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IEA-PUB-33 COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR Publicação CNEN - lEA - N.« 7 uso DOCr-51 EM PESQUIZA CLINICA E EM PROPEDÊU- TICA. I — DETERMINAÇÃO DA VOLEMIA E DA SOBREVIVÊNCIA DOS ERITROCITOS VICTORIO MASPES, RÓMULO R. PIERONI e CLARA R. CARELLI •0 INSTITUTO DE ENUKGIA ATÔMICA Publicação lEA - 33 SAO PAULO

IEA-PUB-33 Publicação · iea-pub-33 comissÃo nacional de energia nuclear publicação cnen - lea - n.« 7 uso docr-51 em pesquiza clinica e em propedÊu tica. i — determinaÇÃo

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I E A - P U B - 3 3

COMISSÃO N A C I O N A L D E E N E R G I A N U C L E A R

Publicação C N E N - l E A - N.« 7

uso DOCr-51 EM PESQUIZA CLINICA E EM PROPEDÊU­TICA. I — DETERMINAÇÃO DA VOLEMIA E DA

SOBREVIVÊNCIA DOS ERITROCITOS

VICTORIO MASPES, RÓMULO R. PIERONI e CLARA R. CARELLI

•0

INSTITUTO D E ENUKGIA ATÔMICA Publicação l E A - 33

S A O P A U L O

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C. N. E. N. P r e s i d e n t e — A l m i r a n t e Oc tac i l i o C u n h a

C. N. Pq. P r e s i d e n t e — Prof . D r . J o ã o C h r i s t o v ã o C a r d o s o

U.S. P. R e i t o r — Prof . Dr . A n t o n i o B a r r o s d e U l h ô a C i n t r a

I. E. A. D i r e t o r — Prof . D r . M a r c e l l o D a m y d e S o u z a S a n t o s

1.3 C. M. C a t e d r á t i c o — Prof . D r . A n t o n i o B a r r o s U l h ô a C i n t r a

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uso DO CR-51 DÊUTICA. I -

E M PESQUISA CLÍNICA E EM PROPE-DETERMINACÃO DA VOLEMIA E DA

SOBREVIVENCIA DOS ERITROCITOS

VICTORIO MASPES, RÓMULO R. PIERONI e CLARA R. CARELLI

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Os conceitos emitidos no, presente puhlicação re­presentam opiniões de ; e t t s autores, e são de sua ex­clusiva responsabilidade

A Comissão Nacional de Energia Nuclear não se resonsabiliza pela exatidão, originalidade ou utili­dade das informações contidas no presente relatório, e tampouco garante que o uso de qualqíier inforynação, método, processo ou aparelho diimlgados ou descri­tos no presente trabalho não possam infringir direitos de outrem.

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uso DO CR-51 E M P E S Q U I S A C L Í N I C A E E M P R O P E D É U T I C A . I —

D E T E R M I N A Ç Ã O DA V O L E M I A E DA S O B R E V I V Ê N C I A DOS

E R I T R O C I T O S °

Vic tór io Ma.spes*, Rónmlo R. Piei-orii** e Clara R. Care l l i***

I n t r o d u ç ã o

1 — O cromo 51 (Cr-51) t e m sido usado como t r a ç a d o r no e s tudo de

d i f e r en t e s p r o b l e m a s clínicos e em técn icas p r o p e d é u t i c a s •^'^.I-M L-".

- ' Sob a f o r m a de r a d i o c r o m a t o de sódio (em que func iona como an ión)

t e m sido e m p r e g a d o na d e t e r m i n a ç ã o da m a s s a dos glóbulos v e r m e l h o s

(e v o i e m i a ) , da sobrev ivênc ia dos e r i t roc i tos -.<.'<'.i^i.n. 3-.,-".i,:;ii,.is,ni.-ii,

no r econhec imen to e ava l iação q u a n t i t a t i v a de h e m o r r a g i a s ' ' - ' — pr in ­

c i p a l m e n t e n a s ocor r idas n a s v ias u r i n a r i a s e na d i g e s t a t i v a — , no e s t u d o

da sef iues l ração e d e s t r u i ç ã o dos glóbulos v e r m e l h o s ao nível do baço

e em o u t r a s p e s q u i s a s ^•''''-"'-••'^••''•"'. Sob a f o r m a de c lore to de

r ad ioc romo (em que se c o m p o r t a como ca t ión) t e m sido usado , por e x e m ­

plo, na d e t e r m i n a ç ã o do volume p l a s m á t i c o '

2 — A l g u m a s vezes r ecor re - se ao c romo 51 ( — r a d i o c r o m o — ) com o

f i to de se ob te r d e t e r i T i i n a d a i n fo rmação , por exemplo , a m a s s a glo-

bular-'"''-'"'-''. N o u t r a s , p r e t ende - se com u m a única dose do t r a ç a d o r , ob t e r

° C o l a b o r a ç ã o e n t r e o I n s t i t u t o -'e E n e r g i a A t ô m i c a ( D R B ) e a l.'* C l ín i ca M é d i c a (Prof .

D r . A. B . d e U l h ô a C i n t r a ) d a F . M. d a U . S. P .

A s s i s t e n t e d o S e r v i ç o d e H e m a t o l o g i a ( C h e f e : D r . M. J a n i r a ) da 1.^ C. M. e da

D R B do l E A .

C h e f e d a D i v i s ã o d e R a d i o b l o l o g i a do l E A .

* * * M é d i c a E s t a g i á r i a ( S e r v i ç o d e H e m a t o l o g i a ) .

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4 V. M a s p e s . R. R. P i e r o n i e C. R. Ca re l l i

Uso do Ci-51 na d e t e r m i n a ç ã o da volemia e da sobrev ivênc ia

1 — Sendo o s a n g u e u m a s u s p e n s ã o de p a r t í c u l a s (glóbulos v e r m e l h o s ,

p l a q u e t a s e glóbulos b r a n c o s ) , n u m meio f luido ( p l a s m a ) , p a r a a

d e t e r m i n a ç ã o do vo lume s angu íneo podem ser e m p r e g a d a s t a n t o subs ­

t ânc ia s que se di luem no p l a s m a , como s u b s t â n c i a s que m a r q u e m os ele­

m e n t o s f i gu rados . O -traçador idea! ser ia u m a s u b s t â n c i a que , se m i s ­

t u r a n d o com o p l a s m a e só nêle, sof resse t r a n s f o r m a ç õ e s me tabó l i ca s m u i t o

l en tas , ou que, m a r c a n d o os glóbulos v e r m e l h o s , por exemplo , e a p e n a s

êles, não eluisse e não ro tu l a s se o u t r o s glóbulos d u r a n t e a mis tu i ' a . N ã o

se conhece, a t é o p r e s e n t e , s u b s t â n c i a que se c o m p o r t e como m a r c a d o r

ideal do p l a sma . Dos m a r c a d o r e s de glóbulos , o Fe-59 (por exemplo)

pode se c o m p o r t a r como ta l . Com efei to , ma rcando - se " in v ivo" os gló­

bulos ve rme lhos de um doador , com Fe-59 , podemos uti l izá-los, pos t e r io r ­

m e n t e , p a r a a d e t e r m i n a ç ã o da m a s s a g lobula r de um recep tor . O f e r r o

r ad ioa t ivo se a p r e s e n t a incorporado à molécula da hemoglob ina , não

elui dos e r i t roc i to s (a não se r q u a n d o há l ise) e não m a r c a novos g lóbulos

d u r a n t e a m i s t u i a . H á , e n t r e t a n t o , i nconven ien tes e l imi tações sé r i a s

ao uso cor-rente do método . Das s u b s t â n c i a s capazes de m a r c a r " in v i t r o "

cs er-itrocitos, o Cr-51 é a que se a p r e s e n t a como m a i s s a t i s f a t ó r i a .

1.1 — E m 1959, Gray e S t e r l i n g ' " p u z e r a m em evidência que o Cr -51 ,

sob a f o r m a de c lore to de r ad ioc romo , complexa-se com as

p ro t e inüs p l a s m á t i c a s e não p e n e t r a s i g n i f i c a n t e m e n t e nos g lóbulos (me­

nos de 2 / 0 - A l g u m t e m p o depois (1953) , F r a n k e Gray^^ u t i l i z a r a m

esse compos to p a r a a d e t e r m i n a ç ã o do volume p la smá t i co . A p e z a r de mo­

dificações que t ê m sido i n t r o d u z i d a s na técn ica de u t i l ização do c loreto

de radiocromo-'--', o e m p r e g o do m e s m o como r o t u l a d o r do p l a s m a t e m sido

dados p a r a o cálculo da volemia e da sobrev ivênc ia dos e r i t r oc i t o s . E m

casos como este, as t écn icas u sua i s ou são de execução p r á t i c a compli­

cada ou r e c o r r e m a manipulaçõe.i •jb.jetáveis, como se dá com as que , p a r a

a d e t e r m i n a ç ã o c o n c o m i t a n t e da voiemia e da sobrev ivênc ia p r e s c r e v e m

a l a v a g e m dos glóbulos a n t e s da r e i n j e ç ã o - ' - : t a l operação pode induz i r

danos aos e r i t roc i tos e a l t e r a r a sobrevivência ' - ' . Com ce r t a f reqüênc ia

o Cr-51 é e m p r e g a d o s i m u l t a n e a m e n t e com o u t r o s t r a ç a d o r e s , como o

1-131 ( m a r c a n d o a so ro -a lbumina h u m a n a , por exemplo) e o Fe -59 (er i ­

t roc inese) .

