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Igreja distingue · Recuemos a 12 de setembro de 2006, quando o agora Papa emérito falava na Universidade de Ratisbona, no contexto do regresso à sua Baviera natal, lamentando que

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04 - Editorial: Octávio Carmo06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Opinião: D. Manuel Linda22 - Opinião: António Rego24 - Opinião: José Luis Gonçalves26 - Semana de.. Carlos Borges28 - Dossier Celebrar a Eucaristia

30 - Entrevista Manuel Morujão54 - Multimédia56 - App Pastoral58 - Estante60 - Concílio Vaticano II62 - Agenda64 - Por estes dias66 - Programação Religiosa67 - Minuto Positivo68 - Liturgia72 - Jubileu da Misericórdia74 - Fundação AIS76 - LusoFonias

Foto da capa: Diocese de AveiroFoto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Igreja distingueWalter Osswald[ver+]

Dia Mundial dasMissões 2016[ver+]

Feriado deregresso[ver+]

D. Manuel Linda| António Rego |José Luis Gonçalves | José Silva

Lima | Abílio Araújo |Octávio Carmo |Manuel Barbosa | Paulo Aido | TonyNeves | Fernando Cassola Marques

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A fé na praça pública

Octávio Carmo Agência ECCLESIA

Pode um dos discursos mais ‘diabolizados’ dopontificado de Bento XVI ser uma influência depeso no pontificado do Papa Francisco?Recuemos a 12 de setembro de 2006, quando oagora Papa emérito falava na Universidade deRatisbona, no contexto do regresso à suaBaviera natal, lamentando que a sociedadeocidental cultivasse uma razão “surda” diante dodivino, remetendo a religião para o âmbito da“subcultura”. Fechada ao diálogo, portanto.O tema tem marcado várias das respostas que osucessor de Bento XVI tem dado quandoconfrontado pelos jornalistas sobre os problemasligados ao fundamentalismo religioso, ao diálogoentre culturas e ao papel dos crentes na praçapública.

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Francisco pediu na sua maisrecente entrevista que a laicidadedo Estado seja respeitadora daliberdade religiosa, incluindo aliberdade de exteriorizar a própriafé. Ou seja, que não remeta aconvicção, a fé, para o âmbito doestritamente religioso, masreconheça vez e voz aos crentes,com as posições que a suaconsciência lhes dita. E aqui, maisuma vez, surgiu o tema das“subculturas”, como há tinhaacontecido em viagensinternacionais à Ásia e aos EUA.A posição compreende-se: o terrore o medo criam o pânico, a rejeição,a desconfiança, levam a que opatrimónio das religiões sejaesquecido, diabolizado, como se osvários credos fossem inimigos dahumanidade em vez de referências

da defesa e promoção dadignidade humana, de valoresfundamentais para a convivênciasocial.A voz dos Papas fala por todos oscrentes que não aceitam sercidadãos de segunda e esperamque o mundo não desperdice a suaforça de paz e de amor. A liberdadereligiosa transcende os lugares deculto, a esfera individual, rejeitandoas tentativas de afastar os crentesda esfera pública.O direito de expressão na esferapública passa também peloreconhecimento de feriados, comotem acontecido em Portugal. Oregresso da celebração do Corpode Deus à quinta-feira é uma boanotícia, para mais porque é umafesta com um forte caráter público,de celebração na cidade e com acidade.

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Um ponto vermelho assinala o local onde se terá despenhado oavião Airbus A320-200 da EgyptAir, esta quinta-feira, com 66 pessoas

a bordo

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- “Espero que haja diálogo, uma convergênciade posições que permita aquilo que todosqueremos, as crianças, os jovens, as famílias,os professores, o pessoal docente, as escolas,que é previsibilidade, como é que isto vai ser. Ecerteza, ou seja, estabilidade”, Marcelo Rebelode Sousa, presidente da RepúblicaPortuguesa, sobre o financiamento às escolasprivadas (RTP, 14.05.2016) - “A extrema-esquerda radical geringonçoumesmo a sério”, José Ribeiro e Castro, políticodo CDS, sobre a aprovação no parlamento damaternidade de substituição, mais conhecidacomo “barrigas de aluguer” (Económico,15.052016) - “A República de Abril oferece todas asliberdades, mas esqueceu-se que é necessáriocriar cidadãos, sobretudo através daeducação. Pouco se fez para que a cidadaniaadulta, exigente e participativa existisse”,Ramalho Eanes, antigo presidente daRepública Portuguesa (Público, 16.05.2016) - “Repudiamos este tipo de comportamentos etemos de deixar que as entidades judiciáriasfaçam o seu trabalho. O futebol não é isto enão podemos deixar que manche aquilo quenão é a realidade do futebol português”, PedroProença, presidente da Liga Portuguesa deFutebol, sobre o caso “Jogo Duplo”, deviciação de resultados nas competiçõesnacionais (Mais Futebol, 17.05.2016)

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Prémio Árvore da Vida-Padre ManuelAntunes distingue Walter Osswald

A Igreja Católica atribuiu este ano oPrémio ‘Árvore da Vida - PadreManuel Antunes’ ao médico WalterOsswald, distinção que vai serentregue na 12.ª Jornada Nacionalda Pastoral da Cultura, a 4 dejunho, em Fátima. “Foi uma grandesurpresa,

porque nunca esteve nas minhas projeções vir a receber este prémio,mas também o recebo comcontentamento, ainda que mepareça uma atribuição excessiva,dada a modéstia da minhacontribuição”, declarou ogalardoado ao

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Secretariado Nacional da Pastoralda Cultura (SNPC). O prémio ‘Árvore da Vida - PadreManuel Antunes’ foi instituído pelaIgreja Católica para distinguir “umpercurso ou obra que refletem oHumanismo e a experiência cristã”.Walter Osswald considera que “nãoé possível” que exista conflito entreexistência e fé porque sãorealidades que estão em planosdiferentes. “As ciências naturaisfazem-se na investigação objetiva,com uma realidade concreta,enquanto a fé é um dom de Deus e,ao mesmo tempo, uma conquista dohomem, conquista esta que não secontrapõe à razão, dado que aultrapassa largamente”,acrescentou o médico e especialistaem Bioética.O vencedor da edição de 2016 doPrémio Árvore da Vida mostrou aconvicção pessoal de que aeutanásia não vai ser despenalizadaem Portugal. "Julgo que se trata,sobretudo, de um movimento que éanimado por alguns nomesconhecidos mas que não temsubstrato no sentimentogeneralizado da população", referiuao SNPC.Walter Friedrich Alfred Osswaldnasceu a 20 de setembro de 1928,

no Porto; licenciou-se em Medicina,na Faculdade de Medicina daUniversidade do Porto, em 1951,tendo concluído o doutoramento, namesma instituição, em 1958.As principais áreas de estudo domais recente galardoado com oPrémio ‘Árvore da Vida - PadreManuel Antunes são aFarmacologia, a Terapêutica(ensaios clínicos) e a Bioética queligou a outras áreas como aFilosofia e Direito, no âmbito da qualfoi o primeiro detentor da CátedraUnesco em Portugal.O Secretariado Nacional da Pastoralda Cultura destaca a “dedicação” deWalter Osswald “às causashumanistas” que perpassa “toda asua vida e obra” e do seu percursosalienta também que foi o autor “dosprimeiros manuais” de Bioética e deFarmacologia e Terapêutica, emPortugal.O galardão concedido pelo SNPC eo prémio no valor de 2500 euroscom o patrocínio do Grupo deComunicação Renascença vão serentregues na 12.ª Jornada Nacionalda Pastoral da Cultura, que temcomo tema ‘Cultura e Economia:Implicações e desafios’ e se vairealizar na Casa ‘Domus Carmeli’,em Fátima.

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Mais de 13 mil pessoas recorremmensalmente ao apoio da CáritasMais de 13 mil pessoas estão arecorrer mensalmente ao apoio daCáritas Portuguesa, revela orelatório mais recente daorganização católica, relativo a2015. Segundo dados do Núcleo deObservação Social da CáritasPortuguesa, publicados online, oorganismo registou no último ano161379 atendimentos, mais 771 emrelação ao ano anterior.Um número que permite concluirque, em média, 13448 pessoasrecorrem por mês à ajuda daCáritas. No que toca às famílias,foram atendidas no total 66386, oque perfaz uma média de 5 milagregados por mês.O documento permite concluir que“em 2015 houve uma estabilizaçãonos valores dos atendimentosreportados, após o grandecrescimento verificado em 2014 facea 2013".Quanto às causas para o recursoaos apoios, a Cáritas apontasobretudo problemas relacionadoscom baixos rendimentos, falta decondições para o pagamento debens como a alimentação, a água eo gás. Outras questões registadasapontam para questõesrelacionadas com

a família, com a habitação, com asaúde e a educação.Recorde-se que em 2014, orelatório de atendimentos da Cáritasrevelou um crescimento de 19 porcento nos apoios às famílias; e de15,5 por cento relativamente àspessoas.Sobre a realidade das dioceses, orelatório 2015 destaca Algarve,Coimbra, Viana do Castelo e VilaReal como as regiões queregistaram uma subida maisacentuada no número deatendimentos.Vila Real persiste como a dioceseonde, nos últimos anos, se registouum agravamento mais preocupante,com mais de 22 mil pessoasatendidas, em comparação com ascerca de 3 mil em 2013.

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Escolas particulares tememconsequências de cortes noscontratos de associaçãoA Associação de Estabelecimentosdo Ensino Particular (AEEP) alertouhoje em conferência de imprensapara as consequências financeirase sociais dos cortes previstos peloGoverno nos contratos deassociação, incluindo o desempregode mais de mil professores.António José Sarmento, presidenteda direção da AEEP, lamentou nasua intervenção a falta de “diálogorelevante” sobre os contratos deassociação, tendo sido comunicadauma decisão que implica “374turmas a menos, 9811 alunos semescola, 1026 professores semtrabalho”, custando “31 milhões deeuros em indemnizações”.“Na generalidade dos casos, istosignifica que os colégios nãopoderão iniciar o ano letivo por faltade capacidade, estimando-se oencerramento de 57% destescolégios. Estão efetivamente emcausa mais de 19 mil alunos e 2 milpostos de trabalho”, acrescentou.O diretor-executivo da AEEP,Rodrigo Queirós e Melo, lembrou osprofessores com “20, 25 anos decasa, que, se nada for feito, vãopara o desemprego”.

