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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS LABORATÓRIO DE PESQUISAS CLÍNICAS RORY CRISTIANE FORTES DE BRITO Identificação de novos antígenos candidatos vacinais contra Leishmaniose Visceral Canina no genoma de L. infantum utilizando a Bioinformática como ferramenta OURO PRETO - MG - BRASIL 2014

Identificação de novos antígenos candidatos vacinais ... · seleção de antígenos utilizando ferramentas de bioinformática e a segunda a clonagem e expressão dos antígenos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

LABORATÓRIO DE PESQUISAS CLÍNICAS

RORY CRISTIANE FORTES DE BRITO

Identificação de novos antígenos candidatos

vacinais contra Leishmaniose Visceral Canina no

genoma de L. infantum utilizando a Bioinformática

como ferramenta

OURO PRETO - MG - BRASIL

2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

LABORATÓRIO DE PESQUISAS CLÍNICAS

RORY CRISTIANE FORTES DE BRITO

Identificação de novos antígenos candidatos

vacinais contra Leishmaniose Visceral Canina no

genoma de L. infantum utilizando a Bioinformática

como ferramenta

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Ciências Farmacêuticas, da Universidade

federal de Ouro Preto, como parte dos requisitos para a

obtenção do título de mestre em Ciências

Farmacêuticas.

ORIENTADOR: Dr. ALEXANDRE BARBOSA REIS

COORIENTADORA: Dra. DANIELA DE MELO RESENDE

OURO PRETO – MG – BRASIL

2014

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Catalogação: www.sisbin.ufop.br

B862i Brito, Rory Cristiane Fortes de. Identificação de novos antígenos candidatos vacinaiscontra leishmaniose visceral canina no genoma de L.infantum utilizando a bioinformática como ferramenta[manuscrito] / Rory Cristiane Fortes de Brito. - 2014. 111f.: il.: color; grafs; tabs.

Orientador: Alexandre Barbosa Reis. Coorientadora: Daniela de Melo Resende.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de OuroPreto. Escola de Farmácia. Programa de Pós-Graduação emCiências Farmacêutica. Área de Concentração: Fármacos e medicamentos.

1. Bioinformática. 2. Leishmaniose Visceral. 3.Clonagem. 4. Pichia stipitis. I. Reis, Alexandre Barbosa.II. Resende, Daniela de Melo. III. Universidade Federal deOuro Preto. IV. Titulo.

CDU: 616.993.161:004

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I

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a DEUS, por me dar saúde e força para levantar todos

os dias.

Aos meus pilares, a minha mãe (Maria Inês), meu pai (Manuel), minhas irmãs Kleizi e Marizia

e Patricia (minha gatíssima), amo vocês.

Aos meus irmão do coração, Guto, Miriam, Sabrina.

Aos meus avós, Sebastião (in memoriam), Tios, Tias, primos, primas, irmãos e amigos que

sempre me apoiaram.

Aos meus irmãos calamitosos, amigos que fiz nesses longos anos de Ouro Preto. À poluta

casa CALAMIDADE PUBLICA pelo aprendizado. À Dona Maria, um anjo de pessoa.

Aos meus orientadores Dra. Daniela de Melo Resende, Dr. Alexandre Barbosa Reis e Dra.

Leoneide Bouillet pelos ensinamentos, tudo o que sou hoje profissionalmente devo maior parte a

vocês. A ciência é uma escola muito difícil e vocês me ensinaram a trilhar o caminho certo.

Aos amigos do LIMP/LPC: Profa. Cláudia, Prof. Evandro, Profa. Paula, Wendel, Tânia, Maria,

Renata, Sheler, Nádia, Bruno, Sapo, Mariana Lana, Henrique, Carol, Kátia, Lucilene, Flávia, Levi,

Fernando, Jamille, Gleise, Perin, Muniz, Diego, Aline e Emilia. Ao João, Marcelo, Tharik, Daiane,

Dayane, Narjara, Mariana e os demais ICs.

Gostaria de agradecer à equipe de pesquisa:

Dr. Jeronimo Conceição Ruiz - CPqRR – FIOCRUZ MG

Dr. Rodrigo Corrêa-Oliveira - CPqRR – FIOCRUZ MG

Dr. Antônio Mauro Rezende - CPqAM – FIOCRUZ PE

MSc Nesley Jesus Daher Oliveira - PUC Minas

Às agências de fomento: CAPES, CNPq, FAPEMIG e UFOP.

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II

RESUMO

A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma zoonose na América Latina, e o cão possui um

papel central como reservatório do parasito e na transmissão da infecção para o vetor no ciclo

urbano da Leishmania infantum. A vacinologia reversa permite realizar a predição de epítopos in

silico de células B e T, que são importantes na resposta imune, permitindo o desenho de vacinas

com tempo reduzido. O objetivo deste trabalho foi selecionar genes do protozoário L. infantum

candidatos à vacina contra LVC. Esse objetivo foi divido em duas etapas, sendo a primeira a

seleção de antígenos utilizando ferramentas de bioinformática e a segunda a clonagem e

expressão dos antígenos selecionados em um sistema eucarioto. Na ETAPA I foi realizado o

download do proteoma predito da espécie L. infantum, com 8.241 proteínas, que foi usado em

todas as análises subsequentes. As predições foram feitas utilizando-se os seguintes algoritmos:

a) para MHC-I, NetCTL e NetMHC; b) para MHC-II, NetMHCII; c) para células B, BepiPred,

AAP12 e BCPred12 enquanto que para a predição da localização subcelular das proteínas foram

utilizados Sigcleave, TargetP e WoLF PSORT. Foram analisados 12 alelos MHC-I humanos e

sete alelos MHC-I de camundongos, e no contexto de MHC-II, foram analisados 14 alelos

humanos e três de camundongos. Após a realização das predições, foi necessário o

desenvolvimento de um Banco de Dados relacional em um Sistema Gerenciador de Banco de

Dados (SGBD), o MySQL, para a integração dos resultados e pré-seleção das proteínas baseado

nos seguintes critérios: proteínas secretadas/excretadas ou de membrana plasmática, com

epítopos preditos com afinidade pelos 19 alelos de MHC-I utilizados e epítopos preditos com

afinidade por no mínimo 14 alelos de MHC-II, além de epítopos preditos para células B. Em

seguida, foi feita uma busca por similaridade de sequências com os proteomas preditos de

humano, de cão e de camundongo a fim de evitar reações autoimunes no ato da vacinação, para

isso foi utilizado o algoritmo BLASTp, do pacote Blastall. Após o alinhamento de sequências, as

proteínas com pouca similaridade foram confrontadas com a rede predita de interação proteína-

proteína do parasito, desenvolvida pelo grupo de pesquisa. Na ETAPA II, as proteínas

selecionadas foram clonadas no vetor de clonagem pGEM T easy, seguido da clonagem no vetor

de expressão pPICZα-A, onde os clones foram confirmados pela PCR e digestão enzimática.

Após essa etapa, os plasmídeos pPICZα-A recombinantes foram linearizados e transformados na

levedura Pichia pastoris, integrando-se no gemona da levedura. Os clones recombinantes foram

selecionados por PCR. Através das ferramentas de bioinformática, foram selecionadas quatro

proteínas candidatas a uma vacina contra LVC. Neste trabalho foi mostrado o resultado de

clonagem e expressão de dois genes que codificam duas proteínas.

Palavras-chave: Imunoinformática, Bioinformática, Leishmaniose Visceral Canina,

Leishmania infantum, Clonagem, Expressão, Pichia pastoris.

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III

ABSTRACT

Canine visceral leishmaniasis (CVL) is a zoonose in Latin America, and dogs have a central

role as reservoirs of the parasite and in the transmission of the infection to the vector in the urban

cycle of Leishmania infantum. Reverse vaccinology allows making epitope prediction for T and B

cells in silico, which are important for protective immune responses, allowing the design of

vaccines with reduced cost and time. Previous studies showed the feasibility of making epitope

prediction in proteins of protozoa using open source algorithms. The objective of this work was to

select genes from the protozoan L. infantum candidates to vaccine against CVL, and it was divided

in two steps. The first step was to select antigens using bioinformatics tools and the second was to

clone and express the antigens selected in an eukaryotic system. In first step, the download of the

predicted proteome of L. infantum with 8,241 proteins was made. Then, it was used in all

subsequent analyzes. Epitope prediction was made using the following algorithms: a) to MHC-I,

NetCTL and NetMHC; b) to MHC-II, NetMHCII; c) to B cells, BepiPred, AAP12 and BCPred12,

while for the prediction of subcellular localization of proteins Sigcleave, TargetP and WoLF

PSORT were used. Copies of each algorithm were installed in local servers. Algorithms analyzed

12 human MHC-I alleles and seven mouse MHC-I alleles and, in the context of MHC-II, they

analyzed 14 human alleles and three mouse alleles. A relational Database was developed in a

Management System Database, MySQL, that was responsible for integrating results of all

predictions and pre-selection of proteins based on the following criteria: secreted/excreted or

plasma membrane proteins, with epitopes predicted for binding all 19 MHC-I alleles analyzed and

at least 14 MHC-II alleles, and epitopes predicted for B cell. Next, it was made a search for

sequence similarity with human, dog and mouse predicted proteomes using BLASTp algorithm

from Blastall package, in order to prevent autoimmune reactions upon vaccination. After alignment

of sequences, proteins with little similarity were confronted with the predicted protein-protein

interaction network of the parasite developed in-house. In step II, the selected proteins were

cloned into cloning vector pGEM T easy, followed by cloning into the expression vector pPICZα-A,

and the clones were confirmed by PCR and restriction enzyme digestion. After this, the

recombinant plasmids pPICZα-A were linearized and transformed into the yeast Pichia pastoris,

integrating them into yeast genome. Recombinant clones were selected by PCR. Through

bioinformatics tools four proteins candidates for a vaccine against CVL were selected. In this work,

cloning and expression results for only two genes that encode two proteins were showed.

Key Words: Immunoinformatics, Bioinformatics, Canine Visceral Leishmaniasis, Leishmania

infantum, Cloning, Expression, Pichia pastoris.

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IV

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo de vida dos parasitos do gênero Leishmania demonstrando os estágios tanto

no flebotomíneo como no homem................................................................................................... 1

Figura 2 - Desenho esquemático demostrando que as análises de alto rendimento aplicados

em vários aspectos do patógeno e as interações com o organismo hospedeiro podem ser

utilizadas na identificação de vacinas na era genômica. A partir do genoma, transcriptoma,

proteoma, antígenos de superfície e estrutura genômica 3D de um patógeno podem-se identificar

candidatos vacinais. ....................................................................................................................... 2

Figura 3 - A) Representação de nós com alto MCC (circulo azul) e alto Degree (circulo

vermelha); B) Rede predita de interação do proteoma predito de L. infantum desenvolvida por

Rezende e colaboradores (2012).................................................................................................. 16

Figura 4 - Desenho esquemático para a construção do DNA recombinante. ......................... 17

Figura 5 - Mapa do vetor pPICZα-A ....................................................................................... 22

Figura 6 - Mapa do vetor pGEM T easy ................................................................................. 23

Figura 7 - Delineamento metodológico da Etapa I. ................................................................ 27

Figura 8 - Delineamento experimental da Etapa II. ................................................................ 31

Figura 9 - Desenho esquemático da estratégia de clonagem. ............................................... 34

Figura 10 - Esquema representativo do cassete de expressão no genoma da P. pastoris. .... 42

Figura 11 - Desenho esquemático do plaqueamento de microgota para a determinação do

fenótipo dos clones recombinantes da cepa X33. ......................................................................... 43

Figura 12 - Número de epítopos preditos para células T. O algoritmo NetMHCII foi utilizado

para a predição de epítopos de células TCD4+, e os algoritmos NetCTL e NetMHCforam utilizados

para a predição de epítopos de células TCD8+. ............................................................................ 45

Figura 13 - Número de epítopos preditos para células B utilizando os algoritmos BepiPred,

BCPred12 e AAP12. ..................................................................................................................... 46

Figura 14 - Número de proteínas preditas como secretadas/excretadas ou vinculados à

membrana plasmática de L. infantum, utilizando os algoritmos TargetP, Sigcleave e WoLF

PSORT ......................................................................................................................................... 47

Figura 15 - Modelo do Banco de Dados Relacional desenvolvido. ......................................... 48

Figura 16 - Perfil de restrição do mkDNA com Hae III. PM (Peso Molecular low range DNA

ladder); 1 amplicon do mkDNA de L. infantum digerido com Hae III.* representa as quatro bandas

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V

do perfil de restrição (40, 60, 80 e 120 pb) compatível com L. infantum. As setas representam o

padrão de peso molecular. ........................................................................................................... 51

Figura 17 - Amplificação dos genes P4 e P5 através da PCR. PM (Peso Molecular 1Kb); P4

(amplicon do gene P4 – 1358 pb); P5 (amplicon do gene P4 – 1583 pb). As setas representam o

padrão de peso molecular. ........................................................................................................... 52

Figura 18 - Triagem dos clones P4 e P5 por PCR. PM (Peso Molecular 1Kb); 1 (Controle

positivo P4 utilizando o DNA genômico de L. infantum); 2 a 8 (Clones P4); 9 (Controle negativo);

10 (Controle positivo P5 utilizando o DNA genômico de L. infantum); 11 a 14 (Clone P5). As setas

representam o padrão de peso molecular. .................................................................................... 53

Figura 19 – Confirmação da clonagem por digestão enzimática dos clones. PM (Peso

Molecular 1Kb); 1 (canaleta vazia); 2 (pPGEM/P4 não digerido); 3 a 10 (Plasmídeos

recombinantes P4 digeridos); 11 (Controle positivo P4 utilizando o DNA genômico de L. infantum);

12 (pPGEM/P5 não digerido); 13 (pPGEM/P5 digerido); 14 (Controle positivo P5 utilizando o DNA

genômico de L. infantum). As setas representam o padrão de peso molecular. ........................... 53

Figura 20 - Triagem dos clones P4 por PCR. PM (Peso Molecular 1Kb); 1 (Controle positivo

P4 utilizando o DNA genômico de L. infantum); 2 a 10 (Clones P4); 11 (Controle negativo); 12 a

15 (Clones P4). As setas representam o padrão de peso molecular. ............................................ 54

Figura 21 - Triagem dos clones P5 por PCR. PM (Peso Molecular 1Kb); 1 (canaleta vazia); 2

(Controle negativo); 3 (Controle positivo P5 utilizando o DNA genômico de L. infantum); 4 a 18

(Clones P5). As setas representam o padrão de peso molecular.................................................. 54

Figura 22 - Confirmação dos da clonagem por digestão enzimática dos clones. PM (Peso

Molecular 1Kb); 1 (pPICZ/P4 não digerido); 2 a 4 (Plasmídeos recombinantes P4 digeridos); 5

(Controle positivo P4 utilizando o DNA genômico de L. infantum); 6 (pPICZ/P5 não digerido); 7 e 8

(pPGEM/P5 digerido); 9 (Controle positivo P5 utilizando o DNA genômico de L. infantum). As

setas representam o padrão de peso molecular. .......................................................................... 55

Figura 23 - Determinação do fenótipo das colônias recombinantes. (A) Crescimento dos

clones recombinantes no meio MD. (B) Crescimentos dos clones recombinantes no meio MM. .. 56

Figura 24 – Confirmação da integração do pPICZ/P4 no genoma de P. pastoris. PM (Peso

Molecular); CNi (Controle negativo da integração, o amplicon referente à região AOX1 de P.

pastoris selvagem); CNp (Controle negativo do plasmídeo, amplicon referente à região AOX1 de

um plasmídeo sem inserto); CPp (Controle positivo do plasmídeo, amplicon referente à região

AOX1 do pPICZ/P4); C1 a C5 (Amplicons referentes à região AOX1 de clones recombinantes

pPICZ/P4); CP (Controle positivo P5 utilizando o DNA genômico de L. infantum). As setas

representam o padrão de peso molecular. .................................................................................... 57

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VI

Figura 25 - Confirmação da integração do pPICZ/P5 no genoma de P. pastoris. PM (Peso

Molecular); CNr (Controle negativo da reação); CNi (Controle negativo da integração, o amplicon

referente à região AOX1 de P. pastoris selvagem); CNp (Controle negativo do plasmídeo,

amplicon referente à região AOX1 de um plasmídeo sem inserto); CPp (Controle positivo do

plasmídeo, amplicon referente à região AOX1 do pPICZ/P5); C1 a C4 (Amplicons referentes à

região AOX1 de clones recombinantes pPICZ/P5); CP (Controle positivo P5 utilizando o DNA

genômico de L. infantum). As setas representam o padrão de peso molecular. ........................... 58

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VII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Comparação entre os genomas de L. major, L. infantum e L. braziliensis. ........... 12

Tabela 2 - Algoritmos utilizados no projeto ............................................................................ 21

Tabela 3 - Localizações preditas pelos algoritmos ................................................................ 29

Tabela 4 - Sequência de iniciadores para amplificação dos genes de interesse .................... 35

Tabela 5 - Interações das proteínas selecionadas, com as demais proteínas do parasito ..... 49

Tabela 6 - Resultados dos critérios técnicos para a seleção das proteínas ........................... 50

Tabela 7 - Vantagens e desvantagens de sistemas heterólogos de expressão de proteínas . 69

Tabela 8 - Proteínas expressas em P. pastoris ...................................................................... 71

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VIII

LISTA DE ABREVIATURAS

µg- Micrograma

µL- Microlitro

ANNs - Redes Neurais Artificiais

APP – Amino Acids Pairs

AUC - Area Under Curve

DO600nm- Densidade óptica a 600 nm

EDTA - ácido etilenodiamino tetracético

EtBr – Brometo de Etídio

FDA - Food and Drugs Administration

H2 - Antígenos MHC de camundongos

HLA - antígenos leucocitários humanos

IL- Interleucina

HMM – Hidden Markov Models

IPTG- Isopropil-β-D-tiogalactopiranosídeo

kb – quilobase

LB - Meio de cultura Luria Bertani

LBLS - Luria Bertani com baixa concentração de sal

LIT - Liver infusion Tryptone

LV – Leishmaniose Visceral

LVC - Leishmaniose Visceral Canina

LVH - Leishmaniose Visceral Humanha MCC - Maximal Clique Centrality

MD - meio mínimo de glicose

MHC-II - Complexo principal de histocompatibilidade de classe II

MM - meio mínimo de metanol

Mut+ Methanol utilization plus

MutS Methanol utilization slow

pb - pares de base

PCR - reação em cadeia da polimerase

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IX

RFLP - Restriction Fragment Length Polymorphism

OMS - Organização Mundial de Saúde

q.s.p - Quantidade suficiente para

RPM - Rotações por minuto

SDS-PAGE- eletroforese em gel de poliacrilamida contendo Dodecil sulfato de sódio

SQL - Structured Query Language

SVM – Support Vector Machine

TAE - Tris Acetato EDTA

TAP - Transportadoras associadas ao processamento de antígenos

TBE - Tris Borato EDTA

U – Unidades de enzima

UV - Ultravioleta

V - Volts

X-Gal - 5-bromo-4-Cloro-3-indolil-β-d-galactopiranosideo

YPD – Meio de extrato de levedura, peptona e glicose.

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X

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1 1

REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................ 4 2

2.1 As leishmanioses ...................................................................................................... 4

2.2 Resposta imune na Leishmaniose Visceral Canina ................................................... 5

2.3 Vacinologia ................................................................................................................ 6

2.4 Vacinas contra leishmanioses ................................................................................... 7

2.5 Vacinologia reversa ................................................................................................... 9

2.5.1 Disponibilidade de sequências genômicas ....................................................... 11

2.5.2 Utilização de algoritmos na predição de epítopos ............................................. 13

2.6 Biologia de sistemas ................................................................................................ 14

2.7 Clonagem e expressão de proteínas heterólogas .................................................... 16

OBJETIVOS ................................................................................................................... 20 3

3.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 20

3.1.1 Objetivo específico I ......................................................................................... 20

3.1.2 Objetivo específico II ........................................................................................ 20

MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 21 4

4.1 Materiais .................................................................................................................. 21

4.1.1 Ferramentas de bioinformática ......................................................................... 21

4.1.2 Plasmídeos ...................................................................................................... 22

4.1.3 Linhagens de microrganismos .......................................................................... 23

4.1.4 Meios de cultura ............................................................................................... 24

4.1.5 Antibióticos ....................................................................................................... 25

4.1.6 Soluções em geral ............................................................................................ 25

4.1.7 Marcadores de peso molecular ........................................................................ 26

4.1.8 Enzimas ........................................................................................................... 26

4.2 Métodos .................................................................................................................. 27

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XI

4.2.1 ETAPA I – Seleção dos antígenos pela Bioinformática ..................................... 27

4.3 ETAPA II – Clonagem e expressão dos antígenos .................................................. 31

4.3.1 Obtenção de massa úmida de L. infantum ....................................................... 32

4.3.2 Extração de DNA genômico de L. infantum ...................................................... 32

4.3.3 Caracterização da Leishmania por PCR-RFLP (Polimorfismo de tamanho dos

fragmentos de restrição) ........................................................................................................ 33

4.3.4 Estratégia de clonagem .................................................................................... 34

4.3.5 Amplificação dos genes de interesse por PCR (Reação em cadeia da

polimerase) 35

4.3.6 Purificação de DNA .......................................................................................... 35

4.3.7 Preparação de bactérias quimiocompetentes ................................................... 36

4.3.8 Obtenção de DNA plasmidial ............................................................................ 36

4.3.9 Clonagem no vetor pGEM T easy ..................................................................... 37

4.3.10 Clonagem no vetor pPICZα-A .......................................................................... 39

4.3.11 Transformação da levedura P. pastoris X33 ..................................................... 41

RESULTADOS ............................................................................................................... 45 5

5.1 ETAPA I .................................................................................................................. 45

5.1.1 Predição de epítopos de células T .................................................................... 45

5.1.2 Predição de epítopos de células B ................................................................... 46

5.1.3 Predição da localização subcelular de proteínas .............................................. 46

5.1.4 Desenvolvimento do Banco de Dados relacional .............................................. 47

5.1.5 Critérios para pré-seleção das proteínas .......................................................... 48

5.1.6 Busca por similaridade de sequências ............................................................. 49

5.1.7 Buscas na rede de interação proteína-proteína ................................................ 49

5.1.8 Critérios técnicos para a seleção das proteínas ............................................... 50

5.2 ETAPAII .................................................................................................................. 50

5.2.1 Caracterização da espécie de Leishmania por PCR-RFLP............................... 50

5.2.2 Amplificação dos genes de interesse ............................................................... 51

5.2.3 Clonagem no pGEM T easy ............................................................................. 52

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XII

5.2.4 Clonagem no pPICZα-A ................................................................................... 54

5.2.5 Transformação da P. pastoris ........................................................................... 55

Discussão ....................................................................................................................... 59 6

6.1 Seleção dos antígenos através de ferramentas de bioinformática ........................... 59

6.2 Clonagem e expressão dos genes selecionados em sistema eucarioto .................. 68

CONCLUSÃO ................................................................................................................. 73 7

PERSPECTIVAS ............................................................................................................ 74 8

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 75 9

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1

INTRODUÇÃO 1

As leishmanioses são causadas por parasitos protozoários pertencentes à ordem

Kinetoplastidae, família Trypanosomatidae e gênero Leishmania (ROSS, 1903; LAINSON et al.,

1987). Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que no mundo mais de 350

milhões de pessoas estão sob o risco de contrair leishmaniose e entre 12 e 14 milhões estão

infectadas (WHO, 2010). Atualmente, a Leishmaniose Visceral (LV) encontra-se entre as seis

endemias mais importantes no mundo, atingindo aproximadamente 65 países. Principalmente, é

nas nações pobres como Índia, Sudão, Nepal, Bangladesh e Brasil onde a doença é mais

frequente, concentrando 90% dos casos (DESJEUX, 2004; WHO, 2010). Está representado na

Figura 1 o ciclo de vida de parasitos Leishmania spp.

