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I- Orientações para a constituição, funcionamento e ... · PDF file1 I- Orientações para a constituição, funcionamento e avaliação de turmas com Percursos Curriculares Alternativos

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    I- Orientaes para a constituio, funcionamento e avaliao de turmas com

    Percursos Curriculares Alternativos (PCA)

    1. Contextualizao

    A universalizao de uma escolaridade alargada de 12 anos e o reconhecimento da

    importncia de um currculo comum de 9 anos so duas prioridades essenciais

    formao do jovem cidado portugus, sendo, por isso, desafios que comprometem

    toda a comunidade e, de um modo especial, a escola.

    Na prossecuo destes objetivos, o sistema educativo portugus tem procurado

    dinamizar a adoo de respostas educativas e a implementao de metodologias de

    ensino e aprendizagem diversificadas de modo que todos os alunos adquiram as

    competncias essenciais, os conhecimentos chave e os valores importantes para

    prepararem as novas geraes numa escolaridade de 12 anos.

    neste sentido que o Ministrio da Educao, na preparao do ano letivo de

    2016/17, disponibiliza s escolas um conjunto de medidas que, implicando

    intervenes em diferentes domnios, visam combater o insucesso e o abandono

    escolar. Entre estas medidas destacam-se:

    O desafio para que as escolas implementem mecanismos de regulao interna

    da avaliao das aprendizagens e privilegiem as dinmicas de avaliao

    formativa;

    A aposta na avaliao externa atravs de provas de aferio enquanto

    instrumentos que potenciam o trabalho dos professores e dos alunos;

    O estmulo para que no mbito das medidas de promoo do sucesso

    educativo as escolas sejam inovadoras e no uso da sua autonomia, no se

    restrinjam s habituais medidas de apoio, muitas das vezes, fixadas a nvel

    central;

    A garantia que todas as crianas e jovens tm direito a uma educao bsica

    comum e aquisio das competncias e dos conhecimentos essenciais

    podendo a escola desenhar respostas de organizao curricular diversificadas;

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    O desafio para que os servios do Ministrio da Educao, designadamente a

    Inspeo-Geral de Educao, adotem uma postura de acompanhamento e de

    melhoria da ao educativa das escolas;

    A criao do Programa Nacional de Promoo do Sucesso Escolar no mbito do

    qual as escolas foram convidadas a conceber planos de ao estratgica

    assentes num diagnstico rigoroso das fragilidades e centrados na melhoria

    das aprendizagens dos alunos, prevenindo, assim, situaes de insucesso.

    No obstante a potencialidade de todas as medidas acima elencadas, importa

    reconhecer que as escolas consideram necessrio que, em determinadas

    circunstncias, a interveno no se restrinja ao nvel das metodologias de ensino e

    aprendizagem e permita a reorganizao do currculo, enquanto janela de

    oportunidade para um ensino menos disciplinarizado, mais global, onde os contedos

    possam ser trabalhados de um modo inter e transdisciplinar numa lgica de trabalho

    de projeto.

    neste sentido que o Ministrio da Educao publicita estas orientaes com vista

    formulao por parte das escolas de propostas de criao de turmas de Percursos

    Curriculares Alternativos (PCA).

    2. Enquadramento normativo

    O Decreto-Lei n. 139/2012, de 5 de julho, alterado pelos Decretos-Leis n.os 91/2013,

    de 10 de julho, 176/2014, de 12 de dezembro, e 17/2016, de 4 de abril, estabelece

    os princpios orientadores da organizao e da gesto dos currculos dos ensinos

    bsico e secundrio, da avaliao do ensino e das aprendizagens e do processo de

    desenvolvimento do currculo dos ensinos bsico e secundrio.

    Nos termos do n. 1 do artigo 5. do referido Decreto-Lei, o ensino bsico visa

    assegurar uma Formao Geral comum a todos os portugueses que permita o

    prosseguimento de estudos atravs de diversas ofertas.

    No n. 2 estabelece-se que as ofertas previstas no n. 1 no prejudicam a existncia

    de outras ofertas especficas devidamente autorizadas por despacho do membro do

    Governo responsvel pela rea de educao, nomeadamente as atualmente

    existentes prevendo na respetiva alnea a) os Percursos Curriculares Alternativos.

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    Acrescenta o n. 4 que o funcionamento de cursos de nvel bsico depende de

    parecer dos servios do Ministrio da Educao com competncias no mbito da

    definio da rede nacional de oferta formativa.

    Neste enquadramento, importa estabelecer algumas orientaes gerais relativas

    constituio de turmas com Percursos Curriculares Alternativos, possibilitando s

    escolas, no mbito da sua autonomia pedaggica e organizativa, desenvolver os

    mecanismos que considerem ajustados na gesto e aplicao do currculo e da oferta

    formativa de cada uma, adequando-os s caractersticas dos alunos, permitindo-lhes

    colmatar dificuldades de aprendizagem e desenvolver as suas aprendizagens.

