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Janeiro de 2011 Ano XV Número 183 Pág.11 IBI conclui parceria com a Sobrati e inaugura seu Espaço cultural social em São Paulo PALESTRA: "A Monarquia Norueguesa: 1814-2011” Pág.14 Deslizamento: maior tragédia do Brasil foi na Serra das Araras Pág.03 Abertura dos portos, a Carta Régia de D. João VI em 28 de janeiro de 1808 Este o documento que permitiu avanço incontestável no progresso econômico e social do Brasil, as raizes da nação de hoje Pág.12 Duque de Bragança ajuda vítimas no Brasil Pág.05 Como fazer doações para as cidades da região serrana do Rio de Janeiro Pág.04 Comunicado de Dom Luiz de Orleans e Bragança sobre as calamidades no Rio de Janeiro Pág.06 Dois atos simbólicos: um só legado Pág.07

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Janeiro de 2011 Ano XV Número 183

Pág.11

IBI conclui parceria com a Sobrati e inauguraseu Espaço cultural social em São Paulo

PALESTRA:

"A Monarquia Norueguesa:1814-2011”

Pág.14

Deslizamento: maior tragédiado Brasil foi na Serra das Araras

Pág.03

Abertura dos portos, aCarta Régia de D. João VIem 28 de janeiro de 1808Este o documento que permitiu avanço incontestável

no progresso econômico e social do Brasil,

as raizes da nação de hoje

Pág.12

Duque de Bragançaajuda vítimas no Brasil

Pág.05

Como fazer doações paraas cidades da regiãoserrana do Rio de Janeiro

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Comunicado de Dom Luizde Orleans e Bragançasobre as calamidades noRio de Janeiro

Pág.06

Dois atos simbólicos:um só legado

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Janeiro, primeiro mês do ano, esperanças sempre renovadas, nova presidente na chefia de governo e, também, acumulando a chefia de Estado; nele circula texto de Luiz Fernando Veríssimo expondo a vergonha sobre o Big Brother Brasil 10, mas já começou o BBB 11 que vem contribuir para a destruição do que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.

Novo ciclo de chuvas de verão, trovoadas torrenciais que chegam de surpresa e carregam tudo que encontram pela frente, morros desmoronam na região serrana do Rio de Janeiro; represas transbordam e alagam cidades do Estado de São Paulo; na capital paulista avenidas viram verdadeiros oceanos; em Minas Gerais mais de 70 cidades são declaradas em estado de calamidade publica; e Santa Catarina repete enchentes de anos anteriores, com maior intensidade.

Por que tudo isso está acontecendo? Nunca assistimos a tantas catástrofes. Será que o mundo vai acabar? Não, o mundo não vai acabar. Mas, isso nos conclama a nos organizarmos e cobrarmos do nossos governos providências imediatas quanto á ocupação do solo. República, um regime irresponsável que não criou em tempo hábil uma lei de diretrizes para ocupação do solo, preocupando-se mais em embelezar cidades, como a reforma da Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro.

O encarregado das reformas ali foi o engenheiro Francisco Pereira Passos, designado governador do Rio de Janeiro (então Distrito Federal) pelo presidente Rodrigues Alves, em 1902. As obras iniciaram-se em março de 1904. Após seis meses de trabalho estava aberta de ponta a ponta.

Demoliram 641 casas e desalojaram quase 3.900 pessoas. Aí começou o descaso com a ocupação do solo e com o ser humano, pois simplesmente levaram os mais pobres para o morro da Providência, criando a primeira favela brasileira.

Também começou ali o uso e costume de se contruir em morros, serras, encosta de rios e tudo que não é aconselhavel para a segurança da vida dos habitantes. O resultado está ai. Quantos morreram, quantos ainda estão desaparecidos, quantos estão desabrigados. Talvez nunca vamos saber os números exatos dessa tragédia recente, tal como ainda não foram contabilizados os mortos do deslizamento da Serra das Araras, em 1967, soterrando em torno de 1.700 pessoas, das quais apenas 300 tiveram seus corpos encontrados. Os demais repousam provavelmente sob a segunda pista da Rodovia Dutra ao ser reconstruida.

Conclamo a todos os brasileiros e brasileiras a cobrar responsabilidades do governo republicano, pois necessitamos de medidas urgentes enquanto nos organizamos para mudar esse nefasto sistema de governo.

È nosso dever promover a separação dos poderes, não podemos mais permitir que uma só pessoa acumule funções de Chefe de Governo e Chefe de Estado. Quem fiscaliza quem?

Ansiamos por um Parlamentarismo Monarquico Constitucional, com um primeiro-ministro Chefe do Governo apoiado por partidos fortes; um Imperador Chefe de Estado tendo junto de si o Poder Moderador para moderar os atos do Executivo, do Legislativo e do Judiciario, pois só assim teremos um governo responsável que possa proporcionar melhor segurança, saude,

habitação, trabalho e alimentação.

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O Brasil conta com você.

Janeiro 2011,esperanças renovadas

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Prezados Monarquistas,

02

Jornal editado pelo Instituto Brasil ImperialAno XV Número 183

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A Gazeta Imperial é uma publicação do

Instituto Brasil Imperial. Artigos, sugestões de

reportagens, divulgação de eventos

monárquicos e imagens podem ser enviados

para [email protected]

Alessandro Padin Editor e jornalista responsável

[email protected]

Imagem do MesImagem do Mes^

Dom Luiz de Orleans e Bragança

Imperador de jure do BrasilChefe da Casa Imperial

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Fonte: Diário do Vale do Paraiba

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Deslizamento: maior tragédiado Brasil foi na Serra das Araras

Instituto Brasil ImperialInstituto Brasil Imperial

Uma cruz de 10 metros na subida da Serra das Araras (Piraí-RJ), no local co-nhecido por Ponte Coberta, marca o início de um enorme cemitério construído pela natureza. Lá estão cerca de 1.400 mortos (fora os mais de 300 corpos resgatados) vítimas de soterramento pelo temporal que atingiu a serra em janeiro de 1967. Foi a maior tragédia da história do país, superando o número de mortos da atual tragédia na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, hoje acima de 500.No episódio da Serra das Araras, suas encostas praticamente se dissolveram em um diâmetro de 30 quilômetros. Rios de lama desceram a serra levando abaixo ônibus, caminhões e carros. A maioria dos veículos jamais foi encontrada. Uma ponte foi carregada pela avalanche. A Via Dutra ficou interditada por mais de três meses, nos dois sentidos.A Revista Brasileira de Geografia Física publicou, em julho do ano passado, a lista das maiores catástrofes por deslizamento de terras ocorridos no país. O episódio da Serra das Araras, com seus 1.700 mortos estimados, supera de longe qualquer ou-tro acidente do gênero no país.Para se ter uma idéia do que ocorreu na Serra das Araras basta comparar os índices pluviométricos. A atual tragédia de Teresópolis ocorreu após um volume de chuvas de 140mm em 24 horas. Na Serra das Araras, em 1967, o volume de chuvas chegou a 275 mm em apenas três horas. Quase o dobro de água em um oitavo do tempo.Mas o episódio da Serra das Araras pa-rece ter sido apagado da memória do país e, especialmente, da imprensa. O noticiá-rio dos veículos de comunicação enfatiza que a tragédia da Região Serrana do Rio superou o desastre de Caraguatatuba em março de 1967 (ver abaixo). O caso da Serra das Araras, ocorrido em janeiro da-quele mesmo ano, sequer é citado.Até a ONU embarcou na história e colo-cou a tragédia atual entre os dez maiores deslizamentos de terras do mundo nos úl-timos 111 anos.

Caraguatatuba

O ano de 1967 foi realmente atípico. Em março, dois meses após a tragédia da Serra das Araras, outro desastre atingiu Caraguatatuba, no litoral paulista. Chovia quase todos os dias desde o início do ano (541mm só em janeiro, o dobro do nor-mal). Do dia 17 para 18 de março, um temporal produziu quase 200 mm de chu-

Serra das Araras ficou “pelada” após tragédia de 1967 (Arquivo)

vas em um solo já encharcado. No início da tarde de 18 de março, sábado, a tra-gédia aconteceu sob intenso temporal que chegou a acumular 580mm de chuvas em dois dias (Teresópolis teve 366mm em 12 dias).Segundos os relatos da época, houve uma avalanche de lama, pedras, milhares de árvores inteiras e troncos que desceu

Caraguatatuba: As marcas dos deslizamentos no mesmo ano de 1967

das encostas da Serra do Mar, destruindo casas, ruas, estradas e até uma ponte. Cerca de 400 casas sumiram debaixo da lama. Mais de 3.000 pessoas ficaram de-sabrigadas (20% da população da época). O número de mortos - cerca de 400 - foi feito por estimativa, pois a maioria dos corpos foi soterrada ou arrastada para o mar. Detalhe: Caraguatatuba, em 1967,

era um balneário turístico de 15 mil habi-tantes. Dá para imaginar quais seriam as consequências se aquela tragédia ocor-resse hoje, com os atuais 100 mil habi-tantes.

