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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Geografia A Opção Certa Para a Sua Realização 1 GEOGRAFIA: I - Noções básicas de Cartografia (orientação: pontos carde- ais; localização: coordenadas geográficas, latitude, longitude e altitude; representação: leitura, escala, legendas e convenções). II - Aspectos físicos e meio ambiente no Brasil (grandes do- mínios de clima, vegetação, relevo e hidrografia; ecossiste- mas). III - Organização do espaço (agrário: atividades econômicas, modernização e conflitos; e urbano: atividades econômicas, emprego e pobreza; rede urbana e regiões metropolitanas). IV - Dinâmica da população brasileira (fluxos migratórios, áreas de crescimento e de perda populacional). V - Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa (organização federativa). I - Noções básicas de Cartografia (orientação: pontos cardeais; localização: coordenadas geográficas, latitude, longitude e altitude; representação: leitura, escala, legen- das e convenções). Cartografia A manutenção da rota de um avião ou navio, a análise e definição de estratégias militares de ataque e defesa, a localização de jazidas e possí- veis vias de acesso, ou a simples orientação rodoviária numa viagem de turismo, todas essas atividades exigem mapas específicos com diferentes objetivos e usuários. É este o campo da cartografia. Dá-se o nome de cartografia à ciência de preparar cartas, mapas e planos para os mais variados fins, com diversos níveis de complexidade e informação, baseados em elementos científicos, técnicos e artísticos de extremo apuro, tendo por base os resultados da observação direta ou da análise de documentos. As ciências mais afins à cartografia são a geografia e a geodésia. Entende-se por mapa a representação gráfica convencional, geral- mente plana e em pequena escala, de áreas relativamente extensas, como acontece nos mapas murais e os atlas. Para tal, são utilizados diversos sistemas de projeção, estabelecidos matematicamente. As cartas diferem dos mapas pela representação gráfica em grande escala, enquanto que os planos são cartas que representam áreas relativamente pequenas, o que permite desprezar a curvatura e adotar escala constante. Escala é a relação estabelecida entre a representação do fenômeno no mapa e sua verdadeira dimensão. A escala 1:1.000.000 significa que cada medida linear do espaço real está reduzida, no mapa, à milionésima parte (1km = 1mm). O plano, que representa áreas menores, geralmente trabalha com a escala 1:500 ou 1:50.000. O principal problema da cartogra- fia é a projeção da superfície curva da Terra sobre uma superfície plana, o que necessariamente provoca alterações nos ângulos e linhas definidos pelas coordenadas geográficas. Divisões da cartografia. Três são as divisões básicas da cartografia: (1) cartografia topográfica, topocartografia ou cartografia original; (2) carto- grafia geográfica ou geocartografia; (3) cartografia temática ou cartografia aplicada. Cartografia topográfica. Vinculada à geodésia, a cartografia topográfi- ca dedica-se à transformação direta das medidas e fotografias, obtidas pelos levantamentos de campo, em desenho manual ou pelos levantamen- tos fotográficos. É quase exclusivamente praticada em instituições gover- namentais que se dedicam à execução da carta de um país. Trabalho permanente, de contínuo aperfeiçoamento e pormenorização, passou a ser indispensável à tomada de decisões da administração pública e à defesa do território nacional. Com o emprego de escalas pequenas, produzem-se mapas detalhados, matematicamente corretos e que servem de base para outros menos detalhados. O uso de imagens estereoscópicas nos levantamentos aerofotogra- métricos simplificou o desenho cartográfico, tornando-o de mais rápida execução e menos dependente do esforço individual. A aerofotogrametria constitui um método de medida e representação do terreno por meio da fotografia aérea, que é uma perspectiva cônica do terreno. As deformações ópticas desse tipo de foto são corrigidas no momento da fotografia ou em laboratório. Por si só, no entanto, a aerofotogrametria não reduziu os levan- tamentos de campo, e ainda necessita de apoio terrestre, plenimétrico e altimétrico. A carta topográfica é, em regra, constituída por numerosas folhas to- pográficas conexas. São muito utilizadas em atividades profissionais de alto nível ligadas à engenharia, à navegação, à estratégia e à logística militar etc. Cartografia geográfica. Quase exclusivamente praticada por empresas privadas, algumas de elevado padrão técnico, a cartografia geográfica opera em íntima conexão com a geografia, produzindo peças cartográficas para uso do público em geral, sobretudo estudantes. A geocartografia trabalha a partir da cartografia topográfica, reduzindo escalas, simplificando conteúdos nas minúcias topográficas e generalizando alguns dos aspectos do desenho. Mapas murais ou em coleção (atlas), mapas avulsos, plantas de cida- des, globos e cartas em relevo são alguns dos produtos comerciais oriun- dos da cartografia geográfica. O nome atlas deve-se ao fato de, em 1595, na folha de ante-rosto da coleção de mapas de Gerardus Mercator (publi- cada por iniciativa de seu filho Rumold), aparecer como ilustração de abertura o titã Atlas, condenado por Zeus a carregar os céus sobre os ombros. Cartografia temática. A confecção de cartogramas é a área da carto- grafia temática. Cartogramas são mapas esquemáticos, com elevado nível de abstração, em que formas ou localizações reais são estilizadas com fins conceituais e informativos. Os elementos cartográficos, reunidos numa só folha, são representações gráficas de fenômenos espaciais e temporais, pelo que abordam numerosos assuntos quase sempre em mutação contí- nua, como as migrações, fluxos de veículos, desmatamento, reflorestamen- to etc. O mapa esquemático que serve de base para o cartograma é extraído do mapa topográfico ou geográfico, sendo o tema do cartograma exposto mediante diversos recursos gráficos, como pontos e figuras, quando é chamado de pictórico. Nessa modalidade, o ponto como figura geométrica é adimensional, isto é, seu tamanho nada representa e só vale como mate- rial de leitura. Além de pontos, usam-se barras e faixas que indicam exten- sões lineares ou, pela espessura, a importância do fenômeno. Outro tipo é o cartograma de isocurvas, em que as curvas ou linhas representam, pela posição, valores equivalentes em toda a sua extensão. Outras espécies de cartogramas: os de superfície, bidimensionais, re- comendados para indicar as variações de determinados fenômenos por meio do uso de áreas sombreadas ou coloridas; cartogramas de aparência tridimensional, também denominados blocos-diagramas, em que os fatos são expostos em perspectiva, exibindo-se o mapa esquemático. História Amostras de primitivos trabalhos cartográficos encontradas em pe- dras, papiros, metais e peles representam o meio ambiente e a situação das terras por meio de figuras e símbolos. Usaram-se, ainda, varas de bambu, madeira, tecido de algodão ou cânhamo, fibras de palmeira e conchas. O Museu Semítico da Universidade de Harvard, em Cambridge, Esta- dos Unidos, possui um mapa de origem ainda mais remota; gravado em pedra argilosa, foi achado na região mesopotâmica de Ga-Sur e parece datar de 2500 a 3000 a.C. Outro trabalho de cartografia muito antigo (c.2000 a.C.), desenhado em rocha, foi localizado numa região do norte da Itália, habitada outrora por um povo denominado camunos (camuni) pelos romanos. O Museu de Turim, na Itália, conserva a planta, desenhada em papiro, de uma mina de ouro da Núbia, na África, que data da época de Ramsés II do Egito (1304-c.1237 a.C.). Coube aos gregos os primeiros fundamentos da geografia e das nor- mas cartográficas, e ainda hoje os alicerces do sistema cartográfico repou- sam na contribuição que deixaram: a concepção da esfericidade da Terra e as noções de pólos, equador e trópicos; as primeiras medições da circunfe- rência terrestre; a idealização dos primeiros sistemas de projeções e con-

IBGE 13 - Geografia

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Concurso do IBGE 2013. Disciplina de Geografia.

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  • APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos

    Geografia A Opo Certa Para a Sua Realizao 1

    GEOGRAFIA: I - Noes bsicas de Cartografia (orientao: pontos carde-ais; localizao: coordenadas geogrficas, latitude, longitude e altitude; representao: leitura, escala, legendas e convenes). II - Aspectos fsicos e meio ambiente no Brasil (grandes do-mnios de clima, vegetao, relevo e hidrografia; ecossiste-mas). III - Organizao do espao (agrrio: atividades econmicas, modernizao e conflitos; e urbano: atividades econmicas, emprego e pobreza; rede urbana e regies metropolitanas). IV - Dinmica da populao brasileira (fluxos migratrios, reas de crescimento e de perda populacional). V - Formao Territorial e Diviso Poltico-Administrativa (organizao federativa).

    I - Noes bsicas de Cartografia (orientao: pontos cardeais; localizao: coordenadas geogrficas, latitude, longitude e altitude; representao: leitura, escala, legen-das e convenes).

    Cartografia

    A manuteno da rota de um avio ou navio, a anlise e definio de estratgias militares de ataque e defesa, a localizao de jazidas e poss-veis vias de acesso, ou a simples orientao rodoviria numa viagem de turismo, todas essas atividades exigem mapas especficos com diferentes objetivos e usurios. este o campo da cartografia.

    D-se o nome de cartografia cincia de preparar cartas, mapas e planos para os mais variados fins, com diversos nveis de complexidade e informao, baseados em elementos cientficos, tcnicos e artsticos de extremo apuro, tendo por base os resultados da observao direta ou da anlise de documentos. As cincias mais afins cartografia so a geografia e a geodsia.

    Entende-se por mapa a representao grfica convencional, geral-mente plana e em pequena escala, de reas relativamente extensas, como acontece nos mapas murais e os atlas. Para tal, so utilizados diversos sistemas de projeo, estabelecidos matematicamente. As cartas diferem dos mapas pela representao grfica em grande escala, enquanto que os planos so cartas que representam reas relativamente pequenas, o que permite desprezar a curvatura e adotar escala constante.

    Escala a relao estabelecida entre a representao do fenmeno no mapa e sua verdadeira dimenso. A escala 1:1.000.000 significa que cada medida linear do espao real est reduzida, no mapa, milionsima parte (1km = 1mm). O plano, que representa reas menores, geralmente trabalha com a escala 1:500 ou 1:50.000. O principal problema da cartogra-fia a projeo da superfcie curva da Terra sobre uma superfcie plana, o que necessariamente provoca alteraes nos ngulos e linhas definidos pelas coordenadas geogrficas.

    Divises da cartografia. Trs so as divises bsicas da cartografia: (1) cartografia topogrfica, topocartografia ou cartografia original; (2) carto-grafia geogrfica ou geocartografia; (3) cartografia temtica ou cartografia aplicada.

    Cartografia topogrfica. Vinculada geodsia, a cartografia topogrfi-ca dedica-se transformao direta das medidas e fotografias, obtidas pelos levantamentos de campo, em desenho manual ou pelos levantamen-tos fotogrficos. quase exclusivamente praticada em instituies gover-namentais que se dedicam execuo da carta de um pas. Trabalho permanente, de contnuo aperfeioamento e pormenorizao, passou a ser indispensvel tomada de decises da administrao pblica e defesa do territrio nacional. Com o emprego de escalas pequenas, produzem-se mapas detalhados, matematicamente corretos e que servem de base para outros menos detalhados.

    O uso de imagens estereoscpicas nos levantamentos aerofotogra-mtricos simplificou o desenho cartogrfico, tornando-o de mais rpida execuo e menos dependente do esforo individual. A aerofotogrametria

    constitui um mtodo de medida e representao do terreno por meio da fotografia area, que uma perspectiva cnica do terreno. As deformaes pticas desse tipo de foto so corrigidas no momento da fotografia ou em laboratrio. Por si s, no entanto, a aerofotogrametria no reduziu os levan-tamentos de campo, e ainda necessita de apoio terrestre, plenimtrico e altimtrico.

    A carta topogrfica , em regra, constituda por numerosas folhas to-pogrficas conexas. So muito utilizadas em atividades profissionais de alto nvel ligadas engenharia, navegao, estratgia e logstica militar etc.

    Cartografia geogrfica. Quase exclusivamente praticada por empresas privadas, algumas de elevado padro tcnico, a cartografia geogrfica opera em ntima conexo com a geografia, produzindo peas cartogrficas para uso do pblico em geral, sobretudo estudantes. A geocartografia trabalha a partir da cartografia topogrfica, reduzindo escalas, simplificando contedos nas mincias topogrficas e generalizando alguns dos aspectos do desenho.

