Huxley Segundo Sidarta

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  • 7/25/2019 Huxley Segundo Sidarta

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    Novo, mas nem to admirvel

    SIDARTA RIBEIRO

    ilustraoFRED TOMASELLI

    12/01/2014

    RESUMONeurocientista traa a histria do uso de substncias que estimulam o ser humano asonhar acordado e examina como a cultura psicodlica influenciou o cinema e a literatura, de AldousHuxley a William Gibson, criadores que islumbraram caminhos alternatios para uma ciili!a"ocentrada no ac#mulo$

    %

    &ma morte preparada para ser um acontecimento 'lobal, um episdio deliberadamente p#blico(parece ter sido assim com Aldous Huxley )*+-.*/01$ 2 escritor in'l3s a'oni!aa em est4'ioterminal de cncer quando tomou nas m"os uma caneta e um pedao de papel$ Aquilo que 5 primeira

    ista se mostrou uma confus"o de rabiscos era um pedido$ &ma nota simples, quatro palaras( 6789intramuscular *:: micro'ramas6$

    A mulher de Huxley, 7aura, olhou para ele e oltou a fitar o papel$ 9ecidiu n"o aceitar a a;uda de ummdico< buscou serin'a, a'ulha e ampola$ Aplicou a in;e"o$ Al'um tempo depois, repetiu o processo$Ao lado da cama, ela iu as horas passarem$ 9urante todo o tempo, o autor de 6Admir4el =undoNoo6 e 6As >ortas da >ercep"o6 estee sereno, at que, nas palaras dela, 6assumiu um semblantemuito belo e morreu6$

    Assim, o decesso de Huxley, com o aux?lio da dietilamida do 4cido lisr'ico, parece ter sido plane;adopara afirmar a promessa psicodlica de um futuro melhor, tanto na ida quanto na morte$ &m futurohipertecnol'ico de criatiidade m4xima a faor da humanidade, utopia neomarxista de tempo lire

    para fruir a exist3ncia na arte, esporte e ci3ncia$

    @sso tudo a partir de uma substncia serotonr'ica n"o.aditia, apenas sinteti!ada por humanos,capa! de alterar a consci3ncia de forma contundente mesmo em doses diminutas, mil e!es menoresdo que as encontradas em compostos alucin'enos produ!idos por fun'os e e'etais$ odos eles dea"o t"o poderosa sobre a mente que recebem o nome de ente'enos, aqueles que 6manifestam odiino internamente6$

    2s planos de Huxley, no entanto, se frustraram$ No mesmo dia, em 9allas, Bohn C$ Dennedy seriaassassinado, e o ato final lisr'ico do escritor in'l3s daria lu'ar nas manchetes 5 como"o nacional,teorias conspiratrias, a ima'em de um tiro, mil e!es repetida$

    Em */0, ano da morte de Huxley, o uso do 789, sinteti!ado em *0+ pelo cientista su?o AlbertHofmann )*:/.F::+1, estaa comeando a se disseminar$ Ainda estaa por ir o psicodelismo queculminaria no 68ummer of 7oe6, em */$ =as a despeito das mudanas nos costumes, imperaa amesma pol?tica do #ltimo bilh"o de anos( a lei da sela, representada naqueles anos por bombas emais bombas sobre o =eon'$

    SONHAR ACORDADO

    A reolu"o psicodlica islumbrada por Hofmann e Huxley ainda est4 por se cumprir$ 8omosprisioneiros de instintos que 3m de um passado remoto, comportamentos selecionados ao lon'o dein#meras 'eraIes, sem os quais nossos ancestrais n"o teriam sobreiido e prealecido( iol3nciapara fora do 'rupo e solidariedade para dentro$ 8entir que a ida luta constante, que somos 6ns

    contra eles6, a base mais anti'a de nosso sucesso como espcie$ Eolu?mos na escasse! de tudo,capa!es de deorar e extin'uir a me'afauna do pleistoceno .nem mesmo os mamutes tieram chancecontra os caadores famlicos que certamente disputaram a pedradas o alimento que escasseaa$

