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IDENTIFICAÇÃO DAS FERRAMENTAS PARA MONITORAMENTO DE PROJETOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA Larissa Alves de Santana (UFPE) [email protected] Luciana Hazin Alencar (UFPE) [email protected] Este estudo apresenta o resultado de uma prospecção de artigos que possuíam como assunto de discussão principal o monitoramento de projetos, e consequentemente as metodologias empregadas e/ou sugeridas. Entre os artigos podemos observar que alguns fazem aplicabilidade de suas metodologias em estudos de casos e outros utilizam softwares para simular as mesmas. Várias ferramentas e metodologias foram identificadas. Verificou-se que a Análise do Valor Agregado é a ferramenta mais utilizada, sendo identificada em 53% dos artigos investigados. Palavras-chave: Gestão de projetos, Monitoramento de projetos, Avaliação de desempenho de projetos. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

IDENTIFICAÇÃO DAS FERRAMENTAS PARA … Hazin Alencar ... chegaram ao consenso que o trabalho supera o dilema de praticidade e previsibilidade das estimativas tradicionais na conclusão

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IDENTIFICAÇÃO DAS FERRAMENTAS PARA

MONITORAMENTO DE PROJETOS: UMA

REVISÃO DA LITERATURA

Larissa Alves de Santana (UFPE)

[email protected]

Luciana Hazin Alencar (UFPE)

[email protected]

Este estudo apresenta o resultado de uma prospecção de artigos que

possuíam como assunto de discussão principal o monitoramento de projetos,

e consequentemente as metodologias empregadas e/ou sugeridas. Entre os

artigos podemos observar que alguns fazem aplicabilidade de suas

metodologias em estudos de casos e outros utilizam softwares para simular

as mesmas. Várias ferramentas e metodologias foram identificadas.

Verificou-se que a Análise do Valor Agregado é a ferramenta mais utilizada,

sendo identificada em 53% dos artigos investigados.

Palavras-chave: Gestão de projetos, Monitoramento de projetos, Avaliação

de desempenho de projetos.

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Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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1. Introdução

A gestão de projetos tem sido alvo de vários estudos, e o ciclo de vida de acordo com Gray,

Larson (2009) correspondem a: definição, planejamento, execução e entrega do projeto. Para

que as etapas sejam concluídas no tempo pré-determinado é realizado o monitoramento de

projetos. A sua importância é dada pela necessidade de verificar se o projeto se encontra

dentro do prazo, orçamento e com os seus riscos devidamente controlados. Diante desta

demanda, criou-se métodos para realizar tal controle.

Os métodos de avaliação de projetos facilitam a percepção real do projeto, e a realização de

multiprojetos. O objetivo desse trabalho é uma pesquisa voltada para a análise literária dos

métodos e metodologias para avaliação de desempenho de projetos prospectando-se

informações bibliográficas, metodologias e seus resultados na aplicabilidade da mesma.

O artigo está estruturado da seguinte forma: na seção 2 é apresentada a base conceitual do

artigo, explanando as fases de controle e avaliação do projeto e a metodologia de Análise do

Valor Agregado; na Seção 3 é realizada a revisão da literatura apresentando as metodologias

de monitoramentos de projetos que utilizadas nos estudos investigados, a metodologia

utilizadas e seus devidos resultados. Na seção 4 são explanados os resultados da pesquisa, e

por fim, na Seção 5, as conclusões finais do trabalho.

2. Base conceitual

Os métodos auxiliam na avaliação do desenvolvimento do projeto, garantindo a sua

qualidade, aconselhando ações a serem tomadas para corrigir ou evitar desvios, identifica

áreas que exigem atenção especial, conhecida como as áreas de riscos do projeto.

Segundo (Gray; Larsson, 2009), um sistema de monitoramento de projeto implica determinar

quais dados coletar; como quando e quem irá coletá-los; analisa-los e relatar o progresso

alcançado. É necessária a determinação dos dados que serão coletados. E especificamente, os

relatórios de progresso do projeto são planejados e comunicados de forma escrita ou verbal.