3 — No p r e s e n t e t r a b a l h o , ao m e s m o t e m p o que r e e x a m i n a m o s o p rob le ­

m a da d e t e r m i n a ç ã o da volemia e da sobrev ivênc ia dos e r i t roc i to s

com o auxí l io do Cr -51 , a p r e s e n t a m o s um mé todo s imples que p e r m i t e a

(.btenção dos dois r e s u l t a d o s cem u m a única dose do t r a ç a d o r .

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U s o do C r - 5 1 e m p e s q u i z a c l ín ica e p r o p e d ê u t i c a §

r e l egado pa ra s egundo plano e p r i n c i p a l m e n t e depois do r e l a t ivo sucesso consegu ido com o uso da soro a l b u m i n a h u m a n a iodada (1-131). A r a z ã o pr inc ipa l do pequeno e m p r e g o do c lore to de r ad ioc romo deco r r e , a nosso ver , do fa to de o complexo p ro te ín ico f o r m a d o s e r r á p i d a m e n t e d e p u r a d o da c i rculação pelo S R E , inconven ien te esse a p r e s e n t a d o por o u t r a s subs ­t â n c i a s , como a Rosa -Benga l a 1-131 e o c lore to de r a d i o f e r r o .

1.2 — G r a y e S t e r l i ng , no t r a b a l h o c i t ado ac ima, m o s t r a r a m , t a m ­bém, a poss ib i l idade da m a r c a ç ã o dos glóbulos v e r m e l h o s com

o Cr-51, sob a f o r m a de r a d i o c r o m a t o de sódio. É s t e p e n e t r a no in t e r io r dos glóbulos, sofre r edução , l igando-se a u m a globina. E s t a l igação é, a t é ce r to pon to , lábil e em conseqüênc ia , h á eluição p a u l a t i n a do r ad io -c romo . O r i t m o dessa s a i d a é, con tudo , b a s t a n t e pequeno se c o m p a r a d o com o de o u t r o s m a r c a d o r e s que t ê m sido usados p a r a os glóbulos , como o P-32. E m méd ia elui cerca de 1'/, do r e m a n e s c e n t e , c ada 24 horasi" '^ '^-" '". P o r o u t r o lado, o r ad ioc romo eluido não m a r c a novas hemác ia s " -^ ' , por se e n c o n t r a r sob a f o r m a de ca t ión ( - d i f e r e n t e m e n t e do P-32 que , eluido, pe­n e t r a no i n t e r i o r de o u t r a s h e m á c i a s - ) : ao con t r á r io , é r e t i r a d o r á p i d a ­m e n t e da c i rculação. O m e s m o des t ino t e m o c romo que é l iberado por d e s t r u i ç ã o ( senescenc ia e / o u a g r e s s ã o ) dos glóbulos m a r c a d o s . N e s t a s c i r c u n s t â n c i a s o r a d i o c r o m a t o de sódio é u m m a r c a d o r m u i t o s a t i s f a t ó r i o , q u a n d o se dese ja conhecer a m a s s a dos e r i t roc i to s e / o u a volemia , pois , a sua d i s t r ibu ição pode ser bem a c o m p a n h a d a a t é a homogene ização com­ple ta . E i s to é m u i t o i m p o r t a n t e q u a n d o se r e c o r r e a u m m é t o d o de di­luição isotópica. Como conseqüênc ia , o uso do r a d i o c r o m a t o de sódio t em se genera l i zado , dando l u g a r a que se a b a n d o n e o u t r o s t r a ç a d o r e s , como o tór io B , o P-32, o Rb-86, o Fe -59 . e t c .

2 — Por o u t r o lado, d a d a s as c a r a c t e r í s t i c a s do Cr-51 como m a r c a d o r de e r i t roc i tos , t e m sido e x t e n s a m e n t e u sado p a r a a d e t e r m i n a ç ã o da

d u r a ç ã o méd ia ( sobrev ivênc ia ) dos m e s m o s . De fa to , não m a r c a n d o ou­t r a s h e m á c i a s depois da h e m o c a t e r e s e ( d i f e r e n t e m e n t e do que se p a s s a com o Fe-59 que é r e a p r o v e i t a d o ) e n ã o d e m a n d a n d o t écn icas complica­das p a r a sua med ição (o que se dá com o N-15 , po r exemplo) e r a de se e s p e r a r que ta l sucedesse .

2 . 1 — Contudo , a ex i s tênc ia da eluição cons t i tu i u m a dif iculdade, à s vezes sér ia , p a r a o cálculo da sobrev ivênc ia dos e r i t r oc i t o s m a r ­

cados com C r - 5 1 . E r e p r e s e n t a m e s m o , a m a i o r objeção que se pode le­v a n t a r ao e m p r e g o desse m a r c a d o r , com essa f ina l idade . Com efe i to , a n ã o se r em casos especiais , não é possível d e t e r m i n a r - s e o r i t m o com que a eluição se p rocessa " i n v ivo" . I s to t e m levado a lguns a u t o r e s , como Neche le s e cois-'", a p r o p o r e m que se calcule a p e n a s a chamada , " m e i a - v i d a a p a r e n t e " ou "me ia -v ida Cr -5r ' . P o r o u t r o lado, a exa t i dão da d e t e r m i -

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6 V. M a s p e s , R. R. P i e r o n i e C. R. C a r e l l i

nação da sobrev ivênc ia com o Cr-51 — em conseqüênc ia do não conheci­

m e n t o do r i t m o da e lu ição —, é g e r a l m e n t e m e n o r do que a que se pode

t e r com o m é t o d o da so ro a g l u t i n a ç ã o d i ferenc ia l de Ashby- ' -" , por e x e m ­

plo. E n t r e t a n t o a poss ib i l idade do e m p r e g o do Cr-51 em q u a l q u e r pa­

c iente , i n d e p e n d e n t e m e n t e de g r u p o s a n g u i n e o e a v iabi l idade da d e t e r -

m.inação da sobrev ivênc ia dos e r i t roc i tos do pac i en t e em sua p r ó p r i a cir­

culação, r e p r e s e n t a m v a n t a g e n s t ão g r a n d e s que t ê m levado ao q u a s e

abandono de o u t r o s mé todos (o de A s h b y , inc lus ive) ( o b v i a m e n t e , nos

cen t ros onde o uso do r a d i o c r o m o é exeqü íve l ) .

2 . 2 •— Cabe aqu i , m a i s u m a obse rvação . H á au tores ' ' p a r a os qua i s

a eluição poder ia ser , a n t e s a p a r e n t e , do que f a to real . O que ocor­

r e r i a se r ia u m a m a r c a ç ã o não un i fo rme das h e m á c i a s ou u m efei to tóxico

sobre p a r t e dos glóbulos . E s t e s i n c o r p o r a r i a m q u a n t i d a d e de r ad ioc ro ­

mo que e s t a r i a n a dependênc ia da " i d a d e " : os m a i s " j o v e n s " i nco rpo rando

m e n o s do q u e os ma i s "ve lhos" , d a r i a m l u g a r a u m a c u r v a de de sapa rec i ­

m e n t o do Cr-51 da c i rcu lação aná loga à o b s e r v a d a e cujo a spec to é ati-i-

buido à eluição. Que não se t r a t a de efe i to tóxico, decor re da d e t e r m i ­

nação s i m u l t â n e a da sobrevivência , pelo m é t o d o de A s h b y e pelo r ad io -

c r o m o ' - ' - ' - ' A l é m disso, a ver i f icação de que a eluição ocorre "in v i t r o "

leva-nos a ace i tá - la como ocor rendo , t a m b é m , " in v ivo" . N ã o fica,

porém, exclu ída i n t e i r a m e n t e , a h ipó te se de u m a possível m a r c a ç ã o " n ã o

u n i f o r m e " .

a — Técnica

1 — Marcação dasi hemácias — Segu imos a técn ica de m a r c a ç ã o p reco­

n izada por Cooper e O w e n ' . E m f rascos de 100 ml coloca-se u m a

solução de A C D (5 ml) de f ó r m u l a especial , com p H um pouco in fe r io r ao

do ACD c o m u m ( p H e n t r e 5 e 5 ,5) . O f rasco con tendo o A C D é fechado

com ro lha de b o r r a c h a e au toc l avado a 120^0 por 15 m i n u t o s . A l g u n s

a u t o r e s r e c o m e n d a m nova es te r i l i zação dos f rascos não ut i l izados , depois

de 14 d ias . N ã o há , po rém, necess idade desse cuidado, s e m p r e que o

p r e p a r o da solução t e n h a sido fe i to de acordo com as t écn icas r ecomen-

dacías em h ipode rmia .

1.1 — I m e d i a t a m e n t e a n t e s da colhei ta do s a n g u e a se r m a r c a d o ,

adic iona-se ao f rasco , de 80 IJ.C a 120 |jic de C r - 5 1 , sob a f o r m a

de r a d i o c r o m a t o de sódio e m i s t u r a - s e bem. N ã o se deve ad ic ionar o

r a d i o c r o m a t o com m u i t a antecedência" , pois , o f a to p re jud ica sua incorpo­

r a ç ã o às h e m á c i a s (por ocor re r r e d u ç ã o ) .

