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JOSÉ LEOPOLDO DE SOUZA Economia Roteiros de aulas 31/1/2013 Roteiros de aulas de Economia Básica para estudantes de Economia, Direito, Administração, Contabilidade, Turismo, Gestão Financeira etc.

IESP - Econ. Roteiros20131

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JOSÉ LEOPOLDO DE SOUZA

Economia Roteiros de aulas

31/1/2013

Roteiros de aulas de Economia Básica para estudantes de Economia, Direito, Administração, Contabilidade, Turismo, Gestão Financeira etc.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

1 – Introdução

Ciência: do latim scīre (saber), conjunto organizado de conhecimentos sobre um objeto,

obtidos especialmente através da observação da realidade

e testados pela experiência dos fatos,

com método próprio,

princípios bem definidos,

doutrinadores conceituados

e servindo a um fim prático determinado.

Teoria: conjunto de ideias sobre a realidade, sempre analisadas de forma independente.

Definições: significado dos termos (ideias) da teoria.

Argumentos: referem-se às condições nas quais a teoria se sustenta.

Argumentos positivos: proposição como se o preço da carne sobe, a quantidade de carne que as

pessoas vão comprar tende a diminuir, isto é, do tipo se A, então B, são argumentos positivos de

análise que não envolve juízo de valor. É a análise do que é, foi ou será.

Argumentos normativos: a afirmação o preço da gasolina não deve subir expressa uma opinião ou

juízo de valor. Argumentos normativos são ligados aos conceitos de bom ou mau, certo ou errado. É

a análise do que deveria ser, também encontrada em política econômica (policymaker).

Hipótese: conjecturas relativas à maneira como as coisas da realidade se comportam.

Modelos: representação das principais características dos componentes de uma teoria.

Método: do grego µέθοδος, ου, significa caminho pelo qual se atinge um objetivo.

indutivo: parte dos fatos específicos para chegar a conclusões gerais.

dedutivo: parte da conclusão geral para explicar o fato particular.

dialético: lei hegeliana que caracteriza a realidade em três momentos sucessivos – tese, antítese e

síntese – que se manifestam em todos os pensamentos (teorias) humanos e fenômenos materiais.

histórico, comparativo etc.

Teoria econômica: “leis” que explicam o comportamento humano e fazem parte do

conjunto de conhecimentos do homo economicus ou do indivíduo cujas ações sempre

racionais derivam exclusivamente de seus interesses econômicos dentro da sociedade.

Procedimento científico: hipóteses são formuladas sobre o comportamento da realidade econômica

baseando-se nos postulados da teoria econômica

processo lógico de deduções

implicações originadas das hipóteses

confronto com os dados (processo das observações empíricas)

conclusões: a teoria explica ou não satisfatoriamente a realidade.

Se a teoria passa no teste explicando satisfatoriamente a realidade, nada há a acrescentar lhe.

Se é rejeitada:

a teoria deve ser reformulada com o aparecimento de novos fatos;

ou será abandonada em favor, ou não, de uma teoria superior mais adequada.

Questões econômicas (entre muitas outras):

produção, renda (produto nacional e renda nacional)

crescimento e desenvolvimento, subdesenvolvimento econômico

aumentos generalizados de preços (inflação)

emprego, desemprego e encargos sociais

expansão, retração monetária, crédito, falta de dinheiro

taxas de juros

Comércio exterior, taxa de câmbio

Balanço internacional de pagamentos

déficit (ou superávit) governamental

dívida interna e externa

diferenças de renda entre pessoas ou entre regiões do país (ricos e pobres)

salários, salário mínimo

tributação: impostos, taxas e contribuições de melhoria

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

previdência social Infraestrutura.

Conceito de Economia (do grego ’ία, administração, direção, organização da casa) estudo da riqueza;

organização das atividades de produção, distribuição e consumo de bens e serviços;

estudo das atividades que, com o sem dinheiro, envolvam operações de troca de bens e serviços entre

pessoas;

estudo da maneira pela qual os homens e a sociedade decidem, com ou sem dinheiro, empregar

recursos produtivos limitados para produzir mercadorias ao longo do tempo e distribuí-las, no

presente e no futuro, entre várias pessoas e grupos de sociedade.

“a ciência social que estuda a administração de recursos escassos entre usos alternativos e fins

competitivos” para satisfazer as necessidades humanas.

Economia é a “ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem

(escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de

modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as

necessidades humanas”.

Palavras-chaves

Riqueza

Produção, distribuição e consumo

Recursos produtivos escassos

Produção de bens e serviços

Decidir, escolher

Usos alternativos

Fins competitivos

Satisfazer necessidades humanas

Princípios gerais da atividade econômica no Brasil: “a ordem econômica, fundada na valorização do

trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os

ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

I – soberania nacional;

II – propriedade privada;

III – função social da propriedade;

IV – livre concorrência;

V – defesa do consumidor;

VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto

ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;

VII – redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII – busca do pleno emprego;

IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que

tenham sua sede e administração no País.

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,

independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”. (CF, art. 170).

Indagações científicas da Economia O que e quanto produzir? Este é o problema econômico típico.

Como e onde produzir? Este é o problema técnico de escolha.

Para quem produzir? Este é o problema social da distribuição.

Diferentes abordagens

Economia de deslocamento de curvas: análise dos modelos econômicos, formalizados com gráficos e

cálculos algébricos, a economia de letras gregas dos profissionais;

Economia de mídia: a que aparece nas seções de finanças e negócios dos jornais e revistas. Tem duas

vertentes:

– Economia de altos e baixos: notícias voltadas às elevações e às quedas das variáveis numéricas

(preços, juros, inflação, emprego etc.)

– Avaliação de políticas econômicas: comentários voltados à explicação, ao elogio, ou à condenação

de políticas macroeconômicas do governo (monetária, fiscal, cambial, salarial, de emprego,de

estabilidade de preços)

Economia pop: encontrada nos livros direcionados ao grande público (best-sellers). Não são

manuais de Economia, mas trazem tema chamativo, contam estórias de desastres recentes ou

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

defendem uma panacéia (do grego: πν + άκος, -ος = remédio para todos os males). É chamada de

Economia de aeroportos.

Interrelação da Economia com outras áreas do conhecimento

Física e Biologia (séc. XVIII – Fisiocracia – François Quesnay; médico de Luiz XVI e Pompadour):

Os fenômenos econômicos são governados por uma ordem natural (leis naturais);

A Terra e a única fonte de riqueza e a única classe produtiva são os agricultores;

Grupo organicista: a economia é um corpo vivo: fluxos, circulação, funções, órgãos etc. ;

Grupo mecanicista: termos como estática, dinâmica, aceleração, velocidade, trabalho, fluxos etc.

Sociologia, Psicologia e Antropologia (concepção humanística) – exemplos: consumo de miúdos de boi

nos EE.UU durante a II Guerra; o caso do sabonete Phebo no Pará.

Matemática e Estatística: nascimento da Econometria;

Política (Ciências Políticas):

Política do “café com leite” antes de 1930 – SP e MG dominavam o cenário político nacional

Poder econômico dos latifundiários

Poder dos monopólios e oligopólios (cartéis);

Poder das corporações (associações, federações, sindicatos etc.);

História:

Revolução Industrial

Ciclos da economia brasileira: açúcar, ouro e café

Quebra da Bolsa de NY

Crises do petróleo (principais: depois da criação da OPEP, em 1960, o barril de petróleo subiu de

U$ 2,9 para U$ 11,65; 1979/1981, de U$ 13 para U$ 34; 1990/1991, pulou para mais de U$ 200).

Crise financeira de out. 2008 (Crise do Subprime-Prime, títulos emitidos por um devedor sem

vontade de pagar, derivativos).

Geografia: estudos populacionais, características territoriais físicas, acidentes geográficos e climáticos,

mercados regionais: UE, NAFTA, MERCOSUL, ALCA etc.

Filosofia, Moral, Ética e Religião: na Antiguidade e na Idade Média, a Economia fazia parte deste

conjunto:

lei da usura, preço justo (Aristóteles e Tomás de Aquino)

a vaca e a fome na Índia hoje;

Direito: as relações econômicas estão condicionadas ao arcabouço das normas jurídicas (Existe,

inclusive, o ramo Direito Econômico). Exemplos

leis antitruste (Sherman Act – 1890:)

CF/88: Da ordem econômica e financeira, art. 170 (ler) e seguintes;

CDC (Lei n. 8.078/90): proteção ao consumidor, parte hipossuficiente

CLT: proteção maior ao trabalhador, parte hipossuficiente etc.

Administração, Contabilidade e Finanças (Direito Financeiro) etc.

Dez princípios de Economia:

As pessoas enfrentam tradeoffs ou situação de escolha conflitante: uma ação econômica, que visa à

resolução de determinado problema, acarreta outros inevitavelmente. Ex: aumento da taxa de juros para

controlar a inflação reduz os investimentos privados, aumenta o desemprego, derruba a renda e o

crescimento da economia);

O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la (para vir à universidade, você deixa de

ter um emprego nesse horário);

As pessoas pensam na margem (na hora de comer, a decisão não é entre jejuar ou comer até não poder

mais; é entre aceitar um colher a mais de alimento, ou não);

As pessoas reagem a incentivos (as pessoas tomam decisões por meio da comparação entre custos e

benefícios e eles mudam);

O comércio pode ser bom para todos (a competição entre as empresas reduz os preços dos bens, e

concorrência entre compradores orienta a produção de bens e serviços);

Os mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade econômica.

Às vezes, os governos podem melhorar os resultados dos mercados.

O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e serviços.

Os preços sobem quando o governo emite moeda demais.

A sociedade enfrenta um tradeoffI de curto prazo entre inflação e desemprego.

Referências bibliográficas: Mankiw, N. G. Introdução à Economia. 3. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007.

Capítulo 1 – Introdução. - Constituição Federal e Código do Consumidor (partes). - Manual de Economia –

Equipe de professores da USP 5. ed. S. Paulo: Saraiva, 2005. Capítulo 1 – Introdução à Economia.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Apendice

Brasil - A revolução do real: há duas formas de revolução na história humana: as rumorosas,

feitas com o sangue, o suor e as lágrimas das populações, e as silenciosas – que, em geral, tendem a

ser mais efetivas no que diz respeito aos benefícios proporcionados à maioria.

Elas são consideradas silenciosas não porque feitas nos subterrâneos, longe dos ouvidos e dos

olhos das pessoas, mas porque deixam de ser percebidas como revoluções enquanto se desenrolam.

Seu caráter profundamente renovador é reconhecido somente a posteriori, quando muitos se dão

conta, enfim, das mudanças por elas promovidas.

Há quinze anos, começou a ocorrer uma revolução silenciosa no Brasil: o lançamento do real, a

moeda que pôs um ponto final na hiperinflação e que, ponta de lança do plano ao qual emprestou

seu nome, catapultou o país a um novo patamar de desenvolvimento. Com o real:

Os brasileiros redescobriram o valor do dinheiro e das coisas.

Passaram a planejar seu presente e seu futuro.

Elevaram seu padrão de renda e bem-estar.

A economia ganhou um arcabouço mais nítido e moderno:

1. Com o saneamento do sistema financeiro

2. As privatizações, as agências reguladoras

3. A Lei de Responsabilidade Fiscal,

4. As metas de superávit primário

5. O câmbio flutuante

6. A autonomia operacional do Banco Central.

Na condição de ministro da Fazenda de Itamar Franco, o tucano Fernando Henrique Cardoso

lançou plano e moeda. Na Presidência da República, executou reformas essenciais e protegeu as

conquistas obtidas com o real de uma série de cataclismos internacionais. Seu sucessor, o petista

Luiz Inácio Lula da Silva, deu continuidade exemplar ao processo de estabilização que, hoje,

possibilita ao Brasil singrar, com relativa tranquilidade, os mares tempestuosos da crise planetária.

O fato de Lula e o Partido dos Trabalhadores terem perdido suas feições radicais deve-se

também ao real. Não era possível continuar a ser contra algo que tanto bem causou a tantos.

O real foi uma revolução porque fez com que os brasileiros – praticamente todos – caíssem na

realidade. Não com estrondo, mas com um suspiro de alívio.

Tamanho do desafio do governo: a presidente tem nas mãos uma máquina pública poderosa, porém

inchada. O país ganharia se ela se tornasse menos custosa para a sociedade e mais eficiente. 119 empresas estatais R$ 821,8 bilhões de receitas do Tesoura Nacional 568.307 funcionários públicos (servidores civis) R$ 153,6 bi de empréstimos do BNDES (2010) R$ 714,83 bilhões de impostos anuais Até R$ 146 bi de empréstimos do BNDES (2011)

Os nós: para que o país continue crescendo é preciso desatá-los:

Investimento líquido – 18% do PIB: este índice mostra quanto a capacidade produtiva do país vai

crescer nos próximos anos. Ele vem aumentando, mas ainda não basta para manter o crescimento. A

Indonésia investe 28% do PIB e a Índia 35%. O Brasil tem que chegar ao menos a 23% do PIB.

Déficit público –mais de R$ 100 bilhões: esse é o déficit nominal anual, isto é, o que o governo

arrecada, menos o que o governo gastas, incluído o pagamento dos juros da dívida pública. Em 2010

fechou perto de 3% do PIB. O governo chegou a prever que ele seria zero até 2013, mas abandonou essa

meta.

Divida pública –cerca de R$ 2 trilhões: a dívida bruta do setor público deve fechou 2010 perto de

58% do PIB, um nível bom para os padrões internacionais. Mas o país não sôbe aproveitar a fase boa

para reduzi-la. O governo estima que ela possa cair a menos de 50% do PIB até 1013.

Funcionalismo – mais de R$ 120 bilhões: o valor gasto por ano com os funcionários públicos na ativa

(servidores civis da administração direta, autarquias e fundações, inclusive contratados

temporariamente) nos três Poderes cresceu 59% só no segundo mandato de Lula. Dilma precisará

conter essa expansão para poder investir mais e evitar uma sobrecarga futura com aposentadorias.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Aposentados e pensionistas – mais de R$ 75 bilhões: o gasto anual o governo com funcionários

aposentados e pensionistas avançou 52% na segunda gestão de Lula. O saldo negativo dessa conta é de

cerca de R$ 50 bilhões ao ano e tende a crescer se Dilma mantiver a idéia de não fazer reformas.

Carga tributária –em torno 38% do PIB: o governo brasileiro extrai de seus cidadãos e empresas,

proporcionalmente, mais riqueza que os governos dos países mais ricos, com o Estados Unidos, Japão e

Coreia do Sul. Isso freia a o crescimento e inibe novos negócios e empregos.

Déficit externo – US$ 50 bilhões: o Brasil vem importando mais e exportando menos. Para fechar as

contas, precisa mostrar-se ao mundo como lugar bom para fazer negócios (e não só atraente por seus

juros altos). O saldo negativo deverá crescer para mais de US$ 75 bilhões em 2013.

Brasil – Desafios econômicos do governo Dilma Rousseff:

1. Controlar as contas públicas: os governos anteriores (principalmente Lula) gastaram além de sua

capacidade nos últimos anos, o que aumentou a dívida pública que leva a mais inflação, juros

maiores e menos investimentos.

Solução: controlar os gastos de custeio do governo (suspender ou desacelerar reajustes de servidores,

salário mínimo e bolsa família, e cortar cargos comissionados), vale dizer, enfrentar funcionários

públicos federais ativos e aposentados, que exigem aumentos, e políticos frustrados que querem

empregos, e são das bases de apoio do PT. Dilma diz que administra com austeridade...

2. Manter a inflação baixa: a inflação foi de mais 6,2% em 2012 (a meta era de 4,5% a.a. até 2010,

em 2011 subiu para 5% e foi ultrapassada...

Solução: controlar as despesas do governo e desacelerar a expansão do crédito dos bancos públicos.

De outra forma, vai ser preciso elevar os juros. Dilma nega a necessidade de ajuste fiscal, mas diz

que não pode “brincar” com a inflação.

3. Diminuir o peso dos tributos: a carga tributária de mais de 37% do PIB drena recursos do setor

privado, encarece produtos e compromete a competitividade do país.

Solução: fixar um limite para a expansão dos gastos públicos abaixo do crescimento do PIB, vale

dizer, mudar a noção governamental de que o Estado, para ser forte, precisa cobrar altos tributos

(impostos, taxas e contribuições de melhoria). Dilma diz ser favorável à reforma tributária e à

redução de taxas de juros para micro e pequenas empresas.

4. Reformar as aposentadorias: o sistema de Previdência teve um déficit de R$ 45 bilhões em 2010,

mais de 50 bilhões em 2011 e subiu em 2012, conta essa que vai estourar no futuro, pois não se quer

arcar com o custo político agora.

Solução: aprovar regras mais duras para quem está entrando no mercado e individualizar os planos:

cada um receberá benefícios de acordo com suas contribuições. Dilma acredita, porém, que o déficit

pode ser coberto com o crescimento da economia...

5. Negociar os esqueletos do Congresso: ali há uma série de projetos para concessão de benesses que

podem representar despesas de 5% do PIB (cerca de R$165 bilhões ao ano).

Solução: usar a maioria do governo no Congresso para minimizar a aprovação desses projetos, mas é

complicado dizer não a pressões populares amparadas por forças internas das duas Casas. Dilma

apoia alguns desses projetos...

6. Segurar o dólar em torne de R$ 2,00: com a queda do dólar US$ 1,00 menor que R$ 2,00), as

exportações brasileiras são desestimuladas e as importações se tornam mais baratas. Além de

aumentar o rombo nas contas externas, esse processo estimula o consumo de importados e pode levar

à desindustrialização. Na outra ponta, se o dólar subir (US$ 1,00 maior que R$2,00), as exportações

serão estimuladas e as importações, mais caras

Solução: Dilma promete manter o câmbio flutuante e pretende agilizar a devolução dos créditos

tributários aos exportadores para amenizar o problema. Ela também é favorável ao aumento do

pedágio para o capital especulativo.

7. Melhorar o ambiente de negócios: um ambiente hostil aos negócios favorece a informalidade,

desestimula o empreendedorismo e inibe a geração de empregos. O índice de liberdade econômica

reflete a média de notas obtidas pelos países em dez questões: liberdade trabalhista, l. para fazer

negócios, l. comercial, l. fiscal, l. monetária, l. de investimento, l. financeira, gastos governamentais,

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

direito de propriedade e nível de corrupção (a cada nível, índice em ordem decrescente): Livre Principalmente livre Moderadamente livre Principalmente não

livre

Reprimido

Hong Kong

Austrália

Suíça

EUA

Chile

Reino Unido Japão

Suécia

Alemanha

Coréia do Sul

Espanha

México Portugal

França

África do Sul

Brasil Índia

Argentina China

Rússia

Cuba

Coreia do Norte

Solução: reduzir tributos: Ascensão da carga tributária no Brasil nos últimos 20 anos (1991-2009) – em %

90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 29,9 24,6 25,4 25,1 28,6 28,9 25,2 25,5 27,4 28,6 30,7 31,0 32,6 32,5 33,5 34,1 34,5 34,7 35,2 35,0

Diminuir a burocracia para criação de empresas. Tornar mais flexível a legislação trabalhista. Para

não entrar em conflito com os sindicatos, Dilma já declarou que não pretende realizar a reforma

trabalhista. Também é pouco provável que ela reduza tributos, mas promete ampliar os limites do

Supersimples, o sistema simplificado de tributação das empresas de pequeno porte.

8. Ampliar a poupança interna: o Brasil (poupança doméstica de apenas 16% do PIB, ante 52,3% na

China, 37,5% na Índia e 24,3% na Argentina) precisa poupar mais para viabilizar mais investimentos.

Solução: estimular a consciência da poupança na população, o que leva tempo. Então o governo

precisa controlar suas despesas de custeio, principalmente com a contratação e o reajuste de

funcionários públicos. Dilma se propõe a aumentar a poupança doméstica, mas afirmou que o país

não precisa promover um ajuste nas contas públicas, o que é uma contradição.

9. Aumentar os investimentos: sem infraestrutura adequada, a produção encarece e o país perde

competitividade e vidas na saúde e nas estradas. Apesar do crescimento recente, o Brasil ainda é um

dos emergentes que realizam menos investimentos em % do PIB (2009): China

Vietnã Índia

45%

38 35

Indonésia

México Malásia

28%

25 24

Rússia

R.Tcheca Polônia

23%

22 20

Chile

África do Sul

Brasil

Turquia

19%

19 18

15

Solução: gastar menos com a máquina administrativa e atrair a iniciativa privada para grandes

projetos (parceria ou privatização). Arranjar capitais para suprir tantas carências. Líder do PAC,

Dilma defende o fortalecimento do Estado nos investimentos e na gestão de alguns projetos depois de

prontos... Fica difícil!

10. Preparar o cidadão para o trabalho: a falta de trabalhadores qualificados diminui a eficiência das

empresas e encarece produtos e serviços. O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), abastecido por

recursos do PIS e do PASEP, somava em 2010 R$ 170,7 bilhões, paga o seguro-desemprego, o

abono-salarial e financia o BNDES e programas de formação de trabalhadores. Desde 2004, os

desembolsos crescem mais que as receitas, mas o problema maior do FAT está em sua gestão...

Solução: no longo prazo, investir no ensino fundamental; no curto prazo, adequar o ensino técnico às

necessidades regionais e aproximar as faculdades das empresas. Os brasileiros ainda são pouco

exigentes em relação à qualidade do ensino. Há professores que resistem a reformas e à aproximação

com o mercado. Dilma vai oferecer mais bolsas para o ensino superior, aumentar o número de vagas

no ensino técnico e elevar a qualidade do ensino fundamental.

11. Conciliar crescimento e preservação: o Brasil precisa crescer sem aumentar suas emissões de

gases – o desmatamento de florestas é a nossa maior fonte poluidora – que contribuem para o

aquecimento global (economia limpa). Os países que mais contribuem para o aquecimento global, em

bilhões de toneladas de gases poluentes (ano 2000): China (em 2005) EUA (em 2005)

Indonésia

Brasil (em 2005)

7,4 7,3

2,85

2,19

Rússia Japão

Índia

1,59 1,21

1,01

Alemanha Malásia

Canadá

0,85 0,81

0,59

Solução: investir em fontes alternativas de energia e incorporar a ideia de que desenvolvimento com

destruição não é sustentável: impedir que o novo Código Florestal aumente o desmatamento sob a

premissa falsa de que se precisa de mais áreas para a agricultura, quando se pretende mesmo é criar

gado nesses espaços. Dilma lançou a meta brasileira para o clima, mas planeja obras que podem

comprometer esse objetivo.

12. Estimular a inovação: um pais que inova pouco tem de ocupar os mercados mais baratos – e ganha

menos. O pais está indo bem com a venda de matérias-primas (commodities), de pouco valor

agregado. Isso leva à acomodação... A inovação avança devagar no Brasil. Não há cultura

generalizada de inovação no país.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Ano

Empresa que inovaram

ou adotaram alguma

inovação

Fatia do faturamento

investida na mudança

Enfrentam obstáculos

para inovar ou adotar

inovação

Postos de trabalho em

microempresas

inovadoras recém-

nascidas

2005 34,4% 3,0% 35,4% 28.449

2008 38,6% 2,9% 49,8% –,–

2010 –,– –,– –,– 35.000

Solução: aproximar as empresas dos cientistas, reduzir os custos para os firmas inovarem. Dilma

promete integrar as políticas de inovação, investir mais e estimular o surgimento de empresas

tecnológicas.

As metas do Governo Dilma

– Prioridade máxima à geração de empregos

– Crescimento médio da economia de 5% nos próximos quatro anos

– Inflação de 4,5% em 2011 e 2012, com dois pontos de margem

– Redução da dívida pública de 41 para 30% do PIB

– Buscar queda mais rápida da taxa de juros: em julho de 2012, Seliq em 7,25% a.a.

– Consolidação fiscal, com superávit primário em 3,3%.

– Aumentar o investimento no total do gasto público: 2012, Custeio R$ 2.150 bi e Investimentos 107 bi!

– Melhorar a qualidade do gasto públicos: Receitas previstas para 2012: R$2.257 bi

– Valorizar os servidores públicos federais de forma responsável: em 2012, despesas contingenciadas!

Brasil – Realidade em 2012: O que está bom:

– Credibilidade internacional: 6ª economia mundial

– Risco-País: em torno de 250 pontos (142, abr.

/2007). Investment grade (S&P, Moody’s, Fitch)

– Renda per capita: US$ 10.000 ou R$ 20.000.

– Balança Comercial: superávit < US$ 20 bi –

Melhor resultado anual: US$ 46,5 bi (2006) .

– Superávit primário: perto de 3,0% do PIB, como

planejado. Foi de 4,6% em 2007.

– Expectativa de vida ao nascer: 73,2 anos em 2009

(H=69,5, M=77). Em 1910: 34 anos (H=33,5,

M=34,5). Em 1980: 63 anos (H=60 e M=66)

– Investimento estrangeiro: US$ 76 bi. (Inv. Direto

2011: US$ 40 bi ate out. e 50 bi, em 12 meses).

– Taxa de analfabetismo: em queda, é de <15%

(mais de 25% em 1991). Quem é alfabetizado!?

– Emprego: 1,9 milhões de vagas em 2011.

Desemprego: <6,5%, Europa >20% e EUA, 8%

– Reservas cambiais do Brasil em 2011: US$ 350

bi. (Em 2010: China, 2.500. Em 2007: Rússia,

480; Índia, 290; C. do Sul, 260 bi).

– De devedor a credor externo: dívida externa de

curto prazo coberta pelas reservas como

recomenda a Convenção de Bretton Woods -

1944. Mas, cresceu US$ 41 bi em 2011 (16%).

Do total US$ 297,3, 258 são de prazo > 1 ano

– Brasil paga, em 2011, juros mais baixos que boa

parte dos países europeus, 3.97%; Espanha:

6,51; Itália: 6,88; Irlanda: 8,08; Portugal: 11,32;

Grécia: 33,65%, para refinanciar a dívida.

– Demanda por energia elétrica aumentará 5,3%

a.a. até 2019. Em 2010, 455,2 bi. de kW/h. Em

2019, 712,0 bi de kW/h.

O que está ruim: – Altos e baixos do PIB:0,3 (2009), 7,5% (2010), 2,3

(2011) e menos de 1% em 2012.

– A máquina burocrática cresce mais que o PIB.

– Perda de R$ 85 bi ao ano para a CORRUPÇÃO.

– Harvard e Yale: Lei no Brasil não cria empregos (só

50% dos trabalhadores têm carteira assinada);

– Para cada R$ 100 pagos ao trabalhador, o empregador

recolhe R$ 104 de encargos e impostos.

– Poupança interna: 18% do PIB (China: 52% em

2010)

– Carga tributária em 2011: 37% do PIB (uma das

mais altas entre os emergentes. Confusa e injusta).

– 10 milhões de brasileiros estão na extrema pobreza;

vivem com menos de R$70 por mês em 2012

– Dívida interna federal > R$ 2.000 bi em jul.2012.

– Dívida externa: US$ 297,3 bi (Bancos: 137 + Setor

privado: 98 + Governo: 58 + BACEN:4,3), em 2011

– Crescimento da dívida federal interna: R$ 200 bi a.a.

– Relação dívida/PIB: mais de 60% (3 vezes a do

México, 7 vezes, a do Chile) em 2011.

– Fatia no comércio mundial: cerca de 1,2%.

Participação setorial: Agropecuária: 5,6% Indústria:

27,7% e Serviços:66,7%

– Mortalidade infantil: 16%o (em 1998 era de 69,1%o).

– Baixo nível educacional: 53° entre 65 países em

leitura , matemática e ciências (OCDE – 2009).

Verbas insuficientes, repetência, abandono etc.

– Saúde e assistência precárias à população.

–O Brasil gera energia elétrica pelo método mais

barato do mundo e entrega ao consumidor por um

dos preços mais altos. A Presidente prometeu 20%

de redução nas contas de energia em 2012.

Afogados em dívidas: Em 2011, o endividamento dos governos europeus era enorme. Mas a dívida total (interna e

externa) dos países – incluindo o setor privado – era muito maior. Total das dívidas das pessoas + empresas +

bancos, como proporção (%) do PIB de cada país: Inglaterra: 497; Japão: 492; Espanha: 336; Portugal: 356;

França: 341; Itália: 313; EUA: 289; Alemanha: 284; Grécia: 261; China:184; BRASIL: 148. Os bancos eram os

maiores devedores na Inglaterra. O governo era o maior no Japão, na Itália, na Grécia e no Brasil. As empresas eram

as maiores na Espanha, em Portugal, na França e na China.

9

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Organização Mundial de Saúde (OMS): Saúde no mundo (2008), breves lances...

Expectativa de vida Japoneses: 83 anos Serra Leoa: 40 anos Brasil: 72 anos

Mortalidade Infantil Islândia: 2/1000 Afeganistão: 165/1000 16/1000 nascidos vivos

Óbitos por doenças

cardiovasculares/ano Japão: 06/100.000 Turcomenistão: 844/100.0000

341/100.000 nascidos

vivos

Tabagismo (adultos) Etiópia: 4% Grécia: 52% 16%

Despesas com saúde per

capita

Estados Unidos:

US$ 6.350/ano Coreia do Norte: US$ 1 US$ 371

Dez motivos para se indignar com a CORRUPÇÃO: com os 85 bilhões de reais surrupiados

pelos corruptos brasileiros em 2010 (720 bilhões de reais nos últimos 10 anos, segundo a FIESP)

seria possível*:

1. Erradicar a miséria no Brasil (16 milhões de pessoas) e sobrariam R$ 5 bi;

2. Pagar o benefício máximo (R$ 242) do Bolsa Família a 13 milhões de famílias por mais 2 anos;

3. Custear 17 milhões de sessões de quimioterapia;

4. Formar 312.000 médicos;

5. Custear 34 milhões de diárias de UTI nos melhores hospitais;

6. Construir 241 quilômetros de metrô;

7. Construir 1,5 milhão de casas (30% do déficit habitacional do Brasil);

8. Custear 2 milhões de bolsas de mestrado;

9. Aumentar em 443 reais o PIB per capita do brasileiro (de R$ 19.265 para R$ 19.708;

10. Reduzir 1,2 ponto percentual na taxa de juros.

Escolha uma das alternativas para comentar.

BRASIL: ainda longe de ser um país rico no início de 2012 (pesquisa CNT/Sensus):

PAÍS PIB - US$ bi PIB per capita - US$ IDH Publicações científicas

1º EUA 15,0 Noruega (84.290) Noruega EUA

2º China 7,0 Luxemburgo (77.160) Austrália China

3º Japão 5,9 Suíça 71.530) Holanda Alemanha

4º Alemanha 3,6 Dinamarca (59.050) EUA Japão

5º França 2,8 Suécia (50.110) N. Zelândia Inglaterra

6º BRASIL 2,52 Holanda (49.050) Canadá França

7º Reino Unido 2,48 Finlândia (47.720) Irlanda Canadá

8º Itália 2,25 EUA (47.390) Liechtenstein Itália

9º Rússia 1,88 Áustria (47.060) Alemanha Espanha

10º Índia 1,84 Bélgica (45.910) Suécia Índia

47º BRASIL (12.900) 84º BRASIL 13º BRASIL Investir para crescer: Não existe PIB grátis.A tragédia do crescimento raquítico do PIB atesta a incapacidade da política econômica

em atrair os investimentos produtivos. O quadro a seguir fala por mil explicações esfarrapadas. Apresentado em forma gráfica, no eixo dos X, as taxas médias de investimentos produtivos em 10 anos, e, no eixo vertical, a variação do crescimento anual médio do PIB de 18

países, observa-se (determina-se) uma correção linear simples direta (positiva) superior a 73% da contribuição de X para os aumentos de

Y. A China investe muito, acima de 40% do PIB, e também cresce muito. O Brasil investe pouco, e o crescimento nata tem de espetacular. Os investimentos são o alimento da expansão econômica. Não existe avanço duradouro sem infraestrutura, oferta de mão de

obra capaz, ampliação e renovação de fábricas, construção de usinas, modernização agrícola – ou, em resumo, sem aumento da

produtividade. Conclusão da análise: os países de rápida expansão econômica estão entre os que mais investem na capacidade produtiva. O Brasil não aparece entre eles... E no mesmo ano em que subiu ao patamar da 6ª. Economia do mundo, devolveu a posição à

Inglaterra por causa de um crescimento ridículo em 2012.

Análise de regressão (linear simples) e de correlação: X =Taxa de investimento (em relação ao tamanho do PIB); Y = Crescimento do PIB (média em 10 anos)

Países X Y XY X2 Y2 x=X-Xm y=Y=Ym Xy x2 y 2

Alemanha 18 0,9 16 324 0,81 -4,67 -2,88 13,43 21,78 8,28

A. Saudita 21 4,7 99 441 22,09 -1,67 0,92 -1,54 2,78 0,85

Austrália 27 2,8 76 729 7,84 4,33 -0,98 -4,24 18,78 0,96

BRASIL 17 3,4 58 289 11,56 -5,67 -0,38 2,14 32,11 0,14

Canadá 23 2,6 60 529 6,76 0,33 -1,18 -0,39 0,11 1,39

China 40 10,1 404 1.600 102,01 17,33 6,32 109,59 300,44 39,97

C. do Sul 29 4,2 122 841 17,64 6,33 0,42 2,67 40,11 0,18

EUA 16 2,1 34 256 4,41 -6,67 -1,68 11,19 44,44 2,81

França 19 1,5 29 361 2,25 -3,67 -2,28 8,35 13,44 5,19

Holanda 19 0,8 15 361 0,64 -3,67 -2,98 10,92 13,44 8,87

Índia 31 8,2 254 961 67,24 8,33 4,42 36,85 69,44 19,56

10

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Indonésia 24 5,6 134 576 31,36 1,33 1,82 2,43 1,78 3,32

Inglaterra 16 2,3 37 256 5,29 -6,67 -1,48 9,85 44,44 2,18

México 22 3,2 70 484 10,24 -0,67 -0,58 0,39 0,44 0,33

Japão 23 1,4 32 529 1,96 0,33 -2,38 -0,79 0,11 5,65

Rússia 20 5,8 116 400 33,64 -2,67 2,02 -5,39 7,11 4,09

Suíça 22 2,2 48 484 4,84 -0,67 -1,58 1,05 0,44 2,49

Turquia 21 6,2 130 441 38,44 -1,67 2,42 -4,04 2,78 5,87

408 68 1.734 9.862 369,02 192,47 614,00 112,13

Coef. de determinação de Y por Y:

n=Σf

18

X=∑X/n 22,7

Y=∑Y/n

3,8

Y=aX+b Y=0,3135X-3,3274

Coef. de correlação de X para Y: “Correlação média alta

A 0,3135 0,31

r2

0,5380

B -3,3274 -3,33

R

0,7335

r (pela covariância) 0,7335

__________________________________________________________________________________

População brasileira é a que tem menos retorno dos impostos que paga (UOL, 24/01/2012)

A população brasileira é a que vê menos retorno dos impostos que paga ao governo. É o que mostra um

levantamento feito pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) com os 30 países que têm as

maiores cargas tributárias do mundo. Segundo o estudo, a carga tributária brasileira é de 35,13% (sic). Isso

significa que os impostos pagos pela população ao governo federal, Estados e municípios correspondem a

35,13% de toda a riqueza gerada no país (PIB). PAÍS CARGA TRIBUTÁRIA (2010) IDH(2011) ÍNDICE DE RETORNO

1º - AUSTRÁLIA 25,90% 0,929 164,18 2º - ESTADOS UNIDOS 24,80% 0,910 163,83

3º - COREIA DO SUL 25,10% 0,897 162,38

4º - JAPÃO 26,90% 0,901 160,65 5º - IRLANDA 28,00% 0,908 159,98

6º - SUÍÇA 29,80% 0,903 157,49

7º - CANADÁ 31,00% 0,908 156,53 8º - NOVA ZELÂNDIA 31,30% 0,908 156,19

9º - GRÉCIA 30,00% 0,861 153,69

10º - ESLOVÁQUIA 28,40% 0,834 153,23 11º - ISRAEL 32,40% 0,888 153,22

12º - ESPANHA 31,70% 0,878 153,18

13º - URUGUAI 27,18% 0,783 150,30 14º - ALEMANHA 36,70% 0,905 149,72

15º - ISLÂNDIA 36,30% 0,898 149,59

16º - ARGENTINA 29,00% 0,797 149,40 17º - REP. CHECA 34,90% 0,865 148,39

18º - REINO UNIDO 36,00% 0,863 146,96

19º - ESLOVÊNIA 37,70% 0,884 146,79 20º - LUXEMBURGO 36,70% 0,867 146,49

21º - NORUEGA 42,80% 0,943 145,94

22º - ÁUSTRIA 42,00% 0,885 141,93 23º FINLÂNDIA 42,10% 0,882 141,56

24º - SUÉCIA 44,08% 0,904 141,15

25º - DINAMARCA 44,06% 0,895 140,41 26º - FRANÇA 43,15% 0,884 140,52

27º - HUNGRIA 38,25% 0,816 140,37

28º - BÉLGICA 43,80% 0,886 139,94 29º - ITÁLIA 43,00% 0,874 139,84

30º - BRASIL 35,13% 0,718 135,83

IDH: Índice de Desenvolvimento Humano

Índice de retorno: calculado com base na carga tributária e no IDH

22

2

2

YnY

YnXYaYbr

22

XnX

YXnXYa

XaYb

2222 YYnXXn

YXXYnr

22 yx

xyr

11

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Brasil tem IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) baixo

Essa não é a maior carga tributária do mundo. Na Suécia, por exemplo, o índice é de 44,08%. Mas, para

verificar se os valores arrecadados estariam retornando à população por meio de serviços de qualidade, o

estudo considerou também o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada país. Nesse quesito, o Brasil

aparece em último lugar entre os países pesquisados, com IDH 0,718. Isso fez com que ele ficasse também em

último lugar na lista geral.

Austrália figura no primeiro lugar da lista

O Brasil aparece no último lugar do ranking pelo segundo ano consecutivo. O país está atrás de outros países

da América do Sul. O Uruguai, por exemplo, aparece na 13º posição do ranking, com carga tributária de

27,18% e IDH de 0,783. A Argentina está no 16º lugar. A carga tributária no país vizinho é de 29% e o IDH,

de 0,797. Austrália, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão são os países que melhor fazem aplicação dos

tributos arrecadados, segundo o levantamento do IBPT. Alguns países da Europa também aparecem mal

posicionados no ranking. É o caso, por exemplo, de França (26º lugar) e Bélgica (28º). A Itália é o segundo

com pior colocação (29º), à frente apenas do Brasil.

12

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Questões: 1. Os sistemas econômicos podem diferir bastante entre si em função do substrato político, social e legal

sobre que se assentam. Mas qualquer tipo de sistema econômico sempre terá os seguintes problemas

fundamentais que precisam ser resolvidos:

a) O desemprego, a moeda e a estabilidade.

b) A concorrência, a produção e o desperdício.

c) O que produzir? Como produzir? Para quem produzir?

d) Os mercados, as trocas e o equilíbrio.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

2. O marco inicial da etapa científica da teoria econômica coincidiu com os grandes avanços da técnica e

das ciências físicas e biológicas, nos séculos XVIII a XXI. Nesse notável período de evolução do

conhecimento humano, a Economia constituiu seu núcleo científico, estabeleceu sua área de ação e

delimitou suas fronteiras com outras ciências. Assim é que:

I – A Economia repousa sobre atos humanos e é por excelência uma ciência social.

II – A Economia é um estudo da riqueza e um ramo do estudo do homem.

III – A Economia estuda a administração de recursos escassos entre usos alternativos.

IV – A Economia é a administração de recursos escassos entre fins competitivos.

São falsas as declarações

a) I, II e IV

b) II, III e IV

c) I, II e III

d) I, III e IV

e) Nenhuma das respostas anteriores.

Leitura: “Pode ser mera coincidência o fato de que o grande livro de Adam Smith A Riqueza das Nações foi

publicado em 1776, o ano exato em que os revolucionários norte-americanos assinaram a sua Declaração da

Independência. Mas os dois documentos compartilham um ponto de vista que era predominante na época –

que os indivíduos normalmente tomam melhores decisões se deixados a agir por conta própria, sem a mão

opressiva do governo conduzindo suas ações. Essa filosofia política proporciona a base intelectual para a

economia de mercado e, de maneira mais geral, para a sociedade livre.” (MANKIW, N. G. Introdução à

Economia. 3. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007).

3. Por que as economias descentralizadas de mercado funcionam tão bem?

a) Porque se pode contar que as pessoas tratem umas às outras com benevolência.

b) Porque o custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la.

c) Porque os governos nunca podem melhorar os resultados dos mercados.

d) Porque o poder de mercado é a capacidade de um único agente econômico influenciar

significativamente os preços do mercado.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

Leitura: “O homem tem quase que constantes oportunidades para esperar ajuda de seus semelhantes, e seria

vão esperar obtê-la somente da benevolência. Terá maiores chances de ser bem sucedido se puder interessar o

amor-próprio deles a seu favor e mostrar-lhe que é para sua própria vantagem fazer para ele aquilo que deles

se exige... Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas

da consideração que eles têm pelos seus próprios interesses”, disse uma vez Adam Smith (1723-1790).

4. O que Smith estava a dizer é que:

a) Os participantes da economia não são motivados por seus próprios interesses.

b) Cada indivíduo tem a intenção de promover o interesse público.

c) Cada indivíduo é conduzido por uma “mão invisível” a promover um fim que não fazia parte de

sua intenção.

d) A “mão invisível” do mercado não conduz os interesses individuais de maneira que seja

promovido o bem-estar econômico geral.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

13

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

2 – Necessidades x utilidades

Os problema básicos das economia são decorrentes da existência de recursos limitados

ante as necessidades virtualmente ilimitadas. O petróleo, o trabalho, as máquinas etc.

estão disponíveis em quantidades limitadas. Com escassos recursos produzem-se bens

e serviços (alimentos, víveres, automóveis, saúde, educação, lazer etc.).

A escassez sempre existirá, já que os desejos são superiores aos meios disponíveis para

satisfazê-los.

Utilidade, lei da escassez, valor e preço

A noção de utilidade e o princípio da escassez constituem os fundamentos da ciência

econômica.

Utilidade é a propriedade que as coisas (bens e serviços) têm para satisfazer

necessidades humanas.

Utilidade é uma medida de felicidade ou satisfação.Daí o valor dos bens e serviços, e o

preço que se paga por eles.

Escassez é a falta de um bem ou serviço em relação à sua necessidade. Escassez é a

natureza limitada dos recursos da sociedade.

O que produzir, como e quanto produzir e para quem produzir não constituiriam

problemas se os recursos fossem ilimitados. Não haveria bens econômicos, só livres..

Não se teria de fazer uma escolha. No mundo real, até as crianças aprendem cedo que

“ambas” não é uma resposta para “qual das duas?”.

Conceito de necessidade

Sensação de carência (falta) de algo, unida ao desejo de satisfazê-la

Aumento da população mundial e falta de comida e combustível

O mundo está ficando sem tempo para garantir que haja alimentos, água e energia para atender a

demanda de uma população em rápido crescimento e evitar que 3 bilhões de pessoas sejam levadas à

pobreza, advertiu um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas em 30.01.2012). Enquanto a

população mundial parece preparada para crescer dos 7 bilhões de hoje para quase 9 bilhões até 2040 e o

número de consumidores de classe média aumentar em 3 bilhões nos próximos 20 anos, a demanda por

recursos crescerá exponencialmente. Mesmo para 2030, o mundo precisará de ao menos 50% a mais de

alimentos, 45% a mais de energia e 30% a mais de água, de acordo com as estimativas da ONU, em uma

época em que o ambiente em modificação cria novos limites ao abastecimento.Se o mundo fracassar em

lidar com esses problemas, o risco é condenar 3 bilhões de pessoas à pobreza, afirmou o relatório.

Tipos de necessidade:

a) Segundo o requerente:

Necessidades do indivíduo:

naturais – comer, dormir etc.

sociais – convívio com outras pessoas, festa de casamento, encontro com amigos;

Necessidades da sociedade:

coletivas – São satisfeitas por bens e serviços usados coletivamente: ônibus.

públicas – São satisfeitas por bens e serviços proporcionados pelo governo: ordem

pública, ordem jurídica.

b) Segundo sua natureza:

Necessidades vitais ou primárias: alimentos, roupas, habitação, remédios etc.;

Necessidades civilizadas ou secundárias: educação, saúde, segurança, lazer, turismo,

serviços bancários, seguros etc.

14

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Satisfação das necessidades

Acontece através das utilidades, isto é, dos bens e serviços produzidos pela sociedade

com os recursos escassos.

Bem

Utilidade que satisfaz, direta ou indiretamente, os desejos e necessidades dos seres

humanos.

Tipos de bens

Segundo seu caráter:

livres – ilimitados (teoricamente) ou muito abundantes ou, ainda, não são

aproveitáveis economicamente; existem potencialmente, mas sem economicidade.

econômicos – escassos (limitados em quantidade) e aproveitáveis.

Segundo sua natureza:

de capital ou de produção – não atendem diretamente às necessidades dos

indivíduos na sociedade, mas são usados para produzir outros bens e serviços que

satisfazem diretamente tais necessidades;

de consumo – destinados a satisfazer diretamente as necessidades. Podem ser:

duráveis – permitem um uso prolongado (geladeira, automóvel, vídeo, etc.);

não duráveis – acabam com o consumo ou se tornam bens estritamente pessoais.

Segundo sua função:

intermediários – devem sofre transformação antes de se converter em bens de

consumo ou de capital;

finais – prontos para o uso ou consumo imediato.

Segundo sua aplicação (uso):

complementares – consumidos em conjunto com outros (meias e sapatos, pneus e

jantes (aros), armação e lentes dos óculos etc.

substitutos ou concorrentes – o consumo de um supre o consumo do outro (manteiga

e margarina, gasolina e álcool num carro flex)

Segundo a Lei (CC, art. 79 a 103): imóveis (“solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”) e

móveis (“suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da

substância ou da destinação econômico-social”);

fungíveis (substituíveis “por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”) e

consumíveis (“uso importa destruição imediata da própria substância”);

divisíveis (“que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de

valor, ou prejuízo do uso a que se destinam”) e

indivisíveis;

singulares (“embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais”) e

coletivos (quando se encaram agregados em todo) ou universais (“constitui universalidade de fato a

pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenha destinação unitária”). Ex:

patrimônio, herança.

públicos (“bens de domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno”).

Não estão sujeitos a usucapião (CF, art. 183, § 3º e 191, Parágrafo único). Podem ser:

de uso comum do povo (“tais como rios, mares, estradas, ruas e praças”)

os de uso especial (“tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da

administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias”)

os dominicais (“que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como

objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas entidades”). Somente estes “podem ser

alienados, observadas as exigências da lei”.

particulares (“todos os outros ..., seja qual for a pessoa a que pertencerem”).

principal (“o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente”) e

acessórios (“aquele cuja existência supõe a do principal”)

pertenças (“bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso,

ao serviço ou ao aformoseamento de outro”).

15

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

benfeitorias:

voluptuárias (“as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que

o tornem mais agradável ou sejam de valor elevado”),

úteis (“as que aumentam ou facilitam o uso do bem”) e

necessárias (“as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore”).

Serviço

Atividade que, sem criar objetos materiais, se destina, direta ou indiretamente, a

satisfazer necessidades.

Exemplos: educação, saúde, segurança, transportes, comunicações, comércio, seguros,

sistema bancário, turismo, lazer, jurisdição, religião etc.

Questões: 1. Não houvesse escassez nem necessidade de repartir os bens entre os homens, não existiriam sistemas

econômicos nem Economia.

a) A Economia é o estudo da escassez e dos problemas dela decorrentes.

b) A Economia ocupa-se normalmente das condições gerais do bem-estar humano.

c) A Economia inclui a organização social para satisfazer necessidades humanas.

d) A Economia implica no difícil exercício de escolha entre alternativas viáveis.

e) Qualquer uma das respostas anteriores.

2. Constituem os fundamentos da ciência econômica:

a) A noção de utilidade e o princípio da escassez.

b) O papel do estado e a política econômica.

c) O comportamento do homem e a satisfação das necessidades.

d) Os bens de consumo e os bens de produção.

e) Qualquer uma das respostas anteriores.

3. O significado da palavra “econômico” está intimamente associado à palavra:

a. Irrestrito.

b. Livre.

c. Escasso.

d. Ilimitado.

e. Nenhuma das respostas anteriores.

4. I – Bens intermediários são aqueles que não irão diretamente para o uso das pessoas, mas são utilizados

na etapa seguinte de produção.

II – Bens de consumo imediato destinam-se indiretamente à satisfação das necessidades atuais ou

presentes do homem.

III – Bens de capital atendem indiretamente às necessidades humanas, destinando-se a multiplicar a

eficiência do trabalho ou dos recursos naturais.

IV – Bens de consumo durável destinam-se à satisfação direta das necessidades humanas ao longo de

certo espaço de tempo.

a) Não há afirmativas falsas.

b) Há somente uma afirmativa verdadeira.

c) Há três afirmativas verdadeiras.

d) Há duas afirmativas falsas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

Referências bibliográficas: (Holanda, N. Introdução à Economia – Da teoria à prática e da visão micro à

macroperspectiva 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 21, A água – um bem livre ou econômico) e

16

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Apêndice:

ÁGUA: TRANSPARENTE, INSÍPIDA, INODORA E FINITA.

Recursos escassos: a ameaça de escassez dos recursos hídricos coloca a questão das águas no centro das

preocupações mundiais. Com cada vez mais pessoas no mundo, e menos água disponível para todas elas, não

é de surpreender que uma hora dê briga.Motivos para isso não faltam.

A Terra possui 23 grandes bacias hidrográficas. Em algumas, o ritmo de extração de água já é maior

do que sua taxa se renovação. As regiões onde elas estão são as mais prováveis focos de conflito por

causa do líquido: o Oriente Médio, onde a falta de água só esquenta a conhecida instabilidade da

área, e África e Ásia, de um modo geral, onde a pobreza e a superpopulação tornam a água tratada

um bem especial escasso.

Apenas 3% de toda a água disponível no planeta é doce. E somente 0,007% é de fácil acesso (as

demais fontes (2,993%) são geleiras e lençóis subterrâneos);

De toda a água doce disponível na Terra, apenas 1% está a céu aberto, em forma líquida ou

gasosa.Setenta por cento estão depositados em forma de gela na geleiras e calotas polares. Os 29

restantes estão justamente debaixo da terra, depositados em aquíferos que abrigam 100 vezes mais

água que os rios e lagos do globo.

Os aqüíferos são enormes camadas subterrâneas de rochas permeáveis agindo como uma esponja,

retendo a água filtrada da superfície e acumulando-a ao longo de sua extensão por milhões de anos;

A agricultura e pecuária respondem por 70% do consumo de água mundial;

Nas cidades maiores do planeta, o uso municipal e industrial de água aumentou 24 vezes no último

século

Mais de 1.250.000.000 de pessoas não têm água potável hoje;

Até 2025, a degradação ambiental e a cultura do desperdício vão comprometer a vida de 2/3 da

população mundial, mais de 5 bilhões de seres humanos. Grandes regiões da Ásia e África, além de

trechos menores de Austrália, EUA, América Central e América do Sul (inclusive o nordeste do

Brasil) já estão hoje em situação de escassez ou se aproximando disso.

Os resultados podem ser devastadores. Se afeta a agricultura, a seca é capaz de forçar populações a

migrar para não sofrer com a falta de alimentos e doenças. Em 1932, vítimas da seca no Ceará

deixaram o interior em busca de socorro no litoral, por exemplo. Ficar onde moravam poderia levar à

morte – o que aconteceu com 1 milhão de etíopes após uma queda no volume de chuvas em 1984. As

perspectivas para o futuro são que as secas se intensifiquem. O aumento da temperatura global

alimentou a evaporação no solo de países como a Austrália. A chuva gerada por esse vapor caiu em

outras regiões, e o resultado são solos mais áridos naquele país.

Produção mundial: o planeta ainda dispõe de reservas suficientes para matar a sede de todos os seres vivos.

Mas

A distribuição das águas no planeta não é regular e proporcional à ocupação humana;

A produção de água fresca não é infinita e representa menos 0,5% do estoque total;

A produção mundial de água doce dos rios é de 1,488 milhão m3/s;

A produção da América do Sul é 334 mil m3/s (cerca de 23% da produção mundial);

O apelo para a utilização das águas subterrâneas é inevitável.Dos três maiores aqüíferos conhecidos

até 2012 (1º - Arenito Núbia, na Líbia, Egito, Chade e Sudão, com 2,2 milhões de km2; 2º - Grande

Bacia Artesiana, na Austrália, com 1,7 milhão de km2), o 3º, o Guarani corre sob oito Estados

brasileiros e se espalha sob o território argentino, paraguaio e uruguaio, com 1,2 milhão de km2

A revista científica Geophysical Research Letters (2010) apontou que a extração de águas

subterrâneas duplicou na Terra em quatro décadas passando de 126km3 anuais em 1960 para 263km

3

em 2000.

Estimativas recentes (2012) dizem que os aqüíferos são responsáveis por 1 de cada 3 litros de água

utilizada para consumo humano e agropecuária. Eles também mantêm o nível de muitos rios em

épocas de seca e garantem a água que aflora nos oásis do Deserto do Saara;

A extração de água do Aquífero Guarani é economicamente viável em apenas 10% do seu volume,

pois, a partir de 400m de profundidade, o custo de energia gasta para extrair água é maior que o de

obtê-la de outras fontes. E mais: existe uma maior concentração de sais no centro do Aquífero

Guarani, onde ele é mais profundo, tornando sua água imprópria para consumo humano

Todavia, os cientistas russos acabam (fev/2012) de alcançar o Lago Vostok na Antártica, isolado há

15 milhões de anos por uma camada de gelo de 3.769m. A pressão de 400 atmosferas do gelo e o

17

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

calor do centro do planeta evitam que a água (6,3 mil k𝑚3) congele nos 15.400 k𝑚2 , 40 vezes a

extensão da Bahia da Guanabara.

Os países que mais utilizam a água de aquíferos são os que se dedicam a grandes produções

agrícolas: Índia, China, Paquistão, EUA. Não há dados sobre o Brasil, neste aspecto.

Brasil: 5º país do mundo em extensão (47,7% da América do Sul) e população, ocupa posição de destaque no

cenário internacional pelo volume e pela disponibilidade de água doce em seu território.

Clima diversificado, abundância de chuvas em mais de 90% do país e uma das mais extensas e

densas redes de rios perenes do planeta;

A produção brasileira de água doce dos rios é de 177,9 mil m3/s (cerca de 53% da produção da

América do Sul ou 12% da produção mundial).

São 8 bacias principais: Amazonas (57% do território nacional), Tocantins, Atlântico Norte-

Nordeste, São Francisco. Atlântico Leste, Paraná, Uruguai e Atlântico Sudeste;

A bacia do Amazonas é responsável por 72% da produção brasileira (128,09 mil m3/s);

As bacias do Amazonas, São Francisco e Paraná cobrem 72% da superfície do país.

A bacia do Rio São Francisco abrange 7 unidades da federação e 504 municípios, produz energia,

irriga vastos plantios numa região extremamente árida, garante peixe e transporte, mesmo não sendo

tão generosa.

Riscos da globalização: o mundo está sendo forçado a tomar decisões cruciais e inadiáveis sobre

águas.Já se tem notícia de navios que deixaram cargas no Brasil e retornaram abarrotados de água

para seu país.

Um crescente movimento de pessoas acredita que os imperativos do crescimento ilimitado, da

globalização econômica, do mercado consumidor global sem restrições, das regras das corporações,

das desregulamentações, da privatização e do mercado livre são as forças que estão por trás da

manutenção dos atuais sistemas de exploração irracional das águas.

Águas subterrâneas brasileiras: de excelente qualidade, são a maior reserva brasileira de água doce

encontrada em todas as regiões e facilmente acessível;

A Província Hidrogeológica do Paraná (Aquífero Guarani) é a maior reserva com volume estimado

de 50,4 mil km3 (50% do total do Brasil = 105 mil km

3);

A Província Hidrogeológica do Amazonas tem o 2º lugar com 32,5 mil km3 de água armazenada e

área coberta de cerca de 1 milhão de km2;

A Província Hidrogeológica de Parnaíba (bacia do Maranhão) vem em 3º lugar com l7,5 mil km3 de

reserva hídrica, cobrindo 700 mil km2.

Concentração das águas brasileiras: a má distribuição

A região Norte detém 80% do volume total de águas e só 5% da população do país;

Aos 95% dos habitantes compete dividir 20% das águas disponíveis;

O Nordeste tem 29% da população brasileira e apenas 2,5% da produção hídrica.

Os Estados de Pernambuco e Paraíba estão abaixo do índice de 2,5 mil m3/habitante/ano,

considerado mínimo pelas Nações Unidas.

Em São Paulo, cerca de 3 milhões de pessoas ficam sem água nos períodos de estiagem: há 4 regiões

paulistas também abaixo daquele índice, sendo que na região metropolitana, a disponibilidade de

água é a menor do país ou 200 m3/hab./ano;

69% da população rural brasileira e 15% da população urbana não contam com abastecimento de

água potável, o que representa 28% da população total sem o abastecimento.

Situação da água no Brasil: o detentor da maior reserva hídrica do planeta não pode orgulhar-se de suas

águas.

70% dos rios em território brasileiro estão contaminados;

80% dos domicílios brasileiros (43,4 milhões) não contam com serviço de tratamento de esgoto antes

de ser despejado nos corpos hídricos;

Vale dizer: dos 34,6 milhões de domicílios brasileiros (63,9% do total de 54,2 milhões) que contam

com serviço de coleta de esgoto, apenas em 35,3% ou 12,1 milhões de domicílios, o esgoto recebe

algum tipo de tratamento;

Detritos e sucatas do chão das cidades, dos pavimentos, erosões, lixo da rua, óleo de avenidas e

rodovias são carreados pelas chuvas para poluir, de forma crescente, os rios;

O mal das águas: a cultura da abundância – o uso da água sem controle e o desperdício generalizado:

no campo (processos inadequados de irrigação), nas cidades (uso industrial, lavagens de ruas, carros,

vazamentos etc.), nas casas (jardins, piscinas, uso doméstico descontrolado etc.)

18

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Fatores degradantes da água: além dos já mencionados,

A deficiência e insuficiência dos serviços de saneamento;

O baixo índice de coleta de lixo e, na destinação, a ausência de reciclagem e compostagem;

As grandes superfícies impermeabilizadas das cidades (cultura de pavimentação);

A inadequação do processo agrícola (uso e ocupação do solo, agrotóxicos etc.);

A devastação da vegetação nas nascentes dos rios e a degradação das matas ciliares: assoreamentos,

e desmatamentos das cabeceiras e margens;

As erosões naturais não prevenidas e, pior, as provocadas;

Os afluentes industriais: resíduos altamente poluentes, tóxicos, mortais;

Governos que se desviam de suas responsabilidades regulatórias e fiscalizadoras;

Grandes corporações de alimento energia e transporte, que estão ganhando o controle sobre

barragens e vias de água que já parece uma commodity privada.

Conscientização de todos: a mobilização da sociedade como um todo – governos, empresas e pessoas – em

torno de um projeto ecologicamente sustentável.

Água é bem de domínio público, de valor ecológico, social e econômico (CF, art. 26).

A proteção das águas deve reunir os usuários (indústrias, produtores rurais, pecuaristas, famílias

etc.), comerciantes, hidroelétricas e empresas de abastecimento, e o poder público em todas as suas

representações;

A cultura do desperdício precisa ser combatida em várias frentes e nos menores detalhes;

Em Israel, os produtores privilegiam métodos de irrigação mais caros, como o do gotejamento,

porém mais racionais em termos de consumo de água;

Na Suíça, os ralos de banheiro têm ¾ de polegada , dimensão que inibe o consumo por provocar

maior alagamento. No Brasil, os ralos têm geralmente 6 polegadas.

Recentemente, a Companhia Siderúrgica Nacional anunciou que estuda reutilizar em grande parte a

água empregada em seus processos.

Pesquisa de 1980 em países desenvolvidos demonstra que fica muito mais em conta preservar e

economizar os recursos disponíveis do que buscar novas fontes, sendo complacente com o

desperdício;

Em 2011, o volume total de água reusada pela Petrobrás superou 20 bilhões de litros, o equivalente a

10% do necessário às operações da empresa. Com a conclusão dos projetos em curso, a Petrobrás

pretende chegar a 2013 com uma economia anual superior a 30 bilhões de litros de água por ano. No

Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), no Rio de Janeiro, 75% dos 800 milhões de litros de

água que serão utilizados anualmente virão da captação de chuva e da água de reúso gerada a partir

do tratamento, com economia anual de R$ 12 milhões. A Refinaria do Vale do Paraíba (Revap), em

S. José dos Campos (SP) recebeu uma nova estação de tratamento com capacidade para tratar 300

mil litros/hora, além da modernização e ampliação de sua estação de tratamento de água. Economia

anual de 2,6 bilhões de litros de água. O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) inicia

suas operações em 2014 com o maior projeto de reúso de água do mundo (vazão de 1,5 mil litros de

água por segundo).

Gestão de recursos hídricos: é o conjunto de práticas destinadas a regular o uso da água e o controle dos

processos de degradação dos recursos hídricos.

A água de reúso é importante para esse tipo de gestão, pois é destinada a fins que não necessitam

potabilidade: processos industriais, refrigeração de equipamentos, geração de energia, sistema anti-

incêndio, lavagem de ruas, praças e veículos, irrigação de campos de futebol etc.

A gestão e o uso sustentável dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos devem orientar toda a

agenda ambiental e social;

A mobilização e participação da sociedade devem orientar as ações para a construção de políticas

públicas de gestão democrática dos recursos hídricos;

Mesmo com o avanço da legislação de recursos hídricos, as leis brasileiras devem contemplar melhor

a notável diversidade de nossos ecossistemas e o respeito pela soberania de nossa biodiversidade.

Resíduo que dá lucro: subprodutos industriais se tornam um bom negócio para as empresas que adotam

tecnologias ambientais. O conceito de valorização dos resíduos tem ganhado cada vez mais destaque por

conta da saturação de aterros sanitários, da crescente procura por matérias-primas e da legislação que impõe

às indústrias a gestão de seus resíduos. Mais do que apenas reciclar, essa nova cultura gera subprodutos que

19

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

diminuem custos paras as empresas e contribui para a valorização de sua imagem no âmbito social e

ambiental. Exemplos:

Compostagem: este sistema aproveita os resíduos orgânicos transformando-os em adubo orgânico ou

condicionador dos solos de qualidade que, ao contrário dos agroquímicos, previne sua erosão e a,

contaminação das águas e pode, inclusive, ser utilizado no cultivo de alimentos orgânicos;

Reciclagem de entulhos:os resíduos da construção civil podem ser reciclados e transformados em

areia, pedriscos, britas, bica corrida e metais segregados para uso na própria obra ou, ainda, como

base de uma ação social, sendo doados às prefeituras para a reparação de estradas rurais entre outras

finalidades;

Frota verde: há empresas que recolhem o óleo de cozinha usado em residências e cozinhas

industriais e produzem combustível para ser utilizados em sua frota de distribuição;

Geração de energia: muitas empresas estão procurando gerar energia complementar a partir de seus

próprios resíduos (bagaço da cana das usinas de açúcar e álcool), num claro compromisso com as

futuras gerações;

E-waste (leia: i-ueist): num mundo que usa cada vez mais eletrodomésticos, o processo de

reaproveitamento do lixo das matérias-primas e dos produtos usados nessa área precisa garantir o

descarte ambientalmente seguro dos que não puderem voltar para a produção. É a proteção dada às

gerações vindouras contra o dano ambiental que causa o descarte irresponsável dessas substâncias

que contaminam fontes de ar, água e alimentação.

Questões para pensar:

1. De quem é a responsabilidade pela preservação das águas brasileiras? 2. Qual a produção de água doce dos rios do mundo, da América do Sul e do Brasil? 3. Qual o percentual de água doce no mundo? Quanto é considerado de fácil acesso?

4. Onde se encontra a maior quantidade de água doce no Brasil a céu aberto?

5. Enumere as oito grandes bacias brasileiras e comente a contribuição de três delas.

6. Dê três províncias hidrogeológicas brasileiras, com suas abrangências.

7. Fale da regularidade de águas doces no Planeta e no Brasil, e sua distribuição relativa às populações.

8. Quem mais gasta água doce no mundo?

9. Que são aqüíferos?

10. Quais são os três maiores aqüíferos do planeta?

11. Pela ordem crescente de tamanho, onde estão situados?

12. Por que os oásis do Saara não secam?

13. Porque as águas do Lago Vostok não congelam sob cerca de 4.000m de gelo? Onde fica o Vostok?

14. Quanto aumentou o consumo de água doce nas cidades no último século? Por que?

15. Quantas pessoas no mundo não têm água potável hoje? E não terão daqui a 15 anos?

16. Qual o índice mínimo das Nações Unidas para o uso de água por uma pessoa/ano?

17. Onde, no Brasil, este índice está no mínimo? Onde é bem menor (12,5 vezes menos)?

18. Qual é a situação das águas nos rios brasileiros? Por que tanta poluição?

19. Quais os fatores degradantes das águas?

20. Onde se aponta o problema crucial do uso de águas? Enumere, pelo menos, cinco deles.

21. Como as corporações estão encarando o controle das águas doces acessíveis do planeta?

22. O que você sabe sobre processos de irrigação agrícola? Por que o “barato” fica “caro”?

23. E sobre chuveiros, ralos, descargas sanitárias, lavagens de garages e calçadas?

24. O que os as empresas industriais de países desenvolvidos já vêm fazendo há mais de 30 anos?

25. O que a Petrobrás vem fazendo a favor de nossos recursos hídricos?

26. O que você pode fazer para melhorar a preservação de nossas águas?

27. Como é chamado o conjunto de práticas destinadas a regular o uso da água e o controle dos processos de

degradação dos recursos hídricos?