“Vimos mortos nas árvores, braços na lama”

Bárbara Osório-MacLaren nasceu na Ale-manha em janeiro de 1939. Tendo sobre-vivido à II Guerra Mundial, veio para o Brasil com a família em 1950, quando tinha 11 anos, atendendo a um chamado do avô materno, que já vivia no país.Foi morar em São Paulo, na Tijuca Pau-lista, fez Admissão no Externato Pedro Dolle e, quando jovem, estudou no Giná-sio Salete. Frequentava o Clube Floresta: "Nos encontrávamos (com os amigos) para nadar ou praticar outro esporte", rel-embra. Em 1961, mudou-se para a Ingla-terra. Seis anos depois, aos 28 anos de idade, voltou ao Brasil para rever os ami-gos.Já no Rio de Janeiro, em 22 de janeiro de 1967, às 23 horas, tomou um ônibus da Viação Cometa com destino a São Paulo. Um temporal desabou na Via Dutra, que acabara de ser duplicada. Nunca, naquela região, se havia visto ou iria se ver uma chuva tão forte quanto aquela que presen-ciava a jovem alemã e que ela relata a seguir:- Dentro de 40 minutos, na Via Dutra, hou-ve um temporal. O nosso ônibus já estava na subida, mas a estrada se abriu a nos-sa frente. Lá ficamos até a manhã do dia seguinte. Pela rádio ouvimos os gritos de pessoas em outros carros, estavam sufo-cando na lama.Bárbara dá detalhes: "Pela manhã, desce-mos o morro a pé, vimos mortos nas ár-vores, braços na lama, as reportagens nos jornais falavam de mais de 400 mor-tos. Eu desmaiei no transporte de cami-nhão desta cena ao Centro do Rio. Quan-do acordei do coma ou desmaio, estava em Lisboa, Portugal. Em outras palavras, em vez de me levarem a um hospital no Rio, me despacharam para a Europa".A experiência da jovem alemã, hoje com 72 anos, foi contada há dois anos em um depoimento ao site "São Paulo Minha Ci-dade" e dá a dimensão do que ocorreu na Serra das Araras em 1967.Mas seu depoimento, 42 anos após a tra-gédia, é uma raridade. Há poucas histó-rias registradas sobre os acontecimentos da época, por duas razões: carência de boa cobertura jornalística, em virtude dos parcos recursos tecnológicos da imprensa no período, e o fato de que o episódio foi

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tão trágico que poucos sobreviveram para testemunhá-lo.Outra das poucas histórias que sobre-viveram também envolve um cidadão estrangeiro. É a história do motorista do ônibus prefixo 529 da Viação Cometa, que salvou a vida de quase todos os passageiros. O motorista, quando vislum-brou a tragédia que poderia se suceder, pediu que todos deixassem o ônibus, mas um estrangeiro recusou-se à deixar o veículo. Poucos minutos depois, uma ro-cha rolou e caiu sobre o ônibus, matando o estrangeiro.

Advogado lembra trabalho de presos

O advogado Affonso José Soares, de Volta Redonda, que morava em Piraí na época da tragédia, lembrou que, na ma-drugada da tragédia na Serra das Araras, trabalhava em um habeas corpus para a libertação de sete presos. Eles haviam sido detidos, em flagrante, cerca de dois meses antes, praticando um jogo ilegal de aposta conhecido como "Jogo da Biqui-nha". Durante a madrugada, percebeu o barulho do estrondo, mas continuou o trabalho com o auxílio de um lampião, já que a cidade ficou às escuras por causa dos deslizamentos na serra.- Estava trabalhando no meu escritório e escutei o estrondo por volta de uma ou duas horas da manhã. Estava trabalhan-do intensamente em um habeas corpus para sete presos que estavam na cadeia de Piraí e, quando as luzes se apagaram, tive que usar um lampião durante a madrugada toda - lembrou.Na manhã seguinte, segundo ele, o muni-cípio foi "invadido" por passageiros do Rio

Ônibus da Viação Cometa na Serra das Araras, em 1967.Motorista só não salvou um passageiro

de Janeiro e de São Paulo, que ficaram impossibilitados de passar pela serra devi-do aos desmoronamentos e crateras.- Foi uma ocorrência de acidente muito grave. Os ônibus de São Paulo e carros do Rio entravam em Piraí e não tinham como seguir viagem. O comércio foi prati-camente invadido por passageiros. A trom-ba d'água tinha destruído praticamente todo o acesso. Na Serra das Araras, havia crateras enormes. Demoraram quatro ou cinco meses para restabelecer a situação - lembrou.Antes do meio dia, no dia da tragédia, o advogado lembra que foi procurado pelo delegado que pediu sua ajuda para con-vencer os presidiários a colaborarem no resgate das vítimas.- O contingente da delegacia era de cinco pessoas, entre policiais militares e civis e havia necessidade imediata de pessoas para realizar o trabalho de prestar socorro às vítimas presas nas crateras. O delega-do acrescentou que os presos deposita-vam confiança em mim e me respeitavam e que eu poderia convencê-los a ajudar - continuou.Ao dirigir-se àquele que seria o "líder" dos presos, Affonso recordou que frisou a oportunidade de os presos mostrarem hu-manidade e solidariedade.- Falei que eles estavam tendo uma opor-tunidade de prestar um serviço público e demonstrar espírito solidário. Mesmo as-sim, lembrei que se esboçassem qualquer reação de rebeldia poderiam ter sérios problemas, porque eu tinha material sufi-ciente para incriminá-los. Eles aceitaram e pediram para dizer que estavam nas mãos do delegado - acrescentou o advo-gado.

Os sete presos fizeram o trabalham mais pesado do salvamento: foram amarrados por cordas e descidos até o local em que estavam às vítimas. Além de auxiliar no salvamento e nos primeiros socorros aos sobreviventes, apanhavam corpos e os traziam abraçados."Eles eram fortes e fizeram um trabalho que ninguém queria fazer. Trabalharam por 48 horas e voltaram à delegacia para ajudar na parte burocrática", frisou Affonso.Dias depois, por intermédio de um escri-vão piraiense que vinha de São Paulo,

Affonso descobriu que o trabalho exe-cutado pelos presos havia ido parar na primeira página do Jornal da Tarde com o título "Os sete homens bons". Sem pes-tanejar, anexou a reportagem ao processo que estava organizando.- Apanhei a primeira página do Jornal da Tarde e juntei ao habeas corpus e tenho certeza que isso contribuiu para obter a liberação deles.Eles demonstraram seu lado humano, o de quem não é só criminoso, bandido - explicou.

Como fazer doações para as cidadesda região serrana do Rio de Janeiro

Da redação do IBI

Entre as principais necessidades estão água mineral, alimentos não perecíveis e produtos de higiene pessoal

Polícia Militar Todos os batalhões do estado do Rio de Janeiro estão recebendo doações para os atin-gidos pelas chuvas na região ser-rana do Estado. A Polícia Rodoviária Federal tem em funcionamento quatro postos de arrecadação. Dois deles trabalham 24 horas: na BR-116, na região do pedágio da Rio-Magé, e na BR-101, perto de Casimiro de Abreu. Outras duas unidades funcionarão das 8h às 17h e ficam nas rodovias Rio-Petrópolis e Presidente Dutra. Os materiais serão entregues à Cruz Vermelha.A Cruz Vermelha recebe doações nas unidades do Rio de Janeiro (pra-ça Cruz Vermelha, 1012, centro) e de Nova Iguaçu (na rua Coronel

Bernardino de Melo, 2085, e na rua Alberto Cocoza, 86, centro).O governo do Rio de Janeiro rece-be doações no 4º andar do prédio anexo do Palácio Guanabara, na rua Pinheiro Machado s/n, em Laran-jeiras. Os principais pedidos são por água mineral e leite, devido ao grande número de crianças desa-brigadas em todo o Estado.A Caixa Econômica Federal abriu uma conta-corrente em nome da De-fesa Civil do Estado do Rio. As doa-ções podem ser feitas na conta número 2011-0, agência 0199. Se-gundo a Caixa, é necessário digitar 006 no código da operação.Os doadores na capital fluminense também podem levar mantimentos à Rodoviária Novo Rio, que trabalha junto da Cruz Vermelha. As entregas estão sendo feitas no piso de em-

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Por Fernando Manes

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barque, das 9h às 17h, na avenida Francisco Bicalho, 01, Santo Cristo.O Metrô Rio, em parceria com a ONG Viva Rio, recolhe a partir de sexta-feira (14). A coleta será feita em 11 estações das Linhas 1 e 2: Carioca, Central, Largo do Macha-do, Catete, Glória, Ipanema/General Osório, Pavuna, Saens Peña, Bota-fogo, Nova América/Del Castilho e Siqueira Campos. Serão aceitos á-gua, alimentos não perecíveis e ma-terial de higiene pessoal até 11 de fe-vereiro. A campanha já recebeu a primeira doação, do próprio Metrô, de R$ 10 mil reais em mantimentos.A ONG Viva Rio também contribui nos esforços e recebe mantimentos na sua sede, na rua do Russel, 76, Glória. O telefone para contato é (0xx21) 2555-3750.A rede de supermercados Pão de Açúcar também tem postos de arre-cadação em suas lojas e nas das unidades Sendas, Extra, ABC Com-pre Bem e Assaí. A empresa afirmou que as doações serão enviadas até

26 de janeiro.A sede do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) está recebendo doa-ções para ajuda aos desabrigados e desalojados pelas chuvas. Alimen-tos não-perecíveis, colchonetes, materiais de higiene e limpeza, so-bretudo fraldas, e principalmente á-gua, podem ser doados. A sede do órgão fica na avenida Venezuela, 110, praça Mauá no centro do Rio de Janeiro.Shoppings centers do Rio de Ja-neiro abriram postos de coleta de donativos. Todo o material recebido será entregue a entidades e órgãos públicos envolvidos na assistência. A administradora Aliansce abriu hoje caixas de coleta nos corredores dos shoppings Leblon, Via Parque, Grande Rio, Caxias, Bangu, Ca-rioca, Passeio e Santa Cruz. Os centros comerciais da Aliansce tam-bém vão doar R$ 100 mil em itens de primeira necessidade.O Ministério Público do Rio de Ja-neiro (MP-RJ) receberá doações na

sede do órgão, na avenida Marechal Câmara, 370, centro, entre 10h e 17h, de segunda a sexta-feira. Os itens de maior necessidade no mo-mento são água mineral, alimentos não perecíveis e prontos para con-sumo, roupas e cobertores.O HemoRio da capital fluminense informou que precisa com urgência de doações de sangue para atender às emergências em Teresópolis, Pe-trópolis e Nova Friburgo. O HemoRio fica na rua Frei Caneca, 8, centro do Rio, com horário de funcionamento todos os dias de semana, das 7h às 18h, inclusive finais de semana e feriados. O telefone do Disque San-gue é 0800 2820708.A Raspadinha “SOS Região Ser-rana” reverterá 100% da receita pa-ra a compra de material de cons-trução e reconstrução das moradias destruídas pelas chuvas. Os bilhetes podem ser comprados em bancas de jornal e principais casas lotéricas do Rio.A Loterj (rua Sete de Setembro, 170

– Centro) também está recebendo doações de segunda à sexta, das 9h às 18h e aos sábado das 9h às 16h.Doação a partir de outras cidadesQuem mora na cidade de São Paulo e quer ajudar as vítimas do Rio, pode se dirigir à Legião da Boa Vontade (LBV), na avenida Rudge, 700, bair-ro do Bom Retiro, telefone: (11) 3225-4500.A Prefeitura de Cabo Frio, em par-ceria com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, disponibilizou a Coor-denadoria de Serviços Públicos do município como ponto de entrega. Os donativos devem ser entregues, das 8h às 17h, na sede da secretaria de Assistência Social, que fica loca-lizada à rua Florisbela Roza da Pe-nha, s/n°, no Braga; na sede da Coordenadoria de Serviços Públi-cos, localizada na Avenida Joaquim Nogueira, 271, bairro São Cristóvão; ou nas sedes do Corpo de Bom-beiros – telefone: (22) 2647-4773 – e da Polícia Militar – telefone: (22) 2649-8099.