As estratégias atuais para controlar a Leishmaniose Visceral Canina (LVC) são ineficientes.

O tratamento de cães com drogas tais como antimoníacos ou anfotericina B é muito agressivo e

possui baixa eficácia, com recidivas ocorrendo na maioria dos animais. Uma proporção

significativa desses cães, embora clinicamente assintomáticos, é capaz de transmitir parasitos

Figura 1 - Ciclo de vida dos parasitos do gênero Leishmania demonstrando os estágios tanto no flebotomíneo como no homem.

Fonte: Centers for Disease Control and Prevention.

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2

aos flebotomíneos (ALVAR et al., 1994; GUARGA et al., 2002; REIS et al., 2010). Além disso, o

tratamento sucessivo seguido por recidivas poderia introduzir cepas resistentes do parasito,

representando um risco para a saúde humana. A eliminação de cães infectados, estratégia para

reduzir a prevalência de leishmaniose humana em áreas endêmicas, não é aceita por razões ética

e social (GRADONI et al., 1988; DIETZE et al., 1997; ASHFORD et al., 1998; PALATNIK-DE-

SOUSA et al., 2001). Assim, o desenvolvimento e a aplicação de uma vacina protetora para o

controle da LVC seria uma importante ferramenta, economicamente viável, para a vacinação em

massa de cães. Nesse sentido, alguns autores sugerem o uso de vacinas, seja animal ou para

uso humano, como importante estratégia para minimizar a eutanásia de cães infectados com L.

infantum e diminuir a incidência de Leishmaniose Visceral Humanha (LVH) (MARZOCHI et al.,

1985; DUNAN et al., 1989; DYE, 1996; DA SILVA et al., 2000; DANTAS-TORRES e BRANDAO-

FILHO, 2006), reduzindo as chances de infectividade de flebotomíneos e consequentemente a

transmissão ao homem.

A vacinologia reversa permite fazer a clonagem e a expressão de epítopos preditos para

células T e B, bem como a predição da localização subcelular de proteínas, importantes para uma

resposta imune protetora, permitindo o desenvolvimento de vacinas com tempo reduzido

(ANDRE, 2003; DUMONTEIL, 2009). Na Figura 2 estão representadas algumas das abordagens

da Vacinologia reversa empregadas na busca por novos antígenos.

Figura 2 - Desenho esquemático demostrando que as análises de alto rendimento aplicados em vários aspectos do

patógeno e as interações com o organismo hospedeiro podem ser utilizadas na identificação de vacinas na era genômica. A partir do genoma, transcriptoma, proteoma, antígenos de superfície e estrutura genômica 3D de um patógeno podem-se identificar candidatos vacinais.

Fonte: Adaptado Rinaudo et al (2009).

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3

Nesse sentido, este estudo visa a selecionar, clonar e expressar genes do protozoário L.

infantum candidatos a uma vacina contra a LVC. Para fazer a predição dos epítopos, foram

utilizados algoritmos de predição de epítopos de células B e T, além de algoritmos de predição

para a localização subcelular de proteínas de L. infantum. Para a integração dos resultados, foi

desenvolvido um banco de dados relacional em um sistema gerenciador de banco de dados, o

MySQL, essencial na seleção dos possíveis alvos vacinais. Após a pré-seleção de proteínas no

banco de dados, os alvos foram submetidos a uma rede de interação proteína-proteína de L.

infantum desenvolvida pelo grupo de pesquisa de Imunopatologia e Pesquisas clínicas da

Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em colaboração com o Grupo Informática de

Biossistemas da Fiocruz Minas. Assim, é possível predizer quais os alvos que possivelmente

seriam vitais na biologia do parasito. Além disso, foram feitas buscas por similaridade de

sequências contra os proteomas preditos de humano, cão e camundongo, de modo a evitar a

autoimunidade. Após esses resultados, foram selecionadas quatro proteínas candidatas a uma

vacina contra a LVC. Em seguida, os genes das proteínas foram clonados no vetor de expressão

pPICZα-A em Escherichia coli e transformadas na levedura P. pastoris linhagem X33. Esse

sistema de expressão vem sendo amplamente utilizado para a expressão de proteínas

heterólogas e possui inúmeras vantagens, tais como a simplicidade das técnicas necessárias

para sua manipulação genética; a habilidade de produzir proteínas heterólogas em altos níveis; a

capacidade de realizar modificações pós-traducionais; a viabilidade do sistema de expressão

como Kit comercialmente disponível.

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4

REVISÃO DA LITERATURA 2

2.1 As leishmanioses

As leishmanioses são um complexo de doenças parasitárias amplamente distribuídas no

mundo. A complexidade biológica se relaciona com a espécie e a genética do parasito, fatores

extrínsecos como a ecoepidemiologia, a imunidade e fatores nutricionais do hospedeiro

(GARNHAM, 1988; MCMAHON-PRATT e ALEXANDER, 2004). A Organização Mundial de Saúde

(OMS) classifica as leishmanioses em quatro formas clínicas principais: cutânea, cutâneo-

mucosa, cutânea difusa e visceral, devido à amplitude dos aspectos clínicos. A leishmaniose

cutânea é uma doença de baixa gravidade em que frequentemente observa-se cura espontânea.

Já a forma clínica cutâneo-mucosa ou mucocutânea pode causar lesões extremamente mutilantes

na região oronasal e faringeal, enquanto a forma difusa, além de ser um grande desafio

terapêutico, apresenta-se com o estigmatizante aspecto hanseniforme. A leishmaniose visceral, a

mais devastadora de todas as formas clínicas, possui alta mortalidade se não for tratada

(DESJEUX, 2004), podendo manifestar-se desde uma forma assintomática ou inaparente,

passando por uma forma oligossintomática ou subclínica até atingir a forma sintomática que pode

ser aguda ou crônica (conhecido como Kala-azar). A caracterização da LV sintomática crônica

está bem descrita na literatura, tendo como principais sinais/sintomas: febre irregular de longa

duração, perda de peso, esplenomegalia, hepatomegalia, linfadenopatia, anemia, leucopenia,

edema, epistaxe, hipergamaglobulinemia, hematêmese, emagrecimento e debilidade progressiva

(ALENCAR, 1991).

Existem várias formas de transmissão da LV, onde a principal acaba ocorrendo por meio da

picada de fêmeas (dípteros) infectadas da família Psychodidae, subfamília Phlebotominae. No

Novo Mundo a Lutzomyia longipalpis se destaca como a principal espécie, enquanto que no Velho

Mundo temos diversas espécies do gênero Phlebotomus responsáveis pela transmissão

(LAINSON et al., 1987). Em relação ao agente etiológico, existem duas principais espécies de

Leishmania referenciadas como responsáveis pela leishmaniose visceral no mundo (LAINSON et

al., 1987). A primeira é a Leishmania (Leishmania) donovani, que pertence ao complexo

“Donovani” (LAVERAN e MESNIL, 1903), principal causadora de LV na Índia, Sudão, Paquistão,

Nepal e leste chinês, tendo como hospedeiro o homem. A segunda, a Leishmania (L.) infantum

(NICOLLE, 1908), encontra-se amplamente distribuída no Velho Mundo (Ásia, África e Europa) e

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no Novo Mundo (América do Sul e Central), possuindo como hospedeiro doméstico ou

reservatório o cão, Canis familiaris, animais silvestres como o chacal (Canis aureus) e a raposa

(Vulpes vulpes)(DEANE, 1956).

2.2 Resposta imune na Leishmaniose Visceral Canina

Buscando ampliar o estudo dos processos imunopatológicos envolvidos no curso da LV,

diferentes modelos experimentais têm sido empregados no intuito de se entender melhor os

mecanismos de resistência e susceptibilidade à infecção. Dentre os modelos de maior

importância destacam-se: camundongos, hamsters e cães (HOMMEL et al., 1995; GARG e

DUBE, 2006). Considerando que o cão é o principal hospedeiro e reservatório doméstico da L.

infantum, tem sido proposto que ensaios nesse modelo experimental seriam a melhor estratégia

para o estudo de novas abordagens terapêuticas e imunoprofiláticas (GRADONI, 2001;

GIUNCHETTI et al., 2007; GIUNCHETTI et al., 2008c). Desta forma, estudos neste modelo

experimental seriam uma excelente alternativa, considerando que o cão apresenta uma melhor

proximidade genética com o homem em relação aos modelos experimentais camundongo e

hamster (KIRKNESS et al., 2003; STARKEY et al., 2005), favorecendo não apenas o estudo de

eventos imunopatológicos como também a triagem de imunobiológicos aplicados à espécie

humana. Neste sentido, progredir nos estudos que ampliem o conhecimento da LVC resultará

consequentemente em benefícios para o controle da doença em humanos (REIS, 2001;

GIUNCHETTI et al., 2008a; GIUNCHETTI et al., 2008b). Além disso, o fato de a LV humana e a

canina compartilharem sintomas/sinais clínicos semelhantes reforça ainda mais o uso desse

modelo experimental para LV humana (GENARO et al., 1993; MORENO e ALVAR, 2002; ALVAR

et al., 2004; REIS et al., 2006a; REIS et al., 2009). A análise da resposta imune celular e humoral

em cães naturalmente infectados por L. infantum, portadores de diferentes formas clínicas, foi

amplamente avaliada pelo grupo de pesquisa (MANCIANTI et al., 1988; PINELLI et al., 1994a;

PINELLI et al., 1995; REIS et al., 2006a; REIS et al., 2006b; REIS et al., 2006c; GIUNCHETTI et

al., 2008a; GIUNCHETTI et al., 2008b; REIS et al., 2009). Nesse contexto, foi demonstrado que

durante a fase assintomática da infecção existe uma associação com um aumento de células T

(Thy-1+ e CD5+), intimamente relacionado com as subpopulações de células T CD4+ e

principalmente de células T CD8+. Além disso, Reis e colaboradores (2006) detectaram uma

expressão aumentada de MHC-II (complexo principal de histocompatibilidade de classe II) em

linfócitos totais circulantes em cães assintomáticos. Nesse estudo, observaram-se também

menores títulos de anticorpos circulantes, com presença predominante de IgG1 e uma menor

frequência de intensidade do parasitismo em diversos tecidos em cães assintomáticos. Não foi

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observada alteração no número de células apresentadoras de antígenos, tais como as células B

(CD21+) e monócitos (CD14+). Os dados reforçam a importância dos eventos celulares na

participação de mecanismos que possivelmente promovem a resposta imune na sobrevida dos

cães com infecção por L. infantum. Em cães oligossintomáticos, considerado como um estágio

intermediário da morbidade na LVC, foi observada uma ligeira queda nos elementos da resposta

celular. Porém, uma nítida expansão da resposta humoral com queda no número absoluto de

células CD21+ (provavelmente devido à sua transformação em plasmócitos ou sequestro para

órgãos linfoides) e uma elevada produção de anticorpos, principalmente da subclasse IgG2 e das

classes IgM, IgE e IgA foi observada (Reis et al., 2006). Por outro lado, cães sintomáticos

apresentam uma nítida imunossupressão celular. Esse quadro de imunossupressão é

caracterizado por uma queda nas populações de linfócitos T (Thy-1+ e CD5+) e suas

subpopulações (T CD4+ e T CD8+), bem como nas populações de células apresentadoras de

antígenos estudadas (linfócitos B e monócitos circulantes) (Reis, 2001). Durante essa fase da

doença, verificou-se também a ocorrência de uma intensa atividade de células B, caracterizada

pela elevada produção de imunoglobulinas de diversas classes e subclasses (IgG2, IgA, IgM e

IgE). A presença marcante de IgG2 e IgE na forma clínica sintomática indica uma possível

associação dessa forma clínica com a resposta imune do tipo 2 (PINELLI et al., 1994a;

MARTINEZ-MORENO et al., 1995; REIS et al., 2006b).

2.3 Vacinologia

A história da vacinologia se iniciou alguns séculos atrás, no ano de 1796, quando nasceu o

conceito de vacina derivado do termo Vaccinae, agente etiológico da varíola. Graças às

observações de Benjamin Jesty e Edward Jenner sobre as ordenhadoras, que não desenvolviam

as lesões ou máculas na pele típicas da varíola, esses pesquisadores inferiram que o material

que infectava as vacas protegia-as da varíola (PALUMBO et al., 2012; SALVI et al., 2012). Muito

se debate sobre quem realmente foi o inventor da primeira vacina. Segundo a história, Jesty foi o

primeiro a inocular o vírus da varíola bovina nos familiares (LANGER et al., 2012). Alguns anos

depois, Jenner validou os experimentos, inoculando o pus em vários indivíduos, por um processo

então chamado de vacinação (CHENG et al., 2012). Na época, a varíola era a principal causadora

de mortes. Nas grandes cidades, muitos indivíduos eram infectados, levando à morte cerca de

20%. Louis Pasteur surgiu com uma nova etapa do desenvolvimento de vacinas, a atenuação

(URBANSKA et al., 2012). Pasteur introduziu os princípios da vacinologia, “isolar, inativar e

injetar”, princípios esses que foram amplamente utilizados no desenvolvimento de várias vacinas

licenciadas (HENRY et al., 2012). Muitos estudos comprovaram que a vacinação é um meio

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eficaz na proteção da população contra patógenos, e estima-se que a imunização salva a vida de

mais de três milhões de crianças em todo mundo a cada ano (From the World Health

Organization. State of the World's Vaccines and Immunizations, 2002). Várias doenças letais já

foram praticamente erradicadas, por exemplo, sarampo e poliomielite (ANDRE, 2003), mas

infelizmente as doenças infectocontagiosas continuam sendo as principais causas de morte no

mundo. Nesse contexto, a vacinação aparece como uma das intervenções com maior impacto na

saúde coletiva (RINAUDO et al., 2009). Recentemente, duas grandes revoluções no

desenvolvimento de vacinas foram introduzidas, dentre elas o uso da moderna tecnologia do DNA

recombinante produzindo vacinas de subunidades baseadas em biomoléculas compostas por

antígenos específicos. Nesse método, o patógeno é primeiramente estudado para identificar

fatores importantes na patogenia e imunidade, e é feita a identificação de fatores para produção

em larga escala pelas técnicas do DNA recombinante. Esse método gerou duas vacinas

recombinantes muito eficientes, sendo a primeira uma vacina contra hepatite B baseada em uma

proteína do capsídeo viral altamente purificada, e a segunda uma vacina acelular contra

Bordetella pertussis contendo três proteínas altamente purificadas (ANDRE, 1990; GRECO et al.,

1996). Essa estratégia é um método convencional para o desenvolvimento de vacinas que requer

a manutenção do patógeno em condições de laboratório, sendo a identificação e purificação de

antígenos feita diretamente do microrganismo ou através da tecnologia do DNA recombinante,

seguida por testes para avaliar a habilidade de induzir imunidade. Esse método consome tempo e

permite a identificação somente daqueles antígenos que foram purificados em quantidades

disponíveis para serem testados. Visto que muitas proteínas não estão disponíveis como

candidatos a vacina, e que, em alguns casos, o patógeno não pode ser mantido em condições

laboratoriais, isso poderia levar décadas para a produção de uma vacina eficiente (RAPPUOLI,

2001; ADU-BOBIE et al., 2003). A Vacinologia Reversa foi a segunda revolução na área de

desenvolvimento de vacinas, que ocorreu no final do século XX como um resultado do uso da

tecnologia genômica.

2.4 Vacinas contra leishmanioses

Os métodos atuais utilizados para o controle de doenças parasitárias de alta complexidade

como a Leishmaniose estão intimamente relacionados ao controle vetorial ou à eliminação em

massa de seus reservatórios. Devido a isso, os programas governamentais enfrentam grandes

dificuldades na implementação, consolidação e permanência através das ações contínuas e de

sustentabilidade da vigilância epidemiológica principalmente nos países pobres, devido ao seu

alto custo e problemas relacionados com aplicabilidade das ações (THAKUR e KUMAR, 1992;

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GAFUROV, 1999; DANTAS-TORRES e BRANDAO-FILHO, 2006). Além disso, problemas

relacionados com a alta toxicidade dos fármacos de escolha utilizados para tratamento nos países

em desenvolvimento (antimoniais pentavalentes), além do considerável aumento no número de

cepas resistentes do parasito vêm dificultando o combate a essa doença (KHALIL et al., 1998;

BRYCESON, 2001; CROFT e COOMBS, 2003; DUBE et al., 2005; CROFT et al., 2006). Dessa

forma, se faz necessária a busca por vacinas (AHLUWALIA et al., 2003; WHO, 2004) que sejam

eficazes na proteção contra a leishmaniose visceral, interrompendo o ciclo de transmissão da

doença, de forma que possam ser empregadas em programas de controle pelo Ministério da

Saúde. Inúmeras vacinas têm sido testadas para prevenir a doença, buscando estimular a

imunidade celular (células T), principalmente subpopulações de linfócitos T CD8+. Durante as

últimas décadas, vários grupos têm trabalhado na tentativa de desenvolver uma vacina efetiva

contra leishmaniose utilizando diferentes formulações, tais como o uso de parasitos vivos

(Leishmanização), mortos ou atenuados (vacinas de primeira geração), proteínas recombinantes

de Leishmania, vacinas de DNA e imunomoduladores da saliva de flebotomíneos (vacinas de

segunda geração) (ANDERSEN et al., 2003). Pessoa e Pestana (1940) desenvolveram uma

vacina constituída por 18 cepas dermatotrópicas de Leishmania, provenientes de seis localidades

do Estado de São Paulo, tornando-se o primeiro ensaio clínico vacinal realizado em humanos

(PESSOA e PESTANA, 1940; PESSOA, 1941a; 1941b). Em 1996, Mayrink e colaboradores,

utilizando antígenos de Leishmania (Viannia) braziliensis tratados com mertiolate e o adjuvante

BCG (Bacillus Calmette-Guérin) realizaram os testes de fases I e II em cães desafiados com L.

infantum, mostrando que a vacina induziu proteção. Mais tarde, entretanto, foi demonstrado que

essa formulação não foi eficiente para detectar diferenças entre os grupos controle e vacinado em

ensaios de fase III (XU et al., 2003). Nogueira e colaboradores, utilizando uma vacina composta

pela fucose manose ligante (FML) enriquecida com glicoproteína de Leishmania donovani em

combinação com o adjuvante saponina demonstraram a indução de um efeito protetor em cães de

área endêmica, além da possibilidade de um bloqueio na transmissão do parasito (NOGUEIRA et

al., 2005). No mesmo ano, um teste com uma vacina experimental utilizando antígenos proteicos

excretados-secretados de promastigotas de L. infantum (LiESAP) com o adjuvante muramil

dipeptídeo (MDP) teve êxito na prevenção da infecção por L. infantum (LEMESRE et al., 2005).

Recentemente, o nosso grupo de pesquisa demonstrou que uma formulação vacinal contendo

promastigotas de L. braziliensis mortas e o adjuvante saponina induziu uma forte

imunogenicidade relacionada ao aumento de isotipos de imunoglobulinas, altos níveis de linfócitos

T CD8+, intensa proliferação celular e aumento de óxido nítrico em cães vacinados (GIUNCHETTI

et al., 2007).

O uso de antígenos isolados de Leishmania começou a ser utilizado somente mais tarde.

Molano e coloaboradores, em 2003, utilizando preparações de uma proteína recombinante

quimérica multicomponente, denominada Q, formulada com BCG, demonstraram que o antígeno

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foi capaz de induzir 90% de proteção em cães imunizados sob condição de infecção

experimental. Vacinas de DNA têm sido testadas com algum sucesso em modelo canino (FENG,

J. et al., 2003; VASILAKI et al., 2003). Em 2003, um coquetel consistindo de antígenos de

proteinases do tipo I (CPB) e II (CPA) de L. infantum foi utlizado em um sistema de vacinação

heterólogo (DNA-proteína) contra Leishmaniose Visceral Canina. Entretanto, a vacinação com as

proteínas recombinantes CPA e CPB de L. infantum utilizando IL-12 como adjuvante não induziu

proteção em cães desafiados (FENG, H. et al., 2003). A primeira vacina que utilizou antígeno

recombinante que foi testada em ensaios de fase III foi descrita utilizando a poliproteína MML,

também conhecida como Leish 111f. Entretanto, esse antígeno quando usado em combinação

com os adjuvantes MPL® - SE ou AdjuPrime falhou em proteger cães com infecção natural por

Leishmania ou em evitar a progressão da doença. (FENG, D. et al., 2003), Fujiwara e

colaboradores (2005) demonstraram que os antígenos recombinantes TSA, LmSTI1 e LeSF,

altamente conservados no genoma de Leishmania, formulados com esses mesmos adjuvantes

comerciais MPL-SE e AdjuPrime, induziram imunogenicidade em cães desafiados com

promastigotas de L. infantum (FUJIWARA et al., 2005).