28. Quais são os países que mais utilizam a água de aqüíferos? Por que?

29. Quantas grandes bacias hidrográficas existem no Mundo? O que está acontecendo em algumas delas?

30. Diga três regiões mundiais onde são mais prováveis os focos de conflito por causa do líquido. Por que?

Legislação brasileira sobre águas: Ordenações Filipinas (1604), Código Civil (1916), Código das Águas

(1934), Constituição Federal (l988), Lei n. 9.433 (1997) e Código Civil (2002).

20

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

3 – Origem e evolução da Economia Fase pré-científica Continentes perdidos:

Pangéia começou a fracionar há 200 milhões de anos, formando a Laurásia ao Norte e a Gondwana ao

Sul;

O mito da Atlântida: segundo Sólon (séc. 7 a.C.) e Platão (séc. 4 a.C.), os atlantes eram pessoas muito

inteligentes, que viviam em uma esplêndida cidade circular numa ilha-continente logo além das

Colunas de Hércules (Estreito de Gilbratar, canal de 13 km entre a Europa e a África), tragada pelo

mar 9 mil anos antes de Platão. A ilha de Sparttel, entre a Espanha e Marrocos, pode ser um vestígio

desse enigma da arqueologia. Segundo estudos recentes do historiador e arqueólogo da Universidade

do Mediterrâneo, na França, o francês Jacques Collina-Girard (2001), a ilha teria sido submersa há 11

mil anos. Coincidência?

Povos primitivos:

Era neolítica (3.000 a. C),

Idades da pedra, do bronze e do ferro,

Caçadores, pastores (nômades) e agricultores (estáveis, moradias fixas)

Antiguidade grega (Sócrates, Xenofontes, Platão e Aristóteles): “quando a agricultura prospera, todas as

outras artes florescem; mas quando se abandona o cultivo da terra, por qualquer razão que seja, todos os

outros trabalhos, em terra ou no mar, desaparecem ao mesmo tempo” (Sócrates em Xenofontes).

Antiguidade romana (Catão, Varrão e Paládio): as conquistas, a repartição de terras, retorno populacional

ao campo e declínio da agricultura.

Idade Média (séc. V a XV): mil anos até o colapso final do Império Romano do Oriente (1453), quando os

turcos conquistaram Bizâncio (Constantinopla)

Escolástica (Tomás de Aquino, Nicolau Oresmo e Antonino de Florença),

Feudalismo: retrocesso econômico, feudos isolados, a terra como base do poder, produção de

subsistência, reis fracos e dependentes do senhor feudal, trabalhadores rurais e servos da gleba.

Mercantilismo (1450 a 1750): transformações políticas, econômicas e de padrões de vida (Bodin,

Montchrétien, John Low, Cantillion, Colbert).

Renascimento: transformações intelectuais e artísticas (Copérnico, Galileu, Descartes, Newton)

Reforma: transformações religiosas (Lutero, Calvino)

Descobrimentos: transformações geográficas (Caminho da Índia, América, Brasil).

Criação científica da Economia (1750 a 1870) Tableau Économique des Physiocrates, de François Quesnay (1758): “tentei construir um quadro

fundamental da ordem econômica, para nele representar as despesas e o produto numa forma fácil de

aprender e para formar uma clara opinião sobre os arranjos e desarranjos que o Governo pode ocasionar”

(Quesnay, em carta ao Marquês de Mirabeau).

Fisiocratas: governo da Natureza – a terra é a fonte da riqueza ou

Naturalistas: “máxima satisfação com o mínimo de esforço”;

A Riqueza das Nações, de Adam Smith (1776): segundo Samuelson, foi o “gênio tutelar da escola

clássica” e gerou David Ricardo (1772-1883), o “pai de todos” os:

– Clássicos: Malthus, John Stuart Mill, Jean Baptiste Say, Léon Walras, Stanley Jevons, Alfred

Marshall, John Maynard Keynes etc.

– Marxistas: Engels, Karl Marx (Das Kapital,, de 1867) , Lênin etc. Condenação do modo capitalista

de produção: ênfase na justiça distributiva. Construção da economia de comando central.

Revolução Industrial:

Processo de superação do modo feudal de produção e comércio artesanatos e manufaturas domésticos

ou putting out system pelo capitalismo industrial ou factory system (séc. XVI, XVII e mais no XVIII);

Características: método científico de organização do trabalho e dos processos produtivos, com

aumento de escala, especialização de funções e divisão do trabalho, utilização crescente de máquinas

(fábricas e não manufaturas), expansão da produtividade etc.

21

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Fatores que a antecederam: Revolução Agrícola com aumento de alimentos e liberação da mão-de-

obra, concentração de capitais financeiros e criação de bancos, êxodo rural e crescimento urbano.

Elaboração dos princípios teóricos fundamentais (1870 a 1929) Escola de Viena ou Escola Psicológica Austríaca (Carl Menger, Ludwig von Mises);

Teoria do Marginalismo (Stanley Jevons, Léon Walras, Pareto e Alfred Marshall); Marshall escreveu

Principles of Economics, um tratado a ser lido ainda hoje com proveito.

Escola Neoclássica Sueca ou Neoclassismo (Wicksell, Veblen)

Economia do Bem-estar (Pigou e Knight).

Fase atual da Ciência Econômica (a partir de 1929) Revolução Keynesiana(1936), o socialismo realizado e os pós-keynesianos.

Economia Humanística: da educação, do trabalho, da saúde, dos recursos humanos, do turismo,

sociológica, psicológica, etc.:

Segunda síntese neoclássica (a primeira foi de Marshall): Kalecki, Hicks, Paul Samuelson e outros

Estruturalistas (CEPAL): Ahumada, Celso Furtado, OswaldoSunkel.

Institucionalistas: Galbraith, Buchanam e Wagner

Monetaristas: Milton Friedman, von Mises, Hayek, Simonsen

Marxismo keynesiano”: Paul Baran, Sweezy, Leo Huberman.

Economia globalizada:O fenômeno da globalização econômica. A crise de outubro/2008 e os policy

markers.

Síntese geral da evolução da Economia

Épocas Principais

Escolas

Enfoques Pensadores

Principais 1) Fase pré-científica:

era neolítica – 3.000

a.C.

Idade da pedra

do bronze do

ferro

Caça e pesca Pastoreio

Agricultura

Nomadismo sedentarismo

Antiguidade: Grécia Primeiras

manifestações

econômicas

Planificação do Estado.

Formação da riqueza – usura,

salário, valor.

Agricultura e formas de aumentar a

riqueza.

Sócrates (470-399 a.C.)

Xenofontes (440–335 a.C)

Platão (429–347 a.C)

Aristóteles (384–322 a.C)

Antiguidade: Roma As consequências

das conquistas

romanas

Repartição das terras

Retorno ao campo

Declínio da agricultura

Catão, Varrão, Columela e

Paládio

Idade Média Escolástica: pen-

samento cristão.

Feudalismo

Propriedade privada, usura, preços

justos, lucro e salários.

Retrocesso na economia: a terra

como base de poder, trabalhadores

como servos da gleba e atividades

de subsistência

Tomás de Aquino, Nicolau

Oresmo e Antonino de Florença

Renascimento (1450–

1759), uma revolução

filosófica, científica e

cultural: Gutenberg

(1390?-1468),

Copérnico (1473-

1548), Galileu Galilei

(1564-1646), René

Descartes (1596-

1650), Isaac Newton

(1642-1727) .

Mercantilismo

(1613-1767)

Bulionismo

Colbertismo

Cameralismo

A Reforma e descobrimentos.

Acumulação de riqueza. Burguesia.

Revolução comercial Comércio

exterior. Pirataria, guerras.

Estoques de metais preciosos

(bullion, barras de ouro e prata)

como forma de pagamento e

riqueza.

Estado absolutista equilibrado tem

superavit externo.

Administração das rendas e dos

gastos do Príncipe.

Espanha e Portugal:

Olivares, Ortiz e Serra

França:

Antoine Montchrétien, Jean

Bodin, Cantillion, Jean Baptiste

Colbert

Inglaterra (1664):

Thomas Mun: Englands

Treasure by forraign Trade

Alemanha:

Seckendorff, Becher e Hornick

2) Criação cientifica

da Economia (1750 a

1870):

Racionalismo (2ª met.

do séc. XVIII)

Liberalismo:

Escola Fisiocrata

Primeira manifestação científica

econômica: crença na ordem natural

(φίσіо); a agricultura era o único

setor produtivo; e imposto único

sobre a renda da terra.

Quesnay: Tableau Économique

– fluxos, funções, circulação,

órgãos etc.), Gournay, Turgot,

William Petty, Mirabeau e Carl

Friedrich

22

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Iluminismo

Idade da Razão

Escola Clássica Oposição ao Mercantilismo:

preocupação com o bem-estar da

população. Estado e laissez-faire: a

“mão invisível”. Renda da terra.

Rendimentos decrescentes. Valor e

distribuição da riqueza. Moeda,

juros, lucros, tributos e salários.

Adam Smith (Wealth of Nations

- 1776), Malthus (teoria da

população), Ricardo (teoria do

valor-trabalho), Stuart Mill

(consolidação de princípios),

Senior e Say (“a oferta cria sua

própria demanda”)

Reações às escolas

liberais (século XIX)

Escola Histórica

Alemã

Desenvolvimento de um povo está

ligado à sua civilização

Roscher, Hildebrand, Karl

Knies e Schmoller

Segunda metade do

séc. XIX

Escola socialista:

Marxismo

Forças que criam uma ordem,

procuram estabilizá-la sufocando o

crescimento de outras forças até

aparecerem forças novas que

realizam suas aspirações. Teoria do

valor trabalho. PNB=C+E+V. C+E

= Capital constante e variável.

Mais valia = V. Taxa de

exploração = Te = E/V. Condenação

do modo capitalista de produção:

ênfase na justiça distributiva.

Construção da economia de

comando central (URSS e outras).

Thomas Morus (Utopia - séc.

XVI), Saint-Simon e Proudhon

(séc. XVIII), Hegel.

Friedrich Engels e Marx

(Manifesto Comunista – 1848) e

Karl Marx (Das Kapital –1867)

que se baseou na dialética (tese

–antítese–síntese) de Hegel,

onde tudo nasce, vive e morre,

para renascer qual Fênix.

3) Elaboração dos

princípios teóricos

fundamentais (1870 a

1929): últimas décadas

do séc. XIX

Teoria do Margi-

nalismo

Escola de Viena

ou Escola Psico-

lógica Austríaca

Valor de compra do produto é

determinado pela utilidade da

última unidade disponível. Escalas

de preferência do consumidor,

valor, utilidade, escassez, alocação

ótima de recursos.

Defesa do capitalismo de livre

mercado como melhor forma de

promover o desenvolvimento.

Contra a existência de Banco

Central e monopólio de emissão de

moeda que é fator inflacionário e

convite à gastança pública.

Leon Walras e Vilfredo Pareto

que contribuiu para a economia

do wellfare com o conceito de

“ótimo-de-Pareto”: máximo

bem-estar ou impossível obter-

se melhor distribuição de renda.

Ludwig Von Mises (1881-

1973), judeu austro-americano,

é um expoente desta escola

libertária fundada por Carl

Menger na 2ª metade do séc.

XIX.

Início do séc. XX Síntese Neo-

clássica

Mercados não regulamentados

poderiam “amortecer as forças

naturais da economia e dificultar a

eficiência alocativa”.

Alfred Marshall (Princípios de

Economia): a análise

marginalista: CMg = RMg =

equilíbrio (lucro máximo)

4) Fase atual da

Ciência Econômica (a

partir de 1929): Crise

de 1930

Keynesianismo: a

revolução

keynesiana, o

socialismo

realizado e os

pós-keynesianos

Os argumentos contra o laissez-

faire. Intervenção imoderada

(comunismo marxista) x inter-

venção moderada do Estado. A

Economia do bem-estar (welfare).

A 2ª síntese neoclássica: coerente

painel de equações matemáticas e

princípios lógicos

John Maynard Keynes (Teoria

Geral do Emprego, do Juro e da

Moeda – 1935). Wicksell,

Veblen, Pigou e Knight. O

polonês Kalecki: dinâmica

econômica. Paul Samuelson:

grande síntese econômica do

que antes eram visões esparsas.

5) Tendências da

Economia

Economia

Humanística

Economia da

nova esquerda

Economia da

globalização (a

partir de 1990)

Da educação, do trabalho, da saúde,

dos recursos humanos, do turismo,

sociológica, psicológica, etc.

“Marxismo keynesiano”: tópicos

marxistas em interpretação

keynesiana.

Uma incógnita, haja vista a crise de

outubro/2008. Os policy markers.

Atualidade das ideias de Keynes

Abordagens: estruturalista

(CEPAL), institucionalista

(Galbraith), monetarista e

neoliberalista (Friedman)

Paul Sweezy, Paul Baran, Leo

Huberman.

Os nomes da atualidade,

inclusive os prêmios Nobel.

23

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Ordenamento da economia: uma visão de conjunto, sob perspectiva histórica.

Da Antiguidade ao século XX

Períodos Características básicas da ordem econômica

Da Antiguidade ao

final da Idade Média

Economia de trocas incipiente. Formas primitivas de mercado. Alocação de recursos e

processo distributivo sob orientações centrais.

Bases em que se assentava a ordem econômica: formas autocráticas de poder;

conservadorismo: tradição reproduzida; e mística proteção

Traços dominantes: comandos centralizados, localismo e autossuficiência.

Séculos XVI e XVII e

primeira metade do

século XVIII

Criação de Estados soberanos e fortes.

Expansão de mercados: diversificação fundamentada na divisão social do trabalho e na

especificação, e trocas internacionais sob orientação centralizada.

Traços dominantes da ordem econômica: liberdade econômica sob restrições;

empreendimentos privados sob regulamentações detalhadas; e mercados sob o poder

regulatório da autoridade pública

Segunda metade do

século XVIII

Formulação do pensamento liberal clássico: conceito de ordem natural e crença na mão

invisível do mercado.

Proposição do laissez-faire sob quatro princípios: racionalidade do homo economicus;

virtudes do individualismo; automatismo das forças de mercado; e ajustamentos da

concorrência.

Traços dominantes da ordem econômica: Estado minimalista; propriedade privada dos

meios de produção; livre iniciativa empresarial; e mercado como centro de coordenação da

economia.

Século XIX Revelação das disfunções do laissez-faire.

Crítica do sistema liberal clássico.

Construção do sistema socialista: condenação do modo capitalista de produção; ênfase na

justiça distributiva; e bases para uma nova ordem econômica.

Século XX A – Construção da economia de comando central:

Criação da URSS

Extensão do modelo à Europa do Leste, China, Cuba e outras economias da Ásia e da África

Traços dominantes da nova ordem econômica: propriedade coletiva dos meios de produção;

restrições quase totais à liberdade de empreendimento; e organização de centrais de

planificação para coordenação da economia.

B – Intervencionismo na economia de mercado:

Fim do laissez-faire.

Novas funções do Estado: regulação, empreendimento e bem-estar.

Traços dominantes da nova ordem econômica: restrições seletivas ao empreendimento

privado; estatização parcial; e mercados submetidos ao poder regulatório da autoridade

pública.

C – Economias em transição:

Reestruturação e abertura das economias de comando central.

Revisão dos papéis, do tamanho e dos limites do governo nas economias de mercado.

Início do século XXI I – Economia ortodoxa de mercado:

As diferenças interclasses são acentuadas.

Apenas as classes de alta renda têm acesso a todos os mercados e, neles, podem adquirir

quaisquer bens e serviços que desejarem.

Subsistem classes abaixo da linha de pobreza absoluta. Estas estão excluídas de grande

número de mercados.

As classes médias e médias-baixas têm acesso menos fácil, mas ainda assim tangenciam a

maior parte dos mercados.

II –Economia coletivista ortodoxa:

Não há classes diferenciadas. No limite, estabelece-se uma sociedade sem classes.

Todas as unidades familiares têm acesso a todos os mercados e, neles, têm acesso a todos os

produtos.

As quantidades dos variados bens e serviços disponíveis são igualitariamente apropriados

por todos.

III –Economia social de mercado (parece ser esta a mais consistente):

As diferentes interclasses são decorrentes de causas socialmente aceitáveis. Prevalecem os

princípios da equitatividade, não os do pleno igualitarismo.

Todas as classes têm acesso a todos os mercados, embora com diferentes poderes de

aquisição.

24

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Não há os que se excluam de quaisquer mercados. Às necessidades básicas todos têm amplo

acesso. É nula a incidência de pobreza absoluta. Fonte: ROSSETTI, J.P.. Introdução à Economia, 18ª ed. São Paulo: Atlas, 2000

25

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

26

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Questões: 1. Entre muitos, seis pensadores marcaram, realmente, o tratamento sistemático e científico da Economia nos

últimos 260 anos:

a) o primeiro deles escreveu Tableau Économique (1758) e representou o fluxo das despesas e de bens

entre as diferentes classes sociais: é o precursor da Economia quantitativa e até da Econometria;

b) o segundo deu início à Escola Clássica com sua obra Riqueza das Nações (1776), à época, uma visão

completa do progresso econômico, na qual enfatiza o mercado como a “mão invisível” reguladora da

divisão do trabalho e das forças da oferta e da procura;

c) o terceiro opôs-se aos processos analíticos dos clássicos e às suas conclusões capitalistas com a obra O

Capital (1867), em que desenvolveu os conceitos de mais-valia, capital variável, capital constante,

exército de reserva industrial, exploração capitalista etc.;

d) o quarto escreveu Principles of economics (1890), em que usou a metodologia dedutiva ou abstrata

(“análise marginal”) para investigar a interação das forças da oferta e da procura e para explicar o

aparecimento do preço de equilíbrio;

e) o quinto, cujas obras, principalmente Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (1936), romperam a

tradição neoclássica e apresentaram um programa de ação governamental para a promoção do pleno

emprego, fez uma “revolução” no bojo da qual se criaram o FMI e o Banco Mundial. A obra citada

inverteu a perspectiva de exame da moeda, reinterpretou a taxa de juros, analisou a poupança e o

consumo, atribuiu papel ativo à política fiscal, opôs-se à excessiva confiança nos controles monetários,

defendeu déficits públicos propositais para inflar a procura agregada, estimulou os estudos econométricos

e sociais etc., medidas agora muito bem lembradas na crise mundial de outubro de 2008; e

f) o último, falecido em 2010, produziu “a grande síntese econômica de todos os tempos, reunindo em um

único grande e coerente painel de equações matemáticas e princípios o que antes eram apenas visões

esparsas sobre os eventos de trocas entre pessoas, empresas e países”.

a)

b)

c)

d)

e)

f)

Referências bibliográficas: HOLANDA, N. Introdução à Economia – Da teoria à prática e da visão micro

à macroperspectiva. Cap. 6. Doutrinas econômicas; do Mercantilismo à Crítica Marxista. E Cap. 7. Doutrinas

econômicas; da Teoria Marginalista ao Pós-keynesianismo. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

27

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

4 – Sistema econômico – Organização da economia

Fatores, curvas e inter-relações econômicos

Fatores de produção: insumos usados para produzir bens e serviços, os recursos de produção da

economia constituídos por:

Terra ou Recursos Naturais (RN)

Trabalho (Work) ou Recursos Humanos (W ou RH)

Capital (K)

Tecnologia (Tec) – Um tipo especial de capital: know-how, invenções, saberes etc

Capacidade empresarial, “Empresariedade” ou, empreendedorismo (Emp) – Um tipo especial

de trabalho: tino, gestão, liderança etc.

Constelação de fatores: a função de produção total é PT = f (RN, RH, K, Tec, Emp).

Recursos Naturais ou Terra (RN):

– Solo agricultável ou não,

– Recursos hidrológicos: mares, rios, lagos, açudes etc.

– Flora: florestas, matas, vegetações etc.

– Fauna: animais, aves, peixes etc.

– Acidentes geográficos: planaltos, montanhas, vales, planícies, quedas d’água etc.

– Subsolo: jazidas minerais, lençóis aquíferos

– Forças da natureza: raios solares, clima, regime de chuvas, ventos, marés etc.

Trabalho, recurso humano, mão-de-obra ou força de trabalho (RH) ou (MO): vem da

população total que se divide em:

– População inativa:

menores até 14 anos (“proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de

dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de

aprendiz, a partir de quatorze anos” - CF, art. 7°, XXXIII; CLT, art. 402/403, e ECA – Lei

n. 8.069/90, art. 60, alterado pela EC n. 20/98),

idosos,

doentes ou enfermos impossibilitados de trabalhar etc.,

– População economicamente ativa (PEA): efetivamente voltada para o mercado de trabalho.

Pode estar como:

– População ocupada ou emprego: exerce atividade remunerada ou sem remuneração direta

(pessoas da família). Taxa de ocupação = População ocupada / População

economicamente ativa,

– População desocupada ou desemprego: impossibilidade que os trabalhadores aptos a

trabalhar têm para obter emprego (remunerado).

– Taxa de desemprego = força de trabalho desempregada / população economicamente

ativa;ou MO desocupada / PEA;

Tipos de desemprego:

– estrutural: o que ocorre porque o número de empregos disponíveis em alguns

mercados de trabalho é insuficiente para proporcionar emprego a todos que o desejam;

– sazonal: o que ocorre entre datas específicas do calendário anual (Natal e Ano Novo,

Carnaval, Páscoa, Festas juninas etc.), quando as oportunidades de emprego diminuem

visivelmente;

– friccional: alguém deixa um emprego buscando outro. O desemprego surge se demora

até que ele encontre vaga que melhor se adapte a suas preferências e habilidades. No

caso, proteção demais atrapalha: seguro-desemprego e ação legal contra demissões

(multa, encargo e imposto) reduzem a rotatividade do mercado de trabalho, passando

mais tempo para o desempregado obter emprego (Teoria da Busca, de Diamond,

Mortensen e Pissarides, Nobel de Economia em 2010);

– disfarçado: o de pessoas que aparentemente estão trabalhando, mas sua atividade,

apesar de lhes proporcionar alguma renda, nada produz, como é o caso dos flanelinhas

que dizem estar guardando o carro do freguês; e

28

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

– cíclico: desvio do desemprego em relação à sua taxa natural de desemprego (TND).

Por força do desemprego estrutural, do desemprego friccional e de implicações

trabalhistas legais sempre haverá, em qualquer economia, uma taxa natural de

desemprego (TND), em torno da qual a taxa real de desemprego flutua.

Graus ou tipos de qualificação: mão-de-obra qualificada, semi-qualificada e não

qualificada;

Capital (K): resultado do trabalho humano sobre os recursos naturais, empreendido em épocas

passadas; conjunto (estoque) de bens econômicos capazes de (utilizados para) produzir outros

bens e serviços.

– Bens de capital ou bens de produção: ferramentas, máquinas, equipamentos, instalações,

fábricas, estradas, portos, aeroportos etc.;

– Capital físico ou tangível: capital na sua forma física (equipamentos, estruturas,

edificações etc. usados para produzir bens e serviços)

– Capital intangível: conjunto de capital representado por documentos (patentes de

invenções, projetos técnicos, processos tecnológicos etc.);

– Capital humano: a acumulação de investimentos nas pessoas, tais como educação e

treinamento no emprego.

– Capital Social Básico (CSB) ou infraestrutura: pluralidade de empreendimentos públicos e

privados votados à produção de serviços básicos, indispensáveis a quaisquer atividades

econômicas de certo porte e complexidade (sistema de transportes e comunicações,

redes de águas e esgotos, sistemas energéticos, postos de saúde, rede escolar etc.).

Tecnologia (Tec) ou Capacidade tecnológica: know-how, conhecimento, invenções, técnicas,

processos, métodos (pode ser considerado capital intangível).

Empresariedade (Emp): capacidade empresarial, energia mobilizadora, tino administrativo e

gerencial, criatividade, liderança etc. (pode ser considerada também um trabalho qualificado).

Pleno emprego: é definido por uma situação em que os recursos (fatores) disponíveis estão sendo

plenamente utilizados na produção de bens e serviços, garantindo o equilíbrio econômico das

atividades produtivas. O pleno emprego é identificado como um conceito de resultado econômico e

não de restrição física de recursos.

Pleno emprego existe? Para o economista, pleno emprego não significa uma situação em que

a taxa de desemprego é zero. Como já foi dito, por força do desemprego estrutural, do

desemprego friccional e de implicações trabalhistas legais sempre haverá, em qualquer

economia, uma taxa natural de desemprego (TND). Nos EUA, a TND é estimada em 6%.

Lei de OKUN: hiato entre a taxa de desemprego observada e a TND. Nos EUA, um hiato de

2% positivos geraria um hiato de menos 4% no PIB ou $ 440 bi a menos, aproximadamente.

Divisão do trabalho: especialização de funções que permite a cada pessoa usar, com a máxima

vantagem, qualquer diferença peculiar em aptidões e recursos. As economias de produção em massa

só são eficientes por causa da divisão do trabalho, exemplo disso é a linha de montagem de

automóveis.

Curvas de transformação – Curvas de possibilidades de produção: um exemplo. Bens Carros (máximo) Possibilidades intermediárias Camisas (máximo)

A B C D E F

Carros (mil) 150 140 120 90 70 0

Camisas (milhões) 0 10 20 30 40 50

Gráfico: Camisas no eixo dos y e carros no eixo de x. Fazer o gráfico.

Deslocamentos da curva: 1) para cima e para a direita se houver aumento da disponibilidade de recursos;

2) para baixo e para a esquerda, se houver diminuição na disponibilidade de recursos; 3) se a variação

tecnológica for maior para o processo de produção de carros, maior será o deslocamento em relação ao seu

eixo (x); se for maior para a produção de camisas, maior será o deslocamento em relação ao seu eixo (y).

Remuneração dos fatores produtivos: Aluguel (A) para Terra ou Recursos Naturais (RN)

29

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Salário (w) para Trabalho ou Recursos Humanos (W)

Juro (J) para Capital (máquinas, instalações, fábricas, estradas, portos, aeroportos etc.)

Lucro (L) para Empresariedade ou Capacidade empresarial

Royalty (Ry) para Tecnologia oi Capacidade tecnológica.

Concorrência do mercado de fatores: é o termo que especifica a disputa para a aquisição de

recursos limitados, utilizáveis na produção.

Agentes produtivos: organizadores da produção. Podem ser, ou não, os proprietários ou

possuidores de fatores: donos da terra (tierratenientes, lordlands), capitalistas e arrendadores. Privados: empresários, pessoas físicas e jurídicas (empresas);

Público: o Estado, a Administração Pública direta e indireta.

Unidades produtivas: os setores Primário: agricultura, pecuária, extração mineral e vegetal

Secundário: artesanato, manufatura, setor de transformação

Terciário: serviços.

Mercado de fatores: onde quer que se realizem compra e venda dos fatores produtivos.

Fluxos econômicos: Fluxo nominal – geração de salários, juros, lucros, aluguéis, dividendos, taxa de depreciação,

impostos (menos subsídios) etc. Renda. Procura global;

Fluxo real – produção de bens e serviços: alimentos, tecidos, habitação, transportes, educação, saúde,

equipamentos, instalações, estradas etc. Produto. Oferta global.

Mercados de bens e serviços: onde quer que se realizem compra e venda de bens e serviços

De consumo: gastos de consumo para o fluxo de bens e serviços de consumo.

De bens de capital: gastos com a aquisição de máquinas, equipamentos, instalações, peças de

reposição, fertilizantes etc.

Identidade: poupança = investimento

Investimento bruto = investimento de reposição + investimento novo (ou Investimento Líquido).

Preço dos bens e serviços: soma de salários, alugueres, juros, lucros, royalties, depreciação e

impostos incidentes na produção do bem ou serviço a ser ofertado.

Concorrência do mercado do produto (bem ou serviço): é o termo que especifica a disputa para

a compra e venda do produto final.

Mecanismo de preços: é um vasto sistema de tentativas e erros, de aproximações sucessivas, para

alcançar o equilíbrio entre a oferta e a demanda na economia de livre iniciativa.

Mercado financeiro: onde quer que se realizem compra e venda de moeda ou bem de troca. Escambo: troca de mercadoria por mercadoria

Moeda: o bem de troca;

Sistema monetário e financeiro: bancos, depósitos, empréstimos, bolsas, mercado de capitais etc.;

Preço do dinheiro: juros;

Taxa de câmbio: preço da moeda (ou divisa) estrangeira

Economia aberta x Economia fechada: existência, ou não, de relações econômicas (transações) com o

Resto do mundo (as outras economias). A Economia aberta interage livremente com outras economias no

mundo: exporta e importa mercadorias, fornece e recebe serviços, negocia a entrada e a saída de capitais,

utiliza taxas de câmbio etc. A Economia fechada não interage, não negocia com o resto do mundo: não tem

Balança Comercial, Balança de Serviços, Balanço de Transações Correntes nem Balanço de Capitais. É uma

economia isolada das demais no mundo.

Mercado externo: transações com o exterior (exportações, importações e movimentos de capital).

30

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Apêndice: População do Brasil ultrapassa 190 milhões, mostra Censo 2010: o IBGE (Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística) divulgou em 29/11/2010 os primeiros dados definitivos coletados pelo Censo 2010. O

Brasil contava com uma população de 190.732.694 de pessoas em 1º de agosto, quando começou a pesquisa.

O mundo atingiu 7 bilhões de pessoas em out. 2011

CENSO 2010

– 40,18% crescimento do Amapá, Estado que mais cresceu

– 4,98% crescimento do Rio Grande do Sul, Estado que menos cresceu

– 84,35% percentual de população urbana, que, em 2000, era de 81,25%

– 199,47% foi o crescimento de Balbinos (SP), o município com a maior expansão

– -48,63% foi o decréscimo da população de Maetinga (BA), cidade que mais encolheu

Em comparação com o Censo 2000 (último levantamento realizado pelo IBGE), ocorreu um aumento de

20.933.524 pessoas. Esse número demonstra que o crescimento da população brasileira no período foi de

12,3%, inferior ao observado na década anterior (15,6% entre 1991 e 2000).

O Censo 2010 mostra também que a população é mais urbanizada que há 10 anos: em 2000, 81% dos

brasileiros viviam em áreas urbanas, agora são 84%.

Regiões

A Sudeste continua sendo a mais populosa, com 80.353.724 pessoas, e Nordeste vem em segundo, com mais

de 53 milhões.

"Entre 2000 e 2010, perderam participação as regiões Sudeste (de 42,8% para 42,1%), Nordeste (de 28,2%

para 27,8%) e Sul (de 14,8% para 14,4%). Por outro lado, aumentaram seus percentuais de população

brasileira as regiões Norte (de 7,6% para 8,3%) e Centro-Oeste (de 6,9% para 7,4%)", diz o IBGE.

Estados

São Paulo lidera o ranking com 41.252.160 pessoas. Roraima é o Estado menos populoso, com 451.227

pessoas.

Em uma década, os maiores percentuais de crescimento foram verificados no Amapá (40,18%), Roraima

(39,10%) e Acre (31,44%). Já os menores percentuais ocorreram no Rio Grande do Sul (4,98%), Bahia

(7,28%) e Paraná (9,16%).

Municípios

São Paulo continua sendo o mais populoso (com 11.244.369 moradores), seguido de Rio de Janeiro

(6.323.037) e Salvador (2.676.606).

Já Brasília pulou de 6º para 4º lugar e Manaus de 9º para 7º. Por outro lado, Belo Horizonte foi de 4º para 6º,

Curitiba de 7º para 8º e Recife 8º para 9º.

Homens e mulheres

A população brasileira é composta por 97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens. Atualmente existem 95,9

homens para cada 100 mulheres --são 3,9 milhões de mulheres a mais que homens. Em 2000, para cada 100

mulheres, havia 96,9 homens. Entre os municípios, o que tinha maior percentual de homens era Balbinos

(SP); já o que tinha maior percentual de mulheres era Santos (SP).

Os mais velhos

Pelo Censo 2010, havia 23.760 brasileiros com mais de 100 anos durante o levantamento. A Bahia é o Estado

a contar com mais brasileiros centenários (3.525), seguido de São Paulo (3.146) e Minas Gerais (2.597).

31

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

O Planeta superpovoado: Em 8000 a.C, no final da Era do Gelo, havia 5 milhões de habitantes na Terra.

Cada um tinha 30 km2 para plantar, caçar e extrair recursos naturais para sua sobrevivência. Em 2012, a

população mundial é de 7,1 bilhões de pessoas e cada um tem 2 quarteirões de área a ser explorada., isto é,

nada. De 1800 a 2010, o PIB mundial aumentou 90 vezes. O impacto da produção e do consumo resultantes

do crescimento econômico e populacional na pauperização do ambiente dói avassalador

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

O Brasil e o bônus demográfico: chama-se bônus ao período em que a população adulta e em idade ativa

torna-se superior à de crianças e idosos, fenômeno que está ocorrendo agora no Brasil

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Esquema 1: O Sistema Econômico: quadro a seguir:

Constelação de fatores produtivos

Terra ou Recursos

Naturais (RN)

Trabalho (W) Capital (K) Tecnologia (Tec.) Empresariedade

(Empr.)

* Solo agricultável ou não,

*Recursos hidrológicos:

mares, rios, lagos, açudes, geleiras etc.

* Flora: florestas, matas,

vegetações etc. * Fauna: animais, aves,

peixes etc.

* Acidentes geográficos: planaltos,

montanhas, vales,

planícies, quedas d’água etc.

* Subsolo: jazidas

minerais, lençóis aqüíferos etc.

Forças da natureza:

raios solares, clima, regime de chuvas,

ventos, marés,

movimentos dos corpos celestes etc.

* (PEA) – População economicamente ativa.

Pode estar como:

– População ocupada ou emprego

* Taxa de ocupação ou

Taxa de emprego = População ocupada /

PEA,

–População desocupada. ou desemprego

* Taxa de desemprego =

Força de trabalho desempregada / PEA ou

MO desocupada / PEA;

* Tipos de desemprego: estrutural, sazonal,

friccional, disfarçado;

*Graus ou tipos de qualificação: mão-de-

obra qualificada, semi-

qualificada e não qualificada.

* Bens de capital ou bens de produção:

ferramentas, fábricas,

máquinas, aeroportos equipamentos, portos

instalações, estradas,

etc.; * Capital tangível:

capital na sua forma

física * Capital intangível:

conjunto de capital

representado por documentos (patentes

processos

tecnológicos);

* Conhecimento, know-how, invenções,

técnicas, processos,

métodos. Pode ser considerado capital

intangível.

* Capacidade, tino empresarial, gerencial

ou administrativo ,

criatividade, liderança etc. Pode ser

considerado também um

trabalho qualificado.

Detentores dos fatores produtivos

Proprietários ou

possuidores de terra,

tierratenientes,

landlordes

Trabalhadores,

assalariados,

operários,

funcionários,

servidores etc.

Capitalistas Inventores, Empresários

(indivíduos ou

empresas)

Remuneração dos fatores produtivos

Aluguéis (A) Salários (w) Juros (J) Royalties (Ry) Lucros ((L)

Agentes produtivos

Privados: pessoas físicas e jurídicas (indivíduos e empresas) Público: Estado

Unidades produtivas: fazendas, empresas, casas comerciais, bancos, hospitais, escolas, repartições etc.

Setor primário Setor secundário Setor terciário

Agricultura, pecuária, extração Artesanato, manufatura, setor de transformação, indústria etc.

Serviços: comércio, banco, seguro, turismo, lazer, saúde, transporte, educação,, religião, segurança etc.

P r o d u ç ã o

Fluxo real: produtos (bens e serviços intermediários e finais)

de consumo e de capital

Fluxo nominal: rendas (aluguéis + salários+ juros + Royalties

+ Juros + Tributos líquidos+ Depreciação)

OG – Oferta Global (em economia fechada) DG – Demanda Global (em economia fechada)

PIB – Produto Interno Bruto (conceito provisório) RN – Renda Nacional (conceito provisório!}

Bens e serviços de capital Bens e serviços de consumo Gastos de Consumo (C) Poupança (Saving) =

Investimentos (S=I)

Mercado de bens e serviços de consumo

Mercado Financeiro

Mercado de bens e serviços de capital

Investimentos de reposição + Investimentos novos = Investimentos totais que irão incrementar a constelação de fatores produtivos

no início deste quadro.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DE SISTEMA ECONÔMICO DE ECONOMIA FECHADA (SEM RELAÇÕES COM O RESTO DO MUNDO)

DETENTORES DE FATORES

Possuidores de Terra ↓ ← ← ←INVESTIMENTOS TOTAIS = INVESTIMENTOS DE REPOSIÇÃO (DEPRECIAÇÃO=d) + INVESTIMENTOS NOVOS OU LÍQUIDOS ← ← ←

Trabalhadores

Capitalistas

↓ SETORES DE

PRODUÇÃO

Donos de Tecnologia

Empresários

PRIMÁRIO

Agropecuária

FLUXO REAL (PRODUTOS)

Produção ou de Capital MERCADO

FATORES DE PRODUÇÃO

↓ AGENTES PRODUTIVOS

Extração:

APARELHO PRODUTIVO*

Bens e Serviços de MERCADO → → Bens

Recursos Naturais ←

1) PÚBLICO

Vegetal

Produção

OFERTA GLOBAL Consumo → Bens e de Trabalho

Estado → Mineral → De →

Serviços Capital ↑

Capital →

→ 2) PRIVADOS

SECUNDÁRIO

Bens

de Consumo ou → ↑

Tecnologia

Pessoas físicas

Artesanatos

e

FLUXO NOMINAL (MONETÁRIO)

Consumo → imediato e de Empesariedade

Pessoas jurídicas

Indústrias

Serviços

Rendas=Y= A+w+J+Ry+L+T+d p/ durável Produção

TERCIÁRIO

DEMANDA (PROCURA) GLOBAL

Poupança → → → → → REMUNERAÇÃO DE FATORES

Serviços

Aluguéis = A

* Propriedades rurais,

MERCADO Salários = w

Agentes predominantes

Fábricas, lojas, bancos

FINANCEIRO ↑

Juros = J

1) Estatal

2) Capitalista

Escolas, quartéis,

Preço=p=A+w+J+Ry+L+T+d, onde

Bancos,

Royalties = Ry

Centralizada

Descentralizada

Seguradoras, casas de saúde, teatros,

d = depreciação ↓

Bolsas ↑

Lucros = L

Planejada

Concorrencial

Repartições públicas,

etc.

Tributos = T (GOVERNO)

Coletivista

Privada

Agências de turismo, Centros religiosos etc.

→ (S=Saving) →

Socialista

De mercado

Comunista

Livre iniciativa

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Questões: 1. I – A análise da constituição de um Sistema Econômico tem início pelo levantamento de seus elementos

fundamentais: recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e capacidade empresarial.

II – Economicamente ativa é a parcela da população que se encontra efetivamente voltada (em idade e

condições de trabalho) para o mercado de trabalho.

III – O potencial produtivo do Sistema Econômico, grosso modo, é definido pelo trabalho mobilizável

para as tarefas produtivas, pelos recursos naturais acessíveis, pelo capital disponível, pelos níveis de

tecnologia e empreendedorismo empregados.

IV – As fábricas, fazendas, estradas, máquinas e equipamentos diversos, e uma infinidade de elementos

resultantes do esforço humano, empreendido em épocas passadas, constituem o estoque de capital do

Sistema Econômico em determinado momento.

a) Somente II e III são verdadeiras.

b) I e III são verdadeiras, e IV é falsa.

c) I e III são verdadeiras, e II e IV são falsas.

d) I, III e IV são verdadeiras, e II é falsa.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

2. I – A população economicamente desocupada compreende aqueles que exercem atividade profissional

remunerada ou, em se tratando de auxiliares de pessoas da família, sem remuneração direta.

II – A população empregada é o mesmo que população economicamente ativa.

III – A taxa de ocupação é o quociente (razão) que compara o montante de pessoas ocupadas com o total

de habitantes da Economia.

IV – População economicamente inativa é a parcela da população que se encontra efetivamente voltada

para o mercado de trabalho.

a) Há somente três declarações falsas

b) Não há declarações verdadeiras.

c) Há somente duas declarações verdadeiras.

d) Há apenas uma declaração falsa.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

3. O primeiro contato com um esquema de funcionamento de um sistema econômico fechado não coloca em

realce:

a) Os fatores de produção e as unidades em que eles se organizam.

b) Os setores em que a Economia pode ser dividida

c) A contribuição do setor externo ou do resto do mundo.

d) Os fluxos gerados num período de tempo.

e) Nenhuma das respostas anteriores

4. A partir da população em idade de trabalhar, ou seja, do potencial de mão-de-obra do sistema, chega-se

ao conceito de:

a) População empregada que é o mesmo que população economicamente ativa.

b) Taxa de ocupação que é o quociente que compara o montante de pessoas ocupadas com o total de

habitantes da Economia.

c) População economicamente ativa que é a parcela da população que se encontra voltada para o

mercado de trabalho.

d) População desocupada que compreende aqueles que exercem atividade profissional remunerada ou

sem remuneração direta, em se tratando de auxiliares de pessoas da família.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

5. As sociedades evoluídas repousam sobre uma diversificada base econômica: os ____________ de

________________, que podem ser (5) cinco: _______________ _____________ ou

_________________, __________________, ________________, ___________________ e

______________________.

a. Recursos, produtivos, recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade.

b. Fatores, produção, recursos naturais, terra, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade.

c. Fatores, produção, recursos minerais, terra, trabalho, capital, empresariedade e tecnologia.

d. Recursos, produtivos, recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade.

e. Nenhuma das respostas anteriores

37

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

6. Cabe a denominação de _____________ ______________ aos elementos da natureza incorporáveis às

atividades econômicas: o ___________ agricultável, as florestas, as ______________ minerais, os

____________ hídricos, etc. A população total do Sistema Econômico de que se trata é dividida em

_______ partes: _______________ ativa, que constitui o fator produtivo denominado ______________,

e ________________ que apenas consome.

a. Reservas naturais, terra, reservas, recursos, duas, população, trabalho, inativa.

b. Recursos naturais, espaço, reservas, recursos, duas, população, trabalho, ativa.

c. Recursos naturais, solo, reservas, recursos, duas, população, trabalho, inativa.

d. Reservas naturais, solo, recursos, reservas, duas, população, trabalho, inativa.

e. Nenhuma das respostas anteriores

7. O trabalho ou _______ __ _______ pode ser __________________ e não __________________ e pode

estar ________________ou desempregado. O quociente da população ativa ocupada pela população

______________ é a taxa de ________________do Sistema Econômico. O trabalho humano se exerce

num contexto econômico que reúne __________, estradas e uma infinidade de outros elementos

resultantes do próprio esforço humano, empreendido em épocas passadas e que se denominam estoque de

______________.

a. Força de trabalho, qualificado, qualificado, empregado, ativa, emprego, máquinas, capital

b. Mão de obra, qualificado, qualificado, empregado, ativa, emprego, máquinas, capital.

c. Força de trabalho, qualificado, qualificado, desempregado, inativa, emprego, bens, capital

d. Mão de obra, qualificado, qualificado, empregado, ativa, desemprego, máquinas, capital

e. Nenhuma das respostas anteriores

Referências bibliográficas: ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2000. Cap.

2. Os Recursos Econômicos e o Processo de Produção: Caracterização Básica. - CASTRO, A.e LESSA, C.

Introdução à Economia – Uma abordagem estruturalista. 36 ed. Cap. I e II – O sistema econômico. Rio de

Janeiro: Forense Universitária, 2000. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de

Economia. Cap.1. Introdução à Economia. São Paulo: Saraiva, 2001.

38

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

5 – Organização da Economia – Estruturas

Mercado: encontro de compradores e vendedores. Não é um determinado lugar no espaço.

Estruturas de mercado: modelos que captam aspectos inerentes de como os mercados

estão organizados.

Estruturas básicas (estruturas limites)

Concorrência perfeita: muitos vendedores e muitos compradores num mercado em

que nenhum deles tem influência significativa sobre o preço. Características:

1. Existe grande número de compradores e vendedores;

2. Os produtos são homogêneos (substitutos perfeitos entre si);

3. Existe informação completa sobre o preço do produto (transparência de mercado);

4. A entrada ou saída de firmas no mercado é livre (livre mobilidade das empresas).

Monopólio: um único vendedor, que fixa o preço de seu produto. Características:

1. O setor é constituído de uma única firma;

2. A firma produz um produto para o qual não há substituto próximo;

3. Existe concorrência entre os consumidores do produto;

4. A curva da receita da firma é a curva de demanda de mercado.

Estruturas básicas (estruturas intermediárias):

Concorrência monopolística (concorrência imperfeita}: caracteriza-se pelo fato

de que um número razoável de empresas produzem produtos diferenciados embora

substitutos próximos.

Oligopólio: caracteriza-se pela existência de reduzido número de produtores e

vendedores fabricando bens que são substitutos próximos entre si.

Duopólio: caracteriza-se pela existência de dois produtores (vendedores) fabricando

bens que são substitutos próximos entre si.

Monopsônio: caracteriza-se pela existência de muitos vendedores fabricando bens

que são substitutos próximos entre si, e um único comprador.

Duopsônio: caracteriza-se pela existência de muitos vendedores fabricando bens que

são substitutos próximos entre si, e apenas dois compradores.

Oligopsônio: mercado no qual existem poucos compradores, que dominam o

mercado, e muitos vendedores oferecendo bens que são substitutos próximos entre

si.

Monopólio bilateral: confronto entre um monopolista e um monopsionista.

Modelos marginalistas de oligopólio: Modelo de Cournot: duopólio ou oligopólio em que as empresas são dependentes da ação das outras

(uma sempre de olho na movimentação da outra).

Modelo de Sweezy: modelo de demanda quebrada que explica por que os preços dos oligopólios são

relativamente estáveis, mesmo quando mudam os custos (se um aumenta o preço não seria

acompanhado pelos demais oligopolistas, e, assim, perderia parte do mercado para os concorrentes).

Modelo de liderança-preço: uma coalizão imperfeita (cartel imperfeito), em que as firmas de um

setor oligopolista decidem tacitamente estabelecer o mesmo preço, aceitando a liderança de uma

determinada firma (líder) da indústria.

Cartel: uma organização (formal ou informal) que determina a política de preços

para todas as firmas de que se compõe o setor. Os cartéis, em geral, são instáveis.

Trustes: estrutura empresarial em que várias empresas, que já detêm boa parte do

mercado, se ajustam ou se fundem para assegurar seu controle, estabelecendo

preços mais altos para obter maior margem de lucro.

Exemplo de estruturas de mercado:

Mercado de bens e serviços concorrência perfeita (preço = receita média = receita marginal)

39

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

concorrência imperfeita ou monopolística

monopólio (alto volume de capital, patentes, controle de matérias-primas}

oligopólio:

– produtos diferenciados: indústria automobilística

–produtos homogêneos: industria de alumínio, cimento

Mercado de fatores de produção concorrência perfeita: grande número de compradores e fornecedores

concorrência imperfeita

monopsônio: um só comprador e muitos fornecedores

oligopsônio: poucos compradores e muitos fornecedores

Abusos de mercado e ação governamental: leis antitrustes. A Lei n. 4.137/62 criou o

Conselho Administrativo de Direito Econômico (CADE) e a Lei n. 8.078/90 é o Código de Defesa

do Consumidor, que ampara o demandante contra abusos do vendedor. Exemplo de abuso: “dumping” (de “to dump”= descartar, liquidar) é a ação de pôr à venda

produtos a um preço inferior ao de mercado, especialmente no mercado internacional, para se

desfazer de excedentes ou para derrotar a concorrência.

Mercado externo e mercado interno: meras expressões geográficas do destino da produção

nacional: uma parte é negociada aqui e outra lá fora. Segundo Mário Henrique Simonsen, não há

incompatibilidade entre os dois mercados. Mas a CF (art. 219) estabelece: “O mercado interno integra o

patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e socioeconômico, o

bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal”.

Principais características das estruturas básicas de mercado (resumo) Características Concorrência

Perfeita

Concorrência

imperfeita

Oligopólio Duopólio Monopólio

1. Quanto ao

número de

empresas

Muito grande Grande, mas

nem tanto.

Pequeno Duas empresas Uma só empresa

2. Quanto aos

produtos

Homogêneos:

em que não há

diferenças

Diferenciados:

em que há

substitutos

próximos

Podem ser::

– homogêneos:

cimento,

alumínio;

– diferenciados:

automóveis

Pode ser:

Homogêneos

ou um é

substituto

muito próximo

do outro

Não há substituto

próximo

3. Quanto ao

controle das

empresas

sobre os

preços

Impossibilidade

de manobras

pelas empresas

Pouca margem

de manobra em

face de haver

substitutos

próximos

Tendência a haver

formação de

cartéis para

controle de preços

e quota de

produção

Grande poder

de controle

pelas empresas,

que costumam

formar cartel

informal

Enorme poder de

controle pela

empresa, mor-

mente se não

houver leis

antitrustes

4. Quanto à

concorrência

extrapreço

Não é possível

nem seria eficaz

Intensa, através

de embalagens e

serviços

prestados

Intensa, se

produtos são

diferenciados

Intensa: cada

empresa quer

dizer que ser a

melhor (maior)

Campanhas para

manter ou salvar

imagem

5. Quanto ao

ingresso de

firmas na

indústria

Não há barreiras Não há barreiras Barreiras ao

acesso de nova

empresa

Barreiras ao

acesso de nova

empresa

Barreiras ao

acesso de nova

empresa

Governo como empresário:

Administração pública: lato sensu, são os Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios e o conjunto de órgãos subordinados a eles. Em sentido estrito (stricto sensu), é o

Poder Executivo e conjunto de órgãos subordinados a ele: a atividade cotidiana deste Poder: a) Administração direta: a que é formada pelo Poder Executivo – Presidência da República (no

Estado, Governadoria e, no Município, Prefeitura) e Ministérios (Secretários, no Estado, Distrito

Federal e Município) –, pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário, além dos órgãos que lhes

são diretamente subordinados. b) Administração indireta (CF, art. 37, caput, XIX e XX):

40

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Autarquias: instituição autônoma, criada por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e

receitas próprios, para executar atividades típicas da administração pública que requeiram, para

melhor desempenho, gestão administrativa e financeira descentralizada. Ex: INSS, UFPB,

BACEN etc. Fundações: entidades dotadas de personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos,

autorizadas em virtude de lei, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por

entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio e funcionamento

custeado pelos recursos públicos e de outras fontes. Ex. Fundação Osvaldo Cruz.

Empresas públicas: entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado,

autorizadas mediante lei específica, revestidas de qualquer das formas legais admitidas, com

patrimônio próprio e capital exclusivo do Estado, quando necessárias aos imperativos de

segurança nacional ou relevante interesse coletivo. Ex: Caixa Econômica Federal. Sociedades de economia mista: entidades dotadas de personalidade jurídica de direito

privado, autorizadas por lei para a exploração de atividade econômica, na forma de sociedade

anônima e cujas ações com direito a voto, em sua maioria (mínimo de 50% do total de ações

mais uma ação), pertencem à União, a Estado, a Município ou a entidade da Administração

Indireta . Regem-se pelos preceitos aplicáveis às empresas privadas, inclusive quanto às

obrigações trabalhistas e tributárias. Ex: Banco do Brasil S.A., Banco do Nordeste do Brasil S. A.

etc.

Interferência do Estado no mundo dos negócios: os governos sempre se sentem autorizados a palpitar na

gestão de negócios privados, muitas vezes em virtude de intrincado acordo de acionistas que, na prática,

confere ao Estado o controle dos capitais das empresas mesmo quando não lhe cabe fazê-lo. Veja-se o caso da

Vale do Rio Doce. Numa trajetória de sucesso indiscutível, recém-privatizada e com uma gestão moderna e

arrojada (Roger Agnelli), a Vale transformou-se na maior produtora de minério de ferro (297 bilhões de

toneladas em 2010) e segunda maior mineradora do mundo (valor de mercado: US$ 173 bilhões), êxito que

representa um incômodo contratempo para o governo dos que sempre combateram as privatizações brasileiras

da Era do Real. A empresa cresceu como nunca (investimentos em 2010/2011: US$ 44 bilhões), gerou

empregos como nunca (119 mil contratados e 55 mil terceirizados) e deu a uma corporação brasileira um

status “nunca antes vista neste país”. Mas a Vale, apesar de, no papel, ser uma empresa privada, nunca esteve

imune à influência nem à interferência de grupos políticos, Companhia privada sob controle estatal, a Vale é

um animal corporativo só encontrado nos países com forte presença do Estado na economia como França e

Rússia. Enquanto tem a liberdade de crescer movida por suas próprias forças, o benefício é claro. No

momento em que o governo decide que ela tem de subordinar seus negócios aos interesses do Estado, quando

não à mera ingerência política, o país está perdendo. Em geral, todas as economias emergentes já seguem, em

diferentes graus, um modelo intervencionista. São países que praticam versões próprias do capitalismo de

estado. Esse sistema é muito forte na China e na Rússia, onde os setores estratégicos são controlados pelo

governo. Ele é mais brando em países como o Brasil, a Ìndia e o México. Nesses mercados, o livre comércio é

aceito e praticado, mas neles o governo age sempre como ator econômico privilegiado e forte. Nesse

ambiente, as doses excessivas de intervenção são quase inevitáveis. Elas sempre prejudicam a eficiência da

economia. O capitalismo de estado desencoraja a competição e, por isso, é insustentável a longo prazo. O

atual capitalismo de estado nada mais á que a expressão nova do velho e arcaico nacionalismo. O viés

nacionalista é um elemento integrante da cultura das nações hoje emergentes. Os países coloniais tornaram-se

nações modernas e independentes, mas nunca perderam a desconfiança em relação àqueles que os exploraram

no passado. Falta ao Brasil livrar-se de vez de anacronismos ideológicos que deixam o estado muito maior do

que deveria ser. Se não mudar, o país poderá ficar apenas na promessa...

Estruturas econômicas: Infraestrutura: pluralidade de empreendimentos públicos e privados votados à produção de serviços

básicos, indispensáveis a quaisquer atividades econômicas de certo porte e complexidade (sistema de

transportes e comunicações, redes de águas e esgotos, sistemas energéticos, postos de saúde, rede escolar

etc.).

Estrutura: o próprio aparelho produtivo, os fatores de produção, os agentes produtivos, os mercados

etc.

Superestrutura: o regime político, o sistema de governo, os Poderes, a ordem jurídica, as instituições

com suas regras formais e informais como crenças, valores, convenções e códigos da sociedade etc.

Superestrutura de enlouquecer: segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário

(set/2011), desde a promulgação da sétima Constituição brasileira de 1988 – que tem 345 artigos e já sofreu

67 emendas, enquanto a Constituição americana, com 224 anos (1787), tem 7 artigos e recebeu 27 emendas –

41

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

foram sancionadas 4,2 milhões de leis e normas federais, estaduais e municipais. A maioria delas só serve

para atrapalhar a vida dos brasileiros e tratá-los como cidadãos-bebês. Exemplos entre muitos outros:

a) Os membros do Congresso Nacional não podem ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.

(CF, art. 53, § 2º) O absurdo levou criminosos para a Câmara e o Senado para escapar da prisão.

b) O Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na esfera federal. (CF, art. 242, § 2º).

c) São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a

previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desempregados. (CF, art.

6º).

d) As horas extras pagas aos trabalhadores devem ter acréscimo mínimo de 50%. (CF, art. 7º, XVI).

e) A CLT de 1943 (art. 580) determina que todo brasileiro com carteira assinada deve destinar valor

equivalente a um dia de trabalho por ano ao sindicato de sua categoria, mesmo que não seja

sindicalizado. São dois bilhões de reais por ano que os sindicalistas embolsam dos trabalhadores sem

obrigação legal de prestar contas sobre o destino da dinheirama.

f) Cerca de 18.000 leis, decretos e portarias publicados entre 1988 e 2006 integram o aberrante sistema

tributário brasileiro e o valor anual da riqueza consumido pela burocracia brasileira é estimado em

46 bilhões de reais ou 1,4% do PIB nacional.

g) Diversas leis federais exigem diploma para o exercício de 23 profissões. Nos EUA, exige-se

aprovação específica para apenas quatro (medicina, enfermagem, direito e contabilidade).

h) Resolução n° 11, de 2006, do CONMETRO determina que os aparelhos de uso doméstico,

fabricados no Brasil ou importados têm de ser equipados com um novo tipo de plugue, de dois ou

três pinos e formato diferente de qualquer outro no mundo.

i) Resolução do COBTRAN exige que todos os motoristas habilitados antes de jan/1998, ao renovar a

carteira, façam exame teórico sobre direção defensiva e primeiros socorros, temas que até aquele ano

não eram de ensino obrigatório nas autoescolas.

j) Lei federal n° 11.684, de 2008, torna obrigatórias as disciplinas de filosofia e sociologia nas três

séries do ensino médio em todas as escolas do Brasil. Nada a opor, se os brasileiros não figurassem

nas piores colocações em disciplinas como ciências, matemática e leitura no ranking do Programa

Internacional de Avaliação de Alunos.

k) Portaria n° 344, de 1998, do Ministério da Saúde estabelece que receitas para medicamentos

psicotrópicos e anorexígenos emitidas num Estado da Federação não valem para outro.

l) Parâmetro Curricular Nacional (PCN) de 1997 do Ministério da Educação determina que os

professores não devem corrigir a maneira de falar dos estudantes por ser “preconceito lingüístico”.

Leis econômicas: são leis costumeiras, sociais, hipotéticas e estatísticas, nada a ver com o Processo

Legislativo de que trata a Constituição Federal nos artigos 59 a 69. Alguns exemplos - Lei da escassez: não haveria Economia se todos os bens e serviços fossem abundantes (manteiga ou

canhão? As curvas de possibilidade de produção);

Lei dos mercados: a oferta cria a sua própria procura (SAY);

Lei dos rendimentos decrescentes : Se a tecnologia permanece constante, o uso das unidades adicionais

do insumo variável, combinado com um ou mais insumos fixos, conduz, em última instância, à redução

da produtividade (eficiência) do insumo variável. (Clássicos);

Lei de ferro dos salários: os salários tendem sempre para o nível de subsistência (David Ricardo);

A condição cœteris paribus: se tudo o mais permanecer constante;

Lei da procura: quanto mais alto for o preço, menor será a quantidade demandada, cœteris paribus; ou

quanto menor for o preço, maior será a quantidade procurada, cœteris paribus ;

Lei da oferta: quanto mais alto for o preço, maior será a quantidade oferecida, cœteris paribus; ou

quanto menor for o preço, menor será a quantidade ofertada, cœteris paribus ;

Lei de Gresham: a moeda má (cobre) tende a expulsar a moeda boa (ouro ou prata);

Teoria de Malthus: o crescimento da base demográfica é geométrico (2, 4, 8, 16), enquanto a base

alimentar (meios de subsistência) cresce aritmeticamente (2, 3, 4, 5);

Lei de Wagner: Adolph Wagner (1835-1915), economista alemão, diz que o tamanho do Governo

aumenta à medida que o país se desenvolve (regulação, fiscalização, educação, saúde, ciência, pesquisa

e bem-estar social – as despesas se expandem em ritmo superior ao do PIB);

Economia de escala: propriedade segundo a qual o custo total médio de longo prazo cai com o aumento

da quantidade produzida.

Deseconomia de escala: propriedade segundo a qual o custo total médio de longo prazo aumenta com a

quantidade produzida.

O sofisma da composição: consiste em imputarem-se ao conjunto certos princípios (ou leis) somente

válidos no caso de apenas um indivíduo ou empresa.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Divisão didática do estudo da ciência econômica Microeconomia (teoria dos preços): estuda a formação dos preços nos diversos mercados por meio da ação

conjunta da demanda e da oferta de bens e serviços.

Macroeconomia (equilíbrio da renda nacional): estuda as condições de equilíbrio estável entre a renda e a

despesa nacionais. As políticas econômicas de intervenção procuram estabelecer o equilíbrio.

Desenvolvimento econômico: estuda o processo de acumulação dos recursos escassos e da geração de

tecnologia capazes de aumentar a produção de bens e serviços (crescimento econômico) para melhoria do

bem-estar (vida) da sociedade como um todo.

Economia internacional: estuda as condições de equilíbrio do comércio externo (importações e

exportações de mercadorias e serviços), além dos fluxos de capitais.

Programação econômica: estuda o planejamento das atividades econômicas pelo Governo. Projetos,

planos, programas são elaborados para fazer a economia melhorar de produtividade e aumentar a produção

de bens e serviços.

Características diferenciadoras da Microeconomia e Macroeconomia Características Microeconomia Macroeconomia

1. Abordagem Microscópica Macroscópica

2. Visão Da unidade (o consumidor, a

firma), à árvore

Do conjunto (o sistema econômico como um

todo), a floresta

3. Objeto A divisão, alocação e

distribuição dos agregados

econômicos por setores e

unidades

Os grandes agregados como Tenda,

Consumo, Investimento e Emprego global

4. Sistema de preços Preços relativos Nível geral de preços

5. Grau de abstração Elevado (trabalha-se com

modelos idealizados)

Menor (trabalha-se com médias)

6. Tempo e lugar Atemporal e não localizado Delimitado no tempo e no espaço

7. Enfoque De análise econômica e

economia positiva

De economia política ou normativa

8. Hipótese de trabalho Cœteris paribus (tudo o mais

permanece constante).

Nada permanece constante. Os feedbacks e

interações são fundamentais

Compartimentos (divisões) para estudo de Economia I – Economia descritiva:descrição dos métodos e técnicas da administração dos recursos escassos numa sociedade

humana. Estuda as formas assumidas pelo comportamento humano na ordenação dos meios limitados para satisfazer

carências ilimitadas;

II – Teoria Econômica:

a) Análise microeconômica: estudo das unidades econômicas elementares – consumidor, produtor, firma,

indústria e mercado. Microdecisões, comportamento racional dos indivíduos, tipos de mercados etc.

b) Análise macroeconômica:

– teoria dos agregados: Produto Nacional e Renda Nacional;

– teoria geral do equilíbrio e do crescimento: teorias da moeda, das finanças públicas, das relações

internacionais e do desenvolvimento econômico;

III – Política Econômica:

– Objetivos: desenvolvimento econômico, estabilidade econômica e eficiência repartitiva etc.;

– Instrumentos: política fiscal, monetária, cambial, salarial e outros.

Busca do crescimento econômico ou o caminho para o desenvolvimento econômico: os economistas

acadêmicos pertencem, basicamente, a dois grupos. Para uns basta dar estímulos de curto prazo e incentivar o

consumo para garantir o crescimento. Para outros se devem priorizar os investimentos de longo prazo,

principalmente em educação e inovação tecnológica. Esta é, provavelmente, a maneira mais simples de

diferenciar os políticos da esquerda (mais focados no curto prazo) dos conservadores (mais preocupados com

o longo prazo). No mundo real, as autoridades tomam decisões premidas pelas limitações do jogo político e

pelas restrições de caixa. Na prática, todos os países utilizam uma síntese de políticas de curto e de longo

prazo. Os incentivos ao consumo (redução no custo do crédito, aumentos generosos do salário mínimo,

redução de impostos sobre bens consumo duráveis, ampliação do crédito pelos bancos públicos etc.) podem

contribuir para reerguer a economia em período de fraqueza conjuntural, mormente se contar com forças

externas como a espetacular valorização das matérias-primas minerais e dos produtos agropecuários

exportados e a expansão do crédito externo. Mas sem investimentos (vale dizer: crescimento da

produtividade, inovação tecnológica e educação), o crescimento não se sustenta a longo prazo.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Leitura: Brasil: uma economia normal?

Giuliano Guandalini e Cíntia Borsato

Na década de 70, o Brasil chegou a ser o país que mais crescia no mundo. Na década perdida dos

anos 80, no entanto, a economia brasileira se atolou no descontrole das contas públicas. O país deixou de

pagar a dívida externa por duas vezes. Logo depois, veio a desventura inflacionária. Em março de 1990, o

reajuste de preços chegou ao ápice histórico de 82,4% num único mês. Naquele ambiente, os salários

chegavam ao fim do mês com metade de seu poder de compra. A cada choque como esse, buscava-se o

caminho fácil e ineficiente de experiências populistas e autoritárias – congelamentos, tablitas, empréstimos

compulsórios, gatilhos salariais e confisco de bois no pasto. Foram atalhos ilusórios que supostamente

levariam o país ao desenvolvimento, mas que desembocavam em crises ainda mais severas. O Brasil só

começou a colocar a casa em ordem com o Plano Real, em 1994, quando passou a adotar, aos poucos, a

racionalidade que rege há décadas as nações mais avançadas. Foi uma jornada difícil, pontilhada por

turbulências financeiras e reações de grupos de interesse que se acostumaram a extrair lucro do caos.

