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Índice
I – Apresentação........................................................................................... pg. 2
II – Justificativa............................................................................................ pg. 3
III – A Proposta............................................................................................ pg.5
IV – O Processo............................................................................................ pg. 6
V – O Produto.............................................................................................. pg. 11
VI – Sugestões para Futuras Pesquisas.................................................... pg. 16
VII – Bibliografia....................................................................................... pg. 21
ANEXO I – Pautas...................................................................................... pg.23
ANEXO II – Agenda de Fontes................................................................. pg. 24
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I - Apresentação
A relação entre os jovens e a religião sempre foi marcada por uma mistura
entre transgressão e obediência, questionamento e dogma, dúvidas e fé. Em outras
épocas da história, a religião dos filhos era escolhida pelos pais e a prática religiosa
era vista mais como uma obrigação do que como uma escolha pessoal.
No entanto, segundo o Instituto Superior de Estudos Religiosos (ISER), nos
dias de hoje, acontece exatamente o contrário no Brasil. Os jovens têm mais
autonomia na escolha da religião, estão mais místicos e buscam em uma “fé superior”
a orientação espiritual necessária para entender as complexidades da vida humana.
Entre o total de jovens brasileiros que seguem alguma religião, 98% dos 800
brasileiros entre 15 e 24 anos ouvidos numa pesquisa do IBGE disseram acreditar em
Deus. Entre os que seguem alguma religião, 33% escolheram sua fé por decisão
pessoal, sem interferência da família, 17% deles mudaram de religião ao menos uma
vez e 33% escolheram por decisão pessoal, independentemente da preferência
familiar. Como os jovens têm o poder de decidir, a religiosidade das novas gerações
tende a ser muito mais forte que nas décadas passadas. (NOVAES, 2004).
A presença histórica de africanos, portugueses, índios e de outros europeus na
composição da comunidade baiana proporcionou ao estado um rico acervo de
diferentes crenças e práticas de fé. A grande variabilidade de ofertas religiosas na
Bahia me motivou a escolher o tema.
Investiguei o que motiva os jovens soteropolitanos a praticar uma
determinada religião e como esta escolha interfere em suas vidas. Considerei
fundamental diferenciar nas matérias os jovens que de fato seguem a religião em
relação àqueles que apenas simpatizam com a religião, mas que não freqüentam os
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cultos e não participam dos encontros com a comunidade religiosa. Priorizei os
jovens mais atuantes e fiéis adeptos.
O produto apresentado para a avaliação da banca é uma boneca (para
posterior impressão) de um caderno de 14 páginas, tamanho tablóide (30 x 33 cm),
especializado em temas religiosos, que seria veiculado em um jornal diário, fictício e
de grande circulação na cidade. Os recursos estéticos contemplam o público-alvo da
edição específica (jovens entre 14 e 30 anos) através da utilização de ilustrações,
barras laterais, formatos, cores e fontes diferenciadas para conferir um tom mais
jovial à publicação.
O jornal ‘Aletheia’, que em grego significa ‘desvelar a verdade’, abordaria
aspectos do cotidiano da cidade, com ênfase no comportamento dos soteropolitanos
em relação aos diversos fenômenos sociais. Seria um jornal de notícias que vai além
do factual. O caderno ‘Religare’, cujo termo em latim - sugerido pela minha
orientadora - refere-se à origem da palavra religião, seria parte integrante e sem
venda separada do jornal ‘Aletheia’. A publicação poderia trazer nas próximas
edições reportagens que foquem a religião ligada à arte, à culinária, à história ou ao
perfil das figuras ilustres mais representativas do cenário religioso baiano, etc. Para
esta edição específica, foi escolhida a relação da juventude com a religião. Devido a
grande quantidade de páginas, o caderno deveria ser mensal, preferencialmente.
II – Justificativa
A sociedade contemporânea vive diante de uma crise de valores na família,
nas universidades, na política, na economia e na religião.
Diante desta realidade, o tema foi escolhido para entender qual o papel da
religião na oferta de valores e princípios aos jovens da sociedade contemporânea e o
que os leva a escolher uma determinada religião.
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Acredito que a escolha do tema seja relevante para a elaboração de um
caderno especial porque há uma demanda considerável de jovens na sociedade que
procuram na religião e na espiritualidade uma válvula de escape para os problemas
do dia-a-dia. Médicos e cientistas já apontam o estresse como o “mal do século XXI”
e estimam que, cada vez mais, um grupo maior de pessoas deverá procurar na
espiritualidade e no aumento da qualidade de vida mecanismos de libertação da
pressa e dos estresses do cotidiano. A prática religiosa surge então como uma
abertura possível a um novo mundo, que permite que crenças imateriais apazigúem
os conturbados questionamentos da juventude e as pressões do mundo
contemporâneo.
Minhas principais motivações na pesquisa foram verificar o nível de
penetração que a religião tem na vida dos jovens e como ela interfere no
comportamento deles.
O tema é relevante para o campo da comunicação porque uma das funções
históricas do jornalismo é reportar, através de uma linguagem acessível, os
fenômenos sociais e de comportamento humano que caracterizam a sociedade.
Portanto, cabe ao jornalista dar conta das diversas práticas religiosas da juventude
com um olhar de isenção, quando possível, para que os leitores tenham panorama
mais amplo das principais influências na escolha por uma determinada religião.
Optei por investigar o fenômeno na cidade de Salvador pelo interesse na
regionalização da reportagem (caderno local), pela presença de diversas práticas
religiosas na cidade, pelas possibilidades de realização das visitas de campo aos
centros, templos e terreiros, e pela facilidade de elaboração in loco das fotos para as
matérias.
A escolha pelo formato do caderno especial se deve a um interesse prático na
elaboração de reportagens impressas e à especificidade do suplemento jornalístico,
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que permite que textos e fotos sejam arquivados e consumidos com parcimônia pelo
leitor, que poderá folhear o produto como uma revista. Além disso, o jornalismo
impresso oferece a possibilidade de apuração com rigor, profundidade e precisão dos
diversos fatos e fenômenos da sociedade, com ênfase no caráter noticioso. Já o
caderno especial permite a elaboração de reportagens mais livres, que não estão
presas ao factual, e que podem ser exploradas com um estilo mais leve, solto e
criativo, conferindo ao repórter uma possibilidade maior de ousar na produção dos
textos e na configuração das páginas.