    Mapas murais ou em coleo (atlas), mapas avulsos, plantas de cida-des, globos e cartas em relevo so alguns dos produtos comerciais oriun-dos da cartografia geogrfica. O nome atlas deve-se ao fato de, em 1595, na folha de ante-rosto da coleo de mapas de Gerardus Mercator (publi-cada por iniciativa de seu filho Rumold), aparecer como ilustrao de abertura o tit Atlas, condenado por Zeus a carregar os cus sobre os ombros.

    Cartografia temtica. A confeco de cartogramas a rea da carto-grafia temtica. Cartogramas so mapas esquemticos, com elevado nvel de abstrao, em que formas ou localizaes reais so estilizadas com fins conceituais e informativos. Os elementos cartogrficos, reunidos numa s folha, so representaes grficas de fenmenos espaciais e temporais, pelo que abordam numerosos assuntos quase sempre em mutao cont-nua, como as migraes, fluxos de veculos, desmatamento, reflorestamen-to etc.

    O mapa esquemtico que serve de base para o cartograma extrado do mapa topogrfico ou geogrfico, sendo o tema do cartograma exposto mediante diversos recursos grficos, como pontos e figuras, quando chamado de pictrico. Nessa modalidade, o ponto como figura geomtrica adimensional, isto , seu tamanho nada representa e s vale como mate-rial de leitura. Alm de pontos, usam-se barras e faixas que indicam exten-ses lineares ou, pela espessura, a importncia do fenmeno. Outro tipo o cartograma de isocurvas, em que as curvas ou linhas representam, pela posio, valores equivalentes em toda a sua extenso.

    Outras espcies de cartogramas: os de superfcie, bidimensionais, re-comendados para indicar as variaes de determinados fenmenos por meio do uso de reas sombreadas ou coloridas; cartogramas de aparncia tridimensional, tambm denominados blocos-diagramas, em que os fatos so expostos em perspectiva, exibindo-se o mapa esquemtico.

    Histria

    Amostras de primitivos trabalhos cartogrficos encontradas em pe-dras, papiros, metais e peles representam o meio ambiente e a situao das terras por meio de figuras e smbolos. Usaram-se, ainda, varas de bambu, madeira, tecido de algodo ou cnhamo, fibras de palmeira e conchas.

    O Museu Semtico da Universidade de Harvard, em Cambridge, Esta-dos Unidos, possui um mapa de origem ainda mais remota; gravado em pedra argilosa, foi achado na regio mesopotmica de Ga-Sur e parece datar de 2500 a 3000 a.C. Outro trabalho de cartografia muito antigo (c.2000 a.C.), desenhado em rocha, foi localizado numa regio do norte da Itlia, habitada outrora por um povo denominado camunos (camuni) pelos romanos. O Museu de Turim, na Itlia, conserva a planta, desenhada em papiro, de uma mina de ouro da Nbia, na frica, que data da poca de Ramss II do Egito (1304-c.1237 a.C.).

    Coube aos gregos os primeiros fundamentos da geografia e das nor-mas cartogrficas, e ainda hoje os alicerces do sistema cartogrfico repou-sam na contribuio que deixaram: a concepo da esfericidade da Terra e as noes de plos, equador e trpicos; as primeiras medies da circunfe-rncia terrestre; a idealizao dos primeiros sistemas de projees e con-

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    Geografia A Opo Certa Para a Sua Realizao 2

    cepo de longitude e latitude. Na antiguidade grega, Anaximandro de Mileto (sculo VI a.C.) construiu um quadrante solar e possua um mapa-mndi gravado em pedra.

    Ainda na Grcia antiga, Hecateu de Mileto representou a Terra sobre um disco metlico, udoxo de Cnido construiu um globo e Dicearco de Messnia desenhou um mapa-mndi em projeo plana-quadrada. No sculo III a.C., Eratstenes de Cirena, que dirigiu a clebre biblioteca de Alexandria, desenhou um mapa-mndi com paralelos e meridianos, tendo ainda calculado, com impressionante preciso, em vista da precariedade dos recursos da poca, a circunferncia da Terra.

    O grande nome da antiguidade, todavia, Ptolomeu, que viveu no s-culo II de nossa era. Astrnomo, gegrafo e cartgrafo, ele lanou as bases da geografia matemtica e da cartografia no clssico tratado intitulado Guia da geografia (Geographik hyphegesis), obra que s em 1405, com a traduo para o latim, chegou ao conhecimento dos eruditos europeus.

    A era clssica romana no deixou mapas, embora haja registros liter-rios de mapas elaborados em Roma. Varro (Marcus Terentius Varro) menciona mapas no poema Chorographia e Agripa determinou a confeco de um mapa do mundo ento conhecido. Das obras cartogrficas romanas s se conhece a clebre Tbua de Peutinger, cpia, feita em 1265, de um original romano que sofreu sucessivos acrscimos at o sculo IX. Desco-berta em 1494 pelo poeta Conradus Pickel (ou Celtis), que a legou a Kon-rad Peutinger, essa tbua somente veio a ser publicada em 1598. Encon-tra-se, desde 1738, na Biblioteca Pblica de Viena. Trata-se de uma carta das estradas do Imprio Romano, com as cidades e as distncias que as separam, e representa o mundo at a costa ndica.

    Idade Mdia. Entre as autoridades e autores medievais persistiram concepes gregas como a de estar a Terra pousada sobre um disco metlico. Ao mesmo tempo, as invases dos brbaros provocaram a estag-nao da produo cartogrfica e esta ficou sob exclusivo domnio de copistas eclesisticos, que valorizaram o aspecto artstico em detrimento da exatido. O disco metlico sobre o qual se considerava estar a Terra levou elaborao de mapas circulares, orientados para leste ou sul, e com os continentes representados de forma esquemtica. As separaes entre as terras lembravam a letra T, donde serem conhecidos como "mapas T-O", "mapas de roda" ou "mapas circulares".

    No primeiro perodo da Idade Mdia, destaca-se o mapa T-O de santo Isidoro de Sevilha. Dentre as centenas de mapas T-O includos nos 600 mapas-mndi medievais que se conservaram, avultam o mapa retangular de Cosmas Indikopleustes, do sculo VI, e as numerosas cpias dos ma-pas de so Beato, das quais a de so Severo, do ano 1030 e de forma oval, a mais conhecida.

    Na mesma poca, a cartografia rabe experimentava marcante pro-gresso. No ano de 827, o califa al-Mamum ordenou a traduo da Geogra-fia de Ptolomeu para o rabe. Bagd, Damasco e Crdoba, os centros culturais de ento, reuniram gegrafos e cartgrafos estimulados pelo intenso comrcio a se expandir do Mediterrneo at a China. Foram auto-res de mapas Ibn Hawkal, Abu Isak Istakhri e Maom al-Edrisi. Ibn Hula construiu um globo terrestre. O rei Rogrio II, da Siclia, foi grande incenti-vador desse movimento, e a ele al-Idrisi dedicou sua compilao geogrfi-ca, que possua um mapa-mndi dividido em setenta folhas.

    As cruzadas e o comrcio martimo, em especial o italiano, impulsio-naram a confeco de cartas nuticas, mapas martimos desenhados sobre pergaminho. Impropriamente chamados de portulanos, tinham como carac-terstica principal o desenho da rosa-dos-ventos que ocupava todo o espa-o do mar: resultava da um conjunto de retas entrecruzadas que facilitava a fixao da rota por parte do navegador.

    Destacam-se tambm nessa poca as Tbuas Toledanas, de Toledo, Espanha, completadas em 1252 por ordem de Alfonso X (1221-1284), rei de Castela, razo por que tambm so conhecidas como Tbuas Alfonsi-nas.

    Nesse perodo de grande efervescncia cientfica e cultural, so fun-dadas escolas de cartografia em Gnova, Veneza e Ancona, na Itlia, bem como em Palma de Maiorca, no arquiplago das Baleares, Espanha, que logo assumiram o papel de principais fornecedores de mapas martimos. Exemplo significativo da produo desses centros cartogrficos o Atlas catalo, de 1375, organizado por ordem de Carlos V o Sbio, rei da Frana.

    Monumento artstico, tem oito folhas e o mapa, de 390cm x 69cm, de autoria de Jaime de Maiorca (Jafuda Creques). Em conformidade com o sistema corporativo vigente poca, a cartografia, em sua produo e comrcio, ficou associada a diversas famlias, que conservavam entre si certos segredos de ordem tcnica.

    O ciclo das grandes navegaes exigiu maior exatido e ampliao das informaes cartogrficas. Ainda no sculo XV, em Sagres, Portugal, o infante D. Henrique - entre outros especialistas - reuniu gegrafos, astr-nomos e cartgrafos de diferentes pases, e no sculo seguinte Portugal j contava com grandes cartgrafos como Lopo Homem, Andr Homem, Diogo Ribeiro, Gaspar Viegas, Bartolomeu Velho e Ferno Vaz Dourado. Em 1508, em Sevilha, na Espanha, a Casa de la Contratacin de las ndias instalou um rgo fiscalizador da produo e comrcio de mapas para a navegao. O mapa-mndi Orbis typus universalis tabula (1512), do vene-ziano Jernimo Marini, o primeiro em que se registra o nome Brasil.

    J na segunda metade do sculo XVI apareceram os primeiros mapas impressos em xilografia ou que empregavam gravaes em chapas de cobre. O sculo XVII assistiu ao apogeu da cartografia nos Pases Baixos, especialmente nas cidades de Anturpia e Amsterd. Esse progresso deve-se a cartgrafos como Abraham Ortelius, Jodocus Hondius e, sobretudo, a Gerardus Mercator, forma latinizada de Gerhard Kremer (mercador). Deve-se a Ortelius o Theatrum orbis terrarum (1570), com 53 folhas cartogrficas e setenta mapas gravados em cobre, o primeiro atlas nos moldes dos atuais. Mercator criou a projeo que leva seu nome, prpria para mapas nuticos, segundo a qual os meridianos so os ngulos retos aos paralelos de latitude.

    Ainda nos Pases Baixos, a famlia Blaeu reuniu alguns dos maiores nomes da poca, como Guilielmus Caesius ou Guilielmus Jansonius Blaeu, Jan Blaeu e Cornelis Blaeu. Ao declnio da cartografia holandesa, acelera-do pelo incndio nas instalaes da famlia Blaeu, seguiu-se a ascenso da cartografia francesa, em que sobressaem Guillaume Delisle e Jean-Baptiste Bourguignon d'Anville.

    No sculo XVIII ganha corpo o critrio da exatido como regra carto-grfica e nesse aspecto se destaca o francs Csar-Franois Cassini, devido a sua carta da Frana, na escala 1:86.400, com 184 folhas. Pouco depois, Napoleo Bonaparte mandou preparar o mapa manuscrito de toda Europa, na escala 1:100.000, com 254 folhas.

    Viajantes, cientistas e descobridores como James Cook, que fez a carta da Nova Zelndia e a da costa ocidental da Austrlia, e Alexander von Humboldt, cuja obra Kosmos teve extrema importncia para a geocartogra-fia, foram grandes pioneiros nos levantamentos de campo.

    Nessa mesma poca, ocorreram dois outros acontecimentos de gran-de significado para a cincia: a medio do arco do meridiano terrestre, iniciativa da Academia de Cincias de Paris, com o fim de dirimir as ques-tes suscitadas por Cassini e Isaac Newton quanto forma da Terra. Newton estava certo: a Terra tinha a forma de um elipside de revoluo, cujo eixo menor coincidia com o eixo de rotao. Convencionou-se adot-lo, como forma matemtica correspondente a um geide mdio, que serve de referncia para o clculo das operaes geodsicas. Ao longo do tempo, vrios elipsides de revoluo foram calculados, sendo o de Hayford, em 1909, o mais adotado.

    Processos de reproduo. At o final do sculo XIX, a reproduo de mapas dependia da gravao, em uma s cor, em chapa de cobre ou em chapas de madeira. Usava-se, tambm, a litografia, com os desenhos executados em pranchas de pedra, mais tarde substitudas pelo zinco e alumnio. Para representar o relevo nas cartas topogrficas adotava-se o sistema de hachuras de Lehmann, baseado no meio-tom.