Há pouco tempo, essa jornada se mostrou mais do que acertada. O país ganhou seu atestado de

maturidade econômica e financeira. A agência americana de classificação de crédito Standard & Poor’s

elevou a nota brasileira à categoria de investment grade, ou "grau de investimento". Essa avaliação funciona

como um selo de qualidade conferido a países e empresas que têm um histórico de administração confiável e

que honram plenamente os compromissos de suas dívidas. Graças a essa promoção, a economia brasileira

conquista a chave que lhe abrirá as portas do acesso a um volume inédito de recursos, sobretudo uma parte da

montanha de 10 trilhões de dólares dos investimentos de fundos de pensão europeus e americanos que, por

regras internas, não podem investir em países considerados arriscados – ou seja, que não tenham o selo de

grau de investimento. Esse é apenas o efeito mais direto do ingresso do Brasil no clube dos países de primeira

classe como destino de investimentos.

Ingressamos, então, no Primeiro Mundo? Não. O Brasil só deixou para trás as birutices do passado e

tornou-se um país normal, do ponto de vista da condução da economia. Mas está longe de ser uma nação

desenvolvida. Continuamos a ser campeões mundiais em burocracia. A desigualdade social é uma das

maiores do mundo, e a qualidade do ensino fica entre as piores do planeta. A conquista da semana passada,

portanto, deve ser vista apenas como um primeiro passo em direção à normalidade, e não como um fim em si.

Como bem definiu Octavio de Barros, diretor de pesquisas macroeconômicas do Bradesco, a promoção

representa o ingresso do país no início da vida adulta. Diz o economista: "Trata-se da recompensa pelos quase

quinze anos de política econômica responsável. O país não pode, agora, voltar atrás". Voltar atrás, de fato,

seria lamentável. Certos países que já gozaram do status de grau de investimento, como o Uruguai, acabaram

perdendo-o poucos anos depois, porque abandonaram as políticas corretas e descuidaram da boa

administração de suas contas. Para manter o voto de confiança que acaba de receber, o Brasil terá de

perseverar na execução de uma política econômica séria e previsível. Olhando mais adiante, para que os

ganhos financeiros advindos do grau de investimento sejam traduzidos em benefícios para as empresas e para

a sociedade, a economia terá de aproveitar com mais eficiência os recursos disponíveis e ampliar sua

produtividade. Como? Um bom início seria fazer andar as reformas tributária e trabalhista, que estão na pauta

do Congresso há anos, mas nunca vão adiante. "Se as reformas não forem feitas, o risco de um calote do

Brasil pode até não ser alterado, mas haverá o risco de baixo desempenho econômico", afirma Tom Trebat,

ex-diretor do Citigroup para a América Latina e diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade

Columbia, em Nova York.

Feitas as devidas ressalvas, é importante comemorar o grau de investimento brasileiro, meta que o

país vinha perseguindo havia uma década. A notícia, divulgada na véspera do feriado do Dia do Trabalho,

despertou uma onda de otimismo, refletida na valorização acentuada das ações de empresas brasileiras. A

elevação pegou a maioria dos analistas de surpresa. Parecia improvável que o aumento da nota brasileira, que

passou a ser BBB- (veja quadro), viesse em um período de turbulência dos mercados financeiros mundiais. "É

uma conquista muito significativa, porque o grau de investimento foi concedido num momento de incerteza e

instabilidade na economia internacional, e isso mostra o aumento da resistência da economia brasileira a

choques externos", afirmou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Alexandre Schwartsman,

economista-chefe do Banco Real para a América Latina, concorda: "O comportamento do Brasil nessa

turbulência externa foi crucial para a obtenção do título. A Argentina, por exemplo, seguiu o caminho oposto.

O grau de investimento brasileiro acaba sendo uma coroação pela decisão certa, enquanto os argentinos

tiveram seu grau rebaixado".

44

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Segundo a consultoria americana Watson Wyatt, os fundos de pensão estrangeiros aplicam hoje

cerca de 40 bilhões de dólares no Brasil. Esse montante deverá quintuplicar nos próximos anos. O resultado é

que as empresas do país terão a seu dispor novas fontes de financiamento, e a um custo menor – quanto mais

confiável um país ou empresa, maior a oferta de crédito e menores os juros. "Haverá uma melhora no perfil

do investidor estrangeiro. Em vez de capital especulativo, o país receberá recursos de longo prazo", diz

Walter Machado de Barros, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef).

Essa bonança deverá se traduzir em mais investimentos no setor produtivo, o que amplia o potencial de

crescimento sustentável de longo prazo do país. De acordo com o economista Carlos Langoni, o PIB poderá

avançar até 1,5% mais rápido, sem causar inflação. O governo também terá a possibilidade de se financiar

tomando dinheiro emprestado a juros mais baixos, o que reduzirá o custo de sua dívida.

O crescimento mais acelerado vai estimular a criação de empregos, ao mesmo tempo que tenderá a

cair a taxa de juros para o financiamento da casa própria e de bens de consumo, como automóveis. Há trinta

anos, para pagar suas dívidas, o Brasil era obrigado a produzir recessão e desemprego. Hoje, somos bons

pagadores justamente porque estamos crescendo e produzindo riqueza. Reside aqui a principal vantagem de

sermos, enfim, um país normal.

Europa no liquidificador: as agências de risco (maiores do EUA: Moody’s, Standard & Poor’s e

Fitch, entre elas) rebaixam (julho/2011) as notas de países europeus que perderam o controle de suas dívidas

soberanas.

Mistura de índices: as agências de risco avaliam a capacidade de os países honrarem suas dívidas

com base, principalmente, nestas quatro variáveis:

a) Relação entre dívida externa e as exportações: para pagar suas contas em moeda estrangeira,

um país precisa exportar para conseguir dólares;

b) Relação entre a dívida interna e a arrecadação tributária: o governo paga seus credores

principalmente com os impostos (uma das espécies de tributos) arrecadados, embora também

possa financiar a dívida;

c) Previsão do Produto Interno Bruto (PIB): um país com perspectivas de crescimento terá mais

condições de honrar compromissos no futuro;

d) Reservas internacionais: a quantidade de dinheiro acumulada por um país em moeda externa dá

segurança aos credores.

Exemplos de classificação de risco na Europa:

a) GRÉCIA (risco ALTÍSSIMO): quase certeza de calote;

b) PORTUGUAL e IRLANDA (risco ALTO): grande probabilidades de calote;

c) ESPANHA e ITÁLIA (risco MÉDIO): enfrentam dificuldades para pagar suas contas;

d) ALEMANHA, INGLATERRA e FRANÇA (risco BAIXO): quase certeza de que honrarão seus

compromissos.

Calote impensável: Bem Bernanke, presidente do FED, o banco central americano disse

(julho/2011) que se não for elevado o “teto da dívida” – ou seja, se o Congresso não permitir que o governo

possa gastar mais do que o previsto no orçamento – o calote será inevitável e, como resultado, “haverá uma

imensa calamidade financeira”. A Moody’s ameaçou reduzir a nota dos EUA. Historicamente, em 1917, com

os altos custos da guerra, o Congresso aprovou o Liberty Bond Act, que autoriza o governo a toma

emprestado o que quiser, mas até o limite definido pelo próprio Congresso. É o “teto da dívida”, então

estabelecido em 11,5 bilhões de dólares. Hoje (julho/2011), é de 14.3 trilhões de dólares. Se o Congresso não

autoriza a elevação do teto da dívida até 02 de agosto de 2011, o governo ficará sem dinheiro para pagar suas

contas...

45

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

46

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Questões:

1. As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos de como os mercados estão organizados.

Cada estrutura de mercado destaca alguns aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, e se

baseia em algumas hipóteses e no realce de características observadas em mercados existentes. Em dois

mercados A e B observa-se que:

I – Se os produtos são diferenciados em A, a concorrência extra preço é intensa; o que não pode ocorrer

em B.

II – Em B, não há barreiras ao ingresso de novas firmas na indústria; mas as barreiras sempre ocorrem em

A.

III –. Em A, pode haver formação de cartéis para controle de preços e quota de produção; o que não

acontece em B.

IV – Os produtos são homogêneos em B, mas em A, podem ser homogêneos ou diferenciados.

V – O número de empresas em A nunca é grande, mas em B, sim.

Tais estruturas de mercados são respectivamente:

a) Concorrência perfeita e oligopólio

b) Concorrência perfeita e monopólio

c) Oligopólio e concorrência imperfeita.

d) Oligopólio e concorrência perfeita.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

2. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:

1ª coluna 2ª coluna

Bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo

duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. A. Oligopólio Agente produtivo presente em qualquer economia do mundo (capitalista,

socialista ou mista), com atuação direta e indireta incontestável.

Bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público

interno. B. Benfeitorias voluptuárias

Nome que se dá em Economia ao fenômeno em que poucos fornecedores se

defrontam com muitos compradores do fator, bem ou serviço.

Organização formal ou informal de fornecedores dentro de um setor, que

determina as políticas para todas as empresas do ramo. C. Economia de mercado

Bens que são transformados ou agregados na produção de outros, e que são

utilizados no processo produtivo. D. Pleno emprego

Sistema econômico em que as questões de Economia são resolvidas por um

órgão central de planejamento.

Nome que se dá em Economia ao fenômeno em que muitos fornecedores se

defrontam com poucos compradores do fator, bem ou serviço.

E. Utilidade Caracterizado pela propriedade privada dos fatores de produção, é o sistema

econômico em que as questões fundamentais são resolvidas pela ação das

forças da oferta e de procura.

Leis (estudos) que explicam o comportamento humano e fazem parte do

conjunto de conhecimentos do homo economicus ou do indivíduo cujas ações

derivam exclusivamente de seus interesses econômicos dentro da sociedade.

F. Tradeoff (situação

econômica de escolha

conflitante)

São as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem,

ainda que o tornem mais agradável ou sejam de valor elevado G. Teoria econômica

A propriedade que as coisas e atividades (bens e serviços) têm para satisfazer

necessidades humanas. H. Intermediários

Situação econômica (de acontecimento pouco provável) em que os recursos

(fatores) disponíveis são plenamente utilizados na produção de bens e

serviços, garantindo o equilíbrio econômico das atividades produtivas.

I. Pertenças

O aumento da taxa de juros, feito para controlar a inflação, reduz os

investimentos privados, aumenta o desemprego e derruba a renda e o

crescimento da economia.

J. Estado

47

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

3. “Numa economia privada de livre iniciativa, nenhum agente econômico (indivíduo ou empresa) se

preocupa em desempenhar o papel de gerenciar o bom funcionamento do sistema de preços. Preocupam-

se em resolver isoladamente seus próprios negócios. Procuram apenas sobreviver na concorrência

imposta pelos mercados, tanto na venda e compra de produtos finais como na dos fatores de produção.

Esse jogo econômico é todo baseado nos sinais dados pelos preços formados em diversos mercados como

um sistema de semáforos para controlar o trânsito. Todos correm riscos, porém riscos previstos.”

(PINHO, D.B et al. Manual de Economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2005). Todavia,

I – O mecanismo de preços é um vasto sistema de tentativas e erros, de aproximações sucessivas, para

alcançar o equilíbrio entre oferta e procura.

II – A ação conjunta dos indivíduos e empresas não permite que centenas de milhares de mercadorias

sejam produzidas como um fluxo constante, mais ou menos voluntariamente, sem uma direção central.

III – Pode-se notar que os problemas básicos da economia – o que, quanto, como e para quem – não

podem nem devem ser resolvidos pela concorrência dos mercados e pelo mecanismo dos preços, pois o

consumidor tentará maximizar seu bem-estar e o produtor, o lucro.

IV – O mecanismo de preços, a livre concorrência e a liberdade que se instala com o direito de escolher

são básicos no capitalismo, mas a prática demonstra que o sistema econômico precisa ter instrumentos

balizadores e acompanhamento estatal.

a) Somente II e III são verdadeiras.

b) I e III são verdadeiras, mas IV é falsa.

c) I e III são verdadeiras, mas II e IV são falsas.

d) I, III e IV são verdadeiras, mas II é falsa.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

Referências bibliográficas: VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia.

Cap.7. Estruturas de Mercado. São Paulo: Saraiva, 2001. PINHO, D. Benevides e Equipe de USP. Manual de

economia. 5. ed. Cap. 8. Estruturas de Mercado. São. Paulo: Saraiva, 2005.

48

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

6 – Análise Microeconômica

Introdução: a economia consiste em milhões de pessoas envolvidas em muitas atividades –

comprar, vender, trabalhar, contratar, fabricar etc. Para se entender como a economia

funciona é preciso encontrar alguma maneira de simplificar o pensamento sobre todas essas

atividades. É necessário um modelo que explique, em termos gerais, como a economia está

organizada e como seus participantes interagem uns com os outros.

Diagrama do fluxo circular: é uma representação esquemática da organização da

economia. As decisões são tomadas por famílias e empresas. As famílias e as empresas

interagem nos mercados de bens e serviços (em que as famílias são compradoras e as

empresas , vendedoras) e nos mercados de fatores (em que as empresas são compradoras e

as famílias, vendedoras). O conjunto externo de setas representa o fluxo de dinheiro ($) e o

conjunto interno representa o fluxo de insumos (fatores) e produtos:

Análise Microeconômica, Microeconomia ou Teoria dos preços: estuda o

comportamento de consumidores e produtores em mercados específicos, preocupando-se

como são determinados os preços e as quantidades dos bens e serviços nesses mercados.

Oferta e demanda: são as duas palavras mais usadas em economia; são as forças que

fazem as economias de mercado funcionar. São elas que determinam a quantidade

produzida de cada bem ou serviço e o preço pelo qual um ou outro é vendido. Os termos

oferta e demanda (ou procura) referem-se ao comportamento das pessoas (vendedores e

compradores) enquanto interagem uma com as outras nos mercados. Um mercado é um

grupo de compradores e vendedores de um determinado bem ou serviço em competição.

49

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Análise marginal: a maneira de analisar variações através de mudanças na alocação do

recurso escasso, considerando o que acontece à margem, ao invés de analisar o resultado

total. Para boa compreensão deste método, tome-se um exemplo bem simples e diferente:

Situação-problema: Além de dormir, comer, trabalhar, namorar, etc. você tem 6 horas para ganhar uma

renda extra em um “bico”. Suponha que seu pai, desejando encorajá-lo(a) a estudar mais, lhe faça a seguinte

proposta: Neste período escolar, ele lhe pagará $ 4,00, por dia, por ponto na sua média de notas (PMN). A

proposta do seu pai é uma tentativa de fazê-lo(a) passar mais tempo estudando do que em outras atividades.

Admitamos que a sua média de notas (MN) varie segundo os dados da tabela abaixo e que um “bico” lhe dará

$ 2,00 por cada hora de trabalho. Como você maximizaria sua renda diária?

Tabela: Alocação de tempo (recurso escasso) e renda com estudo

Horas gastas em Pontos Renda diária

Renda Trabalho Estudo por Média Renda do Emprego Renda do Estudo Renda

$2 p/h PMN/h de Notas Total Marginal Total Marginal Total

Máxima [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8] = [4] +[6]

0 6 4,00 0 16,00 16,00

2,00 1,00 2,00

1 5 3,75 2,00 15,00 17,00

2,00 1,68 2,00

2 4 3,33 4,00 13,32 17,32

2,00 2,32 2,32

3 3 2,75 6,00 11,00 17,00

2,00 3,00 3,00

4 2 2,00 8,00 8,00 16,00

2,00 3,68 3,68

5 1 1,08 10,00 4,32 14,32

2,00 4,32 4,32

6 0 0 12,00

0

12,00

12,00 16,00 17,32

PMN = Pontos aumentados na média de notas por cada hora extra de estudo - valores dados

No exemplo, uma transferência da combinação 3-3 de estudo e trabalho para uma

combinação 4-2 iria proporcionar um aumento (Δ) na renda total ganha (2,32 > 2,00).

Lembre-se: o objetivo é maximizar renda (satisfação), fazendo a alocação ótima do recurso

disponível (tempo). Fazer outras comparações entre combinações sucessivas.

Custo de oportunidade, custo alternativo ou custo implícito: é a opção que se deve

abandonar para obter outra coisa. É o grau de sacrifício que se faz ao optar pela produção

de um bem, em termos da produção alternativa sacrificada. Algumas alternativas que

confrontam a sociedade: mais escolas ou mais hospitais, mais manteiga ou mais canhões,

bibliotecas públicas ou um sistema rodoviário moderno, mais música “pop” ou mais música

clássica, (1) ou (2) na Tabela etc.

Benefício marginal: aquilo que se obtém, com a mudança na alocação, isto é, $ 2,32 neste

caso.

Custo marginal: aquilo que se deve largar para ter o benefício marginal, ou seja, $ 2,00

por trabalhar no “bico” uma hora a menos.

50

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Curva de possibilidade de renda: elaborar fazendo y = (6) renda do estudo, e x = (4)

renda do “bico”.

Outras curvas: do custo marginal e custo total do estudo (= curva da renda marginal e

renda total do “bico”). Curvas da renda marginal e renda total do estudo. Área sob a curva:

integral. Sugestão: fazer os gráficos. Questões:

As perguntas 1 e 2 são baseadas na seguinte situação-problema:

“A questão que enfrenta o nosso governo é a de ou construir um novo sistema de rodovias ou estabelecer

bibliotecas públicas em todo o país, nos próximos três anos. Não se dispõe de recursos para executar ambos

os projetos. Deverá ser feito um ou outro.”

1. O problema econômico fundamental que enfrenta a nação é um problema de _______

a) Escolha de consumidores

b) Tomada de decisão governamental

c) Escassez de recursos

d) Falta de mão-de-obra

e) Nenhuma das respostas anteriores

1) O custo de oportunidade do novo sistema rodoviário mencionado no parágrafo é ___

a) Maior do que a economia pode suportar

b) O das bibliotecas públicas

c) O dinheiro necessário para pagá-lo

d) Os recursos necessários para fazê-los

e) Nenhuma das respostas anteriores

2) Aqueles que argumentam que a nossa economia deveria estar produzindo toneladas de manteiga e

menos canhões estão argumentando que _____

a) o beneficio de 1 tonelada de manteiga é maior que o benefício de 1 canhão

b) o benefício marginal da manteiga é maior do que o benefício marginal dos canhões

0

1

2

3

4

5

6

7

1 2 3 4 5 6

Re

nd

a

Horas

51

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

c) o benefício obtido pelo uso de uma unidade adicional de recursos na produção de manteiga é maior do

que o benefício de sua utilização na produção de canhões

d) o custo marginal da manteiga é menor do que o custo marginal dos canhões

e) Nenhuma das respostas anteriores

3) Os bens econômicos são chamados de bens escassos porque eles _____

a) não estão disponíveis em quantidades suficientes para satisfazer todas as necessidades que temos

b) não são produzidos em quantidade suficientes para satisfazer a demanda efetiva para eles

c) não podem ser aumentados em quantidades significativas

d) são de importância primordial na satisfação das necessidades de uma sociedade

e) Nenhuma das respostas anteriores

4) No diagrama, Você ainda tem 6 horas (recursos escassos) para trabalhar e ganhar mais rendimentos. Qual das afirmativas que seguem não é verdadeira?

a. Quanto mais tempo você passar cortando lenha, tanto menos rendimento você ganhará por hora de

cortar lenha.

b. A taxa de salário que você ganha por hora, cuidando de crianças, é 0e.

c. Para maximizar a renda diária, você teria tanto de cortar lenha como de cuidar de crianças.

d. Quanto mais tempo você passar cuidando de crianças, tanto mais rendimento você ganhará por hora

de cuidar de crianças.

e. Nenhuma das respostas anteriores.

5) Os economistas chamam de análise _____________ a maneira de analisar variações através de

mudanças de alocação de recursos ____________. Quando você usa a ____________ marginal, você

considera o que acontece à margem, em vez de analisar o total. Generalizando, é possível

estabelecer alguns princípios econômicos importantes:

Primeiramente, é necessário fazer escolhas, quando os recursos (exemplo, o tempo) forem ___-

_________. Em segundo lugar, quando se tem que fazer uma escolha, está envolvido um ___-

__________ de oportunidade. Quando se escolhe uma maçã em vez de uma laranja, a laranja é o

____________ de oportunidade da maçã. Em terceiro lugar, como quer que seus recursos sejam

0

1

2

3

4

5

6

7

1 2 3 4 5 6

Re

nd

a

Horas0

b

d

c

g f e

1 2 3 4 5

4

6

X = Cuidar de crianças

Y = Cortar lenha 1

52

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

alocados de início, quando você considera uma mudança na alocação original, existe tanto um

benefício ____________ quanto um _____________ marginal. Finalmente, vale a pena fazer uma

modificação na alocação dos recursos escassos quanto o _________ marginal for menor do que o

_____________ marginal. Estes fatos da vida permanecem verdadeiros, quer se considere o

problema simples de alocar o seu tempo ou o problema complexo de alocar os muitos recursos

____________ de uma economia.

6) A guerra do Iraque fornece um exemplo disso. Para fazer a guerra foi necessário utilizar quantidades

substanciais dos _______________ _________________ dos EUA. Infelizmente, o maior custo

ocorrido foi a perda substancial de vidas humanas – uma perda que não pode ser medida somente em

termos econômicos. Acima e além desta trágica perda de vidas, houve, também, um enorme custo de

oportunidade adicional. Se a guerra tivesse sido evitada, os recursos utilizados para fazê-la

(poderiam / não poderiam ) ter sido usados para produzir bens e serviços não bélicos, que as famílias

e empresas americanas poderiam utilizar com proveito. Se não tivesse havido a guerra, a terra, o

trabalho, o capital, a tecnologia e a capacidade empresarial utilizados para produzir aviões, tanques e

armas mortíferas (poderiam / não poderiam) ter sido usados para produzir novas escolas, melhores

serviços de saúde, mais bem estar para o povo americano. Esta é a clássica escolha entre “canhões e

manteiga” de que fala Paul Samuelson. Ao decidir fazer a guerra, o governo escolheu a realocação

de recursos para produzir ____________ canhões e _____________ manteiga. O ganho (ilusão!)

político e estratégico resultante de mais “canhões” é o ______________ marginal dessa alocação,

enquanto que os padrões de vida mais baixos e a crise interna resultantes de menos “manteiga” são o

____________ marginal da oportunidade. Aqueles que apoiaram a política governamental no Iraque

obviamente pensaram que o _____________ marginal seria maior do que o _____________

marginal da guerra.

Referências bibliográficas: ATTIYEH, R. e outros. Introdução Programada à Microeconomia. São Paulo:

Atlas,1973.

53

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

7 – Teoria elementar da demanda

Demanda ou procura: curva, ou tabela, que mostra a quantidade demandada (procurada)

de um bem ou serviço a diferentes preços possíveis.

Função demanda: 𝐷𝑥 → 𝑄𝑑𝑥= 𝑓 𝑃𝑥, 𝑃1, 𝑃2, … 𝑃𝑛 , 𝑅, 𝐺 ), onde

𝑄𝑑𝑥 = quantidade demandada do bem x (variável dependente)

Px = preço do bem x (variável independente, mas no eixo de y)

Pi = preço dos outros bens, i = 1,2, 3, ... n (parâmetro)

R = renda ou salário do consumidor (parâmetro)

G = gosto (preferência) do indivíduo (parâmetro)

C = condições de crédito (parâmetro) etc.

Ou Dx = f(Px), cœteris paribus (se os parâmetros não se alterarem): simplesmente, se todos os fatores

determinantes da demanda (parâmetros) permanecem com o mesmo valor, as variações nas quantidades

demandadas do bem analisado só podem ser atribuídas a variações no preço do próprio bem.

Cœteris paribus: expressão latina que significa “tudo o mais constante”. Na Micro-

economia analisa-se um dado mercado (de um único bem ou serviço), isolado dos demais,

admitindo-se que outras variáveis ou parâmetros não mudam. É a análise da equilíbrio

parcial.

Lei geral da demanda: a quantidade demandada de um bem ou serviço varia normalmente

na relação inversa do preço do próprio bem ou serviço, cœteris paribus. Comumente,

quando Px aumenta, 𝑄𝑑𝑥 diminui, e quando Px decresce, 𝑄𝑑𝑥

aumenta.

Tabela: Procura de carne das famílias A, B e de mercado (A+B)

Preço por kg Família A Família B Mercado (Famílias A e B)

5,00 0 0 0

4,00 2 0 2

3,00 4 0 4

2,50 5 5 10

2,00 6 7,5 13,5

1,00 8 10 18

0 10 15 25

Curvas da procura de carne das famílias: fazê-las com o preço no eixo de y e a

quantidade demandada no eixo de x. Mostrar a tendência declinante em todas elas.

Curva de procura de mercado: soma das procuras individuais. Exemplo:

Escala de Demanda dos consumidores A e B e demanda de mercado

Preço do sorvete

$

Quantidade

demandada por A

Quantidade

demandada por B

Quantidade demandada

por (A + B)

0,00 12 7 19

0,50 10 6 16

1,00 8 5 13

1,50 6 4 10

2,00 4 3 7

2,50 2 2 4

3,00 0 1 1

Causas de deslocamentos da curva de procura: qualquer mudança que aumente a quantidade que os

compradores desejam comprar a um dado preço desloca a curva de demanda para a direita e para cima;

qualquer mudança que reduza a quantidade que os compradores desejam comprar a um dado preço desloca a

curva de demanda para a esquerda e para baixo. Ex: os preços dos bens substitutos ou similares, variações na

renda do consumidor, oscilações de preferências, condições de tempo, entre muitas outras.

54

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Razões para a conformação básica da curva de procura (decrescente da esquerda para a direita, quando

preços no eixo de y e quantidades demandadas no eixo de x):

a) Os preços são obstáculos de transposição tanto mais difícil quanto mais altos estiverem os preços;

b) A possibilidade de substituição de produtos com preços mais baixos ou em queda, que só não é

possível no caso extremo de monopólio puro;

c) A utilidade atribuível ao produto: quanto mais unidades estiverem disponíveis, menor é o grau de

utilidade da última unidade em relação à anteriormente adquirida.

Fundamentos teóricos do comportamento do consumidor: princípio da utilidade marginal decrescente – a

utilidade (satisfação) total eleva-se à medida que as quantidades consumidas aumentam, mas a um ritmo cada

vez menor, isto é, a utilidade marginal é, por definição, decrescente.

Conceito de utilidade total: é o grau de satisfação do consumidor por todas as unidades a seu dispor..

Conceito de utilidade marginal: acréscimo do grau de satisfação (ou de utilidade) do consumidor ao adquirir

uma quantidade adicional de um bem ou serviço. Veja-se a tabela a seguir:

Tabela: Graus de satisfação do consumidor

Quantidades consumidas (ou

disponíveis) de um produto

Utilidade ou satisfação

total do consumidor

Utilidade ou satisfação

Marginal do consumidor

0 0

6

1 6

5

2 11

4

3 15

3

4 18

2

5 20

1

6 21

0

7 21

Curvas de utilidade total (eixo de x, quantidades:0,1,2,3,4,5,6,7; eixo de y, utilidade total: 0,3,6,9,12,18,21)

e utilidade marginal (eixo de x, quantidades: 0,1,2,3,4,5,6,7; eixo de y, utilidade marginal: 0,,1,2,3,4,5,6,7).

Síntese neoclássica de A. Marshall:

1) A utilidade é um conceito passível de percepção e de mensuração;

2) A utilidade total de um produto qualquer é aditiva, até determinado ponto de saturação;

3) Para um conjunto de diferentes produtos, a utilidade total também é aditiva;

4) A utilidade é passível de comparações racionais;

5) O consumidor age racionalmente: ele busca maximizar sua satisfação;

6) Os acréscimos nas unidades disponíveis de um produto qualquer têm graus decrescentes de

utilidade;

7) A expressão utilidade marginal é empregada para indicar a utilidade adicionada pela última

unidade disponível de um produto a cada nível de disponibilidade;

8) A satisfação que um consumidor pode obter de um conjunto de produtos é maximizada quando a

utilidade total, resultante da soma das utilidades de cada produto consumido, é a mais alta possível,

para dado nível de renda.

9) Os preços dos produtos e a renda disponível são, assim, as duas limitações à maximização da

função utilidade total.

55

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Ilustração do princípio da utilidade marginal decrescente: Matriz teórica de C. Menger:

Quantidades Utilidade marginal de dez diferentes produtos

A B C D E F G H I J

1 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1

2 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

3 8 7 6 5 4 3 2 1 0

4 7 6 5 4 3 2 1 0

5 6 5 4 3 2 1 0

6 5 4 3 2 1 0

7 4 3 2 1 0

8 3 2 1 0

9 2 1 0

10 1 0

11 0

Consideração dos preços: a matriz de rendimentos decrescentes de Menger desconsiderou originalmente as

limitações relacionadas à renda do consumidor e aos preços. A seguir escalas de utilidade total e marginal de

dois produtos independentes com seus preços – fundamentos da racionalidade de escolha do consumidor:

Produto A (Preço = $ 2,00) Produto B (Preço = $ 1,50)

Quantidades Ut. total Ut. marginal Umg/Preço Quantidades Ut. total Ut. marginal Umg/Preço

0 0 0 0

40 40

2= 20

27 27

1,5= 18

1 40 1 27

24 24

2= 12

24 24

1,5= 16

2 64 2 51

10 10

2= 5

18 18

1,5= 12

3 74 3 69

6 6

2= 3

15 15

1,5= 10

4 80 4 84

2 2

2= 1

9 9

1,5= 6

5 82 5 93

0 0

2= 0

0 0

1,5= 00

6 82 6 93

Destinação racional da renda do consumidor, consideradas as escalas de UMg/Preço de A e B, dois

produtos independentes:

A seqüência da destinação da renda A racionalidade justificada

1ª aquisição: produto A

2ª aquisição: produto B

3ª aquisição: produto B

4ª aquisição:produto A ou B

Umg/P da 1ª unidade de A > Umg/P da 1ª unidade de B

Umg/P da 1ª unidade de B > Umg/P da 2ª unidade de A

Umg/P da 2ª unidade de B > Umg/P da 2ª unidade de A

Umg/P da 2ª unidade de A = Umg/P da 3ª unidade de B

Regra da maximização da utilidade total

B

B

A

A

eço

UMg

eço

UMg

PrPr

Generalização do comportamento racional do consumidor

n

n

k

k

P

UMg

P

UMg

P

UMg

P

UMg

P

UMg ......

3

3

2

2

1

1

56

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Elasticidades da demanda

Elasticidade em Economia: alteração percentual em uma variável (geralmente a

quantidade), dada uma variação percentual em outra (o preço ou a renda), cœteris paribus.

Elasticidade-preço da demanda: define-se como

preçonopercentualVariação

demandadaquantidadenapercentualVariaçãoE

dp...

....

PfQ

P

dP

dQ

Q

P

P

Q

Q

P

P

P

Q

Q

PP

QQE Lim

dP

pd'

/

/

0

, no ponto

considerado da curva.

Variações (lembre-se que o sinal (–) é estratégico para dpE ficar sempre positiva):

1dpE , elástica

1dpE , elasticidade unitária

10 dpE , inelástica

Tabela: Escala de consumo de câmeras (em $). dpE calculada pela fórmula

Preços

P P

P

Quantidades

Q Q

Q

P

Q

Q

P

PP

QQE

dp

/

/

Receita

P

($)

Q

(Unidades)

R=P x Q

($)

30 34 0,06 1 1.020

– 6 – 0,2 2 0,06 0,2 (inelástica)

24 36 0,11 1 864

–4 – 0,17 4 0,11 0,17 (inelástica)

20 40 0,15 = 1 800

– 3 - 0,15 6 0,15 0,15 (unitária)

17 46 0,22 1 782

–2 – 0,12 10 0,22 0,12 (elástica)

15 56 0,54 1 840

– 1 –0,07 30 0.54 0,07 (elástica)

14 86 1.204

Tabela: Elasticidade-preço da demanda pelo método do preço médio: *

Preço

($)

Quantidades Receita

Total p Variação

percentual de preço

q

Variação

percentual de

quantidade

Elasticidade

p

qE

dp

Descrição

7 0 0

–0,15 2,00 13,33 Elástica

6 2 12

–0,18 0,67 3,72 Elástica

5 4 20

–0,22 0,40 1,82 Elástica

4 6 24

–0,29 0,29 1,00 E . unitária

3 8 24

–0,40 0,22 0,55 Inelástica

2 10 20

–0,67 0,18 0,27 Inelástica

1 12 12

–2,00 0,15 0,08 Inelástica

0 14 0

* Fórmula para calcular 2

/ 10

01

ppppp

e

2/ 10

01

qqqqq

57

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Observação muito importante: as elasticidades mudam a Receita Total quando o preço muda, mesmo numa

curva linear (decrescente). Vejam-se as regras a seguir

Regras da elasticidade-preço da demanda: 1) quando a demanda é inelástica ( 10 dpE ), o preço e a

receita total se movem na mesma direção; 2) quando a elasticidade-preço da demanda é elástica ( 1dpE ), o

preço e a receita total se movem em direções opostas; 3) a elasticidade unitária acontece em um único ponto

da curva.

Elasticidade-preço cruzada da demanda: variação percentual na quantidade demandada, dada a variação

percentual no preço de outro bem, cœteris paribus.

Variações: quando é positiva, os bens são substitutos (manteiga e margarina); quando é negativa, os bens são

complementares (computador e impressora).

Elasticidade-renda da demanda: define-se como

consumidordorendanapercentualVariação

demandadaquantidadenapercentualVariaçãoE

dY.....

....

Q

Y

Y

Q

YY

QQE

dY

/

/, no ponto considerado da curva

Variações:

1dYE , elástica

1dYE , elasticidade unitária

10 dYE , inelástica

Bens inferiores e superiores: são exceções à lei geral da procura.

Bens inferiores (feijão, para a classe pobre): têm elasticidade-renda negativa. Quando a renda aumenta, é

possível que a quantidade demandada diminua, cœteris paribus.

Paradoxo de Giffen: suponha que a pessoa consuma grande quantidade de um bem (batata na Inglaterra no

séc. XIX) e que ocorra boa queda no preço desse produto, cœteris paribus. Com a folga em seu poder

aquisitivo, a pessoa compra menor quantidade do dito bem, e demanda outros em seu lugar, variando o

cardápio. A curva não seria descendente da esquerda para a direita, provavelmente. Pense!

Bens de prestígio, status (casaco de pele, relógio Rolex): um aumento no preço do bem eleva a preferência

por ele e aumenta a sua quantidade demandada. A curva não seria descendente da esquerda para a direita,

provavelmente. Pense!

Efeito substituição: se um bem possui substituto, quando o preço do bem aumenta, cœteris paribus, o

consumidor tende a consumir o substituto, reduzindo sua demanda daquele bem. Ex: se o preço de fósforo

subir muito, o consumidor compra isqueiro, acendedor.

Efeito renda: quando o preço de um bem aumenta, cœteris paribus, o consumidor perde poder aquisitivo, e a

demanda por esse produto diminui. Embora seu salário “nominal” não tenha sofrido nenhuma alteração, o

salário “real”, em termos de poder de compra, foi corroído.

Problemas: Calcular e interpretar o valor da elasticidade-preço da procura 102 pq aos níveis de

preço 00,41 p , 00,32 p , 5,23 p e 00,14 p .

A função 202,0205 yyy mede a procura de um bem em função da renda y, cœteris paribus.

Calcular e interpretar o valor da elasticidade ao nível de renda .100y

Supondo que a demanda q e o preço p para um certo produto estejam relacionados pela equação linear

pq 2240 (para 1200 p ),

58

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

a. Expressar a elasticidade-preço da demanda em função de p. R. p

pq

q

pE

dp

120

' .

b. Calcular a elasticidade-preço da demanda quando o preço é de 100p . R. 5. Interpretar a

resposta.

c. Calcular a elasticidade-preço da demanda quando o preço for 50p . R. – 0,71. Interpretar a

resposta.

d. A que preço a elasticidade-preço da demando será igual a 1. R.

601202120120

1

ppppp

p. Interpretar a resposta.

Teoria elementar da oferta

Oferta (Supply): curva, ou tabela, que mostra a influência do preço de um bem ou serviço,

sobre a quantidade oferecida, cœteris paribus

Função oferta: 𝑂𝑥 = 𝑆𝑥 → 𝑄𝑂𝑥= 𝑃𝑥 𝑃1, 𝑃2, . . . 𝑃𝑛, 1, 2, . . . 𝑛, 𝑅 𝑒𝑡𝑐. , onde:

𝑄𝑂𝑥= quantidade ofertada do bem x (variável dependente);

Px = preço do bem x (variável independente, mas no eixo de y);

Pi = preço dos outros bens, i = 1, 2, 3, ..; n (parâmetro);

i = custo dos fatores de produção, i = 1, 2, ..., n (parâmetro);

T == tecnologia de produção disponível (parâmetro)

E = expectativas (parâmetro)

C = condições climáticas: safras, secas, enchentes etc. (parâmetro).

Mas, dada a condição cœteris paribus, Sx = f(Px): simplesmente, se todos os fatores determinantes da oferta

(parâmetros) permanecem com o mesmo valor, as variações nas quantidades ofertadas do bem analisado só

podem ser atribuídas a variações no preço do próprio bem.

Tabela: Escala de oferta diária de tomates de A, B e C e de Mercado

Preço por kg Produção de A Produção de B Produção de C Mercado

0,30 70 0 0 70

0,35 95 0 25 120

0,40 100 50 50 200

0,60 110 80 50 240

1,00 110 90 50 250

Causas de deslocamentos da curva de oferta: custo dos fatores de produção (aluguel, salário, juro, lucro

etc.); depreciação; tributos; preços dos concorrentes, tecnologia, propaganda etc.

Curva de oferta de mercado: soma das ofertas individuais (Produção de A+B+C).

Elasticidade-preço da oferta: define-se como

preçonopercentualVariação

ofertadaquantidadenapercentualVariaçãoE

sp...

....

Q

P

P

Q

PP

QQEPs

/

/, no ponto considerado da curva

Variações:

1PsE , elástica

1PsE , elasticidade unitária

10 sPE , inelástica

59

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Casos particulares:

1) elasticidade zero (inelasticidade absoluta): a curva de oferta será vertical;

2) elasticidade infinita: a curva de oferta será horizontal.

Equilíbrio de mercado

Equilíbrio: situação econômica em que o preço unitário atingiu o nível em que a

quantidade ofertada é igual à quantidade demandada.

Análise simultânea das curvas de demanda e de oferta:

Tabela de Procura e Oferta do bem X

p = preço unitário d = quantidade demandada s = quantidade ofertada

0 20 0

1 18 0

2 16 4

3 14 8

4 12 12

5 10 16

6 8 20

7 6 24

8 4 28

9 2 32

10 0 36

11 0 40

Tendências:

1) Excesso de oferta (preços entre $5 e $11) – pressões para os preços caírem.

2) Excesso de demanda (preços entre 0 e $ 3) – pressões para os preços subirem.

3) Situação de equilíbrio: preço igual a $ 4 – quantidade demandada igual a 120 – sem tendência a

variações.

Correção artificial do desequilíbrio entre oferta e procura: algumas medidas

a) Fixação de preços mínimos:

– programa de compra dos excedentes pelo Governo (caso dos produtos agrícolas);

– programa de subsídios (caso do álcool);

– salário mínimo legal.

b) Controle de preços: tabelamento (preço teto);

– exemplos: o Plano Cruzado e outros mais.

c) Racionamento: limitações de quantidades (exemplo russo).

– Conseqüências: filas, vendas por baixo do pano, mercado negro,

desabastecimento, etc.

Questões:

1. “No sistema capitalista de livre empresa, os problemas básicos da economia são decididos pelas empresas

ou firmas em função das preferências dos consumidores, através de mercados competitivos”

(__) O mecanismo que reflete essas preferências é o sistema de preços;

(__) A lei da procura diz: quanto mais alto o preço maior a quantidade procurada;

(__) A lei da oferta diz: quanto mais alto o preço maior a quantidade procurada;

(__) A lei da procura diz: quanto mais baixo o preço menor a quantidade ofertada;

(__) A lei da oferta diz: quanto menor o preço menor a quantidade ofertada.

2. O mercado:

a. Estende-se através de uma nação.

b. Estende-se através de uma cidade ou região.

c. Necessariamente se refere a um encontro por qualquer meio entre compradores e vendedores.

d. Não se refere necessariamente a nenhum local específico.

e. Nenhuma das respostas anteriores.

60

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

3. Na concorrência imperfeita há:

a. Poucas empresas vendendo um produto diferenciado.

b. Muitas empresas vendendo um produto homogêneo.

c. Poucas empresas vendendo um produto homogêneo.

d. Muitas (mas nem tantas) empresas vendendo um produto diferenciado.

e. Nenhuma das respostas anteriores.

4. A elasticidade-preço da procura – dada por PQ

QPE

DP

, onde P = preço e Q = quantidade procurada

– é uma medida de quanto a quantidade demandada de um bem reage a uma mudança no preço do bem

em questão. Quando 10 DPE , a curva é inelástica; quando 1

DPE , a curva tem elasticidade

unitária; e quando 11 DPE , a curva é elástica.

I – Quanto mais substitutos houver para um bem, mais elástica será sua demanda.

II – Quanto mais essencial for o bem, mais tendência à inelasticidade terá sua curva de demanda.

III – Quanto mais inelástica for a procura de um bem, maior será a proporção do imposto repassada ao

consumidor pelo produtor.

IV – Numa faixa de inelasticidade, o produtor está sempre querendo aumentar o preço do bem para

faturar mais.

a) Não há declaração errada.

b) Há apenas duas declarações erradas.

c) Há três declarações erradas.

d) Há quatro declarações erradas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

5. I – Dada uma curva de demanda de um bem, caso haja um aumento da renda dos consumidores desse

bem, a curva deslocar-se-á para cima e para a direita.

II – Dada uma curva de oferta de um bem, caso haja um aumento do preço do bem, cœteris paribus, a

curva deslocar-se-á para cima e para a esquerda.

III – Dada uma curva de oferta de um bem, caso haja uma diminuição dos custos de matérias-primas, a

curva poderá deslocar-se para baixo e para a direita.

IV – Dada uma posição de equilíbrio de mercado, caso haja uma redução na produção do bem, a curva de

oferta deslocar-se-á para cima e para a esquerda e o novo ponto de equilíbrio terá preço mais alto e

quantidade menor do que o anterior.

V – Dada uma posição de equilíbrio de mercado, caso haja uma redução no gosto dos consumidores, a

curva de oferta deslocar-se-á para baixo e para a direita e o novo ponto de equilíbrio terá preço mais

baixo e quantidade maior do que o anterior.

a. Há somente duas declarações certas.

b. Há somente uma declaração certa.

c. Há somente três declarações erradas.

d. Há quatro declarações certas.

e. Nenhuma das respostas anteriores está certa.

6. A elasticidade-preço da demanda determina se a curva de demanda é inclinada ou não. Vejam-se os

gráficos a seguir e, depois, responda:

61

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

a) A PQ

QPE

DP

= ________, portanto uma demanda perfeitamente elástica.

b) A PQ

QPE

DP

= ________, portanto uma demanda elástica.

c) A PQ

QPE

DP

= ________, portanto uma demanda inelástica.

d) A PQ

QPE

DP

= ________, portanto uma demanda elástica.

e) A PQ

QPE

DP

= ________, portanto uma demanda perfeitamente inelástica.

7. Observe o seguinte gráfico, em que um imposto de $ 0,50 passa a ser cobrado dos compradores:

62

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

I – A curva de demanda desloca-se para baixo em $ 0,50, de D1 para D2.

II – A quantidade de equilíbrio cai de 100 para 90 sorvetes.

III – O preço que os vendedores recebem cai de $ 3,00 para $ 2,80.

IV – O preço pago pelos compradores (incluído o imposto) aumenta de $ 3,00 para $ 3,30.

V – Compradores e vendedores dividem o ônus do imposto.

a) Há somente duas afirmações erradas.

b) Há somente três afirmações erradas.

c) Há quatro afirmações erradas.

d) Há apenas uma afirmação errada.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

8. “Numa economia privada de livre iniciativa, nenhum agente econômico (indivíduo ou empresa) se

preocupa em desempenhar o papel de gerenciar o bom funcionamento do sistema de preços. Preocupam-

se em resolver isoladamente seus próprios negócios. Procuram apenas sobreviver na concorrência

imposta pelos mercados, tanto na venda e compra de produtos finais como na dos fatores de produção.

Esse jogo econômico é todo baseado nos sinais dados pelos preços formados em diversos mercados como

um sistema de semáforos para controlar o trânsito. Todos correm riscos, porém riscos previstos.”

(PINHO, D.B et al. Manual de Economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2005).

Responda V se considerar verdadeira, ou F se considerar falsa, cada uma das seguintes assertivas:

O mecanismo de preços é um vasto sistema de tentativas e erros, de aproximações sucessivas, para

alcançar o equilíbrio entre oferta e procura.

A ação conjunta dos indivíduos e empresas não permite que centenas de milhares de mercadorias

sejam produzidas como um fluxo constante, mais ou menos voluntariamente, sem uma direção central.

Pode-se notar que os problemas básicos da economia – o que, quanto, como e para quem – não

podem nem devem ser resolvidos pela concorrência dos mercados e pelo mecanismo dos preços, pois o

consumidor tentará maximizar seu bem-estar e o produtor, o lucro.

O mecanismo de preços, a livre concorrência e a liberdade que se instala com o direito de escolher

são básicos no capitalismo, mas a prática demonstra que o sistema econômico precisa ter instrumentos

balizadores e acompanhamento estatal.

Referências bibliográficas: MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São

Paulo: Thomson Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de

Economia. São Paulo: Saraiva, 2001.

63

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

8 – Teoria da Firma

Produção: criação de bens e de serviços para suprir as necessidades humanas; o que é produzido

pela natureza, pelo homem ou pela máquina; mesmo que produto.

Função de produção: relação técnica entre a quantidade física de fatores de produção e a

quantidade física do produto em determinada período de tempo: q = f(x1, x2, ... xn), onde xi =

fatores.

Desde 1934, a Economia emprega a função de produção de Cobb-Douglas kkCbLP 1

, onde P =

volume de produção, L = trabalho (Labor), C = capital e b e k são constantes peculiares a cada caso

(ou economia). Trata-se de uma função homogênea do primeiro grau (duplicando-se o trabalho e o

capital, duplica-se a produção).

Tipos de fatores (q = f(xf, xv): 1. fixos: os que se mantêm constantes, independentemente das variações das quantidades produzidas

(aluguéis, seguros, despesas da administração em geral, honorários de diretores, salários de contador,

zelador, vigias etc.);

2. variáveis: os que variam diretamente com as quantidades produzidas.

Produção Total (PT): quantidade, número de unidades de bem ou serviço fabricadas.

Receita Total (RT): é a expressão monetária da produção total: PT = RT = preço × quantidades do

produto ou, simplesmente RT = p×q.

Produtividade Média (PM): relação entre a quantidade do produto obtida e as unidades do fator de

produção empregadas: PMx = q/xi=PT/xi, onde xi = fator trabalho (MO=mão de obra), fator capital

(K), fator Terra (RN) etc. Assim, Produtividade Média do Trabalho PMMO=PT/MO, Produtividade

Média do Capital PMK=PT/K etc.

Produtividade Marginal (PMg): variação do produto, dado um aumento de 1 unidade na fator de

produção: PMgMO = q/xv=PT/xv. Ex: Produtividade Marginal da Mão-de-obra é a variação da

quantidade produzida dada a alteração de uma unidade na quantidade de mão-de-obra utilizada. A

alteração pode ser para mais ou para menos. Na hipótese da função de produção de Cobb-Douglas,

f(L,C) = kCbLP

k 1, a produtividade marginal, PMg seriam as derivadas parciais:

f’(L) = kk CbkL

L

P

11 e

f’(C) = kkCbkL

C

P

.

Trata-se de funções homogêneas de grau zero (quando se duplica o trabalho e o capital, a

produtividade do trabalho, ou do capital, não se altera), embora a produção se duplique.

Custos Totais (CT): Custos Fixos + Custos Variáveis (CT = CF + CV)

Custos Totais Médios (CTV): Custos Totais / Produção Total (CTM = CT/PT)

Custos Fixos Médios (CFM): Custos Fixos / Produção Total (CFM =CF/PT)

Custos Variáveis Médios (CVM): Custos Variáveis / Produção Total (CVM=CV/PT)

Custos Marginais (CMg): Variação dos Custos Totais / Variação da Produção Total = Variação

dos Custos Variáveis / Variação da Produção Total (CMg = CT/PT = CV/PT).

Firma concorrencial no curto prazo: Produção x Custos (exemplo prático) – Produção de trigo

em um campo, com insumo variável de mão-de-obra.

64

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Tabela: Mão-de-Obra, Produção Total, Produtividade Média e Marginal E Custos

1. Situação-problema: Uma firma (fazenda) produz trigo. Seu custo fixo é $100 (fatores fixos: RM, K, Tec e Emp). E o fator

variável é o trabalho ou mão-de-obra ($30 por dia/homem). Mostrar o quadro de relações de produtividade e custos, sabendo que:

MO = mão-de-obra CFT = custo fixo total CFM = custo fixo médio RT = receita total

PT = produção total CVT = custo variável total CVM = custo variável médio

PM = produtividade média da mão-de-obra CT = custo total CTM = custo total médio

PMg = produtividade marginal da mão-de-obra CMg = custo marginal LT = lucro total

MO (dias / homem)

PT (máquinas)

PM= PT/ MO

PMg= ΔPT/ ΔMO

CFT CVT CT=CFT+ CVT

CFM= CFT/PT

CVM= CVT/ PT

CTM= CT/ PT

CMg= ΔCT/ΔPT=

ΔCVT/ ΔPT

LT= PT-CT = RT-CT

Obs.

0 0 –– 100 0 100 – – – – 100 Prejuízo

40 0,75

1 40 40 100 30 130 2.50 0,75 3,25 – 90 Prejuízo

100 0,30

2 140 70 100 60 160 0.71 0,43 1,14 – 20 Prejuízo

160 0,19

3 300 100 100 90 190 0,33 0.30 0,63 110 Lucro

180 0,17

4 480 120 100 120 220 0.21 0,25 0,46 260 Lucro

170 0,18

5 650 130 100 150 250 0,15 0,23 0,38 400 Lucro

160 0,19

6 810 135 100 180 280 0,12 0,22 0,35 530 Lucro

150 0,20

7 960 137 100 210 310 0,10 0,219 0,32 650 Lucro

120 0.25

8 1080 135 100 240 340 0,09 0,22 0.31 740 Lucro

90 0,33

9 1170 130 100 270 370 0,085 0,23 0,32 800 Lucro

30 1,00 Máximo

10 1200 120 100 300 400 0,083 0,25 0,33 800 Lucro

–10

11 1190 108 100 330 430

–50

12 1140 95 100 360 460

–230

13 910 70 100 390 490

Análise de Produtividade e Custos: a partir dos dados da tabela anterior e da que se segue,

observe-se:

a) a produtividade média máxima não é um máximo de produção; esta acontece com o emprego

a décima mão-de-obra

b) o máximo da produtividade média acontece ao nível de produção em que o custo variável

médio é mínimo;,

c) a produtividade marginal máxima acontece ao nível de produção em que o custo marginal é

mínimo;

d) o lucro será máximo quando a receita marginal, que é igual à receita média ou preço unitário,

for igual ao custo marginal. Este é o ponto de equilíbrio da firma, a sua posição estratégica de

produção (a sua produção máxima).

“Custo é o custo marginal”: Paul Samuelson (1915-2009), ganhador do Prêmio Nobel de

Economia, formulou o que talvez seja uma das mais vitais leis do capitalismo, a que estabelece que

o “custo é o custo marginal”. Um exemplo: o custo para produzir 100 unidades de um telefone

celular é de 1.000 dólares, e o custo de fabricar 101 telefones é de 1.020 dólares. Nesse caso, o

65

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

custo médio do celular é de 10 dólares, mas o custo marginal é de 20 dólares – o dobro – portanto.

O custo médio é enganoso. O custo marginal reflete a realidade. Esse conceito permitiu estimar,

com maior certeza, os ganhos de escala. – ou seja, quão mais barato se pode vender um produto se

a quantidade fabricada aumenta

Lei dos rendimentos decrescentes, lei das proporções variáveis ou lei da produtividade

marginal decrescente: aumentando-se a quantidade de um fator variável, permanecendo a

quantidade dos demais fatores fixa, a produção, inicialmente, crescerá a taxas crescentes; depois

passará a crescer a taxas decrescentes e, continuando, a produção decrescerá.

Tabela: Fatores (fixos e variáveis) de produção, PT, PM e PMG

Terra (xf) Trabalho (xv) Produto total (q) PMx = q/xv PMgx = q/xi

10

10

10

10

10

10

10

10

10

10

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0

6

14

24

32

38

42

44

44

42

6,0

7,0

8,0

8.0

7,6

7.0

6,2

5,4

4,6

6 = (6/1)

8 = (8/1)

10 = (10/1)

8 = (8/1)

6 = (6/1)

4 = (4/1)

2 = (2/1)

0 = (0/1)

–2 = (–2/1)

Rendimentos de escala de produção: diminuição dos custos fixos pelo aumento da escala

produtiva (tamanho da unidade produtora: fábrica, fazenda agropecuária, loja). Nos EUA, os

empresários visam sempre a vender mais produtos, mesmo ganhando menos em cada unidade. No

Brasil, a ideia predominante é vender poucas mercadorias com margem maior de lucro (círculo

vicioso de mercado fechado, pouco competitivo, com salários baixos, entulho do tempo em que a

indústria brasileira, protegida, prosperava vendendo pouco, com margens altas e produtos de menor

qualidade).

Economia de mercado: sistema econômico em que as questões econômicas fundamentais são

resolvidas pelo mercado. Caracteriza-se também pela propriedade privada dos recursos de

produção. Pode ser uma economia de mercado pura (sistema de concorrência pura), ou ter a

interferência do governo (sistema de economia mista).

66

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Curvas de produção, produtividades e custos

Curva de produção total: PT =f (MO)

Curvas de produtividade média e marginal

Custo Total: Custo Fixo + Custo Variável

67

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Curvas de Custo Variável Médio, de Custo Total

Médio e Custo Marginal

Equilíbrio de curto prazo da firma. (Este

gráfico não se relaciona com as tabelas anteriores)

Relações entre as curvas de produção, de produtividades e de custos

Questões:

2. Situação-problema: Uma firma produz máquinas. Seu custo fixo é $50 (fatores fixos: RM, K, Tec e Emp). E o fator variável é o trabalho ou mão-de-obra ($5 por dia/homem). Mostrar o quadro de relações de produtividade e custos, sabendo que:

MO = mão-de-obra CFT = custo fixo total CFM = custo fixo médio RT = receita total

PT = produção total CVT = custo variável total CVM = custo variável médio

PM = produtividade média da mão-de-obra CT = custo total CTM = custo total médio

PMg = produtividade marginal da mão-de-obra CMg = custo marginal LT = lucro total

68

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

MO (dias / homem)

PT (máquinas)

PM= PT/ MO

PMg= ΔPT/ ΔMO

CFT CVT CT=CFT+ CVT

CFM= CFT/PT

CVM= CVT/ PT

CTM= CT/ PT

CMg= ΔCT/ΔPT=

ΔCVT/ ΔPT

LT= PT-CT = RT-

CT

Obs.

0 0 - 50 0 50 - - - -50 Prejuízo 15 0,333

1 15 15 50 5 55 3,333 0,333 3,667 -40 Prejuízo 25 0,200

2 40 20 50 10 60 1,250 0,250 1,500 -20 Prejuízo 35 0,143

3 75 25 50 15 65 0,667 0,200 0,867 10 Lucro 15 0,333

4 90 23 50 20 70 0,556 0,222 0,778 20 Lucro 10 0,500

5 100 20 50 25 75 0,500 0,250 0,750 25 Lucro 5 1,000 Máximo

6 105 18 50 30 80 0,476 0,286 0,762 25 Lucro -10 -0,500

7 95 14 50 35 85 0,526 0,368 0,895 10 Lucro -25 -0,200

8 70 9 50 40 90 0,714 0,571 1,286 -20 Prejuízo -30 -0,167

9 40 4 50 45 95 1,250 1,125 2,375 -55 Prejuízo

3. Situação-problema: Uma firma produz sacos de açúcar. Seu custo fixo é $50 (fatores fixos: RM, K, Tec e Emp). E o fator variável é o trabalho ou mão-de-obra ($25 por dia/homem). Mostrar o quadro de relações de produtividade e custos, sabendo que:

MO = mão-de-obra CFT = custo fixo total CFM = custo fixo médio RT =

PT = produção total CVT = custo variável total CVM = custo variável médio Receita total

PM = produtividade média da mão-de-obra CT = custo total CTM = custo total médio

PMg = produtividade marginal da mão-de-obra CMg = custo marginal LT = lucro total

MO (dias/ homem)

PT (sacos)

PM= PT/MO

PMg= ΔPT/ ΔMO

CFT CVT CT=CFT + CVT

CFM= CFT/PT

CVM= CVT/PT

CTM= CT/PT

CMg= ΔCT/ΔPT= ΔCVT/ΔPT

LT= PT-CT= RT-CT

Obs.

0 0 - 50 - 0 - 50 - -50 Prej.

25 1,00

2 50 25 50 1,000 50 1,00

100 2,00 -50 Prej.

55 0,45

4 160 40 50 0,313 100 0,63 150 0,94 10 Lucro

70 0,36

6 300 50 50 0,167 150 0,50 200 0,67 100 Lucro

90 0,28

8 480 60 50 0,104 200 0,42 250 0,52 230 Lucro

85 0,29

10 650 65 50 0,077 250 0,38

300 0,46 350 Lucro

35 0,71

12 720 60 50 0,069 300 0,42 350 0,49 370 Lucro

25 1,00 Máx.

14 770 55 50 0,065 350 0,45 400 0,52 370 Lucro

20 1,25

15 790 52,7 50 0,063 375 0,47 425 0,54 365 Lucro

10 2,50

16 800 50,0 50 0,0625 400 0,50 450 0,56 350 Lucro

-10

17 790 46,5 50 425 0,54 475 0,60 315 Lucro

-40

18 750 41,7 50 450 0,60 500 0,67 250 Lucro

-150

19 600 31,6 50 475 0,79 525 0,88 75 Lucro

-180

20 420 21 50 500 1,19 550 1,31 -130 Prej.

69

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

4. Situação-problema: Considerando-se apenas dois fatores: terra (fixa) e mão-de-obra (variável) com um

dia/homem de trabalho igual a $ 15, montar o quadro a seguir com os valores dados de PT = produção

total, PM = produtividade média da mão-de-obra (MO), PMg = produtividade marginal da mão-de-obra,

CF = custos fixos, CV = custos variáveis, CT = custos totais, CFM = custos fixos médios, CVM

=custos variáveis médios, CTM = custos totais médios e CMg = custos marginais, LT = lucros totais :

MO PT PM=PT:MO PMg=ΔPT:ΔMO CF CFM=CF:PT CV CVM=CV:PT CT CTM=CT:PT CMg=ΔCT:ΔPT LT=PT-CT

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)

0 0 - - 80 - 0 - -

1 40 80 15

2 92 80

3 162 80

4 200 80

5 220 80

6 235 80

-

7 196 80 –

5. Com base nos dados apurados no quadro anterior, é possível dizer que:

a. O lucro é máximo quando são empregadas quatro a seis MO.

b. A produtividade média é decrescente a partir da terceira MO empregada.

c. Tem-se um máximo de produção quando MO é três.

d. A produtividade marginal é crescente até quando é empregada a quarta MO.

e. Nenhuma das respostas anteriores.

6. Ainda com base nos referidos dados,

a. O custo fixo médio é decrescente até que PT seja máximo.

b. O lucro máximo acontece quando PMG=15=CMg.

c. Quando a PM é crescente, o CTM é decrescente.

d. Quando o CVM é crescente, a PM é decrescente.

e. Todas as respostas anteriores estão certas.

7. Em termos de produtividades e custos na concorrência perfeita,

I –O lucro será máximo quando CMg=PMg.

II –As curvas de CMg, CVM e CTM têm forma de e o CMg crescente corta as curvas de CVM e

CTM em seus pontos mínimos.

III – A curva de CFT é paralela ao eixo das abscissas.

IV – A curva de PMg corta a curva de PM, que têm forma de , em seu máximo.

a. Apenas uma declaração é incorreta

b. Somente duas declarações são incorretas

c. Apenas uma declaração é incorreta

d. As quatro declarações são incorretas

e. Nenhuma das respostas anteriores

8. Em qualquer análise de produtividades e custos,

I – Se a produtividade marginal for máxima, o custo variável médio será mínimo.

II – Se o custo marginal for mínimo, a produtividade média será máxima.

III – Se a produtividade média for máxima, o custo total médio será sempre mínimo.

IV – Se a produtividade marginal for máxima, o custo marginal será mínimo.

V – O lucro será máximo quando o custo marginal igualar à produtividade marginal

a. Há uma declaração incorreta.

b. Há quatro declarações corretas

70

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

c. Há duas declarações incorretas.

d. Não há declarações corretas. e. Nenhuma das respostas anteriores está certa.

Referências bibliográficas: ATTIYEH, R. e outros. Introdução Programada à Microeconomia. São Paulo:

Atlas,1973. MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São Paulo: Thomson

Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São Paulo:

Saraiva, 2001; PINHO, D. B. e VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia. Eq. da USP. 5 ed. São

Paulo: Saraiva, 2005.

71

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

9 – Análise macroeconômica

Macroeconomia: cuida dos problemas que dizem respeito ao sistema econômico como

um todo, ou seja, da formação e evolução dos grandes agregados econômicos:

Produto Interno Bruto (PIB) – valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em

um país em um dado período de tempo. PIB nominal – a produção de bens e serviços avaliada a

preços correntes; PIB real – a produção de bens e serviços avaliada a preços constantes.

Produto Nacional Bruto (PNB) – valor monetário ou somatório iiqp –– onde p = preço e q =

quantidade –– de todos os bens e serviços finais produzidos em um dado período de tempo

(geralmente um ano). Não inclui – como o PIB – os Rendimentos Líquidos do Exterior (RLE).

Rendas (Rendimentos) Líquidas Externas (RLE) – remuneração dos ativos de acordo com o país

de origem: diferença entre as rendas (lucros, juros, royalties a assistência técnica) recebidas do

exterior, em pagamento de fatores e da produção de pessoas nacionais no resto do mudo, e as

rendas enviadas ao exterior em pagamento de fatores e da produção de pessoas estrangeiras no

País. Produto Interno Bruto = Produto Nacional Bruto Rendimentos Líquidos Externos ou,

simplesmente, PIB = PNB RLE.

Produto Nacional Líquido a preço de mercado (PNLPM) – Produto Nacional Bruto menos

Depreciação ou Investimento de Reposição. Simplesmente: PNLpm = PNB – d ou IR.

Depreciação (d) ou Investimento de Reposição (IR) – desgaste do estoque de capital físico em

determinada período, inclusive a variação de estoques E de produtos que não foram

consumidos no período.

Produto Nacional Líquido a custo de fatores (PNLCF) – Produto Nacional Líquido a preço de

mercado menos Tributos indiretos (TI) mais Subsídios governamentais (Sub). Simplesmente: PNLCF

= PNLPM – TI + Subs. O Produto Nacional Líquido a custo de fatores (PNLCF) é igual à Renda

Nacional (RN).

Renda Nacional (RN) – soma de todos os pagamentos feitos pela utilização dos fatores produtivos

(Terra, Trabalho, Capital, Tecnologia e Capacidade empresarial) em um dado período (geralmente

um ano). Deduzindo-se da Renda Nacional (RN) o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ),

as Contribuições Sociais (INSS, PIS, Cofins etc.) e os Lucros Retidos (LR) pelas empresas ou

Poupança (Investimento) Líquida das Empresas , tem-se o

Somatório das remunerações dos fatores produtivos ( Rfp ) = Aluguéis + Salários + Juros +

Royalties + Lucros. Simplesmente: Rfp = A + w +J + Ry + L.

Renda Pessoal (RP) – Somatório das remunerações dos fatores produtivos ( Rfp ) mais as

Transferências (aposentadorias, pensões, indenizações, auxílios etc.) governamentais (Trans).

Renda Pessoal Disponível (RPD) – quanto o setor privado da economia tem a seu dispor como

resultado da atividade econômica em determinado período.

Consumo (CF) – as despesas das famílias em bens e serviços, excetuando-se a compra de imóveis

residenciais novos.

Poupança Nacional ou Poupança (S) – de Saving – o que resta da renda total da economia após o

pagamento das despesas de consumo e das compras (custeio) do governo;

Poupança Privada (SP) – a renda que fica com as famílias após o pagamento de impostos e de suas

despesas de consumo.

Poupança Pública (SG) – a receita (corrente e de capital) que fica com o governo após o pagamento

de suas despesas (custeio).

Investimento Privado Bruto (IPB) – as despesas em bens de capital como equipamentos, máquinas e

instalações, estoques e estruturas, inclusive compras de novos imóveis residenciais pelas famílias. IPB

= SPB = d + LR + SF .

Investimento Privado Novo ou Líquido (IPL) – Investimento Privado Bruto menos a reposição ou

desgaste dos fatores produtivos no período. IPL = IPB – d (ou IR) .

Gastos do Governo (G) – despesas governamentais com Custeio (CG) e Investimento (IG).

Contabilidade Nacional ou Social: registro contábil da atividade produtiva de uma economia (país), ao

longo de um dado período de tempo (normalmente um ano), ou medida dos principais agregados da

economia a partir de valores já realizados ou efetivados (ex post, a posteriori, após ocorridos). Há dois

sistemas principais de Contabilidade Social: Sistema ONU e Matriz de insumo-produto (Input-output).

