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JOSÉ LEOPOLDO DE SOUZA
Economia Roteiros de aulas
31/1/2013
Roteiros de aulas de Economia Básica para estudantes de Economia, Direito, Administração, Contabilidade, Turismo, Gestão Financeira etc.
2
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
1 – Introdução
Ciência: do latim scīre (saber), conjunto organizado de conhecimentos sobre um objeto,
obtidos especialmente através da observação da realidade
e testados pela experiência dos fatos,
com método próprio,
princípios bem definidos,
doutrinadores conceituados
e servindo a um fim prático determinado.
Teoria: conjunto de ideias sobre a realidade, sempre analisadas de forma independente.
Definições: significado dos termos (ideias) da teoria.
Argumentos: referem-se às condições nas quais a teoria se sustenta.
Argumentos positivos: proposição como se o preço da carne sobe, a quantidade de carne que as
pessoas vão comprar tende a diminuir, isto é, do tipo se A, então B, são argumentos positivos de
análise que não envolve juízo de valor. É a análise do que é, foi ou será.
Argumentos normativos: a afirmação o preço da gasolina não deve subir expressa uma opinião ou
juízo de valor. Argumentos normativos são ligados aos conceitos de bom ou mau, certo ou errado. É
a análise do que deveria ser, também encontrada em política econômica (policymaker).
Hipótese: conjecturas relativas à maneira como as coisas da realidade se comportam.
Modelos: representação das principais características dos componentes de uma teoria.
Método: do grego µέθοδος, ου, significa caminho pelo qual se atinge um objetivo.
indutivo: parte dos fatos específicos para chegar a conclusões gerais.
dedutivo: parte da conclusão geral para explicar o fato particular.
dialético: lei hegeliana que caracteriza a realidade em três momentos sucessivos – tese, antítese e
síntese – que se manifestam em todos os pensamentos (teorias) humanos e fenômenos materiais.
histórico, comparativo etc.
Teoria econômica: “leis” que explicam o comportamento humano e fazem parte do
conjunto de conhecimentos do homo economicus ou do indivíduo cujas ações sempre
racionais derivam exclusivamente de seus interesses econômicos dentro da sociedade.
Procedimento científico: hipóteses são formuladas sobre o comportamento da realidade econômica
baseando-se nos postulados da teoria econômica
processo lógico de deduções
implicações originadas das hipóteses
confronto com os dados (processo das observações empíricas)
conclusões: a teoria explica ou não satisfatoriamente a realidade.
Se a teoria passa no teste explicando satisfatoriamente a realidade, nada há a acrescentar lhe.
Se é rejeitada:
a teoria deve ser reformulada com o aparecimento de novos fatos;
ou será abandonada em favor, ou não, de uma teoria superior mais adequada.
Questões econômicas (entre muitas outras):
produção, renda (produto nacional e renda nacional)
crescimento e desenvolvimento, subdesenvolvimento econômico
aumentos generalizados de preços (inflação)
emprego, desemprego e encargos sociais
expansão, retração monetária, crédito, falta de dinheiro
taxas de juros
Comércio exterior, taxa de câmbio
Balanço internacional de pagamentos
déficit (ou superávit) governamental
dívida interna e externa
diferenças de renda entre pessoas ou entre regiões do país (ricos e pobres)
salários, salário mínimo
tributação: impostos, taxas e contribuições de melhoria
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
previdência social Infraestrutura.
Conceito de Economia (do grego ’ία, administração, direção, organização da casa) estudo da riqueza;
organização das atividades de produção, distribuição e consumo de bens e serviços;
estudo das atividades que, com o sem dinheiro, envolvam operações de troca de bens e serviços entre
pessoas;
estudo da maneira pela qual os homens e a sociedade decidem, com ou sem dinheiro, empregar
recursos produtivos limitados para produzir mercadorias ao longo do tempo e distribuí-las, no
presente e no futuro, entre várias pessoas e grupos de sociedade.
“a ciência social que estuda a administração de recursos escassos entre usos alternativos e fins
competitivos” para satisfazer as necessidades humanas.
Economia é a “ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem
(escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de
modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as
necessidades humanas”.
Palavras-chaves
Riqueza
Produção, distribuição e consumo
Recursos produtivos escassos
Produção de bens e serviços
Decidir, escolher
Usos alternativos
Fins competitivos
Satisfazer necessidades humanas
Princípios gerais da atividade econômica no Brasil: “a ordem econômica, fundada na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I – soberania nacional;
II – propriedade privada;
III – função social da propriedade;
IV – livre concorrência;
V – defesa do consumidor;
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
VII – redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII – busca do pleno emprego;
IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”. (CF, art. 170).
Indagações científicas da Economia O que e quanto produzir? Este é o problema econômico típico.
Como e onde produzir? Este é o problema técnico de escolha.
Para quem produzir? Este é o problema social da distribuição.
Diferentes abordagens
Economia de deslocamento de curvas: análise dos modelos econômicos, formalizados com gráficos e
cálculos algébricos, a economia de letras gregas dos profissionais;
Economia de mídia: a que aparece nas seções de finanças e negócios dos jornais e revistas. Tem duas
vertentes:
– Economia de altos e baixos: notícias voltadas às elevações e às quedas das variáveis numéricas
(preços, juros, inflação, emprego etc.)
– Avaliação de políticas econômicas: comentários voltados à explicação, ao elogio, ou à condenação
de políticas macroeconômicas do governo (monetária, fiscal, cambial, salarial, de emprego,de
estabilidade de preços)
Economia pop: encontrada nos livros direcionados ao grande público (best-sellers). Não são
manuais de Economia, mas trazem tema chamativo, contam estórias de desastres recentes ou
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
defendem uma panacéia (do grego: πν + άκος, -ος = remédio para todos os males). É chamada de
Economia de aeroportos.
Interrelação da Economia com outras áreas do conhecimento
Física e Biologia (séc. XVIII – Fisiocracia – François Quesnay; médico de Luiz XVI e Pompadour):
Os fenômenos econômicos são governados por uma ordem natural (leis naturais);
A Terra e a única fonte de riqueza e a única classe produtiva são os agricultores;
Grupo organicista: a economia é um corpo vivo: fluxos, circulação, funções, órgãos etc. ;
Grupo mecanicista: termos como estática, dinâmica, aceleração, velocidade, trabalho, fluxos etc.
Sociologia, Psicologia e Antropologia (concepção humanística) – exemplos: consumo de miúdos de boi
nos EE.UU durante a II Guerra; o caso do sabonete Phebo no Pará.
Matemática e Estatística: nascimento da Econometria;
Política (Ciências Políticas):
Política do “café com leite” antes de 1930 – SP e MG dominavam o cenário político nacional
Poder econômico dos latifundiários
Poder dos monopólios e oligopólios (cartéis);
Poder das corporações (associações, federações, sindicatos etc.);
História:
Revolução Industrial
Ciclos da economia brasileira: açúcar, ouro e café
Quebra da Bolsa de NY
Crises do petróleo (principais: depois da criação da OPEP, em 1960, o barril de petróleo subiu de
U$ 2,9 para U$ 11,65; 1979/1981, de U$ 13 para U$ 34; 1990/1991, pulou para mais de U$ 200).
Crise financeira de out. 2008 (Crise do Subprime-Prime, títulos emitidos por um devedor sem
vontade de pagar, derivativos).
Geografia: estudos populacionais, características territoriais físicas, acidentes geográficos e climáticos,
mercados regionais: UE, NAFTA, MERCOSUL, ALCA etc.
Filosofia, Moral, Ética e Religião: na Antiguidade e na Idade Média, a Economia fazia parte deste
conjunto:
lei da usura, preço justo (Aristóteles e Tomás de Aquino)
a vaca e a fome na Índia hoje;
Direito: as relações econômicas estão condicionadas ao arcabouço das normas jurídicas (Existe,
inclusive, o ramo Direito Econômico). Exemplos
leis antitruste (Sherman Act – 1890:)
CF/88: Da ordem econômica e financeira, art. 170 (ler) e seguintes;
CDC (Lei n. 8.078/90): proteção ao consumidor, parte hipossuficiente
CLT: proteção maior ao trabalhador, parte hipossuficiente etc.
Administração, Contabilidade e Finanças (Direito Financeiro) etc.
Dez princípios de Economia:
As pessoas enfrentam tradeoffs ou situação de escolha conflitante: uma ação econômica, que visa à
resolução de determinado problema, acarreta outros inevitavelmente. Ex: aumento da taxa de juros para
controlar a inflação reduz os investimentos privados, aumenta o desemprego, derruba a renda e o
crescimento da economia);
O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la (para vir à universidade, você deixa de
ter um emprego nesse horário);
As pessoas pensam na margem (na hora de comer, a decisão não é entre jejuar ou comer até não poder
mais; é entre aceitar um colher a mais de alimento, ou não);
As pessoas reagem a incentivos (as pessoas tomam decisões por meio da comparação entre custos e
benefícios e eles mudam);
O comércio pode ser bom para todos (a competição entre as empresas reduz os preços dos bens, e
concorrência entre compradores orienta a produção de bens e serviços);
Os mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade econômica.
Às vezes, os governos podem melhorar os resultados dos mercados.
O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e serviços.
Os preços sobem quando o governo emite moeda demais.
A sociedade enfrenta um tradeoffI de curto prazo entre inflação e desemprego.
Referências bibliográficas: Mankiw, N. G. Introdução à Economia. 3. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
Capítulo 1 – Introdução. - Constituição Federal e Código do Consumidor (partes). - Manual de Economia –
Equipe de professores da USP 5. ed. S. Paulo: Saraiva, 2005. Capítulo 1 – Introdução à Economia.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Apendice
Brasil - A revolução do real: há duas formas de revolução na história humana: as rumorosas,
feitas com o sangue, o suor e as lágrimas das populações, e as silenciosas – que, em geral, tendem a
ser mais efetivas no que diz respeito aos benefícios proporcionados à maioria.
Elas são consideradas silenciosas não porque feitas nos subterrâneos, longe dos ouvidos e dos
olhos das pessoas, mas porque deixam de ser percebidas como revoluções enquanto se desenrolam.
Seu caráter profundamente renovador é reconhecido somente a posteriori, quando muitos se dão
conta, enfim, das mudanças por elas promovidas.
Há quinze anos, começou a ocorrer uma revolução silenciosa no Brasil: o lançamento do real, a
moeda que pôs um ponto final na hiperinflação e que, ponta de lança do plano ao qual emprestou
seu nome, catapultou o país a um novo patamar de desenvolvimento. Com o real:
Os brasileiros redescobriram o valor do dinheiro e das coisas.
Passaram a planejar seu presente e seu futuro.
Elevaram seu padrão de renda e bem-estar.
A economia ganhou um arcabouço mais nítido e moderno:
1. Com o saneamento do sistema financeiro
2. As privatizações, as agências reguladoras
3. A Lei de Responsabilidade Fiscal,
4. As metas de superávit primário
5. O câmbio flutuante
6. A autonomia operacional do Banco Central.
Na condição de ministro da Fazenda de Itamar Franco, o tucano Fernando Henrique Cardoso
lançou plano e moeda. Na Presidência da República, executou reformas essenciais e protegeu as
conquistas obtidas com o real de uma série de cataclismos internacionais. Seu sucessor, o petista
Luiz Inácio Lula da Silva, deu continuidade exemplar ao processo de estabilização que, hoje,
possibilita ao Brasil singrar, com relativa tranquilidade, os mares tempestuosos da crise planetária.
O fato de Lula e o Partido dos Trabalhadores terem perdido suas feições radicais deve-se
também ao real. Não era possível continuar a ser contra algo que tanto bem causou a tantos.
O real foi uma revolução porque fez com que os brasileiros – praticamente todos – caíssem na
realidade. Não com estrondo, mas com um suspiro de alívio.
Tamanho do desafio do governo: a presidente tem nas mãos uma máquina pública poderosa, porém
inchada. O país ganharia se ela se tornasse menos custosa para a sociedade e mais eficiente. 119 empresas estatais R$ 821,8 bilhões de receitas do Tesoura Nacional 568.307 funcionários públicos (servidores civis) R$ 153,6 bi de empréstimos do BNDES (2010) R$ 714,83 bilhões de impostos anuais Até R$ 146 bi de empréstimos do BNDES (2011)
Os nós: para que o país continue crescendo é preciso desatá-los:
Investimento líquido – 18% do PIB: este índice mostra quanto a capacidade produtiva do país vai
crescer nos próximos anos. Ele vem aumentando, mas ainda não basta para manter o crescimento. A
Indonésia investe 28% do PIB e a Índia 35%. O Brasil tem que chegar ao menos a 23% do PIB.
Déficit público –mais de R$ 100 bilhões: esse é o déficit nominal anual, isto é, o que o governo
arrecada, menos o que o governo gastas, incluído o pagamento dos juros da dívida pública. Em 2010
fechou perto de 3% do PIB. O governo chegou a prever que ele seria zero até 2013, mas abandonou essa
meta.
Divida pública –cerca de R$ 2 trilhões: a dívida bruta do setor público deve fechou 2010 perto de
58% do PIB, um nível bom para os padrões internacionais. Mas o país não sôbe aproveitar a fase boa
para reduzi-la. O governo estima que ela possa cair a menos de 50% do PIB até 1013.
Funcionalismo – mais de R$ 120 bilhões: o valor gasto por ano com os funcionários públicos na ativa
(servidores civis da administração direta, autarquias e fundações, inclusive contratados
temporariamente) nos três Poderes cresceu 59% só no segundo mandato de Lula. Dilma precisará
conter essa expansão para poder investir mais e evitar uma sobrecarga futura com aposentadorias.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Aposentados e pensionistas – mais de R$ 75 bilhões: o gasto anual o governo com funcionários
aposentados e pensionistas avançou 52% na segunda gestão de Lula. O saldo negativo dessa conta é de
cerca de R$ 50 bilhões ao ano e tende a crescer se Dilma mantiver a idéia de não fazer reformas.
Carga tributária –em torno 38% do PIB: o governo brasileiro extrai de seus cidadãos e empresas,
proporcionalmente, mais riqueza que os governos dos países mais ricos, com o Estados Unidos, Japão e
Coreia do Sul. Isso freia a o crescimento e inibe novos negócios e empregos.
Déficit externo – US$ 50 bilhões: o Brasil vem importando mais e exportando menos. Para fechar as
contas, precisa mostrar-se ao mundo como lugar bom para fazer negócios (e não só atraente por seus
juros altos). O saldo negativo deverá crescer para mais de US$ 75 bilhões em 2013.
Brasil – Desafios econômicos do governo Dilma Rousseff:
1. Controlar as contas públicas: os governos anteriores (principalmente Lula) gastaram além de sua
capacidade nos últimos anos, o que aumentou a dívida pública que leva a mais inflação, juros
maiores e menos investimentos.
Solução: controlar os gastos de custeio do governo (suspender ou desacelerar reajustes de servidores,
salário mínimo e bolsa família, e cortar cargos comissionados), vale dizer, enfrentar funcionários
públicos federais ativos e aposentados, que exigem aumentos, e políticos frustrados que querem
empregos, e são das bases de apoio do PT. Dilma diz que administra com austeridade...
2. Manter a inflação baixa: a inflação foi de mais 6,2% em 2012 (a meta era de 4,5% a.a. até 2010,
em 2011 subiu para 5% e foi ultrapassada...
Solução: controlar as despesas do governo e desacelerar a expansão do crédito dos bancos públicos.
De outra forma, vai ser preciso elevar os juros. Dilma nega a necessidade de ajuste fiscal, mas diz
que não pode “brincar” com a inflação.
3. Diminuir o peso dos tributos: a carga tributária de mais de 37% do PIB drena recursos do setor
privado, encarece produtos e compromete a competitividade do país.
Solução: fixar um limite para a expansão dos gastos públicos abaixo do crescimento do PIB, vale
dizer, mudar a noção governamental de que o Estado, para ser forte, precisa cobrar altos tributos
(impostos, taxas e contribuições de melhoria). Dilma diz ser favorável à reforma tributária e à
redução de taxas de juros para micro e pequenas empresas.
4. Reformar as aposentadorias: o sistema de Previdência teve um déficit de R$ 45 bilhões em 2010,
mais de 50 bilhões em 2011 e subiu em 2012, conta essa que vai estourar no futuro, pois não se quer
arcar com o custo político agora.
Solução: aprovar regras mais duras para quem está entrando no mercado e individualizar os planos:
cada um receberá benefícios de acordo com suas contribuições. Dilma acredita, porém, que o déficit
pode ser coberto com o crescimento da economia...
5. Negociar os esqueletos do Congresso: ali há uma série de projetos para concessão de benesses que
podem representar despesas de 5% do PIB (cerca de R$165 bilhões ao ano).
Solução: usar a maioria do governo no Congresso para minimizar a aprovação desses projetos, mas é
complicado dizer não a pressões populares amparadas por forças internas das duas Casas. Dilma
apoia alguns desses projetos...
6. Segurar o dólar em torne de R$ 2,00: com a queda do dólar US$ 1,00 menor que R$ 2,00), as
exportações brasileiras são desestimuladas e as importações se tornam mais baratas. Além de
aumentar o rombo nas contas externas, esse processo estimula o consumo de importados e pode levar
à desindustrialização. Na outra ponta, se o dólar subir (US$ 1,00 maior que R$2,00), as exportações
serão estimuladas e as importações, mais caras
Solução: Dilma promete manter o câmbio flutuante e pretende agilizar a devolução dos créditos
tributários aos exportadores para amenizar o problema. Ela também é favorável ao aumento do
pedágio para o capital especulativo.
7. Melhorar o ambiente de negócios: um ambiente hostil aos negócios favorece a informalidade,
desestimula o empreendedorismo e inibe a geração de empregos. O índice de liberdade econômica
reflete a média de notas obtidas pelos países em dez questões: liberdade trabalhista, l. para fazer
negócios, l. comercial, l. fiscal, l. monetária, l. de investimento, l. financeira, gastos governamentais,
7
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
direito de propriedade e nível de corrupção (a cada nível, índice em ordem decrescente): Livre Principalmente livre Moderadamente livre Principalmente não
livre
Reprimido
Hong Kong
Austrália
Suíça
EUA
Chile
Reino Unido Japão
Suécia
Alemanha
Coréia do Sul
Espanha
México Portugal
França
África do Sul
Brasil Índia
Argentina China
Rússia
Cuba
Coreia do Norte
Solução: reduzir tributos: Ascensão da carga tributária no Brasil nos últimos 20 anos (1991-2009) – em %
90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 29,9 24,6 25,4 25,1 28,6 28,9 25,2 25,5 27,4 28,6 30,7 31,0 32,6 32,5 33,5 34,1 34,5 34,7 35,2 35,0
Diminuir a burocracia para criação de empresas. Tornar mais flexível a legislação trabalhista. Para
não entrar em conflito com os sindicatos, Dilma já declarou que não pretende realizar a reforma
trabalhista. Também é pouco provável que ela reduza tributos, mas promete ampliar os limites do
Supersimples, o sistema simplificado de tributação das empresas de pequeno porte.
8. Ampliar a poupança interna: o Brasil (poupança doméstica de apenas 16% do PIB, ante 52,3% na
China, 37,5% na Índia e 24,3% na Argentina) precisa poupar mais para viabilizar mais investimentos.
Solução: estimular a consciência da poupança na população, o que leva tempo. Então o governo
precisa controlar suas despesas de custeio, principalmente com a contratação e o reajuste de
funcionários públicos. Dilma se propõe a aumentar a poupança doméstica, mas afirmou que o país
não precisa promover um ajuste nas contas públicas, o que é uma contradição.
9. Aumentar os investimentos: sem infraestrutura adequada, a produção encarece e o país perde
competitividade e vidas na saúde e nas estradas. Apesar do crescimento recente, o Brasil ainda é um
dos emergentes que realizam menos investimentos em % do PIB (2009): China
Vietnã Índia
45%
38 35
Indonésia
México Malásia
28%
25 24
Rússia
R.Tcheca Polônia
23%
22 20
Chile
África do Sul
Brasil
Turquia
19%
19 18
15
Solução: gastar menos com a máquina administrativa e atrair a iniciativa privada para grandes
projetos (parceria ou privatização). Arranjar capitais para suprir tantas carências. Líder do PAC,
Dilma defende o fortalecimento do Estado nos investimentos e na gestão de alguns projetos depois de
prontos... Fica difícil!
10. Preparar o cidadão para o trabalho: a falta de trabalhadores qualificados diminui a eficiência das
empresas e encarece produtos e serviços. O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), abastecido por
recursos do PIS e do PASEP, somava em 2010 R$ 170,7 bilhões, paga o seguro-desemprego, o
abono-salarial e financia o BNDES e programas de formação de trabalhadores. Desde 2004, os
desembolsos crescem mais que as receitas, mas o problema maior do FAT está em sua gestão...
Solução: no longo prazo, investir no ensino fundamental; no curto prazo, adequar o ensino técnico às
necessidades regionais e aproximar as faculdades das empresas. Os brasileiros ainda são pouco
exigentes em relação à qualidade do ensino. Há professores que resistem a reformas e à aproximação
com o mercado. Dilma vai oferecer mais bolsas para o ensino superior, aumentar o número de vagas
no ensino técnico e elevar a qualidade do ensino fundamental.
11. Conciliar crescimento e preservação: o Brasil precisa crescer sem aumentar suas emissões de
gases – o desmatamento de florestas é a nossa maior fonte poluidora – que contribuem para o
aquecimento global (economia limpa). Os países que mais contribuem para o aquecimento global, em
bilhões de toneladas de gases poluentes (ano 2000): China (em 2005) EUA (em 2005)
Indonésia
Brasil (em 2005)
7,4 7,3
2,85
2,19
Rússia Japão
Índia
1,59 1,21
1,01
Alemanha Malásia
Canadá
0,85 0,81
0,59
Solução: investir em fontes alternativas de energia e incorporar a ideia de que desenvolvimento com
destruição não é sustentável: impedir que o novo Código Florestal aumente o desmatamento sob a
premissa falsa de que se precisa de mais áreas para a agricultura, quando se pretende mesmo é criar
gado nesses espaços. Dilma lançou a meta brasileira para o clima, mas planeja obras que podem
comprometer esse objetivo.
12. Estimular a inovação: um pais que inova pouco tem de ocupar os mercados mais baratos – e ganha
menos. O pais está indo bem com a venda de matérias-primas (commodities), de pouco valor
agregado. Isso leva à acomodação... A inovação avança devagar no Brasil. Não há cultura
generalizada de inovação no país.
8
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Ano
Empresa que inovaram
ou adotaram alguma
inovação
Fatia do faturamento
investida na mudança
Enfrentam obstáculos
para inovar ou adotar
inovação
Postos de trabalho em
microempresas
inovadoras recém-
nascidas
2005 34,4% 3,0% 35,4% 28.449
2008 38,6% 2,9% 49,8% –,–
2010 –,– –,– –,– 35.000
Solução: aproximar as empresas dos cientistas, reduzir os custos para os firmas inovarem. Dilma
promete integrar as políticas de inovação, investir mais e estimular o surgimento de empresas
tecnológicas.
As metas do Governo Dilma
– Prioridade máxima à geração de empregos
– Crescimento médio da economia de 5% nos próximos quatro anos
– Inflação de 4,5% em 2011 e 2012, com dois pontos de margem
– Redução da dívida pública de 41 para 30% do PIB
– Buscar queda mais rápida da taxa de juros: em julho de 2012, Seliq em 7,25% a.a.
– Consolidação fiscal, com superávit primário em 3,3%.
– Aumentar o investimento no total do gasto público: 2012, Custeio R$ 2.150 bi e Investimentos 107 bi!
– Melhorar a qualidade do gasto públicos: Receitas previstas para 2012: R$2.257 bi
– Valorizar os servidores públicos federais de forma responsável: em 2012, despesas contingenciadas!
Brasil – Realidade em 2012: O que está bom:
– Credibilidade internacional: 6ª economia mundial
– Risco-País: em torno de 250 pontos (142, abr.
/2007). Investment grade (S&P, Moody’s, Fitch)
– Renda per capita: US$ 10.000 ou R$ 20.000.
– Balança Comercial: superávit < US$ 20 bi –
Melhor resultado anual: US$ 46,5 bi (2006) .
– Superávit primário: perto de 3,0% do PIB, como
planejado. Foi de 4,6% em 2007.
– Expectativa de vida ao nascer: 73,2 anos em 2009
(H=69,5, M=77). Em 1910: 34 anos (H=33,5,
M=34,5). Em 1980: 63 anos (H=60 e M=66)
– Investimento estrangeiro: US$ 76 bi. (Inv. Direto
2011: US$ 40 bi ate out. e 50 bi, em 12 meses).
– Taxa de analfabetismo: em queda, é de <15%
(mais de 25% em 1991). Quem é alfabetizado!?
– Emprego: 1,9 milhões de vagas em 2011.
Desemprego: <6,5%, Europa >20% e EUA, 8%
– Reservas cambiais do Brasil em 2011: US$ 350
bi. (Em 2010: China, 2.500. Em 2007: Rússia,
480; Índia, 290; C. do Sul, 260 bi).
– De devedor a credor externo: dívida externa de
curto prazo coberta pelas reservas como
recomenda a Convenção de Bretton Woods -
1944. Mas, cresceu US$ 41 bi em 2011 (16%).
Do total US$ 297,3, 258 são de prazo > 1 ano
– Brasil paga, em 2011, juros mais baixos que boa
parte dos países europeus, 3.97%; Espanha:
6,51; Itália: 6,88; Irlanda: 8,08; Portugal: 11,32;
Grécia: 33,65%, para refinanciar a dívida.
– Demanda por energia elétrica aumentará 5,3%
a.a. até 2019. Em 2010, 455,2 bi. de kW/h. Em
2019, 712,0 bi de kW/h.
O que está ruim: – Altos e baixos do PIB:0,3 (2009), 7,5% (2010), 2,3
(2011) e menos de 1% em 2012.
– A máquina burocrática cresce mais que o PIB.
– Perda de R$ 85 bi ao ano para a CORRUPÇÃO.
– Harvard e Yale: Lei no Brasil não cria empregos (só
50% dos trabalhadores têm carteira assinada);
– Para cada R$ 100 pagos ao trabalhador, o empregador
recolhe R$ 104 de encargos e impostos.
– Poupança interna: 18% do PIB (China: 52% em
2010)
– Carga tributária em 2011: 37% do PIB (uma das
mais altas entre os emergentes. Confusa e injusta).
– 10 milhões de brasileiros estão na extrema pobreza;
vivem com menos de R$70 por mês em 2012
– Dívida interna federal > R$ 2.000 bi em jul.2012.
– Dívida externa: US$ 297,3 bi (Bancos: 137 + Setor
privado: 98 + Governo: 58 + BACEN:4,3), em 2011
– Crescimento da dívida federal interna: R$ 200 bi a.a.
– Relação dívida/PIB: mais de 60% (3 vezes a do
México, 7 vezes, a do Chile) em 2011.
– Fatia no comércio mundial: cerca de 1,2%.
Participação setorial: Agropecuária: 5,6% Indústria:
27,7% e Serviços:66,7%
– Mortalidade infantil: 16%o (em 1998 era de 69,1%o).
– Baixo nível educacional: 53° entre 65 países em
leitura , matemática e ciências (OCDE – 2009).
Verbas insuficientes, repetência, abandono etc.
– Saúde e assistência precárias à população.
–O Brasil gera energia elétrica pelo método mais
barato do mundo e entrega ao consumidor por um
dos preços mais altos. A Presidente prometeu 20%
de redução nas contas de energia em 2012.
Afogados em dívidas: Em 2011, o endividamento dos governos europeus era enorme. Mas a dívida total (interna e
externa) dos países – incluindo o setor privado – era muito maior. Total das dívidas das pessoas + empresas +
bancos, como proporção (%) do PIB de cada país: Inglaterra: 497; Japão: 492; Espanha: 336; Portugal: 356;
França: 341; Itália: 313; EUA: 289; Alemanha: 284; Grécia: 261; China:184; BRASIL: 148. Os bancos eram os
maiores devedores na Inglaterra. O governo era o maior no Japão, na Itália, na Grécia e no Brasil. As empresas eram
as maiores na Espanha, em Portugal, na França e na China.
9
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Organização Mundial de Saúde (OMS): Saúde no mundo (2008), breves lances...
Expectativa de vida Japoneses: 83 anos Serra Leoa: 40 anos Brasil: 72 anos
Mortalidade Infantil Islândia: 2/1000 Afeganistão: 165/1000 16/1000 nascidos vivos
Óbitos por doenças
cardiovasculares/ano Japão: 06/100.000 Turcomenistão: 844/100.0000
341/100.000 nascidos
vivos
Tabagismo (adultos) Etiópia: 4% Grécia: 52% 16%
Despesas com saúde per
capita
Estados Unidos:
US$ 6.350/ano Coreia do Norte: US$ 1 US$ 371
Dez motivos para se indignar com a CORRUPÇÃO: com os 85 bilhões de reais surrupiados
pelos corruptos brasileiros em 2010 (720 bilhões de reais nos últimos 10 anos, segundo a FIESP)
seria possível*:
1. Erradicar a miséria no Brasil (16 milhões de pessoas) e sobrariam R$ 5 bi;
2. Pagar o benefício máximo (R$ 242) do Bolsa Família a 13 milhões de famílias por mais 2 anos;
3. Custear 17 milhões de sessões de quimioterapia;
4. Formar 312.000 médicos;
5. Custear 34 milhões de diárias de UTI nos melhores hospitais;
6. Construir 241 quilômetros de metrô;
7. Construir 1,5 milhão de casas (30% do déficit habitacional do Brasil);
8. Custear 2 milhões de bolsas de mestrado;
9. Aumentar em 443 reais o PIB per capita do brasileiro (de R$ 19.265 para R$ 19.708;
10. Reduzir 1,2 ponto percentual na taxa de juros.
Escolha uma das alternativas para comentar.
BRASIL: ainda longe de ser um país rico no início de 2012 (pesquisa CNT/Sensus):
PAÍS PIB - US$ bi PIB per capita - US$ IDH Publicações científicas
1º EUA 15,0 Noruega (84.290) Noruega EUA
2º China 7,0 Luxemburgo (77.160) Austrália China
3º Japão 5,9 Suíça 71.530) Holanda Alemanha
4º Alemanha 3,6 Dinamarca (59.050) EUA Japão
5º França 2,8 Suécia (50.110) N. Zelândia Inglaterra
6º BRASIL 2,52 Holanda (49.050) Canadá França
7º Reino Unido 2,48 Finlândia (47.720) Irlanda Canadá
8º Itália 2,25 EUA (47.390) Liechtenstein Itália
9º Rússia 1,88 Áustria (47.060) Alemanha Espanha
10º Índia 1,84 Bélgica (45.910) Suécia Índia
47º BRASIL (12.900) 84º BRASIL 13º BRASIL Investir para crescer: Não existe PIB grátis.A tragédia do crescimento raquítico do PIB atesta a incapacidade da política econômica
em atrair os investimentos produtivos. O quadro a seguir fala por mil explicações esfarrapadas. Apresentado em forma gráfica, no eixo dos X, as taxas médias de investimentos produtivos em 10 anos, e, no eixo vertical, a variação do crescimento anual médio do PIB de 18
países, observa-se (determina-se) uma correção linear simples direta (positiva) superior a 73% da contribuição de X para os aumentos de
Y. A China investe muito, acima de 40% do PIB, e também cresce muito. O Brasil investe pouco, e o crescimento nata tem de espetacular. Os investimentos são o alimento da expansão econômica. Não existe avanço duradouro sem infraestrutura, oferta de mão de
obra capaz, ampliação e renovação de fábricas, construção de usinas, modernização agrícola – ou, em resumo, sem aumento da
produtividade. Conclusão da análise: os países de rápida expansão econômica estão entre os que mais investem na capacidade produtiva. O Brasil não aparece entre eles... E no mesmo ano em que subiu ao patamar da 6ª. Economia do mundo, devolveu a posição à
Inglaterra por causa de um crescimento ridículo em 2012.
Análise de regressão (linear simples) e de correlação: X =Taxa de investimento (em relação ao tamanho do PIB); Y = Crescimento do PIB (média em 10 anos)
Países X Y XY X2 Y2 x=X-Xm y=Y=Ym Xy x2 y 2
Alemanha 18 0,9 16 324 0,81 -4,67 -2,88 13,43 21,78 8,28
A. Saudita 21 4,7 99 441 22,09 -1,67 0,92 -1,54 2,78 0,85
Austrália 27 2,8 76 729 7,84 4,33 -0,98 -4,24 18,78 0,96
BRASIL 17 3,4 58 289 11,56 -5,67 -0,38 2,14 32,11 0,14
Canadá 23 2,6 60 529 6,76 0,33 -1,18 -0,39 0,11 1,39
China 40 10,1 404 1.600 102,01 17,33 6,32 109,59 300,44 39,97
C. do Sul 29 4,2 122 841 17,64 6,33 0,42 2,67 40,11 0,18
EUA 16 2,1 34 256 4,41 -6,67 -1,68 11,19 44,44 2,81
França 19 1,5 29 361 2,25 -3,67 -2,28 8,35 13,44 5,19
Holanda 19 0,8 15 361 0,64 -3,67 -2,98 10,92 13,44 8,87
Índia 31 8,2 254 961 67,24 8,33 4,42 36,85 69,44 19,56
10
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Indonésia 24 5,6 134 576 31,36 1,33 1,82 2,43 1,78 3,32
Inglaterra 16 2,3 37 256 5,29 -6,67 -1,48 9,85 44,44 2,18
México 22 3,2 70 484 10,24 -0,67 -0,58 0,39 0,44 0,33
Japão 23 1,4 32 529 1,96 0,33 -2,38 -0,79 0,11 5,65
Rússia 20 5,8 116 400 33,64 -2,67 2,02 -5,39 7,11 4,09
Suíça 22 2,2 48 484 4,84 -0,67 -1,58 1,05 0,44 2,49
Turquia 21 6,2 130 441 38,44 -1,67 2,42 -4,04 2,78 5,87
408 68 1.734 9.862 369,02 192,47 614,00 112,13
Coef. de determinação de Y por Y:
n=Σf
18
X=∑X/n 22,7
Y=∑Y/n
3,8
Y=aX+b Y=0,3135X-3,3274
Coef. de correlação de X para Y: “Correlação média alta
A 0,3135 0,31
r2
0,5380
B -3,3274 -3,33
R
0,7335
r (pela covariância) 0,7335
__________________________________________________________________________________
População brasileira é a que tem menos retorno dos impostos que paga (UOL, 24/01/2012)
A população brasileira é a que vê menos retorno dos impostos que paga ao governo. É o que mostra um
levantamento feito pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) com os 30 países que têm as
maiores cargas tributárias do mundo. Segundo o estudo, a carga tributária brasileira é de 35,13% (sic). Isso
significa que os impostos pagos pela população ao governo federal, Estados e municípios correspondem a
35,13% de toda a riqueza gerada no país (PIB). PAÍS CARGA TRIBUTÁRIA (2010) IDH(2011) ÍNDICE DE RETORNO
1º - AUSTRÁLIA 25,90% 0,929 164,18 2º - ESTADOS UNIDOS 24,80% 0,910 163,83
3º - COREIA DO SUL 25,10% 0,897 162,38
4º - JAPÃO 26,90% 0,901 160,65 5º - IRLANDA 28,00% 0,908 159,98
6º - SUÍÇA 29,80% 0,903 157,49
7º - CANADÁ 31,00% 0,908 156,53 8º - NOVA ZELÂNDIA 31,30% 0,908 156,19
9º - GRÉCIA 30,00% 0,861 153,69
10º - ESLOVÁQUIA 28,40% 0,834 153,23 11º - ISRAEL 32,40% 0,888 153,22
12º - ESPANHA 31,70% 0,878 153,18
13º - URUGUAI 27,18% 0,783 150,30 14º - ALEMANHA 36,70% 0,905 149,72
15º - ISLÂNDIA 36,30% 0,898 149,59
16º - ARGENTINA 29,00% 0,797 149,40 17º - REP. CHECA 34,90% 0,865 148,39
18º - REINO UNIDO 36,00% 0,863 146,96
19º - ESLOVÊNIA 37,70% 0,884 146,79 20º - LUXEMBURGO 36,70% 0,867 146,49
21º - NORUEGA 42,80% 0,943 145,94
22º - ÁUSTRIA 42,00% 0,885 141,93 23º FINLÂNDIA 42,10% 0,882 141,56
24º - SUÉCIA 44,08% 0,904 141,15
25º - DINAMARCA 44,06% 0,895 140,41 26º - FRANÇA 43,15% 0,884 140,52
27º - HUNGRIA 38,25% 0,816 140,37
28º - BÉLGICA 43,80% 0,886 139,94 29º - ITÁLIA 43,00% 0,874 139,84
30º - BRASIL 35,13% 0,718 135,83
IDH: Índice de Desenvolvimento Humano
Índice de retorno: calculado com base na carga tributária e no IDH
22
2
2
YnY
YnXYaYbr
22
XnX
YXnXYa
XaYb
2222 YYnXXn
YXXYnr
22 yx
xyr
11
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Brasil tem IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) baixo
Essa não é a maior carga tributária do mundo. Na Suécia, por exemplo, o índice é de 44,08%. Mas, para
verificar se os valores arrecadados estariam retornando à população por meio de serviços de qualidade, o
estudo considerou também o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada país. Nesse quesito, o Brasil
aparece em último lugar entre os países pesquisados, com IDH 0,718. Isso fez com que ele ficasse também em
último lugar na lista geral.
Austrália figura no primeiro lugar da lista
O Brasil aparece no último lugar do ranking pelo segundo ano consecutivo. O país está atrás de outros países
da América do Sul. O Uruguai, por exemplo, aparece na 13º posição do ranking, com carga tributária de
27,18% e IDH de 0,783. A Argentina está no 16º lugar. A carga tributária no país vizinho é de 29% e o IDH,
de 0,797. Austrália, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão são os países que melhor fazem aplicação dos
tributos arrecadados, segundo o levantamento do IBPT. Alguns países da Europa também aparecem mal
posicionados no ranking. É o caso, por exemplo, de França (26º lugar) e Bélgica (28º). A Itália é o segundo
com pior colocação (29º), à frente apenas do Brasil.
12
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Questões: 1. Os sistemas econômicos podem diferir bastante entre si em função do substrato político, social e legal
sobre que se assentam. Mas qualquer tipo de sistema econômico sempre terá os seguintes problemas
fundamentais que precisam ser resolvidos:
a) O desemprego, a moeda e a estabilidade.
b) A concorrência, a produção e o desperdício.
c) O que produzir? Como produzir? Para quem produzir?
d) Os mercados, as trocas e o equilíbrio.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
2. O marco inicial da etapa científica da teoria econômica coincidiu com os grandes avanços da técnica e
das ciências físicas e biológicas, nos séculos XVIII a XXI. Nesse notável período de evolução do
conhecimento humano, a Economia constituiu seu núcleo científico, estabeleceu sua área de ação e
delimitou suas fronteiras com outras ciências. Assim é que:
I – A Economia repousa sobre atos humanos e é por excelência uma ciência social.
II – A Economia é um estudo da riqueza e um ramo do estudo do homem.
III – A Economia estuda a administração de recursos escassos entre usos alternativos.
IV – A Economia é a administração de recursos escassos entre fins competitivos.
São falsas as declarações
a) I, II e IV
b) II, III e IV
c) I, II e III
d) I, III e IV
e) Nenhuma das respostas anteriores.
Leitura: “Pode ser mera coincidência o fato de que o grande livro de Adam Smith A Riqueza das Nações foi
publicado em 1776, o ano exato em que os revolucionários norte-americanos assinaram a sua Declaração da
Independência. Mas os dois documentos compartilham um ponto de vista que era predominante na época –
que os indivíduos normalmente tomam melhores decisões se deixados a agir por conta própria, sem a mão
opressiva do governo conduzindo suas ações. Essa filosofia política proporciona a base intelectual para a
economia de mercado e, de maneira mais geral, para a sociedade livre.” (MANKIW, N. G. Introdução à
Economia. 3. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007).
3. Por que as economias descentralizadas de mercado funcionam tão bem?
a) Porque se pode contar que as pessoas tratem umas às outras com benevolência.
b) Porque o custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la.
c) Porque os governos nunca podem melhorar os resultados dos mercados.
d) Porque o poder de mercado é a capacidade de um único agente econômico influenciar
significativamente os preços do mercado.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
Leitura: “O homem tem quase que constantes oportunidades para esperar ajuda de seus semelhantes, e seria
vão esperar obtê-la somente da benevolência. Terá maiores chances de ser bem sucedido se puder interessar o
amor-próprio deles a seu favor e mostrar-lhe que é para sua própria vantagem fazer para ele aquilo que deles
se exige... Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas
da consideração que eles têm pelos seus próprios interesses”, disse uma vez Adam Smith (1723-1790).
4. O que Smith estava a dizer é que:
a) Os participantes da economia não são motivados por seus próprios interesses.
b) Cada indivíduo tem a intenção de promover o interesse público.
c) Cada indivíduo é conduzido por uma “mão invisível” a promover um fim que não fazia parte de
sua intenção.
d) A “mão invisível” do mercado não conduz os interesses individuais de maneira que seja
promovido o bem-estar econômico geral.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
13
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
2 – Necessidades x utilidades
Os problema básicos das economia são decorrentes da existência de recursos limitados
ante as necessidades virtualmente ilimitadas. O petróleo, o trabalho, as máquinas etc.
estão disponíveis em quantidades limitadas. Com escassos recursos produzem-se bens
e serviços (alimentos, víveres, automóveis, saúde, educação, lazer etc.).
A escassez sempre existirá, já que os desejos são superiores aos meios disponíveis para
satisfazê-los.
Utilidade, lei da escassez, valor e preço
A noção de utilidade e o princípio da escassez constituem os fundamentos da ciência
econômica.
Utilidade é a propriedade que as coisas (bens e serviços) têm para satisfazer
necessidades humanas.
Utilidade é uma medida de felicidade ou satisfação.Daí o valor dos bens e serviços, e o
preço que se paga por eles.
Escassez é a falta de um bem ou serviço em relação à sua necessidade. Escassez é a
natureza limitada dos recursos da sociedade.
O que produzir, como e quanto produzir e para quem produzir não constituiriam
problemas se os recursos fossem ilimitados. Não haveria bens econômicos, só livres..
Não se teria de fazer uma escolha. No mundo real, até as crianças aprendem cedo que
“ambas” não é uma resposta para “qual das duas?”.
Conceito de necessidade
Sensação de carência (falta) de algo, unida ao desejo de satisfazê-la
Aumento da população mundial e falta de comida e combustível
O mundo está ficando sem tempo para garantir que haja alimentos, água e energia para atender a
demanda de uma população em rápido crescimento e evitar que 3 bilhões de pessoas sejam levadas à
pobreza, advertiu um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas em 30.01.2012). Enquanto a
população mundial parece preparada para crescer dos 7 bilhões de hoje para quase 9 bilhões até 2040 e o
número de consumidores de classe média aumentar em 3 bilhões nos próximos 20 anos, a demanda por
recursos crescerá exponencialmente. Mesmo para 2030, o mundo precisará de ao menos 50% a mais de
alimentos, 45% a mais de energia e 30% a mais de água, de acordo com as estimativas da ONU, em uma
época em que o ambiente em modificação cria novos limites ao abastecimento.Se o mundo fracassar em
lidar com esses problemas, o risco é condenar 3 bilhões de pessoas à pobreza, afirmou o relatório.
Tipos de necessidade:
a) Segundo o requerente:
Necessidades do indivíduo:
naturais – comer, dormir etc.
sociais – convívio com outras pessoas, festa de casamento, encontro com amigos;
Necessidades da sociedade:
coletivas – São satisfeitas por bens e serviços usados coletivamente: ônibus.
públicas – São satisfeitas por bens e serviços proporcionados pelo governo: ordem
pública, ordem jurídica.
b) Segundo sua natureza:
Necessidades vitais ou primárias: alimentos, roupas, habitação, remédios etc.;
Necessidades civilizadas ou secundárias: educação, saúde, segurança, lazer, turismo,
serviços bancários, seguros etc.
14
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Satisfação das necessidades
Acontece através das utilidades, isto é, dos bens e serviços produzidos pela sociedade
com os recursos escassos.
Bem
Utilidade que satisfaz, direta ou indiretamente, os desejos e necessidades dos seres
humanos.
Tipos de bens
Segundo seu caráter:
livres – ilimitados (teoricamente) ou muito abundantes ou, ainda, não são
aproveitáveis economicamente; existem potencialmente, mas sem economicidade.
econômicos – escassos (limitados em quantidade) e aproveitáveis.
Segundo sua natureza:
de capital ou de produção – não atendem diretamente às necessidades dos
indivíduos na sociedade, mas são usados para produzir outros bens e serviços que
satisfazem diretamente tais necessidades;
de consumo – destinados a satisfazer diretamente as necessidades. Podem ser:
duráveis – permitem um uso prolongado (geladeira, automóvel, vídeo, etc.);
não duráveis – acabam com o consumo ou se tornam bens estritamente pessoais.
Segundo sua função:
intermediários – devem sofre transformação antes de se converter em bens de
consumo ou de capital;
finais – prontos para o uso ou consumo imediato.
Segundo sua aplicação (uso):
complementares – consumidos em conjunto com outros (meias e sapatos, pneus e
jantes (aros), armação e lentes dos óculos etc.
substitutos ou concorrentes – o consumo de um supre o consumo do outro (manteiga
e margarina, gasolina e álcool num carro flex)
Segundo a Lei (CC, art. 79 a 103): imóveis (“solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”) e
móveis (“suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da
substância ou da destinação econômico-social”);
fungíveis (substituíveis “por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”) e
consumíveis (“uso importa destruição imediata da própria substância”);
divisíveis (“que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de
valor, ou prejuízo do uso a que se destinam”) e
indivisíveis;
singulares (“embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais”) e
coletivos (quando se encaram agregados em todo) ou universais (“constitui universalidade de fato a
pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenha destinação unitária”). Ex:
patrimônio, herança.
públicos (“bens de domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno”).
Não estão sujeitos a usucapião (CF, art. 183, § 3º e 191, Parágrafo único). Podem ser:
de uso comum do povo (“tais como rios, mares, estradas, ruas e praças”)
os de uso especial (“tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias”)
os dominicais (“que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas entidades”). Somente estes “podem ser
alienados, observadas as exigências da lei”.
particulares (“todos os outros ..., seja qual for a pessoa a que pertencerem”).
principal (“o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente”) e
acessórios (“aquele cuja existência supõe a do principal”)
pertenças (“bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso,
ao serviço ou ao aformoseamento de outro”).
15
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
benfeitorias:
voluptuárias (“as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que
o tornem mais agradável ou sejam de valor elevado”),
úteis (“as que aumentam ou facilitam o uso do bem”) e
necessárias (“as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore”).
Serviço
Atividade que, sem criar objetos materiais, se destina, direta ou indiretamente, a
satisfazer necessidades.
Exemplos: educação, saúde, segurança, transportes, comunicações, comércio, seguros,
sistema bancário, turismo, lazer, jurisdição, religião etc.
Questões: 1. Não houvesse escassez nem necessidade de repartir os bens entre os homens, não existiriam sistemas
econômicos nem Economia.
a) A Economia é o estudo da escassez e dos problemas dela decorrentes.
b) A Economia ocupa-se normalmente das condições gerais do bem-estar humano.
c) A Economia inclui a organização social para satisfazer necessidades humanas.
d) A Economia implica no difícil exercício de escolha entre alternativas viáveis.
e) Qualquer uma das respostas anteriores.
2. Constituem os fundamentos da ciência econômica:
a) A noção de utilidade e o princípio da escassez.
b) O papel do estado e a política econômica.
c) O comportamento do homem e a satisfação das necessidades.
d) Os bens de consumo e os bens de produção.
e) Qualquer uma das respostas anteriores.
3. O significado da palavra “econômico” está intimamente associado à palavra:
a. Irrestrito.
b. Livre.
c. Escasso.
d. Ilimitado.
e. Nenhuma das respostas anteriores.
4. I – Bens intermediários são aqueles que não irão diretamente para o uso das pessoas, mas são utilizados
na etapa seguinte de produção.
II – Bens de consumo imediato destinam-se indiretamente à satisfação das necessidades atuais ou
presentes do homem.
III – Bens de capital atendem indiretamente às necessidades humanas, destinando-se a multiplicar a
eficiência do trabalho ou dos recursos naturais.
IV – Bens de consumo durável destinam-se à satisfação direta das necessidades humanas ao longo de
certo espaço de tempo.
a) Não há afirmativas falsas.
b) Há somente uma afirmativa verdadeira.
c) Há três afirmativas verdadeiras.
d) Há duas afirmativas falsas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
Referências bibliográficas: (Holanda, N. Introdução à Economia – Da teoria à prática e da visão micro à
macroperspectiva 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 21, A água – um bem livre ou econômico) e
16
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Apêndice:
ÁGUA: TRANSPARENTE, INSÍPIDA, INODORA E FINITA.
Recursos escassos: a ameaça de escassez dos recursos hídricos coloca a questão das águas no centro das
preocupações mundiais. Com cada vez mais pessoas no mundo, e menos água disponível para todas elas, não
é de surpreender que uma hora dê briga.Motivos para isso não faltam.
A Terra possui 23 grandes bacias hidrográficas. Em algumas, o ritmo de extração de água já é maior
do que sua taxa se renovação. As regiões onde elas estão são as mais prováveis focos de conflito por
causa do líquido: o Oriente Médio, onde a falta de água só esquenta a conhecida instabilidade da
área, e África e Ásia, de um modo geral, onde a pobreza e a superpopulação tornam a água tratada
um bem especial escasso.
Apenas 3% de toda a água disponível no planeta é doce. E somente 0,007% é de fácil acesso (as
demais fontes (2,993%) são geleiras e lençóis subterrâneos);
De toda a água doce disponível na Terra, apenas 1% está a céu aberto, em forma líquida ou
gasosa.Setenta por cento estão depositados em forma de gela na geleiras e calotas polares. Os 29
restantes estão justamente debaixo da terra, depositados em aquíferos que abrigam 100 vezes mais
água que os rios e lagos do globo.
Os aqüíferos são enormes camadas subterrâneas de rochas permeáveis agindo como uma esponja,
retendo a água filtrada da superfície e acumulando-a ao longo de sua extensão por milhões de anos;
A agricultura e pecuária respondem por 70% do consumo de água mundial;
Nas cidades maiores do planeta, o uso municipal e industrial de água aumentou 24 vezes no último
século
Mais de 1.250.000.000 de pessoas não têm água potável hoje;
Até 2025, a degradação ambiental e a cultura do desperdício vão comprometer a vida de 2/3 da
população mundial, mais de 5 bilhões de seres humanos. Grandes regiões da Ásia e África, além de
trechos menores de Austrália, EUA, América Central e América do Sul (inclusive o nordeste do
Brasil) já estão hoje em situação de escassez ou se aproximando disso.
Os resultados podem ser devastadores. Se afeta a agricultura, a seca é capaz de forçar populações a
migrar para não sofrer com a falta de alimentos e doenças. Em 1932, vítimas da seca no Ceará
deixaram o interior em busca de socorro no litoral, por exemplo. Ficar onde moravam poderia levar à
morte – o que aconteceu com 1 milhão de etíopes após uma queda no volume de chuvas em 1984. As
perspectivas para o futuro são que as secas se intensifiquem. O aumento da temperatura global
alimentou a evaporação no solo de países como a Austrália. A chuva gerada por esse vapor caiu em
outras regiões, e o resultado são solos mais áridos naquele país.
Produção mundial: o planeta ainda dispõe de reservas suficientes para matar a sede de todos os seres vivos.
Mas
A distribuição das águas no planeta não é regular e proporcional à ocupação humana;
A produção de água fresca não é infinita e representa menos 0,5% do estoque total;
A produção mundial de água doce dos rios é de 1,488 milhão m3/s;
A produção da América do Sul é 334 mil m3/s (cerca de 23% da produção mundial);
O apelo para a utilização das águas subterrâneas é inevitável.Dos três maiores aqüíferos conhecidos
até 2012 (1º - Arenito Núbia, na Líbia, Egito, Chade e Sudão, com 2,2 milhões de km2; 2º - Grande
Bacia Artesiana, na Austrália, com 1,7 milhão de km2), o 3º, o Guarani corre sob oito Estados
brasileiros e se espalha sob o território argentino, paraguaio e uruguaio, com 1,2 milhão de km2
A revista científica Geophysical Research Letters (2010) apontou que a extração de águas
subterrâneas duplicou na Terra em quatro décadas passando de 126km3 anuais em 1960 para 263km
3
em 2000.
Estimativas recentes (2012) dizem que os aqüíferos são responsáveis por 1 de cada 3 litros de água
utilizada para consumo humano e agropecuária. Eles também mantêm o nível de muitos rios em
épocas de seca e garantem a água que aflora nos oásis do Deserto do Saara;
A extração de água do Aquífero Guarani é economicamente viável em apenas 10% do seu volume,
pois, a partir de 400m de profundidade, o custo de energia gasta para extrair água é maior que o de
obtê-la de outras fontes. E mais: existe uma maior concentração de sais no centro do Aquífero
Guarani, onde ele é mais profundo, tornando sua água imprópria para consumo humano
Todavia, os cientistas russos acabam (fev/2012) de alcançar o Lago Vostok na Antártica, isolado há
15 milhões de anos por uma camada de gelo de 3.769m. A pressão de 400 atmosferas do gelo e o
17
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
calor do centro do planeta evitam que a água (6,3 mil k𝑚3) congele nos 15.400 k𝑚2 , 40 vezes a
extensão da Bahia da Guanabara.
Os países que mais utilizam a água de aquíferos são os que se dedicam a grandes produções
agrícolas: Índia, China, Paquistão, EUA. Não há dados sobre o Brasil, neste aspecto.
Brasil: 5º país do mundo em extensão (47,7% da América do Sul) e população, ocupa posição de destaque no
cenário internacional pelo volume e pela disponibilidade de água doce em seu território.
Clima diversificado, abundância de chuvas em mais de 90% do país e uma das mais extensas e
densas redes de rios perenes do planeta;
A produção brasileira de água doce dos rios é de 177,9 mil m3/s (cerca de 53% da produção da
América do Sul ou 12% da produção mundial).
São 8 bacias principais: Amazonas (57% do território nacional), Tocantins, Atlântico Norte-
Nordeste, São Francisco. Atlântico Leste, Paraná, Uruguai e Atlântico Sudeste;
A bacia do Amazonas é responsável por 72% da produção brasileira (128,09 mil m3/s);
As bacias do Amazonas, São Francisco e Paraná cobrem 72% da superfície do país.
A bacia do Rio São Francisco abrange 7 unidades da federação e 504 municípios, produz energia,
irriga vastos plantios numa região extremamente árida, garante peixe e transporte, mesmo não sendo
tão generosa.
Riscos da globalização: o mundo está sendo forçado a tomar decisões cruciais e inadiáveis sobre
águas.Já se tem notícia de navios que deixaram cargas no Brasil e retornaram abarrotados de água
para seu país.
Um crescente movimento de pessoas acredita que os imperativos do crescimento ilimitado, da
globalização econômica, do mercado consumidor global sem restrições, das regras das corporações,
das desregulamentações, da privatização e do mercado livre são as forças que estão por trás da
manutenção dos atuais sistemas de exploração irracional das águas.
Águas subterrâneas brasileiras: de excelente qualidade, são a maior reserva brasileira de água doce
encontrada em todas as regiões e facilmente acessível;
A Província Hidrogeológica do Paraná (Aquífero Guarani) é a maior reserva com volume estimado
de 50,4 mil km3 (50% do total do Brasil = 105 mil km
3);
A Província Hidrogeológica do Amazonas tem o 2º lugar com 32,5 mil km3 de água armazenada e
área coberta de cerca de 1 milhão de km2;
A Província Hidrogeológica de Parnaíba (bacia do Maranhão) vem em 3º lugar com l7,5 mil km3 de
reserva hídrica, cobrindo 700 mil km2.
Concentração das águas brasileiras: a má distribuição
A região Norte detém 80% do volume total de águas e só 5% da população do país;
Aos 95% dos habitantes compete dividir 20% das águas disponíveis;
O Nordeste tem 29% da população brasileira e apenas 2,5% da produção hídrica.
Os Estados de Pernambuco e Paraíba estão abaixo do índice de 2,5 mil m3/habitante/ano,
considerado mínimo pelas Nações Unidas.
Em São Paulo, cerca de 3 milhões de pessoas ficam sem água nos períodos de estiagem: há 4 regiões
paulistas também abaixo daquele índice, sendo que na região metropolitana, a disponibilidade de
água é a menor do país ou 200 m3/hab./ano;
69% da população rural brasileira e 15% da população urbana não contam com abastecimento de
água potável, o que representa 28% da população total sem o abastecimento.
Situação da água no Brasil: o detentor da maior reserva hídrica do planeta não pode orgulhar-se de suas
águas.
70% dos rios em território brasileiro estão contaminados;
80% dos domicílios brasileiros (43,4 milhões) não contam com serviço de tratamento de esgoto antes
de ser despejado nos corpos hídricos;
Vale dizer: dos 34,6 milhões de domicílios brasileiros (63,9% do total de 54,2 milhões) que contam
com serviço de coleta de esgoto, apenas em 35,3% ou 12,1 milhões de domicílios, o esgoto recebe
algum tipo de tratamento;
Detritos e sucatas do chão das cidades, dos pavimentos, erosões, lixo da rua, óleo de avenidas e
rodovias são carreados pelas chuvas para poluir, de forma crescente, os rios;
O mal das águas: a cultura da abundância – o uso da água sem controle e o desperdício generalizado:
no campo (processos inadequados de irrigação), nas cidades (uso industrial, lavagens de ruas, carros,
vazamentos etc.), nas casas (jardins, piscinas, uso doméstico descontrolado etc.)
18
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Fatores degradantes da água: além dos já mencionados,
A deficiência e insuficiência dos serviços de saneamento;
O baixo índice de coleta de lixo e, na destinação, a ausência de reciclagem e compostagem;
As grandes superfícies impermeabilizadas das cidades (cultura de pavimentação);
A inadequação do processo agrícola (uso e ocupação do solo, agrotóxicos etc.);
A devastação da vegetação nas nascentes dos rios e a degradação das matas ciliares: assoreamentos,
e desmatamentos das cabeceiras e margens;
As erosões naturais não prevenidas e, pior, as provocadas;
Os afluentes industriais: resíduos altamente poluentes, tóxicos, mortais;
Governos que se desviam de suas responsabilidades regulatórias e fiscalizadoras;
Grandes corporações de alimento energia e transporte, que estão ganhando o controle sobre
barragens e vias de água que já parece uma commodity privada.
Conscientização de todos: a mobilização da sociedade como um todo – governos, empresas e pessoas – em
torno de um projeto ecologicamente sustentável.
Água é bem de domínio público, de valor ecológico, social e econômico (CF, art. 26).
A proteção das águas deve reunir os usuários (indústrias, produtores rurais, pecuaristas, famílias
etc.), comerciantes, hidroelétricas e empresas de abastecimento, e o poder público em todas as suas
representações;
A cultura do desperdício precisa ser combatida em várias frentes e nos menores detalhes;
Em Israel, os produtores privilegiam métodos de irrigação mais caros, como o do gotejamento,
porém mais racionais em termos de consumo de água;
Na Suíça, os ralos de banheiro têm ¾ de polegada , dimensão que inibe o consumo por provocar
maior alagamento. No Brasil, os ralos têm geralmente 6 polegadas.
Recentemente, a Companhia Siderúrgica Nacional anunciou que estuda reutilizar em grande parte a
água empregada em seus processos.
Pesquisa de 1980 em países desenvolvidos demonstra que fica muito mais em conta preservar e
economizar os recursos disponíveis do que buscar novas fontes, sendo complacente com o
desperdício;
Em 2011, o volume total de água reusada pela Petrobrás superou 20 bilhões de litros, o equivalente a
10% do necessário às operações da empresa. Com a conclusão dos projetos em curso, a Petrobrás
pretende chegar a 2013 com uma economia anual superior a 30 bilhões de litros de água por ano. No
Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), no Rio de Janeiro, 75% dos 800 milhões de litros de
água que serão utilizados anualmente virão da captação de chuva e da água de reúso gerada a partir
do tratamento, com economia anual de R$ 12 milhões. A Refinaria do Vale do Paraíba (Revap), em
S. José dos Campos (SP) recebeu uma nova estação de tratamento com capacidade para tratar 300
mil litros/hora, além da modernização e ampliação de sua estação de tratamento de água. Economia
anual de 2,6 bilhões de litros de água. O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) inicia
suas operações em 2014 com o maior projeto de reúso de água do mundo (vazão de 1,5 mil litros de
água por segundo).
Gestão de recursos hídricos: é o conjunto de práticas destinadas a regular o uso da água e o controle dos
processos de degradação dos recursos hídricos.
A água de reúso é importante para esse tipo de gestão, pois é destinada a fins que não necessitam
potabilidade: processos industriais, refrigeração de equipamentos, geração de energia, sistema anti-
incêndio, lavagem de ruas, praças e veículos, irrigação de campos de futebol etc.
A gestão e o uso sustentável dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos devem orientar toda a
agenda ambiental e social;
A mobilização e participação da sociedade devem orientar as ações para a construção de políticas
públicas de gestão democrática dos recursos hídricos;
Mesmo com o avanço da legislação de recursos hídricos, as leis brasileiras devem contemplar melhor
a notável diversidade de nossos ecossistemas e o respeito pela soberania de nossa biodiversidade.
Resíduo que dá lucro: subprodutos industriais se tornam um bom negócio para as empresas que adotam
tecnologias ambientais. O conceito de valorização dos resíduos tem ganhado cada vez mais destaque por
conta da saturação de aterros sanitários, da crescente procura por matérias-primas e da legislação que impõe
às indústrias a gestão de seus resíduos. Mais do que apenas reciclar, essa nova cultura gera subprodutos que
19
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
diminuem custos paras as empresas e contribui para a valorização de sua imagem no âmbito social e
ambiental. Exemplos:
Compostagem: este sistema aproveita os resíduos orgânicos transformando-os em adubo orgânico ou
condicionador dos solos de qualidade que, ao contrário dos agroquímicos, previne sua erosão e a,
contaminação das águas e pode, inclusive, ser utilizado no cultivo de alimentos orgânicos;
Reciclagem de entulhos:os resíduos da construção civil podem ser reciclados e transformados em
areia, pedriscos, britas, bica corrida e metais segregados para uso na própria obra ou, ainda, como
base de uma ação social, sendo doados às prefeituras para a reparação de estradas rurais entre outras
finalidades;
Frota verde: há empresas que recolhem o óleo de cozinha usado em residências e cozinhas
industriais e produzem combustível para ser utilizados em sua frota de distribuição;
Geração de energia: muitas empresas estão procurando gerar energia complementar a partir de seus
próprios resíduos (bagaço da cana das usinas de açúcar e álcool), num claro compromisso com as
futuras gerações;
E-waste (leia: i-ueist): num mundo que usa cada vez mais eletrodomésticos, o processo de
reaproveitamento do lixo das matérias-primas e dos produtos usados nessa área precisa garantir o
descarte ambientalmente seguro dos que não puderem voltar para a produção. É a proteção dada às
gerações vindouras contra o dano ambiental que causa o descarte irresponsável dessas substâncias
que contaminam fontes de ar, água e alimentação.
Questões para pensar:
1. De quem é a responsabilidade pela preservação das águas brasileiras? 2. Qual a produção de água doce dos rios do mundo, da América do Sul e do Brasil? 3. Qual o percentual de água doce no mundo? Quanto é considerado de fácil acesso?
4. Onde se encontra a maior quantidade de água doce no Brasil a céu aberto?
5. Enumere as oito grandes bacias brasileiras e comente a contribuição de três delas.
6. Dê três províncias hidrogeológicas brasileiras, com suas abrangências.
7. Fale da regularidade de águas doces no Planeta e no Brasil, e sua distribuição relativa às populações.
8. Quem mais gasta água doce no mundo?
9. Que são aqüíferos?
10. Quais são os três maiores aqüíferos do planeta?
11. Pela ordem crescente de tamanho, onde estão situados?
12. Por que os oásis do Saara não secam?
13. Porque as águas do Lago Vostok não congelam sob cerca de 4.000m de gelo? Onde fica o Vostok?
14. Quanto aumentou o consumo de água doce nas cidades no último século? Por que?
15. Quantas pessoas no mundo não têm água potável hoje? E não terão daqui a 15 anos?
16. Qual o índice mínimo das Nações Unidas para o uso de água por uma pessoa/ano?
17. Onde, no Brasil, este índice está no mínimo? Onde é bem menor (12,5 vezes menos)?
18. Qual é a situação das águas nos rios brasileiros? Por que tanta poluição?
19. Quais os fatores degradantes das águas?
20. Onde se aponta o problema crucial do uso de águas? Enumere, pelo menos, cinco deles.
21. Como as corporações estão encarando o controle das águas doces acessíveis do planeta?
22. O que você sabe sobre processos de irrigação agrícola? Por que o “barato” fica “caro”?
23. E sobre chuveiros, ralos, descargas sanitárias, lavagens de garages e calçadas?
24. O que os as empresas industriais de países desenvolvidos já vêm fazendo há mais de 30 anos?
25. O que a Petrobrás vem fazendo a favor de nossos recursos hídricos?
26. O que você pode fazer para melhorar a preservação de nossas águas?
27. Como é chamado o conjunto de práticas destinadas a regular o uso da água e o controle dos processos de
degradação dos recursos hídricos?