    A evoluo da cartografia prosseguiu com uma srie de invenes e aperfeioamentos, como a fotografia (e suas derivaes, como a fotometa-lografia e a aerofotogrametria), a heliogravura, a tricromia e a policromia nos processos de impresso, o sistema offset de impresso, o processo fotomecnico de Wenschow para a impresso de sombras em relevo, e o desenho automtico do contedo pelo estereoplangrafo de Zeiss. Simplifi-cou-se o letreiramento pela impresso tipogrfica (mtodo conhecido como carimbagem) e pela confeco mecnica (normgrafo), chegando-se prensa Van der Cook, ao fotonimgrafo e outros recursos cada vez mais sofisticados, como o radar, o sonar, sensores remotos, computadores e

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    satlites artificiais, que tornaram a coleta de dados e a reproduo cada vez mais acurada.

    Os mapas eram desenhados em nanquim sobre papel, cujos negati-vos, por processo fotomecnico (photomechanical transfer), geravam cpias positivas mediante um processador de transferncia por difuso, sendo em seguida transportados para as pranchas de impresso, em zinco. Antes de vidro, pesados e frgeis, o suporte dos negativos passou a ser de material plstico diverso, base de resinas vinlicas, com vrias denomina-es comerciais, como astralon ou vinilite.

    Na atualidade, o original tambm pode derivar de levantamentos aero-fotogramtricos, cujos dados, com o auxlio de instrumento ptico de preci-so, passado para a folha plstica transparente. Para esse trabalho, utiliza-se um material plstico chamado scribe (carrinho), dotado de uma camada de verniz opaco. Para cada cor (em impresso, as cores primrias so o magenta, o amarelo e o ciano, mais o preto, que combinadas repro-duzem toda a variedade de cores), preciso um negativo prprio.

    Convenes e projees

    Para interpretar os mapas, preciso conhecer suas convenes, que se baseiam em cores e se dividem em cinco grandes grupos. Assim, temos: (1) azul (hidrografia ou acidentes aquticos); (2) preto ou vermelho (aciden-tes artificiais, como rodovias); (3) castanho (hipsografia, altimetria ou for-mas de relevo); (4) verde (vegetao e plantao); (5) roxo (convenes especiais, como nas cartas aeronuticas) etc. Alm disso, empregam-se tambm numerosos sinais e smbolos empregados. Visto que os mapas recebem ttulo, inscries e legenda, o prprio tamanho da letra j em si uma conveno que possibilita ao leitor determinar a importncia relativa do fenmeno observado.

    As projees cartogrficas so representaes grficas da passagem do elipside para a superfcie plana do mapa em que a rede de coordena-das geogrficas curvilneas (meridianos e paralelos) serve de base geom-trica para os mapas. Dependendo das escalas, a projeo das coordena-das geogrficas apresenta variaes quanto forma e medida da rede. Nos mapas em escala mdia ou grande, que representam reas menores, as deformaes so pequenas. Inversamente, nos mapas em pequenas escalas, que abrangem grandes reas, as deformaes so bem maiores. Visto que sempre ocorre deformao, o primeiro problema com que se defronta o cartgrafo a determinao do sistema que melhor corresponda realidade que se pretende representar.

    As projees podem ser: (1) eqidistantes, em que as distncias so verdadeiras em determinadas direes; (2) eqiangulares ou conformes, exatas na representao de superfcies: permitem medies de ngulos e a determinao de rumos; e (3) eqireas ou equivalentes, por proporciona-rem maior exatido quanto s reas. As projees medianas ou afilticas procuram representar as trs dimenses de maneira diferente, a fim de alcanar a maior semelhana possvel na configurao dos continentes e dos oceanos.

    Projees geomtricas. Quando se leva em considerao a tcnica de transformao das coordenadas curvilneas em planos, tm-se as coorde-nadas geomtricas, em que se imagina a rede de meridianos e paralelos projetada sobre uma superfcie que envolve ou tangencia o globo terrestre. Nesse caso, preferem-se as figuras geomtricas que se adequem confec-o de mapas: o plano, o cone, o cilindro, o cubo e o poliedro.

    Na projeo cnica, os paralelos so circulares e os meridianos radi-ais, imaginando-se que o cone, que envolve o globo terrestre, o tangencia em um determinado paralelo, ficando seu vrtice no prolongamento do eixo da Terra. Desta forma, os meridianos aparecem nos mapas como linhas retas e os paralelos como circunferncias concntricas.

    Nas projees cilndricas, os paralelos so dispostos horizontalmente e os meridianos se apresentam verticais e igualmente espaados. A proje-o azimutal aquela em que o cone se abre at se transformar num plano, coincidindo seu vrtice com o ponto de tangncia. As projees azimutais variam conforme a posio do centro da projeo em relao ao centro da esfera terrestre: (1) central, quando os dois centros se confun-dem; (2) estereogrfica, quando o centro de projeo se localiza em posi-o diametralmente oposta ao ponto de tangncia; e (3) ortogrfica, quando se imagina o centro da projeo localizado no infinito.

    Esses trs tipos de projees azimutais podem diferenar-se de acor-do com a posio do ponto de tangncia: (1) polar, quando tangencia um dos plos; (2) equatorial, quando o ponto se situa no equador; (3) meridiano ou horizontal, quando tangencia um ponto qualquer da superfcie do globo terrestre, exceto o equador e os plos.

    A projeo cilndrica um caso extremo de projeo cnica no sentido contrrio ao da hiptese de um plano. Em se alongando o cone de maneira tal que seu vrtice fique no infinito, chega-se a uma posio em que o cone se transforma em um cilindro e tangencia o globo terrestre no equador. Na projeo cilndrica dita genuna, obtm-se uma rede de coordenadas em que os meridianos aparecem como retas paralelas, cortadas pelos parale-los em ngulo reto. A forte distoro nas altas latitudes vizinhas s regies polares faz com que esse tipo de projeo seja pouco empregado.

    A fim de evitar excessivas deformaes e, ao mesmo tempo, obter maior exatido, introduziram-se mudanas como a projeo azimutal eqi-distante, em que todas as distncias que partem do centro so conserva-das em escala, embora o ponto antipdico se transforme em circunferncia marginal do mapa. A projeo cnica de Bonne conserva a grandeza dos paralelos e, portanto, a rea dos trapzios. So raros os mapas feitos na projeo cbica, pois as coordenadas so projetadas sobre suas seis faces, donde a descontinuidade dos meridianos e paralelos, cuja rede se v cortada e prejudica, assim, a clareza.

    A projeo polidrica a projeo central feita sobre trapzios esfri-cos, os quais correspondem a um poliedro que, por hiptese, envolve o globo terrestre. Assim, quando cada trapzio - includo numa folha topogr-fica - no ultrapassa um grau de latitude e de longitude, deixam de existir deformaes perceptveis, tornando possvel obter medidas em todos os sentidos, dentro dos limites de cada folha topogrfica.

    Projees convencionais. Empregadas na preparao de mapas que abrangem grandes reas, as projees convencionais so comuns nos planisfrios e nos mapas-mndi. Utilizam, para a construo da rede de coordenadas, grandezas geodsicas aplicadas conforme as regras do desenho sistemtico.

    So diversos os tipos de projees convencionais: (1) trapezoidal, cri-ada por Cludio Ptolomeu no sculo II, em que os meridianos aparecem como retas que convergem para os plos, enquanto que os paralelos so retas paralelas ao equador; (2) globular, criada por Giovan Battista Nicolosi em 1660, que representa os hemisfrios, por ser de forma circular; (3) pseudocilndrica, de Sanson (1650), usada na construo de planisfrios ou na representao de grandes reas; (4) mista elptica, de Max Eckert (1908); (5) mista, de O. Winkel (1913), muito usada em atlas; (6) descont-nua, de John Paul Goode (1916), que representa um planisfrio cortado ao longo de determinados meridianos, com o objetivo de deformar o mnimo possvel as massas continentais ocenicas; (7) oblqua nrdica, de John Bartholomew (1949).

    A projeo transversal, criada por Cassini em 1682 e modificada por Gauss-Krger em 1900, ainda utilizada em muitos pases. Ao separar a superfcie terrestre em faixas, ao longo de meridianos escolhidos, e com largura mxima de trs graus de longitude, a carta topogrfica nela basea-da no contm praticamente nenhuma deformao perceptvel, podendo ser mensurvel em suas distncias, rumos e reas.

    Usada desde o sculo XVI, a projeo de Mercator, tambm chamada carta martima, de ampla utilidade, pois permite traar, em linha reta, a rota a seguir durante a travessia dos oceanos. uma projeo cilndrica modificada, em que os meridianos so retas paralelas entre si, que cortam perpendicularmente o equador e todos os paralelos.

    Uma linha oblqua corta os meridianos sempre sob o mesmo ngulo, o que permite a manuteno do rumo. A isso se d o nome de loxodromia, curva espiralada que no o caminho mais curto entre dois pontos situa-dos superfcie da Terra, porm o mais simples para a navegao. No que se refere aos planisfrios, essa no a projeo mais aconselhvel, face s deformaes que apresenta pois, proporo que se afasta do equador e aumentam as latitudes, mais exageradas se vo tornando as deforma-es, que atingem o mximo nas regies polares.

    Escalas

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    A escala cartogrfica a relao matemtica entre as distncias tra-adas em um mapa e as existentes na natureza. O mapa a representao geomtrica, sobre um plano, de uma poro de superfcie terrestre. Uma vez fornecidos os dados necessrios pela geodsia (distncias, direes e relevo), tais valores so reproduzidos em mapa por meio de desenho, o qual mantm a relao constante e rigorosa entre as distncias traadas no mapa e as extenses correspondentes na natureza. Para isso, usam-se escalas.

    A indicao da escala de um mapa direta quando feita junto le-genda, por expresso numrica ou grfica, e indireta, quando essa mesma relao estabelecida por elementos de grandeza conhecida. As escalas podem ser: (1) numricas; (2) grficas; (3) de declividades; e (4) de cores.

    Escala numrica. Expressa por frao (1/2.000) ou por razo (1:2.000), a escala numrica significa, de acordo com o exemplo, que a unidade de comprimento, no numerador, ou no primeiro membro, vale duas mil vezes essa mesma unidade no terreno. Para tanto, preciso conhecer o valor em metros, correspondente a um centmetro ou um milmetro da rgua graduada aplicada sobre o mapa. Basta cortar as duas ou trs lti-mas casas do denominador dentro da razo. Exemplo: 1/2.000 indica que um milmetro da rgua corresponde a dois metros no terreno.

    As escalas numricas podem representar relaes tpicas pela sim-ples variao dos valores expressos: a indicao 10/1 ou 10:1 uma esca-la de maior proporo, indicando que a medida sobre o desenho ou fotogra-fia dez vezes o tamanho do objeto. J a indicao 1/1 ou 1:1 a escala natural, em que a medida do desenho igual do objeto representado "em tamanho natural". Por fim, a indicao 1/10 ou 1:10 a uma escala de menor proporo, do tipo usado na confeco de mapas.

    No costume utilizar uma escala numrica de superfcie para a ava-liao de reas em mapas. Mas, se for usada, deve-se saber que a escala de superfcie de um mapa a escala linear ao quadrado. Exemplo: 1:5.000 linear 1:5.0002 de superfcie, isto , um quadrado no mapa representa 25 milhes de quadrados idnticos no terreno.

    A escala numrica para altitudes seria a escala linear do mapa. Mas, como o relevo (a terceira dimenso) imensurvel no mapa, por ser ape-nas figurado por meios grficos, o processo torna-se inaplicvel. Assim, em plantas e cartas topogrficas encontra-se por vezes, junto legenda ex-pressa em nmeros, a indicao da eqidistncia das curvas de nvel, o que permite avaliar facilmente altitudes e declives.

    Escala grfica. As escalas grficas exprimem com desenho a relao mapa-natureza e, com freqncia, so empregadas junto com a escala numrica. Sua vantagem decorre da fcil e imediata leitura, o que permite a determinao da distncia por comparao ao longo da escala desenhada, obtendo-se o resultado rapidamente, sem necessidade de clculo. Vanta-gem adicional da escala grfica o fato de acompanhar as eventuais redues ou ampliaes do mapa, conservando a razo da escala, o que no ocorre com a escala numrica.