Em 2008, Fernandes e colaboradores testaram em cães desafiados a vacina Leishtec®,

composta pela proteína recombinante A2, específica de formas amastigotas de L. donovani, e

saponina. Nos animais vacinados, constatou-se uma elevação de IgG total e IgG2, mas o IgG1

não foi detectado pela sorologia convencional; os níveis de interferon gama (IFNγ) aumentaram e

os de IL-10 permaneceram baixos. A vacina Leishmune® foi a primeira vacina comercializada no

Brasil para medidas profiláticas contra a LVC e é composta por antígenos FML e saponina

(NOGUEIRA et al., 2005). Além disso, Borja-Cabrera e colaboradores testaram a Leishmune®

como imunoquimioterápico, combinado com Alopurinol ou Anfotericina B em cães. Os resultados

indicaram que a Leishmune® promove um controle da sintomatologia e latência da infeção

(BORJA-CABRERA et al., 2010).

2.5 Vacinologia reversa

A Vacinologia Reversa é definida como identificação in silico de antígenos, fatores de

virulência seguido da clonagem e expressão dos mesmos. Ela usa sequências de genomas de

interesse, ao invés de células, como material para a identificação de novos antígenos, sendo sua

atividade confirmada posteriormente através de experimentos biológicos (RAPPUOLI, 2001). Em

geral, o objetivo é a identificação de genes que codificam fatores de patogenicidade e proteínas

secretadas ou associadas à membrana a partir de algoritmos específicos, identificando assim

proteínas acessíveis ao sistema imune e que possam mediar o desenvolvimento de uma resposta

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imune protetora (BAMBINI e RAPPUOLI, 2009). Assim, há diminuição significativa do tempo e do

custo necessários para encontrar novos alvos para o desenvolvimento de vacinas. A possibilidade

de determinar a sequência completa do genoma de uma bactéria em poucos meses e a baixo

custo permitiu o sequenciamento do genoma de muitas bactérias patogênicas em um curto

intervalo de tempo. Hoje, os bancos de dados contêm sequências genômicas completas de mais

de 80 bactérias, além de parasitos tais como Plasmodium falciparum (GARDNER et al., 2002),

Leishmania major (IVENS et al., 2005), Trypanosoma brucei (BERRIMAN et al., 2005) e

Trypanosoma cruzi (EL SAYED et al., 2005). Poderosas tecnologias, tais como sequenciamento

genômico, análises in silico, proteômica, microarranjo e tecnologia de expressão in vivo têm

revolucionado o estudo de microrganismos patogênicos e o desenvolvimento de vacinas. A

disponibilidade de genomas completos e avanços atuais na Biologia Molecular possibilitam que

cada antígeno de um patógeno possa ser testado quanto à sua habilidade de induzir uma

resposta imune protetora. Várias técnicas de predição in silico vêm sendo desenvolvidas para

identificar candidatos vacinais, principalmente proteínas presentes nos genomas de patógenos

com propriedades antigênicas. Dessa forma, o mapeamento de epítopos tem conduzido ao

chamado “epitopo fishing”, o escaneamento de genomas de patógenos para a busca de epítopos

potenciais utilizando algoritmos de predição (DE GROOT e BERZOFSKY, 2004). Um exemplo da

aplicação da vacinologia reversa é a vacina contra Neisseria meningitidis sorogrupo B

(Bexsero®), composta pela quimera de três antígenos selecionados pela análise do genoma do

parasito, mais outras vesículas de membrana da N. meningitidis Sorogrupo B, adsorvidos em

Hidróxido de Alumínio (PIZZA et al., 2000), principal agente etiológico de sepse e meningite em

crianças e jovens. Recentemente, o Bexsero® foi avaliado e aprovado para a introdução no

mercado e comercialização pelo Comité dos Medicamentos para uso Humano da União Europeia

(CARMONA TORRES et al., 2012; RICE et al., 2012). Pizza e colaboradores em 2000, junto com

o Institute for Genomic Research (TIGR), descrevem que é possível aplicar a vacinologia reversa

na predição de alvos vacinas em bactérias (PIZZA et al., 2000). Outros estudos utilizando

análises in silico em bactérias como Staphylococcus aureus e Bacillus anthracis revelaram 15 e

84 proteínas respectivamente, altamente imunogênicas conhecidas e novos candidatos a vacinas

(RINAUDO et al., 2009). Vários outros potenciais vacinais vêm sendo estudados, como, por

exemplo, vacina contra Streptococcus do sorogrupo A, S. pneumoniae causadora de pneumonia,

otite e meningite (CLEMENTS et al., 2012), contra S. pyogenes, causadora de faringite e

pneumonia (DUPKE et al., 2012). Dentro do sorogrupo B de Streptococcus, têm estudos em S.

agalactiae (GALLA et al., 2012). Outras bactérias vêm sendo estudadas, como Chlamydia

trachomatis, Clostridium difficile, Escherichia coli (AICHLER et al., 2012; LANGERS e VAN DIJK,

2012; WANEK et al., 2012). Além disso, e mostrando a possibilidade da utilização dessa

abordagem em organismos mais complexos, em um trabalho recente realizado com o genoma de

L. major foi feita a predição in silico de epítopos de células T CD8+. As predições foram validadas

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in vivo, apresentando um percentual de imunogenicidade igual a 54% em camundongos testando

26 peptídeos selecionados (HERRERA-NAJERA et al., 2009). Em outro estudo, uma abordagem

de Biologia de sistemas tem sido utilizada para obter um quadro global das respostas imunes

após vacinação em humanos. Isso tem permitido a identificação de novos mecanismos de

regulação da imunidade. Existem várias aplicações potenciais da Biologia de sistemas na

vacinologia (vacinologia de sistemas), entre elas a predição da eficácia vacinal a partir da

identificação de assinaturas moleculares de proteção após vacinação, identificação dos

mecanismos de ação de vacinas e identificação de indivíduos que respondem de maneira sub-

ótima à vacinação, como idosos, crianças, indivíduos imunossuprimidos (MET et al., 2003).

Atualmente, nos EUA, gastam-se cerca de 400 milhões de dólares em todas as etapas de

pesquisa, desenvolvimento, produção e lançamento de vacinas (ANDRE, 1990). Assim, a

vacinologia reversa vem sendo aplicada no desenvolvimento de vacinas contra diversas doenças,

diminuindo o tempo e o custo de desenvolvimento de novas vacinas (BAMBINI e RAPPUOLI,

2009). Estas novas abordagens no desenvolvimento de vacinas têm como objetivo, além de

promover a imunização prévia do indivíduo contra agentes infecciosos, produzir vacinas mais

seguras, eficazes e possivelmente polivalentes.

2.5.1 Disponibilidade de sequências genômicas

Até recentemente, o desenvolvimento de vacinas esteve associado a métodos

convencionais, portanto, gerados por meio de abordagens bioquímicas, imunológicas e

microbiológicas. Com o advento das modernas técnicas de biologia molecular e do

sequenciamento de genomas completos, novas perspectivas têm revolucionado a vacinologia

clássica.

O sequenciamento do genoma humano e de vários outros patógenos proporcionaram um

maior entendimento sobre a imunopatologia humana, e mais precisamente sobre a complexa

interação patógeno-hospedeiro (BRUSIC e PETROVSKY, 2005).

Em 2004, Laurentino e colaboradores mapearam 15% do genoma de L. braziliensis e

compararam com o genoma de L. major. Nesse estudo foi demonstrado que 95% das sequências

exibiram similaridade com proteínas conhecidas de L. major, indicando um alto nível de

conservação entre os dois organismos, os quais compartilharam um ancestral comum antes da

separação do continente americano (FENG et al., 2002).

Apesar da separação entre L. Viannia spp. e L. Leishmania spp. ter ocorrido em torno de 20 a

100 milhões de anos [dependendo se o gênero foi separado por eventos de migração ou

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separação do supercontinente Gondwanda (NAGAYA et al., 2000; USCHMANN et al., 2000)], a

sintenia é conservada por mais de 99% dos genes entre os três genomas, L. infantum, L.

braziliensis e L. major (PEACOCK et al., 2007). Com base na similaridade de sequência e na

arquitetura de cromosomos, a L. braziliensis é claramente mais distante, consistente com a

classificação do subgênero. L. major e L. infantum possuem 36 cromossomos, ao passo que L.

braziliensis possue 35, em decorrência de uma aparente fusão dos cromossomos 20 e 34

(MIYAKUBO et al., 2000).

Em um estudo, Peacock e colaboradores, comparando o genoma de duas espécies de

Leishmania, L. infantum e L. braziliensis, com o genoma de L. major, observaram que, ao

contrário das outras espécies, L. braziliensis possue componentes de vias de interferência

mediadas por RNA, elementos de transposição associados aos telômeros e retrotransposons

(PEACOCK et al., 2007). Está representado na Tabela 1 as características dos genomas de L.

major, L. infantum e L. braziliensis.

Nesse contexto, a disponibilidade de sequências dos parasitos, L. braziliensis que teve seu

genoma praticamente finalizado em 2006 e do genoma de L. infantum, ambos disponíveis no

Kinetoplastid genomics resource (http://tritrypdb.org/tritrypdb/), poderá fornecer uma fonte

incalculável de dados, gerando informações relacionadas ao desenvolvimento de vacinas.

Em 2013, mais de 12000 genomas completos constavam como sequenciados

(http://www.genomesonline.org/cgi-bin/GOLD/index.cgi), e o impacto da disponibilidade dessa

informação relacionado ao desenvolvimento de vacinas já pode ser avaliado. Como exemplo real

do emprego dessa nova abordagem de estudo que utiliza metodologias computacionais de

predição em associação com dados de proteoma e transcriptoma para o desenvolvimento de

vacinas, temos a identificação de antígenos que compõe a vacina contra o Meningococcus

sorotipo B. Na abordagem de vacinologia reversa descrita por Pizza e colaboradores, em apenas

18 meses foram identificados mais candidatos à vacina do que em 40 anos pelo método

convencional (PIZZA et al., 2000).

Tabela 1 – Comparação entre os genomas de L. major, L. infantum e L. braziliensis.

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13

2.5.2 Utilização de algoritmos na predição de epítopos

A imunoinformática ou imunologia computacional se refere a métodos ou ferramentas

computacionais usados nos estudos das funções do sistema imune (BRUSIC e PETROVSKY,

2003). Nos últimos anos houve o ressurgimento do termo Imunologia Teórica (IT) (RAMMENSEE,

2003), que teve origem nos anos 70 a 80, com o encontro internacional em IT realizado no

México. Na época, o encontro era sobre modelos matemáticos para a transmissão da malária.

Com o passar dos anos, a IT tomou outras proporções gigantescas, como bancos de dados

imunológicos, modelagem molecular e sistêmica e imunoinformática estrutural (BRUSIC e

PETROVSKY, 2005).

A imunoinformática vem sendo aplicada emergentemente, como técnica de bioinformática,

que tem seu foco voltado para a estrutura, função e interações das moléculas envolvidas na

imunidade. Um dos seus principais objetivos é a predição in silico da imunogenicidade ao nível de

epítopos. Ferramentas desenvolvidas recentemente, associadas a bancos de dados disponíveis,

podem ser usadas para identificar, caracterizar e fazer a predição de epítopos reconhecidos por

linfócitos T e B, células que têm papel fundamental na infecção e no desenvolvimento de

imunidade protetora em diversas doenças (DE GROOT, 2006).

Uma grande variedade de métodos são normalmente usados em bioinformática, incluindo

redes neurais artificiais (BALDI et al., 2000) e modelos ocultos de Markov (HUGHEY e KROGH,

1996). As redes neurais artificiais são idealizadas para reconhecer padrões não lineares, que

contribuem para interações entre peptídeos e moléculas de MHC (GULUKOTA et al., 1997; BUUS

et al., 2003; NIELSEN et al., 2003), enquanto os modelos ocultos de Markov são desenvolvidos

para caracterizar motivos biológicos com uma composição estrutural própria, e têm sido usados

no campo da imunologia para fazer a predição da ligação de peptídeos em moléculas de MHC

(MAMITSUKA, 1998). Esses métodos são normalmente descritos como métodos de treinamento

computacionais (HUGHEY e KROGH, 1996).

Também é importante investigar a localização subcelular das proteínas, já que as proteínas

imunogênicas devem estar em contato com as células T e B para elicitar uma resposta imune

protetora. Em outras palavras, a localização de uma proteína na célula tem um grande significado

em sua análise funcional (EISENHABER e BORK, 1998). Dessa forma, vários métodos têm sido

desenvolvidos para realizar a predição da localização subcelular das proteínas nos últimos anos

(FENG, 2002; CHOU e SHEN, 2007). Esses métodos podem ser classificados em duas

categorias, sendo a primeira baseada no reconhecimento de sinais de localização N-terminais, e

a segunda baseada na composição de aminoácidos da proteína (NAKAI, 2000). Os preditores

então combinam essas características com métodos de treinamento computacional para decidir

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qual localização é a mais provável (REINHARDT e HUBBARD, 1998; YUAN, 1999; HUA e SUN,

2001).

Em um estudo recente, o grupo de pesquisa avaliou o desempenho de oito algoritmos de

predição de código livre, NetCTL e NetMHC para células T CD8+, BepiPred, AAP12 e BCPred12

para células B e, para localização subcelular de proteínas, WoLF PSORT, TargetP e Sigcleave.

Esses testes foram feitos em proteínas de protozoários, utilizando epítopos (imunogênicos e não

imunogênicos) testados experimentalmente, disponíveis em bancos de dados de domínio público.

Além disso, desenvolvemos um modelo de banco de dados relacional para integrar as predições

feitas e avaliar os algoritmos. O desempenho foi avaliado através da AUC (Area Under Curve) dos

valores falsos positivos e verdadeiros positivos preditos pelos algoritmos NetCTL, NetMHC,

BepiPred, AAP12 e BCPred12. Para os algoritmos de localização subcelular das proteínas, foram

utilizados os valores de sensibilidade e especificidade para a avaliação do desempenho. Isso

provavelmente se deve ao fato de que poucas proteínas de protozoários tiveram toda sua

extensão investigada quanto à presença de epítopos imunogênicos. Em relação às predições da

localização subcelular, os resultados mostraram que os algoritmos são capazes de fazer a

predição correta da localização das proteínas de tripanosomatídeos, mas WoLF PSORT foi o que

apresentou os melhores índices de acurácia e especificidade (RESENDE et al., 2012).

2.6 Biologia de sistemas

Além da vacinologia reversa, outras metodologias vêm sendo empregadas na descoberta de

novos antígenos (RINAUDO et al., 2009). Dentre essas metodologias destaca-se a Biologia de

sistemas, que utiliza uma abordagem multidisciplinar, investigando estruturas e ou interações

complexas entre todas as partes de um sistema biológico. O foco principal é tentar entender a

interação entre o genoma de interesse e o meio ambiente através de modelos matemáticos

capazes de descrever ou predizer respostas de um indivíduo frente a diferentes exposições

(IDEKER et al., 2001; KITANO, 2002). Para estabelecer as interações é preciso muitos dados de

microRNA, mRNA e proteínas (PULENDRAN et al., 2010). Os primeiros trabalhos usando a

Biologia de sistemas em vacinologia foram sobre a identificação de sinalizações moleculares em

pacientes vacinados com YF-17D (vacina contra a febre amarela) capazes de predizer a eficácia

vacinal (QUEREC et al., 2006; GAUCHER et al., 2008). A Biologia de sistemas é necessária para

que as propriedades das redes biológicas, tais como um estado funcional particular ou robustez,

possam ser quantitativamente entendidas e racionalmente manipuladas (SAUER et al., 2007).

Para alcançar os objetivos na Biologia de sistemas é necessário utilizar alguns métodos, como o

estudo de redes biológicas celulares, por exemplo, rede de interação de proteínas – proteínas (ppi

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networks). Esses estudos fornecem informação a respeito de quais proteínas de um genoma

interagem e como elas o fazem (HARRINGTON et al., 2008).

As redes de interação de proteína possuem em geral as mesmas características topológicas

de outros tipos de redes biológicas celulares. Diversas metodologias experimentais vêm sendo

empregadas para a construção de redes de interação de proteínas. Podem-se citar metodologias

como duplo híbrido, utilizadas para detectar interações físicas entre proteínas, e métodos de

purificação por afinidade acoplada à espectrometria de massa de alta produção, utilizados na

determinação de complexos proteicos (HARRINGTON et al., 2008). No entanto, estes métodos

podem não ser geralmente aplicáveis para todas as proteínas em todos os organismos, e podem

também ser propícios a erros sistemáticos. Nesse contexto, surgem as abordagens

computacionais para predição em larga escala de interações de proteína-proteína baseadas na

sequência protéica ou nucleotídica (SKRABANEK et al., 2008). Existem atualmente diversas

aplicações para o estudo das redes biológicas celulares. Muito mais do que conhecer a biologia

complexa de um organismo, as redes celulares estão sendo utilizadas para busca de alvos

terapêuticos para drogas e vacinas. Uma das aplicações das redes celulares nesse sentido é o

seu uso na busca de alvos e/ou marcadores para diferentes tipos de câncer. Pujana e

colaboradores (PUJANA et al., 2007) identificaram novos genes associados com risco maior de

câncer de mama. Além disso, Chuang e colaboradores extraíram propriedades funcionais de

proteínas diretamente do estudo topológico de redes de interação para identificar marcadores de

metástase de câncer de mama (CHUANG et al., 2007). Outro estudo importante utilizando redes

de interação está vinculado ao trabalho sobre o interatoma de linfócito B humano, que identificou

interações desreguladas em fenótipos patológicos específicos (MANI et al., 2008). Na área da

parasitologia, foi identificado um grupo de interação de proteínas no interatoma de Plasmodium

falciparum, um dos agentes patológicos da malária, relacionado à invasão celular, sendo

potenciais alvos vacinais (LACOUNT et al., 2005). Outro trabalho desenvolvido recentemente foi

uma lista de candidatos alvos de droga em L. major utilizando uma rede de interação do parasito

(FLOREZ et al., 2010). Recentemente, Rezende e colaboradores desenvolveram redes preditas

de interação proteína-proteína para os proteomas preditos de L. infantum, L. major e L.

braziliensis; essas redes fornecem valores de MCC (Maximal Clique Centrality) e Degree para

diferentes proteínas dos parasitos (REZENDE et al., 2012). O Degree é a própria contagem do

número de vizinhos diretos que um nó (nesse caso, uma proteína) possui. Um nó com alto valor

de Degree é denominado hub (FREEMAN, 1977). Já o MCC é a medida relacionada ao quão

central um nó é para vários cliques (módulos ou subgrafos); além disso, o tamanho dos cliques

influencia diretamente o seu valor. Assim, se um nó com um alto valor de MCC for neutralizado,

provavelmente vários módulos de uma rede serão afetados. No presente estudo, foi utilizada a

rede de interação de proteínas de L. infantum, as buscas foram feitas gentilmente pelo

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colaborador Antônio Mauro Rezende. A Figura 3 ilustra o significado do MCC, Degree e uma rede

predita do proteoma predito de L. infantum.

2.7 Clonagem e expressão de proteínas heterólogas

O DNA recombinante

Com o advento da tecnologia do DNA recombinante, a clonagem molecular ganhou grande

interesse a nível biotecnológico. A clonagem consiste no isolamento e propagação de moléculas

de DNA idênticas compreendendo pelo menos duas etapas importantes: a primeira etapa é

chamada de ligação, onde o fragmento do DNA de interesse (inserto) é ligado à outra molécula de

DNA (vetor), formando o DNA recombinante. Na segunda etapa, a molécula do DNA

A

Figura 3 - A) Representação de nós com alto MCC (circulo azul) e alto Degree (circulo vermelha); B) Rede predita de interação do proteoma predito de L. infantum desenvolvida por Rezende e colaboradores (2012).

Fonte: Adaptado Rezende et al (2012)

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recombinante é introduzida numa célula hospedeira, num processo chamado de transformação. A

célula hospedeira que adquire o DNA recombinante é denominada de célula transformada ou

transformante (NASCIMENTO et al., 1999). A construção do DNA recombinante está

representada na Figura 4.

Nesse contexto, a Escherichia coli surge como umas das principais e mais utilizadas

células hospedeiras para o emprego da tecnologia do DNA recombinante. Ela é extremamente

utilizada por ser um veículo mais intensamente estudado e provavelmente a célula melhor

conhecida de qualquer espécie, tendo o mapa cromossômico definido e bem caracterizado. E. coli

é uma bactéria Gram-negativa constituída de um DNA imerso no citoplasma e um plasmídeo

circular. O processo da expressão gênica (transcrição e tradução) está ligado com a síntese de

novo de RNA mensageiro (RNAm), ficando imediatamente disponível para a tradução. Não há

modificações pós-traducionais, como ocorre em eucariotos.

Figura 4 - Desenho esquemático para a construção do DNA recombinante.

Fonte : Adaptado http://biologia12d.wordpress.com/

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Produção de proteínas recombinantes

Para a produção da proteína heteróloga de interesse, o gene da proteína a ser expresso

deve primeiramente ser inserido em um vetor de expressão. Os vetores de expressão são

capazes de se autorreplicar e regular a expressão dos genes neles codificados. As estruturas que

formam um vetor são: promotores, origens de replicação, sítios iniciadores e terminadores tanto

da transcrição como da tradução, marcadores seletivos, sítios de múltipla clonagem ou de ligação

do gene isolado. Para a clonagem de genes são utilizados três tipos de vetores: plasmídeos,

bacteriófagos e cosmídeos (LARENTIS et al., 2006).

Atualmente, existem inúmeros sistemas de expressão como bactérias, leveduras, células de

insetos, plantas ou mamíferos. A maior vantagem do sistema de levedura, frente ao bacteriano, é

o potencial que as leveduras em realizar modificações pós-traducionais, tipicamente associadas

com eucariotos superiores, tais como processamento de peptídeo sinal, formação de pontes

dissulfeto, adição de lipídeos e glicosilações O- e N- ligadas. O primeiro sistema desenvolvido

para a expressão de genes heterólogos em fungos foi baseado na levedura do pão,

Saccharomyces cerevisiae. Essa plataforma possui o status de GRAS e foi utilizada com sucesso

na produção de vários fármacos aprovados pela FDA (Food and Drugs Administration), incluindo

a insulina e a primeira vacina recombinante, o antígeno viral da hepatite B (HARFORD et al.,

1987). Para a expressão da proteína de forma bem sucedida, a escolha do sistema de expressão

é de fundamental importância e deve levar em consideração a estrutura da proteína, sua

funcionalidade e complexidade, e também a produtividade desejada (LARENTIS et al., 2006).

