frente as coisas deslancharam. O prestígio despertou invejas irracionais de todos os lados. Tinhorão, considerado nosso maior pesquisador musical, escreveu sobre ele: “Antonio Jobim, maestro e compositor é repetidamente acusado de apropriar-se de músicas norte-americanas. Esconde o nome sob o apelido americanizado de Tom. Chegou à “bossa-nova” pela frus-tração das ambições no campo da música erudita”. Acusado também de plagiário de Cole Porter. Que sua música seria uma

Tijucano, Antonio Carlos Jobim nasceu pelas mãos do Dr. Graça Melo, o mesmo que fez o parto de Noel Rosa.

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Histórias da Música Popular

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 15

segunda via do jazz. Uma revelação que pode surpreender: Tom não se considerava um bossanovista.

Chega de saudadeCelebrada como marco da bossa, no selo do disco era classificada como samba-canção. Levou um ano para ser gravada (1954) por Elizeth Cardoso, sem sucesso. Aí surgiu o imprevisível João Gilberto em 78 rotações e a imortalizou. Muito criticado por ter cedido (aliás por uma

mixaria), “Águas de Março” para o anúncio de um refrigerante. Quando foi apresen-tado a Villa-Lobos (seu ídolo), este nem lhe deu bola. O amigo comum que o levou ao mestre resolveu dar uma forcinha: “É aquele, do Orfeu da Conceição (peça de sucesso que fizera com Vinícius). Foi confundido pelo maestro com Cauby Peixoto, que gravara “Conceição”.

A saga de Orfeu merece alguns comentá-rios. Vinícius já tinha o texto pronto para encenar mas faltava quem musicasse os poemas que pontuavam a peça. Certo dia,

no bar Villarinho, ponto boêmio no centro do Rio, encontrou o jornalista Lúcio Rangel e revelou-lhe sua preocupação. Pensaram em Vadico, parceiro de Noel Rosa em obras primas como “Feitiço da Vila”, “Conversa de botequim”, etc. Este, porém, voltara muito doente de longa temporada nos Estados Unidos e recusou. Lúcio então apontou-lhe um rapaz solitário, sentado num canto do bar. Era Tom. Vinícius fez-lhe a proposta e a resposta entrou para os anais da nossa música popular:

– Tudo bem, mas entra um dinheirinho nisso?

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Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 17

Novo site da AMBrJá está chegando o novo site da Associação Médica de Brasília (AMBr). Com visual mais limpo, moderno e arrojado, a página será um portal de notícias de interesse da classe médica, com destaque para os vídeos da TV AMBr e para os conteúdos postados em nossas redes sociais. O setor de Eventos da AMBr ganhará destaque com uma página informativa sobre o formato e condições de aluguel dos espaços de eventos da Associação e registro de suas realizações. As revistas Brasília Médica e Médico em Dia estarão disponíveis no site para leitura. É um portal responsivo, pensado para rodar em tablets e celulares, baseado nos mais modernos conceitos. Acesse em breve www.ambr.org.br e confira essas novidades.

Nova edição da Brasília MédicaA revista científica da AMBr, Brasília Médica, está de volta. Após um período sem circular, a edição número 51 (3 e 4) já está na praça. As editoras chefes Angélica Amorim Amato (UnB) e Ana Patrícia de Paula (Hospital de Base) aproveitam para convidar a sociedade médica do Distrito Federal para encaminhar artigos. Quem tiver interesse pode submeter para o e-mail [email protected] o artigo para avaliação. Vale lembrar que em 2017 a publicação completa 50 anos de existência.

Notícias da AMBr

Novas regras para utilização das churrasqueirasAlgumas mudanças nas reservas para utilização das churrasqueiras feitas na Secretaria da AMBr acon-teceram no mês de maio. Os valores para aluguel foram reajustados e a churrasqueira número 02, a Gourmet, já está disponível para locação. Mais informações pelo tele-fone: (61) 2195-9755.

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Notícias da AMBr

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O Hino Nacional na voz da doutora Roberta Faria Por encomenda do presidente da AMBr, Dr. Luciano Carvalho, uma versão melódica e emocionante do Hino Nacional, interpretado pela médica e cantora Roberta de Oliveira Faria, acompanhada do Dr. José Carlos ao violão, ganhou roupagem de videoclip na edição da apresentadora Mônica Nóbrega. As imagens foram captadas no estúdio e na AMBr e o produto final será exibido nos eventos médicos, científicos e culturais reali-zados na sede da Associação Médica de Brasília (AMBr). Na foto, o registro da nossa intérprete no gracioso Espaço Bosque da AMBr. Aguarde para conferir!

Novos acadêmicosO vice-presidente da Associação Médica de Brasília (AMBr), Dr. Ognev Cosac, participou na noite do dia 27 de abril da mesa da Academia de Medicina de Brasília que deu posse a três novos acadêmicos: a Dra. Alba Mirindiba Bomfim Palmeira, o Dr. Nasser Sarkis Simão e o Dr. Geraldo Magela Vieira. A cerimônia aconteceu no auditório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), no Setor de Embaixadas Norte e foi dirigida pelo presidente da Academia de Medicina de Brasília, Dr. Renato Maia Guimarães.

IV Congresso de Medicina no TrabalhoO Dr. Jorge Gomes de Araújo, diretor Administrativo da Associação Médica de Brasília (AMBr), representou a enti-dade na solenidade de abertura do IV Congresso Brasiliense de Medicina do Trabalho, realizada no salão Caviúna do Centro de Atividades Científicas e Culturais da AMBr, no dia 27 de abril. Além do nosso diretor, compuseram a mesa da solenidade a Dra. Joyce Pessoa Ferro, presidente da Associação Brasileira de Medicina do Trabalho; a futura presidente, Dra. Rosylane Rocha; representantes do CFM e do CRM-DF e a Dra. Eva Pires, representante do Ministério do Trabalho.

AMBr no Salão do ArtesanatoO “Mapa Cirúrgico do Brasil”, peça do artista plástico e artesão Zaqueu Vítor - que embe-leza a hall de entrada da Associação e já foi capa da revista Médico em dia no mês de dezembro - esteve no Salão do Artesanato que aconteceu de 29 de março a 02 de abril no Pavilhão do Parque da Cidade. A peça foi muito apreciada, com os frequentadores da feira fazendo seguidos selfies com o mapa, construído com mais de 100 peças médicas (tesouras, pinças, bisturis, etc). Um verda-deiro sucesso. Após a exposição, a peça voltou ao seu local de origem.

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Notícias da AMBr

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 19

Deficiência de leitosNo dia 19 de abril, o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico) realizou na sua sede um debate sobre a deficiência de leitos na obstetrícia e neonatologia dos hospitais privados do DF.

Justamente na hora que o obstetra vai internar a paciente para o parto, não há vaga para a internação da parturiente ou na UTI Neonatal. Com isso, tentam outro hospital para internação, mas a história se repete.

Representando a Associação dos Médicos de Brasília (AMBr), o vice-presidente Dr. Ognev Cosac ressaltou que debater o tema é muito importante, pois essa situação gera angústia tanto para médicos como para os pacientes e familiares. “Os hospitais estão preferindo inves-timentos em outras áreas mais rentáveis. Os planos de saúde, na atual conjuntura, vendem seus produtos e não garantem o atendimento aos pacientes”.

Um domingo em famíliaA Escola de Futebol do Boca Juniors promoveu, no dia 30 de abril, um café da manhã com frutas, sucos e diversas ativi-dades para as crianças e seus acompanhantes. O Domingo em Família foi dividido em três turmas, por faixa etária. Alunos de 4 a 6 anos, de 7 a 9 anos e dos 10 aos 12 anos de idade. Enquanto as crianças participavam das atividades em campo, os acompanhantes suaram a camisa com exercícios para aquecimento e alongamento do corpo. A pequena flamen-guista Luísa Braga Loureiro, sete anos, acompanhou o irmão Eduardo, cinco anos, durante o evento. No que depender dela, a ideia é continuar a praticar futebol. “Foi muito legal. É a primeira vez que eu jogo futebol, antes eu só olhava. Vou pedir para os meus pais para entrar na escolinha”.

Nota de falecimentosA diretoria da Associação Médica de Brasília (AMBr) informa e lamenta o falecimento de alguns ilustres nomes da história da AMBr e da medicina de Brasília: Dr. Adilson Branco Farrapeira, cirurgião plástico, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica-Regional DF de 2002 a 2005, sendo também delegado efetivo da AMBr no triênio 2008 – 2011. No dia 30 de abril.

Dra. Isa Maria de Mello, ginecologista, ex-presidente da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTGIC) e Chefe do Setor de Oncologia Ginecológica do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). No dia nove de maio.

Dr. Gustavo Augusto Ribeiro, cirurgião-geral. Em 1959, veio para Brasília após se formar em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Integrou a primeira equipe médica do Hospital do Iapi (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários). No mesmo ano, fundou a Associação Médica de Brasília (AMBr), sendo vice-presidente no período de 1961 a 1963 e presidente por dois mandatos, de 1981 a 1985. No dia 16 de maio.

Dr. Flávio Tadeu Marques Vieira, ortopedista, responsável pela formação de diversos profis-sionais no Hospital de Base do Distrito Federal durante a sua trajetória. No dia 18 de maio.

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Médico sem Jaleco

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Gustavo Arantes trocou os bisturis por pincéis e inventou um mundo de coresDr. Gustavo Arantes pinta sem parar há 10 anos, mas só agora, centenas de quadros depois, prepara sua primeira exposição

Quando menino, lá entre os 13, 15 anos, ao entrar no quarto à noite para dormir, ele

vivenciava um ritual que se tornou marcante e inesquecível em sua vida. Lá, ele via, vivia e sentia seu pai, Dr. Oswaldo Arantes Pereira, ao seu lado, totalmente concen-trado na pintura de quadros e na feitura de objetos plásticos. A luz normalmente ficava acesa meio lusco-fusco naquele misto de quarto/atelier. Quando o menino acordava na

manhã seguinte, tinha gosto de ver mais um quadro pintado, quase finalizado, resplande-cendo no cavalete cheio de cores e magia. Cada um mais bonito que o outro.

