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ICMS e COOPERATIVAS 1) Saudações 2) Sem entrar na análise teórica ou dogmática acerca do significado do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo, nosso objeto de atenção será voltado a aspectos mais práticos, à implementação dada, no âmbito do ICMS, ao tratamento tributário das cooperativas. Então, pretendo analisar como se dá esse tratamento e algumas de suas repercussões. Em nosso Estado, a origem das cooperativas está muito vinculada ao setor primário. Assim, buscou-se dar às cooperativas o mesmo tratamento dispensado aos produtores, em que o instrumento básico consiste no diferimento. O diferimento, como é do conhecimento de todos, é uma figura desonerativa bastante apropriada às operações situadas no início do ciclo econômico de produção ou de circulação de mercadorias. Através dele, modifica-se a exigência do tributo em dois aspectos: pessoal (falar da distinção para com o diferimento sem substituição tributária) e temporal (presente tb. no diferimento sem S.T.). Como resultado de sua aplicação, tem-se, ao final do ciclo econômico de circulação, o mesmo impacto tributário que existiria se todas as etapas anteriores não estivessem ao abrigo do diferimento, mas, no campo de incidência de

Icms e Cooperativas

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Análise das principais disposições do ICMS/RS aplicáveis às cooperativas.

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ICMS e COOPERATIVAS

ICMS e COOPERATIVAS1) Saudaes

2)Sem entrar na anlise terica ou dogmtica acerca do significado do adequado tratamento tributrio ao ato cooperativo, nosso objeto de ateno ser voltado a aspectos mais prticos, implementao dada, no mbito do ICMS, ao tratamento tributrio das cooperativas.

Ento, pretendo analisar como se d esse tratamento e algumas de suas repercusses.

Em nosso Estado, a origem das cooperativas est muito vinculada ao setor primrio. Assim, buscou-se dar s cooperativas o mesmo tratamento dispensado aos produtores, em que o instrumento bsico consiste no diferimento.

O diferimento, como do conhecimento de todos, uma figura desonerativa bastante apropriada s operaes situadas no incio do ciclo econmico de produo ou de circulao de mercadorias. Atravs dele, modifica-se a exigncia do tributo em dois aspectos: pessoal (falar da distino para com o diferimento sem substituio tributria) e temporal (presente tb. no diferimento sem S.T.). Como resultado de sua aplicao, tem-se, ao final do ciclo econmico de circulao, o mesmo impacto tributrio que existiria se todas as etapas anteriores no estivessem ao abrigo do diferimento, mas, no campo de incidncia de tributo no cumulativo como o ICMS, ocorre uma desonerao das etapas intermedirias, com repercusso favorvel aos sujeitos passivos, que vem diminuda sua necessidade de capital de giro.

Tipicamente, temos, ao abrigo do diferimento:

Art.1-Difere-se para a etapa posterior o pagamento do imposto devido nas operaes com as mercadorias relacionadas no Apndice II, Seo I, realizadas entre estabelecimentos inscritos no CGC/TE, localizados neste Estado, hiptese em que a responsabilidade pelo referido pagamento fica transferida ao destinatrio da mercadoria.

1-Para os efeitos deste artigo, considera-se etapa posterior:

a)a sada subseqente da mercadoria, no mesmo estado ou submetida a processo de industrializao, promovida pelo responsvel, ainda que isenta ou no-tributada, salvo se ocorrer novo diferimento;

NOTA01-Tratando-se de mercadorias adquiridas pela CONAB/PGPM, considera-se ocorrida a sada subseqente a que se refere esta alnea no ltimo dia de cada bimestre civil, relativamente ao estoque existente em seus estabelecimentos sobre o qual ainda no tenha sido pago o imposto.

NOTA02-Ver, na hiptese da nota anterior: clculo do imposto de responsabilidade, art. 4, 2; estabelecimentos e operaes que so consideradas, para os fins deste Regulamento, como CONAB/PGPM, Livro I, art. 1, X.

b)a entrada da mercadoria no estabelecimento destinatrio, quando destinada ao ativo permanente ou ao uso ou consumo;

c)a entrada da mercadoria em estabelecimento de microempresa;

d)qualquer sada ou evento que impossibilite a ocorrncia do fato determinante do pagamento do imposto.