Paulo Santos, do Movimento deEscolas Privadas com EnsinoPúblico Contratualizado (MEPEPC),afirmou por sua vez que os cortesvão atingir 9800 famílias e “pôr nodesemprego 1026 professores,diretamente”.“Se considerarmos que algumasdestas escolas podem nãoconseguir abrir em setembro, istoserá muitíssimo maior”, advertiu.A secretária de Estado Adjunta e daEducação, Alexandra Leitão,confirmou esta terça-feira quemetade dos colégios com contratosde associação não vão ter maisfinanciamento do Estado para abrirturmas de início de ciclo (5.º, 7.º e10.º ano) já a partir do próximo anolectivo.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosemwww.agencia.ecclesia.pt

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Mais de duas mil pessoas na «Caminhada pela Vida» 2016

Apresentação da Semana da Vida por Elsa Irédio e Ricardo Irédio

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Papa elogia crescente presençafemininana ação missionária

O Papa Francisco saudou a“crescente presença feminina” naação missionária da Igreja Católica,numa mensagem divulgada peloVaticano. “Sinal eloquente do amormaterno de Deus é umaconsiderável e crescente presençafeminina no mundo missionário, aolado da presença

masculina”, refere, na mensagempara o Dia Mundial das Missões2016, que se celebra em outubro.O texto intitulado ‘Igreja missionária,testemunha de misericórdia’assinala que muitas mulheres, leigasou consagradas, estão empenhadasem vários campos da missão,desde

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“o anúncio direto do Evangelho aoserviço sociocaritativo”. “Ao lado daobra evangelizadora e sacramentaldos missionários, aparecem asmulheres e as famílias queentendem, de forma muitas vezesmais adequada, os problemas daspessoas e sabem enfrentá-los demodo oportuno e por vezes inédito”,sublinha o Papa.Francisco elogia, a este respeito,uma acrescida atenção “centradamais nas pessoas do que nasestruturas” e o “cuidado dospobres”, a “capacidade de empatiacom os mais pequenos, osdescartados, os oprimidos”.A mensagem reflete sobre aimportância de apresentar amensagem cristã a quem não aconhece, “num diálogo respeitosopor cada cultura e convicçãoreligiosa”. “Cada povo e cultura temdireito de receber a mensagem desalvação, que é dom de Deus paratodos”, escreve Francisco.

O Papa considera que essaintervenção dos missionários éainda mais necessária em contextosde “injustiças, guerras, criseshumanitárias”. “Os missionáriossabem, por experiência, que oEvangelho do perdão e damisericórdia pode levar alegria ereconciliação, justiça e paz”, explica.A mensagem liga o Dia Mundial dasMissões de 2016 à celebração doJubileu da Misericórdia (dezembro2015-novembro 2016), convidandoos católicos a “levar a mensagem daternura e compaixão de Deus a todaa família humana “.O Dia Mundial das Missões cumpreeste ano o seu 90.º aniversário e oPapa Francisco recorda que asdioceses católicas são chamadas adestinar as ofertas que se recolhemnessa data às “comunidades cristãsnecessitadas de ajuda”.

Todos somos convidados a ‘sair ’, como discípulos missionários, pondocada um a render os seus talentos, a sua criatividade, a sua sabedoria eexperiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus àfamília humana inteira. Em virtude do mandato missionário, a Igreja tem apeito quantos não conhecem o Evangelho, pois deseja que todos sejamsalvos e cheguem a experimentar o amor do Senhor.

Papa Francisco

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Papa saudou crianças órfãs erefugiadas vítimas da guerra naUcrânia

O Papa lançou um apelo à paz naUcrânia, perante um grupo decrianças vítimas da guerra nestepaís que participaram na audiênciapública na Praça de São Pedro.“Saúdo com particular afeto ascrianças ucranianas, órfãos erefugiados por causa do conflitoarmado que ainda persiste no lestedo país”, declarou, numaintervenção posteriormentetraduzida para ucraniano.Pela segunda vez em menos de ummês, Francisco recordou o conflitoque se arrasta desde novembro de2014, em particular no leste daUcrânia, colocando em confrontogrupos separatistas pró-russos

e as forças de Kiev pelo controlo deterritório. “Por intercessão de MariaSantíssima, renovo a minha oraçãopara que se chegue a uma pazduradoura, que possa aliviar apopulação tão provada e ofereçaum futuro sereno às novasgerações”, pediu o Papa.A 24 de abril, Francisco promoveuuma coleta especial em favor dapopulação da Ucrânia, em todas asigrejas católicas da Europa.Desde a queda de ViktorIanukovitch, que tinha decididorenunciar a um acordo comercialcom a União Europeia, a populaçãoda península da Crimeia optou pelasecessão com a Ucrânia e outrasregiões têm manifestado a mesmapretensão.

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«Ignorar o pobre é desprezar Deus»O Papa alertou no Vaticano para anecessidade de ajudar os “pobresda terra”, afirmando que “ignorar opobre é desprezar Deus”. “Ignorar opobre é desprezar Deus, temos deaprender bem isto, ignorar o pobreé desprezar Deus”, insistiu, durantea audiência pública que decorreuesta quarta-feira na Praça de SãoPedro, perante milhares deperegrinos.Dando continuidade ao ciclo decatequeses sobre a misericórdia,Francisco lamentou que “tantagente finja não ver os pobres”.“Para eles, os pobres não existem”,observou.A intervenção ligou a misericórdiade Deus à misericórdia de cadapessoa para com o seu “próximo”.“Quando esta falta, também amisericórdia de Deus não encontraespaço no nosso coração fechado,não pode entrar. Se eu não abrir aporta do meu coração ao pobre,essa porta permanece fechada,mesmo para Deus, e isto é terrível”,declarou.O Papa partiu de uma passagem doEvangelho de São Lucas, na qualJesus apresenta a parábola dohomem rico e do pobre Lázaro, aoqual o rico não prestou atenção.“Nenhum mensageiro e nenhumamensagem poderão substituir

os pobres que encontramos nocaminho, porque neles se encontrao próprio Jesus”, assinalou.Segundo Francisco, a figura deLázaro - que ao contrário do homemrico é tratado pelo seu nome próprio- “representa bem o grito silenciosodos pobres de todos os tempos e acontradição de um mundo cujasimensas riquezas e recursos estãonas mãos de poucos”.O homem abastado retratado naparábola de Jesus, explicou o Papa,viveu “fechado” no seu mundo deluxo, sem ter em conta a lei de Deusou o sofrimento dos próximos. “Serácondenado, portanto, não pelassuas riquezas, mas porque foiincapaz de sentir compaixão porLázaro e de o socorrer”, precisou.

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Mais do que uma reforma, o caminho do Papa é um «processocom muitos riscos» - Andrea Riccardi

Vídeo: Audiência geral (peça do programa de hoje)

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Deus exagerou?

D. Manuel Linda Bispos das Forças Armadas e Forças de Segurança

Creio bem que, por alturas deste tempo deprimavera, nunca passei o Marão –e passei-otantas, tantas vezes…- sem que me surgisse, ládo íntimo, um irreprimível “Louvado seja Deus”,tal o deslumbramento daquela enorme montanhatoda vestida de amarelo pelas giestas floridas.Isso não quer dizer que seja diferente ou maisreligioso que os outros: é simplesmente algo queformatou a minha personalidade desdepequenino.Para além da minha família, para isso muitocontribuiu o “Ti Adriano”, um assalariado queganhava o dia a tratar o nosso quintal. Lembro-me que, um dia, perante a variedade do que eleplantava, devo ter dito qualquer coisa que lhearrancou este comentário: “Nosso Senhor dá-nos tudo. Acho que até nos dá mais do queaquilo que nós precisamos. Menino, olhe estasrosas, tão lindas. E nem sequer precisamosdelas para as comer!”. Para a mente iletradadeste cavador, Deus «exagerou» tanto emquantidade como em beleza.Há uns tempos, rememorei esta lição. Emcompanhia de família amiga, foi-me dadocontemplar

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as colossais ravinascaprichosamente formadas pelalava de um vulcão de milénios emilénios. É um espetáculo decontemplar de boca aberta. Porisso, esse miradouro enche-sediariamente de legiões de turistasque, de câmara na mão, intentamfixar, para consumo privado, abeleza que Deus lá colocou. Pois asduas filhas do casal, umaadolescente e outra pouco mais,nem sequer quiseram sair do carro,agarradas como estavam àsmensagens do telemóvel. Tão-pouco a ideia de uma «selfie»,sugerida pelo pai, foi capaz de asdemover.De seguida, visitamos uma estufade cactos, que um «poeta» cultivacom o esmero com que se educaum filho. Novo assombro: nãoimaginava tantas variedades, desdeverdadeiras árvores até minúsculascriaturas. E de formas, cores, florestão distintas e tão belas! Mas paraas meninas, isso era «músicacelestial» na qual os seus

ouvidos não estavam interessados.E fiquei a pensar nisto. Para osteólogos mais clássicos, a via dabeleza é uma das grandes formasde acesso a Deus. Pelo menos,obriga a pôr a questão sobre aorigem do que existe. E, destequestionar, nasce a religião. E hoje?Numa sociedade que se divorciouda natureza e se refugia no quartoperante o pequeno ecrã de umtelemóvel, como gerar a admiraçãoque abre para um Ser superior? Éque os fios que trazem a eletricidadeque sustem a cultura das nossascrianças e adolescentes continuama ter duas pontas. Mas se umachega até à pessoa, não me contaque a outra ligue diretamente aDeus…Entretanto, continuo a crer, comoinsinuava o Ti Adriano, que Deusexagerou na sua obra. Mas, agora,dou-me conta de mais: a plenitudeda beleza, a criação maisespantosa, é a sua e nossa Mãe,Maria de Nazaré.