1.2 — A segu i r coloca-se na m i s t u r a , 20 ml de s a n g u e colhido com

se r i nga e a g u l h a s r i g o r o s a m e n t e l impas e secas . A a g u l h a

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U s o d o C r - 5 1 e m p e s q u i z a c l ín ica e p r o p e d ê u t i c a 7

b-I — Determinação da volemia

1 — Preparo do padrão — Com s e r i n g a seca e agulha de bom ca l ibre ,

retira-se do f r a sco onde se p rocessou a marcação e depois de prévia homogene ização , cerca de 5 ml da m i s t u r a .

1.1 — T r a n s f e r e - s e p a r a u m t u b o de c e n t r i f u g a ç ã o de m a s s a co­

nhec ida .

1.2 — Pesa-se , novamente , o tubo e po r diferença, tem-se a massa

M|, da m i s t u r a que s e r v i r á p a r a a ob tenção do padrão e cál­

culo dos r e s u l t a d o s .

deve t e r ca l ibre de 9 a 12 déc imos . O sang-ue é t r a n s f e r i d o p a r a o f rasco ,

de l i cadamen te , a f im de e v i t a r t r a u m a nos glóbulos v e r m e l h o s . I nve r ­

te -se o f rasco, v á r i a s vezes, c u i d a d o s a m e n t e , p a r a m i s t u r a do s a n g u e com

o an t icoagulan te ' .

1.3 — Deixa-se o f rasco á t e m p e i - a t u r a a m b i e n t e , d u r a n t e me ia ho­

ra , t endo-se o cu idado de ag i tá - lo , de l i c adamen te , 3 a 4 vezes ,

d u r a n t e esse t e m p o .

1.4 — E m conseqüênc ia , a c r e s c e n t a - s e à m i s t u r a , u m a solução con­

t endo de 20 m g a 50 m g de v i t a m i n a C, que vai a g i r como

r e d u t o r .

2 — Preparo da injeção — Após cinco m i n u t o s , homoge in iza - se o con teú ­

do do f rasco e, com a g u l h a de bom ca l ib re r e t i r a - s e cerca de 20 ml

da m i s t u r a , com s e r i n g a es té r i l e p e r f e i t a m e n t e seca.

2 . 1 — A s e r i n g a con tendo a m i s t u r a é pesada e a m a s s a a n o t a d a .

2 . 2 —• Após a p e s a g e m , m i s t u r a - s e bem o con teúdo da s e r i n g a (na

p r ó p r i a s e r i n g a ) e in j e t a - se no pac ien te . É r ecomendáve l

q u e a punção venosa se ja fe i ta com auxí l io de u m a s e g u n d a s e r i n g a : u m a

vez que se e s t e j a s e g u r o de que a veia e s t á bem canu lada , s u b s t i t u i - s e a

s e r i n g a (pela que con t ém o m a t e r i a l r ad ioa t ivo ) e in j e t a - se . Deve -se evi­

t a r que q u a l q u e r porção de m a t e r i a l r ad ioa t i vo se pe rca no tec ido sub­cu t âneo . Ass ina l a - se o i n s t a n t e em que t e r m i n a a in jeção.

2 . 3 — A s e r i n g a é n o v a m e n t e pe sada . P o r d i ferença , t e m - s e a m a s ­

sa M¡ do m a t e r i a l i n j e t ado . Note - se que e s t e con t ém, a lém

da r ad ioa t i v idade l igada aos glóbulos m a r c a d o s , u m a parce la devida ao

Cr -51 que n ã o p e n e t r o u n a s h e m á c i a s .

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8 V. M a s p e s , R. R. P i e r o n i e C. R. Ca re l l i

1.3 — Centr ifuga- .se , despreza-se o s o b r e n a d a n t e e r e - suspende- se

os glóbulos com solução fisiológica a b u n d a n t e , p a r a l avagem.

E s t a deve ser p roced ida com cuidado, p a r a e v i t a r hemól i se . Cen t r i fu ­

g a - s e e r epe t e - se a l avagem 3 a 4 vezes. A l a v a g e m dos glóbulos é fe i ta ,

p o r q u a n t o , in t e res sa a p e n a s , a r ad ioa t i v idade i n j e t a d a l i gada aos glóbulos .

1.4 — Após a ú l t i m a l a v a g e m , ac re scen ta - se á g u a d i s t i l ada à qual

se adicionou 20 m g / l i t r o de c r o m a t o de sódio (não r ad ioa t ivo )

como c a r r e g a d o r , e p a r a hemól i se . Tr-ansfere-se p a r a um balão vo lumé­

t r i co de 500 ml. Comple t a - se o vo lume com á g u a d i s t i l ada con tendo cro­

m a t o de sódio. A t r a n s f e r ê n c i a deve s e r a m a i s comple t a possível . P a r a

i s to o t u b o é lavado , v á r i a s vezes, com a á g u a que vai c o m p l e t a r o volu­

me . A adição de c r o m a t o de sódio, como c a r r e g a d o r , s u g e r i d a por Small

e cois-'"' con t r ibu i m u i t o p a r a a exa t i dão dos r e s u l t a d o s .

2 — Cálculo das "contagens injetadas" — Depois da homoge in ização , pi-

pe ta - se 4 ml da solução ob t ida ac ima, em t u b o p lás t ico (T,,) " p a r a

c o n t a g e m " .

2 . 1 — U s a n d o con tado r de c in t i l ação com cr i s t a l de poço, p roce ­

de-se à c o n t a g e m de T,,. Se ja c,, a contagem líquida ob t ida

(em i m p u l s o / m i n u t o ) . E s s a c o n t a g e m r e p r e s e n t a 4 / 5 0 0 da cont ida na

m a s s a M,, e l igada aos glóbulos .

2 . 2 — Mul t ip l icando-se c,, por 5 0 0 / 4 = 125, t em-se a c o n t a g e m r e ­

l a t iva ao Cr-51 cont ido em M,, e l igado aos glóbulos . Ind i -

cando-a com C,„ r e su l t a ,

C„ = 125 . c„ (1)

2 . 3 — Como foi i n j e t a d a u 'a m a s s a M¡ da m i s t u r a (da m e s m a mis ­

t u r a da qua l se t i rou a m a s s a M,, p a r a o p a d r ã o ) , o to t a l C¡

de contaigens injetadas ( l igadas aos glóbulos) ob tém-se , por r e g r a de t r ê s

s imples e r e su l t a .

Mi C¡ = 125 . c , (2)

M„

Note - se que a p rec i são com que se t e r á C¡ e s t á na dependênc ia dos e r ro s

comet idos n a s p e s a g e n s , a s s i m como na p i p e t a g e m do volurrre " c o n t a d o "

e na p r ó p r i a c o n t a g e m . A ocorrência de hemól i se d u r a n t e a l a v a g e m , a

t r a n s f ê n c i a incomple ta dos glóbulos hemol i sados p a r a o ba lão vo lumét r i co ,

a adso rção do radiocr 'omo à v id ra r i a , ou a hemól i se incomple ta dos eriti-o-

ci tos , são a inda poss íveis c a u s a s de êri-o. Como a d e t e r m i n a ç ã o da m a s s a

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Uso d o C r - 5 1 e m p e s q u i z a c l ín ica e p r o p e d ê u t i c a 9

4 — Contagem das amostras e cálculo da voiemia — Os q u a t r o t u b o s de­

vem " c o n t a d o s " no m e s m o s i s t e m a ut i l izado na c o n t a g e m de T,,. S e j a m

C-,„ C;ÍI„ CI;I, e Ci-„ as c o n t a g e n s l íquidas (em i m p u l s o s / m i n u t o s , por exem­

plo) ob t idas . E m gera l , a d i fe rença e n t r e e s sas c o n t a g e n s é da o rdem

do e r ro que podemos e s p e r a r . Es te decor re da imprec i são com que se r e s ­

tabelece o nível p r i m i t i v o nos t u b o s de c e n t r i f u g a ç ã o e da n a t u r e z a p r o -

ba l í s t ica da p róp r i a c o n t a g e m . Con tudo , q u a n d o h á s e q u e s t r a ç ã o de er i ­

t roc i tos . Ciii, é s i gn i f i c amen te maior do que as o u t r a s c o n t a g e n s . N e s t a

h ipó tese , despreza-se e s s e dado e usa-se a média dos r e s t a n t e s : caso con­

t r á r i o , t o m a - s e a méd ia dos q u a t r o r e s u l t a d o s . Seja C essa m é d i a :

t em-se ,

C = ~ (3)

C r e p r e s e n t a a c o n t a g e m c o r r e s p o n d e n t e ao Cr-51 cont ido nos glóbulos

p r e s e n t e s em 4 ml de s a n g u e , isto é, n u m vo lume g lobu la r igual a 4 . H , ml.

pedo ser fe i ta com prec isão m u i t o ma io r do que a do vo lume por p ipe ta ­

g e m , es ta e a c o n t a g e m em sí, são a s operações que h a b i t u a l m e n t e l imi­

t am a prec isão com que se t em C¡.

3 — . C o l h e i t a e t ratamento d;is a m o s t r a s — Depois de 20,30,60 e 120 mi­

n u t o s da in jeção , colhe-se a m o s t r a s de 5 a 6 ml de s a n g u e (puncio-

nando o u t r a veia que não a u sada p a r a a in jeção do m a t e r i a l a t ivo) e, de

u m a das a m o s t r a s , s epa ra - se uma porção p a r a a d e t e r m i n a ç ã o do h e m a ­

toc r i to ( H | ) .