O tempo passou, o menino cresceu, virou homem, seguiu a carreira do pai e se formou em Medicina. Dr. Gustavo Arantes se espe-cializou em gastroenterologia e depois fez uma formação psicanalítica. Construiu uma

Antes de realizar sua primeira exposição, Gustavo Arantes expõe seus quadros na Feirinha de Antiguidade do Gilberto Salomão. Foto: Luiz Clementino.

bela carreira em Brasília. Foi aprovado num concurso da Câmara Federal e passou a ser médico de deputados. Foi diretor do SindMédico e dirigiu o Hospital de Base de 1981 até 1985. Era o diretor do Hospital quando o então presidente Tancredo Neves foi internado para tratar uma infecção e teve que ser operado horas antes de tomar posse. Esteve no olho do furacão neste episódio histórico da nossa Nova República.

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Médico sem Jaleco

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O artista se deixa livre diante do branco da tela. Foto: Luiz Clementino.

Com o passar do tempo, sentiu que seu apar-tamento numa Super Quadra Sul estava, aos poucos, se transformando numa espécie de galeria de arte informal. Além de quadros e objetos de arte do seu pai, as paredes come-çaram a ser ocupadas por telas de Scliar, Bracher, Caribé e muitos outros pintores da cidade. A cada nova viagem a importantes centros culturais como Buenos Aires, Rio, São Paulo, Nova Iorque, comprava novas

telas. Era uma compulsão e uma paixão. Na sua cozinha, por exemplo, na parede loca-lizada à esquerda da entrada, próximo ao fogão, é possível ver duas obras de Heitor dos Prazeres – dessas que ninguém pode colocar em dúvida a autoria.

Mas, ser apenas um colecionador de belos quadros não lhe bastou para reviver aquelas cenas tão marcantes da infância e adoles-cência. No final de 2015, Dr. Gustavo tomou uma decisão que mudou sua vida: entrou para uma escola de pintura próxima a sua casa. “Troquei as bactérias e as gastrites pelas tintas e pelas telas. Sábia decisão”, conta ele num momento que recebia em casa seis novas telas que chegavam do moldureiro. Essa história tem uma moral: a pintura passou quase 50 anos adormecida no seu incons-ciente. Desde o tempo que o menino sentia um enorme conforto ao ver seu pai bordando cores e imagens com pincéis e espátulas. Encarar uma tela em branco, agora, passou a ser um desafio equivalente ao de abrir e operar um paciente. A aposentadoria, no entanto, lhe trouxe uma certeza: queria transformar-se num pintor de verdade. E suas mãos e sua cabeça trataram de acelerar esse processo.

Atualmente, tem cerca de 135 quadros cadas-trados e prontos para ocuparem paredes de qualquer galeria de arte de Brasília. “Mas pretendo fazer minha primeira vernissage

com cerca de 30 a 40 telas”, anuncia. A expo-sição está planejada para maio ou junho. Mas, por enquanto, vai expondo seus quadros na feirinha de Antiguidade do Gilberto Salomão, coordenada por outro médico, o Dr. Antônio Carlos Moretzsohn.

Quando está diante da tela em branco, Dr. Gustavo Arantes sempre revive o dilema de Leonardo da Vinci, conforme indicou Freud, em 1904, no livro Sobre Psicoterapia. Diz o texto freudiano que a técnica psicanalítica poderia tomar os dois caminhos: “o grande Leonardo da Vinci resumiu em relação às artes nas fórmulas per via di porre, per via di levare. A pintura, diz Leonardo, trabalha per via di porre, pois deposita sobre a tela incolor partículas coloridas que antes não estavam ali; já a escultura, ao contrário, funciona per via di levare, pois retira da pedra tudo o que encobre a superfície da estátua nela contida”. (Freud, 1904/1989b, p. 244).

Gustavo se deixa livre diante do branco da obra a ser iniciada. “Tudo depende da sua cabeça e do seu estado de espírito. Há momentos que estamos com a mente voltada para a alegria, para as cores de imagens vivas. Em outros, estaremos mais fechados e as imagens ficam mais obscuras. A liber-dade é a regra. Tem dia que pela manhã pinto quadros impressionistas e à tarde quadros mais expressionistas. Quero é viver a pintura”.

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Hospital de Base

Hospital de Base, um patrimônio da Capital Brasileira

Matéria de Capa

Um raio X do maior centro médico do DF

O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), além dos serviços prestados em seus quase 58 anos à Medicina da capital, é uma estrela de luz própria dentro da cons-telação de palácios, monumentos e prédios históricos que fazem parte da arquitetura revolucionária de Oscar Niemeyer. Erguido ao longo de três anos, foi inaugurado em 12 de setembro de 1960, aniversário do então presi-dente Juscelino Kubitschek, apenas cinco meses depois da inauguração de Brasília.

23Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017

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Hospital de Base

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Por sua importância para a Medicina da nova capital, sua contribuição científica e civilizatória no processo de desenvolvimento da nossa sociedade, faz o HBDF merecer um lugar de destaque como patrimônio material de uma cidade com tantas joias arquitetônicas, como a Catedral, os palácios do Itamaraty, da Justiça, Planalto, Alvorada; o Congresso Nacional e a igrejinha Nossa Senhora de Fátima da 307/308 Sul. Sua construção ficou sob a responsabilidade do arquiteto Milton Ramos, escolhido pessoalmente por Niemeyer para acompanhar alguns de seus projetos mais queridos junto às construtoras.

Sabe-se que ele foi criado dentro das dire-trizes de um novo sistema de saúde, voltado para a nova capital, intitulado Plano Bandeira de Mello. Buscava-se, além de uma estrutura arquitetônica arrojada, uma oferta de serviços públicos à nova população da capital, com enfoque no preventivo, ao invés do cura-tivo; e a assistência coletiva e não indivi-dual. A implantação deste plano culminou na criação de uma instância de gestão denomi-nada Fundação Hospitalar do DF (FHDF). No centro do sistema, criou-se o Hospital de Base. Propunha-se a oferta de serviços públicos modernos, não só em relação as demais regiões do país, mas também ao mundo. O HBDF foi construído para ser um órgão de alta complexidade. No seu entorno, onze hospitais gerais e seis rurais, uma rede de serviços básicos capaz de oferecer assis-tência para uma população de 500 mil habi-tantes até o ano 2.000. A partir da década de 70, este plano precisou ser revisto.

Nosso olhar, porém, deve ser para além do arquitetônico e de um sistema de saúde que o tempo tratou de atropelar. Ao longo destes quase 60 anos, o HBDF tornou-se um patrimônio imaterial, um bem intangível da cidade. Afinal, não é somente pela sua arquitetura portentosa que esse hospital é lembrado, amado ou odiado pelo povo brasi-liense. O trabalho sempre nervoso e atento que pulsa pelos seus centros cirúrgicos, ambulatórios, posto de emergência, corre-dores, laboratórios e farmácias fala mais alto. Circulam pelas suas artérias cerca de cinco mil servidores diariamente – 3.700 funcionários (médicos, enfermeiros, técnicos de saúde, administradores); 400 médicos residentes; afora os terceirizados (limpeza, segurança, auxiliares). Sem falar dos milhares de pacientes que ali são atendidos diariamente. Uns por ter apenas quebrado o dedo mindinho. Outros por problemas de alta complexidade, como transplantes de coração, córneas, fígados e rins.

Missão, visão, valores“O Hospital de Base é uma espécie de “joia da coroa” da saúde de Brasília. Nós, que escolhemos o manto da Medicina e que lá trabalhamos, temos sempre uma bela história a contar, um ponto dife-rente em relação a este gigante. O HBDF merece nosso respeito, carinho e nosso olhar diferenciado”, afirma o presidente da Associação Médica de Brasília (AMBr), Luciano Carvalho.

O HBDF foi todo bem planejado para um novo Brasil que surgia na década de 60. Nasceu com a Bossa Nova, o Cinema Novo, a indústria automobilística, a Seleção de Pelé e Garrincha e com Brasília. Tinha como missão “prestar assistência integral

e humanizar os serviços de saúde de alta complexidade aliada à produção de conhe-cimento” para ser “uma instituição pública de excelência nos serviços de saúde de alta complexidade e também no ensino e nas pesquisas”. Um hospital que nasceu para ser “cabeça” da rede de saúde de inúmeras especialidades, trabalhando sempre em conjunto com os outros centros de saúde do DF e os hospitais regionais onde são atendidos os pacientes de menor comple-xidade”. Tem como valores: comprome-timento, ética, excelência, humanização, responsabilidade, trabalho em equipe, inter-disciplinaridade, valorização profissional, qualidade e segurança.

De certa forma, ao longo dos anos, o HBDF chegou a colocar em prática esses princí-pios com certa folga. Mas, o tempo passou

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e hoje são outros. A população cresceu e os recursos para saúde ficaram escassos. O HBDF começou a precisar de ajuda externa, pois ficou dispendioso para o GDF – a crise não é de hoje, nem do atual governo. Já vem se avolumando há décadas.

Associação amigos do HBDFDiante da nova realidade – carências de recursos, crescimentos dos atendimentos (30% dos pacientes vem do Entorno e de cidades do Norte e Nordeste), voluntários fundaram, em 08 de setembro de 1998, a Associação Amigos do HBDF, cujo prin-cipal objetivo é “dar assistência social aos pacientes realizando atendimentos

humanitários e voluntários com ações posi-tivas e ágeis”.

Nesses 18 anos de existência, a Associação já atendeu com doações e outras ações o equivalente a uma popu-lação de Brasília, atualmente estimada em 2,8 milhões, fora as pessoas de outros Estados que vêm se tratar na Capital. Presidida voluntariamente pelo Dr. Julival Fagundes Ribeiro, que também é diretor de Controle de Infecção do hospital, a Associação trabalha atualmente com 130 voluntários sociais; 70 contadores de histórias que visitam os pacientes às quartas, quintas e sábados; 20 reikianos que aplicam terapias holísticas para o equilíbrio físico e mental de pacientes; afora os voluntários que cuidam da admi-nistração da Associação. Quase duas

dezenas de médicos estão inscritos como voluntários – a maioria, ex-servidores do HBDF, como o ex-diretor Tadeu Palmiere. Há também aqueles que contribuem voluntariamente com “mesadas eletrô-nicas” e outras realizações, como bazares e doações diversas.