    A escala grfica simples uma reta dividida em unidades na razo da escala. Gradua-se a reta, a partir do ponto zero, com uma unidade bsica maior para a esquerda, e para a direita marca-se a mesma unidade bsica maior tantas vezes quantas forem suficientes. A unidade da esquerda chama-se talo ou extenso e acha-se subdividida em unidades menores.

    Nas escalas grficas, o resultado depende do cuidado e prtica da operao de leitura e, esta, da finura da graduao. Nas cartas topogrfi-cas, especialmente as elaboradas pelas foras armadas, encontra-se uma escala grfica pertencente classe das escalas de converso ou binrias. a escala de passos que, de um lado da reta, tem uma graduao mtrica e, do outro, uma graduao em unidades de passos. A posio oposta das duas graduaes ao longo da meta permite avaliar o nmero de metros para determinado nmero de passos e vice-versa. A distncia conhecida tomada numa tira de papel ou no compasso de ponta-seca e l-se o valor correspondente em unidades da escala oposta ao longo do tronco e do talo, da mesma maneira como se procede com a escala grfica simples.

    Outro tipo de escala grfica o da composta ou de deformaes. A projeo cartogrfica empregada na construo da rede de coordenadas geogrficas (meridianos e paralelos) no plano provoca deformaes linea-res nos mapas geogrficos. A escala composta apresentada num conjun-to em que so indicadas com exatido as escalas de latitudes escolhidas, a

    primeira relativa ao equador. A ligao dos valores iguais das graduaes das escalas forma uma srie de curvas que permitem determinar grafica-mente o valor de distncias em qualquer latitude.

    Nos atlas escolares empregam-se figuras geomtricas, como o qua-drado da rea conhecida, desenhada, na escala linear, num canto do mapa. costume incluir nos mapas de origem europia o desenho esque-mtico do prprio pas, na escala do mapa, o que permite obter imediata idia da grandeza de outras terras mediante simples comparao visual.

    Escala de declividades. D-se o nome de escala de declividades -quela que permite medir inclinaes das vertentes e rampas das vias quando o relevo representado por curvas de nvel, hachuras ou esbati-dos. Tal escala, que envolve a terceira dimenso, elaborada com retas graduadas de maneira progressiva e em que os espaos marcados contam sempre a partir da origem. L-se o valor mais prximo da escala entre curvas consecutivas e, se for necessrio obter valores mais precisos, interpolam-se as diferenas por estimativa. A graduao das escalas de declividades pode ser percentual ou angular. Uma dada escala s serve para determinada escala linear e determinada eqidistncia de curvas de nvel.

    Escalas de cores. Usadas para a representao do relevo nos mapas, empregam-se escalas de cores que, conforme certas regras, indicam as zonas de altitude e depresso. Em geral colocadas junto s legendas, essas escalas designam com cores diferentes a altitude dos planos hori-zontais ou as curvas que limitam tais zonas.

    Clculo da escala. Quando, por qualquer motivo, desapareceu a le-genda e, assim, no se conhece a escala, o prprio contedo do mapa conta com elementos de grandezas conhecidas que permitem, indiretamen-te, determinar a escala, seja numrica ou grfica. A rede de coordenadas geogrficas um destes, pois sua malha fornece a base para o clculo ou a construo da escala, sabendo-se que um grau de latitude, ao longo de qualquer meridiano, equivale a 111km. Medindo-se com a rgua o espao entre dois paralelos, pode-se determinar a relao entre a grandeza do grau e sua medida sobre o mapa.

    Nas folhas topogrficas das cartas oficiais, costume apresentar, a-lm da rede de coordenadas geogrficas, um sistema de quadriculagem quilomtrica que se estende de maneira contnua sobre as folhas, indican-do a grandeza linear de um quilmetro, o que um recurso empregado para a avaliao de distncias e reas sobre as cartas.

    J nas cartas nuticas, construdas pela projeo de Mercator, nota-se, em toda a moldura, uma graduao em unidades de arco, que serve principalmente para a determinao da posio dos navios: em latitude, pelas duas graduaes laterais e, em longitude, pela graduao das mar-gens inferior e superior. Isso torna-se possvel porque as graduaes laterais, que se referem latitude, no so igualmente espaadas em suas unidades, visto que se alongam no sentido do equador para os plos. Sabendo-se que as grandezas angulares das escalas laterais representam valores lineares constantes, possvel avaliarem-se distncias nesses mapas nuticos.

    Para isso, marca-se, sobre a diviso sexagesimal lateral, a extenso tomada no mapa entre os dois pontos em questo, de maneira a fazer coincidir o ponto mdio dessa medida com o ponto da mdia das latitudes dos dois lugares. Os extremos dessa extenso indicaro, sobre a gradua-o, a distncia procurada em medida de arco, que por meio dos coeficien-tes conhecidos pode ser transformada em medida linear mtrica ou de outro sistema. Indiretamente, portanto, avaliam-se as distncias lineares em mapas de projeo eqiangular ou conforme, mediante a graduao late-ral.

    Cartografia e comunicao

    Seria redundante afirmar que o mapa uma imagem, se esta no ti-vesse passado a ser to valorizada como modo de expresso ao longo de todo o sculo XX. Com a adoo de convenes simblicas como cores, traos, emblemas, nmeros etc., o mapa deve ser suficiente como tal, isto , como representao porttil e eficaz de uma dada realidade, capaz, assim, de servir de base para a evocao, o raciocnio ou o projeto de qualquer espcie, dos mais amenos, como uma viagem turstica, at os mais dramticos, como a invaso de um pas.

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    Essas qualidades colocam o mapa, a carta e todos os outros meios da cartografia no domnio das estruturas lingsticas, uma vez que tambm so meios de comunicao, isto , configuram uma linguagem. Seja como suporte verificao pessoal ou como meio de expresso dessa pesquisa e das concluses a que leva, permite sempre um dilogo entre autor e leitor ou autor e pblico, que para isso mobiliza estruturas sociais e psicolgicas. Do correto emprego destas depende a resposta dos consulentes: de um lado, h o sistema de relaes e interesses que congrega autor-cartgrafo-editor-impressor-divulgador-pblico e, de outro, os meios pelos quais se unem com tais objetivos vrias tcnicas de desenho, recursos de pensa-mento e recursos grficos, assim como noes de psicologia aplicada percepo visual e indispensveis comunicao da mensagem cartogrfi-ca.

    Ainda que resultante da inteno de visualizar as informaes, o ma-pa requer grande ateno do interessado em sua leitura bidimensional, menos comum que a linear, e de menor rapidez. Assim, para ser aceito e adotado, deve oferecer ao usurio uma forma de expresso que lhe permita economia do esforo mental em relao a outros meios de informao, e ainda atrativos que lhe atinjam tanto os mecanismos da conscincia como do inconsciente.

    necessrio, portanto, dosar a durao ideal do interesse do usurio e explorar o melhor possvel componentes prioritrios como a representa-o do relevo, a hierarquia das cores, a legenda facilmente memorizvel. A feliz combinao desses elementos foi qualidade aprecivel nos trabalhos cartogrficos desde suas origens, motivo pelo qual muitos mapas se torna-ram, modernamente, requintados objetos de decorao, emoldurados e postos em lugares de destaque. Os aperfeioamentos tecnolgicos no diminuram, antes acrescentaram, a atrao esttica dos mapas. Ficaram famosos, na segunda metade do sculo XX, tanto pela preciso cientfica como pela beleza e bom gosto grfico-editorial, os mapas da National Geographic Society, dos Estados Unidos. Coordenadas geogrficas; Geo-dsia; Mapa

    Coordenadas geogrficas

    Por mais diminuto que seja, qualquer ponto na superfcie da Terra po-de ser localizado no mapa, se forem conhecidas suas coordenadas geogr-ficas.

    As coordenadas geogrficas so a latitude e a longitude, representa-das pelos meridianos e paralelos, que aparecem nos mapas cartogrficos em forma de linhas. Assim, por exemplo, se desejamos encontrar no mapa o monte Bernina, e sabemos que suas coordenadas so 46o22' de latitude N e 9o50' de longitude E, verificamos que est localizado entre a Sua e a Itlia.

    Acompanhando o movimento de rotao da Terra, veremos que cada ponto do planeta descreve circunferncias cujos crculos so perpendicula-res ao eixo dos plos. Dentre essas circunferncias h uma que traa o crculo mximo da esfera, cujo plano passa pelo centro da Terra e a divide em duas metades ou hemisfrios: a linha do equador. Os demais crculos vo diminuindo de tamanho a partir do equador, para cima ou para baixo, na direo dos plos, e assim formam linhas paralelas. Essas linhas, como o nome indica, so os paralelos.

    Podemos traar tambm sobre a esfera terrestre outra srie de crcu-los, perpendiculares aos anteriores, de tal modo que passem todos pelo eixo dos plos e que, na vertical, dividem a superfcie arredondada em pores, semelhantes a gomos de laranja. Essas linhas so os meridianos.

    Como se pode traar um meridiano e um paralelo sobre cada ponto da Terra, dizemos que seu nmero infinito. Assim sendo, temos de sele-cionar um paralelo e um meridiano determinados, para que sirvam de referncia dentro do sistema de coordenadas geogrficas. Entre os parale-los, a linha do equador universalmente aceita como a coordenada geo-grfica referencial. Para os meridianos no existe a mesma aceitao universal. Todavia, a maioria dos pases aceita a pequena cidade de Gre-enwich (a sudeste de Londres) como ponto de referncia para o meridiano zero.

    Com essa disposio, qualquer ponto do globo terrestre pode ter sua localizao determinada pelas duas distncias angulares, uma at o equa-dor e outra at o meridiano zero. O ngulo formado pelo plano do meridiano de referncia e o plano correspondente a qualquer outro meridiano se

    denomina longitude geogrfica e medido em graus (o), minutos (') e segundos (''). Todos os pontos situados num mesmo meridiano tm idntica longitude. Ainda que essa longitude possa abranger a totalidade de um crculo (360o), na prtica se contam 180o a leste (E) e 180o a oeste (O).

    O ngulo formado pela vertical de qualquer ponto da superfcie terres-tre com o plano do equador se denomina latitude geogrfica, e tambm medido em graus, minutos e segundos.

    Todos os pontos situados no mesmo paralelo tm igual latitude. A ex-tenso da latitude oscila entre 0o no equador e 90o nos plos. Deve-se distinguir entre latitude norte (N) ou sul (S), conforme o hemisfrio em que est situado o ponto que se quer localizar. O correto funcionamento desse sistema depende da preciso com que se possa determinar as coordena-das em qualquer ponto.

    A latitude tem sido determinada com preciso desde a antiguidade clssica, mas a longitude s pde ser fixada de maneira definitiva muito tempo depois. Desde o sculo IV a.C., os gregos sabiam, graas s con-quistas de Alexandre o Grande, que a Terra era mais extensa de oeste para leste que de norte para sul, ou seja, sabiam que o planeta era acha-tado nos plos. Nessa poca surgiram os conceitos de longitude e latitude. Entretanto, a falta de dados concretos sobre a relao comprimento-largura (longitude-latitude) da Terra impedia que se determinasse com preciso cada ponto. Por isso, os mapas obtidos naquela poca eram muito defor-mados e no davam uma idia correta da realidade espacial.

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    Na prtica, o clculo das coordenadas geogrficas de um ponto se re-aliza sempre por mtodos indiretos, j que a rede de paralelos e meridianos no mais que a projeo terrestre de um sistema de coordenadas astro-nmicas. O procedimento tradicional para se determinar a latitude de um ponto o seguinte: calcula-se a altura do Sol sobre o horizonte, por meio de um sextante, e localiza-se a estrela Polar, no hemisfrio norte, ou o Cruzeiro do Sul, no hemisfrio sul. Tanto um como o outro se encontram alinhados no prolongamento do eixo da Terra, e por isso constituem pontos precisos de referncia.