3 . 1 — A s a m o s t r a s de s a n g u e , i m e d i a t a m e n t e após a colhei ta , são

t r a n s f e r i d a s p a r a t ubos de c e n t r i f u g a ç ã o e o nível a t i ng ido

nê.stes é m a r c a d o com a m á x i m a p rec i são possível .

3 . 2 — A segu i r procede-se a l a v a g e m dos glóbulos por 3 a 4 vezes,

usando-se a b u n d a n t e solução f isiológica.

3 . 3 — Após a ú l t ima l a v a g e m , desp reza - se o s o b r e n a d a n t e e r e s t a ­

belece-se o nível m a r c a d o com á g u a d i s t i l ada (à qual se a c r e s ­

cen tou c r o m a t o de sódio não r ad ioa t ivo , como c a r r e g a d o r ) .

3 . 4 — Depois de comple ta hemól ise e homoge in ização , p ipe t a - se 4

ml em tubos p lás t icos p a r a con tagem, m a r c a d o s com T^n,

T:;,,, T,„ e T,,„.

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10 V. Maspes , R. R. P ieroni e C. R. Carell i

H,.. C . M„ 0 ,92. H¡

C . M„

V = 543,48 . — ^— (5) c„ . M¡

E s t e r e s u l t a d o n ã o depende de H, m a s da re lação e n t r e o h e m a t o c r i t o pe­

r i fér ico e o corpora l . A t r i bu indo - se , um va lo r fixo a e s sa re lação , os r e su l ­

t ados pode rão ser a f e t a d o s po r u m e r r o s i s t emá t i co , d e c o r r e n t e da d i fe ren­

ça e n t r e o va lor e fe t ivo dessa re lação e o usado .

b-II — Determinação da sobrevivência

1 — Colheita e preparo das amostras

1.1 — V i n t e e q u a t r o h o r a s após a in jeção dos g lóbulos m a r c a d o s ,

colhe-se u ' a a m o s t r a de 5 a 6 ml de s a n g u e . Repe te - se a

colhei ta com in t e rva lo s de 3 a 4 d ias , por u m per íodo de 25 a 35 d ias

(oi to a dez a m o s t r a s ) . O t e m p o de a m o s t r a g e m pode rá s e r a u m e n t a d o

ou reduzido , s egundo o p r o b l e m a clínico com que nos d e f r o n t a m o s . E m

pa r t i cu l a r , o in t e rva lo e n t r e as co lhe i tas pode se r r eduz ido e a b r e v i a d o

o t e m p o de a m o s t r a g e m , q u a n d o h á u rgênc i a em se o b t e r o r e s u l t a d o ou

há razões p a r a se s u s p e i t a r de u m a r edução a c e n t u a d a da sobrev ivênc ia .

4 . — Como f o r a m i n j e t a d a s C¡ " c o n t a g e n s " e em 4.H, ml t em-se C, a

di luição se fez n u m v o l u m e V ,̂ d e glóbulos, que se o b t é m por

r e g r a de t r ê s s imples , do que r e su l t a ,

Ci c„ . Mi

V , = = 500 , . H, (4)

C / 4 . H , C . M„

A prec i são com que se rá conhecido depende rá , a lém dos f a t o r e s j á indi­

cados, da e x a t i d ã o com que o h e m a t o c r i t o é d e t e r m i n a d o . N o t e m o s que

p a r a H, devemos t o m a r o h e m a t o c r i t o cor r ig ido (pa ra o p l a s m a " t r a p p e d " ) .

P a r a ta l b a s t a mul t ip l i ca r por 0,96 o r e s u l t a d o encon t r ado .

4 . 2 — O vo lume s a n g u i n e o V, s e r á obt ido j o g a n d c - s e com o h e m a t o ­

cr i to corpora l H,,.. A s s u m i n d o este como sendo 0,92 H,, r e ­

su l ta ,

V,. c„ . M¡ H,

V = = 500 . .

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U s o d o C r - 5 1 e m p e s q u i z a c l ín i ca c p r o p e d ê u t i c a H

2 — Contagem das amostras

2 . 1 — As a m o s t r a s são " c o n t a d a s " num<i m e s m a d a t a . Dessa for­

m a evi ta -se a necess idade de co r reção do d e c a i m e n t o rad io­

a t ivo do Cr-51 e t e m - s e m a i s s e g u r a n ç a de que as condições do s i s t ema

de de teção são as m e s m a s em todas a s medições . O t e m p o de c o n t a g e m

é escolhido de ta l f o r m a que a c o n t a g e m da ú l t ima a m o s t r a (a menos

a t i v a ) to ta l ize cerca de 10.000 impulsos e t o d a s a s a m o s t r a s são c o n t a d a s

d u r a n t e esse m e s m o t e m p o ( " c o n t a g e m com t e m p o p r é - e s t ab e l ec id o " ) .

2 . 2 — Os r e s u l t a d o s são levados em u m a t abe la de .sete e n t r a d a s .

N a p r i m e i r a , m a r c a - s e a d a t a da co lhe i r a ; na s egunda , o

in t e rva lo de t e m p o (em dias ) decorr ido desde o dia s e g u i n t e ao da inje­

ç ã o ; n a t e r ce i r a , o n ú m e r o de o rdem da a m o s t r a ; na q u a r t a , a c o n t a g e m

b r u t a ; na q u i n t a , a c o n t a g e m de f u n d o ; na s e x t a , a c o n t a g e m l íquida e

na s é t i m a a re lação e n t r e a c o n t a g e m l íqu ida d a s a m o s t r a s sucess ivas e

a da p r i m e i r a , mu l t i p l i cada por cem ( c o n t a g e m r e l a t i v a ) . A c o n t a g e m

de fundo é medida , s i s t e m a t i c a m e n t e , no início e no f im das c o n t a g e n s e,

e v e n t u a l m e n t e , e n t r e a c o n t a g e m das a m o s t r a s sucess ivas . Como todas

a s a m o s t r a s são c o n t a d a s d u r a n t e um m e s m o t e m p o (que é, t a m b é m , o em

que d e t e r m i n a m o s a c o n t a g e m de f u n d o ) , podem se r u s a d a s d i r e t a m e n t e ,

s em necess idade de r edução a impulsos por m i n u t o . Na t abe l a re fe r ida ,

são a inda a s s ina l ados (Tabela I ) n o m e e n ú m e r o de r e g i s t r o do pac ien te ,

a s s im como a d a t a da injeção, o t e m p o de c o n t a g e m e a d a t a da c o n t a g e m .

A s co lhe i tas devem se r fe i t as com o pac ien te nas m e s m a s condições. De

prefei-ência, em repouso , em decúbi to dorsa l e no m e s m o h o r á r i o .

1.2 — Cada a m o s t r a de s a n g u e , logo após a colhei ta , é t r a n s f e r i d a

p a r a um tubo de c e n t r i f u g a ç ã o com a n t i - c o a g u l a n t e , m a r ­

cando-se c u i d a d o s a m e n t e o nivel super ior a t i ng ido . E m segu ida cen t r i fu ­

ga-se (2.500 r p m d u r a n t e 20 m i n u t o s ) , despreza - se o p l a s m a e res tabe lece -

se o vo lume p r i m i t i v o com o r igor possível , u sando á g u a d i s t i l ada à qual

se ac rescen tou c r o m a t o de sódio (não r a d i o a t i v o ) , como c a r r e g a d o r . Or̂

glóbulos so f re rão hemól i se e, p a r a que es ta se ja comple ta , é conven ien te

a g i t a r o t ubo .

1 .3 — U m a a l iquota (4 ml, em nosso c a s o ) , é t r a n s f e r i d a p a r a um

t u b o de c o n t a g e m , p a r a m e d i ç ã o pos te r io r . N o t u b o co r r e s ­

p o n d e n t e a cada a m o s t r a m a r c a - s e a d a t a em que a colhei ta foi p rocedida

e a o rdem.

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12 V. M a s p e s , R. R. P i e r o n i e C. R. Ca re l l i

Data Dias n.o da

a m o s t r a

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

contagem ' c o n t a g e m bruta de fundo

c o n t a g e m l íquida

c o n t a g e m relat iva

3 — Cálculo da sobrevivência — O p r o c e d i m e n t o de cálculo a se a d o t a r na

d e t e r m i n a ç ã o da sobrev ivênc ia é condic ionado por d i f e r e n t e s f a to ­

re s , a l g u n s re lac ionados com o p rob l ema hemato lóg ico em causa e o u t r o s

com a f ina l idade q u e se t e m e m v i s t a . Com efei to, sabe-se q u e a depen­

dência das c o n t a g e n s ( r ea l i zadas n u m a m e s m a d a t a ) com o t e m p o , se

t r a d u z , a n a l i t i c a m e n t e , por exp re s sões d i f e r e n t e s " ' - - " s e g u n d o e x i s t a m

ou n ã o f a t o r e s de a g r e s s ã o " e x t e r n o s " ou defe i tos i n t r ín secos nos g lóbu­

los, e t c . P o r o u t r o lado, casos há , em que o c o n h e c i m e n t o de que a d u r a ­

ção da vida dos e r i t roc i to s acha - se s i g n i f i c a n t e m e n t e a l t e r a d a (d iminu i ­

da, em g e r a l ) , é c l i n i camen te s a t i s f a tó r i o . N o u t r o s , po rém, como q u a n ­

do se dese ja e s t u d a r a e r i t roc inese , há a necess idade de se o b t e r a d u r a ç ã o

méd ia da vida d a s h e m á c i a s com a ma io r e x a t i d ã o poss ível . N e s t a s cir­

c u n s t â n c i a s é prefer íve l , de início, s u b m e t e r os dados a u m t r a t a m e n t o

que , em p r i m e i r a a p r o x i m a ç ã o , se aplica a q u a l q u e r caso. Ao m e s m o

t e m p o , d e s e j a m o s a d v e r t i r que , q u a l q u e r que se ja o mé todo de cálculo

ado t ado , os r e s u l t a d o s são vál idos d e n t r o de c e r t a s h ipó teses . U m a p r e ­

m i s s a a d m i t i d a — expl íc i ta ou i m p l i c i t a m e n t e — na g e n e r a l i d a d e dos

p r o c e d i m e n t o s d e cálculo que t ê m sido p ropos tos , é a cons t ânc i a do valor médio da volemia d u r a n t e o per íodo da a m o s t r a g e m .