28. Quais são os países que mais utilizam a água de aqüíferos? Por que?
29. Quantas grandes bacias hidrográficas existem no Mundo? O que está acontecendo em algumas delas?
30. Diga três regiões mundiais onde são mais prováveis os focos de conflito por causa do líquido. Por que?
Legislação brasileira sobre águas: Ordenações Filipinas (1604), Código Civil (1916), Código das Águas
(1934), Constituição Federal (l988), Lei n. 9.433 (1997) e Código Civil (2002).
20
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
3 – Origem e evolução da Economia Fase pré-científica Continentes perdidos:
Pangéia começou a fracionar há 200 milhões de anos, formando a Laurásia ao Norte e a Gondwana ao
Sul;
O mito da Atlântida: segundo Sólon (séc. 7 a.C.) e Platão (séc. 4 a.C.), os atlantes eram pessoas muito
inteligentes, que viviam em uma esplêndida cidade circular numa ilha-continente logo além das
Colunas de Hércules (Estreito de Gilbratar, canal de 13 km entre a Europa e a África), tragada pelo
mar 9 mil anos antes de Platão. A ilha de Sparttel, entre a Espanha e Marrocos, pode ser um vestígio
desse enigma da arqueologia. Segundo estudos recentes do historiador e arqueólogo da Universidade
do Mediterrâneo, na França, o francês Jacques Collina-Girard (2001), a ilha teria sido submersa há 11
mil anos. Coincidência?
Povos primitivos:
Era neolítica (3.000 a. C),
Idades da pedra, do bronze e do ferro,
Caçadores, pastores (nômades) e agricultores (estáveis, moradias fixas)
Antiguidade grega (Sócrates, Xenofontes, Platão e Aristóteles): “quando a agricultura prospera, todas as
outras artes florescem; mas quando se abandona o cultivo da terra, por qualquer razão que seja, todos os
outros trabalhos, em terra ou no mar, desaparecem ao mesmo tempo” (Sócrates em Xenofontes).
Antiguidade romana (Catão, Varrão e Paládio): as conquistas, a repartição de terras, retorno populacional
ao campo e declínio da agricultura.
Idade Média (séc. V a XV): mil anos até o colapso final do Império Romano do Oriente (1453), quando os
turcos conquistaram Bizâncio (Constantinopla)
Escolástica (Tomás de Aquino, Nicolau Oresmo e Antonino de Florença),
Feudalismo: retrocesso econômico, feudos isolados, a terra como base do poder, produção de
subsistência, reis fracos e dependentes do senhor feudal, trabalhadores rurais e servos da gleba.
Mercantilismo (1450 a 1750): transformações políticas, econômicas e de padrões de vida (Bodin,
Montchrétien, John Low, Cantillion, Colbert).
Renascimento: transformações intelectuais e artísticas (Copérnico, Galileu, Descartes, Newton)
Reforma: transformações religiosas (Lutero, Calvino)
Descobrimentos: transformações geográficas (Caminho da Índia, América, Brasil).
Criação científica da Economia (1750 a 1870) Tableau Économique des Physiocrates, de François Quesnay (1758): “tentei construir um quadro
fundamental da ordem econômica, para nele representar as despesas e o produto numa forma fácil de
aprender e para formar uma clara opinião sobre os arranjos e desarranjos que o Governo pode ocasionar”
(Quesnay, em carta ao Marquês de Mirabeau).
Fisiocratas: governo da Natureza – a terra é a fonte da riqueza ou
Naturalistas: “máxima satisfação com o mínimo de esforço”;
A Riqueza das Nações, de Adam Smith (1776): segundo Samuelson, foi o “gênio tutelar da escola
clássica” e gerou David Ricardo (1772-1883), o “pai de todos” os:
– Clássicos: Malthus, John Stuart Mill, Jean Baptiste Say, Léon Walras, Stanley Jevons, Alfred
Marshall, John Maynard Keynes etc.
– Marxistas: Engels, Karl Marx (Das Kapital,, de 1867) , Lênin etc. Condenação do modo capitalista
de produção: ênfase na justiça distributiva. Construção da economia de comando central.
Revolução Industrial:
Processo de superação do modo feudal de produção e comércio artesanatos e manufaturas domésticos
ou putting out system pelo capitalismo industrial ou factory system (séc. XVI, XVII e mais no XVIII);
Características: método científico de organização do trabalho e dos processos produtivos, com
aumento de escala, especialização de funções e divisão do trabalho, utilização crescente de máquinas
(fábricas e não manufaturas), expansão da produtividade etc.
21
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Fatores que a antecederam: Revolução Agrícola com aumento de alimentos e liberação da mão-de-
obra, concentração de capitais financeiros e criação de bancos, êxodo rural e crescimento urbano.
Elaboração dos princípios teóricos fundamentais (1870 a 1929) Escola de Viena ou Escola Psicológica Austríaca (Carl Menger, Ludwig von Mises);
Teoria do Marginalismo (Stanley Jevons, Léon Walras, Pareto e Alfred Marshall); Marshall escreveu
Principles of Economics, um tratado a ser lido ainda hoje com proveito.
Escola Neoclássica Sueca ou Neoclassismo (Wicksell, Veblen)
Economia do Bem-estar (Pigou e Knight).
Fase atual da Ciência Econômica (a partir de 1929) Revolução Keynesiana(1936), o socialismo realizado e os pós-keynesianos.
Economia Humanística: da educação, do trabalho, da saúde, dos recursos humanos, do turismo,
sociológica, psicológica, etc.:
Segunda síntese neoclássica (a primeira foi de Marshall): Kalecki, Hicks, Paul Samuelson e outros
Estruturalistas (CEPAL): Ahumada, Celso Furtado, OswaldoSunkel.
Institucionalistas: Galbraith, Buchanam e Wagner
Monetaristas: Milton Friedman, von Mises, Hayek, Simonsen
Marxismo keynesiano”: Paul Baran, Sweezy, Leo Huberman.
Economia globalizada:O fenômeno da globalização econômica. A crise de outubro/2008 e os policy
markers.
Síntese geral da evolução da Economia
Épocas Principais
Escolas
Enfoques Pensadores
Principais 1) Fase pré-científica:
era neolítica – 3.000
a.C.
Idade da pedra
do bronze do
ferro
Caça e pesca Pastoreio
Agricultura
Nomadismo sedentarismo
Antiguidade: Grécia Primeiras
manifestações
econômicas
Planificação do Estado.
Formação da riqueza – usura,
salário, valor.
Agricultura e formas de aumentar a
riqueza.
Sócrates (470-399 a.C.)
Xenofontes (440–335 a.C)
Platão (429–347 a.C)
Aristóteles (384–322 a.C)
Antiguidade: Roma As consequências
das conquistas
romanas
Repartição das terras
Retorno ao campo
Declínio da agricultura
Catão, Varrão, Columela e
Paládio
Idade Média Escolástica: pen-
samento cristão.
Feudalismo
Propriedade privada, usura, preços
justos, lucro e salários.
Retrocesso na economia: a terra
como base de poder, trabalhadores
como servos da gleba e atividades
de subsistência
Tomás de Aquino, Nicolau
Oresmo e Antonino de Florença
Renascimento (1450–
1759), uma revolução
filosófica, científica e
cultural: Gutenberg
(1390?-1468),
Copérnico (1473-
1548), Galileu Galilei
(1564-1646), René
Descartes (1596-
1650), Isaac Newton
(1642-1727) .
Mercantilismo
(1613-1767)
Bulionismo
Colbertismo
Cameralismo
A Reforma e descobrimentos.
Acumulação de riqueza. Burguesia.
Revolução comercial Comércio
exterior. Pirataria, guerras.
Estoques de metais preciosos
(bullion, barras de ouro e prata)
como forma de pagamento e
riqueza.
Estado absolutista equilibrado tem
superavit externo.
Administração das rendas e dos
gastos do Príncipe.
Espanha e Portugal:
Olivares, Ortiz e Serra
França:
Antoine Montchrétien, Jean
Bodin, Cantillion, Jean Baptiste
Colbert
Inglaterra (1664):
Thomas Mun: Englands
Treasure by forraign Trade
Alemanha:
Seckendorff, Becher e Hornick
2) Criação cientifica
da Economia (1750 a
1870):
Racionalismo (2ª met.
do séc. XVIII)
Liberalismo:
Escola Fisiocrata
Primeira manifestação científica
econômica: crença na ordem natural
(φίσіо); a agricultura era o único
setor produtivo; e imposto único
sobre a renda da terra.
Quesnay: Tableau Économique
– fluxos, funções, circulação,
órgãos etc.), Gournay, Turgot,
William Petty, Mirabeau e Carl
Friedrich
22
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Iluminismo
Idade da Razão
Escola Clássica Oposição ao Mercantilismo:
preocupação com o bem-estar da
população. Estado e laissez-faire: a
“mão invisível”. Renda da terra.
Rendimentos decrescentes. Valor e
distribuição da riqueza. Moeda,
juros, lucros, tributos e salários.
Adam Smith (Wealth of Nations
- 1776), Malthus (teoria da
população), Ricardo (teoria do
valor-trabalho), Stuart Mill
(consolidação de princípios),
Senior e Say (“a oferta cria sua
própria demanda”)
Reações às escolas
liberais (século XIX)
Escola Histórica
Alemã
Desenvolvimento de um povo está
ligado à sua civilização
Roscher, Hildebrand, Karl
Knies e Schmoller
Segunda metade do
séc. XIX
Escola socialista:
Marxismo
Forças que criam uma ordem,
procuram estabilizá-la sufocando o
crescimento de outras forças até
aparecerem forças novas que
realizam suas aspirações. Teoria do
valor trabalho. PNB=C+E+V. C+E
= Capital constante e variável.
Mais valia = V. Taxa de
exploração = Te = E/V. Condenação
do modo capitalista de produção:
ênfase na justiça distributiva.
Construção da economia de
comando central (URSS e outras).
Thomas Morus (Utopia - séc.
XVI), Saint-Simon e Proudhon
(séc. XVIII), Hegel.
Friedrich Engels e Marx
(Manifesto Comunista – 1848) e
Karl Marx (Das Kapital –1867)
que se baseou na dialética (tese
–antítese–síntese) de Hegel,
onde tudo nasce, vive e morre,
para renascer qual Fênix.
3) Elaboração dos
princípios teóricos
fundamentais (1870 a
1929): últimas décadas
do séc. XIX
Teoria do Margi-
nalismo
Escola de Viena
ou Escola Psico-
lógica Austríaca
Valor de compra do produto é
determinado pela utilidade da
última unidade disponível. Escalas
de preferência do consumidor,
valor, utilidade, escassez, alocação
ótima de recursos.
Defesa do capitalismo de livre
mercado como melhor forma de
promover o desenvolvimento.
Contra a existência de Banco
Central e monopólio de emissão de
moeda que é fator inflacionário e
convite à gastança pública.
Leon Walras e Vilfredo Pareto
que contribuiu para a economia
do wellfare com o conceito de
“ótimo-de-Pareto”: máximo
bem-estar ou impossível obter-
se melhor distribuição de renda.
Ludwig Von Mises (1881-
1973), judeu austro-americano,
é um expoente desta escola
libertária fundada por Carl
Menger na 2ª metade do séc.
XIX.
Início do séc. XX Síntese Neo-
clássica
Mercados não regulamentados
poderiam “amortecer as forças
naturais da economia e dificultar a
eficiência alocativa”.
Alfred Marshall (Princípios de
Economia): a análise
marginalista: CMg = RMg =
equilíbrio (lucro máximo)
4) Fase atual da
Ciência Econômica (a
partir de 1929): Crise
de 1930
Keynesianismo: a
revolução
keynesiana, o
socialismo
realizado e os
pós-keynesianos
Os argumentos contra o laissez-
faire. Intervenção imoderada
(comunismo marxista) x inter-
venção moderada do Estado. A
Economia do bem-estar (welfare).
A 2ª síntese neoclássica: coerente
painel de equações matemáticas e
princípios lógicos
John Maynard Keynes (Teoria
Geral do Emprego, do Juro e da
Moeda – 1935). Wicksell,
Veblen, Pigou e Knight. O
polonês Kalecki: dinâmica
econômica. Paul Samuelson:
grande síntese econômica do
que antes eram visões esparsas.
5) Tendências da
Economia
Economia
Humanística
Economia da
nova esquerda
Economia da
globalização (a
partir de 1990)
Da educação, do trabalho, da saúde,
dos recursos humanos, do turismo,
sociológica, psicológica, etc.
“Marxismo keynesiano”: tópicos
marxistas em interpretação
keynesiana.
Uma incógnita, haja vista a crise de
outubro/2008. Os policy markers.
Atualidade das ideias de Keynes
Abordagens: estruturalista
(CEPAL), institucionalista
(Galbraith), monetarista e
neoliberalista (Friedman)
Paul Sweezy, Paul Baran, Leo
Huberman.
Os nomes da atualidade,
inclusive os prêmios Nobel.
23
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Ordenamento da economia: uma visão de conjunto, sob perspectiva histórica.
Da Antiguidade ao século XX
Períodos Características básicas da ordem econômica
Da Antiguidade ao
final da Idade Média
Economia de trocas incipiente. Formas primitivas de mercado. Alocação de recursos e
processo distributivo sob orientações centrais.
Bases em que se assentava a ordem econômica: formas autocráticas de poder;
conservadorismo: tradição reproduzida; e mística proteção
Traços dominantes: comandos centralizados, localismo e autossuficiência.
Séculos XVI e XVII e
primeira metade do
século XVIII
Criação de Estados soberanos e fortes.
Expansão de mercados: diversificação fundamentada na divisão social do trabalho e na
especificação, e trocas internacionais sob orientação centralizada.
Traços dominantes da ordem econômica: liberdade econômica sob restrições;
empreendimentos privados sob regulamentações detalhadas; e mercados sob o poder
regulatório da autoridade pública
Segunda metade do
século XVIII
Formulação do pensamento liberal clássico: conceito de ordem natural e crença na mão
invisível do mercado.
Proposição do laissez-faire sob quatro princípios: racionalidade do homo economicus;
virtudes do individualismo; automatismo das forças de mercado; e ajustamentos da
concorrência.
Traços dominantes da ordem econômica: Estado minimalista; propriedade privada dos
meios de produção; livre iniciativa empresarial; e mercado como centro de coordenação da
economia.
Século XIX Revelação das disfunções do laissez-faire.
Crítica do sistema liberal clássico.
Construção do sistema socialista: condenação do modo capitalista de produção; ênfase na
justiça distributiva; e bases para uma nova ordem econômica.
Século XX A – Construção da economia de comando central:
Criação da URSS
Extensão do modelo à Europa do Leste, China, Cuba e outras economias da Ásia e da África
Traços dominantes da nova ordem econômica: propriedade coletiva dos meios de produção;
restrições quase totais à liberdade de empreendimento; e organização de centrais de
planificação para coordenação da economia.
B – Intervencionismo na economia de mercado:
Fim do laissez-faire.
Novas funções do Estado: regulação, empreendimento e bem-estar.
Traços dominantes da nova ordem econômica: restrições seletivas ao empreendimento
privado; estatização parcial; e mercados submetidos ao poder regulatório da autoridade
pública.
C – Economias em transição:
Reestruturação e abertura das economias de comando central.
Revisão dos papéis, do tamanho e dos limites do governo nas economias de mercado.
Início do século XXI I – Economia ortodoxa de mercado:
As diferenças interclasses são acentuadas.
Apenas as classes de alta renda têm acesso a todos os mercados e, neles, podem adquirir
quaisquer bens e serviços que desejarem.
Subsistem classes abaixo da linha de pobreza absoluta. Estas estão excluídas de grande
número de mercados.
As classes médias e médias-baixas têm acesso menos fácil, mas ainda assim tangenciam a
maior parte dos mercados.
II –Economia coletivista ortodoxa:
Não há classes diferenciadas. No limite, estabelece-se uma sociedade sem classes.
Todas as unidades familiares têm acesso a todos os mercados e, neles, têm acesso a todos os
produtos.
As quantidades dos variados bens e serviços disponíveis são igualitariamente apropriados
por todos.
III –Economia social de mercado (parece ser esta a mais consistente):
As diferentes interclasses são decorrentes de causas socialmente aceitáveis. Prevalecem os
princípios da equitatividade, não os do pleno igualitarismo.
Todas as classes têm acesso a todos os mercados, embora com diferentes poderes de
aquisição.
24
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Não há os que se excluam de quaisquer mercados. Às necessidades básicas todos têm amplo
acesso. É nula a incidência de pobreza absoluta. Fonte: ROSSETTI, J.P.. Introdução à Economia, 18ª ed. São Paulo: Atlas, 2000
26
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Questões: 1. Entre muitos, seis pensadores marcaram, realmente, o tratamento sistemático e científico da Economia nos
últimos 260 anos:
a) o primeiro deles escreveu Tableau Économique (1758) e representou o fluxo das despesas e de bens
entre as diferentes classes sociais: é o precursor da Economia quantitativa e até da Econometria;
b) o segundo deu início à Escola Clássica com sua obra Riqueza das Nações (1776), à época, uma visão
completa do progresso econômico, na qual enfatiza o mercado como a “mão invisível” reguladora da
divisão do trabalho e das forças da oferta e da procura;
c) o terceiro opôs-se aos processos analíticos dos clássicos e às suas conclusões capitalistas com a obra O
Capital (1867), em que desenvolveu os conceitos de mais-valia, capital variável, capital constante,
exército de reserva industrial, exploração capitalista etc.;
d) o quarto escreveu Principles of economics (1890), em que usou a metodologia dedutiva ou abstrata
(“análise marginal”) para investigar a interação das forças da oferta e da procura e para explicar o
aparecimento do preço de equilíbrio;
e) o quinto, cujas obras, principalmente Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (1936), romperam a
tradição neoclássica e apresentaram um programa de ação governamental para a promoção do pleno
emprego, fez uma “revolução” no bojo da qual se criaram o FMI e o Banco Mundial. A obra citada
inverteu a perspectiva de exame da moeda, reinterpretou a taxa de juros, analisou a poupança e o
consumo, atribuiu papel ativo à política fiscal, opôs-se à excessiva confiança nos controles monetários,
defendeu déficits públicos propositais para inflar a procura agregada, estimulou os estudos econométricos
e sociais etc., medidas agora muito bem lembradas na crise mundial de outubro de 2008; e
f) o último, falecido em 2010, produziu “a grande síntese econômica de todos os tempos, reunindo em um
único grande e coerente painel de equações matemáticas e princípios o que antes eram apenas visões
esparsas sobre os eventos de trocas entre pessoas, empresas e países”.
a)
b)
c)
d)
e)
f)
Referências bibliográficas: HOLANDA, N. Introdução à Economia – Da teoria à prática e da visão micro
à macroperspectiva. Cap. 6. Doutrinas econômicas; do Mercantilismo à Crítica Marxista. E Cap. 7. Doutrinas
econômicas; da Teoria Marginalista ao Pós-keynesianismo. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
27
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
4 – Sistema econômico – Organização da economia
Fatores, curvas e inter-relações econômicos
Fatores de produção: insumos usados para produzir bens e serviços, os recursos de produção da
economia constituídos por:
Terra ou Recursos Naturais (RN)
Trabalho (Work) ou Recursos Humanos (W ou RH)
Capital (K)
Tecnologia (Tec) – Um tipo especial de capital: know-how, invenções, saberes etc
Capacidade empresarial, “Empresariedade” ou, empreendedorismo (Emp) – Um tipo especial
de trabalho: tino, gestão, liderança etc.
Constelação de fatores: a função de produção total é PT = f (RN, RH, K, Tec, Emp).
Recursos Naturais ou Terra (RN):
– Solo agricultável ou não,
– Recursos hidrológicos: mares, rios, lagos, açudes etc.
– Flora: florestas, matas, vegetações etc.
– Fauna: animais, aves, peixes etc.
– Acidentes geográficos: planaltos, montanhas, vales, planícies, quedas d’água etc.
– Subsolo: jazidas minerais, lençóis aquíferos
– Forças da natureza: raios solares, clima, regime de chuvas, ventos, marés etc.
Trabalho, recurso humano, mão-de-obra ou força de trabalho (RH) ou (MO): vem da
população total que se divide em:
– População inativa:
menores até 14 anos (“proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos” - CF, art. 7°, XXXIII; CLT, art. 402/403, e ECA – Lei
n. 8.069/90, art. 60, alterado pela EC n. 20/98),
idosos,
doentes ou enfermos impossibilitados de trabalhar etc.,
– População economicamente ativa (PEA): efetivamente voltada para o mercado de trabalho.
Pode estar como:
– População ocupada ou emprego: exerce atividade remunerada ou sem remuneração direta
(pessoas da família). Taxa de ocupação = População ocupada / População
economicamente ativa,
– População desocupada ou desemprego: impossibilidade que os trabalhadores aptos a
trabalhar têm para obter emprego (remunerado).
– Taxa de desemprego = força de trabalho desempregada / população economicamente
ativa;ou MO desocupada / PEA;
Tipos de desemprego:
– estrutural: o que ocorre porque o número de empregos disponíveis em alguns
mercados de trabalho é insuficiente para proporcionar emprego a todos que o desejam;
– sazonal: o que ocorre entre datas específicas do calendário anual (Natal e Ano Novo,
Carnaval, Páscoa, Festas juninas etc.), quando as oportunidades de emprego diminuem
visivelmente;
– friccional: alguém deixa um emprego buscando outro. O desemprego surge se demora
até que ele encontre vaga que melhor se adapte a suas preferências e habilidades. No
caso, proteção demais atrapalha: seguro-desemprego e ação legal contra demissões
(multa, encargo e imposto) reduzem a rotatividade do mercado de trabalho, passando
mais tempo para o desempregado obter emprego (Teoria da Busca, de Diamond,
Mortensen e Pissarides, Nobel de Economia em 2010);
– disfarçado: o de pessoas que aparentemente estão trabalhando, mas sua atividade,
apesar de lhes proporcionar alguma renda, nada produz, como é o caso dos flanelinhas
que dizem estar guardando o carro do freguês; e
28
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
– cíclico: desvio do desemprego em relação à sua taxa natural de desemprego (TND).
Por força do desemprego estrutural, do desemprego friccional e de implicações
trabalhistas legais sempre haverá, em qualquer economia, uma taxa natural de
desemprego (TND), em torno da qual a taxa real de desemprego flutua.
Graus ou tipos de qualificação: mão-de-obra qualificada, semi-qualificada e não
qualificada;
Capital (K): resultado do trabalho humano sobre os recursos naturais, empreendido em épocas
passadas; conjunto (estoque) de bens econômicos capazes de (utilizados para) produzir outros
bens e serviços.
– Bens de capital ou bens de produção: ferramentas, máquinas, equipamentos, instalações,
fábricas, estradas, portos, aeroportos etc.;
– Capital físico ou tangível: capital na sua forma física (equipamentos, estruturas,
edificações etc. usados para produzir bens e serviços)
– Capital intangível: conjunto de capital representado por documentos (patentes de
invenções, projetos técnicos, processos tecnológicos etc.);
– Capital humano: a acumulação de investimentos nas pessoas, tais como educação e
treinamento no emprego.
– Capital Social Básico (CSB) ou infraestrutura: pluralidade de empreendimentos públicos e
privados votados à produção de serviços básicos, indispensáveis a quaisquer atividades
econômicas de certo porte e complexidade (sistema de transportes e comunicações,
redes de águas e esgotos, sistemas energéticos, postos de saúde, rede escolar etc.).
Tecnologia (Tec) ou Capacidade tecnológica: know-how, conhecimento, invenções, técnicas,
processos, métodos (pode ser considerado capital intangível).
Empresariedade (Emp): capacidade empresarial, energia mobilizadora, tino administrativo e
gerencial, criatividade, liderança etc. (pode ser considerada também um trabalho qualificado).
Pleno emprego: é definido por uma situação em que os recursos (fatores) disponíveis estão sendo
plenamente utilizados na produção de bens e serviços, garantindo o equilíbrio econômico das
atividades produtivas. O pleno emprego é identificado como um conceito de resultado econômico e
não de restrição física de recursos.
Pleno emprego existe? Para o economista, pleno emprego não significa uma situação em que
a taxa de desemprego é zero. Como já foi dito, por força do desemprego estrutural, do
desemprego friccional e de implicações trabalhistas legais sempre haverá, em qualquer
economia, uma taxa natural de desemprego (TND). Nos EUA, a TND é estimada em 6%.
Lei de OKUN: hiato entre a taxa de desemprego observada e a TND. Nos EUA, um hiato de
2% positivos geraria um hiato de menos 4% no PIB ou $ 440 bi a menos, aproximadamente.
Divisão do trabalho: especialização de funções que permite a cada pessoa usar, com a máxima
vantagem, qualquer diferença peculiar em aptidões e recursos. As economias de produção em massa
só são eficientes por causa da divisão do trabalho, exemplo disso é a linha de montagem de
automóveis.
Curvas de transformação – Curvas de possibilidades de produção: um exemplo. Bens Carros (máximo) Possibilidades intermediárias Camisas (máximo)
A B C D E F
Carros (mil) 150 140 120 90 70 0
Camisas (milhões) 0 10 20 30 40 50
Gráfico: Camisas no eixo dos y e carros no eixo de x. Fazer o gráfico.
Deslocamentos da curva: 1) para cima e para a direita se houver aumento da disponibilidade de recursos;
2) para baixo e para a esquerda, se houver diminuição na disponibilidade de recursos; 3) se a variação
tecnológica for maior para o processo de produção de carros, maior será o deslocamento em relação ao seu
eixo (x); se for maior para a produção de camisas, maior será o deslocamento em relação ao seu eixo (y).
Remuneração dos fatores produtivos: Aluguel (A) para Terra ou Recursos Naturais (RN)
29
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Salário (w) para Trabalho ou Recursos Humanos (W)
Juro (J) para Capital (máquinas, instalações, fábricas, estradas, portos, aeroportos etc.)
Lucro (L) para Empresariedade ou Capacidade empresarial
Royalty (Ry) para Tecnologia oi Capacidade tecnológica.
Concorrência do mercado de fatores: é o termo que especifica a disputa para a aquisição de
recursos limitados, utilizáveis na produção.
Agentes produtivos: organizadores da produção. Podem ser, ou não, os proprietários ou
possuidores de fatores: donos da terra (tierratenientes, lordlands), capitalistas e arrendadores. Privados: empresários, pessoas físicas e jurídicas (empresas);
Público: o Estado, a Administração Pública direta e indireta.
Unidades produtivas: os setores Primário: agricultura, pecuária, extração mineral e vegetal
Secundário: artesanato, manufatura, setor de transformação
Terciário: serviços.
Mercado de fatores: onde quer que se realizem compra e venda dos fatores produtivos.
Fluxos econômicos: Fluxo nominal – geração de salários, juros, lucros, aluguéis, dividendos, taxa de depreciação,
impostos (menos subsídios) etc. Renda. Procura global;
Fluxo real – produção de bens e serviços: alimentos, tecidos, habitação, transportes, educação, saúde,
equipamentos, instalações, estradas etc. Produto. Oferta global.
Mercados de bens e serviços: onde quer que se realizem compra e venda de bens e serviços
De consumo: gastos de consumo para o fluxo de bens e serviços de consumo.
De bens de capital: gastos com a aquisição de máquinas, equipamentos, instalações, peças de
reposição, fertilizantes etc.
Identidade: poupança = investimento
Investimento bruto = investimento de reposição + investimento novo (ou Investimento Líquido).
Preço dos bens e serviços: soma de salários, alugueres, juros, lucros, royalties, depreciação e
impostos incidentes na produção do bem ou serviço a ser ofertado.
Concorrência do mercado do produto (bem ou serviço): é o termo que especifica a disputa para
a compra e venda do produto final.
Mecanismo de preços: é um vasto sistema de tentativas e erros, de aproximações sucessivas, para
alcançar o equilíbrio entre a oferta e a demanda na economia de livre iniciativa.
Mercado financeiro: onde quer que se realizem compra e venda de moeda ou bem de troca. Escambo: troca de mercadoria por mercadoria
Moeda: o bem de troca;
Sistema monetário e financeiro: bancos, depósitos, empréstimos, bolsas, mercado de capitais etc.;
Preço do dinheiro: juros;
Taxa de câmbio: preço da moeda (ou divisa) estrangeira
Economia aberta x Economia fechada: existência, ou não, de relações econômicas (transações) com o
Resto do mundo (as outras economias). A Economia aberta interage livremente com outras economias no
mundo: exporta e importa mercadorias, fornece e recebe serviços, negocia a entrada e a saída de capitais,
utiliza taxas de câmbio etc. A Economia fechada não interage, não negocia com o resto do mundo: não tem
Balança Comercial, Balança de Serviços, Balanço de Transações Correntes nem Balanço de Capitais. É uma
economia isolada das demais no mundo.
Mercado externo: transações com o exterior (exportações, importações e movimentos de capital).
30
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Apêndice: População do Brasil ultrapassa 190 milhões, mostra Censo 2010: o IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) divulgou em 29/11/2010 os primeiros dados definitivos coletados pelo Censo 2010. O
Brasil contava com uma população de 190.732.694 de pessoas em 1º de agosto, quando começou a pesquisa.
O mundo atingiu 7 bilhões de pessoas em out. 2011
CENSO 2010
– 40,18% crescimento do Amapá, Estado que mais cresceu
– 4,98% crescimento do Rio Grande do Sul, Estado que menos cresceu
– 84,35% percentual de população urbana, que, em 2000, era de 81,25%
– 199,47% foi o crescimento de Balbinos (SP), o município com a maior expansão
– -48,63% foi o decréscimo da população de Maetinga (BA), cidade que mais encolheu
Em comparação com o Censo 2000 (último levantamento realizado pelo IBGE), ocorreu um aumento de
20.933.524 pessoas. Esse número demonstra que o crescimento da população brasileira no período foi de
12,3%, inferior ao observado na década anterior (15,6% entre 1991 e 2000).
O Censo 2010 mostra também que a população é mais urbanizada que há 10 anos: em 2000, 81% dos
brasileiros viviam em áreas urbanas, agora são 84%.
Regiões
A Sudeste continua sendo a mais populosa, com 80.353.724 pessoas, e Nordeste vem em segundo, com mais
de 53 milhões.
"Entre 2000 e 2010, perderam participação as regiões Sudeste (de 42,8% para 42,1%), Nordeste (de 28,2%
para 27,8%) e Sul (de 14,8% para 14,4%). Por outro lado, aumentaram seus percentuais de população
brasileira as regiões Norte (de 7,6% para 8,3%) e Centro-Oeste (de 6,9% para 7,4%)", diz o IBGE.
Estados
São Paulo lidera o ranking com 41.252.160 pessoas. Roraima é o Estado menos populoso, com 451.227
pessoas.
Em uma década, os maiores percentuais de crescimento foram verificados no Amapá (40,18%), Roraima
(39,10%) e Acre (31,44%). Já os menores percentuais ocorreram no Rio Grande do Sul (4,98%), Bahia
(7,28%) e Paraná (9,16%).
Municípios
São Paulo continua sendo o mais populoso (com 11.244.369 moradores), seguido de Rio de Janeiro
(6.323.037) e Salvador (2.676.606).
Já Brasília pulou de 6º para 4º lugar e Manaus de 9º para 7º. Por outro lado, Belo Horizonte foi de 4º para 6º,
Curitiba de 7º para 8º e Recife 8º para 9º.
Homens e mulheres
A população brasileira é composta por 97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens. Atualmente existem 95,9
homens para cada 100 mulheres --são 3,9 milhões de mulheres a mais que homens. Em 2000, para cada 100
mulheres, havia 96,9 homens. Entre os municípios, o que tinha maior percentual de homens era Balbinos
(SP); já o que tinha maior percentual de mulheres era Santos (SP).
Os mais velhos
Pelo Censo 2010, havia 23.760 brasileiros com mais de 100 anos durante o levantamento. A Bahia é o Estado
a contar com mais brasileiros centenários (3.525), seguido de São Paulo (3.146) e Minas Gerais (2.597).
31
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
O Planeta superpovoado: Em 8000 a.C, no final da Era do Gelo, havia 5 milhões de habitantes na Terra.
Cada um tinha 30 km2 para plantar, caçar e extrair recursos naturais para sua sobrevivência. Em 2012, a
população mundial é de 7,1 bilhões de pessoas e cada um tem 2 quarteirões de área a ser explorada., isto é,
nada. De 1800 a 2010, o PIB mundial aumentou 90 vezes. O impacto da produção e do consumo resultantes
do crescimento econômico e populacional na pauperização do ambiente dói avassalador
32
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
O Brasil e o bônus demográfico: chama-se bônus ao período em que a população adulta e em idade ativa
torna-se superior à de crianças e idosos, fenômeno que está ocorrendo agora no Brasil
33
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Esquema 1: O Sistema Econômico: quadro a seguir:
Constelação de fatores produtivos
Terra ou Recursos
Naturais (RN)
Trabalho (W) Capital (K) Tecnologia (Tec.) Empresariedade
(Empr.)
* Solo agricultável ou não,
*Recursos hidrológicos:
mares, rios, lagos, açudes, geleiras etc.
* Flora: florestas, matas,
vegetações etc. * Fauna: animais, aves,
peixes etc.
* Acidentes geográficos: planaltos,
montanhas, vales,
planícies, quedas d’água etc.
* Subsolo: jazidas
minerais, lençóis aqüíferos etc.
Forças da natureza:
raios solares, clima, regime de chuvas,
ventos, marés,
movimentos dos corpos celestes etc.
* (PEA) – População economicamente ativa.
Pode estar como:
– População ocupada ou emprego
* Taxa de ocupação ou
Taxa de emprego = População ocupada /
PEA,
–População desocupada. ou desemprego
* Taxa de desemprego =
Força de trabalho desempregada / PEA ou
MO desocupada / PEA;
* Tipos de desemprego: estrutural, sazonal,
friccional, disfarçado;
*Graus ou tipos de qualificação: mão-de-
obra qualificada, semi-
qualificada e não qualificada.
* Bens de capital ou bens de produção:
ferramentas, fábricas,
máquinas, aeroportos equipamentos, portos
instalações, estradas,
etc.; * Capital tangível:
capital na sua forma
física * Capital intangível:
conjunto de capital
representado por documentos (patentes
processos
tecnológicos);
* Conhecimento, know-how, invenções,
técnicas, processos,
métodos. Pode ser considerado capital
intangível.
* Capacidade, tino empresarial, gerencial
ou administrativo ,
criatividade, liderança etc. Pode ser
considerado também um
trabalho qualificado.
Detentores dos fatores produtivos
Proprietários ou
possuidores de terra,
tierratenientes,
landlordes
Trabalhadores,
assalariados,
operários,
funcionários,
servidores etc.
Capitalistas Inventores, Empresários
(indivíduos ou
empresas)
Remuneração dos fatores produtivos
Aluguéis (A) Salários (w) Juros (J) Royalties (Ry) Lucros ((L)
Agentes produtivos
Privados: pessoas físicas e jurídicas (indivíduos e empresas) Público: Estado
Unidades produtivas: fazendas, empresas, casas comerciais, bancos, hospitais, escolas, repartições etc.
Setor primário Setor secundário Setor terciário
Agricultura, pecuária, extração Artesanato, manufatura, setor de transformação, indústria etc.
Serviços: comércio, banco, seguro, turismo, lazer, saúde, transporte, educação,, religião, segurança etc.
P r o d u ç ã o
Fluxo real: produtos (bens e serviços intermediários e finais)
de consumo e de capital
Fluxo nominal: rendas (aluguéis + salários+ juros + Royalties
+ Juros + Tributos líquidos+ Depreciação)
OG – Oferta Global (em economia fechada) DG – Demanda Global (em economia fechada)
PIB – Produto Interno Bruto (conceito provisório) RN – Renda Nacional (conceito provisório!}
Bens e serviços de capital Bens e serviços de consumo Gastos de Consumo (C) Poupança (Saving) =
Investimentos (S=I)
Mercado de bens e serviços de consumo
Mercado Financeiro
Mercado de bens e serviços de capital
Investimentos de reposição + Investimentos novos = Investimentos totais que irão incrementar a constelação de fatores produtivos
no início deste quadro.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
ESQUEMA DE FUNCIONAMENTO DE SISTEMA ECONÔMICO DE ECONOMIA FECHADA (SEM RELAÇÕES COM O RESTO DO MUNDO)
DETENTORES DE FATORES
Possuidores de Terra ↓ ← ← ←INVESTIMENTOS TOTAIS = INVESTIMENTOS DE REPOSIÇÃO (DEPRECIAÇÃO=d) + INVESTIMENTOS NOVOS OU LÍQUIDOS ← ← ←
Trabalhadores
↑
Capitalistas
↓ SETORES DE
PRODUÇÃO
↑
Donos de Tecnologia
Empresários
↓
PRIMÁRIO
↑
↓
Agropecuária
FLUXO REAL (PRODUTOS)
Produção ou de Capital MERCADO
↑
FATORES DE PRODUÇÃO
↓ AGENTES PRODUTIVOS
Extração:
APARELHO PRODUTIVO*
Bens e Serviços de MERCADO → → Bens
↑
Recursos Naturais ←
1) PÚBLICO
Vegetal
Produção
OFERTA GLOBAL Consumo → Bens e de Trabalho
Estado → Mineral → De →
Serviços Capital ↑
Capital →
→ 2) PRIVADOS
SECUNDÁRIO
Bens
de Consumo ou → ↑
Tecnologia
Pessoas físicas
Artesanatos
e
FLUXO NOMINAL (MONETÁRIO)
Consumo → imediato e de Empesariedade
Pessoas jurídicas
Indústrias
Serviços
Rendas=Y= A+w+J+Ry+L+T+d p/ durável Produção
↑
TERCIÁRIO
DEMANDA (PROCURA) GLOBAL
Poupança → → → → → REMUNERAÇÃO DE FATORES
Serviços
↓
↑
Aluguéis = A
* Propriedades rurais,
MERCADO Salários = w
Agentes predominantes
Fábricas, lojas, bancos
↓
FINANCEIRO ↑
Juros = J
1) Estatal
2) Capitalista
Escolas, quartéis,
Preço=p=A+w+J+Ry+L+T+d, onde
Bancos,
Royalties = Ry
Centralizada
Descentralizada
Seguradoras, casas de saúde, teatros,
d = depreciação ↓
Bolsas ↑
Lucros = L
Planejada
Concorrencial
Repartições públicas,
etc.
Tributos = T (GOVERNO)
Coletivista
Privada
Agências de turismo, Centros religiosos etc.
→ (S=Saving) →
Socialista
De mercado
Comunista
Livre iniciativa
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Questões: 1. I – A análise da constituição de um Sistema Econômico tem início pelo levantamento de seus elementos
fundamentais: recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e capacidade empresarial.
II – Economicamente ativa é a parcela da população que se encontra efetivamente voltada (em idade e
condições de trabalho) para o mercado de trabalho.
III – O potencial produtivo do Sistema Econômico, grosso modo, é definido pelo trabalho mobilizável
para as tarefas produtivas, pelos recursos naturais acessíveis, pelo capital disponível, pelos níveis de
tecnologia e empreendedorismo empregados.
IV – As fábricas, fazendas, estradas, máquinas e equipamentos diversos, e uma infinidade de elementos
resultantes do esforço humano, empreendido em épocas passadas, constituem o estoque de capital do
Sistema Econômico em determinado momento.
a) Somente II e III são verdadeiras.
b) I e III são verdadeiras, e IV é falsa.
c) I e III são verdadeiras, e II e IV são falsas.
d) I, III e IV são verdadeiras, e II é falsa.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
2. I – A população economicamente desocupada compreende aqueles que exercem atividade profissional
remunerada ou, em se tratando de auxiliares de pessoas da família, sem remuneração direta.
II – A população empregada é o mesmo que população economicamente ativa.
III – A taxa de ocupação é o quociente (razão) que compara o montante de pessoas ocupadas com o total
de habitantes da Economia.
IV – População economicamente inativa é a parcela da população que se encontra efetivamente voltada
para o mercado de trabalho.
a) Há somente três declarações falsas
b) Não há declarações verdadeiras.
c) Há somente duas declarações verdadeiras.
d) Há apenas uma declaração falsa.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
3. O primeiro contato com um esquema de funcionamento de um sistema econômico fechado não coloca em
realce:
a) Os fatores de produção e as unidades em que eles se organizam.
b) Os setores em que a Economia pode ser dividida
c) A contribuição do setor externo ou do resto do mundo.
d) Os fluxos gerados num período de tempo.
e) Nenhuma das respostas anteriores
4. A partir da população em idade de trabalhar, ou seja, do potencial de mão-de-obra do sistema, chega-se
ao conceito de:
a) População empregada que é o mesmo que população economicamente ativa.
b) Taxa de ocupação que é o quociente que compara o montante de pessoas ocupadas com o total de
habitantes da Economia.
c) População economicamente ativa que é a parcela da população que se encontra voltada para o
mercado de trabalho.
d) População desocupada que compreende aqueles que exercem atividade profissional remunerada ou
sem remuneração direta, em se tratando de auxiliares de pessoas da família.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
5. As sociedades evoluídas repousam sobre uma diversificada base econômica: os ____________ de
________________, que podem ser (5) cinco: _______________ _____________ ou
_________________, __________________, ________________, ___________________ e
______________________.
a. Recursos, produtivos, recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade.
b. Fatores, produção, recursos naturais, terra, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade.
c. Fatores, produção, recursos minerais, terra, trabalho, capital, empresariedade e tecnologia.
d. Recursos, produtivos, recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade.
e. Nenhuma das respostas anteriores
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
6. Cabe a denominação de _____________ ______________ aos elementos da natureza incorporáveis às
atividades econômicas: o ___________ agricultável, as florestas, as ______________ minerais, os
____________ hídricos, etc. A população total do Sistema Econômico de que se trata é dividida em
_______ partes: _______________ ativa, que constitui o fator produtivo denominado ______________,
e ________________ que apenas consome.
a. Reservas naturais, terra, reservas, recursos, duas, população, trabalho, inativa.
b. Recursos naturais, espaço, reservas, recursos, duas, população, trabalho, ativa.
c. Recursos naturais, solo, reservas, recursos, duas, população, trabalho, inativa.
d. Reservas naturais, solo, recursos, reservas, duas, população, trabalho, inativa.
e. Nenhuma das respostas anteriores
7. O trabalho ou _______ __ _______ pode ser __________________ e não __________________ e pode
estar ________________ou desempregado. O quociente da população ativa ocupada pela população
______________ é a taxa de ________________do Sistema Econômico. O trabalho humano se exerce
num contexto econômico que reúne __________, estradas e uma infinidade de outros elementos
resultantes do próprio esforço humano, empreendido em épocas passadas e que se denominam estoque de
______________.
a. Força de trabalho, qualificado, qualificado, empregado, ativa, emprego, máquinas, capital
b. Mão de obra, qualificado, qualificado, empregado, ativa, emprego, máquinas, capital.
c. Força de trabalho, qualificado, qualificado, desempregado, inativa, emprego, bens, capital
d. Mão de obra, qualificado, qualificado, empregado, ativa, desemprego, máquinas, capital
e. Nenhuma das respostas anteriores
Referências bibliográficas: ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2000. Cap.
2. Os Recursos Econômicos e o Processo de Produção: Caracterização Básica. - CASTRO, A.e LESSA, C.
Introdução à Economia – Uma abordagem estruturalista. 36 ed. Cap. I e II – O sistema econômico. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2000. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de
Economia. Cap.1. Introdução à Economia. São Paulo: Saraiva, 2001.
38
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
5 – Organização da Economia – Estruturas
Mercado: encontro de compradores e vendedores. Não é um determinado lugar no espaço.
Estruturas de mercado: modelos que captam aspectos inerentes de como os mercados
estão organizados.
Estruturas básicas (estruturas limites)
Concorrência perfeita: muitos vendedores e muitos compradores num mercado em
que nenhum deles tem influência significativa sobre o preço. Características:
1. Existe grande número de compradores e vendedores;
2. Os produtos são homogêneos (substitutos perfeitos entre si);
3. Existe informação completa sobre o preço do produto (transparência de mercado);
4. A entrada ou saída de firmas no mercado é livre (livre mobilidade das empresas).
Monopólio: um único vendedor, que fixa o preço de seu produto. Características:
1. O setor é constituído de uma única firma;
2. A firma produz um produto para o qual não há substituto próximo;
3. Existe concorrência entre os consumidores do produto;
4. A curva da receita da firma é a curva de demanda de mercado.
Estruturas básicas (estruturas intermediárias):
Concorrência monopolística (concorrência imperfeita}: caracteriza-se pelo fato
de que um número razoável de empresas produzem produtos diferenciados embora
substitutos próximos.
Oligopólio: caracteriza-se pela existência de reduzido número de produtores e
vendedores fabricando bens que são substitutos próximos entre si.
Duopólio: caracteriza-se pela existência de dois produtores (vendedores) fabricando
bens que são substitutos próximos entre si.
Monopsônio: caracteriza-se pela existência de muitos vendedores fabricando bens
que são substitutos próximos entre si, e um único comprador.
Duopsônio: caracteriza-se pela existência de muitos vendedores fabricando bens que
são substitutos próximos entre si, e apenas dois compradores.
Oligopsônio: mercado no qual existem poucos compradores, que dominam o
mercado, e muitos vendedores oferecendo bens que são substitutos próximos entre
si.
Monopólio bilateral: confronto entre um monopolista e um monopsionista.
Modelos marginalistas de oligopólio: Modelo de Cournot: duopólio ou oligopólio em que as empresas são dependentes da ação das outras
(uma sempre de olho na movimentação da outra).
Modelo de Sweezy: modelo de demanda quebrada que explica por que os preços dos oligopólios são
relativamente estáveis, mesmo quando mudam os custos (se um aumenta o preço não seria
acompanhado pelos demais oligopolistas, e, assim, perderia parte do mercado para os concorrentes).
Modelo de liderança-preço: uma coalizão imperfeita (cartel imperfeito), em que as firmas de um
setor oligopolista decidem tacitamente estabelecer o mesmo preço, aceitando a liderança de uma
determinada firma (líder) da indústria.
Cartel: uma organização (formal ou informal) que determina a política de preços
para todas as firmas de que se compõe o setor. Os cartéis, em geral, são instáveis.
Trustes: estrutura empresarial em que várias empresas, que já detêm boa parte do
mercado, se ajustam ou se fundem para assegurar seu controle, estabelecendo
preços mais altos para obter maior margem de lucro.
Exemplo de estruturas de mercado:
Mercado de bens e serviços concorrência perfeita (preço = receita média = receita marginal)
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
concorrência imperfeita ou monopolística
monopólio (alto volume de capital, patentes, controle de matérias-primas}
oligopólio:
– produtos diferenciados: indústria automobilística
–produtos homogêneos: industria de alumínio, cimento
Mercado de fatores de produção concorrência perfeita: grande número de compradores e fornecedores
concorrência imperfeita
monopsônio: um só comprador e muitos fornecedores
oligopsônio: poucos compradores e muitos fornecedores
Abusos de mercado e ação governamental: leis antitrustes. A Lei n. 4.137/62 criou o
Conselho Administrativo de Direito Econômico (CADE) e a Lei n. 8.078/90 é o Código de Defesa
do Consumidor, que ampara o demandante contra abusos do vendedor. Exemplo de abuso: “dumping” (de “to dump”= descartar, liquidar) é a ação de pôr à venda
produtos a um preço inferior ao de mercado, especialmente no mercado internacional, para se
desfazer de excedentes ou para derrotar a concorrência.
Mercado externo e mercado interno: meras expressões geográficas do destino da produção
nacional: uma parte é negociada aqui e outra lá fora. Segundo Mário Henrique Simonsen, não há
incompatibilidade entre os dois mercados. Mas a CF (art. 219) estabelece: “O mercado interno integra o
patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e socioeconômico, o
bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal”.
Principais características das estruturas básicas de mercado (resumo) Características Concorrência
Perfeita
Concorrência
imperfeita
Oligopólio Duopólio Monopólio
1. Quanto ao
número de
empresas
Muito grande Grande, mas
nem tanto.
Pequeno Duas empresas Uma só empresa
2. Quanto aos
produtos
Homogêneos:
em que não há
diferenças
Diferenciados:
em que há
substitutos
próximos
Podem ser::
– homogêneos:
cimento,
alumínio;
– diferenciados:
automóveis
Pode ser:
Homogêneos
ou um é
substituto
muito próximo
do outro
Não há substituto
próximo
3. Quanto ao
controle das
empresas
sobre os
preços
Impossibilidade
de manobras
pelas empresas
Pouca margem
de manobra em
face de haver
substitutos
próximos
Tendência a haver
formação de
cartéis para
controle de preços
e quota de
produção
Grande poder
de controle
pelas empresas,
que costumam
formar cartel
informal
Enorme poder de
controle pela
empresa, mor-
mente se não
houver leis
antitrustes
4. Quanto à
concorrência
extrapreço
Não é possível
nem seria eficaz
Intensa, através
de embalagens e
serviços
prestados
Intensa, se
produtos são
diferenciados
Intensa: cada
empresa quer
dizer que ser a
melhor (maior)
Campanhas para
manter ou salvar
imagem
5. Quanto ao
ingresso de
firmas na
indústria
Não há barreiras Não há barreiras Barreiras ao
acesso de nova
empresa
Barreiras ao
acesso de nova
empresa
Barreiras ao
acesso de nova
empresa
Governo como empresário:
Administração pública: lato sensu, são os Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios e o conjunto de órgãos subordinados a eles. Em sentido estrito (stricto sensu), é o
Poder Executivo e conjunto de órgãos subordinados a ele: a atividade cotidiana deste Poder: a) Administração direta: a que é formada pelo Poder Executivo – Presidência da República (no
Estado, Governadoria e, no Município, Prefeitura) e Ministérios (Secretários, no Estado, Distrito
Federal e Município) –, pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário, além dos órgãos que lhes
são diretamente subordinados. b) Administração indireta (CF, art. 37, caput, XIX e XX):
40
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Autarquias: instituição autônoma, criada por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e
receitas próprios, para executar atividades típicas da administração pública que requeiram, para
melhor desempenho, gestão administrativa e financeira descentralizada. Ex: INSS, UFPB,
BACEN etc. Fundações: entidades dotadas de personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos,
autorizadas em virtude de lei, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por
entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio e funcionamento
custeado pelos recursos públicos e de outras fontes. Ex. Fundação Osvaldo Cruz.
Empresas públicas: entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado,
autorizadas mediante lei específica, revestidas de qualquer das formas legais admitidas, com
patrimônio próprio e capital exclusivo do Estado, quando necessárias aos imperativos de
segurança nacional ou relevante interesse coletivo. Ex: Caixa Econômica Federal. Sociedades de economia mista: entidades dotadas de personalidade jurídica de direito
privado, autorizadas por lei para a exploração de atividade econômica, na forma de sociedade
anônima e cujas ações com direito a voto, em sua maioria (mínimo de 50% do total de ações
mais uma ação), pertencem à União, a Estado, a Município ou a entidade da Administração
Indireta . Regem-se pelos preceitos aplicáveis às empresas privadas, inclusive quanto às
obrigações trabalhistas e tributárias. Ex: Banco do Brasil S.A., Banco do Nordeste do Brasil S. A.
etc.
Interferência do Estado no mundo dos negócios: os governos sempre se sentem autorizados a palpitar na
gestão de negócios privados, muitas vezes em virtude de intrincado acordo de acionistas que, na prática,
confere ao Estado o controle dos capitais das empresas mesmo quando não lhe cabe fazê-lo. Veja-se o caso da
Vale do Rio Doce. Numa trajetória de sucesso indiscutível, recém-privatizada e com uma gestão moderna e
arrojada (Roger Agnelli), a Vale transformou-se na maior produtora de minério de ferro (297 bilhões de
toneladas em 2010) e segunda maior mineradora do mundo (valor de mercado: US$ 173 bilhões), êxito que
representa um incômodo contratempo para o governo dos que sempre combateram as privatizações brasileiras
da Era do Real. A empresa cresceu como nunca (investimentos em 2010/2011: US$ 44 bilhões), gerou
empregos como nunca (119 mil contratados e 55 mil terceirizados) e deu a uma corporação brasileira um
status “nunca antes vista neste país”. Mas a Vale, apesar de, no papel, ser uma empresa privada, nunca esteve
imune à influência nem à interferência de grupos políticos, Companhia privada sob controle estatal, a Vale é
um animal corporativo só encontrado nos países com forte presença do Estado na economia como França e
Rússia. Enquanto tem a liberdade de crescer movida por suas próprias forças, o benefício é claro. No
momento em que o governo decide que ela tem de subordinar seus negócios aos interesses do Estado, quando
não à mera ingerência política, o país está perdendo. Em geral, todas as economias emergentes já seguem, em
diferentes graus, um modelo intervencionista. São países que praticam versões próprias do capitalismo de
estado. Esse sistema é muito forte na China e na Rússia, onde os setores estratégicos são controlados pelo
governo. Ele é mais brando em países como o Brasil, a Ìndia e o México. Nesses mercados, o livre comércio é
aceito e praticado, mas neles o governo age sempre como ator econômico privilegiado e forte. Nesse
ambiente, as doses excessivas de intervenção são quase inevitáveis. Elas sempre prejudicam a eficiência da
economia. O capitalismo de estado desencoraja a competição e, por isso, é insustentável a longo prazo. O
atual capitalismo de estado nada mais á que a expressão nova do velho e arcaico nacionalismo. O viés
nacionalista é um elemento integrante da cultura das nações hoje emergentes. Os países coloniais tornaram-se
nações modernas e independentes, mas nunca perderam a desconfiança em relação àqueles que os exploraram
no passado. Falta ao Brasil livrar-se de vez de anacronismos ideológicos que deixam o estado muito maior do
que deveria ser. Se não mudar, o país poderá ficar apenas na promessa...
Estruturas econômicas: Infraestrutura: pluralidade de empreendimentos públicos e privados votados à produção de serviços
básicos, indispensáveis a quaisquer atividades econômicas de certo porte e complexidade (sistema de
transportes e comunicações, redes de águas e esgotos, sistemas energéticos, postos de saúde, rede escolar
etc.).
Estrutura: o próprio aparelho produtivo, os fatores de produção, os agentes produtivos, os mercados
etc.
Superestrutura: o regime político, o sistema de governo, os Poderes, a ordem jurídica, as instituições
com suas regras formais e informais como crenças, valores, convenções e códigos da sociedade etc.
Superestrutura de enlouquecer: segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário
(set/2011), desde a promulgação da sétima Constituição brasileira de 1988 – que tem 345 artigos e já sofreu
67 emendas, enquanto a Constituição americana, com 224 anos (1787), tem 7 artigos e recebeu 27 emendas –
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
foram sancionadas 4,2 milhões de leis e normas federais, estaduais e municipais. A maioria delas só serve
para atrapalhar a vida dos brasileiros e tratá-los como cidadãos-bebês. Exemplos entre muitos outros:
a) Os membros do Congresso Nacional não podem ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.
(CF, art. 53, § 2º) O absurdo levou criminosos para a Câmara e o Senado para escapar da prisão.
b) O Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na esfera federal. (CF, art. 242, § 2º).
c) São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desempregados. (CF, art.
6º).
d) As horas extras pagas aos trabalhadores devem ter acréscimo mínimo de 50%. (CF, art. 7º, XVI).
e) A CLT de 1943 (art. 580) determina que todo brasileiro com carteira assinada deve destinar valor
equivalente a um dia de trabalho por ano ao sindicato de sua categoria, mesmo que não seja
sindicalizado. São dois bilhões de reais por ano que os sindicalistas embolsam dos trabalhadores sem
obrigação legal de prestar contas sobre o destino da dinheirama.
f) Cerca de 18.000 leis, decretos e portarias publicados entre 1988 e 2006 integram o aberrante sistema
tributário brasileiro e o valor anual da riqueza consumido pela burocracia brasileira é estimado em
46 bilhões de reais ou 1,4% do PIB nacional.
g) Diversas leis federais exigem diploma para o exercício de 23 profissões. Nos EUA, exige-se
aprovação específica para apenas quatro (medicina, enfermagem, direito e contabilidade).
h) Resolução n° 11, de 2006, do CONMETRO determina que os aparelhos de uso doméstico,
fabricados no Brasil ou importados têm de ser equipados com um novo tipo de plugue, de dois ou
três pinos e formato diferente de qualquer outro no mundo.
i) Resolução do COBTRAN exige que todos os motoristas habilitados antes de jan/1998, ao renovar a
carteira, façam exame teórico sobre direção defensiva e primeiros socorros, temas que até aquele ano
não eram de ensino obrigatório nas autoescolas.
j) Lei federal n° 11.684, de 2008, torna obrigatórias as disciplinas de filosofia e sociologia nas três
séries do ensino médio em todas as escolas do Brasil. Nada a opor, se os brasileiros não figurassem
nas piores colocações em disciplinas como ciências, matemática e leitura no ranking do Programa
Internacional de Avaliação de Alunos.
k) Portaria n° 344, de 1998, do Ministério da Saúde estabelece que receitas para medicamentos
psicotrópicos e anorexígenos emitidas num Estado da Federação não valem para outro.
l) Parâmetro Curricular Nacional (PCN) de 1997 do Ministério da Educação determina que os
professores não devem corrigir a maneira de falar dos estudantes por ser “preconceito lingüístico”.
Leis econômicas: são leis costumeiras, sociais, hipotéticas e estatísticas, nada a ver com o Processo
Legislativo de que trata a Constituição Federal nos artigos 59 a 69. Alguns exemplos - Lei da escassez: não haveria Economia se todos os bens e serviços fossem abundantes (manteiga ou
canhão? As curvas de possibilidade de produção);
Lei dos mercados: a oferta cria a sua própria procura (SAY);
Lei dos rendimentos decrescentes : Se a tecnologia permanece constante, o uso das unidades adicionais
do insumo variável, combinado com um ou mais insumos fixos, conduz, em última instância, à redução
da produtividade (eficiência) do insumo variável. (Clássicos);
Lei de ferro dos salários: os salários tendem sempre para o nível de subsistência (David Ricardo);
A condição cœteris paribus: se tudo o mais permanecer constante;
Lei da procura: quanto mais alto for o preço, menor será a quantidade demandada, cœteris paribus; ou
quanto menor for o preço, maior será a quantidade procurada, cœteris paribus ;
Lei da oferta: quanto mais alto for o preço, maior será a quantidade oferecida, cœteris paribus; ou
quanto menor for o preço, menor será a quantidade ofertada, cœteris paribus ;
Lei de Gresham: a moeda má (cobre) tende a expulsar a moeda boa (ouro ou prata);
Teoria de Malthus: o crescimento da base demográfica é geométrico (2, 4, 8, 16), enquanto a base
alimentar (meios de subsistência) cresce aritmeticamente (2, 3, 4, 5);
Lei de Wagner: Adolph Wagner (1835-1915), economista alemão, diz que o tamanho do Governo
aumenta à medida que o país se desenvolve (regulação, fiscalização, educação, saúde, ciência, pesquisa
e bem-estar social – as despesas se expandem em ritmo superior ao do PIB);
Economia de escala: propriedade segundo a qual o custo total médio de longo prazo cai com o aumento
da quantidade produzida.
Deseconomia de escala: propriedade segundo a qual o custo total médio de longo prazo aumenta com a
quantidade produzida.
O sofisma da composição: consiste em imputarem-se ao conjunto certos princípios (ou leis) somente
válidos no caso de apenas um indivíduo ou empresa.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Divisão didática do estudo da ciência econômica Microeconomia (teoria dos preços): estuda a formação dos preços nos diversos mercados por meio da ação
conjunta da demanda e da oferta de bens e serviços.
Macroeconomia (equilíbrio da renda nacional): estuda as condições de equilíbrio estável entre a renda e a
despesa nacionais. As políticas econômicas de intervenção procuram estabelecer o equilíbrio.
Desenvolvimento econômico: estuda o processo de acumulação dos recursos escassos e da geração de
tecnologia capazes de aumentar a produção de bens e serviços (crescimento econômico) para melhoria do
bem-estar (vida) da sociedade como um todo.
Economia internacional: estuda as condições de equilíbrio do comércio externo (importações e
exportações de mercadorias e serviços), além dos fluxos de capitais.
Programação econômica: estuda o planejamento das atividades econômicas pelo Governo. Projetos,
planos, programas são elaborados para fazer a economia melhorar de produtividade e aumentar a produção
de bens e serviços.
Características diferenciadoras da Microeconomia e Macroeconomia Características Microeconomia Macroeconomia
1. Abordagem Microscópica Macroscópica
2. Visão Da unidade (o consumidor, a
firma), à árvore
Do conjunto (o sistema econômico como um
todo), a floresta
3. Objeto A divisão, alocação e
distribuição dos agregados
econômicos por setores e
unidades
Os grandes agregados como Tenda,
Consumo, Investimento e Emprego global
4. Sistema de preços Preços relativos Nível geral de preços
5. Grau de abstração Elevado (trabalha-se com
modelos idealizados)
Menor (trabalha-se com médias)
6. Tempo e lugar Atemporal e não localizado Delimitado no tempo e no espaço
7. Enfoque De análise econômica e
economia positiva
De economia política ou normativa
8. Hipótese de trabalho Cœteris paribus (tudo o mais
permanece constante).
Nada permanece constante. Os feedbacks e
interações são fundamentais
Compartimentos (divisões) para estudo de Economia I – Economia descritiva:descrição dos métodos e técnicas da administração dos recursos escassos numa sociedade
humana. Estuda as formas assumidas pelo comportamento humano na ordenação dos meios limitados para satisfazer
carências ilimitadas;
II – Teoria Econômica:
a) Análise microeconômica: estudo das unidades econômicas elementares – consumidor, produtor, firma,
indústria e mercado. Microdecisões, comportamento racional dos indivíduos, tipos de mercados etc.
b) Análise macroeconômica:
– teoria dos agregados: Produto Nacional e Renda Nacional;
– teoria geral do equilíbrio e do crescimento: teorias da moeda, das finanças públicas, das relações
internacionais e do desenvolvimento econômico;
III – Política Econômica:
– Objetivos: desenvolvimento econômico, estabilidade econômica e eficiência repartitiva etc.;
– Instrumentos: política fiscal, monetária, cambial, salarial e outros.
Busca do crescimento econômico ou o caminho para o desenvolvimento econômico: os economistas
acadêmicos pertencem, basicamente, a dois grupos. Para uns basta dar estímulos de curto prazo e incentivar o
consumo para garantir o crescimento. Para outros se devem priorizar os investimentos de longo prazo,
principalmente em educação e inovação tecnológica. Esta é, provavelmente, a maneira mais simples de
diferenciar os políticos da esquerda (mais focados no curto prazo) dos conservadores (mais preocupados com
o longo prazo). No mundo real, as autoridades tomam decisões premidas pelas limitações do jogo político e
pelas restrições de caixa. Na prática, todos os países utilizam uma síntese de políticas de curto e de longo
prazo. Os incentivos ao consumo (redução no custo do crédito, aumentos generosos do salário mínimo,
redução de impostos sobre bens consumo duráveis, ampliação do crédito pelos bancos públicos etc.) podem
contribuir para reerguer a economia em período de fraqueza conjuntural, mormente se contar com forças
externas como a espetacular valorização das matérias-primas minerais e dos produtos agropecuários
exportados e a expansão do crédito externo. Mas sem investimentos (vale dizer: crescimento da
produtividade, inovação tecnológica e educação), o crescimento não se sustenta a longo prazo.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Leitura: Brasil: uma economia normal?
Giuliano Guandalini e Cíntia Borsato
Na década de 70, o Brasil chegou a ser o país que mais crescia no mundo. Na década perdida dos
anos 80, no entanto, a economia brasileira se atolou no descontrole das contas públicas. O país deixou de
pagar a dívida externa por duas vezes. Logo depois, veio a desventura inflacionária. Em março de 1990, o
reajuste de preços chegou ao ápice histórico de 82,4% num único mês. Naquele ambiente, os salários
chegavam ao fim do mês com metade de seu poder de compra. A cada choque como esse, buscava-se o
caminho fácil e ineficiente de experiências populistas e autoritárias – congelamentos, tablitas, empréstimos
compulsórios, gatilhos salariais e confisco de bois no pasto. Foram atalhos ilusórios que supostamente
levariam o país ao desenvolvimento, mas que desembocavam em crises ainda mais severas. O Brasil só
começou a colocar a casa em ordem com o Plano Real, em 1994, quando passou a adotar, aos poucos, a
racionalidade que rege há décadas as nações mais avançadas. Foi uma jornada difícil, pontilhada por
turbulências financeiras e reações de grupos de interesse que se acostumaram a extrair lucro do caos.
Há pouco tempo, essa jornada se mostrou mais do que acertada. O país ganhou seu atestado de
maturidade econômica e financeira. A agência americana de classificação de crédito Standard & Poor’s
elevou a nota brasileira à categoria de investment grade, ou "grau de investimento". Essa avaliação funciona
como um selo de qualidade conferido a países e empresas que têm um histórico de administração confiável e
que honram plenamente os compromissos de suas dívidas. Graças a essa promoção, a economia brasileira
conquista a chave que lhe abrirá as portas do acesso a um volume inédito de recursos, sobretudo uma parte da
montanha de 10 trilhões de dólares dos investimentos de fundos de pensão europeus e americanos que, por
regras internas, não podem investir em países considerados arriscados – ou seja, que não tenham o selo de
grau de investimento. Esse é apenas o efeito mais direto do ingresso do Brasil no clube dos países de primeira
classe como destino de investimentos.
