43
Idade Antiga Na periodização das épocas históricas da humanidade, Idade Antiga, ou Antiguidade éo período que se es- tende desde a invenção da escrita (de 4 000 a.C. a 3 500 a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.). Embora o critério da invenção da escrita como ba- lizador entre o fim da Pré-história e o começo da História propriamente dita seja o mais comum, estudiosos que dão mais ênfase à importância da cultura material das socie- dades têm procurado repensar essa divisão mais recente- mente. Também não há entre os historiadores um verda- deiro consenso sobre quando se deu o verdadeiro fim do Império Romano e início da Idade Média, por considera- rem que processos sociais e econômicos não podem ser datados com a mesma precisão dos fatos políticos [1] . Também deve-se levar em conta que essa periodiza- ção está relacionada à História da Europa e também do Oriente Próximo como precursor das civilizações que se desenvolveram no Mediterrâneo, culminando com Roma. Essa visão se consolidou com a historiografia positivista que surgiu no século XIX, que fez da escrita da história uma ciência e uma disciplina acadêmica. Se re- pensarmos os critérios que definem o que é a Antiguidade no resto do mundo, é possível pensar em outros critérios e datas balizadoras [2] . No caso da Europa e do Oriente Próximo, diversos po- vos se desenvolveram na Idade Antiga. Os sumérios, na Mesopotâmia, foram a civilização que originou a escrita e a urbanização, mais ou menos ao mesmo tempo em que surgia a civilização egípcia. Depois disso, já no I milênio a. C., os persas foram os primeiros a consti- tuir um grande império, que foi posteriormente conquis- tado por Alexandre, o Grande. As civilizações clássi- cas da Grécia e de Roma são consideradas as maiores formadoras da civilização ocidental atual. Destacam-se também os hebreus (primeira civilização monoteísta), os fenícios (senhores do mar e do comércio e inventores do alfabeto), além dos celtas, etruscos e outros. O próprio estudo da história começou nesse período, com Heródoto e Tucídides, gregos que começaram a questionar o mito, a lenda e a ficção do fato histórico, narrando as Guerras Médicas ea Guerra do Peloponeso respectivamente. Na América, pode-se considerar como Idade Antiga a época pré-colombiana, onde surgiram as avançadas civi- lizações dos astecas, maias e incas. Porém, alguns estu- diosos considerem que em outras regiões, como no que hoje constitui a maior parte do território do Brasil, boa parte dos povos ameríndios ainda não havia constituído similar nível de complexidade social e a classificação de Pré-história para essas sociedades seria mais correta. Na China, a Idade Antiga termina por volta de 200 a.C., com o surgimento da dinastia Chin, enquanto que no Japão é apenas a partir do fim do período Heian, em 1185 d.C., que podemos falar em início da “Idade Média” ja- ponesa. Algumas religiões que ainda existem no mundo moderno tiveram origem nessa época, entre elas o cristianismo,o budismo, confucionismo e judaísmo. 1 Antiguidade oriental 1.1 Civilização Egípcia O Antigo Egito se localizava no nordeste da África, onde é hoje a República Árabe do Egito.O rio que cortava o Antigo Egito é o grande Nilo, com 6 500 km e6 cataratas. Os dois desertos que ladeavam o Antigo Egito são os da Líbia e da Arábia. Ao norte, as duas vantagens favoreci- das pelo Mar Mediterrâneo foram a viagem por mar ea atividade comercial com as demais civilizações. A leste, o mar Vermelho era a segunda via de comunicação depois do Mar Mediterrâneo. [3] O rio Nilo era a fonte vital dos antigos egípcios, cuja prin- cipal atividade econômica era a agricultura. Entre junho e setembro, no tempo em que ocorriam as enchentes,a força das chuvas causava a inundação do rio; este cau- sava o transbordamento e fazia a cobertura da grandeza das terras extensas que se localizavam nas suas margens. Estas águas davam fertilidade ao solo, porque eram con- dutoras de limo e matéria orgânica, esta última trans- formada na excelência de um fertilizante. Além de fer- tilizantes, o rio era trazedor de peixes em quantidades abundantes e possibilitador da navegação de milhares de barcos. [3] Na opinião dos egípcios, o rio Nilo era verdadeiramente abençoado pelos deuses. Ou melhor, o próprio rio era uma divindade geográfica. [3] Porém, o Egito não era ape- nas essa dádiva do Nilo. Eram necessários homens in- teligentes, trabalhadores, aplicados e organizados. [3] No tempo em que ocorria a estiagem, enquanto trabalhavam para unir forças e conjunto, os egípcios tiravam proveito das águas do rio para irrigar terras de maior distância ou trabalhar na construção de diques para fazer o controle das enchentes. [3] Depois das enchentes, as águas tiveram diminuição, fa- zendo o desmanche dos limites que demarcavam as fazendas. Dessa forma, a cada ano que passava, havia 1

Idade Antiga

Embed Size (px)

Citation preview

  • Idade Antiga

    Na periodizao das pocas histricas da humanidade,Idade Antiga, ou Antiguidade o perodo que se es-tende desde a inveno da escrita (de 4 000 a.C. a 3 500a.C.) at a queda do Imprio Romano do Ocidente (476d.C.). Embora o critrio da inveno da escrita como ba-lizador entre o m da Pr-histria e o comeo da Histriapropriamente dita seja o mais comum, estudiosos que domais nfase importncia da cultura material das socie-dades tm procurado repensar essa diviso mais recente-mente. Tambm no h entre os historiadores um verda-deiro consenso sobre quando se deu o verdadeiro m doImprio Romano e incio da Idade Mdia, por considera-rem que processos sociais e econmicos no podem serdatados com a mesma preciso dos fatos polticos[1].Tambm deve-se levar em conta que essa periodiza-o est relacionada Histria da Europa e tambm doOriente Prximo como precursor das civilizaes quese desenvolveram no Mediterrneo, culminando comRoma. Essa viso se consolidou com a historiograapositivista que surgiu no sculo XIX, que fez da escrita dahistria uma cincia e uma disciplina acadmica. Se re-pensarmos os critrios que denem o que a Antiguidadeno resto do mundo, possvel pensar em outros critriose datas balizadoras[2].No caso da Europa e do Oriente Prximo, diversos po-vos se desenvolveram na Idade Antiga. Os sumrios, naMesopotmia, foram a civilizao que originou a escritae a urbanizao, mais ou menos ao mesmo tempo emque surgia a civilizao egpcia. Depois disso, j no Imilnio a. C., os persas foram os primeiros a consti-tuir um grande imprio, que foi posteriormente conquis-tado por Alexandre, o Grande. As civilizaes clssi-cas da Grcia e de Roma so consideradas as maioresformadoras da civilizao ocidental atual. Destacam-setambm os hebreus (primeira civilizao monotesta), osfencios (senhores do mar e do comrcio e inventores doalfabeto), alm dos celtas, etruscos e outros. O prprioestudo da histria comeou nesse perodo, com Herdotoe Tucdides, gregos que comearam a questionar o mito,a lenda e a co do fato histrico, narrando as GuerrasMdicas e a Guerra do Peloponeso respectivamente.Na Amrica, pode-se considerar como Idade Antiga apoca pr-colombiana, onde surgiram as avanadas civi-lizaes dos astecas, maias e incas. Porm, alguns estu-diosos considerem que em outras regies, como no quehoje constitui a maior parte do territrio do Brasil, boaparte dos povos amerndios ainda no havia constitudosimilar nvel de complexidade social e a classicao dePr-histria para essas sociedades seria mais correta.

    Na China, a Idade Antiga termina por volta de 200 a.C.,com o surgimento da dinastia Chin, enquanto que noJapo apenas a partir do m do perodo Heian, em 1185d.C., que podemos falar em incio da Idade Mdia ja-ponesa.Algumas religies que ainda existem no mundo modernotiveram origem nessa poca, entre elas o cristianismo, obudismo, confucionismo e judasmo.

    1 Antiguidade oriental

    1.1 Civilizao Egpcia

    O Antigo Egito se localizava no nordeste da frica, onde hoje a Repblica rabe do Egito. O rio que cortava oAntigo Egito o grande Nilo, com 6 500 km e 6 cataratas.Os dois desertos que ladeavam o Antigo Egito so os daLbia e da Arbia. Ao norte, as duas vantagens favoreci-das pelo Mar Mediterrneo foram a viagem por mar e aatividade comercial com as demais civilizaes. A leste,o mar Vermelho era a segunda via de comunicao depoisdo Mar Mediterrneo.[3]

    O rio Nilo era a fonte vital dos antigos egpcios, cuja prin-cipal atividade econmica era a agricultura. Entre junhoe setembro, no tempo em que ocorriam as enchentes, afora das chuvas causava a inundao do rio; este cau-sava o transbordamento e fazia a cobertura da grandezadas terras extensas que se localizavam nas suas margens.Estas guas davam fertilidade ao solo, porque eram con-dutoras de limo e matria orgnica, esta ltima trans-formada na excelncia de um fertilizante. Alm de fer-tilizantes, o rio era trazedor de peixes em quantidadesabundantes e possibilitador da navegao de milhares debarcos.[3]

    Na opinio dos egpcios, o rio Nilo era verdadeiramenteabenoado pelos deuses. Ou melhor, o prprio rio erauma divindade geogrca.[3] Porm, o Egito no era ape-nas essa ddiva do Nilo. Eram necessrios homens in-teligentes, trabalhadores, aplicados e organizados.[3] Notempo em que ocorria a estiagem, enquanto trabalhavampara unir foras e conjunto, os egpcios tiravam proveitodas guas do rio para irrigar terras de maior distncia outrabalhar na construo de diques para fazer o controledas enchentes.[3]

    Depois das enchentes, as guas tiveram diminuio, fa-zendo o desmanche dos limites que demarcavam asfazendas. Dessa forma, a cada ano que passava, havia

    1

  • 2 1 ANTIGUIDADE ORIENTAL

    Roseta

    Alexandria

    Wadi El Natrun

    Buto

    SasBusiris

    TanisAvaris

    Bubastis

    HelipolisCairo

    HelwanMnsSaqqara

    Meydum

    Lahun

    Heraclepolis

    Faium

    Sinai

    Serabit al-Khadim

    Osis de Bahariya

    Timna

    Beni Hassan

    AmarnaHermpolis

    Assiut

    QauDeserto Oriental

    Deserto Ocidental AkhmimThinisAbidos

    Osis de Dakhla

    Osis de Kharga NaqadaDendera

    Wadi Hammama

    tKoptos

    Tebes(Luxor e Karnak)

    Nekhen

    Edfu

    Kom Ombo

    AssuoPrimeira Catarata

    Osis de Dunqul

    Deserto da Nbia

    Abu Simbel

    Buhen

    Segunda Catarata Cuche

    Terceira Catarata

    Kawa

    Quarta Catarata

    Napata Gebel Barkal Quinta Catarata

    Meroe

    Dahshur

    Kerma

    BaixoEgipto

    AltoEgipto

    Damieta

    Merimda

    Naukratis

    Giz

    Pelsio

    Quseir

    Nabta Playa

    Badari

    Gaza

    Rafa

    Jerusalm

    Mar

    Mor

    to

    Grande LagoAmargo

    Golfo do Suez

    Golfo

    de

    Aqab

    a

    Wadi Gabgaba

    Wadi Allaqi

    Bernike

    Tod

    Mar Mediterrneo

    MarVermelho

    Delta do Nilo

    Lago Moer

    is

    N

    E

    S

    W

    SESW

    NENW

    0 100(km)

    0 60(mi)

    Rio

    Nilo

    Rio Nilo

    Rio Ni

    lo

    Mapa do Antigo Egito.

    necessidade do homem trabalhador para fazer a medioe o clculo e essas atividades desenvolveram a geometriae a matemtica. Esse trabalho frequente e a unidade ge-ogrca tornaram fcil a unicidade e a centralizao deum governo.[3]

    1.1.1 Perodos histricos do Egito

    Os egpcios habitaram o vale do rio Nilo a partir doPaleoltico. Ao longo do tempo, ocorreu o surgimentode comunidades dotadas de organizao e independnciaque se chamam nomos. Os nomos foram agrupados emambos os reinos (no Norte e do Sul) e no ano de 3200a.C., o chefe de Estado que unicou a totalidade dos rei-nos num nico reino foi o faraMens. Com o fara, pro-priamente dito, tiveram incio as grandes dinastias (fam-lias reais governantes do Egito por mais ou menos 3 000anos).[3]

    A Histria do Egito habitualmente dividida naperiodizao de quatro grandes etapas:[3]

    Antigo Imprio (entre 3200 a.C. e 2200 a.C.) Mdio Imprio (entre 2200 a.C. e 1750 a.C.) Novo Imprio (entre 1580 a.C. e 1085 a.C.) poca Baixa (entre 653 a.C.e 332 a.C.)

