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Como qual9uer ~rn de masto.dontes que me torturavam, havia um que tudo'~~viaja, você diz lá no estrangeiro que aqui no Brasil existe Janeiro to.rturava presos po.llticos, na Tijucn, foi lomba- nos: so.mos o que des~JlIlpo.S~,agora,. aquI, hOJe, lIo.. procurava justificar co.m argumentos burocráticos. En- .~)ortura ... " da pOr projeto. de lei, vetado. pelo prefeito. Tínhamos prcsent~. Mas. se descJamos;' S~~lO~ o.n~ss~ futuro:, quanto me dava choques elétricos no pau de arata, .onde : -::: O carrasco nilo. percebia que cle estava fazendo. justa. que ~errubar o veto. Essa Casa guarda lembranças de 'sOl.noS,o.que quercmosvltll se.r~E}~ta nos dlstmguedos eu' estava nu, pendurado de' cabeça para bliixo, dizia "::~n1elile isso: estava me torturando.. A situação era tão centenas dc homens e de mulheres, guarda muitas histó- anlmals:S0l110S cap~I~~s deçparo.f~turoc -não. ~pellas, assim: - .: ' ... , .... "irreal, funambulesca, que eu ri. Ele, quando me viu rias. guarda a História. : de. esperar por ele. Es~rg~sCjO de .Y1t a sere 8mRlS bela', -: Vo.cê vai me dcséulpar, viu?, mas eu estou tortu· :rindo., primeiro não. pôde acreditar - ninguém ri pen- Pedi àqueles que nlío pensam eo.mo eu. qué não. são cr!aça~ dalHllurcw: 1\l11a1I~vorc.ul11a pcdra,.um ~nlmal rando. você po.rque está no meu ho.rário..viu? Não tcnha (I·.:rado num pall,dc'~raral -, dcpois se indignou.e do. meu Partido.. principalmente aqueles que pensam a nao sao capaz~,; ele. d,'s~Jar s~r· o, qu~ nua sao, de' nada cOntra você, nlia. Até admiru muito as suas peças: íii,~rtOll a manivda aumenlando a carga elétrica. E contrário do que p,n.,o, apelei e pedi: permitam qUe eu transformar cm :110 o ;ql1ec,me~a!)OlencliL .. niio vi n.enhuma. mas gosto de todas, .viu? Aqui a gente pergunto li por que eu cstilva rindo. Respondi que a sua cxista, A~sill1, lI1i"l1a Id"i]I1d:](!.~,se faz daql\l:v 'lu,;. sou e faz o que mandam a gente fazer. viu? Agora, viu?,' o aç:io presentcjustincal'a as minhas afi!'in~(;0c, passadas: Tahn n'1o partilhemos as mesmas id;'I:Js, n;io rei'Sê' daqui!-l qlle ,kx,!() \('1', .1\1:;,sbz-sc t;\I11!1cl;1daquilo qUI' mundo d;Í tantas volta" pa(1o: até S\'r quc um dia vocés no Brasil. se lOrlllr:~v:;. melÓdica c cruclmcli,te. (' a prOl'a mo, (1, mc,mo:; pensamcntos, por isso mesmo, p('di por ]:! f~!\: suu qUl.'111lul ,-- L,z~s(: du meu pas:ioJ:.', . ~ fiquem por cima c a gente pCH baixo, "iu? Ai nc:>sc caso, Cí:l eu alI, naquele lllOI:H~nIJ, pendur:lúo. Eh:. num dos mim. pOi n(\s, c t~mb~l1i por ck:,: r;lr~~ (.jl~L'con~;llu~ss~n! T<.'mpo':l alr~·l:-'. Ui1) jornal d~ b:!irro quis cont:lf ~lU~~ viu? não vai c~quecl'r'que ell tortllr~i v()cê, sim. mas [oi Pí,lUCOS mOI11r.:'ntoslj... "l~k'id~l. em ~u;l'l'ida\ pensou, pen· s~lldu qt:~Jjl Si!U seria pr:,,'cist) que rôs~.. 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QUilndo' ~u'.tl1c· vi.,diantc do forno onde· chefe da equipe. po.r excmplo., não sabia par que estava sim. mas com todo. () respeito ... destruam nosso passado: não me destru'im. VOlem nÚo ·havia passado UIIS bons 10, 'anOs da minha vida. uma eu ali, pois a equipe que torturava nlio era a mesma que Esse episódio da minha vida é parte dc nÚ1. Eu ao veto do preicilo. Peímitam que essa partc de mim. de bela parte dessa vida voltou ti tona na minha memória seqüestrava. Eram especializadas: cada um sabia fazer gostaria de voliar àquela cela - onde meu único. com- cada um de nós, sobrcviva. permitam que eu viva. [ êU - recordar é viver, dizia a cançlio.: recordei, revivi, vivi; as suas artes. Uns construinm puus-de-arara, .autros p.llnheiro era um rato. pequcno camundongo, niais as- Ihes direi "muito obrigado", . ·.·Mas ne]1l ~ó de all\enaS lembranças panificadoras .504 pagavam 11 divida externa - to.dos malleomunados sustado do que eu -, gostaria de revcr aqueles instruo Felizmenle, a Càmara dos Vereadores do Rio çc eu feito, As 'vezes me lembro que fui guerrilheiro, 00 co.ntra uma s6 vítima: o 1'0.1'0brasileiro, mentos de tortura, precário.s, mas eficazes. Gostaria de Janeiro, no. dia 23 de murro. permitiu que eu dissesse pensava que era. Isso também faz parte de mim. É meu Fo.i então que, quando a dar era por demais intensa, rever o meu passado, ressenti-Ia. rcviver. Mas a edifício, "muito obrigada" a 24 vereadores. A antiga casa de PM passada, fui. sou. Ho.je penso que foi um erro.·. Erro. de eu pretendi eriar uma pausa no tarmento, e perguntei: onde episódios como esse aconteceram. fai destruido. ficarâ de pé, transformada em cenlro cultural. Tortura gente honr,ada. corno eu', decente .. ' "Vocês querem que eu confesse o. quê?" Eu queria uma Em seu lugar, em São Paulo, construíram um supermer- nunca mais' SOil!egalisla e nunca Rceitei a ditadura. Se a combati. pausa. e estava dec~dido a jamais confessar o que quer ~ado. ~estruírall1 a :nemória, E. sem ~ memória. é ""'Combati a,. subversiio. •. SU,~,\'ersi\'os ·foral'll ..aqueks ~.:IC que fosse - como }amalS confessell -, parque eu CJ.OS Impasslvel a Imaglllaçao - ~f.ln lembrar nao se Imaglllal • Teo"Olo9'.·,·o'eodor (PT·RJ) .!~: I~ f,";«;:~"\I: '~"V'i"}f"~~'.llj':~!· """l.:ili~~'.1!::.d1:':'~W· .,la:...:Jlli;'<'HiJll!'\~m:.<MZilllWÜ'''L' ""'l.;xM~~",.:!..-'..:...,"-_""":"',,=,:,,,-,~,,< ..,_, .__ " ~I d~l 1i I ,.• ! i I1 I; ~1 'I I I " ,·1 I h-o .- , '''" ', .. "," ;' ' ' n •."..,,_~_ ....}. C ", ", J' '.' " •.. ' I;· "".,' .. Opld~ .orf.,I"'I',,,,,.~: ;,~' ,Id . t;~'.,:~,: t ~ ~'''''', ' tn,h 1(.:..(.,,::;, I . 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1<,:.,; p o~ '.I,lla.I~.esl'J;çO;q~e;.u' Izcsse.- e ~on-=ss? q~I~, de invasões' dc lar.cs _ ensinaram' suas técnicas aos,. !~q~ê?".' .,' _ ...•. São paUlO, porque foi destrulda a memória'~as"~ii?'c!t~~, '.':: ,~dl.'\ IS~O" n.l? /uÇ?;,~I~I~h~lll~ ~.sforço ? JUI~'\~~ malreitorL'S, que hOje proliferam. Eu,. ~or ellel!lplo, nun-:~ ~dlllo~sauro nno soube responder de nnedlalo. Nao.· dadespass~das, 1I1 presos for~m cr~c1mente trucldaâo.s~,