Ingressamos, então, no Primeiro Mundo? Não. O Brasil só deixou para trás as birutices do passado e
tornou-se um país normal, do ponto de vista da condução da economia. Mas está longe de ser uma nação
desenvolvida. Continuamos a ser campeões mundiais em burocracia. A desigualdade social é uma das
maiores do mundo, e a qualidade do ensino fica entre as piores do planeta. A conquista da semana passada,
portanto, deve ser vista apenas como um primeiro passo em direção à normalidade, e não como um fim em si.
Como bem definiu Octavio de Barros, diretor de pesquisas macroeconômicas do Bradesco, a promoção
representa o ingresso do país no início da vida adulta. Diz o economista: "Trata-se da recompensa pelos quase
quinze anos de política econômica responsável. O país não pode, agora, voltar atrás". Voltar atrás, de fato,
seria lamentável. Certos países que já gozaram do status de grau de investimento, como o Uruguai, acabaram
perdendo-o poucos anos depois, porque abandonaram as políticas corretas e descuidaram da boa
administração de suas contas. Para manter o voto de confiança que acaba de receber, o Brasil terá de
perseverar na execução de uma política econômica séria e previsível. Olhando mais adiante, para que os
ganhos financeiros advindos do grau de investimento sejam traduzidos em benefícios para as empresas e para
a sociedade, a economia terá de aproveitar com mais eficiência os recursos disponíveis e ampliar sua
produtividade. Como? Um bom início seria fazer andar as reformas tributária e trabalhista, que estão na pauta
do Congresso há anos, mas nunca vão adiante. "Se as reformas não forem feitas, o risco de um calote do
Brasil pode até não ser alterado, mas haverá o risco de baixo desempenho econômico", afirma Tom Trebat,
ex-diretor do Citigroup para a América Latina e diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade
Columbia, em Nova York.
Feitas as devidas ressalvas, é importante comemorar o grau de investimento brasileiro, meta que o
país vinha perseguindo havia uma década. A notícia, divulgada na véspera do feriado do Dia do Trabalho,
despertou uma onda de otimismo, refletida na valorização acentuada das ações de empresas brasileiras. A
elevação pegou a maioria dos analistas de surpresa. Parecia improvável que o aumento da nota brasileira, que
passou a ser BBB- (veja quadro), viesse em um período de turbulência dos mercados financeiros mundiais. "É
uma conquista muito significativa, porque o grau de investimento foi concedido num momento de incerteza e
instabilidade na economia internacional, e isso mostra o aumento da resistência da economia brasileira a
choques externos", afirmou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Alexandre Schwartsman,
economista-chefe do Banco Real para a América Latina, concorda: "O comportamento do Brasil nessa
turbulência externa foi crucial para a obtenção do título. A Argentina, por exemplo, seguiu o caminho oposto.
O grau de investimento brasileiro acaba sendo uma coroação pela decisão certa, enquanto os argentinos
tiveram seu grau rebaixado".
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Segundo a consultoria americana Watson Wyatt, os fundos de pensão estrangeiros aplicam hoje
cerca de 40 bilhões de dólares no Brasil. Esse montante deverá quintuplicar nos próximos anos. O resultado é
que as empresas do país terão a seu dispor novas fontes de financiamento, e a um custo menor – quanto mais
confiável um país ou empresa, maior a oferta de crédito e menores os juros. "Haverá uma melhora no perfil
do investidor estrangeiro. Em vez de capital especulativo, o país receberá recursos de longo prazo", diz
Walter Machado de Barros, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef).
Essa bonança deverá se traduzir em mais investimentos no setor produtivo, o que amplia o potencial de
crescimento sustentável de longo prazo do país. De acordo com o economista Carlos Langoni, o PIB poderá
avançar até 1,5% mais rápido, sem causar inflação. O governo também terá a possibilidade de se financiar
tomando dinheiro emprestado a juros mais baixos, o que reduzirá o custo de sua dívida.
O crescimento mais acelerado vai estimular a criação de empregos, ao mesmo tempo que tenderá a
cair a taxa de juros para o financiamento da casa própria e de bens de consumo, como automóveis. Há trinta
anos, para pagar suas dívidas, o Brasil era obrigado a produzir recessão e desemprego. Hoje, somos bons
pagadores justamente porque estamos crescendo e produzindo riqueza. Reside aqui a principal vantagem de
sermos, enfim, um país normal.
Europa no liquidificador: as agências de risco (maiores do EUA: Moody’s, Standard & Poor’s e
Fitch, entre elas) rebaixam (julho/2011) as notas de países europeus que perderam o controle de suas dívidas
soberanas.
Mistura de índices: as agências de risco avaliam a capacidade de os países honrarem suas dívidas
com base, principalmente, nestas quatro variáveis:
a) Relação entre dívida externa e as exportações: para pagar suas contas em moeda estrangeira,
um país precisa exportar para conseguir dólares;
b) Relação entre a dívida interna e a arrecadação tributária: o governo paga seus credores
principalmente com os impostos (uma das espécies de tributos) arrecadados, embora também
possa financiar a dívida;
c) Previsão do Produto Interno Bruto (PIB): um país com perspectivas de crescimento terá mais
condições de honrar compromissos no futuro;
d) Reservas internacionais: a quantidade de dinheiro acumulada por um país em moeda externa dá
segurança aos credores.
Exemplos de classificação de risco na Europa:
a) GRÉCIA (risco ALTÍSSIMO): quase certeza de calote;
b) PORTUGUAL e IRLANDA (risco ALTO): grande probabilidades de calote;
c) ESPANHA e ITÁLIA (risco MÉDIO): enfrentam dificuldades para pagar suas contas;
d) ALEMANHA, INGLATERRA e FRANÇA (risco BAIXO): quase certeza de que honrarão seus
compromissos.
Calote impensável: Bem Bernanke, presidente do FED, o banco central americano disse
(julho/2011) que se não for elevado o “teto da dívida” – ou seja, se o Congresso não permitir que o governo
possa gastar mais do que o previsto no orçamento – o calote será inevitável e, como resultado, “haverá uma
imensa calamidade financeira”. A Moody’s ameaçou reduzir a nota dos EUA. Historicamente, em 1917, com
os altos custos da guerra, o Congresso aprovou o Liberty Bond Act, que autoriza o governo a toma
emprestado o que quiser, mas até o limite definido pelo próprio Congresso. É o “teto da dívida”, então
estabelecido em 11,5 bilhões de dólares. Hoje (julho/2011), é de 14.3 trilhões de dólares. Se o Congresso não
autoriza a elevação do teto da dívida até 02 de agosto de 2011, o governo ficará sem dinheiro para pagar suas
contas...
46
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Questões:
1. As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos de como os mercados estão organizados.
Cada estrutura de mercado destaca alguns aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, e se
baseia em algumas hipóteses e no realce de características observadas em mercados existentes. Em dois
mercados A e B observa-se que:
I – Se os produtos são diferenciados em A, a concorrência extra preço é intensa; o que não pode ocorrer
em B.
II – Em B, não há barreiras ao ingresso de novas firmas na indústria; mas as barreiras sempre ocorrem em
A.
III –. Em A, pode haver formação de cartéis para controle de preços e quota de produção; o que não
acontece em B.
IV – Os produtos são homogêneos em B, mas em A, podem ser homogêneos ou diferenciados.
V – O número de empresas em A nunca é grande, mas em B, sim.
Tais estruturas de mercados são respectivamente:
a) Concorrência perfeita e oligopólio
b) Concorrência perfeita e monopólio
c) Oligopólio e concorrência imperfeita.
d) Oligopólio e concorrência perfeita.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
2. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:
1ª coluna 2ª coluna
Bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. A. Oligopólio Agente produtivo presente em qualquer economia do mundo (capitalista,
socialista ou mista), com atuação direta e indireta incontestável.
Bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
interno. B. Benfeitorias voluptuárias
Nome que se dá em Economia ao fenômeno em que poucos fornecedores se
defrontam com muitos compradores do fator, bem ou serviço.
Organização formal ou informal de fornecedores dentro de um setor, que
determina as políticas para todas as empresas do ramo. C. Economia de mercado
Bens que são transformados ou agregados na produção de outros, e que são
utilizados no processo produtivo. D. Pleno emprego
Sistema econômico em que as questões de Economia são resolvidas por um
órgão central de planejamento.
Nome que se dá em Economia ao fenômeno em que muitos fornecedores se
defrontam com poucos compradores do fator, bem ou serviço.
E. Utilidade Caracterizado pela propriedade privada dos fatores de produção, é o sistema
econômico em que as questões fundamentais são resolvidas pela ação das
forças da oferta e de procura.
Leis (estudos) que explicam o comportamento humano e fazem parte do
conjunto de conhecimentos do homo economicus ou do indivíduo cujas ações
derivam exclusivamente de seus interesses econômicos dentro da sociedade.
F. Tradeoff (situação
econômica de escolha
conflitante)
São as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem,
ainda que o tornem mais agradável ou sejam de valor elevado G. Teoria econômica
A propriedade que as coisas e atividades (bens e serviços) têm para satisfazer
necessidades humanas. H. Intermediários
Situação econômica (de acontecimento pouco provável) em que os recursos
(fatores) disponíveis são plenamente utilizados na produção de bens e
serviços, garantindo o equilíbrio econômico das atividades produtivas.
I. Pertenças
O aumento da taxa de juros, feito para controlar a inflação, reduz os
investimentos privados, aumenta o desemprego e derruba a renda e o
crescimento da economia.
J. Estado
47
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
3. “Numa economia privada de livre iniciativa, nenhum agente econômico (indivíduo ou empresa) se
preocupa em desempenhar o papel de gerenciar o bom funcionamento do sistema de preços. Preocupam-
se em resolver isoladamente seus próprios negócios. Procuram apenas sobreviver na concorrência
imposta pelos mercados, tanto na venda e compra de produtos finais como na dos fatores de produção.
Esse jogo econômico é todo baseado nos sinais dados pelos preços formados em diversos mercados como
um sistema de semáforos para controlar o trânsito. Todos correm riscos, porém riscos previstos.”
(PINHO, D.B et al. Manual de Economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2005). Todavia,
I – O mecanismo de preços é um vasto sistema de tentativas e erros, de aproximações sucessivas, para
alcançar o equilíbrio entre oferta e procura.
II – A ação conjunta dos indivíduos e empresas não permite que centenas de milhares de mercadorias
sejam produzidas como um fluxo constante, mais ou menos voluntariamente, sem uma direção central.
III – Pode-se notar que os problemas básicos da economia – o que, quanto, como e para quem – não
podem nem devem ser resolvidos pela concorrência dos mercados e pelo mecanismo dos preços, pois o
consumidor tentará maximizar seu bem-estar e o produtor, o lucro.
IV – O mecanismo de preços, a livre concorrência e a liberdade que se instala com o direito de escolher
são básicos no capitalismo, mas a prática demonstra que o sistema econômico precisa ter instrumentos
balizadores e acompanhamento estatal.
a) Somente II e III são verdadeiras.
b) I e III são verdadeiras, mas IV é falsa.
c) I e III são verdadeiras, mas II e IV são falsas.
d) I, III e IV são verdadeiras, mas II é falsa.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
Referências bibliográficas: VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia.
Cap.7. Estruturas de Mercado. São Paulo: Saraiva, 2001. PINHO, D. Benevides e Equipe de USP. Manual de
economia. 5. ed. Cap. 8. Estruturas de Mercado. São. Paulo: Saraiva, 2005.
48
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
6 – Análise Microeconômica
Introdução: a economia consiste em milhões de pessoas envolvidas em muitas atividades –
comprar, vender, trabalhar, contratar, fabricar etc. Para se entender como a economia
funciona é preciso encontrar alguma maneira de simplificar o pensamento sobre todas essas
atividades. É necessário um modelo que explique, em termos gerais, como a economia está
organizada e como seus participantes interagem uns com os outros.
Diagrama do fluxo circular: é uma representação esquemática da organização da
economia. As decisões são tomadas por famílias e empresas. As famílias e as empresas
interagem nos mercados de bens e serviços (em que as famílias são compradoras e as
empresas , vendedoras) e nos mercados de fatores (em que as empresas são compradoras e
as famílias, vendedoras). O conjunto externo de setas representa o fluxo de dinheiro ($) e o
conjunto interno representa o fluxo de insumos (fatores) e produtos:
Análise Microeconômica, Microeconomia ou Teoria dos preços: estuda o
comportamento de consumidores e produtores em mercados específicos, preocupando-se
como são determinados os preços e as quantidades dos bens e serviços nesses mercados.
Oferta e demanda: são as duas palavras mais usadas em economia; são as forças que
fazem as economias de mercado funcionar. São elas que determinam a quantidade
produzida de cada bem ou serviço e o preço pelo qual um ou outro é vendido. Os termos
oferta e demanda (ou procura) referem-se ao comportamento das pessoas (vendedores e
compradores) enquanto interagem uma com as outras nos mercados. Um mercado é um
grupo de compradores e vendedores de um determinado bem ou serviço em competição.
49
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Análise marginal: a maneira de analisar variações através de mudanças na alocação do
recurso escasso, considerando o que acontece à margem, ao invés de analisar o resultado
total. Para boa compreensão deste método, tome-se um exemplo bem simples e diferente:
Situação-problema: Além de dormir, comer, trabalhar, namorar, etc. você tem 6 horas para ganhar uma
renda extra em um “bico”. Suponha que seu pai, desejando encorajá-lo(a) a estudar mais, lhe faça a seguinte
proposta: Neste período escolar, ele lhe pagará $ 4,00, por dia, por ponto na sua média de notas (PMN). A
proposta do seu pai é uma tentativa de fazê-lo(a) passar mais tempo estudando do que em outras atividades.
Admitamos que a sua média de notas (MN) varie segundo os dados da tabela abaixo e que um “bico” lhe dará
$ 2,00 por cada hora de trabalho. Como você maximizaria sua renda diária?
Tabela: Alocação de tempo (recurso escasso) e renda com estudo
Horas gastas em Pontos Renda diária
Renda Trabalho Estudo por Média Renda do Emprego Renda do Estudo Renda
$2 p/h PMN/h de Notas Total Marginal Total Marginal Total
Máxima [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8] = [4] +[6]
0 6 4,00 0 16,00 16,00
2,00 1,00 2,00
1 5 3,75 2,00 15,00 17,00
2,00 1,68 2,00
2 4 3,33 4,00 13,32 17,32
2,00 2,32 2,32
3 3 2,75 6,00 11,00 17,00
2,00 3,00 3,00
4 2 2,00 8,00 8,00 16,00
2,00 3,68 3,68
5 1 1,08 10,00 4,32 14,32
2,00 4,32 4,32
6 0 0 12,00
0
12,00
12,00 16,00 17,32
PMN = Pontos aumentados na média de notas por cada hora extra de estudo - valores dados
No exemplo, uma transferência da combinação 3-3 de estudo e trabalho para uma
combinação 4-2 iria proporcionar um aumento (Δ) na renda total ganha (2,32 > 2,00).
Lembre-se: o objetivo é maximizar renda (satisfação), fazendo a alocação ótima do recurso
disponível (tempo). Fazer outras comparações entre combinações sucessivas.
Custo de oportunidade, custo alternativo ou custo implícito: é a opção que se deve
abandonar para obter outra coisa. É o grau de sacrifício que se faz ao optar pela produção
de um bem, em termos da produção alternativa sacrificada. Algumas alternativas que
confrontam a sociedade: mais escolas ou mais hospitais, mais manteiga ou mais canhões,
bibliotecas públicas ou um sistema rodoviário moderno, mais música “pop” ou mais música
clássica, (1) ou (2) na Tabela etc.
Benefício marginal: aquilo que se obtém, com a mudança na alocação, isto é, $ 2,32 neste
caso.
Custo marginal: aquilo que se deve largar para ter o benefício marginal, ou seja, $ 2,00
por trabalhar no “bico” uma hora a menos.
50
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Curva de possibilidade de renda: elaborar fazendo y = (6) renda do estudo, e x = (4)
renda do “bico”.
Outras curvas: do custo marginal e custo total do estudo (= curva da renda marginal e
renda total do “bico”). Curvas da renda marginal e renda total do estudo. Área sob a curva:
integral. Sugestão: fazer os gráficos. Questões:
As perguntas 1 e 2 são baseadas na seguinte situação-problema:
“A questão que enfrenta o nosso governo é a de ou construir um novo sistema de rodovias ou estabelecer
bibliotecas públicas em todo o país, nos próximos três anos. Não se dispõe de recursos para executar ambos
os projetos. Deverá ser feito um ou outro.”
1. O problema econômico fundamental que enfrenta a nação é um problema de _______
a) Escolha de consumidores
b) Tomada de decisão governamental
c) Escassez de recursos
d) Falta de mão-de-obra
e) Nenhuma das respostas anteriores
1) O custo de oportunidade do novo sistema rodoviário mencionado no parágrafo é ___
a) Maior do que a economia pode suportar
b) O das bibliotecas públicas
c) O dinheiro necessário para pagá-lo
d) Os recursos necessários para fazê-los
e) Nenhuma das respostas anteriores
2) Aqueles que argumentam que a nossa economia deveria estar produzindo toneladas de manteiga e
menos canhões estão argumentando que _____
a) o beneficio de 1 tonelada de manteiga é maior que o benefício de 1 canhão
b) o benefício marginal da manteiga é maior do que o benefício marginal dos canhões
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4 5 6
Re
nd
a
Horas
51
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
c) o benefício obtido pelo uso de uma unidade adicional de recursos na produção de manteiga é maior do
que o benefício de sua utilização na produção de canhões
d) o custo marginal da manteiga é menor do que o custo marginal dos canhões
e) Nenhuma das respostas anteriores
3) Os bens econômicos são chamados de bens escassos porque eles _____
a) não estão disponíveis em quantidades suficientes para satisfazer todas as necessidades que temos
b) não são produzidos em quantidade suficientes para satisfazer a demanda efetiva para eles
c) não podem ser aumentados em quantidades significativas
d) são de importância primordial na satisfação das necessidades de uma sociedade
e) Nenhuma das respostas anteriores
4) No diagrama, Você ainda tem 6 horas (recursos escassos) para trabalhar e ganhar mais rendimentos. Qual das afirmativas que seguem não é verdadeira?
a. Quanto mais tempo você passar cortando lenha, tanto menos rendimento você ganhará por hora de
cortar lenha.
b. A taxa de salário que você ganha por hora, cuidando de crianças, é 0e.
c. Para maximizar a renda diária, você teria tanto de cortar lenha como de cuidar de crianças.
d. Quanto mais tempo você passar cuidando de crianças, tanto mais rendimento você ganhará por hora
de cuidar de crianças.
e. Nenhuma das respostas anteriores.
5) Os economistas chamam de análise _____________ a maneira de analisar variações através de
mudanças de alocação de recursos ____________. Quando você usa a ____________ marginal, você
considera o que acontece à margem, em vez de analisar o total. Generalizando, é possível
estabelecer alguns princípios econômicos importantes:
Primeiramente, é necessário fazer escolhas, quando os recursos (exemplo, o tempo) forem ___-
_________. Em segundo lugar, quando se tem que fazer uma escolha, está envolvido um ___-
__________ de oportunidade. Quando se escolhe uma maçã em vez de uma laranja, a laranja é o
____________ de oportunidade da maçã. Em terceiro lugar, como quer que seus recursos sejam
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4 5 6
Re
nd
a
Horas0
b
d
c
g f e
1 2 3 4 5
4
6
X = Cuidar de crianças
Y = Cortar lenha 1
52
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
alocados de início, quando você considera uma mudança na alocação original, existe tanto um
benefício ____________ quanto um _____________ marginal. Finalmente, vale a pena fazer uma
modificação na alocação dos recursos escassos quanto o _________ marginal for menor do que o
_____________ marginal. Estes fatos da vida permanecem verdadeiros, quer se considere o
problema simples de alocar o seu tempo ou o problema complexo de alocar os muitos recursos
____________ de uma economia.
6) A guerra do Iraque fornece um exemplo disso. Para fazer a guerra foi necessário utilizar quantidades
substanciais dos _______________ _________________ dos EUA. Infelizmente, o maior custo
ocorrido foi a perda substancial de vidas humanas – uma perda que não pode ser medida somente em
termos econômicos. Acima e além desta trágica perda de vidas, houve, também, um enorme custo de
oportunidade adicional. Se a guerra tivesse sido evitada, os recursos utilizados para fazê-la
(poderiam / não poderiam ) ter sido usados para produzir bens e serviços não bélicos, que as famílias
e empresas americanas poderiam utilizar com proveito. Se não tivesse havido a guerra, a terra, o
trabalho, o capital, a tecnologia e a capacidade empresarial utilizados para produzir aviões, tanques e
armas mortíferas (poderiam / não poderiam) ter sido usados para produzir novas escolas, melhores
serviços de saúde, mais bem estar para o povo americano. Esta é a clássica escolha entre “canhões e
manteiga” de que fala Paul Samuelson. Ao decidir fazer a guerra, o governo escolheu a realocação
de recursos para produzir ____________ canhões e _____________ manteiga. O ganho (ilusão!)
político e estratégico resultante de mais “canhões” é o ______________ marginal dessa alocação,
enquanto que os padrões de vida mais baixos e a crise interna resultantes de menos “manteiga” são o
____________ marginal da oportunidade. Aqueles que apoiaram a política governamental no Iraque
obviamente pensaram que o _____________ marginal seria maior do que o _____________
marginal da guerra.
Referências bibliográficas: ATTIYEH, R. e outros. Introdução Programada à Microeconomia. São Paulo:
Atlas,1973.
53
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
7 – Teoria elementar da demanda
Demanda ou procura: curva, ou tabela, que mostra a quantidade demandada (procurada)
de um bem ou serviço a diferentes preços possíveis.
Função demanda: 𝐷𝑥 → 𝑄𝑑𝑥= 𝑓 𝑃𝑥, 𝑃1, 𝑃2, … 𝑃𝑛 , 𝑅, 𝐺 ), onde
𝑄𝑑𝑥 = quantidade demandada do bem x (variável dependente)
Px = preço do bem x (variável independente, mas no eixo de y)
Pi = preço dos outros bens, i = 1,2, 3, ... n (parâmetro)
R = renda ou salário do consumidor (parâmetro)
G = gosto (preferência) do indivíduo (parâmetro)
C = condições de crédito (parâmetro) etc.
Ou Dx = f(Px), cœteris paribus (se os parâmetros não se alterarem): simplesmente, se todos os fatores
determinantes da demanda (parâmetros) permanecem com o mesmo valor, as variações nas quantidades
demandadas do bem analisado só podem ser atribuídas a variações no preço do próprio bem.
Cœteris paribus: expressão latina que significa “tudo o mais constante”. Na Micro-
economia analisa-se um dado mercado (de um único bem ou serviço), isolado dos demais,
admitindo-se que outras variáveis ou parâmetros não mudam. É a análise da equilíbrio
parcial.
Lei geral da demanda: a quantidade demandada de um bem ou serviço varia normalmente
na relação inversa do preço do próprio bem ou serviço, cœteris paribus. Comumente,
quando Px aumenta, 𝑄𝑑𝑥 diminui, e quando Px decresce, 𝑄𝑑𝑥
aumenta.
Tabela: Procura de carne das famílias A, B e de mercado (A+B)
Preço por kg Família A Família B Mercado (Famílias A e B)
5,00 0 0 0
4,00 2 0 2
3,00 4 0 4
2,50 5 5 10
2,00 6 7,5 13,5
1,00 8 10 18
0 10 15 25
Curvas da procura de carne das famílias: fazê-las com o preço no eixo de y e a
quantidade demandada no eixo de x. Mostrar a tendência declinante em todas elas.
Curva de procura de mercado: soma das procuras individuais. Exemplo:
Escala de Demanda dos consumidores A e B e demanda de mercado
Preço do sorvete
$
Quantidade
demandada por A
Quantidade
demandada por B
Quantidade demandada
por (A + B)
0,00 12 7 19
0,50 10 6 16
1,00 8 5 13
1,50 6 4 10
2,00 4 3 7
2,50 2 2 4
3,00 0 1 1
Causas de deslocamentos da curva de procura: qualquer mudança que aumente a quantidade que os
compradores desejam comprar a um dado preço desloca a curva de demanda para a direita e para cima;
qualquer mudança que reduza a quantidade que os compradores desejam comprar a um dado preço desloca a
curva de demanda para a esquerda e para baixo. Ex: os preços dos bens substitutos ou similares, variações na
renda do consumidor, oscilações de preferências, condições de tempo, entre muitas outras.
54
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Razões para a conformação básica da curva de procura (decrescente da esquerda para a direita, quando
preços no eixo de y e quantidades demandadas no eixo de x):
a) Os preços são obstáculos de transposição tanto mais difícil quanto mais altos estiverem os preços;
b) A possibilidade de substituição de produtos com preços mais baixos ou em queda, que só não é
possível no caso extremo de monopólio puro;
c) A utilidade atribuível ao produto: quanto mais unidades estiverem disponíveis, menor é o grau de
utilidade da última unidade em relação à anteriormente adquirida.
Fundamentos teóricos do comportamento do consumidor: princípio da utilidade marginal decrescente – a
utilidade (satisfação) total eleva-se à medida que as quantidades consumidas aumentam, mas a um ritmo cada
vez menor, isto é, a utilidade marginal é, por definição, decrescente.
Conceito de utilidade total: é o grau de satisfação do consumidor por todas as unidades a seu dispor..
Conceito de utilidade marginal: acréscimo do grau de satisfação (ou de utilidade) do consumidor ao adquirir
uma quantidade adicional de um bem ou serviço. Veja-se a tabela a seguir:
Tabela: Graus de satisfação do consumidor
Quantidades consumidas (ou
disponíveis) de um produto
Utilidade ou satisfação
total do consumidor
Utilidade ou satisfação
Marginal do consumidor
0 0
6
1 6
5
2 11
4
3 15
3
4 18
2
5 20
1
6 21
0
7 21
Curvas de utilidade total (eixo de x, quantidades:0,1,2,3,4,5,6,7; eixo de y, utilidade total: 0,3,6,9,12,18,21)
e utilidade marginal (eixo de x, quantidades: 0,1,2,3,4,5,6,7; eixo de y, utilidade marginal: 0,,1,2,3,4,5,6,7).
Síntese neoclássica de A. Marshall:
1) A utilidade é um conceito passível de percepção e de mensuração;
2) A utilidade total de um produto qualquer é aditiva, até determinado ponto de saturação;
3) Para um conjunto de diferentes produtos, a utilidade total também é aditiva;
4) A utilidade é passível de comparações racionais;
5) O consumidor age racionalmente: ele busca maximizar sua satisfação;
6) Os acréscimos nas unidades disponíveis de um produto qualquer têm graus decrescentes de
utilidade;
7) A expressão utilidade marginal é empregada para indicar a utilidade adicionada pela última
unidade disponível de um produto a cada nível de disponibilidade;
8) A satisfação que um consumidor pode obter de um conjunto de produtos é maximizada quando a
utilidade total, resultante da soma das utilidades de cada produto consumido, é a mais alta possível,
para dado nível de renda.
9) Os preços dos produtos e a renda disponível são, assim, as duas limitações à maximização da
função utilidade total.
55
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Ilustração do princípio da utilidade marginal decrescente: Matriz teórica de C. Menger:
Quantidades Utilidade marginal de dez diferentes produtos
A B C D E F G H I J
1 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
2 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
3 8 7 6 5 4 3 2 1 0
4 7 6 5 4 3 2 1 0
5 6 5 4 3 2 1 0
6 5 4 3 2 1 0
7 4 3 2 1 0
8 3 2 1 0
9 2 1 0
10 1 0
11 0
Consideração dos preços: a matriz de rendimentos decrescentes de Menger desconsiderou originalmente as
limitações relacionadas à renda do consumidor e aos preços. A seguir escalas de utilidade total e marginal de
dois produtos independentes com seus preços – fundamentos da racionalidade de escolha do consumidor:
Produto A (Preço = $ 2,00) Produto B (Preço = $ 1,50)
Quantidades Ut. total Ut. marginal Umg/Preço Quantidades Ut. total Ut. marginal Umg/Preço
0 0 0 0
40 40
2= 20
27 27
1,5= 18
1 40 1 27
24 24
2= 12
24 24
1,5= 16
2 64 2 51
10 10
2= 5
18 18
1,5= 12
3 74 3 69
6 6
2= 3
15 15
1,5= 10
4 80 4 84
2 2
2= 1
9 9
1,5= 6
5 82 5 93
0 0
2= 0
0 0
1,5= 00
6 82 6 93
Destinação racional da renda do consumidor, consideradas as escalas de UMg/Preço de A e B, dois
produtos independentes:
A seqüência da destinação da renda A racionalidade justificada
1ª aquisição: produto A
2ª aquisição: produto B
3ª aquisição: produto B
4ª aquisição:produto A ou B
Umg/P da 1ª unidade de A > Umg/P da 1ª unidade de B
Umg/P da 1ª unidade de B > Umg/P da 2ª unidade de A
Umg/P da 2ª unidade de B > Umg/P da 2ª unidade de A
Umg/P da 2ª unidade de A = Umg/P da 3ª unidade de B
Regra da maximização da utilidade total
B
B
A
A
eço
UMg
eço
UMg
PrPr
Generalização do comportamento racional do consumidor
n
n
k
k
P
UMg
P
UMg
P
UMg
P
UMg
P
UMg ......
3
3
2
2
1
1
56
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Elasticidades da demanda
Elasticidade em Economia: alteração percentual em uma variável (geralmente a
quantidade), dada uma variação percentual em outra (o preço ou a renda), cœteris paribus.
Elasticidade-preço da demanda: define-se como
preçonopercentualVariação
demandadaquantidadenapercentualVariaçãoE
dp...
....
PfQ
P
dP
dQ
Q
P
P
Q
Q
P
P
P
Q
Q
PP
QQE Lim
dP
pd'
/
/
0
, no ponto
considerado da curva.
Variações (lembre-se que o sinal (–) é estratégico para dpE ficar sempre positiva):
1dpE , elástica
1dpE , elasticidade unitária
10 dpE , inelástica
Tabela: Escala de consumo de câmeras (em $). dpE calculada pela fórmula
Preços
P P
P
Quantidades
Q Q
Q
P
Q
Q
P
PP
QQE
dp
/
/
Receita
P
($)
Q
(Unidades)
R=P x Q
($)
30 34 0,06 1 1.020
– 6 – 0,2 2 0,06 0,2 (inelástica)
24 36 0,11 1 864
–4 – 0,17 4 0,11 0,17 (inelástica)
20 40 0,15 = 1 800
– 3 - 0,15 6 0,15 0,15 (unitária)
17 46 0,22 1 782
–2 – 0,12 10 0,22 0,12 (elástica)
15 56 0,54 1 840
– 1 –0,07 30 0.54 0,07 (elástica)
14 86 1.204
Tabela: Elasticidade-preço da demanda pelo método do preço médio: *
Preço
($)
Quantidades Receita
Total p Variação
percentual de preço
q
Variação
percentual de
quantidade
Elasticidade
p
qE
dp
Descrição
7 0 0
–0,15 2,00 13,33 Elástica
6 2 12
–0,18 0,67 3,72 Elástica
5 4 20
–0,22 0,40 1,82 Elástica
4 6 24
–0,29 0,29 1,00 E . unitária
3 8 24
–0,40 0,22 0,55 Inelástica
2 10 20
–0,67 0,18 0,27 Inelástica
1 12 12
–2,00 0,15 0,08 Inelástica
0 14 0
* Fórmula para calcular 2
/ 10
01
ppppp
e
2/ 10
01
qqqqq
57
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Observação muito importante: as elasticidades mudam a Receita Total quando o preço muda, mesmo numa
curva linear (decrescente). Vejam-se as regras a seguir
Regras da elasticidade-preço da demanda: 1) quando a demanda é inelástica ( 10 dpE ), o preço e a
receita total se movem na mesma direção; 2) quando a elasticidade-preço da demanda é elástica ( 1dpE ), o
preço e a receita total se movem em direções opostas; 3) a elasticidade unitária acontece em um único ponto
da curva.
Elasticidade-preço cruzada da demanda: variação percentual na quantidade demandada, dada a variação
percentual no preço de outro bem, cœteris paribus.
Variações: quando é positiva, os bens são substitutos (manteiga e margarina); quando é negativa, os bens são
complementares (computador e impressora).
Elasticidade-renda da demanda: define-se como
consumidordorendanapercentualVariação
demandadaquantidadenapercentualVariaçãoE
dY.....
....
Q
Y
Y
Q
YY
QQE
dY
/
/, no ponto considerado da curva
Variações:
1dYE , elástica
1dYE , elasticidade unitária
10 dYE , inelástica
Bens inferiores e superiores: são exceções à lei geral da procura.
Bens inferiores (feijão, para a classe pobre): têm elasticidade-renda negativa. Quando a renda aumenta, é
possível que a quantidade demandada diminua, cœteris paribus.
Paradoxo de Giffen: suponha que a pessoa consuma grande quantidade de um bem (batata na Inglaterra no
séc. XIX) e que ocorra boa queda no preço desse produto, cœteris paribus. Com a folga em seu poder
aquisitivo, a pessoa compra menor quantidade do dito bem, e demanda outros em seu lugar, variando o
cardápio. A curva não seria descendente da esquerda para a direita, provavelmente. Pense!
Bens de prestígio, status (casaco de pele, relógio Rolex): um aumento no preço do bem eleva a preferência
por ele e aumenta a sua quantidade demandada. A curva não seria descendente da esquerda para a direita,
provavelmente. Pense!
Efeito substituição: se um bem possui substituto, quando o preço do bem aumenta, cœteris paribus, o
consumidor tende a consumir o substituto, reduzindo sua demanda daquele bem. Ex: se o preço de fósforo
subir muito, o consumidor compra isqueiro, acendedor.
Efeito renda: quando o preço de um bem aumenta, cœteris paribus, o consumidor perde poder aquisitivo, e a
demanda por esse produto diminui. Embora seu salário “nominal” não tenha sofrido nenhuma alteração, o
salário “real”, em termos de poder de compra, foi corroído.
Problemas: Calcular e interpretar o valor da elasticidade-preço da procura 102 pq aos níveis de
preço 00,41 p , 00,32 p , 5,23 p e 00,14 p .
A função 202,0205 yyy mede a procura de um bem em função da renda y, cœteris paribus.
Calcular e interpretar o valor da elasticidade ao nível de renda .100y
Supondo que a demanda q e o preço p para um certo produto estejam relacionados pela equação linear
pq 2240 (para 1200 p ),
58
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
a. Expressar a elasticidade-preço da demanda em função de p. R. p
pq
q
pE
dp
120
' .
b. Calcular a elasticidade-preço da demanda quando o preço é de 100p . R. 5. Interpretar a
resposta.
c. Calcular a elasticidade-preço da demanda quando o preço for 50p . R. – 0,71. Interpretar a
resposta.
d. A que preço a elasticidade-preço da demando será igual a 1. R.
601202120120
1
ppppp
p. Interpretar a resposta.
Teoria elementar da oferta
Oferta (Supply): curva, ou tabela, que mostra a influência do preço de um bem ou serviço,
sobre a quantidade oferecida, cœteris paribus
Função oferta: 𝑂𝑥 = 𝑆𝑥 → 𝑄𝑂𝑥= 𝑃𝑥 𝑃1, 𝑃2, . . . 𝑃𝑛, 1, 2, . . . 𝑛, 𝑅 𝑒𝑡𝑐. , onde:
𝑄𝑂𝑥= quantidade ofertada do bem x (variável dependente);
Px = preço do bem x (variável independente, mas no eixo de y);
Pi = preço dos outros bens, i = 1, 2, 3, ..; n (parâmetro);
i = custo dos fatores de produção, i = 1, 2, ..., n (parâmetro);
T == tecnologia de produção disponível (parâmetro)
E = expectativas (parâmetro)
C = condições climáticas: safras, secas, enchentes etc. (parâmetro).
Mas, dada a condição cœteris paribus, Sx = f(Px): simplesmente, se todos os fatores determinantes da oferta
(parâmetros) permanecem com o mesmo valor, as variações nas quantidades ofertadas do bem analisado só
podem ser atribuídas a variações no preço do próprio bem.
Tabela: Escala de oferta diária de tomates de A, B e C e de Mercado
Preço por kg Produção de A Produção de B Produção de C Mercado
0,30 70 0 0 70
0,35 95 0 25 120
0,40 100 50 50 200
0,60 110 80 50 240
1,00 110 90 50 250
Causas de deslocamentos da curva de oferta: custo dos fatores de produção (aluguel, salário, juro, lucro
etc.); depreciação; tributos; preços dos concorrentes, tecnologia, propaganda etc.
Curva de oferta de mercado: soma das ofertas individuais (Produção de A+B+C).
Elasticidade-preço da oferta: define-se como
preçonopercentualVariação
ofertadaquantidadenapercentualVariaçãoE
sp...
....
Q
P
P
Q
PP
QQEPs
/
/, no ponto considerado da curva
Variações:
1PsE , elástica
1PsE , elasticidade unitária
10 sPE , inelástica
59
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Casos particulares:
1) elasticidade zero (inelasticidade absoluta): a curva de oferta será vertical;
2) elasticidade infinita: a curva de oferta será horizontal.
Equilíbrio de mercado
Equilíbrio: situação econômica em que o preço unitário atingiu o nível em que a
quantidade ofertada é igual à quantidade demandada.
Análise simultânea das curvas de demanda e de oferta:
Tabela de Procura e Oferta do bem X
p = preço unitário d = quantidade demandada s = quantidade ofertada
0 20 0
1 18 0
2 16 4
3 14 8
4 12 12
5 10 16
6 8 20
7 6 24
8 4 28
9 2 32
10 0 36
11 0 40
Tendências:
1) Excesso de oferta (preços entre $5 e $11) – pressões para os preços caírem.
2) Excesso de demanda (preços entre 0 e $ 3) – pressões para os preços subirem.
3) Situação de equilíbrio: preço igual a $ 4 – quantidade demandada igual a 120 – sem tendência a
variações.
Correção artificial do desequilíbrio entre oferta e procura: algumas medidas
a) Fixação de preços mínimos:
– programa de compra dos excedentes pelo Governo (caso dos produtos agrícolas);
– programa de subsídios (caso do álcool);
– salário mínimo legal.
b) Controle de preços: tabelamento (preço teto);
– exemplos: o Plano Cruzado e outros mais.
c) Racionamento: limitações de quantidades (exemplo russo).
– Conseqüências: filas, vendas por baixo do pano, mercado negro,
desabastecimento, etc.
Questões:
1. “No sistema capitalista de livre empresa, os problemas básicos da economia são decididos pelas empresas
ou firmas em função das preferências dos consumidores, através de mercados competitivos”
(__) O mecanismo que reflete essas preferências é o sistema de preços;
(__) A lei da procura diz: quanto mais alto o preço maior a quantidade procurada;
(__) A lei da oferta diz: quanto mais alto o preço maior a quantidade procurada;
(__) A lei da procura diz: quanto mais baixo o preço menor a quantidade ofertada;
(__) A lei da oferta diz: quanto menor o preço menor a quantidade ofertada.
2. O mercado:
a. Estende-se através de uma nação.
b. Estende-se através de uma cidade ou região.
c. Necessariamente se refere a um encontro por qualquer meio entre compradores e vendedores.
d. Não se refere necessariamente a nenhum local específico.
e. Nenhuma das respostas anteriores.
60
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
3. Na concorrência imperfeita há:
a. Poucas empresas vendendo um produto diferenciado.
b. Muitas empresas vendendo um produto homogêneo.
c. Poucas empresas vendendo um produto homogêneo.
d. Muitas (mas nem tantas) empresas vendendo um produto diferenciado.
e. Nenhuma das respostas anteriores.
4. A elasticidade-preço da procura – dada por PQ
QPE
DP
, onde P = preço e Q = quantidade procurada
– é uma medida de quanto a quantidade demandada de um bem reage a uma mudança no preço do bem
em questão. Quando 10 DPE , a curva é inelástica; quando 1
DPE , a curva tem elasticidade
unitária; e quando 11 DPE , a curva é elástica.
I – Quanto mais substitutos houver para um bem, mais elástica será sua demanda.
II – Quanto mais essencial for o bem, mais tendência à inelasticidade terá sua curva de demanda.
III – Quanto mais inelástica for a procura de um bem, maior será a proporção do imposto repassada ao
consumidor pelo produtor.
IV – Numa faixa de inelasticidade, o produtor está sempre querendo aumentar o preço do bem para
faturar mais.
a) Não há declaração errada.
b) Há apenas duas declarações erradas.
c) Há três declarações erradas.
d) Há quatro declarações erradas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
5. I – Dada uma curva de demanda de um bem, caso haja um aumento da renda dos consumidores desse
bem, a curva deslocar-se-á para cima e para a direita.
II – Dada uma curva de oferta de um bem, caso haja um aumento do preço do bem, cœteris paribus, a
curva deslocar-se-á para cima e para a esquerda.
III – Dada uma curva de oferta de um bem, caso haja uma diminuição dos custos de matérias-primas, a
curva poderá deslocar-se para baixo e para a direita.
IV – Dada uma posição de equilíbrio de mercado, caso haja uma redução na produção do bem, a curva de
oferta deslocar-se-á para cima e para a esquerda e o novo ponto de equilíbrio terá preço mais alto e
quantidade menor do que o anterior.
V – Dada uma posição de equilíbrio de mercado, caso haja uma redução no gosto dos consumidores, a
curva de oferta deslocar-se-á para baixo e para a direita e o novo ponto de equilíbrio terá preço mais
baixo e quantidade maior do que o anterior.
a. Há somente duas declarações certas.
b. Há somente uma declaração certa.
c. Há somente três declarações erradas.
d. Há quatro declarações certas.
e. Nenhuma das respostas anteriores está certa.
6. A elasticidade-preço da demanda determina se a curva de demanda é inclinada ou não. Vejam-se os
gráficos a seguir e, depois, responda:
61
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
a) A PQ
QPE
DP
= ________, portanto uma demanda perfeitamente elástica.
b) A PQ
QPE
DP
= ________, portanto uma demanda elástica.
c) A PQ
QPE
DP
= ________, portanto uma demanda inelástica.
d) A PQ
QPE
DP
= ________, portanto uma demanda elástica.
e) A PQ
QPE
DP
= ________, portanto uma demanda perfeitamente inelástica.
7. Observe o seguinte gráfico, em que um imposto de $ 0,50 passa a ser cobrado dos compradores:
62
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
I – A curva de demanda desloca-se para baixo em $ 0,50, de D1 para D2.
II – A quantidade de equilíbrio cai de 100 para 90 sorvetes.
III – O preço que os vendedores recebem cai de $ 3,00 para $ 2,80.
IV – O preço pago pelos compradores (incluído o imposto) aumenta de $ 3,00 para $ 3,30.
V – Compradores e vendedores dividem o ônus do imposto.
a) Há somente duas afirmações erradas.
b) Há somente três afirmações erradas.
c) Há quatro afirmações erradas.
d) Há apenas uma afirmação errada.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
8. “Numa economia privada de livre iniciativa, nenhum agente econômico (indivíduo ou empresa) se
preocupa em desempenhar o papel de gerenciar o bom funcionamento do sistema de preços. Preocupam-
se em resolver isoladamente seus próprios negócios. Procuram apenas sobreviver na concorrência
imposta pelos mercados, tanto na venda e compra de produtos finais como na dos fatores de produção.
Esse jogo econômico é todo baseado nos sinais dados pelos preços formados em diversos mercados como
um sistema de semáforos para controlar o trânsito. Todos correm riscos, porém riscos previstos.”
(PINHO, D.B et al. Manual de Economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2005).
Responda V se considerar verdadeira, ou F se considerar falsa, cada uma das seguintes assertivas:
O mecanismo de preços é um vasto sistema de tentativas e erros, de aproximações sucessivas, para
alcançar o equilíbrio entre oferta e procura.
A ação conjunta dos indivíduos e empresas não permite que centenas de milhares de mercadorias
sejam produzidas como um fluxo constante, mais ou menos voluntariamente, sem uma direção central.
Pode-se notar que os problemas básicos da economia – o que, quanto, como e para quem – não
podem nem devem ser resolvidos pela concorrência dos mercados e pelo mecanismo dos preços, pois o
consumidor tentará maximizar seu bem-estar e o produtor, o lucro.
O mecanismo de preços, a livre concorrência e a liberdade que se instala com o direito de escolher
são básicos no capitalismo, mas a prática demonstra que o sistema econômico precisa ter instrumentos
balizadores e acompanhamento estatal.
Referências bibliográficas: MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São
Paulo: Thomson Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de
Economia. São Paulo: Saraiva, 2001.
63
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
8 – Teoria da Firma
Produção: criação de bens e de serviços para suprir as necessidades humanas; o que é produzido
pela natureza, pelo homem ou pela máquina; mesmo que produto.
Função de produção: relação técnica entre a quantidade física de fatores de produção e a
quantidade física do produto em determinada período de tempo: q = f(x1, x2, ... xn), onde xi =
fatores.
Desde 1934, a Economia emprega a função de produção de Cobb-Douglas kkCbLP 1
, onde P =
volume de produção, L = trabalho (Labor), C = capital e b e k são constantes peculiares a cada caso
(ou economia). Trata-se de uma função homogênea do primeiro grau (duplicando-se o trabalho e o
capital, duplica-se a produção).
Tipos de fatores (q = f(xf, xv): 1. fixos: os que se mantêm constantes, independentemente das variações das quantidades produzidas
(aluguéis, seguros, despesas da administração em geral, honorários de diretores, salários de contador,
zelador, vigias etc.);
2. variáveis: os que variam diretamente com as quantidades produzidas.
Produção Total (PT): quantidade, número de unidades de bem ou serviço fabricadas.
Receita Total (RT): é a expressão monetária da produção total: PT = RT = preço × quantidades do
produto ou, simplesmente RT = p×q.
Produtividade Média (PM): relação entre a quantidade do produto obtida e as unidades do fator de
produção empregadas: PMx = q/xi=PT/xi, onde xi = fator trabalho (MO=mão de obra), fator capital
(K), fator Terra (RN) etc. Assim, Produtividade Média do Trabalho PMMO=PT/MO, Produtividade
Média do Capital PMK=PT/K etc.
Produtividade Marginal (PMg): variação do produto, dado um aumento de 1 unidade na fator de
produção: PMgMO = q/xv=PT/xv. Ex: Produtividade Marginal da Mão-de-obra é a variação da
quantidade produzida dada a alteração de uma unidade na quantidade de mão-de-obra utilizada. A
alteração pode ser para mais ou para menos. Na hipótese da função de produção de Cobb-Douglas,
f(L,C) = kCbLP
k 1, a produtividade marginal, PMg seriam as derivadas parciais:
f’(L) = kk CbkL
L
P
11 e
f’(C) = kkCbkL
C
P
.
Trata-se de funções homogêneas de grau zero (quando se duplica o trabalho e o capital, a
produtividade do trabalho, ou do capital, não se altera), embora a produção se duplique.
Custos Totais (CT): Custos Fixos + Custos Variáveis (CT = CF + CV)
Custos Totais Médios (CTV): Custos Totais / Produção Total (CTM = CT/PT)
Custos Fixos Médios (CFM): Custos Fixos / Produção Total (CFM =CF/PT)
Custos Variáveis Médios (CVM): Custos Variáveis / Produção Total (CVM=CV/PT)
Custos Marginais (CMg): Variação dos Custos Totais / Variação da Produção Total = Variação
dos Custos Variáveis / Variação da Produção Total (CMg = CT/PT = CV/PT).
Firma concorrencial no curto prazo: Produção x Custos (exemplo prático) – Produção de trigo
em um campo, com insumo variável de mão-de-obra.
64
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Tabela: Mão-de-Obra, Produção Total, Produtividade Média e Marginal E Custos
1. Situação-problema: Uma firma (fazenda) produz trigo. Seu custo fixo é $100 (fatores fixos: RM, K, Tec e Emp). E o fator
variável é o trabalho ou mão-de-obra ($30 por dia/homem). Mostrar o quadro de relações de produtividade e custos, sabendo que:
MO = mão-de-obra CFT = custo fixo total CFM = custo fixo médio RT = receita total
PT = produção total CVT = custo variável total CVM = custo variável médio
PM = produtividade média da mão-de-obra CT = custo total CTM = custo total médio
PMg = produtividade marginal da mão-de-obra CMg = custo marginal LT = lucro total
MO (dias / homem)
PT (máquinas)
PM= PT/ MO
PMg= ΔPT/ ΔMO
CFT CVT CT=CFT+ CVT
CFM= CFT/PT
CVM= CVT/ PT
CTM= CT/ PT
CMg= ΔCT/ΔPT=
ΔCVT/ ΔPT
LT= PT-CT = RT-CT
Obs.
0 0 –– 100 0 100 – – – – 100 Prejuízo
40 0,75
1 40 40 100 30 130 2.50 0,75 3,25 – 90 Prejuízo
100 0,30
2 140 70 100 60 160 0.71 0,43 1,14 – 20 Prejuízo
160 0,19
3 300 100 100 90 190 0,33 0.30 0,63 110 Lucro
180 0,17
4 480 120 100 120 220 0.21 0,25 0,46 260 Lucro
170 0,18
5 650 130 100 150 250 0,15 0,23 0,38 400 Lucro
160 0,19
6 810 135 100 180 280 0,12 0,22 0,35 530 Lucro
150 0,20
7 960 137 100 210 310 0,10 0,219 0,32 650 Lucro
120 0.25
8 1080 135 100 240 340 0,09 0,22 0.31 740 Lucro
90 0,33
9 1170 130 100 270 370 0,085 0,23 0,32 800 Lucro
30 1,00 Máximo
10 1200 120 100 300 400 0,083 0,25 0,33 800 Lucro
–10
11 1190 108 100 330 430
–50
12 1140 95 100 360 460
–230
13 910 70 100 390 490
Análise de Produtividade e Custos: a partir dos dados da tabela anterior e da que se segue,
observe-se:
a) a produtividade média máxima não é um máximo de produção; esta acontece com o emprego
a décima mão-de-obra
b) o máximo da produtividade média acontece ao nível de produção em que o custo variável
médio é mínimo;,
c) a produtividade marginal máxima acontece ao nível de produção em que o custo marginal é
mínimo;
d) o lucro será máximo quando a receita marginal, que é igual à receita média ou preço unitário,
for igual ao custo marginal. Este é o ponto de equilíbrio da firma, a sua posição estratégica de
produção (a sua produção máxima).
“Custo é o custo marginal”: Paul Samuelson (1915-2009), ganhador do Prêmio Nobel de
Economia, formulou o que talvez seja uma das mais vitais leis do capitalismo, a que estabelece que
o “custo é o custo marginal”. Um exemplo: o custo para produzir 100 unidades de um telefone
celular é de 1.000 dólares, e o custo de fabricar 101 telefones é de 1.020 dólares. Nesse caso, o
65
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
custo médio do celular é de 10 dólares, mas o custo marginal é de 20 dólares – o dobro – portanto.
O custo médio é enganoso. O custo marginal reflete a realidade. Esse conceito permitiu estimar,
com maior certeza, os ganhos de escala. – ou seja, quão mais barato se pode vender um produto se
a quantidade fabricada aumenta
Lei dos rendimentos decrescentes, lei das proporções variáveis ou lei da produtividade
marginal decrescente: aumentando-se a quantidade de um fator variável, permanecendo a
quantidade dos demais fatores fixa, a produção, inicialmente, crescerá a taxas crescentes; depois
passará a crescer a taxas decrescentes e, continuando, a produção decrescerá.
Tabela: Fatores (fixos e variáveis) de produção, PT, PM e PMG
Terra (xf) Trabalho (xv) Produto total (q) PMx = q/xv PMgx = q/xi
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0
6
14
24
32
38
42
44
44
42
–
6,0
7,0
8,0
8.0
7,6
7.0
6,2
5,4
4,6
6 = (6/1)
8 = (8/1)
10 = (10/1)
8 = (8/1)
6 = (6/1)
4 = (4/1)
2 = (2/1)
0 = (0/1)
–2 = (–2/1)
Rendimentos de escala de produção: diminuição dos custos fixos pelo aumento da escala
produtiva (tamanho da unidade produtora: fábrica, fazenda agropecuária, loja). Nos EUA, os
empresários visam sempre a vender mais produtos, mesmo ganhando menos em cada unidade. No
Brasil, a ideia predominante é vender poucas mercadorias com margem maior de lucro (círculo
vicioso de mercado fechado, pouco competitivo, com salários baixos, entulho do tempo em que a
indústria brasileira, protegida, prosperava vendendo pouco, com margens altas e produtos de menor
qualidade).
Economia de mercado: sistema econômico em que as questões econômicas fundamentais são
resolvidas pelo mercado. Caracteriza-se também pela propriedade privada dos recursos de
produção. Pode ser uma economia de mercado pura (sistema de concorrência pura), ou ter a
interferência do governo (sistema de economia mista).
66
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Curvas de produção, produtividades e custos
Curva de produção total: PT =f (MO)
Curvas de produtividade média e marginal
Custo Total: Custo Fixo + Custo Variável
67
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Curvas de Custo Variável Médio, de Custo Total
Médio e Custo Marginal
Equilíbrio de curto prazo da firma. (Este
gráfico não se relaciona com as tabelas anteriores)
Relações entre as curvas de produção, de produtividades e de custos
Questões:
2. Situação-problema: Uma firma produz máquinas. Seu custo fixo é $50 (fatores fixos: RM, K, Tec e Emp). E o fator variável é o trabalho ou mão-de-obra ($5 por dia/homem). Mostrar o quadro de relações de produtividade e custos, sabendo que:
MO = mão-de-obra CFT = custo fixo total CFM = custo fixo médio RT = receita total
PT = produção total CVT = custo variável total CVM = custo variável médio
PM = produtividade média da mão-de-obra CT = custo total CTM = custo total médio
PMg = produtividade marginal da mão-de-obra CMg = custo marginal LT = lucro total
68
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
MO (dias / homem)
PT (máquinas)
PM= PT/ MO
PMg= ΔPT/ ΔMO
CFT CVT CT=CFT+ CVT
CFM= CFT/PT
CVM= CVT/ PT
CTM= CT/ PT
CMg= ΔCT/ΔPT=
ΔCVT/ ΔPT
LT= PT-CT = RT-
CT
Obs.
0 0 - 50 0 50 - - - -50 Prejuízo 15 0,333
1 15 15 50 5 55 3,333 0,333 3,667 -40 Prejuízo 25 0,200
2 40 20 50 10 60 1,250 0,250 1,500 -20 Prejuízo 35 0,143
3 75 25 50 15 65 0,667 0,200 0,867 10 Lucro 15 0,333
4 90 23 50 20 70 0,556 0,222 0,778 20 Lucro 10 0,500
5 100 20 50 25 75 0,500 0,250 0,750 25 Lucro 5 1,000 Máximo
6 105 18 50 30 80 0,476 0,286 0,762 25 Lucro -10 -0,500
7 95 14 50 35 85 0,526 0,368 0,895 10 Lucro -25 -0,200
8 70 9 50 40 90 0,714 0,571 1,286 -20 Prejuízo -30 -0,167
9 40 4 50 45 95 1,250 1,125 2,375 -55 Prejuízo
3. Situação-problema: Uma firma produz sacos de açúcar. Seu custo fixo é $50 (fatores fixos: RM, K, Tec e Emp). E o fator variável é o trabalho ou mão-de-obra ($25 por dia/homem). Mostrar o quadro de relações de produtividade e custos, sabendo que:
MO = mão-de-obra CFT = custo fixo total CFM = custo fixo médio RT =
PT = produção total CVT = custo variável total CVM = custo variável médio Receita total
PM = produtividade média da mão-de-obra CT = custo total CTM = custo total médio
PMg = produtividade marginal da mão-de-obra CMg = custo marginal LT = lucro total
MO (dias/ homem)
PT (sacos)
PM= PT/MO
PMg= ΔPT/ ΔMO
CFT CVT CT=CFT + CVT
CFM= CFT/PT
CVM= CVT/PT
CTM= CT/PT
CMg= ΔCT/ΔPT= ΔCVT/ΔPT
LT= PT-CT= RT-CT
Obs.
0 0 - 50 - 0 - 50 - -50 Prej.
25 1,00
2 50 25 50 1,000 50 1,00
100 2,00 -50 Prej.
55 0,45
4 160 40 50 0,313 100 0,63 150 0,94 10 Lucro
70 0,36
6 300 50 50 0,167 150 0,50 200 0,67 100 Lucro
90 0,28
8 480 60 50 0,104 200 0,42 250 0,52 230 Lucro
85 0,29
10 650 65 50 0,077 250 0,38
300 0,46 350 Lucro
35 0,71
12 720 60 50 0,069 300 0,42 350 0,49 370 Lucro
25 1,00 Máx.
14 770 55 50 0,065 350 0,45 400 0,52 370 Lucro
20 1,25
15 790 52,7 50 0,063 375 0,47 425 0,54 365 Lucro
10 2,50
16 800 50,0 50 0,0625 400 0,50 450 0,56 350 Lucro
-10
17 790 46,5 50 425 0,54 475 0,60 315 Lucro
-40
18 750 41,7 50 450 0,60 500 0,67 250 Lucro
-150
19 600 31,6 50 475 0,79 525 0,88 75 Lucro
-180
20 420 21 50 500 1,19 550 1,31 -130 Prej.
69
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
4. Situação-problema: Considerando-se apenas dois fatores: terra (fixa) e mão-de-obra (variável) com um
dia/homem de trabalho igual a $ 15, montar o quadro a seguir com os valores dados de PT = produção
total, PM = produtividade média da mão-de-obra (MO), PMg = produtividade marginal da mão-de-obra,
CF = custos fixos, CV = custos variáveis, CT = custos totais, CFM = custos fixos médios, CVM
=custos variáveis médios, CTM = custos totais médios e CMg = custos marginais, LT = lucros totais :
MO PT PM=PT:MO PMg=ΔPT:ΔMO CF CFM=CF:PT CV CVM=CV:PT CT CTM=CT:PT CMg=ΔCT:ΔPT LT=PT-CT
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)
0 0 - - 80 - 0 - -
1 40 80 15
2 92 80
3 162 80
4 200 80
5 220 80
6 235 80
-
7 196 80 –
5. Com base nos dados apurados no quadro anterior, é possível dizer que:
a. O lucro é máximo quando são empregadas quatro a seis MO.
b. A produtividade média é decrescente a partir da terceira MO empregada.
c. Tem-se um máximo de produção quando MO é três.
d. A produtividade marginal é crescente até quando é empregada a quarta MO.
e. Nenhuma das respostas anteriores.
6. Ainda com base nos referidos dados,
a. O custo fixo médio é decrescente até que PT seja máximo.
b. O lucro máximo acontece quando PMG=15=CMg.
c. Quando a PM é crescente, o CTM é decrescente.
d. Quando o CVM é crescente, a PM é decrescente.
e. Todas as respostas anteriores estão certas.
7. Em termos de produtividades e custos na concorrência perfeita,
I –O lucro será máximo quando CMg=PMg.
II –As curvas de CMg, CVM e CTM têm forma de e o CMg crescente corta as curvas de CVM e
CTM em seus pontos mínimos.
III – A curva de CFT é paralela ao eixo das abscissas.
IV – A curva de PMg corta a curva de PM, que têm forma de , em seu máximo.
a. Apenas uma declaração é incorreta
b. Somente duas declarações são incorretas
c. Apenas uma declaração é incorreta
d. As quatro declarações são incorretas
e. Nenhuma das respostas anteriores
8. Em qualquer análise de produtividades e custos,
I – Se a produtividade marginal for máxima, o custo variável médio será mínimo.
II – Se o custo marginal for mínimo, a produtividade média será máxima.
III – Se a produtividade média for máxima, o custo total médio será sempre mínimo.
IV – Se a produtividade marginal for máxima, o custo marginal será mínimo.
V – O lucro será máximo quando o custo marginal igualar à produtividade marginal
a. Há uma declaração incorreta.
b. Há quatro declarações corretas
70
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
c. Há duas declarações incorretas.
d. Não há declarações corretas. e. Nenhuma das respostas anteriores está certa.
Referências bibliográficas: ATTIYEH, R. e outros. Introdução Programada à Microeconomia. São Paulo:
Atlas,1973. MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São Paulo: Thomson
Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São Paulo:
Saraiva, 2001; PINHO, D. B. e VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia. Eq. da USP. 5 ed. São
Paulo: Saraiva, 2005.
71
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
9 – Análise macroeconômica
Macroeconomia: cuida dos problemas que dizem respeito ao sistema econômico como
um todo, ou seja, da formação e evolução dos grandes agregados econômicos:
Produto Interno Bruto (PIB) – valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em
um país em um dado período de tempo. PIB nominal – a produção de bens e serviços avaliada a
preços correntes; PIB real – a produção de bens e serviços avaliada a preços constantes.
Produto Nacional Bruto (PNB) – valor monetário ou somatório iiqp –– onde p = preço e q =
quantidade –– de todos os bens e serviços finais produzidos em um dado período de tempo
(geralmente um ano). Não inclui – como o PIB – os Rendimentos Líquidos do Exterior (RLE).
Rendas (Rendimentos) Líquidas Externas (RLE) – remuneração dos ativos de acordo com o país
de origem: diferença entre as rendas (lucros, juros, royalties a assistência técnica) recebidas do
exterior, em pagamento de fatores e da produção de pessoas nacionais no resto do mudo, e as
rendas enviadas ao exterior em pagamento de fatores e da produção de pessoas estrangeiras no
País. Produto Interno Bruto = Produto Nacional Bruto Rendimentos Líquidos Externos ou,
simplesmente, PIB = PNB RLE.
Produto Nacional Líquido a preço de mercado (PNLPM) – Produto Nacional Bruto menos
Depreciação ou Investimento de Reposição. Simplesmente: PNLpm = PNB – d ou IR.
Depreciação (d) ou Investimento de Reposição (IR) – desgaste do estoque de capital físico em
determinada período, inclusive a variação de estoques E de produtos que não foram
consumidos no período.
Produto Nacional Líquido a custo de fatores (PNLCF) – Produto Nacional Líquido a preço de
mercado menos Tributos indiretos (TI) mais Subsídios governamentais (Sub). Simplesmente: PNLCF
= PNLPM – TI + Subs. O Produto Nacional Líquido a custo de fatores (PNLCF) é igual à Renda
Nacional (RN).
Renda Nacional (RN) – soma de todos os pagamentos feitos pela utilização dos fatores produtivos
(Terra, Trabalho, Capital, Tecnologia e Capacidade empresarial) em um dado período (geralmente
um ano). Deduzindo-se da Renda Nacional (RN) o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ),
as Contribuições Sociais (INSS, PIS, Cofins etc.) e os Lucros Retidos (LR) pelas empresas ou
Poupança (Investimento) Líquida das Empresas , tem-se o
Somatório das remunerações dos fatores produtivos ( Rfp ) = Aluguéis + Salários + Juros +
Royalties + Lucros. Simplesmente: Rfp = A + w +J + Ry + L.
Renda Pessoal (RP) – Somatório das remunerações dos fatores produtivos ( Rfp ) mais as
Transferências (aposentadorias, pensões, indenizações, auxílios etc.) governamentais (Trans).
Renda Pessoal Disponível (RPD) – quanto o setor privado da economia tem a seu dispor como
resultado da atividade econômica em determinado período.
Consumo (CF) – as despesas das famílias em bens e serviços, excetuando-se a compra de imóveis
residenciais novos.
Poupança Nacional ou Poupança (S) – de Saving – o que resta da renda total da economia após o
pagamento das despesas de consumo e das compras (custeio) do governo;
Poupança Privada (SP) – a renda que fica com as famílias após o pagamento de impostos e de suas
despesas de consumo.
Poupança Pública (SG) – a receita (corrente e de capital) que fica com o governo após o pagamento
de suas despesas (custeio).
Investimento Privado Bruto (IPB) – as despesas em bens de capital como equipamentos, máquinas e
instalações, estoques e estruturas, inclusive compras de novos imóveis residenciais pelas famílias. IPB
= SPB = d + LR + SF .
Investimento Privado Novo ou Líquido (IPL) – Investimento Privado Bruto menos a reposição ou
desgaste dos fatores produtivos no período. IPL = IPB – d (ou IR) .
Gastos do Governo (G) – despesas governamentais com Custeio (CG) e Investimento (IG).
Contabilidade Nacional ou Social: registro contábil da atividade produtiva de uma economia (país), ao
longo de um dado período de tempo (normalmente um ano), ou medida dos principais agregados da
economia a partir de valores já realizados ou efetivados (ex post, a posteriori, após ocorridos). Há dois
sistemas principais de Contabilidade Social: Sistema ONU e Matriz de insumo-produto (Input-output).