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O diálogo, o debate e o conflito

Cónego António Rego

Umberto Eco conta na “construção do inimigo”que um taxista paquistanês lhe perguntou quaiseram os inimigos de Itália e ele respondeu que aItália não tinha inimigos, não estava em guerra.Já depois de sair do taxi, Eco reparou que nãotinha respondido bem. Havia duras rivalidadesentre cidades, regiões, quezílias históricas nãoresolvidas e uma série de conflitos acumuladosque não se dirimiam com exércitos clássicos earmas convencionais mas que em paz nãoestavam.E por aí diante. Esta invenção do inimigo no serhumano parece universal, histórica e permanenteapesar de se celebrar o dia da paz, se dar oabraço da paz, se rezar e cantar votos e pedidosde paz e todos se reconhecerem comoportadores de paz.Entrando no nosso terreno, somosdeclaradamente um país pacífico que os turistasadoram. Mas a noite causa cada vez mais medo,as casas isoladas são perigosas, as janelas emmuitos sítios parecem cadeias para não deixarentrar os ladrões, as notícias de violência abreme fecham os jornais e telejornais, as estatísticasde agressões domésticas e na rua dão-nos umasensação de insegurança e sobretudo a noçãode que isto não tem cura e que caminhamos parauma sociedade que é menos comunidade, quese diz mais livre mas na prática parece maislibertina e sem regras de convivência. Até onosso sol nos castiga por escassez ou excessoe qualquer coisa corre mal nesta máquinacomplexa que é a sociedade dos nossos diasque proclama imensos valores mas vai deixandoque

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o espetáculo do terror ocupe oprimeiro plano das nossas vidas.Podemos descer dois ou trêsdegraus e perguntar nosconsiderandos no conflito semsangue mas cheio de violência nascomunicações digitais, nos blogues,nas redes sociais, nos comentários,nas participações em direto da rádioou televisão, para não falarmos daquase necessidade do conflitoverbal nos partidos políticos, nosdiscursos vistos e ouvidos naassembleia, onde o argumento queesmaga o adversário ou a sua ideiaé o mais vistoso e querido. Para nãofalar das raivas que se vomitam nosgritos dos estádios, catarse deproblemas pessoais nãoresolvidos.(Também é verdade queem muitas matérias somos quaseangélicos em comparação com oque sabemos lá de fora!!)Por exagero se dirá que podemosviver sem pão mas não semcirco.Dirão os psicólogos que oconflito faz parte do nosso instintode defesa e torna estimulante a vidasocial que seria morna e sufocadasem tempero

do diálogo quente, o debate frontale duro e até ao conflito declaradosujeito às regras da civilização.Olhando este todo e colocando aolado da proposta do Evangelho e dadoutrina da Igreja parece estarmosperante um contraste arrepiante querealça a função dos cristãos comoportadores de pacificação. Masolhando para dento precisamos enfrentar o quanto de conflito semdebate nem diálogo pode existirdentro das Igrejas, duma formalimada, quase aristocrática mas nãomenos isenta de intriga eintolerância, em língua afiada comoespada, o que tão fortemente temsido denunciado pelo PapaFrancisco como uma facada nocoração da caridade. Por issotambém nos diz respeito ainterpelação da invenção do inimigosubtilmente cultivada por aquelesque são por essência portadores dapaz – os cristãos. Podem convivercristãmente o diálogo e o debatesem obrigação de se converteremem conflito.

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Educação: os impasses de semprenesta conjuntura exigemcompromissos

José Luís Gonçalves Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti

O conflito que foi politicamente aberto naeducação com a cessação abrupta de uma boaparte dos contratos de associação que o Estadolivremente celebrou com algumas escolas nãoestatais trouxe de volta fantasmas ideológicosadormecidos, agora sob pretexto de argumentosde natureza legal e de racionalidade económica.Este conflito dá-se numa conjuntura de fatoressociodemográficos, financeiros, políticos eculturais recentes: o declínio demográficoacentuado - há menos crianças, logo haverámenos escolas; os fenómenos aparentementecontraditórios entre concentração e mobilidadeurbana – o local de residência e de trabalho nãocoincidem; a necessidade de justificarpoliticamente o investimento financeiro feito emescolas e o agrupamento destas emorganizações descaracterizadas; a pressãointernacional que enfrentamos para baixarpercentagens ainda elevadas de absentismo ede insucesso escolar e melhorar asperformances nas estatísticas internacionais; anecessidade de as escolas se diferenciarempositivamente umas das outras para seremescolhidas pelas famílias - tal como acontececom as escolas privadas, as escolas estatais deum mesmo território já competem entre si poralunos; a inspiração capitalista e elitista queembasa algumas escolas privadas quando semovem na educação como se de um qualqueroutro “mercado” se tratasse…

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A discussão em curso não rarasvezes esquece os seus verdadeirosprotagonistas - as crianças (alunos)e as suas famílias - e a razão de serconstitucional do sistema educativo– garantir a liberdade de aprender eensinar (art.º 43.º) e o direitouniversal ao ensino e à igualdadede oportunidades de acesso e desucesso escolar (art.º 74.º). Napersecução destas finalidades, aspolíticas de educação devemobservar os princípiosconstitucionais da solidariedade(nenhuma criança pode ser deixadade fora) e da subsidiariedade (oEstado não deve substituir-se,antes, deve apoiar quem prestaserviço público de educação - art.º6º).Na ótica da superação do impasseem que, mais uma vez, nosencontramos, talvez valha a penapropor duas ideias-âncora à voltadas quais poderia ser

possível estabelecer um diálogofecundo entre todas as partesenvolvidas: a) criar redes de escolasque prestam «serviço público deeducação» (não confundir comescola pública/estatal - todas sãobem vindas); b) estabelecercontratos de autonomia-confiança-compromisso entre estas escolas,as famílias e as comunidades locaisque perseguem efetivamente o«bem público» da educação.Introduz-se, por esta via, liberdadede escolha, deixando que sejam asfamílias a optar pela escola com omelhor projeto educativo para osseus filhos, assegurando-se, emtodo o caso, o acesso acrianças/famílias com condiçõesespeciais de vulnerabilidade(exclusão, insucesso, NEE).

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«Isto é um Toledo»…

Carlos Borges Agência ECCLESIA

Não sei se a “expressão” «isto é um Toledo»existe na gíria popular nacional para algoespetacular mas surgiu no meu vocabulárioporque aproveitei uma folga para ir a Espanha,uma visita relâmpago, de reconhecimento, porSalamanca, Segóvia, Madrid e Toledo.Toledo, a cidade espanhola Património daHumanidade (1986) da UNESCO (Organizaçãodas Nações Unidas para a Educação, Ciência eCultura), transpira história. Foi muito bemrecomendada e é, indiscutivelmente, melhor aovivo e a cores. Realmente foi “um toledo”, se issode alguma forma significar, como para nós,espetacular, grandiosa, entusiasmante, onde,mesmo com chuva, apetece visitar tudo nacidade das três religiões – cristianismo, Islão ejudaísmo - sinagogas, mesquitas, igrejas,conventos, praças e casas.Sabiam que a igreja de Santo Tomé, onde estáo famoso ‘O Enterro do Conde de Orgaz’do pintor grego ‘El Greco’, tem uma

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imagem de Nossa Senhora deFátima, como em muitos outroslugares do mundo, e que tambémsai nas procissões.Como hoje é Dia Internacional dosMuseus (quando escrevo esteartigo) não posso deixar de recordardeliciado a Catedral de Madrid, deSanta Maria a Real de Almudena. 6€dá acesso ao museu e a subir àcúpula de onde se vê a capitalespanhola toda, ou quase. Um valorirrisório porque, para além dopatrimónio histórico, pode-secontemplar e ficar de boca abertacom as obras do padre jesuítaMarko Rupnik na Sala Capitular ena Sacristia maior. [O sacerdoteesloveno é também o autordo painel de 500 metros quadradosem ouro e terracota da Basílica daSantíssima Trindade, em Fátima.] O Dia Internacional dos

Museus já passou mas este sábado,dia 21, assinala-se a Noite dosMuseus. Se Espanha fica longe porcá os espaços da Direção-Geral doPatrimónio Cultural (DGPC) têmentrada livre e amanhã vão estarabertos a partir das 17h30.Esta semana ficou marcada pelaconquista do 35.º campeonatonacional de futebol pelo SportLisboa e Benfica, tambémcarinhosamente conhecido por‘Glorioso’. Mas, antes que perca ofio à meada, o Museu Benfica –Cosme Damião dos tricampeõesnacionais também se associou àNoite Europeia dos Museus e“promete muita animação” estesábado, entre as 18h00 e as 24h00.“A entrada é gratuita para todos osvisitantes”. Acho que já tenhoprograma para depois do trabalho,certamente, «vai ser um Toledo».

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O Dia Internacional dos

O Dia Internacional dos

Originária do século XIII, a solenidade do Corpo e Sangue deCristo começou a ser celebrada em 1246 na cidade de Liège,na atual Bélgica. Inicialmente, a celebração assumiu-se comouma resposta a determinadas posições que colocavam emcausa a presença real de Cristo na Eucaristia e terá chegadoa Portugal no final do século XIII, adotando progressivamentea denominação de Festa de Corpo de Deus.A afirmação desta festa coincidiu com o auge da sociedade decristandade no Ocidente. Hoje, após um interregno no feriadonacional, pode voltar a ser celebrada em Portugal na quinta-feira. As tradições e o sentido da celebração estão emdestaque neste dossier, que alarga o olhar sobre aimportância da devoção eucarística e o congresso nacionalsobre o tema, que Fátima vai acolher no mês de junho.

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Viver a Eucaristia, fonte demisericórdia

A Igreja Católica em Portugal vai viver o seu Congresso EucarísticoNacional(CEN) com o tema «Viver a Eucaristia, fonte de misericórdia». Oencontro realiza-se entre 10 e 12 de junho em Fátima, no âmbito doJubileu da Misericórdia e do Centenário das Aparições em Fátima, eespera-se mais de “meio milhar” de congressistas.O padre jesuíta Manuel Morujão, que coordenada a pedido daConferência Episcopal Portuguesa (CEP) o grupo promotor do CEN,em entrevista à Agência ECCLESIA, assinala que a importância daEucaristia na vida de um fiel cristão “é central e essencial, muitosimplesmente porque a Eucaristia é Cristo”.As entidades promotoras do Congresso Eucarístico Nacional 2016são a CEP, representada pelo seu secretário e porta-voz, padreManuel Barbosa; o Santuário de Fátima, representado pelo vice-reitor, o padre Vítor Coutinho, e pelo diretor do Serviço de Liturgia,padre Sérgio Henriques, e o Secretariado Nacional do Apostolado daOração, pelo seu diretor o padre António Valério.

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Agência Ecclesia (AE) – Importânciado Congresso Eucarístico Nacionalpara os agentes pastorais e demaispessoas a quem cheguem as suasreflexões?Padre Manuel Morujão (MM) – AEucaristia, como afirma o ConcílioVaticano II, é «o centro e o cume detoda a vida cristã». Um CongressoEucarístico pretende ser uma ajuda,através de celebrações e doaprofundamento de certos temas,para que a Eucaristia tenha adevida importância na vida doscristãos e especialmente de todosos agentes de pastoral, sejamsacerdotes ou leigos. AE – Como foi preparado oprograma. O que é que aorganização privilegiou: Temas, osintervenientes e porquê a suaescolha?MM – A organização privilegioutemas relacionados com o AnoJubilar da Misericórdia e com amensagem de Fátima. Com o AnoSanto da Misericórdia, porquejulgamos ter sido providencial que oPapa Francisco tenha convocado aIgreja para esta celebração.