    No m do Mdio Imprio, o povo que imigrou pacica-mente ao Egito foram os hebreus, vindo a ser entregues escravido e ganhando de novo a liberdade para iremde volta ptria de onde originaram. Aps os hebreus,o povo invasor do Egito foram os hicsos, sendo ali esta-belecidos por uma duzentena de anos. Os hicsos foramos introdutores dos carros de guerra, que os egpcios des-conheciam e o fato de hicsos serem expulsos do Egitoiniciou o Novo Imprio.[3]

    No m do Novo Imprio, o Egito foi enfraquecendo aospoucos e seu declnio tornou fcil para que o pas mais an-tigo do mundo fosse invadido e dominado por demais ci-vilizaes, como persas, gregos, romanos e muulmanos.Nos tempos da modernidade contempornea do sculoXX, os pases que dominavam politicamente o Egito fo-ram a Frana e o Reino Unido, at o seu povo ver procla-mada a sua independncia nacional em 1962, como pasmoderno com governo prprio.[3]

    1.1.2 Sociedade egpcia

    A sociedade egpcia era dividida em certos nveis, cadaum com suas funes de boa denio. Nessa sociedade,a mulher era muito prestigiada e autoritria.[4]

    No ponto mais alto da pirmide estava o fara, sem li-mites de poderes. Isso porque os egpcios viam o faracomo uma santidade, divindade e aceitavam como umapessoa que descendia de deus ou como o prprio deus(sociedades secretas como a Maonaria e a Antiga e Ms-tica Ordem Rosa Cruz se referem ao criador espiritualcomo Grande Arquiteto do Universo). o sistema degoverno chamado teocracia, ou seja, o governo em quedeus regente.[4]

    O fara era um rei todo-poderoso e a totalidade dopas era de sua propriedade. Os campos, os desertos,as minas, os rios, os canais, os homens, as mulheres,o gado e a totalidade dos animais eram todos per-tencentes ao fara. Ele era, em igual tempo, rei,juiz, sacerdote, tesoureiro, general. Era ele que to-mava as decises e fazia a direo de tudo, porm,no sendo possvel a sua presena na totalidade doslocais, dava a distribuio de encargos para mais decem funcionrios que o davam auxlio para adminis-trar o Egito. Na viso dos egpcios, o prprio farasobreviveria e esperava ser feliz.[4]

  • 1.1 Civilizao Egpcia 3

    O fara era a representao da prpria vida que passava noEgito. Era monarca e deus vivo. Fruto de adorao, reverncia.Tinha o direito de possuir vrias esposas, muitas delas sendoparentes, para dar garantia ao sangue real em famlia. Mas,apenas uma era detentora do ttulo de rainha e dela ocorria onascimento do herdeiro.

    Os sacerdotes eram enormemente prestigiados e po-derosos, tanto espiritualmente como materialmente,porque eram administradores das riquezas e dosbens dos vastos e preciosos templos. Eram tambmos egpcios que sabiam muito, guardavam os mist-rios cientcos e religiosos que se relacionavam comsua grande quantidade de deuses.[4]

    A nobreza se formava de pessoas da famlia do fa-ra, funcionrios de primeiro escalo e fazendeirosdotados de riqueza nanceira.[4]

    Os escribas, que vieram das famlias dotadas de ri-queza e poder, eram aprendizes da leitura e da es-crita e tiveram dedicao ao registro, documenta-o e contabilidade de documentos e atividades davida do Egito.[4]

    Os artesos e os comerciantes. Os artesos eram ostrabalhadores exclusivos dos reis, da nobreza e dostemplos. Durante o exerccio dessa prosso, eramfeitas belas peas de adorno, utenslios, estatuetas,mscaras funerrias. Faziam um excelente trabalhocom madeira, cobre, bronze, ferro, ouro e marm.J os comerciantes tiveram dedicao ao comrcioem nome dos reis ou em nome prprio, fazendo a

    compra, a venda ou a troca de produtos com as de-mais civilizaes, como cretenses, fencios, povosda Somlia, da Nbia, etc. No comrcio os egpciosforam forados a construir a grandeza dos barcos decarga.[4]

    Os camponeses foram a classe social pela qual eraformada a maioria da populao. Os trabalhos cam-pestres eram feitos sob organizao e controle dosfuncionrios do fara, porque a totalidade das terraspertenciam ao governo. As enchentes que ocorriamno NIlo, os trabalhos de irrigar, semear, colher, ar-mazenar os gros zeram com que os camponesesfossem obrigados trabalhar duramente e receberpouca remunerao. Em geral, os camponeses erampagos com uma pequena parte dos produtos que co-lhiam e somente o suciente para a sua sobrevivn-cia. Passavam a sua vida na humildade das cabanase usavam vestidos de grande simplicidade. Os cam-poneses faziam prestao de servios tambm nasterras que pertenciam aosmembros da nobreza e nostemplos. A principal atividade econmica do Egitoera a agricultura, porque no havia terra de sobra esucincia de vegetao para a criao de mais re-banhos. Como os camponeses eram pobres, cultiva-vam cevada, trigo, lentilhas, rvores frutferas e vi-deiras. Eram feitos po, cerveja e vinho. O Nilo eraoferecedor de peixes em quantidades abundantes.[4]

    Os escravos eram, na maior parte, vtimas da cap-tura entre os que perdiam nas guerras. O fara obri-gava com dureza que os escravos trabalhassem comoconstrutores das grandes pirmides, por exemplo.[4]

    1.1.3 A importncia de alguns faras

    Numerosos faras foram governantes do Egito no decor-rer da sua histria. Poucos so merecedores de algumdestaque.[5]

    Mens (ou Narmer), em 3000 a.C., foi o monarcaunicador dos reinos do Norte e do Sul num nicoreino.[5]

    Djoser (Zozer), reino no qual foi construdo o pri-meiro edifcio monumental em pedra do mundo,a pirmide de Djoser, cuja medida feita emdegraus.[5]

    Quops, Qufren e Miquerinos ganharam famacomo os faras que construram as trs maiorespirmides do Egito, na plancie de Giz. Pai deQufren, foi sucedido em seu trono e tambm foiconstrutor da sua pirmide a uma certa distncia emmetros da do pai. Aps Qufren, Miquerinos foigovernante do Egito e ordenador da construo desua pirmide prxima das demais, porm, com umapequena diferena de tamanho.[5]

  • 4 1 ANTIGUIDADE ORIENTAL

    Amens IV, que tambm chamava-se de sacer-dote do deus Sol, ganhou fama como o fara uni-cador da religio egpcia, obrigando fora quevenerassem a uma nica divindade, o Sol, quechamava-se de Aton. Seu nome foi mudado deAmens (cujo signicado Amon tem satisfa-o) para Aquenaton (cujo signicado aqueleque serve Aton). Tornou-se antiptico pelos sacer-dotes e pelo fanatismo do povo e este, aps morrero fara, teve retorno aos antigos cultos.[5]

    Tutancmon, que pertencia famlia de Aquena-ton, tomou posse do novo reino ainda em plenajuventude aos cinco anos de idade. Seu reino du-rou pouco tempo, devido sua morte ocorrida aosdezoito anos de idade. Tornou-se muito famoso nosculo XX, pois em 1924, o arquelogo britnicoHoward Carter encontrou no Vale dos Reis, o seusarcfago muito rico. O tmulo, sem que algum ti-vesse posto o dedo, ainda no tinha sido alvo de vio-lao por criminosos e nele eram guardados riquezasde valor, porque as matrias-primas desses objetoseram ouro, prata e pedras preciosas. Havia obje-tos extraordinariamente ricos como mscaras mor-turias, sarcfagos, esttuas, mveis, joias, vasos,carro fnebre, etc. Depois que os arquelogos des-cobriram os objetos usados pela famlia real que go-vernava o Antigo Egito, pode-se ter uma ideia doquanto era grandiosa, luxuosa e rica a vida dos fa-ras, enquanto que a maior parte da populao, quese formava de camponeses, vivia com muita durezae comia menos.[5]

    1.1.4 Religio e mitologia egpcias

    Os egpcios acreditavam profundamente na religio. Issoera importante porque a f formava uma sociedade ci-vilizada e organizada. Foram adotantes do politesmo(acreditar numa variedade de deuses). A partir dos tem-pos de maior antiguidade, os egpcios eram adorado-res de uma grande quantidade e estranheza de deuses.Os mais antigos deuses foram animais e toda a pessoaera protegida por animal-deus. Eram adoradores de ga-tos, bois, serpentes, crocodilos, touros, chacais, gazelas,escaravelhos, etc.[5]

    Dentre os animais de maior adorao, o de maior famafoi o bois pis que, durante a sua morte, era provocadorde luto na totalidade do Egito e os sacerdotes estavam procura nos campos de um substituto que tivesse a mesmasemelhana fsica. Baseavam sua crena na possvel re-encarnao de um deus num animal de vida prpria.[5] Orio Nilo, com a periodicidade de suas cheias, e o calor dovento do deserto, agente destruidor das colheitas, eramforas naturais as quais os egpcios adoravam.[5]

    Os egpcios baseavam sua crena na vida aps a morte,por essa razo eram prestadores de culto s pessoas quemorreram. Cada localidade era protegida por seus deu-

    ses, com diferena de caractersticas, sendo certos me-tade homem emetade animal (em geral, corpo de homeme cabea de animal antropomorsmo).[5]

    R, o deus Sol.

    Deuses do Egipto Segue abaixo a descrio de cadadeus egpcio e suas prerrogativas atributivas:[6]

    R: o deus Sol, que na unio com o deusAmon (Amon-R) era o mais importante deusegpcio.[6]Nut: o rmamento, cuja representao umindivduo do sexo feminino como os membrosinferiores no Hemisfrio Oriental e as mos noHemisfrio Ocidental. Os corpos celestes re-alizam a viagem ao longo do seu corpo. Seulho, R (o Sol), engolido por ela durante operodo noturno e renascido por ela a cadaperodo diurno.[6]

  • 1.1 Civilizao Egpcia 5

    Babuno divino: aquele que provou que a via-gem da barca solar era verdadeira.[6]Barca solar de R, que na eternidade de umaviagem, diariamente o traz Terra e no perodonoturno o leva novamente vida eterna.[6]sis: seu marido Osris e seu lho era Hrus.sis era divindade feminina protetora da vidavegetal, das guas (das enchentes doNilo) e dassementes. As precipitaes pluviomtricas se-riam os udos lacrimais de sis procura deseu marido, Osris, que tambm uma perso-nicao do rio Nilo.[6]Nftis: irm de Osris, seu marido era Set.[6]Maat: divindade da justia, da verdade, e doequilbrio universal. Era uma das suas pe-nas longas que tinha peso no Julgamento deOsris.[6]Hrus: a divindade falcondea, cujos pais eramOsris e sis, tambm era prestado culto em suahomenagem como o nascer do Sol.[6]Osris: no seu hbito em forma de mmia, eraa divindade dos que perderam a vida, da vidavegetal, da fecundidade. Tambm era prestadoculto em sua homenagem como o pr do Sol.Era ele que vinha procura das almas que per-diam a vida para passarem por julgamento noseu tribunal (Tribunal de Osris).[6]Sekhemkhet: divindade com corpo femininoe cabea leonina. Divindade protetora dosconitos militares que, por ser forte, se en-carregou de ser a destruidora dos inimigos deR.[6]Pt: divindade de Mns, se considerava oGrande Arquiteto do Universo, conforme te-riam dito os membros da maonaria, e protegiaos que trabalhavam com artesanato.[6]Knum: deus pastor, divindade das nascentes edas enchentes do Nilo.[6]Anbis: deus chacal, guardava os tmulos,deus da vida aps a morte, mediava entre o r-mamento e o nosso planeta, ajudou sis quandoesta resolveu fazer a unio dos bocados docorpo de Osris e deu-lhe ressurreio.[6]Toth: divindade do conhecimento, dos poderesmgicos, foi o criador da escrita. Se conside-rava o escriba divino e protegia os escribas.[6]Hator: divindade feminina apresentada comambas as formas: como uma fmea do boicom os chifres e o Sol entre eles e como umamulher tendo o Sol entre os chifres. Se con-siderava a divindade feminina dos vaidosos,dos msicos, dos felizes, dos prazerosos e dosapaixonados.[6]Set: grande inimigo de Osris (o Nilo), se con-siderava o calor do vento que veio do deserto.