Sistema de contas nacionais (Sistema ONU): criado por Simon Kuznets e Richard Stone, é baseado em

quatro contas:

72

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Conta Produto Interno Bruto (PIB) – produção;

Conta Renda Nacional Disponível (RND) – apropriação;

Conta Transações Correntes com o Resto do Mundo (Exterior);

Conta de Capital (K) – acumulação;

Observação: Como complemento, há também a Conta Corrente das Administrações Públicas (Governo);

Dentro do sistema econômico é possível distinguir quatro setores:

Unidades familiares ou famílias, que cumprem uma dupla função: de um lado são proprietárias

de fatores de produção e, de outro, são consumidoras ou poupadoras (investidoras);

Unidades produtivas, firmas ou empresas, que compram os serviços desses fatores, para utilizá-

los no processo produtivo, pagando por isso rendimentos aos seus detentores;

Administrações públicas ou governo, que têm forte presença no sistema econômico como

produtor e consumidor, através da apropriação de tributos (impostos, taxas e contribuições);

Setor externo, que envolve exportações e importações de mercadorias e serviços e realiza os

movimentos de capitais envolvendo outros sistemas econômicos ( Resto do Mundo).

Observa-se, ainda, que:

Os lançamentos das transações são feitos de acordo com o tradicional método das partidas

dobradas, sem a contrapartida caixa;

Não se consideram as transações com bens e serviços intermediários que são utilizados como

insumos ou matérias-primas na produção de outros bens (finais);

Sistema de contas nacionais do Brasil: era elaborado pela FGV até 1985, quando passou a ser encargo

do IBGE. Segue o padrão recomendado pela ONU. Princípios básicos das contas nacionais:

1) Consideram-se apenas as transações com bens e serviços finais;

2) Mede-se apenas a produção corrente do próprio período (ano);

3) Não são considerados os valores de transações puramente financeiras;

4) A moeda é apenas um padrão de medida;

5) A economia tem quatro setores: Famílias, Empresas, Governo e Exterior.

Produto e Renda (exemplo simples, exclui depreciação, setor governamental e externo):

Empresa A: produção de trigo ($)

Despesas Receitas

Salários 65 Vendas de trigo para a empresa B 140

Juros 30

Aluguéis 20

Lucros 20

Royalties 5

Total 140 Total 140

Empresa B: produção de farinha de trigo ($)

Despesas Receitas

Compra de trigo da empresa A 140 Vendas de trigo para a empresa C 245

Salários 40

Juros 10

Aluguéis 15

Lucros 30

Royalties 10

Total 245 Total 245

Empresa C: produção de pães ($)

Despesas Receitas

Compra de trigo da empresa B 245 Vendas de pães para consumidores finais 390

Salários 50

Juros 20

Aluguéis 30

Lucros 35

Royalties 10

Total 390 Total 390

73

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Conceitos básicos: retirados desta análise econômica simplificada:

Produto Nacional Líquido a custo de fatores (valor de todos os bens e serviços finais): PNBCF = 390

Renda Nacional (a soma dos rendimentos pagos aos fatores de produção nas três empresas): RN =

salários + juros + aluguéis+ lucros + royalties = 390

Valor Agregado: o valor que se adiciona ao produto em cada estágio de produção para se chegar ao

valor do produto final da economia = 390

Estágio de produção Vendas (1) Bens intermediários (2) Valor Agregado (1–2)

Empresa A – Trigo 140 0 140

Empresa B – Farinha de trigo 245 140 105

Empresa C – Pães 390 245 145

Valor agregado = Valor adicional = Produto final = Produto Nacional Bruto 390

Estágio de produção Salários ($) Juros ($) Aluguéis ($) Lucros ($) Royalties ($) Total ($)

Trigo 75 30 20 10 5 140

Farinha de trigo 40 10 15 30 10 105

Pães 50 20 30 35 10 145

Total = Renda Nacional 165 60 65 75 25 390

Formação de capital: poupança, investimento e depreciação

Poupança (saving) agregada (S): é a parcela da renda nacional (RN) que não é consumida. Portanto:

S = RN – C, onde C = Consumo agregado.

Investimento agregado (I) : é o gasto com a aquisição de bens de capital (peças de reposição e capital

novo). Portanto, investimento total é igual a Investimento novo em bens de capital mais depreciação

(ou Investimento de reposição): It = In + d = In+ Ir.

Poupança (saving) agregada (S) = Investimento agregado (I), em qualquer economia.

Observação: Poupança é fato ex ante e Investimento, fato ex post.

Inclusão das contas do Governo

Receita Fiscal do Governo: Tributos = Impostos indiretos (IPI, ICMS etc.) + Impostos diretos (IR) +

Taxas + Contribuições de melhorias + Outras receitas (multas, pedágios, aluguéis, rendas etc.).

Gastos do Governo: Dispêndios com a administração direta e indireta (Custeio ou Despesas correntes

e Investimento ou Despesas de capital) + transferências - subsídios. Denomina-se de G todos os

gastos do Governo. Assim,

RN = C + S + G = PN = C + I + G, onde naturalmente S = I (Poupança = Investimento).

Inclusão do comércio exterior (Resto do mundo):

Produto Interno Bruto: é o somatório de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do

território nacional num certo período (um ano), valorizados a preço de mercado, sem levar em

consideração se os fatores de produção são de residentes (nacionais) ou não residentes (estrangeiros).

Produto Nacional Bruto: é a produção que efetivamente pertence aos nacionais, aos residentes no

país, ainda que produzidos por aqueles fora deste. Assim,

PNB = PIB + Renda recebida do exterior – Renda enviada ao exterior, i. é, PNB = PIB RLE, onde

RLE = Renda Líquida do Exterior.

Entenda o que é PIB e como é feito seu cálculo: o PIB (Produto Interno Bruto) é um dos principais

indicadores de uma economia. Ele revela o valor de toda a riqueza gerada no país. O cálculo do PIB, no

entanto, não é tão simples. Imagine que o IBGE queira calcular a riqueza gerada por um artesão. Ele

cobra, por uma escultura, de madeira, R$ 30. No entanto, não é esta a contribuição dele para o PIB. Para

fazer a escultura, ele usou madeira e tinta. Não é o artesão, no entanto, que produz esses produtos --ele

teve que adquiri-los da indústria. O preço de R$ 30 traz embutido os custos para adquirir as matérias-

primas para seu trabalho. Assim, se a madeira e a tinta custaram R$ 20, a contribuição do artesão para o

PIB foi de R$ 10, não de R$ 30. Os R$ 10 foram a riqueza gerada por ele ao transformar um pedaço de

madeira e um pouco de tinta em uma escultura. O IBGE precisa fazer esses cálculos para toda a cadeia

produtiva brasileira. Ou seja, ele precisa excluir da produção total de cada setor as matérias-primas que ele

adquiriu de outros setores. Depois de fazer esses cálculos, o instituto soma a riqueza gerada por cada setor,

chegando à contribuição de cada um para a geração de riqueza e, portanto, para o crescimento econômico.

O PIB (Produto Interno Bruto) é, pois, a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país

durante certo período. Isso inclui do pãozinho até o apartamento de luxo. O índice só considera os bens e

serviços finais, de modo a não calcular a mesma coisa duas vezes. A matéria-prima usada na fabricação

74

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

não é levada em conta. No caso de um pão, a farinha de trigo usada não entra na contabilidade. Um carro

de 2011, por exemplo, não é computado no PIB de 2012, pois o valor do bem já foi incluído no cálculo

daquele outro ano. O primeiro fator que influencia diretamente a variação do PIB é o consumo da

população. Quanto mais as pessoas gastam, mais o PIB cresce. Se o consumo é menor, o PIB cai.O

consumo depende dos salários e dos juros. Se as pessoas ganham mais e pagam menos juros nas

prestações, o consumo é maior e o PIB cresce. Com salário baixo e juro alto, o gasto pessoal cai e o PIB

também. Por isso os juros atrapalham o crescimento do país.Os investimentos das empresas também

influenciam no PIB. Se as empresas crescem, compram máquinas, expandem atividades, contratam

trabalhadores, elas movimentam a economia. Os juros altos também atrapalham aqui: os empresários não

gastam tanto se tiverem de pagar muito pelos empréstimos para investir.Os gastos do governo são outro

fator que impulsiona o PIB. Quando faz obras, como a construção de uma estrada, são contratados

operários e é gasto material de construção, o que ele eleva a produção geral da economia.As exportações

também fazem o PIB crescer, pois mais dinheiro entra no país e é gasto em investimentos e consumo.

Formas de obter o valor dos bens e serviços produzidos:

Exemplo: Produção do agricultor ao produtor de tecidos

A – Agricultor B – Fiação C – Tecelagem

1.Compras de insumos – 40 100

2.Pagtos. a fatores: VAB = d+J+L+W+A + Ry 40 60 70

Total 40 100 170 = VBP

a) Considerando apenas os bens finais, no caso, o total do C – Tecelagem = 170;

b) Somando os valores agregados, em cada estágio de produção, i. é, 40 + 60 + 70 = 170.

Matriz de relações inter-setoriais ou Matriz de insumo-produto (Input-output matrix): de Wassily W.

Leontief, é mais detalhista e inclui, também, as transações intersetoriais (setor primário, secundário e

terciário). Valor Bruto da Produção e Valor Agregado Bruto: são os conceitos presentes no quadro de

insumo–produto, quadro de entradas e saídas, quadro de compras e vendas, matriz de Leontief ou matriz

de input–output:

Valor Bruto da Produção = Produção Intermediária + Produção Final

Valor Bruto da Produção = Compras de insumos a outras empresas + Salários + Juros + Aluguéis +

Royalties + Depreciação + Tributos indiretos – Subsídios + Imp. Renda de Pessoa jurídica +

Contribuições. Isto é, VBP = (CI + W + J + A + Ry + d + Ti – Subs + IRPJ + INSS) + Lucros, isto é,

(CI + W + J + A + Ry +d + Ti – Subs + IRPJ +INSS) + (Lr + Div + L) = Valor Agregado Bruto =

VAB.

Exemplo hipotético: de 3 setores e com números fictícios, apenas para conhecimento e para dar ideia da

sua operacionalização:

Quadro de input–output de Leontief

Vendas PRODUÇÃO INTERMEDIÁRIA PRODUÇÃO FINAL VBP

Compras Setor 1 Setor 2 Setor 3 Subtotal

Setor 1 (primário) 20 30 20 70 45 115

Setor 2 (secundário) 15 25 10 50 90 140

Setor 3 (terciário) 20 35 15 70 30 100

Total (X) 55 90 45 190 165 355

Salários (W) 17 13 12 42

Juros (J) 5 10 10 25

Aluguéis (A) 5 5 5 15

Lucros (L) 15 10 10 35

Royalties (Ry) 5 5 5 15

Depreciação (d) 3 2 3 8

Tributos 10 5 10 25

VALOR AGREGADO (Y) 60 50 55 165

VAB = X + Y 115 140 100 355

75

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Composição de Produto e Renda: no esquema hipotético a seguir, explica-se, de

forma bastante simplificada, porém esclarecedora e muito próxima do que realmente

acontece na prática, a composição do produto e da renda nacional de qualquer economia:

Denominação Sigla US$ bilhões

PRODUTO INTERNO BRUTO: fluxo de todas as rendas geradas dentro das

fronteiras geográficas do país por nacionais e estrangeiros

PIB 800

Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior: diferença entre a renda recebida do

exterior e a renda enviada ao exterior na forma de lucros, juros, royalties e

assistência técnica

±RLE

(124)

PRODUTO NACIONAL BRUTO: rendas que pertencem efetivamente aos

nacionais

PNB 676

Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d=Ir (59)

PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLPM 617

Menos: Tributos Indiretos (ICMS, IPI -Ti (72)

Mais: Subsídios governamentais às Empresas Sub 10

PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores ou PNLcf 555

RENDA NACIONAL = RN 555 Menos: Lucros retidos ou Poupança Líquida das Empresas -Lr=SLE (24)

Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Jurídicas -IRPJ (30)

Contribuições Sociais (INSS, PIS, Cofins etc.) -INSS (30)

SOMATÓRIO das remunerações dos fatores produtivos:

A – ALUGUÉIS (Remunerações dos Recursos Naturais ou Terra) 20

W – SALÁRIOS (Remunerações do Trabalho) 361

J – JUROS (Remunerações do Capital} 40

Ry – ROYALTIES (Remunerações da Tecnologia) 10

L – LUCROS (Remunerações da Empresariedade) 40

ΣRfp

471

Mais: Transferências do Governo (aposentadorias, pensões, indenizações etc.) Trans 58

RENDA PESSOAL RP 529

Menos: Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Físicas -IRPF (65)

RENDA DISPONÍVEL RD 464

Menos: CONSUMO DAS PESSOAS (famílias, empresas) -Cf (429)

POUPANÇA DAS FAMÍLIAS Sf 35

Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas (Sle) Lr=SLE 24

POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO PRIVADO

LÍQUIDO ou INVESTIMENTO NOVO

SPL=IPL

59

Mais: Depreciação = Investimento de Reposição d=IR 59

POUPANÇA PRIVADA BRUTA = INVESTIMENTO PRIVADO BRUTO SPB=IPB 118

Outras relações importantes: Carga Tributária =Tributos: T = Ti + IRPJ + INSS + IRPF = 72 + 30 + 30 + 65 = 197. Gastos Governamentais = G = Ti – Sub + IRPJ + INSS – Trans + IRPF = 72 – 10 + 30 + 30 – 58

+ 65 = 129.

Produto Nacional Bruto = PNB = Cf + IPB + G = 429 + 118 + 129 = 676

Poupança Privada Líquida = SPL = Sf + Lr = Sf + Sle = Investimento Privado Líquido = IPL = 35 +

24 = 59

Poupança privada Bruta = SPB = Sf + Sle + d = IPL + IR = IPB = 35 + 24 + 59 = 59 + 59 = 118.

Taxa de Consumo das Famílias = %6363,0676

429

PNB

Cf.

Taxa de Poupança Bruta = %1717,0676

118

PNB

Spb.

Taxa de tributação ou Carga tributária = %2828,0676

187

PNB

Tributos.

Taxa de participação do Trabalho no PNB = %4747,0676

361

PNB

W.

76

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Gráfico ilustrativo:

Contas nacionais: diferentes medidas da Renda Nacional: na ótica da produção, na

ótica da renda e na ótica do dispêndio. O Valor Agregado Bruto a custo de fatores e a

preço de mercado(sem ou com os impostos indiretos líquidos).

77

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

I.51 - Produto Interno Bruto

Período Preços Em milhões Variação Preços População Per capita

Correntes de R$ milhões

percentual correntes Em milhões

em R$ milhões de 2010 Real em milhões Preços Em R$ Variação Preços

de US$1/

correntes de 2010 Percentual correntes

R$ Real em US$1/

1990 11 548 2 012 080 -4,3 469 318 146 ,6 0,08 13 731 -7,1 3 202

1991 60 285 2 033 532 1,0 405 679 149 ,1 0,04 13 739 -0,7 2 721

1992 640 958 2 022 478 -0,5 387 295 151,5 4,23 13 346 -2,2 2 556

1993 14 097 114 2 122 080 4,9 429 685 154,0 91,55 13 781 3,3 2 790

1994 349 204 679 2 246283 5,9 543 087 156,4 2.232,32 14 360 4,2 3 472

1995 705 640 892 2 341 161 4,2 770 350 158 ,9 4.441,49 14 736 2,6 4 849

1996 843 965 631 2 391 508 2,2 840 268 161,3 5.231,52 14 824 0,6 5 209

1997 939 146 616 2.427 236 3,4 871 274 163,8 5.734,20 15 095 1,8 5 320

1998 979 275 748 2 473 107 0,0 843 985 166 ,3 5.890,31 14 876 -1,5 5 077

78

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

1999 1064 999 711 2 479 388 0,3 586 777 168,8 6.310,98 14 692 -1,2 3 477

2000 1 179 482 000 2 586 153 4,3 504 359 171,3 6.886,28 15 099 2,8 3 766

2001 1 302 136 000 2.620 112 1,3 553 603 173, 8 7.491,21 15 075 -0,2 3 186

2002 1 477 822 000 2 669 757 2,7 504 359 176,4 8.378,10 15 256 1,2 2 861

2003 1 699 948 000 2 720 598 1,1 553 603 178,7 9.497,70 15 221 -0,2 3 097

2004 1 941 498 000 2 876 007 5,7 663 782 181,1 10.691,89 15 880 4,3 3 665

2005 2 147 239 000 2 966 871 3,2 882 439 183,4 11.658,10 16 179 1,9 4 812

2006 2 427 370 900 3 084 280 4,0 1 088 767 185,6 12.490,89 16 621 2,7 5 667

2007 2 558 821 348 3 272 156 6,1 1 366 543 187,6 13.517,28 17 438 4,9 7 283

2008 3 441 081 000 3 441 081 5,2 1 650 713 189,6 18 149,16 18 148 -2,3 8 706

2009 3 418 896 000 3 418 896 0,6 1 598 397 191,5 17 853,19 17 855 -1,6 8 348

2010 3 674 964 000 3 674 964 7,5 2 089 829 193,3 19 011,71 19 016 6,5 10 816

Fonte: IBGE e BCB

1/ Estimativa do Banco Central, obtida pela divisão do PIB a preços correntes pela taxa média anual De câmbio de compra

Questões:

EXERCÍCIO

1. Em determinada economia são conhecidos os dados seguintes da Contabilidade Nacional, no ano x, em

$ bilhões:

a) ΣRfp = SOMATÓRIO das remunerações dos fatores produtivos 1.530

b) CG = Custeio do Governo (90% dos Gastos Governamentais) 0,90G

c) D = Depreciação = Investimento de Reposição 125

d) Subs = Subsídios governamentais às empresas 70

e) Lr = Lucros retidos 175

f) Cf=CP = Consumo das famílias (ou Consumo privado) 1.350

g) J = Juros 125

h) Ti = Tributos indiretos (ICMS, IPI, ISS etc.) 220

i) A = Aluguéis 150

j) Trans = Transferências governamentais 200

k) L = Lucros (Dividendos) 200

l) IRPF = Imposto de Renda – Pessoa Física (Tributos diretos) 250

m) Ry = Royalties 55

n) IRPJ = Imposto de Renda – Pessoa Jurídica (Tributos diretos) 220

o) INSS = Contribuições Sociais ( INSS, PIS, Cofins, FGTS etc.) 300

p) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior (negativos) 130

Determinar:

1) IPB = Investimento Privado Bruto

2) Sf = Poupança das famílias (Saving)

3) G = CG + IG = Gastos (Custeio + Investimento público) do Governo

4) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior

5) RPD = Renda Pessoal Disponível

6) PNB = Produto Nacional Bruto

7) IPL = Investimento Privado Líquido ou Novo

8) RP = Renda Pessoal

9) PNLPM = Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado

10) RN = Renda Nacional

11) TxS = Taxa de Poupança Bruta da Economia

12) TxW = Taxa de participação do Trabalho na Economia

13) TxTr = Taxa de Tributação na Economia (Carga tributária)

14) TxIPL = Taxa de Investimento Privado Líquido (Formação de Capital)

15) TRLE = Taxa de Rendimentos Líquidos do Exterior em relação ao PIB

79

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Denominação Sigla US$ bilhões

PRODUTO INTERNO BRUTO: fluxo de todas as rendas geradas dentro das

fronteiras geográficas do país por nacionais e estrangeiros

PIB

Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior: diferença entre a renda recebida do

exterior e a renda enviada ao exterior na forma de lucros, juros, royalties e

assistência técnica

±RLE

PRODUTO NACIONAL BRUTO: rendas que pertencem efetivamente aos

nacionais, o produto (bens e serviços) da nação (país).

PNB

Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d=Ir

PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLPM

Menos: Tributos Indiretos (ICMS, IPI, ISS etc.) -Ti

Mais: Subsídios governamentais às Empresas Sub

PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores ou PNLcf

RENDA NACIONAL = RN

Menos: Lucros retidos ou Poupança Líquida das Empresas -Lr=SLe

Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Jurídicas -IRPJ

Contribuições Sociais (INSS, PIS, Cofins etc.) -INSS

SOMATÓRIO das remunerações dos fatores produtivos:

A – ALUGUÉIS (Remunerações dos Recursos Naturais ou Terra)

W – SALÁRIOS (Remunerações do Trabalho)

J – JUROS (Remunerações do Capital}

Ry – ROYALTIES (Remunerações da Tecnologia)

L – LUCROS (Remunerações da Capacidade Produtiva)

ΣRfp

Mais: Transferências do Governo (aposentadorias, pensões, indenizações etc.) Trans

RENDA PESSOAL RP

Menos: Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Físicas -IRPF

RENDA DISPONÍVEL RD

Menos: CONSUMO DAS PESSOAS (famílias, empresas) -Cf

POUPANÇA DAS FAMÍLIAS Sf

Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas (Sle) Lr=SLe

POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO PRIVADO

LÍQUIDO ou INVESTIMENTO NOVO

SPL=IPL

Mais: Depreciação = Investimento de Reposição d=IR

POUPANÇA PRIVADA BRUTA = INVESTIMENTO PRIVADO BRUTO SPB=IPB

Outras relações importantes:

Carga Tributária = Tributos: T = Ti + IRPJ + INSS + IRPF.

Gastos Governamentais = G = Ti – Sub + IRPJ + INSS – Trans + IRPF.

Produto Nacional Bruto = PNB = Cf + IPB + G

Poupança Privada Líquida = SPL = Sf + Sle = Sf + SlE = Investimento Privado Líquido = IPL.

Poupança Privada Bruta = SPB = Sf + Sle + d = IPL + IR = IPB .

Taxa de Consumo das Famílias = PNB

Cf .

Taxa de Poupança Bruta = PNB

Spb .

Taxa de tributação ou Carga tributária = PNB

Tributos .

Taxa de participação do Trabalho no PNB = PNB

W .

Taxa de Rendimentos Líquidos do Exterior no PIB: 𝑇𝑥𝑅𝐿𝐸 =𝑅𝐿𝐸

𝑃𝐼𝐵. Cuidado com o sinal!

Taxa de Investimento Bruto da Economia = 𝐼𝑃𝐵 +𝐼𝐺

𝑃𝑁𝐵

2. Em determinada economia são conhecidos os dados seguintes da Contabilidade Nacional, no ano x, em

$ bilhões:

80

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

a) PIB = Produto Interno Bruto 1.000

b) W = Salários 445

c) D = Depreciação 50

d) Subs = Subsídios governamentais às empresas 30

e) Lr = Lucros retidos 70

f) Cf = Consumo das famílias 470

g) J = Juros 50

h) Ti = Tributos indiretos 100

i) A = Aluguéis 35

j) Trans = Transferências governamentais 100

k) L = Lucros (mais Dividendos) 80

l) IRPF = Imposto de Renda – Pessoa Física 150

m) Ry = Royalties 20

n) IRPJ = Imposto de Renda – Pessoa Jurídica 80

o) INSS = Contribuições Sociais ( INSS, PIS, Cofins, FGTS etc.) 75

Determinar:

1) IPB = Investimento Privado Bruto

2) Sf = Poupança das famílias (Saving)

3) G = Consumo (gastos) do Governo

4) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior

5) RPD = Renda Pessoal Disponível

6) PNB = Produto Nacional Bruto

7) IPL = Investimento Privado Líquido ou Novo

8) RP = Renda Pessoal

9) PNLPM = Produto nacional Líquido a Preço de Mercado

10) RN = Renda Nacional

11) TxS = Taxa de Poupança da Economia

12) TxW = Taxa de participação do Trabalho na Economia

13) TxTr = Taxa de Tributação na Economia (Carga tributária)

14) TxIPL = Taxa de Investimento Privado Líquido (Formação de Capital)

Solução:

PIB = Produto Interno Bruto =

RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior () –

PNB =Produto Nacional Bruto =

D = Depreciação = Investimento de Reposição = Ir –

PNLpm = Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado =

Ri == Tributos indiretos –

Subs = Subsídios governamentais às empresas +

PNLcf = Produto Nacional Líquido a Custos de Fatores =

RN = Renda Nacional =

Lr = Lucros retidos –

IRPJ = Imposto de renda – Pessoa Jurídica –

INSS = Contribuições do INSS, Pis, Pasep. Confins, etc. –

*Somatório das remunerações dos fatores produtivos:

W = Salários (Trabalho)

Σrfp

+

A = Aluguéis (Recursos Naturais) +

J = Juros (Capital) +

Ry = Royalties (Tecnologia) +

L = Lucros / Dividendos (Empresariedade) + =

+

RP = Renda Pessoal =

IRPF = Imposto de renda = Pessoa Física –

RD = Renda Disponível =

Cf = Consumo das famílias –

Sf = Poupança das famílias =

Lr = Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas +

SPL = Poupança Privada Líquida

D = Depreciação = Investimento de Reposição = Ir +

SPB = Poupança Privada Bruta = IPB= Investimento Privado Bruto =

81

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

G = Trib. Totais = Ti = Tributos indiretos +

Gastos do Governo Subs = Subsídios –

IRPJ = Imp. Renda - P. Jur. +

INSS = Contribuições +

Trans = Transferências –

IRPF = Imp. Renda - P. Fís. + =

Cf = Consumo das Famílias (Pessoas) =

PNB =Produto Nacional Bruto =

3. Dados:

rfp Somatório das remunerações dos fatores produtivos 1.500

Lr Lucros retidos = Investimento Líquido das Empresas 300

L Lucros (mais Dividendos) 250

D Depreciação = Investimento de Reposição 5% do PNB

IRpf Imposto de Renda – Pessoa Física 20% da RP

Ry Royalties 150

Subs Subsídios governamentais 100

IRpj Imposto de Renda - Pessoa Jurídica 350

A Aluguéis 250

Trans Transferências governamentais 400

RLE Rendimentos Líquidos do Exterior (menos) 400

Ti Tributos indiretos 400

INSS Contribuições do INSS, PIS, Cofins, FGTS etc. 400

J Juros 250

Sf Poupança das famílias 450

Calcular:

1) Ib = Investimento Privado Bruto

2) Sf = Consumo das famílias

3) G = Consumo (gastos) do Governo = Custeio + Investimentos

4) W = Salários

5) RPD = Renda Pessoal Disponível

6) PNB = Produto Nacional Bruto

7) Il = Investimento Privado Líquido ou Novo

8) RP = Renda Pessoal

9) PNLpm = Produto nacional Líquido a Preço de Mercado

10) RN = Renda Nacional

11) TxSBE = Taxa de Poupança Bruta da Economia

12) TxW = Taxa de Salários

13) TxT = Taxa de Tributos (Carga Tributária)

14) TxCf = Taxa de Consumo das Famílias

15) TxIl = Taxa de Invest. Privado Líquido (Formação de Capital)

16) TxG = Taxa de custeio mais investimento do governo

4. Em determinada economia são conhecidos os seguintes dados da Contabilidade Nacional, no ano x, em

$ bilhões:

W Salários 60

Pf Poupança das Famílias 30

Lr Lucros retidos = Invest. Líquido das Empresas 15

L Lucros 20

D Depreciação = Investimento de Reposição 5

IRPF Imposto de Renda - Pessoa Física 20

J Juros 15

Sub Subsídios governamentais 10

IRpj Imposto de Renda - Pessoa Jurídica 12

A Aluguéis 10

Trans Transferências governamentais 15

RLE Rendimentos Líquidos do Exterior 5 (positivos)

82

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Ti Tributos indiretos 15

INSS Contribuições do INSS, etc. 13

Ry Royalties 10

A. O Investimento Privado Líquido desta economia é

a) $ 45 bilhões

b) $ 55 bilhões

c) $ 60 bilhões

d) $ 65 bilhões

e) Nenhuma das respostas anteriores

B.

a) O Produto Interno Bruto é igual ao Produto Nacional Bruto;

b) O Produto Nacional Bruto supera o Produto Interno Bruto em $ 5 bilhões;

c) O Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado é menor que o Produto Interno Bruto em $10

bilhões;

d) O Produto Interno Bruto supera o Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado em $ 5 bilhões;

e) Nenhuma das respostas anteriores.

C. Os Gastos do Governo importam em

a) $ 35 bilhões

b) $ 40 bilhões

c) $ 45 bilhões

d) $ 50 bilhões

e) $ 60 bilhões

D. A taxa de poupança bruta da economia no setor privado (famílias e empresas) é

a) menor que 25%;

b) igual a 25%;

c) maior que 30%;

d) igual a 30%;

e) nenhuma das respostas anteriores.

E. A Renda Pessoal, a Renda Nacional e a Renda Pessoal Disponível são respectivamente

a) $ 155, 130 e 110 bilhões;

b) $ 115, 155 e 130 bilhões;

c) $ 110, 155 e 130 bilhões;

d) $ 130, 155 e 110 bilhões;

e) Nenhuma das respostas anterior.

F. Se os Rendimentos Líquidos do Exterior tivessem sido negativos em $ 5

a) O PNB seria menor que o PIB;

b) O PNB seria igual ao Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado;

c) O PIB seria igual ao Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado;

d) O PNB seria menor que Renda Nacional;

e)O PIB seria igual ao PNB.

G. Em qualquer economia

a) Renda Nacional é igual a Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado;

b) Renda Pessoal é igual a Renda Nacional menos Transferências governamentais;

c) Produto Nacional Líquido a Custo de Fatores é igual a Renda Nacional;

d) Produto Nacional Líquido a Custo de Fatores é menor que Produto Nacional Líquido a Preço de

Mercado;

e) Nenhuma das respostas anteriores.

83

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

5. Em determinada economia são conhecidos os seguintes dados da Contabilidade Nacional, no ano x, em

$ bilhões:

a) PIB = Produto Interno Bruto 2.000

b) Sl = Salários 900

c) D = Depreciação 100

d) Subs = Subsídios governamentais às empresas 60

e) Lr = Lucros retidos 140

f) Cf = Consumo das famílias 950

g) J = Juros 50

h) Ti = Tributos indiretos 240

i) A = Aluguéis 35

j) Trans = Transferências governamentais 200

k) L = Lucros 160

l) IRpf = Imposto de Renda – Pessoa Física 300

m) Ry = Royalties 40

n) IRpj = Imposto de Renda – Pessoa Jurídica 100

o) INSS = Contribuições do INSS, PIS, Cofins,, etc. 100

Determinar:

1) Ib = Investimento Privado Bruto

2) Sf = Poupança das famílias (Saving)

3) G = Consumo (gastos) do Governo

4) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior

5) RPD = Renda Pessoal Disponível

6) PNB = Produto Nacional Bruto

7) Il = Investimento Privado Líquido ou Novo

8) RP = Renda Pessoal

9) PNLPM = Produto nacional Líquido a Preço de Mercado

10) RN = Renda Nacional

11) TSBE = Taxa de Poupança Bruta da Economia

12) Tx.Tr = Taxa de tributação ou Carga tributária)

6. Em determinada economia são conhecidos os seguintes dados da Contabilidade Nacional, no ano x, em

$ bilhões:

a) W Salários 500 + número do aluno

b) Lr Lucros retidos 100

c) L Lucros 100

d) D Depreciação 100

e) IRPF Imposto de Renda - Pessoa Física 150 + número do aluno

f) J Juros 50

g) Subs Subsídios governamentais 50

h) IRPJ Imposto de Renda - Pessoa Jurídica 100

i) A Aluguéis 50

j) Trans Transferências governamentais 100

k) RLE Rendimentos Líquidos do Exterior 100 (positivos)

l) Ti Tributos indiretos 150

m) INSS Contribuições do INSS, etc. 100

n) Div Dividendos 50

o) IPB Investimento Privado Bruto 300

Determinar:

1) PIB Produto Interno Bruto

2) PNB Produto Nacional Bruto

3) PNLpm Produto Nacional Líquido a preço de mercado

4) RN Renda Nacional

5) RP Renda Pessoal

6) RPD Renda Pessoa Disponível

84

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

7) Cf Consumo

8) G Gastos do governo

9) Sf Poupança das famílias

10) Se Poupança bruta das empresas

11) Tx.W Taxa de participação dos Salários

12) Tx. Tr. Taxa de tributação (Carga tributária)

13) Tx. Ib Taxa de Investimento Privado Bruto

Solução:

PIB = Produto Interno Bruto =

RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior ()

PNB =Produto Nacional Bruto =

D = Depreciação –

PNLpm = Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado =

Ri == Tributos indiretos –

Subs = Subsídios governamentais às empresas +

PNLcf = Produto Nacional Líquido a Custos de Fatores =

RN = Renda Nacional =

Lr = Lucros retidos –

IRPJ = Imposto de renda – Pessoa Jurídica –

INSS = Contribuições do INSS, Pis, Pasep. Confins, etc. –

* W = Salários =

A = Aluguéis +

J = Juros +

Div = Dividendos +

L = Lucros + =

Trans = Transferências governamentais +

RP = Renda Pessoal =

IRPF = Imposto de renda = Pessoa Física –

RPD = Renda Pessoal Disponível =

Cf = Consumo das famílias –

Sf = Poupança das famílias =-

Lr = Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas +

D = Depreciação = Investimento de Reposição +

S = Poupança = I = Investimento Privado Bruto =

G = Imp.Líquidos= Ti = Tributos indiretos +

Gastos do Governo Subs = Subsídios –

IRPJ = Imp. Renda = P. Jur. +

INSS = Contribuições +

Trans = Transferências –

IRPF = Imp. Renda = P. Fís. + =

Cf = Consumo das Pessoas (famílias) =

PNB =Produto Nacional Bruto =

7. Em determinada economia são conhecidos os dados seguintes da Contabilidade Nacional, no ano x, em

$ bilhões:

a) PIB = Produto Interno Bruto 1.500

b) W = Salários 675

c) D = Depreciação 75

d) Subs = Subsídios governamentais às empresas 45

e) Lr = Lucros retidos 105

f) Cf = Consumo das famílias 713

g) J = Juros 75

h) Ti = Tributos indiretos 180

i) A = Aluguéis 53

j) Trans = Transferências governamentais 150

k) L = Lucros (mais Dividendos) 120

l) IRPF = Imposto de Renda – Pessoa Física 225

m) Ry = Royalties 30

n) IRPJ = Imposto de Renda – Pessoa Jurídica 75

85

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

o) INSS = Contribuições Sociais ( INSS, PIS, Cofins, FGTS etc.) 75

Determinar:

1) Ib = Investimento Privado Bruto

2) Sf = Poupança das famílias (Saving)

3) G = Consumo (gastos) do Governo

4) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior

5) RPD = Renda Pessoal Disponível

6) PNB = Produto Nacional Bruto

7) Il = Investimento Privado Líquido ou Novo

8) RP = Renda Pessoal

9) PNLPM = Produto nacional Líquido a Preço de Mercado

10) RN = Renda Nacional

11) TxS = Taxa de Poupança da Economia

12) TxW = Taxa de participação do Trabalho na Economia

13) TxTr = Taxa de Tributação na Economia (Carga tributária)

14) TxIl = Taxa de Invest. Privado Líquido (Formação de Capital)

Solução:

PIB = Produto Interno Bruto =

RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior () –

PNB =Produto Nacional Bruto =

D = Depreciação = Investimento de Reposição –

PNLpm = Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado =

Ri == Tributos indiretos –

Subs = Subsídios governamentais às empresas +

PNLcf = Produto Nacional Líquido a Custos de Fatores =

RN = Renda Nacional =

Lr = Lucros retidos –

IRPJ = Imposto de renda – Pessoa Jurídica –

INSS = Contribuições do INSS, Pis, Pasep. Confins, etc. –

*Somatório das remunerações dos fatores:

W = Salários (Trabalho)

Σrfp

+

A = Aluguéis (Recursos Naturais) +

J = Juros (Capital) +

Ry = Royalties (Tecnologia) +

L = Lucros / Dividendos (Empresariedade) + =

Trans = Transferências governamentais (Aposentadorias etc.) +

RP = Renda Pessoal =

IRPF = Imposto de renda = Pessoa Física –

RD = Renda Disponível =

Cf = Consumo das famílias –

Sf = Poupança das famílias =

Lr = Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas +

Sl = Il = Poupança Privada Líquida ou Investimento Privado Líquido ou Novo =

D = Depreciação = Investimento de Reposição = Ir +

Sb = Poupança Bruta = Ib = Investimento Bruto =

G = Trib. Totais = Ti = Tributos indiretos +

Gastos do Governo Subs = Subsídios –

IRPJ = Imp. Renda - P. Jur. +

INSS = Contribuições +

Trans = Transferências –

IRPF = Imp. Renda - P. Fís. + =

Cf = Consumo das Famílias (Pessoas) =

PNB =Produto Nacional Bruto =

8. Em determinada economia são conhecidos os seguintes dados da Contabilidade Social, no ano 2006, em

$ bilhões:

86

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

D Depreciação 5% do PNB

IRPF Imposto de Renda – Pessoa Física 15 % da RP

Ry Royalties 625

Subs Subsídios governamentais 500

IRpj Imposto de Renda - Pessoa Jurídica 800

rfp Somatório das remunerações dos fatores produtivos 5200

Lr Lucros retidos 750

L Lucros (inclusive Dividendos) 900

A Aluguéis 650

Trans Transferências governamentais 1000

RLE Rendimentos Líquidos do Exterior 350 (positivos)

Ti Tributos indiretos 950

INSS Contribuições do INSS, PIS-PASEP, Cofins etc. 900

J Juros 725

Cf Consumo das famílias 4220

Com base no esquema a seguir, monte uma solução e responda às questões de A a H:

Denominação Sigla $ bilhões

PRODUTO INTERNO BRUTO PIB

Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior ±RLE

PRODUTO NACIONAL BRUTO PNB

Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d = -Ir

PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLpm

Menos: Tributos Indiretos -Ti

Mais: Subsídios +Subs

PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores PNLcf

RENDA NACIONAL = RN

Menos: Lucros retidos -Lr

Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas -IRPJ

Contribuições Sociais (INSS, PIS, COFINS etc.) -INSS

Somató0rio das remunerações dos fatores produtivos:

Σrfp

A Aluguéis

W Salários

J Juros

Ry Royalties

L Lucros

Mais: Transferências governamentais (Aposentadorias, pensões etc.) +Trans

RENDA PESSOAL RP

Menos: Imposto de Renda das Pessoas Físicas -IRPF

RENDA DISPONÍVEL RD

Menos: CONSUMO DAS FAMÍLIAS -CF

POUPANÇA DAS FAMÍLIAS Sf

Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas +Lr = +Sl e

POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO NOVO Sl = Il

Mais: Depreciação = Investimento de Reposição +Ir = +d

POUPANÇA PRIVADA BRUTA = INVEST. pRIVADO BRUTO Sb = Ib

A. A carga tributária da economia

a) É de 41% do PNB.

b) É de 40% do PNB.

c) Supera a 42% do PNB.

d) É de quase 42% do PNB.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

B. Os gastos governamentais

a) São de 23,50% do PNB.

b) São de 25,00% do PNB.

87

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

c) São de 24,50% do PNB.

d) São de 24,00% do PNB.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

C. A Renda Nacional e o Produto Nacional Líquido a preço de mercado são respectivamente

a) $ 6.200 e $ 8.100.

b) $ 7.600 e $ 8.500.

c) $ 8.100 e $ 7.650.

d) $ 6.200 e $ 7.650.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

D. A taxa de formação bruta de capital não

a) É menor do que 27,00% do PNB.

b) É maior do que 26,00% do PNB.

c) É cerca de 27,71% do PNB.

d) É igual a 26,71% do PNB

e) Nenhuma das respostas anteriores.

E. As remunerações do fator Trabalho são aproximadamente

a) 90% dos Investimentos Brutos.

b) 79% das remunerações dos demais fatores.

c) 55% do consumo das famílias.

d) As três respostas anteriores estão corretas.

e) Somente as duas primeiras (a e b) estão corretas.

F. Em qualquer economia do mundo:

a) O Produto Nacional Bruto é maior do que o Produto Interno Bruto.

b) O Produto Interno Bruto é maior do que o Produto Nacional Bruto.

c) O Produto Nacional Bruto é igual ao Produto Interno Bruto.

d) O Produto Interno Bruto é menor do que a Renda Nacional.

e) As respostas anteriores estão erradas.

G. A poupança é um fato ex ante, enquanto o Investimento é um fato ex post, dizem os economistas.

Todavia, sempre, em qualquer economia:

a) Investimento Bruto é igual a Poupança Bruta.

b) Poupança Líquida é igual a formação líquida de capital.

c) Poupança Líquida é igual a Investimento Líquido ou Novo.

d) Investimento Bruto é igual a formação bruta de capital.

e) Qualquer uma das respostas anteriores.

H. Os Rendimentos Líquidos do Exterior não são

a) Todas as respostas a seguir.

b) A diferença entre o Produto Nacional Bruto e o Produto Interno Bruto.

c) A diferença entre a produção (renda) das empresas nacionais no exterior e a produção (renda) das

empresas estrangeiras no país.

d) A diferença entre o Produto Nacional Líquido a custo de fatores e o Produto Interno Bruto.

e) A diferença entre o Produto Interno Bruto e o Produto Nacional Líquido a preço de mercado

somado com o Investimento de Reposição.

9. Em determinada economia são conhecidos os seguintes dados da Contabilidade Social, no ano 2006, em

$ bilhões:

D Depreciação 5,5% do PNB

IRPF Imposto de Renda – Pessoa Física 18 % da RP

Ry Royalties 35

Subs Subsídios governamentais 15

IRpj Imposto de Renda – Pessoa Jurídica 75

88

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

W Salários 55% do RFP

Lr Lucros retidos 120

L Lucros (inclusive Dividendos) 110

A Aluguéis 60

Trans Transferências governamentais

RLE Rendimentos Líquidos do Exterior 22% do PNB negativos

Ti Tributos indiretos 85

INSS Contribuições do INSS, PIS-PASEP, Cofins etc. 80

J Juros 65

Sf Poupança das famílias 20% da RPD

Com base no esquema abaixo, monte uma solução e responda às questões a seguir:

Denominação Sigla $ bilhões

PRODUTO INTERNO BRUTO PIB

Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior ±RLE

PRODUTO NACIONAL BRUTO PNB

Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d = -Ir

PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLpm

Menos: Tributos Indiretos -Ti

Mais: Subsídios +Subs

PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores PNLcf

RENDA NACIONAL = RN

Menos: Lucros retidos = Investimentos Líquidos das Empresas -Lr

Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas -IRPJ

Contribuições Sociais (INSS, PIS, COFINS etc.) -INSS

Somatório das remunerações dos fatores produtivos:

Σrfp

A Aluguéis

W Salários

J Juros

Ry Royalties

L Lucros

Mais: Transferências governamentais (Aposentadorias, pensões etc.)I +Trans

RENDA PESSOAL RP

Menos: Imposto de Renda das Pessoas Físicas -IRPF

RENDA PESSOAL DISPONÍVEL RPD

Menos: CONSUMO DAS FAMÍLIAS -CF

POUPANÇA DAS FAMÍLIAS Sf

Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas +Lr = +Sl e

POUPANÇA PRIVADALÍQUIDA = INVESTIMENTO NOVO Sl = Il

Mais: Depreciação = Investimento de Reposição +Ir = +d

POUPANÇA BRUTA = INVESTIMENTO BRUTO Sb = Ib

I – A carga tributária dessa economia é maior do que a participação dos salários.

II – Os gastos do governo são menores do que a formação bruta de capital.0

III – Excetuando os salários, a participação das remunerações dos demais fatores de produção supera a

formação líquida de capitais.

IV – Os lucros distribuídos (dividendos) são menores do que os lucros retidos.

a) Apenas I é uma declaração verdadeira.

b) Apenas II é uma declaração verdadeira.

c) Apenas III é uma declaração verdadeira.

d) Apenas IV é uma declaração verdadeira.

e) Nenhuma das respostas anteriores é verdadeira.

Os gastos governamentais não representam

a) Apenas 25,1% do PNB

b) Mais de 54,5% do Consumo das Famílias.

c) Aproximadamente 86,55% do Investimento Bruto privado.

d) Menos de 114% dos Rendimentos Líquidos favoráveis ao Exterior

e) Nenhuma das respostas anteriores é falsa.

89

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

A Renda Nacional e o Produto Nacional Líquido a custo de fatores são respectivamente

a) $ 875 e $ 945

b) $ 875 e $ 875.

c) $ 875 e $ 700.

d) $ 700 e $ 945.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

O Governo repassou ao setor privado da economia:

a) Mais de 46% dos seus próprios gastos..

b) Menos de 31% dos Tributos arrecadados

c) Tanto a) como b) estão certas

d) As respostas anteriores estão certas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

10. Em determinada economia são conhecidos os dados seguintes da Contabilidade Nacional, no ano x, em

$ bilhões:

a) PIB = Produto Interno Bruto 1.300

b) W = Salários 440

c) D = Depreciação = Investimento de Reposição 59

d) Subs = Subsídios governamentais às empresas 20

e) Lr = Lucros retidos 124

f) Cf = Consumo das famílias 604

g) J = Juros 80

h) Ti = Tributos indiretos 120

i) A = Aluguéis 50

j) Trans = Transferências governamentais 100

k) L = Lucros (mais Dividendos) 100

l) IRPF = Imposto de Renda – Pessoa Física 127

m) Ry = Royalties 30

n) IRPJ = Imposto de Renda – Pessoa Jurídica 100

o) INSS = Contribuições Sociais ( INSS, PIS, Cofins, FGTS etc.) 100

Determinar:

1) IPB = Investimento Privado Bruto

2) Sf = Poupança das famílias (Saving)

3) G = Consumo e Investimento (Gastos) do Governo

4) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior

5) RPD = Renda Pessoal Disponível

6) PNB = Produto Nacional Bruto

7) IPL = Investimento Privado Líquido ou Novo

8) RP = Renda Pessoal

9) PNLpm = Produto nacional Líquido a Preço de Mercado

10) RN = Renda Nacional

11) TxS = Taxa de Poupança da Economia

12) TxW = Taxa de participação do Trabalho na Economia

13) TxTr = Taxa de Tributação na Economia (Carga tributária)

14) TxIPL = Taxa de Investimento Privado Líquido (Formação de Capital)

15) TxRLE = Taxa de Remessa de Lucros para o Exterior

Solução:

PIB = Produto Interno Bruto =

RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior () –

PNB =Produto Nacional Bruto =

D = Depreciação = Investimento de Reposição –

PNLpm = Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado =

Ri == Tributos indiretos –

Subs = Subsídios governamentais às empresas +

PNLcf = Produto Nacional Líquido a Custos de Fatores =

RN = Renda Nacional =

Lr = Lucros retidos –

IRPJ = Imposto de renda – Pessoa Jurídica –

90

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

INSS = Contribuições do INSS, Pis, Pasep. Confins, etc. –

*Somatório das remunerações dos fatores:

W = Salários (Trabalho)

Σrfp:

+

A = Aluguéis (Recursos Naturais) +

J = Juros (Capital) +

Ry = Royalties (Tecnologia) +

L = Lucros / Dividendos (Empresariedade) + =

Trans = Transferências governamentais (Aposentadorias, pensões etc.) +

RP = Renda Pessoal =

IRPF = Imposto de renda = Pessoa Física –

RD = Renda Disponível =

Cf = Consumo das famílias –

Sf = Poupança das famílias =

Lr = Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas +

Sl =Il = Poupança Líquida ou Investimento Líquido =

D = Depreciação = Investimento de Reposição = Ir +

Sb = Poupança Privada Bruta = Ib = Investimento Privado Bruto =

T = Carga Tributária = Ti + IRPJ + INSS + IRPF = 120+100+100+127

G = Gastos do Governo=

Custeio + Investimentos

Ti = Tributos indiretos +

Subs = Subsídios –

IRPJ = Imp. Renda - P. Jur. +

INSS = Contribuições +

Trans = Transferências –

IRPF = Imp. Renda - P. Fís. + =

Cf = Consumo das Famílias (Pessoas) =

PNB =Produto Nacional Bruto = CF + SPB + G = CF + IPB + G =

10) Em determinada economia são conhecidos os dados seguintes da Contabilidade Nacional, no ano 2xxx,

em US$ bilhões:

a) W = Salários 630

b) D = Depreciação ou Investimento de Reposição 70

c) Subs = Subsídios governamentais às empresas 20

d) Lr = Lucros retidos 50

e) Sf = Poupanças das famílias 190

f) J = Juros 100

g) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior (negativos) (250)

h) INSS = Contribuições Sociais (INSS, PIS, Cofins, FGTS etc.) 80

i) A = Aluguéis 50

j) Trans = Transferências governamentais aposentadorias, pensões etc.) 130

k) IRPF = Imposto de Renda (tributos diretos) de Pessoas Físicas 180

l) Ry = Royalties 40

m) IRPJ = Imposto de Renda (tributos diretos) de Pessoas Jurídicas 70

n) L = Lucros 130

o) TI = Tributos Indiretos 150

Determinar:

1) Ib = Investimento Privado Bruto

2) Sf = Consumo das famílias

3) G = Gastos do Governo = Custeio + Investimentos

4) PIB = Produto Interno Bruto

5) RPD = Renda Pessoal Disponível

6) PNB = Produto Nacional Bruto

7) Il = Investimento Privado Líquido ou Novo

8)

9)

RP

CG

= Renda Pessoal

= Custeio do Governo (94% de seus Gastos)

10) PNLPM = Produto nacional Líquido a Preço de Mercado

11) RN = Renda Nacional

12) TxSE = Taxa de Poupança Bruta da Economia (Privada + do Governo)

13) TxS = Taxa de Poupança Bruta da Economia (Privada e do Governo)

91

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

14) TxW = Taxa de participação do Trabalho na Economia

15) TxTr = Taxa de Tributação na Economia (Carga tributária)

16) TxIl = Taxa de Investimento Privado Líquido (Formação Líquida de Capital Privado)

16) TxG = Taxa de Gastos (Custeio e Investimento) do Governo

Denominação Sigla US$ bI

PRODUTO INTERNO BRUTO: fluxo de todas as rendas geradas dentro das

fronteiras geográficas do país por nacionais e estrangeiros

PIB

Mais/Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior: diferença entre a renda recebida

do e a enviada ao exterior como lucros, juros, royalties e assistência técnica etc.

±RLE

PRODUTO NACIONAL BRUTO: rendas efetivamente dos nacionais PNB

Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d ou Ir

PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLPM

Menos: Tributos Indiretos (ICMS, IPI -Ti

Mais: Subsídios governamentais às Empresas Sub

PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores ou PNLcf

RENDA NACIONAL = RN

Menos: Lucros retidos ou Poupança Líquida das Empresas -Lr ou SLE

Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Jurídicas -IRPJ

Contribuições Sociais (INSS, PIS, Cofins etc.) -INSS

SOMATÓRIO das remunerações dos fatores produtivos:

A – ALUGUÉIS (Remunerações dos Recursos Naturais ou Terra)

W – SALÁRIOS (Remunerações do Trabalho)

J – JUROS (Remunerações do Capital}

Ry – ROYALTIES (Remunerações da Tecnologia)

L – LUCROS (Remunerações da Empresariedade)

ΣRfp

Mais: Transferências do Governo (aposentadorias, pensões, indenizações etc.) Trans

RENDA PESSOAL RP

Menos: Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Físicas -IRPF

RENDA PESSOAL DISPONÍVEL RPD

Menos: CONSUMO DAS FAMÍLIAS -CF

POUPANÇA DAS FAMÍLIAS SF

Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas (Sle) Lr ou SLE

POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO PRIVADO LÍQUIDO ou

NOVO

SPL=IPL

Mais: Depreciação = Investimento de Reposição d ou IR

POUPANÇA PRIVADA BRUTA = INVESTIMENTO PRIVADO BRUTO SPB=IPB

Referências bibliográficas: ATTIYEH, R. e outros. Introdução Programada à Microeconomia. São Paulo:

Atlas,1973. MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São Paulo: Thomson

Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São Paulo:

Saraiva, 2001.

92

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

10– Economia monetária – Sistema monetário Nacional:

Definição de moeda: qualquer coisa que, em determinada comunidade, serve como

instrumento geral de troca e medida comum de valor; o conjunto de ativos da economia

que as pessoas usam regularmente para comprar bens e serviços . ,

Histórico da moeda: 1) escambo (na economia natural ou primitiva): – troca de mercadoria por outra;

2) moeda mercadoria: emprego de uma mercadoria como meio de troca.Qualidades requeridas desta

moeda: durabilidade, divisibilidade, homogeneidade e facilidade de manuseio e transporte.

Principais mercadorias utilizadas como moeda:

Antiguidade (até 476 d.C) Idade Média (476 a 1453)

Egito Cobre Ilhas Britânicas Moedas de couro, gado, ouro, prata

Babilônia, Assíria Cobre, prata, cevada Alemanha Gado, cereais, mel

Pérsia Gado (Pecus) Islândia Gado, tecidos, bacalhau

Bretanha Barras de ferro, escravos Noruega Gado, escravos, tecidos

Índia Animais, arroz, metais Rússia Gado, prata

China Conchas, seda, sal, cereais China Arroz, chá, sal, estanho, prata

Roma e Grécia Gado, escravos, metais Japão Anéis de cobre, pérolas, arroz

Idade Moderna ( 1453 a 1789)

EUA Fumo, cereais, madeira, gado França Metais preciosos, cereais

Austrália Rum, trigo, carne Japão Arroz

Canadá Peles, cereais Brasil Ouro, açúcar, café, cacau

3) moeda metálica: monometalismo (ouro ou prata) e bimetalismo (ouro e prata, valendo esta mais ou

menos 2% daquele). As primeiras moedas foram cunhadas na Lídia (Àsia Menor), seis séculos antes

de Cristo: eram peças de ouro e prata encomendadas a artesãos. Os gregos usaram a moeda em

ambiente de estabilidade, mas os romanos registraram historicamente o uso da desvalorização

monetária por irresponsabilidade fiscal de seus governantes.

4) moeda-papel: certificado de depósitos (transferível e com lastro em metais preciosos – padrão ouro,

por exemplo);

5) papel-moeda (inclusive moedas fracionárias): moeda fiduciária, moeda sem valor intrínseco, moeda

legal ou moeda de curso forçado – certificado inconversível usado como moeda por lei, por decreto

governamental.

Funções da moeda: a) meio de troca: o que o comprador dá ao vendedor quando compra bem e serviços;

b) unidade de valor ou de conta: padrão de medida usado para anunciar preços e registrar contas;

c) meio de pagamentos diferidos (futuros) ou créditos concedidos;

d) reserva de valor: o que se usa para transferir poder de compra do presente para o futuro. Somente a

moeda sem inflação econômica é que tem esta função.

Características da moeda:

Inalterabilidade (indestrutibilidade!): ser resistente a inúmeras relações de troca e protegidas contra

falsificações;

Homogeneidade: rigorosamente igual (se existir em formas diferenciadas) ao representar um valor;

Divisibilidade: possuir múltiplos e submúltiplos (fragmentar-se sem perda de valor);

Transferibilidade: circular sem dificuldade,pois tem curso legal imposto pelo Estado;

Facilidade de manuseio e transporte: comodidade de uso e ponderabilidade.

Tipos de moeda: em seu sentido mais verdadeiro, tendo liquidez perfeita: I – Moeda manual (MM): cédulas e moedas fracionárias (Papel-moeda e divisionárias em poder do

público);

II – Moeda escritural ou bancária (ME): saldos de depósitos à vista do público.

Liquidez: a facilidade com que um ativo pode ser convertido em meio de troca da

economia. A Moeda1 (M1) é o ativo mais líquido (liquidez perfeita), converte-se em

qualquer bem/serviço em tempo real (na hora). A liquidez dos demais ativos varia

muito.

Emissão e controle de moeda: cabe ao Congresso Nacional dispor sobre “moeda, seus

limites de emissão e montante da dívida mobiliária federal” e “a competência da União

93

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central”. (CF, art. 48, XIV

e art. 164)

Alguns conceitos muito relevantes:

Papel-moeda emitido (PME) = Moeda legal existente = Papel-moeda em circulação

(PMC) + Encaixe das autoridades monetárias (EAM);

Base monetária (B) = Meio circulante = Papel-moeda em circulação (PMC) =

Papel-moeda em poder do público (PMPP) + Encaixe bancário em papel-moeda

(EBC).

Papel-moeda em poder do público (PMPP): cédulas e moedas em mãos das pessoas

físicas e jurídicas, exceto empresa bancária.

Encaixe bancário (EBC): cédulas e moedas nos cofres dos bancos comerciais.

Oferta de moeda: a quantidade de moeda disponível na economia.

Ativos líquidos stricto sensu: meios de pagamento (MP) + quase-moeda (QM).

Ativos líquidos lato sensu: ativos líquidos stricto sensu + ações, debêntures, apólices

de seguro resgatáveis, imóveis, jóias etc.

Demanda de moeda: as pessoas têm preferência pela liquidez por três motivos:

1) motivo transacional: para fazer suas compras de bens e serviços;

2) motivo de precaução: para garantir-se no futuro próximo ou remoto;

3) motivo especulativo: para obter rendas com esse ativo especial.

Teoria da preferência pela liquidez: teoria de Keynes segundo a qual a taxa de juros

se ajusta para equilibrar a oferta e a demanda pó moeda.

Moeda (M1) = Meios de pagamento (MP) = Papel-moeda em poder do

público(PMPP) + Depósitos à vista do público (DVP). Tem liquidez perfeita,

transforma-se imediatamente em qualquer bem ou serviço (“toma a forma do vaso!”)

Quase-moeda (QM) = Depósitos a prazo (DP) + Poupanças (S) + Títulos e bônus do

Governo (TBG) + outros haveres, exceto M1. Quase-moeda tem liquidez imperfeita,

relativa.

Moeda (M2) = M1 + Títulos da Dívida Pública Federal (TDPF) + Títulos da Dívida

Pública Estadual e Municipal (TDPEM).

Moeda (M3) = M2 + Depósitos de poupanças (Saving = S).

Moeda (M4) = M3 + Títulos de emissão do Sistema financeiro: Certificados de

Depósitos a Prazo (CDP), Letras de Câmbio (LC), Letras Hipotecárias (LH) etc..

Exemplo 1: Oferta monetária do Brasil – R$ bilhões e percentuais (modificado) Conceitos Saldos %

Papel-Moeda Emitido (PME)

Menos: Encaixe das Autoridades Monetárias (EAM) 30.000

(9.500)

Papel Moeda em Circulação (PMC) = Meio Circulante

Menos: Encaixe em moeda corrente do sistema bancário (EBC) 20.500

3.351

Papel moeda em poder do público (PMPP) 17,149 3,44

Depósitos à vista do público (DVP) 28,752 5,76

Meios de pagamento = MOEDA1 (M1) 45.901 9,20

Fundos de aplicação financeira (FAFI)* diferente no exemplo 2 abaixo

5.943 1,19

Títulos da dívida pública federal (TDPF) 225.047 45,11

Títulos da dívida pública estadual e municipal (TDPEM) 10,124 2.03

MOEDA2 (M2) 287.015 55,5

Depósitos de cadernetas de poupança (S) 111.974 22,45

MOEDA3 (M3) 398.989 80,0

Títulos de emissão do sistema financeiro:certificados de

depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias etc.

99.878

20,0

MOEDA4 (M4) 498.867 100,00

94

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Exemplo 2: ATIVOS FINANCEIROS – Antes de set.. 2001 – $ bilhões (modificado)

Papel-Moeda Emitido (PME) 92,5

Menos: Encaixe das Autoridades Monetárias (BCB) (10,0)

Papel-Moeda em Circulação (PMC) = Meio Circulante (MC) 82,5

Menos: Encaixe dos Bancos Comerciais (EBC) (4,5)

Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP) 78,0 4,14%

Mais: Depósitos à Vista do Público (DVP) 154,0 8,17%

Meios de Pagamento – MOEDA1 (M1) 232,0 12,31%

Mais: Títulos da Dívida Pública (Federal, Estadual e Municipal) –(TDP) 549,0 29,12%

MOEDA2 (M2) 781,0 41,43%

Mais: Fundos de Investimentos Financeiros (FIF)*ver exemplo anterior (era diferente)

577,0 30,62%

Poupanças (S) 260,0 13,79%

MOEDA3 (M3) 1.618,0 85,84%

Mais: Depósitos a prazo, títulos privados e outros 267,0 14,16%

MOEDA4 (M4) 1.885,0 100,00%

Monetização e desmonetização da economia: criação e destruição de moeda (por

ação dos Bancos Comerciais que captam depósitos e fazem empréstimos ao público): a) aumento de empréstimos ao setor privado (monetização do sistema);

b) resgate de um empréstimo no banco (desmonetização do sistema);

c) transformação de um depósito a prazo em depósito à vista ou saque (monetização);

d) contratação de um depósito a prazo (desmonetização);

e) obrigação de recolhimento de Depósitos compulsórios ao Banco Central (indiretamente,

desmonetização; por que?);

f) venda de títulos do governo aos Bancos (“enxugamento” e,indiretamente, desmonetização etc.

Reformulação conceitual e metodológica dos Meios de pagamento (ampliados) e

haveres financeiros a partir de setembro/2001 – agora não mais ordenados pelo

grau de liquidez, mas sim por seus sistemas emissores:

Meios de Pagamento (abrangentes ou lato sensu) 2002 2003 2004

R$ % R$ % R$ %

Papel-moeda em poder do público (PMPP) 42.351 5,2 43.064 4,5 51.949 4,7

Depósitos à vista do público 65.495 8,1 66.584 6,9 75.911 6,8

Moeda1 = M1 = Meios de Pagamento (stricto sensu) 107.846 13,4 109.648 11,4 127.860 11,5

Depósitos para investimentos (especiais remunerados) 369 0,0

Depósitos de poupança 140.896 17,4 144.118 15,0 158.911 14,3

Títulos privados (Depósitos a prazo, Letras de câmbio,

Letras imobiliárias e Letras hipotecárias do Mercado

primário)

148.761 18,4 159.128 16,6 204.959 18,4

Moeda2 = M2 397.503 49,2 412.895 43,0 492.099 44,3

Cotas de fundos de renda fixa 279.560 34,6 408.096 42,5 476.670 42,3

Operações compromissadas com títulos federais 11.205 1,4 17.394 1,8 20.308 1,8

Moeda3 = M3 688.269 85,2 838.386 87,3 909.077 89,0

Títulos federais (Selic) 117.332 14,5 119.373 12,4 120.069 10,8

Títulos estaduais e municipais 1.922 0,2 2.302 0,2 2.678 0,2

Moeda4 = M4 807.523 100,0 960.061 100,0 1.111.824 100,0

95

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Multiplicador da base monetária (m): sendo

Moeda1 = M1 = MP = PMPP + DVP

Base monetária =B = PMC = PMPP + EBC,

Multiplicador =B

M

PMC

MPm 1 .

Com os dados do Exemplo 1 acima, 24,2500.20

901.45

351.3149.17

752.28149.17

m

Os pais dos bancos centrais: hoje se compreende,com relativa clareza, a relação entre

quantidade de moeda, preços e juros. Deve-se isso, em boa medida, a quatro luminares:

1. David Hume (1711-1776): o escocês explicou que o aumento do volume de dinheiro em circulação

na economia aumenta a atividade em um primeiro momento, mas no longo prazo o efeito é nulo.

2. Alfred Marshall (1.842-1924): o inglês argumentou que o excesso de liquidez tem efeito

inflacionário, que, ao fim e ao cabo, diminui o poder de compra e força o aumento dos juros.

3. Knut Wicksell (1851-1926): o sueco criou o conceito de “taxa de juros natural”, o Santo Graal

procurado por todos os BCs, em que a poupança e o consumo se equilibram de modo que a

economia trabalhe no potencial máximo sem inflação.

4. Irwing Fisher (1867-1947): o americano exprimiu matematicamente a relação entre a quantidade

de moeda e seu efeito na taxa de juros.

Organização do Meio Circulante

Casa da Moeda

Banco Central (Departamento do Meio Circulante - RJ)

Remessas

Custódia

Banco Central (Representações regionais do Departamento do MeioCirculante - RJ)

Custodiante (agências custodiantes)

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Atendimento

Rede bancária

Teoria quantitativa da moeda e inflação

Proposição de Irving Fisher: segundo a qual a velocidade de circulação (V) do

dinheiro (moeda = M) é razoavelmente estável numa economia sem inflação e,

portanto, o gasto total PQqpn

i ii 1 é fundamentalmente influenciado pela

quantidade de moeda. É a tautologia PQ = MV, onde M é a quantidade de moeda; V é

a velocidade de circulação da moeda; P é o nível geral de preços e Q, as quantidades

de bens e serviços produzidas, o PIL ou renda nacional.

Inflação: aumento contínuo e generalizado dos preços (nível geral de preços).

Curiosidade: em 1808, com a vinda da corte real, o monarca criou o Banco Brasil que

era seu banco particular. A emissão de dinheiro foi excessiva, e a moeda acabou

desvalorizando. Foi a primeira inflação brasileira...

Quando o dinheiro acaba em cinzas: exemplos históricos: – Alemanha: 1918: 3 marcos = US$ 1,00; 1923: US$ 1,00 = 4.200.000.000 marcos;

– Hungria: 1946: notas de 100 quintilhões; dinheiro em circulação no país = US$ 0,01;

– Brasil: 1980 a 1994 (Plano real): IPCA = 10,5 tri % = 10.500.000.000.000%. Em 1993: taxa anual

atingiu 2.477% ou mais de 50% ao mês;

– Zimbabue: 2008: inflação anual de 231.000.000%. Para controlá-la, o país abdicou das divisas e

funciona agora em dólares, euros e rands (da vizinha África do Sul)

Tipos de inflação: a) de custos ou de oferta (preços mais altos do trabalho, matéria prima etc.);

b) de demanda (excesso de moeda na mão da população e crédito);

c) mista (de oferta e de demanda a um só tempo);

d) inercial: decorrente de indexação (correção monetária);

e) psicológica: decorrente de expectativas.

