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Hospital Materno Infantil de Brasília - HMIB
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL - UTIN
Diogo Pedroso www.paulomargotto.com.br Brasília, 3 de outubro de 2013
Doença Hemorrágica do RN
Histórico Em 1894 - Townsend descreveu uma condição de sangramento
auto- limitado que geralmente ocorria entre o 1º-5º dia após o nascimento, em pacientes com hemofilia não clássica
O termo vitamina K se originou a partir de koagulations-vitamin
Henrik Dam e Edward Doisy ganhou o Prêmio Nobel de 1943 pela descoberta e as funções da vitamina K
A pesquisa subseqüente deu contribuições significativas para o conhecimento atual da vitamina K e sua associação com fatores de coagulação , ou seja, os fatores de coagulação vitamaina K dependentes
Distúrbio Hemorrágico do RN
No passado, o termo doença hemorrágica do recém-nascido foi utilizado para descrever problemas de hemorragias em recém-nascidos associadas com um nascimento traumático ou hemofilia
O sangramento devido a deficiência de vitamina K não é a única causa de distúrbios hemorrágicos em recém-nascidos prematuros e de termo
Os sangramentos respondem por aproximadamente 1% das internações na UTIN
Vitamina KApresenta-se sob 3 formas isoladas:
- Vit. K1 (filoquinona) - Kanakion (suspensão aquosa coloidal); é a vitamina natural, lipossolúvel encontradas nas folhas verdes dos vegetais, sementes, tubérculos e frutas
- Vit. K2 (menaquinona): é a forma sintetizada pelas bactérias intestinais
- Vit. K3 (menadiona): representa os derivados hidrossolúveis, tais como, o Fosfato (Synkavit) e o sulfato (Hykinone)
Síndrome Hemorrágica do RN Definição
Diátese hemorrágica resultante da deficiência da vitamina K e consequentemente, da diminuição da atividade dos fatores de coagulação vitamina K dependente
Incidência 0,25 a 1,7% dos RN que não receberam vitamina K 0,4% dos que receberam
Sendo mais frequentes pré-termo do que termo
Ao nascimento os níveis de fatores de coagulação vit K dependente reduzem 20 a 50%
Distúrbio Hemorrágico do RN
48-72 horas após nascimento redução moderada dos fatores II, VII, IX, X e normalmente ocorre em todos os recém-nascidos, com um retorno gradual entre o 7º-10º dia de vida.
Deficiência transitória de fatores dependentes de vitamina K: Falta de vitamina K livre da mãe Ausência da flora intestinal bacteriana responsáveis pela síntese de
vitamina K.
Susceptível à sangramentos devido: Insuficiência fisiológica dos fatores da coagulação (quantidade e função) Exposição a trauma durante ao nascimento Sepse e asfixia
Distúrbio Hemorrágico do RN
O transporte de vitamina K mãe feto pela placenta parece não ser uma fonte de vitamina K para o feto
Nível plasmático de vitamina K é indetectável pelos métodos rotineiros Doses elevadas de vitamina K na mãe não altera significativamente as
concentrações de vitamina K no cordão
O leite materno é uma fonte pobre de vitamina K 1,5 mcg/100 mL mesmo com ingestão alta de vit K pela mãe
Leite de vaca / Fórmulas infantins 6 mcg/ 100 mL
Manifestações clínicas
Manifestações clínicas
Manifestações clínicas
Início precoce
Primeiras 24 horas
Mães que tomam anticonvulsivantes ou tuberculostáticos
Graves complicações hemorrágicas podem ocorrer neste tipo de hemorragia
Anticonvulsivantes - fenitoína, carbamazepina , barbitúricos
Tuberculostáticos - rifampicina, isoniazida
Antagonistas da vitamina K -varfarina, femprocumona
Forma clássica
Após 24 horas até o fim da primeira semana Pode ocorrer durante o primeiro mês
Crianças que não receberam profilaxia
Atraso na alimentação oral
Sangramento ocorre geralmente:
Umbilical, Trato GI, pele, nariz, locais cirúrgicos, raramente cérebro
Forma tardia
2-12 semanas até 6 meses
Mais comum em lactentes que não receberam profilaxia com vitamina K ao nascimento.
O teor de vitamina K é baixa no leite humano maduro e varia 1-4 mcg / L.
Mais 50% Hemorragias Intracranianas
Forma tardia - HIC
• No estudo de Pooni e cls, a HIC ocorreu em 71% dos casos (a
hemorragia subdural foi o tipo mais comum, seguido pela hemorragia
subaracnóide;75% dos casos tinham hemorragia em múltiplos.
• No estudo de D´Souza e Rao, a HIC foi de 93%, sendo que 57%
morreram da doença e 36% ficaram com sequela neurológica.
• Cerca de 90% dos casos tem sido relatados na literatura ocorrerem
nos lactentes amamentados ao seio
Teste de Apt
1 vol. de fezes ou vômitos com 5 vol. de águaCentrifugue a mistura e separe o sobrenadante róseo - Adicione 1 ml de NaOH a 1% a 5 ml do sobrenadante (NaOH a 1% = NaOH a 0,25 N); - Misture e observe a modificação da cor após 2 min.:
Roseo (Hb – fetal) Amarelo – Amarronzado(HbA) Sangue fetal Sangue Materno
Diagnóstico Laboratorial
Plaquetas NormaisPT ProlongadoPTT Prolongado
Considerar deficiência de VitaminaK
2-5 mg vitamina K ivExames 4-6 horas
após
Tratamento
Profilático: Vit. K1 (Kanakion): 1 mg IM
Curativo para os RN e as mães usando anticonvulsivantes:
Vit. K1 (Kanakion) : EV (para evitar o risco de hematomas)
Sangue fresco (20 ml/Kg) : avaliar o grau de sangramento.
Plasma fresco (15 ml/Kg) : se persistir sangramento
(até de 12/12 h).
Após a exsangüíneotransfusão, fazer 1 mg EV de Vit. K1
Prevenção A profilaxia com dose oral única parece ser incapaz
Para evitar a forma tardia da doença hemorrágica – preconiza-se: O esquema de duas doses VO (ao nascer e no 4º dia)
Kanakion MM (nesta fórmula a vit K1 é preparada com um ácido biliar – o ácido glicocólico – é um fosfolipídio)
A Academia Americana de pediatria recomenda 1mg IM e continuar o seio materno.
Não parece haver aumento de câncer infantil (leucemia linfocítica aguda), com esta prática.
Prevenção – Forma tardia
Aumentar a ingestão da Vit. K1 em lactentes amamentados exclusivamente ao seio, por suplementos maternos de 5mg/dia por 12 semanas.
Prognóstico
Na ausência de hemorragia intracraniana , o prognóstico excelente
Prognóstico após a hemorragia intracraniana dimensão e localização da hemorragia
Sequelas a longo prazo de hemorragia intracraniana pode incluir os défices motores e intelectual
Vitamina K
Efeitos colaterais anafilaxia (iv)
Risco de câncer
British Medical Journal, em 1990 sugere que o risco de câncer dobrou em bebês que receberam vitamina K ao nascimento
Europa e nos EUA não encontraram nenhuma associação
Perguntas?
Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto!
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Capítulo do Livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, ESCS, Brasília, 3ª Edição, 2013
Distúrbios hemorrágicosAutor(es): Paulo R. Margotto