    Sendo, portanto, o diabo encarnado, provocavaraios e troves seguidos de chuva e protegia asarmas de fogo.[6]

    Amon (de Tebas): divindade das divindades damitologia egpcia, depois prestado culto em suahomenagem juntamente com R, sendo deno-minado de Amon-R.[6]

    Bes: esprito (ou demnio) dotado de monstru-osidade e malefcio, habitante do inferno.[6]

    Tueris: uma divindade feminina com o for-mato de um hipoptamo, protegia as mes como beb no tero.[6]

    Bastet: divindade feminina que se parece comuma gata, transmissora das boas inuncias dadivindade solar para as pessoas.[6]

    Templo de Luxor.

    Templos egpcios Os templos egpcios no se asse-melhavam s igrejas atuais. Tinham grandiosidade, eramenormemente dimensionados, com um porto dotado deimponncia e a amplitude dos ptios com abertura pr-pria. As gigantescas colunas sustentavam os templos. Naparte do fundo estava situada a esttua que representa odeus local e na parte dos lados os demais poucos deuses.Nas partes da frente, o colosso das esttuas dos farasque deram ordem para a construo dos templos. No in-terior dos templos, os diversos sacerdotes passavam suavida, com raspo no cabelo e se vestiam com uma nicatnica. Do Antigo Egito existem poucos restos das runasda grandiosidade de ambos os templos, o templo de Lu-xor e o templo de Karnak.[7]

    Cerimnias fnebres Quanto s mmias, os egpciosbaseavam-se na crena de que o ser humano se consti-tua de K (o corpo) e de R (a alma). Na opinio deles,quando morria, o corpo (K) era deixado pela alma (R),mas era possvel a continuidade da vida da alma (R) noreino de Osris ou de Amon-R. Isso podia acontecer se ocorpo, tendo como dever a sustentao da alma, passasse

  • 6 1 ANTIGUIDADE ORIENTAL

    Mmia dentro do sarcfago.

    por conservao. Da vinha ser importante o embalsama-mento ou a mumicao do corpo para dar impedimento decomposio do mesmo. Para a garantia de que a almasobrevivesse, em caso de destruio da mmia, era colo-cadas no tmulo estatuetas que representavam a pessoaque morreu.[7]

    O tmulo era onde habitava um morto assim como a casa onde habita um vivo, com mobilirios e alimentos pro-visionados. As pinturas que aparecem nas paredes soimagens representativas das cenas da vida de um morto mesa, na perseguio aos animais e na atividade pes-queira. Eles tinham a crena na magia dos poderes dessaspinturas, pois na opinio deles, isso representava o senti-mento de felicidade e serenidade da alma durante a suacontemplao perante s imagens. A alma da pessoa quemorreu era apresentada ao Tribunal de Osris, onde erafeito o julgamento por suas obras, para ver se era poss-vel a sua admisso no reino de Osris.[7]

    Os tmulos eram moradias de eternidade. Para melho-rar a proteo dos corpos, colocavam-se as mmias emsarcfagos com fechamento hermtico. Os faras, os no-bres, os ricos e certos sacerdotes trabalhavam como cons-trutores da grandeza dos tmulos feitos de pedras paraa garantia de que os corpos fossem protegidos contra la-dres e profanadores. Sua nalidade era a garantia do fatode se esperar por muito tempo at o retorno da alma.[7]

    Assim, construram-se mastabas, pirmides e hipogeuscom rico adorno.[7]

    1.1.5 Cultura egpcia

    Durante a antiguidade, a cultura egpcia era o conjunto demanifestaes culturais desenvolvidas no Antigo Egito.Sem falar nas pirmides, mastabas, hipogeus e na gran-deza dos templos, a arte do Antigo Egito tambm eravista como uma manifestao artstica nos palcios, nagrandiosidade das colunas e obeliscos, nas esnges, naestaturia e na arte decorativa em baixo-relevo. Listadosabaixo:[8]

    Mastabas: As mastabas eram tmulos com revesti-mento de lajes rochosas ou feitos de tijolo especial.Eram integradas por uma capela, a cmara mortu-ria e demais compartimentos.[8]

    Hipogeus: Escavao de tmulos nas rochas, nasimediaes do talvegue doNilo. O hipogeu demaiorfama foi de Tutancmon, que situa-se no Vale dosReis.[8]

    Esnge: Nas esnges guardavam-se os templos e aspirmides. A esnge na parte dianteira da pirmidede Qufren tem cabea humana e corpo leonino.[8]Sua frase clebre "Decifra-me ou te devoro".[9]

    Obelisco: Monumento cuja matria-prima trata-sede uma nica pedra no formato de agulha para fazeramarcao de algum fato ou realizao. tambmomonumento representativo de um raio da divindadesolar.[8]

    Nas pirmides reais, havia corredores secretos, galerias, cma-ras, portas e passagens falsas para enganar ladres, cripta, cor-redores de ventilao e a cmara do rei.

    Pirmides No antigo Egito foram realizadas as cons-trues de centenas de pirmides. As trs grandesincluem-se entre as Sete Maravilhas do Mundo antigo.

  • 1.1 Civilizao Egpcia 7

    At hoje as pirmides so oferecedoras de certos mist-rios para a mente humana. Assim na moderna engenhariano foi conseguida ainda a explicao de como os escra-vos, naquele momento, tiveram a capacidade de trans-porte de blocos rochosos de 2 a 10 ou mais toneladas quevieram de longe at o deserto onde so encontradas aspirmides. A maior diculdade ainda a explicao decomo foi conseguido o carregamento de pedras acima depedras at uma altura de 146 metros (a altura da grandepirmide de Quops). Outro segredo a explicao domotivo de que as pirmides tiveram sua construo comseus lados voltados com rigor para os quatro pontos car-deais. Hoje em dia, uma quantidade astronmica de pes-soas nomundo inteiro aceitam como crena que existe ummisterioso poder de concentrao enrgica e conservativano interior das pirmides. Assim, no haveria o estragode determinadas coisas perecveis que fossem colocadasdentro, na posio que a cmara do rei ocupa.[10]

    Para isso, ajudando com uma bssola, preciso fazer aorientao das bases piramidais posicionando nos quatropontos cardeais. Tambm h uma crena de que o re-sultado de curar ou melhorar a sade inuenciado pelouso de uma pirmide de cobre em situaes condicionaispara o abrigo de um ser humano dentro de uma pirmidepropriamente dita.[10]

    As cincias egpcias No toa que as sete mara-vilhas do mundo antigo esto no Egito, que legou hu-manidade grandes conhecimentos. Os egpcios so co-nhecidos por serem os desenvolvedores da arquitetura, damatemtica, da astronomia, da medicina e da engenharia,alm do ano dividido em 365 dias, 12 meses com 30 dias.Eles foram os utilizadores dos relgios solares, estelarese base de gua para realizar a medio do tempo.[11]

    Na matemtica, foram os grandes desenvolvedores da ge-ometria, porque foram necessrias a medio das terrasrurais e o levantamento das construes de grandeza.[11]Namedicina, foram responsveis pelo tratamento de umavariedade de doenas, alm de trabalharem como cirur-gies, inclusive utilizando-se de anestsicos.[11] Mas, amedicina egpcia era mais esotrica que cientca, poracompanhar-se de magias e por ser tambm invocativados deuses.[11]

    Especializaram-se em mumicao de corpos por meiode recursos de embalsamamento pelos quais foi conser-vado um sem-nmero de corpos nos dias atuais. Deacordo com Herdoto, um historiador grego de muitafama, o processo de mumicar o corpo era feito da se-guinte forma:[11][11]

    Depois colocavam o corpo no sarcfago. Os pobres pos-suam processos de mumicao muito mais simples.[11]

    Lngua e literaturas egpcias Os egpcios foramuma das primeiras civilizaes utilizadoras da escrita no

    Hierglifos em uma estela funerria.

    mundo. Foram os desenvolvedores de trs alfabetos:[12]

    O alfabeto hierglifo era uma escrita considerada-mente religiosa;

    O alfabeto hiertico, demaior simplicidade, era umaescrita que os nobres e os membros do sacerdcioutilizavam.

    O alfabeto demtico era um tipo de escrita utilizadapela maioria da populao. Era utilizada pelas clas-ses economicamente menos privilegiadas da socie-dade egpcia.

    Na poca da campanha de Napoleo Bonaparte no Egito,o francs especialista em arqueologia Jean FranoisChampollion levou para Frana, no ano de 1799, umdocumento rochoso do aglomerado urbano de Roseta.Nesta rocha esto escritos trs tipos de alfabeto. So eles:hierglifo, grego e demtico. Em 1822, Champollion,com a comparao do texto em lngua grega clssica como tema exatamente igual em hierglifos. Conseguiu fazera decifrao do alfabeto egpcio. Isso foi uma contribui-o dada por Champollion para os trabalhos intelectuaissobre a civilizao egpcia.[12]

    Os egpcios praticavam a escrita principalmente numaplanta que chama-se papiro. Esta planta era encontrada

  • 8 1 ANTIGUIDADE ORIENTAL

    em abundncia s margens do rio Nilo. Cortava-se o mi-olo do papiro. Suas partes ligavam-se umas com as outrase prensavam-se. Eram formados assim rolos que inclusiveexportavam-se para as civilizaes vizinhas. Os egpcioseram contribuintes de vrios livros escritos. A maioriadessas publicaes trata de temas relacionados religio.Um famoso exemplo o Livro dos mortos.[12]

    Msica egpcia Pelos documentos que os arquelo-gos encontraram, como msicas fragmentadas e instru-mentos, a arte musical comearia na Mesopotmia e noAntigo Egito. De fato, em 1950 os arquelogos foram osdescobridores de uma cano de origem assria datada de4000 a.C., com gravao numa tabuleta feita de argila.[13]

    Os egpcios foram os utilizadores damsica em quaisquerdas ocasies religiosas ou da sociedade, como casamen-tos, festas, canes de guerra, de vitria, ou para a expres-so de sentimentos tristes e fnebres. Eram tocadores deinstrumentos musicais como lira, ctara, obo, cmbalo,harpa e outros que possuam caixa de ressonncia. Erade praxe o dom musical das mulheres que ganhavam di-nheiro. Juntamente com a msica, foram desenvolvidasa dana e a coreograa, Os mesopotmios e os egpciosforam os conquistadores da escrita da msica de sinaisprprios para a sua execuo pblica.[13]

    Inuncia da civilizao egpcia sobre outras civiliza-es Os egpcios eram inuentes no processo evolutivode uma diversidade de povos limtrofes ou longnquos.Em sua maioria, os eruditos dos demais outros povos daantiguidade eram o pblico pelos quais iam ser busca-dos os seus conhecimentos no Egipto, onde trabalhavamcomo estagirios. Foram os inventores de vrias cinciastais como a geometria, que depois os gregos passaram aseguir, assim como outros povos e pases.[13]

    A medicina foi inuenciada quase totalmente pelos egp-cios. De fato, os antigos egpcios so o povo pelo qual fo-ram ultrapassados todos os conhecimentos mdicos dospovos antigos, como tentativa de cura para todas as do-enas que existiam na antiguidade oriental.[13]

    No que diz respeito religio, seus deuses e suas crenaspassaram a ser espalhadas por toda a parte. O mundo foiimpressionado pelas pirmides, e considerava-se a almaimortal como um esprito avanado.[13]

    No que tange escrita, lanavam novas ideias na artede escrever, os sinais e marcas tiveram sua chegada Fencia, onde simplicaram-se, fato que deu origem aoatual alfabeto latino, utilizado na maioria das lnguas eu-ropeias, como o portugus. O que os egpcios mais con-triburam s civilizaes antigas foi o fornecimento depapiro totalidade do mundo antigo para que sejam es-critos os seus livros, formadas as suas bibliotecas e for-necido material para que os seus sbios estudem.[13]

    1.2 Civilizao Mesopotmica

    Mapa geral da Mesopotmia.

    A Mesopotmia se situa na fertilidade das plancies queos rios das bacias hidrogrcas dos rios Tigre e Eufratesbanham. Suas guas so lanadas no Golfo Prsico. AMesopotmia correspondente, em sua maioria, ao atualterritrio da Repblica do Iraque.[14]

    A palavraMesopotmia tem origem na lngua grega cls-sica e pode ter o signicado de terra entre rios, ou seja,nesse caso, trata-se de uma regio que compreende a ba-cia hidrogrca dos rios Tigre e Eufrates. Mas, comovisto nos mapas histricos, a extenso da Mesopotmiaia alm desses rios.[14]

    Venerador mesopotmico de 2750-2600 a.C.