“Quando a bomba d’água de um ambu-latório quebra, nós mandamos consertar imediatamente, pois o hospital não pode parar”, conta a secretária Doli, que está na Associação há anos.

A Associação funciona dentro do próprio HBDF numa pequena sala próxima à lavan-deria, mas possui uma sala multifuncional de 44 metros quadrados e capacidade para 60 pessoas, onde também funciona a copa, o escritório e um bazar permanente.

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Segurando o touro à unhaNinguém consegue analisar melhor a presente situação do HBDF do que seu atual diretor-geral, o médico endocrinologista Júlio César Ferreira Júnior, formado em 1996 pela Universidade Federal de Goiânia e com residência no HBDF em 2003/2004. Ele está à frente do hospital há apenas oito meses, mas pertenceu à equipe do ex-di-retor, Dr. Tadeu Palmiere, quando foi gerente médico de uma equipe “coesa e comprome-tida”. Atualmente tem como diretora clínica a Dra. Julister Maia. O diretor é um otimista e faz a seguinte avaliação do hospital dentro da sociedade brasiliense: “O HBDF se confunde com a história de Brasília. Afinal, ele foi construído junto com uma cidade que se transformou na capital brasileira e num centro de irradiação de progresso para o Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Ele já nasceu grande com a imagem do pionei-rismo e da competência. Por isso, ele já se transformou em um legado fundamental da história de Brasília”.

E prossegue: “conceitualmente, o HBDF é um Centro de Excelência. Ele foi o ponto central estruturante da rede de saúde do DF. Já nasceu praticando uma Medicina de média e alta complexidade em espe-cialidades como neurocirurgia, oncologia, traumas, odontologia e cirurgias gerais. São ao todo 37 as especialidades. Um hospital aparentemente bem estabelecido e estrutu-rado, uma instituição extra-governos. Com competentes centros de Traumas em geral,

Neuro, Cardiovasculares, Tórax, Proctologia. Com esses princípios e a infraestrutura do nascedouro, o HBDF se especializou em atendimentos de “alta complexidade”, não só em seu atendimento médico como na Enfermagem, nos laboratórios. É uma gigan-tesca máquina de diagnósticos e de residên-cias médicas para recém-formados”.

O fluxo de contatos entre os usuários e a direção do HBDF e todos os seus médicos – método possível para avaliar o grau de satisfação dos atendimentos e dos usuá-rios -, ainda é bem precário e nada tecnoló-gico, como poderia se imaginar em hospital de tamanho porte para a capital brasileira. Normalmente é feito espontaneamente por intermédio da Ouvidoria e via site. Os elogios são muitos, mas as críticas são maiores. “Recentemente, levei minha mãe para tratar de uma infecção interna nas costas, onde era necessária uma pequena cirurgia nada muito complexa. Ela não passou da porta, não teve nem triagem. Não havia vaga nem na emergência, nem no ambulatório”, quei-xa-se o publicitário Rodrigo Ruas.

O diretor, porém, afirma que todos os servi-dores trabalham baseados no princípio de que estão lá para “não só atender, mas para entender” as necessidades dos usuários. Assim, a Ouvidoria repassa para a direção tanto as críticas como os elogios. O diretor reconhece que há uma insatisfação dos usuários em função da complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e do estresse do atendimento. “Mas fazemos um esforço gigantesco para enxergar o que acontece na ponta”, diz Dr. Júlio. Ele reconhece que o HBDF não tem como avaliar todos os atendimentos. “Não temos uma avaliação completa, mas sei que isto é importante para melhorar sempre o atendimento”.

Afinal, o HBDF cumpre a Constituição Brasileira cujo artigo 196 garante que o atendimento da saúde “é direito de todos e dever do Estado”, gratuito e universal à toda população? Dr. Júlio responde: “traba-lhamos diuturnamente para isso, mas a Saúde não está desconectada de toda uma situação econômica do país”.

Muitas históriasAssim é o HBDF, um hospital de muitas histó-rias. Algumas antológicas. O Dr. Gustavo Arantes, que foi diretor do HBDF de 1981 a 1985 (quando o país findava seu período da ditadura militar para a Nova República)

recorda o tumultuado atendimento ao então presidente eleito pelo colégio elei-toral, Tancredo Neves, que foi internado em sistema de urgência para uma complexa cirurgia horas antes de tomar posse.

“Fui avisado às vésperas da posse de Tancredo Neves de que ele seria operado de uma diverticulite. O HBDF foi esco-lhido porque havia inaugurado uma UTI Cardiológica, mas era segredo de Estado, ninguém poderia saber. Quando cheguei no hospital, montamos um esquema de segu-rança para não deixar ninguém entrar no Centro Cirúrgico. Mas, o primeiro a chegar foi o ex-governador da Bahia e ministro Antônio Carlos Magalhães, que passou lite-ralmente por cima do guardinha que tomava conta do CC. Quando vimos, havia quase 50 pessoas dentro da sala onde Tancredo foi operado. E a discussão era em torno de quem tomaria posse no lugar do eleito. Deu Sarney. Depois o presidente foi transfe-rido para São Paulo e o diretor do Hospital das Clínicas deu uma declaração mentirosa de que ele havia chegado lá com infecção hospitalar. Aí, o governador de Brasília, o deputado mineiro José Aparecido, disse à imprensa que o HBDF deveria ser implo-dido, afetando mortalmente a credibilidade da saúde do DF”.

Dr. Arantes analisa com frieza a atual situ-ação do HBDF. “Ele foi pensado e planejado para uma população brasiliense em torno de 500 mil habitantes na virada do século. No ano 2000, a população brasiliense estava próxima de dois milhões de habi-tantes e hoje, perto dos três milhões, o que inviabiliza qualquer tipo de planejamento. O HBDF está há um ano sem aparelho de endoscopia e sem fazer nenhum trans-plante. Tem apenas oito ambulâncias. Está na hora de fazermos mudanças”, completa o ex-diretor.

O HBDF está agora na berlinda. Todos em Brasília reconhecem seu valor médico e histórico, assim como seus múltiplos serviços prestados à população da capital ao longo de seus 57 anos de existência. Todos mesmo – médicos, dirigentes, parla-mentares, formadores de opinião, agentes de saúde e, principalmente, os pacientes – desejam um novo destino para o grande hospital que já anda cansado. De uma maneira ou de outra, ele continua no centro do sistema de atendimento desta cidade, cuja população chega perto de três milhões de habitantes. Cansado sim, mas abatido jamais. Longa vida ao Hospital de Base.

O atual diretor do Hospital de Base, o médico endocrinologista Dr. Júlio César Ferreira Júnior.

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Hospital de Base

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Hospital de Base em númerosCalcula-se que foram formados mais de 5.000 médicos residentes desde a década de 70.

Cerca de 12.000 residentes das áreas profissionais da saúde como enfermagem, odonto-logia, fisioterapia e nutrição.

O HBDF foi certificado em 2007 pelo Ministério da Saúde e MEC mediante atendimento de critérios e legislação específica. Em 2008 foi estabelecido o convênio de contratualização do HBDF como Hospital de Ensino. Com a contratualização o HBDF passou a receber um recurso mensal que é creditado no Fundo de Saúde para ser aplicado no hospital.

• Atendimentos ambulatoriais: 236.579

• Atendimentos emergenciais: 117.583

• Pacientes de fora DF: 22.131

• Exames laboratoriais: 1.639.189

• Exames radiológicos: 133.631

• Atendimentos ambulatoriais: 232.517

• Atendimentos emergenciais: 93.702

• Cirurgias eletivas: 4.262

• Cirurgias emergência: 8.430

• Exames laboratoriais: 1.397.174

• Exames radiológicos: 139.848

• Atendimentos ambulatoriais: 57.053

• Atendimentos emergenciais: 22.010

• Pacientes de fora: 2.584

• Exames laboratoriais: 330.851

• Exames radiológicos: 38.665

Formação de Médicos Residentes

Cirurgias em 2015, 2016 e 1º trimestre

de 2017

Certificação

Em 2015

Em 2016

Primeiro trimestre

de 2017

Foram realizadas neste período cerca de 20.800, cirurgias entre eletivas e de urgência. Entre elas as de Alta Complexidade, emergências e eletivas, bem como as de média complexidade.

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Polvos de Crochê

O polvo que salva vidas

Polvos de Crochê

Parece brinquedo, mas não é. Na verdade, o polvo de crochê é um importante

aliado na luta pela vida dos bebês que nascem prematuros e ficam internados em UTI Neonatal.

“O amor é o calor que aquece a alma”. A frase faz parte da música Do seu lado, do cantor e compositor Nando Reis, mais conhecida na versão da banda mineira Jota Quest. Serve para retratar o sentimento existente nessa ação de solidariedade e amor ao próximo. O Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) é referência para a gravidez de alto risco na região Sul do Distrito Federal onde, por isso, existe um alto índice de partos prematuros. A unidade de saúde dispõe de 18 leitos de UTI Neonatal.

Antenadas, as fisioterapeutas do HRSM Sheyla Pegoraro e Ana Carolina Barros conheceram o “Projeto Polvo”, desenvol-vido desde 2013 por um grupo chamado Spruttegruppen, no Hospital Universitário de Aarhus, na Dinamarca. A ação consiste em confeccionar polvos feitos com linha 100% algodão, enchimento de manta sili-conada e oito tentáculos com tamanho de 22 centímetros no formato de espiral, para serem utilizados por bebês internados na UTI Neonatal do hospital, como forma de acalmar os pequenos dentro da incubadora.

Foto: Matheus Oliveira / Agência Saúde

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Polvos de Crochê

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A ideia foi prontamente abraçada por toda equipe da UTI Neonatal do HRSM. Em fevereiro deste ano, enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, psicólogos, fono-audiólogos e fisioterapeutas participaram de uma oficina promovida pela artesã volun-tária, Noeme dos Reis, mãe do fisiotera-peuta Ederson Paulo dos Reis, que trabalha no hospital. Ela foi responsável pela doação dos primeiros polvos. No final de março, nascia o projeto “Meu querido Polvo”, trans-formando o hospital no primeiro da rede pública de saúde do DF a contar oficial-mente com a iniciativa.

