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Ano I - nº 5 dezembro 2006 / janeiro 2007 Evento que abriu as celebrações do aniversário do Instituto reúne 400 participantes em Brasília Paulo Haddad produz estudo exclusivo sobre a atividade minerária Grandes executivos do setor reivindicam investimentos em infra-estrutura IBRAM chega aos 30 anos e aponta caminhos da mineração

IBRAM chega aos 30 anos e aponta caminhos da mineraçãoibram.org.br/sites/700/784/00000456.pdf · Geológico do Brasil), Agamenon Sérgio Lucas Dantas, o dire-tor-Geral do DNPM,

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Evento que abriu as celebrações do aniversário do Instituto reúne 400 participantes em Brasília

Paulo Haddad produz estudo exclusivo sobre a atividade

minerária

Grandes executivos do setor reivindicam

investimentos em infra-estrutura

IBRAM chega aos 30 anos e aponta caminhos da mineração

Indústria da Mineração Ano I - nº 5, dezembro de 2006 / janeiro de 2007

Augusto Antunes (1906/1996)

EDITORIAL

EXPEDIENTE Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração

DIRETORIA EXECUTIVA: Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César MancinCONSELHO DIRETOR: Presidente: Edmundo Mercer / Vice-Presidente: César Weinschenck de Faria

Produção: Profissionais do Texto – [email protected] / Jorn. Resp.: Sergio Cross (MTB3978) Tiragem: 5 mil exemplares Sede: SAUS Quadra 06, Bloco K, n. 07, Ed Belvedere, 4º. andar, sala 401 - CEP: 70070-915 - Brasília/DF

Fone: (61) 3226-9367/ Fax: (61) 3226-9580 - E-mail: [email protected] - Portal: www.ibram.org.br

IBRAM-Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 - Ed. Palladium Center - CEP: 66055-260 - Belém/PA Fone: (91) 32 30 40 66/55 - E-mail: [email protected]

IBRAM-CONIM: Av José Cândido da Silveira, 2000, Horto, Prédio do CETEC, CEP 31170-000 - Belo Horizonte/MGFone (31) 34 86 20 07 - E-mail [email protected]

Crédito das fotos: Gláucio Dettmar / Foto da capa: MCR

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Perspectivas x entravesO seminário que discutiu as perspectivas da

mineração para as próximas décadas revelou um cenário favorável à expansão da atividade, com inegáveis reflexos positivos para o País, assim como também apontou alguns entraves – palavra da hora no governo federal – que precisam ser desarmados para que os melhores resultados possíveis sejam alcançados.

O evento de 12 de dezembro marcou o início das comemorações do 30º aniversário do IBRAM. Em verdade, os 30 anos da Instituição se torna-ram um amplo programa de trabalho, o Plano de Imagem da Mineração, que objetiva reconstruir a imagem do setor, reposicionando-o entre os mais essenciais na opinião da sociedade.

Como parte do seminário que marcou a abertura das comemorações do 30° aniver-sário de fundação do IBRAM, foi a vez da Capital Federal sediar o lançamento do livro “Mineração no Brasil – Augusto Antunes, o homem que realizava”. Coube ao diretor se-cretário da Fundação Caemi de Previdência Social, Antonio da Rocha Netto (foto), falar sobre a importância da obra, que traz à tona uma história pouco conhecida da nova gera-ção, a trajetória vitoriosa de um dos pioneiros e referência da mineração no Brasil (pedidos: www.leochristiano.com.br).

Um dos pontos de destaque do seminário foi a assinatura de protocolo de intenções entre o Instituto e o Ministério de Minas e Energia para revitalizar e restaurar o Museu de Ciências da Terra, localizado no bairro da Urca, no Rio de Janeiro.

Participaram da assinatura do protocolo o presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, o presidente da CPRM (Serviço Geológico do Brasil), Agamenon Sérgio Lucas Dantas, o dire-tor-Geral do DNPM, Miguel Nery e o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Cláudio Scliar.

O protocolo estabelece a formação de um grupo de trabalho, que ficará encarregado de desenvolver o projeto de recuperação física do imóvel, bem como de um plano que garanta a auto-sustentabilidade desse verdadeiro espaço vivo da mineração.