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    A 'uerra, portanto, foi ineit4el desde o in?cio dos tempos$ Juem n"o foi brutal, excludente ecoercitio com 6os de fora6 pereceu$ Entretanto, eoluiu ao mesmo tempo um depurado amor aoprximo, com o refinamento da 6teoria da mente6, isto , a capacidade de presumir e simular a mentealheia, cerne da empatia que mantm os 'rupos cooperatios e coesos$ 8em tal capacidade emp4tica aespcie tampouco teria sobreiido$

    Em paralelo a esses instintos, eolu?a nossa capacidade de sonhar$ 8e todos os mam?feros sonham,foi entre ns, humanos, que a capacidade biol'ica de remodelar memrias se transformou numaarte m?stica de ac#mulo cultural$ 9e enorme importncia na Anti'uidade, o islumbre do amanh"com base no ontem, nas nossas experi3ncias da i'?lia, t"o especialmente propiciada pelos sonhos,deixou nos textos mais arcanos as marcas abundantes da crena em realidades paralelas$

    Coi s o comeo$ Juanto tempo ter4 se passado at que nossos ancestrais desenolessem acapacidade de, mesmo despertos, ima'inarem o futuro com base no passado, em escala que ai deminutos a dcadasK Lem prxima da capacidade de 6sonhar dormindo6, a capacidade de 6sonharacordado6 pode ter sur'ido como inas"o on?rica da i'?lia$

    Foto Erma Estwick/Cortesia galerias James Cohan (Nova York) e White Cube

    A obra "Closer" (!!)# $otocolagem# acr%lico# guache e resina sobre &ainel 'e ma'eira

    Coi nesse per?odo, re'ido por uma mentalidade ainda bem diferente da nossa, que dee ter comeadoa se disseminar culturalmente a in'est"o de substncias qu?micas para sonhar acordado e 6terclarIes6$ 2 consumo acidental de extratos e'etais ou animais deu lu'ar ao experimentalismo dos

    xam"s, in?cio da medicina$ 2 uso de psicodlicos para islumbrar mistrios pr4tica mais anti'a doque os ritos secretos de El3usis$

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    E isso n"o tudo$ Na hiptese do psiclo'o americano Bulian Baynes )*F:.*1 sobre a emer'3nciada consci3ncia humana, at 0$::: anos atr4s nossos ancestrais eram semelhantes a esqui!ofr3nicos,6autMmatos6 moidos por necessidades b4sicas, sem muitas memrias do passado ou planoselaborados para o futuro, mas capa!es de ouir o!es 6externas6 de comando, elo'io ou censura$

    H4 eid3ncias arqueol'icas e histricas de que nossos antepassados nessa poca eram re'idos por

    certas 6o!es dos deuses6$ 9iindades que n"o eram esp?ritos desencarnados ou entidades do mundoextraf?sico, mas sim lembranas concretas( memrias auditias das o!es dos reis mortosinterpretadas como proa irrefut4el de ida aps a morte, alucinaIes ?idas capa!es de comandaros atos dos indi?duos se'undo os preceitos da experi3ncia ao lon'o dos sculos$ 2rientados por taiso!es, os faras .erdadeiros e psicticos deuses ios. ordenaam plantar, colher, 'uerrear,escrai!ar e sobretudo, notaelmente, eri'ir colossais montanhas artificiais para nelas habitaremaps a morte$ 8e'undo Baynes, nossa consci3ncia deria da fus"o das o!es dos deuses )passado efuturo1 com a o! do autMmato )presente1, 'erando um e'o reflexio que dialo'a permanentementeconsi'o prprio$

    N"o estamos t"o distantes dos homin?deos primitios concebidos por 8tanley Dubric e Arthur $lare em 6F::*( &ma 2disseia no Espao6$ >ercorremos em poucos milhIes de anos o caminho que

    ai do Homo ao sapiens sapiens, em bandos cada e! maiores, de de!enas a centenas e lo'o milhIesde pessoas unidas por l?n'uas e bandeiras, em 'uerras cada e! maiores e piores mas tambm, importante di!er, cada e! mais cr?ticas em rela"o a um mundo em que o instinto de acumula"o )dealimento, no princ?pio1 irou cobia, aare!a e usura$