Os noticiários bombardeiam-noscom histórias de impiedosa anti-misericórdia e os cristãos no mundodevem ser luz na escuridão dafalta de misericórdia: terrorismos eguerras, escravidões e tráfico depessoas, violência doméstica e derua, ódios clubísticos, ideológicos eaté religiosos. Por outro lado,estamos entrando no centenário dasaparições de Fátima, que aliás têmuma mensagem muito centrada namisericórdia de Deus. AE – Qual a importância daEucaristia na vida dos fiéis?MM – A importância da Eucaristia navida de um fiel cristão é central eessencial, muito simplesmenteporque a Eucaristia é Cristo. AEucaristia não é uma santíssimacoisa ou uma preciosa relíquia, maso próprio Cristo que viveu cerca de33 anos no mistério da suaencarnação humana.Costumo aproveitar a fórmula dotradicional juramento para afirmarneste contexto: a Eucaristia é Cristo,só Cristo, todo o Cristo e nada maisdo

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que Cristo. Portanto, não podemosser cristãos não eucarísticos, poisisso seria uma contradição.A celebração e comunhãoeucarística devem levar-nos a umaidentificação com o estilo de vida deCristo, que viveu para amar e servircomeçando

pelos que mais precisavam: pobres,doentes, pecadores, marginalizados.O Cristo que celebramos erecebemos na Eucaristia é pois«fonte de misericórdia», de amor eserviço, como explicita o tema geraldeste congresso.

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AE – O Congresso EucarísticoNacional realiza-se no âmbito doJubileu da Misericórdia e doCentenário das Aparições emFátima (100 anos da aparição doanjo aos pastorinhos). Como é queos dois acontecimentos estãopresentes no congresso? (Desdelogo têm visibilidade no tema e nocartaz.).MM – A ligação entre os doisacontecimentos é espontânea enatural. A Eucaristia representa, ouseja, torna presente, o ato supremoda misericórdia de Deus que dá avida por nós na cruz do calvário.O Papa João Paulo II, na sua últimaEncíclica que foi sobre a Eucaristia,tem uma exclamação que me ficouna memória: «Mistério grande,mistério de misericórdia! Que maispoderia ter feito Jesus por nós?!».Na 3.ª aparição do anjo aospastorinhos de Fátima, no outonode 1916, este apresentou-se com ocálix e a hóstia, que depois lhes deua comungar, ensinando-lhes umaoração vincadamente trinitária eeucarística. Também as apariçõesde Nossa Senhora, em 1917, têmuma

clara vertente eucarística, tornandoos pastorinhos devotos daEucaristia: «Meu Deu, meu Deus, euvos amo no SantíssimoSacramento» (exclamação dospastorinhos, logo na 1.ª aparição de13 de maio). A última aparição, que nos relataLúcia nas suas memórias, deu-se a13 de junho de 1929, em Tuy, nacasa das Irmãs Doroteias, numcontexto eucarístico e mariano, emque tudo se resume nas letras queapareceram, qual legenda destequadro: «Graça e Misericórdia». Otema da Eucaristia e da Misericórdiafazem parte do núcleo central damensagem de Fátima.

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AE – Querem promover umacampanha de recolha/doação desangue. Porquê este gestoconcreto? Como surgiu estainiciativa e como é que se vairealizar?MM – «Dar sangue é dar vida» éum pertinente refrão de campanhasde doação de sangue. Na Eucaristiacelebra-se a doação da vida deJesus, por inteiro e até ao fim,derramando o seu sangue pelasalvação da humanidade. Por isso,o cristão deve ser particularmentesensível à necessidade da doaçãode sangue, muitas vezes urgente epremente, que experimentam oshospitais e centros de saúde paraas necessárias transfusões.É uma obra de misericórdia que sedeve promover, pois todos um diapoderemos ter necessidade de umatransfusão de sangue. O modo derealização desta campanha serámotivando as pessoas à doação desangue próprio (para quem o podefazer) ou inspirando outros(familiares e amigos) a que o façam.Dar-se-ão indicações práticas doscentros aos quais se dirigir com afinalidade de oferecer vida pelosangue.

AE – Que importância tem/assumeeste encontro nacional no processode renovação pastoral em curso?MM – A renovação pastoral dá-sepor pequenos passos e não é frutode solenes decretos reais,pontifícios ou episcopais. Arenovação pastoral precisa deorientações, programas, estratégiase planos. Mas isto é só o corpo darenovação. Para que o corpo darenovação funcione e seja fonte devida é necessária a alma que vempela oração, pelos sacramentos e,de um modo muito especial, pelaEucaristia, onde encontramos Cristoreal e vivo, em primeira pessoa, quese nos dá em alimento.Facilmente se cai na conta, mesmosem fé, do bem que a Igreja faz nassuas múltiplas obras sociais. Mas omotor que faz movimentar toda aação benéfica da Igreja vem deCristo que a inspira e anima. Vem-me uma expressão, imperfeita erude, mas que pode dar alguma luz:a Igreja funciona pelo carburante daEucaristia, que é Cristo.

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AE – Estamos a menos de um mêsdo início do Congresso EucarísticoNacional 2016. Como está a ser aadesão, qual o número deinscrições?MM – Já estão inscritas algumascentenas de pessoas. Os serviçosdo Santuário de Fátima, que estãoencarregados de receber asinscrições, dizem-nos que oscongressistas ultrapassarão o meiomilhar. Os próprios bispos quiseramdar o exemplo, assumindo estecongresso como as suas jornadaspastorais do presente ano.

AE – A Conferência EpiscopalPortuguesa já promoveu trêscongressos eucarísticos – 1924;1974 e 1999. Que caminho fez aIgreja Católica em Portugal desde ogrande Jubileu do Ano 2000?MM – A preparação, com váriasfases muito bem estruturadas, e arealização do grande Jubileu do ano2000, deu um grande impulso àIgreja católica para entrar comdinamismo no novo milénio.Todas as dioceses têm os seusplanos pastorais e não têm faltado

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iniciativas de dinamização espiritual,sacramental e social. Masseguramente que há ainda muitocaminho a percorrer paraconcretizar o que o Papa JoãoPaulo II chamou de «fantasia dacaridade», com criatividadepastoral.Precisamos de nos formatar como«Igreja em saída», saindo aoencontro dos que precisam dasboas notícias do evangelho daalegria, como nos pede o PapaFrancisco, o Papa da misericórdia. AE – A reposição dos feriadosreligiosos e civis suspensos em2012 permite que este ano, já nodia 26 de maio, se assinale aSolenidade do Santíssimo Corpo eSangue de Cristo - Corpo de Deus –na sua data específica, uma quinta-feira e 60 dias depois da Páscoa.Que significado tem a suacelebração voltar às ruas no seu dialitúrgico?MM – Esta solenidade remonta jáaos meados do século XIII,realçando que a Eucaristia é ocentro da vida da Igreja, porque é opróprio Cristo. O nosso povo chamaà solenidade do Santíssimo Corpo eSangue de Cristo a festa do Corpode Deus, porque Deus encarnou na

nossa humanidade, fazendo-se umde nós, demonstrando até queextremo chega o amor de Deus pornós, pela nossa humanidade.A Eucaristia atualiza o mistério daencarnação, cumprindo assim Jesusa sua promessa de ficar convoscoaté à consumação dos séculos. Estacelebração costuma ser assinaladacom procissões, manifestando assimos cristãos a sua fé, expondopublicamente como que o tesouroou a joia da coroa da sua fé que éCristo, que se faz pão da nossafome mais profunda.O facto de esta festa voltar a sercelebrada numa quinta-feira, dia dasemana em que foi instituída aEucaristia, dá-lhe uma importânciaparticular, pois não se trata de maisuma festa dominical, valorizandoassim Cristo eucarístico, centro danossa fé e vida.

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IV Congresso Eucarístico NacionalA Conferência EpiscopalPortuguesa, o Santuário de Fátimae o Apostolado da Oração- Rede deOração Mundial de Oração do Papapromovem o IV CongressoEucarístico Nacional, que se realizade 10 a 12 de junho, em Fátima.A iniciativa, integrada nascelebrações do centenário dasAparições de Fátima, tem comotema “Viver a Eucaristia, fonte deMisericórdia” e é um momentoprivilegiado para os participantesaprofundarem a riqueza deste anoJubilar, na sua relação com aEucaristia e a Mensagem de Fátima.Entre os oradores estão o prefeitoda Congregação para os Institutosde Vida Consagrada, e asSociedades de Vida Apostólica, ocardeal brasileiro D. João Braz deAviz; o presidente do ComitéPontifício para os CongressosEucarísticos Internacionais, oarcebispo italiano D. Piero Marini; obispo de Lamego, D. António Couto;a postuladora da Causa daCanonização dos Pastorinhos deFátima, irmã Ângela Coelho; oprofessor José Eduardo Borges dePinho, da Universidade CatólicaPortuguesa e o reitor do Santuáriode Nossa Senhora da Conceição deVila Viçosa, padre Francisco Couto.

O Programa para além deconferências inclui tambémmomentos celebrativos e culturais.É a primeira vez que este Congressose realiza em Fátima, o que segundoa organização se deve ao facto daMensagem de Fátima estarintimamente ligada à Eucaristia,tanto no que diz respeito àsaparições do Anjo, em 1916, quer àsde Nossa Senhora em 1917 edepois em Pontevedra (1925-1926)e em Tuy (1927-1929), em Espanha.A sessão de abertura contará com apresença do Cardeal Patriarca deLisboa, D. Manuel Clemente e doBispo de Leiria-Fátima, D. AntónioMarto.O programa, do Congresso começacom uma celebração integrada naperegrinação Anual das Crianças,na esplanada do Santuário, às11h00do dia 10 de junho. As inscrições, acargo do Santuário de Fátimapodem ser efetuadas aqui ouatravés doemail [email protected] Programa completo

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Festa com raízes medievais volta aser feriado em Portugal

Os portugueses vão voltar acelebrar à quinta-feira, em dia deferiado nacional, a solenidadelitúrgica do Santíssimo Corpo eSangue de Cristo, conhecidapopularmente como Corpo de Deus,uma celebração com raízesmedievais.Desde o século XII, quase não háem Portugal cidade ou lugar queprescinda da celebração da festa doCorpo de Deus, invocadora do"triunfo do amor de Cristo peloSantíssimo Sacramento daEucaristia".