~:..D~~Cgtl~lh.l.fdZ(:.ele eont.lque 1l.:O,:X~stq. Jmna.ls conse. Órfl}i preso: fui seqüestrado pela pohcla pauhstana. Eu, '-;.sabl.a .porque me torturava ... llpen.as ~stava no seu no ~randlru. Num belo dommgs a,tardc.,voltaram os.;,~;~!11~~~,~l.Js~.lr ~~I~ n~lH~~~),?esp,er~ebldo,ou. me torn~rque apenas defendia a lei. A lei violada.' .': hor~no. Leu um· papel que lhe .havla sido d~do p~Ia horrores ,da dltadllra ......• ,.: ",. 'i,·.o:n:I~I\el: I oele :Ile 1:,lIcl.er :lI11e.•lç,~~or o.que v~~ ?Izcr. ;' .. Fui., P,~~~o.,c.• como tO?~S, tort~do .. Mas, como ~'equlpe dos seqíi~s~radores e a ~fI1nel.ra acusaçao.d~~la: Na Camarado,s#yeread?res fiz.~m ~pclo aos meus::llas qlklll olh,11 na m111h:1dlreç,1O sempre ,\~ra um ", acontece nas grandestraged13s shaliespeananas, as ce- '''Boal, quando viaja ao estrangeIro, difama o BraSIl! - colegas que, cornoeo, fabrlcaril hO'Jc leiS; como 'o.Tífcllj';·: :lomem. Um hOI11~1Jl~n.c cx~ste, um homcm que e., nas mais dolorosas se justapõem, às vezes, a eenas de: "Difamo co.mo?" - p~rguntei, nu, pendurado. Lendo. o. fabriquei o pão. Apelei para que permitissem que eu