3 . 1 — Procedimento geral — A s s u m i n d o que a d e s t r u i ç ã o d a s h e ­

m á c i a s se dá ao acaso e que a q u a n t i d a d e de Cr-51 que elui

Tabe la I

N o m e do p a c i e n t e ; . R. G.:

D a t a d a i n j e ç ã o : • • D a t a da c o n t a g e m :

T e m p o d e c o n t a g e m : • •

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U s o do C r - 5 1 cm p e s q u i z a c l ín ica e p r o p e d ê u t i c a 13

é proporc iona l à p r e s e n t e , ob tém-se ' " a seg-uinte e x p r e s s ã o pa ra a con­

t a g e m da a m o s t r a colhida n u m a d a t a t,

c ( t ) = c„ . e (6)

onde k é a constante de destruição ou de morte das h e m á c i a s e k, é a constante de eluição. A vida média T dos e r i t r oc i t o s é, no caso, d a d a pelo

recíproco de k e a meia-vida T y , — t e m p o f indo o qual o n ú m e r o de gló­

bulos m a r c a d o s caí à m e t a d e — é 0,693. T , onde o coeficiente 0,693 é

o l o g a r i t m o n a t u r a l de 2 :

T = 1/k T... = 0 ,693 . T (7)

o r i t m o de va r i ação (d iminu ição) da a t i v i d a d e das a m o s t r a s suces s ivas

(med idas n u m a m e s m a d a t a ) depende de k+k,, cujo rec íproco dá a vida média aparente T, . E s t a acha - se l igada à a s s i m c h a m a d a meia-vida Cr-51 ou meia-vida aparente Tr,, pela re lação, T^,-= 0 ,693.T„. E s t a me ia -

vida a p a r e n t e r e p r e s e n t a o in t e rva lo de t e m p o e n t r e a s co lhe i tas de d u a s

a m o s t r a s cu ja s a t i v i d a d e s (med idas n u m a m e s m a d a t a ) e s t ão e n t r e si

como 2 e 1 ;

T , = l / ( k + k , ) T . . = 0 ,693 . T , (8)

Ind icando com T,, o tempo de meia-eluição ou sem!-período de eluição,

t em-se , 0,693 0,693 0,693

k, = 0 ,693 / T„ = + — (9) T.-.- Ty2 T,.

onde, T„ .T . ,

T = (10) T,. — T . .

T = Ti/2 / 0,693 = 1,443. TVi (11)

3 . 1 . 1 . — P a r a a c o n t a g e m re l a t iva t em-se ,

R = 100 — = 100 . e (12 Co

T o m a n d o o l oga r í t imo n a t u r a l ,

log R = log 100 — ( k + k j ) t (13)

' J

3 . 1 . 2 — As c o n t a g e n s r e l a t i v a s são r e p r e s e n t a d a s n u m grá f ico

l inear ( f i g u r a 1) e n u m grá f i co semi - loga r í tmico ( f i g u r a

2 ) . No p r ime i ro , pela posição média dos pon tos t r a ça - s e u m a c u r v a ex-

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14 V. M a s p e s , R. R. P i e r o n i c C. R. C a r e l l i

ponencia l e, no segundo , u m a r e t a . A l inha a s s i m ob t ida é a curva de sobrevivência. E s t a n ã o p a s s a r á , n e c e s s a r i a m e n t e , pelo pon to que r e p r e ­

sen t a a c o n t a g e m re l a t i va (lOO'/í ) c o r r e s p o n d e n t e à p r i m e i r a a m o s t r a

( t e m p o z e r o ) .

N o g rá f i co l inear , t r a ç a - s e pelo p o n t o t = 0 , u m a t a n g e n t e à c u r v a de

sob rev ivênc ia : a in t e r secção des t a com o eixo das abcissas-" da r - se -á no

ponto t = T, . Tem-se , a s s i m , u m a p r i m e i r a e s t i m a t i v a da v ida m é d i a

a p a r e n t e . U m a s e g u n d a e s t i m a t i v a pode s e r ob t ida a p a r t i r da inc l inação

Fie. I

I- R= 100 c ( t) /co ÜTongente por t = 0

da r e t a no g rá f i co semi - loga r i tmico , pois , o coef ic iente a n g u l a r da m e s m a

é — l / ( k - l - k , ) = T;,. P o r o u t r o lado, T,, a i n d a pode s e r e n c o n t r a d o , no g r á ­

fico semi - loga r í tmieo , t i r a n d o - s e u m a para le la r ' à r e t a t r a ç a d a , pelo

ponto do eixo das o r d e n a d a s que r e p r e s e n t a log 100 e p r o c u r a n d o a abc i ssa

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U s o do C r - 5 1 e m pesqu iza c l ín ica e propedêut i ca 15

que, em r', co r r e sponde à o r d e n a d a r ep resen ta t iva - ' ' de R = 37 'X. A

p a r t i r de T,, pode-se ca lcular T. Mais usual , po rém, é d e t e r m i n a r - s e , de

inicio, a meia-vida Cr-51 (T<,), p r o c u r a n d o - s e (no g rá f i co l inea r ou no

semi - loga r í tmico ) o t e m p o f indo o qual R cai à m e t a d e . Obt ido T.-r cal-

Fig . 2

cula-se T por i n t e r m é d i o d a (10) o que imploca no c o n h e c i m e n t o de T,. (o que , a l iás , ocorre q u a n d o d e s e j a m o s p a s s a r de T„ p a r a T ) . Acontece

que T,, a s s u m e , p a r a cada indiv íduo, va lo r d i v e r s o : na l i t e r a t u r a encon­

t r a m - s e va lo res que vão de 45 a 90 d ias e indicações de que T,, n ã o t e m

re lação def in ida com idade, sexo, e n t i d a d e mórb ida , biot ipo, raça , e t c .

P o r esse mot ivo , c o s t u m a m o s t o m a r T,. igual a 60 d i a s . o b v i a m e n t e , a

a r b i t r a r i e d a d e dessa escolha d e t e r m i n a um e r r o s i s t e m á t i c o no cálculo da

sobrev ivênc ia , inf luindo na exa t i dão dos r e s u l t a d o s . Calculado Ti,^ , T

é d a d o pela (11 ) .

3 . 1 . 3 — Dese jando-se p a r a T„ um va lor m a i s s a t i s f a t ó r i o do que

o obt ido a t r a v é s dos g rá f icos , pode-se r e c o r r e r ao m é t o d o

dos m í n i m o s q u a d r a d o s . A j u s t a - s e a (6) ou a (12) aos dados por esse

mé todo . Do pon to de v i s t a d a p r á t i c a c o r r e n t e , o p r o c e d i m e n t o é t r a b a ­

lhoso, e, em ge ra l , i n t e i r a m e n t e desneces sá r io .

3 . 1 . 4 — Q u a n d o os pon tos , no g rá f i co semi - loga r í tmico , n ã o se

a j u s t a m bem a u m a r e t a , deve-se p r o c u r a r o u t r o s p roced i ­

m e n t o s de cá lcu 'o .

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18 V. M a s p e s , R. R P i e r o n i e C. R. C a r e l l i

' c ( t , ) ! ^ ' c„

e x p r e s s ã o que p e r m i t e o cálculo de T. Par-a o b t e r k, b a s t a reso lver a

equação c ( t , ) . x - — 2 c ( t , ) . x + c ( t , ) = O (18)

onde c ( t , ) e c(t;.) t ê m o s igni f icado ac ima e c(t:!) é o valor de c ( t ) p a r a

t igual a 3t , e X é e ^""i*' . Obt ido x calcula-se ki t o m a n d o o l o g a r í t i m o

de x : log X = — k , t , (19)

3 . 2 — Outros prccedimentos de cálcuío — Ocor rendo a h ipó te se

a v e n t a d a em 3 . 1 . 4 e 'ou se t e m r-azões p a r a f o r m u l a r o u t r a s

h ipó teses em re lação ao processo de d e s t r u i ç ã o dos e r i t roc i to s , s u b m e t e m o s

os dados a o u t r a s manipulações. A escolha do novo p r o c e d i m e n t o de cál­

culo é fe i ta em base ao primeir^o r e s u l t a d o e a ou t ro s dados , clínicos e la­

bo ra to r i a i s . Devemos a d v e r t i r que , n e m s e m p r e , e n c o n t r a m o s soluções

i n t e i r a m e n t e s a t i s f a t ó r i a s p a r a a q u e s t ã o .