Lançado em Brasília livro sobre Dr. Antunes

O Instituto chega ao trigésimo ano de existên-cia com o compromisso de se manter cada vez mais participativo, integrando os mais diversos foros de discussão e defendendo os interesses da indústria da mineração brasileira.

Assim o faz quando acompanha de perto as tramitações no Congresso Nacional, no Executi-vo; quando centraliza grandes debates de interes-se do País, que extrapolam muitas vezes o setor mineral; e, também, ao despertar maior atenção da mídia para assuntos relacionados à atividade. Há muito a trilhar, novos desafios a superar, mas é inegável que a representatividade conquistada e os novos espaços que o IBRAM vem alcançando são fundamentais nesta jornada.

Mineração apóia recuperação de museu

Vista geral da mesa de abertura do evento

Cerca de 400 pessoas prestigiaram o seminário

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Paulo Camillo ressalta qualidades da mineração e alerta para obstáculos a serem superados

As comemorações do 30º aniversário do IBRAM foram divididas em três etapas: uma reunião do Conselho Diretor; um almoço que homenageou os ex-dirigentes do Instituto; e o Seminário Indústria da Mineração e IBRAM: Perspectivas das Próximas Décadas.

O presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, abriu o seminário às 14h30. Ao lon-

go das cerca de cinco horas de evento, 400 pessoas (foto menor) tiveram a oportunidade de assistir a palestras e debates por parte de especialistas da mineração internacional.

Paulo Camillo, reafirmou a ne-cessidade do esforço para

mudar a imagem da indústria da mineração junto à sociedade. O setor mineral, segundo ele, tem que mos-trar de maneira mais efet iva que é possível

buscar o desenvolvimento econômico ao mes-mo tempo em que se preserva o meio ambiente e se cria melhores condições de vida.

“A mineração tem expertise nessas áreas. Precisamos inserir o tema no rol dos que merecem profunda discussão nacional por-que, enquanto o País procura caminhos para crescer, o setor mineral apresenta excelentes soluções”, afirmou, acrescentando que as mineradoras são as principais indutoras do desenvolvimento econômico e social nas áreas mais remotas, além de se destacar na contribuição para o crescimento do PIB e à formação de superávit comercial.

Fez, no entanto, um alerta. “Há sinaliza-ções de que, em função de deficiências e mesmo de inexistência de facilidades adequa-das na área de infra-estrutura, a capacidade contributiva do setor está atingindo seu limite de crescimento”.

Ele lembrou a falta de informações gerais e dados geológicos e cartográficos básicos, atualizados e em escalas adequadas, como fatores que impedem a expansão da indústria da mineração. Acrescentou mais dois fatores

que travam a expansão do setor: a instituição de áreas de uso restrito, especialmente na Amazônia, e a falta de regulamentação para exploração e aproveitamento de recursos mi-nerais em terras indígenas, o que está previsto na Constituição Federal.

Outro ponto importante é a questão am-biental, que ele avaliou como sendo a situação mais grave que o setor enfrenta. “As normas legais exacerbam a competência regulatória dos órgãos de fiscalização. Essas normas são técnica e socialmente inaplicáveis. Geram descrédito dos sistemas públicos de gestão ambiental e trazem conseqüências sérias ao setor, como o retardamento e até a suspensão de empreendimentos, com reflexos negativos diretos para o País”, afirmou.

Paulo Camillo abre o evento. Na mesa, da esq. para dir., Edmundo Mercer , Cláudio Langoni, Cláudio Scliar, Ivan Ramalho e Rosival Araújo (representante dos trabalhadores na mineração)

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O almoço, realizado antes do seminário, foi oferecido pela Direção do IBRAM aos atuais e ex-dirigentes que construíram a história do Instituto, além de autoridades das mais repre-sentativas do cenário nacional. As principais lideranças do Congresso Nacional e integrantes de Ministérios e do corpo diplomático compa-receram, o que se traduziu no respeito que a mineração desperta.