Duque de Bragança ajudavítimas no Brasil

O chefe da Casa Real Portuguesa, Duarte Pio de Bragança, decidiu pro-mover uma linha de ajuda às vítimas das chuvas no Brasil, através de uma conta cujas contribuições serão entregues à Caritas brasileira, infor-mou a agência Lusa.A conta foi aberta pela Fundação D. Manuel II, presidida por Duarte Pio, e começou já a receber ajudas: «Pe-quenas ajudas, mas é isso que con-ta. São muitas ajudas de cinco, dez, cinquenta euros, que estão a chegar e que têm um impacto psicológico no Brasil muito importante, além da aju-da material, que sempre é útil», dis-se o duque de Bragança, em decla-rações à Lusa.Centenas de milhares de pessoas «perderam tudo o que ti-nham. Houve uma quantidade enor-me de casas que desapareceram ou então que o seu conteúdo foi todo arrastado pelas águas», afirmou.O chefe da Casa Real Portuguesa tem uma ligação particularmente for-te ao Brasil: não só é filho de mãe brasileira, como tem «imensos pri-mos», pelo ramo Orléans e Bragan-ça, que residem na região afectada. «Alguns até tiveram problemas com estas inundações. Houve uma casa, de um dos primos, que foi inundada em Petrópolis», indicou.A conta pretende responder ao mai-or desastre natural de sempre no

Brasil e Duarte Pio acrescenta-lhe outras razões: «Sinto e sei que os brasileiros dão muita importância ao apoio de Portugal, não por uma questão de dinheiro, mas por uma questão de afectividade, de uma li-gação de fraternidade histórica que dura há quinhentos anos».A conta foi aberta na Caixa Agrícola Terras de Viriato, de Viseu, e contou com o apoio da própria instituição bancária. Tem o número de identifi-cação bancár ia (NIB) 0045 30804024155096270 e, «enquanto for necessário, enquanto continuar a chegar a ajuda, estará activa», ga-rante o duque de Bragança.Duarte Pio tem a intenção de se deslocar pessoalmente ao Brasil pa-ra fazer a entrega das doações. «Tenho a intenção de entregar [o montante angariado], se valer a pena, se for uma quantia interessan-te, em nome de todos os portugue-ses, diretamente à Caritas brasilei-ra», afirmou.As chuvas intensas que na semana passada atingiram o Estado bra-sileiro do Rio de Janeiro, provocan-do inundações e deslizamentos de terras, causaram a morte a pelo me-nos 785 pessoas. Outras 400 per-manecem desaparecidas.Ainda segundo dados oficiais, pelo menos 6.050 pessoas perderam as suas casas e outras 7.780 ficaram desalojadas

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Instituto Brasil ImperialInstituto Brasil Imperial

Comunicado de DomLuiz de Orleans eBragança sobre ascalamidades noRio de Janeiro

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que de alguma forma lhes servisse de amparo e lhes proporcionasse ânimo para um reerguimento. Ao comunicar estes meus anseios aos que comigo convivem mais de perto, foi possível, graças à diligên-cia e operosidade de devotados mo-narquistas, organizar a coleta de ali-mentos, roupas e bens de primeira necessidade. Desde já, um cami-nhão com três toneladas destes bens, fruto da generosidade des-prendida de tantos, partirá do interior do Estado de São Paulo, no próximo dia 31 de janeiro, rumo à região atingida. Meu irmão, o Príncipe Dom Antonio – diante da impossibilidade de eu o fazer pessoalmente – se en-carregará, em nome da Família Im-perial, de liderar o grupo de volun-tários que fará a entrega desses bens. Nesta hora, a Família Imperial sente-se especialmente unida no so-frimento, mas também no cristão sentimento de esperança, a todos aqueles física ou moralmente feridos por tão calamitosos eventos. Rogo, pois, a Nossa Senhora Apa-recida, Rainha e Padroeira de nossa Nação, que vele por todos mater-nalmente e faça o Brasil reerguer-se do impacto destes flagelos naturais que o atingiram, bem como dos flagelos morais que vão dilacerando nossa sofrida sociedade.

Luiz de Orleans e BragançaChefe da Casa Imperial do Brasil

Ainda estão gravadas na memória de todos nós as imagens de devas-tação e pavor causadas pelos desli-zamentos, enxurradas e enchentes que flagelaram particularmente a re-gião serrana do Rio de Janeiro. A dor e a desolação de nossos ir-mãos, que assim perderam seus en-tes mais queridos, suas residências e seus bens, suscitaram em nossas almas esse sentimento tão brasileiro de comiseração, de pie-dade e de ajuda. De todo o Bra-sil, começaram a afluir para a região sinistrada auxílios dos mais diver-sos. Nos primeiros momentos desta tra-gédia, o anseio veemente de meu coração pesaroso era poder de al-guma forma levar a todos esses atin-gidos o consolo material e sobretudo espiritual de que mais necessitavam naqueles instantes, mitigando de al-guma forma a dor que em diversos modos e graus os atingia. Motivo pe-lo qual, antes de mais, devotei mi-nhas preces a Deus Nosso Senhor a rogar pelo eterno descanso dos falecidos e pelo conforto de todas as vítimas desta catástrofe natural, po-tencializada infelizmente por certo descaso humano. Seguindo o exem-plo de meus maiores – e recordo aqui com afável emoção a figura de-terminada e bondosa de minha bisa-vó a Princesa Isabel – era também meu desejo poder fazer chegar a es-ses brasileiros uma ajuda material

A propósito das calamidades na região serrana do

Estado do Rio de Janeiro, D. Luiz de Orleans e Bragança,

Chefe da Casa Imperial do Brasil, emitiu, em 31 de janeiro

de 2011, o seguinte comunidado:

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Nesta quadra festiva, que se en-cerrou com o dia de Reis, muitos se deixam envolver pelo clima de eu-foria, descontração e até de impre-vidência, que normalmente cerca as comemorações da chegada de um novo Ano.Quando os fogos desenham na noite suas figuras multicoloridas e des-lumbrantes, quando as champagnes estouram a anunciar a meia-noite, que nos faz transpor o umbral de um ano novo, somos tentados a es-quecer as apreensões que nos cer-cam e a encarar o futuro com oti-mismo, por vezes um tanto incon-seqüente.Passados estes momentos, frené-ticos mas fugazes, o novo ano salta diante de nós com uma realidade que está longe de ser apenas riso-nha, em parte herdada do ano que finda. E não me parece salutar ig-norar essa realidade, ainda que de-sagradável.

Gesto simbólico de despedida

Volto-me neste post do Radar da Midia para a análise do derradeiro ato político do ex-presidente Lula e de um gesto simbólico que marcou a posse de Dilma Rousseff, buscando traçar entre eles um elo que me parece inequívoco.Lula da Silva decidiu marcar sua despedida de oitos anos na Pre-sidência da República com uma me-dida político-institucional, de forte al-cance para o Brasil, tanto no plano interno como no externo, e que con-sidero simbólica: negar a extradição do terrorista italiano, Cesare Battisti (foto - reprodução).Com este ato simbólico, Lula pre-tendeu consignar para a História o real significado ideológico de seus dois mandatos de Presidente da Re-pública. Deixou-o para o último dia de seu segundo mandato, como al-guém que posta uma assinatura ao final de um texto, de forma a chan-celá-lo com sua marca inconfun-dível; mas igualmente para que o go-verno de sua sucessora, Dilma Rousseff, se iniciasse sob o impacto de tal gesto! Agiu, assim, como o corredor olímpico que passa o facho

ao que continuará a corrida, trans-mitindo-lhe seu legado.O caso Cesare BattistiUm histórico, ainda que sumário, do caso Cesare Battisti ajudará a me-lhor explicitar o significado do gesto e do legado de Lula.Battisti, de 56 anos, foi condenado à prisão perpétua pela justiça italiana em 1993, acusado de quatro assas-sinatos cometidos na década de 70, enquanto militava no grupo de extre-ma-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), do qual era expoente.Foragido da Itália, após viver na França e para evitar sua extradição confirmada por Corte daquele país, Battisti viajou para o Brasil, em 2004, quando os “companheiros” do lulo-petismo já tinham sido alçados ao poder.Entretanto, em cumprimento de mandado da Interpol, Battisti foi pre-so no Brasil, em 2007. A defesa do italiano alegou que as condenações pelos assassinatos cometidos de-corriam de “perseguição política” do Estado italiano e, baseado nessa alegação, o então Ministro da Jus-tiça, Tarso Genro, em janeiro de 2009, concedeu refúgio político a Battisti. O mesmo Tarso Genro que deportara para Cuba, atribiliaria-mente, os atletas cubanos que ti-nham pedido refúgio para escapar da ditadura comunista de Fidel Cas-tro.Ante a onda de protestos gerada pelo refúgio concedido ao terrorista-assassino, Lula logo saiu em defesa do Ministro do PT e de sua decisão.Lula afronta o STFEm novembro de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou o re-fúgio concedido por Tarso Genro, por considerar não existirem ele-mentos para atribuir a Battisti a con-dição de refugiado político; descar-tou como infundada a alegação de condenação injusta, e determinou sua extradição.Os moderados e otimistas de plan-tão logo se prontificaram a espalhar que Lula, com seu pragmatismo, seu sentido de estadista e respeito pelas instituições, seguiria a determinação do STF e extraditaria Battisti, sem olhar a razões ideológicas. Mas o ex-presidente encarregou-se de des-mentir a versão.