A gerente de enfermagem do HRSM, Cíntia Pelegrini conta que o projeto é mantido com doações de material e tempo por parte de voluntários. Ela explica como funciona a utilização do polvo pelos bebês: “Cada bebê tem um polvo exclusivo, identificado pelo número de registro da Secretaria de Saúde e, por isso, precisamos cada vez mais de doações. Quando o bebê tem alta da UTI Neonatal, o polvo o acompanha e posterior-mente vai para casa com o bebê. Hoje, cada bebê fica com o polvo por até cinco dias ou quando estiver com alguma sujeira visível. Nesse prazo, se o polvo estiver sujo, será encaminhado para a lavanderia e depois volta para o hospital”.

A limpeza dos polvos é feita com tempe-ratura acima de 60º C e quando volta para o hospital segue direto para a Central de Material e Esterilização para ser autoclavado (a autoclave é um dispositivo utilizado para esterilizar materiais e instrumentos) com

temperatura que alcança 134º C. Os polvos, totalmente esterilizados, ficam prontos para voltar para os braços dos seus donos.

Para Cíntia, a experiência da utilização dos polvos apresenta resultados claros. “É um processo totalmente humanizado da assis-tência para os bebês. Quando colocamos o bebê em contato com o polvo é algo impres-sionante, ele já vai com a mão procurando os tentáculos. Percebemos que ele fica mais calmo. Isso melhora os sinais vitais, evita tracionar sondas e cateteres, ajuda no ganho de peso, reduz a sedoanalgesia e o tempo de internação na UTI Neonatal”.

A equipe de psicologia da UTI Neonatal do HRSM promove oficinas totalmente gratuitas com os pais e interessados a aprender como fazer o polvo de crochê. O trabalho também envolve a comunidade de Santa Maria, que colabora no processo de confecção dos polvos. Uma verda-deira onda de solidariedade foi criada, expandindo a experiência para o Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), para o Hospital Regional da Ceilândia e, aos poucos, o Hospital Regional de Taguatinga também vai sendo contagiado por essa corrente do bem.

Os idealizadores do projeto original, na Dinamarca, sabem da existência do Projeto “Meu Querido Polvo”, desenvolvido no HRSM. A equipe do hospital fez o contato para que possam monitorar até onde o projeto avançou e como esse trabalho ajudou na melhoria do serviço prestado em Santa Maria.

Maria e o polvoA nutricionista Rebecca Boubli, 28 anos e o empresário Ivan Ornelas, 29 anos, perceberam essa interação do polvo com o bebê. A filha do casal, a pequena Maria resolveu vir ao mundo com apenas seis meses de gestação. Passou 70 dias na UTI Neonatal do Hospital Santa Lúcia. Rebecca foi marcada numa publicação que abordava um estudo sobre a utilização dos polvos com bebês prematuros. Vivendo essa reali-dade e interessada por testar algo novo para proporcionar o bem-estar da filha, ela não pensou duas vezes. “A vida de UTI é um pouco solitária. As crianças não possuem muito contato com nada. Portanto, ter um aconchego, algo que eles sintam e toquem é algo muito positivo. Além dos tentáculos se trançarem nos dedinhos deles, acredito que isso traga segurança. É o que percebo. Maria sempre está apertando os tentáculos”.

O polvo cumpre um papel importante na recu-peração dos prematuros, pois é a primeira referência para o bebê. Rebecca vai além. Considera o polvo fundamental para contar a história da vida da filha. “O polvo faz parte dela praticamente. Fica com ela no berço, na rede, na cama da mamãe. Será guardado com toda a certeza e a história será contada para ela com muito amor”, afirmou.

A pequena Maria com seu polvo. Uma história para toda a vida. Foto: arquivo pessoal

A brava equipe da UTI Neonatal do Hospital Regional de Santa Maria. Foto: Matheus Oliveira / Agência Saúde

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Polvos de Crochê

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Uma receita de sucessoO projeto dinamarquês ganhou o mundo, sendo reproduzido em diversos países, como Suécia, Luxemburgo, Bélgica, Turquia, Alemanha, Holanda, França, Itália, Croácia, Palestina, Israel, Austrália, Estados Unidos e claro, no Brasil.

No DF, a Maternidade Brasília foi o primeiro hospital a iniciar o projeto, entrando em contato formalmente com o Spruttegruppen. Por isso, no site do grupo www.spruttegru-ppen.dk/recipes existe um passo a passo em português, para a “Receita do Octo” de como elaborar o polvo de crochê.

A coordenadora de Neonatologia da Maternidade Brasília, Ana Marily, mais conhecida como Dra. Lily, conta que conheceu o projeto durante um Congresso de Neonatologia em Miami, nos Estados Unidos. Ao visitar um hospital universi-tário, foi apresentada aos polvos de crochê e ficou encantada com a ideia. “O bebê brinca com o cordão umbilical na barriga da mãe, sendo esse o papel dos tentáculos. Isso traz conforto para o bebê prematuro e tranquilidade para os pais e a equipe médica”, destacou.

Ainda não existem dados, estudos cientí-ficos publicados que comprovem a eficácia

do método. O projeto é baseado em evidên-cias clínicas, mas existe o interesse em estudar a iniciativa. “Existe um grupo que reúne vários hospitais do Brasil, do qual o Maternidade Brasília faz parte. A ideia é desenvolver um estudo multicêntrico para levantar informações sobre o uso do polvo com os bebês”, explica a Dra. Lily.

O Maternidade Brasília conta com a ONG prematuridade.com como parceiro nas atividades do Movimento “Um Polvo de amor”, principalmente no mês da prematuri-dade, conhecido como Novembro Roxo. Em abril, um mutirão foi promovido no espaço Pupila Experiências Criativas, na 705 Sul, para voluntários interessados em aprender como confeccionar os polvos.

Segundo a Dra. Lily, mais de 23 mil polvos de crochê estão espalhados pelo mundo. Para contribuir com o aumento dessa “popu-lação”, toda semana o hospital oferece uma oficina de crochê para pais e mães. Eles aprendem a fazer sapatos, meias, luvas, toucas e o polvo. A solidariedade e o calor humano extrapolaram os muros do hospital. Pacientes com câncer, do Hospital de Base do Distrito Federal e do Hospital de Apoio de Brasília (HAB) participam de terapia voluntária para confeccionar cachecóis, gorros e agora, os polvos de crochê numa corrente de amor e carinho que cresce mais e mais a cada dia.

Dra. Lily, do Maternidade Brasília: o hospital é referência internacional para o Projeto OCTO. Foto: Rodrigo Rueda / AMBr

Orientações do Ministério da SaúdeEm nota enviada para a revista Médico em Dia, o Ministério da Saúde (MS) informou que não recomenda o uso de polvos de crochê como instrumento terapêutico para crianças recém-nascidas. Para o ministério, o objeto é na verdade um brinquedo e não há qualquer tipo de comprovação científica na literatura médica nacional ou mundial apon-tando benefícios ou melhoras com esse tipo de instrumento. No entanto, a pasta também reforçou que não existe proibição ou que o polvo faça mal para os bebês.

Para o MS, a prática “Canguru” é o método terapêutico mais adequado porque garante o contato pele a pele do bebê prematuro com sua mãe e pai. O Método Canguru é um modelo de assistência integral, já utili-zado nas maternidades de todo o país, que tem início na gravidez de risco e segue até o recém-nascido alcançar 2,5 quilos. Segundo o MS, o acompanhamento contempla todo o pré-natal, internação maternal, parto e nascimento, internação do recém-nascido e retorno para casa, envolvendo cuidado humanizado e valorizando o contato entre bebê e seus pais.

SERVIÇO: Quem quiser contribuir com a doação de mão de obra para confec-cionar os polvos, linhas e agulhas pode ligar para (61) 3392-6414 e falar direta-mente com a equipe da UTI Neonatal do Hospital Regional de Santa Maria.

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Perfil

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O brilho de uma médica da geração BrasíliaDra. Marta Guidacci é um exemplo de que a Medicina é uma vocação que vem da infância

Medicina é sacerdócio, é vocação? Ela invade a alma da pessoa desde a primeira infância, quando a inocência dos sonhos nos leva a brincar de médico? Essa é uma discussão antiga que se arrasta há décadas. Mas o certo é que cada futuro doutor (a) tem a sua própria história e um jeito especial de contar como foi seu encontro com a profissão.

No caso da Dra. Marta de Fátima Rodrigues da Cunha Guidacci, pediatra alergista, podemos afirmar que sim, havia uma vocação latente desde a primeira infância. É ela quem explica o porquê:

“Desde meus sete anos, eu já falava que seria médica pediatra. Amo o que faço não só com as crianças, mas na especialidade de alergia e imunologia atendo todas as faixas etárias com muita energia. Escolhi

A médica do sorriso cativante

ser médica pois me sinto bem ajudando da melhor forma possível os pacientes tanto da rede pública quanto no meu consultório, o Alergo Vaccine”.

Desde pequenina, ela frequentava o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). Aliás, sua ligação com esse hospital é grande. O pai ajudou na construção do hospital e em 1961, sua mãe trabalhou lá como enfermeira. Depois, ela nasceu como um presente de Natal, no dia 25 de dezembro, às 8h30 numa maca do HBDF.

Ela foi uma brasiliense típica da Asa Sul na juventude. Fez o ensino fundamental no Colégio Rosário e o ensino médio no Centro Educacional Leonardo da Vinci. O pré-vestibular foi no Objetivo e no Sigma, onde se preparou muito bem. Apesar de ser uma aluna estudiosa e dedicada – quase sempre primeiro lugar nos simulados – só passou no vestibular de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) após a sétima tentativa. Entretanto, já fazia maté-rias de Medicina enquanto cursava Biologia e depois Enfermagem.

Além dos estudos, participou do Movimento Escalada e do Grupo de Jovens da Igreja Santo Antônio. Frequentava festas de família, do Movimento Escalada ou do Grupo de Jovens. Mas também ia ao Geralmente, sábado a noite ou para o Gilberto Salomão encontrar com amigos e às vezes frequen-tava a boate Zoomp. “Geralmente, nos domingos íamos para chácara do meu pai para descansar e estudar”, relembra.