Circularam junto aos empresários mine-radores nomes como os do líder do governo na Câmara Federal, Arlindo Chinaglia, os deputados Jutahy Magalhães, José Carlos Aleluia, Carlos Alberto Leréia, Paulo Delga-do, Ricardo Izar, Paulo Abi-Ackel (eleito este ano), Maurício Rands, Luiz Carreira, José Múcio Monteiro, Luiz Carlos Hauly, Sigma-ringa Seixas, Bismarck Maia, Walter Feldman, Renato Casagrande, Walter Feldman, Onyx Lorenzoni e Paes Landim. Também compare-ceram os senadores Arthur Virgílio, Delcídio Amaral, José Jorge, Sérgio Zambiazi, Rodol-pho Tourinho e Luiz Otávio.

Entre os representantes do corpo diplomáti-co esteve o embaixador do Canadá, Guillermo

Rishchynski. Pelo Poder Executivo, participa-ram Cláudio Langoni, secretário executivo do Ministério do Meio-Ambiente, e Ivan Ramalho, secretário executivo do Ministério do Desen-volvimento da Indústria e do Comércio. Outras presenças significativas foram as do secretário de Geologia, Mineração e Transformação do MME, Cláudio Scliar, do presidente da CPRM (Serviço Geológico do Brasil), Agamenon Sér-gio Lucas Dantas, do diretor-geral do DNPM, Miguel Nery, além de membros das diretorias desses organismos.

“Foi uma oportunidade rara para aproxi-mar os empresários da mineração dos nomes que podem influenciar mudanças necessárias que o setor precisa para progredir ainda mais. O cardápio do almoço foi justamente esse: falar sobre a mineração e ouvir o que essas autoridades pensam e pretendem fazer por nossa atividade”, disse Paulo Camillo Penna, presidente do IBRAM.

No almoço, os ex-dirigentes do IBRAM receberam da Direção um prato de porcelana elaborado especialmente para a comemoração dos 30 anos da Instituição.

Executivo, Legislativo e empresários debatem a indústria da mineração

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Veja mais fotos do seminário em www.ibram.org.br.

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Paulo Haddad - mineração é o caminho para o desenvolvimento regional

O economista e ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, Paulo Roberto Haddad, preparou um estudo especialmente para o IBRAM, em razão do seminário comemorativo do aniversário da entidade. Exemplares do trabalho foram distribuídos aos participantes e serão enviados aos associados do Instituto.

A palestra do ex-ministro no seminário foi justamente sobre esse trabalho (disponível para consulta em www.ibram.org.br). Haddad disse que a mineração é o caminho para o Brasil incentivar o desenvolvimento regional, além de ser uma atividade perfeitamente compatível com a preservação ambiental.

Em sua opinião, lideranças locais organi-zadas podem fazer com que suas regiões se beneficiem amplamente ao longo da vida útil da atividade mineradora, como ocorre em vários pontos do território nacional. Na platéia do seminário, um exemplo de sucesso no relacionamento município-mineradoras em prol do desenvolvimento sustentável esteve representado pelo presidente da Associação

dos Municípios MIneradores de Minas Gerais, o prefeito de Itabirito (MG), Waldir Salvador.

Esses benefícios advindos da mineração se materializam sob a forma de geração de renda e emprego, de ampliação da base de incidên-cia de tributos e de novas oportunidades para micros e pequenas empresas e de melhoria na infra-estrutura da região, pontuou Haddad.

O ex-ministro afirmou que os valores eco-nômicos resultantes do uso sustentável dos recursos naturais são superiores aos ganhos gerados pelas atuais formas de intervenção nas economias onde se localizam esses bens. A mineração é a atividade que melhor “abre por-tas” para quem está se tornando dependente de políticas de transferências de renda.

Paulo Haddad fez sua exposição no se-gundo painel do seminário, coordenado por Henrique Brandão Cavalcanti, ex-ministro do Meio Ambiente, ex-presdiente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU e atual presdiente da Funatura.