No caso, escolhemos como sistema de expressão uma levedura, Pichia pastoris (CREGG e

HIGGINS, 1995), amplamente difundida na comunidade científica, inclusive a nível industrial. A P.

pastoris (CREGG et al., 1985) é uma levedura metilotrófica, que utiliza como única fonte de

carbono o metanol. As reações acontecem inicialmente em organelas especializadas, os

peroxissomos, e depois no citoplasma. O metanol entra nos peroxissomos e é oxidado por

oxidases específicas em formaldeído e peróxido de hidrogênio, que é decomposto em água e

oxigênio molecular por uma catalase. O formaldeído gerado pelas oxidases entra tanto na via

catabólica para obtenção de energia, quanto na via anabólica para obtenção de biomassa. Os

genes que codificam essas oxidases foram identificados e clonados. A P. pastoris possui dois

genes, AOX1 (alcool oxidase 1) e AOX2 (alcool oxidase 2). A enzima AOX2 possui a mesma

atividade específica que a AOX1, mas com um nível de expressão muito menor devido ao fato do

seu promotor ser mais fraco (CREGG et al., 1989). Existem muitos vetores comerciais que podem

ser usados para expressar proteínas em P. Pastoris. Esses vetores são geralmente do tipo

integrativo e possuem um cassete de expressão formado pelo promotor e pela região terminadora

de transcrição do gene AOX1, além de uma marca de seleção, sendo a mais utilizada o gene

histidinol desidrogenase (HIS4) ou resistência a zeocina. O vetor escolhido para ser utilizado

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neste estudo, o pPICZα, é um dos vetores que vêm sendo mais empregados na expressão em P.

pastoris. O vetor possui seleção por zeocina, além de possuircomo sinal de secreção o peptídeo

sinal do fator α, o promotor AOX1 e a região terminadora de transcrição do gene AOX1. Outra

grande vantagem é o tamanho desses vetores, que variam de 3,3 a 3,6 kb. A recombinação

homóloga para a integração dos plasmídeos pode ocorrer com um único ‘crossing over’ no locus

his4 ou no locus AOX1, gerando mutantes com fenótipo Mut+ (Methanol utilization plus). Esse

fenótipo se refere à habilidade de metabolizar metanol como única fonte de carbono. Quando a

recombinação ocorre no locus AOX1 através de um duplo ‘crossing over’ entre regiões do vetor e

do genoma, e a região codificadora AOX1 é completamente removida, o fenótipo resultante MutS

(Methanol utilization slow) é causado pela perda de atividade da álcool oxidase codificada pelo

gene AOX1(VASSILEVA et al., 2001).

Dentre as várias linhagens de P. pastoris disponíveis no mercado, escolhemos a linhagem

X33, que possui o genótipo selvagem, podendo gerar clones com fenótipo do tipo MutS e clones

com fenótipo Mut+ por manter os dois genes que codificam para AOX.

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OBJETIVOS 3

3.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste estudo foi selecionar, clonar e expressar genes do genoma de L.

infantum candidatos vacinais contra a LVC.

3.1.1 Objetivo específico I

Selecionar os antígenos utilizando as ferramentas de bioinformática. Este objetivo será

detalhado na ETAPA I do estudo.

3.1.2 Objetivo específico II

Clonar e expressar os antígenos selecionados pela bioinformática. Este objetivo será

detalhado na ETAPA II.

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MATERIAIS E MÉTODOS 4

4.1 Materiais

4.1.1 Ferramentas de bioinformática

As ferramentas de bioinformática utilizadas no projeto estão referenciadas na Tabela 2.

Tabela 2 - Algoritmos utilizados no projeto

Princípio

Células T CD8

+

NetCTL Através de redes neurais e matrizes de substituição, o algoritmo prediz três

processos: clivagem proteassomal das proteínas, eficiência do transporte pela TAP e ligação dos peptídeos ao MHC-I.

NetMHC Utilizando as redes neurais e matrizes de pontuação e modelos ocultos de

Markov, o algoritmo calculou a afinidade de ligação de peptídeos a diferentes alelos de HLA e H2 de MHC I.

Células T CD4+

NetMHCII Utiliza rede neural artificial para a identificação simultânea do núcleo de ligação

e a afinidade de ligaçãocom moléculas de MHC-II.

Células B

BepiPred Prediz epítopos lineares de células B com base nos modelos ocultos de Markov

e o método de escala de propensão.

BCPred12 Utiliza SVM que analisa e reconhece padrões de antigenicidade.

AAP12 Utiliza a escala AAP juntamente com escala de propensão para predição de

epítopos lineares para células B.

Localização subcelular de

proteínas

WoLF PSORT Baseia-se no nas características dos aminoácidos vizinhos (chamado de kNN)

que analisa peptídeos sinais. composição dos aminoácidos e motivos funcionais para a ligação no DNA.

TargetP Utiliza as informações da porção N terminal das proteínas e discrimina entre

proteínas destinadas à mitocôndria, cloroplasto ou via secretória.

Sigcleave Utilizando as matrizes de peso de cada aminoácido, reporta peptídeos sinais

numa sequência proteíca.

Glicosilações

NetOGlyc Utiliza as redes neurais para predição de O-glicosilação.

NetNGlyc Utiliza as redes neurais para predição de N-glicosilação.

YinOYang Utiliza as redes neurais para predição de sítios de O-β-GlcNAcilação.

Alinhamento de sequências

Blastp Analisa a similaridade entre as sequências, retornando uma lista de resultados

contendo diferentes genes que apresentam graus decrescentes de similaridade com a nossa sequência problema.

Fonte: Elaborado pelo autor. Obs: HLA (antígenos leucocitários humanos); H2 (Antígenos MHC do rato); TAP (Transportadores associadas ao processamento de antígenos); kNN (k-nearest neighbors); AAP (Amino Acids Pairs); SVM (Support Vector Machine).

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4.1.2 Plasmídeos

pPICZα-A (INVITROGEN): Utilizado tanto para a clonagem em E. coli como para integração

no genoma da P. pastoris dos genes. Possui alguns fatores extremamente importantes: o

promotor AOX1, essencial para a integração no gemona da P. pastoris; fator α, que direciona a

proteína recombinante para a via secretória; um sítio múltiplo de clonagem com sítios de restrição

para 10 enzimas; um epítopo myc na região C-terminal, para detecção da proteína; uma cauda de

histidina (6x His) na região C-terminal, necessária para a purificação e a detecção; o gene Sh ble

de resistência a zeocina como marca de seleção para bactérias e leveduras. Na Figura 5 está

mostrado o mapa do vetor.

Figura 5 - Mapa do vetor pPICZα-A

pGEM®-T Easy Vector (PROMEGA): Utilizado para a clonagem dos genes em E. coli.

Possui o gene lacZ, que codifica para a enzima β galactosidase, também possui o gene que

codifica para a β-lactamase que confere resistência para ampicilina. Vetor linearizado comercial

utilizado para a ligação de fragmentos de PCR adenilados. Esse vetor possui, em suas

Fonte: Manual técnico de expressão em P. pastoris da INVITROGEN.

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extremidades, uma timina não pareada que facilita a ligação de produtos de PCR que

apresentam, em suas extremidades 3’ e 5’, adeninas não pareadas geradas pela ação de alguns

tipos de DNA polimerases que têm atividade adenosina terminal transferase. É um vetor presente

no citoplasma celular em alto número de cópias, que possui uma região de clonagem com

múltiplos, sítios de enzimas de restrição, flanqueada pelas sequências promotoras das RNA

polimerases virais SP6 e T7. Essa região de clonagem se encontra dentro da sequência

codificante da enzima β-galactosidase (lacZ), o que permite a seleção de clones transformados

com o plasmídeo contendo o inserto de PCR pela análise da cor, azuis ou brancos, sendo

negativas ou positivas respectivamente. Possui também o gene de resistência à ampicilina (Ampr)

e as sequências da origem de replicação plasmidial (ori) e da origem de replicação de fago (f1

ori). Na Figura 6 está mostrado o mapa esquemático desse vetor.

Figura 6 - Mapa do vetor pGEM T easy

4.1.3 Linhagens de microrganismos

Leishmania infantum (MHOM/BR/1974/PP75): A cepa foi caracterizada e mantida no

laboratório cultivadas em meio ágar-sangue, Nicole-Novy-Neal (NNN) associado ao Liver Infusion

Trytose (LIT) e mantidas em estufa refrigerada à temperatura de 23 ± 1°C. A cepa foi utilizada

para a obtenção dos genes de interesse.

Fonte: Manual técnico pGEM® T easy da PROMEGA.

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Escherichia coli XL10 Gold (STRATAGENE)

Genótipo: endA1 glnV44 recA1 thi-1 gyrA96 relA1 lac Hte Δ(mcrA)183 Δ(mcrCB-hsdSMR-

mrr)173 tetR F'[proAB lacIqZΔM15 Tn10(TetR Amy CmR)]. Fenótipo: sistemas de restrição

deficiente, endonuclease deficiente, recombinase deficiente, permite a seleção de colônias azuis

e brancas, resistente à tetraciclina, resistente ao cloranfenicol. Essa linhagem foi desenvolvida

para a eficiente transformação utilizando moléculas grandes de DNA. Essa linhagem foi utilizada

para armazenamento, clonagem e amplificação de DNAs plasmidiais.

Pichia pastoris X-33 (INVITROGEN)

Genótipo: selvagem. Fenótipo: Mut+ (crescimento rápido em meios contendo o metanol como

única fonte de carbono devido à atividade da enzima AOX1).

4.1.4 Meios de cultura

Meio LB (Luria-Bertani): Solução com 1% de triptona, 1% de NaCl, 0,5% de extrato de

levedura, 1,5% de ágar para meio sólido, pH 7,5. O meio foi autoclavado e estocado a 4ºC.

Meio LSLB (Low Salt Luria-Bertani): Preparar solução de 1% de triptona, 0,5% de NaCl,

0,5% de extrato de levedura, (1,5% de ágar para meio sólido), ajustar o pH para 7.5 com NaOH e

autoclavar. Estocar a 4 ºC.

Meio YPD (Meio extrado de levedura peptona e glicose): Preparar solução de 1% de

extrato de levedura, 2% de peptona, 2% de dextrose e (1,5% de ágar para meio sólido).

Autoclavar. Estocar a 4°C.

Meio MD (Meio mínimo com glicerol): Autoclavar água destilada (adicionar 1,5% de ágar

para meio sólido) e adicionar as soluções-estoque para uma concentração final de 1,34% de

YNB, 4x10-5 % de biotina e 2% de dextrose. Estocar a 4°C.

Meio MM (Meio mínimo com metanol): Autoclavar água destilada (adicionar 1,5% de ágar

para meio sólido) e adicionar as soluções-estoque para uma concentração final de 1,34% de

YNB, 4x10-5% de biotina, 0,5% de metanol. Reservar a 4°C.

Meio BMMY ( Meio complexo tamponado com metanol): Solução 1% de extrato de

levedura , 2% de peptona, 100mM de tampão fosfato de potássio pH6.0, 1,34% de YNB, 4x10-5 %

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de biotina, 0,5% metanol. Para 1L de solução dissolver 10g de extrato de levedura e 20g de

peptona em 700 ml de água destilada e autoclavar. Em seguida, adicionar as soluções-estoque

de acordo com as concentrações finais descritas.

Meio BMGY (Meio complexo tamponado com glicerol): Utiliza-se os mesmos reagentes

substituindo o metanol por glicerol.

Meio MMY (Meio complexo com metanol): Solução 1% de extrato de levedura, 2% de

peptona, 1,34% de YNB, 4x10-5 % de biotina, 0,5% metanol. Para 1L de solução dissolver 10g de

extrato de levedura e 20g de peptona em 800 ml de água destilada e autoclavar. Em seguida,

adicionar as soluções-estoque de acordo com as concentrações finais descritas.

4.1.5 Antibióticos

Para preservação das suas propriedades, os antibióticos foram estocados a -20 ºC e

adicionados a soluções cuja temperatura não ultrapassasse 50°C. O estoque, os meios de cultura

e as placas contendo Zeocina foram armazenados protegidos da luz, porque esse antibiótico é

fotossensível.

Ampicilina (INVITROGEN): Estoque de 100mg/ml. Dose para seleção de 100μg/ml para E.

coli.

Zeocina (INVITROGEN): Estoque de 100mg/ml. Dose para seleção de 25μg/ml para E. coli e

100μg/ml a 1000μg/ml para P. pastoris.

4.1.6 Soluções em geral

dNTP’s 10 mM

IPTG (isopropil-β-D-tiogalactosídeo) 1 M

X-GAL 1 M

Brometo de etídio 10 mg/ml

Iniciadores

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4.1.7 Marcadores de peso molecular

Marcadores de massa molecular para proteína (BIORAD): KALEIDOSCOPETM composto

por proteínas multicolor com as seguintes massas moleculares: 10 a 250 kDa.

Marcadores de massa molecular para DNA GeneRuler 1 Kb (FERMENTAS): Composto

por DNA com os seguintes pares de base: 250 a 10.000 pb.

Marcadores de massa molecular para DNA GeneRuler Low range (FERMENTAS):

Composto por DNA com os seguintes pares de base - 25 a 700 pb.

4.1.8 Enzimas

Enzimas de Restrição: Endonucleases de restrição PmeI para linearização do pPICZα-A,

XbaI e EcoRI para digestão do plasmídeo e dos genes de interesse. As enzimas foram

fornecidas pela NEW ENGLAND BIOLABS . As enzimas reconhecem sequências específicas de

DNA e clivam pontos constantes dentro da sequência.

Ligase: A enzima T4 DNA Ligase, fornecida pela INVITROGEN, catalisa a formação de uma

ligação fosfodiéster entre o grupo fosfato 5´ e o grupo hidroxila 3´ do DNA ou do RNA.

DNA Polimerase: Platinum® Taq DNA Polymerase High Fidelity, fornecida pela

INVITROGEN, catalisa a polimerização de moléculas de DNA de até 20kb e possui atividade

exonuclease 3´-5´(Proofreading).

Lyticase fornecida pela SIGMA: A enzima lyticase hidrolisa as ligações β1-3 da parede de

leveduras, e foi usada na extração do DNA genômico da P. pastoris.

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27

4.2 Métodos

4.2.1 ETAPA I – Seleção dos antígenos pela Bioinformática

O delineamento metodológico da Etapa I esta representada na Figura 7.

Figura 7 - Delineamento metodológico da Etapa I.

Fonte: Autoria própia. ptn = proteína

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4.2.1.1 Obtenção da sequência genômica

Neste trabalho, foi utilizado o genoma do protozoário L. infantum composto por 36

cromossomos e 8.241 proteínas, disponível no Kinetoplastid Genomics Resource através do

seguinte sítio: http://tritrypdb.org/common/downloads/release-2.2/Linfantum/ .

4.2.1.2 Predição de epítopos de células T

Para a predição de epítopos de células T CD8+, foram instalados localmente os algoritmos

NetCTL (PETERS et al., 2003; NIELSEN et al., 2005; LARSEN et al., 2007) e NetMHC (BUUS et

al., 2003; NIELSEN et al., 2003; NIELSEN et al., 2004). Para a realização das predições, os

algoritmos foram parametrizados para genomas de eucariotos, e foram feitas predições para 12

alelos de humanos e sete de camundongos disponíveis, totalizando 19 diferentes alelos. Os

seguintes alelos utilizados foram: A1, A2, A3, A24, A26, B7, B8, B27, B39, B44, B58, B62, H2-Db,

H2-Dk, H2-Dd, H2-Kb, H2-Kd, H2-Kk, H2-Ld.

Enquanto que para a predição de epítopos de linfócitos T CD4+, foi instalado localmente o

algoritmo NetMHCII (NIELSEN et al., 2007; NIELSEN e LUND, 2009). Para a realização das

predições, o algoritmo foi parametrizado para genomas de eucariotos, e foram feitas predições

para 14 alelos de humanos e três de camundongos disponíveis, totalizando 17 diferentes alelos.

Os seguintes alelos foram utilizados: HLA-DRB1-0101, HLA-DRB1-0301, HLA-DRB1-0401, HLA-

DRB1-0404, HLA-DRB1-0405, HLA-DRB1-0701, HLA-DRB1-0802, HLA-DRB10901, HLA-DRB1-

1101, HLA-DRB1-1302, HLA-DRB1-1501, HLA-DRB3-0101, HLA-DRB4-0101, HLA-DRB50101

H2-IAs, H2-IAd e H2-IAb.

4.2.1.3 Predição de epítopos de células B

Para a predição de epítopos de células B, foram instalados localmente os algoritmos

BepiPred (LARSEN et al., 2006) e BCPreds (CHEN et al., 2007; EL MANZALAWY et al., 2008c;

2008b). Foram utilizados, em conjunto com o BepiPred, dois algoritmos do pacote BCPreds, o

BCPred12 e o AAP12. Para a realização das predições, os algoritmos foram parametrizados para

genomas de eucariotos.

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4.2.1.4 Predição da localização subcelular de proteínas

No processo de classificação da localização subcelular das proteínas do parasito, utilizamos

as predições geradas por algoritmos empregando a seguinte abordagem: a) matrizes de peso,

empregadas nos pacotes WoLF PSORT (HORTON et al., 2007b), b) SigCleave (do pacote

EMBOSS) e c) TargetP (EMANUELSSON et al., 2000). A Tabela 3 mostra as possíveis

localizações fornecidas pelos algoritmos.

Tabela 3 - Localizações preditas pelos algoritmos

Algoritmo utilizado

MP- Proteínas mitocondriais TargetP e WoLF

PSORT

CP- Proteínas citoplasmáticas WoLF PSORT

NP- Proteínas nucleares WoLF PSORT

SP- Proteínas de secreção TargetP e WoLF

PSORT

PMP- Proteínas de membrana plasmática WoLF PSORT

4.2.1.5 Desenvolvimento do Banco de Dados relacional

Para a integração dos resultados e a definição das proteínas alvo para o desenvolvimento de

vacina, foi construído um banco de dados relacional. Esse banco de dados possibilitou consultas

em linguagem SQL (Structured Query Language), permitindo o cruzamento de informações entre

os resultados obtidos pelos diversos preditores e a extração da informação. O Sistema

Gerenciador de Bancos de Dados (SGBD) escolhido para realizar essa tarefa foi o MySQL, que

pode ser obtido no seguinte sítio: http://dev.mysql.com/downloads/.

4.2.1.6 Critérios para pré-seleção das proteínas

Para a pré-seleção dos candidatos foram definidos critérios de pré-seleção. De acordo com

os critérios, as proteínas pré-selecionadas deveriam ser excretadas/secretadas ou de membrana

plasmática, com epítopos com afinidade por cada uma das moléculas de MHC (para os alelos

envolvidos) pesquisadas, com epítopos de célula B preditos pelos três preditores utilizados.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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30

4.2.1.7 Buscas por similaridade de sequências

O objetivo foi confrontar as proteínas pré-selecionadas, pela busca no banco de dados, com

o proteoma humano, de cão e camundongo. Isso foi feito utilizando o algoritmo BLASTp, do

pacote Blastall (Basic Local Alignment Search Tool)(ALTSCHUL et al., 1990). Dessa forma,

conseguimos eliminar as proteínas com alto grau de similaridade com os três proteomas, a fim de

evitar possíveis reações de autoimunidade após vacinação. O limite aceitável de similaridade foi

de até 60% (HERRERA-NAJERA et al., 2009)

4.2.1.8 Buscas na rede de interação proteína-proteína

Nesta etapa contamos com a colaboração do Dr. Antônio Mauro Rezende, que juntamente

com a equipe desenvolveram uma rede predita de proteínas do proteoma de L. infantum. As

proteínas com menos de 60% de similaridade com os organismos analisados foram analisadas

nessa rede de interação e foi retornado o grau de centralidade dessas proteínas no proteoma do

parasito e consequentemente na biologia do mesmo. Foram analisados os valores de MCC e

Degree.

4.2.1.9 Critérios técnicos para seleção das proteínas

Um dos critérios foi o número de glicosilações das proteínas. Desse modo, é possível utilizar

algoritmos de reconhecimento de padrões para reconhecer eventuais sítios de modificação em

uma determinada proteína. No caso foram utilizados os algoritmos NetNglyc (GUPTA et al.,

2004), NetOglyc (STEENTOFT et al., 2013) para a predição das glicosilações. Outros critérios

adotados foram a massa molecular e o tamanho das proteínas.

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4.3 ETAPA II – Clonagem e expressão dos antígenos

O delineamento experimental da Etapa II está representado na Figura 8.

Figura 8 - Delineamento experimental da Etapa II.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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4.3.1 Obtenção de massa úmida de L. infantum

Nesta etapa foram utilizadas promastigotas da cepa de Leishmania infantum

MHOM/BR/1974/PP75 referência da OMS. O parasito é mantido no criobanco de cepas do

Laboratório de Imunopatologia (LIMP) do Núcleo de Pesquisa em Ciências Biológicas (NUPEB)

da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A cepa do parasito foi expandida e cultivada em

meio de cultura LIT em estufa biológica refrigerada BOD (FANEM® modelo 347) à temperatura de

23°C ± 1°C. O número de parasitos foi expandido por meio de repiques sucessivos em tubos de

vidro de 3 mL e posteriormente em Erlenmeyers de 25 mL, 50 mL e 500 mL, respectivamente,

para a obtenção final de 2 x 108 células. Após o sétimo dia do último repique, uma alíquota de 20

μL de cada cepa foi removida em capela de fluxo laminar para realização da contagem em

Câmara de Neubauer. Após a contagem e verificação do número de parasitos desejados, as

culturas foram transferidas para tubos de 50 mL (FALCON®, BECTON DICKINSON, EUA), que

foram submetidos à centrifugação em 3.800 x g durante 10 minutos a 4ºC. O sobrenadante foi

desprezado e o sedimento suspenso em solução PBS estéril pH 7,2. As células foram lavadas e

centrifugadas por três vezes (2.500 x g durante 10 minutos a 4ºC) em solução de PBS. A massa

úmida obtida foi estocada em freezer a temperatura -80ºC até o momento do uso.