III – A Proposta
O objetivo geral traçado na fase de planejamento do caderno especial foi
reportar, através de um olhar jornalístico o que motiva a escolha de jovens
soteropolitanos, entre 12 e 30 anos, pela prática do Catolicismo, Candomblé,
Espiritismo, Budismo, Protestantismo e Bruxaria.
Os objetivos específicos eram: reportar os fatores que levam os jovens a
escolher uma das religiões investigadas e relacionar as motivações na escolha aos
diversos contextos em que os jovens vivem (sociais, culturais, econômicos, raciais,
etc); analisar o quanto os jovens que praticam as religiões destacadas de fato
conhecem sobre os fundamentos e a história da religião que escolheram; retratar
como a prática da religião interfere na vida social e familiar destes jovens;
representar como o jovem administra a necessidade de ruptura e transgressão típica
da juventude com o respeito, obediência e disciplina que a religião exige; dar
visibilidade aos jovens que alegam ter mais de uma religião e mostrar como eles
administram esta pluralidade de dogmas e crenças; analisar e descrever as práticas
religiosas dos jovens que cultuam o Catolicismo, Candomblé, Espiritismo, Budismo,
Protestantismo e a Religião Celta (Bruxos); mostrar a flexibilidade ou rigidez
histórica destas religiões, no que diz respeito às normas e regras, para se adequarem
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ao público jovem e conquistarem novos fiéis; para as religiões normativas, descrever
e analisar as regras impostas por cada uma delas, e mostrar até que ponto os jovens
obedecem a estas regras; reportar como os especialistas em antropologia, teologia,
sociologia e psicologia da juventude percebem a adesão ou rejeição dos jovens à
prática religiosa. Naturalmente, parte destes objetivos foi modificada ao longo das
pesquisas em campo. As alterações serão justificadas no item V desta memória.
IV – O Processo
Foi um desafio enriquecedor trabalhar com o tema da juventude e da
religiosidade. Esbarrei em algumas dificuldades, como a escassez de pesquisadores
especializados na Bahia e o pouco tempo em virtude das minhas obrigações no Jornal
A Tarde, onde faço estágio há um ano e meio.
a) Fontes das regiões Sul e Sudeste
Para obter depoimentos de analistas, recorri à Plataforma Lattes (CNPQ) e fiz
uma busca temática. Surgiram nomes de muitos pesquisadores em bruxaria,
islamismo, união do vegetal e budismo, o que facilitou muito a compreensão do
fenômeno em uma perspectiva mais acadêmica. No entanto, a maioria deles não pode
verificar as peculiaridades específicas dos jovens de Salvador, visto que tratam do
tema na perspectiva da juventude no âmbito nacional. Mas acredito que escassez de
pesquisadores in loco não comprometeu o resultado final.
Um dos pesquisadores mais úteis para a pesquisa foi o sociólogo Frank
Usarski, especialista em budismo. Ao ser questionado sobre o interesse da juventude
pela religião, Frank fez uma dura crítica à mídia ao afirmar que os jornalistas
insistem em dizer que há um aumento na procura pela religião, enquanto o que se
verifica, segundo ele, é um mero aumento do interesse pela meditação e práticas da
filosofia oriental, mas que não são necessariamente práticas budistas. Alertada sobre
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a questão, procurei deixar claro nas matérias que o interesse da juventude pelo
budismo em Salvador foi motivado principalmente pela necessidade de relaxamento
e alívio do stress, conforme foi relatado pelos próprios entrevistados, o que não quer
dizer que estes jovens já possam ser considerados budistas, processo que exige um
período de estudos, mudança de comportamento social e moral, além da participação
em retiros apropriados. Isto demonstra a importância de se apurar e afinar a
terminologia e os conceitos utilizados nas matérias.
b) O processo de transformação das pautas
No meio do projeto, me encantei pela bruxaria, não pela religião em si, mas
pelo fenômeno sociológico do alto nível de adesão da juventude pelas práticas
esotéricas. Na ocasião, pensei em mudar meu projeto todo para falar da relação da
juventude com a bruxaria, mas desisti logo em seguida, visto que ia perder grande
parte do material que já havia pesquisado.
Um dia, liguei para o Centro de Cultura Islâmica da Bahia para fazer uma
matéria para o A Tarde On Line. Por curiosidade, perguntei se havia jovens no centro
e fui surpreendida com a informação de que a maioria deles não tem descendência
islâmica e escolheram a religião pela própria vontade. Após uma breve pesquisa,
inclui o islamismo na relação de religiões investigadas.
O mesmo ocorreu com a união do vegetal (UDV). Em 2001, pretendia
escrever uma matéria sobre a UDV na disciplina ‘Jornalismo Investigativo’,
ministrada pelo professor Leandro Colling. Na ocasião, fui informada por uma
grande amiga que era da religião, que deveria conversar primeiramente com o
‘mestre’ da UDV, que, após entrevista, poderia me dar o aval de comparecer aos
encontros do grupo.
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Durante a conversa, fui informada que deveria participar de todo o ritual,
inclusive ‘beber o vegetal’, o chá de ‘Oaska’, também conhecido como ‘Ayahuasca’.
Desconfiada da obrigatoriedade em consumir uma substância até então
completamente desconhecida para mim, pesquisei a Oaska na internet. Foi quando
tive acesso a diversas matérias que diziam que se tratava de uma substância
alucinógena que provoca tonturas, desmaios e vômitos. Desisti imediatamente da
reportagem.
Apenas neste ano, tomei coragem e bebi o vegetal. Só assim poderia ter
acesso aos jovens da religião. A sensação dos vômitos e das tonturas foi péssima,
mas pude verificar a veracidade do relato de um dos personagens entrevistados. O
chá, de fato, não combina com bebida alcoólica. Apesar de ter participado de apenas
uma sessão, a experiência foi suficiente para que eu ficasse por dois meses sem beber
nada que contivesse álcool. O culto da UDV foi um momento sombrio, porém,
mágico. Os mestres da União evitam a imprensa, devido aos constantes ataques da
mídia à Oaska, e instruem os adeptos a não se submeterem às fotos ou concederem
entrevistas. A minha amiga, uma das entrevistadas na reportagem, chegou a desistir
da foto e pediu para que mudasse o nome dela após orientação do mestre. Por isso, os
nomes são fictícios e não há registro visual dos personagens.