Desinflação: diminuição no índice geral de preços (IGP).

Índice Geral de Preços do Mercado, mais conhecido como IGP-M, (ou IGP-DI) registra a

inflação de preços desde matérias primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais. O valor desse

índice é usado como base para calcular reajustes nos preços dos aluguéis. O IGP-M resulta da pesquisa

de outros três índices:

- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA),

- Índice de Preços ao Consumidor (IPC),

- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Cada um tem, respectivamente, 60%, 30% e 10% de peso no cálculo final, resultando no IGP-M. Para

calcular o IPC, por exemplo, são pesquisadas as variações de preços de alimentos, transporte, educação,

vestuário e muitas outras coisas que você, enquanto consumidor, compra diariamente. As pesquisas são

feitas pela Fundação Getúlio Vargas, sempre entre o dia 21 do mês anterior, até o dia 20 do mês atual.

Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (ou Amplo) – IPCA: Este índice é calculado

nas áreas metropolitanas de Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília,

Goiânia, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém, pelo IBGE. Mede a inflação das famílias de renda mensal

de 1 a 40 salários mínimos. O é usado pelo Banco Central do Brasil no sistema de metas.

Hiperinflação: inflação descontrolada (hot money).

Deflação: ocorrência em que o meio circulante é inferior às necessidades da economia.

97

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Depressão econômica: deflação muito persistente ou situação em a capacidade

aquisitiva se retrai e os volumes de produção e consumo se reduzem, estagnando a

economia. Período amplo de desemprego maciço e excesso de capacidade instalada.

Estagflação: coexistência de uma alta taxa de desemprego (estagnação econômica)

com inflação.

Curva de Phillips: estudando a economia inglesa de 1861 a 1957, o inglês A. W.H. Phillips

observou a existência de uma relação inversa não linear entre os níveis de emprego e as taxas de

inflação (Curva de Phillips): taxa de desemprego no eixo de x e taxa de inflação no eixo de y, a curva

decrescente da esquerda para a direita cruza o eixo horizontal no ponto que representa o desemprego

natural da economia (também conhecido como desemprego friccional que ocorre por desajuste ou falta

de mobilidade entre a oferta e demanda de mão-de-obra). Em 1960, Paul Samuelson e Robert Solow

publicaram um artigo na American Economic Review intitulado “Análise da Política Antiinflacionária”

no qual mostraram uma correlação negativa semelhante entre o dados de inflação e desemprego nos

Estados Unidos. A figura a seguir mostra um exemplo de curva de Phillips idêntica àquela observada

por Samuelson e Solow:

Gráfico

O Plano Real que derrotou a inflação: lançado oficialmente no dia 1º de julho de 1994, mudou a

história econômica do Brasil. Antes dele, a praga da inflação (que chegou a impressionantes 2.477% em

1993) devastava as finanças de milhões de brasileiros, corroia os lucros das empresas e impelia o País

para o vício da correção monetária. O plano costurado por Fernando Henriques Cardoso, à época

ministro da Fazenda da Itamar Franco, não só debelou o monstro inflacionário como abriu caminho para

a estabilidade. Segundo o próprio FHC, seu principal acerto foi ter fugido de pacotes mirabolantes

ancorados no congelamento de preços, prática até então freqüente no Brasil. Em vez disso, o Plano Real

desindexou a economia, preservando assim o poder de compra da massa trabalhadora. Quase duas

décadas depois, não é exagero dizer que o plano fixou os alicerces necessários para sustentar o

crescimento que viria mais adiante. Seus efeitos positivos são visíveis hoje em dia. É impossível não

associar o aumento do poder aquisitivo das famílias e o surgimento de uma imensa classe de

consumidores à profunda transformação desencadeada em 1994. Desde o seu lançamento, apesar das

críticas feitas pela oposição, verdade é que a política econômica nascida do Plano Real preparou o Brasil

para enfrentar um mundo globalizado e inaugurou seguramente uma era de estabilidade monetária.

98

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Inflação antes e depois do Plano Real

Jan/1994 42,19% Abr/1994 42,46% Jul/1994 6,08%

Fev/1994 42,41% Mai/1994 40,95% Ago/1994 5,46%

Mar/1994 44,83% Jun/1994 46,58% Set/1994 1,51

Armas para combater a inflação: durante quase 30 anos (final do século passado), a inflação foi a vilã

que travou o crescimento da economia brasileira. Com a estabilidade (a partir de 1994), o fantasma da

alta desenfreada de preços não assusta mais. É prudente, porém, não deixar o dragão ganhar asas. Em

2011, o aumento do preço dos alimentos, dos combustíveis e das tarifas de água, luz e telefone deixa a

inflação acima da meta de 4,5% estabelecida pelo governo – e isso apesar das medidas recentes de

contenção como o cerco ao crédito, a elevação dos impostos e o aumento das taxas de juros. Assim,

comprar à vista, fazer pesquisa de preços sempre, traçar itens do consumo por produtos que não tenham

sofrido aumento, ver as vantagens dos produtos importados etc. são medidas para combater a inflação da

pessoa.

Tempestade perfeita: uma confluência de cinco fatores colocou (julho/2011) as cidades brasileiras

entre as mais caras do mundo – em 2010, São Paulo (21ª), Rio de Janeiro (29ª) e Brasília (70ª), passaram

a ser, em 2011, São Paulo (10ª), Rio de Janeiro (12ª) e Brasília (33ª):

a) Câmbio: descontada a inflação, o real nunca esteve tão valorizado (Taxa de câmbio: R$ 1.57);

b) Impostos: a carga tributária brasileira é de quase 40% do PIB, e boa parte dela está embutida nos

preços de produtos e serviços;

c) Crédito: a oferta de empréstimos para o consumo aumentou 20% neste ano (2011) no Brasil;

d) Concentração: na última década, em 14 setores da economia houve concentração e, portanto,

diminuição da concorrência;

e) Otimismo recorde: seis em cada dez brasileiros acreditam que a economia vai melhorar ainda

mais no próximo ano.

Preço de banana? Que nada! Para nós, é mais caro:

a) TV de LED 40’ em dólares: BRASIL (2.000), Argentina (1.900), França (1.700), EUA (1.100) e

China (820). As empresas brasileiras culpam o custo logístico e não as vendas parceladas e os

juros embutidos, além da carga tributária;

b) Honda Civic, em dólares: BRASIL (67.000), Argentina (43.000), França (35.000), China (31.000)

e EUA (25.000). Nos Estados Unidos, o imposto é de 6% do valor do carro.

c) Tarifa de celular, preço médio por minuto em dólares: BRASIL (0,60), Argentina (0,49),

França (0,44), EUA (0,17) e China (0,06). A taxa de interconexão no Brasil (linha fixa para móvel

ou entre operadoras diferentes) é 0,42 cents por minuto, a maior do mundo.

d) iPad 16 GB, em dólares: BRASIL (1.649), Argentina (1.344), França (1.110), China (893) e EUA

(785).

e) Eletricidade quilowatt-hora em dólares: BRASIL (0,27), França (0,27), EUA (0,18), China

(0,12), Argentina (0,04). Tributos embutidos.

f) Internet, assinatura básica mensal em dólares: França (57), Argentina (49), BRASIL (44), EUA

(31) e China (28). Há falta de competição no Brasil.

g) Hotel Hilton, diária em dólares: Buenos Aires (568), SÃO PAULO (530), Paris (468), Nova

York (382) e Pequim (381); e

h) Big-Mac, em dólares: Suíça (6,78), BRASIL (6,21), Zona do Euro (4,79), Canadá (4,18), Japão

(3,91), EUA (3,69), Reino Unido (3,63), Singapura (3,46), Coreia do Sul (3,03), África do Sul

(2,79), México (2,58), Tailândia (2,44), Rússia (2,39), Malásia 2,25) e China (2,18). .(Economist).

i) Aluguel comercial mensal, metro quadrado em dólares: Hong Kong (359), Londres (348),

Tóquio (248) e RIO DE JANEIRO (179) . Pouco espaço e crescimento da indústria do petróleo.

Euforia de fôlego curto: o Brasil entrou em um ciclo de prosperidade em 2004. Virado o capítulo da

estabilização monetária, a inflação permaneceu estável e baixa, e o real se valorizou. As pessoas e as

empresas se beneficiaram do cenário de maior previsibilidade. A oferta de crédito deu um salto e o

consumo ganhou força. A taxa de desemprego caiu pela metade de 12% para 6%, atualmente em 2012.

A renda dos mais pobres avançou em uma velocidade superior à dos mais ricos, e a desigualdade,

embora ainda muito elevada, recuou aos níveis mais baixos desde o início dos anos 70. Os avanços em

relação ao passado recente de crises e miséria crescente são indiscutíveis. Mas as forças propulsoras

desse ciclo de prosperidade podem estar perto do fim...O rápido crescimento dos últimos oito anos,

99

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

apenas brevemente tisnado pela crise financeira internacional (2008 em diante) foi possível por fatores

como a valorização acentuada no preço dos produtos exportados pelo Brasil, cujo valor médio quase

triplicou na última década, e também pelo crescente endividamento das famílias brasileiras. O resultado

foi o fortalecimento do real e a ampliação do poder de compra dos brasileiros. O PIB acabou sendo

puxado, em todo esse período, pelo consumo interno. A capacidade produtiva do país, porém, pouco

avancou. Houve uma discrepância entre o total fabricado no país e soma daquilo consumido. Entre 2005

e 2011, as vendas do comércio avançaram a um ritmo de 8,1% ao ano, mas a produção industrial

registrou um crescimento médio de 2,4%. Esse descompasso deve-se à falta de competitividade dos

fabricantes nacionais que perderam espaço para os importados. Perseverar na política de estímulo ao

consumo e no endividamento aprofundará os desequilíbrios. É necessário, agora, incentivar os

investimentos e os ganhos de produtividade, reduzindo a burocracia, aprimorando a educação, desatando

os nós da infraestrutura, melhorando os gastos do governo e adequando a carga tributária considerada

muito alta e destorcida. Um estudo sério revela que o Brasil perde um PIB por década em decorrência

dos tributos elevados e dos gastos públicos ruins. Fazendo as reformas adiadas durante os anos de

euforia, o país poderia crescer ,a 6% ao ano...

Produtividade e crescimento econômico: aumento de produtividade requer mais educação, ciência,

tecnologia, inovação, melhoria infraestrutural, qualidade de tributação, gestão de governo e das

empresas, direito de propriedade, respeito a contratos e menos, muito menos corrupção e desperdício.

Isso leva muito tempo para ser plantado e amadurecer. Mas produtividade é o atalho para o crescimento.

Ela precisa ser trabalhada durante um período de tempo para poder dar seus frutos mais adiante e a

continuidade de colheitas dependerá sempre de mais plantações de produtividade. Em economias

desenvolvidas, ela chega a explicar mais de 80% da expansão do PIB. Mais de um terço do crescimento

do PIB brasileiro no período de Lula (média anual de 4,1%) é explicado pelo aumento de produtividade

semeado no governo FHC. Lula começou o seu governo plantando reformas microeconômicas, melhoria

do crédito, financiamentos habitacionais. Em 2005, o ímpeto reformista foi abandonado e focou-se a

demanda: a bem sucedida ação para estimular o consumo na crise de 2008 pareceu dar razão à estratégia.

“Um modelo de crescimento baseado no consumo é desejável e funciona quando a oferta cresce de

forma compatível com a demanda”. O Capital físico não evoluiu, nem com “foguetório” do PAC. “Na

ausência de novos plantios, diz Mailson da Nóbrega, a produtividade do capital físico e da mão-de-obra

diminuiu. A indústria de transformação passou a ter produtividade negativa. O potencial de crescimento

caiu”. Se não voltarem as reformas e o plantio de produtividades, a economia brasileira dificilmente vai

avançar. Mesmo se o aumento de produtividade voltar a acontecer agora, os resultados somente virão

em períodos futuros...

100

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Mercado financeiro

I – Classificação:

Mercado de haveres monetários: – moeda bancária

– bancos comerciais e algumas instituições oficiais

– negócios de curto prazo e médio prazo, na maioria das vezes

– capital de empréstimos e financiamentos

– dois segmentos, a saber: Mercado monetário e Mercado de Crédito.

Mercado de haveres não monetários:

1) quase-moeda – instituições captadoras de poupanças – médio e longo prazo –

capital de empréstimo;

2) poupança compulsória – bancos de desenvolvimento – médio e longo prazo -

capital de investimentos;

3) poupança voluntária para aplicações de risco – instituições do mercado de ações -

capital de risco.

II – Outra classificação

Mercado monetário: atende as necessidades de recursos de curtíssimo prazo, suprindo necessidades de

caixa dos agentes econômicos, inclusive bancos comerciais. A oferta de liquidez neste mercado é afetada

pelas operações de mercado aberto, executadas pela Banco Central. Exemplos: Fundo-Ouro, open-

market, hot-money, CDI etc.

Mercado de crédito: nesse segmento são atendidas as necessidades de recursos de curto, médio e longo

prazo, suprindo principalmente a demanda de crédito para aquisição de bens de consumo duráveis e a

demanda de capital de giro das empresas. A oferta neste mercado é determinada fundamentalmente pelas

instituições bancárias. Exemplos: crédito rápido, desconto de duplicatas, PASEP, giro etc. Os

financiamentos de longo prazo (investimentos) são atendidos, em geral, por instituições oficiais de

crédito como Banco do Brasil e BNDES.

Mercado de capitais: este segmento supre as exigências de recursos de médio e de longo prazo,

principalmente com vistas à realização de investimentos de capital. A oferta é feita por instituições não

bancárias, dentre as quais se destacam as bolsas de valores. Exemplos: compra e venda de ações,

debêntures etc.

Mercado cambial: neste mercado são realizadas as operações de:

– compra de moeda estrangeira (compra de câmbio) para importação;

– venda de moeda estrangeira (venda de câmbio) das exportações;

– compra ou venda de câmbio, para viagens, turismo, remessas de lucros, doações etc.

As operações no mercado cambial são realizadas por instituições financeiras – bancos e casas de câmbio

– autorizadas pelo Banco Central.

Conselho (Comitê) de Política Monetária (COPOM): colegiado que dita a política

monetária no Brasil – oferta de moeda, taxa básica de juros (SELIQ), controle

inflacionário etc.

III – Mais duas classificações complementares:

Mercados Primários e Secundários: naqueles se realiza a primeira compra / venda de

um ativo (ação, debênture etc.) recém-emitido; nestes se negociam ativos financeiros já

negociados anteriormente.

Mercados à Vista, Futuros e de Opções: os primeiros negociam apenas ativos com

preços à vista; os mercados futuros negociam os preços de certos ativos e de

101

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

mercadorias para determinada data futura; e os últimos negociam opções de compra /

venda de determinados ativos em data futura.

Composição do Sistema financeiro brasileiro:

– Órgãos normativos:Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de

Seguros Privados (CNSP) e Conselho de Gestão da Previdência Complementar

(CGPC);

– Entidades supervisoras: Banco Central do Brasil (BACEN), Comissão de Valores

Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), IBR – Brasil

Resseguros e Secretaria da Previdência Complementar (SPC);

– Operadores (instituições captadores de depósitos à vista): Bancos Múltiplos (BM),

inclusive Banco Brasil S/A – maior custodiante da moeda fora do BACEN, Bancos

Comerciais (BC), Caixa Econômica Federal (CEF) e Cooperativas de Crédito (CC);

– Demais instituições financeiras: Agências de Fomento (AF), Associações de

Poupanças e Empréstimos (APE), Bancos de Desenvolvimento (BD), Bancos de

Investimentos (BI), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES), Companhias Hipotecárias (CH), Cooperativas Centrais de Crédito (CCC),

Sociedades de Créditos, Financiamentos e Investimentos (Financeiras), Sociedades de

Crédito Imobiliário (SCI) e Sociedade de Crédito ao Microempreendedor (SCE);

– Outros intermediários financeiros e administradores de recursos terceiros:

Administradoras de Consórcios (AC), Sociedades de Arrendamento Mercantil

(Leasing), Sociedades Corretoras de Câmbio (SCC), Sociedades Corretoras de Títulos

e Valores Mobiliários (CCVM) e Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores

Mobiliários (DTVN)

– Instituições auxiliares: Bolsas de Mercadorias e Futuros, Bolsas de Valores,

Sociedades Seguradoras, Sociedades de Capitalização, Entidades Abertas de

Previdência Complementar, Entidades Fechadas de Previdência Complementar

(Fundos de Pensão) e Agentes autônomos.

Estrutura funcional do Sistema financeiro nacional

COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA NACIONAL (COPOM)

Banco Central do Brasil – BACEN

BNDES BB CVM

Bancos. regionais de

desenvolvimento

Instituições

Bancárias

Instituições não

bancárias

Instituições

auxiliares

BNB S.A.

BASA

Bancos. Estaduais de

desenvolvimento

Bancos Comerciais

Bancos múltiplos

CEF

CE estaduais

BI

Sociedade de crédito,

financiamento e

investimento

Sociedade de crédito

imobiliário

Associação de poupança e

empréstimo

Cooperativa. de crédito

Bolsas de valores

Sociedades corretoras

Socciedades

distribuidoras

Fundo de.

investimento

Cia. seguradoras

Agentes autônomos

102

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Planeta Finanças – Gigante mas gasoso

1980 2006

Ativos financeiros 12 trilhões de dólares 170 trilhões de dólares

Crescimento de 1.317%

PIB mundial 10 trilhões de dólares 48 trilhões de dólares

Crescimento 380%

Composição dos Ativos Financeiros

Ações

Depósitos bancários

Títulos de dívidas privadas

Reservas internacionais e títulos públicos

55 trilhões de dólares

45 trilhões de dólares

44 trilhões de dólares

26 trilhões de dólares

Relação AF/PIB 120% 354%

N.º de países com AF>PIB 33 72

Alguns exemplos de AF/PIB:

Japão

EUA

Inglaterra

França

China

Chile

Índia

BRASIL

Rússia

446%

424%

422%

350%

307%

250%

202%

200%

162%

Viciados em risco:

Recomendação do BIS - Bank for

International Settlements

Ex:

Merrill Lynch (comprada pelo Bank of

América por 38,2 bi de dólares

Lehman Brothers (4º maior banco de

investimento dos EUA)

Goldman Sachs

Citigroup

12 dólares para cada dólar em caixa

31 dólares para cada dólar em caixa

30 dólares para cada dólar em caixa

25 dólares para cada dólar em caixa

18 dólares para cada dólar em caixa

Alguns termos em inglês, idioma oficial do mundo das finanças, têm tradução satisfatória para o

português. Outros nem tanto. Para entender a crise, é bom conhecer todos (Cláudio Gradilone)

Alavancagem – É a operação em que bancos de investimento fazem apostas no mercado cujo valor é até

quarenta vezes seu patrimônio – quando o limite máximo de segurança recomendado internacionalmente é

doze vezes (12:1). A fórmula mais simples de medi-la é L = D / E, em que L é leverage (alavancagem), D é

debt (dívida) e E é equity (patrimônio).

Bail-out – Pronuncia-se "beil aut". É o socorro financeiro que o governo dá a empresas falidas ou a setores

inteiros da economia – no caso atual, o financeiro. Começou a ser usado em economia nos anos 50. Antes se

referia principalmente ao ato de o piloto de caça acionar os foguetes que ejetam seu assento quando o

avião é abatido (foto abaixo)– ele se salva, mas Deus sabe onde cairão os destroços em chamas. O paralelo

com o pacote de salvação do governo americano é imediato: os ousados pilotos financeiros vão se salvar, mas

os destroços cairão na cabeça dos contribuintes mais sensatos e que se recusaram a entrar na ciranda de Wall

Street.

Banco comercial – Sua atividade básica é captar dinheiro mais barato de quem tem, emprestar mais caro para

quem precisa e ainda cobrar uma taxa pela operação. É mais seguro, mais controlado e mais tedioso, e paga

aos seus ases bônus anuais muito menores do que os pagos pelos bancos de investimento. Morgan Stanley e

Goldman Sachs, os dois mais reputados bancos de investimento dos Estados Unidos, viraram bancos

comerciais para tentar escapar da crise.

Banco de investimento – É a variedade selvagem do banco comercial. Capta dinheiro de pessoas e empresas,

mas ganha dinheiro mesmo fazendo investimentos ousados no mercado. É alavancado (veja o verbete

103

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

alavancagem) e, por isso, mais arriscado. Não deve sobreviver ao terremoto de Wall Street. Um banqueiro de

investimento com quinze anos de casa e salário de 300 000 dólares por ano podia ganhar bônus anuais de 3

milhões de dólares.

Bankruptcy – Em português, é falência ou bancarrota, e seu significado é o mesmo. Refere-se à incapacidade

de um banco ou uma empresa de pagar seus credores, o que leva à interrupção das atividades. Bankruptcy e

bancarrota têm origem comum nas palavras latinas bancus (banco) e ruptus (quebrado) e se referiam ao

hábito dos comerciantes da Idade Média de quebrar a loja do comerciante que dava o cano no mercado.

Credit Default Swap (CDS) – Instrumento financeiro muito arriscado lançado pelos bancos americanos e

europeus para se proteger da inadimplência. Um banco que emprestou muito dinheiro para uma empresa

recorre a outro banco e "troca" (swap, em inglês) parte do seu direito de receber por uma garantia. O duro é

descobrir que essa garantia também se evaporou, como agora nos Estados Unidos.

Chapter 11 – É o capítulo 11 do Código de Falência dos Estados Unidos, cujo equivalente no Brasil é a

recuperação judicial. Menos grave que a falência, permite que a empresa (ou pessoa física) se recupere e

pague os credores. O processo de recuperação é supervisionado por um dos tribunais de falências.

Commodity – É qualquer bem em estado bruto, geralmente de origem agropecuária ou de extração mineral

ou vegetal, produzido em larga escala mundial e com características físicas homogêneas, seja qual for a sua

origem, em geral destinado ao comércio externo. Ex: café, açúcar, soja, trigo, petróleo, ouro, diversos

minérios etc., cujo preço é determinado pela oferta e procura internacional.

Depressão – Situação de grave crise econômica, em que o crédito desaparece, o desemprego explode, as

falências se multiplicam, o comércio internacional e o investimento encolhem e as moedas se desvalorizam

por longos períodos. Uma depressão é uma forma grave de recessão.

Derivativos – Instrumentos financeiros que servem para diluir o risco de um investidor. É mais ou menos

como pagar alguém (um especulador) para correr riscos em seu lugar em troca de uma remuneração.

Tornaram-se tão complexos a ponto de ninguém saber exatamente com quem está o risco. Difícil mentalizar?

Imagine uma família tão heterodoxa a ponto de alguém descobrir que é seu próprio avô.

Desalavancagem – É o processo de diminuir a relação D / E, em geral aumentando o patrimônio (E), mas

também diminuindo a dívida (D) –.

Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) – Seguradora Federal de Depósitos. É uma estatal

americana encarregada de defender o dinheiro dos pequenos poupadores das peraltices dos banqueiros.

Quando um banco quebra, os depósitos até 250 000 dólares estão protegidos.

Federal Reserve (Fed) – O Sistema Federal de Reservas (Federal Reserve System, mais conhecido como

Fed) é o banco central dos Estados Unidos. Seu dever principal é garantir o valor do dólar controlando a

inflação, mas nas duas últimas semanas o Fed concentrou-se em salvar o sistema bancário.

Foreclosure – É o despejo de um comprador inadimplente de imóvel, algo muito mais fácil nos Estados

Unidos que no Brasil. O vendedor encerra unilateralmente o contrato de compra e venda antes do prazo

(foreclose) e despeja o morador.

Hedge funds – São fundos que diversificam investimentos e fazem pesadas apostas em ações, títulos de

dívida, matérias-primas básicas, as commodities, moedas e até ouro, jóias e obras de arte de modo a ganhar

com as oscilações relativas de preços. O nome é quase uma ironia porque quem busca hedge (proteção, em

inglês) quer segurança, algo que esses fundos têm estado muito longe de oferecer.

Mortgage – É a hipoteca, um empréstimo garantido por um imóvel. As hipotecas foram o principal produtor

de riqueza financeira dos Estados Unidos. Com 1 trilhão de dólares de hipotecas, os bancos criaram, por meio

de derivativos e outros instrumentos financeiros, cerca de 10 trilhões de dólares (mais ou menos dez PIBs do

Brasil) por ano.

Panic selling – É o movimento irracional de venda que ocorre quando os investidores entram em pânico e

acham que as cotações vão cair muito. Por isso vendem o que possuem a qualquer preço. Bom momento para

104

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

os grandes investidores (carinhosamente chamados de "tubarões") ganharem dinheiro comprando ações de

boas empresas muito barato. O movimento contrário é chamado de panic buying, a compra irracional.

Recessão – Uma situação em que a atividade econômica diminui seu ritmo por um período (para alguns

economistas, mais de três trimestres consecutivos). Uma recessão é menos grave do que uma depressão.

Securitização – Emissão de títulos garantidos por um fluxo de pagamentos que ainda será recebido –.ou seja,

uma dívida. O emissor desses títulos (em inglês, securities, daí o termo securitization) antecipa os recursos

vendendo os papéis para investidores. A crise explodiu quando muitas dívidas não foram pagas e o sistema se

convenceu de que muitas outras também não seriam.

Subprime – A atual situação caótica dos mercados será conhecida para sempre como a Crise do Subprime.

Prime (pronuncia-se "praime") é o título emitido por um devedor com vontade e capacidade de pagar sua

dívida. Subprime é o contrário. A malandragem que deu a confusão toda foi justamente empacotar títulos

prime junto com subprime e usá-los no processo de securitização com ajuda de derivativos – uma versão de

alta tecnologia da venda de gato por lebre.

Tesouro – O Departamento do Tesouro é o órgão encarregado de administrar as finanças públicas dos

Estados Unidos, mais ou menos a atribuição do Ministério da Fazenda no Brasil. Mais recentemente, virou

também o responsável por tributar os pobres para ajudar os bancos.

Questões

1. O quadro a seguir foi elaborado por um técnico do Banco Central para uma revista de economia de

grande circulação nacional:

ATIVOS FINANCEIROS – Dezembro 200X – $ bilhões

Papel-Moeda Emitido (PME) 92,5

Menos: Encaixe das Autoridades Monetárias (BCB) (10,0)

Papel-Moeda em Circulação (PMC) 82,5

Menos: Encaixe dos Bancos Comerciais (EBC) (4,5)

Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP) 78,0 4,14%

Mais: Depósitos à Vista do Público (DVP) 154,0 8,17%

Meios de Pagamento – Moeda1 (M1) 232,0 12,31%

Mais: Títulos da Dívida Pública (Federal, Estadual e Municipal) –(TDP) 549,0 29,12%

Moeda2 (M2) 781,0 41,43%

Mais: Fundos de Investimentos Financeiros (FIF) 577,0 30,62%

Poupanças (S) 260,0 13,79%

Moeda3 (M3) 1.618,0 85,84%

Mais: Depósitos a prazo, títulos privados e outros 267,0 14,16%

Moeda4 (M4) 1.885,0 100,00%

Analise-o com cuidado e responda:

a) A liquidez perfeita nesta economia soma $ 82,5 bilhões.

b) A liquidez perfeita nesta economia soma $ 154,0 bilhões.

c) A liquidez perfeita nesta economia soma $ 92,5 bilhões.

d) A liquidez perfeita nesta economia soma $ 78,0 bilhões.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

105

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

2. No mesmo quadro, observa-se que, a partir de certa altura, à medida que ativos vão sendo somados,

a) O grau de liquidez também vai aumentando.

b) O grau de liquidez vai diminuindo progressivamente.

c) A liquidez não se altera.

d) Qualquer uma das respostas anteriores.

e) Nenhuma das respostas anteriores

3. Percebe-se ainda, através da análise do quadro anterior, que:

I – A moeda manual representa apenas 33,62% de toda a moeda com liquidez perfeita.

II – A moeda bancária ou escritural é pouco mais de 3

2 dos Meios de Pagamento.

III – O Meio Circulante é a soma do Papel-Moeda em Poder do Público com o Encaixe das Autoridades

Monetárias.

IV – A Base Monetária é a soma do Encaixe dos Bancos Comerciais com o Papel-Moeda em Poder do

Público.

São falsas as declarações:

a) I e III

b) II e IV

c) II e III

d) I e IV

e) III e IV

4. “A inflação acelerada vem acarretando a adoção de métodos pouco ortodoxos na remarcação dos preços.

Agora vale tudo no comércio. Aumentos às quatro da tarde, tabelas de reajustes semanais prefixados para

o mês inteiro, preço em dólar, com pagamento em cruzeiros pela cotação do dia, ou até mesmo na própria

verdinha e muitas outras moedas, dependendo da criatividade do empresário. Já existe a banana real

(Br$), moeda criada pela boate República da Banana, em Niterói. Lá, um chope custa cinco bananas

reais. Na sexta-feira, o câmbio era de Cr$ 30 para cada BR$.” (Thereza Lobo, Jornal do Brasil, de

17/10/93).

O texto demonstra principalmente que:

a) A inflação é um processo persistente e generalizado de aumento do nível geral de preços.

b) A inflação é sempre o resultado de um desequilíbrio ou descompasso entre a procura monetária e a

oferta real de bens e serviços transacionados no mercado.

c) Existem diferentes tipos e níveis de inflação, desde a inflação moderada, como a galopante,

descambando para a hiperinflação que gera profundas distorções no sistema econômico.

d) As diferentes causas da inflação são agrupadas nas suas duas formas mais comuns: de procura e de

custos.

e) As expectativas e (a criatividade) dos agentes econômicos podem afetar o processo inflacionário,

tanto do ponto de vista de suas causas como dos seus efeitos.

5. A moeda tem um papel fundamental na sociedade econômica. Ela pode ser definida como uma instituição

que, em determinada época, serve de intermediário nas trocas de bens e serviços entre pessoas da

comunidade, minimizando a prática do escambo. A economia de mercado seria inconcebível sem tal

instrumento. Assim, são funções da moeda em qualquer economia do mundo:

a) Unidade ou padrão de conta e meio de troca de bens e serviços.

b) Facilitador de troca de bens e serviços e preferência pela liquidez.

c) Meio de troca de bens e serviços e reserva ou guarda de valor.

d) Instrumento de transação, precaução e especulação.

e) Nenhuma das respostas anteriores

6. Uma inflação de custos pode ser provocada por:

a. Elevação dos gastos do governo

b. Redução do poder de compra da população

c. Redução dos impostos por parte do governo

106

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

d. Aumentos reais de salários, acima da inflação e dos aumentos de produtividade, como resultado de

pressão de sindicatos trabalhistas fortes

e. Nenhuma das respostas anteriores.

7. Se a economia estiver operando a pleno emprego (hipótese teórica), um aumento da demanda agregada

ou global:

a) Não provocará aumento no nível de produção da economia, mas ocasionará aumento de preços.

b) Não terá efeito sobre os preços, mas provocará aumento na produção da economia

c) Não terá reflexos nem sobre o nível de preços, nem sobre o nível de produção da economia

d) Provocará aumentos de preços e aumento da produção da economia

e) Nenhuma das respostas anteriores.

Referências bibliográficas: MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São

Paulo: Thomson Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de

Economia. São Paulo: Saraiva, 2001; PINHO, D. B. e VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia.

Eq. da USP. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

107

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

11 – Setor Externo

Economias abertas: Até aqui, o estudo da macroeconomia praticamente ignorou a

interação da economia com outras economias do exterior. Economia aberta é aquela

que interage livremente com o resto do mundo: compra (importa) e vende (exporta)

bens e serviços nos mercados externos de produtos e compra e vende ativos de capital,

como moedas, ações e títulos, nos mercados financeiros do resto do mundo.

Teoria das vantagens comparativas: fundamento do comércio internacional, o princípio das

vantagens comparativas (David Ricardo – 1817) sugere que cada país deve especializar-se na produção

daquela mercadoria ou serviço em que é relativamente mais eficiente, isto é, em que consegue um custo

relativamente menor que o de outras economias. Assim, o comércio internacional permite que as pessoas

se dediquem à produção daquilo que sabem fazer melhor e consumam a grande variedade de bens e

serviços produzida em todo o mundo. As transações internacionais podem elevar os padrões de vida em

todos os países, permitindo que cada país se especialize na produção de bens e serviços nos quais dispõe

de vantagem comparativa (menor custo produtivo ou maior produtividade). Trata-se, todavia, de um

teoria bastante estática, nem sempre condizente com a realidade dos novos tempos – onde impera a

dinâmica da tecnologia – e a possibilidade de dominação de um país pobre por outro rico é sempre uma

ameaça séria.

Termo ou Relação de troca: a relativa estagnação da demanda dos produtos primários combina-se com

a maior capacidade das economias maduras para reter os frutos de seu progresso técnico, impedindo que

este se traduza em baixa de preços: ambos os fatores provocam a tendência secular de que os preços dos

produtos exportados (em geral, matérias-primas) pelos países da periferia subdesenvolvida se deteriorem

face aos preços dos artigos manufaturados produzidos pelas economias desenvolvidas. Resultado: termo

de troca ou relação de preços de intercâmbio desfavorável aos países pobres.

importados produtos dos preços de Índice

exportados produtos dos preços de Índice

I

I I trocade Relação trocade Termo

i

i

P

P

RT

i

i

M

X

Onde: P = preço, X = exportações, M = importações e i = 1, 2, 3, ..., n mercadorias.

Poder de compra das exportações = Volume das exportações × Índice de relação de trocas. Daí:

Capacidade de importar = Poder de compra das exportações + Afluência de “capitais” estrangeiros –

Remessa de lucros e juros – Saídas de capital estrangeiro.

A repercussão da tendência evolutiva do termo de troca sobre o poder de compra externo das economias

mais atrasadas é visível em qualquer levantamento estatístico. Sua queda a cada ano implica que, em

troca de um mesmo volume de exportações, a nação pobre somente consegue obter volume menor de

importações, isto é, a economia subdesenvolvida precisa exportar cada vez mais para ter o mesmo

volume de importações originárias dos países ricos.

Taxa de câmbio: preço da moeda estrangeira (divisa) em termos da moeda nacional.

É a razão matemática pela qual uma moeda e trocada por outra Assim, 1 dólar pode

custar R$ 1,7665. O acompanhamento da taxa de câmbio pelo Governo é uma forma de

política cambial. A outra é a política comercial externa que interfere no fluxo de

mercadoria e serviços.

Câmbio valorizado/desvalorizado: quando os produtos que o Brasil exporta estão

com preço elevado no mercado internacional, e os que importam são mais baratos, o

volume de dólares que entra no Brasil valoriza demais o real. Se a relação de equilíbrio

de longo prazo do câmbio fosse de 2,30 reais por dólar e, hoje, com 2,70 reais se

compra um dólar, isso significa, grosso modo, que o dólar estaria valendo 26% menos

do que deveria valer em relação à moeda americana. Se a cotação do dólar tender para

a posição de equilíbrio de longo prazo e o dólar se valorizar cerca de 35%, a vantagem

comparativa do real forte também desaparecerá. Descontando outros fatores, produtos

idênticos tenderão a ter preços menos discrepantes no Brasil e nos Estados Unidos da

América.

108

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Políticas cambiais:

– Regime de taxas fixas de câmbio: o Banco Central fixa antecipadamente a taxa de

câmbio, com a qual o mercado deve operar, ou seja, o BACEN se compromete a

comprar e vender divisas a um preço fixado por ele

– Regime de taxas flutuantes ou flexíveis de câmbio: a taxa de câmbio é determinada

pelo mercado, através do mecanismo de oferta e procura da moeda estrangeira;

– Regime de bandas cambiais: o Banco Central fixa o limite superior e o limite inferior

(uma banda) dentro dos quais a taxa de câmbio pode flutuar. Se a taxa se aproxima do

limite máximo (ou do limite mínimo), Banco Central entra no mercado vendendo (ou

comprando) divisas para baixar (ou elevar) a taxa de câmbio.

– Dirty floating ou Flutuação suja: a taxa de câmbio continua sendo determinada pelo

mercado, mas o BACEN, vez por outra, intervém, tentando balizar seus movimentos,

procurando limitar a flutuação.

Políticas comerciais externas: estão sujeitas às normas da Organização Mundial do

Comércio (OMC), órgão que substituiu o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio

(General Agreement on Tariffs and Trade – GATT). Em geral são:

– Alterações das tarifas sobre importações;

– Regulamentação do comércio exterior (entraves burocráticos, estabelecimentos de

quotas e proibições, subsídios e incentivos etc.).

Fatores determinantes das exportações:

– preços externos em dólares da mercadoria (cotados acima dos nacionais)

– preços internos em reais da mercadoria (cotados abaixo dos preços externos)

– taxa de câmbio (moeda estrangeira valorizada)

– renda mundial (em crescimento)

– subsídios e incentivos às exportações (por parte do governo)

Fatores determinantes das importações:

– preços externos em dólares da mercadoria (cotados abaixo dos nacionais)

– preços internos em reais da mercadoria (cotados acima dos preços externos)

– taxa de câmbio (moeda nacional valorizada)

– renda e produto nacionais (a primeira em crescimento e o segundo em queda)

– tarifas e barreiras às importações.

Caracterização do desempenho do setor externo: o exame da composição qualitativa das

trocas internacionais evidencia sempre o fenômeno da especialização das nações e grupos de nações,

consubstanciado na chamada divisão internacional do trabalho. Vê-se que aos centros industriais (países

ricos ou em desenvolvimento) cabe prover de manufaturas uma periferia enorme (países pobres,

subdesenvolvidos) que lhes fornece produtos primários, segundo supostas “aptidões naturais”. Uma

balela! Na atualidade, não mais se pode pretender que o papel assumido por uma nação

subdesenvolvida, como fornecedora e compradora do mercado internacional, reflita tão somente sua

“vocação” econômica. Há que se fazer um esforço para ultrapassar esse estágio rudimentar: exportar

produtos primários e importar manufaturados. Toda economia precisa alcançar o estágio evolutivo de

exportar produtos manufaturados, nos quais se inserem sua força de trabalho e sua capacidade

empresarial (criatividade, tino, modus faciendi etc.), além de capital, tecnologia e recursos naturais.

Brasil, China, EUA e o Resto do Mundo: por seus próprios problemas (custo-País: carga tributária

inadequada, legislação trabalhista antiquada, encargos trabalhistas na estratosfera, juros altos etc., o

Brasil sofre com o problema global da “guerra cambial”:

I – Menos diversificação: enquanto a China diversifica, o Brasil vende poucos tipos de mercadorias:

78% do que o Brasil recebe ao exportar para a China se concentra em três produtos – minério de ferro,

109

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

soja e combustíveis; apenas 9% do que a China fatura ao vender para o Br,asil vem dos três principais

produtos, todos eletrônicos.

II – Menor competitividade: o Brasil passou a ter saldo comercial negativo com os Estados Unidos:

Exportação menos Importação Brasil - Estados Unidos em bilhões de dólares

2005 2006 2007 2008 2009 2010*

9,87 9,87 6,34 1,79 (4,43) (5,74)

*Até setembro

III – Menos vendas: o Brasil exporta cada vez menos para o mundo:

Exportação menos Importação total em bilhões de dólares

2005 2006 2007 2008 2009 2010*

44,9 46,5 40,0 25,0 25,3 16

* Até setembro

IV – Real valorizado (ruim para a economia interna): o Big Ma

c é feito com os mesmos ingredientes em todo o mundo, mas, nos EUA, ele custa US$ 3,71, na China,

US$ 2,18 e , no Brasil, US$ 5,26. Em tese, ele deveria ser vendido pelo mesmo preço. Não é o que se vê

e a diferença indica que o real está valorizado, com o Big Mac Index da revista The Economist sendo

um bom termômetro para o câmbio internacional.

Compras de turistas brasileiros no Exterior: os brasileiros estão gastando cada vez mais lá fora; em

2011 gastaram R$ 21,2 bilhões. Um milhão e meio de brasileiros visitaram os EUA em 2011, com

gastos de US$ 8,7 bilhões, média de US$ 5,8 mil por pessoa. A combinação de dólar barato, imposto e

custos elevados no Brasil leva o consumidor brasileiro a torrar bilhões no Exterior em vez de gastar aqui

e impulsionar a economia nacional. Um tênis com valor-base de produção de R$ 100 importado pelo

Brasil sofre um aumento de 120% só por conta dos impostos, sem contar a margem de lucro do varejista

e os custos administrativos: Valor-base (100,00) + Seguro e frete (10,00) + IPI de 5% sobre valor CIF

(5,50) + Imposto de importação (35,00) + ICMS de 18% (27,09) = Subtotal (177,59) + Cofins de 3%

(5,32) + PIS de 1,65% (4,33) + ICMS da Nota Fiscal de 18% (33,70) = Total (R$ 220,94). Mesmo

assim vale a pena comprar fora: em alguns casos, o valor pago no Brasil é três vezes maior do que o

cobrado nos Estados Unidos.

Impostos para compras pela internet no Exterior:

– Limite de gastos: até 3.000 dólares não há necessidade de Declaração de Importação;

– O que é isento: a) jornais, revistas e livros; b) produtos enviados pelo correio com valor de até 50

dólares, se o remetente e o destinatário forem pessoas físicas;

– Alíquota: o imposto federal é de 60% sobre o valor da mercadoria somado ao do frete. Sobre esse total

aínda é cobrado o ICMS, que tem variações estaduais;

– Como pagar o imposto: I) se a encomenda vier pelo correio, a) nas compras até 500 dólares, o imposto

é pago na agência postal; b) acima dessa valor, na Receita Federal; II) se ela vier pela FedEx (Federal

Express), TNT ou DHL, o imposto é pago diretamente às empresas de transporte; III) se for enviada para

caixa postal, ele é pago às empresas que locam endereços postais nos Estados Unidos, como a Skybox.

Fluxos internacionais de bens, serviços e capitais:

Balanço Internacional de Pagamentos: registro estatístico-contábil de todas as transações econômicas

realizadas entre os residentes do país e os residentes do resto do mundo, geralmente em um exercício

financeiro (ou um ano), e expressas em dólar americano.

Estrutura convencional do balanço de pagamentos (modelo clássico):

A – Balança Comercial (Favorável, equilibrada ou desfavorável)

– Exportações de mercadorias (FOB) – Crédito (+)

– Importações de mercadorias (FOB) – Débito (–)

Nota: FOB – Free on board é diferente de CIF – Cost, Insurence and Freight.

B – Balança de Serviços (Superavitária, equilibrada ou deficitária)

– Viagens internacionais (Turismo, negócios e estudos) – Saldo (±)

– Transportes (fretes) – Saldo (±)

– Seguros – Saldo (±)

– Rendas de capitais (Juros, lucros, dividendos e lucros reinvestidos) – Saldo (±)

– Serviços governamentais (Embaixadas, consulados, tropas etc.) – Saldo (±)

110

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

– Serviços diversos (Royalties, assistência técnica, assessorias etc.) – Saldo (±)

C – Transferências Unilaterais (Donativos, heranças etc.) – Saldo (±)

D – Balanço de Transações Correntes ou Balanço de Contas Correntes (A + B + C) - (Superavitária,

equilibrada ou deficitária)

E – Balanço de Capitais ou Movimento de Capitais Autônomos

– Investimentos diretos líquidos do exterior (Novas firmas) – Crédito (+)

– Investimentos diretos líquidos no exterior (Novas firmas) – Débito (–)

– Reinvestimentos (Multinacionais já instaladas no país) – Crédito (+)

– Reinvestimentos (Nacionais já instaladas no exterior) – Débito (–)

– Empréstimos e financiamentos tomados no exterior – Crédito (+)

– Empréstimos e financiamentos para o resto do mundo – Débito (–)

– Amortizações pagas no exterior (Banco Mundial, BID, bancos ) – Débito (–)

– Amortizações recebidas do exterior – Crédito (+)

– Capitais de curto prazo (Capitais voláteis) – Saldo ((±)

F – Erros e Omissões – Saldo (±)

G – Superávit (+) ou Déficit (–)

H – Financiamento do Déficit ou Financiamento Oficial Compensatório:

– Haveres e obrigações no exterior ou contas de caixa (Reservas)

– Direitos Especiais de Saques (DES), no Banco Mundial.

– Empréstimos de regularização (Bridge loan) – FMI

Nível de estoque das reservas cambiais: um resultado acumulado do balanço internacional de

pagamentos:

A – Nível de estoque de reservas no início do exercício (ano) (+)

Mais:

B – Fluxos de entrada de divisas estrangeiras (+)

– Exportações de mercadorias

– Receitas cambiais com serviços – Saldos positivos

– Transferências unilaterais do exterior

– Investimentos diretos do exterior

– Empréstimos e financiamentos obtidos

– Amortizações de empréstimos ao exterior

– Ingressos de capitais autônomos

Menos:

C – Fluxos de saída divisas estrangeiras (–)

– Importações de mercadorias

– Despesas cambiais com serviços – Saldos negativos

– Transferências unilaterais para o exterior

– Amortizações de empréstimos no exterior

– Empréstimos e financiamentos ao exterior

– Investimentos diretos no exterior

– Saídas de capitais autônomos para o exterior

Igual a:

D – Nível de estoque de reserva no final do exercício (ano)

Exercício 1

Instruções: Estruture o Balanço internacional de Pagamentos do País X no ano Y e em $ milhões, conhecidos

os seguintes dados de suas transações econômicas internacionais e utilizando o modelo antigo:

Dados:

1 Outros capitais (voláteis / especulativos / curto prazo) – Saldo líquido 600

2 Viagens internacionais (líquido) – 1.500

3 Investimentos e re-investimentos do Exterior no País 7.500

4 Empréstimos e financiamentos do País ao exterior –700

5 Importações de mercadorias (FOB) 16.000

6 Seguros – Saldo líquido 200

7 Serviços governamentais – Saldo líquido –700

8 Transferências unilaterais – Saldo líquido 300

9 Exportações de mercadorias (FOB) 23.000

10 Amortizações de empréstimos feitos pelo País no exterior –6.400

11 Serviços diversos (Assistência técnica, assessoria, projetos etc.) – Saldo líquido –500

111

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

12 Fretes internacionais – Saldo líquido –3.000

13 Empréstimos e financiamentos do Exterior para o País 7.500

14 Serviços da dívida externa (Juros e encargos) – Saldo líquido –5.500

15 Erros e omissões – Saldo líquido 400

16 Investimentos e re-investimentos do País no Exterior –500

17 Amortizações de empréstimos pelo Exterior no País 400

Roteiro:

Balanço Internacional de Pagamentos do País X – Ano 2002 – em $ milhões (modelo tradicional)

1. Balança Comercial

1.1

2. Balança de Serviços

2.1

3. Transferências unilaterais

4. Balanço de transações correntes (1 + 2 + 3)

5. Balanço de capitais

5.1

6. Erros e omissões

7. Déficit (–) ou Superávit (+)

112

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Exercício 2

Instruções: Sabendo que as reservas cambiais da economia somavam $ 10.000 milhões no início de 20XX,

calcule os fluxos de entrada e saída de capitais e determine o nível do estoque de reservas cambiais ao término

do exercício de 20XX:

Roteiro:

A – Saldo das reservas cambiais em 01.10.20XX $

B – Fluxos de entrada

C – Fluxos de saída

D – Estoque de reservas cambiais em 31.12.20XX

113

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Estrutura convencional do balanço de pagamentos (modelo moderno do BC):

1. Balança Comercial FOB – Free on board e CIF – Cost, Insurence and

Freight. FOB indica que correm por conta do vendedor

todas as despesas até a colocação no veículo que ira

transportar a mercadoria.

1.1 Exportações de mercadorias (FOB) – Crédito (+)

1.2 Importações de mercadorias (FOB) – Débito (–)

2. Serviços ou Balança de Serviços (ou de Invisíveis) 1. Os Serviços financeiros compreendem as

intermediações bancárias, tais como corretagens,

comissões, garantias, fianças e outros encargos sobre o

endividamento externo.

2. Em Outros serviços estão consolidadas as

informações referentes a serviços de corretagens e

comissões mercantis, serviços técnico-profissionais,

pessoais, culturais e de recreação

2.1Viagens internacionais – Saldo líquido (±)

2.2 Transportes ou fretes – Saldo líquido (±)

2.3 Seguros – Saldo líquido (±)

1.4 Serviços governamentais – Saldo líquido (±)

1.5 Serviços financeiros – Saldo líquido (±)

2.6 Computação e informações – Saldo líquido (±)

2.7 Royalties e licenças – Saldo líquido (±)

2.8 Aluguel de equipamentos – Saldo líquido (±)

2.9 Outros serviços – Saldo líquido (±)

3. Rendas Abrangem lucros e dividendos de participações em

empresas e juros de empréstimos intercompanhias não

interligadas e de aplicações em ações, debêntures e

títulos da dívida pública

3.1 Remuneração do trabalho assalariado – Saldo líquido (±)

3.2 Rendas de investimentos – Saldo líquido (±)

3.3 Rendas de outros investimentos – Saldo líquido (±))

4. Transferências unilaterais correntes – Saldo líquido (±) Donativos, manutenção no exterior e aposentadorias

5. Transações correntes ou Balanço de (1 + 2 + 3 + 4) Ativo (+) ou Passivo (–) Externo Líquido

6. Conta de Capital e Financeira ou Balanço de Capital

Conta de Capital Transferências de capital relacionadas com patrimônio e

bens não financeiros (cessão de patentes e marcas) Transferências de patrimônio de migrantes

Bens não financeiros não produtivos

Conta Financeira Os quatro itens desta conta são desdobrados em ativos e

passivos (fluxos envolvendo saldos detidos por

residentes e não residentes no país).

Investimentos em carteira é o fluxo da emissão de

títulos comumente negociados em mercados secundários

de papéis, títulos de renda fixa.

Derivativos registra o fluxo de liquidações de haveres e

obrigações de operações de swap, opções e futuros e os

fluxos relativos a prêmios de opções. (Operações mais

comuns de swap no mercado brasileiro: (i) swap

prefixado (troca de juros prefixados por juros pós-

fixados); (ii) swap cambial (troca de taxa de dólar por

juros pós-fixados).

Outros investimentos compreende empréstimos e

financiamentos de curto e longo prazo, depósitos,

cauções, depósitos judiciais e garantias em bancos.

Investimentos diretos – Saldo líquido (±)

Participação no capita – Saldo líquido (±)

Empréstimos intercompanhias – Saldo líquido (±)

Investimentos em carteira (saldo líquido)

Ativos

Ações

Títulos

Passivos

Ações

Títulos

Derivativos*

Ativos

Passivos

Outros investimentos

Ativos

Passivos

7. Erros e omissões Por discrepâncias temporais de diversas origens

8. Resultado do Balanço (Déficit (–) ou Superávit (+)) Variação das reservas internacionais do país.

*Derivativos – Instrumentos financeiros que servem para diluir o risco de um investidor. É mais ou menos

como pagar alguém (um especulador) para correr riscos em seu lugar em troca de uma remuneração.

Tornaram-se tão complexos a ponto de ninguém saber exatamente com quem está o risco. Difícil mentalizar?

Imagine uma família tão heterodoxa a ponto de alguém descobrir que é seu próprio avô.

Subprime – A situação caótica dos mercados (2008/2009) será conhecida para sempre como a Crise do

Subprime. Prime (pronuncia-se "praime") é o título emitido por um devedor com vontade e capacidade de

pagar sua dívida. Subprime é o contrário. A malandragem que deu a confusão toda foi justamente empacotar

títulos prime junto com subprime e usá-los no processo de securitização com ajuda de derivativos – uma

versão de alta tecnologia da venda de gato por lebre.

114

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Indicadores Econômicos 2-Mai-2007

V.1 - Balanço de pagamentos

US$ milhões

Discriminação 2006* 2007*

Mar Jan-Mar Ano Mar Jan-Mar

Balança comercial (FOB) 3 660 9 278 46 115 3 324 8 701

Exportações 11 366 29 387 137 470 12 855 33 919

Importações 7 706 20 110 91 355 9 532 25 219

Serviços e rendas - 2 759 - 8 647 - 37 145 - 2 851 - 7 989

Receitas 2 455 6 110 25 898 2 596 7 844

Despesas 5 214 14 756 63 043 5 447 15 833

Transferências unilaterais correntes (líquido) 379 943 4 306 345 982

Transações correntes 1 281 1 574 13 276 817 1 694

Conta capital e financeira 982 4 276 16 327 7 643 22 114

Conta capital1/

70 193 869 73 185

Conta financeira 912 4 083 15 458 7 570 21 929

Investimento direto (líquido) 1 467 826 - 9 420 1 312 8 514

No exterior - 162 - 3 131 - 28 202 - 1 466 1 936

Participação no capital - 165 - 3 086 - 23 413 - 2 462 - 3 345

Empréstimos intercompanhias 3 - 45 - 4 789 997 5 282

No país 1 629 3 957 18 782 2 778 6 578

Participação no capital 940 2 621 15 373 2 390 5 652

Empréstimos intercompanhias 689 1 337 3 409 388 926

Investimentos em carteira 1 721 6 639 9 573 4 240 9 333

Ativos - 622 376 523 525 367

Ações - 57 - 72 - 915 - 18 - 245

Títulos de renda fixa - 565 447 1 438 543 613

Passivos 2 343 6 264 9 051 3 715 8 966

Ações - 152 2 643 7 716 - 66 2 610

Títulos de renda fixa 2 495 3 621 1 335 3 781 6 355

Derivativos 64 174 383 9 - 9

Ativos 43 159 482 29 32

Passivos 20 15 - 99 - 20 - 42

Outros investimentos2/

- 2 339 - 3 557 14 922 2 009 4 092

Ativos - 2 969 - 5 979 - 8 898 - 1 025 - 3 775

Passivos 629 2 421 23 820 3 034 7 867

Erros e omissões 62 - 65 965 68 - 438

Variação de reservas ( - = aumento) - 2 325 - 5 785 - 30 569 - 8 529 - 23 370

Memo:

Resultado global do balanço 2 325 5 785 30 569 8 529 23 370

Transações correntes/PIB (%) - 0,62 1,24 - 0,67

IED/PIB (%) - 1,56 1,76 - 2,59

Amortizações de médio e longo prazos 3 440 10 919 44 082 2 671 13 264

Pagas3/

3 434 10 832 42 589 2 661 13 058

Refinanciadas - - 648 - -

Conversões4/

6 87 845 11 206

1/ Inclui transferências de patrimônio.

2/ Registra créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos, outros ativos e passivos e operações de regularização.

3/ Registra amortizações de crédito de fornecedores de médio e longo prazos, empréstimos de médio e longo prazos e papéis de médio e longo prazos colocados no exterior.

Exclui amortizações de empréstimos tomados pelo Banco Central junto ao FMI e de empréstimos intercompanhias. Inclui MYDFA. 4/ Registra conversões de crédito de fornecedores de médio e longo prazos, empréstimos de médio e longo prazos e papéis de médio e longo prazos colocados no exterior.

* Dados preliminares.

115

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Indicadores Econômicos 12-nov-2008

V.1 – Balanço de pagamentos

US$ milhões

Discriminação 2007* 2008*

Set Jan-Set Ano Set Jan-Set

Balança comercial (FOB) 3 471 30 934 40 027 2 754 19 638

Exportações 14 166 116 599 160 649 20 017 150 860

Importações 10 694 85 665 120 622 17 263 131 222

Serviços e rendas - 3 155 - 30 276 - 42 344 - 5 846 - 45 742

Receitas 2 910 24 875 35 301 3 412 30 939

Despesas 6 066 55 151 77 645 9 258 76 681

Transferências unilaterais correntes (líquido) 256 2 958 4 029 323 2 840

Transações correntes 572 3 617 1 712 - 2 769 - 23 264

Conta capital e financeira - 1 188 72 546 88 924 3 203 50 100

Conta capital1/

56 564 756 102 730

Conta financeira - 1 244 71 982 88 168 3 102 49 370

Investimento direto (líquido) - 520 31 281 27 518 3 225 15 427

No exterior - 2 057 3 299 - 7 067 - 3 033 - 15 407

Participação no capital - 330 - 6 580 - 10 091 - 1 079 - 10 492

Empréstimos intercompanhias - 1 727 9 879 3 025 - 1 954 - 4 915

No país 1 537 27 982 34 585 6 258 30 834

Participação no capital 1 343 20 635 26 074 2 691 20 361

Empréstimos intercompanhias 194 7 347 8 510 3 567 10 473

Investimentos em carteira 2 404 35 582 48 390 - 1 809 17 087

Ativos - 85 - 326 286 - 564 120

Ações 22 - 928 - 1 413 11 86

Títulos de renda fixa - 107 602 1 699 - 575 34

Passivos 2 490 35 909 48 104 - 1 246 16 967

Ações 691 14 727 26 217 - 1 877 1 168

Títulos de renda fixa 1 799 21 181 21 887 632 15 799

Derivativos - 6 - 465 - 710 10 - 401

Ativos 34 163 88 25 43

Passivos - 40 - 628 - 799 - 14 - 445

Outros investimentos2/

- 3 122 5 584 12 970 1 675 17 258

Ativos - 1 405 - 23 708 - 18 552 105 - 5 308

Passivos - 1 717 29 291 31 521 1 570 22 566

Erros e omissões 1 223 - 2 419 - 3 152 38 - 2 877

Variação de reservas ( - = aumento) - 607 - 73 743 - 87 484 - 473 - 23 959

Memo:

Resultado global do balanço 607 73 743 87 484 473 23 959

Transações correntes/PIB (%) - 0,37 0,13 - - 1,95

IED/PIB (%) - 2,88 2,63 - 2,59

Amortizações de médio e longo prazos 1 726 29 524 38 198 1 784 15 265

Pagas3/

1 715 28 923 37 394 1 784 15 236

Conversões4/

11 602 804 - 30

1/ Inclui transferências de patrimônio.

2/ Registra créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos, outros ativos e passivos e operações de regularização.

Exclui amortizações de empréstimos tomados pelo Banco Central junto ao FMI e de empréstimos intercompanhias. Inclui MYDFA. Dados preliminares.

116

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

V.14 - Serviços

US$ milhões

Discriminação 2007* 2008*

Set Jan-Set Ano Set Jan-Set

Total - 1 064 - 9 359 - 13 052 - 1 934 - 13 084

Receitas 1 828 16 939 23 809 2 576 22 402

Despesas 2 893 26 298 36 861 4 510 35 486

Transportes - 303 - 3 108 - 4 218 - 540 - 4 192

Receitas 312 2 904 3 973 527 3 929

Despesas 615 6 012 8 192 1 067 8 120

Viagens - 370 - 2 096 - 3 258 - 656 - 4 652

Receitas 343 3 608 4 953 468 4 334

Despesas 714 5 704 8 211 1 124 8 986

Seguros - 73 - 656 - 766 - 188 - 817

Receitas 31 311 543 29 455

Despesas 104 967 1 308 216 1 272

Financeiros 31 205 283 17 102

Receitas 93 804 1 090 99 959

Despesas 62 599 807 81 858

Computação e informações - 124 - 1 560 - 2 112 - 191 - 2 040

Receitas 18 125 161 19 138

Despesas 141 1 685 2 273 210 2 178

Royalties e licenças - 142 - 1 311 - 1 940 - 226 - 1 736

Receitas 21 242 319 45 346

Despesas 162 1 553 2 259 271 2 082

Aluguel de equipamentos - 434 - 4 181 - 5 771 - 809 - 5 023

Receitas 4 21 31 13 40

Despesas 438 4 202 5 802 822 5 063

Serviços governamentais - 39 - 598 - 1 134 - 62 - 720

Receitas 184 1 013 1 340 105 1 174

Despesas 223 1 611 2 473 167 1 895

Outros serviços 389 3 946 5 863 720 5 995

Receitas 822 7 911 11 398 1 271 11 027

Despesas 433 3 965 5 536 552 5 032

* Dados preliminares.

117

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

118

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

119

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Estrutura do Balanço Internacional de Pagamentos do Brasil em 2008: US$ bilhões

1. Balança Comercial 24.836

1.1 Exportações de mercadorias (FOB) – Crédito (+) 197.943 1.2 Importações de mercadorias (FOB) – Débito (–) 173.107

2. Serviços ou Balança de Serviços (ou de Invisíveis) –16.690

2.1 Receitas (+) 30.451

2.9 Despesas (–) –47.141

3. Rendas –40.562

3.1 Receitas (+) 12.511

3.2 Despesas (–) –53.073

4. Transferências unilaterais correntes – Saldo líquido (±) 4.224

4.1 Receitas (+) 5.317

4.2 Despesas (–) –1.093

5. Transações correntes ou Balanço de (1 + 2 + 3 + 4) –28.192

6. Conta de Capital e Financeira ou Balanço de Capital 29.352

6.1 Conta de Capital 1.055

6.2 Conta Financeira 28.297

6.2.1 Investimentos diretos – Saldo líquido (±) 24.601

No Exterior –20.457

Participação no capital –13.859

Empréstimos intercompanhias –6.598

No País 45.058

Participação no capital 30.064

Empréstimos intercompanhias 14.994

6.2.2 Investimentos em carteira 1.133

Ativos 1.900

Ações 257

Títulos de renda fixa 1.643

Passivos –767

Ações –7.565

Títulos de renda fixa 6.798

6.2.3 Derivativos –312

Ativos 298

Passivos –610

6.2 4 Outros investimentos 2.875

Ativos –5.269

Passivos 8.143

7. Erros e omissões 1.809

8. Resultado do Balanço (Déficit (–) ou Superávit (+)) 2 969

Memo:

Transações correntes/PIB

Amortização médio e longo prazo (crédito de fornecedores, empréstimos de longo prazo e papéis

de longo prazo colocados no Exterior)

–1,72%

22.366

Exercício 3 : Tendo-se os seguintes dados, estruturar um Balanço Internacional de Pagamentos: 1. Erros e omissões

2. Ativos (Ações)

3. Passivos (Ações)

4. Rendas (Receitas)

5. Conta de capital

434

2.582

37.071

8.826

1.129

13. Importações

14. Rendas (Despesas)

15. No Exterior (Participação no capital)

16. No País (Emprést. intercompanhias)

17. Serviços (Receitas)

127.647

42.510

–4.545

6.042

27.750

120

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

6. Derivativos (Passivos)

7. Passivos (Títulos de renda fixa)

8. Transferências correntes (Receitas)

9. Exportações

10. No País (Participações no capital)

11. No Exterior (Emprést. intercompanhias)

12. Ativos (Títulos de renda fixa)

–166

9.087

4.661

152.995

19.906

14.629

393

18. Outros investimentos (Ativos)

19. Transferências correntes (Despesas)

20. Serviços (Despesas)

21. Outros investimentos (Passivos)

22. Derivativos(Ativos)

23. Transações correntes/PIB

24. Amortizações médio e longo prazo

–33.141

–1.398

47.010

17.241

322

1,55%

41.962

Estrutura do Balanço Internacional de Pagamentos do Brasil em 2009: US$ bilhões

1. Balança Comercial

1.1 Exportações de mercadorias (FOB) – Crédito (+) 1.2 Importações de mercadorias (FOB) – Débito (–)

2. Serviços ou Balança de Serviços (ou de Invisíveis)

2.1 Receitas

2.9 Despesas

3. Rendas

3.1 Receitas

3.2 Despesas

4. Transferências unilaterais correntes – Saldo líquido (±)

4.1 Receitas

4.2 Despesas

5. Transações correntes ou Balanço de (1 + 2 + 3 + 4)

6. Conta de Capital e Financeira ou Balanço de Capital

6.1 Conta de Capital

6.2 Conta Financeira

6.2.1 Investimentos diretos – Saldo líquido (±)

No Exterior

Participação no capital

Empréstimos intercompanhias

No País

Participação no capital

Empréstimos intercompanhias

6.2.2 Investimentos em carteira

Ativos

Ações

Títulos de renda fixa

Passivos

Ações

Títulos de renda fixa

6.2.3 Derivativos

Ativos

Passivos

6.2 4 Outros investimentos

Ativos

Passivos

7. Erros e omissões

8. Resultado do Balanço (Déficit (–) ou Superávit (+))

Memo:

Transações correntes/PIB

Amortização médio e longo prazo (crédito de fornecedores, empréstimos de longo prazo e papéis

de longo prazo colocados no Exterior)

121

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Risco Brasil (noções)

Conceito: avaliação da probabilidade de inadimplência do país para com seus credores

internacionais. As obrigações do Brasil são classificadas por agências externas com

base em seu risco de inadimplência. Trata-se de uma assimilação das ratings ou

classificações usadas no caso de empresas, mas levando em consideração os

fundamentos das contas externas, a acumulação de reservas internacionais, a política

de combate à inflação, a capacidade do país de competição na economia global

(eficiência dos negócios, desempenho econômico, infraestrutura, carga tributária, custo

de capital, legislação complexa e inadequada e eficiência do governo no combate à

corrupção, à violência e à burocracia generalizada). Ou seja, “a capacidade de um país

em prover um ambiente no qual as empresas possam competir eficientemente e

crescer”.

Ratings: as grandes empresas freqüentemente pagam para ter suas dívidas classificadas

de acordo com seu nível de risco. As duas principais organizações que prestam esse

serviço são Moody’s, Standard and Poor’s, Fitch, P. Morgan etc.. As classificações

(ratings) são, pois, avaliações do risco da empresa emitente e baseiam-se na

probabilidade de inadimplência da empresa e na proteção que os credores têm em caso

de inadimplência.