3 . 2 . 1 — E n c o n t r a n d o - s e T d e n t r o da " f a i x a n o r m a l " (70 a 130

d ias ) ou m u i t o p r ó x i m a des ta , procur^a-se a . jus tar aos da­

dos ( con tagens e t e m p o ) a equação

c ( t ) = c„ ( 1 — t T ) . e (14)

que descreve bem a dependência das c o n t a g e n s ( rea l i zadas n u m a m e s m a

d a t a ) das a m o s t r a s sucess ivas , com o t e m p o , q u a n d o a s h e m á c i a s são

" n o r m a i s " . E s s a equação p e r m i t e ob te r T e k,, não havendo necess ida­

de de se a s s u m i r um valor a r b i t r á r i o p a r a T,. (e p o r t a n t o p a r a k , ) . Dois

c a m i n h o s podem ser seguidos , pa r t i ndo - se da ( 1 4 ) . O p r i m e i r o cons i s te

em se d e t e r m i n a r os va lores de T e k,, a j u s t a n d o - s e a (14) aos dados pelo

mé todo dos m í n i m o s q u a d r a d o s . É o p r o c e d i m e n t o ma i s prec iso , m a s não

aconse lháve l — do ponto de v i s t a da p r á t i c a c o r r e n t e — a m e n o s que se

t e n h a à d isposição um c o m p u t a d o r e le t rônico . O ou t ro cons i s te no se­

gu in t e ' " : Po r meio de um gráf ico l inear , em que r e p r e s e n t a m o s as con­

t a g e n s em função do t e m p o , d e t e r m i n a m o s a s c o n t a g e n s que t e r í a m o s

p a r a a m o s t r a s colhidas n u m a d a t a t, e n u m a d a t a p o s t e r i o r t j = 2 t i .

Tem-se ,

c ( t , ) = c „ ( l — t , / T ) . e~-^^ (15)

c ( t , ) = c „ ( l — 2 t , / T ) . e -"^' . (16)

E levando a (15) ao q u a d r a d o e d ividindo a (16) pelo r-esuitado, t e m - s e ,

c ( t , ) 1

( 1 _ 2 t , / T ) ( l — t , / T ) - ^ ' (17)

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Uso d o C r - 5 1 e m p e s q u i z n c l ín i ca e p r o p e d ê u t i c a 17

3 . 2 . 1 . 1 — R e p r e s e n t a d o com T J/i o t e m p o f indo o qual m e t a d e

da população m a r c a d a de sapa rece d a c i rculação, t e m - s e

T = 2 . T % (19)

N o t e m o s que no caso T1/2 r e p r e s e n t a , t a m b é m , o que em méd ia vão v iver

(depois da m a r c a ç ã o ) a s h e m á c i a s m a r c a d a s .

3 . 2 . 2 — H a v e n d o indicações de que a s h e m á c i a s , desde sua for­

mação , f i cam su,]eitas a um f a t o r letal , p r o c u r a m o s a j u s t a r

aos d a d o s a equação ' "

- K t - K L (e — e ) - k i t

c ( t ) = c„ . e (21) - K L

1 — e

onde K é a consta.nte de agressão. N u m grá f ico semi - loga r í tmico essa

equação é r e p r e s e n t a d a por u m a cu rva que se decompõe em duas r e t a s ,

uma de coeficiente a n g u l a r — ( K + k , ) e o u t r a de coef ic iente a n g u l a r — k, .

100

FfG. â

AM.

K + k.tl-e-'*'-)

Fig. 3

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18 V. Maspes , R. R. P ieroni e C. R. Carel l i

N a f i g u r a 3 r e p r e s e n t a m o s u m caso no qua l ocor reu a h ipó te se s u p o s t a .

U m a aná l i se g rá f i ca da c u r v a t r a ç a d a e m papel s emi - loga r í tmico p e r m i t e

o b t e r e s t i m a t i v a s desses coef ic ientes . A e x p r e s s ã o da vida méd ia T é,

a g o r a ,

T = ( l / K ) — K L

1— e (22)

onde L é a vida méd ia que t e r í a m o s caso não oco r r e s se a g r e s s ã o . A

d e t e r m i n a ç ã o de T envolve, no caso, L e K. O a j u s t e da (21) aos dados

( c o n t a g e n s e t e m p o ) pelo mé todo dos m í n i m o s q u a d r a d o s p e r m i t e encon­

t r a r a s c o n s t a n t e s em q u e s t ã o e o cálculo de T. No caso da f igu ra 3 ,

ob teve-se K = 0,014; L = 100 e T = 53,8 d ias .

0.1

0.01

FIG. 4

A.M.

I - log C ( t )

--kt a-KL

T= 53.8 dias

15 30

L= 100 dias

4 5 60

Fig. 4

75 90 105

dias

3 . 3 — Quando os p r o c e d i m e n t o s a n t e r i o r e s não são ap l icáve is e / o u

não conduzem a r e s u l t a d o s c l i n i camen te s a t i s f a t ó r i o s , recor ­

r e m o s à equação

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U s o do Ci'-51 e m p e s q u i z a c l ín ica e p r o p e d ê u t i c a 19

T = — (24) 6.T;

e s u a d e t e r m i n a ç ã o envolve o cálculo de Ti e T.,„ o que se faz a j u s t a n ­

do-se a (23) aos dados , pelo mé todo dos m í n i m o s q u a d r a d o s . A (24)

dá a v ida méd ia q u a n d o T,., é m e n o r que T i : n a h ipó t e se c o n t r á r i a , T s e r á

dado po r e x p r e s s ã o aná loga , que se ob t ém, p e r m u t a n d o n a (24) esses dois

s ímbolos .

4 -— Comentários

4 . 1 — A d e t e r m i n a ç ã o da sobrevivênc ia com auxí l io do Cr -51 , da

m e s m a f o r m a que pelo mé todo de A s h b y , envolve u m a a n á ­

lise da evolução de " c o n t a g e n s " com o t e m p o . E s t a é fe i ta p rocu rando - se

a j u s t a r equações empí r i ca s ou deduz idas em base a h ipó te ses p laus íve is ,

aos r e s u l t a d o s das medições r ea l i zadas . V á r i o s au tores" ' " ' - ' " ' ' - ' - ' " ' t e m

e x a m i n a d o a q u e s t ã o . A c i m a ind icamos o que a exper iênc ia nos t e m su­

ger ido . Podem ocor re r s i tuações n a s qua i s os p r o c e d i m e n t o s de cálculo

indicados não se m o s t r e m s a t i s f a t ó r i o s e o u t r o s c a m i n h o s são poss íveis .

D e s e j a m o s a s s i n a l a r que, em cerca de t r e z e n t a s d e t e r m i n a ç õ e s de sobre­

vivência (com uso do Cr-51) j á r ea l i zadas e m nosso L a b o r a t ó r i o , o pr i ­

mei ro p r o c e d i m e n t o ( 3 . 1 ) se m o s t r o u adequado , na g r a n d e ma io r i a dos

casos . Vez ou o u t r a , o u s o da (21) ou da (23) levou a r e s u l t a d o s capazes

de p e r m i t i r me lho r e n t e n d i m e n t o do q u a d r o clínico. No e s t u d o da sobre­

vivência de e r i t roc i to s de indiv íduos n o r m a i s a (14) é a equação de esco­

l h a : po rém, os r e su l t ados obt idos com a m e s m a — q u a n d o a s a m o s t r a s

de s a n g u e são colhidas d e n t r o do p r i m e i r o m ê s após a m a r c a ç ã o — não

d i fe rem, de f o r m a s ign i f i can te , dos que se t e m com a ( 6 ) , f a to esse j u s ­

t i f icado po r P ie ron i e col'*'.

4 . 2 — Di f e r en t e s au tores ' " ' - " r e f e r e m u m a queda inicial , m a i s a c e n t u a d a , da r a d i o a t i v i d a d e dos g lóbulos , n a s p r i m e i r a s

c ( t ) = c . , ( l — t / T ¡ ) ( l — t / T . . , ) . e (23)

p r o p o s t a po r CaHender e coHs" p a r a o mé todo de A s h b y e a d a p t a d a ao

mé todo do r ad ioc romo. T¡ é a du ração m é d i a da vida das h e m á c i a s na

ausênc ia de f a t o r a g r e s s i v o e T,.x é um t e m p o ca r ac t e r í s t i co deste. E s s a

equação se t r a n s f o r m a na ( 1 4 ) , q u a n d o não há f a t o r ag re s s ivo , pois ,

l /T , , , é e n t ã o nulo. A vida média (e fe t iva ) das h e m á c i a s é dada por

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20 V. M a s p e s , R. R. P i e r o n i e C. R. C a r e l l i

vin te e q u a t r o t ioras após a m a r c a ç ã o e re in jeção . A razão dêsse f a t o não

se acha bem esclarecida : pode ser i n t e r p r e t a d o admi t i ndo - se que p a r t e

do Cr-51 que p e n e t r a nos glóbulos se acha f r a c a m e n t e / ou não l igada à

g lobina , e lu indo m a i s r a p i d a m e n t e , com semi-per íodo de 1,5 dias-'". Co-

ihendo-se a p r i m e i r a a m o s t r a a se r u t i l izada na d e t e r m i n a ç ã o da sobrev i ­

vência , v in te e q u a t r o h o r a s depois da m a r c a ç ã o , o efei to d e c o r r e n t e dêsse

f a to é, p r a t i c a m e n t e , e l iminado .

4 . 3 — A i n t e r c o r r ê n c i a de a l t e r ações n a s condições do p a c i e n t e

pode a l t e r a r ou não, o aspec to da cu rv a de sobrev ivênc ia .