Apesar do meu fascínio no fenômeno de adesão da juventude à bruxaria, me
decepcionei um pouco com os bruxos. Arredios e desconfiados, não fazem questão
de serem simpáticos com os repórteres e também estão traumatizados pelo
preconceito. A única exceção foi o jovem Órion, personagem da matéria. Muito
simpático e solicito, me ajudou bastante no entendimento da religião.
c) Exclusão dos Católicos e Protestantes
Até meados de outubro, ainda cogitava a possibilidade de trabalhar com os
católicos e protestantes no caderno especial, no entanto, percebi que seria mais
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interessante priorizar religiões mais inusitadas, que sustentassem melhor o caráter
noticioso das reportagens, do que falar de duas religiões já tão desgastadas pela
constante exposição à mídia. Outro fator para a exclusão foi a falta de espaço no
caderno para tantas práticas religiosas, visto que já havia 24 laudas escritas para as
seis religiões - o que representa 14 páginas de tamanho A3 no total. Constatei então
que o jornal ficaria demasiadamente extenso com oito religiões. Decidi excluir os
protestantes e católicos e mudei o foco da publicação para a relação da juventude de
Salvador com as religiões minoritárias.
Houve um momento que pensei em incluir também os judeus e messiânicos,
uma vez que são religiões pouco exploradas pela mídia baiana e com
representatividade entre os jovens. Mas como os critérios para a seleção destas
religiões seriam os mesmos do islamismo e espiritismo, respectivamente, e devido à
falta de espaço para a inclusão de novas práticas religiosas no produto, desisti da
inclusão.
d) Impressões sobre a Juventude Religiosa
A pesquisa sobre o tema me provou que há uma peculiaridade entre os jovens
que seguem alguma religião. Eles gostam de ler, parecem ter uma maturidade mais
desenvolvida em relação aos demais, são críticos, eloqüentes, mas vão para festas e
se divertem como qualquer jovem. O uso de cigarro e bebidas alcoólicas também é
uma prática rara entre eles. Aparentam ter pouca ansiedade, mas muita curiosidade.
Ao contrário do que pensava, os jovens lidam bem com os limites determinados pelas
religiões e os assumem por vontade própria.
Outra característica de alguns jovens religiosos é a participação em projetos
sociais, exceto os budistas, islâmicos e bruxos. Os islâmicos parecem mais voltados
para o cumprimento das regras da própria religião. Os bruxos e budistas demonstram
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uma preocupação mais individual, com o auto-conhecimento, do que com ações de
caridade.
Os jovens espíritas são os mais voltados para ações humanitárias, com a
distribuição de sopas aos pobres e visitas aos asilos, orfanatos e hospitais. A União
do Vegetal também promove algumas ações de caridade em datas específicas, como
no Natal. Os jovens no Candomblé participam de trabalhos sociais voltados para à
própria comunidade e com interesses bem específicos, como fortalecer a preservação
das religiões de matriz africana.
e) Preconceito na Bahia
Uma cena bem interessante ocorreu durante a produção da foto de capa do
jornal. Os modelos da fotografia chegaram fantasiados com as indumentárias
características no Parque da Cidade, onde a foto foi realizada. Era um dia de domingo
e havia algumas crianças no local. Muitas não entenderam o que ocorria, até porque
alguns figurinos não foram reconhecidos de imediato. No entanto, as manifestações
foram generalizadas. As crianças começaram a gritar, se referindo ao grupo como
‘rebanho de macumbeiros’ e ofenderam a personagem que representou o candomblé.
Alguns pais chegaram a retirar os seus filhos do local e fizeram o sinal cristão da
‘santa cruz’, o que comprova o intenso preconceito da população baiana contra o
candomblé e como a Bahia está muito longe de ser considerada a terra de respeito às
diversidades.
V – O Produto
a) Comparativo entre o resultado e os objetivos específicos
1) Reportar os fatores que levam os jovens a escolher uma das religiões
investigadas e relacionar as motivações na escolha aos diversos contextos em que os
jovens vivem. Este foi o objetivo que cumpri com mais sucesso, e, de fato, se trata da
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questão mais curiosa e importante nas matérias. As motivações foram diversas nas
religiões, mas todas elas passam pela necessidade de crença em uma fé superior ou de
auto-conhecimento. A internet teve uma influência significativa na difusão da maior
parte das religiões, fundamental para a sedimentação da escolha entre os jovens,
principalmente, no caso da bruxaria, islamismo e budismo.
2) Analisar o quanto os jovens que praticam as religiões destacadas de fato
conhecem sobre os fundamentos e a história da religião que escolheram. Este foi um
objetivo pretensioso, visto que nem eu mesma domino os detalhes de todo o
arcabouço literário das religiões investigadas. O que pesquisei sobre elas não foi
suficiente para julgar a profundidade do conhecimento dos adeptos.
3) Retratar como a prática da religião interfere na vida social e familiar
destes jovens. Com base no depoimento dos entrevistados, mostrei os conflitos
familiares ocorridos após a escolha. Os desentendimentos foram mais freqüentes,
naturalmente, entre pais e filhos de religiões diferentes, principalmente no espiritismo
e islamismo, que registram uma grande participação de jovens com pais de outras
religiões. Na bruxaria e união do vegetal e budismo, os entrevistados negaram terem
sofrido retaliação familiar após a escolha. No candomblé, a maioria dos jovens
cresceu nos terreiros ou regiões próximas, seguindo a prática religiosa dos pais.
4) Representar como o jovem administra a necessidade de ruptura e
transgressão típica da juventude com o respeito, obediência e disciplina que a
religião exige. Esta foi uma questão abordada principalmente com os especialistas
em religiosidade ou juventude. As opiniões se dividiram entre aqueles que
consideram que é justamente o conflito e a transgressão que faz com que os jovens
optem por religiões mais firmes, disciplinadas e rígidas – por uma necessidade de
auto-regulação – e aqueles que acreditam que quanto maior for a rigidez religiosa,
mais os jovens se sentirão reprimidos e insatisfeitos, o que os faria abandonar
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definitivamente a crença ou jamais serem atraídos por ela. Questionados sobre a
relação entre rebeldia e religiosidade, os jovens foram unânimes em considerar a
necessidade de transgressão como algo relativo à personalidade de cada um e não,
necessariamente, inerente à juventude.