Tabela de classificação da Moody’s e Standard and Poor’s:

Obrigações de alta qualidade Obrigações de baixa

qualidade,especulativas ou junk bonds Nível alto Nível médio Nível baixo Nível muito baixo S&P AAA AA A BBB BB B CCC CC C D Moody’s Aaa Aa A Baa Ba B Caa Ca C D Moody’s S&P

Aaa AAA Rating mais alto. Capacidade de pagamento de juros e principal extremamente grande.

Risco extremamente pequeno ou nulo.

AA AA Grande capacidade de pagamento de juros e principal..Risco de muito pequeno. Com o

nível anterior forma o grupo de alta qualidade.

A A Boa capacidade de pagamento de juros e principal, mas suscetível a efeitos adversos de

mudanças nas circunstâncias e condições econômicas.

Baa BBB Capacidade adequada de pagamento dos juros e devolução do principal, mas

facilmente afetada pelas circunstância e condições econômicas. Este grupo e o anterior

formam o nível médio de qualidade.

BA BB Obrigações com esses ratings são investimentos predominantemente especulativos

quanto à capacidade de pagamento de juros e principal. Ba e BB são o nível mais baixo

de especulação. Ca e CC, o nível mais alto. Grandes incertezas e grande exposição de

risco em condições adversas.

B B

Caa CCC

Ca CC

C C Títulos que no momento não estão pagando os juros.

D D Situação de inadimplência, estando o pagamento dos juros e principal em atraso.

Nota 1: Algumas vezes, tanto a Moody’s como a Standard & Poor’s usam subníveis

dessas categorias. A S&P utiliza sinais de mais ou menos: A+ é o rating A mais forte e

A-, o mais fraco.A Moody’s utiliza uma designação de A1, A2 e A3 , sendo A1 a mais

alta.

Nota 2: a partir da década de 80, uma parcela crescente dos empréstimos de empresas

internacionais assumiu a forma de baixa qualidade ou junk bonds.

122

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Exemplo: notas de classificação de risco da Moody’s, a mais tradicional agência de análise

financeira, em determinada data (a classificação é altamente mutável em muitos casos):

Grau de investimento Classificação (termômetro) Países

Melhor qualidade Aaa EUA e Reino Unido

Alta qualidade

Aa1 Japão

Aa2

Aa3

Qualidade média alta

A1

A2 Israel

A3 China

Média qualidade

Baa1 Chile

Baa2

Baa3 México e Brasil

Especulativo

Ba1 Rússia

Ba2 Colômbia

Ba3

Especulativo e de baixa segurança

B1 Turquia

B2

B3 Honduras

Caa1 Cuba e Ucrânia

Caa2 Equador

Caa3

Alto risco de calote

Ca1

Ca2 Argentina

Ca3 Paquistão

Risco máximo de calote C

Calote consumado D

Tipos de investidores: indivíduos, empresas, bancos e fundos de pensão,

diferenciados pela intenção com que compram os títulos do país em:

Voláteis – pretendem ganhar dinheiro adivinhando quanto os preços dos títulos vão

variar no curto prazo e apostando em suas previsões. É o chamado capital

especulativo;

Não-voláteis – compram os títulos com a intenção de segurá-los para que rendam os

juros prometidos pelo governo (daí as vantagens dos juros altos).

Clube dos Emergentes endividados (EMBI–Emerging Markets Bond Index) do P.

Morgan: termômetro do mercado mundial de investimentos financeiros, uma

avaliação do grau de credibilidade econômica que o país inspira a quem estuda a

possibilidade de nele aplicar capital: O EMBI só avalia o risco de não pagamento da

dívida externa do país, já o risco-país é um conceito mais abrangente e teórico,

contemplando vários outros tipos de risco como perigos potenciais no câmbio e na

solvência do sistema financeiro interno. A queda do risco financeiro torna mais

abundante a oferta de dólares, euros etc.para investimentos diretos, podendo conduzir o

país ao “grau de investimento”, afastando-o do grupo de países considerados de “grau

especulativo”, tornando mais baixo o custo de empréstimos no exterior pela abertura de

colocação em portfólios globais dos mais importantes fundos de pensão e investidores

do planeta.

123

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Em uma data qualquer, eis o EMBI+ do Banco P. Morgan:

País Emergente Valor de Mercado dos Títulos (em

bilhões de dólares)

Índice de Risco EMBI+

(pontos)

México 32,259 325

Rússia 26,620 520

Brasil 26,472 (C-bonds e outros) 250

Venezuela 7,2707 1.147

Turquia 5,311 929

Colômbia 5,209 608

Filipinas 4,893 441

Polônia 3,699 202

Malásia 3,688 174

Coréia do Sul 4,604 94 (menor risco)

Panamá 3,570 488

Argentina 2,998 6.873 (maior risco)

Bulgária 2,967 386

Gatar 2,880 215

Peru 2,859 643

Equador 1,925 1.340

África do Sul 1,684 143

Marrocos 1,425 507

Nigéria 1,368 1.584

Egito 1,010 444

Ucrânia 0,988 681

Fatores que modificam o EMBI+: instabilidade política, conflitos internos e externos,

descontrole orçamentário, juros altos, descontrole cambial, corrupção administrativa,

legislação trabalhista obsoleta e regime previdenciário inadequado (que produzem

excessivos encargos sobre a mão-de-obra e derrubam a competitividade), crises de

qualquer ordem, portanto.

Enfim, um país normal: O desafio depois do esperado "grau de investimento",

atestado internacional de confiabilidade, é tornar essa conquista permanente.

Questões:

Situação-problema: Estruture o Balanço internacional de Pagamentos do País X no ano Y e em $ bilhões,

conhecidos os seguintes dados de suas transações econômicas internacionais:

1 Outros capitais (líquido) 32

2 Viagens internacionais (líquido) –9

3 Investimentos e re-investimentos de estrangeiros no País 38

4 Empréstimos do País ao Resto do Mundo –15

5 Importações de mercadorias 174

6 Seguros (líquido) –15

7 Serviços governamentais (líquido) –4

8 Transferências unilaterais (líquido) 1

9 Exportações de mercadorias 203

10 Amortizações de empréstimos do País no exterior –10

11 Serviços diversos – Assistência técnica e outros (líquido) –7

12 Transportes (Fretes) internacionais (líquido) 26

13 Empréstimos de outros governos ao País 6

14 Serviços da dívida externa (juros e dividendos)-- (líquido) –14

15 Erros e omissões 2

Roteiro:

124

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

1. Balança Comercial

1.1

1.2

2. Balança de Serviços

2.1

2.2

2.3

2.4

2.5

2.6

3. Transferências unilaterais

4. Balanço de transações correntes (1 + 2 + 3)

5. Balanço de capitais

5.1

5.2

5.3

5.4

5.5

6. Erros e omissões

7. Déficit (–) ou Superávit (+)

Com base no esquema do Balanço de Pagamentos, responda apenas se é a declaração é verdadeira (V) ou

falsa (F):

1. Os fluxos de entradas e saídas de capitais aumentaram as reservas cambiais em US$ 8 bi

2. O Balanço de Contas (Transações) Correntes foi desfavorável ao País em US$ 49 bi

3. A Balança Comercial foi superavitária em US$ 29 bi

4. O fluxo de entradas e saídas de capitais de risco no País superou Balança Comercial

5. O País ajudou mais o Resto do Mundo do que foi por este ajudado

6. Dá para compreender que o País precisa melhorar muito a sua Balança de Invisíveis (Serviços)

7. As Bolsas do País conseguiram entrada líquida de capitais maior que a de capital de risco

8. O Balanço Internacional de Pagamentos do ano foi superavitário em US$ 8 bi

9. Amortizações são pagamentos da dívida externa

10. O Balanço de Capitais, sozinho, superou a Balança de Serviços em US$ 24 bi

Referências bibliográficas: MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São

Paulo: Thomson Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de

Economia. São Paulo: Saraiva, 2001; PINHO, D. B. e VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia.

Eq. da USP. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

125

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

12 – Setor Público

Participação do Estado na Economia: o Estado tende a participar dos diversos

segmentos econômicos para, entre muitas outras coisas:

– Proporcionar justiça, segurança, educação e saúde à população;

– Oferecer a previdência social ao maior número possível de pessoas dela carentes;

– Regular a atividade econômica, corrigindo distorções regionais, setoriais e pessoais;

– Produzir oportunidades de emprego, reduzindo a massa de desempregados;

– Oferecer bens e serviços como eletricidade, saneamento, rodovias, ferrovias, portos,

aeroportos etc.

Funções econômicas do Setor Público:

– função alocativa: fornecimento de bens e serviços não oferecidos adequadamente

pelo sistema de mercado;

– função distributiva: o governo deve funcionar como agente redistribuidor de renda,

através da tributação principalmente;

– função estabilizadora:intervenção governamental para alterar o comportamento dos

níveis de preços e emprego etc.

Princípios da tributação:

– princípio da neutralidade: o tributo não altera os preços relativos, minimizando sua

interferência nas decisões dos agentes de mercado;

– princípio da eqüidade:o ônus do tributo é distribuído de maneira justa entre os

indivíduos. Dele decorrem:

– princípio do benefício por ele, cada contribuinte paga ao Estado um montante

relacionado com os benefícios que deste recebe;

– princípio da capacidade de pagamento: a imposição do tributo deve levar em conta a

efetiva capacidade de pagamento do contribuinte.

Constituição brasileira: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

poderão instituir os seguintes tributos: I – impostos; II – taxas, em razão do exercício

do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos

específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III –

contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. § 1.º Sempre que possível, os

impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica

do contribuinte, facultado à administração tributária, especial para conferir

efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos

termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do

contribuinte. § 2.º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.”

(CF, art. 145). Assim:

– Tributo: prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa

exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante

atividade administrativa plenamente vinculada;

– Imposto: tributo destinado a atender indistintamente às necessidades de ordem geral

da administração pública e “cuja obrigação tem por fato gerador uma situação

independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”;

– Taxa: tributo em que a carga fiscal do contribuinte corresponde diretamente à

prestação do Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) em determinado

serviço, público;

126

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

– Contribuição de melhoria: tributo instituído menos para gerar receita do que para

regular a distribuição da riqueza; no Brasil tem por objetivo atender à intervenção no

domínio econômico.

Tributos: menor independência ou morte: nada mais danoso à produtividade e ao

desenvolvimento do país do que a excessiva carga tributária e sua complexa teia de normas

confusas, conflitantes e cambiantes:

Dinamarca R.Unido Suíça EUA México Emergentes BRASIL

48% 34% 30% 24% 17,5% < 25% > 35%

Cargas tributárias muito elevadas se justificam em países ricos, onde a fonte básica da

arrecadação está na renda e na propriedade. Nos de menor renda, maiores cargas implicam

cobrar mais no consumo, prejudicando quem ganha menos. Por nenhum critério racional, o

Brasil poderia arrecadar 35% do PIB,mas precisa fazê-lo para cobrir despesas obrigatórias

criadas pela Constituição e por leis posteriores, relativas a pessoal, previdência, educação e

saúde.

Como o problema pode ser solucionado? A tragédia do ICMS e dos tributos federais sobre o

consumo pode ser enfrentada com o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA), único e

arrecadado pela União e partilhado automaticamente pelos governos subnacionais. É o que

fazem as demais federações.(Mailson da Nóbrega, em Veja, 26/03/2011)

Classificação dos impostos:

– Imposto direto: gravame assentado sobre a propriedade a renda ou riqueza

(patrimônio) das pessoas determinadas (identificadas) por cadastro ou lista. Ex: IR;

– Imposto indireto: incide principalmente sobre coisas consumidas (mercadorias) ou

serviços prestados, sem determinação (identificação) individual dos contribuintes. Ex:

ICMS, IPI. Também chamado de Imposto sobre Venda, pode ser específico ou ad

valorem (conforme o valor);

– Imposto regressivo: quando a mesma alíquota (%) incide sobre os preços das

mercadorias, capta quantia proporcionalmente menor do valor mais elevado do fato

gerador. Ex: ICMS onera mais as classes de menor poder aquisitivo;

– Imposto progressivo: tributo no qual são aplicadas gradativamente alíquotas cada vez

mais elevadas sobre o fato gerador mais elevado e de que é protótipo, no Brasil, o

Imposto de renda.

– Imposto constante: quantia fixa de imposto independentemente da variação de renda;

– Imposto proporcional: alíquota única incidente sobre a renda.

Superávit orçamentário: montante no qual as receitas orçamentárias excedem as

despesas (gastos) do governo.

Superávit orçamentário primário: aquele que ocorre quando as receitas superam as

despesas (antes do pagamento dos juros da dívida pública interna).

Déficit público: os gastos governamentais são maiores que a sua arrecadação num

determinado período:

– Déficit nominal ou total: Necessidades de Financiamento Líquido do Setor Público

Não Financeiro ou fluxo líquido de novos financiamentos buscados pelo setor público

em todas as suas esferas (União, Estados, Municípios, empresas estatais e Previdência

Social);

– Déficit primário ou fiscal: diferença entre os gastos públicos e a arrecadação

tributária no exercício, antes do pagamento dos juros e correções da dívida passada;

127

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

– Déficit operacional: déficit primário, acrescido dos juros reais da dívida passada.

Medida mais adequada para refletir as Necessidades de Financiamento do Setor

Público;

–Déficit de caixa: omite as parcelas do financiamento do setor público externo e do

resto do sistema bancário, bem como fornecedores e empreiteiros. Conceito de pouco

valor.

Financiamento do déficit orçamentário: – emissão de moedas;

– venda de títulos da dívida pública interna e externa.

População brasileira é a que tem menos retorno dos impostos que paga, mostra estudo (Do UOL, em São Paulo - 24/01/2012 - 11h18)

A população brasileira é a que vê menos retorno dos impostos que paga ao governo. É o que mostra um

levantamento feito pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) com os 30 países que têm as

maiores cargas tributárias do mundo. Segundo o estudo, a carga tributária brasileira é de 35,13%. Isso

significa que os impostos pagos pela população ao governo federal, Estados e municípios correspondem a

35,13% de toda a riqueza gerada no país (PIB).

PAÍS CARGA TRIBUTÁRIA (2010) IDH(2011) ÍNDICE DE RETORNO

1º - AUSTRÁLIA 25,90% 0,929 164,18

2º - ESTADOS UNIDOS 24,80% 0,910 163,83

3º - COREIA DO SUL 25,10% 0,897 162,38

4º - JAPÃO 26,90% 0,901 160,65

5º - IRLANDA 28,00% 0,908 159,98

6º - SUÍÇA 29,80% 0,903 157,49

7º - CANADÁ 31,00% 0,908 156,53

8º - NOVA ZELÂNDIA 31,30% 0,908 156,19

9º - GRÉCIA 30,00% 0,861 153,69

10º - ESLOVÁQUIA 28,40% 0,834 153,23

11º - ISRAEL 32,40% 0,888 153,22

12º - ESPANHA 31,70% 0,878 153,18

13º - URUGUAI 27,18% 0,783 150,30

14º - ALEMANHA 36,70% 0,905 149,72

15º - ISLÂNDIA 36,30% 0,898 149,59

16º - ARGENTINA 29,00% 0,797 149,40

17º - REP. CHECA 34,90% 0,865 148,39

18º - REINO UNIDO 36,00% 0,863 146,96

19º - ESLOVÊNIA 37,70% 0,884 146,79

20º - LUXEMBURGO 36,70% 0,867 146,49

21º - NORUEGA 42,80% 0,943 145,94

22º - ÁUSTRIA 42,00% 0,885 141,93

23º FINLÂNDIA 42,10% 0,882 141,56

24º - SUÉCIA 44,08% 0,904 141,15

25º - DINAMARCA 44,06% 0,895 140,41

26º - FRANÇA 43,15% 0,884 140,52

27º - HUNGRIA 38,25% 0,816 140,37

28º - BÉLGICA 43,80% 0,886 139,94

29º - ITÁLIA 43,00% 0,874 139,84

30º - BRASIL 35,13% 0,718 135,83

IDH: Índice de Desenvolvimento Humano

Índice de retorno: calculado com base na carga tributária e o IDH

País tem IDH baixo

Essa não é a maior carga tributária do mundo. Na Suécia, por exemplo, o índice é de 44,08%. Mas, para

verificar se os valores arrecadados estariam retornando à população por meio de serviços de qualidade, o

estudo considerou também o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada país. Nesse quesito, o Brasil

128

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

aparece em último lugar entre os países pesquisados, com IDH 0,718. Isso fez com que ele ficasse também em

último lugar na lista geral.

Austrália figura no primeiro lugar da lista

O Brasil aparece no último lugar do ranking pelo segundo ano consecutivo. O país está atrás de outros países

da América do Sul. O Uruguai, por exemplo, aparece na 13º posição do ranking, com carga tributária de

27,18% e IDH de 0,783. A Argentina está no 16º lugar. A carga tributária no país vizinho é de 29% e o IDH,

de 0,797. Austrália, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão são os países que melhor fazem aplicação dos

tributos arrecadados, segundo o levantamento do IBPT. Alguns países da Europa também aparecem mal

posicionados no ranking. É o caso, por exemplo, de França (26º lugar) e Bélgica (28º). A Itália é o segundo

mais com pior colocação (29º), à frente apenas do Brasil.

Orçamento no Brasil: o Orçamento Geral da União, formado pela soma do orçamento fiscal, do

orçamento das estatais, do orçamento da seguridade social e brechas fiscais, deve disciplinar as finanças

públicas e possibilitar o controle político do Estado brasileiro, além de intervir para corrigir distorções

do sistema econômico e estimular programas de desenvolvimento.

Princípios orçamentários: – Princípio da unidade: cada entidade pública financeiramente auto-suficiente deve possuir apenas um

orçamento por exercício;

– Princípio da universalidade: o orçamento precisa conter todas as despesas e receitas do Estado;

– Principio do orçamento bruto: o orçamento deve conter todas as receitas e despesas em valores brutos,

sem nenhuma dedução;

– Princípio da anualidade: o orçamento deve ser elaborado para um determinado período de tempo (um

ano, por exemplo);

– Princípio da não vinculação de receitas: nenhuma parte da receita pode ser vinculada a determinados

gastos;

– Princípio da discriminação ou especialização: as receitas e despesas devem aparecer de maneira

discriminadas, para ficar clara a origem e a destinação dos recursos;

– Princípio da exclusividade: o orçamento só pode conter matéria de natureza orçamentária; e

– princípio do equilíbrio: para os economistas clássicos, o equilíbrio orçamentário era fundamental.

Modernamente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a ser encaminhada ao Congresso Nacional até oito

meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvida para sanção até o encerramento

da sessão legislativa, faz um orçamento equilibrado (Despesas = Receitas), mas o gasto público adquire

a função de estabilizador da economia. Pela Lei da Responsabilidade Fiscal, o gestor público só pode

gastar (Despesas) até o limite da arrecadação (Receitas efetivadas).

Lei de Diretrizes Orçamentária: define as grandes linhas do Orçamento do ano seguinte. É um lei para

confeccionar o Orçamento: é um lei inócua. A dificuldade em fazer o Orçamento real do Brasil começa

na concepção do projeto: para elaborá-lo, o ministério do Planejamento usa dados do mês de junho e faz

projeções. Quando chega ao Congresso em agosto, a proposta já está defasada. Quando o Orçamento

passa para a análise dos parlamentares, começa o jogo de faz-de-conta. O Congresso, com a desculpa de

atualizar estimativas feitas pelo Executivo, invariavelmente infla as receitas de modo artifici8al e usa

esse dinheiro (que não irá existir) para atender a demandas que beneficiem sua bases eleitorais. O

resultado é sempre o mesmo: aprovado o Orçamento, o Executivo faz um decreto pelo qual segura

gastos e libera apenas o que quer.

Lei do Orçamento: uma vez aprovado o Orçamento, a LDO perde sua validade, já que a Lei do

Orçamento lhe é hierarquicamente superior – e, portanto, não há razão que impeça que as diretrizes

orçamentárias sejam revistas meses depois. Este é o Brasil!

Como o Orçamento é feito: 1. Começa a ser feito em junho de cada ano por técnicos do Ministério do Planejamento. Eles estimam

a arrecadação para o ano seguinte e definem um teto de gastos para cada ministério e para o

Legislativo e o Judiciário.

2. Em seguida, cada ministro e os chefes do Legislativo e do Judiciário definem como gastarão a cota

que lhes foi destinada pelo Ministério do Planejamento. Nessa etapa, eles podem negociar mais

dinheiro com o Planejamento.

3. No fim de agosto, depois de negociar com cada ministério e cada poder, a equipe do Ministério do

Planejamento consolida os números e envia a proposta do Orçamento da União ao Congresso

Nacional.

129

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

4. Assim que chega ao Congresso, a proposta começa a ser analisada pela Comissão Mista do

Orçamento, que é permanente e reúne 65 deputados e 21 senadores. O debate dura, em geral, uns

quatro meses.

5. Na Comissão Mista do Orçamento, as discussões restringem-se a uma parte pequena do Orçamento,

pois mais de 90% dos gastos são obrigatórios:

a. 29,8% destinam-se ao pagamento de aposentados e pensionistas;

b. 19,1% são consumidos como o pagamento de salários dos servidores públicos;

c. 16,5% vão para transferências obrigatórias para estados e municípios;

d. 9,6% são destinados a programas prioritários (saúde, educação e bolsa-família);

e. 8,7% são despesas definidas na CF ou Lei Complementar: abono e seguro desemprego,

benefícios a idosos e deficientes, subsídios, precatórios, repasses para o Legislativo e Judiciário

etc.;

f. 6,8% sobram para o governo mexer como quiser: luz, xérox, passagens, diárias, materiais de

expediente etc. Esses gastos podem ser reduzidos, mas não cortados integralmente. Na prática,

esta é a parcela discutida pela Congresso;

g. 9,5% vão para o pagamento de juros (superávit primário).

6. Ao final de seu trabalho, a Comissão Mista do Orçamento aprova um relatório por maioria de seus

86 parlamentares.

7. O relatório final da Comissão Mista do Orçamento é votado em plenário em sessão conjunta da

Câmara e do Senado. Para ser aprovado, precisa do voto da maioria de seus membros. Mas, como

normalmente há acordo, a aprovação costuma ser feita apenas com o voto dos líderes.

8. O Orçamento tem de ser votado ata 31 de dezembro de cada ano para vigorar no ano seguinte. Em

2005, o atraso foi de quase quatro meses, uma demora que não ocorria desde 1994.

Despesas:

Despesas correntes – Despesas de custeio

– pessoal civil

– pessoal militar

– material de consumo – serviços de terceiros

– encargos diversos

– Transferências correntes – subvenções sociais

– subvenções econômicas

– inativos – pensionistas

– salário-família e abono

– juros da dívida pública – contribuição da Previdência Social

– transferências correntes diversas

Despesas de capital – Investimentos

– obras públicas

– equipamentos e instalações

– participação no capital de empresas industriais e agrícolas – material permanente

– Inversões financeiras

– aquisição de imóveis

– participação no capital de empresas comerciais e financeiras

– concessão de empréstimos

– constituição de fundos rotativos – Transferências de capital

– amortização da dívida pública

– auxílios para obras públicas – auxílios para equipamentos e instalações

– auxílios para inversões financeiras

– outras contribuições.

Receitas:

Receitas correntes – Receita tributária

– impostos

– taxas e contribuições de melhorias – Receita de contribuição

– contribuição previdenciária

– salário-educação – Receita patrimonial

– receita imobiliária

– receita de valores mobiliários – participação e dividendos

– outras receitas patrimoniais

– Receita agropecuária – Receita industrial (energia elétrica, água e esgotos etc.)

– receita de serviços industriais

– outras receitas industriais – Receitas de serviços (armazéns portuários, hospitais, comunicações

etc.) – Transferências correntes (receitas diversas)

– multas

– cobrança da dívida ativa – outras receitas diversas

Receitas de capital – Operações de crédito

– Alienação de bens móveis e imóveis

–Amortização de empréstimos concedidos –Transferências de capital

–Outras receitas de capital

130

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Tributação no Brasil

Evolução da carga tributária no Brasil:

Ano % do PIB

1947 13,84

1970 25,94

1990 30,50

2003 36,70

2009 38,50

2010 37,00

Futuro 40? Mais? Menos!!

O almoço nunca é grátis (exemplo): de comum acordo com as centrais sindicais, o Receita Federal

elevou, em abril/2011, o valor mínimo que determina quem deve pagar imposto de renda (IR): a faixa de

isenção subiu de R$ 1.499,15 para R$ 1.566,61 por mês. A “bondade”, porém, é compensada pelo

aumento de outros tributos: com a correção da tabela do imposto de renda em 4,5%, o governo perde R$

1,6 bi por ano, mas ganha R$ 1,75 bi (R$802 mi com a elevação de 2,38% para 6,38% da alíquota do

IOF em compras com cartão de crédito no exterior, mais R$ 949 mi com o aumento da tributação média

de 15% em bebidas, com cerveja, refrigerante, energético e água mineral).

Lição da história: nenhum país do mundo cresceu com carga tributária do tamanho da brasileira. Não

há registro de um só caso de país que tenha crescido num ambiente de tributos elevados.

Comparação: a carga tributária no Brasil, onde os serviços públicos são péssimos, é maior do que no

Japão (30%), Canadá e Espanha (35%) e Alemanha (36%), todos países desenvolvidos, onde os serviços

públicos são de primeira linha.

Fatia do governo nas contas públicas: a carga tributária sobre tarifas públicas brasileiras é uma das

mais altas do mundo. O governo arrecada mais todas as vezes que as tarifas sobem. No Brasil há casos

em que a parte do governo nas contas pagas pelo consumidor chega a ser de 6 a 10 vezes maior que nos

EUA e na Inglaterra.

% dos impostos nas

tarifas

Gás de cozinha Telefones

(fixo e celular)

Energia elétrica

Brasil 22% Até 32% Até 31%

EUA 15% 3% 7%

Inglaterra 18% 17,5 5% Fontes: ANATEL, Ass. Bras. dos Distribuidores de Energia Elétrica e Centro Brasileiro de Infraestrutura

Estado brasileiro arrecada muito e distribui mal:

Inglaterra Para cada 10 reais pagos pelos 10% mais ricos, 80 centavos voltam para os mais ricos e

9,20 reais são distribuídos aos mais pobres

Brasil Para cada 10 reais pagos pelos 10% mais ricos, 5 reais voltam para os mais ricos e 5 reais

são distribuídos aos mais pobres. Além disso, os órgãos do governo aplicam muitas multas

aos ricos (entre 2008/2010: R$ 10,6 bilhões em ações do IBAMA, ANP, ANAC e

INMETRI), mas não nas recebem.

Arrecadação: o governo brasileiro arrecada MAIS DE UM trilhão de reais/ano, mas só pode decidir

como gastar 5% dos recursos: 96% são despesas constitucionais, legais e contratuais obrigatórias .

Pagamento juros da dívida: são necessários mais de R$ 170 bilhões (0,1075 × 1.600 bi) de reais/ano.

Funcionalismo e aposentadorias: gastos levam 56% da arrecadação, sobrando pouco para investir em

educação, saúde e infraestrutura (capital social básico). O ensino público é deficiente e caro (a formação

de um universitário é 17 vezes maior do que o gasto com uma criança no ensino fundamental; em outros

países essa relação é 2/1). A saúde vai de mal a pior. Setenta por cento (70%) das estradas brasileiras

continuam esburacadas.

Fome de impostos: a carga tributária incidente sobre as empresas (produção) no Brasil desestimula

investimentos. Ela é quase três vezes a da Europa e quase cinco vezes a do Leste Asiático:

131

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

L.Asiático México Ricos Europa A.Latina África BRASIL

31,2% 31,3% 46,1% 50,2% 52,8% 58,1% 147,9%

No entanto, “as empresas não pagam tributos (impostos, taxas e contribuições), ao contrário do que se

pensa. São apenas responsáveis pelo recolhimento. Quem paga são as pessoas físicas, quando consomem

bens e serviços, auferem rendas ou possuem propriedade urbana ou rural. A carga tributária sobre lucros

e a propriedade das empresas representa, em última instância, a antecipação do que seria pago por seus

sócios e acionistas.” (Mailson da Nóbrega, em Veja, 07//03/2012).

Brasil, um manicômio tributário: único país no mundo a taxar um produto industrializado com o IPI,

só pelo fato de sua transformação industrial, ainda um resquício da proibição portuguesa à manufatura

no Brasil Colônia.

Custo do emprego no Brasil: quais são as despesas que incidem sobre o salário dos trabalhadores no

Brasil (horistas)?

Tipos de despesas % do salário

[1] OBRIGAÇÕES SOCIAIS

Previdência social 20,00

FGTS 8,00

Salário-educação 2,50

Acidentes de trabalho (média) 2,00

Sesi/Sesc/Sest 1,50

Senai/Sebac/Senat 1,00

SEBRAE 0,60

INCRA 0,20

Subtotal [1] 35,80

[2] TEMPO NÃO-TRABALHADO I

Repouso semanal 18,91

Férias 9,45

Abono de férias 3,64

Feriados 4,36

Aviso prévio 1.,32

Auxílio enfermidade 0,55

Subtotal [2] 38,23

[3] TEMPO NÃO-TRABALHADO II

13º salário 10,91

Despesa de rescisão contratual 3,21

Subtotal [3] 14,12

[4] INCIDÊNCIAS CUMULATIVAS

Incidência cumulativa (obrigações tempo não-trabalhado) 13,68

Incidência do FGTS sobre 13º salário 0,93

Subtotal [4] 14,61

TOTAL GERAL 102,76

Mordida do leão nos rendimentos de uma família composta de pai, mãe, 2 filhos menores e um

aposentado, com renda bruta de R$ 12.000,00

Impostos Discriminação R$ Observações

Pessoais Imposto de Renda 2.145 Alíquota de 27,5% com as deduções da lei

Previdência 411 Teto de contribuição

ISS 250 Alíquota média

CPMF 35 0,38% sobre a renda

132

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

S/ despesas de moradia Condomínio 120 Sobre a taxa de condomínio de R$ 400,00

IPTU 108 Apto. de 3 quartos

Prestação casa própria 155 Sobre custo financeiro

Energia elétrica 26 Sobre consumo médio

Gás 7 Idem

Taxa de lixo 5 Idem

S/ despesas com veículo Gasolina 200 200 litros/mês

IPVA 106 Carro médio

Juros de financiamento 60 Sobre custo financeiro

Seguro 16 Sobre a mensalidade

S/ despesas telecomunicações Telefone 68 Telefonia fixa e celular

Internet 6

S/ despesas com educação Mensalidades 144 Sobre R$ 1.200 por mês

Curso de inglês 67 Sobre R$ 155 por mês

S/ despesas de saúde Plano de saúde 58 Padrão família

Remédios 45 Sobre medicamentos

Primeiro subtotal 4.032

S/ despesas com alimentos 783 Consumo médio da família

S/ despesas com vestuário 85 Idem

S/ juros do cheque especial 35 Sobre custo financeiro

S/ salário de doméstica 60 Sobre R$ 510 mensais

S/ despesas com lazer Natação 60

Academia 30

Outros 18 S/ 10 bilhetes de cinema

Segundo subtotal 5.103

Despesas adicionais causadas

pela ineficiência do Estado

Mensalidades escolares

1.056

Sem os impostos

Plano de saúde 275 Idem

Prev. privada p/ casal 300 Idem

TOTAL 6.734 56,11% de R$12.000

Renda familiar disponível 5.266 43,89% de R$ 12.000

Não é fácil reduzir a tributação no Brasil: a carga tributária brasileira subiu de 23% em 1988 para

estimados 36% em 2012. Desperdícios decorrentes de inépcia, fisiologismo, corrupção e, principalmente,

aumento das despesas que se expandem a ritmo superior ao do PIB (Lei de Wagner). Em média, de 1988 a

2011, o PIB cresceu 3% a.a, mas as despesas federais aumentaram 5% a.a, bem assim as de pessoal. Os gastos

do INSS cresceram anualmente 13% e as transferências constitucionais para estados e municípios, 10% a.a.

Computadas as aposentadorias dos servidores públicos, os gastos previdenciários nacionais passaram de 4%

do PIB em 1988 para 12% em 2011. Por tudo isso, em 24 anos, os tributos federais passaram de 16% para

25% do PIB. Despesas federais incomprimíveis como pessoal, INSS, educação, saúde, transferências e juros

corresponderam a 74% de receita em 2011. Somadas outras despesas constitucionais, legais e contratuais

obrigatórias como subvenções, o Legislativo e o Judiciário, esse percentual vai para 96%. Eis a tragédia

fiscal, no dizer de Mailson da Nóbrega.

A indústria tem pressa, o Brasil não pode esperar:o mundo do trabalho mudou, mas o sistema de relações

do trabalho no Brasil continuam antiquado, baseado numa realidade de 70 anos atrás, com uma legislação

trabalhista que já deveria estar aposentada. As relações trabalhistas do mundo globalizado de hoje são outras,

mais flexíveis e modernas, voltadas para a proteção do trabalhador e também para a competitividade das

empresas. A rigidez das leis atuais, a complexidade burocrática e as altas despesas de contratação prejudicam

o ambiente de negócios e a produtividade da indústria brasileira. Uma legislação trabalhista mais moderna

favoreceria o trabalhador e também as empresas. Quem tem menos dificuldade para contratar pode contratar

bem mais e obrigações trabalhistas menos onerosas estimulam o pagamento de melhores salários.

133

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

A estrutura política

Definição de Política: do grego: , é um dos três principais suportes da Sociologia, ao lado do

Direito e da Economia. Ciência e arte de governar, dedica-se à teoria e à prática de governo, ou

administração do Estado.

Brasil: “um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a

liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça, como valores supremos

de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,

na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias” (Preâmbulo da Constituição

Federal).

Regime: estrutura do governo e de seus modelos ideológicos, a forma de governo, ou a estrutura de

escolha dos governantes. Ex: monarquia, república, democracia, oligarquia, ou, do ponto de vista

econômico-social, capitalismo, socialismo, comunismo ou totalitarismo.

Sistemas de governo: autocracia, presidencialismo, parlamentarismo

Democracia: governo do povo expressado na maioria política, assentado nos princípios de liberdade e

igualdade, e em que a representação popular das minorias é assegurada por plena fiscalização e crítica.

Tipos de democracia: direta (governo do próprio povo reunido em assembléia popular), indireta

(democracia representativa), mista ou semidireta (representativa em que o povo se reserva o poder de

fiscalização mediante técnicas de controle como referendo, iniciativa popular, recall ou eleição especial

americana para substituir um titular do poder antes do fim do mandato), liberal ou laissez-faire

(abstenção do Estado na ordem econômica), social (igualdade de direitos e oportunidades com

intervenção parcial do eEstado), popular (pluralidade de partidas da mesma linha ideológica) etc.

República Federativa do Brasil: formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e Distrito

Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I – a soberania;

II – a cidadania;

III – a dignidade da pessoa humana;

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V – o pluralismo político. (Constituição Federal, art. 1º).

Poderes da União: independente e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário

(Constituição Federal, art. 2º).

Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II – garantir o desenvolvimento nacional;

III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras

formas de discriminação (Constituição Federal, art. 3º).

Princípios das relações internacionais do Brasil:

I – independência nacional;

II – prevalência dos direitos humanos;

III – autodeterminação dos povos;

IV – não-intervenção;

V – igualdade entre os Estados (países);

VI – defesa da paz;

VII – solução pacífica dos conflitos;

VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X – concessão de asilo político

134

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

CF, art. 4º e parágrafo único: O Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos

povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Globalização

Processo: pelo qual a vida social e cultural nos diversos países do mundo é cada vez mais afetada por

influências internacionais em razão de injunções políticas e econômicas;

Intercâmbio econômico e cultural entre diversos países, devido à informatização, ao desenvolvimento

dos meios de comunicação e transporte, à ação neocolonialista de empresas transnacionais e à pressão

política no sentido da abdicação de medidas protecionistas;

Espécie de mercado financeiro mundial criado a partir da união dos mercados de diferentes países e da

quebra de fronteira entre esses mercados;

Integração cada vez maior das empresas transnacionais, num contexto mundial de livre-comércio e de

diminuição da presença do Estado, em que as empresas podem operar simultaneamente em muitos

países diferentes e explorar em vantagem própria as variações nas condições locais.

Processo plurívoco (não é um conceito unívoco, mas plurívoco) comumente associado à ênfase dada

pela literatura anglo-saxônica dos anos 80 a uma nova economia política das relações internacionais.

Este conceito tem sido amplamente utilizado para expressar, traduzir e descrever um vasto e complexo

conjunto de processos interligados:

1) a crescente autonomia adquirida pela economia em relação à política;

2) a emergência de novas estruturas decisórias operando em tempo real e com alcance planetário;

3) as alterações em andamento nas condições de competitividade de empresas, setores, regiões, países

e continentes;

4) a transformação do padrão de comércio internacional, deixando de ser basicamente inter-setorial e

entre firmas, e passando a ser eminentemente intra-setorial e intra-firmas;

5) a “desnacionalização” dos direitos, a desterritorialização das formas institucionais e a

descentralização das formas políticas de capitalismo;

6) a uniformização e a padronização das práticas comerciais no plano mundial, a desregulamentação

dos mercados de capitais;

7) a interconexão dos sistemas financeiro e securitário em escala global, a realocalização geográfica

dos investimentos produtivos e a volatilidade dos investimentos especulativos;

8) a unificação dos espaços de reprodução social, a proliferação dos movimentos migratórios e as

mudanças radicais ocorridas na divisão internacional do trabalho;

9) o aparecimento de uma estrutura político-econômica multipolar incorporando nova fontes de

cooperação e conflito tanto no movimento do capital, quanto no desenvolvimento do sistema

mundial.

Fenômeno antigo: Globalização não é fenômeno novo. Está longe de ser um conceito original ou

inédito na história, na sociologia política, na teoria econômica ou mesmo na ciência do direito:

– Estava presente, por exemplo, nos antigos impérios, provocando surtos de modernização

econômica, cultural, social e jurídica.

– Na Era moderna foi fator responsável pelas grandes descobertas, pelas formas manufatureiras

desenvolvidas na Europa (Gênova, Florença, Milão e Veneza), pela formação de um sistema

internacional de pagamentos baseados em letras de câmbio e a chegada da civilização européia ao

extremo da Ásia..

– Os séculos XVII e XVIII conheceram o “mercantilismo”, com fortalecimento de novos pólos de

poder econômico na Europa, com o surgimento da burguesia e a aplicação do colonialismo.

– O século XIX e começo do século XX foram o apogeu da hegemonia inglesa no mundo.

Globalização hoje: A sociedade informacional, os novos paradigmas de produção, as companhias

globais, as facilidades de transportes e das comunicações e a enorme expansão tecnológica fizeram

da terra uma aldeia global, sem fronteiras geográficas para o comércio, o capital, as decisões

produtivas e as mutações sociais de qualquer parte do planeta. Saímos do Estado-nação para a

economia-mundo, onde as organizações financeiras e empresariais transnacionais ampliaram

exponencialmente a produção de suas próprias regras e contratos padronizados mundialmente. Veja-

se este

135

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Quadro: Evolução da regulação jurídica (Pierre Rosanvallon)

Características Era keynesiana Globalização

Objeto da

regulação conflitos entre o trabalho e o capital Conflitos basicamente funcionais

Agentes sociais

–Estado

–empresas

–sindicatos

–partidos

–organismos públicos

–corporações empresariais

–centrais sindicais

–org. não governamentais

Eixo central econômico, partilha do crescimento;

emprego; rendes e equipamentos

–organizacional, descentralização,

flexibilização da produção, maximização da

acumulação

Espaço de

regulação

único e homogêneo: território

nacional

Duplo: descentralizado ao nível de cada

nação e centralizado nas matrizes

Modo de regulação estatal: negociação coletiva via

Estado-Previdência

Global via técnicas de gestão financeira,

industrial, mercantil e trabalhista

Tipo de direito positivo: os códigos legais “trades” normativas

Mecanismos da globalização:

1) final dos anos 70, início dos 80: mudanças na economia internacional -transformações profundas nas

formas de organização da produção capitalista e nos planos de desenvolvimento, alterações na

extensão e natureza das relações comerciais internacionais;

2) a revolução tecnológica, baseada na microeletrônica, na informática e nos processos ultra-rápidos de

comunicação, produziu o fenômeno denominado globalização que se traduz na acelerada

interdependência dos mercados de matérias-primas (inputs), dos fatores de produção, das

mercadorias e serviços, e na alteração monumental dos métodos de produção, de distribuição e

comercialização das indústrias tradicionais, e dos níveis de produtividade. Significa a ampliação da

concorrência internacional e maior complexidade operacional para produzir e vender o maior número

de bens e serviços possível para mercados cada vez mais exigentes e bem informados. A força motriz

da nova revolução econômica é a “telemática” (tecnologia e informática crescentemente inovadoras

por um lado e criticadas pelos cépticos que vêem nelas a fonte geradora de ondas de desempregos em

massa);

3) a verdade é que a globalização já chegou com suas mega-empresas transnacionais cobrindo o

planeta inteiro com seus tentáculos, produzindo onde a matéria-prima é abundante e mais barata e

onde a mão de obra é mais em conta; e vendendo nas praças em que há maior demanda e poder de

compra, não existindo limites para suas conquistas em praticamente parte alguma do orbe terrestre;

4) os capitais, por sua vez, não têm pátria: vão a todos os lugares onde a lucratividade é certa e do maior

tamanho que se possa alcançar;

5) e tudo acontece como se vivêssemos numa aldeia global: as relações negociais, multinacionais,

realizadas em instantes, pelo milagre dos satélites e dos meios de transportes supersônicos, e as

decisões tomadas pelas pessoas com o uso de computadores cada vez mais engenhosos e rápidos. É o

futuro que já se delineia.

Isolamento: O Brasil aparece no 53º lugar na lista dos 62 países mais globalizados, segundo o Índice de

Globalização elaborado pela consultoria A. T. Kearney, que mede a integração econômica e o

relacionamento pessoal, político e tecnológico dos 62 países que respondem por 96% do PIB do mundo:

1 Irlanda 15 França

2 Cingapura 16 Portugal

3 Suíça 18 Alemanha

4 Holanda 20 Malásia

5 Finlândia 29 Japão

6 Canadá 30 Botsuana

7 EUA 40 Senegal

8 Nova Zelândia 50 Colômbia

9 Áustria 53 BRASIL

10 Dinamarca 60 Índia

12 Reino Unido 62 Irã

136

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Mercados regionais

Conceito: agrupamento regional de países com objetivos econômicos, sociais, culturais e comuns.

Existência de um direito econômico regional. Há mercados regionais em todos os continentes. Uns

maiores, outros menores, pelo número de Estados-membros ou pela abrangência da objetividade

comum: UE, NAFTA, MERCOSUL, COMUNIDADE ANDINA, TIGRES ASIÁTICOS, ALCA etc.

Pelo grau de interesse para o Brasil, estudemos:

União Européia: histórico:

1) Antecedentes:

– Roma Imperial: primeiros esforços para unificação da Europa;

– Cristianismo: força agregadora sob a autoridade papal;

– Esforços pós II Guerra: reconstrução econômica, união duradoura, cooperação.

2) Embriões:

– 1948 - Convenção de Paris: Organização Européia de Cooperação Econômica;

– 1951-Tratado de Paris: Comunidade Européia do Carvão e do Aço

Objetivos principais: paz mundial com solidariedade de fato e desenvolvimento econômico com

emprego, produtividade e melhoria do nível de vida dos Estados-membros;

– 1957 - Tratado de Roma: Comunidade Econômica Européia (Bélgica, Alemanha, França, Itália,

Luxemburgo e Países Baixos)

Objetivos principais: união, progresso econômico e social, eliminação das barreiras alfandegárias,

melhoria do emprego e da vida de seus povos, estabilidade, equilíbrio e lealdade nas relações de

trocas, respeito mútuo, paz e liberdade, política econômica integrada no contexto da Comunidade,

entre outros;

– Adesões:1972 - Inglaterra, Irlanda e Dinamarca; 1979 - Grécia; 1985 - Portugal; 1986- Espanha;

3) Consolidação:

– 1992 – Tratado de Maastricht: União Européia

Objetivos principais: integração européia de um PIB de 12 trilhões de euros (em junho de 2010),

concretização do “grande mercado interno” de 500 milhões de habitantes com moeda forte e

bases sólidas para a construção da futura Europa, democracia, liberdade, solidariedade, respeito à

história, cultura e tradições dos Estados-membros, busca da cidadania comum e identidade

européia, política de defesa comum, paz, segurança e progresso econômico-social sustentável

dentro dos princípios da complementaridade e subsidiariedade, uniformização da política

econômica e monetária, no final.

– Atualmente: com a inclusão da Áustria e dos escandinavos Dinamarca e Finlândia e mais Chipre,

República Tcheca, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Eslováquia e Eslovênia

são 25 os Estados-membros, número que subirá a entrada de Bulgária, Romênia e Turquia. Países

europeus fora da UE: Albânia, Andorra, Antiga República Jugoslava da Macedônia, Bielorússia,

Bósnia Herzegovina, Croácia, Islândia, Liechtenstein, Moldóvia, Mônaco, Noruega, Rússia, São

Marinho, Sérvia e Montenegro, Suíça, Ucrânia e Vaticano.

Objetivo do momento: desenhar uma Constituição para o Bloco e unir mais as Nações.

Mercado Comum do Sul

1) Embriões:

– 1960 - I Tratado de Montevidéu: Associação Latino-Americano de Livre Comercio: Objetivos

principais: zona de comércio sem barreiras, cooperação e políticas econômicas destinadas a

fortalecer os países da América Latina, espelhadas no exemplo europeu.

– 1980 - II Tratado de Montevidéu: Associação Latino-Americana de Integração: Objetivos

principais: solidariedade e integração econômica regional, desenvolvimento com redução dos

desníveis regionais, i.é, harmônico e equilibrado, pluralismo com flexibilidade e convergência.

2) Nascimento

– 1991 (26.03) - Tratado de Assunção: Mercado Comum do Sul (Argentina, Brasil, Paraguai e

Uruguai).

Diretrizes principais:

– livre circulação de bens;

– estabelecimento de tarifa externa comum;

– adoção de política comercial comum em relação a terceiros Estados;

– coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e internacionais;

137

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

– coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais visando a assegurar condições adequadas de

concorrência entre os Estados-membros;

– obrigação de harmonização das legislações nas áreas pertinentes;

– integração dos mercados regionais para acelerar o processo de desenvolvimento econômico e

social, com preservação do meio ambiente, modernização tecnológica, científica e econômica para

ampliação da oferta e qualidade de bens e serviços, a fim de melhorar o nível de vida dos habitantes

da região.

3) Etapas a serem vencidas até a consolidação:

I- zona de livre comércio (livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, sem

barreiras nem tarifas alfandegárias);

II- União aduaneira: estabelecimento de tarifa externa comum e adoção de uma política comercial

comum em relação a terceiros Estados;

III- mercado comum: coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados-Partes

para assegurar condições adequadas de concorrência;

IV - união econômica e monetária: inclusive o sonho da moeda comum e forte.

4) Ocorrências:

– 1991 (17.12) - Protocolo de Brasília para a Solução de Controvérsias

a) Negociações diretas entre as partes envolvidas: as controvérsias serão resolvidas, “antes de

tudo, mediante negociações diretas”;

b) Tentativa de conciliação: não havendo acordo integral, o Grupo Mercado Comum faz a

mediação para tentar obter a conciliação de interesses;

c) Procedimento arbitral: não havendo ainda êxito, um Tribunal ad hoc, de 3 juizes – um de cada

parte envolvida e o terceiro de nacionalidade neutra, designado de comum acordo por aqueles,

e que presidirá o Tribunal –, há de resolver o problema.

– 1994 - Protocolo de Ouro Preto: Estrutura orgânica do Mercosul composta de:

1) Conselho do Mercado Comum, órgão superior, incumbido da condução política do processo de

integração. Manifesta-se por Decisões obrigatórias para os Estados-membros;

2) Grupo Mercado Comum é o órgão executivo. Manifesta-se por Resoluções.

3) Comissão do Comércio do Mercosul vela pela aplicação dos instrumentos de política

comercial comum. Manifesta-se através de diretrizes ou Propostas.

4) Comissão Parlamentar Conjunta é o órgão representativo das Parlamentos dos Estados-

membros (tem igual número de parlamentares representantes por país);

5) Foro Consultivo Econômico-Social de representantes em número igual por país;

6) Secretaria Administrativa do Mercosul, órgão de apoio operacional.

Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (North American Free Trade Agreement – NAFTA): foi celebrado em 8 de dezembro de 1992 entre Canadá, México e Estados Unidos.

Associação de Livre Comércio Americano - ALCA

Conceito: a ideia da Alca foi lançada pelos Estados Unidos em 1994. O projeto inicial era derrubar os

muros comerciais entre os países do continente. Os americanos queriam ir além da redução das barreiras

tarifárias. Pretendiam estabelecer regras de proteção à propriedade intelectual e a abertura dos setores

bancários e de serviços. O Brasil bateu o pé, com o argumento de que os americanos pediam muito, sem

oferecer contrapartidas como a redução de subsídios agrícolas em seu país.

Tamanho do mercado: os negociadores devem definir detalhes de um acordo que envolverá 34 países,

com uma população total de 800 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de US$

12 trilhões, sendo quase US$ 11 trilhões dos Estados Unidos.

Alca light: em reunião realizada em Miami, em novembro de 2003, os governos decidiram partir, sem

muita unanimidade, para uma Alca com desenho que ainda apresenta muitos pontos em aberto.

O forte, os fracos e os fraquíssimos: os Estados Unidos, o Canadá, o México e o Brasil, e os outros

inclusive Chile e Argentina: trata-se de uma luta muito desigual. Para o Brasil, a Alca é praticamente

uma negociação com os Estados Unidos e o Canadá. Para o restante dos países, o Brasil não precisa de

Alca.

Ganhos: o Brasil quer o mercado: a entrada dos produtos agrícolas e manufaturados nos Estados Unidos

e Canadá principalmente, sem grandes barreiras impeditivas. O Brasil quer ter liberdade para continuar

138

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

regulamentando sua economia e para usar certos instrumentos de política industrial que os países

desenvolvidos usam. Um exemplo: nos Estados Unidos, as compras governamentais, mormente as do

Pentágono, são fantásticas. No Brasil, o gasto militar é baixíssimo, mas, em compensação, temos a

Petrobrás e a Eletrobrás para fazer política industrial. O Brasil também quer ter sua indústria de

genéricos, sem a barreira da patente.

Riscos: o maior risco para o Brasil é mesmo a transformação da Alca num instrumento que tire sua

liberdade de regulamentar a economia. Uma negociação de tarifas, por exemplo, com uma redução

desequilibrada, tal que dificulte a entrada de nossos produtos agrícolas nos Estados Unidos e facilite

demais a entrada dos produtos manufaturados deles no Brasil. Não se deve esquecer que os países

desenvolvidos têm mais ideias e mais gente preparada para negociar. Ninguém se engane, o comércio

está nos grandes, nos países desenvolvidos, mas a barreiras impostas por eles não desapareceram tão

facilmente. O governo da Flórida (Jeb Bush, irmão do presidente) já disse: "Cítricos, nem pensar”. Mas,

ao Brasil interessa exportar o saco de laranja.

União das Nações Sul-Americanas (Unasul)

A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) é uma organização reconhecida pela ONU que tem o objetivo de facilitar as relações entre seus 12 países membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Não se trata, porém, de um bloco como o Mercosul e a União Europeia. Entidades desse tipo visam apenas a integração econômica. A Unasul, ao contrário, é uma entidade com propostas mais abrangentes. Ela tem metas políticas e estratégicas também, que incluem a criação de um parlamento, um conselho de defesa e um banco continental. Lá na frente, em um futuro ainda distante, a ideia é que tudo isso acabe resultando na formação de uma grande zona de livre comércio. Ainda assim, não dá para classificá-la como um bloco de interesses estritamente econômicos.

Referências bibliográficas: MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São

Paulo: Thomson Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de

Economia. São Paulo: Saraiva, 2001; PINHO, D. B. e VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia.

Eq. da USP. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

139

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

13 – Abordagem estruturalista do desenvolvimento

Desenvolvimento × Subdesenvolvimento: os termos “desenvolvido” e

“subdesenvolvido” começaram a cair em desuso na década de 70. Desde os anos 80, o

Banco Mundial passou a dividir os países em quatro categorias, de acordo com sua

renda per capita:

Baixa renda (renda per capita anual de 1.900 reais – US$ 1.200 – ou menos)

Renda média baixa (renda per capita de 1900 a 7.400 reais – 1.201 a 4.400 dólares)

Renda média alta (renda per capita de 7.400 a 22.000 reais – 4.400 a 13.000 dólares) e

Renda alta (renda per capita acima de 22.000 reais ou URS 13.000).

Etapas do desenvolvimento: segundo Rostow , são cinco:

1) A sociedade tradicional, cuja estrutura se expande dentro de funções de produção

limitadas, baseadas em uma ciência, tecnologia e atitudes pré-newtonianas: tecnologia

estagnada e atrasada, força de trabalho basicamente agrícola, rígida hierarquia social,

gastos supérfluos, desperdícios etc.;

2) As precondições para o arranco: gradual aparecimento de ciência moderna,

mudança de mentalidade, nascimento de uma estrutura capitalista, evolução de

tecnologia agrícola, mais urbanização populacional, importação de bens de capital etc.;

3) O arranco ou decolagem (take-off): rápido crescimento de alguns setores pela

absorção de tecnologia, taxa líquida de poupança interna em torna de 15% do PIB,

decisão, política e empresarial quando à modernização econômica, etc.;

4) A marcha para maturidade: diferenciação de setores industriais, administrações

profissionais, reação contra os custos sociais do crescimento etc.; e

5) A era do consumo em massa: direcionamento dos recursos para a montagem de

uma economia do bem-estar (wellfare), busca nacional da influência no exterior,

sofisticação tecnológica, menos trabalho e mais lazer etc.

Abordagem estruturalista do subdesenvolvimento

Economia primária: o setor primário da economia compreende a agricultura, a

pecuária de qualquer espécie (bovina, eqüina, suína, ovina, caça e pesca) e a extração

mineral e vegetal

– Localização da população: grande parte reside na área rural (70% ou mais da

população)

– Uso do fator terra: intensivo, pois grande parte da produção vem do setor primário

– Primarismo tecnológico: pobreza dos equipamentos, falta de mecanização agrícola

– Produção: matérias-primas, baixa industrialização e algum artesanato.

– Exportação: produtos agropecuários e extrativos (a maioria in natura ou sem

transformações industriais)

Economia dual: sempre a convivência de duas estruturas completamente distintas

– Na origem da produção: minifúndios (subsistência) e latifúndios (comercialização)

– No capital: pequenas empresas nativas (descapitalizadas) e multinacionais

(capitalizadas)

– Nas exportações: empresas nacionais (matérias-primas) e multinacionais (produtos

transformados ou industrializados)

– Primarismo tecnológico dos nativos e tecnologia de ponta das multinacionais

Economia dependente: subordinação ou sujeição aos caprichos

140

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

– Do capital externo por não ter poupança interna para tocar o crescimento econômico

– Do FMI & Cia por causa da dívida externa sempre crescente

– Da tecnologia importada: know-how e inovações tecnológicas cada vez mais

sofisticadas

–Das decisões unilaterais dos potências mundiais: EUA, CE, G-7 etc.

Circulo vicioso da pobreza: teoria dos economistas Ragnar Nurkse e Gunnar Myrdal,

segundo a qual o país pobre produz pouco, consome praticamente tudo, não tem

poupança interna, não consegue fazer investimentos e continua produzindo pouco

Alguns exemplos: 1) homens e mulheres eram doentes porque eram pobres; tornaram-

se mais pobres porque eram doentes e, por fim, mais doentes porque eram mais podres;

2) um homem talvez não tenham o bastante para comer; sendo subnutrido, sua saúde

será fraca; sendo fraco, sua capacidade de trabalho será baixa, o que significa que é

pobre e, por conseguinte, não terá o suficiente para comer. É o princípio da causação

circular acumulativa, que pode ser:

– Estático: quando consegue produzir, a cada novo ano, o bastante para repor o

desgaste (depreciação) dos fatores de produção terra (fertilizantes), trabalho (saúde) e

capital (peças de reposição) e a população não aumenta de um exercício para outro. O

nível de pobreza se mantém.

– Dinâmico: quando não consegue produzir, a cada ano novo, o suficiente para cobrir a

depreciação dos fatores de produção (desgaste da terra, saúde humana e reposição de

peças dos equipamentos e instalações manufatureiras) e / ou a população aumenta, o

que leva à queda da produção do exercício seguinte, e assim por diante. O nível de

pobreza aumenta ano após ano.

Efeitos regressivos (backwash effects) e propulsores (spread effects): a migração, o

movimento de capitais e o comércio, entre outros fatores econômicos e não

econômicos, são meios pelos quais o processo acumulativo se desenvolve – para cima,

nas regiões mais ricas, e para baixo, nas desafortunadas. Em geral, os efeitos

regressivos da região afortunada, inibidores da região mais pobre, não são

compensados pelos efeitos propulsores (centrífugos) que aquela possa proporcionar a

esta.

Taxa de desperdício da cadeia de produção brasileira: um estudo recente sobre o

desperdício de alimentos na cadeia de produção brasileira mostra que 44% do que é

plantado se perde até chegar ao consumidor final. A principal parcela dessa perda se

deve a problemas ligados ao manuseio inadequado ou ao armazenamento incorreto dos

produtos

De tudo o que é

plantado,

Perda na

colheita de

20%

Perda no

transporte de 8%

Perda na

indústria de

15%

Perda no

varejo de

1%

Chegam ao

consumidor

56% do que foi

plantado

Razões

negativas:

Pragas,

enchentes e

imprecisão da

colhedeira

Manuseio

inadequado e

contaminação

Manuseio

inadequado

Não há

Razões de

interesse do

consumidor:

Descarte de

produtos

deformados

Não há Seleção dos

melhores

produtos

Descarte de

produtos

vencidos

Desafios do “fome zero”: uma lista de problemas que não se esgota na falta de comida.

a) pobreza: o Brasil tem 56 milhões de pobres, sendo que 23 milhões, ou 14,6% da população, são

indigentes com renda insuficiente para se alimentar;

141

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

b) desigualdade: a renda média dos 40% mais pobres da população ocupada é de R$ 150 mensais;

c) mortalidade infantil: no Brasil, 10,2%o das crianças nascidas vivas morrem antes de completar 1 ano

de idade. No Nordeste, esse número chega a 17,6%o;

d) educação: a taxa de analfabetismo é de 12,4% da população. No Nordeste, mais de 24% da população

adulta não sabe ler nem escrever.

e) crise identidade: agora o governo adotou apenas um cartão de distribuição de dinheiro para todos os

programas: Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, VALE-Gás, Programa de Erradicação do Trabalho

Infantil e Fome Zero.

Quatro realidades econômicas diferentes para análise e comparação (Nov/2010):

Estados Unidos × Brasil Coreia do Sul × Coreia do Norte

23% PIB mundial 2,3% 24,5 bi Orçamento militar (US$) 5 bi

8% Exportações mundiais 1,2% 670 mil Soldados 1,1 mi

11% Invest. externos mundiais 1,6% 2.750 Tanques 3.500

27% Patentes solicitadas 0,3% 13 Submarinos 63

Sim Conselho Segurança ONU Não 467 Aeronaves 388

Maior Potência nuclear Não Quase Potência nuclear Não

14,6 tri PIB (em dólares) 1,5 tri 1,3 tri PIB (em dólares) 40 bi

46.000 PIB per capita em US$ 8.240 25 000 PIB per capita em US$ 1.900

310 mi População 190 mi 48 mi População 23 mi

82 anos Expectativa de vida 73 anos 67 anis Expectativa de vida 79 anos

5/1000 Mortalidade ate 5 anos 21/1000 5/1000 Mortalidade até 5 anos 55/1000

Desigualdade ao redor do Mundo (uma amostra em 2002)

País 10% mais

pobres

10% mais

ricos

Razão Observações

Japão 4,8 21,7 4,5

Esta tabela mostra a percentagem de

renda que os 10% mais ricos e os 10%

mais pobres da população detêm da

renda nacional (ou mais precisamente

do produto nacional líquido a preço de

fatores). A razão entre esses números

mede a diferença a mais (desigualdade

em número de vezes) da renda de ricos

para pobres.

FONTE: World Development Report

2002,p.234-235

Alemanha 3,3 23,7 7,2

Canadá 2,8 23,8 8,5

Índia 3,5 33,5 9,6

Reino Unido 2,6 27,3 10,5

China 2,4 30,4 12,7

EUA 1,8 30,5 16,9

Rússia 1,7 38,7 22,8

Nigéria 1,6 40,8 25,5

México 1,6 41,1 25,7

África do Sul 1,1 45,9 41,7

Brasil 1,0 46,7 46,7

Política econômica

Política: a arte ou ciência do Estado ou do Governo, “o conhecimento sistemático e ordenado dos

fenômenos concernentes ao Estado” (Prélot), “ a ciência do poder e da autoridade” (Duverger)

Política econômica: atuação deliberada do governo, no sentido de que se alcancem objetivos de

natureza econômica, consistentes com outros fins não necessariamente econômicos, definidos ao nível

mais amplo da política. Os tipos de política econômica são vários.

Política fiscal: redução ou aumento dos gastos públicos ou redução ou aumento dos tributos (impostos,

taxas e contribuições de melhoria):

Tipos:

Política fiscal contrativa: redução

Política fiscal expansiva: aumento

Política fiscal discricionária: modifica-se de acordo com as condições

1. Programas de obras públicas e outros gastos

2. Projetos públicos de empregos

3. Programas de transferências governamentais

4. Alteração de impostos etc.

142

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Política monetária: estabelecimento da oferta monetária pelos formuladores do Banco Central:

medidas para controle da quantidade de dinheiro ou das condições de crédito.

Tipos:

Política monetária contrativa: redução da oferta monetária (racionamento do crédito ou expansão do

depósito compulsório, por exemplo)

Política monetária expansiva: aumento da oferta monetária, facilidade de concessão de crédito.

Política cambial: medidas do Banco Central tendentes a acompanhar as relações econômicas do país

com o exterior. Taxa de câmbio: a razão pela qual a moeda nacional e trocada por outra (geralmente o

dólar americano):

1.Sistemas de taxa de câmbio:

Fixa determinada pelas autoridades monetárias

Flexível ou flutuante: a oferta e a demanda de divisas determinam livremente a taxa de câmbio

Fixa, porém ajustável: as autoridades monetárias ajustam a taxa de câmbio quando houver

desequilíbrios importantes, ou determinam-lhe um viés de ajuste dentro do qual a taxa de câmbio pode

variar ao sabor do mercado

2.Protecionismo: doutrina ou política de impor tarifas altas de importação para proteger da concorrência

estrangeira os produtos nacionais

Política de rendas: política governamental discricionária (geralmente de preços, salários, juros etc.) que

procura moderar ou expandir a taxa de crescimento do salário e de outras receitas monetárias com o

objetivo de controlar, por exemplo, a inflação:

Tipos:

Controle ou tabelamento de preços

Política salarial

Política de juros

Política de incentivos à produção

Política de preços mínimos etc.

Por que o Brasil não é primeiro mundo?

Doing Business: documento de 194 páginas do Banco Mundial, que classifica 133 países por sua

capacidade de incentivar o crescimento econômico e a geração de empregos.

Fatores: cultura anti-negócios cria obstáculos ao crescimento:

Burocracia para abrir uma empresa

Nº de ordem Países Duração do processo (dias)

1 Austrália 2

2 Canadá e Nova Zelândia 3

3 Dinamarca e Estados Unidos 4

4 Porto Rico 6

5 Cingapura 8

6 Hong-Kong, Letônia e Holanda 11

7 Irlanda 12

8 Suécia 16

9 Inglaterra 18

10 Panamá 19

73 BRASIL 152

74 Moçambique 153

75 Indonésia 168

76 Laos 198

77 Haiti 203

78 (último) República do Congo 215

Burocracia para fechar uma empresa

Nº de ordem Países Duração do processo (anos)

1 Irlanda 0,4

2 Japão 0,6

3 Cingapura 0,7

4 Canadá e Taiwan 0,8

5 Bélgica, Finlândia e Noruega 0,9

6 Austrália, Hong-Kong e Inglaterra 1

7 Jamaica 1,1

8 Alemanha. Letônia e Lituânia 1,2

143

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

9 Áustria e Itália 1,3

10 Coeria do Sul, Polônia, Rússia e Espanha 1,5

47 BRASIL 10

48 (último) Índia 11,3

Qualidade das leis trabalhistas

Nº de ordem Países Índice de desestímulo

1 Cingapura 20 (menor)

2 Estados Unidos 22

3 Dinamarca e Malásia 25

4 Nova Guiné 26

5 Hong-Kong e Zimbábue 27

6 Inglaterra 28

7 Áustria 30

8 Nova Zelândia 32

9 Canadá, Jamaica e Quênia 34

10 Botsuana e Gana 35

48 BRASIL 78

49 (últimos) Panamá e Portugal 79

Funcionamento da Justiça

Nº de ordem Países Duração do processo (dias)

1 Tunísia 7

2 Holanda 39

3 Nova Zelândia e Cingapura 50

4 Botsuana 56

5 Japão 60

6 Armênia 65

7 Lituânia 74

8 Coréia do Sul 75

9 Haiti 76

10 Dinamarca 83

63 (em 92) BRASIL 380

Pequenos ajustes, grandes soluções:

Países O que fizeram Resultados

a) Burocracia para abrir uma empresa

China Um processo administrativo e não

judicial

Turquia Registro em um único órgão federal Antes eram 8 órgãos

Austrália Cadastro único, via internet 60% são abertas com burocracia zero

Dinamarca Cadastro único, via internet

b) Leis trabalhistas

Cingapura Acordos entre empregados e

patrões valem mais que leis

Desemprego caiu de 7 para 4,4% em 3

anos.