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Duas metodologias que se encontram bem disseminadas na gestão de projetos é o EVA (valor

agregado) e os indicadores de desempenho. Segundo (Gray; Larsson, 2009), “o sistema de

valor agregado começa com os custos distribuídos em uma escala de tempo que fornecem a

linha de base orçamentária do projeto, que recebe o nome de valor orçado planejado do

trabalho programado (VP). Dada esta linha de base numa escala de tempo, comparações são

feitas com o os custos reais e planejados, usando-se o valor agregado. A abordagem do valor

agregado fornece os elos faltantes, não encontrados em sistemas convencionais de custo-

orçamento. A qualquer instante pode ser desenvolvido um relatório de status para o projeto.”

Segundo (Gray; Larsson, 2009) às vezes os técnicos preferem usar índices de programa e

custo mais do que os valores absolutos de SV e VC, porque índices podem ser considerados

relações de eficiência. Índices em gráficos, mais do que o ciclo de vida do projeto, podem ser

muito esclarecedores e úteis. As tendências são facilmente identificadas em relação a entregas

e consequentemente, do projeto inteiro.

3. Revisão da literatura

Nesta seção são descritos alguns trabalhos relacionados ao monitoramento de um projeto. Ao

todo são quatorze pesquisas, que possuem variados métodos e metodologias proposta e/ou

aplicadas.

Hazır (2014) realizou um artigo que tinha como proposito revisar os problemas, abordagens e

modelos analíticos sobre os sistemas de controle de projetos e discute a possibilidade de

futuras extensões desta pesquisa. A pesquisa foi focada em Análise de Valor Agregado

(EVA), ferramentas de otimização, como simulação, programação dinâmica e otimização

estocástica, simulação Monte Carlo e concepção de sistemas de apoio à decisão (SAD), com o

intuito de apoiar os gerentes de projetos no planejamento e controle de projetos em ambientes

incertos. Foram elaborados aspectos analíticos do EVA e modelos de otimização relevantes.

Deu-se ênfase à integração destes modelos em SAD e para o software de gerenciamento de

projetos. O EVA só pode considerar dois aspectos do projeto: tempo e custo, com isso a

simulação Monte-Carlo foi utilizada para replicar e modelar os ambientes de projeto incertos.

Como resultado do estudo a avaliação revela que uma pesquisa de extensão é essencial para

desenvolver modelos analíticos utilizando métricas de EVA para prever o desempenho do

projeto.

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Tom e Paul (2013) realizaram um estudo para abordar o processo de monitoramento do

projeto de "Standard Design Factory", que consiste em um dos quatro andares em construção

de uma fábrica, utilizando a EVA. Foram realizadas medições de desempenho de trabalho,

calculando a variação de custo, variação do cronograma, o índice de desempenho de custo,

para os componentes da EAP, os pacotes de trabalho e contas de controle. Foi descrito todo o

monitoramento e controle do progresso e tempo completo do projeto de construção,

utilizando-se o software Primavera. Verificou-se que apesar dos princípios e políticas de

projeto bem estabelecidos, o acompanhamento do processo em si não pode ser eficientemente

realizada em um projeto por causa dos problemas práticos existentes ou que venham a surgir.

Entretanto, no estudo de caso, a utilização do software Primavera ocorreu de modo eficiente.

De Marco e Narbaev (2013) realizaram um estudo com o principal objetivo de contribuir para

a difusão de gerenciamento de valor agregado como uma metodologia viável para

acompanhar a construção de instalações e na renovação dos projetos da indústria europeia. Os

sinais de feedback são em tempo útil e orientam gerentes de projeto sobre problemas iniciais

para que eles possam fazer as correções que podem manter um projeto no prazo e dentro do

orçamento. Qualquer projeto com custo considerável ultrapassado e atraso no cronograma,

normalmente fica em dificuldade no seu início e, infelizmente, os gerentes de projeto não

percebem esse problema até o final do projeto, quando a sua capacidade de recuperar para

atingir os seus objetivos planejados diminui drasticamente. No trabalho desenvolvido por

esses autores, a simulação realizada sugere que a ideia da previsão do projeto ser realizada em

20% da conclusão, deve ser legitimada entre profissionais da construção para sustentar a

adoção e difusão da prática EVA, ou seja, a sua aplicabilidade a projetos de construção de

instalações de qualquer tamanho e complexidade.