    CRISE DO PROGRESSO

    E a'ora essa noidade( todos$ 9epois da internet( todos ns$ 2 capitalismo erti'inoso criando asferramentas para que pa! e 'uerra se 'enerali!em, o poder m4ximo de um e de todos, potencial paraque n"o reste nin'um 6de fora6$ odos 6dentro6 no mesmo planeta, 'ente, 'ente e mais 'ente$

    A acelera"o da histria e o paroxismo de tantos absurdos parecem uma alucina"o$ >ense nos

    en'arrafamentos abomin4eis que tomaram de assalto as cidades do Lrasil$ 8er"o reais esses corte;osest4ticos e met4licos de O: m em lu'ar que h4 t"o pouco tempo foi uma apra!?el ila 5 beira rioKJuando ser4 o primeiro en'arrafamento que ai durar uma semana inteiraK @sso ierK >in'ue ocol?rio alucin'eno quem souber a resposta$

    9esequil?brio a norma$ 2 modelo econMmico crescer a qualquer custo$ rescer para ondeK >araqu3K At quandoK udo que tocamos ira lixo, embala'ens e mais embala'ens de coisas cada e!mais ef3meras$ omo aceitar as hidreltricas da Ama!Mnia, pirmides faraMnicas em solo pobre, amaldi"o do assoreamento dos leitos de rio, conspurca"o de flora, fauna e 'enteK 2 bulldo!er aanapara dar 5s empreiteiras, mineradoras e madeireiras o que elas mais querem$ 2s 'uerreirosmunduruu, que por sculos se adaptaram como puderam ao homem branco, ho;e enfrentam aconstru"o de Lelo =onte com o destemor das causas imposs?eis, sabendo que as menos midi4ticashidreltricas do apa;s s"o as prximas da lista$

    Ju"o perto estamos da trai"o histrica dos ?ndios do Pin'u, O: anos depois do pacto ne'ociadopelos irm"os Qillas LMasK 68e deixarem suas terras, mi'rarem para bem lon'e e se reunirem diersasetnias num parque apenas, bem lon'e da ciili!a"o, a? estar"o em pa!$6 En'anoK Qamos cimentar afloresta para 'erar ener'ia e eniar commodities para a hina ender ao mundo mais badulaques ecarros descart4eisK 2 'enoc?dio dos 'uarani.aioR4, a morte do rio Pin'u$ >ara que, mesmoK

    Qiemos uma crise de confiana no pro'resso$ A prpria ci3ncia perde lastro ao se ps.moderni!ar,cada e! mais contaminada pelos conflitos de interesse do mercado$ C4rmacos endidos comopanaceias pelas maiores empresas do ramo t3m sua efic4cia questionada, ao mesmo tempo em que seerifica que seus efeitos colaterais foram subestimados por ieses comerciais nos estudos queori'inalmente firmaram seu alor cl?nico$

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    2 ide4rio do lucro corrompe a medicina, sem poupar a pesquisa b4sica que sempre se ;ul'ou em torrede marfim$ As reistas cient?ficas de m4ximo prest?'io, fiis da balana na distribui"o de recursos,abri'am cada e! mais exa'eros, sensacionalismos, fraudes e shoRs midi4ticos$ Juem se lembra do9r$ HRan' Woo.su, o bar"o de =Snchhausen coreano que fin'iu, em plena capa da reista68cience6, clonar clulas tronco embrion4rias humanasK

    er4 sa?do pela culatra a populari!a"o da ci3ncia em ;ornais e reistas, consumidas por lei'os comoproduto embrulhado em maretin' na mesma prateleira da fofoca e da noelaK 2 p"o e circo dasnoas arenas esportias prenuncia a futeboli!a"o da pesquisa e a descorporifica"o da prpria ida,pretens"o de 6libertar o crebro do corpo6$

    HBRIDOS

    >ara entender a doena dessa ciili!a"o hipertecnol'ica preciso ima'inar seu deir$ ale!nin'um tenha anteisto t"o claramente os dilemas existenciais e ticos do futuro quanto osescritores >hilip D$ 9ic e William Gibson em seu 6cyberpun6, '3nero da fic"o cient?fica que mesclaelementos de histria policial, filme noir e prosa ps.moderna$ Em seus liros, conceberam n"oapenas os problemas da intera"o com m4quinas que imitam pessoas .que remetem aos capciosos

    robMs asimoianos ou ao ardiloso computador Hal ::: criado por lare e Dubric., mas tambmquestIes que enolem o que podemos chamar de pessoas.m4quina, h?bridas em percep"o, a"o esobretudo afeto$ 8eres meio carne, meio pl4stico, misturas de fios e neros que documentam seuentorno com olhos que tudo filmam e repassam para redes de usu4rios em tempo real$