Baseado em questionável parecer da Advocacia Geral da União (AGU), em 31 de dezembro de 2010, der-radeiro dia de seu mandato, Lula afrontou o STF, ao acolher as ale-gações, já rechaçadas por aquela Corte, de que Battisti poderia ser “submetido a atos de perseguição e discriminação” na Itália em razão de sua “opinião política: “O governo brasileiro age na suposição de que o terrorista, condenado por quatro as-sassinatos em seu país, em jul-gamentos fundados na lei e com direito a plena defesa e em três ins-tâncias diferentes, fosse ser vítima de perseguição política, como se a Itália fosse uma Coréia do Norte, um Irã, uma Venezuela”, escreve Ri-cardo Setti em sua coluna (Veja, 01.01.2011).

Erro jurídico clamoroso

De acordo com Francisco Rezek, antigo ministro do STF, antigo juiz da Corte de Haia e ainda ex-chanceler, Lula incorreu num “erro jurídico cla-moroso” ao descumprir um acordo internacional: “Ainda que não hou-vesse tratado [de extradição], o pre-sidente ir contra a decisão do STF seria uma ruptura com nossa tra-dição diplomática. Mas quando há tratado é uma afronta ao princípio mais básico de direito internacional”.Para Rezek, a alegação da AGU de que Lula teria a última palavra não é sustentável, pois a palavra final só cabe ao Presidente quando não há um acordo de extradição com o país de origem (cfr. Conceder refúgio a Battisti é ato ilícito, avalia espe-cialista, Veja on line, 01.01.2011).

“Decisão ideológica e irresponsável”Para o senador Álvaro Dias, vice líder do PSDB no Senado, o pre-sidente passou por cima das Jus-tiças italiana e brasileira, descon-siderando a posição do STF e dos tribunais italianos e colocou em risco as relações diplomáticas com um país amigo: “A Itália decidiu, con-denou e o Lula, que não tem o co-nhecimento do poder judiciário, resolveu absolver. Isso é uma afronta à diplomacia, desrespeitan-do um dos poderes judiciários mais conceituados do mundo”.Por sua vez, o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, acredita que Lula violou os preceitos que regem a diplomacia: “Essa decisão não ajuda nosso país nem a democracia, é mais uma atitude do ambiente de megalomania e desequilíbrio desse governo, que é pautado por exa-geros equivocados como o da rela-ção que teve com o Irã”.Já o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia, afirmou que a deci-são de Lula foi “política, pessoal, ideo-lógica e irresponsável” (cfr. Veja on line, Oposição considera decisão de Lula de não extraditar Battisti uma afronta à diplomacia, 31.12.2010).

Itália reage

A decisão de Lula, anunciada por seu Ministro das Relações Exterio-res, Celso Amorim, foi considerada “inaceitável” pelas autoridades italia-nas.O ministro italiano da Defesa, Ignazio La Russa, disse que “se rea-lizou a pior previsão”. Por seu turno o

Por José Carlos Sepúlveda

da Fonseca

RADAR DA MÍDIA

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Instituto Brasil ImperialInstituto Brasil Imperial

Dois atos simbólicos:um só legado

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Ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini declarou que Lula terminou da “pior maneira” o seu mandato; e aproveitou para re-lembrar que Battisti publicou um livro no qual reivindicou e explicou as razões dos homicídios que perpe-trou.

Fraude e desonestidade

De imediato a tropa de choque lulo-petista invadiu blogs, redes sociais e fóruns de discussão, para repetir, sem cessar, que as reações oficiais denotavam a indignação do governo “fascista” da Itália (em alusão ao governo de centro-direita de Berlus-coni) perante a atitude “soberana” de Lula.Uma vez mais, a estratégia da frau-de e da desonestidade se patenteou. De fato, esse impropério rancoroso é destituído de qualquer fundamento.Foi a Corte Europeia de Direitos Hu-manos quem rejeitou os argumentos da defesa de Battisti e chancelou as decisões da Justiça francesa e italia-na de que Battisti devia ser extradi-tado.Foi o Presidente da Itália, Giorgio Napolitano (qualificado em tempos por Lula como “companheiro” Napo-litano) um comunista histórico, alia-do de Berlinguer na fórmula do euro-comunismo, quem, de modo mais veemente, se insurgiu contra a atitu-de cúmplice do ex-presidente brasi-leiro.Foram partidos políticos de centro, esquerda e direita, junto a agremia-ções de estudantes, que realizaram mobilizações em frente à Embaixa-da do Brasil em Roma e aos consula-dos brasileiros em outras cidades, como Milão e Nápoles, durante as quais deixaram claro que seu pro-testo não se voltava contra o Brasil, mas contra Lula da Silva a quem alguns chamavam de “covarde”.Foi a União Europeia quem passou a articular uma reação diplomática de apoio à Itália, na tentativa de ampliar a pressão sobre o Brasil para que reverta a decisão de não extraditar Cesare Battisti.Foi o jornal La Repubblica, próximo a ambientes de esquerda, e um dos órgãos de imprensa estrangeira que mais apologia fez de Lula nos últi-mos anos, quem comentou: “No país do samba, há uma espécie de cum-plicidade ideal com todos os Battisti do mundo, com os terroristas, com os justiceiros. Lula deve ter pensado que a Itália é uma republiqueta como a sua. (Ele) acredita que o mundo inteiro é formado por paisecos no limite entre o populismo e a ditadura militar”.

Familiares das vítimas de Battisti insurgem-se

Ignazio La Russa, ministro italiano

da Defesa ressaltou que a decisão de Lula da Silva “além de ser injusta e gravemente ofensiva para a Itália, o é sobretudo para a memória das pessoas assassinadas e para a dor dos familiares de todos aqueles que perderam a vida por responsabili-dade do assassino Battisti" (cfr. Folha.com 31.12.2010).Alberto Torregiani foi um desses fa-miliares que se mostrou inconfor-mado com a atitude de Lula. Tinha apenas quinze anos quando seu anseio de se tornar jogador de futebol se desfez. Integrantes do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) invadiram a joa-lheria da família em Milão e, sem dizerem uma palavra, fuzilaram seu pai e o deixaram paraplégico.Em entrevista ao site de Veja, Torregiani invectivou: “Lula gosta de dizer que lutou pela democracia do Brasil e que essa era sua finalidade. É de se esperar que uma pessoa que diga isso tenha humanidade e res-peito pela civilidade, o que não acon-teceu. Eu sou a prova viva de que Battisti é um assassino".De inconformidade foi também a reação de Maurizio Campagna, ir-mão do policial Andrea Campagna, assassinado por Cesare Battisti, em abril de 1979: “A França ia extraditá-lo. A Corte Europeia afirmou que não existiam condições para não devol-vê-lo à Itália. O Supremo Tribunal Federal do Brasil determinou a ex-tradição. Esta decisão final foi uma vergonha” (cfr. Para irmão de vítima, manter Battisti no Brasil é “uma vergonha”, Folha.com, 4.01.2011).

Legitimação de crimes terroristas

De tudo o que até agora foi con-siderado, não é difícil depreender que só um compromisso ideológico pode explicar a escandalosa atitude de Lula em relação ao terrorista-assassino, Cesare Battisti.“Embora cercado de pareceres téc-nicos e rapapés jurídicos, o presi-dente tomou sua decisão levando em conta somente compromissos políticos e ideológicos com a militân-cia de esquerda que vê em Battisti um “herói”, ignorando olimpicamen-te as legítimas demandas italianas”, escreveu Marcos Guterman (Estadao.com.br, Battisti já pode voltar ao calçadão de Copacabana, 31.12.2010).Ao dar guarida a Battisti, sob a ale-gação de que o julgamento do ter-rorista e a pena respectiva podem conformar uma “perseguição” políti-ca, Lula deu uma vigorosa chancela de liceidade ao terrorismo e aos crimes praticados em nome do mes-mo, enquanto negou legitimidade ao ato punitivo de um Estado de Direito. O que de si constitui a profissão ideológica da ilegitimidade do Es-

tado de Direito democrático (a que os marxistas apodam de Estado burguês) e da legitimidade das for-ças revolucionárias que a ele se opõem. O ato de Lula é, pois, tudo menos ingênuo ou filantrópico.Cabe ressaltar ainda que o grupo Proletários Armados pelo Comunis-mo, de Cesare Battisti, nem sequer tinha o pretexto de lutar contra uma ditadura, pois suas ações foram praticadas no âmbito de um regime democrático.

Data escolhida

Também a data em que Lula decidiu anunciar sua decisão de não ex-traditar Battisti parece calculada.Não o fez antes das eleições, pois seria altamente prejudicial a sua candidata Dilma Rousseff. Esta, aliás, declarou durante quase toda a campanha eleitoral ser favorável à extradição de Battisti e à decisão do STF. Mais um dos engodos com que Dilma ludibriou o eleitorado, já que agora seus ministros defendem com unhas e dentes a decisão do ex-presidente Lula.Mas Lula poderia ter negado a ex-tradição pouco tempo após a vitória de Dilma no segundo turno, evitando deste modo que esse ato contami-nasse o início do governo de sua su-cessora. Entretanto, Lula deixou tal ato para o último dia de seu mandato de forma a marcar o início do go-verno de sua sucessora e deixar cla-ro que esse legado se prolonga pelo mandato que agora se inicia.Parece evidente que este calendário foi minuciosamente calculado pelas duas equipes, na transição, uma vez que esta se fez em “casa” (entre petistas).

Lula firma seu legado ideológico

O que Lula quis deixar bem assen-tado – na linha de outras atitudes assumidas anteriormente – foi seu comprometimento ideológico com a esquerda e até com a esquerda radical.Lula se encarregou de rasgar diante do mundo a fantasia que tantos se esforçaram em repetir e reproduzir, do homem simples, do operário hu-milde e ingênuo, amigo dos pobres, cuja singeleza alcançou invejável sucesso, por seu espírito concilia-dor, moderado, pragmático e avesso a ideologias.Deixou claro que foi e continua a ser o líder sindical, nascido no berço da “esquerda católica”, inspirada pela Teologia da Libertação, adulador da ditadura comuno-castrista que sub-siste em Cuba, e que se mantém como um referencial no sossobro da esquerda mundial, essa mesma ditadura cubana que inspirou por to-do o mundo movimentos terroristas marxistas.