Vanhoucke (2012) desenvolveu uma pesquisa que tem como principais referências diversos

experimentos realizados em um estudo de simulação sobre a eficiência de técnicas de controle

de projetos e a capacidade de desencadear ações corretivas em caso de problemas de projeto.

O principal objetivo destas experiências de simulação é entender por que a aplicação do EVA

tem bons resultados em alguns projetos e não tão em outros. O artigo compara os resultados

obtidos com os dados do projeto fictícios com exames complementares realizados em um

conjunto de dados da vida real de oito empresas belgas de diversos setores. O autor afirmou

que o uso de simulações de Monte Carlo é comum na programação da linha de base de um

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projeto, porque muitas vezes é uma opção padrão em uma ferramenta de software de

gerenciamento de projeto comercial.

Aliverdi, Naeni e Salehipour (2012), partiram do pressuposto que o valor agregado é a técnica

mais usada em monitoramento e análise do desempenho do projeto e progresso do projeto.

Embora, ela permita a medição exata do andamento do projeto, e pode descobrir qualquer

momento e desvios nos custos do plano, a sua capacidade em relatar nível aceitável de desvio

não é bem estudada. Os autores propuseram a aplicação de gráficos de controle estatístico da

qualidade para monitorar os índices de valor agregado. O monitoramento com os gráficos

tomou como base o trabalho de Shewhart em 1924. O gráfico de controle utilizado nesta

pesquisa foi o IMR (Individual control charts), que monitora se existe uma variação de causa

especial entre as amostras de pequenas dimensões, e é composto de dois gráficos. O primeiro

gráfico é chamado de "IX" e mostra o valor de cada amostra; o segundo gráfico, 'MR',

monitora a variação entre duas amostras consecutivas. Com esses gráficos foram monitorados

o índice de desempenho de prazo e o de custo. No final, concluiu-se que a abordagem

proposta melhora o controle do projeto e aumenta a capacidade de monitoramento fornecida

pela técnica do valor agregado.

Pajares e Paredes (2011) propuseram duas novas métricas que combinam EVA e Gestão de

Riscos para o controle e monitoramento do projeto. As variâncias de custo e prazo calculadas

pelo EVA foram comparadas com o desvio do projeto, calculado nas condições de análise de

risco esperados. Como resultado do estudo, duas métricas foram introduzidas: o controle da

programação (CCOI) e o Controle de Custos (SCoI). Ambos os índices compararam medidas

do EVA com os valores máximos que o projeto deve exibir se ele for executado sob a

hipótese de análise de risco. Ambos CCOI e SCoI alertam sobre mudanças sistêmicas e

estruturais que afetam o risco do projeto, custo e cronograma para um nível de confiança

determinado de custo e cronograma. Quando CCOI (t) e / ou SCoI (t) são negativos, devem

ser tomadas rapidamente decisões apropriadas (o atraso do projeto e / ou sobre custo são

maiores do que o esperado). Como o EVA, os novos índices operam em dados cumulativos do

projeto.

De Marco, Briccarello e Rafele (2009) chegaram ao consenso que o trabalho supera o dilema

de praticidade e previsibilidade das estimativas tradicionais na conclusão com base na

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medição do progresso, apresentando os resultados empíricos do projeto de construção de uma

instalação industrial. O caso é uma prática de referência para avaliar medidas de tempo de

qualquer edifício, cujo layout pode ser razoavelmente dividido em porções repetíveis e de

desempenho de custo. Em tais circunstâncias, um método do valor agregado tradicional

geridos de forma eficaz e métricas adequadas para o desempenho fornecem aos gerentes de

projeto previsões precisas como ferramentas úteis para a gestão bem sucedida de projetos e

controle. Os gerentes de projeto tem que fazer uso de estimativas de custo no início e no

término de tempo com base no progresso antecipado de relatórios e análise de valor agregado

como ferramentas cruciais na realização de qualquer estratégia de controle. A falha na

previsão de cronograma e custo para a conclusão, desde os primeiros passos do projeto pode

comprometer as metas do contrato de construção. Com referência ao caso de um projeto de