  • 1.2 Civilizao Mesopotmica 9

    Foi uma diversidade de povos que lutavam para tomarposse sucessiva dessa regio do Oriente Mdio, famosapela fertilidade (sia Menor). Dentre eles, podem sercitados os sumrios, os elamitas, os hititas, os acdios,os amoritas, os cassitas, os assrios, os babilnios, oscaldeus, entre outros.[14]

    desconhecida a origem dos sumrios, mas sabidoque, por volta de 3000 a.C., eles foram estabelecidos naparte meridional da Mesopotmia, prximo ao OrienteMdio.[14]

    1.2.1 Poltica mesopotmica

    Os sumrios foram os fundadores iniciais de uma vari-edade de comunidades que, aos poucos, foram transfor-madas em cidades-estados. Assim, houve o surgimentodas cidades de Ur, Uruk, Lagash, Nippur. A principaldelas foi Ur.[14]

    A regio que os sumrios ocuparam no era possuidora deum poder central pelo qual fosse dada unidade poltica.Qualquer cidade era a mesma coisa que um pas, comgoverno prprio. H dois governantes em uma cidade-estado: um civil (patesi) e um sacerdote. As cidades-estado lutavam constantemente. E o rei Sargo I conse-guiu unicar o reino da Sumria, durante a fundao donovo pas. A extenso do reino da Sumria era compreen-dida entre a Mesopotmia e o mar Mediterrneo. Depoisque morreu Sargo I, o reino decaiu e foi invadido poroutros povos.[14]

    1.2.2 Babilnios

    O lder dos babilnios foi Hamurbi. Os babilnios toma-ram posse da Sumria. Foram os fundadores do ImprioBabilnico, por volta de 1700 a.C. Hamurbi foi o ela-borador do primeiro cdigo de leis conhecido da histriada humanidade. Na leis que esse cdigo contm eramdeterminados direitos e deveres do povo e das autorida-des. Porm, em conformidade com a classe social, nohavia igualdade de direitos entre as pessoas no ImprioBabilnico. Por exemplo, os babilnios no considera-vam os escravos como pessoas, mas sim como qualquercoisa que tinha dono. Anal, nas civilizaes antigas erapermitida a escravido, e os prisioneiros de guerra, ao in-vs de serem mortos, usavam-se como escravos para tra-balhos forados. Hamurbi criou a lei do talio: Olhopor olho, dente por dente. Em outra lei foi estabelecidoque se houvesse a entrada de um homem e a sua persegui-o durante o roubo, a obrigao dessa pessoa era o seupagamento ao dono do pomar de uma certa quantia emprata. Esse cdigo inuenciou bastante as leis de outrospovos.[15]

    O Imprio Babilnio declinou e os assrios o conquista-ram. Os assrios foram um povo militarmente muito or-ganizado. Foram, tambm, os primeiros utilizadores doscarros de guerra com trao animal, notadamente os ca-

    Uma inscrio do Cdigo de Hamurabi.

    valos. A crueldade e a violncia eram as principais carac-tersticas psicolgica dos assrios, civilizao conquista-dora de uma diversidade de povos e povo dominador daregio por 500 anos.[15]

    Posteriormente, por volta de 612 a.C., o Imprio Babil-nico foi reorganizado (Segundo Imprio Babilnico) eaps a sua chegada ao apogeu com Nabucodonosor, res-ponsvel pelo embelezamento da cidade, foram constru-dos os Jardins Suspensos da Babilnia, uma das sete ma-ravilhas do mundo antigo, e foi mandado construir umagrande zigurate, chamado pela Bblia de Torre de Babel.Factualmente, no ano de 1889, quando a Torre de Babelfoi escavada, descobriu-se um gigantesco zigurate antespensado como a Torre de Babel, com 90 metros de base eoutro tanto de altura e azulejos com esmalte em azul.[15]

    1.2.3 Escrita cuneiforme

    Os sumrios e acdios praticavam a escrita em tabletesfeitos base de barro. Foram os inventadores de umtipo de escrita no formato de cunha, por isso chama-seescrita cuneiforme. Esses tabletes eram conhecidos peloseu peso e diculdade de manuseio, porm, eram van-tajosos em durao de sculo ou milnios com direito legibilidade de escrita. Muitos tabletes de argila, propria-mente ditos, foram encontrados pelos estudiosos do nal

  • 10 1 ANTIGUIDADE ORIENTAL

    Escrita cuneiforme com gravao num numa escultura feita du-rante o sculo XXII a.C. (Museu do Louvre, Paris). A linguagemescrita resulta do fato de que o homem necessita da garantia dese comunicar e desenvolver a tcnica.

    da dcada de 1980 e desse modo foi possvel a descobertade uma grande quantidade de coisas da primeira civiliza-o do mundo. Na cidade de Nnive, o rei Assurbanipalfoi o criador de uma biblioteca com um acervo contadoem 22 mil tabletes de argila (barro) onde os sumrios ebabilnios escreveram uma variedade de assuntos. Den-tre os demais assuntos, nos tabletes so mostrados comose negociava e se comerciava naquela poca. Por exem-plo, ummdico relaciona receitados a seus clientes. Numdos tabletes de maior interesse, so relatados os deveresde um menino, na escola, h 3000 anos atrs. O deverdo menino foi a pressa para evitar atraso na sua chegada escola, seno o professor aplicaria castigo fsico comuma palmatria. O professor era utilizador, tambm, dapalmatria para aplicar a punio de alunos para ensinar-lhes que no so permitidas a conversa entre pessoas damesma sala de aula e a sada da escola ou a lio que nofoi devidamente caprichada.[15]

    1.2.4 Religio mesopotmica

    Tanto os sumrios como os babilnios eram praticantesdo politesmo, ou seja, baseavam sua crena numa varie-dade de deuses. Toda a cidade era protegida por um deus.Por exemplo, na Babilnia, Marduque o deus protetor.

    Baseavam sua crena nas foras dos astros da naturezae eram adoradores do cu (Anu), a Terra (Enlil), a Lua(Sin), o raio e a tempestade (Hadad), o fogo (Gibil), entreoutros.[16]

    A religio se cultuava nos templos, que se chamavamzigurates. Os zigurates eram construes medidas em de-graus no formato de uma pirmide. Osmesopotmios ba-seavam sua crena nos astros que inuenciavam na vidado homem, originando assim a astrologia. Os sacerdotese adivinhos dedicados ao estudo dos astros eram muitoprestigiados. Os povos que habitavam a Mesopotmiacontriburam em muito ao conhecimento dos astros, eatravs desse conhecimento, os sacerdotes conseguiamfazer a previso das cheias que transbordavam os rios Ti-gre e Eufrates.[16]

    1.2.5 Contribuies dos sumrios e babilnios

    Foi muito valiosa a herana deixada pelos sumrios eacdios para os povos vindouros. Dentre outras as de-mais contribuies, podem ser apontadas:[16]

    Organizaram social e politicamente as cidades; Criaram um cdigo de direitos e deveres; Organizaram a produo de alimentos: j na poca,foram empregados o arado e mquinas de irrigao,por exemplo;

    Construram a beleza dos templos e a imponnciados palcios;

    Os sumrios foram os inventores da escrita, pelaqual foi permitido o saber da poca;

    Inventaram a roda e os carros por trao animal; Criaram a astronomia (cincia que estuda os astros); Astrologia, ou seja, o estudo dos astros que inuemacima do destino das pessoas.

    Os povos antigos da Mesopotmia no baseavam suacrena na alma imortal, eram religiosamente pessimis-tas, viviam sem preocupaes com a morte e com o queas pessoas viam com os seus prprios olhos depois quemorriam. Estavam procura da sua proteo contra asforas malignas, fazendo-se uso de amuletos e da sortede magia em sua totalidade.Uma das divindades de maior culto era a deusa Ishtar,encarnao do planeta Vnus. Era a deusa que protegia oamor e a guerra.[16]

    1.3 Civilizao HebraicaAs origens de maior antiguidade dos hebreus (ou israe-litas) ainda no se conhecem. A Bblia sempre a mais

  • 1.3 Civilizao Hebraica 11

    Deusa Ishtar, estatueta representativa do sculo IV a.C.

    importante fonte para se estudar a respeito desse povo.As origens tiveram incio com Abrao, que cheava umatribo onde viviam pastores seminmades. Atendendo aosconselhos de Deus, a cidade de Ur, perto das margens dorio Eufrates, foi deixada por Abrao, este caminhando emdireo para Haran e depois Abrao foi estabelecido naterra de Cana, no litoral leste do Mediterrneo (hoje Is-rael). O carter dessa corrente imigratria era religioso eteve grande durao de tempo at a chegada de Abrao terra que Deus prometeu.[17]

    Abrao, contrariamente aos demais homens de sua poca,baseava sua crena em um s Deus, que criou o mundo,

    Abrao e os trs Anjos as portas do purgatrio segundo descriode Dante_Alighieri em 1250. Gravura de Gustave_Dor (1832-1883).

    dotado de invisibilidade e que tinha dado ordens paraCana. Premiado por ser obediente e por ser crente, umapromessa de Deus foi recebida por Abrao: sua famliaoriginaria um povo que se destinasse a ser possuidora daterra de Cana, na qual, de acordo com o que diz a B-blia, eram brotados leite e mel. Isaac, lho de Abrao,cou sabendo que seu pai renovou essa promessa. Maistarde, foi renovada a promessa do av Abrao para Jac,pelo qual foi recebido de um anjo o nome de Israel, cujosignicado o forte de Deus. Porm, s se conquis-tou denitivamente a terra de Cana, no sculo XIII a.C.,durante a sada de Moiss e a sua conduo da totalidadedos hebreus para a Terra Prometida, em 1250 a.C.[17]

    1.3.1 Os patriarcas

    So chamados de patriarcas os trs homens que chea-vam os israelitas: Abrao, Isaac e Jac. O primeiro pas-sava a sua vida em Ur, na Mesopotmia. Deus lhe dordens de sua partida para Cana e faz a promessa doexcelente futuro de seus descendentes. Aps a partida,Abrao estabelecido na terra de Cana com sua fam-lia. Depois que morreu, sucedido por seu lho Isaac edepois sucede-lhe Jac, cujo pai foi Isaac.[18]

    Os lhos de Jac so em doze pessoas, que vo originaras doze tribos de Israel. Jos, o de menor antiguidadedeles, o preferido dos pais. invejado pelos irmos atal ponto que vendido como escravo para comerciantesdo Egito. No Egito, Jos vai ser trabalhador na corte doFara. Aps uma grande quantidade de aventuras ele

  • 12 1 ANTIGUIDADE ORIENTAL

    nomeado primeiro-ministro. Naquela poca, os israelitascam muito famintos e o estabelecimento de sua famlia conseguido por Jos.[19]

    1.3.2 Moiss

    Moiss com as Tbuas da Lei, por Rembrandt.

    A vida do povo hebreu foi pacca por uma grande quan-tidade de geraes. Porm, o fara cou inquieto porquea populao aumentou e o Egito tornou-se poderoso: suasdecises foram a transformao dos egpcios em escravose a exigncia de extermnio da totalidade das crianasque nasceram h pouco tempo na poca. Ora, naqueletempo, ocorre o nascimento, numa famlia de hebreus,do pequeno Moiss. Para ser salvo, foi acomodado porsua me numa pequena cesta feita de papiro e escondidopor entre os canios do rio Nilo. A lha do fara recolheuo beb e o educou na corte. Quando chega idade adulta,Moiss se revolta com o seu povo miservel e encontra-se isolado no deserto do Sinai. Ali, Deus revelado aele e lhe promete duplamente: tornar livres os israeli-tas do trabalho escravo e o pas de Cana ser dado porDeus. Desde ento, a grandiosidade da misso de Moiss essa: ser o guiador do povo israelita at a Terra Pro-metida e o mensageiro de Deus aos homens, de acordocom o contedo religiosamente sagrado que aparece nosdez mandamentos.[19]

    Ento, Moiss fez uma viagem de volta para o Egito, parajuntamente do fara, lhe fez um pedido para que seja per-mitida a partida dos escravos israelitas para a terra deonde vieram, porque Deus ordenou. Sabendo que o fararecusou, Deus aplica o castigo ao Egito com as dez ter-

    rveis pragas, com narrativa bblica. Finalmente, ocorrea cedncia do fara e a partida em liberdade dos israeli-tas: o xodo, ou seja, o momento histrico em que oshebreus saram do Egito.[19]

    Moiss foi o condutor do povo hebreu por meio do de-serto de Sinai. Outra vez, Deus revelado a ele, as Tbuasda Lei foram dadas a Moiss, contendo os dez manda-mentos, e Moiss se aliou, ou seja, se pactuou com o povode Israel. Ele os dar proteo at entrar na terra da Ca-na, porm, em troca, ser exigido de seu povo, que esteobedea absolutamente as leis impostas por Deus. Este,efetivamente, faz o ditamento a Moiss das leis de re-gncia vida do povo de Israel. As 10 primeiras so deimportncia particular: denem-se como os Dez Manda-mentos da Lei de Deus.[19]