    A determinao da longitude um problema mais difcil, s resolvido em data bem mais recente. At o final do sculo XVII, a nica forma de se determinar a longitude era conhecer a distncia percorrida a partir de um determinado ponto. Em terra, o problema tinha soluo, mas no mar era praticamente insolvel. Da a deformao dos mapas antigos, que atribu-am ao mar Mediterrneo uma dimenso muito maior do que a real; da mesma forma, foi muito difcil para os cartgrafos quinhentistas, depois do descobrimento da Amrica, situar no Atlntico a linha que separava os territrios portugueses dos espanhis, de acordo com o Tratado de Tordesi-lhas. No princpio do sculo XVIII, j conhecidas as dimenses aproxima-das do planeta, solucionou-se o problema da longitude. Como a Terra d uma volta completa sobre seu eixo a cada 24 horas, cada hora avana 15o, de maneira que a longitude, expressada em graus, obtida pela diferena em horas entre o meridiano de origem e o meridiano cuja longitude se quer determinar. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicaes Ltda.

    MEIO DE ORIENTAO E COORDENADAS GEOGRFICAS OS PONTOS DE ORIENTAO O homem, para facilitar o seu deslocamento sobre a superfcie terres-

    tre, tomando por base o nascer e o pr do Sol, criou alguns pontos de orientao.

    Devido marcante influncia que o Sol exerce sobre a Terra, o ho-

    mem, observando sua aparente marcha pelo espao, fixou a direo em que ele surge no horizonte.

    O ponto em que o Sol aparece diariamente no horizonte, o nascente,

    conhecido tambm por leste ou oriente, e o local onde ele se pe, o poente, corresponde ao oeste ou ocidente.

    Estendendo a mo direita para leste e a esquerda para oeste, encon-

    tramos mais dois pontos de orientao o norte, nossa frente, e o sul, s nossas costas.

    Esses quatro principais pontos de orientao: norte, sul, leste e oeste,

    constituem os pontos cardeais. Entre os pontos cardeais, foram criados mais quatro pontos de orien-

    tao, os colaterais, que so: nordeste, sudeste, noroeste e sudoeste. Para tornar mais segura a orientao sobre a superfcie terrestre, en-

    tre um ponto cardeal e um colateral foi criado o subcolateral. Os pontos subcolaterais so em nmero de oito:

    NNE nor-nordeste; ENE es-nordeste;

    ESE es-sudeste; SSE su-sudeste; SSO su-sudoeste; OSO os-sudoeste; ONO os-noroeste; NNO nor-noroeste.

    Juntando-se os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais notamos

    que eles formam uma figura conhecida pelo nome de rosa-dos-ventos. O MAGNETISMO TERRESTRE

    A Terra pode ser perfeitamente comparada a um gigantesco im, possuindo dois plos magnticos que se situam prximo aos plos geogrficos, mas que no coincidem com estes.

    O magnetismo terrestre tem sua provvel origem na eletricidade emi-

    tida pela massa lquida, proveniente da juno dos oceanos nas extremida-des do globo terrestre.

    Descoberta a atrao magntica que os extremos da Terra exercem

    sobre as demais partes do globo, inventou-se a bssola, aparelho que um seguro meio de orientao.

    A bssola constituda por uma agulha magntica convenientemente

    colocada sobre uma haste no centro de uma caixa cilndrica. A agulha est ligada a um crculo graduado e dividido como a rosa-

    dos-ventos. Este crculo geralmente constitudo de talco ou mica. Como essa agulha tem a propriedade de apontar sempre o norte, para

    nos orientarmos pela bssola basta colocarmos o norte do mostrador na direo indicada pela agulha, o que de imediato nos proporcionar a posi-o dos demais pontos.

    A agulha imantada da bssola no aponta o norte geogrfico, mas sim

    o norte magntico. A direo da agulha e o norte geogrfico formam quase sempre um ngulo, varivel de lugar para lugar e de poca para poca, ao qual se do nome de declinao magntica.

    ORIENTAO PELO CRUZEIRO DO SUL Alm dos meios de orientao j conhecidos, noite possvel nos

    orientarmos por meio das estrelas. Um importante elemento de orientao em nosso hemisfrio o Cru-

    zeiro do Sul, para ns bastante visvel. A forma de nos orientarmos por ele consiste em prolongarmos quatro

    vezes o brao maior da cruz e, desse ponto imaginrio, baixarmos uma perpendicular linha do horizonte.

    Assim teremos o sul. Se nos colocarmos de costas para a constelao

    teremos frente o norte, direita o leste e esquerda o oeste. No hemisfrio norte usa-se a estrela Polar como meio de orientao.

    Ela aponta sempre a direo norte. AS LINHAS E CRCULOS DA TERRA Devido grande extenso do nosso planeta, para facilitar a localiza-

    o de qualquer ponto da sua superfcie foram imaginadas algumas linhas ou crculos.

    Para se traar essas linhas foi necessrio representar-se graficamente

    a Terra por meio de uma figura semelhante sua forma a esfera.

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    Nos extremos da esfera terrestre esto situados os plos norte e sul.

    A igual distncia dos plos, foi traado no centro da esfera terrestre um crculo mximo o Equador.

    O Equador divide a Terra horizontalmente em duas partes iguais os

    hemisfrios norte ou boreal e sul ou austral. PARALELOS Paralelamente ao Equador, em ambos os hemisfrios, foram traadas

    outras linhas ou crculos os paralelos (90 no hemisfrio norte e 90 no hemisfrio sul).

    Portanto, paralelos so crculos imaginrios que atravessam a Terra

    paralelamente ao Equador. Destas linhas duas so mais importantes em cada um dos hemisfrios

    os Trpicos de Cncer e de Capricrnio, distantes do Equador a aproxi-madamente 2327', e os crculos polares rtico e Antrtico, que se distanci-am do seu plo correspondente a aproximadamente 2327'.

    AS ZONAS CLIMTICAS DA TERRA Os trpicos e os crculos polares dividem a superfcie terrestre em

    cinco grandes zonas climticas, assim chamadas porque nos indicam aproximadamente o clima de cada uma dessas regies:

    Zona trrida: que se localiza entre os dois trpicos e atravessada ao

    centro pelo Equador. Constitui a zona mais quente do globo. Zonas temperadas: a do Norte e a do Sul, situando-se respectivamen-

    te entre os trpicos e os crculos polares, onde as temperaturas so bem mais amenas do que na zona trrida, e as estaes do ano se apresentam bem mais perceptveis.

    Zonas frias ou glaciais: situam-se no interior dos crculos polares rti-

    co e Antrtico e constituem as regies mais frias do globo, quase que permanentemente cobertas de gelo.

    MERIDIANOS Atravessando perpendicularmente o Equador, temos tambm linhas

    ou crculos que vo de um plo a outro os meridianos. Assim como o Equador o paralelo inicial ou de 00, os gegrafos

    convencionaram adotar um meridiano inicial. Este meridiano conhecido tambm pelo nome de Meridiano de Greenwich, pelo fato de passar prxi-mo de um observatrio astronmico situado na cidade do mesmo nome, nas proximidades de Londres, Inglaterra. Esse meridiano divide a Terra verticalmente em dois hemisfrios o oriental e o ocidental.

    Embora se possam traar tantos meridianos quantos se queira, so u-

    tilizados somente 360 deles. Tomando-se por base o Meridiano Inicial ou de Greenwich, temos 180 meridianos no hemisfrio oriental e 180 no oci-dental.

    AS COORDENADAS GEOGRFICAS Utilizando os paralelos e os meridianos podemos, por meio da latitude

    e da longitude, determinar a posio exata de um ponto qualquer da super-

    fcie terrestre. A latitude e a longitude constituem as coordenadas geogrfi-cas.

    LATITUDE A latitude a distncia em graus de qualquer ponto da superfcie ter-

    restre em relao ao Equador. Ela pode ser definida como o ngulo que a vertical desse lugar forma

    com o plano do Equador. A Latitude pode ser norte ou sul e variar de 00 a 900. Cada grau divi-

    de-se em 60 minutos e cada minuto em 60 segundos. Todos os pontos da superfcie terrestre que tm a mesma latitude en-

    contram-se evidentemente sobre o mesmo paralelo. LONGITUDE Corresponde distncia em graus que existe entre um ponto da su-

    perfcie terrestre e o Meridiano Inicial ou de Greenwich. Ela pode ser oriental ou ocidental, contada em cada um destes hemis-

    frios de 0 a 180. Se quisermos saber qual a posio geogrfica da cidade onde mora-

    mos, basta procurar no mapa o paralelo e o meridiano que passam por ela ou prximo a ela.

    Observe o exemplo abaixo e ponha em prtica o que acabamos de

    aprender. FUSOS HORRIOS

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    De acordo com o que observamos, a Terra realiza o movimento de ro-tao de oeste para leste.

    Para dar uma volta completa sobre si, diante do Sol, a Terra leva 24

    horas, o que corresponde a um dia (um dia e uma noite). Sabendo-se que a esfera terrestre se divide em 3600 e que o Sol leva

    24 horas para ilumin-la, conclui-se que, a cada hora, so iluminados diretamente pelo astro-rei 15 meridianos (360 : 24 = 15).

    O espao da superfcie terrestre compreendido entre 15 meridianos

    ou 150 recebe o nome de fuso horrio. A Terra possui, portanto, 24 fusos horrios, que representam as 24 horas do dia.

    Para calcular a hora, convencionou-se que o fuso horrio inicial, isto

    , o fuso a partir do qual a hora comearia a ser contada, seria o fuso que passa por Greenwich.

    A hora determinada por este fuso horrio recebe o nome de hora

    GMT. Partindo-se da hora GMT, quando na regio que corresponde ao me-

    ridiano inicial for meio-dia, nas regies compreendidas em cada um dos fusos a leste desse meridiano teremos uma hora a mais, e a oeste, uma hora a menos, isto porque, conforme vimos, a Terra gira de oeste para leste.

    Consideradas as ilhas ocenicas, o Brasil possui 4 fusos horrios. Observamos pelo mapa que h um limite prtico e um terico dos fu-

    sos horrios. O meridiano que divide o 1 fuso do 2 passa pelos Estados do Nor-

    deste. Se esse limite terico prevalecesse, esses Estados teriam horas diferentes. Como a diferena no muito grande, criou-se um limite prtico, atravs do desvio do meridiano que divide o 1 do 2 fuso horrio. Assim, todo o territrio nordestino permanece no 2 fuso horrio brasileiro.

    Notamos tambm que do 2 para o 3 fuso houve um desvio para co-

    incidir com os limites polticos dos Estados, exceo feita ao Par, cujo territrio se encontra no 2 e 3 fusos.

    O 1 fuso horrio brasileiro est atrasado duas horas em relao a

    Greenwich. O 2 fuso horrio, atrasado trs horas em relao a Greenwich, consti-

    tui a hora legal do nosso pas (hora de Braslia). Nele encontra-se a maioria dos Estados brasileiros.

    O 3 fuso horrio est atrasado quatro horas em relao a Londres e

    uma hora em relao a Braslia.. O 4 fuso horrio, com cinco horas de atraso em relao a Greenwich,

    est atrasado tambm duas horas em relao a Braslia. Nele esto inseri-dos apenas o Acre e o extremo-oeste do Estado do Amazonas.

    LINHA INTERNACIONAL DE MUDANA DA DATA Estabelecido o sistema de fusos horrios, tornava-se necessrio de-

    terminar o meridiano a partir do qual deveramos comear a contagem de um novo dia. Escolheu-se para tal fim o meridiano de 1800 ou linha interna-cional da data, onde ocorre a mudana de datas. Cruzando-se esta linha no sentido oeste-leste, deve-se subtrair um dia (24 horas) e, cruzando-a no sentido leste-oeste, deve-se acrescentar um dia.

    A REPRESENTAO DA TERRA A representao grfica da Terra uma tarefa que cabe a um impor-

    tante ramo da cincia geogrfica a Cartografia. A Cartografia tem por objetivo estudar os mtodos cientficos mais

    adequados para uma melhor e mais segura representao da Terra, ocu-

    pando-se, portanto, da confeco e anlise dos mapas ou cartas geogrfi-cas.

    Existem duas formas por meio das quais representamos graficamente

    o nosso planeta: os globos e os mapas. O globo terrestre a melhor forma de se representar a Terra, pois no

    distorce a rea e a forma dos oceanos e continentes. Porm, os mapas, alm de oferecerem maior comodidade no seu manuseio e transporte, so menos custosos e permitem, tambm, que as indicaes neles contidas sejam mais completas e minuciosas do que nos globos.