construção industrial, o trabalho propõe um método para um controle eficaz do progresso

como um processo de avaliação de partes de layout do trabalho concluído. Com base no

registro de progresso, demonstra-se que as estimativas lineares na conclusão são uma fonte

confiável de informação para o controle de custos do projeto a partir do momento em que o

projeto se encontra 20% concluído, o tempo de conclusão é melhor estimado com o uso de um

modelo de regressão logística, sendo esta uma forma de superar a tradicional avaliação de

desempenho linear projeto. A curva-S é a melhor representação de tais efeitos retardados que

afetam a produtividade e a taxa de trabalho final para o projeto. Além disso, o método é um

compromisso prático entre a confiabilidade do tempo e disponibilidade de dados e gestão.

Rozenesa, Vitnerb e Spraggetta (2004) propõe o uso do MPCS (Sistema de Controle de

Projeto Multidimensional) como uma abordagem quantitativa para quantificar os desvios a

partir da fase de planejamento para a de execução, no que diz respeito à especificação de

controle do projeto global (GPCS). Como resultado da nova metodologia, ela integra todas as

dimensões conhecidas do projeto dando pesos apropriados para cada um. O MPCS usa uma

ferramenta de controle, o GPCS, que determina as especificações de controle definindo

tarefas de controle ao longo do ciclo de vida do projeto. O uso de MPCS apresenta o

desempenho do projeto em todas as suas dimensões de operação. Por consequência, o sistema

será capaz de chamar a atenção para o mau desempenho em uma determinada dimensão, e o

gerente de projeto será capaz de compreender a extensão de sua influência sobre a consecução

dos objetivos do projeto.

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Vitner, Rozenes e Spraggett (2005) realizaram um estudo integrando o DEA - Data

Envelopment Analysis (DEA), o EVA e os Métodos de Sistema de Controle de Projeto

Multidimensional (MPCS). Concluiu-se também que o EVA e o MPCS podem ser usados

separadamente, não apenas juntos, como foi o caso deste artigo. O documento também lida

com uma nova abordagem para a redução do número de entradas e saídas, a fim de atender a

regra especificada pelos praticantes da DEA. A abordagem utilizada é bastante simples

levando a resultados eficazes para multi-projetos.

Favari (2013), por sua vez, desenvolveu um sistema de medição de avanço físico ágil para o

departamento de uma empresa multinacional que opera na Turquia, com gestão de construção

em projetos ferroviários. O autor identificou que o EVA não era adequada para a alta

tecnologia e complexidade envolvida nos projetos de construção. Assim, precisava-se de algo

mais ágil, para corrigir facilmente o problema de monitoramento em uma base semanal do

avanço físico. De acordo com Favari (2013), o progresso físico a ser utilizado no EVA só

pode ser dado depois que o escritório de contabilidade enviar seus relatórios, o que

geralmente ocorre em uma base mensal, além de que, qualquer problema na contabilidade

pode deixar o sistema desatualizado. Verificou-se a utilização de KPIs (key performance

índex) em diferentes tipos de projetos e foi constatado que os KPIs são os melhores modo de

monitoramento para acompanhar a evolução física de projetos dessa característica por serem

fáceis de contabilizar, não requerem uma grande contribuição do pessoal no local, e em caso

de suspeita de prestação de informação equivocada do pessoal, tentando esconder problemas

enfrentados no local, pode ser facilmente verificado por terceiros através da realização de um

levantamento. A gestão de um maior número de índices é fundamental para a abordagem de

fácil utilização a ser implementada, e o ajuste da matriz de pesos, englobando todos KPIs, é a

chave para ter um percentual de progresso físico realista.

Chen (2014) realizou um estudo que propõe nova abordagem para o aumento da precisão do

valor agregado (VA) e do custo real (CR). É apresentado uma sistemática para aumentar a

precisão do uso do Valor Planejado (VP) para realizar as previsões do VA e CR antes da

execução de um projeto. Com base na operação de geração acumulada e da técnica de

modelagem de Grey, o estudo propõe uma fórmula simples de transformação de dados para

melhorar as correlações entre VP e VA e entre VP e CR. A análise dos testes de Wilcoxon em

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dados provenientes de 131 projetos sugere que a proposta melhora significativamente a essas

relações. Também é proposto um procedimento matemático que combina séries temporais e

análise de regressão para prever VA. Os resultados mostram que a metodologia proposta

melhora o desempenho preditivo de VA e CR em 13,00 e 19,93%, respectivamente.