NOTA-Na hiptese desta alnea, o dbito de responsabilidade dever ser escriturado at o ltimo dia do ms subseqente quele em que tiver ocorrido a sada ou o evento.

2-No ocorrer o diferimento nas sadas de mercadorias:

a)a estabelecimento destinatrio inscrito no CGC/TE, na categoria geral e que tenha tratamento especial, ou como contribuinte eventual;

b)submetidas ao regime de substituio tributria nos termos do Ttulo III;

c)no acobertadas por documento fiscal idneo;

NOTA-Ver documento inidneo, Livro II, art. 13.

d)de estabelecimento comercial ou industrial mantido por produtor e destinadas a terceiros, que tenham sido recebidas por transferncia de outro estabelecimento do mesmo produtor, salvo nos casos em que haja novo diferimento;

e)promovidas, a partir de 1 de janeiro de 1998, a produtor para uso ou consumo do estabelecimento do recebedor, exceto em relao operao prevista no Apndice II, Seo I, item XLVIII.

NOTA 01- O disposto nesta alnea tem como fundamento a alnea "a " do 6 do artigo 31 da Lei n 8.820, de 27 de janeiro de 1989, que prev hiptese em que o diferimento poder ser suspenso pelo Poder Executivo.

NOTA02-O item mencionado refere-se sada de sal, exceto sal de mesa, destinado a produtor e a cooperativa de produtores para emprego na pecuria.

Lei, art. 31, 3, "a" e "b"; RICMS, art. 7, 5 e 7 + NR

3-Nas sadas promovidas por produtor e, quando resultantes de compra e venda, nas promovidas pelos demais contribuintes, o diferimento condiciona-se prova do efetivo destino das mercadorias, consistindo esta prova na Nota Fiscal de Produtor (contranota), nas sadas a produtor, e na Nota Fiscal relativa entrada, nas sadas aos demais contribuintes.

NR

NOTA01-Ver: emisso da contranota, Livro II, arts. 35, III, "a"; emisso da Nota Fiscal relativa entrada, Livro II, art. 26, I, "g".

RICMS, art. 7, 5 + NR

NOTA02-O documento fiscal que comprova o destino das mercadorias, emitido pelo destinatrio, dever ser exigido pelo remetente no momento da entrega das mercadorias e ficar disposio da Fiscalizao de Tributos Estaduais:

a)apenso 2 via da Nota Fiscal de Produtor a que corresponder, se o remetente for produtor;

b)no estabelecimento do remetente, na hiptese dos demais contribuintes.

Lei,art.31, "caput"; e Ap. II, S. I, item XXXVI;RICMS, art. 7, "caput" e XLII + NR

IIIISada de mercadoria de produo prpria, efetuada por produtor a outro ou, ainda, a estabelecimento industrial, comercial, ou de cooperativa

NOTA 01- Para os efeitos deste item e do item seguinte, mantm a condio de produtor aquele que, no prprio estabelecimento produtor, efetuar beneficiamento ou transformao rudimentar exclusivamente de sua produo prpria.

NOTA02-Aplica-se a este item a suspenso do diferimento prevista na nota 04 do item I.

IVSada de mercadoria de produo prpria, efetuada diretamente por produtor ou por sua cooperativa, a rgo oficial, assim entendido o que intervm no domnio econmico com a finalidade de garantir o abastecimento e regular o mercado de consumo

RICMS, art. 7, 8, + NR

NOTA-Ver nota 01 do item anterior.

VSada de mercadoria de estabelecimento de cooperativa para estabelecimento de outra cooperativa, de cooperativa central ou de federao de cooperativas, de que a cooperativa remetente faa parte

XLVIIISada de sal, exceto sal de mesa classificado no cdigo 2501.00.20 da NBM/SH - NCM, destinado a produtor e a cooperativa de produtores para emprego na pecuria

A par do diferimento, tambm outros benefcios, em que figuram como destinatrios os produtores, so aplicveis s cooperativas.