5) Dar visibilidade aos jovens que alegam ter mais de uma religião e mostrar
como eles administram esta pluralidade de dogmas e crenças. A pluralidade religiosa
não foi algo tão comum como acreditei que se verificasse na prática. Dos jovens
entrevistados, apenas um alegou ter mais de uma religião, mesmo freqüentando
apenas um tipo de culto. Os demais, em sua maioria, apenas alegaram ter sido
católicos na infância por uma escolha automática dos pais pela religião. Depois dos
15, em média, quase todos fizeram a sua própria escolha que, até o momento, parece
ser a definitiva. Os antropólogos e sociólogos, no entanto, apontam para esta
característica de múltiplo pertencimento religioso como uma tendência na juventude.
Talvez o fenômeno seja mais freqüente nas regiões sul e sudeste do país do que na
Bahia, já que grande parte dos pesquisadores entrevistados mora em outras
localidades.
6) Analisar e descrever as práticas religiosas dos jovens que cultuam o
Catolicismo, Candomblé, Espiritismo, Budismo, Protestantismo e a Religião Celta
(Bruxos). Este item foi alterado na fase de execução. Exclui os católicos e
protestantes e inclui a união do vegetal e o islamismo. A troca foi motivada pelo
caráter inusitado destas outras religiões, uma vez que as demais já estão desgastadas
pela freqüente exposição na mídia. Por esta razão, o projeto passou a focar a relação
da juventude com as religiões minoritárias. A notícia deixou de ser apenas a
juventude e passou a ser também as práticas religiosas.
7) Mostrar a flexibilidade ou rigidez histórica destas religiões, no que diz
respeito às normas e regras, para se adequarem ao público jovem e conquistarem
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novos fiéis. As religiões têm uma atenção especial com os jovens, mas não alteraram
dogmas para atraí-los. Na bruxaria, pelo contrário, há um cuidado na seleção de
jovens para a participação no coven (grupo de bruxos) e nas escolas. Não são aceitos
jovens com menos de 18 anos no templo, justamente devido ao excesso de modismo
em torno da religião nos últimos anos, sob o risco de desvios nos pressupostos
básicos. Na união do vegetal, os mestres não aceitam jovens movidos apenas pela
curiosidade em relação ao chá. O islamismo também não parece alterar qualquer
prática para se adequar à juventude. Em geral, são os jovens que se moldam para
serem ‘aceitos’ nas religiões, não o contrário.
8) Para as religiões normativas, descrever e analisar as regras impostas por
cada uma delas, e mostrar até que ponto os jovens obedecem a estas regras. Há
poucas regras impostas pelas religiões. As regras, em sua maioria, se tratam de
orientações ou recomendações seguidas pelos jovens por vontade própria.
Evidentemente, há uma limitação técnica na pesquisa, já que a investigação se baseia
apenas no relato dos personagens, não em uma observação empírica do dia-a-dia
deles. Não se trata de uma análise psicológica ou sociológica, mas uma elaboração
jornalística. Talvez tenha sido um erro de foco colocar este item como um objetivo
específico.
9) Reportar como os especialistas em antropologia, teologia, sociologia e
psicologia da juventude percebem a adesão ou rejeição dos jovens à prática
religiosa. Também foi uma das promessas cumpridas na pesquisa, na última página
do caderno e ao longo das matérias. É unânime entre os especialistas a influência de
sete fenômenos básicos na atração da juventude pela religiosidade: a crise dos valores
e tradições familiares; as ‘novas’ ideologias de anti-ocidentalismo e união de etnias;
necessidade de regras em um mundo de incertezas; o estímulo ao estudo nas práticas
religiosas; na maioria das religiões investigadas não há intermediários na relação do
fiel com o ‘Deus’; a disponibilidade de textos na internet, programas na televisão e
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filmes no cinema que ilustram as diferentes religiões; e a necessidade do jovem de
pertencimento a uma comunidade.
b) Diagramação e Arte Visual
O resultado da diagramação atendeu às expectativas, visto que eu mesma fiz
todo o trabalho, mesmo sem nunca ter operado o Adobe InDesign, ferramenta gráfica
extremamente simples, eficaz e auto-explicativa, que foi utilizada durante todo o
processo.
Meus primeiros esboços de layout para a diagramação não foram satisfatórios.
Extremamente conservadores e limitados, exploravam apenas os recursos mais
básicos do programa de editoração. Após muitas tentativas, comecei a ousar mais
com cores e transparências e investi no colorido das páginas para conferir um aspecto
jovial ao caderno, em consonância com o público selecionado.
Apesar da Faculdade de Comunicação permitir que os alunos contratem
profissionais para realizar a diagramação, uma vez que a instituição não oferece
disciplina de editoração gráfica no curso de graduação, fiz questão de executar o
trabalho por conta própria. Foi uma experiência muito gratificante, pois hoje me sinto
habilitada para produzir trabalhos de diagramação e arte visual. Não posso deixar de
agradecer a Dalmo Lemos, diagramador do Jornal A Tarde, que me ajudou com dicas
que me familiarizaram com a ferramenta gráfica, e Eduardo Freire, designer que
generosamente me presenteou com o programa InDesign.
Para a arte visual, escolhi cores que representam as religiões investigadas.
Azul escuro para os islâmicos, preto e roxo para os bruxos, vermelho e laranja para
os budistas, verde e branco para a união do vegetal, marrom e amarelo para o
candomblé e azul claro e branco para os espíritas. As fontes dos títulos também
acompanham as temáticas e foram escolhidas minuciosamente.
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Cada página apresenta um formato de diagramação diferenciado onde são
apresentados círculos e ilustrações que quebram a rigidez do modelo quadrado e
retangular.
Quanto às imagens, houve uma falha no tratamento das mesmas no Adobe
Photoshop. Não converti os arquivos para o modo de cores CMYK (cyan, magenta,
yellow e black), ideal para produtos impressos, e mantive o RGB (red, green, blue),
utilizado em apresentações em vídeo. Por isso, as cores saíram estouradas,
principalmente no magenta (variação do vermelho), o que pode ser constatado nas
páginas do budismo.
VI – Sugestões para Futuras Pesquisas
A pesquisa sobre o tema suscitou novas indagações, que podem gerar futuras
pesquisas interessantes. Aí vão algumas sugestões:
a) Aprofundar o interesse dos jovens pelo Islamismo
Uma das questões mais curiosas na pesquisa é o interesse da juventude pelo
Islamismo na Bahia. Os especialistas chegaram a destacar a presença de descendentes
islâmicos, originários dos escravos malês trazidos da África, como uma possível
causa de identificação étnica no estado. O que mais chama a atenção é que, mesmo
sendo a religião islâmica extremamente normativa e rígida, os jovens se sentem livres
através dos dogmas. Estariam as novas gerações se tornando mais conservadoras?
b) Aprofundar o interesse dos jovens pelo esoterismo
Um outro aspecto em destaque é o interesse da juventude por religiões
esotéricas. A possibilidade de alterar o modo de funcionamento dos eventos, de
conhecer o futuro e de ser diferente dos demais tem levado muitos jovens à procura
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de escolas de magia e covens em Salvador. Este fenômeno também deve ser
analisado juntamente com a influência da mídia e do modismo sobre estas escolhas.