    N"o falta muito para isso, com cmeras de i'ilncia em cada esquina, celulares onipresentes eculos Goo'le$ 2 fim dos se'redos seria a premissa para o fim da iol3ncia, como ima'inou WimWenders em seu 62 Cim da Qiol3ncia6 )*1K 2u nos tornaremos apenas e cada e! mais decrpitos6oyeurs6 da dor e do pra!er alheios, peIes em sociedades de i'ilncia e controle, refns da6transpar3ncia6 e do monitoramento constante do 'oerno, indi?duos e corporaIesK

    Em 6Neuromancer6 Ttrad$ C4bio Cernandes, ed$ Aleph, UV --, 0*F p4's$, de Gibson, uma m4quina

    consciente controla uma poderosa corpora"o a serio de elhos plutocratas, mantidos em anima"osuspensa e despertados periodicamente apenas para dar diretri!es e lo'o serem noamentesubmetidos 5 criopresera"o, a fim de enelhecer o menos poss?el$ No mundo real, o controle demolculas como as telomerases, que re'ulam o enelhecimento celular, aponta para um futuro emque mesmo pessoas muito idosas poder"o habitar corpos noos$ >essoas trans'3nicas cu;a idade n"ose reelar4 nos traos externos .uma extens"o da l'ica de sele"o artificial que sere de base 5a'ricultura e pecu4ria atuais$

    Nesse percurso que coisifica os seres, respiramos uma atmosfera de crescente massifica"oideol'ica, necess4ria 5 sustenta"o de tamanha desi'ualdade de oportunidades$ atadupas dedinheiro 'asto em campanhas eleitorais, pesquisas qualitatias orientando o 'oerno, a ers"o maisimportante do que o fato$ 9o outro lado, ri!omas, 'retas no muro, resist3ncia nin;a e 6leas6 de todaordem$

    2 6cyberpun6 nossa assandra e com suas isIes apocal?pticas teremos que lidar$ 2s 6blac blocs6anticapitalistas ho;e encaram a concretude da iol3ncia e o peri'o que isso encerra, pois o Estado tema iol3ncia em seu 9NA$ A ideo'ami!a"o do mundo ;4 permite matar de lon'e como se fossebrincadeira$ Em bree, a pol?cia n"o ai mais enfrentar o conflito social, "o mandar drones$ E osadolescentes do outro lado da trincheira ter"o ainda mais ra!Ies para se reoltar$

    >recisamos encarar os fatos( n"o haer4 pa! enquanto n"o houer piso e teto para a rique!a$ >or queal'um quer ser bilion4rioK

    A 'anncia uma doena, persist3ncia perersa do instinto da acumula"o quando ele ;4 se tornouobsoleto e deletrio$ A atitude antes prudente mas a'ora patol'ica do 6quanto mais melhor6,

    leando 5 puls"o de acumula"o infinita, pode destruir a espcie ou criar espcies diferentes dehumanos( os ricos e os pobres$

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    9esde a reolu"o erde de sementes e fertili!antes, h4 cerca de meio sculo, ;4 existem condiIestcnicas para que se distribua comida para todos$ 9eeria ser o fim da 'uerra, in?cio da era em que osinstintos da acumula"o e da iol3ncia ;4 n"o s"o adaptatios$ =esmo assim, os mais ricos continuama querer acumular$ E ficam honestamente ofendidos quando isso questionado$ 8omos ?timas deum conflito de instintos( a acumula"o abusia contra o redentor amor ao prximo$

    X ;ustamente nessa dis;untia que o tema dos psicodlicos recobra sua atualidade$ 9e um lado, comoantecipado por >hilip D$ 9ic, o problema do proibicionismo$ 2 cidad"o comum ie na mais espessai'norncia no que di! respeito aos efeitos, doses e 'rupos de risco das dro'as consideradas il?citas,sem falar no pesadelo permanente da criminali!a"o e do casti'o, certamente a causa maior daparanoia por parte dos usu4rios$ 2 mercado ne'ro retratado por 9ic em 6=inority Ueport6 antecipao medo e a insalubridade como consequ3ncias l'icas do proibicionismo$