Art.9-So isentas do imposto as seguintes operaes com mercadorias:

IX-sadas internas, a partir de 1 de dezembro de 1997, das seguintes mercadorias:

b)milho e milheto, quando destinados a produtor, cooperativa de produtores, indstria de rao animal ou a rgo oficial de fomento e desenvolvimento agropecurio vinculado ao Estado;

LXXXIX-sadas, no perodo de 29 de julho de 2003 a 30 de abril de 2005, destinadas a contribuintes abrangidos pelo Projeto Integrado de Explorao Agropecuria e Agroindustrial do Estado de Roraima:

NOTA01-O disposto neste inciso aplica-se somente s operaes efetuadas pelo adquirente por meio de Cooperativa de Produo Agropecuria do Extremo Norte Brasileiro.

CXXI-sadas internas, no perodo de 6 de janeiro de 2004 a 31 de dezembro de 2007, de mercadorias de produo prpria, promovidas por cooperativas sociais definidas na Lei Federal n 9.867, de 10/11/99, que promovam sadas de mercadorias, em cada ano-calendrio, cujo valor total no seja superior a 45.000 (quarenta e cinco mil) UPF-RS, observado o disposto no art. 2, 1, do Decreto n 35.160, de 23/03/94.

Art.23-A base de clculo do imposto nas operaes com mercadorias, apurada conforme previsto no Captulo anterior, ter seu valor reduzido para:

IX-40% (quarenta por cento), a partir de 6 de novembro de 1997, nas sadas interestaduais dos seguintes produtos:

f)alho em p, sorgo, sal mineralizado, farinhas de peixe, de ostra, de carne, de osso, de pena, de sangue e de vscera, calcrio calctico, caroo de algodo, farelos e tortas de algodo, de babau, de cacau, de amendoim, de linhaa, de mamona, de milho e de trigo, farelo estabilizado de arroz, farelos de girassol, de glten de milho, de grmen de milho desengordurado, de quirera de milho, de casca e de semente de uva e de polpa ctrica, glten de milho, feno, e outros resduos industriais, destinados alimentao animal ou ao emprego na fabricao de rao animal;

NOTA-Esta reduo de base de clculo somente se aplica quando a mercadoria for destinada a produtor, cooperativa de produtores, indstria de rao animal ou rgo estadual de fomento e desenvolvimento agropecurio.

X-70% (setenta por cento), a partir de 6 de novembro de 1997, nas sadas interestaduais das seguintes mercadorias:

a)farelos e tortas de soja e de canola e farelos de suas cascas, quando destinados alimentao animal ou ao emprego na fabricao de rao animal;NOTA-A reduo da base de clculo para as mercadorias referidas nesta alnea somente se aplica quando destinadas a produtor, cooperativa de produtores, indstria de rao animal ou rgo estadual de fomento e desenvolvimento agropecurio.

b)milho e milheto, quando destinados a produtor, cooperativa de produtores, indstria de rao animal ou a rgo oficial de fomento e desenvolvimento agropecurio vinculado ao Estado;

Art.32-Assegura-se direito a crdito fiscal presumido:

XXXVI-aos estabelecimentos fabricantes, nas sadas, exceto naquelas ao abrigo do diferimento previsto no Apndice II, Seo I, item V, de leite em p, classificado nas subposies 0402.10 e 0402.2 da NBM/SH-NCM, em montante igual ao que resultar da aplicao, sobre o valor do imposto incidente na operao, do percentual de:

NOTA-O benefcio previsto neste inciso estende-se s sadas, efetuadas por estabelecimento de cooperativa central, de leite em p classificado nas subposies 0402.10 e 0402.2 da NBM/SH-NCM recebido, com diferimento do pagamento do imposto, de cooperativa fabricante filiada.

a)50% (cinqenta por cento), no perodo de 5 de maio de 1998 a 29 de fevereiro de 2000;

b)45% (quarenta e cinco por cento), no perodo de 1( a 31 de maro de 2000;

c)40% (quarenta por cento), a partir de 1( de abril de 2000;