    1.3.3 Conquista de Cana

    Aps a sua sada do Egito, o povo hebreu fez a traves-sia do mar Vermelho e esse povo, propriamente dito, foierrante por 40 anos no deserto; nalmente, ocorre a che-gada dos hebreus s fronteiras que demarcavam a TerraPrometida (atualmente Estado de Israel). Moiss perdea vida. Aps a sucesso do falecido Moiss por Josu, lanada uma guerra santa contrria aos cananeus e de-clarado vencedor. A nao onde viviam os cananeus transformada em nao de Israel. Deus cumpriu o queprometeu.[19]

    1.3.4 Juzes

    Uma vez que se estabeleceram na terra de Cana, era pre-ciso uma autoridade para ser o lder do povo hebreu nasbatalhas contrrias aos inimigos e o coordenador das ati-vidades democrticas. Foram os juzes, e dentre eles me-receram destaque Josu, Sanso, Gedeo e Samuel. Apsos juzes, foi fundado o reino de Israel, que um rei passoua ser comandante do novo pas dos tempos bblicos.[19]

    1.3.5 Monarcas

    Davi e Salomo foram os reis de maior esplendor do pas-sado histrico israelita. Durante o reinado de Davi, foiconcluda a tomada da terra de Cana e fundado o reinode Israel. Foram expulsos os aterrorizantes listeus e es-colhida Jerusalm como a capital do novo pas. Davi foium rei autor de poesias e escritor de uma grande quanti-dade de salmos encontrados na Bblia.[20]

    Quando Salomo reinou Israel, o pas teve grande pro-gresso. Foram construdos palcios, forticaes e oTemplo de Jerusalm. No interior do templo, estava lo-calizada a Arca da Aliana, cujo contedo principal eramas Tbuas da Lei, nas quais se gravavam os Dez Manda-mentos, que Deus tinha feito o ditamento para Moiss noMonte Sinai, durante a vinda do povo hebreu do Egito Cana.[20]

  • 1.3 Civilizao Hebraica 13

    David representado por Michelangelo.

    A maior parte do material que se usava nas construesera produto de importao de Tiro, na Fencia. Exagerou-se tanto no mercado importador de madeira (em princi-pal o cedro-do-Lbano), ouro, prata e bronze que Israelse transformou num pas empobrecido. Quanto arreca-dao do dinheiro do pas, no havia sucincia de paga-mento das dvidas. Para dar o sustento aos gatos e o luxoda corte do rei Salomo, foram aumentados os impostose tornou-se obrigatrio o trabalho da populao econo-micamente desprivilegiada em obras pblicas. Alm domais, a cada trs meses 30 000 hebreus foram reveza-dos no trabalho de minerao e de extrativismo orestalna Fencia para extrair madeira, como forma de pagar advida externa de Israel com a Fencia.[20]

    A administrao de Salomo foi motivo de desconten-tamento do povo, porm, ele foi considerado historica-mente como um rei que construiu muito e, em principal,como um rei muito sbio.[20]

    1.3.6 Invases estrangeiras

    Os demais povos se apoderaram de Israel por uma grandevariedade de vezes. Aps a diviso de Israel em ambos osEstados adversrios Israel na parte setentrional e Judna parte meridional, os assrios e babilnios aprisiona-ram os hebreus. Depois, dentre os demais dominadores,os persas e romamos se apoderaram de Israel. Por voltado ano 70 a.C., a cidade de Jerusalm foi destruda peloimperador romano Tito. Os judeus, desde ento, foramespalhados pelo mundo (foi a que chama-se Dispora) e

    somente foi conseguida a reunio no territrio de hoje,em 1948, quando fundou-se o Estado de Israel.[21]

    1.3.7 Religio judaica

    Como os israelitas eram dotados de grande fraqueza doponto de vista militar, os demais povos conquistaram oshebreus numa grande variedade de vezes e at levaramos judeus como trabalhadores braais da escravido Ba-bilnia (o cativeiro da Babilnia). Mas tinham imunidadea numerosas situaes difceis por meio dos sculos e,como se uniram em volta de seus ensinamentos religio-sos, ainda so sempre um povo.[22]

    Uma funo de grande importncia na parte religiosae moralista foi desempenhada pelos judeus, inuenci-ando enormemente esta performance na totalidade doocidente, a partir da Europa em direo s Amricas.[22]

    Eram praticantes do monotesmo, baseando sua crenaem Jeov (ou Jav), Deus que criou tudo, universal, do-tado de invisibilidade, esprito todo-poderoso, sendo pos-svel a sua representao atravs de esttuas ou imagens.Era obrigatria a sua adorao em esprito e verdade.Os prossionais do sacerdcio tambm chamavam-se delevitas, por fazerem parte da tribo de Levi, uma doze tri-bos de Israel.[22]

    Nos 1000 anos anteriores poca em que nasceu JesusCristo, o povo hebreu escreveu sua histria, suas leis esuas crenas. A totalidade dessas informaes so en-contradas na parte inicial da Bblia, que chama-se AntigoTestamento, o qual a parte que o povo hebreu segue. ABblia um livro religioso do judasmo como tambm docristianismo.[22]

    Quanto s festas e dias santicados, os judeus consagramo sbado prtica da religio. Probe-se qualquer tra-balho que pode ser realizado apenas em cinco dias teis.Os judeus reservam o sbado, propriamente dito, para seencontrar com os familiares, para orar e estudar a Bblia(Antigo Testamento).[22]

    Geralmente, durante as festas religiosas so comemora-dos fatos histricos, religiosos e agrcolas. A festa reli-giosa de maior solenidade do judasmo o Yom Kippur(o Grande Perdo); o indivduo ca arrependido do quepecou e perdoado por Deus se houver sinceridade noarrependimento.[22]

    Numa poca antiga, dentre os judeus, dava-se honra aDeus atravs de animais sacricados (holocaustos) e atra-vs de ofertas. Atualmente, na Dispora (disperso pelomundo), os judeus so reunidos em locais de culto quechamam-se sinagogas. O ato de orar e ler a Bblia trans-formada numa essncia da vida judaica.[23]

    Na totalidade da histria israelita, certos homens inu-enciaram uma funo especial: so os profetas. Osprofetas so pessoas que Deus inspirou, so os porta-vozes dele. Desde o sculo VII a.C. eles j esperavammuito: Messias, um enviado de Deus, veio para ser o

  • 14 1 ANTIGUIDADE ORIENTAL

    O povo que destruiu o monumental Templo de Jerusalm foramos romanos, no ano 70. Atualmente a parte restante somenteera de um muro que servia de cercania do templo. Nesse muro,os hebreus ainda atualmente vo fazer a lamentao do templodestrudo e o seu povo que se espalhou pelo mundo. Esse murochama-se de Muro das Lamentaes.

    transformador do mundo, tornar reinantes a paz, a jus-tia e o amor e convocar uma nova reunio dos israelitaspara passarem uma vida pacca em sua prpria terra.Ainda na atualidade, os israelitas ainda esto no aguardode um messias salvador que, segundo o que os cristosacreditam, j vindo na pessoa de Jesus Cristo.[23]

    Esperando o messias, obrigatria a tendncia do ju-deu santidade, em observao da lei e das regras devida (moral judaica). O contedo das leis aparece emum livro que chama-se Tor. Elas so referentes tota-lidade dos aspectos da vida: cultuar, trabalhar, viver emfamlia, comer, vestir, punir as faltas, etc. Os religiososque explicam as leis do Tor so mestres que chamam-serabinos. O contedo dos comentrios que os rabinos ex-plicam a respeito dessas leis aparece num grande livro: oTalmud.[23]

    1.4 Civilizao Fencia

    O povo fencio, que se originou no Oriente Mdio, pas-saram a sua vida, desde uns 3000 a.C., numa faixa deterra de menor comprimento no litoral leste do mar Me-diterrneo, na regio que o Lbano e a Sria ocupamatualmente.[24]

    Como a pequena quantidade de terrenos e a aridez dos so-

    Gadir

    FRICA

    CartagoSICILIA

    EUROPA

    IBRIA

    CRETACHIPRE

    SIA

    Mnfis

    BiblosSdonTiroTingis

    Lptis

    Mar Negro

    OceanoAtlntico

    MarMediterrneo

    MarEgeu

    Mar Adritico

    Cirene

    As rotas comerciaisdos fencios

    FenciaRotascomerciais

    Comrcio fencio.

    los eram de sua propriedade, os fencios no eram dedica-dos agricultura. Como se cercavam de regies monta-nhosas entre as partes setentrional, meridional e oriental,s lhes era restado o aproveitamento do mar. Passando asua vida em convvio com o mar, foram os descobridoresprecoces da construo de navios e da navegao. Dessaforma, suas cidades mais importantes, como Tiro, Sdon,Biblos e Ugarit, foram transformados em portos de par-tida dos navios que comercializavam produtos prpriosou de demais naes. Suas galeras viveram aventuras pe-los mares na ousadia das viagens, em conquista de mer-cados de maior distncia.[24]

    Foi dessa forma, que os fencios, alm de serem os ex-ploradores do mar Mediterrneo, comercializando comas ilhas do Chipre, Creta, Siclia, Crsega e Sardenha, al-canaram o oceano Atlntico, na chegada ao mar Bltico,no norte da Europa, e no percurso do litoral da frica. Osfencios foram o povo que mais navegou e explorou du-rante a Antiguidade. Circunavegaram o litoral da fricano ano 600 a.C., sabendo que o fara egpcio Necao pe-diu, viajando no mesmo trajeto que, dois mil anos depois,seria feito por Vasco da Gama na direo oposta. Existe,ainda, a armao de quem considera a chegada dos fe-ncios at o litoral brasileiro.[25]

    1.4.1 Comrcio fencio

    Numerosas foram as mercadorias que os fencios comer-cializavam. Compravam-se certos deles em demais na-es e revendiam-se em demais locais. A maior parteeram produtos propriamente fabricados, como tecidos,corantes para pintar tecidos (como a prpura), cermicas,armas de fogo, peas metlicas, vidro de transparncia ede cor, joias, perfumes, especiarias, entre outros. Seusartesos tinham habilidade na imitao e na falsicaode mercadorias de mais povos. Tambm os cedros daregio montanhosa da Fencia eram produtos de expor-tao. Os fencios tambm foram o povo que mais co-mercializava escravos poca. Foram os fundadores defeitorias (pontos onde eram armazenadas mercadorias) euma grande quantidade de colnias em demais regies,como as ilhas de Malta, Sardenha, Crsega e Siclia, eos fundadores, na parte setentrional da frica, da famosacidade de Cartago.[25]

  • 1.5 Civilizao Persa 15

    1.4.2 Poltica fencia

    Os fencios se organizavam em cidades-estados, ou seja,cada cidade fencia era constituda num centro comercialdotado de independncia e possua administrao pol-tica apropriada. Os exercentes do governo dessas cida-des eram comerciantes de inuncia que chamavam-sesufetas. Numa grande quantidade de vezes, essas cidadeschocavam-se porque o comrcio era muito concorrido.Certas delas passaram a fazer o pagamento de tributos am de preferir e de proteger seus produtos comerciais.[25]

    1.4.3 Cultura fencia

    Evoluo das letras que compem o nome hebraico do rei Davi apartir do alfabeto fencio, passando pela escrita hebraica antigapr-exlio chegando as letras hebraicas atuais (denominadas deletras quadrticas ou escrita assria).

    Inicialmente, os fencios zeram uso da escrita cunei-forme da Mesopotmia. Aps a escrita cuneiforme, osfencios, propriamente ditos, comearam a fazer uso doshierglifos dos egpcios. Porm, esses sistemas de escritano estavam dando satisfao s suas necessidades de co-mrcio. Dessa forma, ocorreu o surgimento da ideia dasimplicao da escrita e da inveno do alfabeto, quetornou-se a criao a qual os fencios mais contriburampara o nosso planeta, na rea da cultura.[25]

    O nascimento dessa descoberta de importncia ocorreuporque era necessria a facilitao dos contratos de co-mrcio que eram contabilizados e elaborados com os de-mais pases. Dessa forma, os fencios foram os inventoresdos 22 sinais representativos das consoantes; posterior-mente, os gregos foram os aperfeioadores do alfabetofencio, fazendo o acrscimo das vogais, e passou a seradotado pelos demais povos.[25]

    Em Ugarit, encontrou-se uma biblioteca com numero-sos tabletes feitos de argila com escritura a respeito

    dos aspectos administrativos, religiosos e mitolgicos daFencia.[25]

    1.4.4 Religio fencia

    O povo fencio era adepto do politesmo, ou seja, era umpovo adorador de uma grande variedade de deuses, comoAstarte, deusa que protegia a fecundidade; Baal, deus dotrovo; Melkart, deus dotado de violncia e guerra; Ishtar,deusa que protegia aMesopotmia, que tambm se cultuana Fencia, e demais divindades.[26]

    Conmo curiosidade, na religio da Fencia, que eles,como marinheiros, no eram possuidores de deuses domar e os religiosos, em cerimnias ritualsticas, eram sa-cricadores de homens e de crianas, homenageando osdeuses, em principal Moloch.[26]

    1.4.5 Cincia fencia

    O povo fencio no teve originalidade na rea cientca,sendo um povo copista de demais povos do que seria pos-svel ser de grande utilidade para eles. Como comerci-antes, o setor de maior desenvolvimento dos fencios foio da construo de navios e da navegao. Conheciammuito bemmatemtica para construir navios e astronomiapara observarem as estrelas, que lhes davam auxlio paranavegar pelos mares.[26]

    1.5 Civilizao Persa

    Mapa do Imprio Aquemnida.