4.3.2 Extração de DNA genômico de L. infantum

A extração do DNA foi realizada a partir de massas úmidas de parasitos obtidos

anteriormente. Para a obtenção do DNA genômico foi utilizado o kit de extração WizardTM

Genomic DNA Purification Kit (PROMEGA®, MADISON, WI, USA) seguindo as recomendações

do fabricante, descrito de forma sucinta a seguir. As massas de parasitos armazenadas em -80°C

foram descongeladas para a retirada de uma alíquota de 200 μL, e a este volume foram

adicionados 700 μL de solução de lise celular. Em seguida, a amostra foi homogeneizada por 10

minutos e centrifugada a 15.000 x g por um minuto em microcentrífuga (EPPENDORF®- Modelo

5418, NY, USA). Posteriormente, foi descartado o sobrenadante e o precipitado agitado com o

auxílio de vórtex (VISION SCIENTIFIC®, KOREA) por 15 segundos. Em seguida, foram

adicionados 200 μL de solução de lise nuclear e 75μL de solução de precipitação protéica.

Novamente, com o auxílio do vórtex, a amostra foi homogeneizada por 30 segundos e

centrifugada a 15.000 x g por três minutos. O sobrenadante foi transferido para outro tubo, onde

se adicionaram 200 μL de isopropanol (MERCK®, DARMSTAD, ALEMANHA), e em seguida a

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amostra foi homogeneizada por aproximadamente 30 segundos. Após esse procedimento, a

amostra foi centrifugada a 15.000 x g por um minuto, o sobrenadante descartado e o precipitado

novamente levado ao vórtex por 15 segundos. Posteriormente, foram acrescentados 500 μL de

etanol a 70% (MERCK®, DARMSTAD, ALEMANHA), sendo a amostra homogeneizada e

centrifugada a 15.000 x g por um minuto. Em seguida, foi desprezado o sobrenadante e a

amostra deixada por 35 a 45 minutos em temperatura ambiente até total evaporação do etanol.

Finalmente, foram adicionados 100μL de solução de hidratação e as amostras foram mantidas

por 24 horas a temperatura ambiente, sendo periodicamente homogeneizadas. Após esse prazo,

foram armazenadas em geladeira a 4°C até o momento da análise da qualidade do DNA extraído

e início da reação de PCR. O DNA extraído foi quantificado no NANOVUE (GE HEALTHCARE®),

que além de fornecer as concentrações do DNA, possibilita analisar a qualidade do DNA através

da razão A260/280.

4.3.3 Caracterização da Leishmania por PCR-RFLP (Polimorfismo de

tamanho dos fragmentos de restrição)

A caracterização molecular da cepa de referência de Leishmania infantum foi feita pela

análise PCR-RFLP. Primeiramente foi realizado um PCR utilizando o par de iniciadores (150) 5’-

GGG (G/T)AG GGG CGT TCT (G/C)CG AA-3’ e (152) 5’-(G/C)(G/C)(G/C) (A/T)CT AT(A/T) TTA

CAC CAA CCC C-3’, direcionados para amplificação da região conservada dos minicírculos de

kDNA de Leishmania (DEGRAVE et al., 1994). A reação constituiu de: 2 µL de tampão 10x

(INVITROGEN®, CARLSBAD, CA, USA), 1,2 µL de MgCl2 25mM, 0,4 μL de dNTPs 10mM, 1,5 μL

de cada iniciador (150 e 152) 10 pmol, 0,5 μL de Taq DNA polimerase (FERMENTAS -

SINAPSE®) 5U/μL, 50 ng de DNA e água ultrapura q.s.p. 20 μL. As condições de amplificação

foram: desnaturação inicial a 94°C por três minutos, seguida por 40 ciclos a 93ºC por 30

segundos, 64°C por um minuto, 72°C por 30 segundos e uma extensão final a 72°C por sete

minutos. O equipamento utilizado foi o termociclador Verit Termal Cycler 96 well (APPLIED

BIOSYSTEMS®, CALIFÓRNIA, USA). Após a realização da PCR, foi realizada a RFLP kDNA

conforme VOLPINI et al. (2004). Resumidamente, 10 μL do produto da PCR foram digeridos,

através da incubação durante três horas a 37°C, por 2U da enzima HaeIII em seu tampão de uso

10x (INVITROGEN®, CARLSBAD, CA, USA) e água ultrapura totalizando 20 μL. Os fragmentos

de restrição foram separados em gel de poliacrilamida 10%, onde foram aplicados 10 μL do

produto restringido em um volume equivalente de tampão da amostra 2X (azul de bromofenol

0,25%, xilenocianol 0,25% e 15% de ficol). A corrida eletroforética foi realizada a 90 V em TBE

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(Tris-base 89 mM pH 8,0; ácido bórico 89 mM, EDTA 2 mM). Foi utilizado o marcador de peso

molecular de 25 pb (INVITROGEN®, CARLSBAD, CA, USA). Em seguida, os géis foram corados

pelo nitrato de prata 0,2%.

4.3.4 Estratégia de clonagem

A estratégia foi desenhada para a clonagem no plasmídeo pPICZα-A e foram selecionadas

duas enzimas de restrição que estivessem presentes no sítio de clonagem do vetor, mas que não

hidrolizassem os insertos. Para o desenho dos iniciadores de cada gene, foi necessário a inclusão

de sítios de restrição para as endonucleases XbaI e EcoRI, para que os insertos pudessem ser

ligados ao pPICZα-A. Como cada gene possuía um stop codon , foram realizadas mutações sítio

dirigidas, fazendo com que o stop codon ficasse depois da cauda de histidina, o que permite a

expressão da proteína com o epítopo C-myc e a cauda de histidina. A estratégia de clonagem

está representada na Figura 9.

Digestão enzimática com XbaI e EcoRI

Inserto

Vetor

Cauda de histidina

Epitopo C-myc

Figura 9 - Desenho esquemático da estratégia de clonagem.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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35

4.3.5 Amplificação dos genes de interesse por PCR (Reação em

cadeia da polimerase)

As sequências de genes que codificam para as proteínas P4 e P5, selecionadas por

bioinformática, foram amplificadas por PCR, a partir do DNA genômico da Leishmania infantum

(MHOM/BR/1974/PP75), utilizando os iniciadores descritos na Tabela 4.

Tabela 4 - Sequência de iniciadores para amplificação dos genes de interesse

Oligo Sequência

LinP4-RCB senso 5’ GCA G*AA TTC ATG AAG TTC ATG GAC GTA

LinP4-RCB antisenso 5’ T*CT AGA CAC CGT ATT TTC TTC TCG CCT

LinP5-RCB senso 5’ GCA G*AA TTC ATG GCG TCT GTA GTT GGC A

LinP5-RCB antisenso 5’ T*CT AGA TAC CAT TGG AAT CGC GAG CTG G

*em negrito esta representado os sitios de restrição para as enzimas EcoRI e XbaI respetivamente

Nas reações de PCR foram utilizados os iniciadores específicos para cada gene numa

reação com o volume final de 300 µL, constituída de: 30 µL do tampão 10x para a enzima de alta

fidelidade (INVITROGEN®, CARLSBAD, CA, USA), 12 µL de MgSO4 50 mM, 6 µL de dNTPs

10mM, 12 µL de cada iniciador (senso e antisenso) 10 pmol, 1,5 µL de Platinum® Taq DNA

polimerase High Fidelity 5U/µL (INVITROGEN®, CARLSBAD, CA, USA), 100 ng de DNA e água

ultrapura q.s.p 300 μL. A amplificação ocorreu no aparelho termociclador VeritTermal Cycler 96

well (Applied Biosystems®,Califórnia, USA) sob as seguintes condições de amplificação:

desnaturação inicial a 94ºC por dois minutos, seguida por 32 ciclos a 94ºC por 30 segundos, 60°C

por 45 segundos, 68°C por três minutos. O produto de PCR (10µL) foi submetido a uma corrida

eletroforética em gel de agarose 1% EtBr (Brometo de Etídio) em TAE 1X (Tris-Acetato 0,04M;

EDTA 0,001M pH 8,0), voltagem de 90 V, sendo visualizado em luz UV de transiluminador (UVP-

Transilluminator; Modelo TM-36, USA) e fotografado.

4.3.6 Purificação de DNA

Para a purificação dos fragmentos, foram utilizados os 290 µL restantes do produto de

PCR, que foram submetidos às mesmas condições de fracionamento eletroforético.Os amplicons

correspondentes aos genes que codificam as proteínas em estudo foram obtidos pela

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36

amplificação descrita no item anterior e foram purificados pelo kit Wizard® SV Gel and PCR

Clean-Up System (PROMEGA®, MADISON, WI, USA), para serem utilizados na clonagem,

seguindo o protocolo do fabricante, descrito a seguir.

Os amplicons de interesse foram cortados do gel de agarose 1,5%. Foram adicionados 10

µL da solução de ligação à coluna para cada 10 mg do gel cortado, vortexando e incubando

depois a 50-60ºC até a dissolução total do gel. Em seguida, a mistura foi transferida para uma

minicoluna, onde foi incubada por um minuto a temperatura ambiente. Logo após a incubação, o

sistema foi centrifugado a 16.000 x g por um minuto. Foram feitas duas lavagens adicionado-se à

minicoluna 700 µL da solução de lavagem, e posterior centrifugação (16.000 x g). Para a eluição

do DNA, a minicoluna foi transferida para um tubo de microcentrífuga, onde foram adicionados 50

µL de água livre de nucleases, sendo incubada por um minuto a temperatura ambiente e

centrifugada por um minuto a 16.000 x g. O DNA obtido foi estocado a -20ºC.

4.3.7 Preparação de bactérias quimiocompetentes

As bactérias E.coli XL-10 GOLD foram pré-inoculadas em sete mL de meio LB (Luria Bertani)

e incubadas sob agitação a 180-200 RPM no Shaker (NEW BRUNSWICK SCIENTIFIC- modelo I-

42/42R) a 37ºC overnight. A cultura bacteriana foi inoculada em 100 mL de meio LB e novamente

incubada a 37°C a 180-200 RPM. O crescimento foi acompanhado até a cultura atingir uma DO

(A600nm) entre 0,4 e 0,6, correspondendo à fase logarítmica de crescimento. As bactérias foram

centrifugadas a 3.000 x g durante 15 minutos a 4ºC e o sedimento homogeneizado em 50 mL de

CaCl 75 mM, Tris-HCl pH 8,0. A suspensão bacteriana foi incubada em gelo por 20 minutos e

centrifugada como descrito anteriormente. O pellet celular foi ressuspendido em 2,5 mL da

mesma solução, acrescida de 15% de glicerol, sendo distribuído em alíquotas mantidas no gelo e

congeladas a -80ºC até o momento do uso (AUSUBEL, 1994).

4.3.8 Obtenção de DNA plasmidial

A obtenção de DNA plasmidial em pequena escala (miniprep) foi realizada com o kit Wizard®

Plus SV Minipreps DNA Purification System (PROMEGA®, MADISON, WI, USA) seguindo o

protocolo do fabricante. As bactérias contendo os plasmídeos recombinantes (pPICZα-A e

pGEM® T easy) foram repicadas em 10 mL de meio LBLS (baixa concentração de sal) ou LB

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acrescidos de zeocina 25 µg/mL ou ampicilina 100 µg/mL respectivamente, a 37ºC, sob agitação,

por 16 horas. As culturas bacterianas foram centrifugadas a 10.000 x g por 15 minutos. Os

sobrenadantes foram descartados e os sedimentos ressuspendidos em 250 µL da solução de

ressuspensão. Foram adicionados 250 µL da solução de lise celular e 10 µL da solução de

protease alcalina, misturando bem e incubando por cinco minutos a temperatura ambiente. Em

seguida, foram acrescentados 350 µL da solução de neutralização, misturando bem e

centrifugando depois por 10 minutos a 16.000 x g. O sobrenadante foi transferido para a

minicoluna, que foi acoplada a um tubo coletor, e o sistema foi centrifugado a 16.000 x g por um

minuto, esvaziando o tubo coletor. Ao sistema foram adicionados 750 µL da solução de lavagem,

que foi centrifugado por um minuto a 16.000 x g, esvaziando o tubo coletor. A etapa anterior foi

repetida com 250 µL da solução de lavagem, centrifugando por dois minutos a 16.000 x g. A

minicoluna foi transferida para um tubo de microcentrífuga, e o DNA foi eluído com 100 µL de

água livre de nucleases, sendo centrifugado a 16.000 x g. A minicoluna foi descartada e o DNA

plasmidial foi estocado a -20ºC.

4.3.9 Clonagem no vetor pGEM T easy

Os genes foram clonados no vetor pGEM®

T easy (PROMEGA®, MADISON, WI, USA). Essa

etapa foi feita para confirmar a estratégia de clonagem e para facilitar a digestão dos insertos.

4.3.9.1 Reação de ligação inserto-vetor

Para as reações de ligação, foi padronizada a razão molar oito para um, que se refere a oito

moléculas de inserto (P4 ou P5) para uma molécula de plasmídeo (pGEM). A quantidade de DNA

purificado (inserto) para a ligação foi calculada tendo como base a equação:

ng do inserto = 50 ng plasmídeo × Kb (inserto) × 8 Kb (plasmídeo) 1

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Levando em consideração o protocolo indicado pelo fornecedor para a reação de ligação,

foram adicionados num tubo de PCR 5 µL de tampão 2X, 1 µL do pGEM T easy, 1 µL da enzima

T4 DNA Ligase (PROMEGA®, MADISON, WI, USA), a quantidade calculada de inserto e água

ultrapura q.s.p 10 µL. A reação foi incubada a 4ºC overnight para a reação de transformação. Os

plasmídeos recombinantes foram denominadas de pGEM/(gene de interesse P4 ou P5), exemplo:

pGEM/P4 se refere ao plasmídeo recombinante pGEM contendo o gene P4.

4.3.9.2 Transformação bacteriana

A transformação bacteriana foi realizada em tubos de microcentrífuga, utilizando 10 µL da

reação de ligação adicionados a 100 µL da bactéria quimiocompetente descongelada no gelo. A

mistura foi incubada no gelo durante 30 minutos. Após esse tempo, foi feito o choque térmico

através da incubação por dois minutos e 30 segundos a 42ºC, seguida pela incubação em gelo

por dois minutos. Após o choque térmico, foram adicionados 900 µL do meio LB (Luria

Bertani)sem antibiótico a cada tubo, os quais foram incubados, sob agitação, a 37ºC por uma

hora. A cultura bacteriana foi sedimentada em microcentrífuga a 3.000 x g por cinco minutos. O

pellet foi homogeneizado em aproximadamente 200 µL de meio LB. Um volume de 100 µL foi

plaqueado em placas de Petri contendo o meio LB ágar (LB acrescido de 1,5% ágar) acrescido de

ampicilina 100 µg/mL, de IPTG 1 mM (Isopropil-β-D-tiogalactopiranosideo) e de X-Gal 0,04 mg/mL

(5-bromo-4-Cloro-3-indolyl-β-d-galactopiranosideo). As placas foram incubadas em estufa

(QUIMIS APARELHOS CIENTÍFICOS LTDA – modelo Q316M) a 37ºC overnight.

4.3.9.3 Triagem dos clones por PCR

As colônias brancas obtidas na transformação foram repicadas em tubos de microcentrífuga

contendo meio LB e ampicilina 100 µg/mL por 16 horas a 180-200 RPM no Shaker. Para a reação

de PCR, foram utilizados 2 µL da cultura, 1,2 µL de tampão 10X, 0,72 µL de MgCl2 50 mM, 0,24

µL de dNTPs 10mM, 0,9 µL de cada iniciador (senso e antisenso) de cada gene 10 pmol, 0,5 µL

de Taq DNA polimerase 5U/µL (FERMENTAS - SINAPSE®) e água ultrapura q.s.p 12 μL. As

condições de amplificação foram as mesmas da reação de PCR anteriormente descrita (item

4.10.5). Um volume de 10 µL do produto de PCR foi submetido a uma corrida eletroforética em

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gel de agarose 1,5% EtBr em TAE 1X, sob voltagem de 90 V, e o gel foi visualizado em luz UV e

fotografado.

4.3.9.4 Confirmação dos clones por digestão enzimática

O DNA plasmidial dos clones positivos na triagem por PCR foram utilizados para a realização

da digestão enzimática. Foram adicionados num tubo de PCR 2 µL de tampão IV 10X, 2U de

cada enzima, EcoRI (NEW ENGLAND BIOLABS®) e XbaI (NEW ENGLAND BIOLABS

®), 0,2 µL

de BSA 100X, 100 ng de plasmídeo recombinante e água ultrapura q.s.p 20 µL. As misturas

foram incubadas a 37ºC overnight e fracionadas em gel de agarose 1,5% EtBr em TAE 1X. A

cuba utilizada para eletroforese foi ligada a uma fonte alimentadora, sob voltagem de 90 V por 40

minutos, e o gel foi visualizado em luz UV e fotografado.

4.3.10 Clonagem no vetor pPICZα-A

Para a clonagem no vetor pPICZα-A (INVITROGEN®, CARLSBAD, CA, USA), tanto o vetor

como os plasmídeos recombinantes pGEM/inserto foram submetidos a digestões enzimáticas

com as mesmas endonucleases. As reações de restrição foram feitas com 10 µL de tampão IV

10X, 1 µl de BSA 100X, 20U de cada enzima de restrição EcoRI e XbaI, 1 µg de DNA plasmidial e

água ultrapura q.s.p 100 µL. As reações foram incubadas a 37ºC overnight e fracionadaos em gel

de agarose 1,5% EtBr em TAE 1X sob voltagem de 90 V , e o gel foi visualizado em luz UV. As

bandas de interesse foram excisadas do gel de agarose para posterior purificação pelo kit

Wizard® SV Gel and PCR Clean-Up System, conforme o protocolo especificado pelo fabricante, e

utilizadas na reação de ligação.

4.3.10.1 Reação de ligação inserto-vetor

Para as reações de ligação, foi padronizada a razão molar oito para um. Para o cálculo da

quantidade de DNA a ser usado foi utilizada a mesma equação do item 4.10.9.1. Tendo em conta

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40

o protocolo indicado pelo fornecedor, para a reação de ligação foram adicionados num tubo de

PCR 4 µL de tampão 5X, 50 ng do plasmídeo pPICZα-A, 2,5U da enzima T4 DNA Ligase

(INVITROGEN®, CARLSBAD, CA, USA), a quantidade calculada de inserto e água ultrapura q.s.p

20 µL. A reação foi incubada a 16°C overnight. Esta reação de ligação foi utilizada para a

transformação das bactérias quimiocompetentes. Os plasmídeos recombinantes foram

denominados de pPICZ/(gene de interesse P4 ou P5), exemplo: pPICZ/P4 se refere ao plasmídeo

recombinante pPICZα-A contendo o gene P4.

4.3.10.2 Transformação bacteriana

A transformação bacteriana foi realizada em tubos de microcentrífuga, utilizando 10 µL da

reação de ligação adicionados a 100 µL da bactéria quimiocompetente descongelada em gelo. A

mistura foi incubada em gelo durante 30 minutos. Após esse tempo, foi feito o choque térmico

através da incubação por dois minutos e 30 segundos a 42ºC, seguido pela incubação em gelo

por dois minutos. Após o choque térmico, foram adicionados 900 µL do meio LBLS (meio LB Low

Salt)sem antibiótico a cada tubo, os quais foram incubados, sob agitação, a 37ºC por uma hora. A

cultura bacteriana foi sedimentada em microcentrífuga a 3.000 x g por cinco minutos. O pellet foi

homogeneizado em aproximadamente 200 µL de meio LBLS. Um volume de 100 µL foi plaqueado

em placas de Petri contendo o meio LBLS ágar (LB Low Salt acrescido de 1,5% de ágar) e

ZeocinaTM 25 µg/mL. As placas foram incubadas em estufa a 37 ºC overnight.

4.3.10.3 Triagem dos clones por PCR

As colônias obtidas na transformação foram repicadas em tubos de microcentrífuga contendo

meio LB low salt e ZeocinaTM 25 µg/mL por 16 horas a 180-200 RPM no Shaker. Para a reação

de PCR, foi utilizado o mesmo protocolo descrito no item 4.10.5.

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41

4.3.10.4 Confirmação dos clones por digestão enzimática

O DNA plasmidial dos clones positivos na triagem por PCR foram utilizados para a realização

da digestão enzimática. Procedeu-se da mesma forma que foi descrita no item 4.10.9.4.

4.3.11 Transformação da levedura P. pastoris X33

4.3.11.1 Preparo e linearização do vetor recombinante

Os clones pPICZ/P4 e pPICZ/P5 contendo os genes de interesse foram usados para

transformar P. pastoris X-33. O isolamento do DNA plasmidial dos clones foi feito em pequena

escala, conforme descrito anteriormente. Aproximadamente 10 µg dos plasmídeos purificados

foram hidrolisados com a enzima de restrição PmeI, sítio único localizado na sequência do

promotor AOX1. A linearização dos plasmídeos com a enzima de restrição PmeI direciona a

integração do DNA recombinante, por um único “crossing over” entre o locus AOX1 no

cromossomo e o promotor AOX1 no vetor, gerando transformantes fenotipicamente com alta

velocidade de crescimento em metanol, uma vez que mantêm o gene AOX1 endógeno intacto.

Assim, o fenótipo dos transformantes é Mut+.

4.3.11.2 Preparo de células competentes de P. pastoris

Foi feito um pré-inóculo em 5 mL de YPD 2% da levedura a ser transformada e incubada no

shaker a 28ºC por 24 horas a 200 RPM. Um inóculo de 5 mL do pré-inóculo (ou mais,

dependendo da célula) foi feito em 50 mL do caldo YPD 2%, incubando-se no shaker a 28ºC, 200

RPM até atingir a DO600nm =0,8 – 1,0. As células foram coletadas em tubo de 50 mL (FALCON®,

BECTON DICKINSON, EUA), assepticamente, centrifugando por três minutos a 3.000 RPM. O

sobrenadante foi desprezado, lavando-se as células com 20 mL de água estéril gelada,

homogeneizando e vortexando levemente, seguido de centrifugação a 3.000 RPM por três

minutos. As células foram ressuspendidads em 5 mL de LiCl (100mM) e incubadas por no

mínimo 1h30min a 28 ºC e 200 RPM. A suspensão de células competentes foi usada

imediatamente sem estocar.