E.u sou.Mus o que e ser! Sou o. que fuço, sou o. que ridlcula farsa. Foi o que eomigo aconteceu. Entre os sete ;:qbrutllmontes respo.nçleu: "Difama. po.rque, quando. você conli,nuasse existindo. A casa onde a PM do Rio de

q\lero - eu souo meu ~jeseJo. Como qual9uer ~rn de masto.dontes que me torturavam, havia um que tudo'~~viaja, você diz lá no estrangeiro que aqui no Brasil existe Janeiro to.rturava presos po.llticos, na Tijucn, foi lomba-nos: so.mos o que des~JlIlpo.S~,agora,. aquI, hOJe, lIo.. procurava justificar co.m argumentos burocráticos. En- .~)ortura ... " da pOr projeto. de lei, vetado. pelo prefeito. Tínhamosprcsent~. Mas. se descJamos;' S~~lO~ o.n~ss~ futuro:, quanto me dava choques elétricos no pau de arata, .onde : -::: O carrasco nilo. percebia que cle estava fazendo. justa. que ~errubar o veto. Essa Casa guarda lembranças de

'sOl.noS,o.que quercmosvltll se.r~E}~ta nos dlstmguedos eu' estava nu, pendurado de' cabeça para bliixo, dizia "::~n1elile isso: estava me torturando.. A situação era tão centenas dc homens e de mulheres, guarda muitas histó-anlmals:S0l110S cap~I~~s deçparo.f~turoc -não. ~pellas, assim: - .: ' ... , .... "irreal, funambulesca, que eu ri. Ele, quando me viu rias. guarda a História. :de. esperar por ele. Es~rg~sCjO de .Y1t a sere 8mRlS bela', -: Vo.cê vai me dcséulpar, viu?, mas eu estou tortu· :rindo., primeiro não. pôde acreditar - ninguém ri pen- Pedi àqueles que nlío pensam eo.mo eu. qué não. sãocr!aça~ dalHllurcw: 1\l11a1I~vorc.ul11a pcdra,.um ~nlmal rando. você po.rque está no meu ho.rário..viu? Não tcnha (I·.:rado num pall,dc'~raral -, dcpois se indignou.e do. meu Partido.. principalmente aqueles que pensam anao sao capaz~,; ele. d,'s~Jar s~r· o, qu~ nua sao, de' nada cOntra você, nlia. Até admiru muito as suas peças: íii,~rtOll a manivda aumenlando a carga elétrica. E contrário do que p,n.,o, apelei e pedi: permitam qUe eutransformar cm :110 o ;ql1ec,me~a!)OlencliL .. niio vi n.enhuma. mas gosto de todas, .viu? Aqui a gente pergunto li por que eu cstilva rindo. Respondi que a sua cxista,