Afinal qual o sentido do Foro de São Paulo, criado sob sua inspiração e a de Fidel Castro, quando da queda do Muro de Berlim? A implantação de um projeto socialo-comunista na América do Sul, que compensasse certa esquerda internacional pelas irreparáveis perdas da ruína do mun-do comunista por detrás da Cortina de Ferro.

Exaltação do passado terrorista

A esse gesto de despedida de Lula, que se torna também o primeiro ato de repercussão internacional do go-verno Dilma, se soma um outro ges-to, igualmente simbólico, que mar-cou a tomada de posse da nova Presidente.“Rousseff honrará seu passado guerrilheiro na sua posse”, afirmava às vésperas da cerimônia o co-nhecido jornal espanhol El Pais (31.12.2010).Na posse, como 40º Presidente da República, Dilma Rousseff fez ques-tão de dar lugar de honra a onze amigas, militantes de extrema-es-querda que, inclusive pelas armas, tentaram implantar no Brasil um regi-me ditatorial de cunho comunista e que com ela partilharam as vicis-situdes da prisão.“Muitas delas – destaca ainda o El Pais - não se conheciam quando fo-ram presas e nem todas militavam nos mesmos grupos da extrema es-querda que se dividiam entre as que defendiam a luta armada contra os militares - como a nova presidente Rousseff - e as que preferiam lutar contra os militares de outras formas. Na prisão se tornaram todas amigas e agora se reunem como em um sonho: `Nunca imaginei que alguém da luta armada pudesse um dia ser presidente da República´, afirma Rita Sipahi que atuava na Ação Popular, uma advogada que preside hoje a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça” (El Pais, 31.12.2010).Antes das eleições tive oportunidade de assinalar que Dilma Rousseff tudo fez para que não se aprofun-dasse seu passado na luta armada; e que, tanto ela quanto o PT, não haviam dado provas de seu abandono efetivo das ideologias e práticas que levaram grupos de es-querda a enveredar pela luta ar-mada. Dilma jamais se arrependeu publicamente de sua participação nesse tipo de ativismo político.Ao fazer o convite a suas com-panheiras de luta desvaneceu as dú-vidas que pudessem subsistir, pois exaltou o princípio do terrorismo como meio legítimo para alcançar o poder. A Presidente apenas afirma que o País mudou, acentuando des-se modo que as circunstâncias são outras e não justificam, por agora, o uso de métodos de luta que incluam

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as ações terroristas. Mas a questão é estratégica e não de princípios.

Um legado alarmante

Os dois atos simbólicos, de Lula e de Dilma, meticulosamente planejados no tempo, se somam e pretendem ser reveladores do sentido mais íntimo do projeto de poder lulo-pe-tista. O lulo-petismo – ontem com

Lula na Presidência, hoje com Dilma – não renunciou à ideologia de es-querda que inspirou a luta armada, nem renunciou às metas e aos mé-todos da esquerda, inclusive terro-rista. Ao proteger e homenagear os protagonistas da luta armada, afirma que esse passado deve ser exaltado (embora, por conveniências, possa não ser seguido). O lulo-petismo não acredita no sis-tema de Democracia

representativa. Apenas se serve desse regime e de suas liberdades para alcançar o poder e destruir a própria democracia.Coincidência: esses dois atos sim-bólicos se dão precisamente quando o terrorismo de esquerda volta a ressurgir na Europa, e mais concre-tamente na Grécia e na Itália, com os recentes atentados à bomba a diver-sas embaixadas. Outra coincidên-

cia: esses dois atos se dão quando o regime de Hugo Chávez vem trans-formando o território venezuelano em refúgio seguro e campo de trei-namento de grupos terroristas como as FARC da Colômbia, a ETA da Espanha, o Hezbollah do Líbano (fi-nanciado pelo regime iraniano), o IRA da Irlanda etc. O mesmo Hugo Chávez que não escondeu seu apo-io a Dilma Rousseff.

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Luiz Fernando Veríssimo

Que me perdoem os ávidos teles-pectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas con-seguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, te-ve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível as-sistir a este programa ao lado dos fi-lhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos "heróis", como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou he-terosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE.Veja como Pedro Bial tratou os par-ticipantes do BBB 10. Ele prometeu um "zoológico humano divertido". Não sei se será divertido, mas pare-ce bem variado na sua mistura de cli-chês e figuras típicas.Se entendi corretamente as apre-sentações, são 15 os "animais" do "zoológico": o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o ne-gro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a "não sou pi-ranha mas não sou santa", o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para aca-bar!!!).Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e es-critor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresen-tador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosa-mente bem sobre a perda do humo-

rista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro re-pórter acéfalo do BBB disse que, pa-ra ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, cha-mando-os de heróis. Caminho ár-duo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasilei-ros, profissionais da saúde, profes-sores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansá-veis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedi-cação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados...Heróis são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.Heróis são crianças e adultos que lu-tam contra doenças complicadís-simas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis são inúmeras pessoas, enti-dades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hos-pitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pa-gam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra repor-tagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.O Big Brother Brasil não é um pro-grama cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conheci-mentos intelectuais aos telespecta-dores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, tra-balho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, to-mar sol, fofocar, dormir e agir estupi-damente para que, ao final do pro-grama, o "escolhido" receba um mi-lhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o com-portamento humano". Ah, tenha dó!!!Veja o que está por de tra$$$$$$$$ do BBB: José Nêumani, da Rádio

Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas li-garem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e sete-centos mil reais a cada paredão.Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedi-cada a programas de inclusão so-cial, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?(Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprados ma-is de 5.000 computadores!)Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e in-dignação, por ver tamanha aberra-ção ter milhões de telespectadores.Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quin-tana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar..., ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins..., telefonar para um ami-go..., visitar os avós..., pescar..., brincar com as crianças..., namo-rar... ou simplesmente dormir.Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa socieda-de.

A Vergonha

Sodoma BBB

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Primeira reunião do InstitutoBrasil Imperial é um sucessoA genealogia como fator básico naformação da pátriaSomos, concretamente, restos de estrelas animados de consciência

Anibal de Almeida Fernandes

Instituto Brasil ImperialInstituto Brasil Imperial

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INÍCIO DA HISTÓRIA HUMANA: O HOMEM começa a ser HOMEM quando passa a enterrar os seus mortos. Este é o marco divisório entre os hominídeos (hominídeos, como é conhecido o grupo ao qual pertence o homem e seus parentes fósseis que saíram da África rumo à Eurásia) e o primeiro homem e ocorreu cerca de 40.000 anos atrás, antes mesmo da prática da agricultura, que só aparece cerca de 12.000 aC., após a ultima era glacial, tanto com o Homo sapiens (2.000 calorias/dia) que continuou até hoje como o homem moderno do séc. XXI, tanto com o Homo neandertal (5.000 calorias/dia) que se extinguiu há 30.000 anos. Essas duas espécies se separam há 500.000 anos. Os cientistas compararam o genoma neandertal com o de cinco humanos modernos procedentes da África Meridional e Ocidental, assim como de França, China e Papua Nova Guiné. Também foi comparado com o genoma do chimpanzé, cujo DNA é 98,8% idêntico ao humano. Na comparação, o neandertal mostrou-se geneticamente idêntico ao humano moderno em 99,7%, e ao c h i m p a n z é e m 9 8 , 8 % . O antepassado comum do chimpanzé com o humano moderno e seu primo neandertal remonta a 5 ou 6 milhões de anos atrás.

GENEALOGIA: é o hábito de relacionar os ancestrais para torná-los conhecidos e qualificar o indivíduo perante seus pares, isso funcionou como a base elementar na f o rmação das c i v i l i zações : Sumeriana, Egípcia, Hindu, Chinesa, Japonesa, Grega e Romana, que da célula unifamiliar evoluem até chegar à constituição da pátria mãe.

2) O início da civilização: A terra era propriedade privada da família e foi garantida pela religião desde o alvorecer da civilização, pois era na terra que a família assentava o túmulo dos ancestrais que era o altar do lar para reverenciar esses ancestrais mortos, que eram os deuses do lar, os Manes. Esta terra devia ser protegida, e preservada através dos tempos, pois ela recebia

os mortos que são os deuses pertencentes à própria família. A religião ordenava que o altar do lar estivesse fixo no chão e que o túmulo não fosse jamais destruído ou deslocado. O ritual de oferecer uma refeição sobre o altar dos ancestrais mortos, que são os deuses do lar, é a mais antiga forma conhecida de ato religioso no mundo e existe até hoje principalmente no Oriente.

São 2 os fatos estabelecidos solidamente no início de qualquer sociedade: a família é formada pelo culto aos seus ancestrais mortos e a propriedade da terra onde estão enterrados os ancestrais, sempre guardada pelos deuses Termos que fixam os seus limites e pelos ancestrais mortos que são os deuses do lar da religião doméstica de cada família, esta terra deve ser preservada e protegida para todo o sempre. Uma linha sagrada e intransponível separava e limitava a propriedade dos campos de cada família através da marcação feita, ou por pedras ou por árvores, os Termos e os Marcos. Isso ocorreu entre os hindus, etruscos, romanos, sabinos e gregos.

2) Conceitos de família: Na Grécia a terra (propriedade) pertence aos que já morreram, é lá onde está o túmulo dos ancestrais da família, que é o que dá a identidade familiar, e deve ser guardada para os que vão nascer. Não existia a desapropriação e o confisco da terra só ocorre em conseqüência do exílio do cidadão. A dívida a alguém é paga com o próprio corpo do homem que é devedor e vira escravo, pois a terra é da família dele, não é do homem que fez a dívida. O direito da propriedade é inviolável e supera qualquer outro. Para o pagamento da dívida apenas se podiam vender os bens, nunca a propriedade famil iar. Nestas sociedades patriarcais a filha solteira ou casada herda muito menos que o filho homem, no máximo a terça parte. Se for filha única herda a metade dos bens, desde que haja um testamento específico lhe outorgando essa metade. O filho mais velho herdava a propriedade e tinha a obrigação de continuar a praticar o culto aos

deuses do lar. A propriedade não era adquirida pelo trabalho, mas recebida pela exigência religiosa do continuísmo do culto doméstico aos Manes do lar que é a célula mater na formação da família, ou seja, a propriedade é sagrada e serve ao culto dos ancestrais mortos da família.