Elshaer (2013) investigou o impacto da sensibilidade da informação de atividades emergentes

no cálculo do indicador de performance de tempo do projeto do método ESM (earned

Schedule Method). O estudo revelou que o método ESM supera, em média, os outros métodos

e às vezes ocorre a falha em caso de aviso equivocado proveniente de atividades consideradas

não críticas que sofrem de atrasos ou adiantamento do que foi previsto. O objetivo principal

do artigo é duplo: primeiro, é estudado o impacto da sensibilidade das informações das

atividades na precisão da previsão do método ESM. Em segundo lugar, é testada a alegação

de que, em condições normais, o indicador de desempenho do projeto fornecido pela ESM em

maior estrutura de divisão de trabalho é de confiança.

O artigo de Al-Jibouri (2003), relata uma pesquisa para investigar a eficácia de alguns

sistemas de monitoramento comumente usados na detecção de desvios do custo e desempenho

planejado. Os sistemas de monitoramento utilizados neste trabalho são: Técnica de parâmetro

líder, Método das Variâncias; Técnica de Atividade baseadas em rácios. A pesquisa também

mostrou que a técnica de rácios dá uma indicação mais clara e mais simples do progresso

geral do projeto do que as outras duas técnicas. O ciclo de controle clássico envolve três

etapas: medir o estado do sistema; comparar estas medições com o estado desejado do

sistema; tomar medidas corretivas para retornar o sistema ao seu estado desejado ou para

minimizar a perda de alguma função.

Acebes et al (2013) realizaram um trabalho em que é proposto uma nova metodologia para o

controle do projeto sob incerteza. Em particular, é integrado o EVA com a análise de risco do

projeto. A metodologia ajuda os gerentes de projeto a saber se os desvios dos valores

planejados do projeto estão dentro dos desvios esperado derivados da atividade de

variabilidade planejadas. É necessário voltar para os fundamentos da simulação do projeto

para gerar o "universo" de possíveis projetos, de acordo com a variabilidade assumida de

atividades do projeto. Em seguida, organizar e reunir o informações sobre os dados coerente

com EVM. O artigo possui como conclusão que a metodologia torna explícito que o

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cronograma e orçamento resultante de métodos tradicionais, como PERT são estatisticamente

muito otimistas.

Diante dos trabalhos descritos, a próxima seção apresenta uma análise dessas ferramentas

apresentadas para o monitoramento de projetos.

4. Resultados

A seguir é apresentada uma análise dos os artigos investigados. A tabela 1 sintetiza os

métodos utilizados para monitoramento de projetos com os seus respectivos autores.

Tabela 1. Métodos de monitoramento de projetos

Metodologia Autores

EVA

Hazır(2014); Tom, Paul (2013); De Marco e

Narbaev (2013); Vanhoucke (2012),

Aliverdi, Naeni e Salehipour (2012); Pajares

e Paredes (2011); De Marco, Briccarello e

Rafele (2009); Vitner, Rozenes e Spraggett

(2005); Favari (2013); Chen (2014); Acebes

et al (2013)

Simulação Monte-Carlo Hazır (2014)

DEA Vitner, Rozenes e Spraggett (2005)

MPCS Rozenesa, Vitnerb e Spraggetta (2004),

Vitner, Rozenes e Spraggett (2005)

KPI Favari (2013),

ESM Elshaer (2013)

Técnica de desempenho

Leading Al-Jibouri (2003),

Métodos de desvio Al-Jibouri (2003),

Técnica de Rácios Al-Jibouri (2003),

Percebe-se que a EVA é o método mais utilizado nas pesquisas sobre monitoramento de

projetos, principalmente na construção civil. De acordo com o levantamento realizado, ele foi

abordado em 53% dos artigos investigados (figura 1). O primavera é um software muito

utilizado para assessorar na aplicação do EVA, embora o Ms Project também possa ser

utilizado. Nos estudos é mostrado as vantagens e desvantagens das utilizações do EVA, e são

realizadas simulações dessas experiências em projetos de construção de diferentes portes. A

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EVA também foi utilizada no monitoramento por gráficos de controle, obtendo-se resultado

satisfatório, conforme apontado no estudo de Aliverdi, Naeni e Salehipour (2012). Pajares e

Paredes (2011) combinaram o EVA com a gestão de risco e propuseram os índices de controle

da programação (CCOI) e o de Controle de Custos (SCoI).