Sistema de contas nacionais (Sistema ONU): criado por Simon Kuznets e Richard Stone, é baseado em
quatro contas:
72
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Conta Produto Interno Bruto (PIB) – produção;
Conta Renda Nacional Disponível (RND) – apropriação;
Conta Transações Correntes com o Resto do Mundo (Exterior);
Conta de Capital (K) – acumulação;
Observação: Como complemento, há também a Conta Corrente das Administrações Públicas (Governo);
Dentro do sistema econômico é possível distinguir quatro setores:
Unidades familiares ou famílias, que cumprem uma dupla função: de um lado são proprietárias
de fatores de produção e, de outro, são consumidoras ou poupadoras (investidoras);
Unidades produtivas, firmas ou empresas, que compram os serviços desses fatores, para utilizá-
los no processo produtivo, pagando por isso rendimentos aos seus detentores;
Administrações públicas ou governo, que têm forte presença no sistema econômico como
produtor e consumidor, através da apropriação de tributos (impostos, taxas e contribuições);
Setor externo, que envolve exportações e importações de mercadorias e serviços e realiza os
movimentos de capitais envolvendo outros sistemas econômicos ( Resto do Mundo).
Observa-se, ainda, que:
Os lançamentos das transações são feitos de acordo com o tradicional método das partidas
dobradas, sem a contrapartida caixa;
Não se consideram as transações com bens e serviços intermediários que são utilizados como
insumos ou matérias-primas na produção de outros bens (finais);
Sistema de contas nacionais do Brasil: era elaborado pela FGV até 1985, quando passou a ser encargo
do IBGE. Segue o padrão recomendado pela ONU. Princípios básicos das contas nacionais:
1) Consideram-se apenas as transações com bens e serviços finais;
2) Mede-se apenas a produção corrente do próprio período (ano);
3) Não são considerados os valores de transações puramente financeiras;
4) A moeda é apenas um padrão de medida;
5) A economia tem quatro setores: Famílias, Empresas, Governo e Exterior.
Produto e Renda (exemplo simples, exclui depreciação, setor governamental e externo):
Empresa A: produção de trigo ($)
Despesas Receitas
Salários 65 Vendas de trigo para a empresa B 140
Juros 30
Aluguéis 20
Lucros 20
Royalties 5
Total 140 Total 140
Empresa B: produção de farinha de trigo ($)
Despesas Receitas
Compra de trigo da empresa A 140 Vendas de trigo para a empresa C 245
Salários 40
Juros 10
Aluguéis 15
Lucros 30
Royalties 10
Total 245 Total 245
Empresa C: produção de pães ($)
Despesas Receitas
Compra de trigo da empresa B 245 Vendas de pães para consumidores finais 390
Salários 50
Juros 20
Aluguéis 30
Lucros 35
Royalties 10
Total 390 Total 390
73
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Conceitos básicos: retirados desta análise econômica simplificada:
Produto Nacional Líquido a custo de fatores (valor de todos os bens e serviços finais): PNBCF = 390
Renda Nacional (a soma dos rendimentos pagos aos fatores de produção nas três empresas): RN =
salários + juros + aluguéis+ lucros + royalties = 390
Valor Agregado: o valor que se adiciona ao produto em cada estágio de produção para se chegar ao
valor do produto final da economia = 390
Estágio de produção Vendas (1) Bens intermediários (2) Valor Agregado (1–2)
Empresa A – Trigo 140 0 140
Empresa B – Farinha de trigo 245 140 105
Empresa C – Pães 390 245 145
Valor agregado = Valor adicional = Produto final = Produto Nacional Bruto 390
Estágio de produção Salários ($) Juros ($) Aluguéis ($) Lucros ($) Royalties ($) Total ($)
Trigo 75 30 20 10 5 140
Farinha de trigo 40 10 15 30 10 105
Pães 50 20 30 35 10 145
Total = Renda Nacional 165 60 65 75 25 390
Formação de capital: poupança, investimento e depreciação
Poupança (saving) agregada (S): é a parcela da renda nacional (RN) que não é consumida. Portanto:
S = RN – C, onde C = Consumo agregado.
Investimento agregado (I) : é o gasto com a aquisição de bens de capital (peças de reposição e capital
novo). Portanto, investimento total é igual a Investimento novo em bens de capital mais depreciação
(ou Investimento de reposição): It = In + d = In+ Ir.
Poupança (saving) agregada (S) = Investimento agregado (I), em qualquer economia.
Observação: Poupança é fato ex ante e Investimento, fato ex post.
Inclusão das contas do Governo
Receita Fiscal do Governo: Tributos = Impostos indiretos (IPI, ICMS etc.) + Impostos diretos (IR) +
Taxas + Contribuições de melhorias + Outras receitas (multas, pedágios, aluguéis, rendas etc.).
Gastos do Governo: Dispêndios com a administração direta e indireta (Custeio ou Despesas correntes
e Investimento ou Despesas de capital) + transferências - subsídios. Denomina-se de G todos os
gastos do Governo. Assim,
RN = C + S + G = PN = C + I + G, onde naturalmente S = I (Poupança = Investimento).
Inclusão do comércio exterior (Resto do mundo):
Produto Interno Bruto: é o somatório de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do
território nacional num certo período (um ano), valorizados a preço de mercado, sem levar em
consideração se os fatores de produção são de residentes (nacionais) ou não residentes (estrangeiros).
Produto Nacional Bruto: é a produção que efetivamente pertence aos nacionais, aos residentes no
país, ainda que produzidos por aqueles fora deste. Assim,
PNB = PIB + Renda recebida do exterior – Renda enviada ao exterior, i. é, PNB = PIB RLE, onde
RLE = Renda Líquida do Exterior.
Entenda o que é PIB e como é feito seu cálculo: o PIB (Produto Interno Bruto) é um dos principais
indicadores de uma economia. Ele revela o valor de toda a riqueza gerada no país. O cálculo do PIB, no
entanto, não é tão simples. Imagine que o IBGE queira calcular a riqueza gerada por um artesão. Ele
cobra, por uma escultura, de madeira, R$ 30. No entanto, não é esta a contribuição dele para o PIB. Para
fazer a escultura, ele usou madeira e tinta. Não é o artesão, no entanto, que produz esses produtos --ele
teve que adquiri-los da indústria. O preço de R$ 30 traz embutido os custos para adquirir as matérias-
primas para seu trabalho. Assim, se a madeira e a tinta custaram R$ 20, a contribuição do artesão para o
PIB foi de R$ 10, não de R$ 30. Os R$ 10 foram a riqueza gerada por ele ao transformar um pedaço de
madeira e um pouco de tinta em uma escultura. O IBGE precisa fazer esses cálculos para toda a cadeia
produtiva brasileira. Ou seja, ele precisa excluir da produção total de cada setor as matérias-primas que ele
adquiriu de outros setores. Depois de fazer esses cálculos, o instituto soma a riqueza gerada por cada setor,
chegando à contribuição de cada um para a geração de riqueza e, portanto, para o crescimento econômico.
O PIB (Produto Interno Bruto) é, pois, a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país
durante certo período. Isso inclui do pãozinho até o apartamento de luxo. O índice só considera os bens e
serviços finais, de modo a não calcular a mesma coisa duas vezes. A matéria-prima usada na fabricação
74
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
não é levada em conta. No caso de um pão, a farinha de trigo usada não entra na contabilidade. Um carro
de 2011, por exemplo, não é computado no PIB de 2012, pois o valor do bem já foi incluído no cálculo
daquele outro ano. O primeiro fator que influencia diretamente a variação do PIB é o consumo da
população. Quanto mais as pessoas gastam, mais o PIB cresce. Se o consumo é menor, o PIB cai.O
consumo depende dos salários e dos juros. Se as pessoas ganham mais e pagam menos juros nas
prestações, o consumo é maior e o PIB cresce. Com salário baixo e juro alto, o gasto pessoal cai e o PIB
também. Por isso os juros atrapalham o crescimento do país.Os investimentos das empresas também
influenciam no PIB. Se as empresas crescem, compram máquinas, expandem atividades, contratam
trabalhadores, elas movimentam a economia. Os juros altos também atrapalham aqui: os empresários não
gastam tanto se tiverem de pagar muito pelos empréstimos para investir.Os gastos do governo são outro
fator que impulsiona o PIB. Quando faz obras, como a construção de uma estrada, são contratados
operários e é gasto material de construção, o que ele eleva a produção geral da economia.As exportações
também fazem o PIB crescer, pois mais dinheiro entra no país e é gasto em investimentos e consumo.
Formas de obter o valor dos bens e serviços produzidos:
Exemplo: Produção do agricultor ao produtor de tecidos
A – Agricultor B – Fiação C – Tecelagem
1.Compras de insumos – 40 100
2.Pagtos. a fatores: VAB = d+J+L+W+A + Ry 40 60 70
Total 40 100 170 = VBP
a) Considerando apenas os bens finais, no caso, o total do C – Tecelagem = 170;
b) Somando os valores agregados, em cada estágio de produção, i. é, 40 + 60 + 70 = 170.
Matriz de relações inter-setoriais ou Matriz de insumo-produto (Input-output matrix): de Wassily W.
Leontief, é mais detalhista e inclui, também, as transações intersetoriais (setor primário, secundário e
terciário). Valor Bruto da Produção e Valor Agregado Bruto: são os conceitos presentes no quadro de
insumo–produto, quadro de entradas e saídas, quadro de compras e vendas, matriz de Leontief ou matriz
de input–output:
Valor Bruto da Produção = Produção Intermediária + Produção Final
Valor Bruto da Produção = Compras de insumos a outras empresas + Salários + Juros + Aluguéis +
Royalties + Depreciação + Tributos indiretos – Subsídios + Imp. Renda de Pessoa jurídica +
Contribuições. Isto é, VBP = (CI + W + J + A + Ry + d + Ti – Subs + IRPJ + INSS) + Lucros, isto é,
(CI + W + J + A + Ry +d + Ti – Subs + IRPJ +INSS) + (Lr + Div + L) = Valor Agregado Bruto =
VAB.
Exemplo hipotético: de 3 setores e com números fictícios, apenas para conhecimento e para dar ideia da
sua operacionalização:
Quadro de input–output de Leontief
Vendas PRODUÇÃO INTERMEDIÁRIA PRODUÇÃO FINAL VBP
Compras Setor 1 Setor 2 Setor 3 Subtotal
Setor 1 (primário) 20 30 20 70 45 115
Setor 2 (secundário) 15 25 10 50 90 140
Setor 3 (terciário) 20 35 15 70 30 100
Total (X) 55 90 45 190 165 355
Salários (W) 17 13 12 42
Juros (J) 5 10 10 25
Aluguéis (A) 5 5 5 15
Lucros (L) 15 10 10 35
Royalties (Ry) 5 5 5 15
Depreciação (d) 3 2 3 8
Tributos 10 5 10 25
VALOR AGREGADO (Y) 60 50 55 165
VAB = X + Y 115 140 100 355
75
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Composição de Produto e Renda: no esquema hipotético a seguir, explica-se, de
forma bastante simplificada, porém esclarecedora e muito próxima do que realmente
acontece na prática, a composição do produto e da renda nacional de qualquer economia:
Denominação Sigla US$ bilhões
PRODUTO INTERNO BRUTO: fluxo de todas as rendas geradas dentro das
fronteiras geográficas do país por nacionais e estrangeiros
PIB 800
Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior: diferença entre a renda recebida do
exterior e a renda enviada ao exterior na forma de lucros, juros, royalties e
assistência técnica
±RLE
(124)
PRODUTO NACIONAL BRUTO: rendas que pertencem efetivamente aos
nacionais
PNB 676
Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d=Ir (59)
PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLPM 617
Menos: Tributos Indiretos (ICMS, IPI -Ti (72)
Mais: Subsídios governamentais às Empresas Sub 10
PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores ou PNLcf 555
RENDA NACIONAL = RN 555 Menos: Lucros retidos ou Poupança Líquida das Empresas -Lr=SLE (24)
Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Jurídicas -IRPJ (30)
Contribuições Sociais (INSS, PIS, Cofins etc.) -INSS (30)
SOMATÓRIO das remunerações dos fatores produtivos:
A – ALUGUÉIS (Remunerações dos Recursos Naturais ou Terra) 20
W – SALÁRIOS (Remunerações do Trabalho) 361
J – JUROS (Remunerações do Capital} 40
Ry – ROYALTIES (Remunerações da Tecnologia) 10
L – LUCROS (Remunerações da Empresariedade) 40
ΣRfp
471
Mais: Transferências do Governo (aposentadorias, pensões, indenizações etc.) Trans 58
RENDA PESSOAL RP 529
Menos: Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Físicas -IRPF (65)
RENDA DISPONÍVEL RD 464
Menos: CONSUMO DAS PESSOAS (famílias, empresas) -Cf (429)
POUPANÇA DAS FAMÍLIAS Sf 35
Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas (Sle) Lr=SLE 24
POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO PRIVADO
LÍQUIDO ou INVESTIMENTO NOVO
SPL=IPL
59
Mais: Depreciação = Investimento de Reposição d=IR 59
POUPANÇA PRIVADA BRUTA = INVESTIMENTO PRIVADO BRUTO SPB=IPB 118
Outras relações importantes: Carga Tributária =Tributos: T = Ti + IRPJ + INSS + IRPF = 72 + 30 + 30 + 65 = 197. Gastos Governamentais = G = Ti – Sub + IRPJ + INSS – Trans + IRPF = 72 – 10 + 30 + 30 – 58
+ 65 = 129.
Produto Nacional Bruto = PNB = Cf + IPB + G = 429 + 118 + 129 = 676
Poupança Privada Líquida = SPL = Sf + Lr = Sf + Sle = Investimento Privado Líquido = IPL = 35 +
24 = 59
Poupança privada Bruta = SPB = Sf + Sle + d = IPL + IR = IPB = 35 + 24 + 59 = 59 + 59 = 118.
Taxa de Consumo das Famílias = %6363,0676
429
PNB
Cf.
Taxa de Poupança Bruta = %1717,0676
118
PNB
Spb.
Taxa de tributação ou Carga tributária = %2828,0676
187
PNB
Tributos.
Taxa de participação do Trabalho no PNB = %4747,0676
361
PNB
W.
76
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Gráfico ilustrativo:
Contas nacionais: diferentes medidas da Renda Nacional: na ótica da produção, na
ótica da renda e na ótica do dispêndio. O Valor Agregado Bruto a custo de fatores e a
preço de mercado(sem ou com os impostos indiretos líquidos).
77
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
I.51 - Produto Interno Bruto
Período Preços Em milhões Variação Preços População Per capita
Correntes de R$ milhões
percentual correntes Em milhões
em R$ milhões de 2010 Real em milhões Preços Em R$ Variação Preços
de US$1/
correntes de 2010 Percentual correntes
R$ Real em US$1/
1990 11 548 2 012 080 -4,3 469 318 146 ,6 0,08 13 731 -7,1 3 202
1991 60 285 2 033 532 1,0 405 679 149 ,1 0,04 13 739 -0,7 2 721
1992 640 958 2 022 478 -0,5 387 295 151,5 4,23 13 346 -2,2 2 556
1993 14 097 114 2 122 080 4,9 429 685 154,0 91,55 13 781 3,3 2 790
1994 349 204 679 2 246283 5,9 543 087 156,4 2.232,32 14 360 4,2 3 472
1995 705 640 892 2 341 161 4,2 770 350 158 ,9 4.441,49 14 736 2,6 4 849
1996 843 965 631 2 391 508 2,2 840 268 161,3 5.231,52 14 824 0,6 5 209
1997 939 146 616 2.427 236 3,4 871 274 163,8 5.734,20 15 095 1,8 5 320
1998 979 275 748 2 473 107 0,0 843 985 166 ,3 5.890,31 14 876 -1,5 5 077
78
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
1999 1064 999 711 2 479 388 0,3 586 777 168,8 6.310,98 14 692 -1,2 3 477
2000 1 179 482 000 2 586 153 4,3 504 359 171,3 6.886,28 15 099 2,8 3 766
2001 1 302 136 000 2.620 112 1,3 553 603 173, 8 7.491,21 15 075 -0,2 3 186
2002 1 477 822 000 2 669 757 2,7 504 359 176,4 8.378,10 15 256 1,2 2 861
2003 1 699 948 000 2 720 598 1,1 553 603 178,7 9.497,70 15 221 -0,2 3 097
2004 1 941 498 000 2 876 007 5,7 663 782 181,1 10.691,89 15 880 4,3 3 665
2005 2 147 239 000 2 966 871 3,2 882 439 183,4 11.658,10 16 179 1,9 4 812
2006 2 427 370 900 3 084 280 4,0 1 088 767 185,6 12.490,89 16 621 2,7 5 667
2007 2 558 821 348 3 272 156 6,1 1 366 543 187,6 13.517,28 17 438 4,9 7 283
2008 3 441 081 000 3 441 081 5,2 1 650 713 189,6 18 149,16 18 148 -2,3 8 706
2009 3 418 896 000 3 418 896 0,6 1 598 397 191,5 17 853,19 17 855 -1,6 8 348
2010 3 674 964 000 3 674 964 7,5 2 089 829 193,3 19 011,71 19 016 6,5 10 816
Fonte: IBGE e BCB
1/ Estimativa do Banco Central, obtida pela divisão do PIB a preços correntes pela taxa média anual De câmbio de compra
Questões:
EXERCÍCIO
1. Em determinada economia são conhecidos os dados seguintes da Contabilidade Nacional, no ano x, em
$ bilhões:
a) ΣRfp = SOMATÓRIO das remunerações dos fatores produtivos 1.530
b) CG = Custeio do Governo (90% dos Gastos Governamentais) 0,90G
c) D = Depreciação = Investimento de Reposição 125
d) Subs = Subsídios governamentais às empresas 70
e) Lr = Lucros retidos 175
f) Cf=CP = Consumo das famílias (ou Consumo privado) 1.350
g) J = Juros 125
h) Ti = Tributos indiretos (ICMS, IPI, ISS etc.) 220
i) A = Aluguéis 150
j) Trans = Transferências governamentais 200
k) L = Lucros (Dividendos) 200
l) IRPF = Imposto de Renda – Pessoa Física (Tributos diretos) 250
m) Ry = Royalties 55
n) IRPJ = Imposto de Renda – Pessoa Jurídica (Tributos diretos) 220
o) INSS = Contribuições Sociais ( INSS, PIS, Cofins, FGTS etc.) 300
p) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior (negativos) 130
Determinar:
1) IPB = Investimento Privado Bruto
2) Sf = Poupança das famílias (Saving)
3) G = CG + IG = Gastos (Custeio + Investimento público) do Governo
4) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior
5) RPD = Renda Pessoal Disponível
6) PNB = Produto Nacional Bruto
7) IPL = Investimento Privado Líquido ou Novo
8) RP = Renda Pessoal
9) PNLPM = Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado
10) RN = Renda Nacional
11) TxS = Taxa de Poupança Bruta da Economia
12) TxW = Taxa de participação do Trabalho na Economia
13) TxTr = Taxa de Tributação na Economia (Carga tributária)
14) TxIPL = Taxa de Investimento Privado Líquido (Formação de Capital)
15) TRLE = Taxa de Rendimentos Líquidos do Exterior em relação ao PIB
79
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Denominação Sigla US$ bilhões
PRODUTO INTERNO BRUTO: fluxo de todas as rendas geradas dentro das
fronteiras geográficas do país por nacionais e estrangeiros
PIB
Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior: diferença entre a renda recebida do
exterior e a renda enviada ao exterior na forma de lucros, juros, royalties e
assistência técnica
±RLE
PRODUTO NACIONAL BRUTO: rendas que pertencem efetivamente aos
nacionais, o produto (bens e serviços) da nação (país).
PNB
Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d=Ir
PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLPM
Menos: Tributos Indiretos (ICMS, IPI, ISS etc.) -Ti
Mais: Subsídios governamentais às Empresas Sub
PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores ou PNLcf
RENDA NACIONAL = RN
Menos: Lucros retidos ou Poupança Líquida das Empresas -Lr=SLe
Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Jurídicas -IRPJ
Contribuições Sociais (INSS, PIS, Cofins etc.) -INSS
SOMATÓRIO das remunerações dos fatores produtivos:
A – ALUGUÉIS (Remunerações dos Recursos Naturais ou Terra)
W – SALÁRIOS (Remunerações do Trabalho)
J – JUROS (Remunerações do Capital}
Ry – ROYALTIES (Remunerações da Tecnologia)
L – LUCROS (Remunerações da Capacidade Produtiva)
ΣRfp
Mais: Transferências do Governo (aposentadorias, pensões, indenizações etc.) Trans
RENDA PESSOAL RP
Menos: Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Físicas -IRPF
RENDA DISPONÍVEL RD
Menos: CONSUMO DAS PESSOAS (famílias, empresas) -Cf
POUPANÇA DAS FAMÍLIAS Sf
Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas (Sle) Lr=SLe
POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO PRIVADO
LÍQUIDO ou INVESTIMENTO NOVO
SPL=IPL
Mais: Depreciação = Investimento de Reposição d=IR
POUPANÇA PRIVADA BRUTA = INVESTIMENTO PRIVADO BRUTO SPB=IPB
Outras relações importantes:
Carga Tributária = Tributos: T = Ti + IRPJ + INSS + IRPF.
Gastos Governamentais = G = Ti – Sub + IRPJ + INSS – Trans + IRPF.
Produto Nacional Bruto = PNB = Cf + IPB + G
Poupança Privada Líquida = SPL = Sf + Sle = Sf + SlE = Investimento Privado Líquido = IPL.
Poupança Privada Bruta = SPB = Sf + Sle + d = IPL + IR = IPB .
Taxa de Consumo das Famílias = PNB
Cf .
Taxa de Poupança Bruta = PNB
Spb .
Taxa de tributação ou Carga tributária = PNB
Tributos .
Taxa de participação do Trabalho no PNB = PNB
W .
Taxa de Rendimentos Líquidos do Exterior no PIB: 𝑇𝑥𝑅𝐿𝐸 =𝑅𝐿𝐸
𝑃𝐼𝐵. Cuidado com o sinal!
Taxa de Investimento Bruto da Economia = 𝐼𝑃𝐵 +𝐼𝐺
𝑃𝑁𝐵
2. Em determinada economia são conhecidos os dados seguintes da Contabilidade Nacional, no ano x, em
$ bilhões:
80
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
a) PIB = Produto Interno Bruto 1.000
b) W = Salários 445
c) D = Depreciação 50
d) Subs = Subsídios governamentais às empresas 30
e) Lr = Lucros retidos 70
f) Cf = Consumo das famílias 470
g) J = Juros 50
h) Ti = Tributos indiretos 100
i) A = Aluguéis 35
j) Trans = Transferências governamentais 100
k) L = Lucros (mais Dividendos) 80
l) IRPF = Imposto de Renda – Pessoa Física 150
m) Ry = Royalties 20
n) IRPJ = Imposto de Renda – Pessoa Jurídica 80
o) INSS = Contribuições Sociais ( INSS, PIS, Cofins, FGTS etc.) 75
Determinar:
1) IPB = Investimento Privado Bruto
2) Sf = Poupança das famílias (Saving)
3) G = Consumo (gastos) do Governo
4) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior
5) RPD = Renda Pessoal Disponível
6) PNB = Produto Nacional Bruto
7) IPL = Investimento Privado Líquido ou Novo
8) RP = Renda Pessoal
9) PNLPM = Produto nacional Líquido a Preço de Mercado
10) RN = Renda Nacional
11) TxS = Taxa de Poupança da Economia
12) TxW = Taxa de participação do Trabalho na Economia
13) TxTr = Taxa de Tributação na Economia (Carga tributária)
14) TxIPL = Taxa de Investimento Privado Líquido (Formação de Capital)
Solução:
PIB = Produto Interno Bruto =
RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior () –
PNB =Produto Nacional Bruto =
D = Depreciação = Investimento de Reposição = Ir –
PNLpm = Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado =
Ri == Tributos indiretos –
Subs = Subsídios governamentais às empresas +
PNLcf = Produto Nacional Líquido a Custos de Fatores =
RN = Renda Nacional =
Lr = Lucros retidos –
IRPJ = Imposto de renda – Pessoa Jurídica –
INSS = Contribuições do INSS, Pis, Pasep. Confins, etc. –
*Somatório das remunerações dos fatores produtivos:
W = Salários (Trabalho)
Σrfp
+
A = Aluguéis (Recursos Naturais) +
J = Juros (Capital) +
Ry = Royalties (Tecnologia) +
L = Lucros / Dividendos (Empresariedade) + =
+
RP = Renda Pessoal =
IRPF = Imposto de renda = Pessoa Física –
RD = Renda Disponível =
Cf = Consumo das famílias –
Sf = Poupança das famílias =
Lr = Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas +
SPL = Poupança Privada Líquida
D = Depreciação = Investimento de Reposição = Ir +
SPB = Poupança Privada Bruta = IPB= Investimento Privado Bruto =
81
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
G = Trib. Totais = Ti = Tributos indiretos +
Gastos do Governo Subs = Subsídios –
IRPJ = Imp. Renda - P. Jur. +
INSS = Contribuições +
Trans = Transferências –
IRPF = Imp. Renda - P. Fís. + =
Cf = Consumo das Famílias (Pessoas) =
PNB =Produto Nacional Bruto =
3. Dados:
rfp Somatório das remunerações dos fatores produtivos 1.500
Lr Lucros retidos = Investimento Líquido das Empresas 300
L Lucros (mais Dividendos) 250
D Depreciação = Investimento de Reposição 5% do PNB
IRpf Imposto de Renda – Pessoa Física 20% da RP
Ry Royalties 150
Subs Subsídios governamentais 100
IRpj Imposto de Renda - Pessoa Jurídica 350
A Aluguéis 250
Trans Transferências governamentais 400
RLE Rendimentos Líquidos do Exterior (menos) 400
Ti Tributos indiretos 400
INSS Contribuições do INSS, PIS, Cofins, FGTS etc. 400
J Juros 250
Sf Poupança das famílias 450
Calcular:
1) Ib = Investimento Privado Bruto
2) Sf = Consumo das famílias
3) G = Consumo (gastos) do Governo = Custeio + Investimentos
4) W = Salários
5) RPD = Renda Pessoal Disponível
6) PNB = Produto Nacional Bruto
7) Il = Investimento Privado Líquido ou Novo
8) RP = Renda Pessoal
9) PNLpm = Produto nacional Líquido a Preço de Mercado
10) RN = Renda Nacional
11) TxSBE = Taxa de Poupança Bruta da Economia
12) TxW = Taxa de Salários
13) TxT = Taxa de Tributos (Carga Tributária)
14) TxCf = Taxa de Consumo das Famílias
15) TxIl = Taxa de Invest. Privado Líquido (Formação de Capital)
16) TxG = Taxa de custeio mais investimento do governo
4. Em determinada economia são conhecidos os seguintes dados da Contabilidade Nacional, no ano x, em
$ bilhões:
W Salários 60
Pf Poupança das Famílias 30
Lr Lucros retidos = Invest. Líquido das Empresas 15
L Lucros 20
D Depreciação = Investimento de Reposição 5
IRPF Imposto de Renda - Pessoa Física 20
J Juros 15
Sub Subsídios governamentais 10
IRpj Imposto de Renda - Pessoa Jurídica 12
A Aluguéis 10
Trans Transferências governamentais 15
RLE Rendimentos Líquidos do Exterior 5 (positivos)
82
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Ti Tributos indiretos 15
INSS Contribuições do INSS, etc. 13
Ry Royalties 10
A. O Investimento Privado Líquido desta economia é
a) $ 45 bilhões
b) $ 55 bilhões
c) $ 60 bilhões
d) $ 65 bilhões
e) Nenhuma das respostas anteriores
B.
a) O Produto Interno Bruto é igual ao Produto Nacional Bruto;
b) O Produto Nacional Bruto supera o Produto Interno Bruto em $ 5 bilhões;
c) O Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado é menor que o Produto Interno Bruto em $10
bilhões;
d) O Produto Interno Bruto supera o Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado em $ 5 bilhões;
e) Nenhuma das respostas anteriores.
C. Os Gastos do Governo importam em
a) $ 35 bilhões
b) $ 40 bilhões
c) $ 45 bilhões
d) $ 50 bilhões
e) $ 60 bilhões
D. A taxa de poupança bruta da economia no setor privado (famílias e empresas) é
a) menor que 25%;
b) igual a 25%;
c) maior que 30%;
d) igual a 30%;
e) nenhuma das respostas anteriores.
E. A Renda Pessoal, a Renda Nacional e a Renda Pessoal Disponível são respectivamente
a) $ 155, 130 e 110 bilhões;
b) $ 115, 155 e 130 bilhões;
c) $ 110, 155 e 130 bilhões;
d) $ 130, 155 e 110 bilhões;
e) Nenhuma das respostas anterior.
F. Se os Rendimentos Líquidos do Exterior tivessem sido negativos em $ 5
a) O PNB seria menor que o PIB;
b) O PNB seria igual ao Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado;
c) O PIB seria igual ao Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado;
d) O PNB seria menor que Renda Nacional;
e)O PIB seria igual ao PNB.
G. Em qualquer economia
a) Renda Nacional é igual a Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado;
b) Renda Pessoal é igual a Renda Nacional menos Transferências governamentais;
c) Produto Nacional Líquido a Custo de Fatores é igual a Renda Nacional;
d) Produto Nacional Líquido a Custo de Fatores é menor que Produto Nacional Líquido a Preço de
Mercado;
e) Nenhuma das respostas anteriores.
83
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
5. Em determinada economia são conhecidos os seguintes dados da Contabilidade Nacional, no ano x, em
$ bilhões:
a) PIB = Produto Interno Bruto 2.000
b) Sl = Salários 900
c) D = Depreciação 100
d) Subs = Subsídios governamentais às empresas 60
e) Lr = Lucros retidos 140
f) Cf = Consumo das famílias 950
g) J = Juros 50
h) Ti = Tributos indiretos 240
i) A = Aluguéis 35
j) Trans = Transferências governamentais 200
k) L = Lucros 160
l) IRpf = Imposto de Renda – Pessoa Física 300
m) Ry = Royalties 40
n) IRpj = Imposto de Renda – Pessoa Jurídica 100
o) INSS = Contribuições do INSS, PIS, Cofins,, etc. 100
Determinar:
1) Ib = Investimento Privado Bruto
2) Sf = Poupança das famílias (Saving)
3) G = Consumo (gastos) do Governo
4) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior
5) RPD = Renda Pessoal Disponível
6) PNB = Produto Nacional Bruto
7) Il = Investimento Privado Líquido ou Novo
8) RP = Renda Pessoal
9) PNLPM = Produto nacional Líquido a Preço de Mercado
10) RN = Renda Nacional
11) TSBE = Taxa de Poupança Bruta da Economia
12) Tx.Tr = Taxa de tributação ou Carga tributária)
6. Em determinada economia são conhecidos os seguintes dados da Contabilidade Nacional, no ano x, em
$ bilhões:
a) W Salários 500 + número do aluno
b) Lr Lucros retidos 100
c) L Lucros 100
d) D Depreciação 100
e) IRPF Imposto de Renda - Pessoa Física 150 + número do aluno
f) J Juros 50
g) Subs Subsídios governamentais 50
h) IRPJ Imposto de Renda - Pessoa Jurídica 100
i) A Aluguéis 50
j) Trans Transferências governamentais 100
k) RLE Rendimentos Líquidos do Exterior 100 (positivos)
l) Ti Tributos indiretos 150
m) INSS Contribuições do INSS, etc. 100
n) Div Dividendos 50
o) IPB Investimento Privado Bruto 300
Determinar:
1) PIB Produto Interno Bruto
2) PNB Produto Nacional Bruto
3) PNLpm Produto Nacional Líquido a preço de mercado
4) RN Renda Nacional
5) RP Renda Pessoal
6) RPD Renda Pessoa Disponível
84
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
7) Cf Consumo
8) G Gastos do governo
9) Sf Poupança das famílias
10) Se Poupança bruta das empresas
11) Tx.W Taxa de participação dos Salários
12) Tx. Tr. Taxa de tributação (Carga tributária)
13) Tx. Ib Taxa de Investimento Privado Bruto
Solução:
PIB = Produto Interno Bruto =
RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior ()
PNB =Produto Nacional Bruto =
D = Depreciação –
PNLpm = Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado =
Ri == Tributos indiretos –
Subs = Subsídios governamentais às empresas +
PNLcf = Produto Nacional Líquido a Custos de Fatores =
RN = Renda Nacional =
Lr = Lucros retidos –
IRPJ = Imposto de renda – Pessoa Jurídica –
INSS = Contribuições do INSS, Pis, Pasep. Confins, etc. –
* W = Salários =
A = Aluguéis +
J = Juros +
Div = Dividendos +
L = Lucros + =
Trans = Transferências governamentais +
RP = Renda Pessoal =
IRPF = Imposto de renda = Pessoa Física –
RPD = Renda Pessoal Disponível =
Cf = Consumo das famílias –
Sf = Poupança das famílias =-
Lr = Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas +
D = Depreciação = Investimento de Reposição +
S = Poupança = I = Investimento Privado Bruto =
G = Imp.Líquidos= Ti = Tributos indiretos +
Gastos do Governo Subs = Subsídios –
IRPJ = Imp. Renda = P. Jur. +
INSS = Contribuições +
Trans = Transferências –
IRPF = Imp. Renda = P. Fís. + =
Cf = Consumo das Pessoas (famílias) =
PNB =Produto Nacional Bruto =
7. Em determinada economia são conhecidos os dados seguintes da Contabilidade Nacional, no ano x, em
$ bilhões:
a) PIB = Produto Interno Bruto 1.500
b) W = Salários 675
c) D = Depreciação 75
d) Subs = Subsídios governamentais às empresas 45
e) Lr = Lucros retidos 105
f) Cf = Consumo das famílias 713
g) J = Juros 75
h) Ti = Tributos indiretos 180
i) A = Aluguéis 53
j) Trans = Transferências governamentais 150
k) L = Lucros (mais Dividendos) 120
l) IRPF = Imposto de Renda – Pessoa Física 225
m) Ry = Royalties 30
n) IRPJ = Imposto de Renda – Pessoa Jurídica 75
85
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
o) INSS = Contribuições Sociais ( INSS, PIS, Cofins, FGTS etc.) 75
Determinar:
1) Ib = Investimento Privado Bruto
2) Sf = Poupança das famílias (Saving)
3) G = Consumo (gastos) do Governo
4) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior
5) RPD = Renda Pessoal Disponível
6) PNB = Produto Nacional Bruto
7) Il = Investimento Privado Líquido ou Novo
8) RP = Renda Pessoal
9) PNLPM = Produto nacional Líquido a Preço de Mercado
10) RN = Renda Nacional
11) TxS = Taxa de Poupança da Economia
12) TxW = Taxa de participação do Trabalho na Economia
13) TxTr = Taxa de Tributação na Economia (Carga tributária)
14) TxIl = Taxa de Invest. Privado Líquido (Formação de Capital)
Solução:
PIB = Produto Interno Bruto =
RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior () –
PNB =Produto Nacional Bruto =
D = Depreciação = Investimento de Reposição –
PNLpm = Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado =
Ri == Tributos indiretos –
Subs = Subsídios governamentais às empresas +
PNLcf = Produto Nacional Líquido a Custos de Fatores =
RN = Renda Nacional =
Lr = Lucros retidos –
IRPJ = Imposto de renda – Pessoa Jurídica –
INSS = Contribuições do INSS, Pis, Pasep. Confins, etc. –
*Somatório das remunerações dos fatores:
W = Salários (Trabalho)
Σrfp
+
A = Aluguéis (Recursos Naturais) +
J = Juros (Capital) +
Ry = Royalties (Tecnologia) +
L = Lucros / Dividendos (Empresariedade) + =
Trans = Transferências governamentais (Aposentadorias etc.) +
RP = Renda Pessoal =
IRPF = Imposto de renda = Pessoa Física –
RD = Renda Disponível =
Cf = Consumo das famílias –
Sf = Poupança das famílias =
Lr = Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas +
Sl = Il = Poupança Privada Líquida ou Investimento Privado Líquido ou Novo =
D = Depreciação = Investimento de Reposição = Ir +
Sb = Poupança Bruta = Ib = Investimento Bruto =
G = Trib. Totais = Ti = Tributos indiretos +
Gastos do Governo Subs = Subsídios –
IRPJ = Imp. Renda - P. Jur. +
INSS = Contribuições +
Trans = Transferências –
IRPF = Imp. Renda - P. Fís. + =
Cf = Consumo das Famílias (Pessoas) =
PNB =Produto Nacional Bruto =
8. Em determinada economia são conhecidos os seguintes dados da Contabilidade Social, no ano 2006, em
$ bilhões:
86
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
D Depreciação 5% do PNB
IRPF Imposto de Renda – Pessoa Física 15 % da RP
Ry Royalties 625
Subs Subsídios governamentais 500
IRpj Imposto de Renda - Pessoa Jurídica 800
rfp Somatório das remunerações dos fatores produtivos 5200
Lr Lucros retidos 750
L Lucros (inclusive Dividendos) 900
A Aluguéis 650
Trans Transferências governamentais 1000
RLE Rendimentos Líquidos do Exterior 350 (positivos)
Ti Tributos indiretos 950
INSS Contribuições do INSS, PIS-PASEP, Cofins etc. 900
J Juros 725
Cf Consumo das famílias 4220
Com base no esquema a seguir, monte uma solução e responda às questões de A a H:
Denominação Sigla $ bilhões
PRODUTO INTERNO BRUTO PIB
Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior ±RLE
PRODUTO NACIONAL BRUTO PNB
Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d = -Ir
PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLpm
Menos: Tributos Indiretos -Ti
Mais: Subsídios +Subs
PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores PNLcf
RENDA NACIONAL = RN
Menos: Lucros retidos -Lr
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas -IRPJ
Contribuições Sociais (INSS, PIS, COFINS etc.) -INSS
Somató0rio das remunerações dos fatores produtivos:
Σrfp
A Aluguéis
W Salários
J Juros
Ry Royalties
L Lucros
Mais: Transferências governamentais (Aposentadorias, pensões etc.) +Trans
RENDA PESSOAL RP
Menos: Imposto de Renda das Pessoas Físicas -IRPF
RENDA DISPONÍVEL RD
Menos: CONSUMO DAS FAMÍLIAS -CF
POUPANÇA DAS FAMÍLIAS Sf
Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas +Lr = +Sl e
POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO NOVO Sl = Il
Mais: Depreciação = Investimento de Reposição +Ir = +d
POUPANÇA PRIVADA BRUTA = INVEST. pRIVADO BRUTO Sb = Ib
A. A carga tributária da economia
a) É de 41% do PNB.
b) É de 40% do PNB.
c) Supera a 42% do PNB.
d) É de quase 42% do PNB.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
B. Os gastos governamentais
a) São de 23,50% do PNB.
b) São de 25,00% do PNB.
87
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
c) São de 24,50% do PNB.
d) São de 24,00% do PNB.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
C. A Renda Nacional e o Produto Nacional Líquido a preço de mercado são respectivamente
a) $ 6.200 e $ 8.100.
b) $ 7.600 e $ 8.500.
c) $ 8.100 e $ 7.650.
d) $ 6.200 e $ 7.650.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
D. A taxa de formação bruta de capital não
a) É menor do que 27,00% do PNB.
b) É maior do que 26,00% do PNB.
c) É cerca de 27,71% do PNB.
d) É igual a 26,71% do PNB
e) Nenhuma das respostas anteriores.
E. As remunerações do fator Trabalho são aproximadamente
a) 90% dos Investimentos Brutos.
b) 79% das remunerações dos demais fatores.
c) 55% do consumo das famílias.
d) As três respostas anteriores estão corretas.
e) Somente as duas primeiras (a e b) estão corretas.
F. Em qualquer economia do mundo:
a) O Produto Nacional Bruto é maior do que o Produto Interno Bruto.
b) O Produto Interno Bruto é maior do que o Produto Nacional Bruto.
c) O Produto Nacional Bruto é igual ao Produto Interno Bruto.
d) O Produto Interno Bruto é menor do que a Renda Nacional.
e) As respostas anteriores estão erradas.
G. A poupança é um fato ex ante, enquanto o Investimento é um fato ex post, dizem os economistas.
Todavia, sempre, em qualquer economia:
a) Investimento Bruto é igual a Poupança Bruta.
b) Poupança Líquida é igual a formação líquida de capital.
c) Poupança Líquida é igual a Investimento Líquido ou Novo.
d) Investimento Bruto é igual a formação bruta de capital.
e) Qualquer uma das respostas anteriores.
H. Os Rendimentos Líquidos do Exterior não são
a) Todas as respostas a seguir.
b) A diferença entre o Produto Nacional Bruto e o Produto Interno Bruto.
c) A diferença entre a produção (renda) das empresas nacionais no exterior e a produção (renda) das
empresas estrangeiras no país.
d) A diferença entre o Produto Nacional Líquido a custo de fatores e o Produto Interno Bruto.
e) A diferença entre o Produto Interno Bruto e o Produto Nacional Líquido a preço de mercado
somado com o Investimento de Reposição.
9. Em determinada economia são conhecidos os seguintes dados da Contabilidade Social, no ano 2006, em
$ bilhões:
D Depreciação 5,5% do PNB
IRPF Imposto de Renda – Pessoa Física 18 % da RP
Ry Royalties 35
Subs Subsídios governamentais 15
IRpj Imposto de Renda – Pessoa Jurídica 75
88
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
W Salários 55% do RFP
Lr Lucros retidos 120
L Lucros (inclusive Dividendos) 110
A Aluguéis 60
Trans Transferências governamentais
RLE Rendimentos Líquidos do Exterior 22% do PNB negativos
Ti Tributos indiretos 85
INSS Contribuições do INSS, PIS-PASEP, Cofins etc. 80
J Juros 65
Sf Poupança das famílias 20% da RPD
Com base no esquema abaixo, monte uma solução e responda às questões a seguir:
Denominação Sigla $ bilhões
PRODUTO INTERNO BRUTO PIB
Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior ±RLE
PRODUTO NACIONAL BRUTO PNB
Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d = -Ir
PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLpm
Menos: Tributos Indiretos -Ti
Mais: Subsídios +Subs
PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores PNLcf
RENDA NACIONAL = RN
Menos: Lucros retidos = Investimentos Líquidos das Empresas -Lr
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas -IRPJ
Contribuições Sociais (INSS, PIS, COFINS etc.) -INSS
Somatório das remunerações dos fatores produtivos:
Σrfp
A Aluguéis
W Salários
J Juros
Ry Royalties
L Lucros
Mais: Transferências governamentais (Aposentadorias, pensões etc.)I +Trans
RENDA PESSOAL RP
Menos: Imposto de Renda das Pessoas Físicas -IRPF
RENDA PESSOAL DISPONÍVEL RPD
Menos: CONSUMO DAS FAMÍLIAS -CF
POUPANÇA DAS FAMÍLIAS Sf
Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas +Lr = +Sl e
POUPANÇA PRIVADALÍQUIDA = INVESTIMENTO NOVO Sl = Il
Mais: Depreciação = Investimento de Reposição +Ir = +d
POUPANÇA BRUTA = INVESTIMENTO BRUTO Sb = Ib
I – A carga tributária dessa economia é maior do que a participação dos salários.
II – Os gastos do governo são menores do que a formação bruta de capital.0
III – Excetuando os salários, a participação das remunerações dos demais fatores de produção supera a
formação líquida de capitais.
IV – Os lucros distribuídos (dividendos) são menores do que os lucros retidos.
a) Apenas I é uma declaração verdadeira.
b) Apenas II é uma declaração verdadeira.
c) Apenas III é uma declaração verdadeira.
d) Apenas IV é uma declaração verdadeira.
e) Nenhuma das respostas anteriores é verdadeira.
Os gastos governamentais não representam
a) Apenas 25,1% do PNB
b) Mais de 54,5% do Consumo das Famílias.
c) Aproximadamente 86,55% do Investimento Bruto privado.
d) Menos de 114% dos Rendimentos Líquidos favoráveis ao Exterior
e) Nenhuma das respostas anteriores é falsa.
89
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
A Renda Nacional e o Produto Nacional Líquido a custo de fatores são respectivamente
a) $ 875 e $ 945
b) $ 875 e $ 875.
c) $ 875 e $ 700.
d) $ 700 e $ 945.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
O Governo repassou ao setor privado da economia:
a) Mais de 46% dos seus próprios gastos..
b) Menos de 31% dos Tributos arrecadados
c) Tanto a) como b) estão certas
d) As respostas anteriores estão certas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
10. Em determinada economia são conhecidos os dados seguintes da Contabilidade Nacional, no ano x, em
$ bilhões:
a) PIB = Produto Interno Bruto 1.300
b) W = Salários 440
c) D = Depreciação = Investimento de Reposição 59
d) Subs = Subsídios governamentais às empresas 20
e) Lr = Lucros retidos 124
f) Cf = Consumo das famílias 604
g) J = Juros 80
h) Ti = Tributos indiretos 120
i) A = Aluguéis 50
j) Trans = Transferências governamentais 100
k) L = Lucros (mais Dividendos) 100
l) IRPF = Imposto de Renda – Pessoa Física 127
m) Ry = Royalties 30
n) IRPJ = Imposto de Renda – Pessoa Jurídica 100
o) INSS = Contribuições Sociais ( INSS, PIS, Cofins, FGTS etc.) 100
Determinar:
1) IPB = Investimento Privado Bruto
2) Sf = Poupança das famílias (Saving)
3) G = Consumo e Investimento (Gastos) do Governo
4) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior
5) RPD = Renda Pessoal Disponível
6) PNB = Produto Nacional Bruto
7) IPL = Investimento Privado Líquido ou Novo
8) RP = Renda Pessoal
9) PNLpm = Produto nacional Líquido a Preço de Mercado
10) RN = Renda Nacional
11) TxS = Taxa de Poupança da Economia
12) TxW = Taxa de participação do Trabalho na Economia
13) TxTr = Taxa de Tributação na Economia (Carga tributária)
14) TxIPL = Taxa de Investimento Privado Líquido (Formação de Capital)
15) TxRLE = Taxa de Remessa de Lucros para o Exterior
Solução:
PIB = Produto Interno Bruto =
RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior () –
PNB =Produto Nacional Bruto =
D = Depreciação = Investimento de Reposição –
PNLpm = Produto Nacional Líquido a Preço de Mercado =
Ri == Tributos indiretos –
Subs = Subsídios governamentais às empresas +
PNLcf = Produto Nacional Líquido a Custos de Fatores =
RN = Renda Nacional =
Lr = Lucros retidos –
IRPJ = Imposto de renda – Pessoa Jurídica –
90
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
INSS = Contribuições do INSS, Pis, Pasep. Confins, etc. –
*Somatório das remunerações dos fatores:
W = Salários (Trabalho)
Σrfp:
+
A = Aluguéis (Recursos Naturais) +
J = Juros (Capital) +
Ry = Royalties (Tecnologia) +
L = Lucros / Dividendos (Empresariedade) + =
Trans = Transferências governamentais (Aposentadorias, pensões etc.) +
RP = Renda Pessoal =
IRPF = Imposto de renda = Pessoa Física –
RD = Renda Disponível =
Cf = Consumo das famílias –
Sf = Poupança das famílias =
Lr = Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas +
Sl =Il = Poupança Líquida ou Investimento Líquido =
D = Depreciação = Investimento de Reposição = Ir +
Sb = Poupança Privada Bruta = Ib = Investimento Privado Bruto =
T = Carga Tributária = Ti + IRPJ + INSS + IRPF = 120+100+100+127
G = Gastos do Governo=
Custeio + Investimentos
Ti = Tributos indiretos +
Subs = Subsídios –
IRPJ = Imp. Renda - P. Jur. +
INSS = Contribuições +
Trans = Transferências –
IRPF = Imp. Renda - P. Fís. + =
Cf = Consumo das Famílias (Pessoas) =
PNB =Produto Nacional Bruto = CF + SPB + G = CF + IPB + G =
10) Em determinada economia são conhecidos os dados seguintes da Contabilidade Nacional, no ano 2xxx,
em US$ bilhões:
a) W = Salários 630
b) D = Depreciação ou Investimento de Reposição 70
c) Subs = Subsídios governamentais às empresas 20
d) Lr = Lucros retidos 50
e) Sf = Poupanças das famílias 190
f) J = Juros 100
g) RLE = Rendimentos Líquidos do Exterior (negativos) (250)
h) INSS = Contribuições Sociais (INSS, PIS, Cofins, FGTS etc.) 80
i) A = Aluguéis 50
j) Trans = Transferências governamentais aposentadorias, pensões etc.) 130
k) IRPF = Imposto de Renda (tributos diretos) de Pessoas Físicas 180
l) Ry = Royalties 40
m) IRPJ = Imposto de Renda (tributos diretos) de Pessoas Jurídicas 70
n) L = Lucros 130
o) TI = Tributos Indiretos 150
Determinar:
1) Ib = Investimento Privado Bruto
2) Sf = Consumo das famílias
3) G = Gastos do Governo = Custeio + Investimentos
4) PIB = Produto Interno Bruto
5) RPD = Renda Pessoal Disponível
6) PNB = Produto Nacional Bruto
7) Il = Investimento Privado Líquido ou Novo
8)
9)
RP
CG
= Renda Pessoal
= Custeio do Governo (94% de seus Gastos)
10) PNLPM = Produto nacional Líquido a Preço de Mercado
11) RN = Renda Nacional
12) TxSE = Taxa de Poupança Bruta da Economia (Privada + do Governo)
13) TxS = Taxa de Poupança Bruta da Economia (Privada e do Governo)
91
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
14) TxW = Taxa de participação do Trabalho na Economia
15) TxTr = Taxa de Tributação na Economia (Carga tributária)
16) TxIl = Taxa de Investimento Privado Líquido (Formação Líquida de Capital Privado)
16) TxG = Taxa de Gastos (Custeio e Investimento) do Governo
Denominação Sigla US$ bI
PRODUTO INTERNO BRUTO: fluxo de todas as rendas geradas dentro das
fronteiras geográficas do país por nacionais e estrangeiros
PIB
Mais/Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior: diferença entre a renda recebida
do e a enviada ao exterior como lucros, juros, royalties e assistência técnica etc.
±RLE
PRODUTO NACIONAL BRUTO: rendas efetivamente dos nacionais PNB
Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d ou Ir
PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLPM
Menos: Tributos Indiretos (ICMS, IPI -Ti
Mais: Subsídios governamentais às Empresas Sub
PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores ou PNLcf
RENDA NACIONAL = RN
Menos: Lucros retidos ou Poupança Líquida das Empresas -Lr ou SLE
Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Jurídicas -IRPJ
Contribuições Sociais (INSS, PIS, Cofins etc.) -INSS
SOMATÓRIO das remunerações dos fatores produtivos:
A – ALUGUÉIS (Remunerações dos Recursos Naturais ou Terra)
W – SALÁRIOS (Remunerações do Trabalho)
J – JUROS (Remunerações do Capital}
Ry – ROYALTIES (Remunerações da Tecnologia)
L – LUCROS (Remunerações da Empresariedade)
ΣRfp
Mais: Transferências do Governo (aposentadorias, pensões, indenizações etc.) Trans
RENDA PESSOAL RP
Menos: Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Físicas -IRPF
RENDA PESSOAL DISPONÍVEL RPD
Menos: CONSUMO DAS FAMÍLIAS -CF
POUPANÇA DAS FAMÍLIAS SF
Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas (Sle) Lr ou SLE
POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO PRIVADO LÍQUIDO ou
NOVO
SPL=IPL
Mais: Depreciação = Investimento de Reposição d ou IR
POUPANÇA PRIVADA BRUTA = INVESTIMENTO PRIVADO BRUTO SPB=IPB
Referências bibliográficas: ATTIYEH, R. e outros. Introdução Programada à Microeconomia. São Paulo:
Atlas,1973. MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São Paulo: Thomson
Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São Paulo:
Saraiva, 2001.
92
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
10– Economia monetária – Sistema monetário Nacional:
Definição de moeda: qualquer coisa que, em determinada comunidade, serve como
instrumento geral de troca e medida comum de valor; o conjunto de ativos da economia
que as pessoas usam regularmente para comprar bens e serviços . ,
Histórico da moeda: 1) escambo (na economia natural ou primitiva): – troca de mercadoria por outra;
2) moeda mercadoria: emprego de uma mercadoria como meio de troca.Qualidades requeridas desta
moeda: durabilidade, divisibilidade, homogeneidade e facilidade de manuseio e transporte.
Principais mercadorias utilizadas como moeda:
Antiguidade (até 476 d.C) Idade Média (476 a 1453)
Egito Cobre Ilhas Britânicas Moedas de couro, gado, ouro, prata
Babilônia, Assíria Cobre, prata, cevada Alemanha Gado, cereais, mel
Pérsia Gado (Pecus) Islândia Gado, tecidos, bacalhau
Bretanha Barras de ferro, escravos Noruega Gado, escravos, tecidos
Índia Animais, arroz, metais Rússia Gado, prata
China Conchas, seda, sal, cereais China Arroz, chá, sal, estanho, prata
Roma e Grécia Gado, escravos, metais Japão Anéis de cobre, pérolas, arroz
Idade Moderna ( 1453 a 1789)
EUA Fumo, cereais, madeira, gado França Metais preciosos, cereais
Austrália Rum, trigo, carne Japão Arroz
Canadá Peles, cereais Brasil Ouro, açúcar, café, cacau
3) moeda metálica: monometalismo (ouro ou prata) e bimetalismo (ouro e prata, valendo esta mais ou
menos 2% daquele). As primeiras moedas foram cunhadas na Lídia (Àsia Menor), seis séculos antes
de Cristo: eram peças de ouro e prata encomendadas a artesãos. Os gregos usaram a moeda em
ambiente de estabilidade, mas os romanos registraram historicamente o uso da desvalorização
monetária por irresponsabilidade fiscal de seus governantes.
4) moeda-papel: certificado de depósitos (transferível e com lastro em metais preciosos – padrão ouro,
por exemplo);
5) papel-moeda (inclusive moedas fracionárias): moeda fiduciária, moeda sem valor intrínseco, moeda
legal ou moeda de curso forçado – certificado inconversível usado como moeda por lei, por decreto
governamental.
Funções da moeda: a) meio de troca: o que o comprador dá ao vendedor quando compra bem e serviços;
b) unidade de valor ou de conta: padrão de medida usado para anunciar preços e registrar contas;
c) meio de pagamentos diferidos (futuros) ou créditos concedidos;
d) reserva de valor: o que se usa para transferir poder de compra do presente para o futuro. Somente a
moeda sem inflação econômica é que tem esta função.
Características da moeda:
Inalterabilidade (indestrutibilidade!): ser resistente a inúmeras relações de troca e protegidas contra
falsificações;
Homogeneidade: rigorosamente igual (se existir em formas diferenciadas) ao representar um valor;
Divisibilidade: possuir múltiplos e submúltiplos (fragmentar-se sem perda de valor);
Transferibilidade: circular sem dificuldade,pois tem curso legal imposto pelo Estado;
Facilidade de manuseio e transporte: comodidade de uso e ponderabilidade.
Tipos de moeda: em seu sentido mais verdadeiro, tendo liquidez perfeita: I – Moeda manual (MM): cédulas e moedas fracionárias (Papel-moeda e divisionárias em poder do
público);
II – Moeda escritural ou bancária (ME): saldos de depósitos à vista do público.
Liquidez: a facilidade com que um ativo pode ser convertido em meio de troca da
economia. A Moeda1 (M1) é o ativo mais líquido (liquidez perfeita), converte-se em
qualquer bem/serviço em tempo real (na hora). A liquidez dos demais ativos varia
muito.
Emissão e controle de moeda: cabe ao Congresso Nacional dispor sobre “moeda, seus
limites de emissão e montante da dívida mobiliária federal” e “a competência da União
93
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central”. (CF, art. 48, XIV
e art. 164)
Alguns conceitos muito relevantes:
Papel-moeda emitido (PME) = Moeda legal existente = Papel-moeda em circulação
(PMC) + Encaixe das autoridades monetárias (EAM);
Base monetária (B) = Meio circulante = Papel-moeda em circulação (PMC) =
Papel-moeda em poder do público (PMPP) + Encaixe bancário em papel-moeda
(EBC).
Papel-moeda em poder do público (PMPP): cédulas e moedas em mãos das pessoas
físicas e jurídicas, exceto empresa bancária.
Encaixe bancário (EBC): cédulas e moedas nos cofres dos bancos comerciais.
Oferta de moeda: a quantidade de moeda disponível na economia.
Ativos líquidos stricto sensu: meios de pagamento (MP) + quase-moeda (QM).
Ativos líquidos lato sensu: ativos líquidos stricto sensu + ações, debêntures, apólices
de seguro resgatáveis, imóveis, jóias etc.
Demanda de moeda: as pessoas têm preferência pela liquidez por três motivos:
1) motivo transacional: para fazer suas compras de bens e serviços;
2) motivo de precaução: para garantir-se no futuro próximo ou remoto;
3) motivo especulativo: para obter rendas com esse ativo especial.
Teoria da preferência pela liquidez: teoria de Keynes segundo a qual a taxa de juros
se ajusta para equilibrar a oferta e a demanda pó moeda.
Moeda (M1) = Meios de pagamento (MP) = Papel-moeda em poder do
público(PMPP) + Depósitos à vista do público (DVP). Tem liquidez perfeita,
transforma-se imediatamente em qualquer bem ou serviço (“toma a forma do vaso!”)
Quase-moeda (QM) = Depósitos a prazo (DP) + Poupanças (S) + Títulos e bônus do
Governo (TBG) + outros haveres, exceto M1. Quase-moeda tem liquidez imperfeita,
relativa.
Moeda (M2) = M1 + Títulos da Dívida Pública Federal (TDPF) + Títulos da Dívida
Pública Estadual e Municipal (TDPEM).
Moeda (M3) = M2 + Depósitos de poupanças (Saving = S).
Moeda (M4) = M3 + Títulos de emissão do Sistema financeiro: Certificados de
Depósitos a Prazo (CDP), Letras de Câmbio (LC), Letras Hipotecárias (LH) etc..
Exemplo 1: Oferta monetária do Brasil – R$ bilhões e percentuais (modificado) Conceitos Saldos %
Papel-Moeda Emitido (PME)
Menos: Encaixe das Autoridades Monetárias (EAM) 30.000
(9.500)
Papel Moeda em Circulação (PMC) = Meio Circulante
Menos: Encaixe em moeda corrente do sistema bancário (EBC) 20.500
3.351
–
Papel moeda em poder do público (PMPP) 17,149 3,44
Depósitos à vista do público (DVP) 28,752 5,76
Meios de pagamento = MOEDA1 (M1) 45.901 9,20
Fundos de aplicação financeira (FAFI)* diferente no exemplo 2 abaixo
5.943 1,19
Títulos da dívida pública federal (TDPF) 225.047 45,11
Títulos da dívida pública estadual e municipal (TDPEM) 10,124 2.03
MOEDA2 (M2) 287.015 55,5
Depósitos de cadernetas de poupança (S) 111.974 22,45
MOEDA3 (M3) 398.989 80,0
Títulos de emissão do sistema financeiro:certificados de
depósitos a prazo, letras de câmbio, letras hipotecárias etc.
99.878
20,0
MOEDA4 (M4) 498.867 100,00
94
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Exemplo 2: ATIVOS FINANCEIROS – Antes de set.. 2001 – $ bilhões (modificado)
Papel-Moeda Emitido (PME) 92,5
Menos: Encaixe das Autoridades Monetárias (BCB) (10,0)
Papel-Moeda em Circulação (PMC) = Meio Circulante (MC) 82,5
Menos: Encaixe dos Bancos Comerciais (EBC) (4,5)
Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP) 78,0 4,14%
Mais: Depósitos à Vista do Público (DVP) 154,0 8,17%
Meios de Pagamento – MOEDA1 (M1) 232,0 12,31%
Mais: Títulos da Dívida Pública (Federal, Estadual e Municipal) –(TDP) 549,0 29,12%
MOEDA2 (M2) 781,0 41,43%
Mais: Fundos de Investimentos Financeiros (FIF)*ver exemplo anterior (era diferente)
577,0 30,62%
Poupanças (S) 260,0 13,79%
MOEDA3 (M3) 1.618,0 85,84%
Mais: Depósitos a prazo, títulos privados e outros 267,0 14,16%
MOEDA4 (M4) 1.885,0 100,00%
Monetização e desmonetização da economia: criação e destruição de moeda (por
ação dos Bancos Comerciais que captam depósitos e fazem empréstimos ao público): a) aumento de empréstimos ao setor privado (monetização do sistema);
b) resgate de um empréstimo no banco (desmonetização do sistema);
c) transformação de um depósito a prazo em depósito à vista ou saque (monetização);
d) contratação de um depósito a prazo (desmonetização);
e) obrigação de recolhimento de Depósitos compulsórios ao Banco Central (indiretamente,
desmonetização; por que?);
f) venda de títulos do governo aos Bancos (“enxugamento” e,indiretamente, desmonetização etc.
Reformulação conceitual e metodológica dos Meios de pagamento (ampliados) e
haveres financeiros a partir de setembro/2001 – agora não mais ordenados pelo
grau de liquidez, mas sim por seus sistemas emissores:
Meios de Pagamento (abrangentes ou lato sensu) 2002 2003 2004
R$ % R$ % R$ %
Papel-moeda em poder do público (PMPP) 42.351 5,2 43.064 4,5 51.949 4,7
Depósitos à vista do público 65.495 8,1 66.584 6,9 75.911 6,8
Moeda1 = M1 = Meios de Pagamento (stricto sensu) 107.846 13,4 109.648 11,4 127.860 11,5
Depósitos para investimentos (especiais remunerados) 369 0,0
Depósitos de poupança 140.896 17,4 144.118 15,0 158.911 14,3
Títulos privados (Depósitos a prazo, Letras de câmbio,
Letras imobiliárias e Letras hipotecárias do Mercado
primário)
148.761 18,4 159.128 16,6 204.959 18,4
Moeda2 = M2 397.503 49,2 412.895 43,0 492.099 44,3
Cotas de fundos de renda fixa 279.560 34,6 408.096 42,5 476.670 42,3
Operações compromissadas com títulos federais 11.205 1,4 17.394 1,8 20.308 1,8
Moeda3 = M3 688.269 85,2 838.386 87,3 909.077 89,0
Títulos federais (Selic) 117.332 14,5 119.373 12,4 120.069 10,8
Títulos estaduais e municipais 1.922 0,2 2.302 0,2 2.678 0,2
Moeda4 = M4 807.523 100,0 960.061 100,0 1.111.824 100,0
95
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Multiplicador da base monetária (m): sendo
Moeda1 = M1 = MP = PMPP + DVP
Base monetária =B = PMC = PMPP + EBC,
Multiplicador =B
M
PMC
MPm 1 .
Com os dados do Exemplo 1 acima, 24,2500.20
901.45
351.3149.17
752.28149.17
m
Os pais dos bancos centrais: hoje se compreende,com relativa clareza, a relação entre
quantidade de moeda, preços e juros. Deve-se isso, em boa medida, a quatro luminares:
1. David Hume (1711-1776): o escocês explicou que o aumento do volume de dinheiro em circulação
na economia aumenta a atividade em um primeiro momento, mas no longo prazo o efeito é nulo.
2. Alfred Marshall (1.842-1924): o inglês argumentou que o excesso de liquidez tem efeito
inflacionário, que, ao fim e ao cabo, diminui o poder de compra e força o aumento dos juros.
3. Knut Wicksell (1851-1926): o sueco criou o conceito de “taxa de juros natural”, o Santo Graal
procurado por todos os BCs, em que a poupança e o consumo se equilibram de modo que a
economia trabalhe no potencial máximo sem inflação.
4. Irwing Fisher (1867-1947): o americano exprimiu matematicamente a relação entre a quantidade
de moeda e seu efeito na taxa de juros.
Organização do Meio Circulante
Casa da Moeda
Banco Central (Departamento do Meio Circulante - RJ)
Remessas
Custódia
Banco Central (Representações regionais do Departamento do MeioCirculante - RJ)
Custodiante (agências custodiantes)
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Atendimento
Rede bancária
Teoria quantitativa da moeda e inflação
Proposição de Irving Fisher: segundo a qual a velocidade de circulação (V) do
dinheiro (moeda = M) é razoavelmente estável numa economia sem inflação e,
portanto, o gasto total PQqpn
i ii 1 é fundamentalmente influenciado pela
quantidade de moeda. É a tautologia PQ = MV, onde M é a quantidade de moeda; V é
a velocidade de circulação da moeda; P é o nível geral de preços e Q, as quantidades
de bens e serviços produzidas, o PIL ou renda nacional.
Inflação: aumento contínuo e generalizado dos preços (nível geral de preços).
Curiosidade: em 1808, com a vinda da corte real, o monarca criou o Banco Brasil que
era seu banco particular. A emissão de dinheiro foi excessiva, e a moeda acabou
desvalorizando. Foi a primeira inflação brasileira...
Quando o dinheiro acaba em cinzas: exemplos históricos: – Alemanha: 1918: 3 marcos = US$ 1,00; 1923: US$ 1,00 = 4.200.000.000 marcos;
– Hungria: 1946: notas de 100 quintilhões; dinheiro em circulação no país = US$ 0,01;
– Brasil: 1980 a 1994 (Plano real): IPCA = 10,5 tri % = 10.500.000.000.000%. Em 1993: taxa anual
atingiu 2.477% ou mais de 50% ao mês;
– Zimbabue: 2008: inflação anual de 231.000.000%. Para controlá-la, o país abdicou das divisas e
funciona agora em dólares, euros e rands (da vizinha África do Sul)
Tipos de inflação: a) de custos ou de oferta (preços mais altos do trabalho, matéria prima etc.);
b) de demanda (excesso de moeda na mão da população e crédito);
c) mista (de oferta e de demanda a um só tempo);
d) inercial: decorrente de indexação (correção monetária);
e) psicológica: decorrente de expectativas.