Dra. Marta Guidacci, como é conhecida, é casada com o advogado Márcio Fernandes Guidacci há 22 anos. O casal tem um filho: Vítor Rodrigues da Cunha Guidacci, 18 anos, universitário. Conheceu seu marido

em uma das greves da UnB. Convidada pela prima Cristiane foi participar de uma Colônia de Férias do Clube Vizinhança, quando começou um namoro com o então professor de Educação Física. Foi amor à primeira vista.

“Já no primeiro encontro, ele me disse que iria casar comigo. Namoramos seis anos. Ele me acompanhava nos plantões, levava

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Perfil

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 33

Dra. Marta da Cunha Guidacci adora celebrar as datas importantes. Seu aniversário foi comemorado com o marido, Márcio Fernandes, e o filho Vítor; na sede da AMBr

lanches e sempre me apoiou em tudo. Após concluir as especializações de Pediatria e Alergia e Imunologia, casamos na Paróquia Santo Antônio. Assim como minha mãe, sou devota de Santo Antônio e Nossa Senhora de Fátima. Quando nasci meu avô materno me consagrou a Nossa Senhora de Fátima e ele fez questão que meu segundo nome fosse Fátima e meu primeiro nome fosse da minha mãe Marta.

Ela adora a parte teórica da Medicina. É autora e coautora de artigos cientí-ficos. Recentemente foi convidada para fazer parte de um estudo internacional de Asma e Rinite Alérgica. Já fez vários Protocolos de Asma, Doenças Alérgicas e Imunológicas, além de Protocolos para Dispensação de Medicamentos de Média e Alta Complexidade. Atualmente, parti-cipa da Comissão Especial de Políticas de

Saúde da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. “Participo de congressos nacionais e internacionais. No próximo mês, irei para o Congresso Europeu de Asma, Alergia e Imunologia Clínica (EAACI), na Finlândia”.

Dra. Marta integra a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIM), a Academia Americana de Asma, Alergia e Imunologia (AAAAI), a Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica (EAACI). É representante do GINA (Iniciativa Global Contra Asma), além de ser diretora Médica e Responsável Técnica da Alergo Vaccine. Faz parte da Diretoria de Políticas da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia e da Secretária da Sociedade Brasileira de Imunização-Regional DF.

“No período de 2003 a 2012, coordenei o Programa de Atendimento ao Paciente Asmático da SES-DF, sendo considerado um dos melhores do Brasil. Em parceria com a Dra. Jocélea Mendes e com outros coordenadores regionais do Programa de Asma publicamos, em 2011, dois livros: ”Asma-Atualização e Reciclagem para Médicos” e “Asma-Atualização e Reciclagem para Enfermeiros, Auxiliares, Técnicos de Enfermagem e Agentes Comunitários”, com objetivo de capacitar os profissionais de saúde da SES-DF. Desde 2012, estou na Coordenação de Alergia e Imunologia e tenho a honra de trabalhar no ambulatório de Alergia e Imunologia, com o Dr. Sérgio Camões, do Hospital de Base”.

Ela elaborou um processo de regulação das consultas em Alergia e Imunologia, Fluxograma de Atendimento Ambulatorial, Classificação de Risco para o agendamento de Consultas e Organograma. Conta orgu-lhosa: “existia uma demanda reprimida de 3.736 pacientes (2013) para 1ª consulta e atualmente, existem de 30 a 50 pacientes para 1ª consulta na Especialidade. O tempo de espera para 1ª consulta era de 3 a 5 anos e atualmente a marcação é imediata para mesma semana ou para semana seguinte.

Sua contribuição à Medicina brasiliense é grande. Mas a celebração da vida também é. Ao fazer 50 anos, encomendou uma super missa na Paróquia Santo Antônio (foto) e após, reuniu os amigos e familiares para uma festa no Espaço Prime da AMBr.

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Especialidade Médica

Por uma beleza sem

riscos

Especialidade médica

Dermatologistas alertam para o risco de se submeter

a procedimentos estéticos e cosmiátricos com

profissionais não médicos

Era início da noite de uma quarta-feira em meados de março passado, quando

a sala do Dr. Luciano Carvalho, presidente da Associação Médica de Brasília (AMBr), recebeu um comitê de médicas dermatolo-gistas apresentando complexos problemas enfrentados atualmente pela especialidade. Estavam presentes as doutoras Simone Karst Passos, Natalia Solon Nery, Joana Ribeiro Costa, Simone Breves Wimmer e Christiana Sales Modenese Carvalho.

A conversa girou em torno de uma “certa invasão” que esteticistas, dentistas e para-médicos estão fazendo, em nome da “beleza” e do “bem-estar”, na área que diz respeito à saúde dos pacientes dos dermato-logistas. Falou-se de riscos, procedimentos com segurança, registros de prontuários, uso de grupos de WhatsApp, campanha de esclarecimentos, ato médico, regularização da profissão médica, indústria da beleza e outros temas. A entrevista é esclarecedora:

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 35

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Especialidade Médica

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201736

Revista Médico em Dia: Como os médicos dermatologistas caracterizam as contradições que estão enfrentando com os dentistas, os biomé-dicos e os esteticistas? Que tipo de prejuízo isso pode trazer para vocês?

Revista Médico em Dia: Há contradições entre a atividade de vocês, dermatologistas, com outras especialidades médicas?

Revista Médico em Dia: A dermatologia cosmiátrica estabelece que o dermatologista é o profissional indicado para realização de procedi-mentos cosméticos, como a aplicação de toxina botulínica, peelings, remoção de tatuagens, dentre outros. Inclusive, os dermatologistas são pioneiros nesses diversos procedimentos. Ocorre que, muitas vezes, esses procedimentos não são realizados por dermatologistas.

Entrevistado: Com a crescente procura por procedimentos estéticos pela população brasileira, vários profissionais não médicos, como dentistas e biomédicos, têm invadido uma área de atuação que antes era restrita aos médicos e principalmente à derma-tologia. Esses profissionais não médicos amparam-se em resoluções criadas por seus próprios Conselhos para justificar a legalidade desse tipo de atuação. Não existe uma lei que os torne responsáveis

Entrevistado: Entre a dermatologia e outras especialidades médicas, como a oftalmo-logia por exemplo, não existem contradições e sim “áreas de intersecção” na atuação, uma vez que o organismo humano é totalmente integrado. Isso dificulta a criação de limites

Entrevistado: O dermatologista tem na sua formação o estudo aprofundado de como os procedimentos estéticos e cosmi-átricos interagem com o organismo. Não apenas de como eles devem ser aplicados ou usados, mas das consequentes intera-ções desses produtos (toxinas botulínicas, ácidos e outras substâncias químicas e

civilmente pelos atos que praticam dentro da área da cosmiatria e da estética. Isso acarreta sérios riscos para a saúde e inte-gridade física da população. Temos rece-bido em nossos consultórios um número crescente de pacientes com complicações decorrentes de procedimentos realizados por não médicos, inaptos a reconhecer as consequências dos atos praticados por eles. A Sociedade Brasileira de Dermatologia tem orientado seus associados a documentar

rígidos entre uma região e outra, como por exemplo a área da pálpebra, que é acome-tida por muitas patologias dermatológicas (dermatites de contato, por exemplo) e por patologias oftalmológicas (como as blefarites e inchaços causados pelas conjuntivites).

físicas, preenchedores, laser e luzes) com os tecidos humanos. O médico é o único profissional de saúde apto a responder legalmente pela realização destes proce-dimentos exatamente por ser capacitado a identificar as consequências, benéficas ou não, dessas aplicações. Nenhum desses procedimentos é isento de complicações e

esses casos e, com eles, está montando um dossiê que deverá ser levado às auto-ridades competentes para que seja criada uma consciência dos riscos reais aos quais a população está sendo exposta quando se submete a procedimentos realizados por profissionais não aptos integralmente a realizá-los. Quando dizemos “aptos inte-gralmente” nos referimos a realizar o ato do procedimento, cientes, no mínimo, de suas consequências fisiológicas ao organismo.

efeitos colaterais. A população está ficando exposta a sérios riscos e danos à saúde realizando tais procedimentos com profis-sionais que não estudaram o funciona-mento dos diversos sistemas do organismo e que, portanto, não estão aptos a reco-nhecer possíveis complicações inerentes aos procedimentos.

Nota de apoioA Associação Médica de Brasília (AMBr), por intermédio do seu presidente, Dr. Luciano Carvalho, vem a público apoiar a ação cível protocolada no Tribunal Regional de São Paulo por uma série de instituições médicas, inclusive a AMB, contra a resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), que amplia a atuação de enfermeiros na área estética “permitindo que os chamados “enfermeiros estetas” apliquem toxina botulínica”. A resolução ainda não foi publicada no Diário Oficial da União.

Assinam a ação cível, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). Segundo o documento protocolado, as sociedades médicas atuam em defesa do paciente no que se refere a invasão de não médicos buscando atuar em áreas restritas pela Lei do Ato Médico, colocando em risco a qualidade dos procedimentos e principalmente a segurança do paciente.

As entidades médicas entendem que os procedimentos autorizados nessa resolução extrapolam a formação técnica desses profis-sionais. “A campanha jurídica da AMB, alinhada com as sociedades de especialidades interessadas, demonstra ao Poder Judiciário o desrespeito às normas da Lei do Ato Médico”.

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Especialidade Médica

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 37

Revista Médico em Dia: Qual a função da pele nas questões de saúde? Poderia definir?

Revista Médico em Dia: É necessário delinear as áreas de atuação dos dermatologistas no mercado médico. Como isso será feito?

Revista Médico em Dia: Muito se fala em riscos, procedimentos com segurança, registros de prontuários, trabalho em grupo de What-sApp, campanha de esclarecimentos, ato médico, regularização da profissão médica e outros temas. Como vocês irão tratar esses temas junto à população?

Entrevistado: Atualmente, existe uma banalização dos procedimentos cosmiá-tricos e estéticos, como se eles fossem um simples ato mecânico de injetar ou colocar algo sobre ou sob a pele. Esses profissionais não médicos e a própria população desco-nhecem, muitas vezes, que a pele é o maior órgão do corpo humano e que estabelece ligação com vários outros órgãos. As artérias e veias que estão na pele fazem conexão com outras artérias e outras veias, que por

Entrevistado: A Sociedade Brasileira de Dermatologia está empenhada em deter-minar junto às entidades médicas (CRM, CFM e AMB) as áreas de atuação da derma-tologia, baseada no currículo que é exigido para a formação do dermatologista dentro dos cursos de residência médica e especia-lização reconhecidos por essas entidades.