Para o antropólogo Gey Espinheira, estamos diante de um mosaico de fórmulas
mágicas, de doutrinas esotéricas, de medicinas paralelas, de um amplo receituário de
modos de vida e de superação de obstáculos que se desprendem da razão.
“O ser humano é muito racional em relação à natureza, mas pouco
racional em relação às coisas culturais. É na junção desses campos que se
pautam as condutas humanas e é precisamente nessa encruzilhada dos
sentimentos que floresce o ‘pensamento mágico’, que nada acontece por
acaso ou por necessidade pessoal”.
O pensador Jean Delumeau associa a onda new age à falência na transmissão dos
valores dos pais aos filhos.
O que vemos atualmente são avós profundamente cristãos, os filhos
ainda praticantes, mas sem muita animação, e os netos totalmente
indiferentes do ponto de vista religioso, ou que procuram na ‘New Age’,
em doutrinas de reencarnação ou no esoterismo, um produto de
substituição.
c) Papel da mídia como difusora de novas religiões
Conforme foi relatado pelos entrevistados, o primeiro contato deles com o
islamismo, o budismo e a bruxaria se deu através de sites temáticos. Novelas como
‘O Clone”, ‘Explode Coração’, ‘A Viagem’ e filmes como ‘Harry Potter’ e o ‘Senhor
dos Anéis’ foram decisivos no estímulo da curiosidade sobre algumas das religiões
investigadas.
d) Weber e o desencantamento do mundo
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Seria interessante analisar se o mundo se tornou mais simbólico na pós-
modernidade, ao contrário do que previa o sociólogo alemão Marx Weber. Os
especialistas acreditam que a atual relação entre juventude e religião mostra que
Weber se enganou quando dizia que a modernidade geraria um impacto negativo
sobre a religião, pois, segundo ele, estavam previstos processos de ‘desencantamento
do mundo’, crise nos valores simbólicos e o conseqüente desinteresse pela prática
religiosa.
O sociólogo Marcelo Gruman explica que os críticos de Weber acreditam que a
efervescência das religiões se mostra tão forte quanto a modernidade e as identidades
religiosas são exercidas no campo político e cultural.
“Um dos argumentos utilizados pelos que admitem o ressurgimento
religioso é o de que a modernidade minou as velhas certezas que o mundo da tradição fornecia aos indivíduos. Os movimentos religiosos seriam como uma solução viável, fornecendo um sistema de crenças e práticas sociais aos seus membros e realocando a religião na experiência humana cotidiana”.
Para o antropólogo Gey Espinheira, a modernidade levou ainda ao reforço das
religiões minoritárias e pouco institucionalizadas, colocando a busca por uma fé na
ordem do dia.
“Há um declínio das grandes religiões e o crescimento de outras, especialmente do candomblé e da umbanda, das pentecostais e de práticas religiosas adaptados aos modos individuais de culto, também de práticas mágicas, como astrologia, I ching, tarô, cristais, duendes, anjos, gnomos e concepções holísticas”. (ESPINHEIRA, 2005)
e) O mercado do Candomblé
Alguns sociólogos apontam para um fenômeno comum na prática do
Candomblé da Bahia: a mercantilização dos valores religiosos. O sociólogo José
Reginaldo Prandi acredita que há um mercado de consumo fértil em
desenvolvimento, uma demanda de clientes que compram guias e objetos sagrados e
sustentam mães e pais de santo, encomendado trabalhos de descarrego e purificação.
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A capacidade de se manter como religião a-ética que o candomblé
demonstra ter permite-lhe vantajosa flexibilidade em relação às outras
religiões e a abertura de um mercado religioso de consumo por parte de
clientes não religiosos, que as religiões de conversão, em geral, não têm.
A racionalização dos jogos de búzios e ebó, o atendimento privativo e
com hora marcada, o anonimato do serviço, a presença do pai de santo na
perspectiva de competência profissional, fazem desta religião tribal de
deuses africanos uma religião para a metrópole.
f) O papel do Candomblé no orgulho racial e etário
Apesar de 80% da população de Salvador ser composta por afro-descendentes,
ainda se verifica práticas de racismo contra pessoas de pele escura e a própria auto-
discriminação, pois poucos são os negros que se admitem como tal nos censos do
IBGE. Assim como os negros, os idosos também são colocados à margem da
sociedade, geralmente vistos como incapazes ou como um fardo na vida dos
familiares.
Neste sentido, o Candomblé tem um papel decisivo no desenvolvimento do
orgulho da raça negra e da maior idade. Os orixás se apresentam como negros e os
idosos são respeitados como autoridades sagradas nos terreiros. No candomblé, os
idosos e os negros são privilegiados e vinculados à expressão mais perfeita da
divindade.
Para Gey Espinheira, o candomblé foi abordado como expressão religiosa
conferidora de identidade e cidadania aos negros desintegrados em sua condição de
libertos.
O que faz a presença ativa dos cultos afro-brasileiros é a promoção
da identidade comunitária, na eficácia de seus métodos, no enraizamento
cultural que produz legitimidade, na apropriação pelas culturas
hegemônicas de representações simbólicas, na incorporação econômica,
21
como uma mercadoria, das representações cuturais ou, simplesmente,
como uma composição mágico-religiosa-fantasista da new age.
Diante da multiplicidade de questões levantadas após as pesquisas, seria
interessante incluir tais fenômenos no arcabouço de indagações do campo científico.
Pelo que foi constatado nas entrevistas com os especialistas, os estudos disponíveis
da relação entre a juventude e a religiosidade ainda são muito generalistas e
embrionários. Há muitas pesquisas sobre as religiões clássicas, como o cristianismo,
mas muito poucas verdadeiramente aprofundadas nas religiões minoritárias. Outras
religiões que poderiam ser contempladas na pesquisa em âmbito nacional, visto que a
expressividade na Bahia não é tão significativa, são os mormos, hare krishnas e
rastafaris. Ficam então as sugestões para novos estudos.