Desinflação: diminuição no índice geral de preços (IGP).
Índice Geral de Preços do Mercado, mais conhecido como IGP-M, (ou IGP-DI) registra a
inflação de preços desde matérias primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais. O valor desse
índice é usado como base para calcular reajustes nos preços dos aluguéis. O IGP-M resulta da pesquisa
de outros três índices:
- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA),
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC),
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Cada um tem, respectivamente, 60%, 30% e 10% de peso no cálculo final, resultando no IGP-M. Para
calcular o IPC, por exemplo, são pesquisadas as variações de preços de alimentos, transporte, educação,
vestuário e muitas outras coisas que você, enquanto consumidor, compra diariamente. As pesquisas são
feitas pela Fundação Getúlio Vargas, sempre entre o dia 21 do mês anterior, até o dia 20 do mês atual.
Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (ou Amplo) – IPCA: Este índice é calculado
nas áreas metropolitanas de Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília,
Goiânia, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém, pelo IBGE. Mede a inflação das famílias de renda mensal
de 1 a 40 salários mínimos. O é usado pelo Banco Central do Brasil no sistema de metas.
Hiperinflação: inflação descontrolada (hot money).
Deflação: ocorrência em que o meio circulante é inferior às necessidades da economia.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Depressão econômica: deflação muito persistente ou situação em a capacidade
aquisitiva se retrai e os volumes de produção e consumo se reduzem, estagnando a
economia. Período amplo de desemprego maciço e excesso de capacidade instalada.
Estagflação: coexistência de uma alta taxa de desemprego (estagnação econômica)
com inflação.
Curva de Phillips: estudando a economia inglesa de 1861 a 1957, o inglês A. W.H. Phillips
observou a existência de uma relação inversa não linear entre os níveis de emprego e as taxas de
inflação (Curva de Phillips): taxa de desemprego no eixo de x e taxa de inflação no eixo de y, a curva
decrescente da esquerda para a direita cruza o eixo horizontal no ponto que representa o desemprego
natural da economia (também conhecido como desemprego friccional que ocorre por desajuste ou falta
de mobilidade entre a oferta e demanda de mão-de-obra). Em 1960, Paul Samuelson e Robert Solow
publicaram um artigo na American Economic Review intitulado “Análise da Política Antiinflacionária”
no qual mostraram uma correlação negativa semelhante entre o dados de inflação e desemprego nos
Estados Unidos. A figura a seguir mostra um exemplo de curva de Phillips idêntica àquela observada
por Samuelson e Solow:
Gráfico
O Plano Real que derrotou a inflação: lançado oficialmente no dia 1º de julho de 1994, mudou a
história econômica do Brasil. Antes dele, a praga da inflação (que chegou a impressionantes 2.477% em
1993) devastava as finanças de milhões de brasileiros, corroia os lucros das empresas e impelia o País
para o vício da correção monetária. O plano costurado por Fernando Henriques Cardoso, à época
ministro da Fazenda da Itamar Franco, não só debelou o monstro inflacionário como abriu caminho para
a estabilidade. Segundo o próprio FHC, seu principal acerto foi ter fugido de pacotes mirabolantes
ancorados no congelamento de preços, prática até então freqüente no Brasil. Em vez disso, o Plano Real
desindexou a economia, preservando assim o poder de compra da massa trabalhadora. Quase duas
décadas depois, não é exagero dizer que o plano fixou os alicerces necessários para sustentar o
crescimento que viria mais adiante. Seus efeitos positivos são visíveis hoje em dia. É impossível não
associar o aumento do poder aquisitivo das famílias e o surgimento de uma imensa classe de
consumidores à profunda transformação desencadeada em 1994. Desde o seu lançamento, apesar das
críticas feitas pela oposição, verdade é que a política econômica nascida do Plano Real preparou o Brasil
para enfrentar um mundo globalizado e inaugurou seguramente uma era de estabilidade monetária.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Inflação antes e depois do Plano Real
Jan/1994 42,19% Abr/1994 42,46% Jul/1994 6,08%
Fev/1994 42,41% Mai/1994 40,95% Ago/1994 5,46%
Mar/1994 44,83% Jun/1994 46,58% Set/1994 1,51
Armas para combater a inflação: durante quase 30 anos (final do século passado), a inflação foi a vilã
que travou o crescimento da economia brasileira. Com a estabilidade (a partir de 1994), o fantasma da
alta desenfreada de preços não assusta mais. É prudente, porém, não deixar o dragão ganhar asas. Em
2011, o aumento do preço dos alimentos, dos combustíveis e das tarifas de água, luz e telefone deixa a
inflação acima da meta de 4,5% estabelecida pelo governo – e isso apesar das medidas recentes de
contenção como o cerco ao crédito, a elevação dos impostos e o aumento das taxas de juros. Assim,
comprar à vista, fazer pesquisa de preços sempre, traçar itens do consumo por produtos que não tenham
sofrido aumento, ver as vantagens dos produtos importados etc. são medidas para combater a inflação da
pessoa.
Tempestade perfeita: uma confluência de cinco fatores colocou (julho/2011) as cidades brasileiras
entre as mais caras do mundo – em 2010, São Paulo (21ª), Rio de Janeiro (29ª) e Brasília (70ª), passaram
a ser, em 2011, São Paulo (10ª), Rio de Janeiro (12ª) e Brasília (33ª):
a) Câmbio: descontada a inflação, o real nunca esteve tão valorizado (Taxa de câmbio: R$ 1.57);
b) Impostos: a carga tributária brasileira é de quase 40% do PIB, e boa parte dela está embutida nos
preços de produtos e serviços;
c) Crédito: a oferta de empréstimos para o consumo aumentou 20% neste ano (2011) no Brasil;
d) Concentração: na última década, em 14 setores da economia houve concentração e, portanto,
diminuição da concorrência;
e) Otimismo recorde: seis em cada dez brasileiros acreditam que a economia vai melhorar ainda
mais no próximo ano.
Preço de banana? Que nada! Para nós, é mais caro:
a) TV de LED 40’ em dólares: BRASIL (2.000), Argentina (1.900), França (1.700), EUA (1.100) e
China (820). As empresas brasileiras culpam o custo logístico e não as vendas parceladas e os
juros embutidos, além da carga tributária;
b) Honda Civic, em dólares: BRASIL (67.000), Argentina (43.000), França (35.000), China (31.000)
e EUA (25.000). Nos Estados Unidos, o imposto é de 6% do valor do carro.
c) Tarifa de celular, preço médio por minuto em dólares: BRASIL (0,60), Argentina (0,49),
França (0,44), EUA (0,17) e China (0,06). A taxa de interconexão no Brasil (linha fixa para móvel
ou entre operadoras diferentes) é 0,42 cents por minuto, a maior do mundo.
d) iPad 16 GB, em dólares: BRASIL (1.649), Argentina (1.344), França (1.110), China (893) e EUA
(785).
e) Eletricidade quilowatt-hora em dólares: BRASIL (0,27), França (0,27), EUA (0,18), China
(0,12), Argentina (0,04). Tributos embutidos.
f) Internet, assinatura básica mensal em dólares: França (57), Argentina (49), BRASIL (44), EUA
(31) e China (28). Há falta de competição no Brasil.
g) Hotel Hilton, diária em dólares: Buenos Aires (568), SÃO PAULO (530), Paris (468), Nova
York (382) e Pequim (381); e
h) Big-Mac, em dólares: Suíça (6,78), BRASIL (6,21), Zona do Euro (4,79), Canadá (4,18), Japão
(3,91), EUA (3,69), Reino Unido (3,63), Singapura (3,46), Coreia do Sul (3,03), África do Sul
(2,79), México (2,58), Tailândia (2,44), Rússia (2,39), Malásia 2,25) e China (2,18). .(Economist).
i) Aluguel comercial mensal, metro quadrado em dólares: Hong Kong (359), Londres (348),
Tóquio (248) e RIO DE JANEIRO (179) . Pouco espaço e crescimento da indústria do petróleo.
Euforia de fôlego curto: o Brasil entrou em um ciclo de prosperidade em 2004. Virado o capítulo da
estabilização monetária, a inflação permaneceu estável e baixa, e o real se valorizou. As pessoas e as
empresas se beneficiaram do cenário de maior previsibilidade. A oferta de crédito deu um salto e o
consumo ganhou força. A taxa de desemprego caiu pela metade de 12% para 6%, atualmente em 2012.
A renda dos mais pobres avançou em uma velocidade superior à dos mais ricos, e a desigualdade,
embora ainda muito elevada, recuou aos níveis mais baixos desde o início dos anos 70. Os avanços em
relação ao passado recente de crises e miséria crescente são indiscutíveis. Mas as forças propulsoras
desse ciclo de prosperidade podem estar perto do fim...O rápido crescimento dos últimos oito anos,
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
apenas brevemente tisnado pela crise financeira internacional (2008 em diante) foi possível por fatores
como a valorização acentuada no preço dos produtos exportados pelo Brasil, cujo valor médio quase
triplicou na última década, e também pelo crescente endividamento das famílias brasileiras. O resultado
foi o fortalecimento do real e a ampliação do poder de compra dos brasileiros. O PIB acabou sendo
puxado, em todo esse período, pelo consumo interno. A capacidade produtiva do país, porém, pouco
avancou. Houve uma discrepância entre o total fabricado no país e soma daquilo consumido. Entre 2005
e 2011, as vendas do comércio avançaram a um ritmo de 8,1% ao ano, mas a produção industrial
registrou um crescimento médio de 2,4%. Esse descompasso deve-se à falta de competitividade dos
fabricantes nacionais que perderam espaço para os importados. Perseverar na política de estímulo ao
consumo e no endividamento aprofundará os desequilíbrios. É necessário, agora, incentivar os
investimentos e os ganhos de produtividade, reduzindo a burocracia, aprimorando a educação, desatando
os nós da infraestrutura, melhorando os gastos do governo e adequando a carga tributária considerada
muito alta e destorcida. Um estudo sério revela que o Brasil perde um PIB por década em decorrência
dos tributos elevados e dos gastos públicos ruins. Fazendo as reformas adiadas durante os anos de
euforia, o país poderia crescer ,a 6% ao ano...
Produtividade e crescimento econômico: aumento de produtividade requer mais educação, ciência,
tecnologia, inovação, melhoria infraestrutural, qualidade de tributação, gestão de governo e das
empresas, direito de propriedade, respeito a contratos e menos, muito menos corrupção e desperdício.
Isso leva muito tempo para ser plantado e amadurecer. Mas produtividade é o atalho para o crescimento.
Ela precisa ser trabalhada durante um período de tempo para poder dar seus frutos mais adiante e a
continuidade de colheitas dependerá sempre de mais plantações de produtividade. Em economias
desenvolvidas, ela chega a explicar mais de 80% da expansão do PIB. Mais de um terço do crescimento
do PIB brasileiro no período de Lula (média anual de 4,1%) é explicado pelo aumento de produtividade
semeado no governo FHC. Lula começou o seu governo plantando reformas microeconômicas, melhoria
do crédito, financiamentos habitacionais. Em 2005, o ímpeto reformista foi abandonado e focou-se a
demanda: a bem sucedida ação para estimular o consumo na crise de 2008 pareceu dar razão à estratégia.
“Um modelo de crescimento baseado no consumo é desejável e funciona quando a oferta cresce de
forma compatível com a demanda”. O Capital físico não evoluiu, nem com “foguetório” do PAC. “Na
ausência de novos plantios, diz Mailson da Nóbrega, a produtividade do capital físico e da mão-de-obra
diminuiu. A indústria de transformação passou a ter produtividade negativa. O potencial de crescimento
caiu”. Se não voltarem as reformas e o plantio de produtividades, a economia brasileira dificilmente vai
avançar. Mesmo se o aumento de produtividade voltar a acontecer agora, os resultados somente virão
em períodos futuros...
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Mercado financeiro
I – Classificação:
Mercado de haveres monetários: – moeda bancária
– bancos comerciais e algumas instituições oficiais
– negócios de curto prazo e médio prazo, na maioria das vezes
– capital de empréstimos e financiamentos
– dois segmentos, a saber: Mercado monetário e Mercado de Crédito.
Mercado de haveres não monetários:
1) quase-moeda – instituições captadoras de poupanças – médio e longo prazo –
capital de empréstimo;
2) poupança compulsória – bancos de desenvolvimento – médio e longo prazo -
capital de investimentos;
3) poupança voluntária para aplicações de risco – instituições do mercado de ações -
capital de risco.
II – Outra classificação
Mercado monetário: atende as necessidades de recursos de curtíssimo prazo, suprindo necessidades de
caixa dos agentes econômicos, inclusive bancos comerciais. A oferta de liquidez neste mercado é afetada
pelas operações de mercado aberto, executadas pela Banco Central. Exemplos: Fundo-Ouro, open-
market, hot-money, CDI etc.
Mercado de crédito: nesse segmento são atendidas as necessidades de recursos de curto, médio e longo
prazo, suprindo principalmente a demanda de crédito para aquisição de bens de consumo duráveis e a
demanda de capital de giro das empresas. A oferta neste mercado é determinada fundamentalmente pelas
instituições bancárias. Exemplos: crédito rápido, desconto de duplicatas, PASEP, giro etc. Os
financiamentos de longo prazo (investimentos) são atendidos, em geral, por instituições oficiais de
crédito como Banco do Brasil e BNDES.
Mercado de capitais: este segmento supre as exigências de recursos de médio e de longo prazo,
principalmente com vistas à realização de investimentos de capital. A oferta é feita por instituições não
bancárias, dentre as quais se destacam as bolsas de valores. Exemplos: compra e venda de ações,
debêntures etc.
Mercado cambial: neste mercado são realizadas as operações de:
– compra de moeda estrangeira (compra de câmbio) para importação;
– venda de moeda estrangeira (venda de câmbio) das exportações;
– compra ou venda de câmbio, para viagens, turismo, remessas de lucros, doações etc.
As operações no mercado cambial são realizadas por instituições financeiras – bancos e casas de câmbio
– autorizadas pelo Banco Central.
Conselho (Comitê) de Política Monetária (COPOM): colegiado que dita a política
monetária no Brasil – oferta de moeda, taxa básica de juros (SELIQ), controle
inflacionário etc.
III – Mais duas classificações complementares:
Mercados Primários e Secundários: naqueles se realiza a primeira compra / venda de
um ativo (ação, debênture etc.) recém-emitido; nestes se negociam ativos financeiros já
negociados anteriormente.
Mercados à Vista, Futuros e de Opções: os primeiros negociam apenas ativos com
preços à vista; os mercados futuros negociam os preços de certos ativos e de
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
mercadorias para determinada data futura; e os últimos negociam opções de compra /
venda de determinados ativos em data futura.
Composição do Sistema financeiro brasileiro:
– Órgãos normativos:Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de
Seguros Privados (CNSP) e Conselho de Gestão da Previdência Complementar
(CGPC);
– Entidades supervisoras: Banco Central do Brasil (BACEN), Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), IBR – Brasil
Resseguros e Secretaria da Previdência Complementar (SPC);
– Operadores (instituições captadores de depósitos à vista): Bancos Múltiplos (BM),
inclusive Banco Brasil S/A – maior custodiante da moeda fora do BACEN, Bancos
Comerciais (BC), Caixa Econômica Federal (CEF) e Cooperativas de Crédito (CC);
– Demais instituições financeiras: Agências de Fomento (AF), Associações de
Poupanças e Empréstimos (APE), Bancos de Desenvolvimento (BD), Bancos de
Investimentos (BI), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), Companhias Hipotecárias (CH), Cooperativas Centrais de Crédito (CCC),
Sociedades de Créditos, Financiamentos e Investimentos (Financeiras), Sociedades de
Crédito Imobiliário (SCI) e Sociedade de Crédito ao Microempreendedor (SCE);
– Outros intermediários financeiros e administradores de recursos terceiros:
Administradoras de Consórcios (AC), Sociedades de Arrendamento Mercantil
(Leasing), Sociedades Corretoras de Câmbio (SCC), Sociedades Corretoras de Títulos
e Valores Mobiliários (CCVM) e Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores
Mobiliários (DTVN)
– Instituições auxiliares: Bolsas de Mercadorias e Futuros, Bolsas de Valores,
Sociedades Seguradoras, Sociedades de Capitalização, Entidades Abertas de
Previdência Complementar, Entidades Fechadas de Previdência Complementar
(Fundos de Pensão) e Agentes autônomos.
Estrutura funcional do Sistema financeiro nacional
COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA NACIONAL (COPOM)
Banco Central do Brasil – BACEN
BNDES BB CVM
Bancos. regionais de
desenvolvimento
Instituições
Bancárias
Instituições não
bancárias
Instituições
auxiliares
BNB S.A.
BASA
Bancos. Estaduais de
desenvolvimento
Bancos Comerciais
Bancos múltiplos
CEF
CE estaduais
BI
Sociedade de crédito,
financiamento e
investimento
Sociedade de crédito
imobiliário
Associação de poupança e
empréstimo
Cooperativa. de crédito
Bolsas de valores
Sociedades corretoras
Socciedades
distribuidoras
Fundo de.
investimento
Cia. seguradoras
Agentes autônomos
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Planeta Finanças – Gigante mas gasoso
1980 2006
Ativos financeiros 12 trilhões de dólares 170 trilhões de dólares
Crescimento de 1.317%
PIB mundial 10 trilhões de dólares 48 trilhões de dólares
Crescimento 380%
Composição dos Ativos Financeiros
Ações
Depósitos bancários
Títulos de dívidas privadas
Reservas internacionais e títulos públicos
55 trilhões de dólares
45 trilhões de dólares
44 trilhões de dólares
26 trilhões de dólares
Relação AF/PIB 120% 354%
N.º de países com AF>PIB 33 72
Alguns exemplos de AF/PIB:
Japão
EUA
Inglaterra
França
China
Chile
Índia
BRASIL
Rússia
446%
424%
422%
350%
307%
250%
202%
200%
162%
Viciados em risco:
Recomendação do BIS - Bank for
International Settlements
Ex:
Merrill Lynch (comprada pelo Bank of
América por 38,2 bi de dólares
Lehman Brothers (4º maior banco de
investimento dos EUA)
Goldman Sachs
Citigroup
12 dólares para cada dólar em caixa
31 dólares para cada dólar em caixa
30 dólares para cada dólar em caixa
25 dólares para cada dólar em caixa
18 dólares para cada dólar em caixa
Alguns termos em inglês, idioma oficial do mundo das finanças, têm tradução satisfatória para o
português. Outros nem tanto. Para entender a crise, é bom conhecer todos (Cláudio Gradilone)
Alavancagem – É a operação em que bancos de investimento fazem apostas no mercado cujo valor é até
quarenta vezes seu patrimônio – quando o limite máximo de segurança recomendado internacionalmente é
doze vezes (12:1). A fórmula mais simples de medi-la é L = D / E, em que L é leverage (alavancagem), D é
debt (dívida) e E é equity (patrimônio).
Bail-out – Pronuncia-se "beil aut". É o socorro financeiro que o governo dá a empresas falidas ou a setores
inteiros da economia – no caso atual, o financeiro. Começou a ser usado em economia nos anos 50. Antes se
referia principalmente ao ato de o piloto de caça acionar os foguetes que ejetam seu assento quando o
avião é abatido (foto abaixo)– ele se salva, mas Deus sabe onde cairão os destroços em chamas. O paralelo
com o pacote de salvação do governo americano é imediato: os ousados pilotos financeiros vão se salvar, mas
os destroços cairão na cabeça dos contribuintes mais sensatos e que se recusaram a entrar na ciranda de Wall
Street.
Banco comercial – Sua atividade básica é captar dinheiro mais barato de quem tem, emprestar mais caro para
quem precisa e ainda cobrar uma taxa pela operação. É mais seguro, mais controlado e mais tedioso, e paga
aos seus ases bônus anuais muito menores do que os pagos pelos bancos de investimento. Morgan Stanley e
Goldman Sachs, os dois mais reputados bancos de investimento dos Estados Unidos, viraram bancos
comerciais para tentar escapar da crise.
Banco de investimento – É a variedade selvagem do banco comercial. Capta dinheiro de pessoas e empresas,
mas ganha dinheiro mesmo fazendo investimentos ousados no mercado. É alavancado (veja o verbete
103
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
alavancagem) e, por isso, mais arriscado. Não deve sobreviver ao terremoto de Wall Street. Um banqueiro de
investimento com quinze anos de casa e salário de 300 000 dólares por ano podia ganhar bônus anuais de 3
milhões de dólares.
Bankruptcy – Em português, é falência ou bancarrota, e seu significado é o mesmo. Refere-se à incapacidade
de um banco ou uma empresa de pagar seus credores, o que leva à interrupção das atividades. Bankruptcy e
bancarrota têm origem comum nas palavras latinas bancus (banco) e ruptus (quebrado) e se referiam ao
hábito dos comerciantes da Idade Média de quebrar a loja do comerciante que dava o cano no mercado.
Credit Default Swap (CDS) – Instrumento financeiro muito arriscado lançado pelos bancos americanos e
europeus para se proteger da inadimplência. Um banco que emprestou muito dinheiro para uma empresa
recorre a outro banco e "troca" (swap, em inglês) parte do seu direito de receber por uma garantia. O duro é
descobrir que essa garantia também se evaporou, como agora nos Estados Unidos.
Chapter 11 – É o capítulo 11 do Código de Falência dos Estados Unidos, cujo equivalente no Brasil é a
recuperação judicial. Menos grave que a falência, permite que a empresa (ou pessoa física) se recupere e
pague os credores. O processo de recuperação é supervisionado por um dos tribunais de falências.
Commodity – É qualquer bem em estado bruto, geralmente de origem agropecuária ou de extração mineral
ou vegetal, produzido em larga escala mundial e com características físicas homogêneas, seja qual for a sua
origem, em geral destinado ao comércio externo. Ex: café, açúcar, soja, trigo, petróleo, ouro, diversos
minérios etc., cujo preço é determinado pela oferta e procura internacional.
Depressão – Situação de grave crise econômica, em que o crédito desaparece, o desemprego explode, as
falências se multiplicam, o comércio internacional e o investimento encolhem e as moedas se desvalorizam
por longos períodos. Uma depressão é uma forma grave de recessão.
Derivativos – Instrumentos financeiros que servem para diluir o risco de um investidor. É mais ou menos
como pagar alguém (um especulador) para correr riscos em seu lugar em troca de uma remuneração.
Tornaram-se tão complexos a ponto de ninguém saber exatamente com quem está o risco. Difícil mentalizar?
Imagine uma família tão heterodoxa a ponto de alguém descobrir que é seu próprio avô.
Desalavancagem – É o processo de diminuir a relação D / E, em geral aumentando o patrimônio (E), mas
também diminuindo a dívida (D) –.
Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) – Seguradora Federal de Depósitos. É uma estatal
americana encarregada de defender o dinheiro dos pequenos poupadores das peraltices dos banqueiros.
Quando um banco quebra, os depósitos até 250 000 dólares estão protegidos.
Federal Reserve (Fed) – O Sistema Federal de Reservas (Federal Reserve System, mais conhecido como
Fed) é o banco central dos Estados Unidos. Seu dever principal é garantir o valor do dólar controlando a
inflação, mas nas duas últimas semanas o Fed concentrou-se em salvar o sistema bancário.
Foreclosure – É o despejo de um comprador inadimplente de imóvel, algo muito mais fácil nos Estados
Unidos que no Brasil. O vendedor encerra unilateralmente o contrato de compra e venda antes do prazo
(foreclose) e despeja o morador.
Hedge funds – São fundos que diversificam investimentos e fazem pesadas apostas em ações, títulos de
dívida, matérias-primas básicas, as commodities, moedas e até ouro, jóias e obras de arte de modo a ganhar
com as oscilações relativas de preços. O nome é quase uma ironia porque quem busca hedge (proteção, em
inglês) quer segurança, algo que esses fundos têm estado muito longe de oferecer.
Mortgage – É a hipoteca, um empréstimo garantido por um imóvel. As hipotecas foram o principal produtor
de riqueza financeira dos Estados Unidos. Com 1 trilhão de dólares de hipotecas, os bancos criaram, por meio
de derivativos e outros instrumentos financeiros, cerca de 10 trilhões de dólares (mais ou menos dez PIBs do
Brasil) por ano.
Panic selling – É o movimento irracional de venda que ocorre quando os investidores entram em pânico e
acham que as cotações vão cair muito. Por isso vendem o que possuem a qualquer preço. Bom momento para
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
os grandes investidores (carinhosamente chamados de "tubarões") ganharem dinheiro comprando ações de
boas empresas muito barato. O movimento contrário é chamado de panic buying, a compra irracional.
Recessão – Uma situação em que a atividade econômica diminui seu ritmo por um período (para alguns
economistas, mais de três trimestres consecutivos). Uma recessão é menos grave do que uma depressão.
Securitização – Emissão de títulos garantidos por um fluxo de pagamentos que ainda será recebido –.ou seja,
uma dívida. O emissor desses títulos (em inglês, securities, daí o termo securitization) antecipa os recursos
vendendo os papéis para investidores. A crise explodiu quando muitas dívidas não foram pagas e o sistema se
convenceu de que muitas outras também não seriam.
Subprime – A atual situação caótica dos mercados será conhecida para sempre como a Crise do Subprime.
Prime (pronuncia-se "praime") é o título emitido por um devedor com vontade e capacidade de pagar sua
dívida. Subprime é o contrário. A malandragem que deu a confusão toda foi justamente empacotar títulos
prime junto com subprime e usá-los no processo de securitização com ajuda de derivativos – uma versão de
alta tecnologia da venda de gato por lebre.
Tesouro – O Departamento do Tesouro é o órgão encarregado de administrar as finanças públicas dos
Estados Unidos, mais ou menos a atribuição do Ministério da Fazenda no Brasil. Mais recentemente, virou
também o responsável por tributar os pobres para ajudar os bancos.
Questões
1. O quadro a seguir foi elaborado por um técnico do Banco Central para uma revista de economia de
grande circulação nacional:
ATIVOS FINANCEIROS – Dezembro 200X – $ bilhões
Papel-Moeda Emitido (PME) 92,5
Menos: Encaixe das Autoridades Monetárias (BCB) (10,0)
Papel-Moeda em Circulação (PMC) 82,5
Menos: Encaixe dos Bancos Comerciais (EBC) (4,5)
Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP) 78,0 4,14%
Mais: Depósitos à Vista do Público (DVP) 154,0 8,17%
Meios de Pagamento – Moeda1 (M1) 232,0 12,31%
Mais: Títulos da Dívida Pública (Federal, Estadual e Municipal) –(TDP) 549,0 29,12%
Moeda2 (M2) 781,0 41,43%
Mais: Fundos de Investimentos Financeiros (FIF) 577,0 30,62%
Poupanças (S) 260,0 13,79%
Moeda3 (M3) 1.618,0 85,84%
Mais: Depósitos a prazo, títulos privados e outros 267,0 14,16%
Moeda4 (M4) 1.885,0 100,00%
Analise-o com cuidado e responda:
a) A liquidez perfeita nesta economia soma $ 82,5 bilhões.
b) A liquidez perfeita nesta economia soma $ 154,0 bilhões.
c) A liquidez perfeita nesta economia soma $ 92,5 bilhões.
d) A liquidez perfeita nesta economia soma $ 78,0 bilhões.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
105
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
2. No mesmo quadro, observa-se que, a partir de certa altura, à medida que ativos vão sendo somados,
a) O grau de liquidez também vai aumentando.
b) O grau de liquidez vai diminuindo progressivamente.
c) A liquidez não se altera.
d) Qualquer uma das respostas anteriores.
e) Nenhuma das respostas anteriores
3. Percebe-se ainda, através da análise do quadro anterior, que:
I – A moeda manual representa apenas 33,62% de toda a moeda com liquidez perfeita.
II – A moeda bancária ou escritural é pouco mais de 3
2 dos Meios de Pagamento.
III – O Meio Circulante é a soma do Papel-Moeda em Poder do Público com o Encaixe das Autoridades
Monetárias.
IV – A Base Monetária é a soma do Encaixe dos Bancos Comerciais com o Papel-Moeda em Poder do
Público.
São falsas as declarações:
a) I e III
b) II e IV
c) II e III
d) I e IV
e) III e IV
4. “A inflação acelerada vem acarretando a adoção de métodos pouco ortodoxos na remarcação dos preços.
Agora vale tudo no comércio. Aumentos às quatro da tarde, tabelas de reajustes semanais prefixados para
o mês inteiro, preço em dólar, com pagamento em cruzeiros pela cotação do dia, ou até mesmo na própria
verdinha e muitas outras moedas, dependendo da criatividade do empresário. Já existe a banana real
(Br$), moeda criada pela boate República da Banana, em Niterói. Lá, um chope custa cinco bananas
reais. Na sexta-feira, o câmbio era de Cr$ 30 para cada BR$.” (Thereza Lobo, Jornal do Brasil, de
17/10/93).
O texto demonstra principalmente que:
a) A inflação é um processo persistente e generalizado de aumento do nível geral de preços.
b) A inflação é sempre o resultado de um desequilíbrio ou descompasso entre a procura monetária e a
oferta real de bens e serviços transacionados no mercado.
c) Existem diferentes tipos e níveis de inflação, desde a inflação moderada, como a galopante,
descambando para a hiperinflação que gera profundas distorções no sistema econômico.
d) As diferentes causas da inflação são agrupadas nas suas duas formas mais comuns: de procura e de
custos.
e) As expectativas e (a criatividade) dos agentes econômicos podem afetar o processo inflacionário,
tanto do ponto de vista de suas causas como dos seus efeitos.
5. A moeda tem um papel fundamental na sociedade econômica. Ela pode ser definida como uma instituição
que, em determinada época, serve de intermediário nas trocas de bens e serviços entre pessoas da
comunidade, minimizando a prática do escambo. A economia de mercado seria inconcebível sem tal
instrumento. Assim, são funções da moeda em qualquer economia do mundo:
a) Unidade ou padrão de conta e meio de troca de bens e serviços.
b) Facilitador de troca de bens e serviços e preferência pela liquidez.
c) Meio de troca de bens e serviços e reserva ou guarda de valor.
d) Instrumento de transação, precaução e especulação.
e) Nenhuma das respostas anteriores
6. Uma inflação de custos pode ser provocada por:
a. Elevação dos gastos do governo
b. Redução do poder de compra da população
c. Redução dos impostos por parte do governo
106
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
d. Aumentos reais de salários, acima da inflação e dos aumentos de produtividade, como resultado de
pressão de sindicatos trabalhistas fortes
e. Nenhuma das respostas anteriores.
7. Se a economia estiver operando a pleno emprego (hipótese teórica), um aumento da demanda agregada
ou global:
a) Não provocará aumento no nível de produção da economia, mas ocasionará aumento de preços.
b) Não terá efeito sobre os preços, mas provocará aumento na produção da economia
c) Não terá reflexos nem sobre o nível de preços, nem sobre o nível de produção da economia
d) Provocará aumentos de preços e aumento da produção da economia
e) Nenhuma das respostas anteriores.
Referências bibliográficas: MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São
Paulo: Thomson Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de
Economia. São Paulo: Saraiva, 2001; PINHO, D. B. e VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia.
Eq. da USP. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
107
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
11 – Setor Externo
Economias abertas: Até aqui, o estudo da macroeconomia praticamente ignorou a
interação da economia com outras economias do exterior. Economia aberta é aquela
que interage livremente com o resto do mundo: compra (importa) e vende (exporta)
bens e serviços nos mercados externos de produtos e compra e vende ativos de capital,
como moedas, ações e títulos, nos mercados financeiros do resto do mundo.
Teoria das vantagens comparativas: fundamento do comércio internacional, o princípio das
vantagens comparativas (David Ricardo – 1817) sugere que cada país deve especializar-se na produção
daquela mercadoria ou serviço em que é relativamente mais eficiente, isto é, em que consegue um custo
relativamente menor que o de outras economias. Assim, o comércio internacional permite que as pessoas
se dediquem à produção daquilo que sabem fazer melhor e consumam a grande variedade de bens e
serviços produzida em todo o mundo. As transações internacionais podem elevar os padrões de vida em
todos os países, permitindo que cada país se especialize na produção de bens e serviços nos quais dispõe
de vantagem comparativa (menor custo produtivo ou maior produtividade). Trata-se, todavia, de um
teoria bastante estática, nem sempre condizente com a realidade dos novos tempos – onde impera a
dinâmica da tecnologia – e a possibilidade de dominação de um país pobre por outro rico é sempre uma
ameaça séria.
Termo ou Relação de troca: a relativa estagnação da demanda dos produtos primários combina-se com
a maior capacidade das economias maduras para reter os frutos de seu progresso técnico, impedindo que
este se traduza em baixa de preços: ambos os fatores provocam a tendência secular de que os preços dos
produtos exportados (em geral, matérias-primas) pelos países da periferia subdesenvolvida se deteriorem
face aos preços dos artigos manufaturados produzidos pelas economias desenvolvidas. Resultado: termo
de troca ou relação de preços de intercâmbio desfavorável aos países pobres.
importados produtos dos preços de Índice
exportados produtos dos preços de Índice
I
I I trocade Relação trocade Termo
i
i
P
P
RT
i
i
M
X
Onde: P = preço, X = exportações, M = importações e i = 1, 2, 3, ..., n mercadorias.
Poder de compra das exportações = Volume das exportações × Índice de relação de trocas. Daí:
Capacidade de importar = Poder de compra das exportações + Afluência de “capitais” estrangeiros –
Remessa de lucros e juros – Saídas de capital estrangeiro.
A repercussão da tendência evolutiva do termo de troca sobre o poder de compra externo das economias
mais atrasadas é visível em qualquer levantamento estatístico. Sua queda a cada ano implica que, em
troca de um mesmo volume de exportações, a nação pobre somente consegue obter volume menor de
importações, isto é, a economia subdesenvolvida precisa exportar cada vez mais para ter o mesmo
volume de importações originárias dos países ricos.
Taxa de câmbio: preço da moeda estrangeira (divisa) em termos da moeda nacional.
É a razão matemática pela qual uma moeda e trocada por outra Assim, 1 dólar pode
custar R$ 1,7665. O acompanhamento da taxa de câmbio pelo Governo é uma forma de
política cambial. A outra é a política comercial externa que interfere no fluxo de
mercadoria e serviços.
Câmbio valorizado/desvalorizado: quando os produtos que o Brasil exporta estão
com preço elevado no mercado internacional, e os que importam são mais baratos, o
volume de dólares que entra no Brasil valoriza demais o real. Se a relação de equilíbrio
de longo prazo do câmbio fosse de 2,30 reais por dólar e, hoje, com 2,70 reais se
compra um dólar, isso significa, grosso modo, que o dólar estaria valendo 26% menos
do que deveria valer em relação à moeda americana. Se a cotação do dólar tender para
a posição de equilíbrio de longo prazo e o dólar se valorizar cerca de 35%, a vantagem
comparativa do real forte também desaparecerá. Descontando outros fatores, produtos
idênticos tenderão a ter preços menos discrepantes no Brasil e nos Estados Unidos da
América.
108
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Políticas cambiais:
– Regime de taxas fixas de câmbio: o Banco Central fixa antecipadamente a taxa de
câmbio, com a qual o mercado deve operar, ou seja, o BACEN se compromete a
comprar e vender divisas a um preço fixado por ele
– Regime de taxas flutuantes ou flexíveis de câmbio: a taxa de câmbio é determinada
pelo mercado, através do mecanismo de oferta e procura da moeda estrangeira;
– Regime de bandas cambiais: o Banco Central fixa o limite superior e o limite inferior
(uma banda) dentro dos quais a taxa de câmbio pode flutuar. Se a taxa se aproxima do
limite máximo (ou do limite mínimo), Banco Central entra no mercado vendendo (ou
comprando) divisas para baixar (ou elevar) a taxa de câmbio.
– Dirty floating ou Flutuação suja: a taxa de câmbio continua sendo determinada pelo
mercado, mas o BACEN, vez por outra, intervém, tentando balizar seus movimentos,
procurando limitar a flutuação.
Políticas comerciais externas: estão sujeitas às normas da Organização Mundial do
Comércio (OMC), órgão que substituiu o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio
(General Agreement on Tariffs and Trade – GATT). Em geral são:
– Alterações das tarifas sobre importações;
– Regulamentação do comércio exterior (entraves burocráticos, estabelecimentos de
quotas e proibições, subsídios e incentivos etc.).
Fatores determinantes das exportações:
– preços externos em dólares da mercadoria (cotados acima dos nacionais)
– preços internos em reais da mercadoria (cotados abaixo dos preços externos)
– taxa de câmbio (moeda estrangeira valorizada)
– renda mundial (em crescimento)
– subsídios e incentivos às exportações (por parte do governo)
Fatores determinantes das importações:
– preços externos em dólares da mercadoria (cotados abaixo dos nacionais)
– preços internos em reais da mercadoria (cotados acima dos preços externos)
– taxa de câmbio (moeda nacional valorizada)
– renda e produto nacionais (a primeira em crescimento e o segundo em queda)
– tarifas e barreiras às importações.
Caracterização do desempenho do setor externo: o exame da composição qualitativa das
trocas internacionais evidencia sempre o fenômeno da especialização das nações e grupos de nações,
consubstanciado na chamada divisão internacional do trabalho. Vê-se que aos centros industriais (países
ricos ou em desenvolvimento) cabe prover de manufaturas uma periferia enorme (países pobres,
subdesenvolvidos) que lhes fornece produtos primários, segundo supostas “aptidões naturais”. Uma
balela! Na atualidade, não mais se pode pretender que o papel assumido por uma nação
subdesenvolvida, como fornecedora e compradora do mercado internacional, reflita tão somente sua
“vocação” econômica. Há que se fazer um esforço para ultrapassar esse estágio rudimentar: exportar
produtos primários e importar manufaturados. Toda economia precisa alcançar o estágio evolutivo de
exportar produtos manufaturados, nos quais se inserem sua força de trabalho e sua capacidade
empresarial (criatividade, tino, modus faciendi etc.), além de capital, tecnologia e recursos naturais.
Brasil, China, EUA e o Resto do Mundo: por seus próprios problemas (custo-País: carga tributária
inadequada, legislação trabalhista antiquada, encargos trabalhistas na estratosfera, juros altos etc., o
Brasil sofre com o problema global da “guerra cambial”:
I – Menos diversificação: enquanto a China diversifica, o Brasil vende poucos tipos de mercadorias:
78% do que o Brasil recebe ao exportar para a China se concentra em três produtos – minério de ferro,
109
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
soja e combustíveis; apenas 9% do que a China fatura ao vender para o Br,asil vem dos três principais
produtos, todos eletrônicos.
II – Menor competitividade: o Brasil passou a ter saldo comercial negativo com os Estados Unidos:
Exportação menos Importação Brasil - Estados Unidos em bilhões de dólares
2005 2006 2007 2008 2009 2010*
9,87 9,87 6,34 1,79 (4,43) (5,74)
*Até setembro
III – Menos vendas: o Brasil exporta cada vez menos para o mundo:
Exportação menos Importação total em bilhões de dólares
2005 2006 2007 2008 2009 2010*
44,9 46,5 40,0 25,0 25,3 16
* Até setembro
IV – Real valorizado (ruim para a economia interna): o Big Ma
c é feito com os mesmos ingredientes em todo o mundo, mas, nos EUA, ele custa US$ 3,71, na China,
US$ 2,18 e , no Brasil, US$ 5,26. Em tese, ele deveria ser vendido pelo mesmo preço. Não é o que se vê
e a diferença indica que o real está valorizado, com o Big Mac Index da revista The Economist sendo
um bom termômetro para o câmbio internacional.
Compras de turistas brasileiros no Exterior: os brasileiros estão gastando cada vez mais lá fora; em
2011 gastaram R$ 21,2 bilhões. Um milhão e meio de brasileiros visitaram os EUA em 2011, com
gastos de US$ 8,7 bilhões, média de US$ 5,8 mil por pessoa. A combinação de dólar barato, imposto e
custos elevados no Brasil leva o consumidor brasileiro a torrar bilhões no Exterior em vez de gastar aqui
e impulsionar a economia nacional. Um tênis com valor-base de produção de R$ 100 importado pelo
Brasil sofre um aumento de 120% só por conta dos impostos, sem contar a margem de lucro do varejista
e os custos administrativos: Valor-base (100,00) + Seguro e frete (10,00) + IPI de 5% sobre valor CIF
(5,50) + Imposto de importação (35,00) + ICMS de 18% (27,09) = Subtotal (177,59) + Cofins de 3%
(5,32) + PIS de 1,65% (4,33) + ICMS da Nota Fiscal de 18% (33,70) = Total (R$ 220,94). Mesmo
assim vale a pena comprar fora: em alguns casos, o valor pago no Brasil é três vezes maior do que o
cobrado nos Estados Unidos.
Impostos para compras pela internet no Exterior:
– Limite de gastos: até 3.000 dólares não há necessidade de Declaração de Importação;
– O que é isento: a) jornais, revistas e livros; b) produtos enviados pelo correio com valor de até 50
dólares, se o remetente e o destinatário forem pessoas físicas;
– Alíquota: o imposto federal é de 60% sobre o valor da mercadoria somado ao do frete. Sobre esse total
aínda é cobrado o ICMS, que tem variações estaduais;
– Como pagar o imposto: I) se a encomenda vier pelo correio, a) nas compras até 500 dólares, o imposto
é pago na agência postal; b) acima dessa valor, na Receita Federal; II) se ela vier pela FedEx (Federal
Express), TNT ou DHL, o imposto é pago diretamente às empresas de transporte; III) se for enviada para
caixa postal, ele é pago às empresas que locam endereços postais nos Estados Unidos, como a Skybox.
Fluxos internacionais de bens, serviços e capitais:
Balanço Internacional de Pagamentos: registro estatístico-contábil de todas as transações econômicas
realizadas entre os residentes do país e os residentes do resto do mundo, geralmente em um exercício
financeiro (ou um ano), e expressas em dólar americano.
Estrutura convencional do balanço de pagamentos (modelo clássico):
A – Balança Comercial (Favorável, equilibrada ou desfavorável)
– Exportações de mercadorias (FOB) – Crédito (+)
– Importações de mercadorias (FOB) – Débito (–)
Nota: FOB – Free on board é diferente de CIF – Cost, Insurence and Freight.
B – Balança de Serviços (Superavitária, equilibrada ou deficitária)
– Viagens internacionais (Turismo, negócios e estudos) – Saldo (±)
– Transportes (fretes) – Saldo (±)
– Seguros – Saldo (±)
– Rendas de capitais (Juros, lucros, dividendos e lucros reinvestidos) – Saldo (±)
– Serviços governamentais (Embaixadas, consulados, tropas etc.) – Saldo (±)
110
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
– Serviços diversos (Royalties, assistência técnica, assessorias etc.) – Saldo (±)
C – Transferências Unilaterais (Donativos, heranças etc.) – Saldo (±)
D – Balanço de Transações Correntes ou Balanço de Contas Correntes (A + B + C) - (Superavitária,
equilibrada ou deficitária)
E – Balanço de Capitais ou Movimento de Capitais Autônomos
– Investimentos diretos líquidos do exterior (Novas firmas) – Crédito (+)
– Investimentos diretos líquidos no exterior (Novas firmas) – Débito (–)
– Reinvestimentos (Multinacionais já instaladas no país) – Crédito (+)
– Reinvestimentos (Nacionais já instaladas no exterior) – Débito (–)
– Empréstimos e financiamentos tomados no exterior – Crédito (+)
– Empréstimos e financiamentos para o resto do mundo – Débito (–)
– Amortizações pagas no exterior (Banco Mundial, BID, bancos ) – Débito (–)
– Amortizações recebidas do exterior – Crédito (+)
– Capitais de curto prazo (Capitais voláteis) – Saldo ((±)
F – Erros e Omissões – Saldo (±)
G – Superávit (+) ou Déficit (–)
H – Financiamento do Déficit ou Financiamento Oficial Compensatório:
– Haveres e obrigações no exterior ou contas de caixa (Reservas)
– Direitos Especiais de Saques (DES), no Banco Mundial.
– Empréstimos de regularização (Bridge loan) – FMI
Nível de estoque das reservas cambiais: um resultado acumulado do balanço internacional de
pagamentos:
A – Nível de estoque de reservas no início do exercício (ano) (+)
Mais:
B – Fluxos de entrada de divisas estrangeiras (+)
– Exportações de mercadorias
– Receitas cambiais com serviços – Saldos positivos
– Transferências unilaterais do exterior
– Investimentos diretos do exterior
– Empréstimos e financiamentos obtidos
– Amortizações de empréstimos ao exterior
– Ingressos de capitais autônomos
Menos:
C – Fluxos de saída divisas estrangeiras (–)
– Importações de mercadorias
– Despesas cambiais com serviços – Saldos negativos
– Transferências unilaterais para o exterior
– Amortizações de empréstimos no exterior
– Empréstimos e financiamentos ao exterior
– Investimentos diretos no exterior
– Saídas de capitais autônomos para o exterior
Igual a:
D – Nível de estoque de reserva no final do exercício (ano)
Exercício 1
Instruções: Estruture o Balanço internacional de Pagamentos do País X no ano Y e em $ milhões, conhecidos
os seguintes dados de suas transações econômicas internacionais e utilizando o modelo antigo:
Dados:
1 Outros capitais (voláteis / especulativos / curto prazo) – Saldo líquido 600
2 Viagens internacionais (líquido) – 1.500
3 Investimentos e re-investimentos do Exterior no País 7.500
4 Empréstimos e financiamentos do País ao exterior –700
5 Importações de mercadorias (FOB) 16.000
6 Seguros – Saldo líquido 200
7 Serviços governamentais – Saldo líquido –700
8 Transferências unilaterais – Saldo líquido 300
9 Exportações de mercadorias (FOB) 23.000
10 Amortizações de empréstimos feitos pelo País no exterior –6.400
11 Serviços diversos (Assistência técnica, assessoria, projetos etc.) – Saldo líquido –500
111
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
12 Fretes internacionais – Saldo líquido –3.000
13 Empréstimos e financiamentos do Exterior para o País 7.500
14 Serviços da dívida externa (Juros e encargos) – Saldo líquido –5.500
15 Erros e omissões – Saldo líquido 400
16 Investimentos e re-investimentos do País no Exterior –500
17 Amortizações de empréstimos pelo Exterior no País 400
Roteiro:
Balanço Internacional de Pagamentos do País X – Ano 2002 – em $ milhões (modelo tradicional)
1. Balança Comercial
1.1
2. Balança de Serviços
2.1
3. Transferências unilaterais
4. Balanço de transações correntes (1 + 2 + 3)
5. Balanço de capitais
5.1
6. Erros e omissões
7. Déficit (–) ou Superávit (+)
112
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Exercício 2
Instruções: Sabendo que as reservas cambiais da economia somavam $ 10.000 milhões no início de 20XX,
calcule os fluxos de entrada e saída de capitais e determine o nível do estoque de reservas cambiais ao término
do exercício de 20XX:
Roteiro:
A – Saldo das reservas cambiais em 01.10.20XX $
B – Fluxos de entrada
C – Fluxos de saída
D – Estoque de reservas cambiais em 31.12.20XX
113
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Estrutura convencional do balanço de pagamentos (modelo moderno do BC):
1. Balança Comercial FOB – Free on board e CIF – Cost, Insurence and
Freight. FOB indica que correm por conta do vendedor
todas as despesas até a colocação no veículo que ira
transportar a mercadoria.
1.1 Exportações de mercadorias (FOB) – Crédito (+)
1.2 Importações de mercadorias (FOB) – Débito (–)
2. Serviços ou Balança de Serviços (ou de Invisíveis) 1. Os Serviços financeiros compreendem as
intermediações bancárias, tais como corretagens,
comissões, garantias, fianças e outros encargos sobre o
endividamento externo.
2. Em Outros serviços estão consolidadas as
informações referentes a serviços de corretagens e
comissões mercantis, serviços técnico-profissionais,
pessoais, culturais e de recreação
2.1Viagens internacionais – Saldo líquido (±)
2.2 Transportes ou fretes – Saldo líquido (±)
2.3 Seguros – Saldo líquido (±)
1.4 Serviços governamentais – Saldo líquido (±)
1.5 Serviços financeiros – Saldo líquido (±)
2.6 Computação e informações – Saldo líquido (±)
2.7 Royalties e licenças – Saldo líquido (±)
2.8 Aluguel de equipamentos – Saldo líquido (±)
2.9 Outros serviços – Saldo líquido (±)
3. Rendas Abrangem lucros e dividendos de participações em
empresas e juros de empréstimos intercompanhias não
interligadas e de aplicações em ações, debêntures e
títulos da dívida pública
3.1 Remuneração do trabalho assalariado – Saldo líquido (±)
3.2 Rendas de investimentos – Saldo líquido (±)
3.3 Rendas de outros investimentos – Saldo líquido (±))
4. Transferências unilaterais correntes – Saldo líquido (±) Donativos, manutenção no exterior e aposentadorias
5. Transações correntes ou Balanço de (1 + 2 + 3 + 4) Ativo (+) ou Passivo (–) Externo Líquido
6. Conta de Capital e Financeira ou Balanço de Capital
Conta de Capital Transferências de capital relacionadas com patrimônio e
bens não financeiros (cessão de patentes e marcas) Transferências de patrimônio de migrantes
Bens não financeiros não produtivos
Conta Financeira Os quatro itens desta conta são desdobrados em ativos e
passivos (fluxos envolvendo saldos detidos por
residentes e não residentes no país).
Investimentos em carteira é o fluxo da emissão de
títulos comumente negociados em mercados secundários
de papéis, títulos de renda fixa.
Derivativos registra o fluxo de liquidações de haveres e
obrigações de operações de swap, opções e futuros e os
fluxos relativos a prêmios de opções. (Operações mais
comuns de swap no mercado brasileiro: (i) swap
prefixado (troca de juros prefixados por juros pós-
fixados); (ii) swap cambial (troca de taxa de dólar por
juros pós-fixados).
Outros investimentos compreende empréstimos e
financiamentos de curto e longo prazo, depósitos,
cauções, depósitos judiciais e garantias em bancos.
Investimentos diretos – Saldo líquido (±)
Participação no capita – Saldo líquido (±)
Empréstimos intercompanhias – Saldo líquido (±)
Investimentos em carteira (saldo líquido)
Ativos
Ações
Títulos
Passivos
Ações
Títulos
Derivativos*
Ativos
Passivos
Outros investimentos
Ativos
Passivos
7. Erros e omissões Por discrepâncias temporais de diversas origens
8. Resultado do Balanço (Déficit (–) ou Superávit (+)) Variação das reservas internacionais do país.
*Derivativos – Instrumentos financeiros que servem para diluir o risco de um investidor. É mais ou menos
como pagar alguém (um especulador) para correr riscos em seu lugar em troca de uma remuneração.
Tornaram-se tão complexos a ponto de ninguém saber exatamente com quem está o risco. Difícil mentalizar?
Imagine uma família tão heterodoxa a ponto de alguém descobrir que é seu próprio avô.
Subprime – A situação caótica dos mercados (2008/2009) será conhecida para sempre como a Crise do
Subprime. Prime (pronuncia-se "praime") é o título emitido por um devedor com vontade e capacidade de
pagar sua dívida. Subprime é o contrário. A malandragem que deu a confusão toda foi justamente empacotar
títulos prime junto com subprime e usá-los no processo de securitização com ajuda de derivativos – uma
versão de alta tecnologia da venda de gato por lebre.
114
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Indicadores Econômicos 2-Mai-2007
V.1 - Balanço de pagamentos
US$ milhões
Discriminação 2006* 2007*
Mar Jan-Mar Ano Mar Jan-Mar
Balança comercial (FOB) 3 660 9 278 46 115 3 324 8 701
Exportações 11 366 29 387 137 470 12 855 33 919
Importações 7 706 20 110 91 355 9 532 25 219
Serviços e rendas - 2 759 - 8 647 - 37 145 - 2 851 - 7 989
Receitas 2 455 6 110 25 898 2 596 7 844
Despesas 5 214 14 756 63 043 5 447 15 833
Transferências unilaterais correntes (líquido) 379 943 4 306 345 982
Transações correntes 1 281 1 574 13 276 817 1 694
Conta capital e financeira 982 4 276 16 327 7 643 22 114
Conta capital1/
70 193 869 73 185
Conta financeira 912 4 083 15 458 7 570 21 929
Investimento direto (líquido) 1 467 826 - 9 420 1 312 8 514
No exterior - 162 - 3 131 - 28 202 - 1 466 1 936
Participação no capital - 165 - 3 086 - 23 413 - 2 462 - 3 345
Empréstimos intercompanhias 3 - 45 - 4 789 997 5 282
No país 1 629 3 957 18 782 2 778 6 578
Participação no capital 940 2 621 15 373 2 390 5 652
Empréstimos intercompanhias 689 1 337 3 409 388 926
Investimentos em carteira 1 721 6 639 9 573 4 240 9 333
Ativos - 622 376 523 525 367
Ações - 57 - 72 - 915 - 18 - 245
Títulos de renda fixa - 565 447 1 438 543 613
Passivos 2 343 6 264 9 051 3 715 8 966
Ações - 152 2 643 7 716 - 66 2 610
Títulos de renda fixa 2 495 3 621 1 335 3 781 6 355
Derivativos 64 174 383 9 - 9
Ativos 43 159 482 29 32
Passivos 20 15 - 99 - 20 - 42
Outros investimentos2/
- 2 339 - 3 557 14 922 2 009 4 092
Ativos - 2 969 - 5 979 - 8 898 - 1 025 - 3 775
Passivos 629 2 421 23 820 3 034 7 867
Erros e omissões 62 - 65 965 68 - 438
Variação de reservas ( - = aumento) - 2 325 - 5 785 - 30 569 - 8 529 - 23 370
Memo:
Resultado global do balanço 2 325 5 785 30 569 8 529 23 370
Transações correntes/PIB (%) - 0,62 1,24 - 0,67
IED/PIB (%) - 1,56 1,76 - 2,59
Amortizações de médio e longo prazos 3 440 10 919 44 082 2 671 13 264
Pagas3/
3 434 10 832 42 589 2 661 13 058
Refinanciadas - - 648 - -
Conversões4/
6 87 845 11 206
1/ Inclui transferências de patrimônio.
2/ Registra créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos, outros ativos e passivos e operações de regularização.
3/ Registra amortizações de crédito de fornecedores de médio e longo prazos, empréstimos de médio e longo prazos e papéis de médio e longo prazos colocados no exterior.
Exclui amortizações de empréstimos tomados pelo Banco Central junto ao FMI e de empréstimos intercompanhias. Inclui MYDFA. 4/ Registra conversões de crédito de fornecedores de médio e longo prazos, empréstimos de médio e longo prazos e papéis de médio e longo prazos colocados no exterior.
* Dados preliminares.
115
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Indicadores Econômicos 12-nov-2008
V.1 – Balanço de pagamentos
US$ milhões
Discriminação 2007* 2008*
Set Jan-Set Ano Set Jan-Set
Balança comercial (FOB) 3 471 30 934 40 027 2 754 19 638
Exportações 14 166 116 599 160 649 20 017 150 860
Importações 10 694 85 665 120 622 17 263 131 222
Serviços e rendas - 3 155 - 30 276 - 42 344 - 5 846 - 45 742
Receitas 2 910 24 875 35 301 3 412 30 939
Despesas 6 066 55 151 77 645 9 258 76 681
Transferências unilaterais correntes (líquido) 256 2 958 4 029 323 2 840
Transações correntes 572 3 617 1 712 - 2 769 - 23 264
Conta capital e financeira - 1 188 72 546 88 924 3 203 50 100
Conta capital1/
56 564 756 102 730
Conta financeira - 1 244 71 982 88 168 3 102 49 370
Investimento direto (líquido) - 520 31 281 27 518 3 225 15 427
No exterior - 2 057 3 299 - 7 067 - 3 033 - 15 407
Participação no capital - 330 - 6 580 - 10 091 - 1 079 - 10 492
Empréstimos intercompanhias - 1 727 9 879 3 025 - 1 954 - 4 915
No país 1 537 27 982 34 585 6 258 30 834
Participação no capital 1 343 20 635 26 074 2 691 20 361
Empréstimos intercompanhias 194 7 347 8 510 3 567 10 473
Investimentos em carteira 2 404 35 582 48 390 - 1 809 17 087
Ativos - 85 - 326 286 - 564 120
Ações 22 - 928 - 1 413 11 86
Títulos de renda fixa - 107 602 1 699 - 575 34
Passivos 2 490 35 909 48 104 - 1 246 16 967
Ações 691 14 727 26 217 - 1 877 1 168
Títulos de renda fixa 1 799 21 181 21 887 632 15 799
Derivativos - 6 - 465 - 710 10 - 401
Ativos 34 163 88 25 43
Passivos - 40 - 628 - 799 - 14 - 445
Outros investimentos2/
- 3 122 5 584 12 970 1 675 17 258
Ativos - 1 405 - 23 708 - 18 552 105 - 5 308
Passivos - 1 717 29 291 31 521 1 570 22 566
Erros e omissões 1 223 - 2 419 - 3 152 38 - 2 877
Variação de reservas ( - = aumento) - 607 - 73 743 - 87 484 - 473 - 23 959
Memo:
Resultado global do balanço 607 73 743 87 484 473 23 959
Transações correntes/PIB (%) - 0,37 0,13 - - 1,95
IED/PIB (%) - 2,88 2,63 - 2,59
Amortizações de médio e longo prazos 1 726 29 524 38 198 1 784 15 265
Pagas3/
1 715 28 923 37 394 1 784 15 236
Conversões4/
11 602 804 - 30
1/ Inclui transferências de patrimônio.
2/ Registra créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos, outros ativos e passivos e operações de regularização.
Exclui amortizações de empréstimos tomados pelo Banco Central junto ao FMI e de empréstimos intercompanhias. Inclui MYDFA. Dados preliminares.
116
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
V.14 - Serviços
US$ milhões
Discriminação 2007* 2008*
Set Jan-Set Ano Set Jan-Set
Total - 1 064 - 9 359 - 13 052 - 1 934 - 13 084
Receitas 1 828 16 939 23 809 2 576 22 402
Despesas 2 893 26 298 36 861 4 510 35 486
Transportes - 303 - 3 108 - 4 218 - 540 - 4 192
Receitas 312 2 904 3 973 527 3 929
Despesas 615 6 012 8 192 1 067 8 120
Viagens - 370 - 2 096 - 3 258 - 656 - 4 652
Receitas 343 3 608 4 953 468 4 334
Despesas 714 5 704 8 211 1 124 8 986
Seguros - 73 - 656 - 766 - 188 - 817
Receitas 31 311 543 29 455
Despesas 104 967 1 308 216 1 272
Financeiros 31 205 283 17 102
Receitas 93 804 1 090 99 959
Despesas 62 599 807 81 858
Computação e informações - 124 - 1 560 - 2 112 - 191 - 2 040
Receitas 18 125 161 19 138
Despesas 141 1 685 2 273 210 2 178
Royalties e licenças - 142 - 1 311 - 1 940 - 226 - 1 736
Receitas 21 242 319 45 346
Despesas 162 1 553 2 259 271 2 082
Aluguel de equipamentos - 434 - 4 181 - 5 771 - 809 - 5 023
Receitas 4 21 31 13 40
Despesas 438 4 202 5 802 822 5 063
Serviços governamentais - 39 - 598 - 1 134 - 62 - 720
Receitas 184 1 013 1 340 105 1 174
Despesas 223 1 611 2 473 167 1 895
Outros serviços 389 3 946 5 863 720 5 995
Receitas 822 7 911 11 398 1 271 11 027
Despesas 433 3 965 5 536 552 5 032
* Dados preliminares.
119
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Estrutura do Balanço Internacional de Pagamentos do Brasil em 2008: US$ bilhões
1. Balança Comercial 24.836
1.1 Exportações de mercadorias (FOB) – Crédito (+) 197.943 1.2 Importações de mercadorias (FOB) – Débito (–) 173.107
2. Serviços ou Balança de Serviços (ou de Invisíveis) –16.690
2.1 Receitas (+) 30.451
2.9 Despesas (–) –47.141
3. Rendas –40.562
3.1 Receitas (+) 12.511
3.2 Despesas (–) –53.073
4. Transferências unilaterais correntes – Saldo líquido (±) 4.224
4.1 Receitas (+) 5.317
4.2 Despesas (–) –1.093
5. Transações correntes ou Balanço de (1 + 2 + 3 + 4) –28.192
6. Conta de Capital e Financeira ou Balanço de Capital 29.352
6.1 Conta de Capital 1.055
6.2 Conta Financeira 28.297
6.2.1 Investimentos diretos – Saldo líquido (±) 24.601
No Exterior –20.457
Participação no capital –13.859
Empréstimos intercompanhias –6.598
No País 45.058
Participação no capital 30.064
Empréstimos intercompanhias 14.994
6.2.2 Investimentos em carteira 1.133
Ativos 1.900
Ações 257
Títulos de renda fixa 1.643
Passivos –767
Ações –7.565
Títulos de renda fixa 6.798
6.2.3 Derivativos –312
Ativos 298
Passivos –610
6.2 4 Outros investimentos 2.875
Ativos –5.269
Passivos 8.143
7. Erros e omissões 1.809
8. Resultado do Balanço (Déficit (–) ou Superávit (+)) 2 969
Memo:
Transações correntes/PIB
Amortização médio e longo prazo (crédito de fornecedores, empréstimos de longo prazo e papéis
de longo prazo colocados no Exterior)
–1,72%
22.366
Exercício 3 : Tendo-se os seguintes dados, estruturar um Balanço Internacional de Pagamentos: 1. Erros e omissões
2. Ativos (Ações)
3. Passivos (Ações)
4. Rendas (Receitas)
5. Conta de capital
434
2.582
37.071
8.826
1.129
13. Importações
14. Rendas (Despesas)
15. No Exterior (Participação no capital)
16. No País (Emprést. intercompanhias)
17. Serviços (Receitas)
127.647
42.510
–4.545
6.042
27.750
120
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
6. Derivativos (Passivos)
7. Passivos (Títulos de renda fixa)
8. Transferências correntes (Receitas)
9. Exportações
10. No País (Participações no capital)
11. No Exterior (Emprést. intercompanhias)
12. Ativos (Títulos de renda fixa)
–166
9.087
4.661
152.995
19.906
14.629
393
18. Outros investimentos (Ativos)
19. Transferências correntes (Despesas)
20. Serviços (Despesas)
21. Outros investimentos (Passivos)
22. Derivativos(Ativos)
23. Transações correntes/PIB
24. Amortizações médio e longo prazo
–33.141
–1.398
47.010
17.241
322
1,55%
41.962
Estrutura do Balanço Internacional de Pagamentos do Brasil em 2009: US$ bilhões
1. Balança Comercial
1.1 Exportações de mercadorias (FOB) – Crédito (+) 1.2 Importações de mercadorias (FOB) – Débito (–)
2. Serviços ou Balança de Serviços (ou de Invisíveis)
2.1 Receitas
2.9 Despesas
3. Rendas
3.1 Receitas
3.2 Despesas
4. Transferências unilaterais correntes – Saldo líquido (±)
4.1 Receitas
4.2 Despesas
5. Transações correntes ou Balanço de (1 + 2 + 3 + 4)
6. Conta de Capital e Financeira ou Balanço de Capital
6.1 Conta de Capital
6.2 Conta Financeira
6.2.1 Investimentos diretos – Saldo líquido (±)
No Exterior
Participação no capital
Empréstimos intercompanhias
No País
Participação no capital
Empréstimos intercompanhias
6.2.2 Investimentos em carteira
Ativos
Ações
Títulos de renda fixa
Passivos
Ações
Títulos de renda fixa
6.2.3 Derivativos
Ativos
Passivos
6.2 4 Outros investimentos
Ativos
Passivos
7. Erros e omissões
8. Resultado do Balanço (Déficit (–) ou Superávit (+))
Memo:
Transações correntes/PIB
Amortização médio e longo prazo (crédito de fornecedores, empréstimos de longo prazo e papéis
de longo prazo colocados no Exterior)
121
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Risco Brasil (noções)
Conceito: avaliação da probabilidade de inadimplência do país para com seus credores
internacionais. As obrigações do Brasil são classificadas por agências externas com
base em seu risco de inadimplência. Trata-se de uma assimilação das ratings ou
classificações usadas no caso de empresas, mas levando em consideração os
fundamentos das contas externas, a acumulação de reservas internacionais, a política
de combate à inflação, a capacidade do país de competição na economia global
(eficiência dos negócios, desempenho econômico, infraestrutura, carga tributária, custo
de capital, legislação complexa e inadequada e eficiência do governo no combate à
corrupção, à violência e à burocracia generalizada). Ou seja, “a capacidade de um país
em prover um ambiente no qual as empresas possam competir eficientemente e
crescer”.
Ratings: as grandes empresas freqüentemente pagam para ter suas dívidas classificadas
de acordo com seu nível de risco. As duas principais organizações que prestam esse
serviço são Moody’s, Standard and Poor’s, Fitch, P. Morgan etc.. As classificações
(ratings) são, pois, avaliações do risco da empresa emitente e baseiam-se na
probabilidade de inadimplência da empresa e na proteção que os credores têm em caso
de inadimplência.