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• 1- Edmundo Mercer e os deputados Jutahy Jr. e Carlos Alberto Leréia (dir.) • 2 - Paulo Camillo cumprimenta Paulo Haddad • 3 - Senador Eduardo Azeredo (centro) é recebido por Paulo Camillo • 4 - Fábio Luna (Embu) e o empresário Marco A. Gonçalves (à esq.) • 5 - O deputado Arlindo Chinaglia (à esq.) conversa com o deputado federal eleito Paulo Abi-Ackel (dir) e Carlos Anísio (CVRD) • 6 - da esq. para a dir.: João César (DNPM), Guilhermo E. Rishchynski (embaixador do Canadá), José Mendo, e senador Arthur Virgílio • 7 - da esq. para dir. - Paulo Haddad, Paulo Camillo e Tito Martins (CVRD) • 8 - Os deputados José Carlos Aleluia (centro), Arlindo Chinaglia e Carlos Alberto Leréia (esq.) • 9 - O senador Delcídio Amaral ladeado por Paulo Camillo e pelo diretor do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes • 10 - João Sérgio Marinho Nunes, ex-presidente do IBRAM, recebe prato comemorativo aos 30 anos das mãos de Paulo Camillo, observados por José Ribamar (CVRD) • 11 - Cláudio Sclliar (MME) e Walter Cover (CVRD), à dir. • 12 - da esq.para dir.: Osmar Masson (Sindibritas SP), Sérgio Jacques de Moraes (ex-presidente do IBRAM), Sérgio Pedreira (Pedreiras Valéria) • 13 - O diretor do IBRAM, Rinaldo Mancin, e Marco A. Fujihara (à dir.) • 14 - Deputados Maurício Rands e Jutahy Jr.

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Segundo o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e do Comér-cio, Ivan Ramalho, o setor mineral já registrou este ano um ganho de U$ 2,5 bilhões nas expor-tações entre janeiro a novembro, se comparado com o mesmo período do ano passado.

“Trata-se de um crescimento extraordinário e mostra a importância da mineração para o Brasil. É uma área onde somos competitivos”, ressaltou em sua palestra no seminário.

Em 2005, as exportações alcançaram U$ 9 bilhões. Agora, esse valor subiu para U$ 11,5 bilhões somente em onze meses de 2006, “o que mostra a importância do setor mineral para a balança comercial brasileira”, disse.

O secretário informou que as estimativas de novos investimentos pela Indústria da Minera-ção mostram que o setor acredita na expansão da economia brasileira. De acordo com o presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, a

Mineração bate recorde nas vendas ao exterior

O secretário executivo do Ministério do Meio-Ambiente, Cláudio Langoni, afirmou em sua exposição que a indústria da mineração e o ministério “devem intensificar o diálogo, que esteve obstruído por muito tempo”.

Langoni disse que o Brasil está à frente na uti-lização de ativos do patrimônio ambiental, com

MMA defende diálogo com indústria da mineração

uma visão de médio e longo prazos. E que se observa amadurecimento consistente no setor mineral no trato a essa questão.

Afirmou que há, da parte do ministério, “esforço constante para abrir canais per-manentes de diálogo com o setor mineral”. Para ele, o lançamento do livro A Gestão dos Recursos Hídricos e a Mineração feito em conjunto pelo IBRAM e a Agência Nacional de Águas (ANA), em 28/11, foi um sinal po-sitivo da interação entre os dois setores.

“A participação do dr. Langoni foi muito positiva na visão dos mineradores. Temos reforçado o caráter indissociável da mine-ração e da preservação ambiental e, neste contexto, ele demonstrou estar alinhado com nosso setor”, comentou Paulo Camillo Penna, presidente do IBRAM.

Entre as várias autoridades presentes às cele-brações do aniversário do IBRAM, o embaixador do Canadá no Brasil, Guillermo E. Rischchynski, se destacou pelo conhecimento da área de mi-neração. Ele defende maior cooperação entre os dois países. “Um importante elemento das relações entre nossos países é o intercâmbio na área da mineração. Brasil e Canadá enfrentam os mesmos tipos de desafio, são países vastos e minha esperança é que tenhamos cada vez mais presença no Brasil”, disse.

Ele lembrou a presença de empresas juniores canadenses no setor mineral brasileiro e entende que isso pode se ampliar ainda mais por meio de joint-ventures com sócios brasileiros. Outro ele-mento-chave é o fato de os dois países poderem compartilhar experiências na área ambiental e de mineração em terras indígenas.