Entrevistado: Nós, dermatologistas, estamos nos organizando para criar campanhas de educação e conscientização da população e dos próprios profissionais que têm se “aven-turado” pela área da estética. Acreditamos que informação e educação são sempre

sua vez caminham para outros órgãos. E isso infere. O que se injeta na pele pode ter repercussões em outros órgãos e sistemas mais profundos. A pessoa que procura por um tratamento estético, ainda que minima-mente invasivo, deve ser avaliada como um “paciente”, e ter todos seus aspectos de saúde questionados e avaliados pelo profissional que o atende. Muitas condições de saúde contra-indicam a realização de determinados procedimentos. A pessoa que

procura o tratamento estético, não pode ser vista como um “cliente”, como um consu-midor que compra um produto e se torna, ele mesmo, responsável pela maneira como aquilo será usado ou mantido. O profissional qualificado para fazer essa abordagem estética, vislumbrando a saúde do paciente, e se responsabilizando por seus atos, é o médico. E quando falamos em “invasão” da pele e seus anexos, o médico mais qualifi-cado é o dermatologista.

os melhores meios para conscientizar as pessoas para que façam escolhas seguras e efetivas. Por isso procuramos a AMBr como entidade que defende o profissional médico e a excelência do exercício da Medicina.

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Radar

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201738

Correios terá concurso na área de saúde e segurança do trabalho O próximo concurso para os Correios está prestes a ter o edital lançado. Na quarta-feira (3/5), a banca organizadora do certame foi confirmada. O Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades) foi escolhido para organizar as provas de nível médio e supe-rior. O concurso será focado na área de segurança do trabalho e saúde, com vagas para: auxiliar de enfermagem, técnico em segurança do trabalho, enfermeiro, enge-nheiro e médico do trabalho. Ainda não foi divulgado a quantidade de vagas nem a remuneração dos cargos. Fonte: Metrópoles - 03/05/2017

Útero artificial pode ser usado para salvar prematurosUm ambiente semelhante ao útero, ideali-zado por pesquisadores pediátricos ameri-canos, poderá transformar os cuidados de bebês extremamente prematuros, permi-tindo que crianças nascidas com apenas algumas semanas de vida desenvolvam seus pulmões e outros órgãos. “Nosso sistema poderá prevenir a morbidade severa sofrida por bebês muito prematuros ao oferecer uma tecnologia que não existe atualmente”, diz Alan W. Flake, cirurgião fetal e diretor do Centro de Pesquisa Fetal do Hospital Infantil da Filadélfia.

Em um artigo publicado na revista Nature Communications, a equipe do médico mostra como fetos de cordeiros, cujo desenvolvimento pulmonar é semelhante ao de humanos, sobreviveram fora do útero materno. Fonte: Correio Braziliense - 26/04/2017

Notícias rápidas

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Radar

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 39

Exame de sangue detecta ressurgimento de câncer com um ano de antecedênciaMédicos britânicos conseguiram identificar o retorno de um câncer um ano antes dos exames tradicionais, em uma descoberta animadora para o combate à doença. A equipe conseguiu rastrear no sangue sinais de câncer quando este era apenas um pequeno amontoado de células invisíveis a raio-X e tomografia. A pesquisa focou em câncer de pulmão, mas os processos estudados são tão básicos que as descobertas devem poder ser aplicadas a outros tipos de câncer. O câncer de pulmão é o que mais mata no mundo.

Para verificar se um câncer pode estar voltando, os médicos precisam saber o que exatamente tem de rastrear. Por isso, partiram de amostras de tumores removidos durante cirurgias. Os resultados, divulgados na publicação científica “Nature”, mostraram que a recorrência do câncer pode ser identifi-cada cerca de um ano antes do prazo normal de métodos atuais disponíveis na medicina.Fonte: Bem Estar - 27/04/2017

Veterano da 2ª guerra, britânico de 105 anos ainda trabalha como médicoO médico britânico William Frankland lutou na Segunda Guerra Mundial, foi prisioneiro de guerra no Japão, consultou Saddam Hussein, inventou a contagem de pólen e continua trabalhando aos 105 anos. O segredo para sua longevidade, segundo ele, é a série de exer-cícios que faz todas as manhãs por cerca de uma hora. Além, claro, de um pouco de sorte.

Ele é o médico mais velho da Grã-Bretanha e continua trabalhando, atendendo pacientes e publicando seus artigos. Frankland chegou a ser assistente do cientista Alexander Fleming, que inventou a penicilina em 1928. Mas ele também é conhecido por outra descoberta: ele foi o primeiro a comprovar, em 1954, que os sintomas de asma e febre poderiam ser dimi-nuídos com injeções de uma proteína presente no pólen.

Entre as histórias fantásticas de Frankland há uma consulta a Saddam Hussein, então líder do Iraque, em 1979. A consulta era para tratar a asma de Hussein. Mas depois de fazer exames, Frankland disse a Saddam que ele não tinha asma e que seu problema era fumar 40 cigarros por dia. “Eu disse que ele deveria parar de fumar e que, se não parasse, não iria consultá-lo novamente. Acho que ninguém havia falado assim com ele antes”, disse o médico ao jornal The Telegraph. “Depois eu ouvi dizer que ele teve uma discussão sobre saúde com seu secretário de Estado e que o matou por isso. Talvez eu tenha tido sorte”.Fonte: BBC Brasil - 08/05/2017

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Pesquisa

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 41

Com o “Dr. Google”, o melhor remédio é a prudência

As pessoas estão cada vez mais conectadas e antenadas, consumindo os mais variados tipos de informação. Mas quando o assunto é saúde, é preciso muito cuidado para não acreditar em tudo que está publicado na internet

Aquela dor de cabeça insistente, um programa de TV que alerta para uma

mancha de pele, qual o melhor remédio para determinada doença e lá vai o paciente para... o consultório? Não. Para o “Dr. Google”. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), em 16 capitais de todas as regiões do país, com 2.340 pessoas revelou que Brasília é a capital brasileira que mais utiliza a internet como ferramenta para o autodiag-nóstico. No Distrito Federal, 66% dos entre-vistados assumiram que utilizam a internet para pesquisar sobre sintomas e medica-ções. Vitória (ES) e Salvador (BA) aparecem em segundo lugar, com 59%, seguidas por Natal (RN), com 55% e João Pessoa (PB), com 53%. A pesquisa revelou que o sintoma dor de cabeça foi o termo mais procurado de acordo com os entrevistados.

Para o pesquisador e farmacêutico do ICTQ, Ismael Rosa é preciso cuidado na hora de avaliar os resultados obtidos dessa

busca. “As interpretações equivocadas de um autodiagnóstico, devido ao total desco-nhecimento técnico e científico do cidadão comum, desencadeia uma série de situa-ções que poderão levar ao risco de morte, em virtude do adiamento do correto diag-nóstico de uma doença”.

Há um ano, o Hospital Albert Einstein e o Google lançaram uma parceria para resul-tados de busca sobre a saúde. O hospital revisa as informações gerais sobre doenças e sintomas mais procurados no Google, como explica a Dra. Juliana Soares, coor-denadora da equipe de médicos para a parceria do Google com o Hospital Albert Einstein. “A parceria é fruto dos ideais em comum das instituições, como a difusão de conhecimento e de informação. Devido ao elevado número de buscas na internet por assuntos relacionados à saúde (uma em cada vinte buscas), em meados de 2015 o Google promoveu a descrição das doenças com maior número de procura na

internet, em parceria com a Mayo Clinic, nos EUA. Com a proposta de expansão desta descrição de doenças para outros países, incluindo o Brasil, surgiu a parceria com o Einstein. Certificar-se sobre a origem da informação é imprescindível, sempre dando preferência para informações provenientes de sites vinculados às Instituições ou perso-nalidades idôneas”.

A Dra. Juliana também destaca que a consulta médica é importante para o rela-cionamento entre o paciente e o médico. “A disseminação de informações de quali-dade sobre saúde atua no sentido de empoderar o paciente, uma vez que, a partir do momento que ele dispõe de infor-mações sobre a sua condição de saúde, ele pode, além de compreender melhor sua situação, argumentar junto ao profis-sional de saúde, esclarecer suas dúvidas e compreender de forma mais clara quais os próximos passos em relação ao seu quadro de saúde”.

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Pesquisa

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201742

Questão éticaA conversa entre médicos sobre casos clínicos e alternativas de tratamentos é uma prática permitida, já que é promovida para a melhoria do paciente. Uma ferramenta muito utilizada por médicos e pacientes é o WhatsApp. O aplicativo facilita o compar-tilhamento de informações, por exemplo, de casos clínicos, desde que a identi-dade do paciente seja preservada. Aqui cabe ressaltar um trecho do Juramento de Hipócrates: “Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteira-mente secreto”.

Por outro lado, os pacientes utilizam o recurso na tentativa de um acesso imediato com o profissional da área médica. Mas até que ponto, esse tipo de contato tecnoló-gico entre médico e paciente é permitido? Uma conversa entre médico e paciente via WhatsApp, pode ser considerada uma consulta? O Dr. Simônides da Silva Bacelar, membro da Comissão Nacional de Revisão do Código de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM) avalia essa situação. “O paciente não pode ser aten-dido via aplicativo. O médico precisa fazer a anamnese, solicitar exames e deixar tudo registrado no prontuário. O contrário disso é antiético. Existem procedimentos que são identificados através do odor ou da textura. Nada substitui a visita ao médico para ser examinado e ter o caso corretamente diagnosticado”.

Ele também destaca a importância de trazer o debate sobre ética para o meio acadê-mico. “As faculdades de Medicina precisam apresentar para os estudantes o que é a ética médica. Os médicos precisam ter conhecimento geral amplo, tratar o doente e não apenas a doença. Médico precisa ter cultura, saber abordar e mostrar a realidade para os seus pacientes”.