Tabela de classificação da Moody’s e Standard and Poor’s:
Obrigações de alta qualidade Obrigações de baixa
qualidade,especulativas ou junk bonds Nível alto Nível médio Nível baixo Nível muito baixo S&P AAA AA A BBB BB B CCC CC C D Moody’s Aaa Aa A Baa Ba B Caa Ca C D Moody’s S&P
Aaa AAA Rating mais alto. Capacidade de pagamento de juros e principal extremamente grande.
Risco extremamente pequeno ou nulo.
AA AA Grande capacidade de pagamento de juros e principal..Risco de muito pequeno. Com o
nível anterior forma o grupo de alta qualidade.
A A Boa capacidade de pagamento de juros e principal, mas suscetível a efeitos adversos de
mudanças nas circunstâncias e condições econômicas.
Baa BBB Capacidade adequada de pagamento dos juros e devolução do principal, mas
facilmente afetada pelas circunstância e condições econômicas. Este grupo e o anterior
formam o nível médio de qualidade.
BA BB Obrigações com esses ratings são investimentos predominantemente especulativos
quanto à capacidade de pagamento de juros e principal. Ba e BB são o nível mais baixo
de especulação. Ca e CC, o nível mais alto. Grandes incertezas e grande exposição de
risco em condições adversas.
B B
Caa CCC
Ca CC
C C Títulos que no momento não estão pagando os juros.
D D Situação de inadimplência, estando o pagamento dos juros e principal em atraso.
Nota 1: Algumas vezes, tanto a Moody’s como a Standard & Poor’s usam subníveis
dessas categorias. A S&P utiliza sinais de mais ou menos: A+ é o rating A mais forte e
A-, o mais fraco.A Moody’s utiliza uma designação de A1, A2 e A3 , sendo A1 a mais
alta.
Nota 2: a partir da década de 80, uma parcela crescente dos empréstimos de empresas
internacionais assumiu a forma de baixa qualidade ou junk bonds.
122
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Exemplo: notas de classificação de risco da Moody’s, a mais tradicional agência de análise
financeira, em determinada data (a classificação é altamente mutável em muitos casos):
Grau de investimento Classificação (termômetro) Países
Melhor qualidade Aaa EUA e Reino Unido
Alta qualidade
Aa1 Japão
Aa2
Aa3
Qualidade média alta
A1
A2 Israel
A3 China
Média qualidade
Baa1 Chile
Baa2
Baa3 México e Brasil
Especulativo
Ba1 Rússia
Ba2 Colômbia
Ba3
Especulativo e de baixa segurança
B1 Turquia
B2
B3 Honduras
Caa1 Cuba e Ucrânia
Caa2 Equador
Caa3
Alto risco de calote
Ca1
Ca2 Argentina
Ca3 Paquistão
Risco máximo de calote C
Calote consumado D
Tipos de investidores: indivíduos, empresas, bancos e fundos de pensão,
diferenciados pela intenção com que compram os títulos do país em:
Voláteis – pretendem ganhar dinheiro adivinhando quanto os preços dos títulos vão
variar no curto prazo e apostando em suas previsões. É o chamado capital
especulativo;
Não-voláteis – compram os títulos com a intenção de segurá-los para que rendam os
juros prometidos pelo governo (daí as vantagens dos juros altos).
Clube dos Emergentes endividados (EMBI–Emerging Markets Bond Index) do P.
Morgan: termômetro do mercado mundial de investimentos financeiros, uma
avaliação do grau de credibilidade econômica que o país inspira a quem estuda a
possibilidade de nele aplicar capital: O EMBI só avalia o risco de não pagamento da
dívida externa do país, já o risco-país é um conceito mais abrangente e teórico,
contemplando vários outros tipos de risco como perigos potenciais no câmbio e na
solvência do sistema financeiro interno. A queda do risco financeiro torna mais
abundante a oferta de dólares, euros etc.para investimentos diretos, podendo conduzir o
país ao “grau de investimento”, afastando-o do grupo de países considerados de “grau
especulativo”, tornando mais baixo o custo de empréstimos no exterior pela abertura de
colocação em portfólios globais dos mais importantes fundos de pensão e investidores
do planeta.
123
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Em uma data qualquer, eis o EMBI+ do Banco P. Morgan:
País Emergente Valor de Mercado dos Títulos (em
bilhões de dólares)
Índice de Risco EMBI+
(pontos)
México 32,259 325
Rússia 26,620 520
Brasil 26,472 (C-bonds e outros) 250
Venezuela 7,2707 1.147
Turquia 5,311 929
Colômbia 5,209 608
Filipinas 4,893 441
Polônia 3,699 202
Malásia 3,688 174
Coréia do Sul 4,604 94 (menor risco)
Panamá 3,570 488
Argentina 2,998 6.873 (maior risco)
Bulgária 2,967 386
Gatar 2,880 215
Peru 2,859 643
Equador 1,925 1.340
África do Sul 1,684 143
Marrocos 1,425 507
Nigéria 1,368 1.584
Egito 1,010 444
Ucrânia 0,988 681
Fatores que modificam o EMBI+: instabilidade política, conflitos internos e externos,
descontrole orçamentário, juros altos, descontrole cambial, corrupção administrativa,
legislação trabalhista obsoleta e regime previdenciário inadequado (que produzem
excessivos encargos sobre a mão-de-obra e derrubam a competitividade), crises de
qualquer ordem, portanto.
Enfim, um país normal: O desafio depois do esperado "grau de investimento",
atestado internacional de confiabilidade, é tornar essa conquista permanente.
Questões:
Situação-problema: Estruture o Balanço internacional de Pagamentos do País X no ano Y e em $ bilhões,
conhecidos os seguintes dados de suas transações econômicas internacionais:
1 Outros capitais (líquido) 32
2 Viagens internacionais (líquido) –9
3 Investimentos e re-investimentos de estrangeiros no País 38
4 Empréstimos do País ao Resto do Mundo –15
5 Importações de mercadorias 174
6 Seguros (líquido) –15
7 Serviços governamentais (líquido) –4
8 Transferências unilaterais (líquido) 1
9 Exportações de mercadorias 203
10 Amortizações de empréstimos do País no exterior –10
11 Serviços diversos – Assistência técnica e outros (líquido) –7
12 Transportes (Fretes) internacionais (líquido) 26
13 Empréstimos de outros governos ao País 6
14 Serviços da dívida externa (juros e dividendos)-- (líquido) –14
15 Erros e omissões 2
Roteiro:
124
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
1. Balança Comercial
1.1
1.2
2. Balança de Serviços
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.6
3. Transferências unilaterais
4. Balanço de transações correntes (1 + 2 + 3)
5. Balanço de capitais
5.1
5.2
5.3
5.4
5.5
6. Erros e omissões
7. Déficit (–) ou Superávit (+)
Com base no esquema do Balanço de Pagamentos, responda apenas se é a declaração é verdadeira (V) ou
falsa (F):
1. Os fluxos de entradas e saídas de capitais aumentaram as reservas cambiais em US$ 8 bi
2. O Balanço de Contas (Transações) Correntes foi desfavorável ao País em US$ 49 bi
3. A Balança Comercial foi superavitária em US$ 29 bi
4. O fluxo de entradas e saídas de capitais de risco no País superou Balança Comercial
5. O País ajudou mais o Resto do Mundo do que foi por este ajudado
6. Dá para compreender que o País precisa melhorar muito a sua Balança de Invisíveis (Serviços)
7. As Bolsas do País conseguiram entrada líquida de capitais maior que a de capital de risco
8. O Balanço Internacional de Pagamentos do ano foi superavitário em US$ 8 bi
9. Amortizações são pagamentos da dívida externa
10. O Balanço de Capitais, sozinho, superou a Balança de Serviços em US$ 24 bi
Referências bibliográficas: MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São
Paulo: Thomson Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de
Economia. São Paulo: Saraiva, 2001; PINHO, D. B. e VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia.
Eq. da USP. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
125
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
12 – Setor Público
Participação do Estado na Economia: o Estado tende a participar dos diversos
segmentos econômicos para, entre muitas outras coisas:
– Proporcionar justiça, segurança, educação e saúde à população;
– Oferecer a previdência social ao maior número possível de pessoas dela carentes;
– Regular a atividade econômica, corrigindo distorções regionais, setoriais e pessoais;
– Produzir oportunidades de emprego, reduzindo a massa de desempregados;
– Oferecer bens e serviços como eletricidade, saneamento, rodovias, ferrovias, portos,
aeroportos etc.
Funções econômicas do Setor Público:
– função alocativa: fornecimento de bens e serviços não oferecidos adequadamente
pelo sistema de mercado;
– função distributiva: o governo deve funcionar como agente redistribuidor de renda,
através da tributação principalmente;
– função estabilizadora:intervenção governamental para alterar o comportamento dos
níveis de preços e emprego etc.
Princípios da tributação:
– princípio da neutralidade: o tributo não altera os preços relativos, minimizando sua
interferência nas decisões dos agentes de mercado;
– princípio da eqüidade:o ônus do tributo é distribuído de maneira justa entre os
indivíduos. Dele decorrem:
– princípio do benefício por ele, cada contribuinte paga ao Estado um montante
relacionado com os benefícios que deste recebe;
– princípio da capacidade de pagamento: a imposição do tributo deve levar em conta a
efetiva capacidade de pagamento do contribuinte.
Constituição brasileira: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir os seguintes tributos: I – impostos; II – taxas, em razão do exercício
do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III –
contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. § 1.º Sempre que possível, os
impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica
do contribuinte, facultado à administração tributária, especial para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte. § 2.º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.”
(CF, art. 145). Assim:
– Tributo: prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada;
– Imposto: tributo destinado a atender indistintamente às necessidades de ordem geral
da administração pública e “cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”;
– Taxa: tributo em que a carga fiscal do contribuinte corresponde diretamente à
prestação do Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) em determinado
serviço, público;
126
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
– Contribuição de melhoria: tributo instituído menos para gerar receita do que para
regular a distribuição da riqueza; no Brasil tem por objetivo atender à intervenção no
domínio econômico.
Tributos: menor independência ou morte: nada mais danoso à produtividade e ao
desenvolvimento do país do que a excessiva carga tributária e sua complexa teia de normas
confusas, conflitantes e cambiantes:
Dinamarca R.Unido Suíça EUA México Emergentes BRASIL
48% 34% 30% 24% 17,5% < 25% > 35%
Cargas tributárias muito elevadas se justificam em países ricos, onde a fonte básica da
arrecadação está na renda e na propriedade. Nos de menor renda, maiores cargas implicam
cobrar mais no consumo, prejudicando quem ganha menos. Por nenhum critério racional, o
Brasil poderia arrecadar 35% do PIB,mas precisa fazê-lo para cobrir despesas obrigatórias
criadas pela Constituição e por leis posteriores, relativas a pessoal, previdência, educação e
saúde.
Como o problema pode ser solucionado? A tragédia do ICMS e dos tributos federais sobre o
consumo pode ser enfrentada com o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA), único e
arrecadado pela União e partilhado automaticamente pelos governos subnacionais. É o que
fazem as demais federações.(Mailson da Nóbrega, em Veja, 26/03/2011)
Classificação dos impostos:
– Imposto direto: gravame assentado sobre a propriedade a renda ou riqueza
(patrimônio) das pessoas determinadas (identificadas) por cadastro ou lista. Ex: IR;
– Imposto indireto: incide principalmente sobre coisas consumidas (mercadorias) ou
serviços prestados, sem determinação (identificação) individual dos contribuintes. Ex:
ICMS, IPI. Também chamado de Imposto sobre Venda, pode ser específico ou ad
valorem (conforme o valor);
– Imposto regressivo: quando a mesma alíquota (%) incide sobre os preços das
mercadorias, capta quantia proporcionalmente menor do valor mais elevado do fato
gerador. Ex: ICMS onera mais as classes de menor poder aquisitivo;
– Imposto progressivo: tributo no qual são aplicadas gradativamente alíquotas cada vez
mais elevadas sobre o fato gerador mais elevado e de que é protótipo, no Brasil, o
Imposto de renda.
– Imposto constante: quantia fixa de imposto independentemente da variação de renda;
– Imposto proporcional: alíquota única incidente sobre a renda.
Superávit orçamentário: montante no qual as receitas orçamentárias excedem as
despesas (gastos) do governo.
Superávit orçamentário primário: aquele que ocorre quando as receitas superam as
despesas (antes do pagamento dos juros da dívida pública interna).
Déficit público: os gastos governamentais são maiores que a sua arrecadação num
determinado período:
– Déficit nominal ou total: Necessidades de Financiamento Líquido do Setor Público
Não Financeiro ou fluxo líquido de novos financiamentos buscados pelo setor público
em todas as suas esferas (União, Estados, Municípios, empresas estatais e Previdência
Social);
– Déficit primário ou fiscal: diferença entre os gastos públicos e a arrecadação
tributária no exercício, antes do pagamento dos juros e correções da dívida passada;
127
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
– Déficit operacional: déficit primário, acrescido dos juros reais da dívida passada.
Medida mais adequada para refletir as Necessidades de Financiamento do Setor
Público;
–Déficit de caixa: omite as parcelas do financiamento do setor público externo e do
resto do sistema bancário, bem como fornecedores e empreiteiros. Conceito de pouco
valor.
Financiamento do déficit orçamentário: – emissão de moedas;
– venda de títulos da dívida pública interna e externa.
População brasileira é a que tem menos retorno dos impostos que paga, mostra estudo (Do UOL, em São Paulo - 24/01/2012 - 11h18)
A população brasileira é a que vê menos retorno dos impostos que paga ao governo. É o que mostra um
levantamento feito pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) com os 30 países que têm as
maiores cargas tributárias do mundo. Segundo o estudo, a carga tributária brasileira é de 35,13%. Isso
significa que os impostos pagos pela população ao governo federal, Estados e municípios correspondem a
35,13% de toda a riqueza gerada no país (PIB).
PAÍS CARGA TRIBUTÁRIA (2010) IDH(2011) ÍNDICE DE RETORNO
1º - AUSTRÁLIA 25,90% 0,929 164,18
2º - ESTADOS UNIDOS 24,80% 0,910 163,83
3º - COREIA DO SUL 25,10% 0,897 162,38
4º - JAPÃO 26,90% 0,901 160,65
5º - IRLANDA 28,00% 0,908 159,98
6º - SUÍÇA 29,80% 0,903 157,49
7º - CANADÁ 31,00% 0,908 156,53
8º - NOVA ZELÂNDIA 31,30% 0,908 156,19
9º - GRÉCIA 30,00% 0,861 153,69
10º - ESLOVÁQUIA 28,40% 0,834 153,23
11º - ISRAEL 32,40% 0,888 153,22
12º - ESPANHA 31,70% 0,878 153,18
13º - URUGUAI 27,18% 0,783 150,30
14º - ALEMANHA 36,70% 0,905 149,72
15º - ISLÂNDIA 36,30% 0,898 149,59
16º - ARGENTINA 29,00% 0,797 149,40
17º - REP. CHECA 34,90% 0,865 148,39
18º - REINO UNIDO 36,00% 0,863 146,96
19º - ESLOVÊNIA 37,70% 0,884 146,79
20º - LUXEMBURGO 36,70% 0,867 146,49
21º - NORUEGA 42,80% 0,943 145,94
22º - ÁUSTRIA 42,00% 0,885 141,93
23º FINLÂNDIA 42,10% 0,882 141,56
24º - SUÉCIA 44,08% 0,904 141,15
25º - DINAMARCA 44,06% 0,895 140,41
26º - FRANÇA 43,15% 0,884 140,52
27º - HUNGRIA 38,25% 0,816 140,37
28º - BÉLGICA 43,80% 0,886 139,94
29º - ITÁLIA 43,00% 0,874 139,84
30º - BRASIL 35,13% 0,718 135,83
IDH: Índice de Desenvolvimento Humano
Índice de retorno: calculado com base na carga tributária e o IDH
País tem IDH baixo
Essa não é a maior carga tributária do mundo. Na Suécia, por exemplo, o índice é de 44,08%. Mas, para
verificar se os valores arrecadados estariam retornando à população por meio de serviços de qualidade, o
estudo considerou também o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada país. Nesse quesito, o Brasil
128
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
aparece em último lugar entre os países pesquisados, com IDH 0,718. Isso fez com que ele ficasse também em
último lugar na lista geral.
Austrália figura no primeiro lugar da lista
O Brasil aparece no último lugar do ranking pelo segundo ano consecutivo. O país está atrás de outros países
da América do Sul. O Uruguai, por exemplo, aparece na 13º posição do ranking, com carga tributária de
27,18% e IDH de 0,783. A Argentina está no 16º lugar. A carga tributária no país vizinho é de 29% e o IDH,
de 0,797. Austrália, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão são os países que melhor fazem aplicação dos
tributos arrecadados, segundo o levantamento do IBPT. Alguns países da Europa também aparecem mal
posicionados no ranking. É o caso, por exemplo, de França (26º lugar) e Bélgica (28º). A Itália é o segundo
mais com pior colocação (29º), à frente apenas do Brasil.
Orçamento no Brasil: o Orçamento Geral da União, formado pela soma do orçamento fiscal, do
orçamento das estatais, do orçamento da seguridade social e brechas fiscais, deve disciplinar as finanças
públicas e possibilitar o controle político do Estado brasileiro, além de intervir para corrigir distorções
do sistema econômico e estimular programas de desenvolvimento.
Princípios orçamentários: – Princípio da unidade: cada entidade pública financeiramente auto-suficiente deve possuir apenas um
orçamento por exercício;
– Princípio da universalidade: o orçamento precisa conter todas as despesas e receitas do Estado;
– Principio do orçamento bruto: o orçamento deve conter todas as receitas e despesas em valores brutos,
sem nenhuma dedução;
– Princípio da anualidade: o orçamento deve ser elaborado para um determinado período de tempo (um
ano, por exemplo);
– Princípio da não vinculação de receitas: nenhuma parte da receita pode ser vinculada a determinados
gastos;
– Princípio da discriminação ou especialização: as receitas e despesas devem aparecer de maneira
discriminadas, para ficar clara a origem e a destinação dos recursos;
– Princípio da exclusividade: o orçamento só pode conter matéria de natureza orçamentária; e
– princípio do equilíbrio: para os economistas clássicos, o equilíbrio orçamentário era fundamental.
Modernamente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a ser encaminhada ao Congresso Nacional até oito
meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvida para sanção até o encerramento
da sessão legislativa, faz um orçamento equilibrado (Despesas = Receitas), mas o gasto público adquire
a função de estabilizador da economia. Pela Lei da Responsabilidade Fiscal, o gestor público só pode
gastar (Despesas) até o limite da arrecadação (Receitas efetivadas).
Lei de Diretrizes Orçamentária: define as grandes linhas do Orçamento do ano seguinte. É um lei para
confeccionar o Orçamento: é um lei inócua. A dificuldade em fazer o Orçamento real do Brasil começa
na concepção do projeto: para elaborá-lo, o ministério do Planejamento usa dados do mês de junho e faz
projeções. Quando chega ao Congresso em agosto, a proposta já está defasada. Quando o Orçamento
passa para a análise dos parlamentares, começa o jogo de faz-de-conta. O Congresso, com a desculpa de
atualizar estimativas feitas pelo Executivo, invariavelmente infla as receitas de modo artifici8al e usa
esse dinheiro (que não irá existir) para atender a demandas que beneficiem sua bases eleitorais. O
resultado é sempre o mesmo: aprovado o Orçamento, o Executivo faz um decreto pelo qual segura
gastos e libera apenas o que quer.
Lei do Orçamento: uma vez aprovado o Orçamento, a LDO perde sua validade, já que a Lei do
Orçamento lhe é hierarquicamente superior – e, portanto, não há razão que impeça que as diretrizes
orçamentárias sejam revistas meses depois. Este é o Brasil!
Como o Orçamento é feito: 1. Começa a ser feito em junho de cada ano por técnicos do Ministério do Planejamento. Eles estimam
a arrecadação para o ano seguinte e definem um teto de gastos para cada ministério e para o
Legislativo e o Judiciário.
2. Em seguida, cada ministro e os chefes do Legislativo e do Judiciário definem como gastarão a cota
que lhes foi destinada pelo Ministério do Planejamento. Nessa etapa, eles podem negociar mais
dinheiro com o Planejamento.
3. No fim de agosto, depois de negociar com cada ministério e cada poder, a equipe do Ministério do
Planejamento consolida os números e envia a proposta do Orçamento da União ao Congresso
Nacional.
129
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
4. Assim que chega ao Congresso, a proposta começa a ser analisada pela Comissão Mista do
Orçamento, que é permanente e reúne 65 deputados e 21 senadores. O debate dura, em geral, uns
quatro meses.
5. Na Comissão Mista do Orçamento, as discussões restringem-se a uma parte pequena do Orçamento,
pois mais de 90% dos gastos são obrigatórios:
a. 29,8% destinam-se ao pagamento de aposentados e pensionistas;
b. 19,1% são consumidos como o pagamento de salários dos servidores públicos;
c. 16,5% vão para transferências obrigatórias para estados e municípios;
d. 9,6% são destinados a programas prioritários (saúde, educação e bolsa-família);
e. 8,7% são despesas definidas na CF ou Lei Complementar: abono e seguro desemprego,
benefícios a idosos e deficientes, subsídios, precatórios, repasses para o Legislativo e Judiciário
etc.;
f. 6,8% sobram para o governo mexer como quiser: luz, xérox, passagens, diárias, materiais de
expediente etc. Esses gastos podem ser reduzidos, mas não cortados integralmente. Na prática,
esta é a parcela discutida pela Congresso;
g. 9,5% vão para o pagamento de juros (superávit primário).
6. Ao final de seu trabalho, a Comissão Mista do Orçamento aprova um relatório por maioria de seus
86 parlamentares.
7. O relatório final da Comissão Mista do Orçamento é votado em plenário em sessão conjunta da
Câmara e do Senado. Para ser aprovado, precisa do voto da maioria de seus membros. Mas, como
normalmente há acordo, a aprovação costuma ser feita apenas com o voto dos líderes.
8. O Orçamento tem de ser votado ata 31 de dezembro de cada ano para vigorar no ano seguinte. Em
2005, o atraso foi de quase quatro meses, uma demora que não ocorria desde 1994.
Despesas:
Despesas correntes – Despesas de custeio
– pessoal civil
– pessoal militar
– material de consumo – serviços de terceiros
– encargos diversos
– Transferências correntes – subvenções sociais
– subvenções econômicas
– inativos – pensionistas
– salário-família e abono
– juros da dívida pública – contribuição da Previdência Social
– transferências correntes diversas
Despesas de capital – Investimentos
– obras públicas
– equipamentos e instalações
– participação no capital de empresas industriais e agrícolas – material permanente
– Inversões financeiras
– aquisição de imóveis
– participação no capital de empresas comerciais e financeiras
– concessão de empréstimos
– constituição de fundos rotativos – Transferências de capital
– amortização da dívida pública
– auxílios para obras públicas – auxílios para equipamentos e instalações
– auxílios para inversões financeiras
– outras contribuições.
Receitas:
Receitas correntes – Receita tributária
– impostos
– taxas e contribuições de melhorias – Receita de contribuição
– contribuição previdenciária
– salário-educação – Receita patrimonial
– receita imobiliária
– receita de valores mobiliários – participação e dividendos
– outras receitas patrimoniais
– Receita agropecuária – Receita industrial (energia elétrica, água e esgotos etc.)
– receita de serviços industriais
– outras receitas industriais – Receitas de serviços (armazéns portuários, hospitais, comunicações
etc.) – Transferências correntes (receitas diversas)
– multas
– cobrança da dívida ativa – outras receitas diversas
Receitas de capital – Operações de crédito
– Alienação de bens móveis e imóveis
–Amortização de empréstimos concedidos –Transferências de capital
–Outras receitas de capital
130
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Tributação no Brasil
Evolução da carga tributária no Brasil:
Ano % do PIB
1947 13,84
1970 25,94
1990 30,50
2003 36,70
2009 38,50
2010 37,00
Futuro 40? Mais? Menos!!
O almoço nunca é grátis (exemplo): de comum acordo com as centrais sindicais, o Receita Federal
elevou, em abril/2011, o valor mínimo que determina quem deve pagar imposto de renda (IR): a faixa de
isenção subiu de R$ 1.499,15 para R$ 1.566,61 por mês. A “bondade”, porém, é compensada pelo
aumento de outros tributos: com a correção da tabela do imposto de renda em 4,5%, o governo perde R$
1,6 bi por ano, mas ganha R$ 1,75 bi (R$802 mi com a elevação de 2,38% para 6,38% da alíquota do
IOF em compras com cartão de crédito no exterior, mais R$ 949 mi com o aumento da tributação média
de 15% em bebidas, com cerveja, refrigerante, energético e água mineral).
Lição da história: nenhum país do mundo cresceu com carga tributária do tamanho da brasileira. Não
há registro de um só caso de país que tenha crescido num ambiente de tributos elevados.
Comparação: a carga tributária no Brasil, onde os serviços públicos são péssimos, é maior do que no
Japão (30%), Canadá e Espanha (35%) e Alemanha (36%), todos países desenvolvidos, onde os serviços
públicos são de primeira linha.
Fatia do governo nas contas públicas: a carga tributária sobre tarifas públicas brasileiras é uma das
mais altas do mundo. O governo arrecada mais todas as vezes que as tarifas sobem. No Brasil há casos
em que a parte do governo nas contas pagas pelo consumidor chega a ser de 6 a 10 vezes maior que nos
EUA e na Inglaterra.
% dos impostos nas
tarifas
Gás de cozinha Telefones
(fixo e celular)
Energia elétrica
Brasil 22% Até 32% Até 31%
EUA 15% 3% 7%
Inglaterra 18% 17,5 5% Fontes: ANATEL, Ass. Bras. dos Distribuidores de Energia Elétrica e Centro Brasileiro de Infraestrutura
Estado brasileiro arrecada muito e distribui mal:
Inglaterra Para cada 10 reais pagos pelos 10% mais ricos, 80 centavos voltam para os mais ricos e
9,20 reais são distribuídos aos mais pobres
Brasil Para cada 10 reais pagos pelos 10% mais ricos, 5 reais voltam para os mais ricos e 5 reais
são distribuídos aos mais pobres. Além disso, os órgãos do governo aplicam muitas multas
aos ricos (entre 2008/2010: R$ 10,6 bilhões em ações do IBAMA, ANP, ANAC e
INMETRI), mas não nas recebem.
Arrecadação: o governo brasileiro arrecada MAIS DE UM trilhão de reais/ano, mas só pode decidir
como gastar 5% dos recursos: 96% são despesas constitucionais, legais e contratuais obrigatórias .
Pagamento juros da dívida: são necessários mais de R$ 170 bilhões (0,1075 × 1.600 bi) de reais/ano.
Funcionalismo e aposentadorias: gastos levam 56% da arrecadação, sobrando pouco para investir em
educação, saúde e infraestrutura (capital social básico). O ensino público é deficiente e caro (a formação
de um universitário é 17 vezes maior do que o gasto com uma criança no ensino fundamental; em outros
países essa relação é 2/1). A saúde vai de mal a pior. Setenta por cento (70%) das estradas brasileiras
continuam esburacadas.
Fome de impostos: a carga tributária incidente sobre as empresas (produção) no Brasil desestimula
investimentos. Ela é quase três vezes a da Europa e quase cinco vezes a do Leste Asiático:
131
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
L.Asiático México Ricos Europa A.Latina África BRASIL
31,2% 31,3% 46,1% 50,2% 52,8% 58,1% 147,9%
No entanto, “as empresas não pagam tributos (impostos, taxas e contribuições), ao contrário do que se
pensa. São apenas responsáveis pelo recolhimento. Quem paga são as pessoas físicas, quando consomem
bens e serviços, auferem rendas ou possuem propriedade urbana ou rural. A carga tributária sobre lucros
e a propriedade das empresas representa, em última instância, a antecipação do que seria pago por seus
sócios e acionistas.” (Mailson da Nóbrega, em Veja, 07//03/2012).
Brasil, um manicômio tributário: único país no mundo a taxar um produto industrializado com o IPI,
só pelo fato de sua transformação industrial, ainda um resquício da proibição portuguesa à manufatura
no Brasil Colônia.
Custo do emprego no Brasil: quais são as despesas que incidem sobre o salário dos trabalhadores no
Brasil (horistas)?
Tipos de despesas % do salário
[1] OBRIGAÇÕES SOCIAIS
Previdência social 20,00
FGTS 8,00
Salário-educação 2,50
Acidentes de trabalho (média) 2,00
Sesi/Sesc/Sest 1,50
Senai/Sebac/Senat 1,00
SEBRAE 0,60
INCRA 0,20
Subtotal [1] 35,80
[2] TEMPO NÃO-TRABALHADO I
Repouso semanal 18,91
Férias 9,45
Abono de férias 3,64
Feriados 4,36
Aviso prévio 1.,32
Auxílio enfermidade 0,55
Subtotal [2] 38,23
[3] TEMPO NÃO-TRABALHADO II
13º salário 10,91
Despesa de rescisão contratual 3,21
Subtotal [3] 14,12
[4] INCIDÊNCIAS CUMULATIVAS
Incidência cumulativa (obrigações tempo não-trabalhado) 13,68
Incidência do FGTS sobre 13º salário 0,93
Subtotal [4] 14,61
TOTAL GERAL 102,76
Mordida do leão nos rendimentos de uma família composta de pai, mãe, 2 filhos menores e um
aposentado, com renda bruta de R$ 12.000,00
Impostos Discriminação R$ Observações
Pessoais Imposto de Renda 2.145 Alíquota de 27,5% com as deduções da lei
Previdência 411 Teto de contribuição
ISS 250 Alíquota média
CPMF 35 0,38% sobre a renda
132
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
S/ despesas de moradia Condomínio 120 Sobre a taxa de condomínio de R$ 400,00
IPTU 108 Apto. de 3 quartos
Prestação casa própria 155 Sobre custo financeiro
Energia elétrica 26 Sobre consumo médio
Gás 7 Idem
Taxa de lixo 5 Idem
S/ despesas com veículo Gasolina 200 200 litros/mês
IPVA 106 Carro médio
Juros de financiamento 60 Sobre custo financeiro
Seguro 16 Sobre a mensalidade
S/ despesas telecomunicações Telefone 68 Telefonia fixa e celular
Internet 6
S/ despesas com educação Mensalidades 144 Sobre R$ 1.200 por mês
Curso de inglês 67 Sobre R$ 155 por mês
S/ despesas de saúde Plano de saúde 58 Padrão família
Remédios 45 Sobre medicamentos
Primeiro subtotal 4.032
S/ despesas com alimentos 783 Consumo médio da família
S/ despesas com vestuário 85 Idem
S/ juros do cheque especial 35 Sobre custo financeiro
S/ salário de doméstica 60 Sobre R$ 510 mensais
S/ despesas com lazer Natação 60
Academia 30
Outros 18 S/ 10 bilhetes de cinema
Segundo subtotal 5.103
Despesas adicionais causadas
pela ineficiência do Estado
Mensalidades escolares
1.056
Sem os impostos
Plano de saúde 275 Idem
Prev. privada p/ casal 300 Idem
TOTAL 6.734 56,11% de R$12.000
Renda familiar disponível 5.266 43,89% de R$ 12.000
Não é fácil reduzir a tributação no Brasil: a carga tributária brasileira subiu de 23% em 1988 para
estimados 36% em 2012. Desperdícios decorrentes de inépcia, fisiologismo, corrupção e, principalmente,
aumento das despesas que se expandem a ritmo superior ao do PIB (Lei de Wagner). Em média, de 1988 a
2011, o PIB cresceu 3% a.a, mas as despesas federais aumentaram 5% a.a, bem assim as de pessoal. Os gastos
do INSS cresceram anualmente 13% e as transferências constitucionais para estados e municípios, 10% a.a.
Computadas as aposentadorias dos servidores públicos, os gastos previdenciários nacionais passaram de 4%
do PIB em 1988 para 12% em 2011. Por tudo isso, em 24 anos, os tributos federais passaram de 16% para
25% do PIB. Despesas federais incomprimíveis como pessoal, INSS, educação, saúde, transferências e juros
corresponderam a 74% de receita em 2011. Somadas outras despesas constitucionais, legais e contratuais
obrigatórias como subvenções, o Legislativo e o Judiciário, esse percentual vai para 96%. Eis a tragédia
fiscal, no dizer de Mailson da Nóbrega.
A indústria tem pressa, o Brasil não pode esperar:o mundo do trabalho mudou, mas o sistema de relações
do trabalho no Brasil continuam antiquado, baseado numa realidade de 70 anos atrás, com uma legislação
trabalhista que já deveria estar aposentada. As relações trabalhistas do mundo globalizado de hoje são outras,
mais flexíveis e modernas, voltadas para a proteção do trabalhador e também para a competitividade das
empresas. A rigidez das leis atuais, a complexidade burocrática e as altas despesas de contratação prejudicam
o ambiente de negócios e a produtividade da indústria brasileira. Uma legislação trabalhista mais moderna
favoreceria o trabalhador e também as empresas. Quem tem menos dificuldade para contratar pode contratar
bem mais e obrigações trabalhistas menos onerosas estimulam o pagamento de melhores salários.
133
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
A estrutura política
Definição de Política: do grego: , é um dos três principais suportes da Sociologia, ao lado do
Direito e da Economia. Ciência e arte de governar, dedica-se à teoria e à prática de governo, ou
administração do Estado.
Brasil: “um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça, como valores supremos
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias” (Preâmbulo da Constituição
Federal).
Regime: estrutura do governo e de seus modelos ideológicos, a forma de governo, ou a estrutura de
escolha dos governantes. Ex: monarquia, república, democracia, oligarquia, ou, do ponto de vista
econômico-social, capitalismo, socialismo, comunismo ou totalitarismo.
Sistemas de governo: autocracia, presidencialismo, parlamentarismo
Democracia: governo do povo expressado na maioria política, assentado nos princípios de liberdade e
igualdade, e em que a representação popular das minorias é assegurada por plena fiscalização e crítica.
Tipos de democracia: direta (governo do próprio povo reunido em assembléia popular), indireta
(democracia representativa), mista ou semidireta (representativa em que o povo se reserva o poder de
fiscalização mediante técnicas de controle como referendo, iniciativa popular, recall ou eleição especial
americana para substituir um titular do poder antes do fim do mandato), liberal ou laissez-faire
(abstenção do Estado na ordem econômica), social (igualdade de direitos e oportunidades com
intervenção parcial do eEstado), popular (pluralidade de partidas da mesma linha ideológica) etc.
República Federativa do Brasil: formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político. (Constituição Federal, art. 1º).
Poderes da União: independente e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário
(Constituição Federal, art. 2º).
Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação (Constituição Federal, art. 3º).
Princípios das relações internacionais do Brasil:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados (países);
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político
134
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
CF, art. 4º e parágrafo único: O Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Globalização
Processo: pelo qual a vida social e cultural nos diversos países do mundo é cada vez mais afetada por
influências internacionais em razão de injunções políticas e econômicas;
Intercâmbio econômico e cultural entre diversos países, devido à informatização, ao desenvolvimento
dos meios de comunicação e transporte, à ação neocolonialista de empresas transnacionais e à pressão
política no sentido da abdicação de medidas protecionistas;
Espécie de mercado financeiro mundial criado a partir da união dos mercados de diferentes países e da
quebra de fronteira entre esses mercados;
Integração cada vez maior das empresas transnacionais, num contexto mundial de livre-comércio e de
diminuição da presença do Estado, em que as empresas podem operar simultaneamente em muitos
países diferentes e explorar em vantagem própria as variações nas condições locais.
Processo plurívoco (não é um conceito unívoco, mas plurívoco) comumente associado à ênfase dada
pela literatura anglo-saxônica dos anos 80 a uma nova economia política das relações internacionais.
Este conceito tem sido amplamente utilizado para expressar, traduzir e descrever um vasto e complexo
conjunto de processos interligados:
1) a crescente autonomia adquirida pela economia em relação à política;
2) a emergência de novas estruturas decisórias operando em tempo real e com alcance planetário;
3) as alterações em andamento nas condições de competitividade de empresas, setores, regiões, países
e continentes;
4) a transformação do padrão de comércio internacional, deixando de ser basicamente inter-setorial e
entre firmas, e passando a ser eminentemente intra-setorial e intra-firmas;
5) a “desnacionalização” dos direitos, a desterritorialização das formas institucionais e a
descentralização das formas políticas de capitalismo;
6) a uniformização e a padronização das práticas comerciais no plano mundial, a desregulamentação
dos mercados de capitais;
7) a interconexão dos sistemas financeiro e securitário em escala global, a realocalização geográfica
dos investimentos produtivos e a volatilidade dos investimentos especulativos;
8) a unificação dos espaços de reprodução social, a proliferação dos movimentos migratórios e as
mudanças radicais ocorridas na divisão internacional do trabalho;
9) o aparecimento de uma estrutura político-econômica multipolar incorporando nova fontes de
cooperação e conflito tanto no movimento do capital, quanto no desenvolvimento do sistema
mundial.
Fenômeno antigo: Globalização não é fenômeno novo. Está longe de ser um conceito original ou
inédito na história, na sociologia política, na teoria econômica ou mesmo na ciência do direito:
– Estava presente, por exemplo, nos antigos impérios, provocando surtos de modernização
econômica, cultural, social e jurídica.
– Na Era moderna foi fator responsável pelas grandes descobertas, pelas formas manufatureiras
desenvolvidas na Europa (Gênova, Florença, Milão e Veneza), pela formação de um sistema
internacional de pagamentos baseados em letras de câmbio e a chegada da civilização européia ao
extremo da Ásia..
– Os séculos XVII e XVIII conheceram o “mercantilismo”, com fortalecimento de novos pólos de
poder econômico na Europa, com o surgimento da burguesia e a aplicação do colonialismo.
– O século XIX e começo do século XX foram o apogeu da hegemonia inglesa no mundo.
Globalização hoje: A sociedade informacional, os novos paradigmas de produção, as companhias
globais, as facilidades de transportes e das comunicações e a enorme expansão tecnológica fizeram
da terra uma aldeia global, sem fronteiras geográficas para o comércio, o capital, as decisões
produtivas e as mutações sociais de qualquer parte do planeta. Saímos do Estado-nação para a
economia-mundo, onde as organizações financeiras e empresariais transnacionais ampliaram
exponencialmente a produção de suas próprias regras e contratos padronizados mundialmente. Veja-
se este
135
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Quadro: Evolução da regulação jurídica (Pierre Rosanvallon)
Características Era keynesiana Globalização
Objeto da
regulação conflitos entre o trabalho e o capital Conflitos basicamente funcionais
Agentes sociais
–Estado
–empresas
–sindicatos
–partidos
–organismos públicos
–corporações empresariais
–centrais sindicais
–org. não governamentais
Eixo central econômico, partilha do crescimento;
emprego; rendes e equipamentos
–organizacional, descentralização,
flexibilização da produção, maximização da
acumulação
Espaço de
regulação
único e homogêneo: território
nacional
Duplo: descentralizado ao nível de cada
nação e centralizado nas matrizes
Modo de regulação estatal: negociação coletiva via
Estado-Previdência
Global via técnicas de gestão financeira,
industrial, mercantil e trabalhista
Tipo de direito positivo: os códigos legais “trades” normativas
Mecanismos da globalização:
1) final dos anos 70, início dos 80: mudanças na economia internacional -transformações profundas nas
formas de organização da produção capitalista e nos planos de desenvolvimento, alterações na
extensão e natureza das relações comerciais internacionais;
2) a revolução tecnológica, baseada na microeletrônica, na informática e nos processos ultra-rápidos de
comunicação, produziu o fenômeno denominado globalização que se traduz na acelerada
interdependência dos mercados de matérias-primas (inputs), dos fatores de produção, das
mercadorias e serviços, e na alteração monumental dos métodos de produção, de distribuição e
comercialização das indústrias tradicionais, e dos níveis de produtividade. Significa a ampliação da
concorrência internacional e maior complexidade operacional para produzir e vender o maior número
de bens e serviços possível para mercados cada vez mais exigentes e bem informados. A força motriz
da nova revolução econômica é a “telemática” (tecnologia e informática crescentemente inovadoras
por um lado e criticadas pelos cépticos que vêem nelas a fonte geradora de ondas de desempregos em
massa);
3) a verdade é que a globalização já chegou com suas mega-empresas transnacionais cobrindo o
planeta inteiro com seus tentáculos, produzindo onde a matéria-prima é abundante e mais barata e
onde a mão de obra é mais em conta; e vendendo nas praças em que há maior demanda e poder de
compra, não existindo limites para suas conquistas em praticamente parte alguma do orbe terrestre;
4) os capitais, por sua vez, não têm pátria: vão a todos os lugares onde a lucratividade é certa e do maior
tamanho que se possa alcançar;
5) e tudo acontece como se vivêssemos numa aldeia global: as relações negociais, multinacionais,
realizadas em instantes, pelo milagre dos satélites e dos meios de transportes supersônicos, e as
decisões tomadas pelas pessoas com o uso de computadores cada vez mais engenhosos e rápidos. É o
futuro que já se delineia.
Isolamento: O Brasil aparece no 53º lugar na lista dos 62 países mais globalizados, segundo o Índice de
Globalização elaborado pela consultoria A. T. Kearney, que mede a integração econômica e o
relacionamento pessoal, político e tecnológico dos 62 países que respondem por 96% do PIB do mundo:
1 Irlanda 15 França
2 Cingapura 16 Portugal
3 Suíça 18 Alemanha
4 Holanda 20 Malásia
5 Finlândia 29 Japão
6 Canadá 30 Botsuana
7 EUA 40 Senegal
8 Nova Zelândia 50 Colômbia
9 Áustria 53 BRASIL
10 Dinamarca 60 Índia
12 Reino Unido 62 Irã
136
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Mercados regionais
Conceito: agrupamento regional de países com objetivos econômicos, sociais, culturais e comuns.
Existência de um direito econômico regional. Há mercados regionais em todos os continentes. Uns
maiores, outros menores, pelo número de Estados-membros ou pela abrangência da objetividade
comum: UE, NAFTA, MERCOSUL, COMUNIDADE ANDINA, TIGRES ASIÁTICOS, ALCA etc.
Pelo grau de interesse para o Brasil, estudemos:
União Européia: histórico:
1) Antecedentes:
– Roma Imperial: primeiros esforços para unificação da Europa;
– Cristianismo: força agregadora sob a autoridade papal;
– Esforços pós II Guerra: reconstrução econômica, união duradoura, cooperação.
2) Embriões:
– 1948 - Convenção de Paris: Organização Européia de Cooperação Econômica;
– 1951-Tratado de Paris: Comunidade Européia do Carvão e do Aço
Objetivos principais: paz mundial com solidariedade de fato e desenvolvimento econômico com
emprego, produtividade e melhoria do nível de vida dos Estados-membros;
– 1957 - Tratado de Roma: Comunidade Econômica Européia (Bélgica, Alemanha, França, Itália,
Luxemburgo e Países Baixos)
Objetivos principais: união, progresso econômico e social, eliminação das barreiras alfandegárias,
melhoria do emprego e da vida de seus povos, estabilidade, equilíbrio e lealdade nas relações de
trocas, respeito mútuo, paz e liberdade, política econômica integrada no contexto da Comunidade,
entre outros;
– Adesões:1972 - Inglaterra, Irlanda e Dinamarca; 1979 - Grécia; 1985 - Portugal; 1986- Espanha;
3) Consolidação:
– 1992 – Tratado de Maastricht: União Européia
Objetivos principais: integração européia de um PIB de 12 trilhões de euros (em junho de 2010),
concretização do “grande mercado interno” de 500 milhões de habitantes com moeda forte e
bases sólidas para a construção da futura Europa, democracia, liberdade, solidariedade, respeito à
história, cultura e tradições dos Estados-membros, busca da cidadania comum e identidade
européia, política de defesa comum, paz, segurança e progresso econômico-social sustentável
dentro dos princípios da complementaridade e subsidiariedade, uniformização da política
econômica e monetária, no final.
– Atualmente: com a inclusão da Áustria e dos escandinavos Dinamarca e Finlândia e mais Chipre,
República Tcheca, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Eslováquia e Eslovênia
são 25 os Estados-membros, número que subirá a entrada de Bulgária, Romênia e Turquia. Países
europeus fora da UE: Albânia, Andorra, Antiga República Jugoslava da Macedônia, Bielorússia,
Bósnia Herzegovina, Croácia, Islândia, Liechtenstein, Moldóvia, Mônaco, Noruega, Rússia, São
Marinho, Sérvia e Montenegro, Suíça, Ucrânia e Vaticano.
Objetivo do momento: desenhar uma Constituição para o Bloco e unir mais as Nações.
Mercado Comum do Sul
1) Embriões:
– 1960 - I Tratado de Montevidéu: Associação Latino-Americano de Livre Comercio: Objetivos
principais: zona de comércio sem barreiras, cooperação e políticas econômicas destinadas a
fortalecer os países da América Latina, espelhadas no exemplo europeu.
– 1980 - II Tratado de Montevidéu: Associação Latino-Americana de Integração: Objetivos
principais: solidariedade e integração econômica regional, desenvolvimento com redução dos
desníveis regionais, i.é, harmônico e equilibrado, pluralismo com flexibilidade e convergência.
2) Nascimento
– 1991 (26.03) - Tratado de Assunção: Mercado Comum do Sul (Argentina, Brasil, Paraguai e
Uruguai).
Diretrizes principais:
– livre circulação de bens;
– estabelecimento de tarifa externa comum;
– adoção de política comercial comum em relação a terceiros Estados;
– coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e internacionais;
137
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
– coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais visando a assegurar condições adequadas de
concorrência entre os Estados-membros;
– obrigação de harmonização das legislações nas áreas pertinentes;
– integração dos mercados regionais para acelerar o processo de desenvolvimento econômico e
social, com preservação do meio ambiente, modernização tecnológica, científica e econômica para
ampliação da oferta e qualidade de bens e serviços, a fim de melhorar o nível de vida dos habitantes
da região.
3) Etapas a serem vencidas até a consolidação:
I- zona de livre comércio (livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países, sem
barreiras nem tarifas alfandegárias);
II- União aduaneira: estabelecimento de tarifa externa comum e adoção de uma política comercial
comum em relação a terceiros Estados;
III- mercado comum: coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados-Partes
para assegurar condições adequadas de concorrência;
IV - união econômica e monetária: inclusive o sonho da moeda comum e forte.
4) Ocorrências:
– 1991 (17.12) - Protocolo de Brasília para a Solução de Controvérsias
a) Negociações diretas entre as partes envolvidas: as controvérsias serão resolvidas, “antes de
tudo, mediante negociações diretas”;
b) Tentativa de conciliação: não havendo acordo integral, o Grupo Mercado Comum faz a
mediação para tentar obter a conciliação de interesses;
c) Procedimento arbitral: não havendo ainda êxito, um Tribunal ad hoc, de 3 juizes – um de cada
parte envolvida e o terceiro de nacionalidade neutra, designado de comum acordo por aqueles,
e que presidirá o Tribunal –, há de resolver o problema.
– 1994 - Protocolo de Ouro Preto: Estrutura orgânica do Mercosul composta de:
1) Conselho do Mercado Comum, órgão superior, incumbido da condução política do processo de
integração. Manifesta-se por Decisões obrigatórias para os Estados-membros;
2) Grupo Mercado Comum é o órgão executivo. Manifesta-se por Resoluções.
3) Comissão do Comércio do Mercosul vela pela aplicação dos instrumentos de política
comercial comum. Manifesta-se através de diretrizes ou Propostas.
4) Comissão Parlamentar Conjunta é o órgão representativo das Parlamentos dos Estados-
membros (tem igual número de parlamentares representantes por país);
5) Foro Consultivo Econômico-Social de representantes em número igual por país;
6) Secretaria Administrativa do Mercosul, órgão de apoio operacional.
Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (North American Free Trade Agreement – NAFTA): foi celebrado em 8 de dezembro de 1992 entre Canadá, México e Estados Unidos.
Associação de Livre Comércio Americano - ALCA
Conceito: a ideia da Alca foi lançada pelos Estados Unidos em 1994. O projeto inicial era derrubar os
muros comerciais entre os países do continente. Os americanos queriam ir além da redução das barreiras
tarifárias. Pretendiam estabelecer regras de proteção à propriedade intelectual e a abertura dos setores
bancários e de serviços. O Brasil bateu o pé, com o argumento de que os americanos pediam muito, sem
oferecer contrapartidas como a redução de subsídios agrícolas em seu país.
Tamanho do mercado: os negociadores devem definir detalhes de um acordo que envolverá 34 países,
com uma população total de 800 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de US$
12 trilhões, sendo quase US$ 11 trilhões dos Estados Unidos.
Alca light: em reunião realizada em Miami, em novembro de 2003, os governos decidiram partir, sem
muita unanimidade, para uma Alca com desenho que ainda apresenta muitos pontos em aberto.
O forte, os fracos e os fraquíssimos: os Estados Unidos, o Canadá, o México e o Brasil, e os outros
inclusive Chile e Argentina: trata-se de uma luta muito desigual. Para o Brasil, a Alca é praticamente
uma negociação com os Estados Unidos e o Canadá. Para o restante dos países, o Brasil não precisa de
Alca.
Ganhos: o Brasil quer o mercado: a entrada dos produtos agrícolas e manufaturados nos Estados Unidos
e Canadá principalmente, sem grandes barreiras impeditivas. O Brasil quer ter liberdade para continuar
138
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
regulamentando sua economia e para usar certos instrumentos de política industrial que os países
desenvolvidos usam. Um exemplo: nos Estados Unidos, as compras governamentais, mormente as do
Pentágono, são fantásticas. No Brasil, o gasto militar é baixíssimo, mas, em compensação, temos a
Petrobrás e a Eletrobrás para fazer política industrial. O Brasil também quer ter sua indústria de
genéricos, sem a barreira da patente.
Riscos: o maior risco para o Brasil é mesmo a transformação da Alca num instrumento que tire sua
liberdade de regulamentar a economia. Uma negociação de tarifas, por exemplo, com uma redução
desequilibrada, tal que dificulte a entrada de nossos produtos agrícolas nos Estados Unidos e facilite
demais a entrada dos produtos manufaturados deles no Brasil. Não se deve esquecer que os países
desenvolvidos têm mais ideias e mais gente preparada para negociar. Ninguém se engane, o comércio
está nos grandes, nos países desenvolvidos, mas a barreiras impostas por eles não desapareceram tão
facilmente. O governo da Flórida (Jeb Bush, irmão do presidente) já disse: "Cítricos, nem pensar”. Mas,
ao Brasil interessa exportar o saco de laranja.
União das Nações Sul-Americanas (Unasul)
A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) é uma organização reconhecida pela ONU que tem o objetivo de facilitar as relações entre seus 12 países membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Não se trata, porém, de um bloco como o Mercosul e a União Europeia. Entidades desse tipo visam apenas a integração econômica. A Unasul, ao contrário, é uma entidade com propostas mais abrangentes. Ela tem metas políticas e estratégicas também, que incluem a criação de um parlamento, um conselho de defesa e um banco continental. Lá na frente, em um futuro ainda distante, a ideia é que tudo isso acabe resultando na formação de uma grande zona de livre comércio. Ainda assim, não dá para classificá-la como um bloco de interesses estritamente econômicos.
Referências bibliográficas: MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São
Paulo: Thomson Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de
Economia. São Paulo: Saraiva, 2001; PINHO, D. B. e VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia.
Eq. da USP. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
139
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
13 – Abordagem estruturalista do desenvolvimento
Desenvolvimento × Subdesenvolvimento: os termos “desenvolvido” e
“subdesenvolvido” começaram a cair em desuso na década de 70. Desde os anos 80, o
Banco Mundial passou a dividir os países em quatro categorias, de acordo com sua
renda per capita:
Baixa renda (renda per capita anual de 1.900 reais – US$ 1.200 – ou menos)
Renda média baixa (renda per capita de 1900 a 7.400 reais – 1.201 a 4.400 dólares)
Renda média alta (renda per capita de 7.400 a 22.000 reais – 4.400 a 13.000 dólares) e
Renda alta (renda per capita acima de 22.000 reais ou URS 13.000).
Etapas do desenvolvimento: segundo Rostow , são cinco:
1) A sociedade tradicional, cuja estrutura se expande dentro de funções de produção
limitadas, baseadas em uma ciência, tecnologia e atitudes pré-newtonianas: tecnologia
estagnada e atrasada, força de trabalho basicamente agrícola, rígida hierarquia social,
gastos supérfluos, desperdícios etc.;
2) As precondições para o arranco: gradual aparecimento de ciência moderna,
mudança de mentalidade, nascimento de uma estrutura capitalista, evolução de
tecnologia agrícola, mais urbanização populacional, importação de bens de capital etc.;
3) O arranco ou decolagem (take-off): rápido crescimento de alguns setores pela
absorção de tecnologia, taxa líquida de poupança interna em torna de 15% do PIB,
decisão, política e empresarial quando à modernização econômica, etc.;
4) A marcha para maturidade: diferenciação de setores industriais, administrações
profissionais, reação contra os custos sociais do crescimento etc.; e
5) A era do consumo em massa: direcionamento dos recursos para a montagem de
uma economia do bem-estar (wellfare), busca nacional da influência no exterior,
sofisticação tecnológica, menos trabalho e mais lazer etc.
Abordagem estruturalista do subdesenvolvimento
Economia primária: o setor primário da economia compreende a agricultura, a
pecuária de qualquer espécie (bovina, eqüina, suína, ovina, caça e pesca) e a extração
mineral e vegetal
– Localização da população: grande parte reside na área rural (70% ou mais da
população)
– Uso do fator terra: intensivo, pois grande parte da produção vem do setor primário
– Primarismo tecnológico: pobreza dos equipamentos, falta de mecanização agrícola
– Produção: matérias-primas, baixa industrialização e algum artesanato.
– Exportação: produtos agropecuários e extrativos (a maioria in natura ou sem
transformações industriais)
Economia dual: sempre a convivência de duas estruturas completamente distintas
– Na origem da produção: minifúndios (subsistência) e latifúndios (comercialização)
– No capital: pequenas empresas nativas (descapitalizadas) e multinacionais
(capitalizadas)
– Nas exportações: empresas nacionais (matérias-primas) e multinacionais (produtos
transformados ou industrializados)
– Primarismo tecnológico dos nativos e tecnologia de ponta das multinacionais
Economia dependente: subordinação ou sujeição aos caprichos
140
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
– Do capital externo por não ter poupança interna para tocar o crescimento econômico
– Do FMI & Cia por causa da dívida externa sempre crescente
– Da tecnologia importada: know-how e inovações tecnológicas cada vez mais
sofisticadas
–Das decisões unilaterais dos potências mundiais: EUA, CE, G-7 etc.
Circulo vicioso da pobreza: teoria dos economistas Ragnar Nurkse e Gunnar Myrdal,
segundo a qual o país pobre produz pouco, consome praticamente tudo, não tem
poupança interna, não consegue fazer investimentos e continua produzindo pouco
Alguns exemplos: 1) homens e mulheres eram doentes porque eram pobres; tornaram-
se mais pobres porque eram doentes e, por fim, mais doentes porque eram mais podres;
2) um homem talvez não tenham o bastante para comer; sendo subnutrido, sua saúde
será fraca; sendo fraco, sua capacidade de trabalho será baixa, o que significa que é
pobre e, por conseguinte, não terá o suficiente para comer. É o princípio da causação
circular acumulativa, que pode ser:
– Estático: quando consegue produzir, a cada novo ano, o bastante para repor o
desgaste (depreciação) dos fatores de produção terra (fertilizantes), trabalho (saúde) e
capital (peças de reposição) e a população não aumenta de um exercício para outro. O
nível de pobreza se mantém.
– Dinâmico: quando não consegue produzir, a cada ano novo, o suficiente para cobrir a
depreciação dos fatores de produção (desgaste da terra, saúde humana e reposição de
peças dos equipamentos e instalações manufatureiras) e / ou a população aumenta, o
que leva à queda da produção do exercício seguinte, e assim por diante. O nível de
pobreza aumenta ano após ano.
Efeitos regressivos (backwash effects) e propulsores (spread effects): a migração, o
movimento de capitais e o comércio, entre outros fatores econômicos e não
econômicos, são meios pelos quais o processo acumulativo se desenvolve – para cima,
nas regiões mais ricas, e para baixo, nas desafortunadas. Em geral, os efeitos
regressivos da região afortunada, inibidores da região mais pobre, não são
compensados pelos efeitos propulsores (centrífugos) que aquela possa proporcionar a
esta.
Taxa de desperdício da cadeia de produção brasileira: um estudo recente sobre o
desperdício de alimentos na cadeia de produção brasileira mostra que 44% do que é
plantado se perde até chegar ao consumidor final. A principal parcela dessa perda se
deve a problemas ligados ao manuseio inadequado ou ao armazenamento incorreto dos
produtos
De tudo o que é
plantado,
Perda na
colheita de
20%
Perda no
transporte de 8%
Perda na
indústria de
15%
Perda no
varejo de
1%
Chegam ao
consumidor
56% do que foi
plantado
Razões
negativas:
Pragas,
enchentes e
imprecisão da
colhedeira
Manuseio
inadequado e
contaminação
Manuseio
inadequado
Não há
Razões de
interesse do
consumidor:
Descarte de
produtos
deformados
Não há Seleção dos
melhores
produtos
Descarte de
produtos
vencidos
Desafios do “fome zero”: uma lista de problemas que não se esgota na falta de comida.
a) pobreza: o Brasil tem 56 milhões de pobres, sendo que 23 milhões, ou 14,6% da população, são
indigentes com renda insuficiente para se alimentar;
141
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
b) desigualdade: a renda média dos 40% mais pobres da população ocupada é de R$ 150 mensais;
c) mortalidade infantil: no Brasil, 10,2%o das crianças nascidas vivas morrem antes de completar 1 ano
de idade. No Nordeste, esse número chega a 17,6%o;
d) educação: a taxa de analfabetismo é de 12,4% da população. No Nordeste, mais de 24% da população
adulta não sabe ler nem escrever.
e) crise identidade: agora o governo adotou apenas um cartão de distribuição de dinheiro para todos os
programas: Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, VALE-Gás, Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil e Fome Zero.
Quatro realidades econômicas diferentes para análise e comparação (Nov/2010):
Estados Unidos × Brasil Coreia do Sul × Coreia do Norte
23% PIB mundial 2,3% 24,5 bi Orçamento militar (US$) 5 bi
8% Exportações mundiais 1,2% 670 mil Soldados 1,1 mi
11% Invest. externos mundiais 1,6% 2.750 Tanques 3.500
27% Patentes solicitadas 0,3% 13 Submarinos 63
Sim Conselho Segurança ONU Não 467 Aeronaves 388
Maior Potência nuclear Não Quase Potência nuclear Não
14,6 tri PIB (em dólares) 1,5 tri 1,3 tri PIB (em dólares) 40 bi
46.000 PIB per capita em US$ 8.240 25 000 PIB per capita em US$ 1.900
310 mi População 190 mi 48 mi População 23 mi
82 anos Expectativa de vida 73 anos 67 anis Expectativa de vida 79 anos
5/1000 Mortalidade ate 5 anos 21/1000 5/1000 Mortalidade até 5 anos 55/1000
Desigualdade ao redor do Mundo (uma amostra em 2002)
País 10% mais
pobres
10% mais
ricos
Razão Observações
Japão 4,8 21,7 4,5
Esta tabela mostra a percentagem de
renda que os 10% mais ricos e os 10%
mais pobres da população detêm da
renda nacional (ou mais precisamente
do produto nacional líquido a preço de
fatores). A razão entre esses números
mede a diferença a mais (desigualdade
em número de vezes) da renda de ricos
para pobres.
FONTE: World Development Report
2002,p.234-235
Alemanha 3,3 23,7 7,2
Canadá 2,8 23,8 8,5
Índia 3,5 33,5 9,6
Reino Unido 2,6 27,3 10,5
China 2,4 30,4 12,7
EUA 1,8 30,5 16,9
Rússia 1,7 38,7 22,8
Nigéria 1,6 40,8 25,5
México 1,6 41,1 25,7
África do Sul 1,1 45,9 41,7
Brasil 1,0 46,7 46,7
Política econômica
Política: a arte ou ciência do Estado ou do Governo, “o conhecimento sistemático e ordenado dos
fenômenos concernentes ao Estado” (Prélot), “ a ciência do poder e da autoridade” (Duverger)
Política econômica: atuação deliberada do governo, no sentido de que se alcancem objetivos de
natureza econômica, consistentes com outros fins não necessariamente econômicos, definidos ao nível
mais amplo da política. Os tipos de política econômica são vários.
Política fiscal: redução ou aumento dos gastos públicos ou redução ou aumento dos tributos (impostos,
taxas e contribuições de melhoria):
Tipos:
Política fiscal contrativa: redução
Política fiscal expansiva: aumento
Política fiscal discricionária: modifica-se de acordo com as condições
1. Programas de obras públicas e outros gastos
2. Projetos públicos de empregos
3. Programas de transferências governamentais
4. Alteração de impostos etc.
142
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Política monetária: estabelecimento da oferta monetária pelos formuladores do Banco Central:
medidas para controle da quantidade de dinheiro ou das condições de crédito.
Tipos:
Política monetária contrativa: redução da oferta monetária (racionamento do crédito ou expansão do
depósito compulsório, por exemplo)
Política monetária expansiva: aumento da oferta monetária, facilidade de concessão de crédito.
Política cambial: medidas do Banco Central tendentes a acompanhar as relações econômicas do país
com o exterior. Taxa de câmbio: a razão pela qual a moeda nacional e trocada por outra (geralmente o
dólar americano):
1.Sistemas de taxa de câmbio:
Fixa determinada pelas autoridades monetárias
Flexível ou flutuante: a oferta e a demanda de divisas determinam livremente a taxa de câmbio
Fixa, porém ajustável: as autoridades monetárias ajustam a taxa de câmbio quando houver
desequilíbrios importantes, ou determinam-lhe um viés de ajuste dentro do qual a taxa de câmbio pode
variar ao sabor do mercado
2.Protecionismo: doutrina ou política de impor tarifas altas de importação para proteger da concorrência
estrangeira os produtos nacionais
Política de rendas: política governamental discricionária (geralmente de preços, salários, juros etc.) que
procura moderar ou expandir a taxa de crescimento do salário e de outras receitas monetárias com o
objetivo de controlar, por exemplo, a inflação:
Tipos:
Controle ou tabelamento de preços
Política salarial
Política de juros
Política de incentivos à produção
Política de preços mínimos etc.
Por que o Brasil não é primeiro mundo?
Doing Business: documento de 194 páginas do Banco Mundial, que classifica 133 países por sua
capacidade de incentivar o crescimento econômico e a geração de empregos.
Fatores: cultura anti-negócios cria obstáculos ao crescimento:
Burocracia para abrir uma empresa
Nº de ordem Países Duração do processo (dias)
1 Austrália 2
2 Canadá e Nova Zelândia 3
3 Dinamarca e Estados Unidos 4
4 Porto Rico 6
5 Cingapura 8
6 Hong-Kong, Letônia e Holanda 11
7 Irlanda 12
8 Suécia 16
9 Inglaterra 18
10 Panamá 19
73 BRASIL 152
74 Moçambique 153
75 Indonésia 168
76 Laos 198
77 Haiti 203
78 (último) República do Congo 215
Burocracia para fechar uma empresa
Nº de ordem Países Duração do processo (anos)
1 Irlanda 0,4
2 Japão 0,6
3 Cingapura 0,7
4 Canadá e Taiwan 0,8
5 Bélgica, Finlândia e Noruega 0,9
6 Austrália, Hong-Kong e Inglaterra 1
7 Jamaica 1,1
8 Alemanha. Letônia e Lituânia 1,2
143
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
9 Áustria e Itália 1,3
10 Coeria do Sul, Polônia, Rússia e Espanha 1,5
47 BRASIL 10
48 (último) Índia 11,3
Qualidade das leis trabalhistas
Nº de ordem Países Índice de desestímulo
1 Cingapura 20 (menor)
2 Estados Unidos 22
3 Dinamarca e Malásia 25
4 Nova Guiné 26
5 Hong-Kong e Zimbábue 27
6 Inglaterra 28
7 Áustria 30
8 Nova Zelândia 32
9 Canadá, Jamaica e Quênia 34
10 Botsuana e Gana 35
48 BRASIL 78
49 (últimos) Panamá e Portugal 79
Funcionamento da Justiça
Nº de ordem Países Duração do processo (dias)
1 Tunísia 7
2 Holanda 39
3 Nova Zelândia e Cingapura 50
4 Botsuana 56
5 Japão 60
6 Armênia 65
7 Lituânia 74
8 Coréia do Sul 75
9 Haiti 76
10 Dinamarca 83
63 (em 92) BRASIL 380
Pequenos ajustes, grandes soluções:
Países O que fizeram Resultados
a) Burocracia para abrir uma empresa
China Um processo administrativo e não
judicial
Turquia Registro em um único órgão federal Antes eram 8 órgãos
Austrália Cadastro único, via internet 60% são abertas com burocracia zero
Dinamarca Cadastro único, via internet
b) Leis trabalhistas
Cingapura Acordos entre empregados e
patrões valem mais que leis
Desemprego caiu de 7 para 4,4% em 3
anos.
Dinamarca Pode-se negociar tudo Menor incidência de greves e queixas na
Europa.