    ESCALAS Para reproduzirmos a Terra ou parte dela em um mapa, precisamos

    diminuir o tamanho da rea a ser representada. Para este fim que dispomos das escalas. Chamamos escala rela-

    o de reduo que existe entre as dimenses reais do terreno e as que ele apresenta no mapa. As escalas podem ser de duas espcies:

    Numrica ou aritmtica: representada por uma frao ordinria ou sob

    000 5001

    a forma de uma razo 1:500 000.

    Isto significa que o objeto da representao foi reduzido em quinhen-

    tas mil vezes para ser transportado com detalhes para o mapa. Assim, para se saber o valor real de cada centmetro basta fazer a

    seguinte operao: Escala 1: 500 000 1 cm = 5 000 metros ou 5 km Conhecendo o valor real de cada centmetro, com o auxlio de uma

    rgua, poderemos calcular a distncia em linha reta entre dois ou mais pontos do mapa.

    Basta, por exemplo, medir os centmetros que separam duas cidades

    e multiplic-los pelo valor equivalente a 1 cm, j encontrado pela operao acima exemplificada.

    Grfica: representada por uma linha reta dividida em

    partes, na qual encontramos diretamente os valores. Um mapa feito em grande escala quando a reduo ou o denomina-

    dor da frao pequeno (1:80000; 1:50000). Um mapa elaborado em pequena escala quando a reduo ou o denominador da frao grande (1:500 000; 1:10 000 000).

    PROJEES CARTOGRFICAS Como a representao da Terra ou de parte dela em um mapa no

    pode ser feita com exatido matemtica, posto que a esfera um corpo geomtrico de certa incompatibilidade com as figuras planas, preciso deform-la um pouco.

    Essas deformaes sero tanto maiores quanto menor for a superfcie

    representada. As deformaes que a Terra ou parte dela sofre ao ser representada

    em figuras planas os mapas ocorrem devido s projees cartogrfi-cas.

    Diversos tipos de projees permitem-nos passar para um plano, com

    o mnimo possvel de deformaes, as figuras construdas sobre uma esfera.

    Em todos os tipos de projees, primeiro transportada, da esfera pa-

    ra a superfcie, a rede de paralelos e meridianos, depois, ponto por ponto, as figuras ou formas que se deseja representar.

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    Geografia A Opo Certa Para a Sua Realizao 9

    TIPOS DE PROJEES CARTOGRFICAS Todas as projees cartogrficas tm vantagens e inconvenientes.

    Por exemplo, as eqiangulares, para dar traado exato dos continentes, respeitam os ngulos, porm exageram as propores; as equivalentes mantm as superfcies e as propores, deformando com isto o traado dos continentes; as eqidistantes procuram respeitar a proporo entre as distncias; e as ortomrficas conservam as formas.

    Uma vez que nenhuma projeo rene os requisitos de conservao

    do ngulo, da rea, da distncia e da forma, o cartgrafo deve us-las de acordo com a superfcie que deseja representar e a finalidade a que o mapa se destina.

    As projees costumam ser reunidas em trs tipos bsicos: cilndri-

    cas, cnicas, e azimutais. PROJEO CILNDRICA Esta projeo, idealizada pelo cartgrafo Mercator, consiste em proje-

    tar a superfcie terrestre e os paralelos e meridianos sobre um cilindro. Neste tipo de projeo, muito utilizada na confeco dos planisfrios,

    os paralelos e meridianos so representados por linhas retas que se cortam em ngulos retos. Os paralelos aparecem tanto mais separados medida que se aproximam dos plos, acarretando grandes distores nas altas latitudes.

    Dessa forma, a Groenlndia, por exemplo, que bem menor que a

    Amrica do Sul, no planisfrio aparece quase do mesmo tamanho que essa parte do continente americano.

    PROJEO CNICA Neste tipo de projeo, a superfcie da Terra representada sobre um

    cone imaginrio, que est em contato com a esfera em determinado parale-lo.

    Por essa projeo, obtemos mapas ou cartas com meridianos for-

    mando uma rede de linhas retas, que convergem para os plos, e paralelos constituindo crculos concntricos que tm o plo como centro.

    Na projeo cnica, as deformaes so pequenas prximo ao para-

    lelo de contato, mas tendem a aumentar medida que as zonas represen-tadas esto mais distantes.

    Devemos recorrer a este tipo de projeo para representarmos mapas

    regionais, onde so apresentadas apenas pequenas partes da superfcie terrestre.

    PROJEO AZIMUTAL Esse tipo de projeo se obtm sobre um plano tangente a um ponto

    qualquer da superfcie terrestre. Este ponto de tangncia ocupa sempre o centro da projeo.

    No caso do plano ser tangente ao plo, os paralelos aparecem repre-

    sentados por crculos concntricos, que tm como centro o plo e os meri-dianos corno raios, convergindo todos para o ponto de contato.

    Neste tipo de projeo, as deformaes so pequenas nas proximida-

    des do plo (ou ponto de tangncia), mas aumentam medida que nos distanciamos dele.

    A projeo azimutal destina-se especialmente a representar as regi-

    es polares e suas proximidades. Alm destes trs tipos de projees, podemos destacar tambm: a de Mollweide: no utiliza nenhuma superfcie de contato. Ela se des-

    tina representao global da Terra, respeitando os aspectos da superf-

    cie, porm, os meridianos se transformam em elipses, e o valor dos ngulos no respeitado. Nesta projeo, os paralelos so linhas retas e os meridi-anos, linhas curvas;

    a estereogrfica: utilizada para os mapas-mndi, em que a Terra apa-

    rece representada por dois hemisfrios o oriental e o ocidental. Nela, os paralelos e meridianos, com exceo do Equador e do Meridiano Inicial, so curvos, sendo que a curvatura dos paralelos aumenta gradativamente, medida que se aproximam dos plos.

    CONVENES CARTOGRFICAS Vrias tcnicas so empregadas pelos cartgrafos para se represen-

    tar, em um mapa, os aspectos fsicos, humanos e econmicos de um continente, pas ou regio.

    SMBOLOS Tendo em vista simplificar o uso de smbolos para se expressar os e-

    lementos geogrficos em um mapa, foi padronizada uma simbologia inter-nacional, que permite a leitura e a interpretao de um mapa em qualquer parte do globo.

    A REPRESENTAO DO RELEVO TERRESTRE A representao do relevo terrestre pode ser feita por meio de vrios

    processos: graduao de cores, curvas de nvel, hachuras e mapas som-breados.

    MAPAS COM GRADUAO DE CORES Como exemplo de mapas com graduao de cores, temos:

    mapas de relevo ou hipsomtricos: em que as diferen-as de altitude so sempre expressas: pelo verde, para re-presentar as baixas altitudes; pelo amarelo e alaranjado, para as mdias altitudes; e pelo marrom e avermelhado, para as maiores altitudes;

    mapas ocenicos ou batimtricos: onde observamos as

    diferentes profundidades ocenicas, peas tonalidades do a-zul: azul claro, para representar as pequenas profundidades, e vrios tons de azul, at o mais escuro, para as maiores pro-fundidades.

    CURVAS DE NVEL As curvas de nvel so linhas empregadas para unir os pontos da su-

    perfcie terrestre de igual altitude sobre o nvel do mar.

    Elas so indicadas no mapa por algarismos aos quais se d o nome

    de cotas de altitude. O processo de representar o relevo por curvas de nvel consiste em

    se imaginar o terreno cortado por uma srie de planos horizontais guardan-do entre si uma distncia vertical.

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    A diferena de nvel entre duas curvas quase sempre a mesma, po-

    rm, se duas curvas se aproximam, porque o declive (inclinao) maior, e se, pelo contrrio, se afastam, o declive, ou seja, o relevo, mais suave e menos abrupto.

    HACHURAS As hachuras so pequenos traos, de grossura e afastamento vari-

    vel, desenhados para exprimir maior inclinao do terreno. Elas so desenhadas entre as curvas de nvel e perpendicularmente a

    elas. Assim sendo, os mapas que representam relevos de maior declivida-

    de ou inclinao so bastante escurecidos, enquanto aqueles que repre-sentam menores inclinaes do terreno se apresentam mais claros. Os terrenos planos e os situados ao nvel do mar so deixados em branco.

    Este mtodo no tem sido muito utilizado ultimamente, sendo substitu-

    do pelo das curvas de nvel ou pelo da graduao de cores. FOTOGRAFIAS AREAS OU AEROFOTOGRAMETRIA Atualmente vem ganhando destaque o processo de reconhecimento

    do terreno pelas fotografias areas. Este processo, denominado aerofoto-grametria, desenvolvido da seguinte maneira:

    Um avio, devidamente equipado, fotografa uma certa rea, de tal modo que o eixo focal seja perpendicular superfcie. A primeira e a se-gunda fotos devem corresponder cobertura de uma rea comum de aproximadamente 600/o (figura A).

    As fotos obtidas so colocadas uma ao lado da outra, obedecendo a mesma orientao, de tal forma que ambas apresentem igual posio.

    Com o auxlio de um estereoscpio podemos observar a rea (A) em imagem tridimensional.

    Utilizando-se vrios instrumentos, podem ser traadas as curvas de nvel e interpretados os diversos aspectos fsicos que a rea focalizada apresenta.

    II - Aspectos fsicos e meio ambiente no Brasil (grandes domnios de clima, vegetao, relevo e hidrografia; ecos-sistemas).

    Brasil

    "Pas do futuro", "terra dos contrastes", "nao da cordialidade" e "gi-gante adormecido", so alguns dos qualificativos com que se tenta resumi-damente explicar a complexa e multifacetada realidade brasileira, onde a abundncia de terras frteis convive com multides de desempregados, prodigiosos recursos naturais no conseguem impedir bolses de misria e se vem cidades to modernas quanto as do primeiro mundo ou tribos indgenas que vivem ainda como seus antepassados de 1500, ao tempo do descobrimento.

    nico pas de colonizao portuguesa em todo o continente americano, o Brasil difere muito de seus vizinhos tanto na lngua quanto na cultura, na maneira de ser de seu povo como nas preferncias de sua elite intelectual e econmica, no relevo do solo como na configurao do litoral. E ele mesmo uma grande colcha de retalhos, com regies completamente diferentes entre si, tanto no aspecto fsico como na organizao urbana, na histria como na cultura, embora exista latente e sempre pronto a manifes-tar-se com vigor um sentimento geral de brasilidade.

    Uma das naes-continente do mundo, com rea de 8.547.404km2, o Brasil ocupa quase a metade da Amrica do Sul e o quinto pas do mun-do em extenso territorial, apenas sobrepujado pela Rssia, Canad, China e Estados Unidos. Ao longo de cerca de 16.000km de fronteiras, limita-se ao norte com a Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Venezuela; a oeste com a Colmbia, Peru, Bolvia e Paraguai; ao sul, com a Argentina e o Uruguai; e a leste com o oceano Atlntico. Portanto, apenas dois pases sul-americanos no tm fronteira com o Brasil: Equador e Chile. Com a forma aproximada de um imenso tringulo, o territrio brasileiro tem largura

    e altura praticamente iguais: no sentido norte-sul, estende-se por 4.320km, desde o monte Cabura, na fronteira com a Guiana, at o arroio Chu, na fronteira com o Uruguai; e no sentido oeste-leste, por 4.328km, da serra de Contamana, no Peru, at a ponta do Seixas, no litoral da Paraba.

    O nome Brasil deriva da rvore Caesalpinia echinata, chamada pelos ndios de ibirapitanga e pelos portugueses de pau-brasil, pela cor de brasa do seu cerne, comerciado como corante. J um ato notarial de 1503 arrola-va um carregamento de "paus do brasil", trazidos da terra recm-descoberta. At o sculo XVII, "brasileiros" eram inicialmente os que co-merciavam com pau-brasil; depois os que vinham para o Brasil ganhar a vida; e finalmente os filhos da terra, nativos ou descendentes de europeus.