    E isso n"o tudo, pois a multifaceta"o psicodlica da consci3ncia se mescla 5 identidade incerta dainternet$ 2 6scrambler suit6 descrito no liro 62 Homem 9uplo6, tra;e capa! de mudarcompletamente a apar3ncia de uma pessoa, metafori!a um momento em que a prpria identidade con;ectura, em que ier cada e! mais complexo e sobretudo impreciso$ Em 6otal Uecall6, asmemrias s"o simplesmente implantadas$ Em 6Llade Uunner6, n"o h4 como saber se as lembranas

    correspondem aos fatos$

    DESCOBERTAS

    A neuroci3ncia constata que a percep"o relatia$ A realidade constru?da, presumida e fu'idia$ 2futuro distpico de 'uerra, lixo e desi'ualdade anteisto por 9ic, em que as dro'as serem apenasao entorpecimento da ra!"o, o abismo com que nos deparamos, encurralados por nossos pioresinstintos$ =as existe outro caminho, uma rota para a qual a medita"o, a respira"o e os psicodlicosparecem ser chaes mestras$ 9e ori'em milenar, estas chaes encontram na neuroci3ncia ;4 a partirdos anos */: um espao frtil para noas descobertas, atras da combina"o deautoexperimenta"o com ima'ens concomitantes da atiidade cerebral$

    @ntrospec"o a senha$ 8e a f?sica quntica pode che'ar a reelar al'o essencial sobre a consci3ncia, aia'em 5s profunde!as da mente pode reelar al'o fundamental sobre o unierso, o tempo, a matriae a sociedade$

    A psicon4utica .nae'a"o da mente. est4 mais ia do que nunca, a're'ando alor 5s ideias maistransformadoras$ 8tee Bobs, atribuiu sua criatiidade ao 789$ 2 pr3mio Nobel Dary =ullis, inentorda rea"o em cadeia da polimerase, que reolucionou a 'entica e a medicina, tambm conferiu 5experi3ncia com o 789 a sua melhor inspira"o$ 2s benef?cios terap3uticos dos psicodlicos s"o cadae! mais eidentes no tratamento do trauma, dos estados terminais e do abuso de substnciasaditias, mas tambm s"o not4eis quando aplicados a problemas como a depress"o$

    Nos E&A, epicentro do proibicionismo, os militares do >ent4'ono se interessam pelo =9=A.princ?pio atio do ecstasy, serotonr'ico como o 789. para tratar as dores ps?quicas de seuseteranos de 'uerra$ Aquilo que tantos psicoterapeutas praticaam na dcada de /: de modoheur?stico em se confirmando em slidas publicaIes cient?ficas$ Hofmann e Huxley tinham ra!"o,os psicodlicos s"o um inestim4el patrimMnio da humanidade$

    As promessas desse noo olhar s"o a eolu"o de uma noa tica social em tempos de abundncia, adesrepress"o da libido e o respeito a todas as formas de loucura, menos 5quelas que oprimem$>oderiam os psicodlicos fa!er os ricos se desape'arem do excesso de rique!aK >roaelmente$

    Qale a pena sonhar com isso( todos ns humanos em harmonia conectada de pulsIes criatias,alforriados do trabalho mecnico pelas m4quinas, n"o libertos do corpo, mas libertos no corpo, n"omais predadores uniersais da cria"o, mas hiperl#cidYs 'uardas.parque de Gaia$ Cuturo que a 9euspertence, para a stima 'era"o depois de ns$ Juem n"o entender que pin'ue mais uma 'ota$

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    SIDARTA RIBEIRO# # &ro$essor titular 'e neurocincia 'a *F+N,FRED TOMASELLI# -.# artista &l0stico americano# um 'os &rinci&ais nomes 'a arte &sico'lica na atuali'a'e, Abre ho1e uma e2&osi34o 'e suas obras no5o'ern Art 5useum 'e Fort Worth# no 6e2as (E*A),