Dinamarca Pode-se negociar tudo Menor incidência de greves e queixas na

Europa.

Holanda e Japão Criaram contratos de meio período

sem obrigações trabalhistas

Redução do custo da mão-de-obra. Hoje

30% têm esse contrato na Holanda

Hungria Carga horária pode ser distribuída

de acordo com a calmaria ou os

picos

Desemprego caiu e o custo da mão-de-

obra foi reduzido em 15%

c) Funcionamento da Justiça

Nova Zelândia, Holanda,

Austrália e Irlanda

Processo simplificados nos

tribunais: redução de custo e tempo

Nova Zelândia possui tem a justiça mais

rápida. É quem mais atrai capitais

144

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

de solução

d) Compras governamentais

Canadá, México e Itália Feitas, via internet, por uma única

agência do governo

Queda da corrupção e economia. Só em

xerox e publicação de editais, o Canadá

economiza 2,3 bi de dólares.

Desenvolvimento x subdesenvolvimento: miserável de berço, o Sudão do Sul chega à independência

(julho/2011) na posição de país mais pobre do planeta. Para entender o que é o subdesenvolvimento,

compare-se a nova nação com a Suíça, país europeu desenvolvido com uma população quase igua:

Características (Índices) econômicas e sociais Sudão do Sul Suíça

1. Área (km2) 644.329 41.277

2. População (milhões) 8,2 7,6

3. População urbana (% da população) 17 74

4. Línguas 70 4

5. Produto Interno Bruto – PIB (bilhões de dólares) 15 523,7

6. PIB per capita (dólares) 1.890 70.350

7. Posição no ranking mundial de produção de petróleo 34º 101º

8. Rebanho bovino (milhões de cabeça) 12 1,6

9. Aeroportos (unidade) 2 42

10. Rodovia asfaltadas (km) 60 71.454

11. Posição no ranking de população infectada pelo HIV 23º 76º

12. Mortalidade infantil (por 1.000 nascimentos) 102 (6º no mundo) 4 (202º no mundo)

13. Taxa de analfabetismo (%) 73 1

14. Alunos por sala de aula 129 19

15. População abaixo da linha de pobreza (%) 51 6,9

16. População com acesso a energia elétrica (%) 5 100

17. Consumo per capita de energia elétrica (kWh/ano) 44 8.307

18. População com acesso a água tratada (%) 55 100

19. População servida por rede de esgoto (%) 20 99

20. População com acesso à internet (%) 7 80

21. Emissoras de TV (unidade) 4 45

22. Jornais (número) 4 197

Indicadores econômicos Ricos Brasil Média Média Média Pobres

(Média) alta baixa

1) PNB per capita/ ano (US$)

2) População urbana (%)

3) Trabalho na agricultura (%)

4) Participação na RN (%):

a) dos 10% mais ricos

b) dos 20% mais pobres

5) Mortalidade infantil (/1000)

6) Expectativa de vida (anos)

7) Calorias per capita

8) Analfabetismo de adultos (%)

9) Poupança bruta (% de do PNB)

10) Formação bruta de K (% PNB)

11) Índice de desigualdades regionais

> 13.000

<75

6

25

8

10

78

3500

1

28

26

0,06/0,35*

12.900

86

25

53

5

16

73

2.900

20

23

23

0,70

<13.000

65

30

35

6,5

60

70

2.900

25

25

25

<6.500

50

45

40

6

75

65

2.600

35

23

23

<4.400

40

60

42

5

112

60

2.300

40

20

20

<1.200

25

80

47

4

118

50

2.000

60

9

15

* Austrália (0,06), Holanda (0,13), Reino Unido (0,14), USA (0,18), Canadá (0,19), Suíça e Alemanha (0,20),

Japão (0,26). Índia e França (0,28), Itália (0,35)

Um país emergente?

Distribuição de renda no Brasil

Grupo social População (%) População (milhões) % da renda

Miseráveis

Pobres

Quase pobres

Classe média

Ricos

6

9

40

40

5

12

17

78

78

10

<1

4

25

40

30

145

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Concentração da riqueza no Brasil

Brasil Estados Unidos

% da Renda % da Riqueza % da Renda % da Riqueza

1% mais rico

5% mais ricos

10% mais ricos

17

39

50

53 8

21

24

26

64

Brasil – Pior distribuição de renda: a parte dos 10% mais ricos na renda total:

Brasil - 50,0%; 2. Zâmbia - 46, 4%; 3. Quênia - 45,8%; 4. Paraguai - 44,2%; 5. Peru - 42, 9%; 6.

Turquia - 40,7%; 7. México - 40,6%; 8. Malásia - 39,8%; 9. Filipinas - 37,0%; 10. Argentina - 35,7%;

11. Siri Lanka - 35,2%; 12. Tailândia - 34,1%; 13. Índia - 33,6%; 14. Portugal - 33,4% e 15. Egito -

33,2%.

Opinião de 410 multinacionais sobre o Brasil: entre janeiro de 1995 e junho de 2003, o Brasil recebeu

recursos oriundos de cerca de 5.500 empresas estrangeiras, que totalizaram 216 bilhões de dólares

(BACEN) com média anual de 19 bilhões (30,4 bi em 2000, mas só 10,1 bi em 2002).

Para onde foi o dinheiro? Pela ordem, automóveis, aço e metais, bancos, agro-negócio e

telecomunicações.

Tipos de investimentos que mais receberam dinheiro: Pela ordem, investimentos em empresas que já

funcionavam no Brasil; montagem de novos negócios; compra de controle ou de parte de empresa de

outros grupos; e aquisição de empresas estatais.

Estados que mais receberam o dinheiro: Pela ordem, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e

Rio Grande do Sul. Aumento das disparidades regionais...

BRASIL: ainda longe de ser um país rico no início de 2012 (pesquisa CNT/Sensus):

PAÍS PIB - US$ bi PIB per capita - US$ IDH Publicações científicas

1º EUA 15,0 Noruega (84.290) Noruega EUA

2º China 7,0 Luxemburgo (77.160) Austrália China

3º Japão 5,9 Suíça 71.530) Holanda Alemanha

4º Alemanha 3,6 Dinamarca (59.050) Estados Unidos Japão

5º França 2,8 Suécia (50.110) Nova Zelândia Inglaterra

6º BRASIL 2,52 Holanda (49.050) Canadá França

7º Reino Unido 2,48 Finlândia (47.720) Irlanda Canadá

8º Itália 2,25 EUA (47.390) Liechtenstein Itália

9º Rússia 1,88 Áustria (47.060) Alemanha Espanha

10º Índia 1,84 Bélgica (45.910) Suécia Índia

47º BRASIL (12.900) 84º BRASIL 13º BRASIL

36

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

37

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Leituras

38

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Primeira

Oceano de plástico – A substância já responde por 70% da poluição marinha e se alastra dos litorais

para o alto-mar

Paula Neiva e Roberta de Abreu Lima

Os oceanos ocupam 70% da superfície da Terra, mas até hoje se sabe muito pouco sobre a vida em

suas regiões mais recônditas. Segundo estimativas de oceanógrafos, há ainda 2 milhões de espécies

desconhecidas nas profundezas dos mares. Por ironia, as notícias mais freqüentes produzidas pelas pesquisas

científicas relatam não a descoberta de novos seres ou fronteiras marinhas, mas a alarmante escalada das

agressões impingidas aos oceanos pela ação humana. Um estudo atualmente em curso pela entidade

ambientalista Greenpeace, cujas conclusões serão apresentadas em maio num congresso na Inglaterra, mostra

que a concentração de material plástico nas águas atingiu níveis inéditos na história. Nos últimos meses,

embarcações do Greenpeace esquadrinharam dezenas de regiões dos oceanos pesquisando amostras da vida

marinha. Os cientistas descobriram que a poluição por plásticos, antes restrita a alguns pontos conhecidos,

hoje é onipresente nas águas dos mares do mundo inteiro. "É absolutamente chocante quando se navega no

meio do nada, a milhares de quilômetros da costa, e se descobre a alta concentração de plástico na água", diz

o inglês Adam Walters, um dos pesquisadores que viajam a bordo dos barcos do Greenpeace. Segundo o

Programa Ambiental das Nações Unidas, existem 46.000 fragmentos de plástico em cada 2,5 quilômetros

quadrados da superfície dos oceanos. Isso significa que a substância já responde por 70% da poluição marinha

por resíduos sólidos.

A primeira vítima dos plásticos que se depositam nos oceanos é a vida animal. Calcula-se que 267

espécies, principalmente pássaros e mamíferos marinhos, engulam resíduos plásticos ou os levem para seus

filhotes julgando tratar-se de alimento. Há seis anos, uma baleia minke foi encontrada morta na Normandia,

no norte da França, com 800 quilos de sacolas plásticas no estômago. Em regiões como a Califórnia, é comum

achar tartarugas, leões-marinhos e focas mortos por asfixia ou lesões internas provocadas pela ingestão de

plástico. O Atol de Midway, próximo ao Havaí, é o símbolo máximo da tragédia que o plástico impinge aos

mares. Por capricho das correntes marinhas, o atol recebe diariamente o entulho plástico proveniente do Japão

e da costa oeste dos Estados Unidos. O lixo de Midway provoca a morte de metade dos 500.000 albatrozes

que nascem anualmente no atol, os quais confundem plástico com comida. O plástico do tipo PVC,

empregado em canos, brinquedos e numa infinidade de utilidades domésticas, pode conter compostos de

estanho altamente tóxicos para moluscos e peixes. Essas substâncias, que chegam ao mar principalmente pela

ação das chuvas que varrem os aterros sanitários, causam alterações hormonais que modificam o sistema

reprodutivo e diminuem a taxa de fertilidade desses animais. Os mesmos compostos de estanho estão

presentes em alguns tipos de tinta utilizados para proteger o casco de barcos e navios. "Essas tintas já foram

banidas em alguns países, mas continuam a ser usadas em muitos outros", informa o biólogo Alexander Turra,

da Universidade de São Paulo.

O plástico encontrado nos oceanos não é apenas aquele que se vê enfeando as praias, como sacolas e

garrafas. Uma das principais ameaças vem de peças quase invisíveis, os chamados pellets, bolinhas com meio

centímetro de diâmetro utilizadas como matéria-prima pelas indústrias. O mundo produz atualmente 230

milhões de toneladas de produtos plásticos por ano – contra 5 milhões na década de 50. Os pellets chegam aos

oceanos como lixo industrial e por meio do descarte de navios que os usam para limpar seus tanques e porões.

Essas bolinhas têm enorme capacidade de absorção de poluentes. Apenas uma delas apresenta concentração

de poluentes até 1 milhão de vezes maior que a da água onde se encontra, envenenando os cardumes que a

ingerem. Um estudo feito neste ano por pesquisadores da Universidade de São Paulo mostrou que em Santos,

no litoral paulista, cada meio metro cúbico de areia da praia contém até 20 000 pellets.

Um trabalho recente desenvolvido por um time de dezenove pesquisadores dos Estados Unidos, da

Inglaterra e do Canadá mapeou, pela primeira vez, o impacto da ação humana sobre os mares. De acordo com

o estudo, apenas 4% das áreas oceânicas do mundo, localizadas nos pólos, estão imunes a ela. E nada menos

de 40% das regiões registram interferências humanas de alta ou média intensidade. "O interesse pelo tema

aumentou consideravelmente na última década, depois que os cientistas perceberam que a ação humana altera

profundamente os oceanos", disse a VEJA o ecologista Benjamin Halpern, da Universidade da Califórnia,

coordenador do estudo. Para chegarem a essa conclusão, os pesquisadores coletaram registros sobre uma série

de variáveis, como poluição, atividade pesqueira e ocupação de zonas costeiras, em diversos pontos dos mares

e oceanos e avaliaram sua intensidade. Outro estudo, divulgado na semana passada pelo Programa de Meio

39

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Ambiente das Nações Unidas, indica que três quartos das regiões pesqueiras do mundo estão ameaçados pelo

impacto da ação humana. Como as grandes regiões pesqueiras se encontram próximas à costa, sofrem os

efeitos do crescimento desenfreado da ocupação dos litorais. Calcula-se que 2 000 famílias se instalem

diariamente em áreas litorâneas. Como se isso não bastasse, segundo o estudo da ONU, a pesca predatória

ameaça 80% das principais espécies de peixes comercializadas. A indústria da pesca captura 2,5 vezes mais

peixes do que poderia caso respeitasse a capacidade dos cardumes de se renovar.

Os estudos mais recentes sobre a saúde dos oceanos apontam que, além da praga dos plásticos, há

cinco principais sintomas da deterioração causada pela interferência humana.

• Acidificação das águas – A produção desenfreada de dióxido de carbono (CO2), o gás do efeito

estufa produzido pela queima de combustíveis fósseis, faz com que os oceanos hoje absorvam uma

quantidade dez vezes maior da substância do que há 100 anos. O CO2 eleva a acidez das águas, o que ameaça

a sobrevivência de diversas espécies de peixes e mamíferos.

• Surgimento de zonas mortas – O esgoto doméstico, os dejetos de gado e o lixo industrial despejados

nos oceanos promovem a proliferação de algas. Em excesso, elas ameaçam todas as outras formas de vida

porque, quando morrem, são degradadas por bactérias num processo que consome grande parte do oxigênio

da água. O resultado é o surgimento das zonas mortas, inóspitas à maioria das espécies. Há cinqüenta anos,

havia três zonas mortas no mundo. Hoje, são 150.

• Desaparecimento de mamíferos – A presença de mamíferos marinhos é um indicador bastante

preciso da qualidade dos oceanos. Alterações no ciclo de vida desses animais alertam para desequilíbrios em

seu ambiente. Na última década, milhares de golfinhos e leões-marinhos morreram por envenenamento ao

comer peixes menores, que se alimentam de algas tóxicas, contaminadas por resíduos químicos.

• Marés vermelhas freqüentes – Chama-se de maré vermelha a concentração de algas tóxicas em águas

litorâneas. Há uma década, no Golfo do México, ela ocorria uma vez a cada dez anos. Atualmente, acontece

todos os anos. Causa a morte de cardumes e pode provocar nas pessoas reações alérgicas e dificuldade para

respirar. O fenômeno se deve à destruição dos manguezais e pântanos e à poluição decorrente da ocupação

humana nas regiões costeiras.

• Destruição do assoalho marinho – A poluição decorrente de vazamentos em petroleiros destrói o

habitat das espécies que vivem próximo à superfície oceânica. Mas o assoalho marinho também sofre com a

contaminação ao redor das plataformas de perfuração e extração de petróleo. O nível de hidrocarbonetos no

solo marinho se mantém excepcionalmente alto numa área de 8 quilômetros em volta das plataformas de

extração. Em algumas regiões do Mar do Norte, a área poluída cobre mais de 100 quilômetros quadrados do

assoalho marinho.

E mais:

Um estudo divulgado em fev.2008 mostra que a atividade humana afetou drasticamente 40% das águas

dos oceanos. E apenas 4% dos mares, sobretudo nos pólos, ainda estão livres de poluição. Duas razões

principais fazem dos navios um grande fator de poluição das águas: 1 – o vazamento de óleo combustível e de

lubrificantes; 2 – o transporte involuntário de algas e animais de uma região para outra. Muitas vezes essas

espécies deslocadas destroem o equilíbrio ecológico que encontram.

A Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, recebe 20.000 litros de esgoto por segundo. Esse material

orgânico, somado aos resíduos químicos industriais que deságuam sem tratamento, fez cair o nível de

oxigênio da água e devastou a vida marinha da baía.

A costa da China e do Japão (Mar da China) estão entre os pontos mais povoados, industrializados e

com maior tráfego marítimo do mundo.Tudo isso faz com que essas águas estejam entre as mais atingidas

pela poluição por metais pesados, agrotóxicos e fertilizantes agrícolas.

No Mar do Norte, os vazamentos nas plataformas de exploração de petróleo, o despejo de agrotóxicos

e fertilizantes agrícolas e a pesca predatória são responsáveis pela redução de dois terços do estoque de

bacalhau e de outros peixe s comerciais.

Corais na costa da Nova Zelândia: 80% deles tendem a desaparecer. Em Papua – Nova Guinê: a maior

acidez dos mares ameaça a sobrevivência de diversas espécies (peixes, algas etc.).Noventa por cento de todo o

lixo flutuante nos oceanos são constituídos de detritos de plástico.

40

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Segunda

A sopa de lixo no Pacífico – Cabe dois EUA na plataforma de sujeira encontrada no oceano e é formada

sobretudo por resíduos de plástico – LUCIANA SGARBI

Foi durante uma alegre competição de barco a vela que o oceanógrafo americano Charles Moore se

deparou com algo trágico: um gigantesco depósito de lixo em pleno mar. "Fiquei impressionado, de repente

estava no meio daquilo. Para onde eu olhava, via lixo", diz ele. A 500 milhas náuticas (cerca de 920

quilômetros) da costa da Califórnia, no oeste dos EUA, esse depósito estava e ainda está lá. A primeira e mais

importante questão é saber como essa mancha se formou e cresceu. A primeira e mais importante resposta,

impressionante e assustadora, é que a grande sujeira que muitas vezes se tenta esconder debaixo do imenso

tapete de mar é fruto da falta de consciência ambiental - um dia ela aparece e bóia, um dia a atitude predatória

vem à tona, ainda que seja em meio a uma tranqüila regata. "Toda vez que eu ia ao deque via coisas boiando.

Como nós conseguimos sujar uma área tão enorme?", pergunta Moore. O especialista que passou anos em seu

barco estudando essa área (do Havaí até quase o Japão) revela que a mancha tem mais de dez anos. E suas

proporções são assustadoras: "Ali existem cerca de 100 milhões de toneladas de detritos." A formação desse

megaentulho, apelidado pelos especialistas de "sopa plástica", é atribuída a dois fatores combinados: ação

humana e ação da natureza. Os pesquisadores contabilizam que um quinto dos resíduos foi jogado de navios

ou plataformas petrolíferas, e inclui itens como bolas de futebol, caiaques, sacolas plásticas e restos de

naufrágios. O restante veio da terra. No mar, esse lixo flutuante acabou se agrupando por influência das

correntes marítimas. E então ficou vagando.

Ironia do destino, Charles Moore era herdeiro de uma família que fez fortuna com a indústria do

petróleo, e o plástico que compõe a tal "sopa" é feito justamente a partir de petróleo - demora

aproximadamente 300 anos para se decompor. Hoje, Moore vendeu o seu negócio e se tornou um ativista

ambiental, criando nos EUA a Fundação de Pesquisa Marítima Algalita. O diretor de pesquisa dessa

fundação, o ativista ecológico Marcus Eriksen, relata a impressão que teve quando viu pela primeira vez a

imensa lixeira: "Parece uma ilha de lixo plástico sobre a qual se pode andar. É uma sopa de plástico,

uma coisa sem fim que ocupa uma área que pode corresponder a até duas vezes o tamanho dos EUA."

Pode ser que os milhões de toneladas tenham passado despercebidos pelas autoridades ambientais e sua

tecnologia - translúcida, a mancha flutua rente à linha da água e, por isso, pode ser imperceptível aos satélites.

Mas, de acordo com o Programa Ambiental da ONU, detritos de plástico constituem 90% de todo o lixo

flutuante nos oceanos. Estima-se que 46 mil peças de plástico provoquem anualmente a morte de mais de um

milhão de aves e de outros 100 mil mamíferos marinhos. Seringas, isqueiros e escovas já foram encontrados

no estômago desses animais depois de mortos.

A gravidade do problema soou como um alarme aos ouvidos de especialistas de todo o mundo. O

oceanógrafo David Karl, da Universidade do Havaí, pretende coordenar uma expedição para estudar o

problema ainda este ano, pois acredita que esse lixo no Pacífico já formou um novo habitat marinho. Tão

cedo, porém, essa situação não será resolvida. A área, conhecida como "giro Pacífico norte", é um local

onde o oceano é calmo devido aos poucos ventos e aos sistemas de pressão extremamente altos. Essas

condições naturais estariam "segurando a sujeira". "Da mesma forma que ela está presa naquele

redemoinho, a sociedade está presa a maus costumes", diz Moore. E com razão: até pesquisadores da Agência

Espacial Americana (Nasa) e de agências russas estão acostumados a despejar toneladas de resíduos de suas

41

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

espaçonaves no oceano Pacífico. A nave russa Progress M-59, por exemplo, teve seus fragmentos

carbonizados e lançados ao mar - uma tonelada de lixo. Em forma de chuva de metal incandescente, os

destroços caíram em uma zona entre a Oceania e as Américas (a mesma região da sopa) e, assim, o caldo de

trambolhos e quinquilharias foi ganhando proporções cada vez maiores.

A fiscalização para evitar agressões ao meio ambiente em geral costuma ser fraca, e mais inoperante

ainda é a fiscalização que deveria proteger o ambiente marinho - a absurda sopa de lixo no Pacífico comprova

esse fato. Convenções internacionais determinam que todas as embarcações devem manter em recipientes

adequados os seus resíduos produzidos a bordo, sendo proibido (e passível de multa) o seu descarte no mar - a

Marinha brasileira estabelece punições pecuniárias que vão de R$ 7 mil a R$ 50 milhões. Uma vez boiando

nos oceanos, no entanto, esses resíduos passam a ser sujeira sem dono - como ponta de cigarro na rua. Ainda

que se saiba a sua procedência, é impossível responsabilizar culpados. Por isso a fiscalização é teórica e

ineficaz, por isso formam-se lixões como o do Pacífico, por isso a humanidade, feito suicida, emporcalha

aquilo que é a principal condição biológica para a sua sobrevivência - a água.

42

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Terceira

Quem está matando a floresta?

O Pará produz uma de cada três picanhas que chegam à mesa dos brasileiros, a Transamazônica cheira

a estrume de gado e surgem novos devastadores, como o Movimento dos Sem-Terra. Qual deve ser o alvo da

PF e da Força Nacional de Segurança?

AÇÃO DIFÍCIL: Policiais da Força Nacional de Segurança têm que enfrentar a aliança de interesses

entre a pobreza dos colonos, a ganância dos madeireiros, o oportunismo dos pecuaristas e a

complacência dos governos.

3.235 km² foram desmatados em três meses de 2007 no Pará, o equivalente a mais de

duas vezes o município de São Paulo

Por ALAN RODRIGUES E CLAUDIO GATTI – Pará

A estrada de chão batido deixou de ser a cicatriz marrom na verde pele da floresta virgem. Como

acontece em toda a sua extensão no Estado do Pará, a Transamazônica agora descortina uma paisagem vasta,

de pequenos morros e vegetação rasteira. Não há mais sombra fácil, as árvores frondosas escasseiam como

ilhas num mar de vacas, bois, novilhas, garrotes e bezerros. Estatísticas inodoras traduzem o fenômeno:

70 milhões de cabeças de gado ocupam 78% das áreas abertas na antiga selva.

O rebanho na maior floresta do mundo cresceu 173% desde o Plano Real.

As exportações de gado vivo cresceram 466% em 2007.

Oito em cada dez hectares desmatados viraram pastos.

Traduzido para a mesa: uma em cada três picanhas devoradas no Brasil vem da Amazônia.

Os pés que hoje brotam da floresta, portanto, têm cascos e conduzem a chifres. Eles resultam do

diabólico pacto de interesses entre a pobreza dos colonos, a ganância dos madeireiros, o oportunismo dos

pecuaristas e a complacência dos governos. O resultado perverso dessa soma é que a mata nativa vem

perdendo, a cada ano, uma área equivalente à do Estado de Alagoas. Em 2007, o desmatamento cresceu 8%

em relação ao ano anterior. Só entre agosto e dezembro do ano passado, foram 3.235 km2 de floresta abatida,

o equivalente a mais de duas vezes a área do município de São Paulo. Na semana passada, o governo federal

anunciou o envio de mil homens da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança para garantir o

fechamento de serrarias clandestinas na floresta, mas é pouco provável que essa operação cinematográfica

consiga prender quem está matando a floresta. “O desmatamento acontece em função do mercado”, explica

Paulo Barreto, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). “Quando os preços da soja e

da carne caem, o desmatamento também cai porque os pecuaristas transferem seus investimentos para a

região Centro-Oeste.”

O mercado é um álibi poderoso, mas a morte da floresta também é fruto de outras tramas engenhosas.

A mais recente delas leva o nome de “Movimento dos Sem Tora”. Feito para confundir e ser confundido

com o MST, os sem-tora se dividem em dezenas de grupos, cada um com cerca de 300 homens, todos

adultos, para invadir terras na floresta. Contudo, apesar de se apossarem da bandeira da reforma

agrária, os sem-tora são financiados pelas serrarias clandestinas ou semilegais. Eles instalam- se em

43

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

acampamentos precários e se retiram depois de arrasarem a floresta nativa. “É uma quadrilha”, diz o

secretário do Meio Ambiente do Estado do Pará, Walmir Ortega. Os troncos são vendidos para as serrarias a

preços bem abaixo do mercado. Quando o proprietário da terra ou o governo se dão conta da invasão e entram

na Justiça, as árvores já foram derrubadas e os invasores estão saindo. Calcula-se que 97% das toras usadas

nas serrarias clandestinas do Pará provenham de áreas nativas. E nada menos do que 70% da extração de

madeiras feita no Estado é ilegal.

No Pará estão registradas 1.500 madeireiras. Estima-se número igual de clandestinas. As legais

movimentam quase R$ 4 bilhões por ano, a metade do PIB do Estado, e empregam 200 mil pessoas. Delas

depende gente como o migrante maranhense José da Rita, como é chamado, que ganha a vida derrubando

árvores. Com suas quatro motosserras, cobra em média R$ 5 mil para fazer mil metros cúbicos de madeira –

cerca de 250 árvores. “O fechamento das madeireiras provoca desemprego. E a falta de trabalho gera

inadimplência, fome, invasões no campo, violência”, diz João Medeiros, vice-presidente do Sindicato da

Indústria Madeireira e Moveleira de Tailândia. “Nós não conseguimos autorização para desmatar por causa da

burocracia do Meio Ambiente. Por isso, muita gente trabalha com madeira ilegal”, argumenta Gilberto Miguel

Sufredini-empresário, com 150 empregados e 2.500 hectares de terra. Com uma produção de 1.000 m3 mês,

Sufredini exporta 60% de sua produção de lâmina de compensado para os EUA. O que o madeireiro quer

dizer é que, com a investida do governo federal contra o desmatamento ilegal, o governo do Pará só irá

autorizar o desmate de cerca de quatro milhões de metros cúbicos de madeira por ano. “A demanda do setor é

de 12 milhões”, argumenta Sufredini. “Esses montantes não serão liberados nunca mais”, adverte o secretário

Ortega. Duas semanas depois de ser entrevistado por ISTOÉ, Sufredini teve 2.000 m3 de madeira apreendidos

por documentação ilegal. Ele foi pego na teia da Operação Arco de Fogo, que deve manter os mil homens da

Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança durante um ano na região. A primeira parada da tropa foi na

cidade de Tailândia, no Pará, onde foram apreendidos cerca de 15.000 m3 de toras nos pátios das madeireiras

– o equivalente a 3.700 árvores.

Posse da terra e desmatamento estão na raiz de quase todos os grandes problemas do Pará, certamente

o Estado mais conflituoso do País. Nos últimos dez anos, mais de 400 pessoas foram assassinadas no campo,

67% delas no Pará. Na beira da rodovia PA-257, próximo à cidade de Paraupebas, a 533 km de Belém, 700

famílias do Acampamento Dina Teixeira, ligadas ao Movimento dos Sem-Terra (MST), vivem há dez meses o

terror das ameaças. “Na madrugada, os fazendeiros soltam bombas ao redor. Parece guerra. Todo mundo sai

correndo das casas”, conta Edilson Pereira, líder dos acampados. Bem próximo dali, em Eldorado do Carajás,

aconteceu em 1996 o maior massacre de trabalhadores rurais do País. A chacina de 19 pessoas foi vista por

Maria Rita Monteiro, 61 anos, da janela de sua casa. Só pelo fato de testemunhar o massacre, ela está

marcada para morrer e seu silêncio é cobrado por jagunços que batem à porta de sua casa com

freqüência. “Ameaçam me matar, colocar fogo em casa”, acusa. “Eles dizem para eu abandonar o Pará. Eu

fui a única, dos que presenciaram a tragédia, que restou por aqui. Os outros vizinhos não agüentaram a

pressão e tomaram outro destino”, diz Rita.

O clima de faroeste vigente no Pará pode ser medido também pela ocorrência de trabalho escravo:

entre 2003 e 2006, foram registrados 1.012 casos. Neste período, nada menos que 12 mil homens foram

libertados pela Delegacia Regional do Trabalho. O jovem Nilson Ferreira Rodrigues, 19 anos, morador de

Serra Pelada, é um desses trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão. Sem trabalho na

região do garimpo, Rodrigues foi contratado por uma carvoaria com a promessa de salário mínimo, moradia,

alimentação e folgas semanais. Tudo embromação. Trabalhava 14 horas por dia e dormia com outros

trabalhadores num alojamento sujo e malcheiroso. Depois de dois meses, ele não viu “a cor do dinheiro” e

fugiu. “E os dono de lá ainda disse que nós devia eles (sic)”. É que a conta do alojamento e da alimentação

sempre era maior do que o salário que Rodrigues deveria receber.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Na Amazônia, em 2006, havia conflitos numa área de mais de quatro milhões de hectares de terras,

envolvendo mais de 36 mil famílias. “É um Brasil que Brasília não conhece”, diz o secretário Ortega. A

pequena Moju é a cidade campeã no Pará em terras em duplicidade, ou seja, campeã de falsos títulos de

propriedade. “Em cartório, o município tem três vezes o tamanho de sua área”, denuncia Ortega. É a farra das

certidões montadas. Por causa da imensidão de terras devolutas – pertencentes à União –, os grileiros agem

livremente montando escrituras e se apossando dessas áreas. Na Amazônia, a grilagem já abocanhou mais de

56 milhões de hectares de terra – o equivalente a uma França. A família dos Veríssimo, colonos da Vila Boa

Esperança, a 50 quilômetros do centro de Moju, sabe muito bem o que significa só possuir “documentação

precária” da terra, a falta de uma escritura definitiva. Assentado há dez anos na região, José Veríssimo de

Souza, 50 anos, comprou seus 25 hectares de um posseiro, que comprou de outro, e esse não comprou de

ninguém, apossou-se. “Agora, apareceu uma quarta pessoa, que ninguém nunca viu, e disse que a terra é

dela”, conta Veríssimo. Para tirá-lo de lá, já derrubaram uma cerca, puseram fogo em casas vizinhas

abandonadas, destruíram plantações e fizeram ameaças diretas com armas. “Só saio daqui morto, junto com

minha família”, diz o pequeno agricultor.

No Pará de hoje, vive-se a economia de ciclos que marcou o Brasil Colônia. É o ciclo da madeira

e da monocultura da cana-de-açúcar, que levou ao ciclo do gado, que permitiu a interiorização, que

criou os ciclos do ouro e do café. Para sustentar esse processo, houve grilagem, escravidão e conflitos

agrários. Contra esse Brasil do atraso, que já destruiu a Mata Atlântica e avança agora sobre a Amazônia, a

solução teria de vir de um ciclo virtuoso: educação para os colonos, titulação para a terra, manejo para as

madeireiras e limitação para o pasto, com a criação de grandes reservas extrativistas. Se você acha que tudo

isso só pode ser feito com um bom governo, acabou de descobrir onde está o problema do Pará.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Quarta

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou neste domingo, nos jornais "O Estado de S.

Paulo" e "O GLOBO", o artigo abaixo, em que desmente, com dados, a comparação que o sucessor vem

exaustivamente explorando dos feitos dos dois governos, na campanha de Dilma.

SEM MEDO DO PASSADO

Fernando Henrique Cardoso

O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar

inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, auto- glorifica-

se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo

e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória.

Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais

chegado à direita. Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui

méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus

antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?

A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita

honra para um pobre marquês…). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições.

Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram

como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.Na

campanha haverá um mote – o governo do PSDB foi “neoliberal” – e dois alvos principais: a privatização das

estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados… O que

conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem

plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da

modernização da Petrobras,que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição

e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal. Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do

Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e,junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e

recuperados para a execução de políticas de Estado. Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência

que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a

privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e

aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em

dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que

deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e

desenvolvimento no país. Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de “bravata” do PT e dele próprio. Esqueceu-

se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando

fomos obrigados a pedir socorro ao FMI– com aval de Lula, diga-se – para que houvesse um colchão de

reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu

governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados,

mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores. Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto “neoliberalismo”

peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José

Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobrás, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010. “Se

eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando

foi quebrado o monopólio, a Petrobrás produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas.

Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes

é bem diferente da idealização que a gente faz dela”.

O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a

economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A

pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de

políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002,houve um aumento

real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a

inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para

aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real. Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família),vendidos como uma

exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito

Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-

46

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o

nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB “não olhou para o social”. Não apenas olhou como fez e fez

muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial;

viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família,

pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa “Toda Criança na Escola”

trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do

PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996,

eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de

esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a

temer.

Referências bibliográficas: MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São

Paulo: Thomson Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de

Economia. São Paulo: Saraiva, 2001; PINHO, D. B. e VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia.

Eq. da USP. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Questões:

1. I – Em 17.11.2006, o Ministro da Fazenda assegurou que, em 2007, não haveria correção da tabela usada

como base de cálculo do Imposto de Renda das pessoas físicas, pretendendo, em vez disso, reduzir os

impostos sobre o setor produtivo.

II – Em 21.03.2008, o Ministro Mantega anunciou a intenção de impor limites aos financiamentos de até

100 meses para compra de bens de consumo duráveis, como automóveis, eletrodomésticos e alguns

eletrônicos.

III – Em 15.09.2009, o mesmo Ministro prometeu que taxaria em 22,5% o rendimento das cadernetas de

poupança com mais de R$ 50 mil para evitar que, com a queda dos juros (SELIC), a poupança se tornasse

mais rentável que outras aplicações financeiras e as aplicações em títulos públicos caíssem.

IV – Em 09.10.2009, ele declarou que o Tesouro Nacional passaria a comprar dólares no mercado para

evitar a sobrevalorização do real, capitalizar o Fundo Soberano e viabilizar investimentos públicos.

V – Em 14.10.2009, o Ministro decidiu adiar para o ano que vem grande parte da restituição do Imposto

de Renda das pessoas físicas de 2009 para preservar o caixa do governo, afetado pelo excesso de gastos e

pela queda da arrecadação.

Qual(is) das declarações ministeriais) foi(ram) realmente implementada(s)? Justifique.

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2. O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou, nesta segunda-feira, 19.10.2009, que a entrada de capital

estrangeiro será taxada em 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) a partir de 22.10.2009. A

taxação vale para aplicação de renda fixa e na Bolsa de Valores. O objetivo é afastar o capital de curto

prazo – o chamado de especulativo.

A medida beneficia ou prejudica a Economia brasileira? Justifique a sua resposta com, pelo menos,

quatro razões.

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3. A curva de possibilidade de produção é uma linha na qual todos os pontos revelam as diferentes

possibilidades de dois produtos serem fabricados de forma combinada em determinado período com a

quantidade de fatores (recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade) que a firma

possui. Observe o gráfico a seguir que espelha a produção de trilhosx 1 e chapasx 2 .

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

I – Se ocorrer variação tecnológica maior para o processo de produção de trilhos, maior será o

deslocamento em relação ao eixo de 2x .

II – Se ocorrer um deslocamento da curva para cima e para a direita é que houve aumento da

disponibilidade de recursos (fatores produtivos).

III – Se ocorrer variação tecnológica maior para o processo de produção de chapas, maior será o

deslocamento em relação ao eixo de 2x .

IV – Se ocorrer um deslocamento da curva para baixo e para a esquerda é que houve redução da

disponibilidade de recursos (fatores produtivos).

V – Se ocorrer variação tecnológica maior para o processo de produção de chapas, menor será o

deslocamento em relação ao eixo de 1x .

Diga agora:

a) Existem somente afirmativas verdadeiras.

b) Existem quatro afirmativas verdadeiras

c) Existem três afirmativas falsas.

d) Existe somente uma afirmativa verdadeira.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

4. As pessoas que argumentam que a economia deveria preservar a floresta de jacarandás, produzindo

menos “madeira de lei” e mais ambiente natural saudável estão argumentando que

a) O custo marginal de um hectare de floresta de jacarandás é menor que o custo marginal de uma

sala ambientada com essa “madeira de lei”.

b) O benefício marginal de um ambiente natural mais saudável é maior que o benefício marginal de

uma sala decorada com móveis de jacarandás.

c) O benefício marginal da madeira de jacarandá é menor que o benefício marginal do ambiente

natural saudável e bonito da floresta preservada.

d) O beneficio obtido pela utilização de uma unidade adicional de recurso econômico na

preservação da floresta de jacarandás é maior que o benefício de sua utilização na produção de

moveis e ambientes de madeira de jacarandá.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

5. A partir da população em idade de trabalhar, ou seja, do potencial de mão-de-obra do sistema, chega-se

ao conceito de:

I – População empregada que é o mesmo que população economicamente ativa.

II – Taxa de ocupação que é o quociente que compara o montante de pessoas ocupadas com o total de

habitantes da Economia.

III – População economicamente ativa que é a parcela da população que se encontra voltada para o

mercado de trabalho.

IV – População desocupada que compreende aqueles que exercem atividade profissional remunerada ou

sem remuneração direta, em se tratando de auxiliares de pessoas do lar.

a) I e II estão economicamente corretas.

b) II e III estão economicamente incorretas.

c) III e IV estão economicamente corretas.

d) I, II e III estão economicamente incorretas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

6. As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos de como os mercados estão organizados.

Cada estrutura de mercado destaca alguns aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, e se

baseia em algumas hipóteses e no realce de características observadas em mercados existentes. Em dois

mercados A e B observa-se que:

I – Se os produtos são diferenciados em A, a concorrência extrapreço é intensa; o que não pode ocorrer

em B.

II – Em B, não há barreiras ao ingresso de novas firmas na indústria; mas as barreiras sempre ocorrem em

A.

III –. Em A, pode haver formação de cartéis para controle de preços e quota de produção; o que não

acontece em B.

IV – Os produtos são diferenciados em B, mas em A, podem ser homogêneos ou diferenciados.

V – O número de empresas em A nunca é muito grande, mas em B, sim.

Tais estruturas de mercado são respectivamente:

a) Concorrência perfeita e monopólio.

b) Oligopólio e concorrência imperfeita.

c) Oligopólio e concorrência perfeita.

d) Concorrência perfeita e oligopólio.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

7. I – Dada a curva de demanda de um bem, cœteris paribus, caso haja um aumento da renda dos

consumidores desse bem, a curva deslocar-se-á para cima e para a direita.

II – Dada a curva de oferta de um bem, caso haja um aumento do preço do bem, cœteris paribus, a curva

deslocar-se-á para cima e para a esquerda.

III – Dada a curva de oferta de um bem, cœteris paribus, caso haja uma diminuição dos custos de fatores

de produção, a curva poderá deslocar-se para baixo e para a direita.

IV – Dada a posição de equilíbrio de mercado, caso haja uma redução na produção do bem, a curva de

oferta deslocar-se-á para cima e para a esquerda e o novo ponto de equilíbrio terá preço mais alto e

quantidade menor do que o anterior, cœteris paribus.

V – Dada a posição de equilíbrio de mercado, cœteris paribus, caso haja uma redução no gosto dos

consumidores, a curva de oferta deslocar-se-á para baixo e para a direita e o novo ponto de equilíbrio terá

preço mais baixo e quantidade maior do que o anterior.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

a) Há somente duas declarações erradas.

b) Há somente uma declaração certa.

c) Há somente três declarações erradas.

d) Há quatro declarações certas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

8. A elasticidade-preço da procura – dada por PQ

QPE

DP

, onde P = preço e Q = quantidade procurada

– é uma medida de quanto a quantidade demandada de um bem reage a uma mudança no preço desse

bem. Quando 10 DPE , a curva é inelástica; quando 1

DPE , a curva tem elasticidade unitária; e

quando 11 DPE , a curva é elástica.

I – Quanto mais elástica for a demanda de um bem, menor será a parcela do imposto paga pelo

fornecedor.

II – Quanto mais substitutos houver de um bem, mais elástica será a demanda deste.

III – Quanto mais essencial for o bem, mais tendência à inelasticidade terá sua curva de demanda.

IV – Quanto mais inelástica for a procura de um bem, maior será a proporção do imposto repassada ao

consumidor pelo produtor.

V – Numa faixa de inelasticidade, o produtor está sempre querendo aumentar o preço do bem para faturar

mais.

a) Há apenas duas declarações falsas.

b) Há quatro declarações verdadeiras.

c) Há três declarações falsas.

d) Há cinco declarações verdadeiras.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

9. Um dos estudos microeconômicos extremamente importantes na teoria da firma diz respeito ao estreito

relacionamento entre produção, produtividades e custos. Observe as seguintes declarações e responda a

seguir:

I – À medida que determinada empresa aumenta a sua produção por meio da função de produção – em

que todos os fatores de produção são fixos, menos um –, alteram-se as proporções de combinação entre

os fatores, fazendo a produção total aumentar, inicialmente, a taxas crescentes, para, a seguir, crescer a

taxas decrescentes, atingindo o ponto de produção máxima, a qual depois decrescerá.

II – Enquanto a produtividade média estiver crescendo, o custo total médio será sempre decrescente e

este será mínimo quando aquela for máxima, seguindo a produtividade média em queda ante o

crescimento do custo total médio.

III – Enquanto o custo marginal estiver em queda, a produtividade marginal, com certeza, será crescente,

atingindo esta um ponto máximo exatamente quando aquele chegar ao ponto mínimo, e passando a

produtividade marginal a cair face ao crescimento do custo marginal.

IV – O lucro total, que é a diferença entre a receita total e o custo total da produção, será máximo (diz-se

que a firma está em posição de equilíbrio econômico) quanto a produção marginal (receita marginal ou

preço unitário do bem ou serviço) for igual ao seu custo marginal.

a) São quatro as declarações completamente verdadeiras.

b) São três declarações completamente falsas.

c) São duas as declarações completamente verdadeiras.

d) São quatro declarações completamente falsas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

10. Situação-problema:

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Uma firma produz o bem X. Seu custo fixo é $ 10 (fatores fixos: RN, K, Tec. e Emp.). E o fator variável é o

trabalho ou mão-de-obra ($ 3 por unidade de tempo). Mostra-se o quadro de relações de produtividade e custos,

sabendo que:

MO = mão-de-

obra CFT = custo fixo total

CFM = custo fixo

médio

RT = receita total =

PT

PT = produção total

CVT = custo variável

total CVM = custo variável médio

PM = produtividade média da mão-de-

obra CT = custo total CTM = custo total médio

PMg = produtividade marginal da mão-de-

obra CMg = custo marginal LT = lucro total

Da observação e análise do quadro forme seu convencimento econômico e responda qual declaração a seguir

não é verdadeira:

MO PT PM=PT:MO PMg=ΔPT:ΔMO CF CFM=CF:PT CV CVM=CV:PT CT CTM=CT:PT CMg=ΔCT:ΔPT LT=PT-CT

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)

0 0 - - 10 - 0 10 - - (10)

6,0 0,50

1 6 6,0 10 1,67 3 0,50 13 2,17 (7)

8,0 0,38

2 14 7,0 10 0,71 6 0,43 16 1,14 (2)

10,0 0,30

3 24 8,0 10 0,42 9 0,38 19 0,79 5

6,0 0,50

4 30 7,5 10 0,33 12 0,40 22 0,73 8

5,0 0,60

5 35 7,0 10 0,29 15 0,43 25 0,71 10

3,0 1,00

6 38 6,3 10 0,26 18 0,47 28 0,74 10

2,0 1,33

7 40 5,7 10 0,25 21 0,53 31 0,78 9

a) O custo fixo independe da produção, por isso o custo fixo médio é decrescente até que a

produção total seja máxima.

b) A firma, que busca o equilíbrio econômico, deve estabilizar sua produção ao nível de 38

unidades, assim seu lucro total será máximo e a produtividade marginal da 6ª unidade de MO é $

3 por unidade de tempo.

c) As curvas de CMg, CVM e CTM da firma em questão têm forma de e o custo marginal

crescente corta as curvas de CVM e CTM em seus pontos mínimos (0,38 e 0,71,

respectivamente).

d) Enquanto a produtividade média estiver crescendo, o custo variável médio será sempre

decrescente e este será mínimo quando aquela for máxima, seguindo a produtividade média em

queda ante o crescimento do custo variável médio.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Questões:

1) Um dos estudos microeconômicos extremamente importantes na teoria da firma diz respeito ao estreito

relacionamento entre produção, produtividades e custos. Observe as seguintes declarações e responda a

seguir:

I – À medida que determinada empresa aumenta a sua produção por meio da função de produção – em

que todos os fatores de produção são fixos, menos um –, alteram-se as proporções de combinação entre

os fatores, fazendo a produção total aumentar, inicialmente, a taxas crescentes, para, a seguir, crescer a

taxas decrescentes, atingindo o ponto de produção máxima, a qual depois decrescerá.

II – Enquanto a produtividade média estiver crescendo, o custo variável médio será sempre decrescente e

este será mínimo quando aquela for máxima, seguindo a produtividade média em queda ante o

crescimento do custo variável médio.

III – Enquanto o custo marginal estiver em queda, a produtividade marginal, com certeza, será crescente,

atingindo esta um ponto máximo exatamente quando aquele chegar ao ponto mínimo, e passando a

produtividade marginal a cair face ao crescimento do custo marginal.

IV – O lucro total, que é a diferença entre a receita total e o custo total da produção, será máximo (diz-se

que a firma está em posição de equilíbrio econômico) quanto a produção marginal (receita marginal ou

preço unitário do bem ou serviço) for igual ao seu custo marginal.

a) São quatro as declarações completamente verdadeiras.

b) São três declarações completamente falsas.

c) São duas as declarações completamente verdadeiras.

d) São quatro declarações completamente falsas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

2) Situação-problema:

Uma firma produz o bem X. Seu custo fixo é $ 10 (fatores fixos: RN, K, Tec. e Emp.). E o fator variável é o

trabalho ou mão-de-obra ($ 3 por unidade de tempo). Mostra-se o quadro de relações de produtividade e custos,

sabendo que:

MO = mão-de-

obra CFT = custo fixo total

CFM = custo fixo

médio

RT = receita total =

PT

PT = produção total

CVT = custo variável

total CVM = custo variável médio

PM = produtividade média da mão-de-

obra CT = custo total CTM = custo total médio

PMg = produtividade marginal da mão-de-

obra CMg = custo marginal LT = lucro total

Da observação e análise do quadro forme seu convencimento econômico e responda qual declaração a seguir

não é verdadeira:

MO PT PM=PT:MO PMg=ΔPT:ΔMO CF CFM=CF:PT CV CVM=CV:PT CT CTM=CT:PT CMg=ΔCT:ΔPT LT=PT-CT

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)

0 0 - - 10 - 0 10 - - (10)

6,0 0,50

1 6 6,0 10 1,67 3 0,50 13 2,17 (7)

8,0 0,38

2 14 7,0 10 0,71 6 0,43 16 1,14 (2)

10,0 0,30

3 24 8,0 10 0,42 9 0,38 19 0,79 5

6,0 0,50

4 30 7,5 10 0,33 12 0,40 22 0,73 8

5,0 0,60

5 35 7,0 10 0,29 15 0,43 25 0,71 10

3,0 1,00

6 38 6,3 10 0,26 18 0,47 28 0,74 10

2,0 1,33

7 40 5,7 10 0,25 21 0,53 31 0,78 9

53

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

a) O custo fixo independe da produção, por isso o custo fixo médio é decrescente até que a

produção total seja máxima.

b) A firma, que busca o equilíbrio econômico, deve estabilizar sua produção ao nível de 35

unidades, assim seu lucro total será máximo, pois a produtividade marginal da 6ª unidade de

MO é $ 3 por unidade de tempo, o mesmo que o custo marginal.

c) As curvas de CMg, CVM e CTM da firma em questão têm forma de e o custo marginal

crescente corta as curvas de CVM e CTM em seus pontos mínimos (0,38 e 0,71,

respectivamente).

d) Enquanto a produtividade média estiver crescendo, o custo variável médio será sempre

decrescente e este será mínimo quando aquela for máxima, seguindo a produtividade média em

queda ante o crescimento do custo variável médio.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

3) Situação-problema:

O esquema a seguir mostra, de forma bastante simplificada, o que realmente acontece dentro de um sistema

econômico fechado com relação aos principais aglomerados contábeis e contas nacionais:

Denominação Sigla US$ bilhões

PRODUTO INTERNO BRUTO: fluxo de todas as rendas geradas dentro das

fronteiras geográficas do país por nacionais e estrangeiros PIB 800

Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior: diferença entre a renda recebida do

exterior e a renda enviada ao exterior na forma de lucros, juros, royalties e

assistência técnica

±RLE (100)

PRODUTO NACIONAL BRUTO: rendas que pertencem efetivamente à

economia nacional PNB 700

Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d (40)

PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLpm 660

Menos: Tributos Indiretos (ICMS, IPI etc.) -Ti (80)

Mais: Subsídios Sub 10

PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores PNLcf 590

RENDA NACIONAL RN 590 Menos: Lucros retidos pelas empresas para investimento -Lr (40)

Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas -IRPJ (50)

Contribuições Sociais (INSS, PIS, COFINS etc.) -INSS (50)

Somatório das remunerações dos fatores produtivos:

A – ALUGUÉIS (remuneração dos Recursos Naturais)

W – SALÁRIOS (remuneração do Trabalho)

J – JUROS (remuneração do Capital)

Ry – ROYALTIES (remuneração da Tecnologia)

L – LUCROS ( remuneração da Empresariedade)

20

350

40

10

30

Σrfp

450

Mais: Transferências governamentais (aposentadorias, pensões etc.) Trans 120

RENDA PESSOAL RP 570

Menos: Imposto de Renda das Pessoas Físicas -IRPF (90)

RENDA PESSOAL DISPONÍVEL RPD 480

Menos: CONSUMO DAS PESSOAS (famílias, empresas) -Cf (380)

POUPANÇA DAS FAMÍLIAS Sf 100

Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas (Sle) Lr 40

POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO PRIVADO LÍQUIDO

ou NOVO

Sl=IPl

140

Mais: Depreciação = Investimento de Reposição D 40

POUPANÇA BRUTA = INVESTIMENTO PRIVADO BRUTO Sb=Ib 180

Observe os cálculos e diga qual das seguintes respostas está incorreta:

54

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

a) Gastos (Custeio + Investimentos) do Governo não superam o Investimento Privado Líquido.

b) A Formação Bruta de Capital atinge a mais de 25% do Produto Nacional Bruto.

c) A Carga Tributária dessa economia é superior a 38% do PNB.

d) O Governo devolve à sociedade privada menos de 48% da arrecadação tributária.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

4) Ainda com referência ao esquema simplificado da questão anterior e sabendo que o Governo investe

apenas 10% dos Gastos Governamentais, as taxas de Gastos Governamentais, de Investimento Privado

Líquido e do Custeio do Governo são respectivamente:

a) 0,20; 0,20; 0,18.

b) 0,18; 0,18; 0,20.

c) 0,20; 0,18; 0,20.

d) 0,18; 0,20; 0,20.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

5) Situação-problema: Os dados que seguem foram extraídos do Relatório do Banco Central do Brasil em dezembro/2008 e

estão arredondados em bilhões de reais. Observe-os com cuidado para responder o que se pede:

Papel-Moeda Emitido (PME) 95,0

Menos: Encaixe das Autoridades Monetárias (BCB) (15,0)

Papel-Moeda em Circulação (PMC) 80,0

Menos: Encaixe dos Bancos Comerciais (EBC) (4,0)

Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP) 76,0 3,40%

Mais: Depósitos à Vista do Público (DVP) 148,0 6,60%

Meios de Pagamento – Moeda1 (M1) 224,0 10,00%

Mais: Títulos da Dívida Pública (Federal, Estadual e Municipal) –(TDP) 849,6 37,93%

Moeda2 (M2) 1.073,0 47,90%

Mais: Fundos de Investimentos Financeiros (FIF) 536,0 23,93%

Poupanças (S) 297,0 13,26%

Moeda3 (M3) 1.906,0 85,09%

Mais: Depósitos a prazo, títulos privados e outros 334,0 14,91%

Moeda4 (M4) 2.240,0 100,00%

a) Encaixe das Autoridades Monetárias mais Encaixe dos Bancos Comerciais mais Papel-Moeda em

Poder do Público = __________–___________ ________________.

b) A Moeda1 é a única que tem ___________________ ____________________.

c) O Meio Circulante ou Base Monetária é igual a __________–___________ em ____________ do

_______________ + ____________ dos _______________ _________________.

d) As funções da moeda são: ________________ de _____________,___________________ de

_______________ e _____ ___________ de ____________________ ______________.

e) A função de _______________ de _____________ da moeda só ocorrerá se a economia não sofrer

o fenômeno da _______________.

55

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

6) “A inflação acelerada vem acarretando a adoção de métodos pouco ortodoxos na remarcação dos preços.

Agora vale tudo no comércio. Aumentos às quatro da tarde, tabelas de reajustes semanais prefixados para

o mês inteiro, preço em dólar, com pagamento em cruzeiros pela cotação do dia, ou até mesmo na própria

verdinha e em muitas outras moedas, dependendo da criatividade do empresário. Já existe a banana real

(Br$), moeda criada pela boate República da Banana, em Niterói. Lá, um chope custa cinco bananas

reais. Na sexta-feira, o câmbio era de Cr$ 30 para cada Br$.” (Thereza Lobo, Jornal do Brasil, de

17/10/93).

O texto sugere principalmente que:

a) As diferentes causas da inflação são agrupadas em duas formas mais comuns: de procura e de

custos.

b) As expectativas e, principalmente, a criatividade dos agentes econômicos podem afetar (distorcer)

o processo inflacionário, tanto do ponto de vista de suas causas como dos seus efeitos, criando

situações por vezes hilariantes.

c) A inflação é um processo persistente e generalizado de aumento do nível geral de preços.

d) A inflação é sempre o resultado de um desequilíbrio ou descompasso entre a procura monetária e

a oferta real de bens e serviços transacionados no mercado.

e) Existem diferentes tipos e níveis de inflação, desde a inflação moderada, como a galopante,

descambando para a hiperinflação que gera profundas distorções no sistema econômico.

7) Situação-problema:

Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:

1ª coluna 2ª coluna

Feito para controlar a inflação, reduz os investimentos privados, aumenta o

desemprego e derruba a renda e o crescimento da economia. A. Tributos

Diferença positiva entre a arrecadação tributária e os gastos públicos no

exercício, antes do pagamento dos juros da dívida pública. B. Aumento da taxa

básica de juros O orçamento público deve conter todas as despesas e receitas do Estado no

exercício.

Constitucionalmente instituídas pelo Poder Público em razão do exercício do

poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos

específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

C. Recessão

Uma das espécies de tributos estabelecidas na Constituição Federal em vigor

no Brasil.

D. Superávit primário Venda de títulos da dívida pública interna e externa.

Uma situação em que a atividade econômica diminui seu ritmo por um

período (para alguns economistas, mais de três trimestres consecutivos).

Genericamente, prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor

nela se possa exprimir que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em

lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. E. Contribuições de

melhoria,

Situação de grave crise econômica, em que o crédito desaparece, o

desemprego se agiganta, as falências se multiplicam, o comércio internacional

e o investimento encolhem e as moedas se desvalorizam por longos períodos.

8) Situação-problema:

Observe a seguinte estrutura de

56

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Balanço Internacional de Pagamentos do País X – Ano 2008 – em US$ milhões

1. Balança Comercial 25

1.1 Exportações de mercadorias – FOB 198

1.2 Importações de mercadorias – FOB (173)

2. Balança de Serviços (57)

2.1 Viagens internacionais (saldo ou líquido) (5)

2.2 Transportes ou Fretes (saldo ou líquido) (5)

2.3 Seguros (saldo ou líquido) (1)

2.4 Serviços governamentais (saldo ou líquido) (1)

2.5 Outros serviços (saldo ou líquido) (4)

2.6 Remessas de lucros, dividendos e juros (saldo ou líquido) (41)

3. Transferências unilaterais 4

4. Balanço de transações correntes (1 + 2 + 3) (28)

5. Balanço de capitais 31

5.1 Investimentos diretos e re-investimentos do exterior no País 45

5.2 Investimentos diretos e re-investimentos do País no Exterior (21)

5.3 Empréstimos e financiamentos do Exterior ao País 15

5.4 Empréstimos e financiamentos do País ao Exterior (8)

5.6 Amortizações da dívida externa (saldo ou líquido) (8)

5.7 Outros capitais de curto prazo (saldo ou líquido) 8

6. Erros e omissões 2

7. Superávit (+) 5

A – O “Fluxo de entradas de divisas” da economia em 2008 (R$272 bi) superou o “Fluxo de saídas de

divisas” (R$ 267).

PORQUE

B – É o que bem demonstram os dados do Balanço Internacional de Pagamentos transcrito anteriormente.

a) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.

b) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.

c) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.

d) A primeira afirmação é falsa, a segunda afirmação é verdadeira.

e) As duas afirmações são falsas.

9) Ainda com relação à situação-problema anterior (Balanço Internacional de Pagamentos):

I – Essa economia tem Balança Comercial favorável ou superavitária.

II – A Balança de Serviços, também chamada de Balança dos Invisíveis, é a grande responsável pela

entrada de divisas na economia, mormente pela rubrica de Rendas (Rendimentos Líquidos do Exterior).

III – O fluxo de capitais internacionais é francamente positivo para a economia.

IV – As Contas de Capitais – Investimentos diretos e re-investimentos e Empréstimos e financiamentos –

apresentaram saldos ou líquidos muito favoráveis à economia.

a) Há duas declarações verdadeiras.

b) Há uma declaração falsa.

c) Há quatro declarações falsas.

d) Há uma declaração verdadeira.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

57

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

10) A – O conceito de desenvolvimento econômico vai muito além do conceito de crescimento econômico,

incluindo, necessariamente, a melhoria crescente do padrão de vida da população, com aumento da

expectativa de vida da pessoa ao nascer, educação para todos, melhoria de suas condições materiais em

termos de alimentação, habitação, saúde, educação, trabalho, cultura, lazer e grau de liberdade política,

entre outros indicadores,

PORQUE

B – O crescimento econômico é traduzido, simplesmente, no processo sustentado ao longo do tempo, no

qual os níveis de atividade econômica aumentam constantemente, refletindo-se no acréscimo continuado

do PNB per capita.

a) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.

b) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.

c) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.

d) A primeira afirmação é falsa, a segunda afirmação é verdadeira.

e) As duas afirmações são falsas.

Boa prova!

58

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Questões:

1. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:

1ª coluna 2ª coluna

Bens que são transformados ou agregados na produção de outros, e que são

utilizados no processo produtivo. A. Benfeitorias

voluptuárias

A propriedade que as coisas e atividades (bens e serviços) têm para satisfazer

necessidades humanas. B. Economia estatal

Situação econômica (de acontecimento pouco provável) em que os recursos

(fatores) disponíveis são plenamente utilizados na produção de bens e

serviços, garantindo o equilíbrio econômico das atividades produtivas. C. Pleno emprego Organização formal ou informal de fornecedores dentro de um setor, que

determina as políticas para todas as empresas do ramo.

Bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo

duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

D. Tradeoff (situação

econômica de escolha

conflitante)

Caracterizado pela propriedade privada dos fatores de produção, é o sistema

econômico em que as questões fundamentais são resolvidas pela ação das

forças da oferta e de procura.

São as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem,

ainda que o tornem mais agradável ou tenham valor elevado.

Sistema econômico em que as questões de Economia são resolvidas por um

órgão central de planejamento.

E. Pertenças

Nome que se dá em Economia ao fenômeno em que muitos fornecedores se

defrontam com poucos compradores do fator, bem ou serviço.

O aumento da taxa de juros, feito para controlar a inflação, reduz os

investimentos privados, aumenta o desemprego e derruba a renda e o

crescimento da economia.

2. I – A análise da constituição de um Sistema Econômico tem início pelo levantamento de seus elementos

fundamentais: recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e capacidade empresarial.

II – Economicamente ativa é a parcela da população que se encontra efetivamente voltada (em idade e

condições de trabalho) para o mercado de trabalho.

III – O potencial produtivo do Sistema Econômico, grosso modo, é definido pelo trabalho mobilizável

para as tarefas produtivas, pelos recursos naturais acessíveis, pelo capital disponível, pelos níveis de

tecnologia e empreendedorismo empregados.

IV – As fábricas, fazendas, estradas, máquinas e equipamentos diversos, e uma infinidade de elementos

resultantes do esforço humano, empreendido em épocas passadas, constituem o estoque de capital do

Sistema Econômico em determinado momento.

a) Apenas três dessas declarações são verdadeiras.

b) Somente duas dessas declarações são falsas.

c) Somente uma dessas declarações é verdadeira.

d) As quatro declarações são falsas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

3. I – A população economicamente desocupada compreende aqueles que exercem atividade

profissional remunerada ou, em se tratando de auxiliares de pessoas da família, mesmo sem qualquer

remuneração.

II – A população empregada é o mesmo que população economicamente ativa.

III – A taxa de ocupação é o quociente (razão) que relaciona o montante de pessoas ocupadas com o

total de habitantes da Economia.

IV – População economicamente ativa é a força de trabalho ou o total da mão-de-obra com que pode

contar o setor produtivo da economia.

59

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

a) Há somente três declarações falsas

b) Não há declarações verdadeiras.

c) Há somente duas declarações verdadeiras.

d) Há apenas uma declaração falsa.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

4. I – Bens intermediários são aqueles que não irão diretamente para o uso das pessoas, mas são utilizados

na etapa seguinte de produção.

II – Bens de consumo imediato destinam-se indiretamente à satisfação das necessidades atuais ou

presentes.

III – Bens de capital atendem indiretamente às necessidades humanas, destinando-se a multiplicar a

eficiência do trabalho ou dos recursos naturais.

IV – Bens de consumo durável destinam-se à satisfação direta das necessidades humanas ao longo de

certo espaço de tempo.

a) Não há afirmativas falsas.

b) Há somente uma afirmativa verdadeira.

c) Há três afirmativas verdadeiras.

d) Há duas afirmativas falsas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

5. A curva de possibilidade de produção é uma linha na qual todos os pontos revelam as diferentes

possibilidades de dois produtos serem fabricados de forma combinada em determinado período de tempo,

com a quantidade de fatores (recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade) que a

firma possui. Observe o gráfico a seguir que espelha a produção de trilhosx 1 e chapasx 2 .

I – Se ocorrer variação tecnológica que expanda somente o processo de produção de trilhos, haverá

deslocamento da linha para a esquerda em relação ao eixo de 2x .

II – Se ocorrer um deslocamento da curva toda para cima e para a direita é que houve aumento da

disponibilidade de recursos (fatores produtivos).

60

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

III – Se ocorrer variação tecnológica que expanda somente o processo de produção de chapas, haverá

deslocamento da linha para a direita em relação ao eixo de 2x .

IV – Se ocorrer um deslocamento da curva toda para baixo e para a esquerda é que houve redução da

disponibilidade de recursos (fatores produtivos).

V – Se ocorrer variação tecnológica maior para o processo de produção de chapas, menor será o

deslocamento em relação ao eixo de 1x .

Diga agora:

a) Existem quatro afirmativas verdadeiras

b) Existem somente afirmativas falsas.

c) Existem três afirmativas verdadeiras.

d) Existe somente uma afirmativa verdadeira.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

6. O funcionamento das unidades produtoras integradas num conjunto, o aparelho produtivo, dá origem

a:

a) Um fluxo real, também denominado de procura global, constituído de todas as rendas geradas

(aluguéis, salários, juros, lucros e royalties).

b) Um fluxo constituído de bens e serviços, chamado de produto ou oferta global, e outro

constituído de remunerações pagas aos detentores de fatores produtivos, denominado renda ou

demanda global – os dois fluxos essencialmente iguais.

c) A distribuição de rendimentos pelas pessoas do sistema, formando o fluxo da oferta global ou

fluxo nominal de bens e serviços.

d) A dicotomia básica vigente no processo produtivo entre real e nominal, produto e renda, oferta e

procura, vendas e compras etc. não são iguais em direção aos mercados.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

7. As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos de como os mercados estão organizados.

Cada estrutura de mercado destaca alguns aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, e

se baseia em algumas hipóteses e no realce de características observadas em mercados existentes.

Em dois mercados A e B observa-se que:

I – Se os produtos são diferenciados em A, a concorrência extra preço é intensa; isto que, em geral,

pode ocorrer em B.

II – Em B, não há barreiras ao ingresso de novas firmas na indústria; mas as barreiras sempre

ocorrem em A.

III –. Em A, pode haver formação de cartéis para controle de preços e quota de produção; o que não

acontece em B.