3) Culto aos mortos: tanto na Grécia, como em Roma e na Índia, a filha não pode cumprir o 1o e mais sagrado dever que é o culto aos ancestrais mortos através de uma série de repastos fúnebres que devem ser feitos continuamente pelo filho homem. Na Índia este ritual está bem caracterizado na Lei de Manu, o 1º Homem, que é o similar indiano do Noé cristão, pois ele salva a humanidade e os animais do dilúvio mandado por Shiva para purificar a terra, ele escreve a lei para reger todos os homens agrupados de acordo com a qualidade da energia espiritual e material que predomine neles. A Lei qualifica o parentesco não pelo ato físico do nascimento, mas sim, pelo culto familiar aos ancestrais mortos que são comuns. O chefe da família duas vezes por mês, oferece o repasto fúnebre aos ancestrais apresentando um bolo de arroz cozido (chamado pinda) aos Manes de seu pai, relacionando-os até a 7a geração, depois, oferece o bolo aos Manes de sua mãe, relacionando-os até a 5a geração. Dois chefes de família que tenham entre todos esses ancestrais, pelo menos um em comum, são considerados parentes de grau sapinda, o que os deixa impedidos de casar os filhos entre si. Além da 7a geração paterna e da 5a geração materna se retroagem os ancestrais

até a 14a geração porém, nesse caso, a libação se faz apenas com a oferta de água, e nesse caso há u m p a r e n t e s c o d e g r a u samanôdaca.

4) Castas da Índia: vinculado ao hinduísmo, que é a religião praticada por 85% dos indianos, temos o sistema hierárquico de castas na Índia com uma história de 3.000 anos que resiste às tentativas oficiais de extingui-lo. Em sua origem, ele tinha quatro castas divididas de acordo com os valores espirituais e materiais de cada uma delas na sociedade. No topo da pirâmide estavam os brâmanes, (cor branca e metal ouro) que eram ou sacerdotes ou intelectuais, criados a partir da boca do deus Brahma. Dos braços s a í r a m o s a r i s t o c r a t a s , governantes e guer re i ros , chamados de xát r ias (cor ve rme lha e me ta l p ra ta ) . Comerciantes e agricultores, os vaixiás (cor ocre/marrom e metal bronze) foram criados a partir das coxas de Brahma. Por fim, dos pés nasceram os sudras (cor cinza escuro e metal ferro), os operários responsáveis pelo trabalho manual. Mais tarde surgiu uma quinta categoria os dálits, os "intocáveis", vindos da poeira da terra sob os pés de Brahma, que passaram a desempenhar as tarefas impuras. Esse grupo e os integrantes de uma série de tribos indianas também são chamados de sem-castas e formam cerca de 24% da população do país, o equivalente a 260 milhões de pessoas e hoje participam de importantes cargos no governo.(continua na próxima edição)

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IBI conclui parceria com a Sobrati e inauguraseu Espaço cultural social em São Paulo

Instituto Brasil ImperialInstituto Brasil Imperial

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Da redação do IBI

Em parceria com a Sociedade Brasi-leira de Terapia Intensiva (Sobrati), o Instituto Brasil Imperial (IBI) inau-gurou o seu espaço cultural social no Condomínio Empresarial situado na av. Fagundes Filho, 141, CJ 29, bairro da Saúde, na Capital de São Paulo, a cerca de 80 metros da esta-ção São Judas do Metrô. O sucesso pela conquista do nosso

espaço aconteceu durante encontro, no dia 8 de dezembro de 2010, entre o presidente do IBI, comendador An-tonyo da Cruz e o do presidente da Sobrati, comendador MD Douglas Ferrari.O associado do Instituto Brasil Im-perial está convidado a conhecer e freqüentar o espaço cultural social, sempre às quartas-feiras, das 14 às 18 horas.

CONVÊNIO CIVICO CULTURAL E EDUCACIONAL - Celebram entre as partes a SOBRATI – Sociedade brasileira de Terapia Intensiva, CNPJ 07.853.537/0001-43, re-presentado através do seu presi-dente Douglas Ferrari Carneiro e o IBI - Instituto Brasil Imperial, CNPJ 000.649.568/0001-38, através do seu presidente Antonyo da Cruz, o seguinte convênio.

DOS OBJETIVOS - Estabelecer o apoio para o desenvolvimento da Causa Monárquica Brasileira no aspecto da formação histórica, cívi-ca e cultural.

DO APOIO - A SOBRATI estará ce-dendo todas as quartas feiras es-paço em sua sede oficial na cidade de São Paulo para fins de apoio institucional, reuniões e encontros.

DOS VALORES – Não haverá qual-

Integra do Convênioquer forma de remuneração entre as partes, podendo o INSTITUTO BRASIL IMPERIAL utilizar as res-pectivas sedes da SOBRATI sem ônus ou custo, obedecendo exclu-sivamente aos horários e datas pre-viamente acertados entre as par-tes.

DURAÇÃO – O Presente convênio terá a duração e prazo indeter-minado, cabendo a parte interessa-da a interrupção do mesmo com comunicação prévia de 60 dias.

SITUAÇÕES NÃO PREVISTAS – Caberá em reunião conjunta, esta-belecer e solucionar eventuais con-flitos entre as partes.

Por estarem de acordo assinam o presente convênio os represen-tantes legais.

São Paulo, 01 de janeiro de 2011

Sociedade Brasileira deTerapia Intensiva

Dr. Douglas Ferrari Carneiro

Instituto Brasil ImperialComendador Antonio da Cruz

Príncipes da Dinamarca apresentam seusgêmeos recém-nascidosBebês nasceram dia 8, princesa Mary foi mãe aos 38 anos

Da redação do IBI

O príncipe herdeiro da Dinamarca, Frederico, e a princesa Mary apresentaram seus gêmeos no dia 14 de janeiro, à saída do Hospital Unidas de Copenhague, nascidos no dia 8 desse mês. Os novos membros da família real já estão em casa. Prematuros, os gêmeos - um menino e uma menina - só deixaram

o local no dia 14 porque estavam com icterícia.Quarto e quinta na sucessão do trono, os bebês ainda não têm nome. Eles ficam atrás do próprio pai, de 42 anos, e de seus dois irmãos maiores, o príncipe Christian, de 5 anos, e a princesa Isabella, de 3. Mary e Frederico se conheceram durante os Jogos Olímpicos de Sydney em 2000 e casaram-se em abril de 2004.

A princesa Mary carrega seu filho, e o príncipe Frederico, sua filha, nasexta-feira, dia 14 de janeiro, em hospital em Copenhague, capital daDinamarca. (Foto: AP)

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Primeira reunião do InstitutoBrasil Imperial é um sucessoAbertura dos portos, a Carta Régia deD. João VI em 28 de janeiro de 1808

DO PRINCIPE

Para o Conde da Ponte

Instituto Brasil ImperialInstituto Brasil Imperial

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Conde da Ponte, do meu Conselho, Governador e Capitão General da Capitania da Bahia. Amigo. Eu o Principe Regente vos envio muito saudar, como aquelle que amo. Attendendo á representação, que fi-zestes subir á minha real presença sobre se achar interrompido e sus-penso o commercio desta Capitania, com grave prejuizo dos meus vas-sallos e da minha Real Fazenda, em razão das criticas e publicas cir-cumstancias da Europa; e querendo dar sobre este importante objecto alguma providencia prompta e ca-paz de melhorar o progresso de taes damnos: sou servido ordenar inte-rina e provisoriamente, emquanto não consolido um systema geral que effectivamente regule semelhantes materias, o seguinte.Primo: Que sejam admissiveis nas Alfandegas do Brazil todos e quaes-quer generos, fazendas e mercado-rias transportados, ou em navios es-trangeiros das Potencias, que se conservam em paz e harmonia com a minha Real Corôa, ou em navios dos meus vassallos, pagando por entrada vinte e quatro por cento; a saber: vinte de direitos grossos, e quatro do donativo já estabelecido, regulando-se a cobrança destes di-reitos pelas pautas, ou aforamentos, por que até o presente se regulão cada uma das ditas Alfandegas, fi-cando os vinhos, aguas ardentes e azeites doces, que se denominam molhados, pagando o dobro dos di-reitos, que até agora nellas satis-faziam. Secundo: Que não só os meus vassallos, mas tambem os so-breditos estrangeiros possão expor-tar para os Portos, que bem lhes pa-recer a beneficio do commercio e agricultura, que tanto desejo pro-mover, todos e quaesquer generos e producções coloniaes, á excepção do Páo Brazil, ou outros notoria-mente estancados, pagando por sahida os mesmos direitos já esta-belecidos nas respectivas Capita-nias, ficando entretanto como em suspenso e sem vigor, todas as leis, cartas regias ou outras ordens que até aqui prohibiam neste Estado do Brazil o reciproco commercio e na-

vegação entre os meus vassallos e estrangeiros.O que tudo assim fareis executar com o zelo e actividade que de vós espero. Escripta na Bahia aos 28 de janeiro de 1808.

Efeitos da vinda da Família Real

Conseqüência imediata da vinda da Família Real e da Corte lusitana para o Brasil, a abertura dos portos bra-sileiros às "nações amigas" repre-sentou a conclusão de um processo que se iniciara com a invasão de Portugal pelos exércitos franceses e que levara D. João VI a transferir a Corte para o Brasil. Um dos países que mais se beneficiaram com a abertura, mas não o único, foi a In-glaterra, que não apenas manteve uma rota alternativa de escoamento para seus produtos, como também ampliou sua aliança política e militar com os portugueses. No Brasil, os armazéns já estavam abarrotados de produtos à época da chegada da Corte portuguesa, devido às restri-ções impostas pelos franceses no comércio europeu. Assim, os colo-nos que exportavam produtos para a metrópole exigiram que o governo auxiliasse a exportar sua produção.