    3. Critrios de constituio de turmas PCA

    Os PCA so uma das medidas de promoo do sucesso educativo, a adotar quando, a

    partir da informao fornecida pelas diferentes modalidades de avaliao das

    aprendizagens e de outros elementos considerados relevantes, se conclui que os

    alunos apresentam desfasamentos significativos face aos resultados esperados para a

    sua faixa etria.

    Os Percursos Curriculares Alternativos destinam-se a grupos especficos de alunos

    que, at aos 18 anos de idade, inclusive, se encontrem cumulativamente nas

    seguintes condies:

    a) Alunos em risco de marginalizao, excluso social e abandono escolar;

    b) Alunos com pelo menos uma reteno no mesmo ciclo.

    As turmas com percursos curriculares alternativos nos 2. e 3. ciclos do ensino

    bsico, podem ser propostas em qualquer ano de cada ciclo, sendo constitudas com

    um nmero mnimo 15 alunos, por turma.

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    4. Candidatura criao de turma PCA

    As propostas dos agrupamentos de escolas e escolas no agrupadas para constituio

    de turmas com PCA so submetidas na plataforma SIGO, sendo sujeitas a validao

    por parte do Ministrio da Educao.

    5. Organizao e Gesto do Currculo

    Tendo em vista a garantia da permeabilidade no percurso educativo e formativo dos

    alunos, definem-se as seguintes matrizes curriculares para os PCA de 2. ciclo e de

    3. ciclo do ensino bsico, respetivamente, nos quadros 1 e 2, constitudas com base

    nas matrizes curriculares contempladas no Decreto-Lei n. 139/2012, de 5 de julho,

    na sua redao atual.

    As componentes do currculo organizam-se em duas grandes reas:

    Formao Geral (FG);

    Formao Complementar (FC).

    A Formao Geral constituda pelas disciplinas de portugus, matemtica, lngua

    estrangeira ingls e educao fsica.

    A Formao Complementar integra as restantes componentes do currculo.

    A constituio e a organizao do currculo da FC so da responsabilidade da escola,

    podendo os conhecimentos e competncias disciplinares ser mobilizadas de uma

    forma transversal, atravs da realizao de projetos multidisciplinares, ou, de um

    modo mais estanque, atravs de grupos de disciplinas que se revelem afins.

    Assim, o elenco de disciplinas na Formao Geral e a possibilidade de desenvolver um

    projeto multidisciplinar ao nvel da Formao Complementar permitem a aquisio

    de conhecimentos e o desenvolvimento de competncias nos domnios cientfico,

    artstico, tecnolgico, social, desportivo, bem como competncias transversais

    decorrentes do trabalho de pesquisa, de registo de informao, da produo de

    texto, da comunicao oral e escrita, da resoluo de problemas, da localizao

    espacial, da motricidade fina e outras, devidamente enquadradas nas exigncias do

    mundo atual.

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    Seja ao nvel da Formao Geral, seja ao nvel da Formao Complementar, a

    tomada de deciso para cada turma PCA visa reorganizar os contedos programticos

    disciplinares e integrar as competncias essenciais das disciplinas em estratgias de

    ensino articuladas e coerentes que permitam que os alunos aprendam melhor atravs

    de um leque alargado de metodologias de trabalho de cariz prtico capazes de os

    motivar para a vida escolar e de os ajudar a desenvolver os seus interesses e

    capacidades.

    PCA de 2. ciclo

    Quadro 1 - Matriz para o 2. ciclo (5. e 6. anos de escolaridade)

    Componentes do currculo Carga horria

    semanal (a)

    Formao Geral

    Portugus

    Matemtica

    Ingls

    565 a 630

    (b)

    Educao Fsica 135

    Formao Complementar (c)

    Projeto(s) multidisciplinar(es)

    550 a 585

    (d)

    Total 1250 a 1350

    (a) Carga letiva semanal em minutos, referente a tempo til de aula, ficando ao critrio de cada escola a

    distribuio dos tempos pelas diferentes disciplinas de cada componente do currculo, respeitando os

    valores mnimos e mximos indicados.

    (b) Do total da carga, no mnimo, 225 minutos para portugus e 225 minutos para matemtica.

    (c) Com o objetivo de promover o desenvolvimento integral do aluno, como um todo, esta oferta deve procurar

    contribuir para: o desenvolvimento de aprendizagens, em estreita articulao com as restantes

    componentes do currculo, bem como para a realizao de projetos multidisciplinares integrados nas reas

    disciplinares de histria e geografia de Portugal, cincias naturais e educao artstica e tecnolgica.

    (d) Carga horria a distribuir pela escola, de acordo com o seu projeto educativo, o perfil dos alunos, os

    recursos disponveis na escola e na comunidade.

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    PCA de 3. ciclo

    Quadro 2 - Matriz 3. ciclo (7., 8. e 9. ano de escolaridade)

    Componentes do currculo Carga horria semanal

    (a)

    Formao Geral

    Portugus