A Solenidade Litúrgica do Corpo eSangue de Cristo, conhecidapopularmente como "Corpo deDeus", começou a ser celebrada hámais de sete séculos e meio, em1246, na cidade de Liège, na atualBélgica, tendo sido alargada à Igrejalatina pelo Papa Urbano IV atravésda bula "Transiturus", em 1264,dotando-a de missa e ofíciopróprios.Na origem, a solenidade constituíauma resposta a heresias quecolocavam em causa a presençareal de Cristo na Eucaristia, tendo-se afirmado também como ocoroamento de um movimento dedevoção ao Santíssimo Sacramento.Teria chegado a Portugalprovavelmente nos finais do séculoXIII e tomou a denominação deFesta de

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Corpo de Deus, embora o mistério ea festa da Eucaristia seja o Corpode Cristo. Esta exultação popular àEucaristia é manifestada no 60° diaapós a Páscoa e forçosamente auma quinta-feira, fazendo assim aunião íntima com a Última Ceia deQuinta-feira Santa.Em 1311 e em 1317 foi novamenterecomendada pelo Concílio deVienne (França) e pelo Papa JoãoXXII, respetivamente. Só durante aIdade Média se regista, noOcidente, um culto dirigido maisdeliberadamente à presençaeucarística, dando maior relevo àadoração.No século XII é introduzido um novorito na celebração da Missa: aelevação da hóstia consagrada, nomomento da consagração. Noséculo XIII, a adoração da hóstiadesenvolve-se fora da missa eaumenta a afluência popular àprocissão do SantíssimoSacramento. A procissão do Corpoe Sangue de Cristo é, nestecontexto, a última da série, mas como passar dos anos tornou-se a maisimportante.

Do desejo primitivo de "ver a hóstia"passou-se para uma festa darealeza de Cristo, na "Christianitas"medieval, em que a presença doSenhor bendiz a cidade e oshomens.A "comemoração mais célebre esolene do Sacramento memorial daMissa" (Urbano IV) recebeu váriasdenominações ao longo dosséculos: festa do Santíssimo Corpode Nosso Senhor Jesus Cristo; festada Eucaristia; festa do Corpo deCristo. Hoje denomina-se solenidadedo Corpo e Sangue de Cristo, tendopraticamente desaparecido a festalitúrgica do "Preciosíssimo Sangue",a 1 de julho.A procissão com o SantíssimoSacramento é recomendada peloCódigo de Direito Canónico, no qualse refere que "onde, a juízo doBispo diocesano, for possível, paratestemunhar publicamente aveneração para com a santíssimaEucaristia faça-se uma procissãopelas vias públicas, sobretudo nasolenidade do Corpo e Sangue deCristo" (cân 944, §1).

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Corpo de Deus e o regresso dosferiados

No debate dos feriados, foifrequente ouvir quem estranhassehaver mais feriados religiosos doque civis. É normal que assim seja.Todos os países que estudei têmmais feriados religiosos do que civis.Não resulta de qualquerconfessionalidade, mas da próprianatureza das coisas.Na origem, os feriados eramreligiosos. Um feriado não é um diade folga; mas uma celebraçãofestiva que envolve toda asociedade e, mercê desteenvolvimento geral, se impõe

ao Estado. É assim com festascristãs nos países da nossa cultura.O mesmo acontece com as festasjudaicas em Israel ou asmuçulmanas nos países islâmicos.Só com a formação do modernoEstado nacional, surgiram osferiados civis: curiosamente, oEstado como que copiou o modoreligioso, buscando “religar” toda anação em torno de grandes valorescolectivos, ancorados em datas ouacontecimentos: a paz, a liberdade,o trabalho, a independência, etc.

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Agora, voltam o Corpo de Deus e,mais adiante, Todos-os-Santos, quenunca deveriam ter sidointerrompidos. No plano civil, voltamtambém o 5 de Outubro e o 1º deDezembro, por que tanto me bati.Creio que a luta pelo 1º deDezembro serviu de tractor para oregresso de todas as datassuprimidas – esse era também opropósito do movimento. Oinconformismo contra a eliminaçãodo feriado da independêncianacional poria em crise o disparatecometido e levaria à sua correcçãoglobal logo que mudasse o ciclopolítico. Foi o que aconteceu.Não se pense, porém, que osferiados haviam apenas sido“suspensos” – foram eliminados.Basta ler a lei, agora afastada. Éfacto que o Governo fez um acordocom a Santa Sé em que previaapenas a suspensão; mas o acordofoi logo violado e a lei publicada em2012 estipulou a eliminação pura esimples. Reagi fortemente contraisso – e denunciei

o caso. Daí, resultou uma revisãoda lei em 2013 para aproximar ascoisas do acordo celebrado. A leipassou a contemplar uma“reavaliação da eliminação” até2017,o que obviamente não é omesmo que uma suspensão.Acabou, finalmente, a lamentávelembrulhada; e temos de volta osnossos feriados e, com estes, acomemoração dos valores querepresentam.No 1º de Dezembro, sei que a lutatravada revigorou o espírito, aalegria e a projecção da festa daindependência nacional. Que omesmo aconteça com as festas doCorpo de Deus e de Todos-os-Santos. Um feriado não é um dia defolga. É dia para celebrarmos, emcomunidade e com os nossos, oespírito que nos importa.Só de nós depende fazer mais fortesestas festas – e, assim, impedir quemais alguém venha outra vez aquerer suprimi-las.

José Ribeiro e Castro

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Corpo de Deus: um caso de religião ede liberdade religiosaO Corpo de Deus é a festa daincarnação e da eucarístia. É a maisespecificamente religiosa de todasas festas católicas: o Natal é osolstício de Inverno e a Família, aPáscoa é o novo ano. como namamã judaica. Em Portugal, o Corpo de Deus eraferiado nacional praticante. Ogoverno resolveu sacrificá-lo ànecessidade de trabalharmos maishoras, para vencer a crise nacional,e a Igreja Católica aceitou essaviolação da liberdade religiosa sobprotesto e atendento às condições.O Corpo de Deus é hoje um feriadonão praticante. A sua suspensão foisuspensa este ano. Como será napróxima crise financeira? Devemosagir: está em causa um aspeto tãodesconhecido e tão central docristianismo. Que ações devemostomar para evitarmos novasuspensão? A primeira ação é institucional: oGoverno e os partidos políticosdevem ser confrontados com asuspensão do feriado do Corpo deDeus e à

inerente perturbação da liberdadereligiosa: o catolicismo devecontrontar publicamente asinstituições estatais com a obrigaçãode elas declararem que só aboliramo feriado porque estavam a issocoatas. Devem ser convidados aesclarecer em que condicionalismorestabelecerão o feriado. Esseconvite deve ser frequente e nãoapenas na necessária carpidaçãoanual quando nos lembramos que oferiado foi suspenso. A segunda ação é religiosa: aolongo do ano litúrgico, a Igreja devecomemorar e informar os crentessobre o significado do Corpo deDeus,incarnação e eucarístia, essemistério terrível e central. A terceira ação é prática: ocatolicismo deve apresentarpropostas concretas para manter aprática do Corpo de Deus,melhorando a liberdade religiosa emantendo a questão na agendapública, um plano B para umaeventual nova crise financeirqa. Emmuitas cidades, uma das quaisLisboa, a festa estava viva. Para oevitar,

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compete ao catolicismo apresentarpropostas concretas e exequíveis: oGoverno deve ser convidado a dartolerância de ponto aos seusfuncionários para participarem emcelebrações litúrgicas, na igreja ouem procissões. Câmaras municipais,juntas de freguesia e partidos dasoposições devem ser confrontadoscom esta mesma proposta; dãotolerância de

ponto para a celebração religiosa,mesmo que só em parte do dia? Ocatolicismo deve ainda abordar asassociações sindicais eempresariais. Este plano B revificará a festa doCorpo de Deus e aumenta-nos aprobabilidade de a celebrarmos nofuturo.

Luís Salgado de Matos

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A Solenidade do Corpo de Deus noMinhoFesta religiosa ao despontar doverão.As aldeias/vilas/cidades vestem-sede festa, de chieira e deautoridades que gostam de marcarpresença oficial. O Corpo de Deus éocasião para afirmar o que éessencial: Deus está com todos e aspopulações dizem-no de formamuito festiva, como gostam: umaprocissão com adereços de

fidalguia, num cenário de enfeite dejanelas, varandas, revestindo-se decolchas as moradias de todos osfeitios. Nas aldeias é o Senhor quesai aos caminhos; nas vilas étempo para se entapetar ruelas parao Senhor passar e nas cidades é aprocissão que mostra as opas dasconfrarias das catedrais, osseminaristas como

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trunfo do futuro e a devoçãoresguardada.As procissões marcam estasolenidade: as procissões simplescom os Meninos da Cruzada (ououtras organizações paroquiaiseucarísticas), com as opas dosconfrades do santíssimo e o páliocom a custódia mais ou menosvaliosa e vistosa. Mostra-se o quevalem os grupos corais queparticipam e cantam. Dignifica-senas vestes que se envergam e é umdos barómetros da devoção aoSantíssimo Sacramento. No cicloanual é a procissão da aldeia (dapovoação) mais exclusivamentereligiosa. E mantem-se.Hoje as procissões não exibem apompa de outrora em que asaldeias honravam o Senhor que asabençoava. Entretanto, depende daPastoral que aí se desenvolve. Nareligiosidade eclética que seenfrenta e desenvolve, esteferiado/dia santo (na quinta-feiraposterior à solenidade daSantíssima Trindade) continua a serum dia de muita devoção:demonstrada quer pela riqueza dassedas que figuram nas janelas, querpelos cânticos que são réplicas daintensidade da devoção

que corre nas veias, quer pelascores dos jogos florais queentapetam avenidas e adros. Ocolorido, a estética e a intensidadesão ponteiros indicadores.O Corpo de Deus diz PÃO sagrado,imprescindível para a vida no volverdos burgos, essencial na labutaquotidiana.A festa do Corpo de Deus celebra-se muito nos perímetros envolventesdas igrejas paroquiais e regista maisgarbo nas vilas com procissão pelomeio da tarde ou nas cidades comofício de vésperas próprio nascatedrais e presidência do Bispo,com os mais diretos colaboradores(cónegos ou simples conselheiros eclero da cidade). A solenidaderemonta ao século XIII,rememorando a instituição daEucaristia, como o recorda oprimeiro evangelho no Cenáculoantes da agonia do Senhor Jesus(Marcos 14, 20-25). No fim do tempopascal, ostenta a fé viva dascomunidades, levando por diante oPregão Pascal. Epicentro domistério do ressuscitado: Pão deDeus para a vida do mundo.