22
VII – Bibliografia Utilizada
Religião e Juventude
• ALEIXO, Sérgio Fernandes. O Que é o Espiritismo. São Paulo. Editora Best-
Seller, 2003.
• BASTIDE, Roger. O Candomblé da Bahia. São Paulo. Editora: Cia das Letras,
2004.
• BRENNER, A. K.; DAYRELL, J.; CERRANO, P. Cultura do lazer e do tempo
livre dos jovens brasileiros. In: ABRAMO, H. W.; BRANCO, P. P. M. (Orgs.).
Retratos da juventude brasileira: análise de uma pesquisa nacional. São Paulo:
Editora Fundação Perseu Abramo, 2005.
• CHONDRON, Thubten. O Que é o Budismo. São Paulo: Editora Nova-Era,
2002.
• CORRÊA, B. R. P.; ALVES, L. A S. Porque crescem as seitas religiosas?
Revista Educação em Movimento, 3, 9 (2004): 37-44.
• GARDNER, Gerald. A Bruxaria Hoje. São Paulo. Editora Madras, 2003.
• GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.
• GOTTLIEB, David; REEVES, J. A Questão das Subculturas Juvenis. In:
Sociologia da Juventude, II. Rio de Janeiro. Editora Zahar, 1968.
• HACKMANN, G. L. B.; BASTIANI, J. L. D. O perfil religioso dos estudantes
da PUC - Teocomunicação, 29, 124 (1999): 201-219.
• HALL, S. Identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz Tadeu a
Silva Guacira. Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.
• HELLEREN, Victor; NOTAKER, Henry; GAARDER, Jostein. O Livro das
Religiões. São Paulo. Cia. Das Letras, 2002.
• JOMIER, Jacques. Islamismo – História e Doutrina. São Paulo. Editora:
Vozes, 1993.
23
• NOVAES, R. Juventude, percepções e comportamentos: a religião faz a
diferença. Revista Estudos Avançados, 18, 52, (2004): 321-330.
• SANTOS, Edmilson. Juventude e Religião: cenários no âmbito do lazer. In:
Revistas de Estudos da Religião. Editora Rever. São Paulo, 2005.
Jornalismo
• ERBOLATO, Mário L. Técnicas de Codificação em Jornalismo. São Paulo.
Editora Ática, 2003.
• KOTSCHO, Ricardo: A prática da reportagem. São Paulo. Ática, 1986.
• OLINTO, Antonio. Jornalismo e literatura. Rio de janeiro. Edições de Ouro,
1968.
• SODRÉ, Muniz. FERRARI, Maria Helena. Técnica de reportagem. São Paulo:
Summus, 1986.
• TORQUATO, Gaudêncio. Jornais precisam dar mais notícias em
profundidade. In: Cadernos de Jornalismo e Comunicação. Nº 18. Rio de Janeiro,
1969
24
ANEXO I - Pautas
Visitar os templos, centros e locais de encontros religiosos e procurar saber dos
jovens o que os motivou a escolher aquela religião; se tinham outra religião antes da
escolha; se praticam outra religião em paralelo; qual o religião dos pais; se os
familiares são a favor da escolha; o que a religião mudou em suas vidas; o que
pensam do uso de drogas; como lidam com as ‘restrições’ colocadas pela religião; se
sofrem preconceito pela escolha; qual a opinião deles sobre a atual prática religiosa
na religião que escolheram; se estão envolvidos em projetos sociais; o que há de
peculiar nos jovens daquela religião; se há dificuldade na relação com os jovens de
outras religiões ou que não tem religião; e qual a opinião que eles têm sobre os
jovens de hoje que não têm uma espiritualidade desenvolvida.
Perguntas aos especialistas de cada religião:
Quais fatores motivam os jovens na escolha por esta religião? Tem aumentado o
interesse? Até que ponto a mídia exerce influência na escolha? O que há de peculiar
nos jovens adeptos a esta religião? Como avaliam a relação da juventude com esta
religião?
Perguntas aos especialistas em religiosidade:
Como o jovem administra a necessidade de ruptura e transgressão típica da juventude
com o respeito, obediência e disciplina que a religião exige? Como os jovens que
possuem mais de uma religião administram a pluralidade de dogmas e crenças? Tem
sido comum o aumento de jovens que alegam serem ateus ou que descartam qualquer
crença espiritual? O que tem ocorrido com mais freqüência entre os jovens: a escolha
por uma religiosidade ou a negação da fé?
25
ANEXO II - Agenda de Fontes: 1 - Budismo:
Kalachakra: 3461 0410 / 0411 (Aeroclube Plaza Show) – Renião aos domingos, às
18h
Soka Gakkai Salvador - Rua Marujos do Brasil, 18 - Fone 071-3242-7460.
Chagdud Gonpa Norbu Ling - Buddhismo Vajrayāna Tibetano - Escola Nyingma /
Rua Miguel Bournier, 88 - Sobreloja - Salvador - [71] 3245-0712. Grupo de Estudos Budistas Naljorma - Buddhismo Vajrayāna Tibetano - Escola
Gelug - Centro Empresarial Iguatemi - Av. Tancredo Neves, 274 - Sala 315, Bloco B
- [71] 3301-7137 / Thiago 3115-1443 / 9969-4759 / Todas as terças-feiras, das 19h às
21h.
Guna Norling Centro Budista Tibetano / Buddhismo Vajrayāna Tibetano - Escola
Nyingma / Travessa Pedra da Sereia, 24E - Rio Vermelho Telefone: 3332-1317 -
todos os domigos, 10h - entrando sukiaki, desce andando. O lugar fica em frente a
uma pedra com uma pirâmide.
Instituto Nyingma do Brasil - Buddhismo Vajrayāna Tibetano - Escola Nyingma -
Rua Apoema, 144 – Piatã / Telefone[s]: 3249-2776, 3374-1404
Especialistas:
Frank Usarski (11) 3670-8529 - [email protected] (Fundador da Revista Rever)
Maria Theresa da Costa Barros - Instituto de Medicina Social-UERJ, IMS-UERJ.
Ronan Alves Pereira: (61) 33072356.
Ana Cristina Lopes Nina - Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia Letras
e Ciências Humanas, Departamento de Antropologia.
Jose Guilherme Cantor Magnani (neo-esoterismo): (11) 30312552
Julio Alberto Wong Un: (21) 39707563 - [email protected]
2 - Islamismo:
Centro Cultural islâmico da Bahia: 3241-1337 - Rua d Bosco 190 - Nazaré.