Figura 1. Percentual de uso das metodologias de monitoramento

Chen (2014) utilizou o EVA, para fazer um método passo-a-passo com o intuito de aumentar

a precisão da previsão de VP para o cálculo de VA e CA antes da execução do projeto. Foi

visto que a utilização deste lineamento melhorou em 13% e 19,93% a previsão do VA e do

CA. Elshaer (2013) fez uso de três métodos de Valor Agregado, PVM (planed value), EDM

(earned duration) e ESM (Earned Schedule Method), percebendo que o ESM foi o que obteve

melhor resultado, superando os outros dois.

Outra metodologia, a simulação de Monte Carlo, é utilizada na programação da linha de base

de um projeto, entretanto é criticada no projeto de Vanhoucke (2012), porque muitas vezes é

uma opção padrão em uma ferramenta de software de gerenciamento de projeto comercial.

A utilização do DEA foi empregada na avaliação da eficiência comparativa de um conjunto

de unidades de tomada de decisão, mas ele não é aplicado em multi projetos. Entretanto ele é

aplicado numa nova abordagem para a redução de números de entrada e saída. O EVA e o

53%

6%5%

11%

5%

5%

5%5%

5%

Nº de artigo utilizando as metodologias

EVA

Simulação Monte-carlo

DEA

MPCS

KPI

Técnica de desempenho

leading

Métodos de desvio

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MPCS neste caso foi utilizado aliado ao DEA, chegando-se à conclusão que eles também

poderiam ser usados separadamente.

O MPCS é estudado como a metodologia principal para quantificar os desvios a partir da fase

de planejamento para a de execução no que diz respeito à especificação de controle do projeto

global. O uso de MPCS apresenta o desempenho do projeto em todas as suas dimensões de

operação.

Os KPIs foram utilizados para suprir as deficiências do EVA. Os KPIs são os mais

significantes para monitorar o progresso físico de um estaleiro, conforme o estudo

apresentado. A escolha dos valores da matriz de peso dos KPIs é essencial para o sucesso do

monitoramento.

A utilização de técnica líder de desempenho, método das variâncias e técnica de rácios; são

utilizados em um mesmo estudo. Com a utilização dos três métodos, foi desenvolvida uma

forma realista para o monitoramento e a técnica de rácios foi a que obteve progressos mais

claros.

Dessa forma, pode-se verificar que a Análise de Valor Agregado continua sendo a ferramenta

mais utilizada e difundida para o monitoramento de projetos, mas várias outras ferramentas

tem sido integradas a elas ou testadas de forma isolada como forma de suprir suas

deficiências.

5. Considerações finais

O monitoramento de projetos é essencial para o sucesso de qualquer projeto. A não realização

do mesmo pode acarretar desde superfaturamento das tarefas até a sua conclusão em tempo

extrapolado. A quantidade de projetos que estudam o monitoramento é considerado alto, mas

os mesmo se atrelam muito a utilização do valor agregado (EVA), no que acaba acarretando

em poucas novas informações e métodos de monitoramento. Consequentemente este assunto

possui muitas metodologias a serem estudadas, como a utilização de KPI e do DEA.

A descoberta de novas metodologias é algo eminente nesse estudo, devido ao fato de que

todos os projetos são diferentes, mesmo possuindo as mesmas etapas. Isso faz com que, em

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certas características específicas de projetos, as formas de monitoramentos não possam ser

padrão, tendo que adapta-las, para potencializar um maior sucesso do projeto.

Agradecimentos. Este trabalho foi apoiado pelo CNPq (Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

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