José Silva Lima

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Jesus, Eucaristia, levado para a vida

Sessenta dias depois de tercelebrado a festa anual da Páscoaa Igreja celebra a solenidade doCorpo e Sangue de Cristo,conhecida popularmente como aFesta do Corpo de Deus.Instituída no século XIII pelo PapaUrbano IV tem como objetivoessencial celebrar com destaque omistério da Eucaristia onde Jesus

Cristo se torna realmente presenteno seu Corpo e Sangue e se dá emalimento a toda a humanidade.A celebração do Tríduo Pascalcomeça com a celebração da MissaVespertina da Ceia do Senhor , naqual se faz a comemoração dainstituição da Eucaristia, mas nessaaltura toda a atenção e densidadecelebrativas

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então centrada na Paixão, Morte eRessurreição de Nossa SenhorJesus Cristo.A festa do Corpo de Deus, agoracelebrada, centra-nos no mistériomais profunda da Eucaristia –Celebrada e adora – é o próprioSenhor que se nos dá por completo.Neste dia são muitas asmanifestações celebrativas e deadoração, tendo grande destaqueas procissões que um pouco portodo a lado percorrem as ruas dasdiversas cidades, vilas e aldeias.Na paróquia da Torreira, diocese deAveiro, dada a sua configuraçãohumana e geográfica a procissãoalém de percorrer algumas das ruasda vila, tem grande parte do seuitinerário pelas águas da Ria deAveiro.A celebração do Corpo de Deuscomeça com a Eucaristia, este ano,devido às marés, será às 09.00horas, na Igreja de Nossa Senhorada Paz, depois segue-se aprocissão eucarística até à IgrejaMatriz.Esta opção para a celebração surgeda necessidade de unir toda acomunidade à volta de Jesuspresente na Eucaristia, trazendopara o altar a realidade da vidaquotidiana dos cristãos, e do altarlevar Jesus para as suas vidasquotidianas.

A Eucaristia celebra-se no Templo, aIgreja, que é a casa comum detodos os cristãos, solenizado como omomento o exige, é dia de Festa, oSenhor permanece connosco. Aprocissão no seu percurso terrestreleve Jesus às nossas casas,abençoa os campos agrícolas etodo a trabalho desenvolvido pelohomem como colaborador da obracriadora de Deus.Sendo a Torreira uma terra muitoligada ao Mar (a poente) e à Ria (anascente) também o itinerário fluvialquer ter esta dimensão humanamuito presente: por um lado aqueleshomens e aquelas mulheres quediariamente buscam, nas aguas doMar e da Ria, o justo sustento(pescadores, mariscadores…) poroutro aqueles que buscam estaságuas para gozarem o merecidodescanso, são o trabalho e o lazerque se unem num belo hino delouvor a Deus criador e redentor.Deus que na Eucaristia, celebrada eadorada, se dá totalmente aoshomens recebe por parte destes oseu reconhecimento agradecidopelo seu Dom de amor.

Pe. Abílio AraújoPároco da Torreira

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Reposição dos feriadosO primeiro-ministro de Portugalassinou a 28 de março a lei daAssembleia da República querestabelece os quatro feriadosnacionais suspensos em 2012,afirmando que a sua reposição é“um ato de pedagogia cívica”.“Temos a obrigação de comemoraras grandes datas nacionais comsentido patriótico, atitudecontemporânea e capacidade demobilizar e unir os portugueses”,disse António Costa na SociedadeHistórica para a Independência dePortugal.A intervenção do primeiro-ministrode Portugal decorreu na cerimóniaemblemática de referenda da Lei daAssembleia da República que repõequatro feriados nacionais, dois civis(5 de outubro e 1 de dezembro) edois religiosos (Corpo de Deus eTodos dos Santos), suspensos em2012.O decreto que repõe os quatroferiados em Portugal foi promulgadopelo presidente da República no dia18 de março, depois de aprovadopela Assembleia da República a 8de janeiro, dia em que o secretáriode Estado dos AssuntosParlamentares, Pedro Nuno Santos,comunicou que a Santa Sé semanifestou favorável

à reposição dos dois feriadosreligiosos.A suspensão dos feriados religiososfoi resultado de um "entendimentoexcecional" entre a Santa Sé e oGoverno português, em 2012, comuma duração máxima prevista decinco anos.O artigo terceiro da Concordata de2004, assinada entre Portugal e aSanta Sé, indica que os dias"festivos católicos", além dosdomingos, "são definidos poracordo".O artigo 28.º prevê que o conteúdodo acordo diplomático "pode serdesenvolvido por acordoscelebrados entre as autoridadescompetentes da Igreja Católica e daRepública Portuguesa".Já o artigo 30.º estabelece que sereconhecem como dias festivoscatólicos o Ano Novo e NossaSenhora, Mãe de Deus (1 dejaneiro), Corpo de Deus (60 diasdepois da Páscoa), Assunção (15 deagosto), Todos os Santos (1 denovembro), Imaculada Conceição (8de dezembro) e Natal (25 dedezembro).Ao abrigo do artigo 30.º daConcordata entre a Santa Sé e aRepública Portuguesa de 18 demaio de 2004,

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"Sabendo, embora, que a nova lei pode, porventura, ter implicaçõeseconómicas e financeiras não quantificadas, atendendo à alteração docontexto que a motivou", o presidente da República promulgou o Decretoda Assembleia da República alterando o Código de Trabalho,restabelecendo quatro feriados nacionais.

as solenidades de Corpo de Deus eTodos os Santos são novamentereconhecidas pelo EstadoPortuguês como dias festivoscatólicos com caráter de feriadosnacionais.O dia do Corpo de Deus(solenidade

litúrgica do Santíssimo Corpo eSangue de Cristo, no calendáriocatólico) é um feriado móvel,celebrado sempre a uma quinta-feira e 60 dias depois da Páscoa,que este ano se festeja a 26 demaio.

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Igreja e novas tecnologias -conclusão

Como fomos constatando nosdiversos artigos que fui escrevendosobre o tema, a Igreja não se temalheado do aspecto comunicativoem geral e começa agora a olharmuito seriamente para a questãodos novos meios tecnológicos,nomeadamente a Internet.Além dos aspetos históricos daIgreja com os meios decomunicação social, a abordagemque a Igreja faz perante os meios decomunicação é séria com muitaslinhas dedicadas a esta temática,dando sempre um especial relevoaos meios que vão surgindo aolongo da história da humanidade.

Dever-se-á então ter em atenção aalguns pontos que passamos agoraa destacar:- O valor teológico dos meios decomunicação social. Se os meios decomunicação social em geral eneste âmbito as novas tecnologiasforem usados pelos crentes com aforça da fé à luz do Espírito Santo,podem contribuir para facilitar adifusão do Evangelho e aumentar osvínculos de comunhão entre asdiferentes comunidades. - Os meios de comunicaçãoimplicam mudanças. É natural quetodos estes meios que vão surgindoa um ritmo

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elevado exijam de todo o Povo deDeus em geral e dos agentespastorais mais implicados um forteempenho pessoal e umacanalização de energias parafacilitar e objetivar uma realpresença da Igreja na sociedade emrede, tanto ao nível dos conteúdoscomo da própria formação que éexigida aos responsáveis.- A dimensão social dos meios decomunicação social. Conformeverificamos, é urgente a Igrejaimplicar-se terminantemente eocupar o lugar que é seu por direitona sociedade em rede, sem medo,encarando de frente os problemas,cooperando com entidades já comprovas dadas na área das novastecnologias e munindo-se detécnicos capazes decorresponderem a este anseio.

- Por último, verificámos que é entãopossível evangelizar utilizando aInternet, pois esta é um conjunto deoportunidades e desafios colocadosaos diversos agentes pastorais. Osquais necessitam de encararseriamente esta questão e não tomá-la como um apêndice. Aos jovens,adolescentes, idosos e pessoas comnecessidades especiais deverá serdedicado um espaço próprio.Parece-me claro que através destemeio poder-se-á atingir públicos quede outra maneira seriam muitocomplicados serem visados e assimpodemos tornar efetiva uma novaevangelização e mesmo uma re-evangelização.

Fernando Cassola [email protected]

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WhatsApp chega ao computadorA aplicação de mensagensinstantâneas WhatsApp acaba dedar um passo importante que serábem recebido pelos seusutilizadores. Podemos utilizar oWhatsApp a partir dos nossoscomputadores, deixando assim deser necessário utilizar a versãoweb. Para tal basta aceder ao sítiooficial do WhatsApp e descarregar aApp oficial para Mac ou Windows,sendo compatível com Mac, paraOS X 10.9 e versões seguintes epara as versões de Windows 8, 8.1e 10. Como descarregar aversão desktop doWhatsApp?A aplicação para computador nãoestá disponível na App Store. Parapoder descarregar a versão originaltemos que aceder ao sítio oficial doWhatsApp e descarregar a Appoficial para Mac ou Windows. Énecessário ter instalada a app etermos uma conta criada nosmartphone.Quanto se elege a opçãodescarregar, é descarregado umarquivo .zip no computador que sedeve abrir para instalar o software.A partir deste

momento já é possível utilizar oWhatsApp no computador.Para começar a aplicação solicitaque se abra o WhatsApp nosmartphone para que se possa ler ocódigo QR que permite iniciar oserviço. Na app em ajustes, abrir'WhatsApp Web', e aceder ao´Leitor de Códigos Qr’. Que podemos fazer apartir do WhatsApp paradesktop?Permite as mesmas funcionalidades:tirar e enviar fotos; mensagens devoz; partilhar arquivos oudocumentos;

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enviar fotografias que tenhamosarmazenadas no nosso desktop;gerir e interagir com os contactos egrupos. Continua a ser necessárioque o nosso smartphone estejaligado à internet para que oWhatsApp funcione na versãocomputador.Como podemos ler no blogue oficialdo WhatsApp, trata-se de uma"simples extensão do telemóvel".

Segundo a empresa, este critérioestá ligado a razões de segurança,uma vez que assim se torna maisfácil de detetar se a conta foipirateada. Boas utilizações e comunicaçõespastorais mais rápidas e fluídas.

Bento Oliveira@iMissio

http://www.imissio.net

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Impacto da Doutrina Social daIgreja no Trabalhador e noEmpresárioNo próximo dia 19 de maio, às 21 horas, aEditorial Cáritas estará presente na SociedadeMartins Sarmento, em Guimarães, paraapresentar o seu mais recente título editado“Impacto da Doutrina Social da Igreja noTrabalhador e no Empresário”, de HermenigildoEncarnação.Para o agora Presidente da República, MarceloRebelo de Sousa, autor do Prefácio desta obra,este é um título que aborda um tema“substancialmente relevante, atual e formativo,versando, de resto, matéria que tem tudo a vercom a dignidade da pessoa humana (…) queutiliza o trabalho de campo para testar princípiosessenciais da Doutrina Social da Igreja”. Cáritas Portuguesa reúne commembros da Comissão EuropeiaNa passada sexta-feira, dia 13 de maio, oPresidente da Cáritas Portuguesa, EugénioFonseca, esteve reunido com o Diretor-Geral daDireção Geral do Emprego, Assuntos Sociais eInclusão da Comissão Europeia, Michel Servoz.Este encontro, que decorreu na Representaçãoda Comissão Europeia em Lisboa, teve comoprincipal objetivo a consulta e recolha deimpressões junto da Cáritas sobre os principaisdesafios de pobreza e exclusão social emPortugal.