    O Imprio Aquemnida teve incio em 549 a.C., de-pois de ser conquistado por Ciro, o Grande, e tr-mino em 330, quando Alexandre Magno, da Macednia,declarou-se vencedor de Dario III. O Imprio Persa, en-to, teve tempo de durao de mais de dois sculos esua prpria rea de abrangncia se estendia at a siaMenor. Situava-se na rea de ocupao atual dos se-guintes pases: Ir, Iraque, Lbano, Jordnia, Israel,Egito, Turquia, Kuwait, Afeganisto, Gergia, partedo Paquisto, da Grcia, da Bulgria da Romnia, daUcrnia e da Lbia.[27]

  • 16 1 ANTIGUIDADE ORIENTAL

    Foi o mais extenso imprio de conhecimento na poca.Os persas, da mesma forma que os medos, eram ambosos povos que se originaram de regies onde so faladaslnguas indo-europeias e que foram estabelecidos no pla-nalto de Ir h aproximadamente um milnio antes deCristo.[27]

    1.5.1 Reis persas

    Ciro II.

    Na histria do Imprio Aquemnida, haviam trs reis per-sas mais importantes: Ciro, o Grande, Cambises I e DarioI. Sob a direo talentosa do general Ciro, ento coman-dante das tropas persas, ambos os povos, medos e persas,foram unicados em torno do sculo VI a.C. e passarama ser os formadores do Imprio Persa.[28]

    Quando governou por 25 anos, uma meta conseguida porCiro, o Grande no foi somente a conquista da Mesopo-tmia mas tambm a conquista da totalidade da sia Me-nor. Diferenciadamente de demais dominadores, Cirodava o devido respeito aos povos que dominava, tornandopossvel que essas populaes vivessem com grande nor-malidade, fossem livres para agir, trabalhar, cultuar seusdeuses, viajar, estudar, entrar na justia, divertir-se, com-prar, entre outras atividades. De preferncia, por razesde governo em vez de por motivos de religio, Ciro, emalgum momento, penetrou num templo religioso persacom o objetivo de cultuar os deuses. Durante o go-verno de Ciro, o Grande, foi permitida a liberdade re-ligiosa e proibido o saque dos soldados aos templos ba-bilnicos. Como as caractersticas psicolgicas de Ciro,o Grande, eram a liberalidade e generosidade, foi permi-tido aos hebreus, estes passando a vida como escravos na

    Prsia, que fossem de volta ao pas de onde originaram,a Palestina.[28]

    Entretanto, sua direo tinha intransigncia em ambos osdetalhes: eram obrigatrios o servio militar e o paga-mento de altos tributos dos povos subordinados. Ciroperdeu a vida em batalha por volta do ano de 529 a.C.[29]

    O primeiro rei que sucedeu o pai Ciro foi seu descendenteCambises, cujas caractersticas psicolgicas eram a cru-eldade e a violncia, sendo exigido por ele, tambm, oassassinato do prprio irmo. Em 525 a.C., Cambises foio conquistador do Egito, mas morreu sem deixar evidn-cias no caminho de volta ao seu pas.[29]

    Drio.

    Dario I era da mesma famlia de Cambises e tomou possedo governo no ano de 521 a.C. Durante o seu governo,foi ampliada ainda mais a vastido do Imprio Persa,sendo o vale do rio Indo e parte setentrional da Grcia,no entanto, o Dario I teve infelicidade em vez de sorte naBatalha de Maratona, quando os atenienses o derrotaram.A colaborao que Dario I mais contribuiu para a Hist-ria foi, provavelmente, a rigidez de uma ordem poltico-administrativa imposta por ele imensido do ImprioAquemnida.[29]

  • 1.6 Civilizao chinesa 17

    1.5.2 Poltica persa

    Tendo recebido o apoio de um exrcito de grande poder,Dario I foi um governante rme do Imprio Aquemnida,contudo, simultaneamente, benevolente. Para tornar f-cil a administrao, o imprio foi dividido no total de 20provncias, que chamavam-se satrapias. Um strapa go-vernava cada satrapia. O rei nomeava os strapas, quetinham como funes mais importantes:[29]

    exerccio da justia; cobrana de impostos; administrao das obras pblicas; manuteno da ordem.

    Para que no ocorresse o abuso de poder dos strapas,cabia ao rei a nomeao para cada provncia de um se-cretrio e de um general que informavam ao chefe de Es-tado dos acontecimentos que passavam em cada satrapia.Strapas, generais e secretrios, por sua vez, recebiamscalizao de pessoas que o rei enviava, os inspetores,visitantes peridicos das provncias. Esses inspetores re-ceberam o apelido de os olhos e os ouvidos do rei. Du-rante o reinado de Dario, com a nalidade de tornar fcilas transaes comerciais, foi criada uma moeda (em ouroou prata) para a totalidade do imprio: o drico. S erapossvel a ordem do rei para a cunhagem de moedas.[29]

    1.5.3 Transportes e comunicaes persas

    Os persas foram construtores de estradas dentre as maisimportantes cidades do Imprio Aquemnida. O sistemade correio que Dario criou utilizava essas estradas. Hmais de 20 quilmetros cada eram existentes estaesde descanso com hospedaria e cocheira. Os mensagei-ros substituam os cavalos, de modo que fosse possvela rpida cobertura de distncias de maior comprimento.O que foi conseguido pelos mensageiros era o transportede mensagem da cidade de Susa a Sardes em um limitede tempo anterior a duas semanas, sendo totalizada umadistncia superior a 2 400 quilmetros.[30]

    1.5.4 Economia persa

    As principais atividades econmicas do Imprio Aque-mnida so a agricultura e comrcio. A populao, em-bora seja composta de agricultores, passava a sua vida namisria de maior plenitude, sendo obrigatria a entregaaos fazendeiros de grande parte do que era produzido pe-los camponeses. Alm domais, era obrigatrio o trabalhogratuito em obras pblicas, como construir palcios, es-tradas e canais de irrigao, atividades agrrias de grandevalor da religio.[30]

    O governo era explorador da sociedade com o peso dosimpostos, a m de ser o mantenedor do exrcito e do luxo

    da corte. O Imprio Aquemnida se relacionava comer-cialmente com o Egito, a Fencia e a ndia.[30]

    1.5.5 Religio persa

    Faravahar (ou Ferohar), representao da alma humana antesdo nascimento e depois da morte, um dos smbolos do zoroas-trismo.

    Os persas eram seguidores da religio de pregao de umilustre profeta denominado Zoroastro (ou Zaratustra), na-tural da Prsia, no sculo VI a.C. Zoroastro era pregadorde uma doutrina que dizia que o deus do bem (Mazda)e o deus do mal (Arim) lutavam constantemente. Eramadoradores tambm do Sol (Mitra), da Lua (Mah) e daTerra (Zan).[30]

    Baseavam a sua crena em um deus que criou o cu, aterra e o homem e em uma vida depois da morte. Noenterravam-se os corpos dos falecidos que se considera-vam impuros para no sujar com manchas a terra-mesagrada. Colocavam-se aos abutres, em torres de maioraltura, ou protegiam-se todos com cera antes de se enter-rarem. No eram possuidores de torres nem esttuas, maseram mantenedores do fogo sagrado, smbolo do deus dobem e da pureza. Alm domais, o zoroastrismo (que tam-bm chama-se de mazdesmo) era pregador da bondade,da justia e da retido. Como o bem e o mal eram dual-mente intolerantes, foram inuenciados enormemente ocristianismo, e, futuramente, o islamismo de Maom.[30]A bblia dos mazdestas era o Zend Avesta.[31]

    1.5.6 Cultura

    Os persas eram distintos na arquitetura, sendo constru-tores de belos palcios, como os de Perspolis e Susa.Foram famosos trabalhadores de tijolo que se esmalta-vam em cores vivas. Na escultura, eram utilizadoresdos baixos-relevos. Foram artistas imitadores dos egp-cios e dos assrios. Escreviam letras cuneiformes, daMesopotmia.[31]

  • 18 1 ANTIGUIDADE ORIENTAL

    Mapa histrico da China durante a dinastia Han.

    1.6 Civilizao chinesaAChina um pas dotado de imensido, do ponto do vistageogrco, que se localiza no extremo leste do mundo.Este isolamento geogrco a explicao de tudo aquiloque os chineses descobriram e inventaram no Oriente,como a plvora, a bssola e o papel, tem custado a che-gada no Ocidente, por causa que enormemente distantee ali as coisas cavam difceis. A China, da mesma formacomo a ndia, foi o lugar que osmercadores de especiariasprocuravam.[32]

    Na regio norte, nas imediaes do rio Amarelo (Huang-Ho), as chuvas foram a causa da frequncia de inudaes edesastres. Consequentemente, a agricultura e certos pro-dutos, como a soja, devia ter tratamento bastante cuida-doso, e longe das reas onde ocorriam inundaes, dandoobrigao, dessa forma, ao luxo de irrigar articialmentecom a pacincia de um trabalho de tratar o solo.[32]

    Nas montanhas do centro-sul, que o rio Azul (Yang TsKiang) domina, contrariamente, o clima era de calor eumidade e tem favorecido trabalho de cultivar o arroz. Aregio era, de igual maneira, aquela que bem se serviacom uma rede de canais articiais.[32]

    1.6.1 Sociedade chinesa

    A civilizao chinesa de muita antiguidade. Ela foidesenvolvida no Perodo Paleoltico nas plancies do rioAmarelo. Tem possibilidade a reconstruo da histriada antiga sociedade chinesa com a ajuda do tanto demate-rial arqueolgico que os arquelogos encontraram. Coma civilizao dos babilnios e dos faras, sua principal ati-vidade econmica foi a agricultura, que os antigos con-siderava a mais antiga das artes. Para dar o exemplo aopovo, o prprio imperador (o o lho do cu) tem pe-gado no arado e lavrado a terra uma vez a cada ano.[33]

    Na proximidade aos 1 500 a.C., a China teve boa orga-nizao em um reino, dominado pela dinastia Shang, queteve seu reinado entre os sculos XII e III a.C. Houve umasucesso de uma variedade de dinastias, com as classesdivididas.[33]

    A gigantez da muralha da China teve sua construo no sculoIII a.C., na dinastia Tsing, para a defesa do imprio chins

    contra os hunos invasores. Sua medidas so deaproximadamente 2 400 km de comprimento e hoje em dia

    uma importante atrao turstica.

    O perodo da dinastia Shu (sculo III a.C. intensicou acultura. Houve o surgimento de uma variedade de cor-rentes de pensamentos, que vieram a serem chamados deCentros Escolares, que se destinavam a exerccio do pen-samento e ao estudo da milenar histria da China. Destasescolas houve o surgimento da grandeza de pensadorescomo Confcio e Lao-Ts.[33]

    1.6.2 Filosoa chinesa

    A losoa chinesa destacava-se atravs da obra dos se-guintes pensadores:

    Confcio (Kung Fu-Ts = o mestre; 551 a.C. - 497a.C.). Foi um famoso prossional da losoa chi-ns; tem vivido e viajado pelas cortes dos reis, como oferecimento de servios e ensinar o que sabia aossoberanos e prncipes. Viveu muito tempo com seusensinamentos. No foi o fundador de religio, masos chineses consideravam um mestre vital. A chavedas coisas que ensinava foi exemplicar a virtudevinda das alturas. A idealizao da sociedade, paraele, aquela que respeitava e ordenava do soberano

  • 1.7 Civilizao Hindu 19

    para seus sditos, de pais para lhos, de marido paramulher, e entre amigos. Portanto, se no houver orespeito dessas normas, haver a queda da sociedadena desordem e na violncia.[33]

    Lao-Ts (sculo VI a.C.). Foi o criador de uma re-ligio que se chamava taosmo. O nome oriundodo livro Tao, que o pregador do caminho, da vida,da retido dos costumes. Os taostas foram o crti-cos das injustias, como por exemplo, um pequenoladro recebe uma punio, ao passo que um grandeladro foi transformado num grande proprietrio. Opedido do taosmo de que o ser humano volte paraa natureza.[34]

    1.6.3 Alfabeto chins

    Os chineses foram os inventores um tipo de escrita degrande diculdade. Era a forma de escrita que se cha-mava ideogrca, isto , os sinais que eram a representa-o diretamente os objetos ou ideias. Eram possuidoresde aproximadamente 3 000 ideogramas, que tinham a ne-cessidade de ter boa escrita para no serem confundidos.Da os chineses consideravam importante a caligraa. Aolongo dos sculos, somente a classe alta tinha o privilgiode escrever e se aprofundar seus conhecimentos e presta-vam servios ao governo.[35]

    1.6.4 Economia chinesa

    Cavalo sancai da Dinastia Tang. Museu de Xangai.