41%

18%

17%

9%

7%

Motivos dos brasileiros para não procurar um médico

Emergências dos hospitais sempre lotadas

Não considera a opinião do médico ou farmacêutico impor-tantes para sintomas de saúde

A consulta médica é muito cara

As consultas na internet são mais rápidas e eficientes

O médico é inacessível

Fonte: ICTQ

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Pesquisa

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 43

RiscosO Brasil possui uma população ativa na internet. De acordo com a 11ª edição da pesquisa TIC Domicílios 2015, que mede os hábitos dos brasileiros com as tecnologias de informação e comunicação, 58% da popu-lação está conectada na internet, represen-tando 102 milhões de pessoas. O telefone celular é o dispositivo mais utilizado para se manter online.

A busca por informações sobre sintomas e doenças na grande rede ganhou o nome

de cybercondria, uma prática de chegar a conclusões precipitadas ou até erradas, durante a pesquisa por algum tema relacio-nado a saúde.

A administradora Beatriz Vilhena, 27 anos, faz uso do Google na tentativa de deci-frar alguns sintomas de possíveis doenças. “Busco as mais variadas informações, de remédios até sintomas de doenças e suas causas. Se vou ao médico, eu confirmo o diagnóstico no Google. Um dos remédios que eu mais uso foi por indicação do Google. Fiz uma pesquisa para encontrar um remédio

para substituir outro. Mudei o remédio e a minha vida mudou consideravelmente”.

O pesquisador Israel Rosa chama a atenção para o risco de intoxicações, inte-rações medicamentosas e exacerbação das reações adversas, em razão da auto-medicação após o autodiagnóstico pela internet. “Alertamos para que as pessoas sempre procurem um médico e o farma-cêutico para obterem atendimento espe-cializado, diagnóstico preciso, acompa-nhamento e orientações quanto ao uso dos medicamentos”.

As 6 capitais onde a internet é mais consultada

Fonte: ICTQ

Natal

JoãoPessoa

BeloHorizonte

Salvador

Vitória

Brasília

55%

53%

59%

59%

46%

66%

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#Associados

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201744

O brilho das estrelas de São João na AMBr

Vem aí mais uma edição do Arraiá do Dotô, tradicional evento da AMBr que reúne profissionais da saúde, familiares e convidados. Um evento com mais de 20 anos de existência. Assim é o Arraiá do Dotô, a festa

junina promovida pela Associação Médica de Brasília (AMBr), uma das mais concorridas e charmosas da cidade. A festa acontecerá no dia 10 de junho, a partir das 21h na sede da Associação. Antes da sua reali-zação, existe todo um trabalho de pesquisa voltado para as tendências de decoração e atrativos que possam valorizar ainda mais o evento.

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#Associados

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 45

Para o diretor administrativo, Dr. Jorge Gomes de Araújo, coordenador do evento, a festa é um momento de integração e união para toda a classe médica e seus convidados. “O Arraiá do Dotô é uma festa tradicional da Associação Médica de Brasília. Confesso que é uma grande responsabilidade organizar o evento, mas ao mesmo tempo também é um grande prazer atuar de forma integrada com todos os setores da Associação, pensando em cada detalhe para levar aos convidados o que há de melhor”, destacou.

A arte primitivista brasileira foi a inspiração temática para ambientação da festa deste

ano. A obra do artista plástico pernambu-cano Militão dos Santos, estará presente com seu colorido intenso, seu estilo único e seu traço envolvente.

A comida típica é um capítulo à parte. Quem prepara os quitutes é o Coffee Break Buffet. O evento é open food e open bar com tudo que uma festa junina tem direito: churras-quinho, caldos, quentão, as delícias do milho, cachorro quente, pastéis e muito mais. Festa animada precisa de música boa. As atrações musicais deste ano são: as bandas Só Pra Xamegar e Encosta Neu, além da dupla sertaneja Henrique e Ruan. E claro,

em 2017, algumas novidades. Mas como é surpresa, só na hora da festa para saber.

O Arraiá do Dotô 2017 já conta com a parti-cipação de grandes parceiros: Laboratório Sabin, Hospital Pacini, Instituto do Coração de Taguatinga, Hospital Urológico de Brasília, Grupo Acreditar, Cooperativa de Crédito de Livre Admissão Centro Brasileira, UniCEUB, Prevseg e Brasal Incorporações.

Garanta já o seu convite. Para mais informações, procure a secretaria pelo telefone (61) 2195-9797.

Antônio Militão dos Santos ou simples-mente Militão dos Santos como é conhe-cido, nasceu no dia 15 de junho de 1956, em Caruaru, Pernambuco. Aos sete anos de idade contraiu meningite, fato o que fez perder a audição por completo. Em 1970, foi morar no Rio de Janeiro para estudar no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). Aprendeu as linguagens labial e de sinais e também desenvolveu seu talento para a pintura, aprendendo técnicas de composição e cores nas aulas com o artista plástico Rubens Fortes Bustamante Sá.

Começou a expor seus quadros de arte Naif na tradicional Feira Hippie, na Praça General Osório no bairro de Ipanema. As obras do artista eram adquiridas semanal-mente por turistas. Em 1982, Militão passou uma temporada fora do país, viajando entre Argentina, Paraguai e Uruguai, voltando para o Brasil em 1986.

Em 1990, passou a residir em Recife. Prestigiado no Rio de Janeiro, na capital pernambucana ele era um desconhecido. Para mudar essa situação, Militão começou a dar valor para exposições e galerias. A primeira exposição individual foi realizada em 1992, no Mar Hotel, tendo seu trabalho admirado e com grande exposição na mídia. É justamente o Recife o grande cenário que serve de inspiração para o artista.

Militão tem seus trabalhos adquiridos frequentemente por colecionadores nacio-nais e estrangeiros e espalhados por grandes galerias de artes no mundo, como Gottfried Murbach, em Zurique (Suíça) e Arvene At, em Miami (EUA).

O São João retratado pelo artista Militão dos Santos.

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Agenda

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201746

II Simpósio Nacional de Uro-Oncologia e Cirurgia RobóticaNo dia 24 de junho, Brasília receberá o II Simpósio de Uro-oncologia e Cirurgia Robótica Oncologia D’ Or, no Hotel Grand Mercure Brasília Eixo Monumental, das 08h às 18h. O evento trará o que existe de mais moderno nesse tipo de cirurgia. Também serão abordados temas atuais e relevantes, como a abordagem multidisciplinar em tumores urológicos complexos, abrangendo câncer de próstata, bexiga e rim. A coordenação dos trabalhos será feita pelos doutores Bruno Carvalho, Daniel Herchenhorn e Rodrigo Frota. No site www.eventosoncologiador.com.br/urooncologia, mais informações sobre o evento e como fazer a inscrição.

Jornada do Paciente de HFHoA AMAVI - Associação Maria Vitória de Doenças Raras e Crônicas - realiza nos próximos dias 30 e 31 de maio, na sede da Associação Médica de Brasília (AMBr), a Jornada do Paciente de HFHo (Hipercolesterolemia Familiar Homozigótica), uma doença incomum herdada de ambos os pais que leva a altos níveis de colesterol sanguíneo. A jornada pretende juntar saberes e conhecimentos para melhor tratar da HFHo. No dia 30 acontecerá um workshop sobre o tema das 9h às 17 h e no dia 31 uma mesa de diálogo para discutir diagnósticos e tratamentos.

49º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito FederalCom o lema “Valorizando o dia a dia do gineco/obstetra”, o 49º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal será realizado de 14 a 16 de junho, no Centro Internacional de Convenções do Brasil – CICB. Acesse o site www.sgob.org.br para obter mais informações sobre o evento.

XXXVI Congresso Brasileiro de UrologiaDe 26 a 29 de agosto, o Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, receberá o XXXVI Congresso Brasileiro de Urologia. O encontro, uma realização da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) terá uma ampla programação científica, cursos paralelos, workshops e contará com a presença de convidados internacionais. Acesse o site www.cbu2017.com.br para inscrições e mais informações sobre o evento.

O que vem por aí

24JUN

30-31MAI

14-16JUN

26-29AGO

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Vitrine

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 47

Happy Hour - Nos Tempos da BrilhantinaNem a chuva torrencial que caiu na noite de sexta-feira, 31 de março, desanimou o público que participou do primeiro Happy Hour da AMBr em 2017, reali-zado no Espaço Prime, tendo como tema “Nos tempos da Brilhantina”. A banda Georgia W. Alô & Disco Magic animou o público presente com músicas de Michael Jackson, Kool & The Gang, Tim Maia, Earth, Wind & Fire, Daft Punk e sons mais atuais como Moves Like Jagger, da banda americana Maroon 5. O evento foi reali-zado pela AMBr e contou com o apoio do Laboratório Sabin. Confira algumas fotos dessa festa! O Dr. Lairson Rabelo com o presidente da AMBr, Dr. Luciano Carvalho e esposa, Patrícia Carvalho.

Alaides de Oliveira, Luiza Carvalho, Luiz Edgar Tostes e o Dr. Ubiratan Peres.

Nos embalos da Brilhantina, Simone Bacelar e o Dr. Simônides Bacelar.

Fotos: Luiz Clementino

Suely Paniagua, Rejane Castro, Demar Castro e o Dr. Pedro Paniagua.

Georgia W. Alô e banda animaram o público presente.

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Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201748

PAGESS promove “segurança do paciente”Na noite do dia 12 de abril, a médica pediatra Helidea Lima, diretora de Qualidade Assistencial da rede D’Or São Luiz, abriu o Programa de Apoio à Gestão e Empreendimento (PAGESS) de 2017 com uma esclarecedora palestra sobre o tema “Segurança do Paciente”.

O PAGESS é um programa da Associação Médica em parceria com o SEBRAE que visa levar a profissionais médicos e gestores da área de saúde conhecimentos e técnicas de empreendedorismo e gestão de seus negócios, sejam consultórios, clínicas ou hospitais. A iniciativa é coordenada pelo diretor de Planejamento da AMBr e presi-dente da Sociedade de Especialidade de Vídeo Cirurgia, Dr. Elias Couto.

O PAGESS é coordenado pelo diretor de Planejamento da AMBr, Dr. Elias Couto.A palestrante Dra. Helidea Lima.