Outro tema importante é a questão do cré-dito. Para o embaixador, a bolsa de valores de Toronto é reconhecida mundialmente como fon-te de recursos para o setor mineral. Ele entende que empresas brasileiras também poderão se beneficiar desse mecanismo.

Canadá quer mais cooperação na área mineral com Brasil, diz embaixador

realização de empreendimentos bilionários será uma tendência para os próximos cinco anos no setor de mineração. Segundo ele, cerca US$ 25 bilhões estão previstos na implementação de projetos.Uma perspectiva positiva que pode contribuir de forma direta para a geração de no-vos empregos, assim como para o crescimento da economia brasileira.

Langoni e Paulo Camillo trocam cumprimentos, observados por Cláudio Scliar. À direita, Ivan Ramalho

Ivan Ramalho discursa. Na mesa estão Waldir Salvador e Edmundo Mercer

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“Brasil precisa investir mais em infra-estrutura”

A Copelmi ofereceu neste ano solução para 500 mil toneladas de resíduos urbanos recolhi-dos em mais de cem municípios localizados na região onde a empresa está instalada, no Rio Grande do Sul. A Copelmi atua na mineração de carvão há mais de cem anos e não há uma só área degradada em sua área de operação, afirmou seu diretor, Roberto da Rocha Miranda de Faria, um dos debatedores do seminário.

A experiência bem-sucedida foi capa da pri-meira edição deste informativo. O projeto con-siste em utilizar cavas de onde se extraiu o carvão para depositar os resíduos urbanos. Depois de receber os dejetos, a empresa se encarrega de fazer a cobertura do local com plantas.

Outra contribuição que a empresa oferece ao meio ambiente se dá pela formação de lagos nas cavas de onde se extraiu o carvão. Esses depósitos de água atendem ao consumo urbano, atividades de piscicultura e ainda contribuem para a atração de animais selvagens para a região.

Arlindo Chinaglia (líder do governo na Câmara)

“A mineração é uma atividade econômica fundamental para o País

com reflexos na balança comercial e na geração de empregos. O IBRAM

tem papel importante no setor pela sua capacidade de mobilizar a indústria da mineração e alertar

o Congresso para debater e propor aprimoramentos à legislação”.

Arthur Virgílio (líder do PSDB no Senado)

“A atividade minerária é essencial para o Brasil. Devemos ter cuidado para respeitar a ecologia, mas temos que extrair da terra o que ela nos pode oferecer. A Amazônia é a principal

província mineral do mundo e a mineração na região vai promover o desenvolvimento e gerar riquezas”.

Copelmi - exemplo de preservação

O chairman da BHP Billiton Brasil (do maior grupo minerador do mun-do), Eleazar de Carvalho Filho, participou do pri-meiro painel do seminário e defendeu que o Brasil evolua no aprimoramento da logística de apoio ao

setor mineral. “É fundamental o investimento em infra-estrutura. O País precisa abranger um conjunto de medidas para se manter competitivo e fazer a indústria da mineração continuar sua fase de expansão”, afirmou.

Na sua avaliação, o País está recuperando es-paço que já ocupou na mineração (gráfico), mas precisa usar novas tecnologias para se manter com-

petitivo. Disse que o Brasil não é dos primeiros em termos de volume na exploração mineral, mas “tem recursos e precisa resolver questões que atrasam a expansão do setor”. Citou, além da infra-estrutura, as situações pendentes como a exploração mineral em áreas indígenas e faixas de fronteira.

Eleazar de Carvalho Filho avaliou que foi fundamental a atuação do IBRAM ao longo

Eleazar, chairman da BHP Billiton Brasil

desses 30 anos, no sentido de levar as empresas a se adaptarem às exigências ambientais. Esta é uma das razões de os “bons projetos da área de mineração” contarem sempre com recursos para seu financiamento. A BHP Billiton opera em 25 países e está no Brasil há 35 anos.

Dados sobre a palestra de Eleazar de Carvalho Filho está disponível em www.ibram.org.br.

Aumenta participação da mineração no PIB

Roberto da Rocha Miranda de Faria durante sua exposição

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Jutahy Magalhães (líder do PSDB na Câmara)

“O setor desempenha um papel fundamental na economia,

contribuindo para o saldo comercial e gerando empregos. Para cada emprego

criado nessa indústria, vários são gerados em outros segmentos”.