IV – Os produtos são diferenciados em B, mas em A, podem ser homogêneos ou diferenciados.

V – O número de empresas em A nunca é grande, mas em B, sim.

Tais estruturas de mercados são respectivamente:

a) Concorrência perfeita e monopólio

b) Oligopólio e concorrência perfeita.

c) Concorrência perfeita e oligopólio

d) Oligopólio e concorrência imperfeita.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

61

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

8. No diagrama, Você ainda tem 6 horas (recursos escassos) para trabalhar e ganhar mais rendimentos.

Qual das afirmativas que seguem não é verdadeira?

Diagrama:

a) Quanto mais tempo você passar cortando lenha, tanto menos rendimento você ganhará por hora de

cortar lenha.

b) A taxa de salário que você ganha por hora, cuidando de crianças, é 0e.

c) Para maximizar a renda diária, você teria tanto de cortar lenha como de cuidar de crianças.

d) Quanto mais tempo você passar cuidando de crianças, tanto mais rendimento você ganhará por hora

de cuidar de crianças.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

9. Receita total (preço quantidade) é um termo técnico utilizado pelos economistas para descrever, neste

caso, o rendimento total pela venda de unidades de um bem ou serviço. As empresas se preocupam com

muitas outras coisas além da receita total, e a elasticidade-preço da procura tem implicações diretas com

a receita total. Tome-se o exemplo da curva de ____________ que é completamente inelástica (curva

vertical paralela ao eixo de py ) numa dada faixa de preços. Isto significa que, nesta faixa de preços,

a quantidade comprada independe do ____________ cobrado. Assim, se o empresário que supre o

mercado desejar a _____________ total máxima de vendas neste mercado, dentro da faixa de preços

dada, ele irá cobrar o preço _________ _________ dessa faixa. Se ele cobrasse um preço _________

_________, a quantidade comprada do bem não iria variar, mas a receita ____________ das vendas desse

bem seria ________ __________.

a) procura, preço, receita, mais alto, mais baixo, total, mais baixa.

b) demanda, preço, receita, mais baixo, mais alto, total, mais baixa.

c) demanda, preço, receita, mais alto, mais baixo, total, mais alta.

d) procura, preço, receita, mais alto, mais baixo, marginal, mais alta.

e) procura, mercado, receita, mais alto, mais baixo, total, mais baixa.

0

1

2

3

4

5

6

7

1 2 3 4 5 6

Re

nd

a

Horas

0

b

d

c

g f

e

1 2 3 4 5

4

6

X = Cuidar de crianças

Y = Cortar lenha 1

62

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

10. Entre outros, cinco pensadores marcaram, realmente, o tratamento sistemático e científico da

Economia nos últimos 250 anos: a) o primeiro deles escreveu Tableau Économique (1758) e

representou o fluxo das despesas e de bens entre as diferentes classes sociais: é o precursor da

,,Economia quantitativa e da Econometria; b) o segundo deu início à Escola Clássica com sua obra

Riqueza das Nações (1776), à época, uma visão completa do progresso econômico, na qual enfatiza

o mercado como a “mão invisível” reguladora da divisão do trabalho e das forças da oferta e da

procura; c) o terceiro opôs-se aos processos analíticos dos clássicos e às suas conclusões capitalistas

com a obra O Capital (1867), em que desenvolveu os conceitos de mais-valia, capital variável,

capital constante, exército de reserva industrial, exploração capitalista etc.; d) o quarto escreveu

Principles of economics (1890), em que usou a metodologia dedutiva ou abstrata (“análise

marginal”) para investigar a interação das forças da oferta e da procura e para explicar o

aparecimento do preço de equilíbrio; e e) o último, cujas obras, principalmente Teoria geral do

emprego, do juro e da moeda (1936), romperam a tradição neoclássica e apresentaram um programa

de ação governamental para a promoção do pleno emprego. Foi uma “revolução” no bojo da qual se

criaram o FMI e o Banco Mundial. A obra citada inverteu a perspectiva de exame da moeda,

reinterpretou a taxa de juros, analisou a poupança e o consumo, atribuiu papel ativo à política fiscal,

opôs-se à excessiva confiança nos controles monetários, defendeu déficits públicos propositais para

inflar a procura agregada, estimulou os estudos econométricos e sociais etc.

a.

b.

c.

d.

e.

11. Aquelas pessoas que argumentam que a economia deveria preservar a floresta de jacarandás, produzindo

menos “madeira de lei” e mais ambiente natural saudável estão argumentando que

a) O custo marginal de um hectare de floresta de jacarandás é menor que o custo marginal de uma sala

ambientada com essa “madeira de lei”.

b) O benefício marginal de um ambiente natural mais saudável é maior que o benefício marginal de

uma sala decorada com móveis de jacarandás.

c) O beneficio obtido pela utilização de uma unidade adicional de recurso econômico na preservação da

floresta de jacarandás é maior que o benefício de sua utilização na produção de moveis e ambientes

de madeira de jacarandá.

d) O benefício marginal da madeira de jacarandá é menor que o benefício marginal do ambiente natural

saudável e bonito da floresta preservada.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

Boa prova!,

63

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Questões:

“A palavra economia vem do grego e pode ser entendida como “aquele que administra o lar”. A

princípio, essa origem pode parecer estranha. Mas, na verdade, os lares e as economias têm muito em comum.

Uma família precisa tomar decisões. Precisa decidir quais tarefas cada membro desempenha e o que

cada um deles recebe em troca: quem prepara o jantar? Quem lava a roupa? Quem pode repetir a sobremesa?

Quem decide que programa sintonizar na TV? Em resumo, cada família precisa alocar seus recursos escassos a

seus membros, levando em consideração as habilidades, esforços e desejos de cada um.

Assim como a família, uma sociedade precisa tomar muitas decisões. Precisa decidir que tarefas serão

executadas e por quem. Precisa de algumas pessoas para produzir alimentos, outras para fazer roupas e ainda

outras para desenvolver programas de computador. Uma vez que a sociedade tenha alocado as pessoas (assim

como terras, prédios e máquinas) entregar diversas tarefas, deve também alocar a produção de bens e serviços

que as pessoas produzem. Deve decidir que comerá caviar e quem comerá batatas. Deve decidir quem vai

andar de Ferrari e quem vai andar de ônibus.” Mankiw, N. Gregory. Introdução à Economia. (trad. Allan

Vidigal Hastings). 3. ed. p. 3. São Paulo: Thomson Learning, 2007.

Nas questões a seguir, responda apenas C ou F, conforme cada declaração seja correta ou falsa:

2. O gerenciamento dos recursos da sociedade é importante porque estes são livres.

Escassez significa que a sociedade não pode dispor de todos os bens e serviços desejados.

Economia é o estudo de como a sociedade administra seus recursos ilimitados.

Na maioria das sociedades, os recursos são administrados por um único planejador central.

A primeira lição sobre tomada de decisões está resumida no provérbio: “Nada é de graça”.

3. Embora o estudo da economia tenha muitas facetas, o campo é unificado por princípios.

A tomada de decisões exige escolher um objetivo (benefício) em detrimento de outro (custo).

Custo de oportunidade é qualquer coisa de que se tenha que abrir mão para obter algum item.

As pessoas não podem tomar decisões melhores pensando na margem (análise marginal).

As pessoas reagem a incentivos: seu comportamento muda quando custos ou benefícios mudam.

4. A ciência econômica repousa sobre atos humanos e é social por excelência.

A ciência econômica estuda a administração de recursos escassos entre usos alternativos.

A ciência econômica não se ocupa, normalmente, das condições gerais do bem-estar humano.

O estudo da economia inclui a organização social para satisfazer necessidades humanas.

A ciência econômica estuda a administração de recursos ilimitados entre fins competitivos.

5. O início da ciência econômica coincidiu com os grandes saltos da técnica e das ciências naturais.

Atualmente, a China concorre bastante com os EUA no mercado mundial: isto é bom para todos.

Os mercados não são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade econômica.

O colapso comunista na URSS na década de 80 pode ser a maior mudança dos últimos 50 anos.

Na maioria das sociedades, os recursos são alocados pelos atos de milhões de famílias e empresas.

6. Sistemas econômicos podem diferir bastante entre si em função do substrato político, social e legal

(superestrutura) sobre que se assentam. Mas qualquer tipo de sistema econômico sempre terá os seguintes

problemas centrais que precisam ser resolvidos:

a) O emprego, as trocas e a moeda.

b) A concorrência, a produção e o desperdício.

c) O que produzir? Como e onde produzir? Para quem produzir?

d) Os mercados, as trocas e o equilíbrio.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

64

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

7. O primeiro contato com o funcionamento de um sistema econômico fechado não coloca em realce:

a) A satisfação das pessoas pelo consumo de bens e serviços.

b) Os fatores de produção e as unidades em que eles se organizam.

c) Os setores em que a economia pode ser dividida

d) A contribuição do setor externo ou do resto do mundo.

e) Os fluxos gerados num determinado período de tempo.

8. Diz a Constituição Federal: “proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito

anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de

quatorze anos” (art. 7°, XXXIII). Assim, a partir da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais), é

possível chegar-se ao conceito correto de:

a) População economicamente inativa que é apenas a parcela da população com menos de 14 anos.

b) População empregada que é o mesmo que população economicamente ativa.

c) Taxa de emprego ou o quociente que compara o montante de pessoas ocupadas com o total de

habitantes da Economia.

d) População desocupada que compreende aqueles que exercem atividade profissional remunerada ou

sem remuneração direta, mormente em se tratando de auxiliares de pessoas da família.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

9. O trabalho humano se exerce num contexto econômico que reúne fábricas, estradas, portos, aeroportos,

equipamentos, máquinas, instalações e uma infinidade de outros elementos resultantes do próprio esforço

humano empreendido em épocas passadas. Tais elementos constituem em sua totalidade:

a) O próprio processo produtivo.

b) O estoque físico de meios de produção

c) O estoque de recursos naturais da Economia.

d) O estoque de capital de que é dotado um sistema econômico.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

10. O setor primário de uma Economia engloba as atividades que se exercem próximas à base de recursos

naturais do sistema econômico (agropecuária e extração). O setor secundário reúne as atividades de

transformação dos bens (artesanatos e indústrias). O setor terciário atende às necessidades humanas com

variadíssima gama de “serviços” (transportes, comunicações, educação, saúde, justiça, segurança,

diversões, bancos etc.). A importância relativa dos diversos setores na geração do produto total da

Economia é marcadamente variável. Em geral,

a) O setor secundário é sempre o mais importante economicamente.

b) O setor primário de economia subdesenvolvida emprega muito pouca mão-de-obra.

c) O setor terciário em qualquer economia, em que pese ao uso crescente de tecnologia, ainda se baseia

na utilização extensiva e intensiva do fator trabalho.

d) O setor secundário de economia desenvolvida emprega menos trabalho do que seu setor primário.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

11. O funcionamento das unidades produtoras integradas num conjunto – o aparelho produtivo dos três

econômicos – dá origem a:

a. Um fluxo real, também denominado de procura global constituída de todas as rendas geradas

(aluguéis, salários, juros, lucros e royalties).

b. A distribuição de rendimentos pelas pessoas do sistema, formando o fluxo da oferta global ou fluxo

nominal de bens e serviços.

c. Um fluxo constituído de remunerações pagas aos detentores de fatores produtivos, denominado

renda ou demanda global, e outro constituído de bens e serviços, chamado de produto ou oferta

global – o dois fluxos essencialmente iguais.

d. A dicotomia básica vigente no processo produtivo entre real e nominal, produto e renda, oferta e

procura, compras e vendas etc. não necessariamente iguais em direção aos mercados.

e. Nenhuma das respostas anteriores.

12. Entre muitos, seis pensadores marcaram, realmente, o tratamento sistemático e científico da Economia nos

últimos 260 anos: a) o primeiro deles escreveu Tableau Économique (1758) e representou o fluxo das

despesas e de bens entre as diferentes classes sociais: é o precursor da Economia quantitativa e até da

Econometria; b) o segundo deu início à Escola Clássica com sua obra Riqueza das Nações (1776), à época,

uma visão completa do progresso econômico, na qual enfatiza o mercado como a “mão invisível”

65

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

reguladora da divisão do trabalho e das forças da oferta e da procura; c) o terceiro opôs-se aos processos

analíticos dos clássicos e às suas conclusões capitalistas com a obra O Capital (1867), em que

desenvolveu os conceitos de mais-valia, capital variável, capital constante, exército de reserva industrial,

exploração capitalista etc.; d) o quarto escreveu Principles of economics (1890), em que usou a

metodologia dedutiva ou abstrata (“análise marginal”) para investigar a interação das forças da oferta e da

procura e para explicar o aparecimento do preço de equilíbrio; e) o quinto, cujas obras, principalmente

Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (1936), romperam a tradição neoclássica e apresentaram um

programa de ação governamental para a promoção do pleno emprego, fez uma “revolução” no bojo da

qual se criaram o FMI e o Banco Mundial. A obra citada inverteu a perspectiva de exame da moeda,

reinterpretou a taxa de juros, analisou a poupança e o consumo, atribuiu papel ativo à política fiscal, opôs-

se à excessiva confiança nos controles monetários, defendeu déficits públicos propositais para inflar a

procura agregada, estimulou os estudos econométricos e sociais etc., medidas agora muito bem lembradas

na crise mundial de outubro de 2008; e f) o último, falecido em 2010, produziu “a grande síntese

econômica de todos os tempos, reunindo em um único grande e coerente painel de equações matemáticas e

princípios o que antes eram apenas visões esparsas sobre os eventos de trocas entre pessoas, empresas e

países”.

a)

b)

c)

d)

e)

f)

13. Preencher com palavras ou expressões:

a) Aquilo que se sacrifica ao ter que fazer uma escolha ou que se abandona numa opção.

b) A economia que aparece nas seções de negócios e finanças de revistas e jornais.

c) Não acaba, de imediato, ao satisfazer diretamente as necessidades humanas.

d) A satisfação adicionada pela última unidade adquirida de determinado bem ou serviço.

e) Se tudo o mais permanecer constante, uma condição em latim.

f) No mercado, visa a determinar os preços para todas as firmas de que se compõe o setor.

a)

b)

c)

d)

e)

f)

14. As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos de como os mercados estão organizados.

Cada estrutura de mercado destaca alguns aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, e se

baseia em algumas hipóteses e no realce de características observadas em mercados existentes. Em dois

mercados A e B observa-se que:

I – Se os produtos são diferenciados em A, a concorrência extra preço é intensa; mas isso, em geral,

ocorre em B.

II – Em B, não há barreiras ao ingresso de novas firmas na indústria; mas as barreiras sempre ocorrem em

A.

66

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

III – Em A, pode haver formação de cartéis para controle de preços e quota de produção; mas isso não

acontece em B.

IV – Os produtos são diferenciados em B, mas em A, podem ser homogêneos ou diferenciados.

V – O número de empresas em A nunca é grande, mas em B, sim.

Tais estruturas de mercados são respectivamente:

a) Concorrência perfeita e monopólio.

b) Oligopólio e concorrência imperfeita.

c) Oligopólio e concorrência perfeita.

d) Concorrência perfeita e oligopólio

e) Nenhuma das respostas anteriores.

15. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:

1ª coluna 2ª coluna

Bens que são transformados ou agregados na produção de outros, e que são

utilizados no processo produtivo. A. Pleno emprego

Estrutura empresarial em que várias empresas, que já detêm boa parte do

mercado, se ajustam ou se fundem para assegurar o controle, estabelecendo

preços altos para obter maior margem de lucro.

B. Economia estatal

Situação econômica (de acontecimento pouco provável) em que os recursos

(fatores) disponíveis são plenamente utilizados na produção de bens e

serviços, garantindo o equilíbrio econômico das atividades produtivas. C. Benfeitorias

voluptuárias A propriedade que as coisas e atividades (bens e serviços) têm para satisfazer

necessidades humanas.

Bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo

duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

D. Pertenças

Caracterizado pela propriedade privada dos fatores de produção, é o sistema

econômico em que as questões fundamentais são resolvidas pela ação das

forças da oferta e de procura.

São as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem,

ainda que o tornem mais agradável ou tenham valor elevado.

Sistema econômico em que as questões de Economia são resolvidas por um

órgão central de planejamento. E. Tradeoff

(situação

econômica de

escolha

conflitante)

Nome que se dá em Economia ao fenômeno em que muitos fornecedores se

defrontam com poucos compradores do fator, bem ou serviço.

O aumento da taxa de juros, feito para controlar a inflação, reduz os

investimentos privados, aumenta o desemprego e derruba a renda e o

crescimento da economia. Isto se chama

16. Aquelas pessoas que argumentam que a economia deveria preservar a floresta de jacarandás, produzindo

menos “madeira de lei” e mais ambiente natural saudável estão argumentando que

a) O custo marginal de um hectare de floresta de jacarandás é menor que o custo marginal de uma sala

ambientada com essa “madeira de lei”.

b) O benefício marginal de um ambiente natural mais saudável é maior que o benefício marginal de

uma sala decorada com móveis de jacarandás.

c) O beneficio obtido pela utilização de uma unidade adicional de recurso econômico na produção de

moveis e ambientes de madeira de jacarandá é maior que o benefício de sua utilização na

preservação da floresta de jacarandás

d) O benefício marginal da madeira de jacarandá é menor que o benefício marginal do ambiente natural

saudável e bonito da floresta preservada.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

17. Você classifica os bens abaixo como A – complementares, B – substitutos e C – intermediários:

Lente e armação de óculos, Filme preto-e-branco e filme colorido, Fio para o tecelão e farinha

de trigo para o padeiro, Duas notas de $ 5,00 e uma nota de $ 10,00, Coca-cola e Pepsi-cola,

67

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Gasolina e álcool para carro flex, Jante e pneu da roda de veículo, Cimento (ou tijolos) para o

construtor de casas.

Assim, você dirá que a ordem dessa relação é:

a) A, B, C, B, B, B, A, C.

b) A, B, C, B, A, B, A, C.

c) A, B, C, A, B, B, A, C.

d) A, B, C, B, B, B, A, A.

e) Nenhuma das respostas anteriores

18. No diagrama, Você ainda tem 6 horas (recursos escassos) para trabalhar e ganhar mais rendimentos. Qual

das afirmativas que seguem não é verdadeira?

Diagrama:

a) Quanto mais tempo você passar cortando lenha, tanto menos rendimento você ganhará por hora de

cortar lenha.

b) A taxa de salário que você ganha por hora, cuidando de crianças, é 0e.

c) Para maximizar a renda diária, você teria tanto de cortar lenha como de cuidar de crianças.

d) Quanto mais tempo você passar cuidando de crianças, tanto mais rendimento você ganhará por hora

de cuidar de crianças.

a) Nenhuma das respostas anteriores.

19. I – Dada uma curva de demanda de um bem, caso haja um aumento da renda dos consumidores desse bem,

a curva deslocar-se-á para cima e para a direita.

II – Dada uma curva de oferta de um bem, caso haja um aumento do preço do bem, cœteris paribus, a

curva deslocar-se-á para cima e para a esquerda.

III – Dada uma curva de oferta de um bem, caso haja uma diminuição dos custos de matérias-primas, a

curva poderá deslocar-se para baixo e para a direita.

IV – Dada uma posição de equilíbrio de mercado, caso haja uma redução na produção do bem, a curva de

oferta deslocar-se-á para cima e para a esquerda e o novo ponto de equilíbrio terá preço mais alto e

quantidade menor do que o anterior, se não houver alteração da demanda.

a) Há somente duas declarações certas.

b) Há somente uma declaração certa.

c) Há somente três declarações erradas.

d) Há somente uma declaração errada.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

0

1

2

3

4

5

6

7

1 2 3 4 5 6

Re

nd

a

Horas

0

b

d

c

g f

e

1 2 3 4 5

4

6

X = Cuidar de crianças

Y = Cortar lenha 1

68

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

20. A elasticidade-preço da procura – dada por PQ

QPE

DP

, onde P = preço e Q = quantidade procurada

– é uma medida de quanto a quantidade demandada de um bem reage a uma mudança no preço desse bem.

I – Quando a demanda é inelástica (elasticidade-preço da demanda menor do que 1), o preço e a receita

total (preço quantidade) movem-se na mesma direção.

II – Quanto mais essencial for o bem, mais tendência à inelasticidade terá sua curva de demanda.

III – Quando a demanda é elástica (elasticidade-preço da demanda maior do que 1), o preço e a receita

total movem-se em direção oposta.

IV – Em caso de inelasticidade, o vendedor vai querer aumentar o preço do bem para faturar mais.

a) Há apenas duas declarações verdadeiras.

b) Há quatro declarações verdadeiras.

c) Há três declarações falsas.

d) Há somente uma declaração falsa.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

21. Um problema persistente enfrentado por nossa sociedade é o uso de drogas ilegais como a heroína, a

cocaína, a maconha, o ecstasy e o crak. O uso de droga tem diversos efeitos negativos. Um deles é o fato

de que a dependência de drogas pode arruinar a vida dos usuários e de suas famílias. Outro é que os

viciados em drogas muitas vezes recorrem ao roubo e outros crimes violentos para obter o dinheiro de que

precisam para sustentar o vício. Para desencorajar o uso de drogas ilegais, o governo gasta milhões de

reais por ano em políticas para reduzir o fluxo de drogas para dentro do país. Assim,

I – A política de proibição (combate ao tráfico de drogas) reduz a oferta destas, o que eleva o preço e

reduz a quantidade vendida.

II – Como são poucos os viciados em drogas que abandonarão seus hábitos destrutivos por causa do

aumento de preço, é provável que a demanda por droga seja inelástica (variação nos preços maior do que

na quantidade demandada).

III – Os viciados que já tinham que roubar para sustentar seus hábitos terão necessidade ainda maior de

dinheiro rápido, o que aumentará a criminalidade (nível de crimes) ligada às drogas.

IV – A política educacional contra as drogas reduz a demanda destas, o que reduz o preço e reduz a

quantidade vendida.

V – Como tanto o preço quanto a quantidade diminuem na política educacional, a receita total (preço

vezes quantidade) também cai e, assim, a política educacional pode reduzir tanto o uso de drogas quanto

os crimes relacionados a elas.

a) Não há declarações falsas

b) Há apenas quatro declarações verdadeiras

c) Há somente duas declarações falsas.

d) Há somente duas declarações verdadeiras.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

Boa prova!

69

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Situação-problema: Uma firma produz máquinas. Seu custo fixo é $ 200 (fatores fixos: RM, K, Tec e Emp). O fator variável é o trabalho ou mão-de-obra ($ 50 por dia/homem). Mostrar o quadro de relações de custos e produtividades, sabendo que:

MO = Mão-de-obra

CFT = Custo fixo total

CT = Custo total PT = Produção total

CVT = Custo variável total

CMg = Custo marginal

PMMO = Produtividade média da mão-de-obra

PMgMO = Produtividade marginal da

mão-de-obra

RT = Receita total = PT

MO

(dias/

homem)

PT

($)

PM = PT/MO

($)

PMg = ΔPT/ΔMO

($)

CFT

($)

CFM = CFT/PT

($)

CVT

($)

CVM = CVT/PT

($)

CT = CFT+CVT

($)

CTM = CT/PT

($)

CMg =

ΔCT/ΔPT =

ΔCVT/ΔPT ($)

LT = PT-CT = RT-

CT ($)

Obs.

0 0 - 200 0 - 200 - -200 Prejuízo

300

0,167

1 300 300 200 0,667 50 0,167 250 0,833 -50 Prejuízo

500

0,100

2 800 400 200 0,250 100 0,125 300 0,375 500 Lucro

700

0,071

3 1500 500 200 0,133 150 0,100 350 0,233 1150 Lucro

300

0,167

4 1800 450 200 0,111 200 0,111 400 0,222 1400 Lucro

200

0,250

5 2000 400 200 0,100 250 0,125 450 0,225 1550 Lucro

50

1,000

Máximo

6 2050 342 200 0,098 300 0,146 500 0,244 1550 Lucro

-150

7 1900 271 200 0,105 350 0,184 550 0,289 1350 Lucro

-500

8 1400 175 200 0,143 400 0,286 600 0,429 800

-600

9 800 89 200 0,250 450 0,563 650 0,813 150

Responda apenas se é a declaração é verdadeira (V) ou falsa (F):

1) A produção total é máxima com o uso de 6ª mão-de-obra

2) A produtividade média tem correlação inversa perfeita com o custo total médio

3) A produtividade média é máxima e o custo variável médio é mínimo na 3ª MO

4) O custo marginal tem correlação inversa perfeita com a produtividade marginal

5) O custo variável médio tem correlação inversa perfeita com a produtividade média

6) O custo fixo médio é o único custo decrescente enquanto a produção total crescer

7) O lucro total será sempre máximo quando o custo marginal crescente igualar à PMg

8) No exemplo, a rigor, a empresa manterá a 6ª mão-de-obra empregada

9) Na 3ª mão-de-obra, a produtividade média é um máximo da produção

10) Após a 5ª mão-de-obra, o lucro total será negativo

Situação Problema: Em determinada Economia são conhecidos os seguintes dados macroeconômicos no ano

de 2009, em US$ Bilhões:

Royalties (Remunerações da Tecnologia) Ry 90

Poupanças (Saving) das famílias Sf 320

Depreciação ou Investimento de reposição d=Ir 150

Imposto de renda (e outros Tributos Diretos) das Pessoas Físicas IRPF 400

Lucros (Remunerações da Empresariedade) L 220

Contribuições Sociais (INSS, PIS, Cofins, FGTS etc.) INSS 450

Renda Pessoal Disponível RPD 1600

Somatória das Remunerações dos Fatores Produtivos 𝛴𝑅𝐹𝑃 1500

Salários (Remunerações do Trabalho) W 900

70

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Subsídios governamentais às Empresas Sub 60

Lucros retidos pelas Empresas ou Poupança Líquida das Empresas Lr=SLE 210

Imposto de Renda (e outros Tributos Diretos) das Pessoas Jurídicas IRPJ 350

Juros (Remunerações do Capital) J 190

Rendimentos Líquidos do Exterior (negativos) RLE (120)

Produto Nacional Líquido a preços de mercado PNLPM 2810

Esquema facilitador de cálculos:

Denominação Sigla US$ bilhões

PRODUTO INTERNO BRUTO: fluxo de todas as rendas geradas dentro das

fronteiras geográficas do país por nacionais e estrangeiros

PIB

Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior: diferença entre a renda recebida do

exterior e a renda enviada ao exterior na forma de lucros, juros, royalties e

assistência técnica

±RLE

PRODUTO NACIONAL BRUTO: rendas que pertencem efetivamente aos

nacionais

PNB

Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d=Ir

PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLpm

Menos: Tributos Indiretos -Ti

Mais: Subsídios Sub

PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores ou PNLcf

RENDA NACIONAL = RN

Menos: Lucros retidos ou Poupança Líquida das Empresas -Lr=SLE

Imposto de Renda (e outros Tributos Diretos) das Pessoas Jurídicas -IRPJ

Contribuições Sociais (INSS, PIS, COFINS etc.) -INSS

SOMATÓRIO das remunerações dos fatores produtivos:

A – ALUGUÉIS (Remunerações dos Recursos Naturais ou Terra)

w – SALÁRIOS (Remunerações do Trabalho)

J – JUROS (Remunerações do Capital}

Ry – ROYALTIES (Remunerações da Tecnologia)

L – LUCROS (Remunerações da Empresariedade)

Σrfp

Mais: Transferências do Governo (aposentadorias, pensões, indenizações etc.) Trans

RENDA PESSOAL RP

Menos: Imposto de Renda (e outros Tributos Diretos) das Pessoas Físicas -IRPF

RENDA PESSOAL DISPONÍVEL RPD

Menos: CONSUMO DAS PESSOAS (famílias, empresas) -Cf

POUPANÇA DAS FAMÍLIAS Sf

Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas (Sle) Lr=SLE

POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO PRIVADO

LÍQUIDO ou INVESTIMENTO NOVO

SPL=IPL

Mais: Depreciação = Investimento de Reposição d=IR

POUPANÇA PRIVADA BRUTA = INVESTIMENTO PRIVADO BRUTO SPB=IPB

Responda, comprovando com os cálculos no verso, se é a declaração é verdadeira (V) ou falsa (F):

11) Produto Interno Bruto = PIB = UR$ 3.080 bi

12) Renda Nacional = RN = US$ 2.000 bi

13) Produto Nacional Bruto = PNB = US$ 2.960 bi

14) Investimento Privado Líquido = IPL = US$ 320 bi

15) Taxa de tributação ou carga tributária da Economia = 55,52% do PNB

16) Taxa de Consumo das famílias = 43,24 % do PNB

17) Taxa de formação bruta de capital privado = 21,96% do PNB

18) Taxa de Gastos (Custeio + Investimentos) do Governo = 33,78% do PNB

19) Taxa de remessa de Rendimentos Líquidos para o Exterior = 6,12% do PIB

20) Taxa de Depreciação = 5,07% do PNB

71

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Situação-problema: O Quadro que se segue apresenta os Ativos Financeiros do Brasil sem bilhões de reais

no final de dezembro de 2008, segundo o Banco Central do Brasil:

Papel-Moeda Emitido (PME) 89,0

Menos: Encaixe das Autoridades Monetárias (BCB) (10,0)

Papel-Moeda em Circulação (PMC) ou Meio Circulante

Menos: Encaixe dos Bancos Comerciais (EBC) (4,0)

Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP) %

Mais: Depósitos à Vista do Público (DVP) 148,0 6.6%

MOEDA1 (M1) – Meios de Pagamento (MP) %

Mais: Títulos da Dívida Pública (Federal, Estadual e Municipal) –(TDP) 850,0 37,9%

MOEDA2 (M2) %

Mais: Fundos de Investimentos Financeiros (FIF) 563,0 25,1%

Poupanças (S) 270,0 12,1%

MOEDA3 (M3) %

Mais: Depósitos a prazo, títulos privados e outros 334,0 14,9%

MOEDA4 (M4) 100,00%

Com base no Quadro anterior, responda apenas se é a declaração é verdadeira (V) ou falsa (F):

21) Noventa por cento dos ativos financeiros do Brasil não tinham liquidez perfeita

22) Um lançamento de Títulos Públicos pelo BACEN irá “enxugar” M1

23) A contratação de um Depósito a Prazo pelo BB com o cliente A não reduz a liquidez perfeita

24) As pessoas demandam moeda por motivo de transação, precaução e especulação

25) Um aumento súbito e grande do Meio Circulante tende a provocar inflação na Economia

26) Hot money é inflação descontrolada ou hiperinflação

27) Dez por cento dos ativos financeiros do Brasil não são quase-moeda

28) Meio circulante inferior às necessidades da economia gera deflação e depressão econômica

29) Coexistência de alta taxa de desemprego (estagnação econômica) com inflação é estagflação

30) Cheque é moeda muito prática, mas o cartão de crédito é melhor

Situação-problema: Estruture o Balanço internacional de Pagamentos do País X no ano Y e em $ bilhões,

conhecidos os seguintes dados de suas transações econômicas internacionais:

1 Outros capitais (líquido) 32

2 Viagens internacionais (líquido) –9

3 Investimentos e re-investimentos de estrangeiros no País 38

4 Empréstimos do País ao Resto do Mundo –15

5 Importações de mercadorias 174

6 Seguros (líquido) –15

7 Serviços governamentais (líquido) –4

8 Transferências unilaterais (líquido) 1

9 Exportações de mercadorias 203

10 Amortizações de empréstimos do País no exterior –10

11 Serviços diversos – Assistência técnica e outros (líquido) –7

72

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

12 Transportes (Fretes) internacionais (líquido) 26

13 Empréstimos de outros governos ao País 6

14 Serviços da dívida externa (juros e dividendos)-- (líquido) –14

15 Erros e omissões 2

Roteiro:

1. Balança Comercial

1.1

1.2

2. Balança de Serviços

2.1

2.2

2.3

2.4

2.5

2.6

3. Transferências unilaterais

4. Balanço de transações correntes (1 + 2 + 3)

5. Balanço de capitais

5.1

5.2

5.3

5.4

5.5

6. Erros e omissões

7. Déficit (–) ou Superávit (+)

Com base no esquema do Balanço de Pagamentos, responda apenas se é a declaração é verdadeira (V) ou

falsa (F):

31) Os fluxos de entradas e saídas de capitais aumentaram as reservas cambiais em US$ 8 bi

32) O Balanço de Contas (Transações) Correntes foi desfavorável ao País em US$ 49 bi

33) A Balança Comercial foi superavitária em US$ 29 bi

34) O fluxo de entradas e saídas de capitais de risco no País superou Balança Comercial

35) O País ajudou mais o Resto do Mundo do que foi por este ajudado

36) Dá para compreender que o País precisa melhorar muito a sua Balança de Invisíveis (Serviços)

37) As Bolsas do País conseguiram entrada líquida de capitais maior que a de capital de risco

38) O Balanço Internacional de Pagamentos do ano foi superavitário em US$ 8 bi

39) Amortizações são pagamentos da dívida externa

40) O Balanço de Capitais, sozinho, superou a Balança de Serviços em US$ 24 bi

Boa prova!

73

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

Questões:

1. Estamos cada vez mais numerosos. A população mundial em 2010 já é de 6.830.000.000 pessoas

aproximadamente. Considerando que, grosso modo, a população economicamente inativa é 60% da

população total e que a taxa de desocupação é, por hipótese, 13% da população economicamente ativa

mundial, você dirá que há, no mundo e nesta ordem, um desemprego e uma PEA de:

a) 4.098.000.000 e 532.740.000 trabalhadores aproximadamente.

b) 532.740.000 e 2.732.000.000 trabalhadores aproximadamente.

c) 355.160.000 e 4.098.000.000 trabalhadores aproximadamente.

d) 355.160.000 e 2.732.000.000 trabalhadores aproximadamente.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

2. De acordo com um estudo do Banco Mundial (2003), em 2025 quando a população mundial deverá estar

por volta de 7.700.000.000 de seres humanos, a degradação ambiental e a cultura do desperdício de água

vão comprometer a vida de aproximadamente:

a) 5.133.000.000 pessoas.

b) 4.553.000,000 pessoas.

c) 2.567.000.000 pessoas.

d) 2.276.000.000 pessoas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

3. O êxodo rural é fenômeno mundial crescente e vai continuar assim. Cerca de metade da população do

Planeta vive em zonas rurais em 2010, mas 70% da população mundial total de 9.400.000.000 viverão

em cidades em 2050. Por isso, a população mundial rural cairá entre 2010 e 2050:

a) De 6.830.000.000 para 3.850.000.000 pessoas.

b) De 3.415.000.000 para 2.820.000.000 pessoas.

c) De 3.850.000.000 para 2.820.000.000 pessoas.

d) De 4.781.000.000 para 2.310.000.000 pessoas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

4. O lançamento do real, a moeda que pôs um ponto final na hiperinflação e que, ponta de lança do plano

ao qual emprestou seu nome, não fez:

a) O Brasil singrar, com relativa tranquilidade, os mares tempestuosos da crise planetária.

b) Os brasileiros redescobrirem o valor do dinheiro e dos bens e serviços.

c) A economia nacional permanecer um arcabouço nebuloso e arcaico.

d) O padrão de renda e bem-estar de grande maioria dos brasileiros elevar-se.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

5. Fazendo A – intermediários, B – substitutos e C – complementares, você classifica os bens abaixo como:

Lente e armação de óculos,

Filme preto-e-branco e filme colorido,

Fio para o tecelão ou

farinha de trigo para o padeiro, Duas notas de US$ 50,00 e uma nota de US$ 100,00,

Coca-cola e

Pepsi-cola para muita gente, Gasolina e álcool para carro flex,

Jante e pneu da roda de veículo,

Pão e requeijão na mesa de muitos consumidores.

Assim, você dirá que a ordem dessa relação é:

a) C, B, A, B, B, B, A, C.

b) C, B, C, B, A, B, A, C.

c) C, B, A, A, B, B, C, C.

d) C, B, C, B, B, B, C, A.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

6. Num contrato de locação, o locador é aquele que aluga o prédio e o locatário é quem pretende usá-lo.

Fazendo V – Verdadeira e F – Falsa, você classifica as declarações abaixo como:

74

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

As benfeitorias de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, feitas pelo

inquilino no imóvel, não são necessariamente indenizadas pelo locador ao fim do contrato;

Pertenças são bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao

serviço ou ao aformoseamento de outro; Os bens públicos em geral podem ser alienados, observadas

as exigências da lei; Somente os bens públicos de uso comum do povo não estão sujeitos a

usucapião; São úteis as benfeitorias que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore;

As benfeitorias necessárias devem ser custeadas pelo locador; Bens públicos são os de domínio

nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público; Bens particulares são todos os outros,

seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Assim, você dirá que a ordem dessa relação é:

a) V, V, F, F, F, F, V, V

b) V, V, F, V, F, V, F, V

c) V, V, F, F, F, V, V, V

d) V, V, F, F, F, V, F, V

e) Nenhuma das respostas anteriores.

7. Sistemas econômicos podem diferir bastante entre si em função do substrato político, social e legal (superestrutura) sobre que se assentam. Mas qualquer tipo de sistema econômico sempre terá os

seguintes problemas centrais que precisam ser resolvidos:

a) Os fatores de produção: terra, trabalho e capital.

b) Os setores de produção: primário, secundário e terciário.

c) Os mercados, a concorrência, os preços e a interminável busca do equilíbrio.

d) O que produzir? Como e onde produzir? Para quem produzir?

e) Nenhuma das respostas anteriores.

8. O primeiro contato com o funcionamento de um sistema econômico fechado não coloca em realce:

a) A interação livre com outras economias no mundo: exportações e importações de mercadorias e

serviços, capitais internacionais etc.

b) A satisfação das pessoas pelo consumo de bens e serviços necessários ao bem-estar humano.

c) O papel dos agentes, os fatores de produção e as unidades em que eles se organizam.

d) Os setores, o aparelho produtivo, a produção e os fluxos gerados num período de tempo.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

9. Diz a Constituição Federal: “proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito

anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de

quatorze anos” (art. 7°, XXXIII). Assim, a partir da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais),

é possível chegar-se ao conceito correto de:

a) Taxa de desemprego ou de desocupação que é o quociente comparativo do montante de pessoas

desocupadas com o total de habitantes da Economia (população).

b) População ocupada são aquelas pessoas compreendidas no PEA, que exercem atividade

remunerada ou mesmo sem remuneração direta, como aquelas denominadas “do lar”.

c) População economicamente inativa que é a parcela da população proibida de exercer trabalho

noturno, perigoso ou insalubre e com menos de 14 anos.

d) População apta empregada que é o mesmo que população economicamente ativa (PEA).

e) Nenhuma das respostas anteriores.

10. O trabalho humano se exerce num contexto econômico que reúne fábricas, estradas, portos, aeroportos,

equipamentos, máquinas, instalações e uma infinidade de outros elementos resultantes do próprio

esforço humano empreendido em épocas passadas, com a finalidade de obter-se mais produtividade e,

por conseguinte, maior produção de bens e serviços para satisfação das necessidades do ser humano.

Tais elementos constituem em sua totalidade:

a) O estoque de capital de que é dotado um sistema econômico, a pluralidade de bens econômicos

utilizados para produzir outros bens e serviços ou simplesmente o capital.

75

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

b) O estoque físico de meios de produção ou o próprio processo produtivo.

c) O estoque de recursos naturais da Economia: o solo, tudo quanto existe sobre ele, o subsolo e as

forças naturais.

d) A pluralidade de empreendimentos públicos e privados votados à produção de serviços básicos,

indispensáveis a quaisquer atividades econômicas de certo porte e complexidade.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

11. O setor primário da Economia engloba as atividades que se exercem próximas à base de recursos

naturais do sistema econômico (agropecuária e extração). O setor secundário reúne as atividades de

transformação dos bens (artesanatos e indústrias). O setor terciário atende às necessidades humanas com

variadíssima gama de “serviços”. A importância relativa dos diversos setores na geração do produto total

da Economia é marcadamente variável. Em geral,

a) O setor secundário é sempre o mais importante economicamente, até porque é o mais capitalizado e

próspero.

b) O setor primário de economia subdesenvolvida emprega muito pouca mão-de-obra e é sempre o

responsável por abrigar o maior contingente de pessoas pobres.

c) O setor terciário em qualquer economia, em que pese ao uso crescente de tecnologia, ainda se

baseia na utilização extensiva e intensiva do fator trabalho.

d) O setor secundário de economia desenvolvida costuma empregar menos trabalho do que setor

primário desse sistema econômico.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

12. O funcionamento das unidades produtoras integradas num conjunto – o aparelho produtivo dos três

setores econômicos – dá origem a:

a) Uma dicotomia básica vigente no processo produtivo entre real e nominal, produto e renda, oferta e

demanda, compras e vendas etc. não necessariamente iguais em direção aos mercados.

b) Uma distribuição de rendimentos para as pessoas (detentoras dos fatores de produção) do sistema,

formando o fluxo da oferta global ou fluxo nominal de bens e serviços.

c) Um fluxo constituído de remunerações pagas aos detentores de fatores produtivos, denominado

renda ou demanda global, e outro constituído de bens e serviços, chamado de produto ou oferta

global – os dois fluxos de valor essencialmente igual.

d) Um fluxo real, também denominado de procura global, constituída de todas as rendas geradas

(aluguéis, salários, juros, royalties, lucros, tributos e depreciação).

e) Nenhuma das respostas anteriores.

13. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:

1ª coluna 2ª coluna

1000 anos até o colapso final do Império Romano do Oriente (1453), quando os

turcos conquistaram Bizâncio: atraso econômico; a terra como base do poder e

produção de subsistência.

Adam Smith e os

Clássicos

Transformações intelectuais, artísticas, religiosas e geográficas. Idade Média

1ª síntese neoclássica: análise marginalista com CMg = RMg = equilíbrio da

firma (lucro máximo). Paul Samuelson

Condenação do modo capitalista de produção: ênfase na justiça distributiva.

Construção da economia de comando central.

Economia social de mercado: diferentes interclasses decorrem de causas

socialmente aceitáveis. Equitatividade, não pleno igualitarismo.

Das Kapital –1867 Formulação do pensamento liberal clássico: conceito de ordem natural e crença

na mão invisível do mercado. Confirmação do laissez-faire.

1ª manifestação científica do pensamento econômico: crença na ordem natural.

A terra é a fonte da riqueza.

Fez grande síntese econômica do que antes eram visões esparsas.

Alfred Marshall Abordagem estruturalista, institucionalista, monetarista e neoliberalista.

2ª síntese neoclássica: coerente painel de equações matemáticas e princípios

lógicos. Intervenção moderada do Estado.

76

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

14. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:

1ª coluna 2ª coluna

Cœteris paribus, a quantidade demandada de um bem ou serviço varia

normalmente na relação inversa do preço do próprio bem ou serviço. F. Lei da procura

Caracteriza-se pela existência de muitos vendedores e um único comprador. G. Economia

Grau de sacrifício feito ao optar-se pela produção (compra) de um bem, em

termos da produção (compra) de outro preterida (sacrificada). H. Economia

coletivista ortodoxa

Não há classes diferenciadas nela. No limite, estabelece-se uma sociedade sem

classes. Todas as unidades familiares têm acesso a todos os mercados e, neles,

têm acesso a todos os produtos.

Ação de pôr à venda produtos a preço muito inferior ao de mercado, para

liquidar e derrotar a concorrência.

I. Utilidade marginal

Ciência social que estuda a administração de recursos escassos entre usos

alternativos e fins competitivos para satisfazer as necessidades humanas.

Cœteris paribus, a quantidade ofertada de um bem ou serviço varia

normalmente na relação direta do preço do próprio bem ou serviço.

Acréscimo de satisfação (ou de utilidade) do consumidor ao adquirir uma

quantidade adicional de bem ou serviço. J. Custo de

oportunidade

Caracteriza-se pelo fato de que as empresas fabricam produtos diferenciados

embora substitutos próximos.

15. Cada estrutura de mercado destaca aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, e se baseia

em hipóteses e realces de características observadas em mercados existentes. Em dois mercados reais A e

B observa-se que:

I – O número de empresas em A nunca é grande, mas em B, sim.

II – Em B, não há barreiras ao ingresso de novas firmas na indústria; mas as barreiras sempre

ocorrem em A.

III –. Em B não há formação de cartéis para controle de preços e quota de produção; tendência que

pode ocorrer em A.

IV – Em A, os produtos podem ser homogêneos ou diferenciados; mas, em B, são diferenciados,

normalmente.

V – Se, em A, os produtos forem diferenciados, a concorrência extrapreço é intensa, o que, em geral,

pode ocorrer em B.

Tais estruturas de mercados são respectivamente:

a) Concorrência imperfeita e monopólio

b) Oligopólio e concorrência imperfeita.

c) Concorrência perfeita e oligopólio

d) Oligopólio e concorrência perfeita.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

16. No diagrama, você ainda tem 6 horas (recursos escassos) para trabalhar e ganhar mais rendimentos. Qual

das afirmativas que seguem é verdadeira?

Diagrama:

77

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

a) Quanto mais tempo você passar prestando assessoria, tanto mais rendimento você ganhará por

hora de prestar assessoria.

b) A taxa de salário que você ganha por hora dando aulas é variável.

c) Para maximizar a renda diária, você teria de prestar assessoria menos tempo e passar mais

tempo dando aulas.

d) Quanto mais tempo você passar dando aulas, tanto mais rendimento você ganhará por hora de

dar aulas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

17. Articulados os fatores produtivos (recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e capacidade

empresarial) no seio das unidades de produção (fazendas, fábricas, escolas, hospitais, bancos, lojas,

agências etc.), tem curso a produção de bens e serviços destinados a atender às variadas solicitações

econômicas da comunidade. Tais produtos são definidos como:

a) Bens de capital quando não satisfazem diretamente as necessidades humanas, mas se empregam

na multiplicação da eficiência do trabalho ou dos recursos naturais.

b) Bens de consumo durável quando se destinam à satisfação indireta das necessidades humanas

no futuro não muito distante.

c) Bens de consumo imediato quando se destinam à satisfação indireta das necessidades atuais ou

presentes do homem.

d) Bens intermediários são bens inacabados que não se prestam para o uso das pessoas físicas e

jurídicas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

18. I – Uma política que desencoraje o tabagismo (“fumar causa câncer”) desloca a curva de demanda de

cigarros para baixo e para a esquerda.

II – Um imposto que aumente o preço dos cigarros resulta em um movimento ao longo da curva de

demanda e redução da quantidade demandada de cigarros.

III – O marketing de uma marca de cigarros visa a deslocar a curva de demanda desse produto para cima

e para a direita.

IV – Variáveis como preços dos cigarros, preços de bens substitutos ou complementares, rendas, gostos,

expectativas e número dos compradores, tudo desloca a curva de demanda de cigarros.

0

1

2

3

4

5

6

7

1 2 3 4 5 6

Re

nd

a

Horas

0

b

d

c

g f

e

1

2 3 4 5

4

6

X = Dar aulas

Y = Prestar assessoria 1

78

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

a) As quatro declarações são verdadeiras.

b) Somente três declarações são verdadeiras.

c) Apenas duas declarações são falsas.

d) Apenas uma declaração é verdadeira.

e) As quatro declarações são falsas.

19. I – Um aumento no preço do açúcar (um insumo) reduz a oferta de sorvete, deslocando a curva de oferta

para esquerda e para cima.

20.

II – Um inverno equilibrado e regular desloca a curva de oferta de gênero alimentício para a direita e

para baixo no Nordeste do Brasil.

III – Um subsídio do governo para o preço do açúcar resulta em movimento ao longo da curva de oferta

de açúcar.

IV – Um aumento nas preferências (gostos) dos consumidores desloca a curva de oferta de açúcar para

cima e para a direita.

a) I e II são falsas.

b) II e III são verdadeiras.

c) I e IV são falsas.

d) III e IV são verdadeiras.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

21. Observe o seguinte quadro:

Preço

($)

Quantidades Receita

Total p Variação

percentual de preço

%

q Variação

percentual de quantidade

%

Elasticidade

p

qE

dp

7,00 0 0

–15 200 13,3

6,00 2 12

–18 67 3,7

5,00 4 20

–22 40 1,8

4,00 6 24

–29 29 1,0

3,00 8 24

–40 22 0,6

2,00 10 20

–67 18 0,3

1,00 12 12

–200 15 0,1

0 14 0

I – Com uma curva de demanda elástica, um aumento no preço provoca uma redução proporcionalmente

maior na quantidade demandada e, assim, a receita total (o preço multiplicado pela quantidade) diminui.

II – Com uma curva de demanda inelástica, um aumento no preço provoca uma diminuição

proporcionalmente menor na quantidade demandada e, assim, a receita total (o preço multiplicado pela

quantidade) aumenta.

III – Se a demanda tem elasticidade unitária (elasticidade-preço da demanda igual a 1), a receita total

permanece constante quando o preço varia.

IV – Embora a inclinação das curvas de demanda lineares seja constante, sua elasticidade não o é porque a

inclinação é a razão entra as variações das duas variáveis (preço e quantidade demandada), ao passo que a

elasticidade é a razão entre as variações percentuais dessas variáveis.

79

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

a) Apenas uma declaração é falsa.

b) As quatro declarações são verdadeiras.

c) Somente três declarações são falsas.

d) Apenas duas declarações são verdadeiras.

e) As quatro declarações são falsas.

Boa prova!

Questões:

1. _________ que Custo ___________ _____________ igualar a __________ (Receita) Marginal, tem-se

o _________ ____________ da firma. A partir desse ponto, pode não haver prejuízo (lucro

____________), mas, com certeza, o lucro será __________.

a) Sempre – Marginal – decrescente – Produção – Lucro – Total – negativo – menor.

b) Sempre – Marginal – crescente – Produto – Ponto – Total – negativo – maior.

c) Sempre – Marginal – decrescente – Produto – Lucro – mínimo – negativo – maior.

d) Sempre – Marginal – crescente – Produto – Lucro – máximo – negativo – menor.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

2. ___________ que __________ ______________ Médio cresce, tem-se Produtividade Média

_________. Quando a Produtividade Média ___________, tem-se ____________ Variável Médio

decrescente e aquela será ___________ quando este for __________.

a) Sempre – Custo – Total – crescente – decresce – Custo – máxima – mínimo.

b) Sempre – Custo – Variável – decrescente – cresce – Custo – máxima – máximo.

c) Sempre – Custo – Variável – decrescente – cresce – Custo – máxima – mínima.

d) Sempre – Custo – Marginal – crescente – cresce – Custo – máxima – mínimo.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

3. Dada uma determinada escala de produção, qual dos custos a seguir é sempre crescente enquanto a

Produção Total cresce?

a) Custo Marginal

b) Custo Total

c) Custo Fixo Total

d) Custo Total Médio

e) Nenhuma das respostas anteriores

4. Dada uma determinada escala de produção, qual dos custos a seguir é sempre decrescente enquanto a

Produção Total cresce?

a) Custo Marginal

b) Custo Total Médio

c) Custo Variável Médio

d) Custo Fixo Médio

e) Nenhuma das respostas anteriores.

5. Situação-problema: Uma firma produz tratores. Seu custo fixo é $ 250 (fatores fixos:

Recursos Naturais, Capital, Tecnologia e Capacidade Empresarial). O fator variável é o

Trabalho ou Mão-de-Obra ($ 90 por dia/homem). Completar o quadro de relações de custos e

produtividades, sabendo que:

80

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

MO = Mão-de-

obra PT = Produção total PMMO = Produtividade média da

mão-de-obra

PMgMG =

Produtividade marginal da MO

CT = Custo total

CFT = Custo fixo

total CVT = Custo variável total

CFM = Custo Fixo Médio

CVM = Custo Variável Médio

CTM = Custo Total

Médio CMg = Custo marginal RT = Receita total = PT

MO

(dia/

ho-mem)

PT

($)

PMMO= PT/MO

($)

PMgMO = ΔPT/ΔMO

($)

CFT

($)

CFM = CFT/PT

($)

CVT

($)

CVM = CVT/PT

($)

CT =

CFT+

CVT ($)

CTM = CT/PT

($)

CMg =

ΔCT/ΔPT =

ΔCVT/ΔP

T ($)

LT =

PT-CT =

RT-CT ($)

Obs.

0 0 - 250 0 - 250 - -250 Prejuízo

320

0,281

1 320 320 250 0,781 90 0,281 340 1,063 -20 Prejuízo

480

0,188

2 800 400 250 0,313 180 0,225 430 0,538 370 Lucro

700

0,129

3 1500 500 250 0,167 270 0,180 520 0,347 980 Lucro

4 1800

5 1950

6 2040 340 250 0,122 540 0,265 790 0,387 1250 Lucro

-80

7 1960 280 250 0,128 630 0,321 880 0,449 1080 Lucro

6. Nessa situação, ao nível da 4ª mão-de-obra empregada, a firma tem Produtividade Média de Mão de

Obra, Custos Fixos Totais, Custos Variáveis Totais, Custos Totais e Lucro Total de respectivamente:

a) $450, $250, $450, $700 e $980

b) $450, $250, $360, $700 e $1190

c) $450, $250, $270, $520 e $980

d) $450, $250, $360, $610 e $1190

e) Nenhuma das respostas anteriores

7. Nessa situação, ao nível da 4ª mão-de-obra empregada, a firma tem Produtividade Marginal de Mão de

Obra, Custos Fixos Médios, Custos Variáveis Médios, Custos Totais Médios e Custos Marginais de

respectivamente:

a) $300, $0,139, $0,200, $0,339 e $0,300

b) $150, $0,250, $0,200, $0,339 e $0,600

c) $300, $0,139, $0,200, $0,360 e $0,300

d) $150, $0,139, $0,180, $0,339 e $0,600

e) Nenhuma das respostas anteriores

8. Nessa situação,

I – O Lucro Total será máximo quando for empregada a 5ª mão de obra.

II – O Lucro Total será máximo ao nível de Produção Total de 2.040 tratores.

III – O Lucro Total será máximo quando for empregada a 6ª mão de obra.

IV – O Lucro Total será máximo se o Custo Marginal crescente igualar a Produtividade Marginal.

a) Há apenas uma assertiva falsa.

b) Há somente duas assertivas verdadeiras.

c) Há apenas uma assertiva verdadeira.

d) Há quatro assertivas falsas.

e) Nenhuma das respostas anteriores

9. Nessa situação, o equilíbrio (melhor nível para a empresa manter a sua produção) acontece quando:

I – A firma emprega a 5ª mão de obra porque o CMg crescente iguala a RMg (ou PMg).

81

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

II – A firma emprega a 6ª mão de obra porque a PT é a mais alta que se tem no esquema.

III – A firma indiferentemente emprega indiferentemente a 5ª ou a 6ª mão de obra porque o lucro é

máximo nos dois casos.

IV – A firma emprega a 3ª mão de obra porque a Produtividade Média da Mão de Obra é máxima.

a) Há apenas uma assertiva falsa.

b) Há somente duas assertivas verdadeiras.

c) Há apenas uma assertiva verdadeira.

d) Há quatro assertivas falsas.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

10. Situação Problema: Conhecendo apenas alguns dados macroeconômicos, complete o seguinte esquema

referente ao ano de 2009, em US$ bilhões:

Denominação Sigla US$ bilhões

PRODUTO INTERNO BRUTO: fluxo de todas as rendas geradas dentro das

fronteiras geográficas do país por nacionais e estrangeiros

PIB

Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior: diferença entre a renda recebida do

exterior e a renda enviada ao exterior na forma de lucros, juros, royalties e

pagamentos de assistência técnica, assessorias etc.

±RLE

(120)

PRODUTO NACIONAL BRUTO: rendas que pertencem às pessoas nacionais PNB

Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d=IR (150)

PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLPM 2610

Menos: Tributos Indiretos -TI

Mais: Subsídios Sub 60

PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores ou PNLCF

RENDA NACIONAL = RN

Menos: Contribuições Sociais (INSS, PIS, COFINS etc.) -INSS (400)

Imposto de Renda (e demais tributos diretos) das Pessoas Jurídicas -IRPJ (300)

Lucros retidos ou Poupança Líquida das Empresas -LR=SLE (210)

SOMATÓRIO das remunerações dos fatores produtivos:

A – ALUGUÉIS (Remunerações dos Recursos Naturais ou Terra) 100

w – SALÁRIOS (Remunerações do Trabalho)

J – JUROS (Remunerações do Capital} 190

Ry – ROYALTIES (Remunerações da Tecnologia) 90

L – LUCROS (Remunerações da Capacidade Empresarial) 220

ΣRFP

1500

Mais: Transferências governamentais (aposentadorias, pensões, indenizações etc.) Trans

RENDA PESSOAL RP

Menos: Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Físicas -IRPF (300)

RENDA PESSOAL DISPONÍVEL RPD 1600

Menos: CONSUMO DAS FAMÍLIAS -CF (1280)

POUPANÇA DAS FAMÍLIAS SF

Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas (Sle) LR=SLE

POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO PRIVADO LÍQUIDO SPL=IPL

Mais: Depreciação = Investimento de Reposição d=IR

POUPANÇA PRIVADA BRUTA = INVESTIMENTO PRIVADO BRUTO SPB=IPB

11. Na hipótese do esquema anterior, a Taxa de Gastos (Custeio + Investimentos) do Governo e a Taxa de

Participação do Fator Trabalho na Economia são respectivamente:

a) 33% e 29%

b) 29% e 32%

c) 29% e 33%

d) 28% e 32%

e) Nenhuma das respostas anteriores.

12. Sabendo-se que o Custeio do Governo corresponde a 92% do que ele arrecada (Carga Tributária) no

exercício, os Investimentos governamentais somam exatamente:

82

Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

a) US$ 736.000.000,00

b) US$ 800.000.000,00

c) US$ 1.104.000.000,00

d) US$ 1.200.000.000,00

e) Nenhuma das respostas anteriores

13. Situação-problema: O Quadro que se segue apresenta os Ativos Financeiros do Brasil em bilhões de

reais no final de dezembro de 2008, segundo o Banco Central do Brasil:

Papel-Moeda Emitido (PME) 90,0

Menos: Encaixe das Autoridades Monetárias (EAM)) (10,0)

Papel-Moeda em Circulação (PMC) ou Meio Circulante

Menos: Encaixe dos Bancos Comerciais (EBC) (3,0)

Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP) 77,0 3,0%

Mais: Depósitos à Vista do Público (DVP) %

MOEDA1 (M1) – Meios de Pagamento (MP) 240,0 %

Mais: Títulos da Dívida Pública (Federal, Estadual e Municipal) –(TDP) 35,6%

MOEDA2 (M2) 1.165,0 44,8%

Mais: Fundos de Investimentos Financeiros (FIF)* 759,0 %

Poupanças (S) 10,8%

MOEDA3 (M3) 2.204,0 84,7%

Mais: Depósitos a prazo, títulos privados e outros %

MOEDA4 (M4) 2.602,0 100,00%

14. Com base no Quadro anterior, responda apenas se é a declaração é verdadeira (V) ou falsa (F):

Pouco mais de nove por cento dos ativos financeiros do Brasil tinham liquidez perfeita.

Um lançamento de Títulos Públicos pelo BACEN irá “enxugar” M1.

A contratação de um Depósito a Prazo pelo BB com o cliente A não reduz a liquidez perfeita.

As pessoas demandam moeda por motivo de transação, precaução e especulação.

Um aumento súbito e grande de M1 tende a provocar inflação na Economia.

15. Com base no Quadro anterior, responda apenas se é a declaração é verdadeira (V) ou falsa (F):

Hot money é inflação descontrolada ou hiperinflação

Cerca de noventa e um por cento dos ativos financeiros do Brasil eram quase − moeda

Meio Circulante inferior às necessidades da economia gera deflação e depressão econômica.

Coexistência de alta taxa de desemprego (estagnação econômica) com inflação é estagflação

𝐶ℎ𝑒𝑞𝑢𝑒 é moeda muito prática, mas o cartão de crédito é melhor

16. Situação-problema: Estruture o Balanço internacional de Pagamentos do País X no ano Y e em $

bilhões, conhecidos os seguintes dados de suas transações econômicas internacionais:

1 Outros capitais (líquido) 32

2 Viagens internacionais (líquido) –9

3 Investimentos e reinvestimentos de estrangeiros no País 43

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

4 Empréstimos do País ao Resto do Mundo –15

5 Importações de mercadorias 174

6 Seguros (líquido) –15

7 Serviços governamentais (líquido) –4

8 Transferências unilaterais (líquido) 1

9 Exportações de mercadorias 203

10 Amortizações de empréstimos ao País pelo Exterior –10

11 Serviços diversos – Assistência técnica e outros (líquido) –7

12 Transportes (Fretes) internacionais (líquido) –26

13 Empréstimos de outros governos ao País 6

14 Serviços da Dívida Externa (juros e encargos)- (líquido) –14

15 Erros e omissões 2

16 Investimentos e reinvestimentos de nacionais no Exterior –5

Balanço Internacional de Pagamentos US$ bi

1. Balança Comercial ____________

1.1 Exportações de mercadorias – FOB

1.2 Importações de mercadorias – FOB

____________

2. Balança de Serviços

2.1 Viagens internacionais (Turismo, estudos e negócios) – Saldo líquido

2.2 Transportes (fretes) internacionais – Saldo líquido

2.3 Seguros – Saldo líquido

2.4 Serviços governamentais (Embaixadas, consulados, tropas etc.) – Saldo líquido

2.5 Serviços da Dívida Externa (Juros e encargos) – Saldo líquido

2.6 Serviços diversos (Assistências técnicas, assessorias etc.) – Saldo líquido

3. Transferências unilaterais (Doações, heranças etc.) – Saldo líquido ____________

4. Balanço de transações correntes (1 + 2 + 3) ____________

5. Balanço de capitais

5.1 Investimentos e reinvestimentos de estrangeiros no País

5.2 Investimentos e reinvestimentos de nacionais no Exterior

5.3 Empréstimos de outros governos ao País

5.4 Empréstimos do País ao Resto do Mundo

5.5 Amortizações de empréstimos ao País pelo Exterior

5.6 Outros capitais – Saldo líquido

6. Erros e omissões – Saldo líquido ____________

7. Déficit (–) ou Superávit (+) ____________

17. Com base nesse Balanço de Pagamentos, dir-se-á que:

I – Os fluxos de entradas e saídas de capitais aumentaram as reservas cambiais em US$ 8 bi

II – O Balanço de Contas (Transações) Correntes foi desfavorável ao País em US$ 49 bi

III – A Balança Comercial foi superavitária em US$ 29 bi.

IV – A entrada de capitais especulativos superou o saldo líquido capitais de risco no País.

a) I, II e III são verdadeiras.

b) II, III e IV são verdadeiras.

c) I, III e IV são verdadeiras.

d) I, II e IV são verdadeiras.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

18. Com base nesse Balanço de Pagamentos, dir-se-á que:

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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza

I – O Balanço de Capitais, sozinho, superou a Balança de Serviços em US$ 24 bi.

II – O Balanço Internacional de Pagamentos do ano foi superavitário em US$ 8 bi.

III – O País precisa melhorar muito a sua Balança de Invisíveis (Serviços).

IV – As Bolsas do País conseguiram entrada líquida de capitais maior que a de capital de risco.

a) I, II e III são verdadeiras.

b) II, III e IV são verdadeiras.

c) I, II e IV são verdadeiras.

d) I, III e IV são verdadeiras.

e) Nenhuma das respostas anteriores.

19. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:

1ª coluna 2ª coluna

Sistema econômico em que as questões econômicas fundamentais são

resolvidas pelo mercado. 1. Monetização

Meio circulante bem inferior às necessidades, reduzindo o poder aquisitivo da

população, retraindo o consumo e a produção e estagnando a economia. 2. Balanço Internacional de

Pagamentos Teoria (Keynes) segundo a qual a taxa de juros se ajusta para equilibrar a oferta

e a demanda por moeda.

Bem in natura, em geral de origem agropecuária ou de extração mineral ou

vegetal, produzido em larga escala mundial e com características físicas

homogêneas, destinado ao comércio externo.

3. Economia de mercado

Soma (preços vezes quantidades) de todos os bens e serviços finais produzidos

dentro do território nacional num certo período.

4. Inflação Registro estatístico de todas as transações econômicas realizadas entre os

residentes do país e os residentes do resto do mundo.

Criação de moeda pelos Bancos Comerciais que fazem empréstimos ao

público.

Grave crise econômica: crédito desaparece, desemprego explode, falências se

multiplicam, comércio internacional e investimento encolhem e moeda se

desvaloriza por longo período de tempo. 5. PIB

Diferença: Exportação de mercadorias menos Importação de mercadorias,

podendo ser favorável, equilibrada ou desfavorável

Aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços.

20. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:

1ª coluna 2ª coluna

Registro das atividades produtivas da economia (país), ao longo de certo

período de tempo. 1. Liquidez

Coexistência de uma alta taxa de desemprego com inflação. 2. Risco-Brasil

Avaliação da probabilidade de inadimplência do país para com seus credores

internacionais. 3. Hot Money Selo de qualidade conferido ao país com histórico de administração confiável e

capacidade de honrar plenamente suas dívidas.

A facilidade (rapidez) com que um ativo monetário pode ser convertido em

bens ou serviços.

4. PNB Instrumento financeiro que serve para diluir o risco de um investidor: mais ou

menos como pagar alguém (um especulador) para correr riscos em seu lugar.

Produção (renda) que efetivamente pertence às pessoas nacionais, ainda que

produzida por elas fora do país.

Preço da moeda estrangeira (divisa) em termos da moeda nacional. 5. Contabilidade Nacional

Inflação descontrolada ou hiperinflação.