    A civilizao chinesa teve seu desenvolvimento nas pla-ncies que a grandeza dos rios banha, por isso dedica-ram muito agricultura. Mas houve o surgimento de ou-tras atividades econmicas como as indstrias que teciampalha e cnhamo, principalmente o trabalho de fabricarseda, que ganhou a fama de especiaria no mundo.[35]

    O artesanato cujas matrias-primas eram bambu, juncos,canios, peles de animais e madeira tinham grande de-senvolvimento. Eram artesos que tinham habilidade em

    cermica, cujo ponto mais alto foi o trabalho de fabricara famosa porcelana chinesa.[35]

    1.6.5 Cultura chinesa

    Foram deixados pelos chineses obras atenciosas na reaarquitetnica (como palcios, templos e tmulos, casascom duplo telhado, terraos delicadssimos com cursosde gua e pontes). Mas a obra mais destacada foi aGrande Muralha. Na escultura, com a utilizao demrmore, calcrio e alabastro, foram os escultores deesttuas que representam as foras da natureza, a gran-deza das batalhas e indivduos do reino Animal. Na pin-tura, foram os autores da grande delicadeza de ornamen-tos que decoravam porcelana e tecido e foram os pinto-res de murais e trabalhos decorativos para dentro das ca-sas. Foram os empregadores do avivamento e brilho dascores.[35]

    1.7 Civilizao Hindu

    A ndia, onde se iniciou a grandeza da civilizao, selocaliza na parte meridional da sia. Por se situar ali,h muitos anos ela se distanciou dos demais povos. Foi,como a China, a longnqua regio onde teve intensidadedo trabalhar de vender especiarias, na poca da IdadeM-dia e quando comearam os tempos modernos, tendo in-uncia, inclusive, nas Grandes Navegaes. Tambmum mrito que os hindus tinham era o de inventar osalgarismos, que posteriormente os rabes divulgaram.[36]

    1.7.1 Origens da civilizao hindu

    Entre os povos habitantes da antiga ndia, foram sobres-sados os drvidas, em aproximadamente 2 000 a.C. Elestinham bons conhecimentos de agricultura, j eram co-nhecedores de sistemas de irrigao e tinham habilidadeno comrcio. Eram moradores em cidades com a lar-gueza de estradas, casas rochosas dotadas de melhor are-jamento, com a demonstrao de se preocupar com a hi-giene e a parte sanitria. Mas esse povo no tinha capa-cidade de resistir aos povos que invadiam e, por esse mo-tivo, por volta de 1 750 a.C. at 1 400 a.C., tribos arianasque vieram do norte e invasoras da regio de Pendjab (re-gio dos cinco rios), nas imediaes do rio Indo escravi-zaram os hindus.[36]

    1.7.2 Sociedade hindu

    As terras dos drvidas foram tomadas pelos arianos. Osdrvidas foram escravizados. Os arianos foram xadoscomo classe que dominava o poder, a religio e o dom-nio militar. Como os arianos dominaram totalmente osdrvidas, o que foi restado a eles foi somente o fato de tra-balhar e de se submeter. Quem cheava as tribos arianas

  • 20 1 ANTIGUIDADE ORIENTAL

    Sistema de castas da ndia.

    foram pequenos reis que se chamavam rajs e s vezes,marajs que eram reis muito poderosos.[37]

    A organizao da sociedade formada por castas (clas-ses sociais sem possveis mudanas). Por exemplo, umapessoa de uma classe social no tinha o direito de casa-mento com outra pessoa determinada pela diferena declasse ou posio social. Quem era nascido numa classesocial tinha nela permanncia at a sua morte. As classes(castas) tinham ligao religio e diferena das pro-sses. Sua crena era a de que as classes sociais tiveramsada do corpo do deus Brahma.[37]

    A permanncia das classes era xa, sempre na igualdadeda posio social. Qualquer pessoa que desrespeitasseuma casta superior recebia a punio com o fato do in-divduo ser expulso da sua casta ou ser rebaixado para acondio de pria. Uma vez que ocorreu a expulso do in-divduo, se submetia aos trabalhos que mais humilhavame se consideravam um impuro ou pria.[37]

    O hbito que os hindus adotavam era o banho nas guasdo rio Ganges (rio sagrado), mas os prias no tinham odireito ao banho, frequncia aos templos e at leiturados ensinamentos sagrados.[37]

    1.7.3 Religio hindu

    Os nativos do vale do rio Indo eram veneradores da me-terra, dona da vida. Depois, os arianos tiveram a intro-duo de cultuar o cu, o Sol, a Lua, o fogo, a chuva e astempestades. Logo depois foi armados no bramanismo,religio pregadora das castas e que se ocializou na ndia,de acordo com as escrituras contidas nos livros Vedas(Saber Sagrado), Shiva (o Destruidor) e Vishnu (O Con-servador). O conjunto formado por essas trs divindades chamado de Trimurti. De acordo com essa religio,a alma tem imortalidade, ou seja, nunca morre, e a to-talidade de cada ser humano acredita no renascimentologo depois que morre, crendo na reencarnao ora emhomem, ora em animal. Assim, por meio do fato de sereencarnarem, as pessoas vo ganhando aperfeioamentoespiritual at a sua chegada ao Nirvana, uma condiode ser perfeito que a identicao do homem com o

    deus Brahma. Assim, a religio tem levado as pessoaspara exigir delas a aceitao passivamente de sua condi-o social como a natureza de um estgio, porque depoisde morrer seriam oportunas quanto ao renascimento nasuperioridade de uma casta se praticasse o bem quandoainda estivesse vivo. Mas, teriam corrido o perigo de des-cida condio de prias ou de animais se zessem omal.[38]

    1.7.4 Budismo

    De suas razes na ndia, os ensinamentos do Buda seespalharam pelo mundo, como essa escultura de Amitabhapertencente Dinastia Tang, encontrada na Hidden Stream

    Temple Cave, Longmen Grottoes.

    Durante o sculo VI a.C., Buda, um iluminado, ummem-bro da nobreza do Nepal, que se descontentava com ospreceitos do bramanismo, tinha como soluo o incio dereformar uma religio, que no distinguisse castas.[38]

    Buda tinha abandonado a casa, seu conforto, para fazeruma mudana de vida e a pregao de uma religio. Pe-nitenciou nos bosques, se vestiu com a simplicidade deum mendigo, foi cortada a barba e o cabelo e foi-se en-tregue profundidade das meditaes.[38]

    Durante um perodo de seis anos se distanciou da totali-dade das pessoas, jejuando e meditando, at que um dia,teve a sensao e a viso, muito claras, de que viver eraa conduo de ser livre e no mais sofrer. Voltando aconviver com os homens, teve o incio da pregar sem dis-tinguir casta, dando o ensinamento de que o dio novencido pelo dio mas pelo amor e somente quem teve o

  • 1.8 Civilizao Minoica 21

    aprendizado de renncia riqueza e aos grandes sucessoster a possibilidade de encontro da paz, da alma tranquilae ter entrada no Nirvana. Os adeptos do budismo erammuitos, principalmente nas classes de baixa renda, mastem se fortalecido muito depois que Buda morreu. A re-ligio foi estendida pela totalidade da sia, alcanandosua chegada at o Japo. Hoje a religio cuja populaocalculada de trs milhes de asiticos.[38]

    1.8 Civilizao Minoica

    0 10 50 km

    gia Triada

    GurniFesto

    CnossosMlia

    ZacroVasilic

    Mchlos

    Praisos

    Zu

    PalaicastroCamaizi

    Mrtos

    Tlissos

    gia Pelgia

    Esclavocambos

    Archnes

    Vatpetro

    Apodulu

    Saclria

    Mixorruma

    Monastirac

    Commos

    Pltanos

    Lebna

    Armni

    Estilos

    CalamiPlatvola

    Chania

    Maleme

    Monte Ida

    MonteDcte

    MontanhasBrancas

    MAR DE CRETA

    Cavernade Zeus

    Arcalochri

    Inatos

    PsicroCamres

    Vrsinas

    Ictas

    Cato Sime

    EltiaEscoteino

    Petsof

    Creta minoica

    Stios palacianosCasa de campoTumbas e outros stioscavernas sagradasSanturios de pico

    MAR DA LBIA

    AmnisosNiru Chani

    Mapa da Civilizao Minoica.

    Nas proximidades do III milnio a.C., na mesma pocado fato de as civilizaes orientais e do Egito se desen-volverem, a ilha de Creta foi a regio receptora de cer-tos povos, que na verdade vieram da sia Menor. Cretateve uma boa localizao no mar Mediterrneo Orien-tal, nas imediaes da Grcia e da sia Menor. As pri-meiras pessoas que habitavam essas terras originaram acivilizao egeia, nome que recebeu por estar localizadano mar Egeu. Muitas pessoas que faziam parte da po-pulao eram pescadores e marinheiros. Por essa razo,foram chamados de "povo do Mar".[39]

    Os trs estgios da civilizao cretense foram os seguin-tes: civilizao egeia (quando comeou), civilizao cre-tense e Civilizao Minoica (poca em que mais se de-senvolveu). A civilizao cretense teve mais paz do queas do oriente.[39]

    No comeo, os cretenses se preocupavam em praticar aagricultura (plantao de uvas e de azeitonas e, depois,sua atividade econmica foi o comrcio martimo com asdemais ilhas localizadas no mar Egeu, com a sia e como Egito.[39]

    No sculo XIX, o prossional da arqueologia ingls Evansfoi descobridor dos traos e vestgios que tinha a grandi-osidade dos palcios que datam de 1900 anos antes deCristo. Eles restavam das cidades de Cnossos e Fastos.Esses palcios com decorao dos quartos, ocinas, redesde gua e esgoto, lugares para administrar so a demons-trao de que os cretenses eram altamente civilizados esocialmente organizados.[39]

    Por volta de 1 750 a.C., pode ser que um terremoto, ou

    at mesmo um vulco que explodiu, tem produzido emCreta um desastre de verdade, causando o soterramentodos palcios reais de Fastos e Cnossos. Mas na superfciedessas runas, por volta, de 1600 a.C., o rei Minos foi oconstrutor do esplendor dos demais palcios e Cnossostem se tornado a capital da ilha de Creta.[40]

    1.8.1 Civilizao Minoica

    Palcio de Cnossos.