(Contatos: Adriano Abu-Bakr, Monique e Sheik Ahrmad).
Especialistas:
Maria Clara Lucchetti Bingemer - [email protected]
26
Williams da Silva Gonçalves - [email protected]
Vitoria Peres de Oliveira - [email protected]
Ricardo Luiz Silveira da Costa - [email protected]
Faustino Luiz Couto Teixeira - [email protected]
Rogério de Oliveira Ribas - [email protected]
João José Reis - [email protected]
Miguel Attie Filho - [email protected]
Francirosy Campos Barbosa Ferreira - [email protected]
Ari Pedro Oro - [email protected]
Valmor da Silva - [email protected]
Luiz Alencar Libório - [email protected]
Geraldo Magela Pieroni - [email protected]
Sylvia Caiuby Novaes - [email protected]
Raúl Enrique ROJO - [email protected]
Edebrande Cavalieri - [email protected]
Paulo Fernando Diel - [email protected]
Jose Antonio Fracalossi Meister - [email protected]
Luciene Dal Ri - [email protected]
Pedro Lima Vasconcellos - [email protected]
Alderi Souza de Matos - [email protected]
Peter Robert Demant - [email protected]
Leocir Pessini - [email protected]
Ruy de Oliveira Andrade Filho - [email protected]
Valdemir Donizette Zamparoni - [email protected]
Maria Luiza Andreazza - [email protected]
Paulo Gabriel Hilu da Rocha Pinto - [email protected]
Bruno Tamancoldi - [email protected]
Lídia Nunes Cunha - [email protected]
Adiles Savoldi - [email protected]
Valdir Antonio Riboldi - [email protected]
Manoel de Almeida Neto - [email protected]
Adriano Premebida - [email protected]
Fabiano Luis Bueno Lopes - [email protected]
Margaret de Carvalho Soares - [email protected]
Marcos Dione Ugoski Volcan - [email protected]
Alcir Almeida de Souza - [email protected]
Daniel Porciuncula Prado - [email protected]
27
Daniel de Pinho Barreiros - [email protected]
Gerson Nei Lemos Schulz - [email protected]
Macleuler Costa Lima - [email protected]
Haroldo Luiz Bertoldo - [email protected]
Marcus Cesar Ricci Teshainer - [email protected]
Paulo Roberto Rios Ribeiro - [email protected]
AnTônio Pierucci - [email protected]
Felipe - [email protected]
Alberto Moreira: [email protected]
Carolina Teles Lemos: [email protected]
Miriam Zanutti - [email protected]
3 - Espiritismo:
Fraternidade Espírita Irmã Sheila (Centro Espírita na Rua das Rosas / Pituba). Tel:
3354-5457. Contato: Guilherme.
Centro Espírita Cidade da Luz: 3363-5538 (Cláudio Nunez ou Leda - Secretária de
José Medrado).
Mansão do Caminho: 3213-3364 / 3213-3628
Especialistas:
Bernardo Lewgoy: (51) 33166638 - [email protected]
Ingo Wulfhorst: (51) 4774000 Ramal: 2666 - [email protected]
Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti - [email protected]
Marcelo Ayres Camurça - [email protected] / [email protected]
Emerson Alessandro Giumbelli - [email protected]
Dora Alice Colombo - [email protected]
Sandra Jacqueline Stoll - [email protected]
Alexander Moreira de Almeida - [email protected]
Ileana de las Mercedes Hodge Limonta - [email protected]
Nadia Rodrigues Alves Marcondes Luz Lima - [email protected]
Angelica Aparecida Silva de Almeida - [email protected]
Miriam Cristina Marcilio Rabelo - [email protected]
Fatima Regina Gomes Tavares - [email protected]
Nélio Schneider - [email protected]
Paulo Roberto dos Santos - [email protected]
Eduardo Basto de Albuquerque - [email protected]
Eufrázia Cristina Menezes Santos - [email protected]
28
Adilson Schultz - [email protected]
4 - Candomblé:
Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá (Rua Direita de São Gonçalo, 557, Cabula). Falar com
Mãe Stella - Associação Ilê Axé Omin-Ofá, Pai de Santo: Francisco de Oxossi, tel:
3321-1548 / 9136-2026 / Terreiro: 3219-6539 / Residência: 3239-4335 . Mãe Estela –
3384-5229 / Graziela: / Carrapicho - Sandra: 3384-3321 / 8121-8537 - Trabalha no
Apô Afonjá - Falar com Iraildes, que é coordenadora da Escola Casa do Alaká (Rua
São Gonçalo, 557, Cabula - Depois do 19 BC, a primeira entrada onde tem uma
sinaleira) - Ir de 8 às 17. Só não pode ir na quarta-feira.Antônio Albérico Sant´anna
(Oba Kakanfê) e Valdete Ribeiro da Silva (Oba Gesin) – Conhecidos por contribuir
para a formação da juventude com experiência religiosa, artesanal e cultural. Terreiro
Ilê Axé Opô Afonjá.
Terreiro São Jorge da Goméia (Portão)
Terreiro Oxumaré (Vasco da Gama, nº 343 ou 2ª Travessa Pedro Gama –
Federação).
Jamile Sodré (Juventude do Candomblé): 3261-2250 / 8125-4603.
Marcus Rezende (Oxumaré): 8141-7682.
Thiago (presidente da juventude Afonjá): 8895-3312
Especialistas:
Ordep Serra - 3328-5406 / 8707-1005 / 3336-0860 / 3331-1531/ 9967-4927
Luis Nicolau Parés: (71) 32354635
Volney José Berkenbrock: (32) 2293100
Ingo Wulfhorst: (51) 4774000 Ramal: 2666
Miriam Cristina Marcilio Rabelo: (71) 2354635
Eufrázia Cristina Menezes Santos: (79) 2126750 Ramal: 6750
Ismael de Andrade Pordeus Júnior: : (85) 2887421
Ubiratan Castro de Araújo (diretor da Cultura afro) - 9967-2914/ 3322-6742.