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42

4.3.11.3 Transformação da levedura

Para a transformação integrativa, foram preparados três tubos de microcentrífuga para a

cepa, um branco e dois testes, com concentrações diferentes de DNA. Nos tubos foram

adicionados 300 µL da suspensão de células competentes. O DNA carreador (esperma de

salmão-10 mg/mL) foi desnaturado a 950C por cinco minutos e mantido no gelo até o uso. O DNA

plasmidial linearizado (aproximadamente 10 µg) foi parcialmente desnaturado antes do uso a

650C por cinco minutos. A mistura contendo a suspensão de células, o DNA carreador e o DNA

plasmidial linearizado foi incubada na estufa a 300C por uma hora, seguido de um choque térmico

em banho maria a 420C por 20 minutos. Após o choque térmico, a mistura foi centrifugada a 4.000

x g por um minuto desprezando o sobrenadante assepticamente. Foi adicionado 1 mL de sorbitol

1M, homogeneizando e centrifugando a 4.000 x g por um minuto, e o sobrenadante foi

desprezado assepticamente. O pellet foi ressuspendido em 200 µL de sorbitol 1M e plaqueado

com pérolas de vidro em meio YPD ágar acrescido de zeocina 125 µg/mL. A incubação foi feita a

28-300C por 72 horas ou mais. A transformação da linhagem X-33 com a construção linearizada

favorece uma recombinação simples (inserção) no locus AOXI genômico da levedura, como está

mostrado na Figura 10.

Figura 10 - Esquema representativo do cassete de expressão no genoma da P. pastoris.

Fonte: Manual técnico de expressão em P. pastoris da INVITROGEN.

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43

4.3.11.4 Seleção dos clones pelo fenótipo

Como já descrito, a cepa X-33 teoricamente gera clones Mut+, porém, com a presença da

sequência AOX1 no plasmídeo existe a possibilidade da recombinação ocorrer na região 3’

AOX1, interrompendo o gene AOX1 selvagem e originando transformantes que utilizam metanol

de forma lenta (MutS). Para selecionar o fenótipo dos clones recombinantes, foi utilizada a técnica

do plaqueamento de microgota. Para isso, 20 µL da cultura dos clones selecionados pela zeocina

foram plaqueados no meio MM e MD ágar. As placas foram incubas a 28-300C por dois dias. As

colônias Mut+ devem crescer bem nas duas placas, uma vez que são capazes de utilizar metanol

ou dextrose como fonte de carbono, e as colônias MutS devem crescer bem na placa MD e

crescer pouco ou nada em placas MM, já que não conseguem metabolizar metanol. Os clones

foram plaqueados de acordo com a Figura 11.

Figura 11 - Desenho esquemático do plaqueamento de microgota para a determinação do fenótipo dos clones

recombinantes da cepa X33.

Fonte: Manual técnico de expressão em P. pastoris da INVITROGEN.

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44

4.3.11.5 Confirmação da integração por PCR

Após a análise do fenótipo, foram selecionados somente os clones Mut+, e a eficiência da

recombinação foi avaliada através de PCR de colônias utilizando-se como molde o DNA

genômico da levedura. Um mL de cultura dos clones Mut+ foi centrifugado a 14.000 x g por 10

minutos e o pellet resuspendido em EDTA. Posteriormente foram adicionados 2,5U da enzima

lyticase. A partir do passo descrito, segue-se o mesmo protocolo para extração de DNA genômico

de L. infantum. Nas reações de PCR foram utilizados os iniciadores específicos para a região

AOX1 e para cada gene numa reação com o volume final de 12 µL, seguindo-se o mesmo

protocolo para triagem dos clones nos vetores pGEM T easy e pPICZα-A. Para a amplificação do

locus AOX1 foram utilizados os seguintes iniciadores: 5´ AOX1---5´ GAC TGG TTC CAA TTG

ACA AGC 3´; 3´ AOX1 ---5´GCA AAT GGC ATT CTG ACA TCC 3´.

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45

RESULTADOS 5

Os resultados encontrados estão do presente trabalho estão descritos nas ETAPAS I e II, mostradas abaixo.

5.1 ETAPA I

Estão descritos todas as predições de epitopos, localização subcelular das proteínas e os

critérios utilizados para a seleção dos antígenos através das ferramentas de Bioinformática.

5.1.1 Predição de epítopos de células T

Após a realização da predição de epítopos de células T CD4+ com o NetMHCII (referente ao

MHC de classe II) e de células T CD8+ com NetMHC e NetCTL (referentes ao MHC de classe I),

os resultados foram parseados com parsers específicos, e inseridos no banco de dados

relacional. No contexto das células T CD4+, o algoritmo NetMHCII realizou 5.859.600 predições,

enquanto que em relação as células T CD8+, os algoritmos NetCTL e NetMHC realizaram

1.700.109 e 277.398 predições respectivamente. Na Figura 12 está representado o número de

epítopos preditos e inseridos no banco de dados, tanto para as células T CD4+ como T CD8+.

Figura 12 - Número de epítopos preditos para células T. O algoritmo NetMHCII foi utilizado para a predição de epítopos de células TCD4

+, e os algoritmos NetCTL e NetMHCforam utilizados para a predição de epítopos de células TCD8

+.

Fonte: Autoria própria.

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46

5.1.2 Predição de epítopos de células B

Após a predição dos epítopos de células B pelos algoritmos BepiPred, BCPred12 e AAP12,

foi feito o parseamento e integração no banco de dados dos resultados.Os algoritmos BepiPred

BCPred12 e AAP12 realizaram 47.482, 957.493 e 2.361.313 predições respectivamente. Os

resultados estão representados na Figura 13.

5.1.3 Predição da localização subcelular de proteínas

Após realizar a predição da localização subcelular de proteínas usando o WoLF PSORT, o

TargetP e o Sigcleave. As proteínas secretadas, excretadas ou vinculados à membrana

plasmática foram selecionados pelos parseadores e inseridas no banco de dados. O algoritmo

TargetP realizou 894 predições de proteínas secretadas, enquanto que os algoritmos Sigcleave

e WoLF PSORT realizaram 1983 e 2020 predições respectivamente, entre proteínas secretadas e

vinculados a membrana plasmática. Na Figura 14 estão representados os resultados parseados

da predição da localização subcelular das proteínas do parasito.

Figura 13 - Número de epítopos preditos para células B utilizando os algoritmos BepiPred, BCPred12 e AAP12.

Fonte: Autoria própria.

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5.1.4 Desenvolvimento do Banco de Dados relacional

O esquema do Banco de Dados Relacional desenvolvido foi extremamente importante para a

criação de um ambiente capaz de integrar todos os dados validados e as informações

relacionadas com predições de epítopos MHCI (algoritmos NetCTL e NetMHC), predições de

epítopos MHCII (algoritmo NetMHCII), predições de epítopos de células B (algoritmos BepiPred,

BCPred12 e AAP12), predições da localização subcelular de proteínas (algoritmos WoLF PSORT,

TargetP e Sigcleave). Para isso, foi escolhido o Sistema Gerenciador de Banco de Dados MySQL,

que possibilita fazer buscas específicas no banco de dados, de modo a responder diferentes

perguntas. Nesse banco de dados, foram criadas nove tabelas para dados obtidos através dos

preditores e mais duas tabelas, uma chamada tabela chave, que comporta todas as informações

do proteoma predito da L. infantum, e a outra composta por todos os alelos (humanos e de

camundongo) utilizados para os três algoritmos, NetMHC, NetMHCII e NetCTL. A tabela chave se

relaciona com todas as tabelas de preditores, como mostra a Figura 15.

Figura 14 - Número de proteínas preditas como secretadas/excretadas ou vinculados à membrana plasmática de L. infantum, utilizando os algoritmos TargetP, Sigcleave e WoLF PSORT

Fonte: Autoria própria.

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Figura 15 - Modelo do Banco de Dados Relacional desenvolvido.

5.1.5 Critérios para pré-seleção das proteínas

Para pré-selecionar os candidatos, foi necessário a realização de buscas no banco de dados

relacional, levou-se em conta os algoritmos WoLF PSORT(localização subcelular de proteínas),

AAP12, BCPred12 e Bepipred (células B), NetMHC e NetCTL (ligantes de MHC de classe I) e

NetMHCII (ligantes de MHC de classe II). As buscas foram feitas utilizando comandos na

linguagem SQL (Structured Query Language). Usando esses critérios de busca, encontramos 545

proteínas bastante imunogênicas.

Fonte: Desenvolvida in house.

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49

5.1.6 Busca por similaridade de sequências

Usando o algoritmo BLASTp, (alinhamento local de sequências de proteínas), do pacote

Blastall, todas as 545 proteínas foram confrontadas com os proteomas preditos de cão,

camundongo e humano, e as proteínas com mais de 60% de similaridade foram excluídas. Após

essas análises, 282 proteínas com pouca similaridade com os três organismos analisados foram

selecionadas.

5.1.7 Buscas na rede de interação proteína-proteína

As 282 proteínas selecionadas na etapa anterior foram analisadas na rede de interação

proteína-proteína de L. infantum, obtendo-se o índice de MCC e o Degree de 28 proteínas. O

Degree se refere ao número de interações que uma proteína (denominada nó) faz com os

vizinhos, sendo um nó com alto Degree chamado de hub. O valor de MCC mostra o quão central

um nó é em relação aos outros. Quanto maior for esse valor, maiores são as chances de a

neutralização desse nó afetar outros nós vizinhos, desestabilizando a rede (REZENDE et al.,

2012). Esses resultados são interessantes, levando em consideração que proteínas vitais para a

biologia de parasito provavelmente sofrem menos mutações, fazendo com que essas proteínas

sejam alvos promissores no desenvolvimento de vacinas. Entre as 28 proteínas obtidas após

essas buscas, foram selecionadas as com maiores valores de MCC e Degree, levando-se em

conta também alguns critérios discutidos a seguir. A Tabela 5 mostra as proteínas selecionadas e

os valores de MCC e Degree.

Tabela 5 - Interações das proteínas selecionadas, com as demais proteínas do parasito

MCC Degree

P2 264 7

P3 7 8

P4 11 7

P5 6 5

Fonte: Autoria própria.

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P2 P3 P4 P5

Glicosilações 9 3 0 0

Aminoácidos 893 974 447 522

Massa molecular 101 kDa 107 kDa 51 kDa 57 kDa

Pares de bases 2682 2925 1344 1569

5.1.8 Critérios técnicos para a seleção das proteínas

Além dos critérios de seleção, adotaram-se alguns critérios “técnicos” para a seleção das

proteínas, levando em consideração a clonagem e a expressão das proteínas. O primeiro critério

foi o tamanho do gene, consequentemente, o massa molecular da proteína traduzida, dando-se

preferência para genes menores, para facilitar a clonagem e a expressão das proteínas. O

segundo foi o número de glicosilações de cada proteína, selecionando-se proteínas com menos

glicosilações devido à menor capacidade da P. pastoris em adicionar cadeias de carboidratos. A

tabela abaixo mostra os resultados das proteínas selecionadas.

Tabela 6 - Resultados dos critérios técnicos para a seleção das proteínas

5.2 ETAPAII

5.2.1 Caracterização da espécie de Leishmania por PCR-RFLP

Na Figura 16 estão representados os resultados referentes à PCR-RFLP para os produtos

de amplificação de 120pb (pares de base) obtidos na reação de PCR para a região conservada

do minicírculo do kDNA, seguida pela digestão da enzima de restrição HaeIII. A adição de HaeIII

levou à formação de um perfil de restrição de acordo com a espécie Leishmania infantum.

Fonte: Autoria própria.

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51

VOLPINI et al. (2004), ao realizarem a amplificação da região conservada do minicírculo do

cinetoplasto (mKDNA) que possui 120 pares de base (pb) em diferentes amostras biológicas de

Leishmania spp. seguido da digestão enzimática pela endonuclease HaeIII verificaram diferentes

padrões de restrição para cada espécie do parasito. As amostras que não apresentavam

restrição, isto é, matinham no gel os 120 pb após a digestão por HaeIII, pertenciam à espécie L.

amazonensis. Por outro lado, as amostras que apresentavam perfil de restrição de tamanhos de

80 e 40 pb pertenciam à espécie L. braziliensis e por fim as amostras que possuíam fragmentos

de 120, 80, 60 e 40 pb pertenciam à espécie L. infantum. Esses resultados demonstram que a

PCR-RFLP pode ser usada como uma técnica rápida, prática e segura para identificação de

espécies de Leishmania em diferentes amostras biológicas. HAJJARAN et al. (2011), avaliando

amostras obtidas de pacientes com leishmaniose cutânea, demonstraram que a PCR-RFLP pode

ser utilizada como uma poderosa técnica.

5.2.2 Amplificação dos genes de interesse

Serão apresentados somente os resultados para P4 e P5. Com o objetivo de clonar as

proteínas selecionadas em bactérias, utilizou-se a PCR para amplificar as regiões que codificam

Figura 16 - Perfil de restrição do mkDNA com Hae III. PM (Peso Molecular low range DNA ladder); 1 amplicon do mkDNA de L. infantum digerido com Hae III.* representa as quatro bandas do perfil de restrição (40, 60, 80 e 120 pb) compatível com L. infantum. As setas representam o padrão de peso molecular.

50 pb

75 pb

100 pb

PM 1

Fonte: Autoria própria.

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52

cada gene, gerando amplicons com 1358 e 1583 pb(s). Como DNA molde utilizou-se o DNA

genômico da cepa de Leishmania infantum caracterizada anteriormente. A Figura 17 mostra os

amplicons de P4 e de P5.

5.2.3 Clonagem no pGEM T easy

Através dos genes amplificados e purificados foram realizadas as reações de ligação no vetor

pGEM T easy. A célula competente E. coli DH5-α foi transformada com o vetor construído,

denominado pGEM/P4 ou P5. Após a transformação, as células foram plaqueadas em meio LB

com ampicilina. Foram selecionadas colônias desta placa, como sendo possíveis clones

recombinantes com a construção pGEM/P4 ou P5 correta. Foi realizada uma triagem desses

clones por PCR utilizando os iniciadores específicos para cada gene, e o DNA plasmidial dos

clones positivos (Figura 18) foi purificado através de miniprep.

Figura 17 - Amplificação dos genes P4 e P5 através da PCR. PM (Peso Molecular 1Kb); P4 (amplicon do gene P4 – 1358 pb); P5 (amplicon do gene P4 – 1583 pb). As setas representam o padrão de peso molecular.

Fonte: Autoria própria.

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53

Na Figura 19 está mostrada a confirmação da clonagem por digestão enzimática do DNA

plasmidial. Pela análise da Figura 18, pode-se observar o perfil de digestão, onde os clones

positivos apresentam duas bandas, uma referente ao plasmídeo (3.000 pb) e a outra referente ao

gene de interesse.

Figura 18 - Triagem dos clones P4 e P5 por PCR. PM (Peso Molecular 1Kb); 1 (Controle positivo P4 utilizando o DNA genômico de L. infantum); 2 a 8 (Clones P4); 9 (Controle negativo); 10 (Controle positivo P5 utilizando o DNA genômico de L. infantum); 11 a 14 (Clone P5). As setas representam o padrão de peso molecular.

Figura 19 – Confirmação da clonagem por digestão enzimática dos clones. PM (Peso Molecular 1Kb); 1 (canaleta vazia); 2 (pPGEM/P4 não digerido); 3 a 10 (Plasmídeos recombinantes P4 digeridos); 11 (Controle positivo P4 utilizando o DNA genômico de L. infantum); 12 (pPGEM/P5 não digerido); 13 (pPGEM/P5 digerido); 14 (Controle positivo P5 utilizando o DNA genômico de L. infantum). As setas representam o padrão de peso molecular.

Fonte: Autoria própria.

Fonte: Autoria própria.

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54

5.2.4 Clonagem no pPICZα-A

Para a construção dos vetores recombinantes, foram realizadas reações de digestão com os

vetores pGEM/P4 e P5 para a liberação do inserto, e com o vetor pPICZα-A. As reações de

digestão foram visualizadas em gel de agarose. A partir daí, procedeu-se com as mesmas etapas

descritas no item anterior. Nas Figuras 20 e 21 estão representadas as triagens dos clones por

PCR.

Figura 20 - Triagem dos clones P4 por PCR. PM (Peso Molecular 1Kb); 1 (Controle positivo P4 utilizando o DNA genômico de L. infantum); 2 a 10 (Clones P4); 11 (Controle negativo); 12 a 15 (Clones P4). As setas representam o padrão de peso molecular.

Figura 21 - Triagem dos clones P5 por PCR. PM (Peso Molecular 1Kb); 1 (canaleta vazia); 2 (Controle negativo); 3 (Controle positivo P5 utilizando o DNA genômico de L. infantum); 4 a 18 (Clones P5). As setas representam o padrão de peso molecular.

Fonte: Autoria própria.

Fonte: Autoria própria.

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A Figura 22 mostra o perfil de digestão dos plasmídeos dos clones selecionados por PCR.

Pela análise da Figura, pode-se observar o perfil de digestão do DNA plasmidial, onde os clones

positivos apresentam duas bandas, uma referente ao plasmídeo (3.600 pb) e a outra referente ao

gene de interesse.

5.2.5 Transformação da P. pastoris

A estratégia utilizada para amplificação dos genes e ligação ao vetor possibilita a expressão

das proteínas com cauda de histidina na posição C-terminal, já que o códon de terminação da

tradução, dessa forma, ficou localizado após a sequência que codifica a cauda de histidina. Após

a confirmação das construções positivas em bactéria, o DNA plasmidial de cada construção foi

extraído e hidrolisado com a enzima PmeI e, em seguida, usados para transformar células

competentes de P. pastoris, linhagem X-33 (Mut+). A integração pela linearização do vetor com a

enzima PmeI orientou a integração por único “crossing over” no locus AOX1 cromossomal. Assim,

o gene AOX1, permanece intacto e a linhagem é fenotipicamente Mut+ (CREGG et al., 1989).

Figura 22 - Confirmação dos da clonagem por digestão enzimática dos clones. PM (Peso Molecular 1Kb); 1 (pPICZ/P4 não digerido); 2 a 4 (Plasmídeos recombinantes P4 digeridos); 5 (Controle positivo P4 utilizando o DNA genômico de L. infantum); 6 (pPICZ/P5 não digerido); 7 e 8 (pPGEM/P5 digerido); 9 (Controle positivo P5 utilizando o DNA genômico de

L. infantum). As setas representam o padrão de peso molecular.

Fonte: Autoria própria.

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5.2.5.1 Seleção dos clones pelo fenótipo

As colônias recombinantes selecionadas foram plaqueadas, pela técnica de microgota, em

meios MD e MM ágar. As colônias com fenótipo Mut+ têm o crescimento ótimo nos dois meios,

enquanto que o fenótipo MutS tem crescimento ótimo somente no meio MD. Isso se deve à

ruptura do promotor AOX1 que ocorre no fenótipo MutS. A Figura 23 mostra o crescimento das

colônias nos meios acima citados.

5.2.5.2 Análise da integração do vetor no genoma da P. pastoris

Foram selecionadas algumas colônias transformantes de P. pastoris para o repique em meio

YPD acrescido de zeocina. Após o crescimento, foi feita a extração do DNA genômico dos clones

para a análise por PCR. Foram analisadas cinco amostras de DNA para o gene P4 e quatro para

o gene P5. Para os iniciadores AOX1 foi utilizado como DNA molde o DNA genômico da levedura

selvagem, sem integração; como um controle, o plasmídeo pPICZα-A sem inserto (controle

negativo); o plasmídeo recombinante pPICZ/P4 ou P5 e as amostras de DNA dos clones

recombinantes. Para os iniciadores dos genes foi utilizado o DNA genômico de L. infantum como

controle positivo dos genes e as amostras de DNA dos clones recombinantes. A Figura 24 mostra

(B)

(A)

Figura 23 - Determinação do fenótipo das colônias recombinantes. (A) Crescimento dos clones recombinantes no meio MD. (B) Crescimentos dos clones recombinantes no meio MM.

Fonte: Autoria própria.

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o perfil obtido após amplificação do gene P4 e o promotor AOX1 integrado no genoma de P.

pastoris.

Com a PCR utilizando os iniciadores AOX1, pode-se notar que, se o inserto está integrado no

genoma de P. pastoris, tem-se a visualização de duas bandas, uma referente ao gene AOX1 da

levedura (aproximadamente 2,2 kb) e a outra referente ao gene de interesse mais o promotor

AOX1(aproximadamente 2 kb – 1353 pb do gene P4 e 588 pb do promotor AOX1). De acordo

com a Figura 23, os clones C1 e C4 o gene P4 foi integrado no genoma da levedura.

Posteriormente realizou-se PCR utilizando os iniciadores do gene P4, e como está representado

na Figura. Os clones positivos exibiram uma banda corresponde ao tamanho do gene P4 (1353

pb), confirmando assim a integração do gene de interesse no genoma de P. pastoris.

Na Figura 25 está mostrada a confirmação da integração do gene P5 no gemona de P.

pastoris. Para a análise da integração do gene P5, foi usado o mesmo raciocínio que para o gene

P4. Pode-se observar na Figura 24, o gene P5 é um pouco maior que o gene P4. Assim, os

amplicons do gene AOX1 e do gene P5 mais o promotor AOX1 (aproximadamente 2,2 kb) se

sobrepõem. Então, para confirmar a integração, usamos o PCR utilizando os iniciadores do gene

P5, podendo-se observar que o clone C1 é positivo para a integração no genoma de P. pastoris.

Figura 24 – Confirmação da integração do pPICZ/P4 no genoma de P. pastoris. PM (Peso Molecular); CNi (Controle negativo da integração, o amplicon referente à região AOX1 de P. pastoris selvagem); CNp (Controle negativo do plasmídeo, amplicon referente à região AOX1 de um plasmídeo sem inserto); CPp (Controle positivo do plasmídeo, amplicon referente à região AOX1 do pPICZ/P4); C1 a C5 (Amplicons referentes à região AOX1 de clones recombinantes pPICZ/P4); CP (Controle positivo P5 utilizando o DNA genômico de L. infantum). As setas representam o

padrão de peso molecular.

Fonte: Autoria própria.