Holanda e Japão Criaram contratos de meio período
sem obrigações trabalhistas
Redução do custo da mão-de-obra. Hoje
30% têm esse contrato na Holanda
Hungria Carga horária pode ser distribuída
de acordo com a calmaria ou os
picos
Desemprego caiu e o custo da mão-de-
obra foi reduzido em 15%
c) Funcionamento da Justiça
Nova Zelândia, Holanda,
Austrália e Irlanda
Processo simplificados nos
tribunais: redução de custo e tempo
Nova Zelândia possui tem a justiça mais
rápida. É quem mais atrai capitais
144
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
de solução
d) Compras governamentais
Canadá, México e Itália Feitas, via internet, por uma única
agência do governo
Queda da corrupção e economia. Só em
xerox e publicação de editais, o Canadá
economiza 2,3 bi de dólares.
Desenvolvimento x subdesenvolvimento: miserável de berço, o Sudão do Sul chega à independência
(julho/2011) na posição de país mais pobre do planeta. Para entender o que é o subdesenvolvimento,
compare-se a nova nação com a Suíça, país europeu desenvolvido com uma população quase igua:
Características (Índices) econômicas e sociais Sudão do Sul Suíça
1. Área (km2) 644.329 41.277
2. População (milhões) 8,2 7,6
3. População urbana (% da população) 17 74
4. Línguas 70 4
5. Produto Interno Bruto – PIB (bilhões de dólares) 15 523,7
6. PIB per capita (dólares) 1.890 70.350
7. Posição no ranking mundial de produção de petróleo 34º 101º
8. Rebanho bovino (milhões de cabeça) 12 1,6
9. Aeroportos (unidade) 2 42
10. Rodovia asfaltadas (km) 60 71.454
11. Posição no ranking de população infectada pelo HIV 23º 76º
12. Mortalidade infantil (por 1.000 nascimentos) 102 (6º no mundo) 4 (202º no mundo)
13. Taxa de analfabetismo (%) 73 1
14. Alunos por sala de aula 129 19
15. População abaixo da linha de pobreza (%) 51 6,9
16. População com acesso a energia elétrica (%) 5 100
17. Consumo per capita de energia elétrica (kWh/ano) 44 8.307
18. População com acesso a água tratada (%) 55 100
19. População servida por rede de esgoto (%) 20 99
20. População com acesso à internet (%) 7 80
21. Emissoras de TV (unidade) 4 45
22. Jornais (número) 4 197
Indicadores econômicos Ricos Brasil Média Média Média Pobres
(Média) alta baixa
1) PNB per capita/ ano (US$)
2) População urbana (%)
3) Trabalho na agricultura (%)
4) Participação na RN (%):
a) dos 10% mais ricos
b) dos 20% mais pobres
5) Mortalidade infantil (/1000)
6) Expectativa de vida (anos)
7) Calorias per capita
8) Analfabetismo de adultos (%)
9) Poupança bruta (% de do PNB)
10) Formação bruta de K (% PNB)
11) Índice de desigualdades regionais
> 13.000
<75
6
25
8
10
78
3500
1
28
26
0,06/0,35*
12.900
86
25
53
5
16
73
2.900
20
23
23
0,70
<13.000
65
30
35
6,5
60
70
2.900
25
25
25
<6.500
50
45
40
6
75
65
2.600
35
23
23
<4.400
40
60
42
5
112
60
2.300
40
20
20
<1.200
25
80
47
4
118
50
2.000
60
9
15
* Austrália (0,06), Holanda (0,13), Reino Unido (0,14), USA (0,18), Canadá (0,19), Suíça e Alemanha (0,20),
Japão (0,26). Índia e França (0,28), Itália (0,35)
Um país emergente?
Distribuição de renda no Brasil
Grupo social População (%) População (milhões) % da renda
Miseráveis
Pobres
Quase pobres
Classe média
Ricos
6
9
40
40
5
12
17
78
78
10
<1
4
25
40
30
145
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Concentração da riqueza no Brasil
Brasil Estados Unidos
% da Renda % da Riqueza % da Renda % da Riqueza
1% mais rico
5% mais ricos
10% mais ricos
17
39
50
53 8
21
24
26
64
Brasil – Pior distribuição de renda: a parte dos 10% mais ricos na renda total:
Brasil - 50,0%; 2. Zâmbia - 46, 4%; 3. Quênia - 45,8%; 4. Paraguai - 44,2%; 5. Peru - 42, 9%; 6.
Turquia - 40,7%; 7. México - 40,6%; 8. Malásia - 39,8%; 9. Filipinas - 37,0%; 10. Argentina - 35,7%;
11. Siri Lanka - 35,2%; 12. Tailândia - 34,1%; 13. Índia - 33,6%; 14. Portugal - 33,4% e 15. Egito -
33,2%.
Opinião de 410 multinacionais sobre o Brasil: entre janeiro de 1995 e junho de 2003, o Brasil recebeu
recursos oriundos de cerca de 5.500 empresas estrangeiras, que totalizaram 216 bilhões de dólares
(BACEN) com média anual de 19 bilhões (30,4 bi em 2000, mas só 10,1 bi em 2002).
Para onde foi o dinheiro? Pela ordem, automóveis, aço e metais, bancos, agro-negócio e
telecomunicações.
Tipos de investimentos que mais receberam dinheiro: Pela ordem, investimentos em empresas que já
funcionavam no Brasil; montagem de novos negócios; compra de controle ou de parte de empresa de
outros grupos; e aquisição de empresas estatais.
Estados que mais receberam o dinheiro: Pela ordem, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e
Rio Grande do Sul. Aumento das disparidades regionais...
BRASIL: ainda longe de ser um país rico no início de 2012 (pesquisa CNT/Sensus):
PAÍS PIB - US$ bi PIB per capita - US$ IDH Publicações científicas
1º EUA 15,0 Noruega (84.290) Noruega EUA
2º China 7,0 Luxemburgo (77.160) Austrália China
3º Japão 5,9 Suíça 71.530) Holanda Alemanha
4º Alemanha 3,6 Dinamarca (59.050) Estados Unidos Japão
5º França 2,8 Suécia (50.110) Nova Zelândia Inglaterra
6º BRASIL 2,52 Holanda (49.050) Canadá França
7º Reino Unido 2,48 Finlândia (47.720) Irlanda Canadá
8º Itália 2,25 EUA (47.390) Liechtenstein Itália
9º Rússia 1,88 Áustria (47.060) Alemanha Espanha
10º Índia 1,84 Bélgica (45.910) Suécia Índia
47º BRASIL (12.900) 84º BRASIL 13º BRASIL
38
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Primeira
Oceano de plástico – A substância já responde por 70% da poluição marinha e se alastra dos litorais
para o alto-mar
Paula Neiva e Roberta de Abreu Lima
Os oceanos ocupam 70% da superfície da Terra, mas até hoje se sabe muito pouco sobre a vida em
suas regiões mais recônditas. Segundo estimativas de oceanógrafos, há ainda 2 milhões de espécies
desconhecidas nas profundezas dos mares. Por ironia, as notícias mais freqüentes produzidas pelas pesquisas
científicas relatam não a descoberta de novos seres ou fronteiras marinhas, mas a alarmante escalada das
agressões impingidas aos oceanos pela ação humana. Um estudo atualmente em curso pela entidade
ambientalista Greenpeace, cujas conclusões serão apresentadas em maio num congresso na Inglaterra, mostra
que a concentração de material plástico nas águas atingiu níveis inéditos na história. Nos últimos meses,
embarcações do Greenpeace esquadrinharam dezenas de regiões dos oceanos pesquisando amostras da vida
marinha. Os cientistas descobriram que a poluição por plásticos, antes restrita a alguns pontos conhecidos,
hoje é onipresente nas águas dos mares do mundo inteiro. "É absolutamente chocante quando se navega no
meio do nada, a milhares de quilômetros da costa, e se descobre a alta concentração de plástico na água", diz
o inglês Adam Walters, um dos pesquisadores que viajam a bordo dos barcos do Greenpeace. Segundo o
Programa Ambiental das Nações Unidas, existem 46.000 fragmentos de plástico em cada 2,5 quilômetros
quadrados da superfície dos oceanos. Isso significa que a substância já responde por 70% da poluição marinha
por resíduos sólidos.
A primeira vítima dos plásticos que se depositam nos oceanos é a vida animal. Calcula-se que 267
espécies, principalmente pássaros e mamíferos marinhos, engulam resíduos plásticos ou os levem para seus
filhotes julgando tratar-se de alimento. Há seis anos, uma baleia minke foi encontrada morta na Normandia,
no norte da França, com 800 quilos de sacolas plásticas no estômago. Em regiões como a Califórnia, é comum
achar tartarugas, leões-marinhos e focas mortos por asfixia ou lesões internas provocadas pela ingestão de
plástico. O Atol de Midway, próximo ao Havaí, é o símbolo máximo da tragédia que o plástico impinge aos
mares. Por capricho das correntes marinhas, o atol recebe diariamente o entulho plástico proveniente do Japão
e da costa oeste dos Estados Unidos. O lixo de Midway provoca a morte de metade dos 500.000 albatrozes
que nascem anualmente no atol, os quais confundem plástico com comida. O plástico do tipo PVC,
empregado em canos, brinquedos e numa infinidade de utilidades domésticas, pode conter compostos de
estanho altamente tóxicos para moluscos e peixes. Essas substâncias, que chegam ao mar principalmente pela
ação das chuvas que varrem os aterros sanitários, causam alterações hormonais que modificam o sistema
reprodutivo e diminuem a taxa de fertilidade desses animais. Os mesmos compostos de estanho estão
presentes em alguns tipos de tinta utilizados para proteger o casco de barcos e navios. "Essas tintas já foram
banidas em alguns países, mas continuam a ser usadas em muitos outros", informa o biólogo Alexander Turra,
da Universidade de São Paulo.
O plástico encontrado nos oceanos não é apenas aquele que se vê enfeando as praias, como sacolas e
garrafas. Uma das principais ameaças vem de peças quase invisíveis, os chamados pellets, bolinhas com meio
centímetro de diâmetro utilizadas como matéria-prima pelas indústrias. O mundo produz atualmente 230
milhões de toneladas de produtos plásticos por ano – contra 5 milhões na década de 50. Os pellets chegam aos
oceanos como lixo industrial e por meio do descarte de navios que os usam para limpar seus tanques e porões.
Essas bolinhas têm enorme capacidade de absorção de poluentes. Apenas uma delas apresenta concentração
de poluentes até 1 milhão de vezes maior que a da água onde se encontra, envenenando os cardumes que a
ingerem. Um estudo feito neste ano por pesquisadores da Universidade de São Paulo mostrou que em Santos,
no litoral paulista, cada meio metro cúbico de areia da praia contém até 20 000 pellets.
Um trabalho recente desenvolvido por um time de dezenove pesquisadores dos Estados Unidos, da
Inglaterra e do Canadá mapeou, pela primeira vez, o impacto da ação humana sobre os mares. De acordo com
o estudo, apenas 4% das áreas oceânicas do mundo, localizadas nos pólos, estão imunes a ela. E nada menos
de 40% das regiões registram interferências humanas de alta ou média intensidade. "O interesse pelo tema
aumentou consideravelmente na última década, depois que os cientistas perceberam que a ação humana altera
profundamente os oceanos", disse a VEJA o ecologista Benjamin Halpern, da Universidade da Califórnia,
coordenador do estudo. Para chegarem a essa conclusão, os pesquisadores coletaram registros sobre uma série
de variáveis, como poluição, atividade pesqueira e ocupação de zonas costeiras, em diversos pontos dos mares
e oceanos e avaliaram sua intensidade. Outro estudo, divulgado na semana passada pelo Programa de Meio
39
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Ambiente das Nações Unidas, indica que três quartos das regiões pesqueiras do mundo estão ameaçados pelo
impacto da ação humana. Como as grandes regiões pesqueiras se encontram próximas à costa, sofrem os
efeitos do crescimento desenfreado da ocupação dos litorais. Calcula-se que 2 000 famílias se instalem
diariamente em áreas litorâneas. Como se isso não bastasse, segundo o estudo da ONU, a pesca predatória
ameaça 80% das principais espécies de peixes comercializadas. A indústria da pesca captura 2,5 vezes mais
peixes do que poderia caso respeitasse a capacidade dos cardumes de se renovar.
Os estudos mais recentes sobre a saúde dos oceanos apontam que, além da praga dos plásticos, há
cinco principais sintomas da deterioração causada pela interferência humana.
• Acidificação das águas – A produção desenfreada de dióxido de carbono (CO2), o gás do efeito
estufa produzido pela queima de combustíveis fósseis, faz com que os oceanos hoje absorvam uma
quantidade dez vezes maior da substância do que há 100 anos. O CO2 eleva a acidez das águas, o que ameaça
a sobrevivência de diversas espécies de peixes e mamíferos.
• Surgimento de zonas mortas – O esgoto doméstico, os dejetos de gado e o lixo industrial despejados
nos oceanos promovem a proliferação de algas. Em excesso, elas ameaçam todas as outras formas de vida
porque, quando morrem, são degradadas por bactérias num processo que consome grande parte do oxigênio
da água. O resultado é o surgimento das zonas mortas, inóspitas à maioria das espécies. Há cinqüenta anos,
havia três zonas mortas no mundo. Hoje, são 150.
• Desaparecimento de mamíferos – A presença de mamíferos marinhos é um indicador bastante
preciso da qualidade dos oceanos. Alterações no ciclo de vida desses animais alertam para desequilíbrios em
seu ambiente. Na última década, milhares de golfinhos e leões-marinhos morreram por envenenamento ao
comer peixes menores, que se alimentam de algas tóxicas, contaminadas por resíduos químicos.
• Marés vermelhas freqüentes – Chama-se de maré vermelha a concentração de algas tóxicas em águas
litorâneas. Há uma década, no Golfo do México, ela ocorria uma vez a cada dez anos. Atualmente, acontece
todos os anos. Causa a morte de cardumes e pode provocar nas pessoas reações alérgicas e dificuldade para
respirar. O fenômeno se deve à destruição dos manguezais e pântanos e à poluição decorrente da ocupação
humana nas regiões costeiras.
• Destruição do assoalho marinho – A poluição decorrente de vazamentos em petroleiros destrói o
habitat das espécies que vivem próximo à superfície oceânica. Mas o assoalho marinho também sofre com a
contaminação ao redor das plataformas de perfuração e extração de petróleo. O nível de hidrocarbonetos no
solo marinho se mantém excepcionalmente alto numa área de 8 quilômetros em volta das plataformas de
extração. Em algumas regiões do Mar do Norte, a área poluída cobre mais de 100 quilômetros quadrados do
assoalho marinho.
E mais:
Um estudo divulgado em fev.2008 mostra que a atividade humana afetou drasticamente 40% das águas
dos oceanos. E apenas 4% dos mares, sobretudo nos pólos, ainda estão livres de poluição. Duas razões
principais fazem dos navios um grande fator de poluição das águas: 1 – o vazamento de óleo combustível e de
lubrificantes; 2 – o transporte involuntário de algas e animais de uma região para outra. Muitas vezes essas
espécies deslocadas destroem o equilíbrio ecológico que encontram.
A Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, recebe 20.000 litros de esgoto por segundo. Esse material
orgânico, somado aos resíduos químicos industriais que deságuam sem tratamento, fez cair o nível de
oxigênio da água e devastou a vida marinha da baía.
A costa da China e do Japão (Mar da China) estão entre os pontos mais povoados, industrializados e
com maior tráfego marítimo do mundo.Tudo isso faz com que essas águas estejam entre as mais atingidas
pela poluição por metais pesados, agrotóxicos e fertilizantes agrícolas.
No Mar do Norte, os vazamentos nas plataformas de exploração de petróleo, o despejo de agrotóxicos
e fertilizantes agrícolas e a pesca predatória são responsáveis pela redução de dois terços do estoque de
bacalhau e de outros peixe s comerciais.
Corais na costa da Nova Zelândia: 80% deles tendem a desaparecer. Em Papua – Nova Guinê: a maior
acidez dos mares ameaça a sobrevivência de diversas espécies (peixes, algas etc.).Noventa por cento de todo o
lixo flutuante nos oceanos são constituídos de detritos de plástico.
40
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Segunda
A sopa de lixo no Pacífico – Cabe dois EUA na plataforma de sujeira encontrada no oceano e é formada
sobretudo por resíduos de plástico – LUCIANA SGARBI
Foi durante uma alegre competição de barco a vela que o oceanógrafo americano Charles Moore se
deparou com algo trágico: um gigantesco depósito de lixo em pleno mar. "Fiquei impressionado, de repente
estava no meio daquilo. Para onde eu olhava, via lixo", diz ele. A 500 milhas náuticas (cerca de 920
quilômetros) da costa da Califórnia, no oeste dos EUA, esse depósito estava e ainda está lá. A primeira e mais
importante questão é saber como essa mancha se formou e cresceu. A primeira e mais importante resposta,
impressionante e assustadora, é que a grande sujeira que muitas vezes se tenta esconder debaixo do imenso
tapete de mar é fruto da falta de consciência ambiental - um dia ela aparece e bóia, um dia a atitude predatória
vem à tona, ainda que seja em meio a uma tranqüila regata. "Toda vez que eu ia ao deque via coisas boiando.
Como nós conseguimos sujar uma área tão enorme?", pergunta Moore. O especialista que passou anos em seu
barco estudando essa área (do Havaí até quase o Japão) revela que a mancha tem mais de dez anos. E suas
proporções são assustadoras: "Ali existem cerca de 100 milhões de toneladas de detritos." A formação desse
megaentulho, apelidado pelos especialistas de "sopa plástica", é atribuída a dois fatores combinados: ação
humana e ação da natureza. Os pesquisadores contabilizam que um quinto dos resíduos foi jogado de navios
ou plataformas petrolíferas, e inclui itens como bolas de futebol, caiaques, sacolas plásticas e restos de
naufrágios. O restante veio da terra. No mar, esse lixo flutuante acabou se agrupando por influência das
correntes marítimas. E então ficou vagando.
Ironia do destino, Charles Moore era herdeiro de uma família que fez fortuna com a indústria do
petróleo, e o plástico que compõe a tal "sopa" é feito justamente a partir de petróleo - demora
aproximadamente 300 anos para se decompor. Hoje, Moore vendeu o seu negócio e se tornou um ativista
ambiental, criando nos EUA a Fundação de Pesquisa Marítima Algalita. O diretor de pesquisa dessa
fundação, o ativista ecológico Marcus Eriksen, relata a impressão que teve quando viu pela primeira vez a
imensa lixeira: "Parece uma ilha de lixo plástico sobre a qual se pode andar. É uma sopa de plástico,
uma coisa sem fim que ocupa uma área que pode corresponder a até duas vezes o tamanho dos EUA."
Pode ser que os milhões de toneladas tenham passado despercebidos pelas autoridades ambientais e sua
tecnologia - translúcida, a mancha flutua rente à linha da água e, por isso, pode ser imperceptível aos satélites.
Mas, de acordo com o Programa Ambiental da ONU, detritos de plástico constituem 90% de todo o lixo
flutuante nos oceanos. Estima-se que 46 mil peças de plástico provoquem anualmente a morte de mais de um
milhão de aves e de outros 100 mil mamíferos marinhos. Seringas, isqueiros e escovas já foram encontrados
no estômago desses animais depois de mortos.
A gravidade do problema soou como um alarme aos ouvidos de especialistas de todo o mundo. O
oceanógrafo David Karl, da Universidade do Havaí, pretende coordenar uma expedição para estudar o
problema ainda este ano, pois acredita que esse lixo no Pacífico já formou um novo habitat marinho. Tão
cedo, porém, essa situação não será resolvida. A área, conhecida como "giro Pacífico norte", é um local
onde o oceano é calmo devido aos poucos ventos e aos sistemas de pressão extremamente altos. Essas
condições naturais estariam "segurando a sujeira". "Da mesma forma que ela está presa naquele
redemoinho, a sociedade está presa a maus costumes", diz Moore. E com razão: até pesquisadores da Agência
Espacial Americana (Nasa) e de agências russas estão acostumados a despejar toneladas de resíduos de suas
41
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
espaçonaves no oceano Pacífico. A nave russa Progress M-59, por exemplo, teve seus fragmentos
carbonizados e lançados ao mar - uma tonelada de lixo. Em forma de chuva de metal incandescente, os
destroços caíram em uma zona entre a Oceania e as Américas (a mesma região da sopa) e, assim, o caldo de
trambolhos e quinquilharias foi ganhando proporções cada vez maiores.
A fiscalização para evitar agressões ao meio ambiente em geral costuma ser fraca, e mais inoperante
ainda é a fiscalização que deveria proteger o ambiente marinho - a absurda sopa de lixo no Pacífico comprova
esse fato. Convenções internacionais determinam que todas as embarcações devem manter em recipientes
adequados os seus resíduos produzidos a bordo, sendo proibido (e passível de multa) o seu descarte no mar - a
Marinha brasileira estabelece punições pecuniárias que vão de R$ 7 mil a R$ 50 milhões. Uma vez boiando
nos oceanos, no entanto, esses resíduos passam a ser sujeira sem dono - como ponta de cigarro na rua. Ainda
que se saiba a sua procedência, é impossível responsabilizar culpados. Por isso a fiscalização é teórica e
ineficaz, por isso formam-se lixões como o do Pacífico, por isso a humanidade, feito suicida, emporcalha
aquilo que é a principal condição biológica para a sua sobrevivência - a água.
42
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Terceira
Quem está matando a floresta?
O Pará produz uma de cada três picanhas que chegam à mesa dos brasileiros, a Transamazônica cheira
a estrume de gado e surgem novos devastadores, como o Movimento dos Sem-Terra. Qual deve ser o alvo da
PF e da Força Nacional de Segurança?
AÇÃO DIFÍCIL: Policiais da Força Nacional de Segurança têm que enfrentar a aliança de interesses
entre a pobreza dos colonos, a ganância dos madeireiros, o oportunismo dos pecuaristas e a
complacência dos governos.
3.235 km² foram desmatados em três meses de 2007 no Pará, o equivalente a mais de
duas vezes o município de São Paulo
Por ALAN RODRIGUES E CLAUDIO GATTI – Pará
A estrada de chão batido deixou de ser a cicatriz marrom na verde pele da floresta virgem. Como
acontece em toda a sua extensão no Estado do Pará, a Transamazônica agora descortina uma paisagem vasta,
de pequenos morros e vegetação rasteira. Não há mais sombra fácil, as árvores frondosas escasseiam como
ilhas num mar de vacas, bois, novilhas, garrotes e bezerros. Estatísticas inodoras traduzem o fenômeno:
70 milhões de cabeças de gado ocupam 78% das áreas abertas na antiga selva.
O rebanho na maior floresta do mundo cresceu 173% desde o Plano Real.
As exportações de gado vivo cresceram 466% em 2007.
Oito em cada dez hectares desmatados viraram pastos.
Traduzido para a mesa: uma em cada três picanhas devoradas no Brasil vem da Amazônia.
Os pés que hoje brotam da floresta, portanto, têm cascos e conduzem a chifres. Eles resultam do
diabólico pacto de interesses entre a pobreza dos colonos, a ganância dos madeireiros, o oportunismo dos
pecuaristas e a complacência dos governos. O resultado perverso dessa soma é que a mata nativa vem
perdendo, a cada ano, uma área equivalente à do Estado de Alagoas. Em 2007, o desmatamento cresceu 8%
em relação ao ano anterior. Só entre agosto e dezembro do ano passado, foram 3.235 km2 de floresta abatida,
o equivalente a mais de duas vezes a área do município de São Paulo. Na semana passada, o governo federal
anunciou o envio de mil homens da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança para garantir o
fechamento de serrarias clandestinas na floresta, mas é pouco provável que essa operação cinematográfica
consiga prender quem está matando a floresta. “O desmatamento acontece em função do mercado”, explica
Paulo Barreto, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). “Quando os preços da soja e
da carne caem, o desmatamento também cai porque os pecuaristas transferem seus investimentos para a
região Centro-Oeste.”
O mercado é um álibi poderoso, mas a morte da floresta também é fruto de outras tramas engenhosas.
A mais recente delas leva o nome de “Movimento dos Sem Tora”. Feito para confundir e ser confundido
com o MST, os sem-tora se dividem em dezenas de grupos, cada um com cerca de 300 homens, todos
adultos, para invadir terras na floresta. Contudo, apesar de se apossarem da bandeira da reforma
agrária, os sem-tora são financiados pelas serrarias clandestinas ou semilegais. Eles instalam- se em
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
acampamentos precários e se retiram depois de arrasarem a floresta nativa. “É uma quadrilha”, diz o
secretário do Meio Ambiente do Estado do Pará, Walmir Ortega. Os troncos são vendidos para as serrarias a
preços bem abaixo do mercado. Quando o proprietário da terra ou o governo se dão conta da invasão e entram
na Justiça, as árvores já foram derrubadas e os invasores estão saindo. Calcula-se que 97% das toras usadas
nas serrarias clandestinas do Pará provenham de áreas nativas. E nada menos do que 70% da extração de
madeiras feita no Estado é ilegal.
No Pará estão registradas 1.500 madeireiras. Estima-se número igual de clandestinas. As legais
movimentam quase R$ 4 bilhões por ano, a metade do PIB do Estado, e empregam 200 mil pessoas. Delas
depende gente como o migrante maranhense José da Rita, como é chamado, que ganha a vida derrubando
árvores. Com suas quatro motosserras, cobra em média R$ 5 mil para fazer mil metros cúbicos de madeira –
cerca de 250 árvores. “O fechamento das madeireiras provoca desemprego. E a falta de trabalho gera
inadimplência, fome, invasões no campo, violência”, diz João Medeiros, vice-presidente do Sindicato da
Indústria Madeireira e Moveleira de Tailândia. “Nós não conseguimos autorização para desmatar por causa da
burocracia do Meio Ambiente. Por isso, muita gente trabalha com madeira ilegal”, argumenta Gilberto Miguel
Sufredini-empresário, com 150 empregados e 2.500 hectares de terra. Com uma produção de 1.000 m3 mês,
Sufredini exporta 60% de sua produção de lâmina de compensado para os EUA. O que o madeireiro quer
dizer é que, com a investida do governo federal contra o desmatamento ilegal, o governo do Pará só irá
autorizar o desmate de cerca de quatro milhões de metros cúbicos de madeira por ano. “A demanda do setor é
de 12 milhões”, argumenta Sufredini. “Esses montantes não serão liberados nunca mais”, adverte o secretário
Ortega. Duas semanas depois de ser entrevistado por ISTOÉ, Sufredini teve 2.000 m3 de madeira apreendidos
por documentação ilegal. Ele foi pego na teia da Operação Arco de Fogo, que deve manter os mil homens da
Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança durante um ano na região. A primeira parada da tropa foi na
cidade de Tailândia, no Pará, onde foram apreendidos cerca de 15.000 m3 de toras nos pátios das madeireiras
– o equivalente a 3.700 árvores.
Posse da terra e desmatamento estão na raiz de quase todos os grandes problemas do Pará, certamente
o Estado mais conflituoso do País. Nos últimos dez anos, mais de 400 pessoas foram assassinadas no campo,
67% delas no Pará. Na beira da rodovia PA-257, próximo à cidade de Paraupebas, a 533 km de Belém, 700
famílias do Acampamento Dina Teixeira, ligadas ao Movimento dos Sem-Terra (MST), vivem há dez meses o
terror das ameaças. “Na madrugada, os fazendeiros soltam bombas ao redor. Parece guerra. Todo mundo sai
correndo das casas”, conta Edilson Pereira, líder dos acampados. Bem próximo dali, em Eldorado do Carajás,
aconteceu em 1996 o maior massacre de trabalhadores rurais do País. A chacina de 19 pessoas foi vista por
Maria Rita Monteiro, 61 anos, da janela de sua casa. Só pelo fato de testemunhar o massacre, ela está
marcada para morrer e seu silêncio é cobrado por jagunços que batem à porta de sua casa com
freqüência. “Ameaçam me matar, colocar fogo em casa”, acusa. “Eles dizem para eu abandonar o Pará. Eu
fui a única, dos que presenciaram a tragédia, que restou por aqui. Os outros vizinhos não agüentaram a
pressão e tomaram outro destino”, diz Rita.
O clima de faroeste vigente no Pará pode ser medido também pela ocorrência de trabalho escravo:
entre 2003 e 2006, foram registrados 1.012 casos. Neste período, nada menos que 12 mil homens foram
libertados pela Delegacia Regional do Trabalho. O jovem Nilson Ferreira Rodrigues, 19 anos, morador de
Serra Pelada, é um desses trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão. Sem trabalho na
região do garimpo, Rodrigues foi contratado por uma carvoaria com a promessa de salário mínimo, moradia,
alimentação e folgas semanais. Tudo embromação. Trabalhava 14 horas por dia e dormia com outros
trabalhadores num alojamento sujo e malcheiroso. Depois de dois meses, ele não viu “a cor do dinheiro” e
fugiu. “E os dono de lá ainda disse que nós devia eles (sic)”. É que a conta do alojamento e da alimentação
sempre era maior do que o salário que Rodrigues deveria receber.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Na Amazônia, em 2006, havia conflitos numa área de mais de quatro milhões de hectares de terras,
envolvendo mais de 36 mil famílias. “É um Brasil que Brasília não conhece”, diz o secretário Ortega. A
pequena Moju é a cidade campeã no Pará em terras em duplicidade, ou seja, campeã de falsos títulos de
propriedade. “Em cartório, o município tem três vezes o tamanho de sua área”, denuncia Ortega. É a farra das
certidões montadas. Por causa da imensidão de terras devolutas – pertencentes à União –, os grileiros agem
livremente montando escrituras e se apossando dessas áreas. Na Amazônia, a grilagem já abocanhou mais de
56 milhões de hectares de terra – o equivalente a uma França. A família dos Veríssimo, colonos da Vila Boa
Esperança, a 50 quilômetros do centro de Moju, sabe muito bem o que significa só possuir “documentação
precária” da terra, a falta de uma escritura definitiva. Assentado há dez anos na região, José Veríssimo de
Souza, 50 anos, comprou seus 25 hectares de um posseiro, que comprou de outro, e esse não comprou de
ninguém, apossou-se. “Agora, apareceu uma quarta pessoa, que ninguém nunca viu, e disse que a terra é
dela”, conta Veríssimo. Para tirá-lo de lá, já derrubaram uma cerca, puseram fogo em casas vizinhas
abandonadas, destruíram plantações e fizeram ameaças diretas com armas. “Só saio daqui morto, junto com
minha família”, diz o pequeno agricultor.
No Pará de hoje, vive-se a economia de ciclos que marcou o Brasil Colônia. É o ciclo da madeira
e da monocultura da cana-de-açúcar, que levou ao ciclo do gado, que permitiu a interiorização, que
criou os ciclos do ouro e do café. Para sustentar esse processo, houve grilagem, escravidão e conflitos
agrários. Contra esse Brasil do atraso, que já destruiu a Mata Atlântica e avança agora sobre a Amazônia, a
solução teria de vir de um ciclo virtuoso: educação para os colonos, titulação para a terra, manejo para as
madeireiras e limitação para o pasto, com a criação de grandes reservas extrativistas. Se você acha que tudo
isso só pode ser feito com um bom governo, acabou de descobrir onde está o problema do Pará.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Quarta
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou neste domingo, nos jornais "O Estado de S.
Paulo" e "O GLOBO", o artigo abaixo, em que desmente, com dados, a comparação que o sucessor vem
exaustivamente explorando dos feitos dos dois governos, na campanha de Dilma.
SEM MEDO DO PASSADO
Fernando Henrique Cardoso
O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar
inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, auto- glorifica-
se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo
e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória.
Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais
chegado à direita. Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui
méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus
antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?
A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita
honra para um pobre marquês…). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições.
Como desconstruir o inimigo? Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram
como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.Na
campanha haverá um mote – o governo do PSDB foi “neoliberal” – e dois alvos principais: a privatização das
estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados… O que
conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem
plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da
modernização da Petrobras,que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição
e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal. Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do
Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e,junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e
recuperados para a execução de políticas de Estado. Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência
que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a
privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e
aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em
dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que
deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e
desenvolvimento no país. Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de “bravata” do PT e dele próprio. Esqueceu-
se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando
fomos obrigados a pedir socorro ao FMI– com aval de Lula, diga-se – para que houvesse um colchão de
reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu
governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados,
mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores. Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto “neoliberalismo”
peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José
Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobrás, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010. “Se
eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando
foi quebrado o monopólio, a Petrobrás produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas.
Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes
é bem diferente da idealização que a gente faz dela”.
O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a
economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A
pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de
políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002,houve um aumento
real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a
inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para
aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real. Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família),vendidos como uma
exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito
Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o
nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.
É mentira, portanto, dizer que o PSDB “não olhou para o social”. Não apenas olhou como fez e fez
muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial;
viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família,
pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa “Toda Criança na Escola”
trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do
PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996,
eram apenas 300 mil).
Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de
esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a
temer.
Referências bibliográficas: MANKIW, N. G Introdução à Economia. Trad. Allan Vidigal Hastings. São
Paulo: Thomson Learning, 2007. VASCONCELLOS, M. A. S. e GARCIA, M. E. Fundamentos de
Economia. São Paulo: Saraiva, 2001; PINHO, D. B. e VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia.
Eq. da USP. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Questões:
1. I – Em 17.11.2006, o Ministro da Fazenda assegurou que, em 2007, não haveria correção da tabela usada
como base de cálculo do Imposto de Renda das pessoas físicas, pretendendo, em vez disso, reduzir os
impostos sobre o setor produtivo.
II – Em 21.03.2008, o Ministro Mantega anunciou a intenção de impor limites aos financiamentos de até
100 meses para compra de bens de consumo duráveis, como automóveis, eletrodomésticos e alguns
eletrônicos.
III – Em 15.09.2009, o mesmo Ministro prometeu que taxaria em 22,5% o rendimento das cadernetas de
poupança com mais de R$ 50 mil para evitar que, com a queda dos juros (SELIC), a poupança se tornasse
mais rentável que outras aplicações financeiras e as aplicações em títulos públicos caíssem.
IV – Em 09.10.2009, ele declarou que o Tesouro Nacional passaria a comprar dólares no mercado para
evitar a sobrevalorização do real, capitalizar o Fundo Soberano e viabilizar investimentos públicos.
V – Em 14.10.2009, o Ministro decidiu adiar para o ano que vem grande parte da restituição do Imposto
de Renda das pessoas físicas de 2009 para preservar o caixa do governo, afetado pelo excesso de gastos e
pela queda da arrecadação.
Qual(is) das declarações ministeriais) foi(ram) realmente implementada(s)? Justifique.
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2. O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou, nesta segunda-feira, 19.10.2009, que a entrada de capital
estrangeiro será taxada em 2% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) a partir de 22.10.2009. A
taxação vale para aplicação de renda fixa e na Bolsa de Valores. O objetivo é afastar o capital de curto
prazo – o chamado de especulativo.
A medida beneficia ou prejudica a Economia brasileira? Justifique a sua resposta com, pelo menos,
quatro razões.
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3. A curva de possibilidade de produção é uma linha na qual todos os pontos revelam as diferentes
possibilidades de dois produtos serem fabricados de forma combinada em determinado período com a
quantidade de fatores (recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade) que a firma
possui. Observe o gráfico a seguir que espelha a produção de trilhosx 1 e chapasx 2 .
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
I – Se ocorrer variação tecnológica maior para o processo de produção de trilhos, maior será o
deslocamento em relação ao eixo de 2x .
II – Se ocorrer um deslocamento da curva para cima e para a direita é que houve aumento da
disponibilidade de recursos (fatores produtivos).
III – Se ocorrer variação tecnológica maior para o processo de produção de chapas, maior será o
deslocamento em relação ao eixo de 2x .
IV – Se ocorrer um deslocamento da curva para baixo e para a esquerda é que houve redução da
disponibilidade de recursos (fatores produtivos).
V – Se ocorrer variação tecnológica maior para o processo de produção de chapas, menor será o
deslocamento em relação ao eixo de 1x .
Diga agora:
a) Existem somente afirmativas verdadeiras.
b) Existem quatro afirmativas verdadeiras
c) Existem três afirmativas falsas.
d) Existe somente uma afirmativa verdadeira.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
4. As pessoas que argumentam que a economia deveria preservar a floresta de jacarandás, produzindo
menos “madeira de lei” e mais ambiente natural saudável estão argumentando que
a) O custo marginal de um hectare de floresta de jacarandás é menor que o custo marginal de uma
sala ambientada com essa “madeira de lei”.
b) O benefício marginal de um ambiente natural mais saudável é maior que o benefício marginal de
uma sala decorada com móveis de jacarandás.
c) O benefício marginal da madeira de jacarandá é menor que o benefício marginal do ambiente
natural saudável e bonito da floresta preservada.
d) O beneficio obtido pela utilização de uma unidade adicional de recurso econômico na
preservação da floresta de jacarandás é maior que o benefício de sua utilização na produção de
moveis e ambientes de madeira de jacarandá.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
5. A partir da população em idade de trabalhar, ou seja, do potencial de mão-de-obra do sistema, chega-se
ao conceito de:
I – População empregada que é o mesmo que população economicamente ativa.
II – Taxa de ocupação que é o quociente que compara o montante de pessoas ocupadas com o total de
habitantes da Economia.
III – População economicamente ativa que é a parcela da população que se encontra voltada para o
mercado de trabalho.
IV – População desocupada que compreende aqueles que exercem atividade profissional remunerada ou
sem remuneração direta, em se tratando de auxiliares de pessoas do lar.
a) I e II estão economicamente corretas.
b) II e III estão economicamente incorretas.
c) III e IV estão economicamente corretas.
d) I, II e III estão economicamente incorretas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
6. As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos de como os mercados estão organizados.
Cada estrutura de mercado destaca alguns aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, e se
baseia em algumas hipóteses e no realce de características observadas em mercados existentes. Em dois
mercados A e B observa-se que:
I – Se os produtos são diferenciados em A, a concorrência extrapreço é intensa; o que não pode ocorrer
em B.
II – Em B, não há barreiras ao ingresso de novas firmas na indústria; mas as barreiras sempre ocorrem em
A.
III –. Em A, pode haver formação de cartéis para controle de preços e quota de produção; o que não
acontece em B.
IV – Os produtos são diferenciados em B, mas em A, podem ser homogêneos ou diferenciados.
V – O número de empresas em A nunca é muito grande, mas em B, sim.
Tais estruturas de mercado são respectivamente:
a) Concorrência perfeita e monopólio.
b) Oligopólio e concorrência imperfeita.
c) Oligopólio e concorrência perfeita.
d) Concorrência perfeita e oligopólio.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
7. I – Dada a curva de demanda de um bem, cœteris paribus, caso haja um aumento da renda dos
consumidores desse bem, a curva deslocar-se-á para cima e para a direita.
II – Dada a curva de oferta de um bem, caso haja um aumento do preço do bem, cœteris paribus, a curva
deslocar-se-á para cima e para a esquerda.
III – Dada a curva de oferta de um bem, cœteris paribus, caso haja uma diminuição dos custos de fatores
de produção, a curva poderá deslocar-se para baixo e para a direita.
IV – Dada a posição de equilíbrio de mercado, caso haja uma redução na produção do bem, a curva de
oferta deslocar-se-á para cima e para a esquerda e o novo ponto de equilíbrio terá preço mais alto e
quantidade menor do que o anterior, cœteris paribus.
V – Dada a posição de equilíbrio de mercado, cœteris paribus, caso haja uma redução no gosto dos
consumidores, a curva de oferta deslocar-se-á para baixo e para a direita e o novo ponto de equilíbrio terá
preço mais baixo e quantidade maior do que o anterior.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
a) Há somente duas declarações erradas.
b) Há somente uma declaração certa.
c) Há somente três declarações erradas.
d) Há quatro declarações certas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
8. A elasticidade-preço da procura – dada por PQ
QPE
DP
, onde P = preço e Q = quantidade procurada
– é uma medida de quanto a quantidade demandada de um bem reage a uma mudança no preço desse
bem. Quando 10 DPE , a curva é inelástica; quando 1
DPE , a curva tem elasticidade unitária; e
quando 11 DPE , a curva é elástica.
I – Quanto mais elástica for a demanda de um bem, menor será a parcela do imposto paga pelo
fornecedor.
II – Quanto mais substitutos houver de um bem, mais elástica será a demanda deste.
III – Quanto mais essencial for o bem, mais tendência à inelasticidade terá sua curva de demanda.
IV – Quanto mais inelástica for a procura de um bem, maior será a proporção do imposto repassada ao
consumidor pelo produtor.
V – Numa faixa de inelasticidade, o produtor está sempre querendo aumentar o preço do bem para faturar
mais.
a) Há apenas duas declarações falsas.
b) Há quatro declarações verdadeiras.
c) Há três declarações falsas.
d) Há cinco declarações verdadeiras.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
9. Um dos estudos microeconômicos extremamente importantes na teoria da firma diz respeito ao estreito
relacionamento entre produção, produtividades e custos. Observe as seguintes declarações e responda a
seguir:
I – À medida que determinada empresa aumenta a sua produção por meio da função de produção – em
que todos os fatores de produção são fixos, menos um –, alteram-se as proporções de combinação entre
os fatores, fazendo a produção total aumentar, inicialmente, a taxas crescentes, para, a seguir, crescer a
taxas decrescentes, atingindo o ponto de produção máxima, a qual depois decrescerá.
II – Enquanto a produtividade média estiver crescendo, o custo total médio será sempre decrescente e
este será mínimo quando aquela for máxima, seguindo a produtividade média em queda ante o
crescimento do custo total médio.
III – Enquanto o custo marginal estiver em queda, a produtividade marginal, com certeza, será crescente,
atingindo esta um ponto máximo exatamente quando aquele chegar ao ponto mínimo, e passando a
produtividade marginal a cair face ao crescimento do custo marginal.
IV – O lucro total, que é a diferença entre a receita total e o custo total da produção, será máximo (diz-se
que a firma está em posição de equilíbrio econômico) quanto a produção marginal (receita marginal ou
preço unitário do bem ou serviço) for igual ao seu custo marginal.
a) São quatro as declarações completamente verdadeiras.
b) São três declarações completamente falsas.
c) São duas as declarações completamente verdadeiras.
d) São quatro declarações completamente falsas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
10. Situação-problema:
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Uma firma produz o bem X. Seu custo fixo é $ 10 (fatores fixos: RN, K, Tec. e Emp.). E o fator variável é o
trabalho ou mão-de-obra ($ 3 por unidade de tempo). Mostra-se o quadro de relações de produtividade e custos,
sabendo que:
MO = mão-de-
obra CFT = custo fixo total
CFM = custo fixo
médio
RT = receita total =
PT
PT = produção total
CVT = custo variável
total CVM = custo variável médio
PM = produtividade média da mão-de-
obra CT = custo total CTM = custo total médio
PMg = produtividade marginal da mão-de-
obra CMg = custo marginal LT = lucro total
Da observação e análise do quadro forme seu convencimento econômico e responda qual declaração a seguir
não é verdadeira:
MO PT PM=PT:MO PMg=ΔPT:ΔMO CF CFM=CF:PT CV CVM=CV:PT CT CTM=CT:PT CMg=ΔCT:ΔPT LT=PT-CT
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)
0 0 - - 10 - 0 10 - - (10)
6,0 0,50
1 6 6,0 10 1,67 3 0,50 13 2,17 (7)
8,0 0,38
2 14 7,0 10 0,71 6 0,43 16 1,14 (2)
10,0 0,30
3 24 8,0 10 0,42 9 0,38 19 0,79 5
6,0 0,50
4 30 7,5 10 0,33 12 0,40 22 0,73 8
5,0 0,60
5 35 7,0 10 0,29 15 0,43 25 0,71 10
3,0 1,00
6 38 6,3 10 0,26 18 0,47 28 0,74 10
2,0 1,33
7 40 5,7 10 0,25 21 0,53 31 0,78 9
a) O custo fixo independe da produção, por isso o custo fixo médio é decrescente até que a
produção total seja máxima.
b) A firma, que busca o equilíbrio econômico, deve estabilizar sua produção ao nível de 38
unidades, assim seu lucro total será máximo e a produtividade marginal da 6ª unidade de MO é $
3 por unidade de tempo.
c) As curvas de CMg, CVM e CTM da firma em questão têm forma de e o custo marginal
crescente corta as curvas de CVM e CTM em seus pontos mínimos (0,38 e 0,71,
respectivamente).
d) Enquanto a produtividade média estiver crescendo, o custo variável médio será sempre
decrescente e este será mínimo quando aquela for máxima, seguindo a produtividade média em
queda ante o crescimento do custo variável médio.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Questões:
1) Um dos estudos microeconômicos extremamente importantes na teoria da firma diz respeito ao estreito
relacionamento entre produção, produtividades e custos. Observe as seguintes declarações e responda a
seguir:
I – À medida que determinada empresa aumenta a sua produção por meio da função de produção – em
que todos os fatores de produção são fixos, menos um –, alteram-se as proporções de combinação entre
os fatores, fazendo a produção total aumentar, inicialmente, a taxas crescentes, para, a seguir, crescer a
taxas decrescentes, atingindo o ponto de produção máxima, a qual depois decrescerá.
II – Enquanto a produtividade média estiver crescendo, o custo variável médio será sempre decrescente e
este será mínimo quando aquela for máxima, seguindo a produtividade média em queda ante o
crescimento do custo variável médio.
III – Enquanto o custo marginal estiver em queda, a produtividade marginal, com certeza, será crescente,
atingindo esta um ponto máximo exatamente quando aquele chegar ao ponto mínimo, e passando a
produtividade marginal a cair face ao crescimento do custo marginal.
IV – O lucro total, que é a diferença entre a receita total e o custo total da produção, será máximo (diz-se
que a firma está em posição de equilíbrio econômico) quanto a produção marginal (receita marginal ou
preço unitário do bem ou serviço) for igual ao seu custo marginal.
a) São quatro as declarações completamente verdadeiras.
b) São três declarações completamente falsas.
c) São duas as declarações completamente verdadeiras.
d) São quatro declarações completamente falsas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
2) Situação-problema:
Uma firma produz o bem X. Seu custo fixo é $ 10 (fatores fixos: RN, K, Tec. e Emp.). E o fator variável é o
trabalho ou mão-de-obra ($ 3 por unidade de tempo). Mostra-se o quadro de relações de produtividade e custos,
sabendo que:
MO = mão-de-
obra CFT = custo fixo total
CFM = custo fixo
médio
RT = receita total =
PT
PT = produção total
CVT = custo variável
total CVM = custo variável médio
PM = produtividade média da mão-de-
obra CT = custo total CTM = custo total médio
PMg = produtividade marginal da mão-de-
obra CMg = custo marginal LT = lucro total
Da observação e análise do quadro forme seu convencimento econômico e responda qual declaração a seguir
não é verdadeira:
MO PT PM=PT:MO PMg=ΔPT:ΔMO CF CFM=CF:PT CV CVM=CV:PT CT CTM=CT:PT CMg=ΔCT:ΔPT LT=PT-CT
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)
0 0 - - 10 - 0 10 - - (10)
6,0 0,50
1 6 6,0 10 1,67 3 0,50 13 2,17 (7)
8,0 0,38
2 14 7,0 10 0,71 6 0,43 16 1,14 (2)
10,0 0,30
3 24 8,0 10 0,42 9 0,38 19 0,79 5
6,0 0,50
4 30 7,5 10 0,33 12 0,40 22 0,73 8
5,0 0,60
5 35 7,0 10 0,29 15 0,43 25 0,71 10
3,0 1,00
6 38 6,3 10 0,26 18 0,47 28 0,74 10
2,0 1,33
7 40 5,7 10 0,25 21 0,53 31 0,78 9
53
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
a) O custo fixo independe da produção, por isso o custo fixo médio é decrescente até que a
produção total seja máxima.
b) A firma, que busca o equilíbrio econômico, deve estabilizar sua produção ao nível de 35
unidades, assim seu lucro total será máximo, pois a produtividade marginal da 6ª unidade de
MO é $ 3 por unidade de tempo, o mesmo que o custo marginal.
c) As curvas de CMg, CVM e CTM da firma em questão têm forma de e o custo marginal
crescente corta as curvas de CVM e CTM em seus pontos mínimos (0,38 e 0,71,
respectivamente).
d) Enquanto a produtividade média estiver crescendo, o custo variável médio será sempre
decrescente e este será mínimo quando aquela for máxima, seguindo a produtividade média em
queda ante o crescimento do custo variável médio.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
3) Situação-problema:
O esquema a seguir mostra, de forma bastante simplificada, o que realmente acontece dentro de um sistema
econômico fechado com relação aos principais aglomerados contábeis e contas nacionais:
Denominação Sigla US$ bilhões
PRODUTO INTERNO BRUTO: fluxo de todas as rendas geradas dentro das
fronteiras geográficas do país por nacionais e estrangeiros PIB 800
Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior: diferença entre a renda recebida do
exterior e a renda enviada ao exterior na forma de lucros, juros, royalties e
assistência técnica
±RLE (100)
PRODUTO NACIONAL BRUTO: rendas que pertencem efetivamente à
economia nacional PNB 700
Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d (40)
PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLpm 660
Menos: Tributos Indiretos (ICMS, IPI etc.) -Ti (80)
Mais: Subsídios Sub 10
PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores PNLcf 590
RENDA NACIONAL RN 590 Menos: Lucros retidos pelas empresas para investimento -Lr (40)
Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas -IRPJ (50)
Contribuições Sociais (INSS, PIS, COFINS etc.) -INSS (50)
Somatório das remunerações dos fatores produtivos:
A – ALUGUÉIS (remuneração dos Recursos Naturais)
W – SALÁRIOS (remuneração do Trabalho)
J – JUROS (remuneração do Capital)
Ry – ROYALTIES (remuneração da Tecnologia)
L – LUCROS ( remuneração da Empresariedade)
20
350
40
10
30
Σrfp
450
Mais: Transferências governamentais (aposentadorias, pensões etc.) Trans 120
RENDA PESSOAL RP 570
Menos: Imposto de Renda das Pessoas Físicas -IRPF (90)
RENDA PESSOAL DISPONÍVEL RPD 480
Menos: CONSUMO DAS PESSOAS (famílias, empresas) -Cf (380)
POUPANÇA DAS FAMÍLIAS Sf 100
Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas (Sle) Lr 40
POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO PRIVADO LÍQUIDO
ou NOVO
Sl=IPl
140
Mais: Depreciação = Investimento de Reposição D 40
POUPANÇA BRUTA = INVESTIMENTO PRIVADO BRUTO Sb=Ib 180
Observe os cálculos e diga qual das seguintes respostas está incorreta:
54
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
a) Gastos (Custeio + Investimentos) do Governo não superam o Investimento Privado Líquido.
b) A Formação Bruta de Capital atinge a mais de 25% do Produto Nacional Bruto.
c) A Carga Tributária dessa economia é superior a 38% do PNB.
d) O Governo devolve à sociedade privada menos de 48% da arrecadação tributária.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
4) Ainda com referência ao esquema simplificado da questão anterior e sabendo que o Governo investe
apenas 10% dos Gastos Governamentais, as taxas de Gastos Governamentais, de Investimento Privado
Líquido e do Custeio do Governo são respectivamente:
a) 0,20; 0,20; 0,18.
b) 0,18; 0,18; 0,20.
c) 0,20; 0,18; 0,20.
d) 0,18; 0,20; 0,20.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
5) Situação-problema: Os dados que seguem foram extraídos do Relatório do Banco Central do Brasil em dezembro/2008 e
estão arredondados em bilhões de reais. Observe-os com cuidado para responder o que se pede:
Papel-Moeda Emitido (PME) 95,0
Menos: Encaixe das Autoridades Monetárias (BCB) (15,0)
Papel-Moeda em Circulação (PMC) 80,0
Menos: Encaixe dos Bancos Comerciais (EBC) (4,0)
Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP) 76,0 3,40%
Mais: Depósitos à Vista do Público (DVP) 148,0 6,60%
Meios de Pagamento – Moeda1 (M1) 224,0 10,00%
Mais: Títulos da Dívida Pública (Federal, Estadual e Municipal) –(TDP) 849,6 37,93%
Moeda2 (M2) 1.073,0 47,90%
Mais: Fundos de Investimentos Financeiros (FIF) 536,0 23,93%
Poupanças (S) 297,0 13,26%
Moeda3 (M3) 1.906,0 85,09%
Mais: Depósitos a prazo, títulos privados e outros 334,0 14,91%
Moeda4 (M4) 2.240,0 100,00%
a) Encaixe das Autoridades Monetárias mais Encaixe dos Bancos Comerciais mais Papel-Moeda em
Poder do Público = __________–___________ ________________.
b) A Moeda1 é a única que tem ___________________ ____________________.
c) O Meio Circulante ou Base Monetária é igual a __________–___________ em ____________ do
_______________ + ____________ dos _______________ _________________.
d) As funções da moeda são: ________________ de _____________,___________________ de
_______________ e _____ ___________ de ____________________ ______________.
e) A função de _______________ de _____________ da moeda só ocorrerá se a economia não sofrer
o fenômeno da _______________.
55
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
6) “A inflação acelerada vem acarretando a adoção de métodos pouco ortodoxos na remarcação dos preços.
Agora vale tudo no comércio. Aumentos às quatro da tarde, tabelas de reajustes semanais prefixados para
o mês inteiro, preço em dólar, com pagamento em cruzeiros pela cotação do dia, ou até mesmo na própria
verdinha e em muitas outras moedas, dependendo da criatividade do empresário. Já existe a banana real
(Br$), moeda criada pela boate República da Banana, em Niterói. Lá, um chope custa cinco bananas
reais. Na sexta-feira, o câmbio era de Cr$ 30 para cada Br$.” (Thereza Lobo, Jornal do Brasil, de
17/10/93).
O texto sugere principalmente que:
a) As diferentes causas da inflação são agrupadas em duas formas mais comuns: de procura e de
custos.
b) As expectativas e, principalmente, a criatividade dos agentes econômicos podem afetar (distorcer)
o processo inflacionário, tanto do ponto de vista de suas causas como dos seus efeitos, criando
situações por vezes hilariantes.
c) A inflação é um processo persistente e generalizado de aumento do nível geral de preços.
d) A inflação é sempre o resultado de um desequilíbrio ou descompasso entre a procura monetária e
a oferta real de bens e serviços transacionados no mercado.
e) Existem diferentes tipos e níveis de inflação, desde a inflação moderada, como a galopante,
descambando para a hiperinflação que gera profundas distorções no sistema econômico.
7) Situação-problema:
Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:
1ª coluna 2ª coluna
Feito para controlar a inflação, reduz os investimentos privados, aumenta o
desemprego e derruba a renda e o crescimento da economia. A. Tributos
Diferença positiva entre a arrecadação tributária e os gastos públicos no
exercício, antes do pagamento dos juros da dívida pública. B. Aumento da taxa
básica de juros O orçamento público deve conter todas as despesas e receitas do Estado no
exercício.
Constitucionalmente instituídas pelo Poder Público em razão do exercício do
poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.
C. Recessão
Uma das espécies de tributos estabelecidas na Constituição Federal em vigor
no Brasil.
D. Superávit primário Venda de títulos da dívida pública interna e externa.
Uma situação em que a atividade econômica diminui seu ritmo por um
período (para alguns economistas, mais de três trimestres consecutivos).
Genericamente, prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. E. Contribuições de
melhoria,
Situação de grave crise econômica, em que o crédito desaparece, o
desemprego se agiganta, as falências se multiplicam, o comércio internacional
e o investimento encolhem e as moedas se desvalorizam por longos períodos.
8) Situação-problema:
Observe a seguinte estrutura de
56
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Balanço Internacional de Pagamentos do País X – Ano 2008 – em US$ milhões
1. Balança Comercial 25
1.1 Exportações de mercadorias – FOB 198
1.2 Importações de mercadorias – FOB (173)
2. Balança de Serviços (57)
2.1 Viagens internacionais (saldo ou líquido) (5)
2.2 Transportes ou Fretes (saldo ou líquido) (5)
2.3 Seguros (saldo ou líquido) (1)
2.4 Serviços governamentais (saldo ou líquido) (1)
2.5 Outros serviços (saldo ou líquido) (4)
2.6 Remessas de lucros, dividendos e juros (saldo ou líquido) (41)
3. Transferências unilaterais 4
4. Balanço de transações correntes (1 + 2 + 3) (28)
5. Balanço de capitais 31
5.1 Investimentos diretos e re-investimentos do exterior no País 45
5.2 Investimentos diretos e re-investimentos do País no Exterior (21)
5.3 Empréstimos e financiamentos do Exterior ao País 15
5.4 Empréstimos e financiamentos do País ao Exterior (8)
5.6 Amortizações da dívida externa (saldo ou líquido) (8)
5.7 Outros capitais de curto prazo (saldo ou líquido) 8
6. Erros e omissões 2
7. Superávit (+) 5
A – O “Fluxo de entradas de divisas” da economia em 2008 (R$272 bi) superou o “Fluxo de saídas de
divisas” (R$ 267).
PORQUE
B – É o que bem demonstram os dados do Balanço Internacional de Pagamentos transcrito anteriormente.
a) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
b) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
c) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
d) A primeira afirmação é falsa, a segunda afirmação é verdadeira.
e) As duas afirmações são falsas.
9) Ainda com relação à situação-problema anterior (Balanço Internacional de Pagamentos):
I – Essa economia tem Balança Comercial favorável ou superavitária.
II – A Balança de Serviços, também chamada de Balança dos Invisíveis, é a grande responsável pela
entrada de divisas na economia, mormente pela rubrica de Rendas (Rendimentos Líquidos do Exterior).
III – O fluxo de capitais internacionais é francamente positivo para a economia.
IV – As Contas de Capitais – Investimentos diretos e re-investimentos e Empréstimos e financiamentos –
apresentaram saldos ou líquidos muito favoráveis à economia.
a) Há duas declarações verdadeiras.
b) Há uma declaração falsa.
c) Há quatro declarações falsas.
d) Há uma declaração verdadeira.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
57
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
10) A – O conceito de desenvolvimento econômico vai muito além do conceito de crescimento econômico,
incluindo, necessariamente, a melhoria crescente do padrão de vida da população, com aumento da
expectativa de vida da pessoa ao nascer, educação para todos, melhoria de suas condições materiais em
termos de alimentação, habitação, saúde, educação, trabalho, cultura, lazer e grau de liberdade política,
entre outros indicadores,
PORQUE
B – O crescimento econômico é traduzido, simplesmente, no processo sustentado ao longo do tempo, no
qual os níveis de atividade econômica aumentam constantemente, refletindo-se no acréscimo continuado
do PNB per capita.
a) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
b) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
c) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
d) A primeira afirmação é falsa, a segunda afirmação é verdadeira.
e) As duas afirmações são falsas.
Boa prova!
58
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Questões:
1. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:
1ª coluna 2ª coluna
Bens que são transformados ou agregados na produção de outros, e que são
utilizados no processo produtivo. A. Benfeitorias
voluptuárias
A propriedade que as coisas e atividades (bens e serviços) têm para satisfazer
necessidades humanas. B. Economia estatal
Situação econômica (de acontecimento pouco provável) em que os recursos
(fatores) disponíveis são plenamente utilizados na produção de bens e
serviços, garantindo o equilíbrio econômico das atividades produtivas. C. Pleno emprego Organização formal ou informal de fornecedores dentro de um setor, que
determina as políticas para todas as empresas do ramo.
Bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
D. Tradeoff (situação
econômica de escolha
conflitante)
Caracterizado pela propriedade privada dos fatores de produção, é o sistema
econômico em que as questões fundamentais são resolvidas pela ação das
forças da oferta e de procura.
São as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem,
ainda que o tornem mais agradável ou tenham valor elevado.
Sistema econômico em que as questões de Economia são resolvidas por um
órgão central de planejamento.
E. Pertenças
Nome que se dá em Economia ao fenômeno em que muitos fornecedores se
defrontam com poucos compradores do fator, bem ou serviço.
O aumento da taxa de juros, feito para controlar a inflação, reduz os
investimentos privados, aumenta o desemprego e derruba a renda e o
crescimento da economia.
2. I – A análise da constituição de um Sistema Econômico tem início pelo levantamento de seus elementos
fundamentais: recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e capacidade empresarial.
II – Economicamente ativa é a parcela da população que se encontra efetivamente voltada (em idade e
condições de trabalho) para o mercado de trabalho.
III – O potencial produtivo do Sistema Econômico, grosso modo, é definido pelo trabalho mobilizável
para as tarefas produtivas, pelos recursos naturais acessíveis, pelo capital disponível, pelos níveis de
tecnologia e empreendedorismo empregados.
IV – As fábricas, fazendas, estradas, máquinas e equipamentos diversos, e uma infinidade de elementos
resultantes do esforço humano, empreendido em épocas passadas, constituem o estoque de capital do
Sistema Econômico em determinado momento.
a) Apenas três dessas declarações são verdadeiras.
b) Somente duas dessas declarações são falsas.
c) Somente uma dessas declarações é verdadeira.
d) As quatro declarações são falsas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
3. I – A população economicamente desocupada compreende aqueles que exercem atividade
profissional remunerada ou, em se tratando de auxiliares de pessoas da família, mesmo sem qualquer
remuneração.
II – A população empregada é o mesmo que população economicamente ativa.
III – A taxa de ocupação é o quociente (razão) que relaciona o montante de pessoas ocupadas com o
total de habitantes da Economia.
IV – População economicamente ativa é a força de trabalho ou o total da mão-de-obra com que pode
contar o setor produtivo da economia.
59
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
a) Há somente três declarações falsas
b) Não há declarações verdadeiras.
c) Há somente duas declarações verdadeiras.
d) Há apenas uma declaração falsa.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
4. I – Bens intermediários são aqueles que não irão diretamente para o uso das pessoas, mas são utilizados
na etapa seguinte de produção.
II – Bens de consumo imediato destinam-se indiretamente à satisfação das necessidades atuais ou
presentes.
III – Bens de capital atendem indiretamente às necessidades humanas, destinando-se a multiplicar a
eficiência do trabalho ou dos recursos naturais.
IV – Bens de consumo durável destinam-se à satisfação direta das necessidades humanas ao longo de
certo espaço de tempo.
a) Não há afirmativas falsas.
b) Há somente uma afirmativa verdadeira.
c) Há três afirmativas verdadeiras.
d) Há duas afirmativas falsas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
5. A curva de possibilidade de produção é uma linha na qual todos os pontos revelam as diferentes
possibilidades de dois produtos serem fabricados de forma combinada em determinado período de tempo,
com a quantidade de fatores (recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e empresariedade) que a
firma possui. Observe o gráfico a seguir que espelha a produção de trilhosx 1 e chapasx 2 .
I – Se ocorrer variação tecnológica que expanda somente o processo de produção de trilhos, haverá
deslocamento da linha para a esquerda em relação ao eixo de 2x .
II – Se ocorrer um deslocamento da curva toda para cima e para a direita é que houve aumento da
disponibilidade de recursos (fatores produtivos).
60
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
III – Se ocorrer variação tecnológica que expanda somente o processo de produção de chapas, haverá
deslocamento da linha para a direita em relação ao eixo de 2x .
IV – Se ocorrer um deslocamento da curva toda para baixo e para a esquerda é que houve redução da
disponibilidade de recursos (fatores produtivos).
V – Se ocorrer variação tecnológica maior para o processo de produção de chapas, menor será o
deslocamento em relação ao eixo de 1x .
Diga agora:
a) Existem quatro afirmativas verdadeiras
b) Existem somente afirmativas falsas.
c) Existem três afirmativas verdadeiras.
d) Existe somente uma afirmativa verdadeira.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
6. O funcionamento das unidades produtoras integradas num conjunto, o aparelho produtivo, dá origem
a:
a) Um fluxo real, também denominado de procura global, constituído de todas as rendas geradas
(aluguéis, salários, juros, lucros e royalties).
b) Um fluxo constituído de bens e serviços, chamado de produto ou oferta global, e outro
constituído de remunerações pagas aos detentores de fatores produtivos, denominado renda ou
demanda global – os dois fluxos essencialmente iguais.
c) A distribuição de rendimentos pelas pessoas do sistema, formando o fluxo da oferta global ou
fluxo nominal de bens e serviços.
d) A dicotomia básica vigente no processo produtivo entre real e nominal, produto e renda, oferta e
procura, vendas e compras etc. não são iguais em direção aos mercados.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
7. As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos de como os mercados estão organizados.
Cada estrutura de mercado destaca alguns aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, e
se baseia em algumas hipóteses e no realce de características observadas em mercados existentes.
Em dois mercados A e B observa-se que:
I – Se os produtos são diferenciados em A, a concorrência extra preço é intensa; isto que, em geral,
pode ocorrer em B.
II – Em B, não há barreiras ao ingresso de novas firmas na indústria; mas as barreiras sempre
ocorrem em A.
III –. Em A, pode haver formação de cartéis para controle de preços e quota de produção; o que não
acontece em B.
IV – Os produtos são diferenciados em B, mas em A, podem ser homogêneos ou diferenciados.
V – O número de empresas em A nunca é grande, mas em B, sim.
Tais estruturas de mercados são respectivamente:
a) Concorrência perfeita e monopólio
b) Oligopólio e concorrência perfeita.
c) Concorrência perfeita e oligopólio
d) Oligopólio e concorrência imperfeita.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
61
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
8. No diagrama, Você ainda tem 6 horas (recursos escassos) para trabalhar e ganhar mais rendimentos.
Qual das afirmativas que seguem não é verdadeira?