O auditório do Hospital do Coração, na 716 Sul, teve seus 200 lugares ocupados e a Dra. Helidea Lima fez uma palestra que despertou grande interesse em todos os presentes. Ela começou sua palestra afir-mando: “Hospital é um ambiente de riscos e às vezes um verdadeiro show de horrores. O paciente precisa ser ouvido, precisa ter voz. Na rede D’Or estamos mudando e

reeducando médicos e enfermeiros. Este é o caminho”. Sua palestra durou cerca de uma hora e meia, com muitos números e estatísticas e vários filmes. O PAGESS promoverá uma palestra por mês.

Saiba mais sobre os próximos eventos pelo telefone (61) 2195-9797.

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Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 49

Dra. Helidea Lima fez uma palestra que despertou grande interesse em todos os presentes.

Dr. Ognev Cosac e o Dr. Elias Couto.

Fotos: Vinícius Loures

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Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201750

AMBr inaugura duas quadras de beach tennisO esporte é uma verdadeira febre no Distrito Federal, ganhando novos praticantes a cada dia. No dia 15 de abril, a AMBr inau-gurou duas quadras de beach tennis, com a presença do italiano Alessandro Calbucci, uma verdadeira lenda viva do esporte. Ele promoveu uma clínica para lançar oficial-mente sua primeira franquia da Academy & Coaching International Beach Tennis na Capital Federal, a 13º no Brasil.

Os alunos aprenderam na prática movi-mentos básicos, como o voleio, o smash e como se posicionar na quadra. Para Calbucci, o esporte é quase uma brinca-deira. “A mágica do beach tennis é o fato do esporte ser descontraído, mais tolerante que o tênis. Quem começa, em uma semana já consegue brincar e se divertir. É um esporte democrático, ao alcance de todos. Combina com cerveja e churrasco”.

Interessados podem entrar em contato com Gelson Kleber pelo telefone (61) 99172-8148.

Os entusiastas do beach tennis na AMBr.

Os alunos aprenderam técnicas de voleio, smash e como se posicionar na quadra.

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Vitrine

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 51

A AMBr conta agora com duas quadras de beach tennis. Alessandro Calbucci e Gelson Kleber.

Os participantes da clínica de beach tennis com o italiano Alessandro Calbucci.

Fotos: Vinícius Loures

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Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201752

Happy Hour - Live LondonQuem compareceu ao Happy Hour da AMBr no dia 28 de abril não se arrependeu. A banda Satisfaction transformou o Espaço Prime num verdadeiro pub londrino. A noite intitulada “LIVE LONDON” foi recheada de canções dos The Beatles, Amy Winehouse, U2, Queen, Adele, Rolling Stones e outros diversos artistas e bandas que influen-ciaram gerações e fazem parte da história da música inglesa. O evento foi promo-vido pela AMBr e mais uma vez contou com o apoio do Laboratório Sabin. Confira algumas fotos!

Loiane Aiache, Dr. Gustavo Arantes, o diretor Administrativo da AMBr, Dr. Jorge Gomes de Araújo e sua esposa Viviana.

Dr. Kléber Campos, Dorinha Gonçalves, o vice-presidente da AMBr, Dr. Ognev Cosac e a Dra. Patrícia Souza.

Vera Lilian Ravagnani e o Dr. Sérgio Ravagnani prestigiaram a noite.

A banda Satisfaction animou o público presente com vários hits da música britânica.

O presidente da AMBr, Dr. Luciano Carvalho e sua esposa, Patrícia Carvalho.

Fotos: Hanna Pereira

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Corrida do Médico 2017Quem correu, correu. Agora, só no ano que vem. A Corrida do Médico edição 2017 foi um sucesso. Com muita animação, às 7h foi dada a largada na sede da AMBr. Os percursos eram de 3km (caminhada), 5km e 10km. Confira algumas fotos desse grande evento.

Corredores prontos na expectativa para a largada.

Concentração para a corrida.

Fotos: Pedro Ventura

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Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201754

A Onkotec promoveu um grande aquecimento antes da corrida.

Os corredores aproveitaram a Quick massage oferecida na tenda do Grupo Elo.

A largada da Corrida do Médico 2017.Quem participou da Corrida do Médico pode eternizar o momento sendo clicado na tenda do Hospital Anchieta.

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Vitrine

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 55

Dr. Luciano Carvalho com o Dr. Ricardo Ibiapina que correu 5km, Dr. Delmir Rodrigues que correu 10km e Lorena Pereira, diretora do Hospital Anchieta.

Um dos primeiros corredores a completar a prova masculina de 5km.

A alegria de quem terminou a prova com tranquilidade.O presidente da AMBr, Dr. Luciano Carvalho entrega para Valsa Melo o anel com turmalinas rosa e brilhantes doado pela joalheira Miranda Castro e sorteado após a corrida.

Fotos: Pedro Ventura

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Destinos

Vamos combinar com os russos

Destinos

Na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, Garrincha era reserva do ponta-direita

Joel. Estava na flor da idade, com vinte e poucos anos e um pique incrível para realizar aquele clássico drible de balançar o corpo, fazer o vai-não-vai e sair a mil pela direita. Era tiro e queda: ia na linha de fundo e cruzava na área, na cabeça de Vavá e Pelé. Mas, era considerado irresponsável por seus dribles alucinados. Certa vez, driblou a defesa inteira de um time italiano, mas não entrou com bola e tudo. Voltou com a bola para o meio de campo.

O Brasil iria enfrentar nas quartas de finais a seleção da URSS que tinha uma defesa implacável e um goleiro voador chamado Yashin, o “Aranha Negra”. Pressionado pelos demais jogadores – especialmente Didi, Nilton Santos e Zagallo – o técnico Feola resolveu botar Garrincha em campo para enfrentar o “ferrolho russo”. E toda a Comissão Técnica – Feola à frente – foi conversar com Garrincha para convencê-lo a ser a “arma secreta” da partida, driblando o primeiro, o segundo e, depois do terceiro, já perto da área, cruzar a bola na cabeça do Vavá, conforme os treinos. O ponta-direita ouviu tudo atentamente.

No final, perguntaram a ele:

- E aí, alguma pergunta?

Com a inocência de um anjo, ele respondeu que tinha sim e mandou a clássica:

- Combinaram com os russos?

Por isso, para quem deseja assistir a Copa do Mundo de 2018 em Moscou e outras cidades da Rússia, fica o conselho de Garrincha: vamos combinar com os russos!

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201756

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Destinos

Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 2017 57

Quanto custa e como fazerAgora, que a Seleção Brasileira carimbou seu passaporte para a Copa da Rússia, os torcedores – em especial os médicos, que adoram uma boa aventura - já podem começar a planejar um tour pelo país sede, a fim de acompanhar Neymar & Cia. Ainda não é possível saber onde o Brasil vai jogar, mas já dá para fazer algumas esti-mativas contabilizando custos com passa-gens, hospedagem, ingressos, desloca-mento e gastos gerais.

Desde logo, os agentes de viagens estimam que um mês na Rússia não sairá por menos de R$ 13 mil, no modo mais econômico. Uma viagem mais luxuosa pode alcançar cifras acima de R$ 20 mil. É o que calcula o caderno de Turismo do jornal O Globo, por exemplo.

Do Brasil a MoscouMoscou é o destino. A capital da Rússia será a principal cidade-sede. Com dois estádios (Luzhiniki e Spartak), receberá 12 partidas, entre elas a partida de abertura e final da Copa do Mundo de 2018.

Saindo do Rio, a passagem de ida e volta mais barata e rápida - nos valores de hoje - custa R$ 3.929,00 pela Emirates Airlines, com conexão em Dubai. São 27 horas na ida e 20 horas na volta. Saindo de São Paulo, custa R$ 4.006 para o mesmo trajeto. São 30 horas na ida e na volta.

AlimentaçãoDe acordo com o site “Expartisan”, plata-forma colaborativa que calcula o custo de vida em diversas cidades do mundo, Moscou não está entre as mais caras quando o assunto é alimentação. Um almoço com bebida no centro comercial da cidade sai por volta de U$ 7, ou R$ 21. Já uma refeição em lanchonete fica em torno de R$ 16.

Bebidas, alcoólicas ou não, também têm preços semelhantes aos encontrados no Brasil. Uma garrafa de vinho, por exemplo, pode ser encontrada por R$ 35. Refrigerante de dois litros não passa de R$ 5 em um mercado local.

TransporteO metrô é a opção mais recomendada para se locomover dentro de Moscou. São 14 linhas que conectam diversos pontos da cidade,

incluindo os estádios Luzhniki e Otrkytiye, que ficam mais afastados do centro. A tarifa unitária é de 35 rublos, menos de R$ 2.

Em caso de viagem para as cidades mais próximas de Moscou para acompanhar uma partida, o trem é a opção mais em conta. O trajeto entre Moscou e São Petersburgo, por exemplo, pode ser cumprido em 4h em trens expressos, ou 7h a 8h em trens comuns. As passagens variam de U$ 60 e U$ 90 (R$ 190 a R$ 280).

Para Kazan a viagem é mais longa. São 12 horas até a cidade e o valor varia de U$ 25 a U$ 78 (R$ 78 a R$ 243). Até Saransk, outra cidade sede, são 9h30, e custa de U$86 a U$ 115 (R$ 268 a R$ 358). De avião, a passagem de ida e volta para Kazan sai por R$ 400, e leva menos de duas horas. Para São Petersburgo, custa R$ 226, quase uma ponte aérea: 1h30.

Há também a opção de alugar um carro para fazer viagens pontuais. O site “Sixt” disponi-biliza veículos em Moscou ao preço diário de U$ 75, cerca de R$ 240. Considerando um carro que faça 14km/l, seria possível completar a viagem a partir de Moscou a São Petersburgo (ida e volta) gastando pouco mais de R$ 200 em gasolina. O preço atual do combustível na Rússia está em R$ 2,13/l segundo o “Expartisan”.

O imponente estádio de Luzhniki e o moderno estádio do Spartak Moscou. Ambos receberão 12 partidas da Copa do Mundo de 2018.

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Revista Médico em Dia - Maio / Junho de 201758

Clube de Afinidades

ErramosNa página 17 da revista Médico em Dia edição 171 (março/abril), erramos na nota “O Hino Nacional em versão especial”. No terceiro parágrafo, observamos que a Dra. Roberta foi “acompanhado ao violão pelo Dr. José Carlos”. Na verdade, ela foi acompanhada, muito bem acompanhada nesta bela parceria.

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