Cléo (ligada ao Afonjá) - 9974-5799
Yvonne Maggie de Leers Costa Ribeiro: (21) 22248965 - [email protected]
5 - União do Vegetal (Santo Daime)
29
Mestre Anchieta (Mestre do Núcleo Apuí): 8895-0759
Especialistas:
Alberto Groisman: (48) 3331-9714 - [email protected]
Alberto Samuel Bys - [email protected]
Beatriz Caiuby Labate : [email protected]
Sergio Brissac: (85) 3266-7381 - [email protected]
Edward John Baptista das Neves MacRae (Membro da Secretaria Nacional Anti-
Drogas): Está lá a partir das 11h nas quartas-feiras(cetad) - (71) 3336-3322. Conselho
Estadual de Entorpecentes da Bahia: Tel: (71) 3115-4330 / 4135 / , 3370-4131 e
3370.8300, 3370-4138
Fernando de La Rocque Couto - Atualmente é professor do IESB, Instituto de
Educação Superior de Brasília e professor da Faculdade CECAP - (61) 3468-9000
6 – Bruxos (Tradição Ibérica e Wicca)
Casa Telucama - Bruxa Graça Azevêdo - Sra.Telucama - Templo: 3287-0622 /
3378-1758 / 9947-4800. Karenyna (Bruxa Sofia): 8702-4405
Casa da Lua / Filhas da Deusa (Wicca): Casa da Lua (Falar com Érica Teles) - Rua
Macapá, 298 - Ondina, (Rua do Colégio ISBA) tel: 3245-1375. Órion trabalha lá.
Casa dos Corvos Sagrados (Lvpercvs Gael): 3623 3758.
Especialistas:
José J Queiroz (Wicca): (11) 3670-8529 - (11) 9169-7697
Marina Lopes - [email protected]
Elisete Schwade: (84) 3215-3548 - [email protected]
Joana D´Arc do Valle Bahia: (21) 2604-3232 - [email protected]
Jerusa de Carvalho Pires Ferreira: (11) 3672-8288 - [email protected]
Antônio Flávio de Oliveira Pierucci: (11) 3091-3724 - sexta-feira, das 15 - 19h
Andréa Barbosa Osório: [email protected]
Amaro Xavier Braga Júnior: [email protected]
Susana de Azevedo Araújo: (51) 3316-6638 - [email protected]
Oriomar Skalinski Junior: [email protected]
Jorge Augusto Silveira Verlindo: (54) 3212-1133 - [email protected]
Yvonne Maggie de Leers Costa Ribeiro: (21) 22248965 - [email protected]
30
Andréa Osório - [email protected] - 21 87530227
7 - Religiosidade:
Gey Espinheira - 272-3449 / 9979-6560 / 3342-2516
Sandra Jacqueline Stoll: (41) 3605272 - [email protected]
Paulo Donizéti Siepierski: [email protected]
Sônia Weidner Maluf: (48) 3319364
Yvonne Maggie de Leers Costa Ribeiro: (21) 22248965 - [email protected]
Carlos Rodrigues Brandão: [email protected]
Vitoria Peres de Oliveira: (032) 32293105 - [email protected]
Regina Novaes: (61) 3411-3561 - [email protected]
Leomar Antônio Brustolin (Escatologia): [email protected] - (51) 33203518
Oneide Bobsin: - [email protected] (51) 5894905
Dario Paulo Barrera Rivera: [email protected] (11) 43665808
Ivan Antonio de Almeida (Religião e Sociologia): [email protected]
Alberto da Silva Moreira: [email protected] (62) 32271515
José Ivo Follmann: [email protected] (51) 35908420
Orivaldo Pimentel Lopes Junior: [email protected] (84) 32153558
Wellington Zangari (psicologia): [email protected] Instituto de Psicologia da
Universidade de São Paulo, Laboratório de Estudos Em Psicologia Social da
Religião,
Fatima Regina Gomes Tavares: (32) 32293105
8 - Juventude:
Wivian Weller [email protected] : (61) 33072069
Fatima Regina Gomes Tavares: (Juventude e religião) (32) 32293105 -
João Batista Libanio - [email protected]
Lílian Rodrigues da Cruz - [email protected]
Marcos Ribeiro Mesquita - [email protected]
Marco Aurélio Paz Tella - [email protected]
Jose Geraldo Soares Damico - [email protected]
Nécio Turra Neto - [email protected]; [email protected]
Carla Sivana Daniel Sartor - [email protected]
Gilberto Luiz Lima Barral - [email protected]
Marcelo Gruman - [email protected]
31
Emilene Leite de Sousa - [email protected]
Gislei Domingas Romanzini Lazzarotto - [email protected];
Geni Amélia Nader Vasconcelos - [email protected]; [email protected]
Andrea Cristina Coelho Scisleski - [email protected]
Mónica Lourdes Franch Gutiérrez - [email protected]
Teresa Cristina Esmeraldo Bezerra - [email protected]; [email protected]
Edna Mendonça Oliveira de Queiroz - [email protected]; [email protected]
Elaine Juncken Teixeira - [email protected]; [email protected]
Fernando Manuel Bessa Fernandes - [email protected]
Cátia Andressa da Silva - [email protected]; [email protected]
Vanda Micheli Burginski - [email protected]
Carmem Lucia Teixeira - [email protected]; [email protected]
Luiz Gustavo Silva Souza - [email protected]
Elisa Guaraná de Castro - [email protected]
Elisabeth Murilho da Silva - [email protected]
Monica Aparecida Del Rio Benevenuto - [email protected];
Fatima Cecchetto - [email protected]
Rosana Aparecida Martins Santos - [email protected];
Augusto Caccia-Bava Junior - [email protected]
Evaldo Luis Pauly - [email protected]; [email protected]
Celecina de Maria Veras Sales - [email protected]; [email protected]
Loriza Lacerda de Almeida - [email protected]; [email protected]
Estela Scheinvar - [email protected]
Ana Luisa Fayet Sallas - [email protected]
Olga Celestina da Silva Durand - [email protected]
Patrice Schuch - [email protected]
Eleonora Zicari Costa de Brito - [email protected]
Rosa Maria Bueno Fischer - [email protected]
Luís Antonio Groppo - [email protected]
Geraldo Magela Pereira Leão - [email protected]
Paulo Cesar Rodrigues Carrano - [email protected];
Janice Tirelli Ponte de Sousa - [email protected]
Silvia Helena Simoes Borelli - [email protected]
32
Marcia Regina da Costa - [email protected]
Dirce Maria Falcone Garcia - [email protected]; [email protected]
Dinora Tereza Zucchetti - [email protected]
Francisco José Gomes Damasceno - [email protected]
Marília Pontes Sposito - [email protected]
Paulo César Rodrigues Carrano - [email protected];
Márcia Leitão - [email protected]
Hilário Dick - [email protected]
Solange Rodrigues (Iser) - [email protected]