Para Agnelli, o IBRAM é fundamental para o futuro promissor do setor

Carlos Alberto Leréia (presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara)

“A mineração fez muito pelo País, está fazendo no momento e vai fazer no

futuro. Há desafios a vencer, como no setor ambiental. Há órgãos que travam

definições em relação às demandas das empresas do setor. O Brasil não pode ficar dependendo dessa morosidade

porque os investimentos exigem tempo para serem realizados e há necessidade

de regras mais claras”.

O Diretor Superin-tendente da Votorantim Metais, João Bosco Silva, fez, durante o primeiro painel, um balanço so-bre o atual momento do mercado de mineração (gráfico) e anunciou in-vestimentos milionários

para 2007 (dados sobre a palestra disponíveis em www.ibram.org.br).

“Felizmente, os metais passam por um período de alta. Estamos num ciclo positivo e isso deve se manter nos próximos anos”, comemorou.

João Bosco manifestou extrema preocupação com a questão da carência de mão-de-obra no setor mineral indicando que, reverter este quadro deve ser um dos camiminhos a serem persegui-dos pelo IBRAM no seu papel de contribuir para o desenvolvimento da mineração.

A Votorantim Metais produziu este ano 400 mil toneladas de zinco metálico, quantidade que a situou entre as seis maiores produtoras do mundo. Para o próximo ano, a empresa busca ampliar ainda mais o potencial de produção. De acordo com Bosco, a empresa vai investir US$ 30 milhões de dólares em pesquisas de mineração, expansão das minas já existentes, entre outras iniciativas. “A maior parte ficará no Brasil. Temos várias áreas de pesquisas minerais na região cen-tral. No entanto, também queremos investir no Peru e na Bolívia”, ressalta o diretor.

Investimentos no Brasil, Peru e Bolívia

João Bosco Silva, Diretor Superitendente

da Votorantim Metais

No ano de 2006 o investimento na América Latina é de US$ 1.7B.

México, Peru, Brasil, Chile e Argentina lideram o ranking de investimentos.

A atual alta de preços nos metais deve permanecer por mais alguns anos incentivando investimentos em Exploração Mineral.

Este panorama de investimentos evidencia a América do Sul como um continente de alto potencial.

O Brasil necessita melhorar sua infra-estrutura e oferta de dados básicos para atrair mais investimentos.

A América Latina lidera investimento em exploração mineral

Gabriel Stoliar (à esq.) fala com Roberto Negrão de Lima (Anglogold Ashanti), coordenador do 2º painel

Em virtude de um problema pessoal, Roger Agnelli, presidente da Companhia Vale do Rio Doce, foi representado no seminário pelo di-retor executivo de Planejamento e Gestão da CVRD, Gabriel Stoliar. O dirigente ressaltou o importante papel do Instituto ao longo dessas três décadas e da esperança que deposita no futuro da instituição.

Ele lembrou que o IBRAM tem novos desa-fios a superar em nome da indústria da minera-ção. A legislação que rege o setor é complexa e inadequada ao contexto mundial. Ela tem que ser moderna, enxuta e clara, e realmente atraia o investidor privado. Além disso, é urgente a melhoria na infra-estrutura de transportes e a completa modernização dos portos para esco-amento da produção.

É preciso, ainda, dinamizar investimentos na geração de energia elétrica, já que o Brasil está perdendo competitividade de forma silenciosa porque não se definiu uma política correta e clara que permita o aproveitamento de todos os recursos energéticos.

Duas questões de extrema importância também devem ser inseridas entre as priori-dades na definição de uma nova política no setor mineral, lembra o empresário: a defesa do meio ambiente e a proteção das comunida-des que vivem nas regiões em que se praticam atividades mineradoras.

“É preciso ficar absolutamente claro que a indústria da mineração tem uma nítida consci-ência que hoje pode e deve desenvolver seus projetos em perfeita consonância com a pre-

servação ambiental. Toda empresa mineradora digna desse nome tem de incluir como priorida-des de seus projetos medidas de preservação do ambiente que a circunda. Nossa preocupação com o meio ambiente tem sido cada vez maior e mais cuidadosa”, afirmou.