Mas a medida também afetava di-retamente os setores da economia que se beneficiavam do comércio monopolizado pela antiga metró-pole, principalmente setores domi-nados pelos portugueses. Preços fixos, garantia de venda e trans-porte, entre outras exclusividades, sofreriam agora todo tipo de con-corrência. Os protestos que eclodi-ram no Rio de Janeiro e em Lisboa forçaram o príncipe regente a fazer algumas concessões, entre elas: a restrição do livre comércio aos por-tos de Belém, São Luís, Recife Sal-vador e Rio de Janeiro; exclusivi-dade aos navios portugueses para o comércio de cabotagem e redução para 16% nos impostos cobrados aos produtos comercializados por embarcações portuguesas.João de Saldanha da Gama Melo Torres Guedes Brito (1773-1809), sexto conde da Ponte, governou a capitania da Bahia entre 1805 e 1809, e foi o responsável pela recep-ção da Família Real portuguesa no Brasil em 1808. Tornou-se conhe-cido pela forma autoritária como tratava os escravos e por defender que, qualquer tipo de união entre os cativos, fosse em quilombos ou em irmandades, poderia levar a rebe-

liões e deveriam, portanto, ser ener-gicamente reprimidos. Apesar das posições arbitrárias com relação aos cativos, o conde foi também o res-ponsável pela implementação do Teatro de São João em Salvador. A obra foi iniciada em 1806, ainda du-rante seu governo e o Teatro foi inau-gurado em 13 de maio de 1812, portanto, mais de um ano antes da inauguração da mais importante ca-sa de espetáculos da corte, o Real Teatro de São João, aberto em 12 de outubro de 1813.Segundo filho de Da. Maria I e D. Pedro III, que se tornou herdeiro da Coroa com a morte de seu irmão primogênito, D. José, em 1788, D. João VI (1767-1826) assumiu a re-gência do reino em 1792, no impe-dimento de sua mãe, considerada louca. Foi sob o governo do então príncipe regente D. João, que Por-tugal enfrentou sérios problemas com a França de Napoleão Bona-parte, sendo invadido pelos exér-citos franceses em 1807. Em decor-rência da invasão francesa a Portu-gal, a Corte portuguesa e a Família Real partiram para o Brasil em no-vembro daquele mesmo ano, apor-tando em Salvador em janeiro de 1808.

Este o documento que permitiu avanço incontestável no progresso econômico e social do Brasil,

as raizes da nação de hoje

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Dentre as medidas tomadas por D. João em relação ao Brasil estão: a abertura dos portos às nações ami-gas; a liberação para criação de ma-nufaturas; a criação do Banco do Brasil; a fundação da Real Bibliote-ca; a criação de escolas e acade-mias, e a implantação de uma série de outros estabelecimentos dedica-dos ao ensino e à pesquisa, repre-sentando um importante fomento para o cenário cultural e social da colônia. Em 1816, com a morte de Da. Maria I, tornou-se D. João VI, rei de Portugal, Brasil e Algarves. Em 1821, retornou com a Corte para Portugal, deixando seu filho Pedro como regente. Ainda durante seu re inado , fo i reconhec ida a Independência do Brasil, no ano de 1825.

Real Fazenda

A Real Fazenda foi resultado das re-formas implementadas pelo ministro Martinho de Melo e Castro durante o governo de D. José I. Criada em 1761, tinha a finalidade de centra-lizar toda a administração relativa aos assuntos tributários e receitas alfandegárias, e serviu, em ultima instância, para diminuir os poderes do antigo Conselho Ultramarino. O impacto na administração do Reino e das colônias foi imediato. A institui-ção foi responsável por modernizar os métodos de contabilidade, elabo-rando novas técnicas de escritu-ração e de balanços regulares. Nas colônias, o órgão foi responsável pe-la instalação das tesourarias ou Jun-tas da Fazenda que possuíam juris-dições separadas, responsáveis pelas despesas militares, eclesiás-ticas, civis e gastos extraordinários. Apesar dos aspectos técnicos da instituição da Real Fazenda, o termo "Fazenda" também se referia ao conjunto de bens do Estado, à pro-dução geral de riqueza do reino e suas colônias, suas atividades eco-nômicas, agrárias e comerciais.Após a eclosão da Revolução Fran-cesa em 1789, foi nomeado como comandante militar dos exércitos franceses, Napoleão Bonaparte. Em 1799 Napoleão liderou um golpe de estado que desencadearia, nos 15 anos seguintes, inúmeros con-flitos continentais entre as potências envolvidas na disputa pelo controle do comércio mundial. Em 1806 a França decretou o "Bloqueio Conti-nental" que afetou diretamente todos os portos europeus, a partir daquele momento, proibidos de comerciali-zar com países não alinhados à polí-tica de Bonaparte. Diante da não-adesão portuguesa ao bloqueio, re-forçada pela aliança firmada entre a Espanha e França (1807), tropas francesas comandadas pelo general Junot invadiram em Portugal em no-vembro de 1807. Como conseqüên-

cia, a Corte portuguesa e a Família Real migraram para o Brasil e em 1808 D. João declarou guerra à França. Após várias lutas entre as tropas francesas e os exércitos an-glo-lusitanos, os franceses foram definitivamente expulsos de Portu-gal (1811), após a batalha do Buça-co, sob o comando do general inglês Wellesley, duque de Wellington.Organismos da administração fa-zendária ou Fazenda responsável pela arrecadação e fiscalização dos tributos provenientes do comércio de importação e exportação. Entre 1530 e 1548 não havia uma estru-tura administrativa fazendária, so-mente um funcionário régio em cada capitania, o feitor e o almoxarife. Po-rém, com a implantação do governo-geral em 1548, o sistema fazendário foi instituído no Brasil com a criação dos cargos de provedor-mor - auto-ridade central - e de provedor, ins-talado em cada capitania. Durante o período colonial foram estabeleci-das casas de alfândega, que ficaram sob controle do Conselho de Fazen-da até a criação do Erário Régio em 1761, que passou a cobrar as cha-madas "dízimas alfandegárias". Es-tas, no entanto, mudaram com a vin-da da Família Real em 1808 e a conseqüente abertura dos portos brasileiros. Por esta medida, quais-quer gêneros, mercadorias ou fa-zendas que entrassem no país transportadas em navios portugue-ses ou em navios estrangeiros (que não estivessem em guerra com Por-tugal) pagariam por direitos de entra-da 24%, com exceção dos produtos ingleses que pagariam apenas 15%. Os chamados gêneros molhados, por sua vez, pagariam o dobro desse valor. Quanto à exportação, qual-quer produto colonial (com exceção do pau-brasil ou outros produtos "es-tancados") pagaria nas alfândegas os mesmos direitos que até então vigoravam nas diversas colônias.

Controle

O controle do comércio e navegação entre o reino e suas colônias sempre foi uma preocupação do Estado por-tuguês. Esse comércio era regido pelas convenções do pacto colonial, que reservava o monopólio dos pro-dutos coloniais para a metrópole, embora a verificação de contraban-do entre as colônias e outros reinos evidencie falhas e brechas no sis-tema. Tratado como um verdadeiro contrato político, pressupunha uma série de instrumentos político-insti-tucionais para a sua manutenção. Na prática, a Coroa não conseguia reservar esses mercados apenas para si e desde o século XVII eram feitas concessões cada vez maiores a aliados históricos, como os ingle-ses. Essa estrutura seria invertida com a chegada da Corte joanina e a

conseqüente abertura dos portos às nações amigas de Portugal. Eliminava-se o exclusivismo mer-cantil e essa medida, na prática, favorecia mais à Inglaterra, que exigiu a manutenção e ampliação de certos privilégios econômicos. A si-tuação de dependência comercial com a Inglaterra seria agravada com a assinatura em 1810 do Tratado de Navegação e Comércio que estabe-leceu uma série de medidas que da-riam vantagens a este país sobre outras nações no comércio com o Brasil e Portugal.Durante a maior parte do período colonial o sistema agrícola brasileiro se caracterizou pela grande lavoura monocultora e escravista voltada pa-ra exportação. Entretanto, podiam ser encontradas também em peque-na escala as pequenas lavouras, policultoras e de trabalho familiar. Com a chegada da Família Real e toda a estrutura do Estado portu-guês, houve a necessidade de maior abastecimento de gêneros agrícolas especificamente para o mercado interno.Na época a estrutura agrária brasi-leira era pautada pela rusticidade dos meios de produção, pela aduba-ção imprópria e falta da prática do arado, enfim, o que havia era a pre-sença modesta de técnicas mo-dernas de cultivo. D. João VI, atento a essa situação emergencial, criou em 1812 o primeiro curso de agricul-tura na Bahia e em 1814, no Rio de Janeiro, uma cadeira de botânica e agricultura, entregue a Frei Leandro do Sacramento. O objetivo era co-nhecer melhor as espécies nativas, não apenas para descrição e clas-sificação, mas também com a inten-ção de descobrir seus usos alimen-tares, curativos e tecnológicos. Mais do que isso, a promoção dos estu-dos botânicos e agrícolas era parte de uma nova mentalidade de pro-moção das idéias científicas, que já vinha sendo implementada em Por-tugal desde o final do século XVIII. A agricultura era vista como uma verdadeira "arte", pois era o melhor exemplo de como o homem era capaz de "domesticar" a natureza e fazê-la produzir a partir das neces-sidades humanas. Significava a in-terferência do Estado em prol do aproveitamento racional das rique-zas naturais, orientado pelas experi-mentações e pela própria razão.

Pau-brasil

Denominado Caesalpinia echinata por Jean-Baptiste Lamark em 1789, no século XVIII, e conhecido por Ibi-rapitanga, pelos povos indígenas de cultura Tupi que viviam nas costas da colônia, o pau-brasil se estendia, principalmente, desde o Rio de Ja-neiro até o Rio Grande do Norte. As excelentes propriedades dessa ma-

deira como corante e como matéria-prima para a construção e para a fabricação de instrumentos musicais fizeram da extração do pau-brasil uma atividade econômica relevante por todo o período colonial, figu-rando com destaque nas exporta-ções brasileiras ainda na metade do século XIX. Objeto de exploração exclusiva da Coroa portuguesa, a importância do pau-brasil foi tão expressiva e tão elevados os lucros que propiciava que, durante os séculos XVI e XVII era corrente o uso da expressão "fazer Brasil" para designar o complexo de operação para a extração da madeira: derru-bada, corte, transporte até os portos.O estanco constituiu um monopólio real de venda de certos produtos. Para estes gêneros havia restrições e regras para exportação, quan-tidade máxima, preço estabelecido, e necessidade de autorização régia para o comércio (quando não rea-lizado diretamente pela própria Co-roa). Alguns estancos existiam des-de a Idade Média, como o do sabão, por exemplo, ou foram herdados da época da União Ibérica (1580-1640), como o das cartas de jogar, mas boa parte deles era decorrente de privi-légios de conquista, como o pau-brasil e a pimenta. Ao longo dos sé-culos XVII e XVIII os estancos mais importantes para Portugal eram do sal, do tabaco, e do ouro e pedras do Brasil, muito embora os metais alter-nassem períodos estancados ou ta-xados com o quinto.