A~sill1, lI1i"l1a Id"i]I1d:](!.~,se faz daql\l:v 'lu,;. sou e faz o que mandam a gente fazer. viu? Agora, viu?,' o aç:io presentcjustincal'a as minhas afi!'in~(;0c, passadas: Tahn n'1o partilhemos as mesmas id;'I:Js, n;io rei'Sê'

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do r.1CU pai. na Penha; ondc e~ i'orncavu pão. e tirou a. Havia outros, de todos os tipos, raç~se pedigrees. O qtlando aparece na lekl-'i<io, estou torlurilnÔo você. permanecer de pi~. Niio destruall1'3 casa da Tijuca. l1JVminha fofo. QUilndo' ~u'.tl1c· vi.,diantc do forno onde· chefe da equipe. po.r excmplo., não sabia par que estava sim. mas com todo. () respeito ... destruam nosso passado: não me destru'im. VOlem nÚo·havia passado UIISbons 10, 'anOs da minha vida. uma eu ali, pois a equipe que torturava nlio era a mesma que Esse episódio da minha vida é parte dc nÚ1. Eu ao veto do preicilo. Peímitam que essa partc de mim. debela parte dessa vida voltou ti tona na minha memória seqüestrava. Eram especializadas: cada um sabia fazer gostaria de voliar àquela cela - onde meu único. com- cada um de nós, sobrcviva. permitam que eu viva. [ êU

- recordar é viver, dizia a cançlio.: recordei, revivi, vivi; as suas artes. Uns construinm puus-de-arara, .autros p.llnheiro era um rato. pequcno camundongo, niais as- Ihes direi "muito obrigado", .·.·Mas ne]1l ~ó de all\enaS lembranças panificadoras .504 pagavam 11 divida externa - to.dos malleomunados sustado do que eu -, gostaria de revcr aqueles instruo Felizmenle, a Càmara dos Vereadores do Rio çc

eu feito, As 'vezes me lembro que fui guerrilheiro, 00 co.ntra uma s6 vítima: o 1'0.1'0brasileiro, mentos de tortura, precário.s, mas eficazes. Gostaria de Janeiro, no. dia 23 de murro. permitiu que eu dissessepensava que era. Isso também faz parte de mim. É meu Fo.i então que, quando a dar era por demais intensa, rever o meu passado, ressenti-Ia. rcviver. Mas a edifício, "muito obrigada" a 24 vereadores. A antiga casa de PMpassada, fui. sou. Ho.je penso que foi um erro.·. Erro. de eu pretendi eriar uma pausa no tarmento, e perguntei: onde episódios como esse aconteceram. fai destruido. ficarâ de pé, transformada em cenlro cultural. Torturagente honr,ada. corno eu', decente .. ' "Vocês querem que eu confesse o. quê?" Eu queria uma Em seu lugar, em São Paulo, construíram um supermer- nunca mais'

SOil!egalisla e nunca Rceitei a ditadura. Se a combati. pausa. e estava dec~dido a jamais confessar o que quer ~ado. ~estruírall1 a :nemória, E. sem ~ memória. é

""'Combati a,. subversiio. •. SU,~,\'ersi\'os ·foral'll ..aqueks ~.:IC que fosse - como }amalS confessell -, parque eu CJ.OS Impasslvel a Imaglllaçao - ~f.ln lembrar nao se Imaglllal • Teo"Olo9'.·,·o'eodor (PT·RJ).!~:

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