LIII-s cooperativas de produtores beneficirias do Programa Pr-Produtividade Agrcola, institudo pela Lei n 9.675, de 25/06/92, em montante igual:

NOTA-Na hiptese de cooperativa que tenha dbito com o Estado, tributrio ou no, mesmo que com parcelamento em vigor, este crdito fiscal somente poder ser efetuado se idntico valor for utilizado, no ms do creditamento, para pagamento ou abatimento do referido dbito.

a) soma dos valores vencidos at 28 de fevereiro de 2002 e no liberados conforme cronogramas fsico-financeiros de planos de aplicao aprovados nos termos do art. 4 dessa lei;

NOTA-Para as cooperativas que no possuam dbitos pendentes, tributrios ou no, em 28/02/02, a apropriao do crdito fiscal fica limitada, em cada perodo de apurao, ao valor do saldo devedor de ICMS e a 1/24 (um vinte e quatro avos) dos valores vencidos e no liberados at a data do creditamento.

b)a partir de 1 de maro de 2002, aos valores do incentivo da referida lei, obedecidos os cronogramas fsico-financeiros de planos de aplicao aprovados nos termos do art. 4 dessa lei;

Art. 4: prev recursos do banrisul para programa aprovado, de acordo com cronograma fsico-financeiro.

Art. 4-A: prev crdito presumido em favor da agroindstria integradora que tenha efetuado repasse aos produtores integrados beneficirios do programa. O crdito fica limitado ao saldo devedor da integradora e deve ser calculado de acordo com o cronograma fsico-financeiro.

Art. 5: o benefcio fica, ainda limitado em at 50% do incremento do ICMS ou do investimento realizado, excetuada a rea.

Outros benefcios: RECOOP REFAZ Cooperativas, que prev concesso de parcelamento em at 60 meses, com parcelas no inferiores a 0,5% do faturamento mdio mensal ou R$ 3.000,00.IMPLICAES1) A aplicao do diferimento enseja, ao contrrio da iseno, o aproveitamento do crdito para os contribuintes que tm escriturao fiscal.2) O diferimento no se aplica s mercadorias sujeitas substituio tributria fumo e carne resultante do abate.

3) Em razo da incidncia nas operaes promovidas com mercadorias pelas cooperativas, haver o recolhimento do ICMS devido por S.T. nas operaes em que mercadorias sob esse regime lhes forem destinadas bebidas e combustveis, por exemplo.4) O diferimento abrange as operaes entre cooperativas no filiadas, na medida em que h previso para as operaes entre cooperativa e cooperativa central, ou filiada, bem como a outras em geral.

5) Quando a cooperativa vende a mercadoria recebida de seus produtores, fica com a responsabilidade de recolher o imposto que ficou diferido, que estar embutido no imposto devido pela venda. Como recebeu sem destaque do imposto, ou seja, sem que lhe fosse cobrado (exigido) o tributo, no haver crdito por essa operao. Situao semelhante se verificar se imobilizar o produto recebido de seus cooperativados.6) Embora receba um tratamento semelhante ao conferido aos produtores, a cooperativa no fica equiparada a eles. Assim, alguns benefcios a ela no se aplicam, como o diferimento na sada de energia eltrica a produtor rural.7) Em relao ao crdito por insumos utilizados no transporte de mercadorias para e dos produtores cooperativados, por no se tratar de prestao de servio de transporte propriamente.

Outros benefcios aplicados a produtores, mas no extensveis a cooperativasArt.9-So isentas do imposto as seguintes operaes com mercadorias:

I-recebimentos, por estabelecimento comercial ou produtor, de reprodutores e/ou matrizes de animais vacuns, ovinos, sunos ou bufalinos, puros de origem ou puros por cruza, importados do exterior pelo titular do estabelecimento, em condies de obter registro genealgico oficial no Pas;

II-sadas, destinadas a estabelecimento agropecurio inscrito como contribuinte do imposto, de reprodutores e/ou matrizes de animais vacuns, ovinos, sunos ou bufalinos, puros de origem ou puros por cruza, desde que possuam registro genealgico oficial e de fmea de gado girolando, desde que devidamente registrada na associao prpria;