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Seminário Pobreza, Ontem e Hoje - Olhares ePerspetivasEm 2016, assinalam-se 25 anos sobrea aprovação e implementação doprimeiro projeto de Luta Contra aPobreza pela Cáritas de Coimbra.Nesse sentido, no próximo dia 19 demaio, realiza-se no Auditório daFaculdade de Economia daUniversidade de Coimbra, o Seminário“Pobreza, ontem e hoje - olhares eperspetivas”, que decorrerá entre as 09:15h e as 14:30h.Ler mais

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II Concílio do Vaticano:«Transferências»e novos bispos no episcopadoportuguês

Após o encerramento do II Concílio do Vaticano(dezembro de 1965), num curto período de tempo (23de janeiro a 28 de fevereiro de 1966) foi assinaladopelo fato de seis bispos portugueses terem tomadoposse de seus novos cargos, o que pode serinterpretado como sintoma e esperança de renovaçãopastoral.A aplicação das decisões conciliares à vida daarquidiocese de Évora foi o tema dominante dasaudação pastoral proferida por D. David de Sousaque entrou naquele território alentejano a 23 dejaneiro de 1966. Este bispo franciscano nasceu emSão João de Alpendurada (Porto) a 25 de outubro de1911 e faleceu em Lisboa a 5 de fevereiro de 2006.Depois de exercer o seu ministério episcopal naDiocese do Funchal, D. David de Sousa quandoentrou na arquidiocese de Évora disse: “Venho doConcílio Ecuménico Vaticano II e venho exatamente doseu encerramento. Venho precisamente na hora emque o concílio pôs a inteira disposição da Igreja e domundo todos os seus documentos” (Boletim deInformação Pastoral – Ano VIII – Nº 46-47 – Página58).O novo prelado ainda estava imbuído pela chamaconciliar e disse que trazia “na inteligência, nocoração e nas mãos as quatro constituições, os novedecretos e as três declarações do concílio”. O bispofranciscano esteve naquela assembleia magna,convocada pelo Papa João XXIII e continuada porPaulo VI, de forma “ativamente presente, da primeira àúltima sessão pública, da primeira à últimacongregação geral, do primeiro ao último dia doconcílio”.

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Nas suas palavras iniciais naarquidiocese de Évora, D. David deSousa sublinhou que tomou parte“em todos os debates e em todas asvotações”. Acompanhou “o longo«curriculum» dos documentosconciliares, do princípio ao fim”.Depois de relatar as vivênciasdaquele período (1962-1965), onovo arcebispo de Évora salientouque esperava dos seus diocesanos“a necessária disposição, abertura esofreguidão para receberavidamente, arquivar integralmentee viver escrupulosamente tão vastoe rico património doutrinal, pastorale

disciplinar” (Boletim de InformaçãoPastoral – Ano VIII – Nº 46-47 –Página 58).Na sua alocução, o anterior bispo doFunchal deseja que a “intensachama do concílio” inflame etransforme os seus diocesanos “emhomens e cristãos a toda a prova”,mas também e sobretudo “emautênticos apóstolos dasconstituições, decretos edeclarações conciliares”.No próximo artigo sobre o II Concíliodo Vaticano farei referências aosoutros bispos que deram entradanas dioceses portuguesas.

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Maio 2016 21 de maio. Viana do Castelo - Centro PastoralPaulo VI - Fórum intergeracional deoração «Campus Misericordiae».(até 22 de maio) . Faro - Auditório da Universidadedo Algarve - Jubileu das Famíliassobre «Família, fonte de vida emisericórdia» . Fátima - Encontro nacional dosantigos alunos verbitas eassembleia geral (termina a 22 demaio) . Aveiro – Sé - Jubileu da açãosocio-caritativa e das Misericórdias . Braga – Famalicão - O CentroPastoral de Santo Adrião de VilaNova de Famalicão (Braga) acolheuma jornada sobre «Família - Umaquestão jurídica ou uma união defacto?» . Beja – Serpa - Sessão do Festival«Terras Sem Sombra» (termina a 22de maio) . Fátima - Museu da Consolata -Exposição «Escritura em azul ebranco – pintura de Leonardo Rito»(até 10 de julho)

. Coimbra - Sé Nova - Bênção dasPastas dos universitários deCoimbra (Dia 21 para as escolasprivadas e politécnicos e dia 22 paraestudantes da Universidade deCoimbra). . Fátima - Peregrinação nacional doEncontro Matrimonial (até 22 demaio) . Braga - Santuário do Sameiro ,09h00 - Jubileu das Misericórdias,Confrarias e Irmandades comcelebração presidida por D. JorgeOrtiga . Porto – Amarante , 09h00 - A«Intergolf» está a organizar umtorneio de golfe para ajudar o Bancode Leite em São Tomé e Príncipe. . Viana do Castelo - Sede InstitutoCatólico – 09h30 - O Centro deReflexão Pastoral do InstitutoCatólico de Viana do Casteloorganiza uma sessão deapresentação da ExortaçãoApostólica Pós-sinodal «AmorisLaetitia» . Guarda – Covilhã, 11h00 - Bênçãodos finalistas da Universidade daBeira Interior (UBI) por D. ManuelFelício, bispo da Guarda.

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. Lisboa - Alameda da Universidade,11h30 - A Alameda da Universidadede Lisboa acolhe a bênção definalistas, que vai ser presidida porD. Manuel Clemente. . Funchal - Parque de SantaCatarina, 12h00 - Jubileu dasFamílias com a presença de D.António Carrilho, bispo do Funchal. . Lisboa - Convento de SãoDomingos, 15h00 - Debate sobre a«Alegria do Amor» promovido peloInstituto São Tomás de Aquino e oMovimento Internacional «NósSomos Igreja». . Leiria - Seminário de Leiria, 21h00- O Serviço de Pastoral Pré-Matrimonial «3XSIM» da Diocese deLeiria-Fátima vai realizar umencontro para namorados,subordinado ao tema «Anatomia doAmor». 22 de maio. Coimbra - Dia da Igreja Diocesanade Coimbra . Viseu - Peregrinação jubilar dasfamílias à catedral . Aveiro - Jubileu diocesano dasfamílias

. Aveiro - Bênção dos finalistas dauniversidade e ensino superior . Évora - Igreja do Espírito Santo,10h15 - Festa dos Povos presididapor D. José Alves, arcebispo deÉvora. 23 de maio. Porto – UCP - A UniversidadeCatólica Portuguesa (UCP) - Porto,organiza um colóquio sobre «Padre– Pai Américo: Uma vida ao serviçodos pobres na Igreja». 24 de maio. Lisboa - Vésperas de SãoDomingos e lançamento do CD defrei José João Prucha. . Lisboa - Palácio Fronteira, 15h00 - O projeto «PAR - PatrimónioAzulejar Religioso na Diocese daGuarda», do instituto politécnicolocal, recebe o Prémio «Estudo eDivulgação». . Faro - auditório do Hospital deFaro, 15h00 - O núcleo algarvio daAssociação dos Médicos CatólicosPortugueses promove, no auditóriodo Hospital de Faro um colóquiosobre a eutanásia.

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O Serviço de Pastoral Pré-Matrimonial «3XSIM» da

Diocese de Leiria-Fátima vai realizar, dia 21 de maio,um encontro para namorados, subordinado ao tema«Anatomia do Amor». Esta atividade, a realizar noSeminário de Leiria, pelas 21h00, é dirigido “a todosos jovens namorados” e procura “lançar questõessobre a complexa questão do amor e do estar juntos”. A Universidade Católica Portuguesa (UCP) - Porto,organiza um colóquio, dia 23, sobre «Padre – PaiAmérico: Uma vida ao serviço dos pobres na Igreja».Simultaneamente, decorre uma feira do livro sobre oPadre Américo e a Obra da Rua e o lançamento daobra «Padre Américo – Um precursor do II Concílio doVaticano» da autoria de D. António Marcelino. O núcleo algarvio da Associação dos MédicosCatólicos Portugueses promove, dia 24, no auditóriodo Hospital de Faro, pelas 15h00, um colóquio sobre aeutanásia.A iniciativa com o tema «Eutanásia – AbordagemMédica e Religiosa» conta com a participação deFátima Teixeira, coordenadora da equipa de apoio emcuidados paliativos do Agrupamento de Centro deSaúde Sotavento, de José Mário Martins, presidenteda direção da Associação de Medicina de Proximidadee do cónego Joaquim Nunes. Na celebração do seu 30.º aniversário, a UniversidadeLusíada de Lisboa recebe, dia 25 de maio, a visita deD. Manuel Clemente e consagra-se a Nossa Senhorada Conceição. A visita do Patriarca de Lisboa é aresposta “a um convite da Capelania da Universidadeque pede à Igreja a bênção para a instituição, a qual,simultaneamente, se consagra a Nossa Senhora daConceição”.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

10h30 - Oitavo Dia 11h00 -Transmissão missa

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 13h30Domingo, 22 de maio - Noslugares daBíblia: Referências históriase geográficas que ensinam aler os textos sagrados. Segunda-feira, dia 23 - Entrevista a João Delicado. Terça-feira, dia 24 -Informação e entrevista aJosé Leitão sobre asconferências do CRC. Quarta-feira, dia 25 -Informação e entrevista ao Cónego Luís Alberto sobrea procissão de Corpo de Deus em Lisboa Quinta-feira, dia 26 - Informação e entrevista aopadre Manuel Morujão sobre a Solenidade do Corpode Deus. Sexta-feira, dia 27 - Análise à liturgia de domingopelo padre Armindo e frei José Nunes. Antena 1Domingo, dia 22 de maio - 06h00 - Peregrinação de13 de maio de 2016: Consagração de Portugal eNossa Senhora e encerramento da visita da ImagemPeregrina às dioceses portuguesas. Segunda a sexta-feira, 23 a 27 de maio - 22h45 - AImagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima nasDioceses de Portugal.