I m a g i n e m o s que o r i t m o de p rodução dos glóbulos se ja , a p a r t i r de um

dado m o m e n t o , d iminu ido , t r a d u z i n d o - s e por u m a r edução do h e m a t o c r i t o .

Como o o r g a n i s m o t e n d e a m a n t e r a volemia, o vo lume de d i s t r i b u i ç ã o pe r ­

manece o m e s m o : n e n h u m a a l t e r a ç ã o s e r á o b s e r v a d a na c u r v a de sobre­

vivência . O m e s m o ocorre q u a n d o h á u m a u m e n t o do r i t m o de p r o d u ç ã o

( consequen te a t r a t a m e n t o com cor t icoïdes , po r exemplo) : o h e m a t o c r i ­

to t e n d e a a u m e n t a r , m a s desde que a volemia não se a l t e re , o a spec to

da c u r v a de sobrev ivênc ia c o n t i n u a r á o m e s m o . S u p o n h a m o s , a g o r a , q u e

o p a c i e n t e e n t r e em cr ise hemol í t i ca , h a v e n d o u m a r edução do h e m a t o ­

c r i t o : o a spec to da c u r v a de sobrev ivênc ia se rá modi f icado e essa m u d a n ç a

t r a d u z u m a r edução da vida dos e r i t roc i to s . N a h ipó tese f i g u r a d a , os

dados d e v e r ã o ser r e u n i d o s em dois g r u p o s a s e r e m t r a t a d o s s e p a r a d a ­

m e n t e . Ter -se-á dois r e s u l t a d o s : um ind ica rá a v ida m é d i a dos glóbulos

v e r m e l h o s do pac i en t e fo ra da c r i se e o ou t ro , d u r a n t e a cr ise . F a t o s e m e ­

l h a n t e t e r á l u g a r quando , d u r a n t e a p rova , um f a t o r hemol í t ico p r e s e n t e

s e j a r emov ido ou de ixe de a g i r : a sobrev ivênc ia i r á a u m e n t a r , modi f i can-

do-se, c o n s e q ü e n t e m e n t e , o a spec to da cu rva .

4 . 3 . 1 — Os p r o c e d i m e n t o s de cálculo ind icados são vál idos na su­

posição de que a volemia do pac i en t e se m a n t e n h a , em

m.édia, c o n s t a n t e . Sabe-se que o o r g a n i s m o t e n d e a m a n t e r a v o l e m i a :

e s t a acha - se su je i t a a oscilações (em conseqüênc ia de d i f e r e n t e s causas ,

como p o s t u r a , por e x e m p l o ) , m a s , seu va lor médio não v a r i a de f o r m a

a c e n t u a d a ( t omando- se o p a c i e n t e em condições a n á l o g a s ) , a m e n o s q u e

o c o r r a m h e m o r r a g i a s . É claro que h a v e n d o modif icações da volemia o

vo lume de d i s t r i bu ição dos g lóbulos m a r c a d o s é a l t e r a d o : a s a m o s t r a s

não r e p r e s e n t a r ã o m a i s a m e s m a f ração dêsse vo lume e i s to i nduz i r á e r r o

n a c o n t a g e m que se t r a d u z i r á poi' u m a d i spe r são — m a i o r ou m e n o r dos

pon tos r e p r e s e n t a t i v o s , ao r e d o r da cu rv a de sobrev ivênc ia . T u r n b u l l e

cols-*- i n d i c a r a m como co r r ig i r esse e r ro , fazendo d e t e r m i n a ç õ e s s e r i a d a s

d a volemia . Do pon to de v i s t a da p r á t i c a c o r r e n t e é p re fe r íve l colher-se

um n ú m e r o r e l a t i v a m e n t e e levado de a m o s t r a s (cerca de dez, no m é t o d o

que ind icamos) : os e r r o s d e c o r r e n t e s d a s osci lações da volemia t e n d e m

a se compensa r .

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U s o d o C r - 5 1 c m p e s q u i z a c l ín ica e p r o p e d é u t i c a 21

4 . 3 . 2 — Urna o u t r a causa de e r ro , que pode a f e t a r os dados é re ­

p r e s e n t a d a pela v a r i a ç ã o da re lação e n t r e o h e m a t o c r i t o

corporal e o per i fé r ico . Tu rnbu l l e cois ' - e x a m i n a m , t a m b é m , essa ques ­

t ão , ind icando cor reção que envolve — como no caso da volemia — a de­

t e r m i n a ç ã o se r iada do vo lume s a n g u i n e o . A nosso ver , u m a a m o s t r a g e m

a d e q u a d a con to rna o p rob lema .

4 . 3 . 3 — E m algun.í casos , o a spec to da cu rva de sobrev ivênc ia

sofre a l t e rações que não podem ser c o n v e n i e n t e m e n t e in-

terpre t fu las . N ã o se pode, en t ão , p r e t e n d e r ob te r va lores precisos p a r a

a v ida média . O mnis (jue ;-e pode fazer são e s t i m a t i v a s g r o s s e i r a s , que

se rão , e n t r e t a n t o , ú te i s do pon to de v i s t a clínico.

4 . 4 — Dian t e do expos to e t endo enr v i s ta que o emprê.go de o u t r a s

equações que não a (6) envolve, quase s e m p r e , o uso do mé-

t(;do dos m í n i m o s q u a d r a d o s , é que r e c o m e n d a m o s , como ro t ina , o pr i ­

me i ro p roced imen to ( 3 . 1 ) .

R e s u m o

Os a u t o r e s , depoi.i de r e c a p i t u l a r e m , b r e v e m e n t e , a s apl icações que o

Cr-51 t em e n c o n t r a d o em jresquiza clínica e p ropedêu t i ca , e x a m i n a m o

seu e m p r e g o na d e t e r m i n a ç ã o do vo lume g lobu la r e volemia , a s s i m como

no e s tudo da sobr-evivência, dos e r i t roc i to s . Ind icam como, com u m a única

dose do t r a ç a d o r pode se r obt ida a vo lemia e a sobrev ivênc ia , sem neces ­

s idade da " l a v a g e m " dos glóbulos m a r c a d o s , a n t e s da re in jeção .

A d o t a m e j u s t i f i c a m , um p r o c e d i m e n t o de cálculo da vida méd ia dos

e r i t roc i tos , e x a m i n a n d o v a r i a n t e s ú te i s em a l g u n s casos . C o m e n t a m o

p rob lema das va r iações da volemhi e s u g e r e m a coleta de um n ú m e r o

e levado de a m o s t r a s como capaz de c o m p e n s a r os e r r o s d e c o r r e n t e s de

f lu tuações da volemia e da re lação e n t r e o h e m a t o c i t o corpora l e o per i ­

férico.

R e s u m e n

Los a u t o r e s , después de r ecap i t u l a r , b r e v e m e n t e , las apl icac iones que

el Cr -51 ha e n c o n t r a d o en investigí ' .ción clínica y p ropedéu t i ca , e x a m i n a n

su empleo en la d e t e r m i n a c i ó n del vo lumen g lobula r y voiemia, así como

en el e s tud io de la sobrev ivenc ia de los e r i t roc i to s . I n d i c a m como, con

una única dosis del t r a z a d o r puede se r ob t en ida la voiemia y la sobrev i ­

vencia , sin necess idad del lavado de los g lóbulos m a r c a d o s , a n t e s de la

i-einyeción.

A d o p t a n y ju s t i f i can , un p r o c e d i m e n t o de cálculo de la v ida média

de los e r i t roc i tos , e x a m i n a n d o v a r i a n t e s ú t i les en a lgunos casos . Co-

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22, V. M a s p e s , P . R. P i e r o n i e C. R. C a r e l l i

A g r a d e c i m e n t o s

Os a u t o r e s agr .adecem ao A l m i r a n t e Octacil io Cunha , D.D. P r e s iden ­

te da C.N.E.N. e ao Prof. Dr . Oda i r P . Ped roso , D.D. S u p e r i n t e n d e n t e do

Hosp i t a l das Clínicas. G r a ç a s à c o m p r e e n s ã o e boa v o n t a d e dos m e s m o s

é que és te t r a b a l h o se t o rnou possível .

Referências

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c ; n ! a c t b e t w e e n ac id c i t r a t e d e x t r o s e a n d s o d i u m r a d i o c h r o m a t e s : l u t i o n s on t h e

ef f ic iency w i t h w h i c h C r - 5 1 labe l s r a d cel ls — J . L a b . & C l m . M e d , 50: 777-787, 1957.

IC — D o n o h u e , D . M., M o t u l s k y , A. G., G i b l e t , E. R., P i r z i o - B i r o U G., V i r a n u v a t t i ,

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11 — B o r n h o i i t , A . C. — T h e i n t e r p r e t a t i o n cl' r ed cell s u r v i v a l c u r v e s — Blood — (!:

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J2 — E a d i e , G. S. — S t u d i e s of i-ed cell s u r v i v a l — A n n N e w Y o r k A c a d . S e i e n . 77:

737-752, 1C59.

m e n t a n el p rob lema de Ias va r i ac iones de Ia volemia y sug ie ren la colecta

de un elevado n ú m e r o de m u e s t r a s como capaz de c o m p e n s a r los e r r o r e s

r e s u l t a n t e s de las f luc tuac iones de la voiemia y de la re lac ión e n t r e el he ­

m a t o c r i t o corpora l y el per i fér ico .