Page 74: Identificação de novos antígenos candidatos vacinais ... · seleção de antígenos utilizando ferramentas de bioinformática e a segunda a clonagem e expressão dos antígenos

58

Figura 25 - Confirmação da integração do pPICZ/P5 no genoma de P. pastoris. PM (Peso Molecular); CNr (Controle negativo da reação); CNi (Controle negativo da integração, o amplicon referente à região AOX1 de P. pastoris selvagem); CNp (Controle negativo do plasmídeo, amplicon referente à região AOX1 de um plasmídeo sem inserto); CPp (Controle positivo do plasmídeo, amplicon referente à região AOX1 do pPICZ/P5); C1 a C4 (Amplicons referentes à região AOX1 de clones recombinantes pPICZ/P5); CP (Controle positivo P5 utilizando o DNA genômico de L. infantum). As setas representam o padrão de peso molecular.

Fonte: Autoria própria.

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59

Discussão 6

6.1 Seleção dos antígenos através de ferramentas de

bioinformática

Na última década, houve uma crescente evolução na aplicabilidade da vacinologia reversa,

uma abordagem inovadora para o desenho racional de vacinas. Essa evolução corrobora com o

aumento da utilização de poderosas ferramentas de bioinformática que culminou na

disponibilização de ferramentas extremamente eficientes no processo de identificação de

peptídeos imunogênicos, e a predição de epítopos por métodos computacionais representa uma

das abordagens mais promissoras para desenvolvimento de vacinas. Além disso, as abordagens

experimentais de triagem de epítopos (como, por exemplo, ELISpot) consomem tempo, têm custo

elevado e muitas vezes há ineficiências na identificação de epítopos (DREXLER et al., 2003;

SNYDER et al., 2004; PASQUETTO et al., 2005). Assim, a vacinologia reversa, também

conhecida como imunoinformática, permite a busca por imunofármacos, novos antígenos

vacinais, em um curto período de tempo com custos reduzidos (ANDRE, 2003; DUMONTEIL,

2009). Outra vantagem dessa metodologia é a possibilidade de identificar fatores de virulência e

patogenicidade, sendo esses fatores importantes no mecanismo de infectividade de patógenos

(Bambini; Rappuoli, 2009). Esses métodos teóricos vêm sendo utilizados para pré-selecionar

antígenos candidatos vacinais. Dessa forma, a imunoinformática assume um papel importante no

combate às doenças emergentes e reemergentes, como os vírus Influenza, HIV e Vaccinia

(NAGASHIMA et al., 2000; MOUTAFTSI et al., 2006; BRUMME et al., 2007). Nesse contexto, o

presente trabalho propõe uma nova abordagem para a identificação de antígenos no genoma de

L. infantum. Para isso, empregamos a vacinologia reversa juntamente com ferramentas de

bioinformática na identificação de alvos vacinais contra a LVC. A LVC é uma zoonose que vem se

destacando devido à ineficácia das estratégias atuais de controle (Desjeux 2004, MS 2009).

Assim, se faz necessária a busca por vacinas (AHLUWALIA et al., 2003; WHO, 2004) que sejam

eficazes na proteção contra a leishmaniose visceral, capazes de interromper o ciclo de

transmissão da doença e que possam ser empregadas em programas de controle pelo Ministério

da Saúde.

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60

Assim, a primeira etapa realizada em nosso trabalho foi selecionar genes no genoma de L.

infantum canditados a uma vacina contra a LVC. Portanto, foi aplicada a bioinformática na

predição de epítopos de células T (CD4+ e CD8+), de células B e na predição da localização

subcelular das proteínas do parasito, utilizando algoritmos de código livre. Além disso, os

resultados das predições foram integrados em um banco de dados relacional desenvolvido in-

house e foram utilizados critérios para a seleção dos antígenos. Inicialmente, foi necessária a

instalação local de todos os algoritmos de predição e um treinamento em linhas de comando,

Linux, conhecimentos básicos em linguagem de programação PERL e SQL. Os programas

utilizados foram selecionados levando em consideração a disponibilidade para a instalação local,

uma vez que adotamos a análise do proteoma total de L. infantum. Existem inúmeros programas

computacionais para a predição de epítopos, mas a maioria está disponível somente para

predições na web. Como o genoma de L. infantum possui 36 cromossomos, com 8.241 genes

codificantes (PEACOCK et al., 2007), a predição na web seria impraticável devido ao grande

volume de dados gerado.

Os algoritmos preditores geralmente são treinados com modelos como as Redes Neurais

Artificiais (ANNs), Modelos ocultos de Markov (HMM), Máquinas de vetores de suporte ou SVM

(Suport Vector Machine), escala de propensão (características físico-químicas dos aminoácidos),

acoplados a matrizes de pontuação ou substituição. Essas matrizes permitem que o programa

considere a evolução conservativa das proteínas. Considerando a importância dos algoritmos de

predição, e antes de iniciar a discussão dos dados, vale a pena considerar a avaliação dos

algoritmos de código livre selecionados para predição do potencial imunogênico das proteínas.

Atualmente, enfrenta-se um paradigma em relação aos métodos utilizados para a predição de

epítopos em proteínas de protozoários. Dessa forma, existem diversos métodos de predição nos

quais são utilizados arquivos de treinamento que possuem dados provenientes principalmente de

vírus e bactérias, mas nenhum possui amplamente em sua base de treinamento dados de

protozoários. Isso se deve à falta de dados experimentais validados de epítopos de protozoários

em um número suficiente para validar a predição in silico. Desse modo, a interpretação do

desempenho dos preditores descritos na literatura deve ser feita com extrema cautela, uma vez

que o desempenho dos algoritmos de predição de epítopos depende do conjunto de dados

utilizado como treinamento e também do viés composicional das proteínas desse conjunto.

Existem diversos problemas nesse processo com relação aos genomas de tripanosomatídeos,

principalmente quanto à predição de epítopos em proteínas desses parasitos, especialmente

porque os proteomas apresentam características físico-químicas bem peculiares e estão sub-

representados nas bases de dados de treinamento dos algoritmos (PETERS et al., 2003;

LARSEN et al., 2006; EL MANZALAWY et al., 2008a; 2008b; NIELSEN e LUND, 2009;

LUNDEGAARD et al., 2010).

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61

Em um estudo conduzido por Resende e colaboradores em 2012, foi feita a avaliação do

desempenho de algoritmos de código livre para a predição computacional de epítopos e da

localização subcelular frente ao genoma de parasitos. A comparação entre os algoritmos foi

realizada com base em valores de AUC (Area Under Curve), isto é, a probabilidade de que uma

predição positiva selecionada aleatoriamente tenha uma pontuação mais alta do que uma

predição negativa selecionada aleatoriamente. Foram avaliados NetCTL e NetMHC para ligantes

de MHC de classe I, BepiPred, AAP12 e BCPred12 para epítopos de células B e para localização

subcelular de proteínas WoLFPSORT, TargetP e Sigcleave. Os epítopos positivos e negativos,

testados experimentalmente e provenientes de proteínas de parasitos, foram obtidos na base de

dados do IEDB (Immune Epitope Database, http://www.iedb.org/), que atualmente representa a

principal fonte de epítopos lineares e conformacionais. Em relação à predição de epítopos de

células T, NetCTL e NetMHC obtiveram valores de AUC de 0,66 e 0,60 respectivamente.

BepiPred, AAP12 e BCPred12 apresentaram valores de AUC de 0.53, 0,52 e 0,62

respectivamente, mas AAP12 e BCPred12, quando utilizados em conjunto, apresentaram valor de

0,77. Embora para a predição de epítopos já tenham sido relatados valores maiores de AUC para

esses preditores (LARSEN et al., 2006; LARSEN et al., 2007), considerando o viés composicional

das proteínas de parasitos os resultados mostram que, quando combinados, esses algoritmos

podem ser utilizados como poderosas ferramentas para a predição de epítopos em proteínas

desses organismos. Já para a seleção de proteínas de parasitos com localização subcelular

confirmada experimentalmente, foi utilizado o banco de dados Uniprot (http://www.uniprot.org/).

Dentre os preditores de localização subcelular, WoLFPSORT obteve o melhor resultado, com um

acurácia de 85,39%, demostrando ser ótimo para predizer a localização das proteínas de

protozoários (SIGUSCH et al., 1998).

Neste trabalho, após a realização das predições, os arquivos gerados pelos preditores foram

formatados com scripts desenvolvidos in-house, de modo a possibilitar sua inserção no banco de

dados relacional também desenvolvido por nós. Para a predição de epítopos de células T CD4+,

selecionamos um programa que usa as ANNs (redes neurais artificiais), o NetMHCII, que permite

a identificação simultânea de núcleo de ligação e afinidade de ligação entre os peptídeos e a

molécula de MHC de classe II (NIELSEN e LUND, 2009). Foram encontrados aproximadamente

seis milhões de epítopos entre ligantes fracos (WB) e ligantes fortes (SB). Para esse algoritmo

foram utilizados 17 alelos de MHC de classe II, sendo 14 alelos humanos e três alelos de

camundongo. Em um trabalho publicado em 2005 por Lindblad-Toh e colaboradores, foi

confirmado o alto grau de similaridade entre os genomas humano, de cão e de camundongo,

(LINDBLAD-TOH et al., 2005), validando assim a extrapolação das predições feitas.

Em relação aos nossos resultados de predição de epítopos de células T CD8+, foram preditos

ligantes para diferentes alelos de MHC de classe I utilizando os algoritmos NetMHC e NetCTL.

Esses dois são os algoritmos disponíveis com maior acurácia (PETERS et al., 2005). O NetMHC

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usa uma matriz de substituição juntamente com HMM e ANNs, mensurando a afinidade de

ligação com moléculas de MHC de classe I, e por esse algoritmo foram analisados sete alelos de

MHCI de camundongo. Já o NetCTL usa ANNs juntamente com matriz de substituição para

predição da clivagem proteassomal, do transporte pelo TAP e da afinidade de ligação com MHC.

Por esse algoritmo foram analisados 12 alelos de MHCI humanos. Comparando os resultados dos

dois algoritmos representados na Figura 12, pode-se observar que o NetCTL encontrou muito

mais epítopos do que o NetMHC, provavelmente devido ao número de alelos utilizados.

A eficiência do processamento e da apresentação de um antígeno via MHC é extremamente

importante para uma resposta celular efetiva, principalmente no caso da Leishmaniose visceral,

onde a resposta celular assume um papel fundamental na resistência à doença. As células T

CD4+ assumem um papel importante na produção de IFN-, facilitando a eliminação do parasito

dentro dos macrófagos. Por outro lado, os linfócitos T CD8+ atuam como células citotóxicas,

eliminando as células infectadas pelo parasito (MURRAY et al., 1983; MOSMANN et al., 1986;

BOGDAN, 2001; TONUI et al., 2004; TONUI e TITUS, 2007). Por esses motivos, a predição dos

epítopos para as células T é um dos principais resultados encontrados neste trabalho. Inúmeros

trabalhos já publicados utilizando ferramentas de bioinformática demostraram que, no caso da

leishmaniose, o foco principal e o mais importante é a predição de epítopos com afinidade para as

moléculas de MHCI e II. Nesse contexto, Saffari e colaboradores identificaram epítopos

específicos de cisteíno proteases de L. major. A predição dos epítopos ligantes de MHCI foram

realizadas pelo NetCTL, enquanto que o BcePred foi utilizado para epítopos de células B

(SAFFARI e MOHABATKAR, 2009). Em outro estudo, Guerfali e colaboradores paralelamente

realizaram experimentos in vivo com camundongos BALB/c (susceptível) e C57BL/6 (resistente) e

predições in silico partindo do proteoma predito de L. major. Para isso, utilizaram algoritmos para

predizer as proteínas secretadas (usando o SignalP) e as proteínas com mais epítopos ligantes

de MHCI (utilizando os algoritmos Bimas, Syfpeithi, Rankpep e PREDBALB/c) para os alelos de

C57BL/6 e de BALB/c. Os resultados encontrados indicam um número de epítopos preditos para

BALB/c bem maior que os preditos para C57BL/6, que pode ser explicado por achados

experimentais que mostram um papel mais importante de células T CD8+ em camundongos

BALB/c quando comparados ao C57BL/6 (GUERFALI et al., 2009). Em 2012, John e

colaboradores utilizaram uma abordagem bastante similar à nossa. Utilizando o algoritmo BLAST,

eles selecionaram as proteínas em comum entre os proteomas de L. major e de L. infantum,

selecionando em seguida todas a proteínas secretadas e de membrana plasmática através dos

algoritmos WoLF PSORT e TMHMM. A seguir, excluíram as proteínas com alta similaridade com

os proteomas de humano e de camundongo. Finalmente, identificaram os epítopos ligantes de

MHCI pelos algoritmos Bimas e Syfpeithi e de MHCII pelos algoritmos ProPred1 e ProPred. Após

todas as análises, das 8.122 proteínas em comum entre as duas espécies de Leishmania, foram

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obtidos 19 epítopos ligantes de MHCI e II que pertencem a proteínas secretadas ou de membrana

plasmática.

Em relação à predição de epítopos lineares de células B, selecionamos os algoritmos AAP12,

BCPred12 e BepiPred. O primeiro é treinado com uma escala de antigenicidade AAP (Amino

Acids Pairs) juntamente com escala de propensão. O algoritmo faz o pareamento dos

aminoácidos de peptídeos, que são comparados com epítopos e não epítopos, e o peptídeo que

tiver maior número de pares de aminoácidos que se encontram em um epítopo terá uma maior

chance de ser epítopo. Além disso, considera as propriedades físico-químicas dos aminoácidos

(CHEN et al., 2007). O segundo algoritmo é treinado com máquinas de vetores de suporte (SVM),

que analisa e reconhece padrões de antigenicidade de peptídeos(EL MANZALAWY et al., 2008b).

O terceiro e último utiliza os HMM juntamente com a escala de propensão ‘Parker’, comparando

janelas de 5 a 7 aminoácidos, e o resíduo central é comparado com janelas de aminoácidos que

são epítopos ou não epítopos (LARSEN et al., 2006). Baseado na metodologia de cada um

desses algoritmos pode-se discutir sobre os resultados encontrados, onde nota-se que o número

das predições do AAP12 foi excessivamente maior que BCPred12 e BepiPred, e que BepiPred foi

o algoritmo que realizou menos predições. Isso se justifica pela metodologia do BepiPred, porque

torna-se muito mais difícil encontrar epítopos fazendo uma comparação entre janelas de

aminoácidos onde o resíduo central deve ser exatamente o mesmo que o resíduo presente em

uma janela de um epítopo. Em contraste, utilizando a escala de antigenicidade AAP torna-se bem

mais fácil encontrar epítopos e os resultados estão representados na Figura 13. O papel da

resposta humoral na LVC ainda é bem elucidado, existem muitos conflitos na literatura sobre o

tema. Reis e colaboradores (2006), demostraram que o nível de imunoglobulinas detectado em

cães sintomáticos era maior que em cães assintomático, e que esses níveis estariam ligados ao

intenso parasitismo tecidual. Sendo assim a LVC é marcada pela ativação policlonal dos linfócitos

B, com o aumento da produção de imunoglobulinas (REIS et al., 2006a; REIS et al., 2006b; REIS

et al., 2006c). Ainda não há um consenso na literatura em relação ao subtipo de imunoglobulinas

e a correspondência com a susceptibilidade/resistência a LVC (DAY, 2007). Para alguns autores

já demostraram que algumas imunoglobulinas como IgA, IgE e IgM podem ser marcadores da

LVC (ALMEIDA et al., 2005; INIESTA et al., 2005; RODRIGUEZ-CORTES, FERNANDEZ-

BELLON, et al., 2007). Outros autores demostraram a correlação entre a IgG e a sintomatologia

da doença, em que a IgG1 estaria ligado a susceptibilidade e a IgG2 ligado a resistência a doença

ou em cães vacinados. Entretanto, muitos trabalhos evidencia a IgG2 associada a sintomatologia

enquanto que a IgG1 estaria relacionada a resistência a doença, evidenciando a presença

predominante desta imunoglobulina em cães assintomático (REIS et al., 2006a; REIS et al.,

2006c). Essa inconformidade entre achados das imunoglobulinas correlacionadas com a

susceptibilidade e resistência a LVC pode ser explicada pelos antígenos utilizados nos testes

empregados para detecção dos níveis de anticorpos, em alguns dos trabalhos foram utilizados

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antígenos purificados ou recombinantes de Leishmania em que IgG1 e IgG2 detectadas estariam

relacionadas a susceptibilidade e resistência respectivamente (DEPLAZES et al., 1995; SOLANO-

GALLEGO et al., 2001; RAFATI et al., 2005; SANTOS et al., 2007). Enquanto que nos estudos

em que se utilizaram antígenos brutos de Leishmania infantum, as imunoglobulinas IgG1 e IgG2

detectadas estariam relacionadas a resistência e susceptibilidade a LVC (REIS et al., 2006b).

Levando em consideração os trabalhos acima citados, pode-se discutir qual a real contribuição da

resposta humoral na LVC, assim, os nossos resultados de epítopos de células B poderão ter

contribuição num futuro próximo para a elucidação da resposta humoral na LVC. Isso porque, em

nossos critérios de pré-seleção dos antígenos levou-se em consideração proteínas com epitopos

de células B (com scores altos), e num futuro, poderemos detectar os níveis e os subtipos de

imunoglobulina de animais vacinados com esses superantígenos obtidos nesse trabalho e com

outros antígenos que não possuam epítopos capazes de ativar as células B (esses epítopos

poderão ser obtidos a partir do nosso banco de dados relacional).

No contexto da localização subcelular das proteínas, foram selecionados os algoritmos

TargetP, Sigcleave e WoLF PSORT. Inicialmente, o TargetP foi desenvolvido para predição da

localização de proteínas de plantas, mas atualmente vem sendo utilizado para eucariotos,

podendo ser parametrizado para plantas e “não plantas”. O programa é treinado com as ANNs

baseando-se na porção N-terminal da sequência proteica e discrimina entre proteínas destinadas

à mitocôndria, ao cloroplasto e à via secretória (EMANUELSSON et al., 2000). O Sigcleave utiliza

matrizes de peso para identificar peptídeos sinais em procariotos e eucariotos. O algoritmo

consegue discriminar entre proteínas citosólicas e não citosólicas considerando as regiões N-

terminal, região hidrofóbica (região h) e a região polar da porção C terminal (região c) (VON

HEIJNE, 1986). Já o WoLF PSORT utiliza o método de kNN (k-Nearest Neighbors, convertendo a

localização de aminoácidos em vetores numéricos buscando peptídeos sinais, composição de

aminoácidos e motivos funcionais para a ligação ao DNA. Tem a particularidade de fornecer

diversas localizações, entre elas proteínas secretadas/excretadas e proteínas de membrana

plasmática (HORTON et al., 2007a). Os resultados do WoLF PSORT e Sigcleave representados

na Figura 14 foram bastante similares aos resultados encontrados em um trabalho de John e

colaboradores (2012). Eles identificaram, utilizando o WoLF PSORT, 2.260 proteínas

secretadas/excretadas e de membrana plasmática, realizando um screening das proteínas em

comum entre o proteoma de L. infantum e de L. major (total de 8.122 proteínas). Comparando os

resultados do WoLF PSORT e do Sigcleave com os do TargetP, pode-se observar que esse

último algoritmo fez um número menor de predições de proteínas. Isso poderia ser devido a

metodologia empregada pelo TargetP que é capaz de predizer a localização subcelular de

proteínas do cloroplasto, mitocôndria e de secreção. Baseado nisso, os resultados do o algoritmo

TargetP representados na Figura 14 são de proteínas secretadas enquanto que os resultados do

algoritmo WoLF Psort e Sigcleave representados são de proteínas secretadas ou vinculadas a

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membrana plasmática. Das 2.020 predições realizadas pelo WoLF PSORT, 1.212 foram

referentes a proteínas de membrana plasmática e 808 a proteínas secretadas. Enquanto que as

1.983 predições realizadas pelo Sigcleave correspondem a proteínas que não são citosólicas,

podendo ser secretas ou de membrana plasmática. Na realidade, para a busca final dos

antígenos foram considerados somente os resultados do WoLF PSORT, uma vez que ele foi

identificado como tendo maior acurácia entre os três para predição de localização subcelular em

proteínas de protozoários (Resende et al., 2012). Foram selecionadas proteínas de membrana e

secretadas ou excretadas, uma vez que essas proteínas estão em contato mais próximo com o

sistema imune do hospedeiro. Além disso, tem sido demonstrado em diversos estudosa alta

imunogenicidade de proteínas que são secretadas pelo parasito, tanto em modelo murino

(UZONNA et al., 2001; TONUI et al., 2004; ROSA et al., 2007) quanto em hamster e humanos

curados da Leishmaniose Visceral (GARG e DUBE, 2006) e em cães infectados com L. infatum

(LEMESRE et al., 2005; LEMESRE et al., 2007), demostrando o potencial vacinal de proteínas

secretadas de Leishmania.

Um dos pontos chave deste trabalho foi a criação e utilização do banco de dados relacional.

Esse banco de dados relacional foi desenvolvido em um Sistema gerenciador de banco de dados

(SGBD) que trabalha de forma integrada e sincronizada para viabilizar o armazenamento, a

manipulação e a recuperação de dados. O SGDB selecionado foi o MySQL, que utiliza a

linguagem SQL para as buscas ou consultas. Considerando o volume de dados gerados pelos

preditores, manualmente seria impossível a integração dos dados e a definição dos antígenos

promissores. Por isso, o banco de dados relacional foi de suma importância para integrar,

relacionar e realizar as consultas de modo a identificar os antígenos (no caso, genes do parasito)

promissores. Desse modo, a modelagem do banco relacional permite realizar buscas específicas,

de acordo com as perguntas que ser quer responder. Por exemplo, pode-se consultar epítopos

específicos para células B com o objetivo de desenvolver kits de diagnóstico sorológico da

Leishmaniose visceral; pesquisar proteínas específicas de um compartimento celular que sejam

ligantes de uma molécula de MHC para um estudo mais aprofundado, entre outras inúmeras

aplicações.

Para a realização das consultas no banco de dados relacional, após as consultas para

identificar apenas as proteínas secretadas/excretadas ou presentes na membrana plasmática

preditas pelo WoLF PSORT, foram definidos critérios de seleção dos candidatos vacinais. Assim,

entre as proteínas pré-selecionadas pelo WoLF PSORT, procurou-se identificar aquelas com

epítopos preditos tanto para células T como para células B. As proteínas selecionadas possuem

epítopos distribuídos ao longo da proteína com afinidade pelos 19 alelos de MHCI pesquisados.