Diagrama:
a) Quanto mais tempo você passar cortando lenha, tanto menos rendimento você ganhará por hora de
cortar lenha.
b) A taxa de salário que você ganha por hora, cuidando de crianças, é 0e.
c) Para maximizar a renda diária, você teria tanto de cortar lenha como de cuidar de crianças.
d) Quanto mais tempo você passar cuidando de crianças, tanto mais rendimento você ganhará por hora
de cuidar de crianças.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
9. Receita total (preço quantidade) é um termo técnico utilizado pelos economistas para descrever, neste
caso, o rendimento total pela venda de unidades de um bem ou serviço. As empresas se preocupam com
muitas outras coisas além da receita total, e a elasticidade-preço da procura tem implicações diretas com
a receita total. Tome-se o exemplo da curva de ____________ que é completamente inelástica (curva
vertical paralela ao eixo de py ) numa dada faixa de preços. Isto significa que, nesta faixa de preços,
a quantidade comprada independe do ____________ cobrado. Assim, se o empresário que supre o
mercado desejar a _____________ total máxima de vendas neste mercado, dentro da faixa de preços
dada, ele irá cobrar o preço _________ _________ dessa faixa. Se ele cobrasse um preço _________
_________, a quantidade comprada do bem não iria variar, mas a receita ____________ das vendas desse
bem seria ________ __________.
a) procura, preço, receita, mais alto, mais baixo, total, mais baixa.
b) demanda, preço, receita, mais baixo, mais alto, total, mais baixa.
c) demanda, preço, receita, mais alto, mais baixo, total, mais alta.
d) procura, preço, receita, mais alto, mais baixo, marginal, mais alta.
e) procura, mercado, receita, mais alto, mais baixo, total, mais baixa.
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4 5 6
Re
nd
a
Horas
0
b
d
c
g f
e
1 2 3 4 5
4
6
X = Cuidar de crianças
Y = Cortar lenha 1
62
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
10. Entre outros, cinco pensadores marcaram, realmente, o tratamento sistemático e científico da
Economia nos últimos 250 anos: a) o primeiro deles escreveu Tableau Économique (1758) e
representou o fluxo das despesas e de bens entre as diferentes classes sociais: é o precursor da
,,Economia quantitativa e da Econometria; b) o segundo deu início à Escola Clássica com sua obra
Riqueza das Nações (1776), à época, uma visão completa do progresso econômico, na qual enfatiza
o mercado como a “mão invisível” reguladora da divisão do trabalho e das forças da oferta e da
procura; c) o terceiro opôs-se aos processos analíticos dos clássicos e às suas conclusões capitalistas
com a obra O Capital (1867), em que desenvolveu os conceitos de mais-valia, capital variável,
capital constante, exército de reserva industrial, exploração capitalista etc.; d) o quarto escreveu
Principles of economics (1890), em que usou a metodologia dedutiva ou abstrata (“análise
marginal”) para investigar a interação das forças da oferta e da procura e para explicar o
aparecimento do preço de equilíbrio; e e) o último, cujas obras, principalmente Teoria geral do
emprego, do juro e da moeda (1936), romperam a tradição neoclássica e apresentaram um programa
de ação governamental para a promoção do pleno emprego. Foi uma “revolução” no bojo da qual se
criaram o FMI e o Banco Mundial. A obra citada inverteu a perspectiva de exame da moeda,
reinterpretou a taxa de juros, analisou a poupança e o consumo, atribuiu papel ativo à política fiscal,
opôs-se à excessiva confiança nos controles monetários, defendeu déficits públicos propositais para
inflar a procura agregada, estimulou os estudos econométricos e sociais etc.
a.
b.
c.
d.
e.
11. Aquelas pessoas que argumentam que a economia deveria preservar a floresta de jacarandás, produzindo
menos “madeira de lei” e mais ambiente natural saudável estão argumentando que
a) O custo marginal de um hectare de floresta de jacarandás é menor que o custo marginal de uma sala
ambientada com essa “madeira de lei”.
b) O benefício marginal de um ambiente natural mais saudável é maior que o benefício marginal de
uma sala decorada com móveis de jacarandás.
c) O beneficio obtido pela utilização de uma unidade adicional de recurso econômico na preservação da
floresta de jacarandás é maior que o benefício de sua utilização na produção de moveis e ambientes
de madeira de jacarandá.
d) O benefício marginal da madeira de jacarandá é menor que o benefício marginal do ambiente natural
saudável e bonito da floresta preservada.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
Boa prova!,
63
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Questões:
“A palavra economia vem do grego e pode ser entendida como “aquele que administra o lar”. A
princípio, essa origem pode parecer estranha. Mas, na verdade, os lares e as economias têm muito em comum.
Uma família precisa tomar decisões. Precisa decidir quais tarefas cada membro desempenha e o que
cada um deles recebe em troca: quem prepara o jantar? Quem lava a roupa? Quem pode repetir a sobremesa?
Quem decide que programa sintonizar na TV? Em resumo, cada família precisa alocar seus recursos escassos a
seus membros, levando em consideração as habilidades, esforços e desejos de cada um.
Assim como a família, uma sociedade precisa tomar muitas decisões. Precisa decidir que tarefas serão
executadas e por quem. Precisa de algumas pessoas para produzir alimentos, outras para fazer roupas e ainda
outras para desenvolver programas de computador. Uma vez que a sociedade tenha alocado as pessoas (assim
como terras, prédios e máquinas) entregar diversas tarefas, deve também alocar a produção de bens e serviços
que as pessoas produzem. Deve decidir que comerá caviar e quem comerá batatas. Deve decidir quem vai
andar de Ferrari e quem vai andar de ônibus.” Mankiw, N. Gregory. Introdução à Economia. (trad. Allan
Vidigal Hastings). 3. ed. p. 3. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
Nas questões a seguir, responda apenas C ou F, conforme cada declaração seja correta ou falsa:
2. O gerenciamento dos recursos da sociedade é importante porque estes são livres.
Escassez significa que a sociedade não pode dispor de todos os bens e serviços desejados.
Economia é o estudo de como a sociedade administra seus recursos ilimitados.
Na maioria das sociedades, os recursos são administrados por um único planejador central.
A primeira lição sobre tomada de decisões está resumida no provérbio: “Nada é de graça”.
3. Embora o estudo da economia tenha muitas facetas, o campo é unificado por princípios.
A tomada de decisões exige escolher um objetivo (benefício) em detrimento de outro (custo).
Custo de oportunidade é qualquer coisa de que se tenha que abrir mão para obter algum item.
As pessoas não podem tomar decisões melhores pensando na margem (análise marginal).
As pessoas reagem a incentivos: seu comportamento muda quando custos ou benefícios mudam.
4. A ciência econômica repousa sobre atos humanos e é social por excelência.
A ciência econômica estuda a administração de recursos escassos entre usos alternativos.
A ciência econômica não se ocupa, normalmente, das condições gerais do bem-estar humano.
O estudo da economia inclui a organização social para satisfazer necessidades humanas.
A ciência econômica estuda a administração de recursos ilimitados entre fins competitivos.
5. O início da ciência econômica coincidiu com os grandes saltos da técnica e das ciências naturais.
Atualmente, a China concorre bastante com os EUA no mercado mundial: isto é bom para todos.
Os mercados não são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade econômica.
O colapso comunista na URSS na década de 80 pode ser a maior mudança dos últimos 50 anos.
Na maioria das sociedades, os recursos são alocados pelos atos de milhões de famílias e empresas.
6. Sistemas econômicos podem diferir bastante entre si em função do substrato político, social e legal
(superestrutura) sobre que se assentam. Mas qualquer tipo de sistema econômico sempre terá os seguintes
problemas centrais que precisam ser resolvidos:
a) O emprego, as trocas e a moeda.
b) A concorrência, a produção e o desperdício.
c) O que produzir? Como e onde produzir? Para quem produzir?
d) Os mercados, as trocas e o equilíbrio.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
64
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
7. O primeiro contato com o funcionamento de um sistema econômico fechado não coloca em realce:
a) A satisfação das pessoas pelo consumo de bens e serviços.
b) Os fatores de produção e as unidades em que eles se organizam.
c) Os setores em que a economia pode ser dividida
d) A contribuição do setor externo ou do resto do mundo.
e) Os fluxos gerados num determinado período de tempo.
8. Diz a Constituição Federal: “proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito
anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos” (art. 7°, XXXIII). Assim, a partir da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais), é
possível chegar-se ao conceito correto de:
a) População economicamente inativa que é apenas a parcela da população com menos de 14 anos.
b) População empregada que é o mesmo que população economicamente ativa.
c) Taxa de emprego ou o quociente que compara o montante de pessoas ocupadas com o total de
habitantes da Economia.
d) População desocupada que compreende aqueles que exercem atividade profissional remunerada ou
sem remuneração direta, mormente em se tratando de auxiliares de pessoas da família.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
9. O trabalho humano se exerce num contexto econômico que reúne fábricas, estradas, portos, aeroportos,
equipamentos, máquinas, instalações e uma infinidade de outros elementos resultantes do próprio esforço
humano empreendido em épocas passadas. Tais elementos constituem em sua totalidade:
a) O próprio processo produtivo.
b) O estoque físico de meios de produção
c) O estoque de recursos naturais da Economia.
d) O estoque de capital de que é dotado um sistema econômico.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
10. O setor primário de uma Economia engloba as atividades que se exercem próximas à base de recursos
naturais do sistema econômico (agropecuária e extração). O setor secundário reúne as atividades de
transformação dos bens (artesanatos e indústrias). O setor terciário atende às necessidades humanas com
variadíssima gama de “serviços” (transportes, comunicações, educação, saúde, justiça, segurança,
diversões, bancos etc.). A importância relativa dos diversos setores na geração do produto total da
Economia é marcadamente variável. Em geral,
a) O setor secundário é sempre o mais importante economicamente.
b) O setor primário de economia subdesenvolvida emprega muito pouca mão-de-obra.
c) O setor terciário em qualquer economia, em que pese ao uso crescente de tecnologia, ainda se baseia
na utilização extensiva e intensiva do fator trabalho.
d) O setor secundário de economia desenvolvida emprega menos trabalho do que seu setor primário.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
11. O funcionamento das unidades produtoras integradas num conjunto – o aparelho produtivo dos três
econômicos – dá origem a:
a. Um fluxo real, também denominado de procura global constituída de todas as rendas geradas
(aluguéis, salários, juros, lucros e royalties).
b. A distribuição de rendimentos pelas pessoas do sistema, formando o fluxo da oferta global ou fluxo
nominal de bens e serviços.
c. Um fluxo constituído de remunerações pagas aos detentores de fatores produtivos, denominado
renda ou demanda global, e outro constituído de bens e serviços, chamado de produto ou oferta
global – o dois fluxos essencialmente iguais.
d. A dicotomia básica vigente no processo produtivo entre real e nominal, produto e renda, oferta e
procura, compras e vendas etc. não necessariamente iguais em direção aos mercados.
e. Nenhuma das respostas anteriores.
12. Entre muitos, seis pensadores marcaram, realmente, o tratamento sistemático e científico da Economia nos
últimos 260 anos: a) o primeiro deles escreveu Tableau Économique (1758) e representou o fluxo das
despesas e de bens entre as diferentes classes sociais: é o precursor da Economia quantitativa e até da
Econometria; b) o segundo deu início à Escola Clássica com sua obra Riqueza das Nações (1776), à época,
uma visão completa do progresso econômico, na qual enfatiza o mercado como a “mão invisível”
65
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
reguladora da divisão do trabalho e das forças da oferta e da procura; c) o terceiro opôs-se aos processos
analíticos dos clássicos e às suas conclusões capitalistas com a obra O Capital (1867), em que
desenvolveu os conceitos de mais-valia, capital variável, capital constante, exército de reserva industrial,
exploração capitalista etc.; d) o quarto escreveu Principles of economics (1890), em que usou a
metodologia dedutiva ou abstrata (“análise marginal”) para investigar a interação das forças da oferta e da
procura e para explicar o aparecimento do preço de equilíbrio; e) o quinto, cujas obras, principalmente
Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (1936), romperam a tradição neoclássica e apresentaram um
programa de ação governamental para a promoção do pleno emprego, fez uma “revolução” no bojo da
qual se criaram o FMI e o Banco Mundial. A obra citada inverteu a perspectiva de exame da moeda,
reinterpretou a taxa de juros, analisou a poupança e o consumo, atribuiu papel ativo à política fiscal, opôs-
se à excessiva confiança nos controles monetários, defendeu déficits públicos propositais para inflar a
procura agregada, estimulou os estudos econométricos e sociais etc., medidas agora muito bem lembradas
na crise mundial de outubro de 2008; e f) o último, falecido em 2010, produziu “a grande síntese
econômica de todos os tempos, reunindo em um único grande e coerente painel de equações matemáticas e
princípios o que antes eram apenas visões esparsas sobre os eventos de trocas entre pessoas, empresas e
países”.
a)
b)
c)
d)
e)
f)
13. Preencher com palavras ou expressões:
a) Aquilo que se sacrifica ao ter que fazer uma escolha ou que se abandona numa opção.
b) A economia que aparece nas seções de negócios e finanças de revistas e jornais.
c) Não acaba, de imediato, ao satisfazer diretamente as necessidades humanas.
d) A satisfação adicionada pela última unidade adquirida de determinado bem ou serviço.
e) Se tudo o mais permanecer constante, uma condição em latim.
f) No mercado, visa a determinar os preços para todas as firmas de que se compõe o setor.
a)
b)
c)
d)
e)
f)
14. As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos de como os mercados estão organizados.
Cada estrutura de mercado destaca alguns aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, e se
baseia em algumas hipóteses e no realce de características observadas em mercados existentes. Em dois
mercados A e B observa-se que:
I – Se os produtos são diferenciados em A, a concorrência extra preço é intensa; mas isso, em geral,
ocorre em B.
II – Em B, não há barreiras ao ingresso de novas firmas na indústria; mas as barreiras sempre ocorrem em
A.
66
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
III – Em A, pode haver formação de cartéis para controle de preços e quota de produção; mas isso não
acontece em B.
IV – Os produtos são diferenciados em B, mas em A, podem ser homogêneos ou diferenciados.
V – O número de empresas em A nunca é grande, mas em B, sim.
Tais estruturas de mercados são respectivamente:
a) Concorrência perfeita e monopólio.
b) Oligopólio e concorrência imperfeita.
c) Oligopólio e concorrência perfeita.
d) Concorrência perfeita e oligopólio
e) Nenhuma das respostas anteriores.
15. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:
1ª coluna 2ª coluna
Bens que são transformados ou agregados na produção de outros, e que são
utilizados no processo produtivo. A. Pleno emprego
Estrutura empresarial em que várias empresas, que já detêm boa parte do
mercado, se ajustam ou se fundem para assegurar o controle, estabelecendo
preços altos para obter maior margem de lucro.
B. Economia estatal
Situação econômica (de acontecimento pouco provável) em que os recursos
(fatores) disponíveis são plenamente utilizados na produção de bens e
serviços, garantindo o equilíbrio econômico das atividades produtivas. C. Benfeitorias
voluptuárias A propriedade que as coisas e atividades (bens e serviços) têm para satisfazer
necessidades humanas.
Bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
D. Pertenças
Caracterizado pela propriedade privada dos fatores de produção, é o sistema
econômico em que as questões fundamentais são resolvidas pela ação das
forças da oferta e de procura.
São as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem,
ainda que o tornem mais agradável ou tenham valor elevado.
Sistema econômico em que as questões de Economia são resolvidas por um
órgão central de planejamento. E. Tradeoff
(situação
econômica de
escolha
conflitante)
Nome que se dá em Economia ao fenômeno em que muitos fornecedores se
defrontam com poucos compradores do fator, bem ou serviço.
O aumento da taxa de juros, feito para controlar a inflação, reduz os
investimentos privados, aumenta o desemprego e derruba a renda e o
crescimento da economia. Isto se chama
16. Aquelas pessoas que argumentam que a economia deveria preservar a floresta de jacarandás, produzindo
menos “madeira de lei” e mais ambiente natural saudável estão argumentando que
a) O custo marginal de um hectare de floresta de jacarandás é menor que o custo marginal de uma sala
ambientada com essa “madeira de lei”.
b) O benefício marginal de um ambiente natural mais saudável é maior que o benefício marginal de
uma sala decorada com móveis de jacarandás.
c) O beneficio obtido pela utilização de uma unidade adicional de recurso econômico na produção de
moveis e ambientes de madeira de jacarandá é maior que o benefício de sua utilização na
preservação da floresta de jacarandás
d) O benefício marginal da madeira de jacarandá é menor que o benefício marginal do ambiente natural
saudável e bonito da floresta preservada.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
17. Você classifica os bens abaixo como A – complementares, B – substitutos e C – intermediários:
Lente e armação de óculos, Filme preto-e-branco e filme colorido, Fio para o tecelão e farinha
de trigo para o padeiro, Duas notas de $ 5,00 e uma nota de $ 10,00, Coca-cola e Pepsi-cola,
67
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Gasolina e álcool para carro flex, Jante e pneu da roda de veículo, Cimento (ou tijolos) para o
construtor de casas.
Assim, você dirá que a ordem dessa relação é:
a) A, B, C, B, B, B, A, C.
b) A, B, C, B, A, B, A, C.
c) A, B, C, A, B, B, A, C.
d) A, B, C, B, B, B, A, A.
e) Nenhuma das respostas anteriores
18. No diagrama, Você ainda tem 6 horas (recursos escassos) para trabalhar e ganhar mais rendimentos. Qual
das afirmativas que seguem não é verdadeira?
Diagrama:
a) Quanto mais tempo você passar cortando lenha, tanto menos rendimento você ganhará por hora de
cortar lenha.
b) A taxa de salário que você ganha por hora, cuidando de crianças, é 0e.
c) Para maximizar a renda diária, você teria tanto de cortar lenha como de cuidar de crianças.
d) Quanto mais tempo você passar cuidando de crianças, tanto mais rendimento você ganhará por hora
de cuidar de crianças.
a) Nenhuma das respostas anteriores.
19. I – Dada uma curva de demanda de um bem, caso haja um aumento da renda dos consumidores desse bem,
a curva deslocar-se-á para cima e para a direita.
II – Dada uma curva de oferta de um bem, caso haja um aumento do preço do bem, cœteris paribus, a
curva deslocar-se-á para cima e para a esquerda.
III – Dada uma curva de oferta de um bem, caso haja uma diminuição dos custos de matérias-primas, a
curva poderá deslocar-se para baixo e para a direita.
IV – Dada uma posição de equilíbrio de mercado, caso haja uma redução na produção do bem, a curva de
oferta deslocar-se-á para cima e para a esquerda e o novo ponto de equilíbrio terá preço mais alto e
quantidade menor do que o anterior, se não houver alteração da demanda.
a) Há somente duas declarações certas.
b) Há somente uma declaração certa.
c) Há somente três declarações erradas.
d) Há somente uma declaração errada.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4 5 6
Re
nd
a
Horas
0
b
d
c
g f
e
1 2 3 4 5
4
6
X = Cuidar de crianças
Y = Cortar lenha 1
68
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
20. A elasticidade-preço da procura – dada por PQ
QPE
DP
, onde P = preço e Q = quantidade procurada
– é uma medida de quanto a quantidade demandada de um bem reage a uma mudança no preço desse bem.
I – Quando a demanda é inelástica (elasticidade-preço da demanda menor do que 1), o preço e a receita
total (preço quantidade) movem-se na mesma direção.
II – Quanto mais essencial for o bem, mais tendência à inelasticidade terá sua curva de demanda.
III – Quando a demanda é elástica (elasticidade-preço da demanda maior do que 1), o preço e a receita
total movem-se em direção oposta.
IV – Em caso de inelasticidade, o vendedor vai querer aumentar o preço do bem para faturar mais.
a) Há apenas duas declarações verdadeiras.
b) Há quatro declarações verdadeiras.
c) Há três declarações falsas.
d) Há somente uma declaração falsa.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
21. Um problema persistente enfrentado por nossa sociedade é o uso de drogas ilegais como a heroína, a
cocaína, a maconha, o ecstasy e o crak. O uso de droga tem diversos efeitos negativos. Um deles é o fato
de que a dependência de drogas pode arruinar a vida dos usuários e de suas famílias. Outro é que os
viciados em drogas muitas vezes recorrem ao roubo e outros crimes violentos para obter o dinheiro de que
precisam para sustentar o vício. Para desencorajar o uso de drogas ilegais, o governo gasta milhões de
reais por ano em políticas para reduzir o fluxo de drogas para dentro do país. Assim,
I – A política de proibição (combate ao tráfico de drogas) reduz a oferta destas, o que eleva o preço e
reduz a quantidade vendida.
II – Como são poucos os viciados em drogas que abandonarão seus hábitos destrutivos por causa do
aumento de preço, é provável que a demanda por droga seja inelástica (variação nos preços maior do que
na quantidade demandada).
III – Os viciados que já tinham que roubar para sustentar seus hábitos terão necessidade ainda maior de
dinheiro rápido, o que aumentará a criminalidade (nível de crimes) ligada às drogas.
IV – A política educacional contra as drogas reduz a demanda destas, o que reduz o preço e reduz a
quantidade vendida.
V – Como tanto o preço quanto a quantidade diminuem na política educacional, a receita total (preço
vezes quantidade) também cai e, assim, a política educacional pode reduzir tanto o uso de drogas quanto
os crimes relacionados a elas.
a) Não há declarações falsas
b) Há apenas quatro declarações verdadeiras
c) Há somente duas declarações falsas.
d) Há somente duas declarações verdadeiras.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
Boa prova!
69
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Situação-problema: Uma firma produz máquinas. Seu custo fixo é $ 200 (fatores fixos: RM, K, Tec e Emp). O fator variável é o trabalho ou mão-de-obra ($ 50 por dia/homem). Mostrar o quadro de relações de custos e produtividades, sabendo que:
MO = Mão-de-obra
CFT = Custo fixo total
CT = Custo total PT = Produção total
CVT = Custo variável total
CMg = Custo marginal
PMMO = Produtividade média da mão-de-obra
PMgMO = Produtividade marginal da
mão-de-obra
RT = Receita total = PT
MO
(dias/
homem)
PT
($)
PM = PT/MO
($)
PMg = ΔPT/ΔMO
($)
CFT
($)
CFM = CFT/PT
($)
CVT
($)
CVM = CVT/PT
($)
CT = CFT+CVT
($)
CTM = CT/PT
($)
CMg =
ΔCT/ΔPT =
ΔCVT/ΔPT ($)
LT = PT-CT = RT-
CT ($)
Obs.
0 0 - 200 0 - 200 - -200 Prejuízo
300
0,167
1 300 300 200 0,667 50 0,167 250 0,833 -50 Prejuízo
500
0,100
2 800 400 200 0,250 100 0,125 300 0,375 500 Lucro
700
0,071
3 1500 500 200 0,133 150 0,100 350 0,233 1150 Lucro
300
0,167
4 1800 450 200 0,111 200 0,111 400 0,222 1400 Lucro
200
0,250
5 2000 400 200 0,100 250 0,125 450 0,225 1550 Lucro
50
1,000
Máximo
6 2050 342 200 0,098 300 0,146 500 0,244 1550 Lucro
-150
7 1900 271 200 0,105 350 0,184 550 0,289 1350 Lucro
-500
8 1400 175 200 0,143 400 0,286 600 0,429 800
-600
9 800 89 200 0,250 450 0,563 650 0,813 150
Responda apenas se é a declaração é verdadeira (V) ou falsa (F):
1) A produção total é máxima com o uso de 6ª mão-de-obra
2) A produtividade média tem correlação inversa perfeita com o custo total médio
3) A produtividade média é máxima e o custo variável médio é mínimo na 3ª MO
4) O custo marginal tem correlação inversa perfeita com a produtividade marginal
5) O custo variável médio tem correlação inversa perfeita com a produtividade média
6) O custo fixo médio é o único custo decrescente enquanto a produção total crescer
7) O lucro total será sempre máximo quando o custo marginal crescente igualar à PMg
8) No exemplo, a rigor, a empresa manterá a 6ª mão-de-obra empregada
9) Na 3ª mão-de-obra, a produtividade média é um máximo da produção
10) Após a 5ª mão-de-obra, o lucro total será negativo
Situação Problema: Em determinada Economia são conhecidos os seguintes dados macroeconômicos no ano
de 2009, em US$ Bilhões:
Royalties (Remunerações da Tecnologia) Ry 90
Poupanças (Saving) das famílias Sf 320
Depreciação ou Investimento de reposição d=Ir 150
Imposto de renda (e outros Tributos Diretos) das Pessoas Físicas IRPF 400
Lucros (Remunerações da Empresariedade) L 220
Contribuições Sociais (INSS, PIS, Cofins, FGTS etc.) INSS 450
Renda Pessoal Disponível RPD 1600
Somatória das Remunerações dos Fatores Produtivos 𝛴𝑅𝐹𝑃 1500
Salários (Remunerações do Trabalho) W 900
70
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Subsídios governamentais às Empresas Sub 60
Lucros retidos pelas Empresas ou Poupança Líquida das Empresas Lr=SLE 210
Imposto de Renda (e outros Tributos Diretos) das Pessoas Jurídicas IRPJ 350
Juros (Remunerações do Capital) J 190
Rendimentos Líquidos do Exterior (negativos) RLE (120)
Produto Nacional Líquido a preços de mercado PNLPM 2810
Esquema facilitador de cálculos:
Denominação Sigla US$ bilhões
PRODUTO INTERNO BRUTO: fluxo de todas as rendas geradas dentro das
fronteiras geográficas do país por nacionais e estrangeiros
PIB
Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior: diferença entre a renda recebida do
exterior e a renda enviada ao exterior na forma de lucros, juros, royalties e
assistência técnica
±RLE
PRODUTO NACIONAL BRUTO: rendas que pertencem efetivamente aos
nacionais
PNB
Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d=Ir
PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLpm
Menos: Tributos Indiretos -Ti
Mais: Subsídios Sub
PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores ou PNLcf
RENDA NACIONAL = RN
Menos: Lucros retidos ou Poupança Líquida das Empresas -Lr=SLE
Imposto de Renda (e outros Tributos Diretos) das Pessoas Jurídicas -IRPJ
Contribuições Sociais (INSS, PIS, COFINS etc.) -INSS
SOMATÓRIO das remunerações dos fatores produtivos:
A – ALUGUÉIS (Remunerações dos Recursos Naturais ou Terra)
w – SALÁRIOS (Remunerações do Trabalho)
J – JUROS (Remunerações do Capital}
Ry – ROYALTIES (Remunerações da Tecnologia)
L – LUCROS (Remunerações da Empresariedade)
Σrfp
Mais: Transferências do Governo (aposentadorias, pensões, indenizações etc.) Trans
RENDA PESSOAL RP
Menos: Imposto de Renda (e outros Tributos Diretos) das Pessoas Físicas -IRPF
RENDA PESSOAL DISPONÍVEL RPD
Menos: CONSUMO DAS PESSOAS (famílias, empresas) -Cf
POUPANÇA DAS FAMÍLIAS Sf
Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas (Sle) Lr=SLE
POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO PRIVADO
LÍQUIDO ou INVESTIMENTO NOVO
SPL=IPL
Mais: Depreciação = Investimento de Reposição d=IR
POUPANÇA PRIVADA BRUTA = INVESTIMENTO PRIVADO BRUTO SPB=IPB
Responda, comprovando com os cálculos no verso, se é a declaração é verdadeira (V) ou falsa (F):
11) Produto Interno Bruto = PIB = UR$ 3.080 bi
12) Renda Nacional = RN = US$ 2.000 bi
13) Produto Nacional Bruto = PNB = US$ 2.960 bi
14) Investimento Privado Líquido = IPL = US$ 320 bi
15) Taxa de tributação ou carga tributária da Economia = 55,52% do PNB
16) Taxa de Consumo das famílias = 43,24 % do PNB
17) Taxa de formação bruta de capital privado = 21,96% do PNB
18) Taxa de Gastos (Custeio + Investimentos) do Governo = 33,78% do PNB
19) Taxa de remessa de Rendimentos Líquidos para o Exterior = 6,12% do PIB
20) Taxa de Depreciação = 5,07% do PNB
71
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Situação-problema: O Quadro que se segue apresenta os Ativos Financeiros do Brasil sem bilhões de reais
no final de dezembro de 2008, segundo o Banco Central do Brasil:
Papel-Moeda Emitido (PME) 89,0
Menos: Encaixe das Autoridades Monetárias (BCB) (10,0)
Papel-Moeda em Circulação (PMC) ou Meio Circulante
Menos: Encaixe dos Bancos Comerciais (EBC) (4,0)
Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP) %
Mais: Depósitos à Vista do Público (DVP) 148,0 6.6%
MOEDA1 (M1) – Meios de Pagamento (MP) %
Mais: Títulos da Dívida Pública (Federal, Estadual e Municipal) –(TDP) 850,0 37,9%
MOEDA2 (M2) %
Mais: Fundos de Investimentos Financeiros (FIF) 563,0 25,1%
Poupanças (S) 270,0 12,1%
MOEDA3 (M3) %
Mais: Depósitos a prazo, títulos privados e outros 334,0 14,9%
MOEDA4 (M4) 100,00%
Com base no Quadro anterior, responda apenas se é a declaração é verdadeira (V) ou falsa (F):
21) Noventa por cento dos ativos financeiros do Brasil não tinham liquidez perfeita
22) Um lançamento de Títulos Públicos pelo BACEN irá “enxugar” M1
23) A contratação de um Depósito a Prazo pelo BB com o cliente A não reduz a liquidez perfeita
24) As pessoas demandam moeda por motivo de transação, precaução e especulação
25) Um aumento súbito e grande do Meio Circulante tende a provocar inflação na Economia
26) Hot money é inflação descontrolada ou hiperinflação
27) Dez por cento dos ativos financeiros do Brasil não são quase-moeda
28) Meio circulante inferior às necessidades da economia gera deflação e depressão econômica
29) Coexistência de alta taxa de desemprego (estagnação econômica) com inflação é estagflação
30) Cheque é moeda muito prática, mas o cartão de crédito é melhor
Situação-problema: Estruture o Balanço internacional de Pagamentos do País X no ano Y e em $ bilhões,
conhecidos os seguintes dados de suas transações econômicas internacionais:
1 Outros capitais (líquido) 32
2 Viagens internacionais (líquido) –9
3 Investimentos e re-investimentos de estrangeiros no País 38
4 Empréstimos do País ao Resto do Mundo –15
5 Importações de mercadorias 174
6 Seguros (líquido) –15
7 Serviços governamentais (líquido) –4
8 Transferências unilaterais (líquido) 1
9 Exportações de mercadorias 203
10 Amortizações de empréstimos do País no exterior –10
11 Serviços diversos – Assistência técnica e outros (líquido) –7
72
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
12 Transportes (Fretes) internacionais (líquido) 26
13 Empréstimos de outros governos ao País 6
14 Serviços da dívida externa (juros e dividendos)-- (líquido) –14
15 Erros e omissões 2
Roteiro:
1. Balança Comercial
1.1
1.2
2. Balança de Serviços
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.6
3. Transferências unilaterais
4. Balanço de transações correntes (1 + 2 + 3)
5. Balanço de capitais
5.1
5.2
5.3
5.4
5.5
6. Erros e omissões
7. Déficit (–) ou Superávit (+)
Com base no esquema do Balanço de Pagamentos, responda apenas se é a declaração é verdadeira (V) ou
falsa (F):
31) Os fluxos de entradas e saídas de capitais aumentaram as reservas cambiais em US$ 8 bi
32) O Balanço de Contas (Transações) Correntes foi desfavorável ao País em US$ 49 bi
33) A Balança Comercial foi superavitária em US$ 29 bi
34) O fluxo de entradas e saídas de capitais de risco no País superou Balança Comercial
35) O País ajudou mais o Resto do Mundo do que foi por este ajudado
36) Dá para compreender que o País precisa melhorar muito a sua Balança de Invisíveis (Serviços)
37) As Bolsas do País conseguiram entrada líquida de capitais maior que a de capital de risco
38) O Balanço Internacional de Pagamentos do ano foi superavitário em US$ 8 bi
39) Amortizações são pagamentos da dívida externa
40) O Balanço de Capitais, sozinho, superou a Balança de Serviços em US$ 24 bi
Boa prova!
73
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
Questões:
1. Estamos cada vez mais numerosos. A população mundial em 2010 já é de 6.830.000.000 pessoas
aproximadamente. Considerando que, grosso modo, a população economicamente inativa é 60% da
população total e que a taxa de desocupação é, por hipótese, 13% da população economicamente ativa
mundial, você dirá que há, no mundo e nesta ordem, um desemprego e uma PEA de:
a) 4.098.000.000 e 532.740.000 trabalhadores aproximadamente.
b) 532.740.000 e 2.732.000.000 trabalhadores aproximadamente.
c) 355.160.000 e 4.098.000.000 trabalhadores aproximadamente.
d) 355.160.000 e 2.732.000.000 trabalhadores aproximadamente.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
2. De acordo com um estudo do Banco Mundial (2003), em 2025 quando a população mundial deverá estar
por volta de 7.700.000.000 de seres humanos, a degradação ambiental e a cultura do desperdício de água
vão comprometer a vida de aproximadamente:
a) 5.133.000.000 pessoas.
b) 4.553.000,000 pessoas.
c) 2.567.000.000 pessoas.
d) 2.276.000.000 pessoas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
3. O êxodo rural é fenômeno mundial crescente e vai continuar assim. Cerca de metade da população do
Planeta vive em zonas rurais em 2010, mas 70% da população mundial total de 9.400.000.000 viverão
em cidades em 2050. Por isso, a população mundial rural cairá entre 2010 e 2050:
a) De 6.830.000.000 para 3.850.000.000 pessoas.
b) De 3.415.000.000 para 2.820.000.000 pessoas.
c) De 3.850.000.000 para 2.820.000.000 pessoas.
d) De 4.781.000.000 para 2.310.000.000 pessoas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
4. O lançamento do real, a moeda que pôs um ponto final na hiperinflação e que, ponta de lança do plano
ao qual emprestou seu nome, não fez:
a) O Brasil singrar, com relativa tranquilidade, os mares tempestuosos da crise planetária.
b) Os brasileiros redescobrirem o valor do dinheiro e dos bens e serviços.
c) A economia nacional permanecer um arcabouço nebuloso e arcaico.
d) O padrão de renda e bem-estar de grande maioria dos brasileiros elevar-se.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
5. Fazendo A – intermediários, B – substitutos e C – complementares, você classifica os bens abaixo como:
Lente e armação de óculos,
Filme preto-e-branco e filme colorido,
Fio para o tecelão ou
farinha de trigo para o padeiro, Duas notas de US$ 50,00 e uma nota de US$ 100,00,
Coca-cola e
Pepsi-cola para muita gente, Gasolina e álcool para carro flex,
Jante e pneu da roda de veículo,
Pão e requeijão na mesa de muitos consumidores.
Assim, você dirá que a ordem dessa relação é:
a) C, B, A, B, B, B, A, C.
b) C, B, C, B, A, B, A, C.
c) C, B, A, A, B, B, C, C.
d) C, B, C, B, B, B, C, A.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
6. Num contrato de locação, o locador é aquele que aluga o prédio e o locatário é quem pretende usá-lo.
Fazendo V – Verdadeira e F – Falsa, você classifica as declarações abaixo como:
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Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
As benfeitorias de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, feitas pelo
inquilino no imóvel, não são necessariamente indenizadas pelo locador ao fim do contrato;
Pertenças são bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao
serviço ou ao aformoseamento de outro; Os bens públicos em geral podem ser alienados, observadas
as exigências da lei; Somente os bens públicos de uso comum do povo não estão sujeitos a
usucapião; São úteis as benfeitorias que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore;
As benfeitorias necessárias devem ser custeadas pelo locador; Bens públicos são os de domínio
nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público; Bens particulares são todos os outros,
seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Assim, você dirá que a ordem dessa relação é:
a) V, V, F, F, F, F, V, V
b) V, V, F, V, F, V, F, V
c) V, V, F, F, F, V, V, V
d) V, V, F, F, F, V, F, V
e) Nenhuma das respostas anteriores.
7. Sistemas econômicos podem diferir bastante entre si em função do substrato político, social e legal (superestrutura) sobre que se assentam. Mas qualquer tipo de sistema econômico sempre terá os
seguintes problemas centrais que precisam ser resolvidos:
a) Os fatores de produção: terra, trabalho e capital.
b) Os setores de produção: primário, secundário e terciário.
c) Os mercados, a concorrência, os preços e a interminável busca do equilíbrio.
d) O que produzir? Como e onde produzir? Para quem produzir?
e) Nenhuma das respostas anteriores.
8. O primeiro contato com o funcionamento de um sistema econômico fechado não coloca em realce:
a) A interação livre com outras economias no mundo: exportações e importações de mercadorias e
serviços, capitais internacionais etc.
b) A satisfação das pessoas pelo consumo de bens e serviços necessários ao bem-estar humano.
c) O papel dos agentes, os fatores de produção e as unidades em que eles se organizam.
d) Os setores, o aparelho produtivo, a produção e os fluxos gerados num período de tempo.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
9. Diz a Constituição Federal: “proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito
anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos” (art. 7°, XXXIII). Assim, a partir da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais),
é possível chegar-se ao conceito correto de:
a) Taxa de desemprego ou de desocupação que é o quociente comparativo do montante de pessoas
desocupadas com o total de habitantes da Economia (população).
b) População ocupada são aquelas pessoas compreendidas no PEA, que exercem atividade
remunerada ou mesmo sem remuneração direta, como aquelas denominadas “do lar”.
c) População economicamente inativa que é a parcela da população proibida de exercer trabalho
noturno, perigoso ou insalubre e com menos de 14 anos.
d) População apta empregada que é o mesmo que população economicamente ativa (PEA).
e) Nenhuma das respostas anteriores.
10. O trabalho humano se exerce num contexto econômico que reúne fábricas, estradas, portos, aeroportos,
equipamentos, máquinas, instalações e uma infinidade de outros elementos resultantes do próprio
esforço humano empreendido em épocas passadas, com a finalidade de obter-se mais produtividade e,
por conseguinte, maior produção de bens e serviços para satisfação das necessidades do ser humano.
Tais elementos constituem em sua totalidade:
a) O estoque de capital de que é dotado um sistema econômico, a pluralidade de bens econômicos
utilizados para produzir outros bens e serviços ou simplesmente o capital.
75
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
b) O estoque físico de meios de produção ou o próprio processo produtivo.
c) O estoque de recursos naturais da Economia: o solo, tudo quanto existe sobre ele, o subsolo e as
forças naturais.
d) A pluralidade de empreendimentos públicos e privados votados à produção de serviços básicos,
indispensáveis a quaisquer atividades econômicas de certo porte e complexidade.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
11. O setor primário da Economia engloba as atividades que se exercem próximas à base de recursos
naturais do sistema econômico (agropecuária e extração). O setor secundário reúne as atividades de
transformação dos bens (artesanatos e indústrias). O setor terciário atende às necessidades humanas com
variadíssima gama de “serviços”. A importância relativa dos diversos setores na geração do produto total
da Economia é marcadamente variável. Em geral,
a) O setor secundário é sempre o mais importante economicamente, até porque é o mais capitalizado e
próspero.
b) O setor primário de economia subdesenvolvida emprega muito pouca mão-de-obra e é sempre o
responsável por abrigar o maior contingente de pessoas pobres.
c) O setor terciário em qualquer economia, em que pese ao uso crescente de tecnologia, ainda se
baseia na utilização extensiva e intensiva do fator trabalho.
d) O setor secundário de economia desenvolvida costuma empregar menos trabalho do que setor
primário desse sistema econômico.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
12. O funcionamento das unidades produtoras integradas num conjunto – o aparelho produtivo dos três
setores econômicos – dá origem a:
a) Uma dicotomia básica vigente no processo produtivo entre real e nominal, produto e renda, oferta e
demanda, compras e vendas etc. não necessariamente iguais em direção aos mercados.
b) Uma distribuição de rendimentos para as pessoas (detentoras dos fatores de produção) do sistema,
formando o fluxo da oferta global ou fluxo nominal de bens e serviços.
c) Um fluxo constituído de remunerações pagas aos detentores de fatores produtivos, denominado
renda ou demanda global, e outro constituído de bens e serviços, chamado de produto ou oferta
global – os dois fluxos de valor essencialmente igual.
d) Um fluxo real, também denominado de procura global, constituída de todas as rendas geradas
(aluguéis, salários, juros, royalties, lucros, tributos e depreciação).
e) Nenhuma das respostas anteriores.
13. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:
1ª coluna 2ª coluna
1000 anos até o colapso final do Império Romano do Oriente (1453), quando os
turcos conquistaram Bizâncio: atraso econômico; a terra como base do poder e
produção de subsistência.
Adam Smith e os
Clássicos
Transformações intelectuais, artísticas, religiosas e geográficas. Idade Média
1ª síntese neoclássica: análise marginalista com CMg = RMg = equilíbrio da
firma (lucro máximo). Paul Samuelson
Condenação do modo capitalista de produção: ênfase na justiça distributiva.
Construção da economia de comando central.
Economia social de mercado: diferentes interclasses decorrem de causas
socialmente aceitáveis. Equitatividade, não pleno igualitarismo.
Das Kapital –1867 Formulação do pensamento liberal clássico: conceito de ordem natural e crença
na mão invisível do mercado. Confirmação do laissez-faire.
1ª manifestação científica do pensamento econômico: crença na ordem natural.
A terra é a fonte da riqueza.
Fez grande síntese econômica do que antes eram visões esparsas.
Alfred Marshall Abordagem estruturalista, institucionalista, monetarista e neoliberalista.
2ª síntese neoclássica: coerente painel de equações matemáticas e princípios
lógicos. Intervenção moderada do Estado.
76
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
14. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:
1ª coluna 2ª coluna
Cœteris paribus, a quantidade demandada de um bem ou serviço varia
normalmente na relação inversa do preço do próprio bem ou serviço. F. Lei da procura
Caracteriza-se pela existência de muitos vendedores e um único comprador. G. Economia
Grau de sacrifício feito ao optar-se pela produção (compra) de um bem, em
termos da produção (compra) de outro preterida (sacrificada). H. Economia
coletivista ortodoxa
Não há classes diferenciadas nela. No limite, estabelece-se uma sociedade sem
classes. Todas as unidades familiares têm acesso a todos os mercados e, neles,
têm acesso a todos os produtos.
Ação de pôr à venda produtos a preço muito inferior ao de mercado, para
liquidar e derrotar a concorrência.
I. Utilidade marginal
Ciência social que estuda a administração de recursos escassos entre usos
alternativos e fins competitivos para satisfazer as necessidades humanas.
Cœteris paribus, a quantidade ofertada de um bem ou serviço varia
normalmente na relação direta do preço do próprio bem ou serviço.
Acréscimo de satisfação (ou de utilidade) do consumidor ao adquirir uma
quantidade adicional de bem ou serviço. J. Custo de
oportunidade
Caracteriza-se pelo fato de que as empresas fabricam produtos diferenciados
embora substitutos próximos.
15. Cada estrutura de mercado destaca aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, e se baseia
em hipóteses e realces de características observadas em mercados existentes. Em dois mercados reais A e
B observa-se que:
I – O número de empresas em A nunca é grande, mas em B, sim.
II – Em B, não há barreiras ao ingresso de novas firmas na indústria; mas as barreiras sempre
ocorrem em A.
III –. Em B não há formação de cartéis para controle de preços e quota de produção; tendência que
pode ocorrer em A.
IV – Em A, os produtos podem ser homogêneos ou diferenciados; mas, em B, são diferenciados,
normalmente.
V – Se, em A, os produtos forem diferenciados, a concorrência extrapreço é intensa, o que, em geral,
pode ocorrer em B.
Tais estruturas de mercados são respectivamente:
a) Concorrência imperfeita e monopólio
b) Oligopólio e concorrência imperfeita.
c) Concorrência perfeita e oligopólio
d) Oligopólio e concorrência perfeita.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
16. No diagrama, você ainda tem 6 horas (recursos escassos) para trabalhar e ganhar mais rendimentos. Qual
das afirmativas que seguem é verdadeira?
Diagrama:
77
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
a) Quanto mais tempo você passar prestando assessoria, tanto mais rendimento você ganhará por
hora de prestar assessoria.
b) A taxa de salário que você ganha por hora dando aulas é variável.
c) Para maximizar a renda diária, você teria de prestar assessoria menos tempo e passar mais
tempo dando aulas.
d) Quanto mais tempo você passar dando aulas, tanto mais rendimento você ganhará por hora de
dar aulas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
17. Articulados os fatores produtivos (recursos naturais, trabalho, capital, tecnologia e capacidade
empresarial) no seio das unidades de produção (fazendas, fábricas, escolas, hospitais, bancos, lojas,
agências etc.), tem curso a produção de bens e serviços destinados a atender às variadas solicitações
econômicas da comunidade. Tais produtos são definidos como:
a) Bens de capital quando não satisfazem diretamente as necessidades humanas, mas se empregam
na multiplicação da eficiência do trabalho ou dos recursos naturais.
b) Bens de consumo durável quando se destinam à satisfação indireta das necessidades humanas
no futuro não muito distante.
c) Bens de consumo imediato quando se destinam à satisfação indireta das necessidades atuais ou
presentes do homem.
d) Bens intermediários são bens inacabados que não se prestam para o uso das pessoas físicas e
jurídicas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
18. I – Uma política que desencoraje o tabagismo (“fumar causa câncer”) desloca a curva de demanda de
cigarros para baixo e para a esquerda.
II – Um imposto que aumente o preço dos cigarros resulta em um movimento ao longo da curva de
demanda e redução da quantidade demandada de cigarros.
III – O marketing de uma marca de cigarros visa a deslocar a curva de demanda desse produto para cima
e para a direita.
IV – Variáveis como preços dos cigarros, preços de bens substitutos ou complementares, rendas, gostos,
expectativas e número dos compradores, tudo desloca a curva de demanda de cigarros.
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4 5 6
Re
nd
a
Horas
0
b
d
c
g f
e
1
2 3 4 5
4
6
X = Dar aulas
Y = Prestar assessoria 1
78
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
a) As quatro declarações são verdadeiras.
b) Somente três declarações são verdadeiras.
c) Apenas duas declarações são falsas.
d) Apenas uma declaração é verdadeira.
e) As quatro declarações são falsas.
19. I – Um aumento no preço do açúcar (um insumo) reduz a oferta de sorvete, deslocando a curva de oferta
para esquerda e para cima.
20.
II – Um inverno equilibrado e regular desloca a curva de oferta de gênero alimentício para a direita e
para baixo no Nordeste do Brasil.
III – Um subsídio do governo para o preço do açúcar resulta em movimento ao longo da curva de oferta
de açúcar.
IV – Um aumento nas preferências (gostos) dos consumidores desloca a curva de oferta de açúcar para
cima e para a direita.
a) I e II são falsas.
b) II e III são verdadeiras.
c) I e IV são falsas.
d) III e IV são verdadeiras.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
21. Observe o seguinte quadro:
Preço
($)
Quantidades Receita
Total p Variação
percentual de preço
%
q Variação
percentual de quantidade
%
Elasticidade
p
qE
dp
7,00 0 0
–15 200 13,3
6,00 2 12
–18 67 3,7
5,00 4 20
–22 40 1,8
4,00 6 24
–29 29 1,0
3,00 8 24
–40 22 0,6
2,00 10 20
–67 18 0,3
1,00 12 12
–200 15 0,1
0 14 0
I – Com uma curva de demanda elástica, um aumento no preço provoca uma redução proporcionalmente
maior na quantidade demandada e, assim, a receita total (o preço multiplicado pela quantidade) diminui.
II – Com uma curva de demanda inelástica, um aumento no preço provoca uma diminuição
proporcionalmente menor na quantidade demandada e, assim, a receita total (o preço multiplicado pela
quantidade) aumenta.
III – Se a demanda tem elasticidade unitária (elasticidade-preço da demanda igual a 1), a receita total
permanece constante quando o preço varia.
IV – Embora a inclinação das curvas de demanda lineares seja constante, sua elasticidade não o é porque a
inclinação é a razão entra as variações das duas variáveis (preço e quantidade demandada), ao passo que a
elasticidade é a razão entre as variações percentuais dessas variáveis.
79
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
a) Apenas uma declaração é falsa.
b) As quatro declarações são verdadeiras.
c) Somente três declarações são falsas.
d) Apenas duas declarações são verdadeiras.
e) As quatro declarações são falsas.
Boa prova!
Questões:
1. _________ que Custo ___________ _____________ igualar a __________ (Receita) Marginal, tem-se
o _________ ____________ da firma. A partir desse ponto, pode não haver prejuízo (lucro
____________), mas, com certeza, o lucro será __________.
a) Sempre – Marginal – decrescente – Produção – Lucro – Total – negativo – menor.
b) Sempre – Marginal – crescente – Produto – Ponto – Total – negativo – maior.
c) Sempre – Marginal – decrescente – Produto – Lucro – mínimo – negativo – maior.
d) Sempre – Marginal – crescente – Produto – Lucro – máximo – negativo – menor.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
2. ___________ que __________ ______________ Médio cresce, tem-se Produtividade Média
_________. Quando a Produtividade Média ___________, tem-se ____________ Variável Médio
decrescente e aquela será ___________ quando este for __________.
a) Sempre – Custo – Total – crescente – decresce – Custo – máxima – mínimo.
b) Sempre – Custo – Variável – decrescente – cresce – Custo – máxima – máximo.
c) Sempre – Custo – Variável – decrescente – cresce – Custo – máxima – mínima.
d) Sempre – Custo – Marginal – crescente – cresce – Custo – máxima – mínimo.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
3. Dada uma determinada escala de produção, qual dos custos a seguir é sempre crescente enquanto a
Produção Total cresce?
a) Custo Marginal
b) Custo Total
c) Custo Fixo Total
d) Custo Total Médio
e) Nenhuma das respostas anteriores
4. Dada uma determinada escala de produção, qual dos custos a seguir é sempre decrescente enquanto a
Produção Total cresce?
a) Custo Marginal
b) Custo Total Médio
c) Custo Variável Médio
d) Custo Fixo Médio
e) Nenhuma das respostas anteriores.
5. Situação-problema: Uma firma produz tratores. Seu custo fixo é $ 250 (fatores fixos:
Recursos Naturais, Capital, Tecnologia e Capacidade Empresarial). O fator variável é o
Trabalho ou Mão-de-Obra ($ 90 por dia/homem). Completar o quadro de relações de custos e
produtividades, sabendo que:
80
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
MO = Mão-de-
obra PT = Produção total PMMO = Produtividade média da
mão-de-obra
PMgMG =
Produtividade marginal da MO
CT = Custo total
CFT = Custo fixo
total CVT = Custo variável total
CFM = Custo Fixo Médio
CVM = Custo Variável Médio
CTM = Custo Total
Médio CMg = Custo marginal RT = Receita total = PT
MO
(dia/
ho-mem)
PT
($)
PMMO= PT/MO
($)
PMgMO = ΔPT/ΔMO
($)
CFT
($)
CFM = CFT/PT
($)
CVT
($)
CVM = CVT/PT
($)
CT =
CFT+
CVT ($)
CTM = CT/PT
($)
CMg =
ΔCT/ΔPT =
ΔCVT/ΔP
T ($)
LT =
PT-CT =
RT-CT ($)
Obs.
0 0 - 250 0 - 250 - -250 Prejuízo
320
0,281
1 320 320 250 0,781 90 0,281 340 1,063 -20 Prejuízo
480
0,188
2 800 400 250 0,313 180 0,225 430 0,538 370 Lucro
700
0,129
3 1500 500 250 0,167 270 0,180 520 0,347 980 Lucro
4 1800
5 1950
6 2040 340 250 0,122 540 0,265 790 0,387 1250 Lucro
-80
7 1960 280 250 0,128 630 0,321 880 0,449 1080 Lucro
6. Nessa situação, ao nível da 4ª mão-de-obra empregada, a firma tem Produtividade Média de Mão de
Obra, Custos Fixos Totais, Custos Variáveis Totais, Custos Totais e Lucro Total de respectivamente:
a) $450, $250, $450, $700 e $980
b) $450, $250, $360, $700 e $1190
c) $450, $250, $270, $520 e $980
d) $450, $250, $360, $610 e $1190
e) Nenhuma das respostas anteriores
7. Nessa situação, ao nível da 4ª mão-de-obra empregada, a firma tem Produtividade Marginal de Mão de
Obra, Custos Fixos Médios, Custos Variáveis Médios, Custos Totais Médios e Custos Marginais de
respectivamente:
a) $300, $0,139, $0,200, $0,339 e $0,300
b) $150, $0,250, $0,200, $0,339 e $0,600
c) $300, $0,139, $0,200, $0,360 e $0,300
d) $150, $0,139, $0,180, $0,339 e $0,600
e) Nenhuma das respostas anteriores
8. Nessa situação,
I – O Lucro Total será máximo quando for empregada a 5ª mão de obra.
II – O Lucro Total será máximo ao nível de Produção Total de 2.040 tratores.
III – O Lucro Total será máximo quando for empregada a 6ª mão de obra.
IV – O Lucro Total será máximo se o Custo Marginal crescente igualar a Produtividade Marginal.
a) Há apenas uma assertiva falsa.
b) Há somente duas assertivas verdadeiras.
c) Há apenas uma assertiva verdadeira.
d) Há quatro assertivas falsas.
e) Nenhuma das respostas anteriores
9. Nessa situação, o equilíbrio (melhor nível para a empresa manter a sua produção) acontece quando:
I – A firma emprega a 5ª mão de obra porque o CMg crescente iguala a RMg (ou PMg).
81
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
II – A firma emprega a 6ª mão de obra porque a PT é a mais alta que se tem no esquema.
III – A firma indiferentemente emprega indiferentemente a 5ª ou a 6ª mão de obra porque o lucro é
máximo nos dois casos.
IV – A firma emprega a 3ª mão de obra porque a Produtividade Média da Mão de Obra é máxima.
a) Há apenas uma assertiva falsa.
b) Há somente duas assertivas verdadeiras.
c) Há apenas uma assertiva verdadeira.
d) Há quatro assertivas falsas.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
10. Situação Problema: Conhecendo apenas alguns dados macroeconômicos, complete o seguinte esquema
referente ao ano de 2009, em US$ bilhões:
Denominação Sigla US$ bilhões
PRODUTO INTERNO BRUTO: fluxo de todas as rendas geradas dentro das
fronteiras geográficas do país por nacionais e estrangeiros
PIB
Menos: Rendimentos Líquidos do Exterior: diferença entre a renda recebida do
exterior e a renda enviada ao exterior na forma de lucros, juros, royalties e
pagamentos de assistência técnica, assessorias etc.
±RLE
(120)
PRODUTO NACIONAL BRUTO: rendas que pertencem às pessoas nacionais PNB
Menos: Depreciação ou Investimento de Reposição (Ir) -d=IR (150)
PRODUTO NACIONAL LÍDUIDO a preço de mercado PNLPM 2610
Menos: Tributos Indiretos -TI
Mais: Subsídios Sub 60
PRODUTO NACIONAL LÍQUIDO a custo de fatores ou PNLCF
RENDA NACIONAL = RN
Menos: Contribuições Sociais (INSS, PIS, COFINS etc.) -INSS (400)
Imposto de Renda (e demais tributos diretos) das Pessoas Jurídicas -IRPJ (300)
Lucros retidos ou Poupança Líquida das Empresas -LR=SLE (210)
SOMATÓRIO das remunerações dos fatores produtivos:
A – ALUGUÉIS (Remunerações dos Recursos Naturais ou Terra) 100
w – SALÁRIOS (Remunerações do Trabalho)
J – JUROS (Remunerações do Capital} 190
Ry – ROYALTIES (Remunerações da Tecnologia) 90
L – LUCROS (Remunerações da Capacidade Empresarial) 220
ΣRFP
1500
Mais: Transferências governamentais (aposentadorias, pensões, indenizações etc.) Trans
RENDA PESSOAL RP
Menos: Imposto de Renda (e outros tributos diretos) das Pessoas Físicas -IRPF (300)
RENDA PESSOAL DISPONÍVEL RPD 1600
Menos: CONSUMO DAS FAMÍLIAS -CF (1280)
POUPANÇA DAS FAMÍLIAS SF
Mais: Lucros retidos = Poupança Líquida das Empresas (Sle) LR=SLE
POUPANÇA PRIVADA LÍQUIDA = INVESTIMENTO PRIVADO LÍQUIDO SPL=IPL
Mais: Depreciação = Investimento de Reposição d=IR
POUPANÇA PRIVADA BRUTA = INVESTIMENTO PRIVADO BRUTO SPB=IPB
11. Na hipótese do esquema anterior, a Taxa de Gastos (Custeio + Investimentos) do Governo e a Taxa de
Participação do Fator Trabalho na Economia são respectivamente:
a) 33% e 29%
b) 29% e 32%
c) 29% e 33%
d) 28% e 32%
e) Nenhuma das respostas anteriores.
12. Sabendo-se que o Custeio do Governo corresponde a 92% do que ele arrecada (Carga Tributária) no
exercício, os Investimentos governamentais somam exatamente:
82
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
a) US$ 736.000.000,00
b) US$ 800.000.000,00
c) US$ 1.104.000.000,00
d) US$ 1.200.000.000,00
e) Nenhuma das respostas anteriores
13. Situação-problema: O Quadro que se segue apresenta os Ativos Financeiros do Brasil em bilhões de
reais no final de dezembro de 2008, segundo o Banco Central do Brasil:
Papel-Moeda Emitido (PME) 90,0
Menos: Encaixe das Autoridades Monetárias (EAM)) (10,0)
Papel-Moeda em Circulação (PMC) ou Meio Circulante
Menos: Encaixe dos Bancos Comerciais (EBC) (3,0)
Papel-Moeda em Poder do Público (PMPP) 77,0 3,0%
Mais: Depósitos à Vista do Público (DVP) %
MOEDA1 (M1) – Meios de Pagamento (MP) 240,0 %
Mais: Títulos da Dívida Pública (Federal, Estadual e Municipal) –(TDP) 35,6%
MOEDA2 (M2) 1.165,0 44,8%
Mais: Fundos de Investimentos Financeiros (FIF)* 759,0 %
Poupanças (S) 10,8%
MOEDA3 (M3) 2.204,0 84,7%
Mais: Depósitos a prazo, títulos privados e outros %
MOEDA4 (M4) 2.602,0 100,00%
14. Com base no Quadro anterior, responda apenas se é a declaração é verdadeira (V) ou falsa (F):
Pouco mais de nove por cento dos ativos financeiros do Brasil tinham liquidez perfeita.
Um lançamento de Títulos Públicos pelo BACEN irá “enxugar” M1.
A contratação de um Depósito a Prazo pelo BB com o cliente A não reduz a liquidez perfeita.
As pessoas demandam moeda por motivo de transação, precaução e especulação.
Um aumento súbito e grande de M1 tende a provocar inflação na Economia.
15. Com base no Quadro anterior, responda apenas se é a declaração é verdadeira (V) ou falsa (F):
Hot money é inflação descontrolada ou hiperinflação
Cerca de noventa e um por cento dos ativos financeiros do Brasil eram quase − moeda
Meio Circulante inferior às necessidades da economia gera deflação e depressão econômica.
Coexistência de alta taxa de desemprego (estagnação econômica) com inflação é estagflação
𝐶ℎ𝑒𝑞𝑢𝑒 é moeda muito prática, mas o cartão de crédito é melhor
16. Situação-problema: Estruture o Balanço internacional de Pagamentos do País X no ano Y e em $
bilhões, conhecidos os seguintes dados de suas transações econômicas internacionais:
1 Outros capitais (líquido) 32
2 Viagens internacionais (líquido) –9
3 Investimentos e reinvestimentos de estrangeiros no País 43
83
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
4 Empréstimos do País ao Resto do Mundo –15
5 Importações de mercadorias 174
6 Seguros (líquido) –15
7 Serviços governamentais (líquido) –4
8 Transferências unilaterais (líquido) 1
9 Exportações de mercadorias 203
10 Amortizações de empréstimos ao País pelo Exterior –10
11 Serviços diversos – Assistência técnica e outros (líquido) –7
12 Transportes (Fretes) internacionais (líquido) –26
13 Empréstimos de outros governos ao País 6
14 Serviços da Dívida Externa (juros e encargos)- (líquido) –14
15 Erros e omissões 2
16 Investimentos e reinvestimentos de nacionais no Exterior –5
Balanço Internacional de Pagamentos US$ bi
1. Balança Comercial ____________
1.1 Exportações de mercadorias – FOB
1.2 Importações de mercadorias – FOB
____________
2. Balança de Serviços
2.1 Viagens internacionais (Turismo, estudos e negócios) – Saldo líquido
2.2 Transportes (fretes) internacionais – Saldo líquido
2.3 Seguros – Saldo líquido
2.4 Serviços governamentais (Embaixadas, consulados, tropas etc.) – Saldo líquido
2.5 Serviços da Dívida Externa (Juros e encargos) – Saldo líquido
2.6 Serviços diversos (Assistências técnicas, assessorias etc.) – Saldo líquido
3. Transferências unilaterais (Doações, heranças etc.) – Saldo líquido ____________
4. Balanço de transações correntes (1 + 2 + 3) ____________
5. Balanço de capitais
5.1 Investimentos e reinvestimentos de estrangeiros no País
5.2 Investimentos e reinvestimentos de nacionais no Exterior
5.3 Empréstimos de outros governos ao País
5.4 Empréstimos do País ao Resto do Mundo
5.5 Amortizações de empréstimos ao País pelo Exterior
5.6 Outros capitais – Saldo líquido
6. Erros e omissões – Saldo líquido ____________
7. Déficit (–) ou Superávit (+) ____________
17. Com base nesse Balanço de Pagamentos, dir-se-á que:
I – Os fluxos de entradas e saídas de capitais aumentaram as reservas cambiais em US$ 8 bi
II – O Balanço de Contas (Transações) Correntes foi desfavorável ao País em US$ 49 bi
III – A Balança Comercial foi superavitária em US$ 29 bi.
IV – A entrada de capitais especulativos superou o saldo líquido capitais de risco no País.
a) I, II e III são verdadeiras.
b) II, III e IV são verdadeiras.
c) I, III e IV são verdadeiras.
d) I, II e IV são verdadeiras.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
18. Com base nesse Balanço de Pagamentos, dir-se-á que:
84
Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza
I – O Balanço de Capitais, sozinho, superou a Balança de Serviços em US$ 24 bi.
II – O Balanço Internacional de Pagamentos do ano foi superavitário em US$ 8 bi.
III – O País precisa melhorar muito a sua Balança de Invisíveis (Serviços).
IV – As Bolsas do País conseguiram entrada líquida de capitais maior que a de capital de risco.
a) I, II e III são verdadeiras.
b) II, III e IV são verdadeiras.
c) I, II e IV são verdadeiras.
d) I, III e IV são verdadeiras.
e) Nenhuma das respostas anteriores.
19. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:
1ª coluna 2ª coluna
Sistema econômico em que as questões econômicas fundamentais são
resolvidas pelo mercado. 1. Monetização
Meio circulante bem inferior às necessidades, reduzindo o poder aquisitivo da
população, retraindo o consumo e a produção e estagnando a economia. 2. Balanço Internacional de
Pagamentos Teoria (Keynes) segundo a qual a taxa de juros se ajusta para equilibrar a oferta
e a demanda por moeda.
Bem in natura, em geral de origem agropecuária ou de extração mineral ou
vegetal, produzido em larga escala mundial e com características físicas
homogêneas, destinado ao comércio externo.
3. Economia de mercado
Soma (preços vezes quantidades) de todos os bens e serviços finais produzidos
dentro do território nacional num certo período.
4. Inflação Registro estatístico de todas as transações econômicas realizadas entre os
residentes do país e os residentes do resto do mundo.
Criação de moeda pelos Bancos Comerciais que fazem empréstimos ao
público.
Grave crise econômica: crédito desaparece, desemprego explode, falências se
multiplicam, comércio internacional e investimento encolhem e moeda se
desvaloriza por longo período de tempo. 5. PIB
Diferença: Exportação de mercadorias menos Importação de mercadorias,
podendo ser favorável, equilibrada ou desfavorável
Aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços.
20. Relacione a primeira coluna com as denominações da segunda, quando possível:
1ª coluna 2ª coluna
Registro das atividades produtivas da economia (país), ao longo de certo
período de tempo. 1. Liquidez
Coexistência de uma alta taxa de desemprego com inflação. 2. Risco-Brasil
Avaliação da probabilidade de inadimplência do país para com seus credores
internacionais. 3. Hot Money Selo de qualidade conferido ao país com histórico de administração confiável e
capacidade de honrar plenamente suas dívidas.
A facilidade (rapidez) com que um ativo monetário pode ser convertido em
bens ou serviços.
4. PNB Instrumento financeiro que serve para diluir o risco de um investidor: mais ou
menos como pagar alguém (um especulador) para correr riscos em seu lugar.
Produção (renda) que efetivamente pertence às pessoas nacionais, ainda que
produzida por elas fora do país.
Preço da moeda estrangeira (divisa) em termos da moeda nacional. 5. Contabilidade Nacional
Inflação descontrolada ou hiperinflação.