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Ano C – VIII Domingo do tempocomumSolenidade da Santíssima Trindade Contemplar acomunhão deamor

O Evangelho da Solenidade da Santíssima Trindadeque hoje celebramos convida-nos a contemplar o amordo Pai, que se manifesta na doação e na entrega doFilho e que continua a acompanhar a nossacaminhada histórica através do Espírito. A meta finaldesta história de amor é a nossa inserção plena nacomunhão com o Deus que é amor, família,comunidade.O Espírito Santo aparece como presença divina nacaminhada da comunidade cristã, como realidade quepotencia a fidelidade dinâmica dos crentes àspropostas que o Pai, através de Jesus, fez aoshomens. A Igreja deve saber estar atenta, na suacaminhada histórica, às interpelações do Espírito. Coma ajuda do Espírito, deve captar a Palavra eterna deJesus e deixar-se guiar por ela. Com a ajuda doEspírito, deve continuar em comunhão com Jesus.Com a ajuda do Espírito, deve responder àsinterpelações da história e atualizar a proposta deJesus, face aos novos desafios que o mundo lhecoloca.A celebração da Solenidade da Santíssima Trindadenão pode ser a tentativa de compreender e decifraressa estranha charada de “um em três”. Dizer que hátrês pessoas em Deus, como há três pessoas numafamília – pai, mãe e filho – é afirmar três deuses e énegar a fé; inversamente, dizer que o Pai, o Filho e oEspírito são três formas de apresentar o mesmo Deus,como três fotografias do mesmo rosto, é negar adistinção das três pessoas e é também negar a fé. Anatureza divina de um Deus amor, família ecomunidade expressa-se na nossa linguagemimperfeita das três pessoas. O Deus família

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torna-se trindade de pessoasdistintas, porém unidas. Chegadosaqui, temos de parar, porque anossa linguagem finita e humananão consegue “dizer” o mistério deDeus. Resta-nos permanecer emcontemplação ativa de Deus quenos ama e sobre nós derrama o seuamor.Como diz a segunda leitura da Cartaaos Romanos, «a esperança daglória de Deus não engana, porqueo amor de Deus foi derramado emnossos corações pelo Espírito Santoque nos foi dado». Deus nuncadesiste de nós, sempre soubeencontrar formas de vir ao nossoencontro, de fazer caminhoconnosco. Apesar do nossoegoísmo, orgulho, autossuficiência epecado, Deus continua a amar demodo

gratuito e incondicional e a fazer-nos propostas de plena vida feliz.Não será tempo de redescobrir oDeus que nos ama na sua infinitamisericórdia e de aceitar essaproposta de caminho que Ele nosfaz? As nossas comunidades cristãssão realmente a expressão desseDeus que é amor e comunidade, naunidade do amor verdadeiro, querespeita a identidade e a diferençado outro, numa experiênciaverdadeira de amor, de partilha, defamília, de comunidade?Que a nossa resposta de vidaaconteça na oração e nacontemplação, no amor e noserviço, em plena comunhão deamor com a Trindade!

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Papa faz visita surpresa a centropara pessoas com deficiência mental

O Papa fez uma visita surpresa aum centro para pessoas comdeficiência mental nos arredores deRoma, revelou a página oficial doJubileu da Misericórdia. A iniciativavai ao encontro do que o próprioFrancisco tinha prometido, antes doinício do Ano Santo extraordinário(dezembro

2015-novembro 2016), quandomanifestou a intenção de cumprirum “gesto” simbólico durante cadamês do jubileu.O pontífice argentino deslocou-se a13 de maio à comunidade ‘Il Chicco’(O grão), associação que pertenceao projeto ‘A Arca’, fundado porJean

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Vanier, com presença em mais de30 países, incluindo Portugal, com omovimento ‘Fé e Luz’.Francisco encontrou-se com 18pessoas com “grave deficiênciamental”, segundo a Santa Sé, em“mais um sinal contra a cultura dodescarte”. “Não se pode privarninguém do amor, da alegria e dadignidade só porque têm umadeficiência mental. Ninguém tem odireito de discriminar por causa depreconceitos que marginalizam”,refere a nota oficial.O Papa sentou-se para lanchar comos voluntários e as pessoas comdeficiência que vivem na estruturasediada em Ciampino, onde ouviuas “palavras simples” de váriosdeles,

segundo a página oficial do Jubileuda Misericórdia. “Pôde ainda visitaras pessoas com deficiências maisgraves, com gestos de profundoafeto e ternura”, informa a Santa Sé.Francisco passou ainda por umaoficina de artesanato e concluiu avisita de cerca de hora e meia comum momento de oração. O Papadeixou um donativo em dinheiropara comunidade ‘Il Chicco’,oferecendo ainda doces e fruta.Esta foi a quinta visita de Franciscono ano santo da misericórdia,depois de ter passado por umcentro para idosos e doentes emestado vegetativo; uma comunidadede toxicodependentes; um centro deacolhimento para refugiados; e avista à ilha grega de Lesbos.

(CAIXA)O Papa Francisco desafiou este sábado, no Vaticano, os cristãos acultivarem atitudes de piedade rejeitando a "indiferença" pelos outros."Quantas vezes vemos tantas pessoas apegadas aos gatos, cachorros e,depois, se esquecem de ajudar os mais necessitados que lhes estãopróximos?”, questionou, numa audiência pública extraordinária, no âmbitodo Ano Santo da Misericórdia, na Praça de São Pedro.Vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=KNA-Jju2E2w

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Ninguém escuta os gritos de ajuda que chegam deAlepo?

Heróis na cidade mártirAs ruas estão desertas mas os tiroscontinuam a flagelar as ruínas. Osque puderam fugir já deixaram acidade de Alepo. Os outros, os queainda não fugiram, sentem-seencurralados entre os escombrosdos prédios, o rebentamento dasbombas e os tiros cobardes ecerteiros dos “snipers”. Nestacidade mártir há um punhado deheróis que precisa da nossa ajuda.Entre os que ficaram ainda nacidade mártir de Alepo, há umpunhado de padres e de irmãs que,todos os dias, fintam o medoprocurando ajudar as populaçõescivis. Um desses sacerdotes é ofranciscano Ibrahim Alsabagh. Hápouco mais de duas semanasenviou uma mensagem para aFundação AIS. É importante lê-la.Afinal, há palavras que valem pormil imagens. “Desde o início daguerra”, em 2011, “nunca a situaçãoem Alepo esteve tão mal comoagora. As bombas caem sobreigrejas, mesquitas, escolas ehospitais”, diz o padre Ibrahim,descrevendo uma cidade em ruínas,em que “inúmeras casas estãoparcial ou totalmente destruídas”.Uma cidade de ruas desertas e quecheira a morte.

O padre Ibrahim vive desde há doisanos em Alepo e todos os dias senteque a cidade continua a esvair-seaos poucos. “Quem pode fugir, foge.Os caminhos de saída estavamcheios de pessoas queabandonavam a cidade. Só ficam osmais pobres, os que nem têmdinheiro para fugir.” É difícil imaginarAlepo como tendo sido a cidademais rica da Síria, em que as ruaseram lugares cheios de vida, decores, de pessoas oriundas dosquatro cantos do mundo. Hoje, éapenas um farrapo dessa memória. Missão: ajudarTransformada num palco de guerra,torna-se cada vez mais difícil ajudaras populações que ainda vivem nacidade. Em Alepo, há um punhadode sacerdotes, como o padreIbrahim ou de religiosas, como airmã Annie Demerjian, que sãoapoiados pela Fundação AIS paraque possam auxiliar estaspopulações. Tudo o que lhesdermos será sempre pouco. “Nósajudamos como podemos”, diz opadre franciscano. “Graças ao apoioque recebemos de instituiçõescomo

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a Fundação AIS, procuramosdistribuir alimentos, roupa,medicamentos, produtos de higienee outros artigos de primeiranecessidade. Agora encontramo-nos numa situação de necessidadeextrema.” Por causa doagravamento da guerra, que jácausou mais de 300 mil mortos, daviolência que é exercida sobre aspopulações, têm-nos chegado, nosúltimos dias, apelos dramáticos.Tanto a irmã Annie como o padreIbrahim pedem que rezemos poreles, pelo povo

martirizado da Síria. Na carta quenos enviou, o padre Ibrahim deixa-nos uma pergunta: “Quandodespertará de vez o mundo, para sepôr fim a este novo Sarajevo?” Esteé também um desafio à nossa fé. NaSíria, em Alepo, um punhado depadres e de irmãs decidiram nãoabandonar a sua missão junto daspopulações martirizadas. Elespedem-nos ajuda, imploram asnossas orações. São os heróis dacidade mártir.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

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Timor, sempre!

Tony Neves Espiritano

Timor não é um país perdido ali na linha limite daÁsia e da Oceânia. É uma terra que tem um povocorajoso e crente que conseguiu a suaindependência á custa de muito sangue. Viveutempos de massacre e de opressão durante adominação indonésia. Foi a 20 de Maio de 2002que Timor Leste restaurou totalmente aindependência. Xanana Gusmão foi o primeiropresidente eleito.Mas este jovem país do mundo tem dado provasde pouca capacidade de gestão da diversidadeétnica e cultural que possui. Muita violência einstabilidade têm marcado, de tempos a tempos,a vida dos timorenses. Nem o carisma de XananaGusmão nem a força moral dos prémios Nobel daPaz, D. Ximenes e Ramos-Horta têm sidoargumentos suficientes para dar serenidade aopovo e permitir o desenvolvimento sustentável dopaís.Quando o desenvolvimento parecia ganhar corpocom o aparecimento do petróleo, as riquezasnaturais de um país, mais uma vez na história dahumanidade, não jogaram a favor daspopulações. O cheiro ao petróleo atraiu cobiçasdesmedidas fazendo surgir oportunistas que seaproveitam e acabam por gerar violênciasinternas que apenas criam condições favoráveisao caos e à violência. O país parece estar outravez em crise, com o povo simples a pagarsempre as facturas. Dá vontade de continuar acantar com Luís Represas: ‘Se outros calam,cantemos nós!’.Quando se fala de Timor, pelas melhores oupiores razões, eu recordo-me sempre, nostempos

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da repressão, de jantar com RamosHorta em Bruxelas, do encontro comD. Ximenes Belo na UniversidadeCatólica, em Lisboa e na conversaserena com o jesuíta P. JoãoFelgueiras, no Colégio S. João deBrito. Eram homens abatidos pelacrueldade da situação mas, aomesmo tempo, confiantes na forçade tanto sangue derramado e daalma cristã do povo timorense. Ébom não esquecer o passado paraevitar cometer os mesmos erros nopresente e no futuro. Mas, melhorainda, é honrar o futuro com umpresente que rime com paz,progresso e fraternidade. Querocrer que o povo vai continuar aempenhar-se, com os governantese outros líderes, para que a

independência tenha valido a pena.Certamente que é um dom de Deuse, por isso, há que continuar a fazercaminho, em ordem á construção deum país livre e democrático, onde osdireitos humanos sejam semprerespeitados. E, claro está, que ospetróleos e outras riquezas abramcaminhos a um verdadeirodesenvolvimento e não estraguemnunca o presente e o futuro de umpovo de bom coração.Timor tem três Dioceses católicas:Dili (com D. Virgílio Silva, 2016),Baucau (com D. Basílio Nascimento,1996) e Maliana (com D. NorbertoAmaral, 2010). É uma Igreja forte,interveniente que vai continuar a daralma ao povo e ao país.

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Page 39: Igreja distingue · Recuemos a 12 de setembro de 2006, quando o agora Papa emérito falava na Universidade de Ratisbona, no contexto do regresso à sua Baviera natal, lamentando que

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