Da mesma forma, essas proteínas possuem epítopos com afinidade por pelo menos 14 dos 17

alelos de MHCII pesquisados e ainda possuem epítopos de células B preditos pelos três

preditores utilizados. Das 2.020 proteínas secretadas/excretadas ou de membrana, 540 estavam

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dentro dos critérios propostos, o que corresponde a um percentual de 26,7%. Os critérios podem

eventualmente sofrer modificações no caso de possíveis falhas dos testes in vitro e in vivo. Desse

modo, em um curto período de tempo podemos identificar outras proteínas promissoras com

outras peculiaridades.

Outro ponto importante foi a busca por similaridade de sequências das proteínas

selecionadas com os proteomas de humano, de cão e de camundongo utilizando a ferramenta

BLAST. O BLAST é um algoritmo amplamente utilizado para fornecer informações de similaridade

de sequência quando se trata de desenvolvimento de vacinas (AMELA et al., 2007). Essa

pesquisa de similaridade é extremamente importante para evitar reações de autoimunidade, onde

antígenos com pouca similaridade são ótimos potenciais vacinais. Em 2009, Herrera-Najera e

colaboradores propuseram um limite de identidade de 80% entre antígenos e os organismos a

serem vacinados contra leishmaniose tegumentar causada por L. major (HERRERA-NAJERA et

al., 2009). Desse modo, sendo mais conservadores, foi estabelecido um limite de 60% de

similaridade para a seleção das proteínas promissoras neste trabalho.

Com a era pós-genômica, a visão sobre o papel desempenhado pelas proteínas dentro da

célula sofreu mudanças, e as proteínas assumem um papel dentro de uma rede de interações

proteína-proteína, possuindo uma função celular dentro de módulos funcionais (REZENDE et al.,

2012). Sendo assim, as 282 proteínas com menos de 60% de similaridade com os três proteomas

dos organismos hospedeiros foram analisadas quanto à sua posição em uma rede predita de

interação proteína-proteína de L. infantum (Rezende et al., 2012). Desse modo, foram

encontrados os valores de MCC e Degree para as proteínas pré-selecionadas (Tabela 4). Quanto

maior for o valor de MCC, maiores são as chances de uma neutralização desse nó afetar outros

nós vizinhos, desestabilizando a rede. As proteínas com alto valor de Degree são chamadas de

hubs, e geralmente são as mais ancestrais e conservadas com um maior número de interação

com as outras proteínas (FRASER et al., 2002; REZENDE et al., 2012). Esses resultados são

interessantes, levando em consideração que proteínas importantes na biologia do parasito

provavelmente sofrem menos mutações, fazendo com que essas proteínas sejam alvos

promissores no desenvolvimento de vacinas. Dentre as 28 proteínas obtidas após essas buscas,

foram selecionadas as com maiores valores de MCC e Degree. Portanto, partindo de 8.241

proteínas do parasito foram selecionadas quatro proteínas promissoras (neste trabalho foram

abordadas apenas duas das quatro). As proteínas receberam codificações de modo a facilitar a

realização dos testes experimentais. A P4 representa a proteína LinJ.36.2160, Manosil

transferase. As manosiltransferases são enzimas que possuem um papel fundamental, em vias

metabólicas para a formação de glicoproteínas (O-glicosilação ou manosilação). Esses O-glicanos

são fundamentais para a estabilidade, função e localização de proteínas da membrana

plasmática, afetando vários processos celulares. No caso de fungos, essas enzimas assumem um

protagonismo em relação síntese da parede celular representando um fator de virulência que vem

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sendo estudado em vários trabalhos (GENTZSCH e TANNER, 1996; GEMMILL e TRIMBLE,

1999). Em relação à Leishmania spp, estudos anteriores demostram o potencial que os N-

glicosilados interferirem no crescimento do parasito. Como por exemplo, tratamento de

promastigotas L. amazonensis com Tunicamicina, um potente inibidor da via metabólica do

oligossacarídeo dolicol, diminui o crescimento e a infectividade do parasito (Inhibition of in vivo

and in vitro infectivity of Leishmania donovani by tunicamycin). Esse estudo é muito contestado

devido ao efeito citotóxico da tunicamicina. A P5 representa a LinJ.36.5700, uma proteína

hipotética conservada, por ser hipotética, poderá dar origem a inúmeros outros estudos, como por

exemplo, estudos de função.

Os resultados encontrados fortificam no contexto geral a vacinologia reversa, ou seja, a

utilização de ferramentas de bioinformática permite predizer epítopos com grande potencial para

serem utilizados na composição, principalmente, de vacinas. Tendo em conta o pipeline

desenhado por nós na primeira etapa do projeto podemos notar que a metodologia proposta para

a predição de epítopos foi capaz de detectar inúmeros antígenos encontrados na literatura. Após

a realização da predição de epítopos de células T e B obtivemos resultados surpreendentes e

animadores no que se diz respeito a antígenos já estudos e com resultados publicados na

literatura, como por exemplo, os antígenos LACK, KMP11 (RODRIGUEZ-CORTES, OJEDA, et

al., 2007), CPA e CPB (RAFATI et al., 2005; RAFATI et al., 2006), LieSAP componente da vacina

Canileish® comercializada na Europa (LEMESRE et al., 2005), ortólogo da proteína A2 de L.

donovani componente da vacina Leishtec® (FERNANDES et al., 2008), o ortólogo da gp36 do

complexo ligante de fucose e manose (FML) (SARAIVA et al., 2006) componente da vacina

Leishmune e ortólogos das proteínas TSA, LeIF e LmsT que compõem a vacina Leish111-f

(COLER et al., 2007).

Outro ponto interessante é que estes antígenos foram sendo eliminados a partir da etapa de

predição da localização celular tendo em vista que os nossos critérios eram para proteínas

secretadas e ou de membrana plasmática, muitos desses antígenos são intracelulares. Também

muitas foram eliminadas através da confrontação com a rede predita de interação proteína-

proteína, que é capaz de mensurar ou predizer as interações que as proteínas realizam umas

com as outras dentro do sistema biológico do parasito, então podemos especular que todos esses

antígenos já estudados não estariam na rede predita ou não possuem muitas interações com

outras possivelmente não desempenham funções vitais na biologia do parasito. Nesse contexto

os antígenos selecionados por nós são extremamente promissores no desenvolvimento de novas

vacinas contra a Leishmaniose.

De modo geral, os resultados obtidos neste trabalho são inéditos. Considerando todos os

trabalhos referenciados anteriormente, nenhum partiu do screening do proteoma total de L.

infantum obtendo proteínas com potencial antigênico tão expressivo como foi obtido neste estudo.

Page 84: Identificação de novos antígenos candidatos vacinais ... · seleção de antígenos utilizando ferramentas de bioinformática e a segunda a clonagem e expressão dos antígenos

68

6.2 Clonagem e expressão dos genes selecionados em sistema

eucarioto

Em relação à expressão de proteínas recombinantes de Leishmania candidatas vacinais,

vários trabalhos encontram-se na literatura. Estudos sobre a expressão de diversas proteínas

heterólogas, como proteínas de superfície, intracelulares, secretadas, de choque térmico e de

várias vias metabólicas, vêm sendo conduzidos na tentativa de desenvolver uma vacina eficaz

contra leishmaniose. Em 1994, Charest e Matlashewski identificaram uma proteína específica de

amastigota de L. donovani, a proteína A2. Utilizando um sistema procarioto, E. coli, realizaram a

clonagem e expressão no vetor pET16b fusionado a uma cauda de histidina, e a expressão foi

induzida por IPTG (CHAREST e MATLASHEWSKI, 1994). Quatro anos mais tarde, Webb e

colaboradores (1998) identificaram a proteína TSA (Thiol specific antioxidant). Realizaram uma

triagem do potencial imunogênico do extrato de promastigotas de L. major utilizando soro de

camundongos vacinados com uma biblioteca de cDNA de amastigotas de L. major. Assim

identificaram a proteína TSA, que foi clonada e expressa em E. coli no vetor pET17b (WEBB et

al., 1998). Outro estudo, conduzido por Sachdeva e colaboradores (2009), realizou a expressão

da glicoproteína (gp63) de promastigota de L. donovani em E. coli (SACHDEVA et al., 2009).

Levando em consideração a expressão de proteínas de Leishmania em sistemas eucariotos, há

poucos trabalhos relatados como, por exemplo, um estudo realizado por Pirdel e colaboradores

(2012), que obtiveram a proteína recombinante rLPG (recombinant Lipophosphoglycan) de L.

infantum através da expressão no sistema eucarioto L. tarentolae. O plasmídeo recombinante

contendo o gene LPG foi transfectado na L. tarentolae com sucesso e isso representou um

avanço na expressão de proteínas de Leishmania em um sistema eucarioto (PIRDEL et al., 2012).

Antes de discutirmos sobre os nossos resultados, vale a pena discutir um pouco sobre os

sistemas de expressão. Desde a aprovação da primeira proteína recombinante para uso humano

(Human insulin receives FDA approval, 1982), a insulina humana produzida em E. coli, a

tecnologia do DNA recombinante e a engenharia de proteínas se estabeleceram de forma

eficiente na indústria para a produção de proteínas. Mais de 300 proteínas biofarmacêuticas e

anticorpos se encontram no Mercado, com vendas superiores a 100 bilhões de dólares (LANGER,

2012) e com um crescimento anual entre 15 e 18% (SCHRODER, 2008). Durante muitos anos, a

E. coli foi considerada o principal sistema de expressão de proteínas heterólogas, sendo a

primeira escolha e a mais comum para a superexpressão de genes heterólogos por apresentar

inúmeras vantagens, como fácil manipulação e facilidade de transformação por diversos

plasmídeos e phagos (LAVALLIE e MCCOY, 1995). Mas esse sistema de expressão apresenta

algumas desvantagens, como dificuldade em produzir moléculas mais complexas como, por

exemplo, moléculas que requerem pontes de dissulfeto (YADAVA e OCKENHOUSE, 2003). Na

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Sistema Vantagens Desvantagens

Bons níveis de expressão; escolha de expressão: celular ou secreção;

baixo custo; condições de cultura simples; escalonável; realiza a

maioria das modificações pós-traducionais; dobramento eficiente; livre

de endotoxina

Níveis de expressão bem altos; baixo custo; condições de cultura

simples; crescimento rápido; escalonável; escolha de expressão

intracelular ou de secreção; secreção proteica eficiente com purificação

simples; extensas modificações pós-traducionais; dobramento

eficiente; N-glicosilação mais comparável aos eucariotos em relação a

S. cerevisiae ; livre de endotoxina

Escherichia coli

Níveis de expressão bem altos; baixo custo, condições de cultura

simples; crescimento rápido; escalonável; protocolos simples; vários

parâmetros podem ser alterados para melhorar a expressão

Saccharaomyces

cerevisiae

P. pastoris

Linhagens engenheiradas podem ajudar a minimizar o

problema da ponte dissulfeto; glicosilação diferente

em comparação as células mamíferas; tendência em

hiperglicosilar as proteínas; as estuturas de N-glicano

são alergênicas

O uso de metanol em grande escala é perigoso;

glicosilação diferente em comparação as células

mamíferas

Formação ineficiente de pontes dissulfeto; mau

dobramento de proteínas no citoplasma; formação de

corpúsculo de inclusão; redobramento ineficiente in

vitro  pode anular as vantagens; uso de códons

diferentes para eucariotos; modificações pós-

traducionais mínimas; endotoxinas

última década, a levedura P. pastoris vem se destacando no cenário da expressão de proteínas

heterólogas em organismos eucariotos. Dadashipour e colaboradores (2011) avaliaram a

expressão da enzima liase hidroxinitrila em dois diferentes sistemas de expressão, eucarioto e

procarioto. Como sistema procarioto foi utilizado a E. coli enquanto que os sistemas eucariotos

utilizados foram principalmente a P. pastoris e a L. tarentolae. Os resultados demostraram altos

níveis de expressão de proteínas nos sistemas eucariotos em relação ao sistema procarioto, e as

proteínas expressas em E. coli apresentaram menor solubilidade em relação às proteínas

expressas nos sistemas eucariotos (DADASHIPOUR et al., 2011).

Assim, estão representadas na Tabela 7 algumas vantagens e desvantagens dos sistemas

de expressão procarioto e eucarioto.

Tabela 7 - Vantagens e desvantagens de sistemas heterólogos de expressão de proteínas

Fonte: Baseado no PDB (Protein Data Bank)

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As leveduras têm sido utilizadas pelo homem há milhares de anos, e sua manipulação causou

um grande impacto na indústria alimentícia, consequentemente influenciando o desenvolvimento

sócio-econômico da humanidade. No processo de produção de alimentos, inúmeros exemplos,

como a cerveja, o vinho e o fermento biológico são derivados da manipulação das leveduras,

sendo a S. cerevisiae a principal levedura envolvida (BLANQUET et al., 2001). Com o advento da

tecnologia recombinante, a S. cerevisiae ganhou um papel de destaque em estudos de genética e

biologia molecular, sendo modificada geneticamente nos anos 70. Depois se começou o

desenvolvimento de vetores de expressão nessa levedura, por conseguinte, houve uma

alavancada na expressão de proteínas heterólogas em sistemas eucariotos (PETRANOVIC et al.,

2010). Ao longo das últimas décadas, outras leveduras têm sido estudadas como sistemas

alternativos de expressão por apresentarem vantagens sobre S. cerevisiae, entre esses, destaca-

se P. pastoris. Nesse contexto, para o nosso estudo foi escolhido para a expressão das proteínas

heterólogas de L. infantum o sistema eucarioto, especificamente a P. pastoris, uma levedura

metilotrófica que possui a capacidade de crescimento em meio contendo o metanol como única

fonte de carbono (CREGG et al., 1993). A levedura pode ser encontrada comercialmente (pela

INVITROGEN) com diferentes promotores, mas o mais comum e utilizado é o promotor AOX, que

regula a produção da enzima álcool oxidase, responsável por induzir a expressão da proteína

heteróloga. A enzima álcool oxidase catalisa a oxidação do metanol produzindo o formaldeído,

que é utilizado para a geração de energia pela célula. A escolha da Pichia pastoris se deveu ao

fato de se tratar de um organismo eucarioto, apresentando algumas vantagens em relação à

utilização de bactérias, como por exemplo, a disponibilidade de um ambiente capaz de realizar

modificações pós-traducionais, que incluem enovelamento e glicosilação, entre outras, e por ser

atualmente o mais eficiente na produção de proteínas heterólogas (LI et al., 2007). Os níveis de

expressão de proteínas recombinantes produzidas por esse sistema de expressão variam muito

(Tabela 7). Dependendo das características da proteína de interesse, são necessárias

modificações para a otimização da produção. São relatadas características como tamanho,

modificações pós-traducionais, solubilidade e complexidade estrutural (SREEKRISHNA et al.,

1997). Levando em consideração essas características, existem inúmeros trabalhos visando à

expressão de proteínas heterólogas em P. pastoris relatados na literatura como, por exemplo, o

fragmento C da toxina do tétano que apresentou rendimentos de 12 g/L (CLARE et al., 1991).

Contrastando com esses resultados, Murphy e colaboradores (1998) demostraram resultados

para a expressão da IL-17 humana com rendimentos de 0,35 mg/L (MURPHY et al., 1998). Em

fermentadores, o rendimento de expressão através da P. pastoris está de modo geral entre 10 a

500 mg/L. No presente estudo, trabalhou-se com duas proteínas identificadas por ferramentas de

bioinformática, sendo uma delas hipotética conservada (proteína P5). Por esse motivo, a

expressão dessa proteína poderá demandar maior tempo, visto que não se tem informações

sobre a real função e nem trabalhos publicados sobre ela. Esse será um grande desafio e

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ProteínasNíveis de

expressão (g/L)

Onde é

expressaReferência

TNF (Tumor Necrosis

Factor)10 Intracelular (Sreekrishna et al., 1989)

EGF (Mouse

Epidermal Growth

Factor)

0.45 Secretada (Clare et al., 1991b)

IFN-α2b (Human

Interferon)0.4 Intracelular (Garcia et al., 1995)

CD38 Humano 0.05 Secretada (Fryxell et al., 1995)

Receptor de

serotonina

(camundongo)

0.001 Secretada (Weiss et al., 1995)

esperamos alcançar resultados muito interessantes e assim dar continuidade nos estudos sobre

essa proteína.

Serão discutidas as abordagens utilizadas na clonagem e a integração dos genes que

codificam para as proteínas P4 e P5 no genoma da P. pastoris. Anteriormente aos experimentos,

foi necessário o desenho dos iniciadores para cada gene, inserindo sítios de clivagens para as

enzimas EcoRI e XbaI. Nas abordagens de desenho dos iniciadores e estratégia de clonagem foi

utilizado o software de análise de sequências de DNA pDRAW32. O desenho dos iniciadores foi

feito com o máximo de cuidado, e foi necessário realizar mutações sítio-dirigidas para eliminar os

codons de parada presentes nas sequências dos genes. Com o software foi possível conferir in

silico as fases de leitura do DNA recombinante pPICZα-A contendo os genes P4 e P5.

Além disso, foi necessária a caracterização molecular da espécie de leishmania que seria

utilizada no estudo. Para isso, foi extraído o DNA genômico da Leishmania, no qual foi realizada a

técnica padrão-ouro, PCR-RFLP do kDNA de Leishmania (VOLPINI et al., 2004). Através da

técnica, foi confirmada a espécie como L. infantum, que apresenta um perfil de restrição do kDNA

característico, com quatro bandas de 40, 60, 80 e 120 pares de bases, como representado na

Figura 16.

Tabela 8 - Proteínas expressas em P. pastoris

Fonte: Manual técnico de expressão em P. pastoris da INVITROGEN.

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O DNA genômico foi utilizado para a amplificação dos genes P4 e P5. No caso das

Leishmanias, a expressão gênica é diferente em relação aos outros eucariotos, os genes estão

em geral organizados em grupos gênicos direcionais que se assemelham às unidades de

transcrição policistrônicas de procariotos (MARTINEZ-CALVILLO et al., 2004). Esse tipo de

organização gênica e de transcrição policistrônica possui implicações severas na regulação

gênica. A amplificação dos genes foi evidenciada pela visualização dos amplicons com tamanho

esperado (Figura 17), resultado satisfatório visto que se partiu de proteínas preditas. Além disso,

as proteínas não possuem ensaios experimentais, incluindo uma proteína hipotética conservada,

cuja função ainda é desconhecida. Esses resultados comprovaram que o desenho dos iniciadores

foi executado com sucesso. No entanto, será feito o sequenciamento para confirmação da

sequência gênica.

Após a amplificação dos genes, procedeu-se com a clonagem no vetor pGEM, com a

finalidade de aumentar a eficiência de clonagem da região codificadora dos genes, de forma a

possibilitar a obtenção do clone na orientação senso. Os fragmentos de interesse foram liberados

dos clones pGEM/P4 ou P5 com as enzimas de restrição EcoRI e XbaI e tratados com T4 DNA

polimerase. Os fragmentos de DNA resultantes foram subclonados no vetor de expressão

pPICZα-A. Todas as clonagens foram confirmadas por PCR (utilizando os iniciadores específicos

de cada gene) e por digestão enzimática (com EcoRI e XbaI) (Figuras 19 e 21).

Após a confirmação das construções em bactéria, o DNA plasmidial de cada construção foi

extraído e hidrolisado com a enzima PmeI. Em seguida, o DNA obtido foi utilizado na

transformação de células quimiocompetentes de P. pastoris, linhagem X33 (Mut+), e a obtenção

de transformantes demonstra que a integração ocorreu. A enzima de restrição PmeI hidrolisou os

clones na região promotora 5’AOX1, favorecendo a integração do DNA transformado na região

AOX1 genômica. A inserção ocorreu por recombinação homóloga entre a região 5’ do promotor

AOX1 e uma região 3’ terminadora homóloga, comuns no plasmídeo e no genoma de P. pastoris.

A integração pela linearização do vetor com a enzima PmeI orientou a integração por único

“crossing over” no locus AOX1 cromossomal (CLARE et al., 1991). Assim, o gene AOX1,

responsável pela utilização de metanol, permanece intacto e a linhagem é fenotipicamente Mut+

(CLARE et al., 1991). O fenótipo Mut+ ocorre quando a inserção do cassete de expressão no

genoma de P. pastoris mantém o gene AOX1 do genoma da levedura. Desse modo, são

produzidos recombinantes com alta velocidade de crescimento em metanol. Além disso, já foram

realizados os experimentos de expressão (resultados não mostrados) e atualmente estão sendo

realizadas as padronizações das reações de Western blot.

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CONCLUSÃO 7

Este trabalho é um dos primeiros a utilizar o proteoma total de L. infantum, empregando

poderosas ferramentas de bioinformática para identificar proteínas candidatas vacinais contra a

LVC. Foi possível fazer a predição de epítopos de células B e T e dada localização subcelular de

proteínas, utilizando algoritmos de código livre. Após as predições, foi feita a integração de todos

os resultados da predição de epítopos, e a pré-seleção de antígenos promissores para o desenho

de uma vacina contra a LVC foi feita utilizando o Banco de Dados Relacional desenvolvido e

modelado pelo grupo de pesquisa.

Foi possível confrontar as proteínas selecionadas com uma rede de interação proteína-

proteína do parasito e analisar o grau de interação das proteínas pré-selecionadas através dos

índices de MCC e Degree.

Além disso, foi possível a amplificação dos genes que codificam as proteínas selecionadas

utilizando-se iniciadores que foram desenhados durante o desenvolvimento desse trabalho. Os

genes foram clonados em vetores de procariotos e eucariotos utilizando bactérias como células

hospedeiras.

Em relação à expressão, foi possível realizar a integração do plasmídeo recombinante

contendo os genes de interesse no genoma de P. pastoris utilizando o vetor de expressão

pPICZα-A.

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PERSPECTIVAS 8

Após a confirmação da expressão das proteínas P4 e P5 por Western blot, será feita

a purificação das mesmas;

Conclusão dos experimentos de expressão das proteínas P2 e P3

Serão realizados os ensaios de imunogenicidade in vitro através da técnica de ELISA;

Será submetido um artigo científico;

Serão conduzidos os experimentos in vivo em camundongos BALB/c utilizando os

antígenos individualmente ou conjugados juntamente com um adjuvante.

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