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Primeira reunião do InstitutoBrasil Imperial é um sucessoPALESTRA:

"A Monarquia Norueguesa: 1814-2011"

Instituto Brasil ImperialInstituto Brasil Imperial

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Palestrante Francis Henrik Aubert

Comendador Antonyo da Cruz entrega o Certificado aoPalestrante Dr. Prof. Francis Henrik Aubert

Comendador Antonyo da Cruz entrega o Certificado de Presença dosCompanheiros do Rotary Club de Vila Mariana – SP, Miguel Saliby Neto,Maria Regina Fregados Santos Klatil, Jarbas Tena Cuvero

Baronete hereditário, membro da nobreza dinamarquesa, Doutor em Lingüística, Livre-Docente e Profes-sor Titular em Estudos da Tradução junto à Faculdade de Filosofia, Le-tras e Ciências Humanas pela Uni-versidade de São Paulo, Doutor, Professor Francis Henrik Aubert, proferiu no dia 26 de janeiro de 2011 às 19h59min, brilhante palestra no espaço cultural do INSTITUTO BRA-SIL IMPERIAL, aos associados e vi-sitantes, que versou sobre "A Monar-quia Norueguesa: 1814-2011”

A formação da monarquia norueguesa

Os principais marcos:- 872: unificação- 1349: peste bubônica- 1450: “união eterna” com a Dina-marca- 1814: autonomia/união com a Sué-cia- 1884: consolidação do parlamen-tarismo- 1905: separação das coroas- 1940: resistência ao III Reich

Formação do Reino da Noruega

Harald Hårfagre (848-933) (Haraldr hárfagri), originariamente rei da re-gião de Vestfold, logrou uma pri-meira unificação do território – con-quista e eleição – e reinou como 1º Rei da Noruega de 872 a 933.

Os outros países nórdicos

A Dinamarca torna-se um reino uni-do em meados do séc. X e no século XI aparece como a principal “potên-cia” escandinava.A Suécia consolida-se como reino ao longo dos séc. XI e XII.A Islândia é colonizada a partir de 874. Submete-se à coroa norue-guesa em 1262 e ingressa na União de Kalmar em 1397.

Apogeu da Noruega Medieval

Entre os séc. X e XIII os domínios no-ruegueses espalham-se pelo Mar do Norte: Irlanda (Dublin), Færø, Shetland, Ilha de Man, partes da Escócia, Órcades,Islândia (Groen-lândia).

A débâcle do séc. XIV

Em meados do séc. XIV, a peste bubônica (a Peste Negra) atinge a Europa. Chega à Noruega em 1349, em Bjørgvin (hoje Bergen) .Em um período de 3 a 4 anos, a peste bubônica dizima, em média, 1/3 da população da Europa.Na Noruega, porém – com alguma variação de região a região – as perdas chegam a perto de 65%, sem distinção de classe social.Assim, boa parte das classes diri-gentes (civil, militar e eclesiástica) também vem a perecer, tornando a Noruega extremamente vulnerável a investidas externas, particularmente da Dinamarca. Em 1397 institui-se a União de Kal-mar, que reúne os três países nórdi-cos sob o cetro da rainha da Dina-marca (Margarida I)A “união eterna” entre a Dinamarca e a Noruega foi proclamada em 29 de agosto de 1450 e somente abolida com o Tratado de Kiel em 14 de ja-

A Noruega na Europa

Harald Hårfagre (848-933)

Domínios NorueguesesEntre os séc. X e XIII

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neiro de 1814.

União com a Dinamarca

Na prática, foram 4 séculos de um sistema de “Reino Unido”, centrado em Copenhague.1814 – A independência que ficou na autonomia parcial.Guerras Napoleônicas – Tratado de Kiel – janeiro de 1814.Assembléia de Eidsvoll .Em 17 de maio de 1814 – aprovada a Constituição do Reino da Noruega

Primeira eleição

Votada a Constituição, a Assembléia de Eidsvoll encerra seus trabalhos elegendo Christian Frederik, regente (statholder) da Noruega e príncipe herdeiro da Dinamarca, como o pri-meiro rei da Noruega independente.

A independência da Noruega não é reconhecida

As potências européias e o Con-gresso de Viena rejeitam a inde-pendência da Noruega – percebida como tentativa de recomposição do Reino Unido da Dinamarca e da Noruega - e impõem a união com a Suécia (sem especificar o formato da união).

1814 – A independência que ficou na autonomia parcial.

União pessoal com a Suécia – votada em 4/11/1814.Mantém-se o parlamento autônomo.Carlos XIII da Suécia é eleito Rei da Noruega (Carlos II).Pouco depois (1818), o Marechal Bernadotte assume os tronos nór-dicos como Carlos III da Noruega e Carlos XIV da Suécia.

A Dupla Monarquia 1814-1905

Os Reinos Unidos da Suécia e da Noruega – 1814 – 1860

Período de relativa estabilidade na relação dos dois reinos. A Noruega percebe-se como o “primo pobre” dos reinos, mas está mais voltada para suas próprias questões inter-nas.Politicamente, o sistema vigente realiza – nos parâmetros do século XIX – a tripartição de Poderes, em que o Rei efetivamente chefia o Exe-

cutivo. Tentativas precoces de introduzir elementos parlamentaristas esbar-ram em resistências, particular-mente dos camponeses que tradi-cionalmente têm no Rei a figura de um protetor contra os abusos de outras classes sociais.

Os Reinos Unidos da Suécia e da Noruega – 1860 – 1905

Christian Frederik primeiro reida Noruega independente

Período de crescente desgaste no quadro da união. Quatro temas bási-cos agitam a política da época:- O posto de regente (statholder)- A presença dos ministros de estado no Parlamento (Stortinget)- A reivindicação de sistema consular próprio para a Noruega- A questão da bandeira “pura”

A crise de 1905

Pano de fundo:Divergências geopolíticas e eco-nômicas: Suécia busca aprimorar as relações cont inentais (Fran-ça/Alemanha), a Noruega as rela-ções atlânticas (Grã-Bretanha e E.U.A.).Percepção de papel secundário: a residência permanente do Rei é em Estocolmo e a Noruega tem de manter dois primeiros-ministros: um em Christiana (Oslo), outro em Esto-colmo.Por conta dos interesses econô-micos divergentes, a Noruega vinha há muito reivindicando ter um sistema consular próprio.A Suécia procurava evitar dar anda-mento ao caso, porque o Ministério das Relações Exteriores era o único ministério comum a ambos os reinos (e sempre ocupado por um cidadão sueco).Um sistema consular norueguês poderia minar a política externa comum.Datas chave:2 3 / 5 / O 5 : p r i m e i r o - m i n i s t r o norueguês Christian Michelsen consegue obter do Stortinget (par-lamento norueguês) a aprovação da lei que cria o sistema consular no-rueguês.27/5/05: Em reunião ministerial em Estocolmo, em 27/5/05, Oscar II e-xerce o seu direito a veto.Os ministros noruegueses presen-tes renunciam.Oscar II indefere a renúncia.Os ministros demissionários recu-sam-se a assinar a ata.Oscar II recusa-se a nomear novo ministério.

Marechal Bernadotte é eleitosucessor de Carlos XIII da Suécia

Carlos III da Noruega eCarlos XIV da Suécia

Os Reinos Unidos da Suéciae da Noruega

Carlos XIV (Carlos III da Noruega)1814 – 1844

Oscar I 1844 – 1859

Carlos XV (Carlos IV da Noruega)1859 – 1872

Oscar II 1872-1907

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www.brasilimperial.org.br

O governo em Christiana declara, em 7 de junho, que o rei deixou de exercer suas funções e que a União está dissolvida.20/6/05 – O Riksdag (parlamento sueco) declara-se disposto a ne-gociar o fim da união, desde que essa seja a vontade da maioria dos noruegueses.13/8/05 – Plebiscito para confirmar o fim da União: 368.392 votos “sim” e 164 “não”.23/9/05 – Os termos finais do acordo entre a Suécia e a Noruega são firmados.26/10/05 – Oscar II renuncia ao trono da Noruega.

A nova monarquia

O Parlamento convida o Príncipe Carlos, da Dinamarca, a assumir o trono.O Príncipe Carlos condiciona sua aceitação a um plebiscito que per-mita aos noruegueses dizerem se desejam uma monarquia ou uma república.Nos dias 12 e 13 de novembro rea-liza-se o plebiscito, e a opção monár-quica é aprovada pela grande maio-ria dos eleitores.Em 25 de novembro de 1905, o Prín-cipe Carlos chega à Noruega para assumir o trono sob o nome de Haakon VII.

A Noruega sob Haakon VII1905 – 1957

Em 1905, a Noruega ainda é um país “em desenvolvimento”. Geram-se muitas riquezas, mas essas con-vivem, lado a lado, com extrema pobreza.Ao longo das primeiras décadas do séc. XX, a Noruega aprofunda sua industrialização, chega a possuir a terceira maior marinha mercante do mundo.Como em outros países, o movi-mento operário, inspirado no socia-lismo (II e III Internacionais), ganha corpo e, em 1928, como resultado das eleições daquele ano, nomeia o primeiro governo trabalhista.

“Sou rei de todos os noruegueses, inclusive dos comunistas.”

9 de abril de 1940

Em 9 de abril de 1940, o III Reich invade a Dinamarca e a Noruega.Dinamarca capitula.O governo, o Rei e o Príncipe-Her-deiro permanecem na luta até junho, quando são obrigados a partir com uma esquadra britânica para con-tinuar a luta fora do território nacio-nal.

1945 – O retorno em triunfo

Legitimado inicialmente pelo plebis-cito.Legitimado pelo acolhimento a todas as tendências políticas, inclusive as anti-monárquicas.Legitimado pela firme resistência ao invasor e às múltiplas tentações de composição com o aparente vitorio-so.

Haakon VII

III Reich invade a Dinamarcae a Noruega.

Olav V – 1957 – 1991

Harald V – 1991 ...

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