    Geografia fsica

    Geologia

    O territrio brasileiro, juntamente com o das Guianas, distingue-se niti-damente do resto da Amrica do Sul. Seu embasamento abriga as maiores reas de afloramento de rochas pr-cambrianas, os chamados escudos: o escudo ou complexo Brasileiro, tambm designado como embasamento Cristalino, ou simplesmente Cristalino; e o escudo das Guianas. Os terre-nos mais antigos, constitudos de rochas de intenso metamorfismo, formam o complexo Brasileiro. O escudo das Guianas abarca, alm das Guianas, parte da Venezuela e do Brasil, ao norte do rio Amazonas. Entre ambos situa-se a bacia sedimentar do Amazonas, cuja superfcie est em grande parte coberta por depsitos cenozicos, em continuao aos da faixa adjacente aos Andes.

    As rochas mais antigas do escudo das Guianas datam de mais de dois bilhes de anos. portanto uma rea estvel de longa data. Na faixa costeira do Maranho e do Par ocorrem rochas pr-cambrianas, que constituem um ncleo muito antigo, com cerca de dois bilhes de anos. A regio pr-cambriana de Guapor coberta pela floresta amaznica. A do rio So Francisco estende-se pelos estados da Bahia, Minas Gerais e Gois. H dentro dessa regio uma unidade tectnica muito antiga, o geossinclneo do Espinhao, que vai de Ouro Preto MG at a borda meridi-onal da bacia sedimentar do Parnaba. As rochas mais antigas dessa rea constituem o grupo do rio das Velhas, com idades que atingem cerca de 2,5 bilhes de anos.

    As rochas do grupo Minas assentam-se em discordncia sobre elas, e so constitudas de metassedimentos que em geral exibem metamorfismo de fcies xisto verde, com idade aproximada de 1,5 bilho de anos. Perten-ce a esse grupo a formao Itabira, com grandes jazidas de ferro e manga-ns. Sobre as rochas do grupo Minas colocam-se em discordncia as do grupo Lavras, constitudas de metassedimentos de baixo metamorfismo, com metaconglomerados devidos talvez a uma glaciao pr-cambriana.

    Grande parte da rea pr-cambriana do So Francisco coberta por rochas sedimentares quase sem metamorfismo e s ligeiramente dobradas, constitudas em boa parte de calcrios. Essa seqncia conhecida como grupo Bambu, com idade em torno de 600 milhes de anos, poca em que provavelmente a regio do So Francisco j havia atingido relativa estabili-dade.

    Ao que parece, um grande ciclo orogentico, denominado Transama-znico, ocorrido h cerca de dois bilhes de anos, perturbou as rochas mais antigas dessa faixa pr-cambriana. Ao final do pr-cambriano, as regies do So Francisco e do Guapor eram separadas por dois geossin-clneos -- o Paraguai-Araguaia, que margeava as terras antigas do Guapor pelo lado oriental; e o de Braslia, que margeava as terras antigas do So Francisco pelo lado ocidental.

    As estruturas das rochas parametamrficas do geossinclneo Paraguai-Araguaia orientam-se na direo norte-sul no Paraguai e sul do Mato Gros-so, curvam-se para o nordeste e novamente para norte-sul no norte de Mato Grosso e Gois e atingem o Par atravs do baixo vale do Tocantins, numa extenso de mais de 2.500km. Iniciam-se por uma espessa seqn-cia de metassedimentos que constituem, no sul, o grupo Cuiab, e no norte, o grupo Tocantins. Essa seqncia recoberta pelas rochas do grupo Jangada, entre as quais existem conglomerados tidos como repre-sentantes do episdio glacial.

    O geossinclneo Braslia desenvolveu-se em parte dos estados de Goi-s e Minas Gerais. Suas estruturas, no sul, dirigem-se para noroeste e

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    Geografia A Opo Certa Para a Sua Realizao 11

    depois curvam-se para o norte. A intensidade do metamorfismo decresce de oeste para leste e varia de fcies anfibolito a fcies xisto verde. A regio central de Gois, que separa os geossinclneos Paraguai-Araguaia e Bras-lia, constituda de rochas que exibem fcies de metamorfismo de anfiboli-to.

    Uma longa faixa metamrfica, chamada de geossinclneo Paraba, es-tende-se ao longo da costa oriental do Brasil, do sul da Bahia ao Rio Gran-de do Sul e Uruguai. Suas rochas de metamorfismo mais intenso esto na serra do Mar. As rochas de baixo metamorfismo (xistos verdes) so grupa-das sob diferentes nomes geogrficos: grupo Porongos, no Rio Grande do Sul, grupo Brusque, em Santa Catarina, grupo Aungui, no Paran e sul de So Paulo, e grupo So Roque, na rea de So Roque-Jundia-Mairipor, no estado de So Paulo. Gnaisses e migmatitos da rea pr-cambriana do norte, em So Paulo e partes adjacentes de Minas Gerais, constituem a serra da Mantiqueira.

    A faixa orogentica do Cariri, no Nordeste, possui direes estruturais muito perturbadas por falhamentos. Um grande acidente tectnico, o linea-mento de Pernambuco, separa a faixa do Cariri do geossinclneo de Propri-. O grupo Cear, importante unidade da faixa tectnica do Cariri, apresen-ta metassedimentos com metamorfismos que variam da fcies xisto verde de anfibolito, recobertos em discordncia pelas rochas do grupo Jaibara.

    A fase de sedimentao intensa de todos esses geossinclneos ocorreu no pr-cambriano superior, e seu fim foi marcado por um ciclo orogentico, o ciclo Brasileiro, ocorrido h cerca de 600 milhes de anos. Suas fases tardias atingiram os perodos cambriano e ordoviciano, e produziram dep-sitos que sofreram perturbaes tectnicas, no acompanhadas de meta-morfismo. Em Mato Grosso, extensos depsitos calcrios dessa poca constituem os grupos Corumb, ao sul, e Araras, ao norte. Em discordncia sobre o Corumb, assentam as rochas do grupo Jacadigo, constitudas de arcsios, conglomerados arcosianos, siltitos, arenitos e camadas e lminas de hematita, jaspe e xidos de mangans.

    Na faixa atlntica h indcios de manifestaes vulcnicas riolticas e andesticas associadas aos metassedimentos cambro-ordovicianos, e tambm granitos intrusivos, tardios e ps-tectnicos. Os sedimentos cam-bro-ordovicianos, que marcam os estertores da fase geossinclinal no Brasil, no possuem fsseis, por se terem formado em ambiente no-marinho. Ocupam reas restritas, cobertas discordantemente pelos sedimentos devonianos ou carbonferos da bacia do Paran. A maior rea encontra-se no estado do Rio Grande do Sul.

    A seqncia da base chamada de grupo Maric, qual sucede o grupo Bom Jardim, que consiste em seqncias sedimentares semelhantes s do grupo Maric, mas caracterizadas por um vulcanismo andestico muito intenso. Segue-se o grupo Camaqu, cujas rochas exibem perturba-es mais suaves que as dos grupos sotopostos. Nas fases iniciais de deposio desse grupo, ocorreu intenso vulcanismo rioltico, mas h evi-dncias de fases vulcnicas riolticas anteriores: os conglomerados do grupo Bom Jardim contm seixos de rilitos. Tambm durante as fases de sedimentao das rochas do grupo Camaqu, ocorreu vulcanismo andesti-co intermitente.

    O grupo Itaja, em Santa Catarina, outra grande rea de rochas for-madas em ambiente tectnico. O grupo Castro, no Paran, constitudo de arcsios, siltitos e conglomerados, parece ter-se formado na mesma poca desses grupos. Rilitos, tufos e aglomerados ocorrem em diversos nveis dessa seqncia, e rochas vulcnicas andesticas marcam as fases finais. Sobre as rochas do grupo Castro descansa uma seqncia de conglome-rados, a formao Iap.

    Bacias sedimentares. Distinguem-se, por sua estrutura, trs grandes bacias sedimentares intracratnicas no Brasil: Amazonas, Parnaba (ou Maranho) e Paran. A bacia do Amazonas propriamente dita ocupa ape-nas a regio oriental do estado do Amazonas e o estado do Par, com exceo da foz do Amazonas, que pertence bacia de Maraj. Os terrenos mais antigos datam da era paleozica e alinham-se em faixas paralelas ao curso do rio Amazonas. As rochas do perodo devoniano ocorrem tanto na bacia do Amazonas como nas do Parnaba e do Paran. Outros datam da era mesozica e so cretceos (sries Acre e Itauajuri, formao Nova Olinda), e constituem, com os anteriores, zonas com possibilidades de jazidas petrolferas. Mas as maiores extenses correspondem aos terrenos recentes, particularmente pliocnicos (srie Barreiras), mas tambm pleis-

    tocnicos (formao Par) e holocnicos ou atuais, todos de origem conti-nental.

    A bacia sedimentar do Parnaba situa-se em terras do Maranho e do Piau. Os terrenos mais antigos remontam era paleozica e em geral so de origem marinha; os devonianos subdividem-se em trs formaes: Picos, Cabeas e Long. Distinguem-se na bacia do Parnaba trs ciclos de sedimentao separados por discordncias: (1) siluriano; (2) devoniano-carbonfero inferior; (3) carbonfero superior-permiano. Durante o intervalo siluriano-carbonfero inferior, a rea de maior subsidncia situava-se no limite sudeste da atual bacia, o que lhe conferia grande assimetria em relao aos atuais limites da bacia. Isso significa que a borda oriental atual erosiva e no corresponde borda original. A histria da bacia durante o permiano acha-se documentada pelos depsitos das formaes Pedra de Fogo e Motuca.

    A bacia do Paran uma das maiores do mundo. Mais de sessenta por cento de sua rea de 1.600.000km2 ficam no Brasil; cerca de 25% na Argentina e o restante no Paraguai e Uruguai. definida como unidade autnoma a partir do devoniano, embora ocorram sedimentos marinhos silurianos fossilferos no Paraguai, de extenso limitada. Distinguem-se na bacia do Paran trs ciclos de sedimentao paleozica (siluriano, devoni-ano, permocarbonfero), separados entre si por discordncias. Os sedimen-tos marinhos do fim do paleozico so bem menos importantes que nas duas outras bacias, mas ao contrrio delas, essa bacia possui sedimentos marinhos permianos.

    Relevo

    O Brasil um pas de relevo modesto: seus picos mais altos elevam-se a cotas da ordem dos trs mil metros. Em grandes nmeros, o relevo brasileiro se reparte em menos de quarenta por cento de plancies e pouco mais de sessenta por cento de planaltos. A altitude mdia de 500m. As elevaes agrupam-se em dois sistemas principais: o sistema Brasileiro e o sistema Parima ou Guiano. Ambos so constitudos de velhos escudos cristalinos, de rochas pr-cambrianas -- granito, gnaisse, micaxisto, quartzi-to -- fortemente dobrados e falhados pelas orogenias laurenciana e huroni-ana.

    Trabalhados por longo tempo pelos agentes erosivos, os dois escudos foram aplainados at formarem planaltos muito regulares. Na periferia, a orogenia andina refletiu-se por meio de falhas, flexuras e fraturas que promoveram uma retomada da eroso, que deu origem a formas mais enrgicas de relevo: escarpas, vales profundos, serras e morros arredon-dados.

    O sistema Parima ou Guiano fica ao norte da bacia amaznica e sua li-nha divisria serve de fronteira entre o Brasil, de um lado, e a Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa de outro. A superfcie aplainada do alto rio Branco (vales do Tacutu e do Rupununi) divide o sistema em dois macios: o Oriental, com as serras de Tumucumaque e Acara, mais baixo, com altitudes quase sempre inferiores a 600m; e o Ocidental, mais elevado, que recebe denominaes como serra de Pacaraima, Parima, Urucuzeiro, Tapirapec e Imeri, onde se encontram os pontos culminantes do relevo brasileiro: o pico da Neblina, com 3.014m, e o Trinta e Um de Maro, com 2.992m. Mais para oeste, no alto rio Negro, ocorrem apenas bossas granti-cas isoladas (cerro Caparro, pedra de Cuca), com menos de 500m, que emergem do peneplano coberto de florestas.

    O sistema Brasileiro ocupa rea muito maior que o Parima. Est subdi-vidido em provncias fisiogrficas ou geomrficas. O macio Atlntico abrange as serras cristalinas que ficam a leste das escarpas sedimentares do planalto Meridional, e tomam as denominaes gerais de serra do Mar e serra da Mantiqueira. A primeira acompanha a costa brasileira desde o baixo Paraba, perto do municpio de Campos dos Goitacases RJ at o sul de Santa Catarina; a serra da Mantiqueira fica um pouco mais para o interi-or, e estende-se de So Paulo at Bahia.