    O palcio de Cnossos, o qual quem construiu foi o reiMinos, era dotado de imensido, nele eram compreen-didos salas do trono, teatro para espetculos, torneios etouradas. O local construdo, de 4 ou 5 andares, era con-tado em 1 300 divises, para a grande diversidade dosns. Se servia de um ptio central superior a 10 000 m.Se servia com uma quantidade superior a cem pessoas,com a incluso da famlia real, funcionrios e servos.[40]

    O cargo adotado pelos soberanos de Cnossos era o dereis-sacerdotes. O de maior importncia entre eles foi orei Minos, que de acordo com a lenda, seu pai era Zeus,o deus que lhe inspirava para realizar a administrao opovo sendo sbio e justo.[40]

    A divindade que mais atraiu religiosos foi a Deusa-Me,que os minoicos consideravam a deusa que protegia a fe-cundidade, a maternidade, a terra e os homens. Era tam-bm a senhora que protegiam os animais e a ela os mi-noicos consagravam os pssaros, lees e serpentes.[40]

    Homenageando a deusa, o povo era o organizador da mai-oria das festividades, jogos, torneios, touradas em quehouve a exibio dos rapazes hbeis no perigo dos exerc-cios, das ginsticas. Eram toureadores, mas com a ausn-cia de matana, pois os touros eram considerados animaiscomo entes sagrados.[40]

    O perodo minoico foi marcante no fato de que desenvol-veumaiormente a ilha de Creta. Tinham frequncia as re-laes de comrcio com os demais povos que habitavamomarMediterrneo. Os cretenses, naquele tempo, foramos utilizadores de um sistema de pesos e medidas que re-cebeu inspirao dos egpcios e mesopotmicos. Eram

  • 22 2 ANTIGUIDADE CLSSICA

    possuidores de moedas de cobre da diferena de valorespara a sua utilizao das transaes comerciais. As moe-das, geralmente, mostravam um labirinto desenhado.[40]

    Essa civilizao teve parada brusca, 1 400 a.C., de ma-neira provvel que ocorreu uma nova catstrofe que des-truiu. Naquele tempo, os aqueus, que vieram da Grcia,foram os ocupantes da ilha de Creta.[40]

    1.8.2 Cultura cretense

    A vida levada pelo povo cretense era de muita alegriae festividade. Tanto os homens quanto as mulheres ti-nham dedicao a maioria do seu tempo para jogar, exer-citar o corpo ao ar livre, |bater com os punhos, lutarcom os gladiadores, correr, realizar torneios, deslar etourear.[41]

    A dana, que se acompanhava no fato de cantar e so-norizar, era outro passatempo predileto que os cre-tenses tinham.[41]

    Os teatros ao ar livre, que cavam nos ptios dospalcios tinham grande frequncia.[41]

    Eram armazenadores de alimentos na enormidadedos potes ou vasos que eram to altos quanto um serhumano. Esses vasos, aomesmo tempo que armaze-navam, eram tambm objetos que decoravam, poistiveram rica decorao.[41]

    Foram os inventores de um sistema prprio de es-crita, que tinha gravao em argila. Parte dessa es-crita teve inspirao nos hierglifos egpcios.[41]

    Ganharam fama pelos labirintos que construram,com muitas salas e corredores. Tornou-se celebri-dade o labirinto de Cnossos, o qual quem construiuifoi o arquiteto Ddalo, a pedido do rei Minos.[41]

    A arte cretense era muito fantstica, viva e delicada.Os artistas tinham capacidade de representao domomento em que um touro esteve furioso ou em queum polvo se movimentava suavemente. Os artesoseram trabalhadores na cermica, no ouro, na prata,no bronze, com os quais eram feita a beleza das pe-as e objetos de adorno.[41]

    A pintura teve grande desenvolvimento entre eles.Os pintores estavam em busca do fato de se inspi-rarem na natureza, nos pssaros, nas ores, na vida beira-mar. Os cretenses na arte apenas receberamsuperao dos gregos.[42]

    2 Antiguidade clssica

    Localizao da Grcia Antiga no mundo.

    2.1 Civilizao Grega

    Pode-se denir a Grcia como uma pennsula. Trs ma-res banham a pennsula: mar Jnico, mar Egeu e marMediterrneo. Na parte oriental ca a sia Menor (hojeTurquia). O litoral grego tem muitos recortes que soformadores de portos naturais. Os mares circundantes daGrcia se pontilham de ilhas e ilhotas que ganharam famapor serem naturalmente belas.[43]

    AGrcia era uma regio que se diferenciava daquelas quepovos orientais habitavam como viventes da fertilidadedas plancies s margens da grandeza dos rios, ao passoque os gregos responsveis pela ocupao de uma rea demuitas montanhas, tinham que ser rduos trabalhadoresna pobreza e na pedregosidade de num solo e para teremo xito de sua agricultura de subsistncia.[43]

    Como a terra era muito pobre, na pequenez das reas queos gregos cultivavam eram formados agrupamentos hu-manos (pequenas comunidades) que se separavam umadas outras pela variedade de acidentes geogrcos, comomontanhas e colinas.[43]

    2.1.1 Perodo Pr-Homrico (sculo XX a.C ao s-culo XII a.C.)

    Cavalo de Troia em pintura de Giovanni Domenico Tiepolo.

  • 2.1 Civilizao Grega 23

    Uma variedade de povos de origem ariana e indo-europeia foi o verdadeiro agente invasor da regio grega edominador dos povos neolticos habitantes da Grcia. Osmais importantes povos que invadiram a Grcia foram osaqueus, os drios, os jnios e os elios.[43]

    Os aqueus foram os ocupantes de uma variedade de cida-des (Tirinto, Micenas, Troia). Como se dividiam em tri-bos, eram organizados na pequenez dos reinos (cidades-estados). Por volta de 1500 a.C., j se organizaram mili-tarmente com muita fora, o que lhes deu permisso paraa dominao da ilha de Creta, e l foram os construto-res de sua base militar e martima. Tem se tornado bonsmarinheiros e foram os fundadores de uma variedade decolnias que cavam nas ilhas do mar Egeu. De 1 280a.C. at 1 270 a.C., os aqueus foram os declarantes du-rante uma dezena de anos de uma guerra contra a cidadede Troia, que os aqueus destruram e incendiaram caindosob o seu domnio. At meados do sculo XIX, a crenaera a de que a Guerra de Troia fosse um conito ctcioque s era citado na obra do poeta grego Homero e que acidade jamais pudesse existir. Porm, em 1871, o alemoHeinrich Schliemann, em trabalhos arqueolgicos, foi odescobridor de novas cidades que os povos invasores des-truram, uma junto com as outras, e entre elas foi encon-trado o tesouro do rei Pramo (rei de Troia), como provaconcreta de que desse modo houve a verdadeira existn-cia de Troia.[44]

    2.1.2 Perodo Homrico

    O poeta Homero foi o autor de duas obras poticas queeram muito prestigiadas na poca: a Ilada e a Odis-seia. Esses livros se tornaram documentos que ganharamimportncia para se estudar a civilizao grega daquelapoca, nos seus modos de viver, de se acostumar, de usara terra, de se organizar socialmente, de se aculturar e deeducar.[44]

    A Ilada a narrao da histria da cidade de Troia e aguerra, com a totalidade de seus heris (como Ulisses eAquiles) e de suas aventuras. Aps uma dezena de anosda dureza de um cerco, foi conseguido pelos gregos quefosse vencida a resistncia troiana, realizando invenoda enormidade de cavalo feito de madeira, abrigando sol-dados que se esconderam dentro. Foram abertas as por-tas da cidade para que fosse recebido a enormidade docavalo, utilizando-se de julgamento de que era um pre-sente dos deuses. Depois que os troianos festejaram ebeberam muito, os gregos tiveram sada do cavalo e fo-ram os dominadores da cidade. Da a origem etimolgicada expresso presente de grego.[44]

    A Odisseia a narrao das aventuras de Ulisses, um dosheris que lutavam da Guerra de Troia, quando retornoupara a ilha de taca, onde governava como rei. Quandovoltou de viagem, aventura-se, como se ver livre dos gi-gantes de um s olho na testa (os ciclopes), ter resistncias encantadas sereias (que tiveram atrao aos marinhei-

    Busto de Homero.

    ros para as profundezas do mar) e se ver livre da terr-vel bruxa Circe, que foi a feiticeira dos marinheiros. Adeusa Palas Atena foi a protetora do heri enquanto ocor-ria a viagem, de modo que ocorresse a volta de Ulisses aseu reino, onde a el esposa Penlope teve esperana porlongos anos.[44]

    Essas obras foram transformadas em clssicas como fon-tes histricas e com nfase da educao da juventudegrega atravs dos sculos, pois deram realce aos valoresdo fato de ser bom, corajoso, justo, de amar lialmente,e de lutar por seus direitos.[44]

    Genos Na poca em que viveu Homero, a formaoda sociedade era basicamente composta pela pequenezde comunidades que no eram alm de onde se reuniamos membros da grandeza de uma famlia que eram obe-dientes a um chefe (o pater familia, famlia patriarcal).Suas atividades econmicas eram a agricultura e o pas-toreio; os bens e a terra eram pertencentes comunidade(No havia a existncia da propriedade privada).[45]

    2.1.3 Perodo Arcaico

    Plis Houve o crescimento dos genos, a desunio, eocorreu o surgimento de outra forma de comunidade do-tada de maior amplitude, que era a formadora de umaunidade territorial, poltica, econmica e social. Se cha-

  • 24 2 ANTIGUIDADE CLSSICA

    O Partenon, na acrpole de Atenas.

    mava de plis, com denio de cidade-Estado, dotada deindependncia em relao s outras, com governo pr-prio e com a economia dotada de auto-sucincia. Acomposio de uma plis era dividida em trs partesimportantes:[45]

    A acrpole, que era a parte de maior elevao, ondehavia o funcionamento de uma fortaleza e onde eraa localizao dos templos para cultuar a religio e olugar para administrar o governo;

    A gora, que era a praa principal, onde ocorria areunio do povo para realizar a discusso dos pro-blemas comunitrios e comerciar um pouco;

    A asty que era o lugar mais importante onde se com-prava;

    Campos agropecurios.

    Pode-se denir a Grcia como a grandeza de regio quese formava de um grande nmero de cidades-estado do-tadas de independncia, mas que, talvez, eram considera-das como uma certa unidade, pois eram falantes de umamesma lngua e tinham a crena nos mesmos deuses. Osistema de governo adotado na Grcia era a monarquia,onde o rei era tambm um chefe militar assumido.[45]

    2.2 Esparta e AtenasDentre as cidades-estados, mereciam destaque Espartae Atenas, com grande diferena de caractersticas entresi.[46]

    2.2.1 Esparta

    A grandeza de uma cidade-estado teve formao na partemeridional do Peloponeso, entre as montanhas que fa-zem a abertura para a fertilidade da plancie da Lac-nia, cujo acidente geogrco que percorre o rio Eurotas.

    Territrio de Esparta

    Seus fundadores foram os drios, dotados de violncia eguerra. A cidade de Esparta era, na sua totalidade, dedi-cada s cidades guerreiras. A forma de governo adotadapor Esparta era a aristocracia, isto , uma elite era deten-tora do poder e fazia a imposio das ordens para o povo.Suas leis, de acordo com a tradio, originaram nas ideiasde um lendrio legislador que se chamava Licurgo.[46]

    O governo se constitua da seguinte forma:[46]

    havia a existncia de dois reis (de um lado um chefemilitar e de outro um chefe religioso diarquia);

    um Conselho de Ancios (a Gersia, era constitudode 28 elementos com idade superior a sessenta anosde idade);

    a Apela (uma assembleia do povo que se responsabi-lizava da reunio a cada ms que passava para reali-zar a discusso e a aprovao das leis que os anciospropuseram);

    os foros (cinco magistrados que a assembleia ele-gia por um ano e que realizavam a scalizao dasleis a serem cumpridas e a sentinela da educao dosjovens).

    A plis a ser defendida era de responsabilidade do exr-cito, em grande nmero e com excelente treino.[46]

    Sociedade espartana Pode-se denir esparciatascomo o grupo social que dominava, que mandavam nasmelhores terras. Se obrigavam a realizar a contribuiocom as despesas do governo e caso dessem negao decontribuir os governantes espartanos puniam os esparci-atas com os privilgios perdidos.[46]

    Os periecos estavam intermediando sua condio; po-diam ser possuidores de terras, trabalhar no comrcio, eragozadores de direitos civis, mas no podiam governar.[46]

  • 2.2 Esparta e Atenas 25

    Os hilotas eram trabalhadores nas terras na condio detrabalhadores braais da escravido, o governo mandavanos escravos, que no tinham direitos civis nem polticos.

    Esttua em mrmore de um hoplita, talvez o rei Lenidas

    Exrcito espartano A plis de Esparta vivia das ati-vidades militares e guerreiras. J aos sete anos, os es-partanos entregavam a criana ao governo. Este fazia aindicao de instrutores para promover a educao paraa arte militar. Entre os sete e os catorze anos o governotreinava a criana na rigidez de uma disciplina, com ali-mentao pequena para ser leve, ter esperteza e resistn-cia fome. O governo submetia a criana para a durezade provas fsicas, se dirigia para os campos, onde o deverda criana era o aprendizado da caa, da luta, do roubo eda matana, isto , seu dever era o aprendizado era a suaautodefesa.[47]

    Na idade de dezessete anos realizava a prtica de um exer-ccio (Kriptia = gruta) em que seu dever era a captura e amatana de escravos que fugiam nas orestas.[47]

    Seu dever era ser menos tagarela e a expresso com pe-quena quantidade de palavras: tal fato passou a ser cha-mado de laconismo (da palavra Lacnia, regio espar-tana). Na idade dos vinte e um anos j se consideravaum perfeito hoplita (soldado), com capacidade para a de-fesa da ptria.[47]

    O espartano geralmente casava na idade dos 30 anos,sendo que, anteriormente dessa idade, s tinha permis-so para morarem juntos. Na idade dos sessenta anos

    recebia aposentadoria do exrcito e ganhava o direito departicipar do Conselho de Ancios (Gersia).[47]

    Aquele tipo de educao soldadesca, que tr