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U s i do C r - 5 1 c m p e s q u i z n c l in ica c p i o p e d ê u t i c a 2 o

1?. — Ead ie , G. S, a n d B r c w n , I. W. — T h e p o l e n t u d life s p a n a n d u l t i m a i ; s u r v i v a l

cf f resh r e d b lood c : l l : in n o r m a l h e a l t h y r e c i p i e n t s s t u d i e d b y s i m u l t a n e o u s

C r - 5 1 t a g g i n g a n d c i f f e ren t i e l h e m o l y s i s — J. C l in . I n v e s t . 31: 625-63" , 1955.

14 — E l j augh , F . G., E m e r s o n , C. P. , a n d Ro£.:i, J . — T h e use cf r a d i o a c t i v e c h r o m i u m 51

as an e r y t h r o c y t e t a g g i n g a g : n t for t h e d e ' . e r m i n a t i o n of r e d cel l s u r v i v a l in

v i v ; — J . Cl in . Inv;ist . :V1: 12G0-1278, 19.53.

15 — F i e s c h i , A., di P i e t r a n t o n . j , F . y T i z i a n e l l o , . — L a c u r v a de s u p e r v i v e n c i a e r i -

t r o c i t á r i a o b t e n i d a m e d i a n t e cl m é t o d o de l c r o m o r a d i c a c ü v o (Cr -51 ) — S a n g : e

4: 335-3.5C, lZ5d

16 — F r i s c h i , A.. F a n n a c c i u l l i , I., T i z i a n e l l o , A . — L ' i m p i e g o di c m a z i e m a r o a t e con

C r - 5 1 n e l l o .çtudi-: de l ia . i p l cnomcga l i a e de l l e scd i de T a m o , a t t r c s i — M i n e r v a

N u c l c a v a :?: 85-i:4. 1359

17 — Fi-ank, I I . ai ;d Gia.v, S. J . — T h e d e t e r m i n a t i o n cf p l a s m a v o l u m e in m a n w i t h

r a d i o a c t i v e c h r o m i c c h l o r i d e — .T. Cliiy I n v e s t . ;Í2: 991-999, 1353

IS — G i b s o n , J . G. and S c h e i t l i n , W. A. — m e t h o d e m p l o y i n g r a d i o a c t i v e c h r o m i u m for

a s s a y i n g v i ab i l i t y of h u m a n e r y t h r o c y t e s r e t u r n e d to t h s c i r c u l a t i n a f t e r r e f r i ­

g e r a t e d .storage — J . L a b . & Cl in . M e d . 46: 679-688, 1955

— G r a y , S. J . a n d S t e r l i n g , K. — T h e t a g g i n g of r ed cel ls a n d p l a s m a p r o t e i n s w i t h

r a d i o a c t i v e c h r c m i u m . J . C l in . I n v e s t . 29: 1604-1613, 1S50

20 — G r e g e r s e n , M. I. a n d R a w s o n , R. A . — Blood v o l u m - ~ P h y s i o l . R e v . 3d: 307-342,

1959

N — H a r r i s , I. M., M c A l i s t e r , -J, M. a n d P r a n k e r d , T. A . .1. - T h e r e l a t i o n s h i p cf a b n o r ­

m a l r ed cel ls to t h e n o r m a l s p l e e n — Cl in . Sc i en . IG. 223-23Ü, 19.57

22 — H u g h e s J o n e s , N. C. a n d Mol l i son , P . L . — T h e i n t e r p r e t a t i o n of m e a s u r e m e n t s

w i t h C r - 5 1 l abe l l ed r ed ce l ls — C h n . Sc i en . 15: 207-218, 1956

23 — J a n d l , J . H . a n d G r e e n b e r g , M. S. — T h e s e l e c t i v e d e s i r u c t i c n of t r a n s f u s e d " c o m -

P ' j t ib le" n o r m a l cel ls in t w o p a t i e n t s w i t h s p l e n o m e g a l l y J . C l in . I n v e s t . 4!t: 233-245, 1957

2'i — J a n d l , ,T. H., G r e e n b e r g . M. S , Y c n e m o t o , R. H . a n d Ca.stel, W. B , — C l i n i c a l d e t e r ­

m i n a t i o n of t h e s i t e s of red cell eeques ' i - a t ion in h e m e ly t i c a n e m i a s — J . Cl in .

I n v e s t . 35: 842-867, 1955

25 — J o n e s , N. C. H. a n d Szui ' , L. — D e t e r m i n a t i c n of t h e s i tes of red cell d e s t r u c t i o n

u s i n g C r - 5 1 l abe l l ed ce l ls — Br i t H a , m a t . 3: 320-331, 1957

2:; — Mc Cal l , M. S., S u t h e r l a n d , D. A., E i s e n t r a u t , A. M. a n d L a n z , H . — T h e t a g g i n g

cf l e u k e m i c leukocyte.j w i t h r a d i o a t i v o c h r o m i u m a n d m e a s u r e m e n t of t h e in v i v o

s u r v i v a l — J . L a b , & Cl in . M e d . 45: 717-724, 19.55

27 — M a s p e s , V. — S o b r e v i d a d e e r i t rc c i tos . Mod i f i cação do m é t o d o de A : h b y — R e v ,

H c s p . Cl in . U n i v . S, P a u b 12: 208- , 1952

: 8 — M a s p s, v . , F i c r o n i , R. R. o M e l l o n e , O, — S u p e r v i \ - ê n c i a de las s a n g r e s t r a t a d a s

c e m v io le t a d e .genciana. S u i m p o r t â n c i a e m la p ro f i l ax ia d e la e n f e r m e d a d d e

C h a g a s t r a n s m i t i d a m e d i a n t e t r a n s f u s i ó n — S a n g r e 4: 45-59, 1959

2?, — Mol l i ; on , P . L. a n d Veal l , N . — T h e uso of t h e i so tope C r - 5 1 as a l a b e l to r r e d

ce l l s — B"i t . J . H a e m a t . 1: 62-74, 1955

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24 V. M a s p c s , 1!. R P . c i o n i e C. R. C a i c l l i

30 — N e c h c l e s , T. F . , W e i n s t e i n , I. M. a n d L c r o y , G. V, — R a d i ; a t i v e s o d i u m c h r c m a t c

for the s i u d y of s u r v i v a l of r ed c e l l ; — I — T h e effect of s o d i u m Chromate on r ed cel ls . — J . L a b . & Cl in . M e d . 42: 358-376, 1E53

31 — Fiei-oni , R. R. e M a s p e s , V. — Al.gur. , aspecto.- c"o p r o b l e m a da d e t e r m i n a ç ã o da

s o b r e v i v ê n c i a dos e r i t r o c i t o s com C r - 5 1 — E m p u b l i c a ç ã o

3? ~ R e a d , R. C , Wi l son , G. W. a n d G a r d n e r , F . H . — T h e u s e of r a d i o a c t i v o s o d i u m

Chromate to e v a l u a t e t h e life s p a n of r ed b lood cel l in h e a l t h y a n d c e r t a i n hr ' .e.-

tological disorders — A m . J , M i d . So. 228: 40-52, 1954

33 — R o c h e , M. — I n v e s t i g a t i o n on t h e physiope. tholc gy of u n c i n a r i a s i s — p a p e r 2323

— S e c o n d U n i t e d N a t i o n s I n t e r n a t i o n a l C e n f e r e n o e o t h e P e a c t f u l l Us 'es of A t o ­

m i c E n e r g y — G e n e v e , 1958

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u r i n a r y a n d fecal e x c r e ion cf r a d i o a c t i v e c h r o m i u m C r - 5 1 in m a n . I t s use in

te m e a s u r e m e n t cf i n t e s t i n a l b lood loss a s soc i a t ed w i t h h o o k w o r m inf-ctiei:! —

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33 _ S t e r l i n g , K. a n d G r a y , S. J . — D e t e r m i n a t i o n of t h e c i r c u l a t i n g r e d cell v o l u m e

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v iva l — P r o g r e s s in H e m a t o l . 1: 74-BC, 1957

39 — S u d e r m a n , H . J., W h i l e , F . D . a n d I s r a e l s . L . G. — E l u t i o n of c ' u c m i u m 51 from

l a b e l e d h e m o g l o b i n s cf h u m a n a d u l t a n d co rd b lood — S c i e n c e 126: c5C-'i51, 1957

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v iva l of h u m a n e r y t h r o c y i e s e s t i m a t e d liy m e a n s ot cel ls l a g g e d w i t h r a d i o a c t i v e

chromium: a s t u d y of t h e normal .state — J . L a b , & Cl in . M e d , 4:!: 717-723, 1954

41 — S u t h e r l a n d , D . A, a n d Mc Cal l , M. S. — T h e m e a s u r e m e n t of s u r v i v a l cf h u m a n

e r y t h r o c y i e s by in v ivo t a g g i n g w i t h C r - 5 1 — Biood I t : 648-349, l s 5 5

42 - T u r n b u l l , A,, H c p e , A . a n d Verc l , D . — T h e effect cf change : ; in r ed cell a n d

p l a s m a volumes in t h e e-timation of r e d ce l l survival — Cl in . S c i e n . IS : 389-399, 1957

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nic to t h e s i m u l t a n e o u s d e t e r m i n a t i o n of p l a s m a v o l u m e u s i n g r a d i o i e d i n a l e d h u ­

m a n s e r u m a l b u m i n a n d r e d cell m a s s u s i n g s o d i u m r a d i o c h r c m a l e — A m . J .

C l in . P a t h . 25: 487-494, 1955