    A serra do Mar mostra um conjunto de cristas paralelas entre o litoral sul do estado do Rio de Janeiro e o mdio Paraba: Gvea, Po de Acar, Corcovado, Tijuca, Pedra Branca, Jericin-Marapicu, garganta Viva da Graa, at o alinhamento principal da serra, que descamba suavemente para o leito do Paraba. Longitudinalmente, mostra o bloco levantado da serra dos rgos, ao norte da baa de Guanabara, com culminncias na pedra do Sino (2.245m) e na pedra Au (2.232m) entre Petrpolis e Tere-

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    Geografia A Opo Certa Para a Sua Realizao 12

    spolis, pendente para o interior. A serra da Bocaina, no estado de So Paulo, ao contrrio, basculada em direo costa. Entre So Paulo e Santos, a serra de Cubato, com 700m de altitude, meramente a borda de um planalto.

    No Paran, a serra do Mar toma os nomes de Ibiteraquire, ou Verde, Negra e Graciosa, e uma verdadeira serra marginal. Em Santa Catarina, foi rebaixada e cortada de falhas, de modo que a eroso isolou morros com formato de pirmide truncada. Avana para o sul at Tubaro, onde desa-parece sob sedimentos paleozicos e possantes derrames baslticos. As serras de Tapes e Erval, no sudeste do Rio Grande do Sul, com cerca de 400m de altitude, so consideradas como parte da serra do Mar apenas por suas rochas, pois h entre elas uma soluo de continuidade.

    A serra da Mantiqueira composta por rochas de idade algonquiana, na maioria de origem metamrfica: gnaisse xistoso, micaxisto, quartzito, filito, itabirito, mrmore, itacolomito etc. Enquanto no interior paulista toma os nomes locais de serra de Paranapiacaba e Cantareira, nas divisas de Minas, onde alcana as cotas mais elevadas, chamada de Mantiqueira mesmo.

    Durante o perodo tercirio, massas de rochas plutnicas alcalinas pe-netraram pelas falhas que criaram esse escarpamento e geraram os blocos elevados de Itatiaia (pico das Agulhas Negras: 2.787m) e Poos de Caldas. guas e vapores em altas temperaturas intrometeram-se tambm pelas fendas e formaram as fontes de guas termais dessa regio. A leste do macio de Itatiaia, as cristas da Mantiqueira formam alinhamentos divergen-tes. O mais ocidental se dirige para o centro do estado e forma uma escar-pa voltada para leste, que eleva as cotas a mais de mil metros. O ramo mais oriental forma a divisa entre Minas Gerais e Esprito Santo at o vale do rio Doce, elevando-se na serra da Chibata ou Capara, at 2.890m, no pico da Bandeira.

    No centro de Minas Gerais, outro bloco elevado assume forma qua-drangular, constitudo de rochas ricas em ferro, de alto teor. Toma nomes locais de serra do Curral, ao norte; do Ouro Branco, ao sul; de Itabirito, a leste, e da Moeda, a oeste. O ramo oriental se prolonga para o norte do estado, com o nome de serra do Espinhao, que divide as guas da bacia do So Francisco das que vertem diretamente no Atlntico. Com a mesma funo e direo geral e estrutura semelhantes, a Mantiqueira estende-se at o norte da Bahia, onde recebe as denominaes de chapada Diamanti-na, serra do Tombador e serra da Jacobina.

    Planaltos e escarpas. No sul do Brasil, o relevo de planaltos e escarpas comea do primeiro planalto, de Curitiba, com cerca de 800m, at uma escarpa de 1.100m, constituda de arenito Furnas. O segundo planalto o de Ponta Grossa. A escarpa oriental denominada Serrinha, e tem nomes locais como os de serra do Purun e Itaiacoca. A oeste do planalto ergue-se nova escarpa, com cota de 1.300m, que vai do sul de Gois e Mato Grosso at a Patagnia. A superfcie desse derrame de cerca de um milho de quilmetros quadrados. O planalto descamba novamente para oeste, at cotas de 200 e 300m na barranca do rio Paran. Este o terceiro planalto, chamado de planalto basltico ou planalto de Guarapuava. A escarpa que o limita a leste chama-se serra da Esperana.

    No Rio Grande do Sul, a nica escarpa conspcua a da serra Geral, que abrange desde 1.200m, nos Aparados da Serra, at cotas entre 50 e 200m, no vale mdio do Uruguai. Em So Paulo, os sedimentos paleozi-cos no formam uma escarpa, mas uma depresso perifrica, na base da cuesta basltica: a serra de Botucatu. Mato Grosso apresenta trs frentes de cuesta: a devoniana, de arenito Furnas (serras de So Jernimo e Coroados ou So Loureno); a carbonfera, de arenito Aquidauana (serra dos Alcantilados); e a eojurssica (serras de Maracaju e Amamba).

    O relevo do Nordeste, ao norte da grande curva do rio So Francisco, constitudo essencialmente por dois vastos pediplanos em nveis diferentes. O mais elevado corresponde ao planalto da Borborema, de 500 a 600m, que se estende do Rio Grande do Norte a Pernambuco. Em Alagoas e no brejo paraibano, sua superfcie cortada por vales profundos. O pediplano mais baixo, com menos de 400m, difunde-se por quase todo o Cear, oeste do Rio Grande do Norte e Paraba e norte da Bahia. Dele se erguem eleva-es isoladas de dois tipos:(1) chapadas arenticas de topo plano, como a do Araripe, (600-700m) entre Cear e Pernambuco e a do Apodi (100-200m), entre Cear e Rio Grande do Norte; e (2) serras cristalinas de rocha dura, como as de Baturit, Uruburetama e Meruoca, no Cear.

    Nos planaltos e chapadas do centro-oeste predominam as linhas hori-zontais, que alcanam cotas de 1.100 a 1.300m no sudeste, desde a serra da Canastra, em Minas Gerais, at a chapada dos Veadeiros, em Gois, passando pelo Distrito Federal. Seus vales so largos, com vertentes suaves; s os rios de grande caudal, como o Paran (bacia Amaznica), Paranaba (bacia do Prata) e Abaet (bacia do So Francisco), cavam neles vales profundos. No sudeste do planalto central, a uniformidade do relevo resulta de longo trabalho de eroso em rochas proterozicas. As altitudes dos planaltos vo baixando para o norte e noroeste medida que descem em degraus para a plancie amaznica: 800-900m na serra Geral de Gois; 700-800m nas serras dos Parecis e Pacas Novos, em Rond-nia; 500m e pouco mais na serra do Cachimbo.

    Plancies. Existem trs plancies no Brasil, em volta do sistema Brasilei-ro: a plancie Amaznica, que o separa do sistema Guiano, a plancie litornea e a plancie do Prata, ou Platina. A Amaznica, em quase toda sua rea, formada de tabuleiros regulares, que descem em degraus em direo calha do Amazonas. A plancie litornea estende-se como uma fmbria estreita e contnua da costa do Piau ao Rio de Janeiro, constituda de tabuleiros e da plancie holocnica.

    Apenas dois prolongamentos da plancie do Prata atingem o Brasil: no extremo sul, a campanha gacha, e no sudoeste, o pantanal mato-grossense. Ao sul da depresso transversal do Rio Grande do Sul, a cam-panha uma baixada com dois nveis de eroso: o mais alto forma um plat com cerca de 400m de altitude na regio de Lavras e Caapava do Sul; o mais baixo aplainou o escudo cristalino com ondulaes suaves -- as coxilhas. O pantanal mato-grossense uma fossa tectnica, aproveitada pelo rio Paraguai e seus afluentes, que a inundam em parte durante as enchentes, para atingir o rio da Prata.

    Clima

    O Brasil um pas essencialmente tropical: a linha do equador passa ao norte, junto a Macap AP e a Grande So Paulo fica na linha de Capri-crnio. A zona temperada do sul compreende apenas o vrtice meridional do Brasil: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, a maior parte do Paran e o extremo-sul de So Paulo e do Mato Grosso do Sul. Os climas do pas se enquadram nos trs primeiros grupos da classificao de Kppen (grupo dos megatrmicos, dos xerfitos e dos mesotrmicos midos), cada um dos quais corresponde a um tipo de vegetao e se subdivide com base nas temperaturas e nos ndices pluviomtricos.

    A regio Norte do Brasil apresenta climas megatrmicos (ou tropicais chuvosos), em que os tipos predominantes so o Af (clima das florestas pluviais, com chuvas abundantes e bem distribudas) e o Am (clima das florestas pluviais, com pequena estao seca). Caracterizam-se por tempe-raturas mdias anuais elevadas, acima de 24o C, e pelo fato de que a diferena entre as mdias trmicas do ms mais quente e do mais frio se mantm inferior a 2,5o C. Entretanto, a variao diurna da temperatura muito maior: 9,6o C em Belm PA, 8,7o C em Manaus AM e 13,5o C em Sena Madureira AC.

    No sudoeste da Amaznia, as amplitudes trmicas so mais expressi-vas devido ao fenmeno da friagem, que ocorre no inverno e provm da invaso da massa polar atlntica nessa rea e acarreta uma temperatura mnima, em Sena Madureira, de 7,9o C. O total de precipitaes na Ama-znia geralmente superior a 1.500mm ao ano. A regio tem trs tipos de regime de chuvas: sem estao seca e com precipitaes superiores a 3.000mm ao ano, no alto rio Negro; com curta estao seca (menos de 100mm mensais) durante trs meses, a qual ocorre no inverno austral e desloca-se para a primavera medida que se vai para leste; e com estia-gem pronunciada, de cerca de cinco meses, numa faixa transversal desde Roraima at Altamira, no centro do Par.

    A regio Centro-Oeste do pas apresenta alternncia bem marcada en-tre as estaes seca e chuvosa, geralmente no vero, o que configura o tipo climtico Aw. A rea submetida a esse tipo de clima engloba o planalto Central e algumas zonas entre o Norte e o Nordeste. O total anual de precipitaes de cerca de 1.500mm, mas pode elevar-se a 2.000mm. No planalto Central, mais de oitenta por cento das chuvas caem de outubro a maro, quase sempre sob a forma de aguaceiros, enquanto o inverno tem dois a trs meses praticamente sem chuvas.

  • APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos

    Geografia A Opo Certa Para a Sua Realizao 13

    A temperatura mdia anual varia entre 19 e 26o C, mas a amplitude trmica anual eleva-se at 5o C. O ms mais frio geralmente julho; o mais quente, janeiro ou dezembro. A insolao forte de dia, mas noite a irradiao se faz livremente, trazendo madrugadas frias. No oeste (Mato Grosso do Sul) verificam-se tambm invases de friagem, com temperatu-ras inferiores a 0o C em certos lugares.

    No serto do Nordeste ocorre o clima semi-rido, equivalente varie-dade Bsh do grupo dos climas secos ou xerfitos. Abrange o mdio So Francisco, mas na direo oposta chega ao litoral pelo Cear e pelo Rio Grande do Norte. Caem a menos de 700mm de chuva por ano. O perodo chuvoso, localmente chamado inverno, embora geralmente corresponda ao vero, curto e irregular. As precipitaes so rpidas mas violentas. A estiagem dura geralmente mais de seis meses e s vezes se prolonga por um ano ou mais, nas secas peridicas, causando problemas sociais graves. As temperaturas mdias anuais so elevadas: acima de 23o C, exceto nos lugares altos. Em partes do Cear e Rio Grande do Norte, a mdia vai a 28o C. A evaporao intensa.

    Nas regies Sudeste e Sul do Brasil predominam climas mais amenos -- mesotrmicos midos -- enquadrados nas variedades Cfa, Cfb, Cwa e Cwb. As temperaturas mdias mais baixas ocorrem geralmente em julho (menos de 18o C), poca em que pode haver geadas. No Sudeste, conser-vam-se as caractersticas tropicais modificadas pela altitude. A amplitude trmica permanece por volta de 5o C e as chuvas mantm o regime estival, concentradas no semestre de outubro a maro.

    O Sul apresenta invernos brandos, geralmente com geadas; veres quentes nas reas baixas e frescos no planalto; chuvas em geral bem distribudas. As temperaturas mdias